ESTADO NUTRICIONAL DE GESTANTES ATENDIDAS EM...

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ESTADO NUTRICIONAL DE GESTANTES ATENDIDAS EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE NO MUNICIPIO DE PIRACAIA, SÃO PAULO. NUTRITION STATUS OF PREGNANCY OF BASIC HEALTH UNIT IN PIRACAIA, SAO PAULO, BRAZIL Juliana Lara Oliveira 1 , Jaqueline Franco Cintra 1 , Irene Coutinho de Macedo Silva 2 *. 1 Graduandas do curso de nutrição da Universidade São Francisco – Bragança Paulista – SP 2 Nutricionista. Mestre em Nutrição Humana Aplicada. Docente do curso de Nutrição Universidade São Francisco. Endereço para correspondência: [email protected] . Av São Francisco de Assis, 216. Jd São José. Bragança Paulista. São Paulo. CEP: 12916-900

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ESTADO NUTRICIONAL DE GESTANTES ATENDIDAS EM UNIDADE

BÁSICA DE SAÚDE NO MUNICIPIO DE PIRACAIA, SÃO PAULO.

NUTRITION STATUS OF PREGNANCY OF BASIC HEALTH UNIT IN

PIRACAIA, SAO PAULO, BRAZIL

Juliana Lara Oliveira 1, Jaqueline Franco Cintra 1, Irene Coutinho de Macedo Silva 2*.

1Graduandas do curso de nutrição da Universidade São Francisco – Bragança Paulista –

SP

2Nutricionista. Mestre em Nutrição Humana Aplicada. Docente do curso de Nutrição

Universidade São Francisco.

Endereço para correspondência:

[email protected]. Av São Francisco de Assis, 216. Jd São José.

Bragança Paulista. São Paulo. CEP: 12916-900

2

ABSTRACT

Objective: Realizing nutritional assessment of pregnant women for a Basic Health Unit

(BHU) located in Piracaia - SP, considering anthropometric and data aspects of food

consumption. Methods. The anthropometric variables were examined gestational

weight, pre-pregnancy and stature utilizing the criteria proposed by the World Health

Organization to classify the BMI pre-pregnancy and curve Atalah (1997), for BMI

pregnancy. The assessment of food consumption was made and quantified the intake of

protein, carbohydrates, fat, vitamin A, calcium, folic acid and iron on the recall of 24

hours. Results. The nutritional status adequate pre-pregnancy was observed in 62.5% of

pregnant women younger than 19 years and in 64% of pregnant women older than 19

years. According classification of pregnancy BMI was observed that 50% of pregnant

women younger than 19 years and 48% of people over 19 years had adequate nutritional

status. In assessing the food consumption was observed that the intake of nutrients was

adequate. Regarding micronutrients, consumption was poor, especially folic acid, which

represented less than 15% of the recommendation. Conclusions. The inadequacy of

nutritional status in pregnancy as well as the low intake of micronutrients may pose

harm to pregnant and the fetus is necessary actions for education in nutrition and health

and effective prenatal care.

Key words: Pregnancy. Food consumption. Nutritional Assessment.

RESUMO

Objetivo. Realizar avaliação nutricional de gestantes de uma Unidade Básica de Saúde

(UBS) localizada no município de Piracaia – SP, considerando aspectos

antropométricos e dados do consumo alimentar. Métodos. As variáveis antropométricas

examinadas foram peso gestacional, pré-gestacional e estatura utilizando os critérios

3

propostos pela Organização Mundial de Saúde para classificação do IMC pré-

gestacional e a Curva de Atalah (1997), para o IMC gestacional. A avaliação do

consumo alimentar foi realizada e quantificadas a ingestão de proteínas, carboidratos,

lipídios, vitamina A, cálcio, ácido fólico e ferro com base no recordatório de 24 horas.

