ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO...

56
ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO - UNEMAT CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CÁCERES “JANE VANINI” FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - FACIS BACHAREL EM ENFERMAGEM TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO TCC III SILVIA CRISTINA DA SILVA PERFIL DOS PARTICIPANTES DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS NA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO Cáceres-MT 2018/02

Transcript of ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO...

Page 1: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

ESTADO DE MATO GROSSO

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO - UNEMAT

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CÁCERES “JANE VANINI”

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - FACIS

BACHAREL EM ENFERMAGEM

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – TCC III

SILVIA CRISTINA DA SILVA

PERFIL DOS PARTICIPANTES DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS NA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

Cáceres-MT

2018/02

Page 2: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

SILVIA CRISTINA DA SILVA

PERFIL DOS PARTICIPANTES DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS NA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de

enfermagem da Universidade do Estado de Mato Grosso,

campus de Cáceres, como requisito parcial para obtenção do

título de Bacharel em Enfermagem, sob a supervisão da Prof.ª

Ma. Thais Martins.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Poliany Rodrigues

Coorientadora:Prof.ªMe.Ana Paula Fernandes Gomes

Cáceres-MT

2018/02

Page 3: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

SILVIA CRISTINA DA SILVA

SILVIA, Cristina da.

Perfil Dos Participantes Das Práticas Integrativas Na Universidade Do Estado De

Mato Grosso

Silvia Cristina da Silva – Cáceres/MT: UNEMAT, 2018.

56f.

Monografia (Graduação) - apresentada como um dos requisitos para

obtenção do título de Enfermeiro da Universidade do Estado de Mato Grosso.

UNEMAT.

1. Práticas integrativas e complementares; 2. Ansiedade; 3. Saúde mental

Page 4: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado
Page 5: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente Deus por ser essencial em minha vida, Autor de

meu destino, meu Guia e socorro na angústia.

Dedico também ao meu Pai Antônio Valmir da Silva, minha Mãe Irani Pereira da

Silva е meu irmão Claudemir Francisco da Silva.

À minha filha Laura Cristina Silva Alves е a toda minha família que com muito

carinho е apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida.

Ao Curso de Enfermagem е às pessoas com quem convivi nesses espaços ао longo

desses anos.

À experiência de uma produção compartilhada em comunhão cоm meus amigos

Diego, Rosimar e Mikelly, nesses espaços foram а melhor experiência dа minha formação

acadêmica.

Page 6: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

AGRADECIMENTO

À Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades.

À esta universidade, seu corpo docente, direção e administração que oportunizaram a

janela que hoje vislumbro um horizonte superior, eivado pela acendrada confiança no mérito e

ética aqui presente.

À minha orientadora, Poliany Cristiny Oliveira Rodrigues pelo suporte no pouco tempo

que lhe coube, pelas suas correções, incentivos, paciência por me proporcionar conhecer um

projeto diferenciado dentro da universidade, cujo os frutos maravilhosos estão sendo colhidos,

meu muito obrigado.

À minha co-orientadora Ana Paula Ferreira Gomes, também pela confiança, pela

paciência e por prontamente me ajudar sempre que o procurei. Pelas orientações, paciência e

compreensão, e quero te agradecer por ter compartilhado seu conhecimento comigo, sabia que

eu aprendi muito com você.

Agradecer a companhia com meus amigos Diego Terada, Rosimar Ferreira Mendes e

Mikelly Cristina, pois durante meu percurso acadêmico eles estiveram presentes dando força,

apoio, palavras de incentivo, animo e risos em diversas situações. “Meus amigos querem que

saibam que vocês foram os melhores companheiros na minha experiência acadêmica.”

Aos meus pais, pelo amor, incentivo e apoio incondicional.

E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito

obrigado.

Page 7: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

RESUMO

SILVIA, Cristina da. Perfil dos Participantes das Práticas Integrativas na Universidade do

Estado de Mato Grosso. 55 páginas, Monografia (Graduação) – Curso de Enfermagem,

Universidade do Estado de Mato Grosso, Cáceres, 2018.

A ansiedade é uma resposta adaptativa e positiva para diversos acontecimentos da nossa vida.

O público universitário enfrenta dificuldades para prática do autocuidado e de atividades físicas,

tanto relacionada ao tempo disponível, quanto ao acesso a práticas diferenciadas e ao valor que

normalmente precisa ser dispendido para a realização de algumas práticas. Avaliar o perfil dos

participantes das atividades terapêuticas elaborada pelo “Projeto Saúde Mental é Essencial”

desenvolvido pela Universidade do Estado de Mato Grosso neste primeiro ano de realização de

práticas semanais. O delineamento do estudo é observacional transversal de caráter quantitativo

e qualitativo. A pesquisa contemplou 19 participantes, a maioria era do sexo feminino 84,21%.

Cerca de 63,16% declararam-se não brancos. Aproximadamente 36,8% dos estudantes eram do

curso de Enfermagem e 5,26% integrantes dos demais cursos. Aos resultados dos escores

avaliados segundo a EHAD, a prevalência geral de sintomas prováveis de depressão dos

participantes foi de 10,53%, enquanto dos demais entrevistados apresentaram prevalência de

68,42%, de sintomas possíveis e prevalência de 21,05% para sintomas improváveis. O presente

estudo apontou alta prevalência de sintomas de ansiedade entre os acadêmicos que participaram

das práticas integrativas disponibilizadas. Os acadêmicos que responderam a pesquisa

apresentaram sintomas de ansiedade que indica provável diagnóstico de ansiedade. Ressaltando

a importância da observação de elementos que podem auxiliar na elaboração de programas de

intervenção e prevenção no âmbito institucional e possibilitando a participação da comunidade

e que venham favorecer o desenvolvimento de potencialidades de saúde e de melhor qualidade

de vida destes participantes.

Palavras Chave: Transtorno de ansiedade; ansiedade; saúde mental

Page 8: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

ABSTRACT

SILVIA, Cristina da. Participants Profile Of Integrative Practices At The State University

Of Mato Grosso. Monography (Undergraduate) - Nursing Course, State University of Mato

Grosso, Cáceres, 2018.

Anxiety is an adaptive and positive response to various events in our lives. The university

public faces difficulties to practice self-care and physical activities, both related to the time

available, access to differentiated practices and the value that usually needs to be spent to

perform some practices. To evaluate the participants' profile of the therapeutic activities

developed by the "Mental Health Essentials Project" developed by the State University of Mato

Grosso in this one year of weekly practice. The study design is cross-sectional observational

of quantitative and qualitative character. The survey comprised 19 participants, the majority

being females 84.21%. About 63.16% declared themselves to be non-whites. Approximately

36.8% of the students were in the Nursing course and 5.26% in the other courses. The overall

prevalence of probable symptoms of depression among participants was 10.53%, while the

other interviewees had a prevalence of 68.42% of possible symptoms and a prevalence of

21.05% for unlikely symptoms .The present study pointed out a high prevalence of anxiety

symptoms among the students who participated in the integrative practices available. The

academics who answered the survey had anxiety symptoms that indicated a probable diagnosis

of anxiety. Emphasizing the importance of the observation of elements that can help in the

elaboration of intervention and prevention programs in the institutional scope and allowing the

participation of the community and that favor the development of health potential and better

quality of life of these participants.

Keywords: Anxiety disorder ; anxiety; mental health

Page 9: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Prevalência de sintomas de ansiedade dos participantes da Oficina Saúde Mental e

Essencial, Cáceres-MT, 2018.................................................................................................34

Page 10: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Distribuição das variáveis socioeconômicas e sociodemográficas dos participantes

da Oficina Saúde Mental e Essencial, Cáceres-MT, 2018.....................................................32

Tabela 2- Avaliações do nível de ansiedade dos participantes da Oficina Saúde Mental e

Essencial, Cáceres-MT, 2018..........................................................................................33

Page 11: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Descrições dos tipos de ansiedade segundo Manual Diagnostico e Estatístico de

Transtornos Mentais (2014)..................................................................................................22

Page 12: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

LISTA DE SIGLAS

OMS Organização Mundial da Saúde

UNEMAT Universidade do Estado de Mato Grosso

FACIS Faculdade de Ciências da Saúde

IDB Inventário de Depressão de Beck

TMM Transtornos Mentais Menores

UFPB Universidade Federal da Paraíba

CID Classificação Internacional das Doenças

EHAD Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão

DSM Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

NEGRA Núcleo de Estudos sobre Educação, Gênero, Raça e Alteridade

SPSS Statistical Package for the Social Sciences

CEP Comitê de Ética em Pesquisa

CNS Conselho Nacional de Saúde

CONEPE Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão

MT Mato Grosso

Page 13: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 14

2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................. 16

2.1 História da Ansiedade ......................................................................................................... 16

3.OBJETIVOS .......................................................................................................................... 26

3.1 Objetivo Geral .................................................................................................................... 26

3.2 Objetivos Específicos ......................................................................................................... 26

4.METODOLOGIA .................................................................................................................. 27

4.1 Desenho do Estudo ........................................................................................................ 27

4.2 Local do Estudo ............................................................................................................. 27

4.3 População do Estudo ...................................................................................................... 27

4.4 Fonte de Dados .............................................................................................................. 28

4.5 Análise de Dados ........................................................................................................... 29

4.6 Considerações Éticas ..................................................................................................... 30

5. RESULTADOS .................................................................................................................... 31

5.1 Características Da População De Estudo............................................................................ 31

5.2 Avaliação do Nível de Ansiedade ...................................................................................... 32

6. DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 37

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 41

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 42

Page 14: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

14

INTRODUÇÃO

É comum as pessoas experimentarem o sentimento de desconforto e medo, em algumas

situações de se expressar em público ou interagir socialmente. Sentir ansiedade é natural na

vida humana, é uma experiência do cotidiano da vida, a qual, em grau menor, é útil para o ser

humano, mas em intensidade maior é pode se tornar destrutiva. A ansiedade é uma experiência

comum a qualquer ser humano, trata-se de uma resposta adaptativa e positiva para diversos

acontecimentos da nossa vida. A ansiedade é um estado de apreensão ou tensão, que pode se

manifestar através de sensações físicas, induzindo pela expectativa de perigo, sendo assim

caracterizado por sinais e sintomas inespecíficos, que juntos trazem uma sensação desagradável

de expectativas, e medo quanto ao futuro.

A ansiedade é uma experiência comum a qualquer ser humano. Quem já não se sentiu

apreensivo, com dor de cabeça, palpitação, respiração rápida, aperto no peito, desconforto

abdominal ou inquietação? Em muitos casos a ansiedade é uma resposta adaptativa e positiva

para diversos acontecimentos da nossa vida. (OTTAVIANO et al., 2012)

O termo ansiedade segundo Brandão (2002, pag. 145), é um estado de apreensão ou

tensão, que frequentemente, pode ser acompanhado por uma ou mais sensações físicas, que

apresentam do sentimento de perigo, dor e esforço especial”, sendo assim caracterizado por

sinais e sintomas inespecíficos, que juntos trazem uma sensação desagradável de expectativas,

e medo quanto ao futuro.

A ansiedade é responsável por preparar o indivíduo para situações de ameaça e perigo.

Juntamente com o medo, eles envolvem fatores cognitivos, comportamentais, afetivos,

fisiológicos e neurológicos que modulam a percepção do indivíduo ao ambiente, provocando

respostas específicas e direcionando a algum tipo de ação. A ansiedade pode ser definida como

uma condição orientada para o futuro, caracterizada por: apreensão relativa à percepção de não

poder controlar ou prever eventos potencialmente aversivos; sintomas corporais de tensão

física; e desvio do foco de atenção para esses eventos potencialmente aversivos ou às respostas

afetivas eliciadas por eles (DESOUSA et al., 2013).

