Estafeta Da Leitura - SL2015 - 2.º e 3.º Ciclos

21
Estafeta de Leitura 2.º e 3.º Ciclos Leitura de um texto, em cada sala de aula, por um aluno de outra turma.

description

Textos lidos, em cada sala de aula, por um aluno de outra turma, no decorrer da Semana da Leitura.

Transcript of Estafeta Da Leitura - SL2015 - 2.º e 3.º Ciclos

  • Estafeta de Leitura

    2. e 3. Ciclos

    Leitura de um texto,

    em cada

    sala de aula,

    por um aluno

    de outra

    turma.

  • Estafeta da Leitura 2. e 3. Ciclos

    As palavras

    As palavras

    So como um cristal,

    as palavras.

    Algumas, um punhal,

    um incndio.

    Outras,

    orvalho apenas.

    Secretas vm, cheias de memria.

    Inseguras navegam:

    barcos ou beijos,

    as guas estremecem.

    Desamparadas, inocentes,

    leves.

    Tecidas so de luz

    e so a noite.

    E mesmo plidas

    verdes parasos lembram ainda.

    Quem as escuta? Quem

    as recolhe, assim,

    cruis, desfeitas,

    nas suas conchas puras?

    Eugnio de Andrade in O Corao do Dia

  • Estafeta da Leitura 2. e 3. Ciclos

    Como escrevo

    No escrevo

    a minha poesia

    com palavras estudadas

    Se o fizesse

    outras palavras

    teriam de ser

    inventadas

    Escrevo

    Brincando com as ideias

    com as verdades

    e

    como muita imaginao

    derramada

    Ana Bela A. Pita Silva, in Mars Vivas

  • Estafeta da Leitura 2. e 3. Ciclos

    Adeus

    J gastmos as palavras pela rua, meu amor,

    e o que nos ficou no chega

    para afastar o frio de quatro paredes.

    Gastmos tudo menos o silncio.

    Gastmos os olhos com o sal das lgrimas,

    gastmos as mos fora de as apertarmos,

    gastmos o relgio e as pedras das esquinas

    em esperas inteis.

    Meto as mos nas algibeiras

    e no encontro nada.

    Antigamente tnhamos tanto para dar um ao outro!

    Era como se todas as coisas fossem minhas:

    quanto mais te dava mais tinha para te dar.

    s vezes tu dizias: os teus olhos so peixes verdes!

    E eu acreditava!

    Acreditava,

    porque ao teu lado

    todas as coisas eram possveis.

    Mas isso era no tempo dos segredos,

    no tempo em que o teu corpo era um aqurio,

    no tempo em que os teus olhos

    eram peixes verdes.

    Hoje so apenas os teus olhos.

    pouco, mas verdade,

    uns olhos como todos os outros.

    J gastmos as palavras.

    Quando agora digo: meu amor...

    j no se passa absolutamente nada.

    E, no entanto, antes das palavras gastas,

    tenho a certeza

    de que todas as coisas estremeciam

    s de murmurar o teu nome

    no silncio do meu corao.

    No temos nada que dar.

    Dentro de ti

    No h nada que me pea gua.

    O passado intil como um trapo.

    E j te disse: as palavras esto gastas.

    Adeus.

    Eugnio de Andrade

  • Estafeta da Leitura 2. e 3. Ciclos

    A palavra

    A palavra uma esttua submersa, um leopardo

    que estremece em escuros bosques, uma anmona

    sobre uma cabeleira. Por vezes uma estrela

    que projecta a sua sombra sobre um torso.

    Ei-la sem destino no clamor da noite,

    cega e nua, mas vibrante de desejo

    como uma magnlia molhada. Rpida a boca

    que apenas aflora os raios de uma outra luz.

    Toco-lhe os subtis tornozelos, os cabelos ardentes

    e vejo uma gua lmpida numa concha marinha.

    sempre um corpo amante e fugidio

    que canta num mar musical o sangue das vogais.