Resultados. O estado nutricional pré-gestacional adequado foi observado em 62,5% das

gestantes menores de 19 anos e em 64% das gestantes maiores de 19 anos. Segundo

classificação do IMC gestacional foi observado que 50% das gestantes menores de 19

anos e 48% das maiores de 19 anos apresentaram estado nutricional adequado. Ao

avaliar o consumo alimentar observou-se que a ingestão de macronutrientes foi

adequada. Em relação aos micronutrientes, o consumo foi deficitário, destacando-se o

ácido fólico que representou menos de 15% da recomendação. Conclusões. A

inadequação do estado nutricional no período gestacional, bem como a baixa ingestão

de micronutrientes pode representar danos à gestante e ao feto sendo necessárias ações

de educação em nutrição e saúde e efetivo acompanhamento pré-natal.

Palavras-chave: Gestantes. Consumo alimentar. Avaliação Nutricional.

INTRODUÇÃO

O período gestacional requer uma série de cuidados especiais, principalmente no

estado nutricional materno que exerce grande influência desde o início até o fim da

gestação. Na gestação, as necessidades nutricionais são mais elevadas, uma vez que as

alterações fisiológicas do feto e da gestante requerem necessidade aumentada de

nutrientes.1

A avaliação do estado nutricional tem como principais objetivos diagnosticar

distúrbios nutricionais, auxiliando na intervenção adequada de forma ajudar na

4

recuperação e ou manutenção do estado de saúde do individuo, principalmente no

período gestacional.2,3

Os métodos indicados para avaliar o estado nutricional do indivíduo podem ser

classificados como diretos (ou objetivos) e indiretos (ou subjetivos). Os métodos

objetivos são antropometria, composição corporal, parâmetros bioquímicos e consumo

alimentar. Os métodos subjetivos são exame físico e avaliação global subjetiva.2

Os métodos antropométricos como: peso, estatura, circunferência braquial e

dobra triciptal, são os métodos mais acessíveis, não invasivos e rápidos. Essas medidas

isoladas e suas combinações, como adequação percentual de peso por estatura (P/E),

Índice de Massa Corporal (IMC), e a circunferência muscular do braço são os

indicadores antropométricos indispensáveis para a avaliação nutricional.4

Os dados do consumo alimentar como: recordatório de 24 horas, registro

alimentar e questionário de freqüência do consumo alimentar são utilizados como

suporte para avaliar a ingestão alimentar habitual de cada indivíduo, auxiliando na

detecção de ingestão alimentar inadequada e hábitos incorretos.3

A deficiência de alguns micronutrientes pode influenciar na saúde da mãe e no

desenvolvimento do feto. No período de lactação, a ingestão deficiente de nutrientes

pode acarretar em baixas reservas de nutrientes para o lactente e maiores chances de

carência nutricionais nos primeiros anos de vida, agravando a saúde infantil.5

Segundo estudos, a deficiência de ácido fólico está relacionada com defeitos do

tubo neural, sendo necessária à suplementação no período periconcepcional e no

primeiro trimestre de gravidez. O folato atua também como coenzima em diversas

reações celulares essenciais e é necessário na divisão celular devido seu papel na

formação de DNA e RNA, logo a deficiência deste nutriente nas primeiras semanas do

período gestacional pode acarretar anemia megaloblástica, parto prematuro e baixo peso

5

ao nascer.6,7 De acordo com as Dietary Reference Intakes8 a recomendação que atende

97 a 98% (Recommended Dietary Allowances - RDA) das necessidades de ácido fólico

para as gestantes de todas as idades é de 600 µg/dia. Os alimentos fontes de ácido fólico

são folhas verdes escuras como, brócolos e espinafre, leguminosas como ervilhas,

feijões, lentilha e frutas como laranja e abacate além fígado bovino e gema de ovo.6,9