Page 15: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

15

Segundo (MESQUITA et al., 2016) os acadêmicos apresentam ansiedade ao passar

eventos estressantes durante a seu percurso na universidade. É um momento o qual existe uma

pressão exercida por familiares e professores, apresentação de trabalhos, realização de provas,

falta de lazer, privação do sono, expectativas em relação ao futuro, tendo maior chance de

desenvolverem ansiedade. O período acadêmico não se constitui exceção, exigindo que o

estudante universitário vivencie uma série de mudanças, podendo precipitar o aparecimento de

estresse, bem como alterações no desempenho.

Ansiedade é responsável por preparar o indivíduo para situações de ameaça e perigo.

Juntamente com o medo, eles envolvem fatores cognitivos, comportamentais, afetivos,

fisiológicos e neurológicos que modulam a percepção do indivíduo ao ambiente, provocando

respostas específicas e direcionando a algum tipo de ação. (CARDOZO et al., 2016)

Na vida universitária é repleto de adaptações e de mudanças na rotina e nos hábitos de

vida dos estudantes que passam a enfrentar não só os desafios relacionados com a vida

independente, uma vez que começam a morar sozinhos e a agir com autonomia, mas também

enfrentam desafios acadêmicos, que se configuram em situações que predispõem, ao estresse e

à ansiedade. (CHAVES et al., 2015). Essa alta ansiedade pode acarretar redução do rendimento

da aprendizagem nas tarefas cotidianas, sugerindo que esta pode interferir no comportamento

declarativo, tão importante durante a formação profissional, acarretando danos ao

conhecimento profissional e ao aprendizado, e podendo culminar, inclusive, no abandono do

curso e até em suicídio.

O público universitário enfrenta dificuldades para prática do autocuidado e de atividades

físicas, tanto relacionada ao tempo disponível, quanto relacionado ao acesso a práticas

diferenciadas e ao valor que normalmente precisa ser dispendido para a realização de algumas

práticas. O projeto de extensão “Saúde mental é essencial” oferece yoga, terapia comunitária e

meditação ativa gratuitamente e semanalmente para toda a comunidade acadêmica. Diante disso

buscou-se avaliar o perfil dos participantes das atividades terapêuticas elaborada pelo “Projeto

Saúde Mental é Essencial” desenvolvido pela Universidade do Estado de Mato Grosso neste

primeiro ano de realização de práticas semanais.

Page 16: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

16

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 História da Ansiedade

A ansiedade tem se manifestado de forma significativa no último século e isso se

relaciona às mudanças ocorridas na esfera econômica, social e cultural, uma vez que tais

mudanças acabaram exigindo que a população se adapte a um ritmo de vida novo, ao qual não

estão acostumados, tornando o século XX conhecido como era da ansiedade (LIMA et al.,

2017).

No início do século XX, embora já fossem discutidos conceitos sobre fatores

psicológicos na ansiedade, os sintomas ansiosos ainda estavam associados a fatores hereditários

e biológicos. O francês Pierre Janet (1859- 1947) descreveu a ‘psicastênica’, um quadro ansioso

com sintomas somáticos e obsessivos, associando a esse quadro uma falência de sentimentos e

uma liberação de comportamentos primitivos. Essa síndrome englobaria diversos transtornos

mentais, obsessões, fobias e compulsões e inclusive os de ansiedade.

Existem relatos de ansiedade desde séculos antes de Cristo. Porém, ela só começa a

chamar atenção da medicina a partir do século XIX, quando começou a ser considerado um

quadro patológico específico (PEREGRINO 1997). Ilíada, uma obra clássica do poeta Homero,

relata momentos aos quais chamamos hoje e dia de estados ansiosos. Nessa obra, escrita em

meados de VIII a.C., são relatados como decorrentes momentos de invasão ou visitação de

Deuses (SHORTER, 1997; NARDI, 2006).

Fobia é um termo utilizado para nomear certos transtornos de ansiedade, tem origem

grega. A palavra teve origem por meio dos filhos de Ares e Afrodite, denominado Fobos. Ele

era responsável por injetar covardia e medo nos corações dos inimigos de seu pai durante as

batalhas, afim de faze-los fugir da luta (VIANA, 2010).

Segundo Pereira (1997), a palavra ansiedade vem do grego agkho, que significa

estrangular, sufocar, oprimir. Angustia e pânico são termos que estão relacionados a ansiedade,

que, respectivamente, são originados do latim e do grego. Cordeiro (2016) subdivide a

ansiedade em duas modalidades, sendo elas traço e estado. De acordo com o autor, a ansiedade

é aquela que está relacionada ao momento, que é passageira e causa sentimentos como

apreensão, preocupação, e reações emocionais desagradáveis. Em contrapartida, a ansiedade

traço é marcada pelas diferenças individuais, de maneira a alarmar-se quando identificar

Page 17: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

17

situações estressantes, perigosas, situações de ameaça, reagir de maneira alegórica a sua

personalidade.

Se a ansiedade, vista como um quadro patológico passou a ser relatada e/ou reconhecida

no final do século XIX, ela enquanto sintoma clínico esteve relacionada ao conceito de neurose

em época mais antiga (CORDÁS, 2004). O termo hipocondria, proposto como o masculino de

histeria, derivou o termo neurastenia, que deu origem a Angstneurose. Assim como em todos

esses casos acima, como também nas fobias, neuroses obsessivas, a ansiedade surge como

principal sintoma (VIANA, 2010).

Durante os séculos seguintes, todo tipo de transtorno mental passa a ser vista do ponto

de visto ontológico, demonstrada em uma passagem do Novo Testamento chamado “O

endemoniado de Gerasa”, (MARCOS 5:1-11):

Chegaram a outro lado do mar, ao território dos gerasenos. Ao sair Jesus da barca,

foi logo ter com ele, saindo dos sepulcros, um homem possesso de um espírito

imundo, o qual tinha o seu domicílio nos sepulcros, e nem com cadeias o podia

alguém ter preso; porque, tendo sido atado por muitas vezes com grilhões e com

cadeias, tinha quebrado as cadeias e despedaçado os grilhões, e ninguém o podia

domar. E sempre, dia e noite, andava pelos sepulcros e pelos montes, gritando e

ferindo-se com pedras. Vendo, porém, a Jesus de longe, correu, prostrou-se diante

dele e, clamando em alta voz, disse: Que tens tu comigo, Jesus, Filho de Deus

Altíssimo? Eu te conjuro por Deus que não me atormentes. Porque Jesus dizia-lhe:

Espírito imundo, sai deste homem. E perguntou-lhe: Que nome é o teu? Ele

respondeu: O meu nome é Legião, por que somos muitos. E suplicava-lhe

instantemente que não o expulsasse daquele país.

Andava ali pastando ao redor do monte uma grande vara de porcos. Os espíritos

suplicavam-lhe dizendo: Manda-nos para os porcos, para nos pormos neles. Jesus

deu-lhes essa permissão. Saindo os espíritos imundos, entraram nos porcos; e a

vara, que era de cerca de dois mil, precipitou-se por um despenhadeiro no mar, e

aí se afogou.

Os que andavam apascentando fugiram e foram espalhar a notícia pela cidade e

pelos campos. O povo foi ver o que tinha sucedido. Foram ter com Jesus e viram

o endemoniado sentado, vestido e são do juízo (...).

Segundo Millon (2004), é após o surgimento da teologia Judaico-Cristã, que se inicia o

terceiro modelo ontológico de enfoque dos transtornos mentais, a chamada fase demonológica.

Considerando a teoria desse modelo, existem duas forças superiores que disputam entre si,

sendo uma delas a positiva, representada por Deus, e a outra destrutiva e negativa, representada

por forças demoníacas. Sendo assim, seguindo essa linha de pensamento, métodos como

exorcismo eram adotados como tratamento para tais “doenças”.

Conforme Shorter (1997), na virada do século XVII, histeria passa a ser o termo usado

para denominar quadros de mulheres acusadas de bruxarias. Para Stone (1999), o médico

Page 18: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

18

Edward Jorden (1569-1632) foi um dos primeiros a fazer essa relação acima citada. Esses casos

de histeria, apresentavam vários sintomas, entre eles, ansiedade e depressão eram os principais.

Na obra, o autor utiliza pela primeira vez o termo “exaustão nervosa” de maneira

semelhante ao que será posteriormente chamado de “neurastenia” pelo médico americano

George M. Beard, na primeira metade do século XIX. Whytt afirma que as condições

patológicas abordadas em seu tratado estão todas relacionadas ao funcionamento dos nervos.

Mulheres e crianças, segundo ele, eram mais suscetíveis a desenvolverem estes quadros clínicos

do que homens. Por todo o século XVIII, portanto, quadros que incluíam sintomas de ansiedade

e depressão eram denominados “doenças dos nervos” ou, como proposto por Cullen, neuroses

(SHORTER, 1997).

O termo histeria passa a ser muito discutido e começa a despertar grande interesse da

medicina, principalmente a partir do século XVII. Foi no ano de 1618, que o médico Charles

LePois (1563-1633) discorda da teoria de que os quadros histéricos estavam relacionados a

movimentação do sangue do útero ao cérebro, argumentando que, a histeria podia instalar-se

em homens também. Surge então, a teoria de que esses eventos estariam associados ao sistema

nervoso, já que os episódios eram parecidos com uma convulsão (STONE, 1999).

Ainda no século XVII, um médico chamado Robert Burton (1577-1640) descreve um

quadro de ansiedade:

O medo torna o homem vermelho ou pálido, faz-lhe tremer e suar; uma onda de

frio ou calor percorre-lhe o corpo, seu coração palpita (...) muitos homens ficam

tão atônitos com o medo, que perdem a noção de onde estão ou do que estão

fazendo, e, o que é pior, (o medo) a tortura por muitos dias seguidos (...). (p. 32,

parág. 03).

Já na metade do século XIX, Otto Domruch descreu transtorno de pânico, que na época,

era denominado “ataques de ansiedade”, que apresentava sintomas como arritmias, vertigem,

sudorese, entre outros, que se dava pelo medo de ir as batalhas (VIANA, 2010).

Segundo Pereira (1997), alguns anos depois, Jacob Mendez DaCosta determinou o

termo “Síndrome do coração irritável” para o mesmo quadro clínico citado acima. Da Costa

trabalhou durante a Guerra Civil Americana (1861-1865), em 1871 relatou ter encontrado essa

síndrome em 300 ex-soldados, os quais apresentavam os mesmos sintomas citados acima,

arritmias cardíacas, tonturas, e não tinha um fator desencadeador para tais. Ao descartar

qualquer hipótese de lesão cardíaca, o médico chegou à conclusão de que essa síndrome estava

Page 19: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

19

relacionada ao sistema nervoso simpático, causando irritabilidade ao coração, oriundo de

esforções intensos.

A ansiedade adquiriu destaque na Psiquiatria através do médico austríaco Sigmund

Freud (1856-1939). Ao estudar mais a fundo ansiedade, conseguiu diferenciar Angstneurose de

neurastenia, ansiedade crônica (ansiedade generalizada), dos ataques de ansiedade (ataques de

pânico) (VIANA, 2010).

