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EDSON DOS SANTOS FARIAS ESTADO NUTRICIONAL, CRESCIMENTO FÍSICO E ATIVIDADE FÍSICA DE ESCOLARES DE SETE A DEZ ANOS DE IDADE DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE PORTO VELHO, RO Florianópolis SC 2002

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EDSON DOS SANTOS FARIAS

ESTADO NUTRICIONAL, CRESCIMENTO FÍSICO E ATIVIDADE FÍSICA DE ESCOLARES DE SETE A DEZ ANOS DE IDADE DA REDE

MUNICIPAL DE ENSINO DE PORTO VELHO, RO

Florianópolis − SC

2002

ESTADO NUTRICIONAL, CRESCIMENTO FÍSICO E ATIVIDADE FÍSICA DE

ESCOLARES DE SETE A DEZ ANOS DE IDADE DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE PORTO VELHO, RO

Por

Edson dos Santos Farias

Orientador: Prof. Dr. Edio Luiz Petroski

Dissertação Apresentada ao Centro de Desportos da Universidade Federal de

Santa Catarina como Requisito Parcial à Obtenção do Título de Mestre em

Educação Física Área de Concentração de Atividade Física

Relacionada à Saúde

Fevereiro de 2002

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE DESPORTOS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA A dissertação: ESTADO NUTRICIONAL, CRESCIMENTO FÍSICO E ATIVIDADE FÍSICA DEESCOLARES DE SETE A DEZ ANOS DE IDADE DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE PORTO VELHO, RO elaborada por: Edson dos Santos Farias e aprovada por todos os membros da Banca Examinadora, foi aceita pelo Curso de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título de

MESTRE EM EDUCAÇÃO FÍSICA Área de concentração: Atividade Física Relacionada à Saúde

Data: 25 de Fevereiro de 2002

PROF. DR. JUAREZ VIEIRA DO NASCIMENTO Coordenador do Mestrado em Educação Física

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Dr. Edio Luiz Petroski (Orientador)

Prof. Dr. Francisco de Assis Guedes de Vasconcelos

Prof. Dr. Adair da Silva Lopes

Prof. Dr. Sidney Ferreira Farias

DEDICATÓRIA

A JESUS CRISTO que permitiu a minha participação no curso A Alessandra, Priscila, Rebeca, minha esposa e filhas, que me mostraram que as coisas impossíveis para os homens, são possíveis para DEUS (Lucas 18, 27). Ao meu pai, Honório, que sempre me incentivou nos estudos.

AGRADECIMENTOS

Ao Centro de Desportos e ao Programa de Mestrado em Educação Física da

Universidade Federal de Santa Catarina.

Ao Prof. Dr. Juarez Vieira do Nascimento, Prof. Dr. Adair da Silva Lopes, Jairo João Luiz

pela naturalidade, simplicidade e humildade características inerentes de bons líderes;

Ao Prof. Dr. Edio Luiz Petroski pela orientação, amizade, compreensão;

Aos professores do programa de mestrado;

Ao Prof. Dr. Francisco de Assis Guedes de Vasconcelos pela sua simplicidade e

dedicação com que me recebeu e por ter aceitado fazer parte da banca;

Ao Prof. Dr. Walter (deptº Geografia), ao Prof. Lino (deptº estatística) da UFSC;

Aos companheiros do NUCIDH;

Aos colegas da turma de mestrado Maria Denis, Lucinéia, Wallacy, Renildo, Mario

Guarizi, Marta, Samuel, Maika, Michel, Daniela;

Em especial aos amigos e companheiros de discussões, pela presteza com que sempre

me ajudaram, Mario César Pires, Sérgio Roberto A. Prati, José Cazuza de Farias Júnior;

Mauro Virgílio

A Prefeitura de Porto Velho através da Secretaria Municipal de Educação em ter me

liberado para a participação do curso e contribuir para a realização da coleta de dados;

As direções das escolas, professores de 1ª a 4ª séries, professores de Educação Física

das escolas Padre Chiquinho, Raimundo Agostinho da Silva, Instituto de Educação Engº

Francisco Erse e Senador Darcy Ribeiro;

Em especial aos pais e alunos, pois sem eles esta pesquisa não teria acontecido.

A universidade Federal de Rondônia (UNIR) através do departamento de Educação

Física, Professor Célio, Luiz Gonzaga e os acadêmicos do 4º e 6 º período em terem

colaborado na coleta de dados.

RESUMO

CRESCIMENTO FISICO, ESTADO NUTRICIONAL E ATIVIDADE FISICA DE ESCOLARES DE SETE A DEZ ANOS DE IDADE DA REDE MUNICIPAL DE

ENSINO DE PORTO VELHO, RO

Autor: Edson dos Santos Farias

Orientador: Prof. Dr. Edio Luiz Petroski

O objetivo do estudo foi investigar o comportamento de variáveis que

evidenciaram as características do crescimento físico, do estado nutricional e da atividade física em escolares da Rede Municipal de Ensino de Porto Velho/RO. A amostra constituiu-se de 1057 escolares de ambos os sexos, com idade entre 7 e 10 anos, selecionada por meio de amostragem aleatória proporcional por setor e intencional por conglomerado de turma. Na coleta dos dados, foi utilizado um questionário com a finalidade de levantar informações sobre dados sociodemográficos e sobre a atividade física. Verificou-se as características do crescimento físico e estado nutricional através das medidas antropométricas, recorrendo aos programas Epiinfo/2000, Excel 5.0 e, para a análise estatística, ao SPSS versão 10. Os dados obtidos foram analisados pela estatística descritiva: média, mediana, desvio padrão, distribuição de percentis, escore Z como ponte de corte – 2 DP e + 2 DP, com os indicadores estatura para idade (E/I) e peso para estatura (P/E). Empregou-se o teste “t” de Student para a comparação de uma mediana com um valor referencial. A fim de analisar as associações entre variáveis foi usado o Qui-quadrado (x2); e a comparação entre os sexos realizou-se por meio do teste “t” de Student. Para todos os procedimentos estatísticos, utilizou-se o nível de significância 5%. No que se refere às características demográficas, 60,1%, 29,0% e 7,8% dos escolares pesquisados pertencem às classes de baixa renda familiar D, C e E e seus pais têm baixo grau de instrução. Quanto ao perfil de crescimento físico, os escolares apresentaram valores aproximados aos do referencial NCHS, observando-se que os escolares tendem a crescer de acordo com esperado pela OMS. Apenas os de 7 anos, do sexo feminino, mostraram valores superiores ao NCHS. Quanto à classificação do estado nutricional, houve prevalência da desnutrição pregressa (E/I) de 27,2% sobre a desnutrição aguda (P/E) de 19,8%. Notou-se no indicador P/E, 17,3 de casos de obesidade. Percebeu-se que o estado nutricional está relacionado com o tamanho da família, ocorrendo associação positiva no indicador P/E. Com relação à característica de atividade física, o grupo estudado parece ser inativo, independentemente do estado nutricional. Estima-se que a maioria dos escolares gasta em média duas horas diárias

assistindo televisão. Quanto ao percentual de gordura, detectou-se um aumento progressivo no grupo feminino com o avanço da idade. No índice de adiposidade, houve predomínio da classe ótima no sexo masculino (78,2%), ocorrendo aproximação no da classe ótima e abaixo de ótima (42,7% e 42,4%) no sexo feminino. Na classe acima de ótima a percentagem foi baixa, destacando-se que o problema de obesidade no grupo estudado existe, mas a percentagem pode ser considerada baixa.

Palavras Chave: Crescimento Físico, Estado Nutricional, Atividade Física

ABSTRACT PHYSICAL GROWTH AND PHYSICAL STATE OF 7 TO 10 YEAR OLD SCHOLARS IN THE MUNICIPAL TEACHING NET OF PORTO VELHO – RONDÔNIA Author: Edson dos Santos Farias Orientator: Prof. Dr. Edio Luiz Petroski

This study aim was to investigate the behavior of variables that enhanced the physical growth characteristics , the nutritional state and the physical activities in scholars of the Municipal Teaching Net in Porto Velho - Rondônia. The sample was composed of 1057 seven to ten year old both sexes scholars,selected through alleatory choice proportional to sector and intentional to conglomerated group. In the data collect it was used a questionnarie with the aim of raising information over social demographical data and the physical activities. The physical growth and the nutritional state were verified through antropometric measures using the Epiinfo/2000, Excel 5.0 and the SSPS version 10 for the statistical analisis. The obtained data were analised by the descriptive statistics: media, median, standard deviation ,percents distribution, the z score as cut bridge- 2DP + DP, with age stature (E/I) weight stature indicators.(P/E). The “T” student test was employed for comparison with a median value with a referential value. In order to analise the association among the variables it was used the Qui-square (x2), and the comparison between the sexes was done through the Student “T”test. For all the statistical procedures the 5% significance level was used. In relation to the demographical characteristics,, 60,1%, 29% and 7,8% of the researched scholars belong to low income rate D,C,E and their parents have low educational degree. In regard to the physical growth profile the scholars presented values aproximated to NCHS observing that the scholars have the tendency to grow according to the OMS expected. Only the seven year old female sex showed superior values to NCHS. In regard to the nutritional state classification there has been a past malnutrition prevalence (E/I), 27,2 % over sharp malnutrition (P/E) of 19,8%. It has been noticed in the P/E- indicator ,17,3 obesity cases. It has been observed that the nutritional state is related to the family growth, ocurring positive association in the P/E indicator. In regard to the physical activity characteristics, the studied group seems to be inactive, independently of the nutritinal state. It is estimated that the majority of the scholars spend an average of two hours watching televison. In regard to the fat percentual, it has been detected a progressive rise in the female group according to the age increase. In the adiposity there has been a predominance of the optimum group in the male sex, (78,2), ocurring aproximation to the optimum group and below optimum (42,7% and 42,4%) in the female sex. In the group over optimum the percentage was low.

Emphasizing that there is the obsety problem in the group studied but the percentage can be considered low. Key Words: Physical Growth, Physical State

ÍNDICE

Página

LISTA DE ANEXOS viii LISTA DE FIGURAS ix LISTA DE TABELAS xi LISTA DE QUADROS xiii Capítulo

I. INTRODUÇÃO E O PROBLEMA 01

Formulação da Situação-Problema Objetivo Geral Objetivo Específico Delimitação do Tema Definição de Termos

II. REVISÃO DE LITERATURA 06

Crescimento Fatores do Crescimento Avaliação do Crescimento Estado Nutricional Estado Nutricional e Ambiente Avaliação do Estado Nutricional Dados históricos, geográficos, demográficos e culturais do município de Porto Velho

III. METODOLOGIA 29

Caracterização da Pesquisa

População Amostra Instrumentos Procedimentos para coleta de dados Processamento e Análise de dados Tratamento Estatístico

IV. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 37

Características Sociodemográficas Comparação do perfil físico através das variáveis peso e estatura corporal

Classificação do estado nutricional através dos indicadores estatura para idade e peso para estatura corporal

Associação entre estado nutricional e características da atividade física

Caracterização das variáveis da composição corporal

V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 72

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 75

ANEXOS 86

LISTA DE ANEXOS Anexo Página 1. Ficha Antropométrica para Coleta de Dados 87

2. Questionário 89

3. Mapa da Cidade de Porto Velho – Divisão por Setores 92

4. Tabela de valores de Média, Desvio Padrão, Mediana, Mínimo e Máximo das

Variáveis de Peso (kg) e Estatura (cm) Corporal da Amostra 94

5. Tabela de comparação das curvas de percentis das medidas de estatura corporal do sexo masculino e feminino 96

6. Tabela de conversação da idade cronológica em idade decimal 98

7. Declaração da Secretaria Municipal de Educação 100

8. Fotos da Cidade, Escola e Alunos 102

LISTA DE FIGURAS

Figura Página

1. Representação Esquemática dos Fatores do Crescimento 10

2. Avaliação Nutricional de Coletividades 21

3. Localização do Município de Porto Velho, no Estado de Rondônia 27

4. Caracterização da Amostra Segundo o Nível Socioeconômico 39

5. Caracterização do Nível Socioeconômico por Setores 39

6. Caracterização do Grau de Instrução dos Pais 40

7. Distribuição de Freqüência da Amostra (pais) e Brasil Segundo Anos de Estudo 40

8. Comparação entre as Medianas do Peso Corporal de Escolares da Amostra 43

9. Comparação entre as Medianas da Estatura Corporal da Amostra 44

10. Comparação entre Distribuições de Percentis das Medidas de Estatura Corporal do Sexo Masculino 46

11. Comparação entre Distribuições de Percentis das Medidas de Estatura Corporal do Sexo Feminino 47

12. Estado Nutricional dos Escolares Investigados através dos Indicadores Estatura para Idade e Peso para Estatura 49

13. Horas Semanais de Atividade Física – E/I 54

14. Horas Semanais de Atividade Física – P/E 55

15. Média Semanal de Atividade Física – E/I 57

16. Média Semanal de Atividade Física – P/E 58

17. Atividade Física Livre e Orientada – E/I 60

18. Atividade Física Livre e Orientada – P/E 60

19. Distribuição do Estado Nutricional por horas/dia Assistindo à Televisão, ambos sexos – E/I 62

20. Distribuição do Estado Nutricional por horas/dia Assistindo à Televisão, ambos sexos – P/E 63 21. Comparação dos Valores Médios do Percentual de Gordura Corporal entre os Sexos 67 22. Índice de Adiposidade do Sexo Masculino e Feminino 69

LISTA DE TABELAS Tabela Página

1. Estudos Comparativos entre Médias e Desvios Padrões da Variável Peso (kg), para o Sexo Masculino, na Faixa Etária de 7 a 10 anos de Idade 19

2. Estudos Comparativos Entre Médias e Desvios Padrões da variável Estatura (cm), para o sexo Masculino, na Faixa Etária de 7 a 10 anos de Idade 19

3. Estudos Comparativos entre Médias e Desvios Padrões da Variável Peso (kg), para o Sexo Feminino, na Faixa Etária de 7 a 10 anos de Idade 20 4. Estudos Comparativos entre Médias e Desvios Padrões da Variável estatura (cm), para o Sexo Feminino, na Faixa Etária de 7 a anos de Idade 20 5. Constantes por Idade, Sexo e Raça 34 6. Caracterização Sociodemográfica dos Escolares Investigados 38

7. Valores das Medianas e Resultados do Teste t de Student, em Relação à Variável Peso Corporal, por Idade e Sexo 42

8. Valores das Medianas e Resultados do Teste t de Student, em Relação à Variável Estatura Corporal, por Idade e Sexo 44

9. Classificação do Canal de Crescimento dos Escolares do Sexo Masculino 45

10. Classificação do Canal de Crescimento dos Escolares do Sexo Feminino 46

11. Proporção de Escolares Desnutridos, Eutróficos e Obesos de Acordo com os Indicadores Estatura para Idade e Peso para Estatura 48

12. Distribuição do Estado Nutricional pelo Indicador de Estatura para Idade (E/I) e Peso para Estatura (P/E) 50

13. Distribuição por Idade, do Estado Nutricional pelo Indicador de Estatura para a Idade e Peso para a Estatura 51

14. Distribuição, por Tamanho da Família, do Estado Nutricional pelo Indicador de Estatura para a Idade e Peso para a Estatura 53

15. Percentagem das Horas Semanais de Atividade Física – Ambos Sexos 54 16. Percentagem das Horas Semanais de Atividade Física, Sexo Masculino 55

17. Percentagem das Horas Semanais de Atividade Física, Sexo Feminino 56 18. Percentagem de Horas por dia Assistindo à Televisão, Ambos os Sexos 59 19. Percentagem de Horas por dia Assistindo à Televisão, Sexo Masculino 64 20. Percentagem de Horas por dia Assistindo à Televisão, Sexo Feminino 64 21. Resultados do teste “t” para duas amostras independentes comparando as médias

das variáveis peso corporal (kg), estatura corporal (cm) e percentual de gordura (%G)

entre o sexo masculino e feminino 66

22. Percentagem do Índice de Adiposidade, dos Escolares Investigados 69

LISTA DE QUADROS Quadro Página 1. Fórmula Para o Cálculo do Tamanho da Amostra 30

2. Representação da População e Amostra do Estudo de Escolares de 1ª a 4ª séries da Rede Municipal de Ensino de Porto Velho – RO 31

3. Representação Amostral de Estudo dos Escolares de 1ª a 4ª séries da Rede municipal de ensino de Porto Velho 31

CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

Formulação do Problema

Os avanços científicos verificados nas últimas três décadas têm demonstrado a

grande influência da nutrição sobre as dimensões físicas e a composição global do corpo

humano, sobretudo em relação ao processo de crescimento. Neste sentido, as medidas

antropométricas têm sido transformadas, universalmente, em importantes indicadores

diretos do estado nutricional de indivíduos e de populações (Vasconcelos, 2000).

As avaliações antropométricas do estado nutricional de escolares vêm sendo

tradicionalmente executadas com base em uma referência que é constituída a partir da

observação do peso, da estatura e da idade da criança. Há vários registros de estudos

epidemiológicos sobre a avaliação do tema Crescimento e Estado Nutricional, usando a

antropometria como um indicador ou método direto, que é aplicado, principalmente, no

período patogênico (Gama, 2000; Monteiro & Conde, 2000; Carvalho et al., 2000; Post,

1999; Ribas et al., 1999; Malta et al., 1998; Ferreira et al., 1997). Os resultados destes

estudos constituem-se em indicadores diretos, porque mostram o problema em si ou seja,

as manifestações biológicas que expressam o estado nutricional da população

(Vasconcelos, 2000).

Para melhor abordagem do estudo proposto, o conceito de crescimento se faz

essencial. Segundo Marcondes (1994):

O crescimento significa divisão celular e conseqüente aumento de massa corpórea que pode ser identificada em unidades, tais como, g/dia, g/mês, kg/mês, kg/ano, cm/mês, cm/ano, isto é, aumento de “unidade de massa” em determinada “unidade de tempo” (p.1).

O uso conveniente da alimentação, a atividade física, a ausência de enfermidades entre

outros, são fatores essenciais para um crescimento adequado (Marcondes, 1994).

Desta forma, estudar o crescimento de crianças nas séries iniciais é uma forma prática e

de baixo custo para se monitorar o estado nutricional desse contingente, já que o

défices de crescimento se inicia em tenra idade (Barros et al., 1990).

Para as crianças em idade escolar, a vigilância nutricional permite ser monitorado o

crescimento, e serve como um instrumento de avaliação de medidas de intervenção,

como a merenda escolar que, nesta faixa etária, auxilia na manutenção do estado

nutricional dos eutróficos, além de contribuir para não agravar os défices de longa data

(Batista Filho, 1994).

Apesar do crescente número de pesquisas sobre estado nutricional, em nosso país

pouco se tem questionado sobre qual a melhor maneira de avaliar o estado nutricional de

escolares (Mora, 1989; Monteiro, 1991; Douek & Leone, 1995). Entre controvérsias,

Waterlow et al. (1990) recomendam que seja aceito o National Center For Health

Statistcs − NCHS (1977) como referência de crescimento em crianças de até 10 anos de

idade.

A Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição − (INAN,1992), foi feito um

levantamento visando conhecer-se a prevalência nacional e regional da desnutrição

infantil. Neste estudo, constatou-se que na população brasileira, menor de 10 anos de

idade, a natureza da desnutrição é de caráter mais crônico do que agudo, estando as

crianças com desnutrição crônica concentradas nas famílias de baixa renda. Existe

evidências, também, que aos 07 anos, idade de ingresso na escola, os défices de

estatura da população brasileira, em comparação com as referências do NCHS (1977),

superam 3,5 cm nas meninas e 4 cm nos meninos (Silva, 1996).

Conforme Batista Filho (1994), no Norte e Nordeste, a desnutrição é pelo menos

duas vezes maior do que na região Centro-Oeste e quatro vezes maior do que na região

Sul. A Pesquisa Nacional Sobre Demografia e Saúde − PNDS (1996) estimou que cerca

de 9,5 milhões de crianças afetadas pela desnutrição representam o universo de 50% dos

desnutridos leves.

Devido à importância e à necessidade de levantamentos populacionais envolvendo

variáveis que procurem evidenciar as características de crescimento e estado nutricional

de escolares, algumas funções básicas devem ser destacadas. Uma das mais comuns é

a de detectar possíveis diferenças nos status de saúde e, por conseguinte, nas

condições de vida, de integrantes de uma população em comparação com os de

outras; ou ainda, entre subgrupos dessa mesma população. O conhecimento sobre as

variações intra e interpopulacionais poderá enriquecer o conhecimento sobre o

processo de desenvolvimento da criança e a relativa importância dos fatores genéticos

e ambientais.

A Organização Mundial da Saúde vem enfatizando a necessidade da realização de

estudos sobre os níveis de crescimento em populações pertencentes a países

subdesenvolvidos e/ou em desenvolvimento (WHO, 2001). Talvez essa preocupação

deva-se à escassez de informações sobre o assunto proveniente de países com essas

características, o que, sem dúvida, dificulta substancialmente o atendimento e

acompanhamento dos programas voltados à promoção da saúde dessas populações.

Conforme Mahan e Stump (1998), seria ideal que todas as pessoas tivessem, não

apenas durante ciclos de doenças, mas durante todo o ciclo da vida, avaliações do seu

estado nutricional. Por isso, como foi citado anteriormente, faz-se necessária à realização

de estudos sobre os níveis de crescimento em populações pertencentes a países

subdesenvolvidos e/ou em desenvolvimento.

No Brasil há também escassez de estudos que visem à avaliação do estado

nutricional da população. Esta falta dificulta substancialmente a elaboração de programas

direcionados à saúde. Porém, há regiões que ainda carecem de estudos.

No Brasil, exceto em alguns raros estudos, freqüentemente alicerçados em designs

que enfocam variáveis pouco significativas, ou em planos amostrais passíveis de serem

discutidos, existem poucas informações disponíveis que possam caracterizar a faixa

etária do estudo aqui proposto.

Num estudo piloto feito por Farias (1996) sobre crescimento físico na cidade de

Porto Velho − RO − evidenciou que a maioria dos sujeitos da amostra estavam dentro dos

percentis propostos pelo referencial NCHS. Porém, a maior percentagem ficou deslocada

para esquerda da curva.

Segundo Marcondes (1994), casos como esse pode significar falsos positivos,

considerado estado de vigilância (peso e estatura baixos para idade – menor que o

percentil 20). Devido a esse estudo ter indicativos de prevalência de baixo peso e estatura

para a idade, oportuniza-se a necessidade de sua continuação, sendo crucial a inclusão

da avaliação do estado nutricional.

Há poucos registros sobre o tema proposto, principalmente em escolas municipais,

na região Norte do Brasil. Por isso, fazem-se necessários estudos que respondam ao

problema. Assim sendo, com intento de avaliar os resultados, formulou-se o seguinte

problema: quais são as características sociodemográficas, os níveis de crescimento físico,

estado nutricional e atividade física dos escolares da rede municipal de ensino de Porto

Velho?

Objetivo Geral

O objetivo geral deste estudo é investigar, através de abordagem transversal, as

características sociodemográficas, os níveis de crescimento físico, estado nutricional e

atividade física de escolares de sete a dez anos de idade, da rede municipal de ensino de

Porto Velho, Estado de Rondônia, Brasil.

Objetivos Específicos

O presente trabalho tem como objetivos específicos:

a) descrever as características sociodemográficas dos escolares

investigados;

b) comparar relativamente com o referencial NCHS, o perfil do

crescimento físico (peso e estatura corporal) por sexo e idade dos

escolares investigados;

c) relacionar o estado nutricional dos escolares investigados por sexo,

idade e tamanho da família;

d) analisar as características de atividade física entre escolares

desnutridos, eutróficos e obesos; e

e) caracterizar e comparar as variáveis da composição corporal

(percentual de gordura e índice adiposidade) entre sexos em uma

mesma idade.

Delimitação do Estudo

Tendo em vista a necessidade de delimitar o estudo, optou-se por escolares

de 1ª a 4ª séries do ensino fundamental, na faixa etária de 07 a 10 anos de idade,

de ambos os sexos, pertencentes à rede municipal de ensino da cidade de Porto

Velho.

CAPÍTULO II

REVISÃO DE LITERATURA

Neste capítulo, procurou-se fundamentar teoricamente o estudo por meio da

literatura de experiências que se referem aos níveis de crescimento físico e estado

nutricional, que podem refletir de forma substancial na qualidade de vida, revelando desta

forma as deficiências socioeconômicas de uma população PNDS (1996).

Num primeiro momento serão discutidos o crescimento físico, a importância de seu

estudo, os principais fatores que interferem neste processo e a avaliação do crescimento.

Depois, destacam-se o estado nutricional, estado nutricional e o ambiente, além da

avaliação do estado nutricional. Por fim, apresentam-se os dados históricos, geográficos,

demográficos e culturais do município de Porto Velho.

Crescimento Físico

Ao avaliar a história dos estudos sobre o crescimento humano, verificou-se que

existem três razões ou impulsos para empreender estes estudos. O primeiro, o puro

impulso de curiosidade, o desejo de analisar o caminho pelo qual a criança cresce, para

poder formular e descrever o crescimento humano e desenvolver uma curva ideal de

crescimento. O segundo, social, um impulso de todos os homens que reformam a

sociedade, é o de apreciar as condições de vida relativas à prosperidade de diferentes

grupos numa população. E o terceiro, o clínico, consiste no desejo de mostrar o

crescimento não de uma população de crianças, mas de uma criança em particular para

assegurar que o seu desenvolvimento esteja ocorrendo da melhor maneira possível.

Marcondes (1994) enfoca o crescimento de forma mais abrangente, considerando o

como fenômeno antropológico e, por isso, não vê o indivíduo, objeto de estudo, como

padrão no tempo e no espaço, mas trata de pôr em destaque suas diferenças,

esmerando-se por estabelecer grupos naturais definidos de acordo com suas

características, procurando averiguar o significado biopsicossocial de cada grupo.

Em relação aos países em desenvolvimento, incluindo o Brasil (Unicef, 1998), Prista

(1995) destaca que o estudo sobre crescimento físico constitui uma área de crescente

interesse. Grande parte desses estudos tem sido realizado nos países desenvolvidos,

cujo contexto é substancialmente diferente dos países em desenvolvimento. Em

pesquisas realizadas nesses países, pode-se inferir uma série de convergências de

especificidades em alguns aspectos, causada pelos reflexos das diferentes condições

higiênicas e nutricionais. No entanto, evidencia-se igualmente uma heterogeneidade que

sugere uma forte influência cultural no crescimento.

Velocidade de Crescimento

O organismo, de uma maneira geral, apresenta uma seqüência, ritmo ou velocidade

de crescimento diferente ao longo do processo. Essa velocidade pode ser calculada pela

análise da relação entre a taxa de crescimento e uma unidade de tempo, sendo expressa

geralmente em centímetros por ano. Como o período de observação pode ser maior ou

menor que um ano, esta base de cálculo é anual, o que permite melhor comparação com

o padrão de normalidade.

A velocidade de crescimento não é constante, porém é regular em cada etapa da

vida, sendo, juntamente com o ritmo de crescimento diferenciado dos tecidos,

responsável pela mudança de proporções. Desta forma, o crescimento pode ser dividido

nas seguintes etapas: embrião e feto (da concepção até o nascimento), lactente (do

nascimento até 24 meses), infância (24 meses até início da puberdade) e puberdade

(estende-se até a completa maturação e parada do crescimento estatural) (Nóbrega et al.,

1998).

Como o crescimento é mensurável, seu incremento, tanto em peso como em

estatura corporal, pode ser estimado em grama/ano e centímetro/ano, possibilitando

verificar qual a sua velocidade média nas diferentes faixas etárias. A partir do

nascimento, embora a criança esteja ganhando em estatura e peso, ocorre uma constante

desaceleração da velocidade de crescimento, ocorrendo o mínimo de velocidade de

crescimento pouco antes de entrar na puberdade.

Já a velocidade de ganho de peso ocorre de uma maneira uniforme, com exceção

da desaceleração no início da infância (Malina & Bouchard, 1995).

Uma característica importante, que está relacionada com a velocidade de

crescimento, é a de que a criança busca seu canal genético de crescimento entre os

primeiros 36 e 48 meses de vida. Isto é observado em todas as crianças, mesmo nas

com o crescimento e maturação lenta familiar (conseqüente atraso da puberdade), com

baixa estatura familiar, e com baixa estatura constitucional, situações nas quais a criança

apresenta uma desaceleração do crescimento. A criança alta também apresenta uma

aceleração do crescimento, sendo que depois, em ambos os casos, segue-se

paralelamente à curva (Dockhorn, 1996).

A velocidade de crescimento pode ser apresentada através de tabelas ou por curvas

de velocidade de ganho de peso e estatura corporal (Tanner, 1987), constituindo-se um

dos melhores parâmetros para a avaliação do crescimento.

As alterações da velocidade de crescimento manifestam-se nas curvas de

crescimento através de 3 formas: a “quebra” da curva, a inércia e o fenômeno de

recuperação (catch-up growth). A “quebra” da curva de crescimento é a sua mudança de

direção, e a data em que isto ocorre permite determinar em que momento,

aproximadamente, começou a enfermidade. Ocorre devido a uma diminuição (ou

desaceleração) da velocidade de crescimento ou ao seu aumento (ou aceleração).

A segunda forma de expressão da velocidade de crescimento é a inércia do

crescimento. A aplicação de um tratamento adequado pode exigir de 2 a 4 meses até que

seu efeito favorável se manifeste na velocidade de crescimento. Ao interromper o

tratamento, o efeito benéfico pode durar por várias semanas ou meses. A inércia parece

depender da idade da criança, da patologia que a afeta, e da efetividade do tratamento.

O terceiro fenômeno é o da recuperação ou “catch-up growth”. Depois que se institui

o tratamento adequado para atraso do crescimento, e passado o período de inércia se

observa uma aceleração do crescimento. Isto permite uma eventual recuperação da

estatura e do peso corporal, manifestando-se na curva por uma troca da inclinação, é o

crescimento recuperacional ou “catch-up growth”. Uma vez que atinge seu canal de

crescimento genético, a velocidade de crescimento volta ao ritmo esperado para a idade.

O incremento do crescimento é, segundo Malina e Bouchard (1995), o mais

importante critério no qual se baseia uma avaliação de distúrbio do crescimento,

independentemente de onde a estatura ou peso se encontre na curva de crescimento. Se

o incremento, no período que compreende os últimos seis e doze meses, for normal, é

pouco provável que um distúrbio vigente comprometa a estatura do indivíduo.

Recuperação do Crescimento

No crescimento linear, após uma interrupção (parada de crescimento) ou diminuição

de velocidade, uma vez retirado a causa da agressão ou ofertado o fator carente, é capaz

de retomar o seu ritmo anterior, voltando ao seu canal de crescimento, como se a

agressão ou a falta do fator não tivesse ocorrido. É o que ocorre por ocasião do rápido

ganho de peso corporal e, também do aumento da velocidade de crescimento estatural,

logo após a recuperação nutricional que segue à desnutrição.

Tem verificado-se que a adequação da recuperação depende de 4 variáveis, que

são as seguintes: fase de vida em que se encontra o indivíduo (lactente, pré-escolar,

escolar, adolescência), a natureza, a intensidade e a duração do fator agressor ou carente

(Marcondes, 1986).

No lactente, a ocorrência da recuperação tem sido documentada para o cérebro,

bem como para o esqueleto. A taxa de aceleração do crescimento do cérebro, seguindo-

se à compensação da má nutrição, pode exceder a capacidade deste e,

conseqüentemente, causar temporário alargamento das suturas, com evidências de

aumento de pressão intracraniana (Mahan & Stump, 1998).

Fatores do Crescimento

O crescimento do indivíduo depende de seu próprio organismo e do ambiente onde

ele vive. Além disso, os sistemas nervoso e endócrino são de fundamental importância,

bem como os órgãos efetores, e também as condições ambientais, físicas e psicossociais,

tanto no aspecto qualitativo quanto no quantitativo, na evolução do crescimento, antes ou

depois do nascimento.

Conhecem-se muitos fatores intrínsecos e extrínsecos que afetam a taxa de

crescimento. Na figura 1, está uma representação esquemática dos mais importantes:

Figura 1. Representação esquemática dos fatores de crescimento. Fonte: Marcondes (1994)

FATORES EXTRÍNSECOS

FATORES INTRÍNSICOS

CRESCIMENTO DO

SER HUMANO

exógena

endógena

carboidratos, proteínas lipídeos, vitaminas,

minerais, água

Dieta (nutrição)

doença

sexo

Neuroendócrino

condições geo-físicas condições socioeconômicas

urbanização relacionamento pais x filhos

atividade física

Ambiente

etnia

Genético

Fatores genéticos

Os gens estão no ovo fecundado, sendo metade oriundos da mãe e metade do pai.

São atuantes e estão contidos em todas as células do organismo humano, inclusive nos

cromossomos do núcleo celular.

Os atributos individuais decorrentes dos fatores genéticos constituem o que se

chama genótipo, mas a maneira como o grau se manifesta depende, por sua vez, de

condições ambientais, que constituem o fenótipo (Marcondes, 1994).

Conforme Pierson e Job (1990), na interação da hereditariedade e do meio ambiente

observa-se que, se o meio for normal e favorável, pode-se calcular que de 80% a 90% da

variabilidade da espécie humana, nos limites da normalidade, realiza-se segundo o

programa genético pré-determinado. Entretanto, quando o meio é desfavorável e

heterogêneo, a hereditariedade pode cair 60%. Ainda observam que, assim como os

fatores genéticos, os fatores hormonais são os que realizam os mecanismos fisiológicos

desse programa ao nível das grandes funções orgânicas.

Malina e Bouchard (1995) esclarecem que a correlação entre a altura de pais e

filhos, em idades sucessivas a partir do nascimento, seguem curvas semelhantes. A

correlação de aproximadamente 0,25 ao nascimento, aumenta gradativamente com a

idade, atingindo cerca de 0,3 a 0,4 após o estirão de crescimento. A maioria dos dados

sobre a estatura corporal indica que as correlações entre o progenitor e o filho do mesmo

sexo (pai - filho e mãe - filha) são superiores, em todas as idades, até a puberdade.

Comparando-se gêmeos, a correlação para a estatura, de 0,97, e para o peso

corporal também tende a aumentar com a idade. Isso confirma claramente o fator

genético, principalmente se considerarmos que para gêmeos dizigóticos a correlação é a

mesma que de irmão ou irmã (0,50).

Há evidências que mostram que crianças com maiores medidas são resultantes de

casamento entre pais originários de lugares mais distantes geograficamente, sugerindo

assim a importância da heterosis no crescimento. A prole de pais que provêm de

populações com maior grau de endogamia tende a ter menor estatura do que aquelas que

são frutos de dois grupos populacionais com características genéticas não tão similares

(Marcondes, 1994).

Estudos têm mostrado que a variação secular do crescimento possui um limite

genético e que seria função não só das condições sociais e ecológicas, mas também do

grau de heterosis de uma população.

Conforme Marcondes (1994), migrações populacionais têm aumentado em anos

recentes, o que resulta uma crescente intensidade da mesclagem das populações

(crossbreeding). Como resultado, está ocorrendo um aumento dos indivíduos

heterozigotos, que são mais sensíveis aos estímulos ambientais, sejam positivos ou

negativos. Como está ocorrendo um predomínio dos estímulos positivos ao crescimento,

através de melhores condições de vida, controle de doenças e alimentação mais

adequada, resulta ser a referida sensibilidade aumentada benéfica para a maior parte dos

indivíduos.

Fatores neuroendócrinos

De acordo com Bukatko e Daehler (1992), existe entre os pesquisadores o consenso

de que o crescimento humano e a estatura final são normalmente influenciados pelos

genes. Porém, essa ação não se dá diretamente. Os genes regulam o desenvolvimento

físico através de instruções bioquímicas que afetam o funcionamento neural e hormonal

de diferentes órgãos e sistemas corporais. O hipotálamo e a glândula hipófise, localizados

próximos um do outro, na base do cérebro, são as estruturas que, acredita-se,

desempenham o papel central na regulação do crescimento.

Pierson e Deschamps (1980) observam que os hormônios são mais executores do

programa genético que seus determinantes.

Bogin (1993, p. 160) acrescenta ainda que “o sistema endócrino também responde a

influências de muitos fatores ambientais e pode, conseqüentemente, servir como um

mecanismo que unifica a interação dos genes e do ambiente na modelagem do padrão de

crescimento de todo ser humano”. Apesar disso, uma dúzia ou mais de hormônios,

freqüentemente regulando a produção de outros que diretamente estimulam a divisão

celular, atuam também sobre o crescimento físico. Os mais comumente citados são o

hormônio de crescimento (STH), as somatomedinas ou fatores de crescimento

semelhante à insulina (IGFs), os hormônios tireoideanos, os adrenais e gonadais.

O hormônio hipofisiário de crescimento (STH) é o principal regulador do crescimento

somático e particularmente do esqueleto. Afeta o crescimento corporal, primeiramente

através da multiplicação e aumento do tamanho celular. Participa ainda da retenção de

nitrogênio, sódio, cloro, potássio, fósforo, cálcio e outros elementos necessários ao

crescimento de tecidos. Sua ação não se dá, entretanto, diretamente, mas em

determinadas células especializadas do fígado. Este hormônio estimula principalmente a

produção de IGF, que promove o crescimento ósseo e a síntese protéica.

A somatomedina circula no plasma em níveis sensivelmente estáveis durante toda a

vida, com exceção do período inicial, quando se apresenta em menor quantidade. Exerce

importante papel neste neuro-eixo, sensibilizando o hipotálamo, que, por sua vez, envia

instruções estimuladoras ou inibidoras à hipófise, para maior ou menor produção de STH.

Este hormônio, em contrapartida, apresenta uma variação circadiana diária cujos

picos de atividade são maiores sobretudo à noite, durante o sono, segundo o nível de

glicemia após as refeições, o exercício físico (Beal, 1980; Pierson & Deschamps, 1980;

Tani et al., 1988; Bukkatko & Daehler, 1992).

Durante o exercício físico, há liberação do hormônio de crescimento, mas logo após

sua parada, ele volta à normalidade (Jorge et al., 2001).

Bogin (1993) acrescenta ainda que, embora níveis normais de STH e IGFs sejam

necessários na manutenção do crescimento normal adolescente, eles não são os fatores

diretamente relacionados ao estirão típico desta fase.