A vitamina A é um importante nutriente para o período gestacional. A

importância desta vitamina consiste, principalmente, na reprodução normal e no

crescimento e desenvolvimento do feto. A ingestão insuficiente deste nutriente por parte

da gestante pode causar defeitos congênitos, provocar morte fetal, prematuridade,

retardo no crescimento intra-uterino, baixo peso ao nascer e contribuir para baixas

reservas deste nutriente no recém-nascido.10 A recomendação segundo RDA11 é de 770

µg/dia para gestantes maiores de 19 anos e 750 µg/dia para gestantes menores ou igual a

18 anos. A Vitamina A pode ser encontrada em alimentos de origem animal como o

fígado, leite e derivados e ovos. Nos alimentos de origem vegetal estão presentes

precursores da Vitamina A (carotenóides). As principais fontes dos carotenóides são

alimentos como frutas e hortaliças de cor alaranjada como cenoura, moranga, abóbora

madura, manga e mamão; vegetais de folhas verdes escuras como mostarda, couve,

agrião e almeirão e óleos como o de dendê e o buriti.12,13

O ferro está entre os micronutrientes mais importantes para o período

gestacional. A carência de ferro, neste período, pode gerar a anemia ferropriva estando

relacionada com maior risco de mortalidade materna, parto prematuro e baixo peso ao

nascer. Os principais alimentos fontes são carnes vermelhas e miúdos. Alimentos de

origem vegetal (leguminosas, vegetais verdes escuros e cereais integrais) apresentam

menor biodisponibilidade do nutriente e, por essa razão, devem ser consumidos

juntamente com alimentos ricos em ácido ascórbico (laranja, limão, acerola, caju,

6

tomate) para melhorar a absorção.10,13,14 A recomendação de consumo para o período

gestacional é de 27 mg/dia para todas as faixas etárias.11

O cálcio é o mineral mais abundante no corpo humano (1 a 2% do peso

corporal). A ingestão de cálcio na gestação deve ser suficiente para o preenchimento das

necessidades maternas, para a formação das estruturas óssea e dentária do feto. Os

principais alimentos fontes cálcio são leite e derivados e vegetais de folhas verdes.10,15

A recomendação de ingestão segundo Institute of Medicine16 é de 1300 mg/dia para

gestantes com idade igual ou menor de 18 anos e 1000 mg/dia para gestantes maiores de

19 anos.

Os macronutrientes como a proteína, carboidratos e lipídios apresentam

necessidades variadas, aumentando no decorrer da gestação, com necessidades maiores

durante o segundo e o terceiro trimestre. A quantidade de proteína na gestação deve ser

elevada devido a sua contribuição para o crescimento do feto, placenta e tecidos

maternos. O carboidrato é a maior fonte de energia ou calorias que dispõem o ser

humano antes mesmo do nascimento. Os lipídios são importantes, pois desempenham

funções energéticas, estruturais e hormonais no organismo.10,17,18

Neste contexto, o objetivo deste estudo é realizar avaliação nutricional,

considerando aspectos antropométricos e do consumo alimentar, em gestantes de uma

Unidade Básica de Saúde (UBS) localizada no município de Piracaia – SP

MÉTODOS

Trata-se de um estudo descritivo e transversal com coleta de dados primários,

realizado em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) na cidade de Piracaia, interior de

São Paulo, mediante autorização do coordenador da Instituição.

7

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da

Universidade São Francisco (Anexo 1). Todos os voluntários foram informados dos

objetivos e procedimentos do estudo e assinaram o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido.

A população deste estudo foi composta por 33 gestantes, que realizaram

acompanhamento pré-natal na Unidade Básica de Saúde de Piracaia.

A coleta de dados ocorreu no mês de Agosto de 2008. As entrevistas foram

realizadas na instituição, nos períodos da manhã e tarde, durante os dias da semana.

As variáveis antropométricas examinadas foram peso gestacional, pré-

gestacional e estatura.

O peso pré-gestacional, idade gestacional e idade da mãe foram obtidos através

dos dados do Cartão da Gestante, preenchido pelo médico ginecologista.