2.2 Epidemiologia, Sinais e Sintomas (Diagnostico)

Segundo Organização mundial de saúde (OMS, 2017) a distúrbios relacionados à

ansiedade afetam 9,3% (18.657.943) das pessoas que vivem no Brasil. Baixos níveis de

reconhecimento e falta de acesso a tratamentos para depressão e ansiedade levam a uma perda

econômica global estimada de mais de um trilhão de dólares americanos a cada ano. O estigma

associado a esse transtorno mental também permanece elevado.

Conforme Fernandes et al. (2013) a ansiedade é transtorno psicológico que se traduz por

um sentimento de insegurança ou medo sem fundamento real. Todos nós somos ansiosos em

determinado momento da vida sem que isso seja patológico. Existem diferentes graus de

ansiedade. Em algumas pessoas, a ansiedade pode expressar um sentimento de medo,

inquietação, sensação de perigo iminente, em alguns casos, a ansiedade é acompanhada por

algumas manifestações físicas, tais como, secura de boca, pulso acelerado, transpiração,

taquicardíaco, vertigens e angústia. É necessário saber que a ansiedade é no início, uma reação

normal, um sinal de alarme do organismo perante certos acontecimentos da vida quotidiana.

Além disso, as dificuldades pessoais de inserção na sociedade, os conflitos interiores no

domínio afetivo, emocional e sexual podem conduzir a uma sintomatologia ansiosa. A dor e o

abuso de certas substâncias (café, chá, tabaco, álcool e drogas diversas) podem também

desencadear episódios ansiosos.

Conforme Grazziano et al. (2004) a ansiedade é conceituada como um fenômeno

adaptativo necessário ao homem para enfrentamento das situações cotidianas, com duração e

intensidade que variam de indivíduo para indivíduo e de acordo com as diferentes situações.

Caracteriza-se por um conjunto de manifestações físicas e psicológicas evidenciadas por

apreensão, alerta e inquietude, entre outros.

Page 20: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

20

A ansiedade e o medo passam a ser reconhecidos como patológicos quando são

exagerados, desproporcionais em relação ao estímulo, ou qualitativamente diversos do que se

observa como norma naquela faixa etária e interferem com a qualidade de vida, o conforto

emocional ou o desempenho diário do indivíduo (CASTILLO, et al. 2000). Tais reações

exageradas ao estímulo ansiogênico se desenvolvem, mais comumente, em indivíduos com uma

predisposição neurobiológica herdada.

A ansiedade é responsável por preparar o indivíduo para situações de ameaça e perigo.

Juntamente com o medo, ela envolve fatores cognitivos, comportamentais, afetivos,

fisiológicos e neurológicos que modulam a percepção do indivíduo ao ambiente, provocando

respostas específicas e direcionando a algum tipo de ação, pode ser definida como uma

condição orientada para o futuro, caracterizada por: apreensão relativa à percepção de não poder

controlar ou prever eventos potencialmente aversivos; sintomas corporais de tensão física; e

desvio do foco de atenção para esses eventos potencialmente aversivos ou às respostas afetivas

eliciadas por eles (DESOUSA, 2013 apud CARTOZO et al., 2016).

Segundo Cruz, et al., (2010) a ansiedade é uma experiência emocional em função da

previsão de situações futuras ou em presença de situações consideradas como desagradáveis

para o indivíduo. Conforme o Manual Diagnostico e Estatístico de Transtornos Mentais (2014)

divide a ansiedade em 6 tipos de transtornos (Quadro 1) sendo eles:

Quadro 1: Descrições dos tipos de ansiedade segundo Manual Diagnostico e Estatístico de

Transtornos Mentais (2014)

Ansiedade excessiva e perturbações

comportamentais

Medo é a resposta emocional a ameaça iminente real ou

percebida, enquanto ansiedade é a antecipação de ameaça

futura. Obviamente, esses dois estados se sobrepõem, mas

também se diferenciam, com o medo sendo com mais

frequência associado a períodos de excitabilidade autonômica

aumentada, necessária para luta ou fuga, pensamentos de

perigo imediato e comportamentos de fuga, e a ansiedade

sendo mais frequentemente associada a tensão muscular e

vigilância em preparação para perigo futuro e

comportamentos de cautela ou esquiva. Eles diferem do medo ou da ansiedade provisórios, com frequência induzidos por

estresse, por serem persistentes em geral durando seis meses

ou mais.

Transtorno de ansiedade social

O indivíduo é temeroso, ansioso ou se esquiva de interações e

situações sociais que envolvem a possibilidade de ser

avaliado. Estão inclusas situações sociais como encontrar-se

com pessoas que não são familiares, situações em que o

indivíduo pode ser observado comendo ou bebendo e

situações de desempenho diante de outras pessoas. A ideação

cognitiva associada é a de ser avaliado negativamente pelos

demais, ficar embaraçado, ser humilhado ou rejeitado ou ofender os outros.

Transtorno de Pânico O indivíduo experimenta ataques de pânico inesperados

recorrentes e está persistentemente apreensivo ou preocupado

com a possibilidade de sofrer novos ataques de pânico ou

alterações desadaptavas em seu comportamento devido aos

ataques de pânico. Incluindo, mas não limitados os ataques de

pânico pode ser usado como um especificador descritivo para

qualquer transtorno de ansiedade, como também para outros

transtornos mentais.

Transtorno de Ansiedade de

Separação

É o medo ou a ansiedade excessiva envolvendo a separação

de casa ou de figuras de apego. A ansiedade exerce o

esperado com relação ao estágio de desenvolvimento do

indivíduo. Os indivíduos com transtorno de ansiedade de separação são relutantes ou se recusam a sair sozinhos devido

ao medo de separação. Eles têm medo ou relutância

persistente e excessiva em ficar sozinhos ou sem as figuras

importantes de apego em casa ou em outros ambientes.

Transtorno de Ansiedade

Generalizada

Ansiedade e preocupação excessivas, o indivíduo com

transtorno de ansiedade generalizada relatam sofrimento

subjetivo devido à preocupação constante e prejuízo

relacionado ao funcionamento social, profissional ou em

outras áreas importantes de sua vida.

Transtorno Obsessivo-Compulsivo É transtornos relacionados incluem transtorno obsessivo-

compulsivo (TOC), transtorno dismórfico corporal,

transtorno de acumulação, tricotilomania (transtorno de

arrancar o cabelo), transtorno de escoriação (skin-picking),

transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno relacionado induzido por substância/medicamento.

Transtorno Dismórfico Corporal Conhecido como dismorfofobia são preocupados com um ou

mais defeitos ou falhas percebidas em sua aparência física,

que acreditam parecer feia, sem atrativos, anormal ou

deformada. As preocupações variam desde parecer “sem

atrativos” ou “não adequado” até parecer “hediondo” ou

“como um monstro”. Podem focar em uma ou mais áreas do

corpo, mais comumente a pele.

Page 21: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

21

2.3 Práticas Integrativas e Complementares

No Brasil, o exercício de práticas em saúde baseado em outras racionalidades em saúde

está amparado pela Portaria 971/2006, que publicou a Política Nacional de Práticas Integrativas

e Complementares (PNPIC) (BRASIL, 2006). E para evidenciar a importância em realizar

estudos nessa temática, considerando que existem inúmeras práticas de saúde no Brasil,

desempenhadas tanto na rede pública quanto na privada, cuja perspectiva segue uma orientação

distinta da biomédica (ANDRADE; COSTA, 2010).

Mediante elaboração de diagnóstico situacional do que já era empregado em diversos

municípios brasileiros antes mesmo da criação do SUS, associado à constatação de critérios

teóricos pré-estabelecidos, dentre eles morfologia, cosmovisão, sistema de diagnose e sistema

terapêutico (SIMONI, 2014), foram denominadas Práticas Integrativas e Complementares

(PIC) a integrar a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares as seguintes

modalidades de cuidado: Medicina Tradicional Chinesa – Acupuntura, Homeopatia, Plantas

Ansiedade excessiva e perturbações

comportamentais

Medo é a resposta emocional a ameaça iminente real ou

percebida, enquanto ansiedade é a antecipação de ameaça

futura. Obviamente, esses dois estados se sobrepõem, mas

também se diferenciam, com o medo sendo com mais

frequência associado a períodos de excitabilidade autonômica

aumentada, necessária para luta ou fuga, pensamentos de

perigo imediato e comportamentos de fuga, e a ansiedade

sendo mais frequentemente associada a tensão muscular e

vigilância em preparação para perigo futuro e

comportamentos de cautela ou esquiva. Eles diferem do medo ou da ansiedade provisórios, com frequência induzidos por

estresse, por serem persistentes em geral durando seis meses

ou mais.

Transtorno de ansiedade social

O indivíduo é temeroso, ansioso ou se esquiva de interações e

situações sociais que envolvem a possibilidade de ser

avaliado. Estão inclusas situações sociais como encontrar-se

com pessoas que não são familiares, situações em que o

indivíduo pode ser observado comendo ou bebendo e

situações de desempenho diante de outras pessoas. A ideação

cognitiva associada é a de ser avaliado negativamente pelos

demais, ficar embaraçado, ser humilhado ou rejeitado ou ofender os outros.

Transtorno de Pânico O indivíduo experimenta ataques de pânico inesperados

recorrentes e está persistentemente apreensivo ou preocupado

com a possibilidade de sofrer novos ataques de pânico ou

alterações desadaptavas em seu comportamento devido aos

ataques de pânico. Incluindo, mas não limitados os ataques de

pânico pode ser usado como um especificador descritivo para

qualquer transtorno de ansiedade, como também para outros

transtornos mentais.

Transtorno de Ansiedade de

Separação

É o medo ou a ansiedade excessiva envolvendo a separação

de casa ou de figuras de apego. A ansiedade exerce o

esperado com relação ao estágio de desenvolvimento do

indivíduo. Os indivíduos com transtorno de ansiedade de separação são relutantes ou se recusam a sair sozinhos devido

ao medo de separação. Eles têm medo ou relutância

persistente e excessiva em ficar sozinhos ou sem as figuras

importantes de apego em casa ou em outros ambientes.

Transtorno de Ansiedade

Generalizada

Ansiedade e preocupação excessivas, o indivíduo com

transtorno de ansiedade generalizada relatam sofrimento

subjetivo devido à preocupação constante e prejuízo

relacionado ao funcionamento social, profissional ou em

outras áreas importantes de sua vida.

Transtorno Obsessivo-Compulsivo É transtornos relacionados incluem transtorno obsessivo-

compulsivo (TOC), transtorno dismórfico corporal,

transtorno de acumulação, tricotilomania (transtorno de

arrancar o cabelo), transtorno de escoriação (skin-picking),

transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno relacionado induzido por substância/medicamento.

Transtorno Dismórfico Corporal Conhecido como dismorfofobia são preocupados com um ou

mais defeitos ou falhas percebidas em sua aparência física,

que acreditam parecer feia, sem atrativos, anormal ou

deformada. As preocupações variam desde parecer “sem

atrativos” ou “não adequado” até parecer “hediondo” ou

“como um monstro”. Podem focar em uma ou mais áreas do

corpo, mais comumente a pele.

Page 22: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

22

Medicinais e Fitoterapia, Termalismo – Crenoterapia e por fim, a Medicina Antroposófica

(BRASIL, 2006).

A OMS caracteriza a Prática Integrativa e Complementar como um conjunto sistemas,

recursos terapêuticos e abordagens que buscam estimular os mecanismos naturais de prevenção

de agravos e recuperação da saúde por meio de tecnologias eficazes e seguras, com ênfase na

escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano

com o meio ambiente e a sociedade, e uma visão ampliada do processo saúde/doença e a

promoção global do cuidado humano, especialmente do autocuidado (WHO, 2006).