A liberação do hormônio tireotrifina (TRH), secretado pelo hipotálamo, estimula a

liberação, pela glândula pituitária, do hormônio estimulador da tireóide (TSH). O TSH

promove a liberação de dois outros hormônios, metabolicamente ativos, triiodotironina (T3)

e tiroxina (T4), que apresentam uma grande importância sobre o desenvolvimento

biológico e psicológico. Suas ações, em nível biológico, relacionam-se ao crescimento e

desenvolvimento da estatura e proporcionalidade corporais normais, formação das

cartilagens ósseas e dos dentes, aumento do consumo de oxigênio, retenção de

nitrogênio, síntese protéica, absorção de glicose e glicogênese.

Relacionam-se ainda com a maturação de sistemas enzimáticos cerebrais e com a

mielinização, podendo ocasionar, por deficiência, retardo e prejuízos mentais que, em

casos extremos, levam ao cretinismo. Suas ações são, entretanto, mais permissivas que

controladoras (Beal, 1980; Bogin, 1993; Marcondes, 1994).

Embora sejam muitos os hormônios produzidos pelo córtex adrenal, os androgênios

adrenais ou esteróides anabólicos são os mais diretamente relacionados com o

crescimento físico e com a maturação sexual. O córtex adrenal é a principal fonte de

androgênio, no sexo masculino, e estrogênio, no feminino. A ação do androgênio adrenal

é fisiologicamente similar ao produzido pelos testículos. Já no sexo feminino, a produção

de androgênio é restrita ao córtex adrenal (Nóbrega et al., 1998).

Quanto à ação sobre o crescimento, o androgênio relaciona-se com o crescimento

corporal ou de órgãos e tecidos específicos, através do aumento da síntese protéica e da

retenção de nitrogênio, potássio, fósforo e cálcio. Acelera ainda a maturação esquelética.

Associando-se, no sexo masculino, com a testosterona produzida pelos testículos,

promove o crescimento diferenciado do apresentado pelo sexo feminino, incluindo maior

aumento de massa muscular e eritrócita.

No sexo feminino, como a secreção de androgênio pelos ovários é menor, associa-

se, na aceleração do crescimento, aos androgênios adrenais. Já os estrogênios,

produzidos em baixos níveis, pelos testículos e pelos ovários, embora sejam anabólicos a

respeito de alguns tecidos específicos, parecem não exercer influência sobre o

crescimento corporal total. Relacionam-se, entretanto, com o fechamento das epífises

ósseas, o que pode explicar a interrupção do crescimento mais precocemente no sexo

feminino (Malina, 1991; Beal, 1980; Bogin, 1993).

Fatores nutricionais

Os nutrientes são essenciais à criança, no que tange ao seu crescimento e

desenvolvimento. Um suporte adequado, tanto em quantidade como em qualidade, com

recomendações específicas, proporciona à criança energia. Entre os principais nutrientes,

estão a água, as proteínas, vitaminas, os minerais, lipídeos e carboidratos. No caso de

carência de qualquer um desses nutrientes, poderá ocorrer retardo ou alteração de

crescimento e desenvolvimento.

Além de outros minerais serem importantes ao crescimento, nos anos 70 descobriu-

se que o zinco também é um elemento essencial especialmente por sua participação na

síntese de DNA.

De qualquer maneira, carência, excesso ou desequilíbrio de nutrientes levam a

alterações importantes de crescimento. Estudos em comunidades vegetarianas estritas

mostram que a estatura final de suas crianças é inferior a de seus controles (Nobrega et

al., 1998).

A manutenção da vida é possível graças às funções fisiológicas que são mantidas

pela energia provinda dos alimentos. Esta energia é necessária para a conservação do

ambiente físico químico do ser vivo intacto, tanto em repouso quanto durante as mais

variadas atividades físicas. Assim, a alimentação proporciona ao indivíduo a energia

indispensável ao exercício de todas as funções vitais, assim como o material necessário à

reparação dos tecidos, ao crescimento e à elaboração de proteínas séricas, hormônios,

enzimas e anticorpos (Pernetta, 1990).

Para Kane (1993), a dieta equilibrada é aquela que apresenta relação proporcional

com a demanda energética, com as necessidades especiais do crescimento, da

regeneração ou da resposta ao estresse, assim como, da prevenção de doenças e

manutenção da saúde.

Wehba et al. (1991) e Marcondes (1994) ressaltam que alguns aspectos dos

nutrientes básicos, vitaminas e sais, são necessários à manutenção da vida orgânica. As

proteínas têm a função de construir e reconstruir os tecidos, sendo a albumina a

excelência do crescimento.

Os carboidratos constituem a fonte mais comum e fácil de digerir e absorver pelo

organismo. Apresenta duas funções básicas: suprir a quantidade de calorias necessárias,

e constituir a maior fração da dieta média. Porém, é menos de 1% do peso corpóreo.

As gorduras, além de serem as mais poderosas fontes de energia, são responsáveis

pela constituição do protoplasma e pela veiculação das vitaminas lipossolúveis,

essenciais para a síntese de esteróides.

Os minerais mais importantes para a formação do indivíduo são o cálcio, magnésio

e fósforo, devido a contribuição fundamental na formação do tecido ósseo, influenciando

na estatura da criança; o potássio, por ser elemento intracelular e indispensável na

formação protoplasmática; e o ferro, por ser formador da hemoglobina, haja vista que a

anemia é uma das causas importantes de retardo de crescimento.

Todas as vitaminas são indispensáveis para o crescimento, mas a vitamina A atua

como fator estimulante das células endoteliais da zona de ossificação e como regulador

das atividades osteoblásticas. A vitamina D participa, por sua vez, ativamente, em virtude

de regular o metabolismo de cálcio e fósforo. Já a vitamina C é indispensável para

manutenção da substância intracelular do tecido conectivo, ossos e dentes, e sua

carência pode causar alteração da osteogênese encondral determinando a interrupção do

crescimento

Conforme a Marcondes (1994, p.29), “crescer é sinônimo de proteinizar”, isto é, reter

nitrogênio. A proteína é essencial, mas só ela não basta, a ação dos nutrientes precisa

acontecer em conjunto com outros, para poderem proporcionar uma boa saúde e,

conseqüentemente, desenvolver o bom crescimento da criança.

Fatores ambientais

Segundo Marcondes (1991), os fatores ambientais do crescimento são da máxima

importância, pode-se dizer que o crescimento da criança é enfaticamente ambiente-

dependente.

São incontáveis e em contínua variabilidade os fatores ambientais que influenciam o

crescimento, obrigando o indivíduo a uma constante adaptação fisiológica.

No crescimento, as variáveis socioeconômicas exercem importante influência. Entre

elas, podemos citar a renda per capita, o tamanho da família, as condições de habitação e

de saneamento, além da idade, escolaridade e cultura dos pais (Marcondes, 1991).

Um estudo realizado na cidade de Lima, Peru, com populações de características

socioeconômicas e ambientais semelhantes às de muitas cidades brasileiras, mostrou

que crianças que vivem em péssimas condições socioeconômicas e ambientais

apresentam elevadas prevalências de déficit estatura para idade, podendo ter níveis

médios de peso para estatura corporal similares ou mesmo superiores aos de crianças de

países desenvolvidos (Post et al., 1999).

Diferenças no estado de crescimento entre crianças de classes alta e baixa estão

bem documentadas. Crianças nascidas e criadas em circunstâncias melhores são

maiores com o decorrer da idade do que aquelas de origem socioeconômica mais pobres

(Tanner, 1987).

A carência afetiva, que consiste na falta de carinho e de solicitação afetiva materna,

perturba ou mesmo impede o vínculo mãe-filho. Quando a necessidade instintiva de

receber afeto, atenção, contato físico agradável não é satisfeito, surge uma doença

carencial, que determina o aparecimento de uma síndrome complexa: as crianças tornam-

se inicialmente irritadiças e choronas, perdem peso, não têm apetite e,

conseqüentemente, o seu crescimento detém-se (Marcondes, 1994).

A aceleração do crescimento, com estaturas cada vez mais elevadas para uma

determinada idade, provavelmente ocorre como resultado de um conjunto de fatores

ambientais, apesar de a causa ainda não ter sido definitivamente esclarecida (Marcondes,

1991).

Os aumentos observados em estatura comumente têm sido atribuídos a melhorias

nas condições sanitárias, econômicas e sociais. Entretanto, influências genéticas, como a

heterose, já foram postuladas. Para a maioria das populações, contudo, os dois fatores

exógenos mais importantes que influenciam o crescimento são possivelmente a nutrição e

o ambiente (Kac, 1999).

Para Greiner e Gordon (1992), as influências ambientais que ocasionam a tendência

secular positiva caracterizam-se por um aumento na disponibilidade de alimentos,

melhorias das condições sanitárias, cuidados em saúde, entre outros.

A prática regular de uma atividade física tem uma grande variedade de vantagens,

tanto biológicas quanto psicológicas, como por exemplo: controle do peso corporal,

aumento da densidade óssea, aumento da resistência muscular, controle do colesterol,

melhora da auto-estima, disposição para atividades cotidianas.

Para as crianças, devido ao crescimento acelerado, o estilo de vida envolvendo

bons hábitos alimentares e a prática de atividade física regular, é muito importante.

Evidências científicas têm reforçado que um estilo de vida ativo na fase escolar pode

trazer vários benefícios. Entre eles, o melhor rendimento acadêmico, o aumento da

freqüência às aulas, a diminuição de comportamentos inadequados, a melhora do

relacionamento com os pais, o aumento da responsabilidade, bem como a melhora no

nível de aptidão física.

Guedes e Guedes (1995), em estudos desenvolvidos experimentalmente com

crianças, indicam que os programas de atividade física, quando administrados de forma

adequada, não deverão influenciar no comprimento longitudinal dos ossos no crescimento

da estatura de crianças.

Contudo, os autores ressaltam que programas de atividade física poderão induzir a

alterações bastante significativas em seu diâmetro e conteúdo mineral, proporcionando

um sistema esquelético mais saudável e menos suscetível a eventuais disfunções em

idades mais avançadas.

Avaliação do Crescimento

Crescimento é um processo dinâmico que resulta da interação do potencial genético

recebido, com o ambiente no qual o indivíduo está inserido.

A análise do crescimento é usada para descrever mudança no tamanho (peso

corporal) e proporções. O crescimento é medido principalmente através do peso e

estatura corporal, podendo ser complementado com outras variáveis. A avaliação do

crescimento é tão importante que pode ser usada como medida dos índices de saúde de

uma população (Tanner, 1987).

A avaliação do crescimento da criança é o melhor instrumento propedêutico de que

se dispõe para avaliar a condição nutricional, excetuando-se os casos portadores de

distúrbios específicos de crescimento (Nóbrega et al., 1998).

O crescimento pode ser avaliado por diversos métodos, entre eles, o de menor custo

e fácil obtenção é o método antropométrico. As medidas antropométricas geralmente

utilizadas para mensurar o crescimento são as variáveis peso e estatura corporal. Antes

dos dois anos de idade é usado, habitualmente, o perímetro cefálico. A estatura e peso de

uma criança devem ser proporcionais; isto pode ser analisado marcando-se em gráfico de

crescimento.

A monitorização regular do crescimento possibilita que as tendências relacionadas

à desnutrição e obesidade sejam identificadas precocemente, e que o acompanhamento

comece logo que o crescimento em longo prazo não esteja comprometido. O peso

aumentado numa taxa rápida e cruzando os canais de vigilância (< p20 e p80 >) sugere o

desenvolvimento de obesidade.

A diminuição do peso após um período (dias, meses), pode ser o resultado de

subnutrição, uma doença aguda severa ou crônica não diagnosticada ou problemas

emocionais significativos (Mahan & Stump, 1998).

O padrão de crescimento esperado seria aquele obtido a partir de um levantamento

populacional etnicamente semelhante às crianças cujo crescimento se deseja avaliar, em

que as crianças tivessem a oportunidade de desenvolver plenamente todo o seu potencial

de crescimento, sem agressões ambientais significativas que pudessem interferir

negativamente neste potencial (Tanner, 1987).

A sugestão é que se construam curvas de crescimento, provenientes de populações

que, a princípio, tiveram as melhores oportunidades de atingir todas as possibilidades

genotípicas de crescimento, no caso, populações sadias de países desenvolvidos, ou de

grupos populacionais pertencentes a estratos socioeconômicos elevados de países em

desenvolvimento.

A Organização Mundial da Saúde (2001) recomenda como indicadores referenciais,

para avaliação do crescimento físico em nível mundial, os resultados de peso e estatura

corporal obtidos por meio de estudo desenvolvido pela National Center For Health

Statistics – NCHS (Hamill et al., 1979). Tecnicamente, essa recomendação justifica-se,

considerando que a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que:

a) os resultados dizem respeito a uma população sadia e bem nutrida;

b) as amostras apresentam tamanho adequado e elevado índice de

representatividade em relação à população analisada; e

c) as medidas foram realizadas obedecendo-se rigorosamente aos padrões

desejados, com equipamentos adequados e controle de qualidade em relação às

medidas durante todo o transcurso do estudo.

Talvez, não se deva ignorar que a utilização indiscriminada dos referenciais

produzidos pelo estudo do NCHS em todo o mundo tem provocado polêmica, em razão

dos aspectos étnicos e das eventuais diferenças genéticas da população de cada país

e/ou região, e também da tendência secular.

O Brasil adota, para controle do crescimento em crianças, o referencial do NCHS,

indicado pela Organização Mundial da Saúde (2001) e Ministério da Saúde (2000).

A seguir, serão apresentados resultados de estudos com médias e desvios padrões,

referenciando a faixa etária do estudo proposto.

Tabela 1 Estudos comparativos entre médias e desvios padrões da variável peso (kg), para o sexo masculino, na faixa etária de 07 a 10 anos de idade.

07 anos 08 anos 09 anos 10 anos Referência Ano

¯ S ¯ S ¯ S ¯ S Local

NCHS 1975 22,9 3,60 25,0 4,7 28,1 5,9 31,4 7,3 EUA

Smith 1977 22,6 2,75 25,0 3,1 27,5 5,9 30,3 7,0 EUA

Prader et al. 1989 23,6 3,19 26,2 3,8 29,1 4,2 31,8 4,6 Suíça

Marcondes et al

1986 22,0 2,96 23,5 3,2 26,4 4,2 29,1 4,6 SP

Coimbra e Santos

1991 17,0 3,30 19,6 2,8 - - - - RO

Nahas et al 1991 24,4 3,70 27,4 4,2 30,6 5,3 34,0 6,1 SC

Guedes e Guedes

1995 23,3 3,71 26,3 5,3 28,6 4,9 31,0 6,9 PR

Waltrick 1996 25,1 3,94 27,4 3,9 29,4 4,4 34,0 6,8 SC

Lopes 1999 25,4 3,40 27,3 5,2 29,6 4,8 33,4 6,2 SC

X X XX

Tabela 2 Estudos comparativos entre médias e desvios padrões da variável estatura (cm), para o sexo masculino, na faixa etária de 07 a 10 anos de idade.

07 anos 08 anos 09 anos 10 anos Referência Ano

¯ S ¯ S ¯ S ¯ S

NSPaMeCSNGGWL

TEp

R

NSPaMeCSNG

X

Cmrl.at oaauua

o

asa

Cmrl.at oaau

XXX

HS 1975 121,7 5,1 127,1 5,3 132,2 5,6 137,5 6,1

ith 1977 120,5 5,5 126,2 5,7 131,6 6,0 136,9 6,2

ader et

1989 124,8 5,2 130,9 5,7 136,5 5,9 141,4 6,2

rcondes al

1986 118,5 5,2 122,9 5,4 128,5 6,2 31,6 6,0

imbra e ntos

1991 115,1 7,8 119,7 5,9 - - - -

has et al 1991 122,6 5,7 128,4 5,7 133,5 6,4 139,2 6,3

edes e edes

1995 122,1 5,1 127,3 6,3 132,5 6,4 135,6 6,8

ltrick 1996 123,1 5,3 128,6 4,9 134,5 5,9 139,9 6,1

pes 1999 124,5 4,6 128,5 5,2 132,7 5,4 138,3 5,5

bela 3 tudos Comparativos entre médias e desvios padrões da variável peso (kg), ra o sexo feminino, na faixa etária de 07 a 10 anos de idade.

07 anos 08 anos 09 anos 10 anos rência Ano

¯ S ¯ S ¯ S ¯ S

eXX feXX

HS 1975 21,8 4,2 24,8 5,4 28,5 6,8 32,5 8,4

ith 1977 22,6 4,2 25,1 5,2 27,7 6,3 30,7 7,7

ader et

1989 22,9 2,9 25,4 3,4 28,5 4,3 30,8 7,6

rcondes al.

1986 21,2 3,3 23,5 3,6 25,7 4,1 27,7 4,6

imbra e ntos

1991 17,0 3,3 19,6 2,8 - - - -

has et al 1991 23,3 4,5 26,7 5,6 29,3 5,9 33,0 6,9

edes e 1995 23,2 4,5 25,4 4,5 28,7 6,4 30,4 5,7

Guedes Waltrick 1996 25,6 5,5 28,0 6,2 32,9 7,2 36,9 7,9

Lopes 1999 23,1 2,9 25,5 3,2 28,7 3,9 32,9 7,4

Tabela 4 Estudos comparativos entre médias e desvios padrões da variável estatura (cm), para o sexo feminino, na faixa etária de 07 a 10 anos de idade.

07 anos 08 anos 09 anos 10 anos Referência Ano

¯ S ¯ S ¯ S ¯ S

NCSmPrMaet CoSaNaGuGuWaLo

ne

St

bio

ali

nu

de

X XXX

a

u

HS 1975 120,6 5,5 126,4 6,0 132,2 6,5 138,3 6,8

ith 1977 120,5 5,5 125,0 5,7 130,5 5,9 136,0 5,9

der et al. 1989 123,4 4,7 129,0 4,7 134,9 5,1 139,6 5,7

rcondes al

1986 117,3 5,3 122,6 5,6 127,5 6,1 - -

imbra e ntos

1991 110,4 5,2 116,9 8,7 - - - -

has et al 1991 119,3 6,0 125,8 5,9 131,7 6,0 137,7 6,9

edes e edes

1995 121,2 5,4 126,3 5,9 131,7 6,6 136,7 6,8

ltrick 1996 123,8 4,5 129,2 5,1 135,4 5,4 142,0 6,6

pes 1999 121,7 4,9 126,5 5,2 131,8 5,2 138,7 6,6

Estado Nutricional

Pode-se definir o estado nutricional como sendo uma medida da extensão na qual a

cessidade fisiológica do indivíduo por nutrientes está sendo alcançada (Mahan &

mp, 1998).

Segundo Vasconcelos (2000), o conceito de estado nutricional segue uma dimensão

lógica, e, portanto, individual, enquanto produto da relação entre consumo (ingestão

mentar) e as necessidades nutricionais (gastos nutricionais ou utilização biológica de

trientes). Neste sentido, o estado nutricional poderia, teoricamente, ser expresso dentro

três modalidades de manifestações orgânicas. Conforme ilustra a figura abaixo:

ESTADO NUTRICIONAL

Consumo ou ingesta alimentar Necessidades ou gastos nutricionais (ou utilização biológica de

Figura 2 Avaliação Nutricional de Coletividades. 3ª ed. Florianópolis: Ed. da UFSC, (p. 20). Fonte: Vasconcelos (2000)

Numa estrutura social como a brasileira (capitalismo periférico ou dependente), o

estado nutricional dispõe-se diferenciado entre as diferentes classes sociais que a

compõem, e também entre as diferentes categorias sociais dessas classes, bem como

entre os diferentes indivíduos que comportam essas categorias.