    Antnio Ramos Rosa

  • Estafeta da Leitura 2. e 3. Ciclos

    Histria do Rei Livro e da Princesa Palavra

    H muito muito tempo,

    L numa terra distante,

    Vivia a Princesa Palavra,

    Guardada por um gigante.

    Numa torre muito alta,

    Sem janela ou vigia,

    Palavra estava sozinha,

    Toda a noite e todo o dia.

    O gigante gostava de histrias fantsticas,

    E, nas noites sem sono,

    Ele pedia Palavra,

    As suas palavrinhas mgicas.

    Palavra tinha um dom,

    O dom de sempre contar

    Histrias de fadas, drages

    E outras de encantar.

    O mau gigante ouvia,

    Sempre que lhe apetecia,

    As palavras de Palavra,

    Toda a noite at ser dia.

    Mas, certo dia o rei Livro,

    Senhor de um reino vizinho,

    Por culpa de uma tempestade,

    Perdeu-se pelo caminho.

    No meio da floresta,

    Confuso com a escurido,

    O rei Livro foi ter

    torre do Giganto.

    que afinal o rei,

    Em idade de casar,

    No tinha encontrado ainda

    Uma rainha para amar.

    De facto, este rei padecia,

    De um srio quebranto:

    que apesar de ser rei e livro,

    Ele era um livro branco!

    Mas passados uns dias l estava,

    De volta com o batalho,

    Travando uma guerra sria,

    Derrotou o Giganto.

    Os sbditos do seu reino,

    Ficaram muito felizes,

    Pois daquele casamento,

    Nasceram muitos petizes.

    Eram livrinhos bonitos,

    Cheios de imaginao,

    Que as pessoas do reino,

    Gostavam de ler ao sero.

    E assim, com a Palavra,

    Aps toda esta aventura,

    Da terra do rei Livro,

    Nasceuo reino da Leitura!

    As crianas que visitam,

    Esse Reino da Leitura,

    Ganham sempre como prmio

    Muita imaginao e cultura!

    Elisa S Costa

  • Um livro

    Um livro escreve-se uma vez e outra vez.

    Um livro se repete. O mesmo livro.

    Sempre. Ou a mesma pergunta. Ou

    talvez

    o no haver resposta.

    Por isso um livro anda volta sobre si mesmo

    um livro o poema a prosa a frase

    tensa

    a escrita nunca escrita

    a que no seno o ritmo

    subterrneo

    o anjo oculto o rio

    o demnio azul.

    Um livro. Sempre.

    Um livro que se escreve e no se escreve

    ou se rescreve junto

    ao mesmo mar.

    Um livro. Navegao por dentro

    errncia que no chega a nenhuma taca.

    Um livro se repete. Um livro

    essa pergunta

    incognoscvel cdigo do ser.

    Metfora de cornos e ps de cabra.

    Um livro. Esse buscar

    coisa nenhuma.

    Ou s o espao

    o grande interminvel espao em branco

    por onde corre o sangue a escrita a vida.

    Um livro.

    Manuel Alegre, in Livro do Portugus Errante

  • Estafeta da Leitura 2. e 3. Ciclos

    O limpa-palavras

    Limpo palavras

    Recolho-as noite, por todo o lado:

    a palavra bosque, a palavra casa, a palavra flor.

    Trato delas durante o dia

    enquanto sonho acordado.

    A palavra solido faz-me companhia.

    Quase todas as palavras

    precisam de ser limpas e acariciadas:

    a palavra cu, a palavra nuvem, a palavra mar.

    algumas tm mesmo de ser lavadas,

    preciso raspar-lhes a sujidade dos dias

    e do mau uso.

    Muitas chegam doentes,

    outras simplesmente gastas, estafadas,

    dobradas pelo peso das coisas

    que trazem s costas.

    A palavra pedra pesa como uma pedra.

    A palavra rosa espalha o perfume no ar.

    A palavra rvore tem folhas, ramos altos.

    podes descansar sombra dela.

    A palavra gato espeta as unhas no tapete.

    A palavra pssaro abre as asas para voar.

    A palavra corao no pra de bater.

    ouve-se a palavra cano.

    A palavra vento levanta os papis no ar

    e preciso fech-la na arrecadao.