Segundo a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) as

práticas integrativas contemplam uma abordagem terapêutica “que buscam estimular

mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde por meio de tecnologias

eficazes e seguras” (BRASIL, 2006), a partir de uma escuta acolhedora e com uma visão ampla

do processo de adoecimento, incentivando o autocuidado. Essas práticas são reconhecidas pela

Organização Mundial da Saúde como Medicina Tradicional Complementar/Alternativa.

Como objetivos, a política se propõe a incorporação das Práticas Integrativas e

Complementares (PIC) no SUS; a racionalização das ações em saúde, por meio do estimulo de

alternativas inovadoras e que contribuam para o desenvolvimento sustentável; e o estímulo de

ações de controle/participação social com o envolvimento dos usuários, gestores e

trabalhadores (BRASIL, 2006).

A partir do exposto, o uso das PIC implica em vantagens para o cuidado em saúde.

Diversos estudos referem que a adoção de práticas complementares contribui

consideravelmente para uma melhor qualidade de vida e integração social. Ainda, ressalta-se o

desenvolvimento da autonomia, empoderamento e co-responsabilização dos usuários aos

tratamentos e cuidados com a saúde, pois acredita-se que a medida em que o indivíduo reflete

sobre sua saúde e condição de vida, torna-se consciente das ações saudáveis, e assim, tende a

apresentar maior envolvimento com os cuidados e manutenção de sua saúde (SCHVEITZER;

ESPER; SILVA, 2012).

Esses três aspectos (autonomia, empoderamento e co-responsabilização) constituem-

se diretrizes da Política Nacional de Promoção de Saúde, publicada em 2006, evidenciando

ainda uma relação direta entre as PIC com a Promoção de Saúde ( BRASIL, 2006).

Outro benefício promovido pelas PIC é que apresentam-se como alternativa ao uso de

medicamentos alopáticos. Nesse aspecto é possível constatar duplo benefício. O primeiro a ser

Page 23: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

23

mencionado está relacionado à diminuição do risco de iatrogenia (TESSER; SOUSA, 2012;

CINTRA; FIGUEIREDO, 20). Béria (2004) sobre essa temática apresenta alguns dados

curiosos, como por exemplo, quanto maior o número de prescrições, menor é a percentagem de

medicamentos adequados. Afirma que a prescrição de medicamentos ocorre em cerca de 80%

das consultas médicas na Atenção Primária, o que demonstra a relevância da temática. O

segundo benefício elencado diz respeito à redução dos gastos financeiros do SUS pelo uso de

medicamentos que poderiam ser dispensáveis a partir da adoção de outras práticas em saúde

(ISCHKANIAN; PELICIONI, 2012).

Sendo assim a Ioga consiste em um método de auto regulação consciente que conduz à

integração física, mental e espiritual da personalidade humana e possibilita relação harmônica

do homem com o meio que o rodeia. A execução de exercícios de ioga proporciona mudanças

e benefícios no funcionamento de todo o organismo e permite melhora das funções psíquicas,

tanto cognitivas como afetivas, melhorando a memória, reduzindo a tensão emocional, a

depressão, a ansiedade e a irritabilidade (GONZÁLEZ; WATERLAND, 1998a).

Essa prática também traz benefícios para o tratamento de doenças de ordem psíquica,

tais como neuroses, estados psicóticos e pré-psicóticos, e melhora de sintomas relacionados ao

estresse, promovendo relaxamento e maior sentimento de autodomínio. Além disso, os

exercícios de ioga podem melhorar a coordenação psicomotora e os processos de atenção e

concentração, que geralmente estão afetados em um paciente psiquiátrico (GONZÁLEZ;

WATERLAND, 1998b).

A terapia comunitária se caracteriza por ser um espaço de palavra, escuta e construção

de vínculos, com o intuito de oferecer apoio a indivíduos e famílias que vivem situações de

estresse e sofrimento psíquico. Sua função não é resolver os problemas das pessoas, e sim,

suscitar uma dinâmica que possibilite a criação de uma rede de apoio aos que sofrem

(BARRETO, 2008).

Essa prática pode ser definida como um espaço comunitário onde se procura partilhar

experiências de vida e sabedorias, de maneira horizontal e circular, em um ambiente acolhedor

e caloroso no qual todos se tornam co-responsáveis na busca de soluções e superação para os

desafios do cotidiano (BARRETO, 2008).

A Terapia Comunitária apresenta como características básicas a discussão e a realização

de um trabalho de saúde mental preventiva de base comunitária. Enfatiza o trabalho de grupo

como instrumento de agregação social, e, a partir dessa dinâmica, propõe a criação gradual da

Page 24: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

24

consciência social para que os indivíduos descubram as potencialidades terapêuticas

transformadoras adquiridas a partir do sofrimento humano.

A outra forma de práticas complementares é a meditação ativa é que o treino da

concentração leva à superação da distração, de forma que quanto mais concentrada a mente

estiver, menos perturbação ela sofrerá. Consequentemente, quanto menos a mente se perturbar,

menos ela estará suscetível a desequilíbrios ou, dito de outra forma, quanto mais concentrada a

mente estiver, tão mais estável ela estará. É por isso que, tradicionalmente, diz-se que o objetivo

da meditação é facilitar e gerar uma estabilidade mental e emocional (WALLACE; SHAPIRO,

2006).

Operacionalmente, a meditação sentada e silenciosa tem sido descrita a partir de um

conjunto de cinco parâmetros: 1) deve ser uma técnica claramente definida, 2) com a qual se

alcança algum relaxamento físico e 3) da lógica ao longo do processo, 4) sendo um estado auto

induzido, 5) através da utilização de um foco (CARDOSO; SOUZA; CAMANO; LEITE,

2004).

O foco, ou âncora, pode ser fechado, caracterizando o subtipo meditativo concentrativo,

também chamado de meditação da atenção focada, ou pode ser um foco aberto, caracterizando

o subtipo meditativo cefálico também designado de meditação do monitoramento aberto

(DAVIDSON; LUTZ, 2008).

Através das características citadas até aqui, pode-se perceber aspectos comuns entre esta

prática e a ciência psicológica. Da mesma forma que nas psicoterapias, por exemplo, através da

meditação também se busca a redução do sofrimento psicológico e o cultivo de qualidades

positivas, como o bem-estar. Este seria um dos principais pontos convergentes entre as práticas

meditativas e a psicologia, pois ambas se apoiam na premissa de que é possível conquistar

níveis cada vez maiores de realização pessoal e que este processo depende do próprio paciente

ou do próprio praticante, através da auto-observação e do crescente conhecimento de si

(WALLACE; SHAPIRO, 2006).

E para aplicação dessas práticas integrativas complementares a Universidade do Estado

de Mato Grosso através do projeto “Saúde Mental é Essencial” desenvolvido pelo grupo de

pesquisa CISMA vinculada a Faculdade de Ciências da Saúde do Campus de Cáceres

desenvolveu um projeto com o objetivo de analisar a prevalência de sintomas de ansiedade em

acadêmicos, assim como seus fatores desencadeantes e suas estratégias de enfrentamento de

estresse. O projeto Saúde Mental é Essencial envolve acadêmicos, funcionários da universidade

Page 25: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

25

e a comunidade com objetivo de oferecer práticas integrativas como Yoga, Terapia Comunitária

e Meditação ativa proporcionando melhorias na qualidade de vida mental da população.

Page 26: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

26

3.OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Descrever o perfil dos participantes das atividades terapêuticas desenvolvidas pelo

projeto “Saúde mental é essencial”, na universidade do Estado de Mato Grosso, campos de

Cáceres, no ano 2018.

3.2 Objetivos Específicos

1. Conhecer o perfil demográfico dos participantes, bem como as características de adesão

as PICs.

2. Analisar o perfil geral de ansiedade dos participantes das atividades terapêuticas, bem

como os benefícios percebidos pelos mesmos.

Page 27: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

27

4 METODOLOGIA

4.1 Desenho do Estudo

O delineamento do estudo é observacional transversal de caráter quantitativo e

qualitativo.

4.2 Local do Estudo

A pesquisa faz parte de um projeto piloto, sob o título Saúde Mental e Essencial

desenvolvido pelo curso de Enfermagem, Campus Jane Vanini em Cáceres. Este estudo foi

realizado na Universidade do Estado de Mato Grosso "Carlos Alberto Reyes Maldonado"

(UNEMAT) no campus universitário de Cáceres “JANE VANINI”. O município de Cáceres

possui uma população estimada em 90.518 mil habitantes, área territorial de 24.577,114 Km²,

localizado na região sudoeste do estado de Mato Grosso (MT) possui fronteira com a Bolívia,

e está a 210 km da capital do estado de Mato Grosso, Cuiabá, e a pecuária como principal

atividade econômica (IBGE, 2016).

A UNEMAT é uma universidade pública brasileira, fundada em 20 de julho de 1978 e

mantida pelo governo do estado de Mato Grosso, com a sede administrativa no município de

Cáceres. Atualmente possui 13 campos universitário, sendo esses distribuídos nos municípios

de Alta Floresta, Alto Araguaia, Barra do Bugres, Cáceres, Colíder, Diamantino, Juara, Luciara,

Nova Mutum, Vila Rica, Nova Xavantina, Pontes e Lacerda, Sinop e Tangará da Serra.

A Faculdade de Ciências da Saúde (FACIS) do campus de Cáceres possui atualmente

três cursos, sendo eles: licenciatura em Educação física com duração de quatro anos; bacharel

em Enfermagem com duração de 5 anos e bacharel em Medicina com duração de 6 anos. Estão

matriculados em média 2.140 alunos (SILVA, 2014). A UNEMAT tem importante contribuição

para a sociedade mato-grossense, principalmente para as pessoas do interior do Mato Grosso.

(SILVA, 2014).

4.3 População do Estudo

Page 28: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

28

A população deste estudo foi composta por todas as pessoas que participaram de alguma

atividade terapêutica desenvolvida pelo projeto sendo eles, professores, técnicos, alunos da

universidade e comunidade. Das atividades disponível, foram realizadas yoga, meditação ativa

e/ou terapia comunitária.

Os critérios de inclusão foram: participar voluntariamente das atividades propostas,

preencher o formulário avaliativo e mediante assinatura do TCLE de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE).

Quanto os critérios de exclusão foram: desistir de forma voluntária por meio de

documento formal.

4.4 Fonte de Dados

A principal fonte de dados foi o formulário de avaliação aplicado após as atividades

desenvolvidas pelo “projeto Saúde Mental Essencial “ as plásticas ocorria na sala de turismo na

Universidade do Estado de Mato Grosso .Com profissionais voluntários, nos dias 08, 09,10,

14, 15, 21 e 24 de maio do ano de 2018.Com as plásticas de yoga nas segunda –feiras das 11:30

ás 12:30 minutos, terapia comunitária nas terça –feiras das 18:00 ás19:30minutos ,meditação

ativa ocorria nas quinta-feira das 18:30 ás 19:30minutos.

Os participantes responderam a um questionário com questões sobre condições atividade

realizado, sexo, raça/cor, orientação sexual, categoria funcional, instituição, semestre eles

respondia a parte do teste Escala Hospitalar de Ansiedade (EHAD) aonde tinham as questões

:1 -Eu sinto tensa(o) ,3-eu sinto uma espécie de medo como s alguma coisa ruim fosse

acontecer,-5 estou com a cabeça cheia de preocupação,7- consigo ficar sentada á vontade e me

sentir relaxado,-9 eu tenho uma sensação ruim de medo, com um frio na barriga ou uma aperto

no estomago, 11-eu me sinto inquieta(o),como se eu não pudesse ficar parada(o) em lugar

nenhum ,13-de repente ,tenho a sensação de entrar em pânico .Construído uma planilha onde

foi do Microsoft Office Excel 2010 ,colocado os dados dos questionários aonde foi calculado

as pontuações que variava de 0-7 pontos para impossível ,de 8-11 pontos improvável ,de12-21

pontos provável.