A desnutrição geralmente é o resultado da combinação de uma dieta inadequada

com infecções. Muitas pessoas ainda se referem à deficiência do crescimento como

desnutrição causada pelo desequilíbrio protéico-energético, ou Desnutrição Protéica

Energética (DPE). Porém, o crescimento deficiente em crianças é reconhecido hoje como

resultado não apenas do DPE, mas também de um consumo inadequado de minerais

vitais (como ferro, cálcio, zinco e iodo) e de vitaminas (como a vitamina A, D, E e K), e,

geralmente, também de ácidos graxos essenciais (UNICEF, 1998).

Quando a alimentação é insuficiente, o corpo humano adapta-se para continuar

funcionando. Na maioria das vezes, os mecanismos utilizados nessa adaptação são

invisíveis – ou somente tornam-se visíveis mais tarde, no caso de crianças que dispõem

de gráficos de acompanhamento para medir as taxas de crescimento. Virtualmente, o

único sinal visível é a fraqueza, uma queda de energia que ocorre enquanto o organismo

luta para conservar a energia. Crianças desnutridas tendem a permanecer paradas ao

invés de ficar em pé, deitar ao invés de sentar (Unicef, 1994, p.16).

De acordo com a Unicef (1998), ainda que a desnutrição endêmica moderada

somente seja perceptível quando as crianças são pesadas e medidas, crianças

gravemente desnutridas desenvolvem sintomas clínicos que podem ser facilmente

observados – como o marasmo e a síndrome conhecida como Kwashiorkor (nome usado

em Gana para identificar uma grave doença infantil causada por deficiência nutricional

crônica).

Cardoso e Carraza (1993) referem-se às duas formas extremas da desnutrição

energético-protéica, o marasmo e o kwashiorkor, como podendo ser doenças nutricionais

completamente diferentes. No marasmo, a criança tem baixa atividade, é pequena para a

idade, tem membros delgados, devido à atrofia muscular e subcutânea. Em geral está

irritada e tem apetite variável.

No Kwashiorkor, o aspecto clínico caracteriza-se por alterações da pele, dos

membros inferiores, alterações dos cabelos, hepatomegalia (fígado gorduroso), edema

generalizado ou só de rosto e baixas concentrações de albumina e proteínas. Em geral, a

área perineal apresenta-se sempre com dermatite e escoriações, devido à diarréia.

Durante muito tempo, a desnutrição foi considerada uma das conseqüências da

pobreza. Está cada vez mais claro que ela é também uma das causas da pobreza. Na

maior parte dos países em desenvolvimento, as taxas de desnutrição vêm caindo ao

longo das duas últimas décadas, mas em ritmos sensivelmente diferentes. A exceção está

na região ao sul do Saara, onde as taxas de desnutrição começaram a subir na maioria

dos países durante o início da década de 1990 (UNICEF, 1998).

Segundo Marcondes (1986), com relação a distúrbios do estado nutricional, a

somatória das doenças crônicas que envolvem um ou mais nutrientes (excluem-se água,

eletrólitos, glicose e outros), dá-se por deficiência de nutrientes: desnutrição (calorias e

proteínas), anemia (ferro), raquitismo (vitamina D), escorbuto (vitamina C). Outras, por

excesso de nutrientes: obesidade, hipertensão, diabetes e outras.

Estado Nutricional e Ambiente

O estado nutricional depende muito do aspecto sócio-cultural, pois o alimento

representa a manifestação da organização social, a chave simbólica dos costumes, o

registro do modo de pensar a corporalidade no mundo em qualquer que seja a sociedade

(Camporesi, 1996).

Dentre estes fatores, pode-se destacar os relativos às condições sociais da família,

traduzidos pelo nível de educação dos pais, origem destes (é de especial importância no

caso de crianças, a origem da mãe), e os relativos às condições de moradia da família,

entre as quais, avulta, nos meios urbanos de países em desenvolvimento ou

subdesenvolvidos, o suprimento de serviços básicos de saneamento, como água e

esgoto. O fator saneamento, em vários estudos, tem-se destacado como sério

determinante do estado nutricional, pois precárias condições de saneamento levam ao

desenvolvimento de moléstias como as infecções intestinais, cujos efeitos nocivos sobre o

estado nutricional são conhecidos (Campino, 1998).

Para as classes populares em seus diversos estratos sociais, o poder aquisitivo, o

comércio e a forma como são distribuídas enquanto forças produtivas impõem modelos

culturais à mesa. A comida é também mesclada de valores simbólicos antigos e

modernos, mantendo características regionais e padrões sócio-culturais nas diversas

instâncias do conhecimento tradicional (Freitas, 1997).

Com o objetivo de avaliar as condições nutricionais de crianças com 06 e 60 meses,

Batista Filho (1994) avaliou 754 crianças pertencentes a 500 famílias, residentes na

cidade de São Paulo. O autor fez avaliação do estado nutricional relacionando-o com a

renda familiar, e encontrou uma elevada prevalência de desnutrição em crianças

pertencentes a famílias com menos de 1,0 salário mínimo per capita.

No grupo de 0,5 salário mínimo, mais de 50% das crianças eram desnutridas, sendo

que a freqüência de desnutrição entre famílias de mais baixa renda foi de 05 a 06 vezes

maior que entre as de padrão mais elevado. Acima de 1,0 salário mínimo per capita o

aumento da renda familiar não se fez acompanhar de melhora significativa do estado

nutricional das crianças.

O perfil socioeconômico de famílias de desnutridos graves, atendidos no Instituto da

Criança da USP, moradoras na grande São Paulo, foi estudado por Godoy et al. (1995),

que verificaram que 33% eram moradores de favelas com densidade de 03 a 05

moradores por dormitório, 42% das mães não tinham nenhuma escolaridade e em 64%

dos casos a renda per capita era inferior a um salário mínimo, sendo que em 60% dos

casos, o chefe de família não tinha uma ocupação regular. Desta forma, concluíram que a

desnutrição não é circunstancial, mas está ligada às precárias condições de

sobrevivência.

Marcondes (1994), em estudos realizados com crianças de zero a 12 anos,

construiu tabelas de crescimento, de zero a 12 anos, com indicação de médias, desvios

padrão e limites de tolerância, para 08 dados antropométricos e 07 índices somáticos

para ambos os sexos. Avaliou 9.258 crianças do Município de Santo André − SP. Neste

estudo foram excluídas crianças severamente desnutridas e as portadoras de patologias

crônicas. Os autores estratificaram as classes sociais em 04 níveis, sendo a classe social

IV a de melhor condição socioeconômica, sendo a que apresentou média de estatura,

peso e perímetro cefálico mais elevado.

Conforme a criança cresce, seu mundo se expande e seus contatos sociais

adquirem maior importância. A influência dos colegas aumenta com a idade e estende-se

às atitudes e escolhas alimentares. Isto pode se manifestar por uma repentina recusa de

um alimento “popular” normal. As decisões de participar ou não do lanche escolar podem

ser mais um resultado de quais amigos e não do que o cardápio oferece. Estes

comportamentos normalmente representam uma fase que irá mudar (Mahan & Stump,

1998).

Avaliação do Estado Nutricional

A avaliação do estado nutricional, atualmente, é um procedimento recomendado

pela OMS, sendo realizado de maneira objetiva, de fácil metodologia, sem exigir

tecnologia sofisticada. Conforme Mahan e Stump (1998), indicadores antropométricos

podem ser desenvolvidos em um padrão interno dentro de um estudo específico, de uma

referência de crescimento local, ou a partir de uma referência internacional. Independente

da população da referência usada, um indicador antropométrico provê uma medida do

status do crescimento individual em relação a uma mediana, expressada tanto em

percentil, uma percentagem da mediana de referência, ou como uma proporção do desvio

padrão, muitas vezes referido ao escore z.

O uso de uma população de referência torna possível comparar o status de

crescimento de crianças de diferentes idades e acessar o status antropométrico em um

estudo populacional, o que permite, ainda, a comparação de resultados entre diferentes

estudos de nutrição e saúde, assim auxiliando na interpretação dos resultados.

A OMS propôs que uma única referência antropométrica de crescimento fosse

usada, tanto na monitorização individual da criança, como na avaliação do estado

nutricional de uma população, tendo publicado características da amostra e técnicas

dessa referência internacional de crescimento, bem como os percentis e valores dos

desvios padrão de peso para idade, peso para estatura, e estatura para idade. Foi a

população de referência recomendada que permitiu a construção da curva de crescimento

pôndero-estatural do NCHS.

O peso para a estatura é determinado pela comparação do peso observado com

peso esperado para crianças da mesma estatura e sexo, constituindo-se um indicador

antropométrico utilizado também na avaliação de estado nutricional (Waterlow, 1990).

Os índices peso para a estatura, e estatura para a idade são calculados pela

expressão do peso e estatura observada como percentagem do percentil 50 do peso para

a estatura corporal (P/E) ou estatura da mesma idade e sexo da população de referência

(E/I). Se a criança está num processo de desnutrição, a doença progride, e, além da

perda de peso, se observa que o crescimento em estatura diminui ou pára, diminuindo a

relação estatura para a idade, além da própria diminuição do peso para a estatura

corporal.

Eventualmente, é corrigido o desequilíbrio entre o aporte protéico energético e o

consumo energético; a criança volta a ganhar peso e a ter crescimento em estatura.

Porém, dependendo da idade da criança, da duração da desnutrição e da sua

intensidade, poderá não haver o fenômeno de recuperação catch-up-growth, e a criança

atingirá o peso para a estatura e idade. No entanto, a estatura pode não retornar ao seu

canal genético de crescimento.

A criança com défice de estatura para a idade associada a um peso normal é

chamada stunted. Waterlow et al. (1977) demonstraram que em 80% da mediana do peso

para a estatura e em 90% da mediana da altura para a idade, em populações desnutridas,

têm sido mostrados limites discriminatórios na identificação de crianças desnutridas.

Engstrom et al. (1998), decidindo-se por limites classificatórios apropriados, tanto

para populações desnutridas, quanto supernutridas para faixa etária de 05 a 10 anos, em

ambos sexos, recomendam os seguintes princípios:

a) uso dos índices estatura/idade e peso/estatura;

b) Uso do padrão NCHS;

c) Para o índice P/E, uso do ponto de corte < - 2 DP (ou escore Z) como indicativo

de baixo peso ou desnutrição; entre – 2 DP (ou escore Z)e + 2 DP (ou escore Z),

como indicativo de eutrofia ou normalidade nutricional; e > + 2 DP (ou escore Z),

como indicativo de sobrepeso (e/ou obesidade);

d) Para o índice E/I, uso do ponto de corte < - 2 DP (ou escore Z) como indicativo

de baixa estatura; entre – 2 DP (ou escore Z) e + 2 DP (ou escore Z) como

indicativo de alta estatura;

e) Além destes critérios, elas também recomendam o uso do sistema de

classificação por distribuição dos percentis de E/I e P/E; o índice estatura aos 7

anos de idade (ingresso escolar); perímetro braquial; dobra cutânea tricipital.

Na avaliação do estado nutricional em coletividade, espera-se que apenas 3% da

população sadia esteja abaixo –2DP. Se na coletividade foram encontradas prevalências

maiores, por exemplo 10%, sua população distancia-se do esperado em 7%,

provavelmente devido a carências nutricionais crônicas.

Dados Históricos, Geográficos, Demográficos e Culturais do Município de Porto Velho

A cidade do presente estudo, chamava-se até 1913, Vila de Porto Velho, com 800

habitantes. No dia 2 de outubro de 1914, ela foi elevada a município de Porto Velho,

permanecendo o mesmo nome.

Um dos fatos que marcaram a colonização de Porto Velho foi à construção da

Estrada de Ferro Madeira−Mamoré, elaborada com o intuito de exercer o monopólio da

produção, transporte e comercialização da borracha, castanha, caucho, madeira, couro e

peles de animais silvestres. Para sua construção, 4.500 homens foram contratados pela

empresa May, Jekill & Randolph (EUA), entre eles: brasileiros, espanhóis, portugueses,

alemães, antilhanos, colombianos, italianos, norte-americanos, bolivianos, franceses,

russos, cubanos, mexicanos, indianos, ingleses, peruanos, suecos, belgas, húngaros e

irlandeses (Silva, 1991).

A construção da ferrovia dizimou muitos trabalhadores, devido a doenças como a

malária. Além disso, a ferocidade dos índios ficou bem conhecida, havendo a

necessidade de coragem para quem quisesse continuar na construção. Tantas foram às

tragédias que envolveram o empreendimento, que a EFMM (Estrada de Ferro Madeira

Mamoré) passou a ser conhecida no mundo inteiro como a “Ferrovia do Diabo”.

Na década de 1970, houve um grande surto migratório, e o município começou a

bater sucessivos recordes de desenvolvimento. A pavimentação da BR 364, na década de

1980, facilitou o ingresso de migrantes das mais diferentes regiões do país, que chegaram

na cidade, nessa época, atrás do “eldorado” da Amazônia. Houve um grande fluxo de

extração de ouro.

O ritmo febril de expansão levou Porto Velho a um recorde nacional na década de

1980: foi a capital brasileira que mais cresceu, com um índice de 113,7%, um percentual

infinitamente superior às taxas de crescimento de metrópoles como São Paulo, Rio de

Janeiro e Belo Horizonte (Teixeira & Fonseca, 2000).

Nem a drástica queda da extração de ouro impediu que o município de Porto Velho

continuasse com uma das maiores taxas de crescimento demográfico do país, algo em

torno de 11%, em 1990. Com isso foi, em parte, compensada a perda da população

flutuante, devido a extinção de dezenas de garimpos.

Com este crescimento, Porto Velho assumiu dimensões de metrópole. Bairros sem

infra-estrutura e até mesmo invasões eclodiram do dia para a noite.

Um dos grandes problemas enfrentados pela cidade, principalmente em áreas em

que o município depende quase que totalmente de recursos estaduais e federais, é a

pouca implantação de rede de esgotos. Precisa-se também de implantação de rede de

drenagem de canais e igarapés, visando a evitar inundações nos bairros durante os

períodos chuvosos.

O clima de Porto Velho é equatorial e úmido. O regime térmico é 25º a 36º, às vezes

chegando a mais de 40º na época da seca (maio, junho, julho e agosto).

A cidade é banhada pelo Rio Madeira, que é o maior afluente do Rio Amazonas,

com extensão de 3.240 km. O Rio Madeira é formado pela confluência dos rios Beni e

Mamoré, originários do planalto andino e pelo Guaporé, que tem nascente nos

contrafortes da Chapada dos Parecis.

Figura 3. Localização do Município de Porto Velho, no Estado de Rondônia.

Porto Velho conta com uma população estimada de 330 mil habitantes, com área

territorial de 54.780 m2, altitude de 98m do nível do mar. Limita-se ao norte com os

municípios de Humaitá e Lábrea (estado do Amazonas); ao sul com Vila Nova do Mamoré

e Jaru; ao leste com Ariquemes e Machadinho do Oeste e ao Oeste com Rio Branco −

estado do Acre (IBGE, 1999).

A economia é baseada principalmente na indústria extrativa de minérios, como ouro

e cassiterita, na pesca, agricultura e no comércio. A produção agrícola preponderante é a

de arroz, mandioca, milho e abacaxi.

As comidas típicas da região são o peixe assado na folha da bananeira, muqueado,

creme de cupuaçu, a pupunha cozida, o açaí, pato no tucupi ou ao leite da castanha,

vatapá, a carneirada, carne de sol, o tacacá.

Porto Velho conta com 3 reservas indígenas: Karitiana (89.098 hectares), Kaxaraxi,

cujos indígenas vivem do extrativismo da castanha e de plantações de banana, arroz e

mandioca, Karipunas (2.200 hectares).

Com relação à malária, os casos têm caído sensivelmente em Porto Velho nos

últimos anos. Em 1988 foram registrados 68.080 casos, em 1989, 51.593 e em 1990,

44.285. A previsão, conforme as autoridades sanitárias é de que o índice da doença

continue em queda livre face à extinção de vários garimpos ao longo do Rio Madeira.

CAPÍTULO III

METODOLOGIA

Caracterização da Pesquisa

Este estudo transversal caracteriza-se como pesquisa descritiva correlacional

(Triviños, 1987; Carlson & Thorne, 1997) e objetiva investigar o crescimento físico,

estado nutricional e atividade física de escolares da rede municipal de ensino de Porto

Velho, RO.

Caracterização da População

A população de escolares da rede municipal urbana de Porto Velho foi estimada,

através do censo escolar/2000, em 14.897 alunos, distribuídos em 25 escolas. Desse

número, 599 alunos estão na pré-escola; 1.493, em classes de alfabetização; 7.263, entre

a 1ª e a 4ª séries; 3.337, entre a 5ª e a 8ª séries do ensino fundamental; 374, no ensino

médio; e 1.871, no ensino supletivo.

A população deste estudo centra-se em escolares com idade compreendida entre 07

e 10 anos, de ambos os sexos, matriculados de 1ª a 4ª séries do ensino fundamental, nos

estabelecimentos da rede municipal de ensino da cidade de Porto Velho (ver quadro 2 e

3).

Amostra

Para determinar o tamanho da amostra recorreu-se a estratégia sugerida por Barbetta

(1999). Desta forma, consideram-se o intervalo de confiança de 95% e uma margem de

erro amostral tolerável de 3%. A amostra foi composta por 1057 escolares, de ambos os

sexos, matriculados nas escolas da rede municipal de ensino da cidade, durante o

segundo semestre do ano letivo de 2001(ver quadro 1).

Quadro 1 Fórmula para o cálculo do tamanho mínimo da amostra N tamanho da população; n tamanho da amostra; no = uma primeira aproximação para o tamanho da amostra e Eo erro amostral tolerável. no = 1 n = N x no Eo

2 N + no

Fonte: Barbetta (1999)

A amostra foi elaborada obedecendo-se os seguintes critérios:

a) definição, de forma intencional, dos setores da cidade e, dentro de cada

setor, sorteio por processo aleatório das escolas que atendam aos

propósitos de estudo;

b) escolha de todas as turmas de 1ª a 4ª séries na faixa etária de 07 a 10

anos de idade;

c) opção por uma amostragem aleatória proporcional por setor e intencional

conglomerado por turma;

d) para a coleta dos dados, consideração pela idade decimal sugerida por

Ross e Marfell – Jones (1982), para as idades de 07 a 10 anos: 6,50 a

7,49 = 07 anos; 7,50 a 8,49 = 08 anos; 8, 50 a 9,49 = 09 anos; 9,50 a 10,

49 = 10 anos (anexo 6); e

e) seleção dos setores para a coleta dos dados, realizada pela localização

geográfica das principais avenidas da cidade.

A coleta de dados realizou-se mediante a autorização da Secretária Municipal de

Educação.

O procedimento para aplicação do questionário sociodemográfico foi realizado mediante

uma reunião com os pais dos alunos, em dois momentos. No primeiro, com os pais de

escolares de 1ª e 2ª séries; no segundo, com pais de escolares de 3ª e 4ª séries. Todos

receberam orientações sobre a pesquisa no preenchimento do questionário.