    No fim de tudo voltam os olhos para a luz

    e vo para longe,

    leves palavras voadoras

    sem nada que as prenda terra,

    outra vez nascidas pela minha mo:

    A palavra estrela, a palavra ilha, a palavra po.

    A palavra obrigado agradece-me.

    As outras no.

    A palavra adeus despede-se.

    As outras j l vo, belas palavras lisas

    e lavadas como seixos do rio:

    A palavra cime, a palavra raiva, a palavra frio.

    Vo procura de quem as queira dizer,

    de mais palavras e de novos sentidos.

    Basta estenderes a mo para apanhares

    a palavra barco ou a palavra amor.

    Limpo palavras

    A palavra bzio, a palavra lua, a palavra palavra.

    Recolho-as noite, trato delas durante o dia.

    A palavra fogo cozinha o meu jantar.

    A palavra brisa refresca-me.

    A palavra solido faz-me companhia.

    lvaro Magalhes,

    in O Limpa-palavras e outros poemas

  • Estafeta da Leitura 2. e 3. Ciclos

    Onde moram as palavras

    As palavras moram nas coisas que h

    E nas coisas que no h.

    Brincam em grutas de coral

    E em nuvens roxas, ao entardecer.

    Moram em troncos de rvores gigantes e

    Os anes e as fadas tambm moram l.

    As palavras adoram histrias

    E andam sempre a passear-se por l.

    Nos dicionrios esto a descansar

    Mais ajuizadas, por ordem alfabtica,

    Para serem encontradas

    Por ti, quando as fores procurar.

    As palavras moram em stios que h

    E nos stios que ainda no h.

    Moram em rano, Marte e Neptuno,

    Mas tambm no Sol e na Estrela Polar.

    Elas tm memrias muito antigas!...

    Viajaram em caravelas quinhentistas,

    J usaram cotas de malha e cabeleiras,

    Mas tambm j foram lua em fogueto.

    Agora, porm, usam t-shirts, piercings e chuteiras.

    As palavras moram nos beros, ainda,

    Muito pequeninas. A comeam a nascer,

    Aos bocadinhos: mapama-ma!

    As palavras moram nos tempos que h

    E nos tempos que ainda no h.

    Elas moram nas guerras, nos terramotos

    E tsunamis

    E amedrontam-se com tudo o que l h:

    A sede, a fome, a dor, a solido e a morte.

    As palavras moram na PAZ

    E a, alegram-se muito, e prometem

    Que a PAZ ser para sempre

    O presente presente, na vida a nascer.

    Onde muitas delas gostam mesmo de morar,

    nas aulas de Lnguas:

    Portuguesa, Inglesa, Francesa, Chinesa,

    Porque recebem ateno a toda a hora.

    Brincam com elas e fazem-lhes ccegas

    Os meninos e as meninas, que tambm

    Descobrem jogos engraados e muitas ratoeiras.

    Em troca, as palavras entram nos seus sonhos

    E ensinam-lhes a pensar de vrias maneiras.

    Odete Boaventura

  • Estafeta da Leitura 2. e 3. Ciclos

    Histria sem palavras

    Maria Judite de Carvalho

  • Estafeta da Leitura 2. e 3. Ciclos

    Um livro

    Levou-me um livro em viagem

    no sei por onde que andei

    Corri o Alasca, o deserto

    andei com o sulto no Brunei?

    Pra falar verdade, no sei

    Com um livro cruzei o mar,

    no sei com quem naveguei.

    Com marinheiros, corsrios,

    tremendo de febres e medo?

    Pra falar verdade no sei.

    Um livro levou-me pra longe

    no sei por onde que andei.

    Por cidades devastadas

    no meio da fome e da guerra?

    Pra falar verdade no sei.

    Um livro levou-me com ele

    at ao corao de algum

    E a me enamorei -

    de uns olhos ou de uns cabelos?

    Pra falar verdade no sei.

    Um livro num passe de mgica

    tocou-me com o seu feitio:

    Deu-me a paz e deu-me a guerra,

    mostrou-me as faces do homem

    - porque um livro tudo isso.