(Apêndice 1). Após responder essas questões os mesmos respondiam o teste de Escala

Hospitalar de Ansiedade e Depressão (EHAD)- Avaliação do Nível de Depressão e Ansiedade

Page 29: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

29

(ZIGMOND; SNAITH, 1983; BOTEGA et al. 1995) dos quais sete são voltados para a

avaliação da ansiedade (HADS-A) e sete para a depressão (HADS-D).

4.5 Análise de Dados

Os dados obtidos com a coleta da pesquisa foram salvos automaticamente numa planilha

do Microsoft Office Excel 2010.

Foram construídas tabelas e gráficos para ilustrar a distribuição de frequências das

variáveis em estudo. Para as variáveis raça/cor, sexo, orientação sexual, categoria funcional,

instituição, curso e semestre foi realizada a análise descritiva dos resultados do questionário

(analise descritiva: frequência absoluta simples e relativa percentual) com os dados tabulados

no Microsoft Excel 2018 e após aplicação do teste a contagem dos pontos por meio das

respostas.

Para analisar a prevalência de sintomas depressivos nos participantes da pesquisa foi

utilizada a escala EHAD, e o cálculo da pontuação foi feito da seguinte forma:

A cada um dos seus itens pode ser pontuado de zero a três, compondo uma pontuação

máxima de 21 pontos para cada escala (Apêndice 2).

Para a avaliação da frequência da ansiedade e da depressão foram obtidas as respostas

aos itens da EHAD. Foram adotados os pontos de cortes apontados por Zigmond e Snaith (1983)

recomendados para ambas as sub-escalas:

HAD-ansiedade: sem ansiedade de 0 a 8, com ansiedade ≥ 9;

HAD-depressão: sem depressão de 0 a 8, com depressão ≥ 9

Na análise qualitativa foi realizado uma entrevista informal no qual os áudios foram

arquivados em aparelho tecnológico, e posteriormente transcrevido no computador, após a

aceitação mediata TCLE (Apêndice 3).

Apenas três participantes compareceram em todas as atividades para oferecer respostas

sobre redução da ansiedade. Para verificar a veracidade da presença dos participantes foi

realizado um diário de campo descritivo, tendo por objetivo analisar as expectativas dos

participantes em relação às atividades, o sentimento que os mesmos apresentavam ao participar

de alguma das oficinas, bem como na atividade de yoga, onde os participante demonstravam

curiosidade.

Page 30: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

30

4.6 Considerações Éticas

Este estudo foi aprovado no dia 06 de Dezembro de 2016, pelo Comitê de Ética em

Pesquisa (CEP) da UNEMAT, número do parecer 1.851.630, cumprindo-se os princípios éticos

estabelecidos na Resolução 466/2012 do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONEPE)

e a Norma Operacional 001/2013 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) (Anexo II).

Todos os acadêmicos, técnicos, professores e comunidade, que participaram da pesquisa

foram informados sobre os objetivos da pesquisa e sobre o anonimato do questionário,

assinando Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apêndice II) antes da

aplicação do questionário. Embora os riscos da pesquisam sejam mínimos para os participantes,

existe uma pequena variável que inclui, expor os participantes aos constrangimentos de se

expor, desgaste de tempo. Para reduzir esses transtornos, medidas foram tomadas, tais como,

proporcionar maior conforto, uma sala apropriada e privativa para a pratica, proporcionando

privacidade.

Page 31: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

31

5 RESULTADOS

5.1. Características da População de Estudo

A prática usada pelos profissionais e alunos voluntários do projeto foi de acordo com

estudos de Adlaf; Gliksman; Demers; Newton (2001) usando como métodos de tratamento para

ansiedade atividades que envolvessem uma rede de apoio para os estudantes ou sociedade,

atividades recreativas, o aconselhamento individual, ou ainda, terapia comunitária, atividades

baseadas na religião ou espiritualidade da pessoa.

A pesquisa contemplou 19 participantes, a maioria era do sexo feminino (84,21%).

Cerca de 63,16% (n=8) declararam-se brancos. Aproximadamente 36,8% (n=7) dos estudantes

eram do curso de Enfermagem. Na categoria funcional 63,16% (n=12) eram alunos da

universidade. As práticas 36,84% (n=7) realizam a meditação ativa como práticas integrativas

complementares. (Tabela 1).

Tabela 1 - Distribuição das variáveis e sociodemográfica dos participantes da Oficina Saúde

Mental e Essencial, Cáceres-MT, 2018.

Variáveis N %

Sexo

Masculino 3 15,79

Feminino 16 84,21

Raça\Cor\Etnia

Parda 4 21,05

Branca 8 21,05

Negra 4 42,11

Não responderam 3 15,79

Curso

Educação Física 1 5,26

Enfermagem 7 36,80

Medicina 1 5,26

Agronomia 1 5,26

Geografia 1 5,26

Matemática 1 5,26

Categoria Funcional

Alunos 12 63,16

Professor 1 5,26

Técnico 6 31,58

Page 32: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

32

Práticas

Meditação Ativa 7 36,84

Terapia Comunitária 6 31,58

Yoga 5 26,32

Total

5.2 Avaliações do Nível de Ansiedade

Tabela 2- Avaliações do nível de ansiedade dos participantes da Oficina Saúde Mental e

Essencial, Cáceres-MT, 2018

TEMPO QUE SE SENTEM ANSIOSOS:

BOA PARTE DO TEMPO 47,37%

DE VEZ EM QUANDO E MAIOR PARTE DO TEMPO 31,58 %

MAIOR PARTE DO TEMPO 10,53%

SENTIMENTO DE ALGO RUIM ESTÁ POR OCORRER:

SIM, MAS NÃO É MUITO FORTE 42,11 %

SENTEM, MAS NÃO PREOCUPA 10,53 %

NÃO TEM 47,37%

PREOCUPAÇÃO

BOA PARTE DO TEMPO 42,11 %

TODO TEMPO 26,32 %

DE VEZ EM QUANDO 15,79 %

DESCANÇO/RELAXAR

POUCAS VEZES 52,63%

QUAZE SEMPRE 21,05%

MEDO

DE VEZ EM QUANDO 52,63%

NUNCA 26,32%

PÂNICO

NÃO TEM 57,39%

DE VEZ EM QUANDO 6,32%

Page 33: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

33

VARIAS VEZES 10,53%

SATISFAÇÃO COM A OFICINA

TOTALMENTE SATISFEITO 47,37%

MUITO SAFISFEITO 21,05%

Aos resultados dos escores avaliados segundo a EHAD, a prevalência geral de sintomas

prováveis de ansiedade dos participantes foi de 10,53% (n=19), enquanto dos demais

entrevistados apresentaram prevalência de 68,42% (n=13) de sintomas possíveis de ansiedade

e prevalência de 21,05% (n=4) para sintomas improváveis (Figura 1).

Figura 1 – Prevalência de sintomas ansiedade dos participantes da Oficina Saúde Mental e

Essencial, Cáceres-MT, 2018.

5. 3. Entrevistas

Foram realizadas três entrevistas com os participantes que frequentaram todos os dias das

oficinas. Nas três perguntas foi questionado o que significou a participação do projeto para o

mesmo. Abaixo segue relatos participantes.

0

2

4

6

8

10

12

14

Provável Possivel Improvável

Pre

vale

nci

a (

%)

Classificação dos escores de Depressão

Page 34: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

34

Questão1- O que significou o projeto para você?

‘‘Eu no início fui um pouco resistente ao projeto, mas assim, eu conseguir ver, que isso traria

mudança para mim não só fisicamente como psicológicas. Para mim, eu acho que o psicológico

foi o que trouxe maior retorno’’. (Participante 1)

‘‘Olha no semestre passado significou bastante coisa, por que eu cheguei eu não conhecia

ninguém, daí estava bem difícil de adaptar a cidade, a nova faculdade, foi um período que eu

não estava muito bem, daí ainda relutei no começo do projeto, fiquei sabendo desde do início,

desde quando que entrei que a atividade não tinha nada a ver comigo, mais ai cheguei no nível

de solidão que foi uma palavra que eu não tinha vivido antes, e eu acha que precisava buscar

ajuda. Daí como tinha esse projeto dei um jeito de enturmar com galera e resolvi entrar. O

projeto de início me ajudou a aproximar de outras pessoas, porque eu não tinha contato com

ninguém e não conseguia adaptar com pessoal da sala e não tinha amizade. Então o projeto

para mim significou estar mais entrosado com as pessoas, me fez sentir e fazer parte de algum

grupo e assim inicialmente que o projeto me ajudou’’. (Participante 2)

‘‘É uma coisa nova sabe, eu estava vindo a noite trabalhar e por esta disponível nos dias achei

interessante e vir para ver o que se tratava. Mais em função da correria do dia-a-dia o que

acontece com todas as pessoas é importante este tipo de projeto para aliviar o estresse e ajudar

quem tem um problema, e é importante esse tipo de atividade’’. (Participante 3)

Questão2 - O que mudou na sua vida?

‘‘[...] então falando das questões físicas, a questão da respiração melhorei bastante, de fato a

gente aprende a melhorar o condicionamento físico. O fato de a gente aprender na yoga, por

exemplo, ou na atividade da terapia comunitária, que você também tem uma forma de

tratamento que e uma terapia que você faz em grupo e isso também trazem e trouxeram bastante

mudança e a alimentação que hoje melhorou bastante [...]’’. (Participante 1)

‘‘Eu peguei o gosto pelo a yoga cara, principalmente o yoga é isso ai mudou todos os hábitos.

Comecei a praticar semanalmente lá no instituto e também comecei levar o habito de fazer em

casa, então foi nesse sentido que mudou minha vida. E por eu criar um habito de me exercitar,

querendo ou não o exercício faz bem para o corpo e automaticamente para a mente, então em

Page 35: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

35

questão de vida e isso. Comecei a criar uma rotina os exercícios e me deu ânimo porque já não

estava fazendo mais nada. É eu estava totalmente sedentária, daí com a prática da yoga

mentalmente, quando eu fazia as meditações eu estava melhor. Eu parei de fazer e quando

voltei das férias essa rotina acabou foi ai que senti uma diferença, mais assim quando eu estava

na meditação e no yoga, me sentia melhor’’. (Participante 2)

‘‘Olha estava vindo assim por esportiva, eu não estava com coisa pesada, apesar de que eu

tive uns problemas pessoais no decorrer do caminho. [...] A princípio foi até rápido por falta

de gente na verdade teve uma ou duas, mais foi interessante de ver gente diferente e conhecer

pessoas novas, foi bom à intenção foi válida deve continuar isso aí [...]’’. (Participante 3)

Questão 3-como você se sente em relação a sua ansiedade hoje? Você se sentia

ansioso antes do projeto?

“Sim eu tinha crise de ansiedade de ficar com dor no peito por dois dias depois da crise, e eu

vejo que graças o projeto comecei a levar a sério realmente, eu não me lembro a última vez

que tive crise de ansiedade. Então isso pra mim foi o maior ganho. Sinceramente de tudo da

disposição que a gente tem depois que você faz as atividades, mais e na verdade

psicologicamente falando foi o maior ganho que eu tive por questão da minha ansiedade que

consegui controlar. Eu acho assim, que a gente fica meio querendo ser doutrinador né?