Quadro 2

Representação do tamanho (estimado) da população e amostra do estudo de escolares da rede municipal de ensino de Porto Velho.

SETOR A ALUNOS SETOR B ALUNOS SETORC ALUNOS SETOR D ALUNOS

*1. Esc. Padre

Chiquinho 492 E. Nova

República 81

E. Engº W. Darwich Zacarias

355 E. Estela A . Compasso

409

2. E. Antônio Ferreira

343 E. Saul Bennesby

350 *Inst. Engº Francisco

Erse 356 E. Pingo de

Gente 230

3. E. São Pedro

292 E. Joaquim V. Rondon

786 E. Senador

Olavo Pires

324 E. Ulisses S. Ferreira

381

4. E. Maria Isaura

451 E. Guaporé 156 E. Pedro Batalha

391 *E. Senador Darcy Ribeiro

592

5. E. Meu Pequeno

Jones 43

*Raimundo Agostinho da

Silva 219 E. Rio

Madeira 235

E. Chapeuzinho

Vermelho 78

6. E. São Sebastião II

207 - - - - - -

7. E. Nacional

492 - - - - - -

n = total 2.320 - 1.592 - 1.661 - 1690

N= 7.263

% 31,94% - 21,91% - 22,86% - 23,26%

n = amostra coletada

284 - 161 - 282 - 330

n = 1057

* Escolas sorteadas para pesquisa.

Quadro 3 Representação amostral de estudo dos escolares de 1ª a 4ª séries da rede municipal de ensino de Porto Velho.

Seto A Setor B Setor C Setor D Idade

Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem.

07 anos 17 24 10 09 20 15 27 20

08 anos 22 29 21 18 43 45 43 44

09 anos 42 53 18 22 38 30 39 50

10 anos 40 57 32 31 40 51 62 45

Setor A = Padre Chiquinho Setor B = Raimundo Agostinho Setor C = Instituto Municipal de Educação Setor D = Senador Darcy Ribeiro

Instrumentos

Para coletar os dados sobre as variáveis do estudo, foram necessários diversos

instrumentos, praticamente um para cada variável. Na coleta dos dados antropométricos,

utilizaram-se balança, fita métrica, adipômetro e estadiômetro. Na verificação do peso dos

escolares utilizou-se balança antropométrica mecânica Filizola, com escala de 100

gramas.

A estatura foi verificada através de um estadiômetro tipo trena, com 200 cm, com

uma escala de 01 mm. A medida do perímetro braquial foi feita com fita para medidas

antropométricas, com 50 cm (escala 01 mm). As dobras cutâneas (tricipital e

subescapular) foram aferidas com o adipômetro CESCORF científico, instrumento cuja

validade foi constatada por Petroski, Velho e Pires Neto (1994).

Procedimentos para Análise e Coleta de Dados

No que concerne à coleta de dados, este estudo contou com a colaboração de

profissionais da educação da Prefeitura de Porto Velho e da Universidade Federal de

Rondônia (Unir: Laboratório de Aptidão Física), tendo em vista a necessidade de uma

metodologia apropriada. Para a medição da massa corporal e estatura corporal seguiu-se

a padronização de Alvarez e Pavan (1999).

Peso Corporal (KG): o escolar posicionou-se sobre a plataforma, de pé e de costas para

escala da balança, com um pequeno afastamento lateral dos pés.

Estatura Corporal (m): para se medir a estatura, o escolar colocou-se próximo a uma

parede já devidamente preparada, onde encontrava-se posicionado o estadiômetro. O

avaliado permaneceu abaixo do cursor, na posição ereta, com os braços ao longo do

corpo e com o olhar fixado em um ponto a sua frente.

Para a medição do perímetro braquial foi utilizado o procedimento descrito por

Lopes e Martins (1999); para medir as dobras cutâneas (tricipital e subescapular), o

descrito por Benedetti et al. (1999).

Perímetro Braquial: a medida foi efetuada no braço direito do avaliado, por uma fita

métrica, na distância média entre a projeção lateral do processo acromial da escápula e a

borda inferior do olécrano da ulna, estando o braço estendido e relaxado ao longo do

corpo.

Dobras Cutâneas: as medidas foram feitas logo após a coleta de dados de peso e

estatura, no mesmo ambiente. As medidas foram feitas no hemi-corpo direito, sendo que

o tecido celular subcutâneo foi destacado do tecido muscular com auxílio do polegar e do

indicador. Foram realizadas três medidas consecutivas em cada região anatômica,

considerando a média das três para efeito de cálculo. As dobras cutâneas avaliadas neste

estudo foram: tríceps (TR) e subescapular (SB). Para a realização de todas as medidas,

os escolares colocaram-se em posição ortostática e em repouso.

Composição Corporal: para estimar o percentual de gordura corporal (%G) relativa, foi

utilizada a equação de regressão em crianças e jovens de 07 a 17 anos, apresentada por

Lohman (1986).

Equação para estimar o %G corporal em crianças e jovens: %G= 1,35 (∑TR+SE) – 0,012 (∑TR+SE)2 – C Onde: C = constantes por sexo, raça e idade.

Tabela 5 Constantes por idade, sexo e raça

IDADES

Sexo/raça 07 08 09 10

Masculino

Branca 3,4 3,7 4,1 4,4

Negra 4,0 4,3 4,7 5,0

Feminino

Branca 1,4 1,7 2,0 2,4

Negra 1,7 2,0 2,3 2,6

Fonte: Petroski et al. (1999). Constantes para idades de raça branca de 07 a 10

anos (Lohman, 1986). Dados Sociodemográficos

Foram coletados os seguintes dados: local de nascimento, com quem a criança

mora, tamanho da família, quantos irmãos, quantidade de bens de consumos e serviços,

qual grau de instrução do chefe da família. As informações destes dados foram obtidas

através de questionário (Anexo 2), usando o Critério de Classificação Econômica Brasil:

Associação Nacional de Empresas de Pesquisa - ANEP (1997).

Atividade Física

As informações sobre atividade física foram coletadas através de um questionário

(Anexo 2).

Avaliação do Crescimento Físico

Os escolares foram classificados de acordo com a mediana peso/idade e

estatura/idade, utilizando-se como padrão de referência às curvas de crescimento do

NCHS, OMS (2001). Na distribuição dos percentis de peso e estatura corporal permite-se

a avaliação entre o percentil observado e a referência de estudo, sendo efetuada nos

seguintes intervalos: P5; P10; P25; P50; P75; P90; P95; considerando-se o número de

sujeitos de 01 a 100.

No indicador estatura/idade, foi utilizado, para avaliação de défice de crescimento

em nível coletivo de escolares de ambos os sexos, os pontos de corte: P5, P25, P95,

considerando-se a classificação segundo os percentis:

< P5 = baixo para a idade Entre P25 e P95 = adequado

Entre P5 e P25 = canal de vigilância Acima de P95 = alto para a idade

Fonte: Marcondes et al. (1994)

Avaliação do Estado Nutricional Utilizou-se o referencial NCHS (World Health Organization, 2001), com base nos

índices Estatura/Idade (E/I) e Peso/Estatura (P/E). Os valores Z para estes índices

antropométricos foram analisados pelo programa IpiInfo versão 2000. Dois escore Z é o

número de desvio-padrão, acima ou abaixo da média da população de referência,

correspondendo ao peso ou à estatura da criança.

Para avaliação do estado nutricional de acordo com a faixa etária do presente

estudo utilizou-se os seguintes indicadores: estatura para idade (E/I) desnutrição crônica

e peso para estatura (P/E) desnutrição aguda, respectivamente, usando-se como critério

o escore Z (Engstrom et al., 1998). O ponto de corte de Z escores para o índice E/I e P/E

foi < 2 para avaliar a desnutrição.

Levando-se em consideração o referencial do NCHS, foi utilizado no presente

estudo, dois índices antropométricos básicos: estatura para idade (E/I) e peso para

estatura (P/E).

Peso para estatura (P/E): A relação peso para estatura e sexo pode medir casos de

desnutrição aguda ou défices ponderal (graus de “wasting”) que, em muitos casos, indica

um recente e severo processo de perda de peso, o qual é, muitas vezes, associado com

processos de fome ou doença grave, ou o resultado de uma condição crônica

desfavorável.

Sobre um índice de severidade, prevalências entre 10 a 14% são consideradas

como sérias, e acima ou igual a 15%, como críticas.

Tipicamente, a prevalência de baixo peso para estatura (P/E) mostra um pico no

segundo ano de vida. Prevalências insignificantes de “wasting” numa população, não

necessariamente implica na falta de problemas nutricionais atuais “stunting” e outros

défices podem estar presentes. O índice peso para estatura acima de + 2 DP indica casos

de sobrepeso e abaixo – 2 DP desnutrição (WHO, 1997).

Estatura para idade (E/I): A relação estatura para idade e sexo identifica a

desnutrição pregressa, medindo casos de défices de estatura (graus de “stunting”).

Crescimento “stunded” reflete um processo de dificuldades em alcançar um potencial de

crescimento linear, como resultado de condições desfavoráveis de saúde e/ou nutrição.

Sobre populações normais, alta frequência de “stunting” está associada a condições

socioeconômicas desfavoráveis, aumento frequente de risco e precoce exposição a

condições adversas, tais como, patologias e/ou maus hábitos alimentares.

Dessa forma, diminuição da taxa nacional de “stunting” é usualmente indicativo da

melhora em todas as condições socioeconômicas do país.

Em variação mundial da prevalência de défices de estatura para idade é

considerável, variando de 5% a 65% entre os países menos desenvolvidos.

Em vários destes padrões, a prevalência começa a aumentar nos três meses de

idade, e o processo “stunting” diminui por volta dos três anos de idade, os quais decorrem

paralelo às referências. Desse modo, a idade da criança modifica a interpretação dos

resultados: para crianças no grupo de idade abaixo de 2 – 3 anos, défices de estatura

para idade, provavelmente reflete um processo contínuo de “dificuldade de crescimento”

ou “stunting”, para crianças mais velhas, isto reflete uma dificuldade para crescer ocorrida

no passado ou “stunded” (WHO, 1997).

A utilização de – 2 Z escores como um limite implica que 2,3% da população

referência será classificada como “desnutrida”, até mesmo se forem indivíduos

verdadeiramente “saudáveis”, sem apresentar dificuldades de crescimento. Portanto,

2,3% podem ser considerados como “indicador” ou prevalência esperada. As prevalências

em populações carentes são geralmente mais elevadas que 2,3% (WHO, 1997).

Tratamento Estatístico A fim de atender aos objetivos propostos para o estudo, utilizou-se, na tabulação

dos dados, os programas EpiInfo/2000, Excel/5.0, e, para análise estatística, SPSS

versão 10.

Na análise descritiva básica utilizou-se a mediana, desvio padrão, freqüência e

distribuição de percentis e escore Z como ponto de corte – 2DP e + 2 DP, com os

indicadores estatura para idade e peso para estatura (Engstrom et al. , 1998; Monteiro &

Conde, 2000; OMS, 2001).

Foi utilizado o teste “t” de Student nas amostras independentes, para comparação

de uma mediana com um valor referencial, a fim de comparar variáveis de crescimento

físico do grupo de estudo com os critérios de referência: NCHS (Hamill et al., 1977, 1979),

por idade e sexo. Foram apresentados em escalas percentílicas, utilizou-se o escore do

centil 50 (mediana) como valor para comparação, conforme equação a seguir: t = x – u

S / √ n Onde: x = mediana deste estudo;

u = mediana do padrão de comparação

n = número de sujeitos da amostra;

s = desvio padrão.

Fonte: Baumgartner e Jackson (1995, p 101)

Para relacionar o estado nutricional com os indicadores E/I e P/E, sexo, idade,

tamanho da família, utilizou-se o teste qui-quadrado (X2). Este teste foi utilizado também

para comparar as características de atividade física com o estado nutricional.

Na verificação do peso, estatura corporal e percentual de gordura, utilizou-se o teste

“t” de Student para amostra independente, comparando a média do sexo masculino e

feminino em cada idade. Para todos os procedimentos estatísticos utilizou-se o nível de

significância 5%.

CAPÍTULO IV

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para sistematizar a apresentação e discussão dos resultados da investigação, este

capítulo foi divido nas seguintes seções: características sociodemográficas, comparação

do perfil de crescimento físico através das variáveis peso e estatura corporal,

classificação do estado nutricional através dos indicadores estatura para idade e peso

para estatura corporal, associação entre o estado nutricional e as características de

atividade física e caracterização das variáveis da composição corporal.

Características Sociodemográficas

A amostra do estudo foi composta, conforme descrito no Capítulo III (Metodologia),

por 1057 escolares, sendo 48,6% do sexo masculino e 51,4% do feminino. Outras

características da amostra estão na Tabela 6.

Os dados da Tabela 6 mostram que a maior percentagem de escolares investigados

encontra-se na faixa etária de 10 anos (33,9%), sendo predominante o sexo feminino

(51,4%). Apesar de a cidade receber grande migração, a maior percentagem de

escolares é nascido no município de Porto Velho (82,5%).

Observa-se, também, que a maior percentagem dos escolares reside com os pais

(62,3%), que a maior prevalência do número de filhos está entre 1 a 2 (52,7%) e as

famílias são compostas de 5 a 6 membros, moradores da residência (49,1%).

No nível socioeconômico, prevalecem as categorias D, C e E (60,1%, 29%, 7,8%),

cujas condições socioeconômicas são considerados baixas.

Tabela 6 Caracterização sociodemográfica dos escolares investigados.

Variável n %

Sexo Masculino 514 48,6 Feminino 543 51,4

Idade 07 anos 142 13,4 08 anos 265 25,1 09 anos 292 27,6 10 anos 358 33,9

Local de nascimento Porto Velho 872 82,5 Outras localidades 185 17,5

Com quem mora Pai e mãe 658 62,3 Pai 65 6,1 Mãe 276 26,1 Parentes 56 5,3 Outros 02 0,2

Número de irmãos Nenhum 86 8,1 01 – 02 557 52,7 03 – 04 300 28,4 05 – 06 97 9,2 > 06 17 1,6

Tamanho da família Até 02 20 1,9 03 – 04 345 32,6

05 – 06 519 49,1 > 06 173 16,4

Nível socioeconômico A1 0 0,0 A2 01 0,1 B1 06 0,6 B2 26 2,5 C 307 29,0 D 635 60,1 E 82 7,8

A Figura 4 aponta semelhança do nível socioeconômico da amostra, quando

comparado ao referencial brasileiro na distribuição da população por região

(Norte/Nordeste): nível D (37%), E (30%) e C (20%).

0 0,1

0,6 2,5

1 3 3 6

20

30

29

7,8

60,1

37

0

20

40

60

80

A1 A2 B1 B2 C D E

%

Porto Velho ANEP

Figura 4. Caracterização da amostra segundo o nível socioeconômico.

Na estratificação por setores de estudo, Figura 5, o comportamento do nível

socioeconômico apresenta prevalência da amostra nos níveis D, C e E,

semelhante à amostragem da Tabela 6. Destacando-se o setor B (74,5%), seguido

dos setores D, A e C (65,8%, 56,7%, 48,6% respectivamente).

����� �����

������������������������������������

��������������������������������������������� �����

0 0 1,4 3,9

35,2

56,7

2,8

0 0 0 2,5

15,5

7,5

0 0,4

0,7 3,2

41,8 48

,6

5,3

0 0,7

19,4

14,2

74,5

0 0

65,8

0

20

40

60

80

A1 A2 B1 B2 C D E

%

�������� etor A Setor B Setor C Setor DS

Setor A = Padre Chiquinho Setor B = Raimundo Agostinho Setor D = Senador Darcy Setor C = Instituto Municipal de Educação Figura 5. Caracterização do nível socioeconômico por setores.

Para descrever o grau de instrução dos pais, considerou-se seis grupos de

escolaridade, seguindo as denominações estabelecidas pela LDB/96.

Na Figura 6, observa-se que o nível de escolaridade dos pais é baixo, uma vez

que 52,4% possuem o nível básico incompleto, 43,1% têm escolaridade básica

ou média, e apenas 4,5% possuem escolaridade alta, com nível superior

incompleto e superior completo.

Para melhor entendimento, procurou-se comparar a escolaridade da amostra

com dados da população brasileira. A Figura 7 indica a escolaridade em anos de

estudo dos pais e das pessoas com idade acima de 10 anos, segundo os dados

da pesquisa nacional de amostra em domicílios (IBGE, 1999).

Os dados confirmam que a amostra apresenta um nível de escolaridade

semelhante quando comparada com a população brasileira, abrange a faixa de 1 a

7 anos de estudo (52,51% e 52,50% respectivamente), sendo a menor parte da

amostra (pais) dividida entre menos e mais anos de estudo (13,34% e 14,66%).

2,5

2

10,2

12,7

20,2

52,4

0 10 20 30 40 50 60

superior

superior inc

médio

médio inc.

básico

básico inc.

%

Figura 6. Caracterização do grau de instrução dos pais.

13,34

39,17

32,83

14,6618,3

34,2

14,819

0

10

20

30

40

50

1 a 3 4 a 7 8 a 10 > 11anos de estudo

%

Porto VelhoBrasil

Figura 7. Distribuição de freqüência do nível de escolaridade dos pais.

Comparação do Perfil de Crescimento Físico através das Variáveis Peso e Estatura Corporal

Com o objetivo de verificar o nível de crescimento físico dos escolares (Tabelas 7 e 8

e Figuras 8 e 9), comparou-se o resultado da mediana de peso e estatura corporal com o

referencial do NCHS, realizado com crianças norte-americanas (Hamill et al., 1979).

Além disso, esta recomendação foi ratificada no Brasil (Ministério da Saúde, 2000)

porque o NCHS realizou uma pesquisa bem delineada, seguindo metodologia criteriosa,

os estudos revelaram que, até cerca de 10 anos, crianças de diferentes etnias e culturas

apresentam o mesmo potencial de crescimento quando têm condições de saúde e

alimentares adequadas e o uso de um referencial único permite comparações de

resultados de pesquisas nacionais e internacionais.

O peso corporal dos alunos (Tabela 7 e Figura 8) do sexo feminino, na idade de 7

anos, apresentou diferença significativa (p<0,05), quando comparado ao resultado

referencial do NCHS. Todavia, observa-se que, nas demais idades, em ambos sexos os

valores absolutos aproximaram-se do referencial do NCHS.

Estudos feitos por Guedes e Guedes (1997), em Londrina/PR, por Waltrick (1996) e

Lopes (1999) em Florianópolis/SC mostram valores absolutos em suas medianas que são

maiores em todas as idades, comparadas com o estudo feito em Porto Velho/RO.

Os resultados encontrados por Gama (2000), na Ilha de Santa Maria – Portugal, foram

maiores que o estudo de Porto Velho em relação aos valores absolutos da mediana. As

evidências indicam que talvez os escolares da cidade de Porto Velho sejam mais leves

quando confrontados com populações de outras regiões, por isso supostamente alguns

fatores estejam interferindo no crescimento, como as condições nutricionais e

ambientais. Tabela 7 Valores das medianas e resultados do teste t de Student, em relação à variável peso corporal, por idade e sexo.