O peso gestacional foi mensurado em balança mecânica da marca Filizola®. A

gestante posicionou-se em pé, no centro da base da balança, descalça e com roupas

leves. Antes de cada medida a balança foi calibrada de acordo com as instruções do

fabricante.2

Para avaliação do estado nutricional no período da gestação foi utilizada a

classificação proposta por Atalah.19

8

Figura 1 – Gráfico de Avaliação Nutricional das Gestantes segundo o estado

nutricional: BP = baixo peso; N = normal; O = obesa; S = sobrepeso. Adaptado de

Atalah et al, (1997).19

Para medição da estatura foi utilizado o estadiômetro da balança mecânica

Filizola®, onde a gestante permaneceu em pé, descalça, com os calcanhares juntos,

costas retas e os braços estendidos ao lado do corpo.2

A medida da estatura foi realizada em duplicata com o intuito de diminuir os

erros de mensuração.

Calculou-se o IMC pré-gestacional, considerando a razão entre o peso (Kg) e o

quadrado da estatura (m2).

9

Tabela 1 – Classificação do estado nutricional de adultos segundo o IMC.

IMC (kg/m2) Classificação

< 16 Magreza grau III

16 a 16, 9 Magreza grau II

17 a 18, 4 Magreza grau I

18,5 a 24, 9 Eutrofia

25 a 25, 9 Pré-obeso

30 a 34, 9 Obesidade grau I

35 a 39, 9 Obesidade grau II

≥ 40 Obesidade grau III

Fonte: Organização Mundial de Saúde (OMS), 1995 e 1997. 20

Onde: Eutrofia = Peso Ideal

Realizou-se avaliação do consumo alimentar através do recordatório de 24 horas,

sendo que o mesmo consiste em um método utilizado para investigar a quantidade e a

qualidade da ingestão alimentar de um indivíduo durante as últimas 24 horas ou a

ingestão do dia anterior.21

Esses dados foram coletados pelas pesquisadoras e os cálculos nutricionais

foram feitos por meio do software AVANUTRI® .22

Calculou-se a necessidade estimada de energia – NEE (estimated energy

requirement - EER) que é o valor médio de ingestão de energia proveniente da dieta

para a manutenção do balanço energético de indivíduos saudáveis de acordo com idade,

sexo, peso, altura, e atividade física.23

EER para crianças e adolescentes (3 a 18 anos) - sexo feminino.

EER= 135,3 – 30,8 x idade (anos) + NAF x [10,0 x peso (Kg) + 934 x altura

(m)] + Energia de depósito*.

* Para a faixa etária de 9 a 18 anos: 25 Kcal de depósito.

EER para adultos (19 anos e mais) - sexo feminino.

EER= 354-6,91 x idade (anos) + NAF x [9,36 x peso (Kg) + 727 x altura (m)]

10

À NEE foram acrescidas calorias conforme trimestre gestacional. Sendo:

1° trimestre = EER para mulheres + 0

2° trimestre = EER para mulheres + 160a + 180 kcalb

3° trimestre = EER para mulheres + 272a + 180 kcalb

a Incremento do gasto de energia durante a gestação.

b Armazenamento de energia durante a gestação.

Fonte: Institute of Medicine/Food and Nutrition Board, 2002.23

O acréscimo de calorias foi considerado neste estudo para todas as faixas etárias.

O Nível de Atividade Física (NAF) foi coletado segundo informação dada pela

gestante e comparado segundo a tabela 2.

Tabela 2 – Fator relacionado a atividade física segundo atividade ocupacional e idade.

Idade (anos) Atividade ocupacional Fator relacionado

Sedentária 1,0

3 a 18 anos Leve 1,16

Moderada 1,31

Intensa 1,56

Sedentária 1,0

19 anos e mais Leve 1,12

Moderada 1,27

Intensa 1,45

Fonte: Institute of Medicine/Food and Nutrition Board, 2002.23

A avaliação do consumo alimentar foi feita com base nas recomendações de

DRI23 para macro e micronutrientes, utilizando como valor de referência a necessidade

média estimada (estimated average requiremente/EAR).