Quando a gente percebe que uma coisa legal que esta te fazendo bem eu tento divulgar, mais

assim, numa coisa que eu tento tomar muito cuidado na abordagem das pessoas para não

aparecer eu estou impondo, forçando ou dizendo que aquilo que ela optou para a vida dela e

errado ou não, mais assim, sempre apresento de alguma forma o que estou fazendo e que estou

gostando muito, e quando isso acontece a gente quer falar para todo mundo que está fazendo

bem. Olha tento sempre chamar quem eu vejo que precisa ou passando por momento difícil, aí

procuro chamar para participar das atividade’’. (Participante 1)

‘‘Eu me sentia e continuo assim em alguns aspectos acho que sim que sou ansioso. Mas é difícil

falar porque quando iniciei o projeto tinha algumas ansiedades, mais essas ansiedades, não

por conta do projeto. O projeto ameniza sim, ajuda amenizar conforme você vai meditando,

tentando fugir do teu ego, ajuda minimiza mais essas aquelas ansiedades passada, aquelas

situações da vida mesmo eu fui contornando e fui fazendo que parasse. Mais hoje em dia tenho

outro tipo de ansiedade mesmo assim, posso meditar, posso fazer yoga, que é difícil eu não me

Page 36: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

36

livrar, sabe e maior do que eu, maior do que as práticas que auxilia se livrar disso. Então as

questões da ansiedade me sentem ansioso, infelizmente num o projeto não foi tão afundo, mas

por conta de mim mesmo, não em relação ao projeto’’. (Participante 2)

‘‘No caso eu tinha ansiedade, hoje descobri que foi ansiedade. É que eu fui para o psiquiátrica

e psicólogo e estou tomando remédio, assistido pela minha família agora assim que estou

ficando mais calmo’’. (Participante 3).

Page 37: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

37

6. DISCUSSÃO

A prevalência dos sinais de ansiedade se concentrou nos acadêmicos em geral com, isto

se dá por representarem o maior número de participantes da pesquisa, bem como as mulheres

as quais frequentaram mais as atividades. Sendo assim, se concentrou os casos de prováveis e

possíveis sintomas de ansiedade com as mesmas porcentagens ditas anteriormente. Este

resultado vai de encontro com outros estudos como de Chaves et al. (2015) que avaliou por

meio de estudo transversal a ansiedade e espiritualidade em estudantes universitários que se

obteve como resultado um nível médio de ansiedade, seguido pelo nível alto.

Ao entrar na universidade o aluno se depara com problemas antes não vivenciados,

como morar longe de casa, momentos de mudança, desenvolvimento, frustração, crescimento,

temores e angústias. Assim, o ambiente que contribuiria na edificação do conhecimento e ser a

base para as suas experiências de formação profissional se torna, por vezes, o desencadeador

de distúrbios patológicos, quando ocorre uma exacerbação da problemática do estresse

acadêmico nos estudantes. Sua rotina de estudos aumenta estresse no decorrer dos semestres, o

estudante fica vulnerável para desenvolver sobrecarga psicológica, isso pode influenciar no

comportamento, desencadeando alguns tipos de transtornos, como por exemplo, os transtornos

de ansiedade ou transtornos ansiosos (FERREIRA et. al., 2009).

Em virtude disso a ansiedade mal administrada traz sérios danos a saúde física e mental

(BRAGA et. al., 2010). Um estudo realizado por Costa et. al.(2015), revelou que cerca de 60%

dos universitários de uma instituição privada de Uberlândia (MG), apresentavam sintomas

psicológicos decorrentes do estresse sofrido durante a graduação.

A ansiedade para Bampi et al., (2013) influencia negativamente na qualidade de vida

dos estudantes e está intimamente ligada ao desempenho no processo de formação e na

realização das atividades acadêmicas. A ansiedade mal administrada afetam os alunos tanto

profissionalmente e pessoalmente, com dificuldades no relacionamento interpessoal, leva ao

abuso de drogas, deterioração do desempenho acadêmico, diminuição da empatia e

adoecimento físico e mental (TABALIPA et al., 2015).

Rezende et al.; (2008) e Carvalho et al.; (2016) apontam também excessivas cargas

horárias, ansiedade progressiva com a finalização do curso, péssima qualidade de vida,

autoestima baixa, irritabilidade, fadiga, autoacusação.

Page 38: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

38

Sendo assim, a fala de Barros et al. (2003) vai de encontro com as respostas dos

participantes em relação a tensão pois 47,37% dos entrevistados no geral se sentem tensos ou

preocupados com alguma situação. A ansiedade muitas vezes se apresenta como sintomas

primários as preocupações antecipatórias excessivas (expectativa apreensiva) relacionadas a

objetos e situações que ocorrem por dias ou meses (CASTILHO et al., 2000).

Outra situação encontrada em nosso estudo é em relação sensação de medo que os

participantes tendem a sentir durante seu dia. De acordo com Cardozo et al. (2016) a ansiedade

é responsável por preparar o indivíduo para situações de ameaça e perigo. Juntamente com o

medo, eles envolvem fatores cognitivos, comportamentais, afetivos, fisiológicos e neurológicos

que modulam a percepção do indivíduo ao ambiente, provocando respostas específicas e

direcionando a algum tipo de ação.

Por outro lado, o traço de ansiedade está relacionado à personalidade de cada pessoa e

se refere às diferenças de reação diante das situações percebidas como ameaçadoras. Dessa

forma, os indivíduos que possuem alto traço de ansiedade tendem a considerar um maior

número de situações como perigosas e, consequentemente, apresentar um aumento do estado

de ansiedade (CHAVES et al., 2015).

Em decorrência de trabalhos anteriores desenvolvidos pelo projeto Saúde Mentais é

Essencial, teve como resultados altos índices de estresse e ansiedade em relação aos acadêmicos

que participaram das pesquisas anteriores. A partir dessas abordagens ofertou atividades na qual

reduzisse a ansiedade dos alunos e participantes, melhorando assim a qualidade de vida dos

mesmos.

Sendo assim, as estratégias de enfrentamento da ansiedade que o acadêmico por utilizar

para melhorar os níveis de estresse são: acupuntura, ioga; utilizar terapias alternativas,

massagem, exercícios, dormir mais, trabalhar menos e administrar melhor seu tempo. As

terapêuticas holísticas incitam mudanças em hábitos de vida e estimulam a participação ativa

do sujeito, melhorando assim a qualidade de vida e seu rendimento acadêmico (NEVES;

SELLI; JUNGES, 2010).

Ao longo das atividades, as anotações do diário de campo e a partir das entrevistas foi

possível perceber que os praticantes meio tímidos, acanhados, isolados, vergonha ao se

relacionar e tenso no decorrer da oficina iam evoluindo praticar de yoga. Em consequência

disso eles iam se soltando e ficando mais relaxado e no final os mesmos relatavam que teve

melhoria na dor que estava sentindo antes de começar a atividade e a diminuição da ansiedade.

Page 39: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

39

Em concordância com observação de campo Melville et al. (2012) fala que a prática da

yoga na área laboral traz redução do estresse, melhoria na qualidade do sono e variabilidade do

ritmo cardíaco; fortalecimento da vitalidade em profissionais que trabalham em hospitais

(STRIJK et al. 2012); estresse laboral, ansiedade e humor em trabalhadores de período integral;

e fitness funcional e flexibilidade (COWEN, 2010).

Em virtude dessa oficina houve um aumento de participantes na yoga. As pessoas já

estavam mais sociável e comunicativa, identificando que os exercícios possibilitava benefícios

não só físico mais também mental.

E corroborando assim Siegel, Barros (2010) que fala das contribuições físicas,

filosóficas, sociais e reeducação de hábitos associados com os vícios que a prática traz na vida

do ser humano que se prática Yoga. Dessa maneira o mesmo autor afirma que é clara a relação

da filosofia do yoga com a Promoção da Saúde, sendo sua grande contribuição à oferta de

formas de cuidado para condições crônicas relacionadas a fatores físicos e psíquicos, para as

quais os recursos do modelo de cuidado biomédico têm alcançado pequenos resultados.

Já na oficina de terapia comunitária teve uma rejeição pelos participantes por não terem

o conhecimento sobre a mesma, tendo um ideal de que esta atividade se destina somente para

as pessoas com problemas psiquiátricos. Em virtude disso tiveram poucos participantes e os

que apareciam eram somente por curiosidade e não voltaram mais. Assim, um ou dois

permaneceram participando da oficina, mas por não alcançar um público satisfatório,

enceraram-se as atividades.

A falta de conhecimento momentâneo impediu que os participantes compreendessem o

que a Terapia Comunitária produz alívio da ansiedade, compartilhamento de experiências de

vida, valoriza o contato face a face de grupos heterogêneos da comunidade, complementando

outras tecnologias de cuidado em saúde, de modo a ampliar as ações preventivas e promocionais

(BARRETO, 2005).

Desta forma, a terapia comunitária deve ser divulgada, explicada como uma prática de

caráter terapêutico, transformadora da realidade e que pode ser utilizada nos diversos níveis de

atenção à saúde e comunidade (PADILHA; OLIVEIRA 2012).

Na Meditação Ativa tiveram mais participante, pois os mesmos se identificaram com as

oficinas no primeiro momento, buscaram a compreender do que se tratava, porém alguns não

retornaram. Por outro lado, os participantes que continuaram disseram que se identificaram,

Page 40: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

40

extravasaram sua ansiedade e tiveram benefícios na diminuição no nível de ansiedade,

alcançando assim o objetivo do projeto.

E contemplando todas as falas dos autores anteriores, o Manual de implantação de

Práticas Integrativas complementares (2018), diz que esses modelos de oficinas terapêuticas

integrativas e complementares trazem a perspectiva da prevenção de agravos e da promoção e

recuperação da saúde, com ênfase no cuidado continuado, humanizado e integral em saúde da

comunidade contemplando assim os anseios do projeto.

Em concordância com a fala dos entrevistados sobre as práticas de atividades físicas

Múnera et al., (2017) realizou uma pesquisa com 171 estudantes de uma universidade pública

na Colômbia que apontou que uns sintomas ansiosos pode estar relacionado a não prática de

atividades física. Lantyer (2016) reforça que a prática de atividades físicas está relacionada com

a prevenção e diminuição de tais sintomas, pois praticar atividade física desenvolve sentimento

de maior satisfação com a vida, devido durante a prática e exercícios físicos o organismo liberar

hormônios como a endorfina, a qual gera sensação de recompensa e bem-estar.

Diante de todas as falas dos entrevistados o projeto Saúde Mental é Essencial com

ofertas de oficinas que auxiliam a lidar com ansiedade, contribuiu na vida desses participantes

para a superação das dificuldades enfrentadas seja em relaciona-se, conversar, entender seus

conflitos e melhora na sua trajetória acadêmica e profissional, sendo assim fui positivamente

avaliados pelos participantes por meio de aprendizagem obtida.

Page 41: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

41

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo apontou alta prevalência de sintomas de ansiedade entre os

acadêmicos que participaram das atividades desenvolvidas pelo projeto. Os acadêmicos que

responderam à pesquisa apresentaram sintomas de ansiedade que indica provável diagnóstico

de ansiedade. E ao observar os achados deste estudo, pode-se perceber que a prática das

atividades pode auxiliar no manejo de alguns sintomas de ansiedade, como relatado pelos

participantes.