    Levou-me um livro com ele

    pelo mundo a passear

    No me perdi nem me achei

    - porque um livro afinal

    um pouco da vida, bem sei.

    Joo Pedro Msseder

  • Estafeta da Leitura 2. e 3. Ciclos

    Pap, por favor, apanha-me a Lua

    Antes de se deitar, a Mnica olhou pela janela e viu a lua. A lua parecia estar perto.

    Queria tanto brincar com a lua, pensou a Mnica. E tentou apanh-la. Porm, por mais que se esticasse, no

    conseguia tocar-lhe.

    Pap, por favor, apanha-me a lua, disse a Mnica. O pai foi buscar uma escada muito comprida. E levou a

    escada comprida at uma montanha muito alta. Depois, colocou a escada muito comprida, no cimo da montanha muito

    alta. E subiue subiue subiuFinalmente chegou lua.

    A minha filha Mnica quer brincar contigo mas tu s grande demais, disse o pai. Todas as noites vou ficar

    um bocadinho mais pequena, disse a lua: E quando tiver o tamanho certo, podes levar-me contigo. E assim foi, a lua

    foi ficando mais pequena e mais pequenae mais pequenaE quando a lua ficou com o tamanho certo, o pai

    apanhou-a..

    E desceu e desceu e desceu Aqui tens a lua, disse o pai Mnica.

    A Mnica saltou e danou com ela. Abraou-a e lanou-a ao ar. Mas a lua ia ficando mais pequena e mais

    pequena e mais pequena, at desaparecer toda.

    Uma noite, a Mnica viu reaparecer no cu um fino fio de prata. E todas as noites, a lua cresciacrescia e

    crescia

    Eric Carle

  • Estafeta da Leitura 2. e 3. Ciclos

    O meu pai

    O meu pai tmido e valente. nervoso e no : sabe rir. justo e ganha dinheiro. Quer saber as minhas

    notas e no ficou furioso por causa da fraca que tive em matemtica.

    O meu pai tem um livro de cheques. E no quis dizer-me por quem votou nas eleies. - O voto secreto, e tu,

    aprende o segredo! - disse ele. De manh anda sempre a p, 3-4 quilmetros, e depois, para estragar tudo, segundo

    as palavras da me, bebe um caf duplo.

    O meu pai compra flores minha me quando ela no faz anos. Tem menos frias do que eu. Vai lavar o carro

    fonte, na descida da calada, e deixa-me ajud-lo.

    o meu pai.

    Jorge Listopad, in lbum de Famlia

  • Estafeta da Leitura 2. e 3. Ciclos

    Filho s, pai sers

    H muito tempo, num pas distante, um homem, vendo que seu pai j era velho e no podia trabalhar, resolveu

    livrar-se dele. Assim, num certo dia de Inverno, pegou numa manta e numa broa e convidou o pai a acompanha-lo at

    ao cimo de um monte.

    Chegado l, o filho disse ao pai que no o podia alimentar e que, por isso, ali o deixava. O pai de lgrimas nos

    olhos, pela tristeza de se ver assim tratado pelo filho, ainda teve foras para lhe perguntar:

    - Filho, no trazes, por acaso, uma faca?

    - Para que a quer, meu pai?

    - Olha, filho, lembrei-me de cortar esta manta e esta broa ao meio para que leves uma parte para casa.

    -Para qu, pai? - perguntou o filho, intrigado com a atitude do velho.

    - para o teu filho te dar quando fores velho como eu e j no puderes trabalhar...

    O filho olhou o pai e, compreendendo a lio que este lhe dera, chorou de arrependimento e trouxe-o de novo

    para casa, onde o tratou com carinho at hora da sua morte.

    Conto popular

  • Estafeta da Leitura 2. e 3. Ciclos

    A sopa de letras

    Era uma vez um menino

    que no queria comer sopa de letras.

    Podiam l estar coisas bonitas escritas,

    mas para ele era tudo tretas...

    Podia l estar escrito COMER,

    podia l estar GOIABADA,

    Como ele no sabia ler,

    a sopa no lhe sabia a nada.