11

Tabela 3 – Recomendações dietéticas diárias de macronutrientes (carboidrato,

proteína e gordura) para gestantes.

Gestantes

Carboidrato

(g/d)

Proteína

(g/d)

Gordura

(g/d)

14 a 18 anos 175 71 ND

19 a 30 anos 175 71 ND

31 a 50 anos 175 71 ND

g/d = gramas / dia ; ND = não determinado

Fonte: Institute of Medicine/Food and Nutrition Board, 2002.23

Para avaliar a adequação da proporção de energia proveniente dos

macronutrientes admitiu-se a distribuição energética aceitável (Acceptable

Macronutrient Distribution Range – AMDR) proposta por IOM/FNB23: proteínas 10 a

35% do valor calórico total (VCT); 20 a 35 % de energia proveniente dos lipídios e 45 a

65 % de calorias provenientes dos carboidratos.

Tabela 4 – Recomendações dietéticas diárias de micronutrientes (cálcio, ferro,

vitamina A e ácido fólico) para gestantes.

Gestantes

Cálcio

(mg/d)

Ferro

(mg/d)

Vitamina A

(µg/d)

Ácido Fólico

(µg/d)

< 18 anos 1.300 27 750 600

19 a 30 anos 1.000 27 770 600

31 a 50 anos 1.000 27 770 600

mg/d= miligramas / dia; µg/d = microgramas / dia

Fonte: Institute of Medicine/Food and Nutrition Board, 1997, 2000 e 2001.16,8,11

RESULTADOS

A amostra foi composta por 33 gestantes, com idades entre 14 e 38 anos, sendo 8

(24%) com idade inferior a 19 anos e 25 (76%) maiores de 19 anos.

12

Verificou-se que 37,5% (n=3) das gestantes com idade inferior a 19 anos,

apresentaram o Índice de Massa Corpórea (IMC) pré-gestacional inadequado, sendo 2

gestantes com baixo peso e 1 com sobrepeso, conforme observa-se na Tabela 5.

Avaliando o IMC gestacional, identificou-se uma alteração no número de

gestantes com peso adequado e sobrepeso. Dentre as 5 gestantes que, inicialmente

estavam com peso adequado, uma passou para classificação de sobrepeso, conforme

observado na Tabela 6.

Observou-se que 36% das gestantes maiores de 19 anos apresentaram o IMC

pré-gestacional inadequado. Classificaram-se com baixo peso 4 gestantes (16%), 2 com

sobrepeso (8%) e 3 com obesidade (12%) (Tabela 7).

No IMC gestacional, pode-se avaliar uma significativa alteração no número de

gestantes com peso adequado e sobrepeso. Conforme a Tabela 8 observa-se que o

número de gestantes avaliadas como IMC adequado reduziu de 16 para 12. Para as

gestantes com sobrepeso houve um aumento considerável de 2 para 8 gestantes (32%).

A avaliação do consumo alimentar por meio do Recordatório de 24 horas

permitiu identificar que as gestantes menores de 19 anos consumiram, em média,

131,51 Kcal a menos do que o recomendado. Ressalta-se que, apesar de ser um número

relativamente baixo, o desvio-padrão aponta para um grande desnivelamento da

ingestão de calorias entre as gestantes, mostrando que algumas tiveram um consumo em

Kcal bem abaixo do recomendado e outras acima. Observa-se na Tabela 9 que o

consumo, em gramas, de proteínas e carboidratos foi maior do que o recomendado.

Observa-se, ainda, que a distribuição percentual dos macronutrientes em relação ao

Valor Calórico Total (VCT) foi adequada. A ingestão de importantes micronutrientes

como, Vitamina A, Cálcio, Ácido Fólico e Ferro, foi deficiente sendo que o consumido

13

representou apenas 54% do recomendado para Vitamina A, 32% de Cálcio, 14% de

Ácido Fólico e 49% do para o consumo de Ferro.