É preciso considerar algumas limitações deste estudo. Inicialmente, por ter tido

predominância de acadêmicos do curso de Enfermagem e do gênero feminino, estudos futuros

com amostra maior e controle do gênero poderão possibilitar melhor avaliação dos efeitos da

vida acadêmica aos alunos, planejando então possíveis intervenções para redução da

prevalência de sintomas de ansiedade.

A elaboração deste estudo não pôde avaliar ainda de maneira específica, quais são os

fatores que predispõe à ansiedade e o estado psicológico dos estudantes ao apontar a prevalência

de sintomas de ansiedade. Sugere - se então que continue o projeto na Universidade do Estado

de Mato Grosso direcionado a ações que assistam os participantes, aos fatores predisponentes

a ansiedade, oferecendo programas de suporte, acompanhamento e atendimentos individuais

aos participantes.

Assim sendo, torna-se relevante estudar mais o tema da saúde psicológica entre

estudantes e comunidade, tanto pela natureza investigativa da detecção de fatores que se

associam às mudanças do acadêmico.

Acrescenta-se ainda a importância da observação de elementos que podem auxiliar na

elaboração de programas de intervenção e prevenção no âmbito institucional e possibilitando a

participação da comunidade e que venham favorecer o desenvolvimento de potencialidades de

saúde e de melhor qualidade de vida destes participantes.

Page 42: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

42

REFERÊNCIAS

ANDRADE, J. T.; COSTA, L. F. A.; Medicina Complementar no SUS: práticas integrativas

sob a luz da Antropologia Médica. Saúde e Sociedade. São Paulo, v.19, n.3, p.497-508, 2010.

ARAUJO, A.C; NETO, F.L. A.; nova classificação Americana para os Transtornos Mentais -

DSM-5. Revista Brasileira Terapia Comportamental Cognitiva. vol.16 n°1 São

Paulo abr. 2014 Disponívelem:http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?

script=sci_arttext&pid=S151755452014000100007

BARRETO, A.. Terapia Comunitária se torna ferramenta essencial para o tratamento de

pequenos conflitos. Revista Brasileira Saúde da Família. Brasília: Ministério da Saúde, maio,

2008, p. 38-43.

BARRETO, Adalberto. Terapia Comunitária: entre nesta roda. LCR Fortaleza, 2005

BARROS A.L.B.L; HUMEREZ D.C; FAKIN F.T; MICHEL J.T.M; Situações Geradoras de

ansiedade e estratégias para seu controle entre enfermeiras; estudo preliminar. Rev. Latino-Am.

Enfermagem v.11 n.5, 2003.

BÉRIA, J. U.; Prescrição de Medicamentos. DUNCAN, Bruce. B. et al. Medicina

Ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Porto Alegre: ArtMed, p.

54-57, 2004.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção

Básica. Manual de implantação de serviços de práticas integrativas e complementares no SUS

/ Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. –

Brasília : Ministério da Saúde, 2018

BRANDÃO L. M- Psiofisiologia- Editora Atheneu São Paulo- SP ano 2002.

BURTON, R. The essential anatomy of melancholy (1621). Mineola: Dover Publications, 2002.

CHAVES,E.C.L.;IUNES,D.H.;

MOURA,C.C.;CARVALHO,L.C;SILVA,A.M.;CARVALHO,E.C.;Ansiedade e

espiritualidade em estudantes universitários: um estudo transversal. Revista Brasileira

Enfermagem . 2015 Disponivel : http://www.scielo.br/pdf/reben/v68n3/0034-7167-reben-68-

03-0504.pdf acessado em :20/10/2017

CAMARGO, R. M.; SOUSA, C. O.; OLIVEIRA, M. L. C. Prevalence of cases of depression

in nursing students in an institution of higher education in Brasilia. REME: Revista Mineira

de Enfermagem, v. 18, n. 2, 2014.

CARVALHO, Isabela Gonzales et al. Ansiedade, depressão, resiliência e autoestima em

indivíduos com doenças cardiovasculares. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 24,

p. 1-10, 2016.

Page 43: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

43

CARVALHO, M. OLIVEIRA, P. C.; ROBLES.T.; Ansiedade e Transtorno de Pânico.

Universidade Federal de Londrina 2012. Disponível em: http://www.uel.br/grupo-

estudo/analisedocomportamento/pages/arquivos/ANSIEDADE_PANICO.pdf.

CARDOZO, M. Q., et al. Fatores associados à ocorrência de ansiedade dos acadêmicos de

Biomedicina. Revista Saúde e Pesquisa, v. 9, n. 2, maio/ago. Maringá-PR, 2016. Disponível

em: Acesso em: 02/10/ 2017.

CASTILLO, A.R., RECONDO, R.ASBAHR, F.R., MANFRO, G.G.; Revista Brasileira de

Psiquiatria. Rev. Bras. Psiquiatr. vol.22 s.2 São Paulo Dec. .2000 Disponível em:

http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462000000600006

CHENIAUX, E. Manual de Psicopatologia. Rio de Janeiro 5.ed.Editora Guanabara Koogan

2015

CLAUDINO, J.; CORDEIRO, R. Níveis de ansiedade e depressão nos alunos do curso de

licenciatura em enfermagem o caso particular dos alunos da Escola Superior de Saúde de

Portalegre. Educação, Ciência e Tecnologia, vol. 32, p. 197-210, 2006. Disponível em:

http://revistas.rcaap.pt/millenium/article/view/8403/5994 Acessado em 14/01/2017.

CORDÁS, T. A. Uma breve história dos transtornos ansiosos. São Paulo: Lemos Editorial,

2004.

COWEN VS. Functional fitness improvements after a worksite-based yoga initiative. J Body

Mov Ther 2010; 14(1):50-54.

CRUZ, C. M. V. E M.; PINTO, J. R. P.; ALMEIDA, M.; ALELUIA, S. Ansiedade nos

estudantes do ensino superior. Um Estudo com Estudantes do 4° Ano do Curso de Licenciatura

em Enfermagem da Escola Superior de Saúde de Viseu. Centro de Estudos em Educação,

Tecnologia e Saúde, p. 223-242, 2010. Disponível em:

http://www.ipv.pt/millenium/Millenium38/15.pdf

DAVIDSON, R. J., Kabat-Zinn, J., Schumacher, J., Rosenkranz, M., Muller, D., Santorelli, S.

F., Sheridan, J. F. (2003). Alterations in brain and immune function produced by mindfulness

meditation. Psychosomatic Medicine, 65, 564-570. doi: 0033- 3174/03/6504-0564

DESOUSA, D. A.; MORENO, A. L.; GAUER, G.; MANFRO, G. G.; KOLLER, S. H. Revisão

sistemática de instrumentos para avaliação de ansiedade na população brasileira. Aval. psicol.,

Itatiba, v. 12, n. 3, dez, 2013. Disponível em: . Acesso em: 16 /11/ 2017

EURICH, R.B.; KLUTHOCOVSKY, A.C.G.C; Avaliação da qualidade de vida de acadêmicos

de graduação em Enfermagem do primeiro e quarto anos: influência das variáveis

sociodemográficas. Revista de pesquisa do RS p.211-220,2008 Disponível em:22/04/2018

Page 44: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

44

FERNARDES, C.P; GabinetedeApoioPsicopedagógico. 2013 Disponível

em:https://ciencias.ulisboa.pt/sites/default/files/fcul/institucional/gapsi/Lidar_com_a_ansieda

de.pdf

FRANCO, G.; BARROS, A. L.; NOGUEIRA-MARTINS, L. A. Qualidade de vida e sintomas

depressivos em residentes de enfermagem. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v.

13, n. 2, 2005.

FREUD, S. Extratos dos documentos dirigidos a Fliess (1892-1899[1950]): “Manuscrito B”.

In: FREUD, Sigmund. Edição Standard Brasileira das Obras

GARRO, Igor Moreira Barbosa et al. Depressão em graduandos de enfermagem. Acta Paulista

de Enfermagem, 2006.

GONZÁLEZ VL, Waterland ADP. Efectos del Hatha-Yogasobre la salud: parte I. Rev

Cubana Med Ger Integr 1998;14(4):393-7.

GRAZZIANO, E.daS S.; BISNCHIS; E.F.; Nível de ansiedade de cliente submetidos a

cineangiocoronariográfia e de seus acompanhantes. Revista Latino Enfermagem. vol 2 p.168

-74 2004 Disponível https://www.revistas.usp.br/rlae/article/download/1862/1915. Acessado

em:21/04/2018

ISCHKANIAN, Paula Cristina; PELICIONI, Maria Cecília Focesi. Desafios das práticas

integrativas e complementares no SUS visando a promoção da saúde. Revista brasileira de

crescimento e desenvolvimento humano. v. 22, n. 2, p. 233-238, 2012

LANTYER, A. da S. Ansiedade e Qualidade de Vida entre Estudantes Universitários

Ingressantes: Avaliação e Intervenção. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e

Cognitiva, v. 18, n. 2, 24 Nov 2016.

LIMA, J.de N.; PEREIRA,A.K.A.de M.; NASCIMENTO, E.G.C.; ALCHIERI, J.C; Percepção

do acadêmico de enfermagem sobre o seu processo de saúde /doença durante a graduação.

Saúde Transformação Social vol.4 no.4 Florianópolis out. 2013Disponivel em:

epsic.bvsalud.org/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S2178-70852013000400010 Acessado

em 22/04/2018

MANUAL e Diagnostico Estatístico de Transtornos Mentais 5º Edição DMS-5.2014.American

Psychiatric Association

MELVILLE GW et al,. Fifteen minutes of chair-based yoga postures or guided meditation

performed in the office can elicit a relaxation response. Evid Based Complement Alternat Med

2012; 501986.

MILLON, T. Masters of the mind: Exploring the story of mental illness from ancient times to

the new millennium. Hoboken: John Wiley & Sons, 2004.

MIYAZAKI, M.C.O.S. Psicologia na formação médica: subsídios para prevenção e trabalho

clinico com universitários. São Paulo, 1997. Tese de NOGUEIRA-MARTINS L.A; JORGE

Page 45: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

45

M.R; Natureza e Magnitude do estresse na Residência Médica. Rev. Ass Méd. Brasil; 44 (1):

28-34, 1998doutorado.

MONTEIRO, C. F. de S.; FREITAS, J. F. de M.; RIBEIRO, A. A. P. Estresse no cotidiano

acadêmico: o olhar dos alunos de enfermagem da Universidade Federal do Piauí. Escola Anna

MÚNERA-GAVIRIA, Hugo Alberto et al. Overweight and Obesity Conditions: Prevalence and

Associated Risk Factors in Nursing Students in a Public University in Medellín,

Colombia. Investigacion y educacion en enfermeria, v. 35, n. 2, p. 191-196, 2017.

Nery Revista de Enfermagem, mar; vol. 11, nº 1, p. 66 – 72, 2007. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/ean/v11n1/v11n1a09.pdf Acessado em: 13/01/2017.

NOVO TESTAMENTO. São Paulo: Edições Paulinas, 1985.

OTTAVIANO,V.S. et al. O Transtorno de Ansiedade

Generalizada.Disponívelem:https://psicologado.com.br/psicopatologia/transtornos-

psiquicos/o-transtorno-de-ansiedade-generalizada acessado em:15/09/2017

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, Aumenta o número de pessoas com depressão no

mundo.Disponível,em:http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=arti&i

d=5354:aumenta-o-numero-de-pessoas-com-depressao-no-mundo&Itemid=839 Acessado

em:10/01/2018.