    Tinha no prato uma FLOR,

    um NAVIO na colher,

    comia coisas lindssimas

    sem saber mas ele queria l sabor!

    At que um amigo com todas as letras

    lhe ensinou a soletrar a sopa.

    E ele passou a ler a sopa toda.

    E at o peixe, a carne, a sobremesa, etc....

    Manuel Antnio Pina, in O Pssaro da cabea e mais versos para crianas

  • Estafeta da Leitura 2. e 3. Ciclos

    H palavras que nos beijam

    H palavras que nos beijam

    Como se tivessem boca.

    Palavras de amor, de esperana,

    De imenso amor, de esperana louca.

    Palavras nuas que beijas

    Quando a noite perde o rosto;

    Palavras que se recusam

    Aos muros do teu desgosto.

    De repente coloridas

    Entre palavras sem cor,

    Esperadas inesperadas

    Como a poesia ou o amor.

    (O nome de quem se ama

    Letra a letra revelado

    No mrmore distrado

    No papel abandonado)

    Palavras que nos transportam

    Aonde a noite mais forte,

    Ao silncio dos amantes

    Abraados contra a morte.

    Alexandre O'Neill

  • Estafeta da Leitura 2. e 3. Ciclos

    Poeta

    Poeta no ofcio,

    arte de oficiante

    E muito trabalho exige

    Para que a palavra cante.

    Ser poeta resgatar

    A fala de cada dia

    pobreza de uma fala

    Que empobrece a poesia.

    O poeta d s coisas

    Outros nomes e sentidos,

    Inventando os sons mais belos

    Que nos ficam nos ouvidos.

    O poeta olha o mundo

    E pergunta ao universo

    Qual a dose de infinito

    Que cabe dentro de um verso.

    O poeta que fabrica

    As metforas da vida

    Trocando s por imagens

    A emoo mais sentida.

    O poeta nunca mora

    No recato do que escreve;

    Ele est em toda a parte

    Atento, veloz e leve.

    Jos Jorge Letria

  • Estafeta da Leitura 2. e 3. Ciclos

    L

    O L de leitura,

    De livro e de leitor.

    uma letra muito sbia

    E conhece o seu valor.

    Quando se pe a sonhar

    Com tudo quanto l,

    D-lhe para imaginar

    Que maior do que se v.

    O L elegante

    E quando fala do que sabe

    muito bem-falante.

    Jos Jorge Letria

  • Estafeta da Leitura 2. e 3. Ciclos

    O livro extravagante

    Era um livro esquisito,

    Feito com rimas esquinadas

    E palavras estonteadas

    Desenhadas nas lombadas.

    Lia-se todo ao contrrio,

    Mesmo fora do horrio,

    margem do calendrio,

    E as rimas que guardava,

    Mesmo sem terem sentido,

    Logo ficavam no ouvido,

    Com um som muito vivo,

    Colado com adesivo.

    Era um livro extravagante,

    Onde at um lagostim

    Rimava com lavagante.

    Jos Jorge Letria

  • Estafeta da Leitura 2. e 3. Ciclos

    Os livros

    Apetece chamar-lhes irmos,

    t-los ao colo,

    afag-los com as mos,

    abri-los de par em par,

    ver o Pinquio a rir

    e o D. Quixote a sonhar,

    e a Alice do outro lado

    do espelho a inventar

    um mundo de assombros

    que d gosto visitar.

    Apetece chamar-lhes irmos

    e deixar brilhar os olhos

    nas pginas das suas mos.

    Jos Jorge Letria

  • Estafeta da Leitura 2. e 3. Ciclos

    A um caador de borboletas

    Por entre os sonhos da idade

    enquanto a memria voar,

    sabemos que a eternidade

    coisa de ir e voltar.

    Tal e qual como a Poesia,

    diz-me onde apanhas as flores

    e as borboletas que o dia

    recolhe nas suas cores.

    E se entre as papoilas sabes

    correr que nem uma seta,

    no fiques s onde cabes:

    Apanha tambm um poeta!

    Lusa Ducla Soares