Na população de gestantes maiores de 19 anos observou-se resultados de

inadequações semelhantes aos observados nas gestantes menores de 19 anos. O

consumo de energia foi em média 654,75 Kcal a menos do recomendado, com desvio

padrão 648,77 Kcal, um valor muito além do recomendado para manutenção do peso

corpóreo. Observando o desvio padrão, foi possível avaliar que algumas gestantes

também estão com o consumo de Kcal bem abaixo do recomendo e outras acima. O

consumo, em gramas, de proteínas foi menor do que o recomendado e o de carboidratos

maior. Avaliando a distribuição percentual do valor calórico notou-se que foi de acordo

com o proposto pelo Institute of Medicine.23 No entanto, a ingestão de vitaminas e

minerais mostrou-se inadequada para todos os micronutrientes avaliados: Vitamina A

consumido apenas 71% do recomendado, Cálcio consumido 42% do recomendado,

Ácido Fólico, apenas 15% da recomendação e Ferro, 51% do recomendado.

Tabela 5 – Estado nutricional de gestantes menores de 19 anos, segundo IMC

pré-gestacional. Piracaia – SP, Brasil, 2008.

Estado Nutricional Gestantes Distribuição

Percentual (%)

Baixo peso 2 25,0

Adequado 5 62,5

Sobrepeso 1 12,5

Obesidade 0 00,0

14

Tabela 6 – Estado nutricional de gestantes menores de 19 anos, segundo

classificação de Atalah (1997)19

para IMC gestacional. Piracaia – SP, Brasil, 2008.

Tabela 7 – Estado nutricional de gestantes maiores de 19 anos, segundo IMC

pré-gestacional. Piracaia – SP, Brasil, 2008.

Tabela 8 – Estado nutricional de gestantes maiores de 19 anos, segundo

classificação de Atalah (1997)19

para IMC gestacional. Piracaia – SP, Brasil, 2008.

Estado Nutricional Gestantes Distribuição

Percentual (%)

Baixo peso 2 25,0

Adequado 4 50,0

Sobrepeso 2 25,0

Obesidade 0 00,0

Estado Nutricional Gestantes Distribuição

Percentual (%)

Baixo peso 4 16,0

Adequado 16 64,0

Sobrepeso 2 8,0

Obesidade 3 12,0

Estado Nutricional Gestantes Distribuição

Percentual (%)

Baixo peso 3 12,0

Adequado 12 48,0

Sobrepeso 8 32,0

Obesidade 2 8,0

15

Tabela 9 – Recomendações e consumo de nutrientes por gestantes menores de

19 anos. Piracaia – SP, Brasil, 2008.

Recomendado* Consumido Adequação

Nutrientes Média Desvio Padrão %

Energia (kcal) 2400,29 2268,78 781,19 95

Proteínas (g) 71 78,88 35,12 111

% Proteínas (g) 10 - 35 % 13,62 3,61 aceitável

Carboidratos (g) 175 295,22 93,46 169

% Carboidratos (g) 45 - 65% 53,79 11,02 aceitável

Lipídeos (g) ND** 85,81 41,7 ND**

% Lipídeos (g) 20 - 35% 32,58 9,13 aceitável

Vitamina A (µg) 750 404,6 340,07 54

Cálcio (mg) 1300 418,63 171 32

Ácido Fólico (µg) 600 84,91 22,38 14

Ferro (mg) 27 13,11 5,09 49

*Referência: Institute of Medicine/Food and Nutrition Board, 1997, 2000, 2001 e 2002.16,8,11, 23

** Não Determinado Tabela 10 – Recomendação e consumo de nutrientes por gestantes maiores de

19 anos. Piracaia – SP, Brasil, 2008.