PAULA, J. D. A. et al. PREVALENCE AND FACTORS ASSOCIATED WITH

DEPRESSION IN MEDICAL STUDENTS. Journal of Human Growth and Development, v.

24, n. 3, p. 274, 16 dez. 2014.

PEREGRINO, A. Ansiedade normal e patológica. In: HETEM, L.A.B.; GRAEFF,F.G.

(Editores). Ansiedade e Transtornos de Ansiedade. Editora Científica Nacional, Rio de Janeiro,

1997.

PEREIRA, M.E.C. Mudanças nos conceitos de ansiedade. In: HETEM, L.A.B.; GRAEFF, F.G.

(Editores.). Ansiedade e Transtornos de Ansiedade. Rio de Janeiro: Editora Científica Nacional,

1997.

POLONIO, I. B.; OLIVEIRA, M.; FERNANDES, L. M. M. Tabagismo entre Estudantes de

Medicina e Enfermagem da Universidade Anhembi Morumbi: Prevalência e avaliação da

dependência nicotínica e escala de depressão e ansiedade. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa

Casa São Paulo, v.62, n.1, p. 7-12, 2017.

Portaria nº 971, de 3 de maio de 2006a. Aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e

Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde (SUS). Política Nacional de Práticas

Integrativas e Complementares (PNPIC). Disponível em: <

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt0971_03_05_2006 .html>

Page 46: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

46

REZENDE, C. H. A. et al. Prevalência de sintomas depressivos entre estudantes de medicina

da Universidade Federal de Uberlândia. Revista brasileira de educação médica, v. 32, n. 3,

p. 315–323, 2008.

RIOS, O., F,L. Níveis de stress e depressão em estudantes universitários. Dissertação de

mestrado—São Paulo -SP: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2006.

SCHVEITER, Mariana Cabral; ESPER, Marcos Venicio; SILVA, Maria Julia Paes. As práticas

integrativas e complementares na atenção primária em saúde: em busca da humanização do

cuidado. O mundo da saúde, São Paulo, v. 36, n. 3, p. 442 – 451, 2012.

SHORTER, E. A history of Psychiatry; From the era of the asylum to the age of Prozac. Nova

Iorque: John Wiley & Sons, 1997.

SIEGEL, Pamela. Yoga e Saúde: o desafio da introdução de uma prática não- -convencional no

SUS. 2010. 217f. Tese [Doutorado em Saúde Coletiva]. Faculdade de Ciências Médicas.

Universidade Estadual de Campinas. Campinas.

SIMONI, Carmem de; BENEVIDES, Iracema; BARROS, Nelson Filice de. As Práticas

Integrativas e Complementares no SUS: Realidade e desafios após dois anos de publicação da

PNIPIC. Revista Brasileira de Saúde da Família. Ano XI, Ed. Especial (Maio 2014). Brasília:

Ministério da Saúde, 2014.

SITTA, E.I; A. M. ARAKAWA; M. L. CALDANA; S. H.C.S. PERES. A contribuição de

estudos transversais na área da linguagem com enfoque em afasia, Rev. CEFAC. 2010 Nov-

Dez; vol. 12 n°6, p.1059-1066. Disponivel, em: http://www.scielo.br/pdf/rcefac/v12n6/14-

10.pdf

SMITH, E.O.; MCKENNA, J.J. (Editores). Evolutionary Medicine. Nova Iorque: Oxford

University Press, 1999.

SOUZA, J. C. et al. Sonolência diurna excessiva em pré-vestibulandos. J Bras Psiquiatr, v. 56,

n. 3, p. 184–7, 2007.

STONE, M. H. Healing the mind: A history of Psychiatry from antiquity to the present. Nova

Iorque: Norton, 1997.

STRIJK JE et al. A worksite vitality intervention to improve older workers' lifestyle and

vitality-related outcomes: results of a randomised controlled trial. J Epidemiol Community

Health 2012; 66(11):1071-1078.

TERESA, E. C. A.; VIANNA, S. F.; A medicação como técnica complementar no tratamento

dos quatros ansiosos. Revista Debates em Psiquiatria p.44-49.2017 Acessado em 07/11/2018.

TESSER, Charles Dalcanale; SOUSA, Islâcia Maria Carvalho. Atenção Primária, Atenção

Psicossocial, Práticas Integrativas e Complementares e suas afinidades eletivas. Saúde e

Sociedade. São Paulo, v. 21, n. 2, p. 336 – 350, 2010.

Page 47: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

47

WALLACE, B. A., & Shapiro, S. L. (2006). Mental balance and well-being: Building bridges

between buddhism and western psychology. American Psychologist, 61, 690-701. doi:

10.1037/0003-066X.61.7.690

ZUARDI,A.W; Características básicas do transtorno de ansiedade generalizada .Medicina

Ribeirão Preto, Online. 2017;50(Supl.1),jan-fev.:51-5 Disponível

em :http ://www.revistas.usp.br/rmrp / http://revista.fmrp.usp.br

Page 48: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

48

APÊNDICES

Apêndice I: ESCALA HOSPITALAR DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO (EHAD) -

Avaliação do nível de Depressão e Ansiedade1.2

ANEXO 1 - Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (EHAD)- Avaliação do Nível de Depressão e Ansiedade1,2

ORIENTAÇÕES PARA REALIZAÇÃO DO TESTE

ORIENTAÇÕES PARA REALIZAÇÃO DO TESTE

Leia todas as frases. Marque com um “X” a resposta que melhor descreve sua resposta a cada questão.

1. Eu me sinto tensa (o) ou contraída (o):

( ) a maior parte do tempo[3] ( ) boa parte do tempo[2] ( ) de vez em quando[1] ( ) Nunca [0]

2. Eu ainda sinto que gosto das mesmas coisas de antes:

( ) sim, do mesmo jeito que antes [0] ( ) não tanto quanto antes [1] ( ) só um pouco [2] ( ) já não consigo ter prazer em

nada [3]

3. Eu sinto uma espécie de medo, como se alguma coisa ruim fosse acontecer

( ) sim, de jeito muito forte [3] ( ) sim, mas não tão forte [2] ( ) um pouco, mas isso não me

preocupa [1] ( ) não sinto nada disso[0]

4. Dou risada e me divirto quando vejo coisas engraçadas

( ) do mesmo jeito que antes[0] ( ) atualmente um pouco

menos[1] ( ) atualmente bem menos[2] ( ) não consigo mais[3]

5. Estou com a cabeça cheia de preocupações

( ) a maior parte do tempo[3] ( ) boa parte do tempo[2] ( ) de vez em quando[1] ( ) raramente[0]

6. Eu me sinto alegre

( ) nunca[3] ( ) poucas vezes[2] ( ) muitas vezes[1] ( ) a maior parte do tempo[0]

7. Consigo ficar sentado à vontade e me sentir relaxado:

( ) sim, quase sempre[0] ( ) muitas vezes[1] ( ) poucas vezes[2] ( ) nunca[3]

8. Eu estou lenta (o) para pensar e fazer coisas:

Page 49: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

49

( ) quase sempre[3] ( ) muitas vezes[2] ( ) poucas vezes[1] ( ) nunca[0]

9. Eu tenho uma sensação ruim de medo, como um frio na barriga ou um aperto no estômago:

( ) nunca[0] ( ) de vez em quando[1] ( ) muitas vezes[2] ( ) quase sempre[3]

10. Eu perdi o interesse em cuidar da minha aparência:

( ) completamente[3] ( ) não estou mais me cuidando

como eu deveria[2]

( ) talvez não tanto quanto

antes[1]

( ) me cuido do mesmo jeito

que antes[0]

11. Eu me sinto inquieta (o), como se eu não pudesse ficar parada (o) em lugar nenhum:

( ) sim, demais[3] ( ) bastante[2] ( ) um pouco[1] ( ) não me sinto assim[0]

12. Fico animada (o) esperando animado as coisas boas que estão por vir

( ) do mesmo jeito que antes[0] ( ) um pouco menos que

antes[1] ( ) bem menos do que antes[2] ( ) quase nunca[3]

13. De repente, tenho a sensação de entrar em pânico:

( ) a quase todo momento[3] ( ) várias vezes[2] ( ) de vez em quando[1] ( ) não senti isso[0]

14. Consigo sentir prazer quando assisto a um bom programa de televisão, de rádio ou quando leio alguma coisa:

( ) quase sempre[0] ( ) várias vezes[1] ( ) poucas vezes[2] ( ) quase nunca[3]

RESULTADO DO TESTE

ORIENTAÇÕES

OBSERVAÇÕES:

Ansiedade: [ ] questões (1,3,5,7,9,11,13)

Depressão: [ ] questões (2,4,6,8,10,12 e 14)

Escore: 0 – 7 pontos: improvável 8 – 11 pontos: possível –

(questionável ou duvidosa) 12 – 21 pontos: provável

1Zigmond, A.S.7 Snaith,R.P.The Hospital Anxiety and Depression Scale.Acta Psychiatrica Scandinavica 1983; 67,361 -370.

2Botega NJ, Bio MR, Zomignani MA, Garcia JR C, Pereira WAB. Transtornos do humor em enfermaria de clínica médica e validação de

escala de medida (HAD) de ansiedade e depressão. Revista de Saúde Pública, 29(5): 355-63 1995.

Apêndice II: Termo De Consentimento Livre E Esclarecido

Page 50: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

50

Este é um convite para você participar da pesquisa "Saúde mental é essencial", que

como objetivo analisar a prevalência dos sinais e sintomas de depressão e ansiedade em alunos

e professores da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT).

Responder a esta pesquisa não envolverá quaisquer riscos significativos a saúde física e

mental. Os desconfortos são mínimos como dedicar tempo para preenchimento do questionário

e a expressão da sua opinião. O questionário deverá ser respondido individualmente e terá a

duração de aproximadamente 15 minutos. Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu

nome não será identificado em nenhum momento. Os dados serão guardados em local seguro e

a divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar os participantes, focalizando o

seu conteúdo geral.

Você não terá benefícios financeiros ao participar desta pesquisa, mas contribuirá para

o conhecimento da prevalência de sofrimento psíquico em alunos e professores desta

instituição, bem como no subsidio de ações de promoção, prevenção e cuidado com a saúde

mental dos mesmos. Além disso, ao finalizar o questionário você receberá um feedback

imediato sobre seu nível de ansiedade e depressão, possibilitando o autoconhecimento e

permitindo que você encontre e avalie estratégias pessoais para lidar com o seu próprio estresse.

É importante ressaltar que você tem o direito e a liberdade de retirar seu consentimento

em qualquer fase da pesquisa, seja antes ou depois da coleta dos dados, independente do motivo

e sem nenhum prejuízo a sua pessoa. Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas

dúvidas através do e-mail: [email protected], através do site do projeto:

www.saudementaleessencial.com.br, ou no Comitê de Ética em Pesquisa da UNEMAT, nos

seguintes endereços: Avenida Tancredo Neves, 1095 - Cavalhada 2, CEP 78200-000 - Cáceres,

MT – Brasil, email: [email protected], Telefone: (65) 3221-0067.

Ao assinalar a opção “aceito participar”, a seguir, você atesta sua concordância com esta

pesquisa, declarando que compreendeu os objetivos, a forma como ela será realizada e os riscos

e benefícios envolvidos.

Aceito participar

Page 51: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

51

ANEXOS

Anexo I: Parecer De Aprovação Do Comitê De Ética

Page 52: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

52

Page 53: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

53

Page 54: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

54

Page 55: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

55

Page 56: ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO …caceres.unemat.br/portal/enfermagem/wp-content/uploads/... · 2018-12-20 · estado de mato grosso universidade do estado

56