Masculino Feminino Porto Velho/RO NCHS Porto Velho/RO NCHS

Estudos n= 514 S MD n= 3.057 n= 543 S MD n= 2.951

07 anos 74 3,9 22,5 22,8 68 4,1 22,3* 21,8

08 anos 129 4,1 24,2 25,3 136 4,1 24,0 24,8

09 anos 137 5,4 26,5 28,1 155 5,5 26,4 28,5

10 anos 174 6,7 29,5 31,4 184 7,6 30,7 32,5 O asterisco (*) mostra diferença estatisticamente significativa p < 0,05. MD = medianas; n = número de sujeitos da amostra; S = desvio padrão Escolares da Rede Municipal de Ensino de Porto Velho/RO NCHS = National Center Health Statistics. Hamill, et al. (1977, 1979). Crianças norte-americanas.

20

22

24

26

28

30

32

34

7 8 9 10Idade

KG

Amostra Masculino NCHS Masculino Amostra Feminina NCHS Feminino

* p < 0,05

Figura 8. Comparação entre as medianas do peso corporal de escolares da amostra pesquisada.

A estatura co poral dos alunos (Tabela 8 e Figura 9), do sexo feminino, com idade

de 7 anos apresen

Velho com o resu

resultados são sem

(1996), Lopes (199

maiores, em ambo

INAN (1990)

quando confrontad

da região de Porto

se em conta os d

genético entre outr

Tabela 8 Valores das medestatura corporal,

Porto Ve

r

*

tou diferença significativa (p<0,05), quando comparado o valor de Porto

ltado do referencial do NCHS. Entretanto, nas demais idades os

elhantes. Estudos feitos por Guedes e Guedes (1997) – PR, Waltrick

9) – SC e Gama (2000) – Portugal apresentaram valores absolutos

s os sexos.

utilizando a mediana (cm) apresentou valores absolutos menores,

os com o estudo de Porto Velho. Isto pode caracterizar que as crianças

Velho/RO estejam criando sua própria curva de crescimento, levando-

iversos fatores peculiares àquela região como: nutricional, ambiental,

os.

ianas e resultados do teste t de Student, em relação à variável por idade e sexo.

Masculino Feminino lho/RO NCHS Porto Velho/RO NCHS

Estudos N= 514 S MD N=

3.057 N= 543 S MD N=

2.951

07 anos 74 5,6 121,5 121,7 68 5,4 121,8* 120,6

08 anos 129 5,8 124,3 127,0 136 6,1 125,0 126,4

09 anos 137 5,5 129,9 132,2 155 6,4 129,9 132,2

10 anos 174 6,4 135,3 137,5 184 7,6 136,8 138,3 O asterisco (*) mostra diferença estatisticamente significativa p < 0,05. MD = medianas; n = número de sujeitos da amostra; S = desvio padrão Escolares da rede municipal de ensino de Porto Velho/RO NCHS = National Center Health Statistics. Hamill, et al. (1977, 1979). Crianças norte-americanas.

120

122

124

126

128

130

132

134

136

138

140

8 9 10

Idade

cm

Amostra Masculino NCHS Masculino Amostra Feminino NCHS Feminino

Figura 9. Comparação entre as medianas da estatura corporal da amostra

* p < 0,05

7*

Canal de Crescimento Físico

As Tabelas 9 e 10 mostram a percentagem de classificação do canal de

crescimento físico dos escolares dos sexos masculino e feminino por faixa etária na

variável estatura corporal.

Verifica-se nas Tabelas 9 e 10 uma maior concentração de escolares, num canal

adequado de crescimento, na variável estatura corporal, em ambos os sexos e nas idades

de 7, 8 e 9 anos.

Na idade de 10 anos, a maior concentração de escolares encontra-se num canal de

crescimento alto para a idade, mostrando associação entre o canal de crescimento dos

escolares investigados com os sexos masculino e feminino (X2 = 194,57; p<0,01 e X2 =

194,07; p<0,001), respectivamente.

Tabela 9 Classificação do canal de crescimento dos escolares do sexo masculino.

Faixa Etária 07 anos 08 anos 09 anos 10 anos

Canal de Crescimento Percentil

N % n % n % n %

Baixa para Idade

≤ P5 03 4,1 03 2,3 0 0 0 0

Canal de Vigilância P5 – P25 16 21,6 16 12,4 03 2,2 0 0

Adequado P25 – P95 52 70,3 95 73,6 83 60,6 47 27,0

Alto para Idade

≥ 95 03 4,1 15 11,6 51 37,2 127 73,0

Total 74 100 129 100 137 100 174 100 Tabela 10 Classificação do canal de crescimento dos escolares do sexo feminino.

Faixa Etária 07 anos 08 anos 09 anos 10 anos

Canal de Crescimento Percentil

N % n % n % N %

Baixa para idade ≤ 5 07 10,3 05 3,7 01 0,6 02 1,1

Canal deVigilância

P5 – P25 11 16,2 11 8,1 04 2,6 26 14,2

Adequado P25 – P95 48 70,6 102 75,0 90 58,1 47 25,5

Alto para Idade ≥ 95 02 2,9 18 13,2 60 38,7 109 59,2

Total 68 100 136 100 155 100 184 100

Nas Figuras 10 e 11 são apresentadas através dos percentis as comparações entre

os resultados do estudo de Porto Velho e os do NCHS, por faixa etária.

Nas Figuras 10 e 11, na idade de 7 anos, em ambos os sexos, observa-se uma

tendência à semelhança no resultado do percentil de crescimento, quando comparado ao

referencial do estudo NCHS. Nas demais idades, os valores encontrados no estudo

aproximam-se dos valores do referencial do NCHS em cada percentil, evidenciando que

os escolares de Porto Velho estão aproximando-se dos valores percentílicos propostos

pela OMS (2001).

110

115

120

125

130

135

140

145

150

155

P5 P10 P25 P50 P75 P90 P95

canal de crescimento

cm

7 Amostra 7 NCHS 8 Amostra

8 NCHS 9 Amostra 9 NCHS

10 Amostra 10 NCHS

Figura 10. Comparações entre distribuições de percentis das medidas de estatura corporal do sexo masculino de acordo com a idade.

110

115

120

125

130

135

140

145

150

155

P5 P10 P25 P50 P75 P90 P95canal de crescimento

cm

7 Amostra 7 NCHS8 Amostra 8 NCHS9 Amostra 9 NCHS10 Amostra 10 NCHS

Figura 11. Comparações entre distribuições de percentis das medidas de estatura corporal do

sexo feminino de acordo com a idade.

Classificação do Estado Nutricional através dos Indicadores Estatura para Idade e Peso para Estatura Corporal

Na classificação do estado nutricional através dos indicadores estatura para idade

(E/I) e peso para estatura (P/E), Tabela 11 e Figura 12, observa-se que a maior

concentração de escolares foi classificada como eutrófica, tanto no indicador estatura

para idade de 64,1% como no peso para estatura 62,9%, seguida de desnutridos 27,2% e

19,8% e de obesos 8,7% e 17, 3%.

As proporções de estatura para idade e peso para estatura mostram uma moderada

e alta correlação positiva (r = 0,64; p = 0,00 e r = 0,79; p = 0,00). Esses resultados

coincidem, respectivamente, com estudos feitos por Victora et al. (1998) e por Domene et

al. (1999).

O resultado do estudo feito por Carvalho et al. (2000) em escolares com idade de 6

a 9 anos, matriculados na 1ª série do Ensino Fundamental de todos os municípios do

Estado da Paraíba, considerando-se como défice estatural os valores classificados abaixo

de – 2 “scores” Z do padrão NCHS, aponta 14,5% dos escolares. Nas escolas da área

rural, 17,8% dos alunos apresentaram défice estatural, enquanto no meio urbano a

prevalência de nanismo foi de 11,8%. Evidenciando-se que no estudo de Porto Velho

(27,2%) foi encontrada uma percentagem bem maior em relação aos estudos feitos em

outras regiões, principalmente, na Região Nordeste. Farias (2001) estudando escolares

no município de Porto Velho (RO) encontrou os seguintes resultados com referência as

idades de 6 e 7 anos: desnutrido crônico (E/I) 15% e agudo (P/E) 29%, o percentual do

P/E foi de 17% e E/I 14%, indicando índices bem significativos de desnutrição. Villar e

Fernandez (2001) em seu estudo com escolares do Chile encontraram os seguintes

resultados: desnutrição crônica 15,2% e aguda 21,2%. Provavelmente, diversos fatores

associados estejam provocando esses índices de desnutrição.

Tabela 11 Proporção de escolares desnutridos, eutróficos e obesos de acordo com os indicadores estatura para idade e peso para estatura

Desnutrição Eutrófico AEI - Obeso ( < - 2 DP) (entre –2 + 2 DP) (> + 2 DP)

Total Indicadores

n % N % N % n %

Estatura/Idade

288 27,2 677 64,1 92 8,7 1057 100

Peso/Estatura 209 19,8 665 62,9 183 17,3 1057 100 AEI=Alta Estatura para Idade

27,2

64,1

8,7

19,8

62,9

17,3

0 10 20 30 40 50 60 7

desnutridos

eutróficos

obesos

0

peso/estaturaestatura/idade

Figura 12. Estado nutricional dos escolares investigados através dos indicadores estatura

para a idade e peso para estatura

Na Tabela 12, em relação ao sexo, verifica-se maior prevalência de eutróficos em

ambos os indicadores: E/I 62,3% e 66,0%, e P/E de 63,4% e 63,4 %, seguidos de

desnutridos (29,6% e 21,6%; 28,4% e 25,0%) e obesos (8,2% e 12,5%; 8,3% e 11,6%).

Entretanto, não apresentou associação entre o sexo e o estado nutricional (X = 0,188; p

= 0,91). Esses resultados coincidem com as evidências apresentadas por Dockhorn

(1996) e Gama (2000) que não apontaram associação entre sexo e o estado nutricional.

Porém, Saito (1993) observou prevalência de desnutrição masculina. Já Santos et al.

(1995) encontraram maior desnutrição crônica (E/I) entre o sexo feminino. Para o P/E, não

houve associação entre o sexo e o estado nutricional e em ambos houve maior

quantidade de escolares com défices de estatura/idade.

2

Ribas et al. (1999), em relação ao sexo, concluíram que não existe associação entre

défices nutricionais de meninos e os de meninas. O resultado da análise do índice

estatura/idade indicou 7,1% para o sexo masculino e 5,4% para o sexo feminino e no

índice peso/estatura, 0,9% para o sexo masculino e 1,6% para o feminino, inferiores aos

resultados encontrados no presente estudo.

Tabela 12 Distribuição do estado nutricional pelo indicador de estatura para a idade (E/I) e peso para a estatura (P/E)

Desnutrido (<-2DP)

Eutrófico (>+2DP)

Total

Sexo E/I

AEI - Obeso

P/E P/E E/I P/E E/I-P/E n % n % n % n % n % n % n %

E/I

Mas. 152 29,6 111 21,6 320 62,3 339 66,0 42 8,2 64 12,5 514 100

Fem. 154 28,4 136 25,0 344 63,4 344 63,4 45 8,3 63 11,6 543 100 Na Tabela 13, apresenta-se a relação da classificação do estado nutricional de

desnutridos, eutróficos e obesos de acordo com a faixa etária, sendo que o resultado não

indicou associação (X2 = 11,62; p = 0,71), coincidindo com o estudo de Priore (1996), que

não encontrou associação do estado nutricional com a faixa etária de 7 a 10 anos.

Tabela 13 Distribuição por idade, do estado nutricional pelo indicador de estatura para a idade (E/I) e peso para a estatura (P/E)

Desnutrido (<-2DP)

Eutrófico AEI - Obesos

(>+2DP) Total

E/I P/E E/I P/E E/I P/E E/I – P/E Idade

n % n % n % N % n % n % n %

07 anos 34 23,9 30 21,1 87 61,3 92 64,8 21 14,8 20 14,1 142 100

08 anos 75 28,3 62 23,4 169 63,8 166 62,6 21 7,9 37 14,0 265 100

09 anos 92 31,5 72 24,7 183 62,7 187 64,0 17 5,8 33 11,3 292 100

10 anos 105 29,3 83 23,2 225 62,8 238 66,5 28 7,8 37 10,3 358 100

Os resultados caracterizam-se pela prevalência de eutróficos, considerando-se E/I e

P/E (7 anos: 61,3% e 64,8%; 8 anos: 63,8% e 62,6%; 9 anos: 62,7% e 64,0%; 10 anos:

62,8% e 66,5%), seguidos de desnutridos (23,9% e 21,1%; 28,3% e 23,4%; 31,5% e

24,7%; 29,3% e 23,2%) e obesos (14,8% e 14,1%; 7,9% e 14,0%; 5,8% e 11,3%; 7,8% e

10,3%). A análise estatística não mostrou associação entre a faixa etária e os indicadores

estatura/idade (E/I) e peso para estatura (P/E), coincidindo com o estudo de Ribas et al.

(1999) feito na Região Centro-Oeste do Brasil, os quais observaram que não houve

associação da faixa etária com os indicadores estatura/idade e peso/estatura.

Contudo, nota-se prevalência de desnutridos no indicador E/I em relação a P/E,

correspondendo a estudos realizados em outras regiões do País. Anjos (1989), estudando

o crescimento e o estado nutricional de escolares de baixa renda de um município do

Estado do Rio de Janeiro, com idade entre 7 a 10 anos, identificou 6,50% de escolares no

Z – score < 2 para o índice P/E e 9, 24% para o mesmo valor Z quando considerado o

indicador E/I. Através do estudo feito por Farias e Petroski (2001), em uma escola

estadual no município de Porto Velho (RO), pode-se constatar os seguintes resultados:

desnutridos crônicos (P/E) 6,25% e desnutridos agudos (E/I) 3,52%, denotando

evidências de desnutrição naquela região do Brasil.

Barros et al. (1990), estudando escolares da 1ª série do município de Campinas –

SP, verificaram que 22% dos escolares encontravam-se no Z – escore < 1 para o

indicador E/I e que um número menor de escolares (15%) encontrava-se no mesmo valor

Z, quando considerado o indicador P/E.

Um estudo conduzido por Lei et al. (1992), envolvendo alunos com 7 anos, em

escolas municipais da região noroeste da Grande São Paulo, mostrou também uma

elevada prevalência da desnutrição crônica (E/I). No Z – escore < -1 detectou-se 18,5%

dos escolares e abaixo de – 2 Z foram identificados 2,7% dos escolares.

Os resultados da Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN, 1990)

mostraram que um elevado número de crianças de 0 a 10 anos, no Brasil, apresentou

baixa estatura para idade. Segundo Santos et al. (1995), a prevalência da desnutrição

crônica (E/I) de 34,5% foi maior do que a desnutrição aguda (P/E) 7,4%.

Quanto à obesidade, apesar de ser um problema crescente, segundo Hongo et al.

(1996), mostrou baixa prevalência no indicador E/I, sendo mais acentuada no indicador

P/E, coincidindo com estudo feito por Santos et al. (1995).

Malta et al. (1998) encontraram no indicador E/I proporções de 7,2%, 19,5% e

71,3% e para o indicador P/E corporal proporções de 3,4%, 12,9% e 83,7%.

No estudo feito por Araújo e Petroski (2000), os casos de desnutrição ocorreram

apenas na faixa etária de 7 anos em ambos os sexos e 8 anos no sexo masculino,

utilizando o indicador P/E, nos escolares de Pelotas/RS nível de 3,33%.

Na PNDS (1996), sobre o perfil de crescimento de crianças brasileiras de 0 a 10

anos, classificadas como desnutridas (– 2 DP), com peso corporal inferior ao esperado

para sua idade, pode-se verificar dois tipos de alterações no seu crescimento:

a) estar muito baixa para sua idade, indicando que provavelmente vem crescendo

de forma inadequada há algum tempo, apresentando, portanto, desnutrição

crônica (E/I); e

b) ter peso insuficiente para a sua estatura, indicando que houve uma perda de

peso corporal recente, o que configura um quadro de desnutrição aguda (P/E).

Na distribuição dos indicadores E/I e P/E do conjunto de crianças estudadas

menores de 10 anos (PNSN, 1990), comparada à distribuição teórica esperada, em

condições ótimas de saúde e nutrição (NCHS, 1977), a distribuição brasileira no caso do

indicador E/I, apresentou um excesso de crianças com estatura inferior à esperada pelo

NCHS, para a idade. Isto não ocorreu com relação ao indicador P/E, que se apresentou

semelhante à referência. Pode-se deduzir, assim, que a natureza da desnutrição nas

crianças brasileiras é de caráter mais crônico (E/I) do que agudo (P/E).

A classificação do estado nutricional com o tamanho da família é apresentada na

Tabela 14.

Na associação entre estado nutricional e tamanho da família, observou-se em

ambos indicadores da amostra uma tendência de quanto maior a quantidade de

moradores na residência, maior o número de desnutridos.

No caso dos eutróficos o número de moradores variou de 3 a 6. Quanto aos obesos,

a tendência é de que, quanto maior o número de obesos, menor a quantidade de

moradores na residência. O estudo no indicador peso para a estatura (P/E) mostrou

associação (X2 = 19,92; p = 0,03) entre a classificação do estado nutricional e o tamanho

da família.

Pelto et al. (1991) observaram que quanto maior o tamanho da família, maior a

possibilidade de encontrar crianças leves e baixas para a idade. Além disso, Malina e

Bouchard (1995) coloca que, quanto maior o tamanho da família, maior a possibilidade de

afetar o crescimento e a maturação de crianças e de jovens.

Todavia, Guimarães et al. (1999) encontraram no seu estudo associação em relação

a E/I e P/E com o tamanho da família. No entanto, encontrou associação apenas no

indicador P/E.

Tabela 14 Distribuição, por tamanho da família, do estado nutricional pelo indicador de estatura para a idade (E/I) e peso para a estatura (P/E)

Desnutrido (<-2DP)

Eutrófico AEI - Obeso (>+2DP)

Total

E/I P/E E/I P/E E/I P/E E/I – P/E Tamanho da família

n % n % n % N % n % n % n %

< 02 06 30,0 04 20,0 11 55,0 11 55,0 03 15,0 05 25,0 20 100

03 – 04 85 24,6 79 22,9 225 65,2 207 60,0 35 10,1 59 17,1 345 100

05 – 06 154 29,7 120 23,1 325 62,6 346 66,7 40 7,7 53 10,2 519 100

> 06 61 35,3 44 25,4 103 59,5 119 68,8 09 5,2 10 5,8 173 100

Classificação entre o Estado Nutricional e as Características da Atividade Física

A Tabela 15 e Figuras 13 e 14 apresentam associação entre o estado nutricional e

as características de atividade física em ambos os sexos dos escolares investigados.

Em ambos os sexos, não houve associação entre as horas semanais de prática de

atividade física e a classificação do estado nutricional nos indicadores E/I e P/E foi: X2 =

6,74; p = 0,34 e X2 = 5,85; p = 0,44.

A maior percentagem de escolares pratica até 2 horas semanais de atividade física,

de ambos os sexos e indicadores. Pode ser observado na Tabela 15 que entre

desnutridos, eutróficos e obesos, observa-se que os obesos fazem menos atividade física

nos indicadores E/I e P/E (71,3% e 68,3% respectivamente, praticam até 2 horas

semanais e somente 8,0% e 5,6% respectivamente praticam mais de 6 horas de atividade

física por semana).