Recomendado* Consumido Adequação

Nutrientes Média Desvio Padrão

%

Energia (kcal) 2544,82 1890,07 648,77 74

Proteínas (g) 71 69,72 26,24 98

% Proteínas (g) 10 - 35 % 14,78 3,92 aceitável

Carboidratos (g) 175 257,72 98,14 147

% Carboidratos (g) 45 - 65% 55,3 10,22 aceitável

Lipídeos (g) ND** 64,47 30,58 ND**

% Lipídeos (g) 20 - 35% 29,91 8,49 aceitável

Vitamina A (µg) 770 546,74 610,15 71

Cálcio (mg) 1000 425,89 305,9 42

Ácido Fólico (µg) 600 88,79 79,71 15

Ferro (mg) 27 13,85 7,3 51

*Referência: Institute of Medicine/Food and Nutrition Board, 1997, 2000, 2001 e 2002.16,8,11, 23

** Não Determinado

16

DISCUSSÃO

Neste estudo foi possível observar que 24% das gestantes voluntárias eram

menores de 19 anos. Sabe-se que a gravidez na adolescência é um fato presente nos

serviços de saúde. No ano de 2000 foram realizados 2,6 milhões de partos pelo serviço

único de saúde. Desses, 679 mil (27,13%) foram jovens de 10 a 19 anos. Nos últimos

anos, vários estudos foram realizados no sentido de determinar novas recomendações de

nutrientes para as diversas faixas etárias, incluindo gestantes menores de 18 anos, mas

ainda são poucos, no Brasil, os estudos cujo tema central seja a “alimentação de

gestantes adolescentes”. 3,24

A classificação das gestantes segundo o Índice de Massa Corpórea pré-

gestacional encontra-se adequado para 62,5% entre as gestantes com faixa etária inferior

a 19 anos e 64% entre as gestantes com idade superior. Estudo realizado por Melo et

al,25 avaliando o estado nutricional de gestantes, ganho de peso gestacional e peso ao

nascer, identificou prevalência de sobrepeso e obesidade ao início da gestação, dados

semelhantes foram encontrados por Nucci et al,26 que a partir do sistema de serviço de

pré-natal do Sistema Único de Saúde (SUS), encontraram prevalência de 19,2% de

mulheres com sobrepeso e apenas 5,7% de baixo peso pré-gestacional.

Ao avaliar o IMC gestacional segundo proposto por ATALAH19, observa-se

algumas relevantes mudanças em ambas faixas etárias. Um estudo transversal realizado

no Estado São Paulo com 22.126 gestantes utilizando, como referência, a curva de

Rosso (1986), indicou que 62,6% da mulheres tinham um peso inadequado para a idade

gestacional, sendo que 28,3% estavam com baixo peso e 34,3% estavam com

sobrepeso ou obesidade. Porém, no final da gestação, a porcentagem de mulheres com

baixo peso para a idade gestacional aumentou de 28,3% para 34,9%.27

17

O número de gestantes que “migraram” do estado nutricional pré-gestacional

adequado para gestacional inadequado, em todas as faixas etárias é preocupante. Estudo

realizado por Rocha et al,1 identificou uma alta prevalência de gestantes com estado

nutricional desfavorável, pois encontraram-se, aproximadamente, 43,0% de gestantes

que iniciaram o pré natal com baixo peso, sobrepeso e obesidade. Observaram, ainda,

que entre as gestantes de baixo peso, quase 60,0% apresentaram ganho de peso

insuficiente. Tais achados apontam para a necessidade de reforçar as orientações e

serviço de atenção nutricional durante o pré-natal e que qualquer intervenção nutricional

que melhore o peso ao nascer, terá um efeito positivo na saúde da criança.10

Durante a gestação a necessidade adicional de energia é importante para o

crescimento do feto, da placenta, dos tecidos maternos bem como o consumo da

gestante. A restrição de energia pode ocasionar conseqüências negativas, pois o

crescimento fetal adequado ocorre quando a gestante acumula reservas corporais

extras.10 Na população estudada, observou-se uma inadequação do consumo energético.