Tabela 15 Percentagem das horas semanais de atividade física – ambos sexos.

Desnutrido (<-2DP)

Eutrófico AEI - Obeso (>+2DP)

E/I P/E E/I P/E E/I P/E

Horas

semanais - atividade

física N % n % N % n % N % n %

Até 2 H 203 66,3 161 65,2 455 68,6 473 69,3 62 71,3 86 68,3

2 – 4 H 42 13,7 32 13,0 66 10,0 71 10,4 11 12,6 16 12,7

4 – 6 H 27 8,8 29 11,7 80 12,1 68 10,0 07 8,0 17 13,5

Acima 6 H 34 11,1 25 10,1 62 9,4 71 10,4 07 8,0 07 5,6

Total 306 100 247 100 663 100 683 100 87 100 126 100

���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

�����������������������

65,2

13 11,7

10,1

69,3

10,4

10 10,4

68,3

12,7

13,5

5,6

0

10

20

30

40

50

60

70

80

até 2h 2 – 4h 4 – 6h acima 6h

%

desnutrido

eutrófico

obeso

���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

�����������������������

������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

Figura 13. Horas semanais de atividade física – E/I.

����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

�����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

���������������������

66,3

13,7

8,8 11

,1

68,6

10 12,1

9,4

71,3

12,6

8 8

0

10

20

30

40

50

60

70

80

até 2h 2 – 4h 4 – 6h acima 6h

%

desnutrido

eutrófico

obeso

���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

���������������������

Figura 14. Horas semanais de atividade física – P/E. Na Tabela 16, com relação à prática de até 2 horas e acima de 6 horas semanais de

atividade física, observa-se no indicador E/I que o grupo dos obesos é o que apresenta

maior percentual de escolares que praticam até 2 horas semanais de atividade física

(73,8%) e menor percentual dos que praticam mais de 6 horas (9,5%), seguido dos

eutróficos (67,2% e 12,2%) e desnutridos (59,9% e 15,8%). Já no indicador P/E, a

prevalência de quem pratica menos atividade física é dos eutróficos (66,4%) realizam até

2 horas semanais, enquanto uma menor percentagem de obesos (7,8%) pratica acima de

6 horas por semana. Conclui-se que a maior percentagem dos escolares investigados tem

tendência a inatividade física. Há necessidade de orientar e estimular esses escolares

para aumentar o número de horas dedicada à realização de atividade física.

Tabela 16 Percentagem das horas semanais de atividade física, sexo masculino.

Desnutrido (<-2DP)

Eutrófico AEI - Obeso (>+2DP)

E/I P/E E/I P/E E/I P/E

Horas semanais - atividade física –

masculino n % n % n % n % n % n %

Até 2 H 91 59,9 71 64,0 215 67,2 225 66,4 31 73,8 41 64,1

2 – 4 H 19 12,5 13 11,7 25 7,8 27 8,0 03 7,1 07 10,9

4 – 6 H 18 11,8 11 9,9 41 12,8 41 12,1 04 9,5 11 17,2

Acima 6 H 24 15,8 16 14,4 39 12,2 46 13,6 04 9,5 05 7,8

Total 152 100 111 100 320 100 339 100 42 100 64 100 Na Tabela 17, observa-se no indicador E/I que o grupo de desnutridas (72,7%) é o

que mais pratica até 2 horas semanais de atividade física, portanto, é o que menos faz.

No indicador P/E, o grupo de obesas pratica menos atividade física, 72,6% até 2 horas e

3,2% desse mesmo grupo praticam acima de 6 horas semanais.

No resultado do teste aplicado não houve associação de nenhum dos sexos e

indicadores E/I e P/E com a classificação do estado nutricional (X2 = 5,80; p = 0,44 e X2 =

4,99; p = 0,54 e X2 = 5,44; p = 0,49 e X2 = 5,00; p = 0,54).

Segundo Cravioto (1992) crianças na faixa etária de 5 a 11 anos, na cidade do

México, não apresentou associação entre os sexos e o estado nutricional. Talvez esses

resultados sejam do próprio comportamento no crescimento e desenvolvimento

semelhante nesta faixa etária.

Tabela 17 Percentagem das horas semanais de atividade física, sexo feminino.

Desnutrido (<-2DP) Eutrófico AEI - Obeso

(>+2DP) E/I P/E E/I P/E E/I P/E

Horas semanais - atividade física –

feminino n % N % n % n % n % n %

Até 2 H 112 72,7 90 66,2 240 70,0 248 72,1 31 68,9 45 72,6

2 – 4 H 23 14,9 19 14,0 41 12,0 44 12,8 08 17,8 09 14,5

4 – 6 H 09 5,8 18 13,2 39 11,4 27 7,8 03 6,7 06 9,7

Acima 6 H 10 6,5 09 6,6 23 6,7 25 7,3 03 6,7 02 3,2

Total 154 100 136 100 343 100 344 100 45 100 62 100

Prática de Atividade Física Entre o Sexo Masculino e Feminino Quanto à Classificação do Estado Nutricional

As Figuras 15 e 16 apresentam o tempo médio semanal de atividade física

dos escolares investigados.

������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

���������������������

3,42

2,942,68

2,342,52 2,57

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

desnutrido eutrófico obeso

h

masculinofeminino

����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

���������������������

*p<0,05*

Figura 15. Média semanal de atividade física – E/I

�������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

������������������������

3,09 3,13

2,652,642,43 2,37

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

desnutrido eutrófico obeso

h

masculinofeminino

�����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

������������������������

*p<0,05

*

Figura 16. Média semanal de atividade física – P/E

No teste “t” de Student para amostras independentes quanto ao tempo semanal de

prática da atividade física, identificou-se diferença significativa (p<0,05) entre os sexos

masculino e feminino nos indicadores E/I para desnutridos e P/E para eutróficos,

respectivamente, indicando que o grupo masculino é mais ativo que o feminino. Este

resultado confirma o estudo de Sallis (1994).

Segundo Anjos (2001), estudos revelam baixa correlação (r = -0,75; p = 0,14). O

estudo The National Children and Youth Fitness Study II realizado com 4.678 crianças

americanas de 6 a 9 anos de idade, mostrou que, em geral, elas praticam pouca atividade

física organizada e fora da escola.

Lazzoli et al. (1998) dão conhecimento de que, com o avançar da idade, existe a

tendência a um decréscimo do gasto energético médio diário, ocasionado pela diminuição

da atividade física, decorrente de fatores sociais, como tarefas estudantis e/ou

profissionais.

O aumento da tecnologia, da insegurança e a redução dos espaços livres nos

centros urbanos contribuem para a inatividade, favorecendo, como por exemplo, assistir à

televisão.

O estudo feito por Durant et al. (1996) indicou que crianças de 5 e 6 anos de idade

passam mais tempo assistindo televisão quando comparadas às crianças de menor idade.

Os autores também observaram que crianças que se dedicam mais à prática da atividade

física ficam menos tempo assistindo televisão. Os pesquisadores sugerem que os pais

estimulem seus filhos a praticar atividade física, seja ela de forma livre (brincadeiras) ou

organizada.

Há indicativos de que a atividade física durante qualquer fase da vida influencia

favoravelmente o estado de saúde, prevenindo contra o aparecimento de várias doenças

durante todo ciclo vital (Sallis, 1995; Mahan & Stump, 1998).

Pate et al. (1995) recomendam que todos façam 30 minutos ou mais de atividade de

intensidade moderada, preferencialmente todos os dias da semana. A atividade moderada

foi definida como aquela que faz com que se gaste em torno de 200 kcal em 30 minutos

ou a atividade equivalente a uma caminhada de 4,8 a 6,4 Km/h.

Essas recomendações servem para a população em geral e não apenas para os

obesos, que têm um objetivo específico ao aumentar sua atividade física: criar um défice

energético e, conseqüentemente, diminuir o peso corporal. Para esse fim, intensidades ou

durações maiores são necessárias (Wing, 1999).

Os resultados referentes à comparação entre atividades físicas livre e orientada e a

classificação do estado nutricional são apresentadas nas Figuras 17 e 18.

��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

������������������������

52,3

50

48,347,7

50

51,7

45

46

47

48

49

50

51

52

53

desnutrido eutrófico obeso

%

livre

orientada

��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

������������������������

��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

Figura 17. Atividade física livre e orientada – E/I. ����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

�����������������������

54,3

48,5

54,3

45,7

51,5

45,7

40

42

44

46

48

50

52

54

56

desnutrido eutrófico obeso

%

livreorientada

��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

�����������������������

Figura 18. Atividade física livre e orientada – P/E.

Não ocorreu associação quando comparadas as atividades físicas livre e orientada

com a classificação do estado nutricional (E/I [X2 = 0,63; p = 0,73] e P/E [X2 = 3,27; p =

0,19]). Todavia, observa-se no grupo dos desnutridos um predomínio da atividade física

livre sobre a orientada, em ambos os indicadores, E/I e P/E. Já os grupos de eutróficos e

de obesos têm um comportamento direcionado para as atividades orientadas.

Das quatro escolas sorteadas para este estudo, três ofereciam aulas de Educação

Física, sendo que nas escolas Raimundo Agostinho e Senador Darcy Ribeiro o tempo

destas aulas era de uma hora, uma vez por semana. Na escola Padre Chiquinho o tempo

de aula era de uma hora, mas duas vezes por semana. Talvez seja esta uma das razões

da baixa prática de atividade física, constatados neste estudo. Os alunos devem

complementar a atividade física orientado com atividades livres, como brincadeiras e

jogos, fora do estabelecimento de ensino.

Cunha et al. (2000), através do desenvolvimento do projeto Redução do Risco de

Adoecer e Morrer na Maturidade (RRAMM), estudo interdisciplinar realizado na USP

(Nutrição, Atividade Física e Psicologia), observaram que o tempo total médio das aulas

de Educação Física e a freqüência semanal estavam abaixo do recomendado. Além disto,

foi verificado que o tempo que as crianças permanecem inativas durante as aulas era

grande, coincidindo com outros estudos realizados em vários países.

Conclui-se que estes escolares não estão muito aquém das recomendações

sugerida pela American College of Sports Medicine (Pate, 1995) e Ministério da Saúde

(2000): de praticar pelo menos 30 minutos diários de atividade física.

Contudo, Calle e Almond (1992), em relação a pratica da atividade organizada, após

revisão de vinte importantes estudos, revelaram que os níveis de atividade física de

escolares nas séries iniciais são baixos.

Sleap e Warburton (1996) alegaram que as crianças estão pouco comprometidas

com atividades físicas durante o tempo livre fora da escola.

Classificação de Horas Assistindo Televisão Quanto ao Estado Nutricional

Os resultados referentes à comparação de horas assistindo televisão e à

classificação do estado nutricional estão expostos nas Tabelas 18, 19 e 20 e Figuras 19 e

20.

Na sociedade contemporânea, a televisão é em um dos recursos de entretenimento

mais utilizados pelas crianças e jovens. As conseqüências dessa prática nas atitudes e no

comportamento vêm despertando o interesse de diferentes áreas de estudo do

crescimento e do estado nutricional. Neste estudo procura-se estabelecer associação

entre o tempo gasto assistindo televisão e o estado nutricional em escolares da rede

municipal de ensino de Porto Velho.

Na Tabela 18 e Figuras 19 e 20, indica-se o tempo gasto pelas crianças da faixa

etária de 7a 10 anos de idade assistindo televisão. Verificou-se que dos escolares

analisados que assistem à televisão até 2 horas por dia, em ambos os indicadores (E/I e

P/E) a maioria pertence ao grupo dos desnutridos (50,7% e 51,0%), seguido dos

eutróficos (47,9% e 48,0%) e estes dos obesos (44,0% e 45,7%).

Ainda com relação ao tempo gasto assistindo televisão, o grupo de obesos tem

tendência a permanecer mais tempo em frente à televisão (19,5% e 21,3%). Isto pode

indicar obesidade, ocasionada pelo baixo gasto calórico e, conseqüentemente, pela

ingestão calórica. Contudo, observando a Figura 20 parece existir um equilíbrio entre os

grupos de escolares estudado tanto com relação ao tempo gasto assistindo televisão

quanto em relação à classificação do estado nutricional.

Na aplicabilidade do teste de estatística, não houve associação entre horas

assistindo televisão e o estado nutricional em ambos os indicadores, E/I (X2 = 3,43; p =

0,49) e P/E (X2 = 1,22; p = 0,87).

Tabela 18 Percentagem de horas por dia assistindo à televisão, ambos os sexos.

Desnutrido (<-2DP)

Eutrófico AEI - Obeso (>+2DP)

E/I P/E E/I P/E E/I P/E

Horas

assistindo TV

n % n % n % n % n % n %

Até 02 h 155 50,7 126 51,0 318 47,9 328 48,0 39 44,8 58 45,7

02 – 04 87 28,4 76 30,8 224 33,7 224 32,8 31 35,6 42 33,1

> 04 64 20,9 45 18,2 122 18,4 131 19,2 17 19,5 27 21,3

Total 306 100 247 100 664 100 683 100 87 100 127 100

������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

����������������������

50,7

28,4

20,9

47,9

33,7

18,4

44,8

35,6

19,5

0

10

20

30

40

50

60

0 – 2h 2 – 4h > 4h

%

desnutridoeutróficoobeso

������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

����������������������

��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

Figura 19. Distribuição do estado nutricional por horas/dia assistindo à televisão,

ambos os sexos – E/I. ����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

�������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

�����������������������

51

30,8

18,2

48

32,8

19,2

45,7

33,1

21,3

0

10

20

30

40

50

60

0 – 2h 2 – 4h > 4h

%

desnutrido

eutrófico

obeso

�����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

�����������������������

Figura 20. Distribuição do estado nutricional por horas/dia assistindo à televisão, ambos os sexos – P/E.

Na Tabela 19, não se constatou associação entre o tempo gasto pelo sexo

masculino assistindo televisão e o estado nutricional em ambos os indicadores, E/I e P/E:

x2= 2,98; p= 0,56 e x2= 3,66; p=0,45, sendo que a maior percentagem de escolares gasta

até 2 horas diárias assistindo televisão, independente da classificação do estado

nutricional (desnutrido: 59,2%, eutrófico: 52,2% e obeso: 59,5%).

No indicador P/E em relação à proporção do tempo gasto assistindo televisão o

grupo de obesos (20,3%) permanece mais tempo em frente da televisão (acima de 4

horas diárias), indicando tendência à inatividade física.

Tabela 19 Percentagem de horas por dia assistindo à televisão, sexo masculino.

Desnutrido (<-2DP)

Eutrófico AIE - Obeso (>+2DP)

E/I P/E E/I P/E E/I P/E

Horas

assistindo TV

n % n % n % n % n % n %

Até 02 h 90 59,2 66 59,5 167 52,2 180 53,1 25 59,5 36 56,3

02 – 04 38 25,0 32 28,8 102 31,9 104 30,7 11 26,2 15 23,4

> 04 24 15,8 13 11,7 51 15,9 55 16,2 06 14,3 13 20,3

Total 152 100 111 100 320 100 339 100 42 100 64 100

Na pesquisa feita com o sexo feminino, Tabela 20, não houve associação entre o

tempo gasto assistindo televisão e o estado nutricional em ambos indicadores, E/I e P/E:

x2= 4,57; p=0,33 e x2=2,42; p=0,65. Contudo, observou-se que uma maior percentagem

de obesos gastam mais tempo assistindo televisão, de 2 a 4 horas, em ambos indicadores

(44,4% e 42,9% respectivamente) e uma menor percentagem gasta acima de 4 horas

diárias (24,4% e 22,2% respectivamente).

Isso é confirmado no estudo feito por Lopes (1999). Os resultados encontrados

foram de aproximadamente 4,5 horas diárias gastas em frente à televisão, isto

corresponde à quantidade de horas diárias referentes ao grupo feminino e obeso.

Já as eutróficas e desnutridas gastam menos tempo assistindo televisão. Observou-

se que no sexo masculino a maior percentagem de escolares gasta até 2 horas, e o sexo

feminino gasta acima de 2 horas diárias assistindo televisão. Isto talvez seja um indicativo

de que, conforme o avanço da idade, as meninas possuem maiores índices de percentual

de gordura, com tendência à obesidade.

Guedes et al. (2000) demonstraram por meio de estudos que os jovens

permanecem, em média, de 3 a 4 horas por dia em frente à televisão, ou seja,

aproximadamente o mesmo tempo dedicado à escola.

Tabela 20 Percentagem de horas por dia assistindo à televisão, sexo feminino.

Desnutrido (<-2DP)

Eutrófico AEI - Obesos (>+2DP)

E/I P/E E/I P/E E/I P/E

Horas

assistindo TV

n % n % n % n % N % n %

Até 02 h 65 42,2 60 44,1 151 43,9 148 43,0 14 31,1 22 34,9

2 – 4 49 31,8 44 32,4 122 35,5 120 34,9 20 44,4 27 42,9

> 4 40 26,0 32 23,5 71 20,6 76 22,1 11 24,4 14 22,2

Total 154 100 136 100 344 100 344 100 45 100 63 100

Caracterização das Variáveis da Composição Corporal

Na Tabela 21 e Figura 21 aparecem os resultados referentes à comparação do

peso, estatura corporal e percentual de gordura entre o sexo masculino e feminino em

cada idade.

Na comparação dos resultados entre os sexos, em cada faixa etária, nas medidas

de peso e estatura corporal, observou-se que não houve diferença estatisticamente

significativa. Relativamente ao percentual de gordura na análise estatística quando

aplicado o teste “t” comparando um sexo com outro na mesma idade percebeu-se

diferença estatisticamente significativa (p < 0,01), ou seja, em todas as idades

predominou o sexo feminino.

Guedes e Guedes (1997) declaram que a despeito das comparações intra-sexo, que

procuram analisar as diferenças entre as faixas etárias num mesmo sexo, verificam-se

comportamentos similares para as medidas de peso e estatura corporal. Porém, o índice

de percentual de gordura corporal apresentou diferenças entre os sexos e as idades,

indicando prevalência do sexo feminino sobre o masculino em todas as idades. Todavia,

na interação sexo e idade os resultados não foram significativos.

Nas pesquisas realizadas por Rolland-Cachera et al. (1990), Tsuneta, et al. (2001),

não foi percebida diferença significativa entre sexos e idades. Talvez isto evidencie que

fatores como o nutricional, ambiental e genético possam estar interferindo no resultado

quando confrontados com o presente estudo.

Em outro estudo realizado por Araújo et al.(2000), envolvendo escolares na faixa

etária de 7 a 14 anos, de ambos os sexos, observou-se resultado bastante similar ao do

presente estudo. No entanto, pode haver controvérsias se aplicado um teste estatístico,

utilizando o nível socioeconômico. Uma sugestão talvez fosse a de usar os valores

mínimo e máximo (4,70 a 35,82) do percentual de gordura, porque os valores mínimos e

máximos podem indicar se a maior percentagem do grupo esta deslocada para os valores

mínimos ou valores máximos, configurando uma tendência maior a desnutrição ou

obesidade.

Tabela 21 Resultados do teste “t” peso corporal (kg), estatura corporal (cm) e percentual de gordura (%G) entre o sexo masculino e feminino.

Peso Corporal (kg) Estatura Corporal (cm) Percentual de Gordura (%) Idade (anos) Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino

07 23,03 ± 3,99 22,97 ± 4,14 122,20 ± 5,59 121,11 ± 5,45 **12,97 ± 4,76 18,00 ± 5,59

08 24,59 ± 4,07 24,18 ± 4,14 124,50 ± 5,85 124,72 ± 6,08 **12,78 ± 4,72 17,06 ± 5,26

09 27,51 ± 5,40 27,25 ± 5,48 130,02 ± 5,47 129,88 ± 6,36 **13,47 ± 5,25 17,38 ± 5,35

10 31,14 ± 6,70 31,69 ± 7,64 135,64 ± 6,38 136,23 ± 7,65 **13,70 ± 5,54 19,61 ± 6,46

Diferenças estatisticamente significativas entre os sexos **p< 0,01

13,7

,3,6

0

5

10

15

20

25

%

MasculinoFeminino** P<0,01

19** 18** 17** 17

Figura 21sexos. Índice de

Na

adiposida

Seg

investigar

prejudicia

percentua

(> 20,1%

abaixo de

Na

classe óti

respectiva

adiposida

Gue

dobras cu

um const

subcutâne

demonstro

quantidad

**

12,9 12,7

7 anos 8 a

. Comparação dos valores m

Adiposidade

Tabela 22 e Figura 22, mo

de nos sexos masculinos e

undo Lohman (1992), o estu

possíveis casos de desn

is à saúde. Para avaliar

is de gordura abaixo de óti

) para o sexo masculino. P

ótimo entre (< 15%), ótimo

análise da amostra dos sex

ma: 78,2% e 42, 7% respe

mente (Tabela 22 e Figur

de.

des e Guedes (1997) obs

tâneas determinadas na re

ante aumento em suas di

a localizada nesta região

u claramente a tendência

es de gordura desde os 7

**

13,4

nos 9 anos 10 anos

édios do percentual de gordura corporal entre os

stra-se a classificação e percentagem do índice de

femininos.

do relacionado à gordura corporal é importante para

utrição e padrões de obesidade, que podem ser

o índice de adiposidade foram considerados os

mo (< 10%), ótimo (10,1% - 20,0%), acima de ótimo

ara o sexo feminino considerou-se os percentuais

(15,1% - 25,0%) e acima de ótimo (> 25,1%).

os masculino e feminino a maior percentagem foi da

ctivamente, seguido da classe baixa: 8,2% e 42,4%

a 22). O sexo feminino apresenta menos índice de

ervaram, em relação às curvas de espessura das

gião tricipital, em ambos sexos, dos 7 aos 11 anos,

mensões, traduzindo maior quantidade de gordura

. Com isto, a disposição de ambas as curvas

que tem o sexo feminino em acumular maiores

anos, provavelmente sendo um indicativo para a

resposta aos resultados do maior índice adiposidade no sexo feminino, constatando-se o

contrário no presente estudo.

Em relação à região subescapular, Guedes e Guedes (1997) encontraram na faixa

etária de 7 a 10 anos de idade resultados superiores no sexo feminino.

Malina e Bouchard (1995) colocam que talvez seja isto que possa explicar, em

parte, o porquê de o sexo feminino, na idade adulta apresentar, em média, quantidade de

gordura 60% maior que o sexo masculino.

Tanner (1987) procurou atribuir a superioridade de gordura corporal do sexo

feminino, a partir desse período, à influência das gonatrofinas hiposiárias, que, ao

estimularem a função ovariana, com o advento da maturação sexual, levam à produção

de quantidades progressivas de hormônios estrogênios responsáveis por crescentes

aumentos da adiposidade.

Segundo esse mesmo pesquisador, no sexo masculino a maturação sexual estaria

intimamente relacionada à maior produção de testosterona, ocasionando maior aumento

da massa muscular e não da gordura corporal.

Dessa forma, na adolescência a interpretação dos valores individuais de massa

corporal entre os jovens ao longo dos anos ou entre os sexos poderá provocar inevitáveis

distorções, sugerindo o envolvimento de outras informações adicionais sobre a

composição corporal.

Nos estudos sobre o índice de adiposidade, tanto as crianças como os jovens, de

ambos os sexos, que apresentaram índices de gordura corporal abaixo do ótimo são

considerados magros demais (Heyward & Stolarczyk, 2000), podendo ocorrer deficiências

no crescimento e no desenvolvimento (Malina, 1991; Waterlow, 1994). Ao contrário os

índices acima de ótimo podem levar à obesidade, ocasionando riscos de doenças crônico-

degenerativas (Lohman, 1992; Baumgartner & Jackson, 1995).

Tabela 22 Percentagem do índice de adiposidade dos escolares investigados.

Sexo Masculino Feminino

Classificação n % n %

Abaixo de ótimo 42 8,2 230 42,3

Ótimo 402 78,2 232 42,7

Acima de ótimo 70 13,6 81 15,0

Total 514 100 543 100

8,2

78,2

13,6

42,4 42,7

15

0

15

30

45

60

75

90

abaixo de ótimo ótimo acima de ótimo

%

masculino

feminino

Figura 22. Índice de adiposidade do sexo masculino e feminino.

CAPÍTULO V

CONCLUSÕES

O presente estudo teve como objetivo investigar, por meio de uma abordagem

transversal, o crescimento físico, o estado nutricional e a atividade física de escolares

pertencentes ao município de Porto Velho/RO e chegou-se à conclusão de que os

escolares pertencem às classes de baixa renda familiar D, C e E e seus pais têm baixo

grau de instrução de acordo com o estudo do nível socioeconômico.

Além disso, a análise do perfil de crescimento físico aponta para valores

aproximados ao do referencial do NCHS e quando comparados esses valores aos

percentis, observou-se uma tendência no crescimento dos escolares, que equivale ao

esperado pela OMS. Apenas os de 7 anos, do sexo feminino, mostraram valores

superiores.

Em relação ao estado nutricional, notou-se uma prevalência da desnutrição

pregressa (E/I), que é de 27,2%, sobre a aguda (P/E), que é de 19,8%. Considerando o

indicador peso para estatura, detectou-se obesidade em 17,3% dos casos. Relacionando

o estado nutricional com o tamanho da família, percebeu-se associação positiva no

indicador peso para estatura.

Na associação do estado nutricional com a atividade física, os escolares de Porto

Velho (RO) apresentam tendência a um estilo de vida sedentário, independentemente do

estado nutricional.

A análise do número de horas dedicado à televisão indica que a maioria dos

escolares gasta em média duas horas diárias do seu tempo assistindo televisão.

Entretanto, o alerta deste estudo é para a proporção de tempo gasto pelo grupo de

obesos.

O estudo do percentual de gordura mostra um aumento progressivo de peso no grupo

feminino com o avanço da idade.

Quanto aos índices de adiposidade, houve predomínio da classe ótima no sexo

masculino (78,2%), ocorrendo, no feminino, aproximação das classes ótima e abaixo de

ótima (42,7% e 42,4%). Na classe acima de ótima a percentagem foi baixa. Destaca-se

que o problema de obesidade no grupo estudado existe, mas a percentagem pode ser

considerada baixa.

De acordo com as conclusões do presente do estudo, recomenda-se:

a) mais estudos com diversidade de fatores para que se possa levantar informações

sobre causas da desnutrição e da obesidade;

b) um programa de saúde pública mais atuante, envolvendo uma parceria entre as

secretarias de Educação e Saúde, com o objetivo de monitorar e acompanhar o estado

nutricional dos escolares;

c) a criação de um banco de dados com a finalidade de avaliar o estado nutricional,

utilizando um questionário sociodemográfico e as medidas antropométricas, porque essas

medidas envolvem instrumentos e orientações de grande simplicidade. A atividade de

coleta poderia ser realizada em todas escolas da rede Municipal de ensino, e as

informações seriam levadas para uma central, com baixo custo e necessidade mínima de

infra-estrutura, que permitiram que a atividade proposta fosse repetida todo o ano;

d) maior incentivo dos órgãos governamentais e não-governamentais para os programas

de atividade física, levando informações à escola, à comunidade e aos pais sobre o

beneficio da atividade física, como meio de promoção da saúde e como contribuição para

a melhoria da qualidade de vida das crianças e da comunidade em geral.

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ANEXO 1

FICHA PARA COLETA DE DADOS

FICHA PARA COLETA DE DADOS

Nº Controle: I IDENTIFICAÇÃO a) Nome do aluno:______________________________b) Sexo: Masculino Feminino

c) Escola:________________________________________d) Série/turma:__________ e) Data da Avaliação:____________/__________________/______________________ f) Data de Nascimento:__________/__________________/______________________ g) Local de Nascimento:___________________________________________________ II DADOS ANTROPOMÉTRICOS Variáveis de medidas Unidade de medida Total

1. Massa Corporal KG

2. Estatura Corporal Cm

3. Perímetro Braquial Cm

Dobras cutâneas

1º 2º 3º Média

4. Tricipital mm

5. Subescapular mm

RAÇA: Branca 1 [ ] Parda 2 [ ] Negra 3 [ ] OBS: Avaliador: Anotador:

ANEXO 2

QUESTIONÁRIO

CRESCIMENTO FÍSICO E ESTADO NUTRICIONAL EM ESCOLARES DE SETE A DEZ ANOS DE IDADE DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE

PORTO VELHO (RO) BRASIL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE DESPORTO

CURSO DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA QUESTIONÁRIO PARA ESTIMAR O NÍVEL SÓCIOECONÔMICO

Este questionário tem como objetivo proporcionar a coleta de dados do nível socioeconômico dos escolares do Município de Porto Velho. I – Informações Pessoais 1. Data da Entrevista: ______________/____________________/_________________ 2. Nome do Aluno: ______________________________________________________ 3. Sexo: a) ( ) masculino b) ( ) feminino 4. Data de Nascimento: ___________/____________________/__________________ 5. Local de Nascimento: cidade________________________ Estado______________ 6. Com quem a criança mora? a) ( ) pai e mãe juntos b) ( ) com pai mas sem a mãe c) ( ) com a mãe mas sem o pai d) ( ) com outro parente, mas sem o pai e sem a mãe e) ( ) outros, cite_______________________________________________________ 7. Quantas pessoas moram em casa: [ ] 8) Quantos irmãos: [ ] 9) Assine com um X o quadro correspondente à quantidade de item (s) existente (s) na sua residência:

TEM ITEM NÃO TEM 1 2 3 4 ou +

Televisão em cores Rádio Banheiro Automóvel Empregada mensalista Aspirador de pó Máquina de lavar roupa Videocassete Geladeira Freezer – Geladeira duplex 10) Qual o Grau de Instrução do chefe de família? Ensino Fundamental - 1º Grau Ensino Médio - 2º

Grau Superior – 3º Grau

1ª( ) 2ª( ) 3ª( ) 4ª( ) 5ª( ) 6ª( ) 7ª( ) 8ª( ) 1ª( ) 2ª( ) 3ª( ) ( )completo ( )incompleto

II - Perguntas para determinar a quantidade de Atividade Física

1. Quantas horas por dia e semana são dedicadas a prática de atividade física: a) ( ) 30 minutos ou mais a) ( ) 1 vez por semana b) ( ) 1 hora b) ( ) 2 vezes por semana c) ( ) 2 horas c) ( ) 3 vezes por semana d) ( ) 3 horas d) ( ) 4 vezes por semana e) ( ) 4 horas ou mais e) ( ) 5 vezes ou mais por semana

2. A atividade física que prática é:

a) ( ) livre b) ( ) orientada por professores

3. Quantas horas diárias você assiste televisão?

a) ( ) 0 a 2 horas b) ( ) 2 a 4 horas c) ( ) 4 horas ou mais

ANEXO 3

MAPA DA CIDADE DE PORTO VELHO (DIVIDIDO POR SETORES)

visão por setores da cidade de Porto Velho Divisão de setores da cidade de Porto Velho

A = ESCOLA MUNICIPAL PADRE CHIQUINHO B = ESCOLA MUNICIPAL RAIMUNDO AGOSTINHO DA SILVA C = INSTITUO MUNICIPLA DE EDUCAÇÃO FRANCISCO ERSE D = SENADOR DARCY RIBEIRO

ANEXO 4

TABELA DE VALORES DE MÉDIA, DESVIO PADRÃO, MEDIANA, MÍNIMO E MÁXIMO DAS VARIÁVEIS DE PESO (Kg)

E ESTATURA (Cm) CORPORAL DA AMOSTRA

Tabelas de valores de média, desvio padrão, mediana, mínino e máximo das variáveis de peso (kg) e estatura (cm) corporal da amostra

Idade n Sexo Variável Mínimo Máximo Mediana Média DP PC 11,4 37,5 22,5 23,0 3,9 74 M EC 108,5 135,8 121,5 122,2 5,6 PC 15,5 36,5 22,3 22,9 4,1

07

68 F EC 109,4 133,0 121,8 121,1 5,4 PC 16,1 40,5 24,2 24,6 4,1 129 M EC 111,0 140,0 124,3 124,5 5,8 PC 14,0 41,2 24,0 24,2 4,1

08

136 F EC 107,0 144,1 125,0 124,7 6,1 PC 18,4 54,3 26,5 27,5 5,4 137 M EC 116,5 146,7 129,9 130,0 5,5 PC 18,0 54,1 26,4 27,2 5,5

09

155 F EC 112,2 153,2 129,9 129,9 6,4 PC 20,5 64,5 29,5 31,1 6,7 174 M EC 120,0 156,0 135,3 135,6 6,4 PC 16,0 65,2 30,7 31,7 7,6

10

184 F EC 105,5 158,3 136,8 136,2 7,6

Total 1057 M = Masculino F = Feminino PC = Peso Corporal EC = Estatura Corporal

ANEXO 5

COMPARAÇÃO DAS CURVAS DE PERCENTIS DAS MEDIDAS DE ESTATURA CORPORAL DO

SEXO MASCULINO E FEMININO

Comparação de percentis das medidas de estatura corporal do sexo masculino

Faixa Etária 07 08 09 10

Percentil

Amostra NCHS Amostra NCHS Amostra NCHS Amostra NCHS P5 133,6 133,0 114,7 118,1 120,6 122,1 125,9 127,5 P10 114,2 115,0 116,9 120,2 122,9 123,9 127,4 129,5 P25 118,3 118,0 120,4 123,2 126,7 127,7 131,1 133,6 P50 121,5 121,7 124,3 127,0 129,9 132,2 135,3 138,3 P75 125,9 125,0 128,2 130,5 133,7 136,7 139,5 142,9 P90 129,2 127,9 132,3 133,6 137,2 140,7 144,0 147,2 P95 131,6 129,7 134,8 135,7 139,2 142,9 146,5 149,5

Comparação de percentis das medidas de estatura corporal do sexo feminino

Faixa Etária 07 08 09 10

Percentil

Amostra NCHS Amostra NCHS Amostra NCHS Amostra NCHS P5 110,7 111,8 113,8 116,9 120,1 122,1 124,5 127,5 P10 113,4 113,6 116,8 118,7 121,2 123,9 126,8 129,5 P25 118,0 116,8 121,0 122,2 125,2 127,7 131,2 133,6 P50 121,8 120,6 125,0 126,4 129,9 132,2 136,8 138,3 P75 123,7 124,4 128,7 130,6 134,0 136,7 141,1 142,9 P90 128,0 127,6 132,5 134,2 138,2 140,7 146,0 147,2 P95 131,2 129,5 134,2 136,2 140,5 142,9 147,3 149,5

ANEXO 6

TABELA DE CONVERSÃO DA IDADE CRONOLÓGICA EM IDADE DECIMAL

Tabela de conversão da idade cronológica em idade decimal

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 01 000 085 162 247 329 414 496 581 666 748 833 915 02 003 088 164 249 332 416 499 584 668 751 836 918 03 005 090 167 252 334 419 501 586 671 753 838 921 04 008 093 170 255 337 422 504 589 674 756 841 923 05 011 096 173 258 340 425 507 592 677 759 844 926 06 014 099 175 260 342 427 510 595 679 762 847 929

D 07 016 101 178 263 430 512 597 682 764 849 932 I 08 019 104 181 266 348 433 515 600 685 767 852 934 A 09 022 107 184 268 351 436 518 603 688 770 855 937 10 025 110 186 271 353 438 521 605 690 773 858 940

D 11 027 112 189 274 356 441 523 608 693 775 860 942 O 12 030 115 192 277 359 444 526 611 696 778 863 945 13 033 118 195 279 362 447 529 614 699 781 866 948

N 14 036 121 197 282 364 449 532 616 701 784 868 951 A 15 038 123 200 285 367 452 534 619 704 786 871 953 S 16 041 126 203 288 370 455 537 622 707 789 874 956 C 17 044 129 205 290 373 458 540 625 710 792 877 959 I 18 047 132 208 293 375 460 543 627 712 795 879 962

M 19 049 134 211 296 379 463 545 630 715 797 882 964 E 20 052 137 214 299 381 466 548 633 718 800 885 967 N 21 055 140 216 301 384 468 551 636 721 803 888 970 T 22 058 142 219 304 386 471 553 638 723 805 890 973 O 23 060 145 222 307 389 474 556 641 726 808 893 975 24 063 148 225 310 392 477 559 644 729 811 896 978 25 066 151 227 312 395 479 562 647 731 814 899 981 26 068 153 230 315 397 482 564 649 734 816 901 984 27 071 156 233 318 400 485 567 652 737 819 904 986 28 074 159 236 321 403 488 570 655 740 822 907 989 29 077 238 323 405 490 573 658 742 825 910 992 30 079 241 326 408 493 575 660 745 827 912 995 31 082 244 411 578 663 830 997 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

345

Fonte: Ross e Marfell-Jones (1982). IDADE DECIMAL = data do teste (milesimal) – data de nascimento (milesimal) Exemplo: Data do teste = 21 de Outubro de 1997 ⇒ 97,803 Data de nascimento = 11 de Julho de 1987 ⇒ -87,523 Idade milesimal no dia teste ⇒ 10,280 Instruções:

a) Localizar na tabela o valor referente ao dia e mês do teste; b) Utilizar o mesmo procedimento para a data do nascimento; c) Após, efetuar a seguinte subtração: valores correspondentes ao ano do teste

(dezena final, 97) ao dia/mês do teste (803), portanto, 97,803 menos os valores referentes ao ano de nascimento (87) e ao dia e mês de nascimento (523), ou 87,523, se obterá a idade, 10,280, no dia do teste.

ANEXO 7

DECLARAÇÃO DA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

PREFEITURA MUNICÍPIO DE PORTO VELHO SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Porto Velho (RO), 02 de Agosto de 2001. Ao Comitê de Ética Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC Mestrado em Educação Física

DECLARAÇÃO DE CIÊNCIA

Declaramos estarmos cientes de que Profº Esp. Edson dos Santos Farias

estará realizando a partir de Agosto de 2001, o Projeto de Pesquisa de Mestrado

intitulado: “Crescimento Físico, Estado Nutricional e Atividade Física em Escolares

de Sete a Dez Anos de Idade da Rede Municipal de Ensino de Porto Velho, RO -

Brasil”, utilizando recursos humanos e físicos das Escolas da Rede Municipal de

Ensino da Cidade de Porto Velho-RO.

Sendo o que tínhamos para o momento, subscrevemos-nos.

Atenciosamente.

Secretária Municipal de Educação

ANEXO 8

FOTO DA CIDADE, ALUNOS