Estudo realizado por Azevedo & Sampaio3 sobre o consumo alimentar de gestantes

adolescentes atendidas em serviço de assistência pré-natal, observou que 63,6% das

dietas supriram menos de 90% das necessidades energéticas, 22,2% supriram entre

90,0% e 110,0% e as demais (14,1%) supriram em mais de 110,0%, as necessidades

energéticas.

O consumo inadequado de micronutrientes entre as gestantes avaliadas, deve-se,

provavelmente ao baixo nível sócio-econômico, escolaridade e idade materna que foi

possível notar durante as entrevistas com as futuras mães, onde as mesmas relataram o

baixo consumo de frutas, verduras e legumes e apresentaram um cardápio monótono e

pouco variado, realizando poucas refeições durante o dia, o que justifica a maioria ter

consumido menos que o recomendado. Segundo estudo realizado por Di Cintio et al,28

18

uma dieta pobre em micronutrientes pode estar relacionada ao aumento do risco de

abortos espontâneos ou mesmo ser fator determinante desse risco.

O consumo de ácido fólico foi identificado como o mais deficiente, sendo

possível observar a inadequação em todas as faixas etárias. Lima et al,29 observaram a

alta prevalência de consumo inadequado de ácido fólico, sendo que as gestantes de

baixa escolaridade e as que não usavam suplementos contendo ácido fólico estiveram

expostas a maiores riscos, merecendo essas, destaque na assistência pré-natal.

A ingestão inadequada de nutrientes observada na população estudada pode ser

decorrente de falha no método de avaliação do consumo alimentar – recordatório de 24

horas (R24h). Bertin et al, 30 realizaram estudo de revisão sobre os métodos de avaliação

do consumo alimentar de gestantes e observaram que o recordatório de 24 horas foi o

mais utilizado. Para os autores, a preferência por esse método está associada à sua

praticidade. No entanto observaram que a maioria dos estudos não ultrapassou dois dias

de avaliação e não levaram em consideração os finais de semana e estações do ano.

Segundo os autores, recomenda-se o emprego do método recordatório de 24 horas por

três dias para avaliar o total da ingestão de alimentos e nutrientes. Ademais, ao fazer o

recordatório de 24 horas pode ter havido erro por parte das gestantes em omitir o que

realmente consumiram no dia anterior e também falha na coleta de informações por

parte das pesquisadoras.

A elevada inadequação no consumo de micronutrientes também pode ser

justificada por limitações do software usado para avaliação. O software Avanutri®22

pode ter sido uma ferramenta imprecisa, considerando que as tabelas utilizadas podem

não conter determinados nutrientes e assim resultar em falta dos mesmos.

Conforme observação informal por parte das pesquisadoras, essa inadequação

pode ser também justificada pela demora em procurar auxilio para o pré-natal. As

19

consultas devem ser iniciadas o quanto antes para que sejam feitos os exames

necessários que garantirão a saúde da gestante e do bebê, a detecção de algumas

possíveis doenças ou disfunções e controle do ganho de peso.3,31

Diante do exposto, conclui-se que as gestantes avaliadas não estão consumindo

uma dieta equilibrada e balanceada, apresentando possíveis riscos para a saúde materna

e a do bebê. Destaca-se a necessidade de ações de educação alimentar, com abordagem

da situação econômica e dos hábitos alimentares de maneira a orientá-las na seleção de

alimentos compatíveis com seu estado fisiológico. Sugere-se novos estudos de avaliação

nutricional de gestantes que incluam a avaliação do estado sócio econômico para

análises e condutas mais precisas, obtenção dos dados de consumo incluindo três dias

de recordatório e questionário de freqüência alimentar. A inadequação do estado

nutricional no período gestacional, bem como a baixa ingestão de micronutrientes pode

representar danos à gestante e ao feto sendo necessárias ações de educação em nutrição

e saúde e efetivo acompanhamento pré-natal.

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