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  • 1. PESQUISA NA FORMAO E NA PRTICA DOCENTE NA VISO DEFORMADORES DE PROFESSORESOLIVEIRA, Ana Teresa de C. C. de PUC-RioFERREIRA, Augusto Csar Rosito PUC-RioCRUZ, Giseli Barreto da PUC-RioBOING, Luiz Alberto PUC-RioWALDHELM, Monica PUC-RioALBUQUERQUE, Sabrina B. G. de PUC-RioGT: Formao de Professores / n.08Agncia Financiadora: CNPq1. IntroduoTentando desvendar a complexa relao entre o professor e a pesquisa,procuramos realizar um longo estudo sobre a questo. Num primeiro momento dainvestigao, estudamos quatro escolas pblicas de Ensino Mdio, que apresentamcondies especiais para a realizao de pesquisas por parte dos professores. Asconstataes daquela fase destacaram de modo especial o problema da formao dosprofessores para a pesquisa. Num segundo momento, o estudo se centrou em duasinstituies formadoras, para verificar como acontece a iniciao do futuro professor pesquisa e a prpria viso dos formadores sobre a importncia e a necessidade de suaprtica na escola bsica. Este texto diz respeito segunda etapa da pesquisa. Nosso estudo envolveu seis licenciaturas, mas, nesta comunicao, nosdedicamos viso dos formadores de professores de cincias biolgicas, de educaofsica e de matemtica. A presena de especialistas dessas trs reas em nosso grupoassegurou o aprofundamento das anlises relativas a elas. Ao lerem este texto,professores desses campos do conhecimento por certo reconhecero facilmente osproblemas que lhes so tpicos. A relao entre docncia e pesquisa vem se estabelecendo como uma questocada vez mais relevante para a formao de professores da educao bsica. J no sopoucos os tericos que propem a pesquisa como elemento constitutivo do trabalhodocente e parte tambm de sua formao. O pensamento de vrios autores (Elliott,1989;Giroux, 1990; Zeichner, 1992; Perrenoud, 1996; Contreras, 1997), tem valorizado cadavez mais a perspectiva da pesquisa na formao e na atuao do professor desse nvel.Ela tem sido apontada por eles e mesmo pela legislao como algo importante para apreparao e para o trabalho do professor, e por isso deve ser introduzida na formaoinicial e continuada dos professores da educao bsica. Trabalhos como os deCochran-Smith e Lytle (1999), Anderson e Herr (1999), Lagemann e Shulman (1999),

2. 2Zeichner e Noffke (2002), nos EUA e os de M. Andr (1994, 2001), Geraldi et al(1998), Ldke (2001), Diniz Pereira e Zeichner (2002), Fiorentini (2004), entre outros,no Brasil, revelam o grande interesse e atualidade desse tema.Todavia, pouco se sabe, ainda, sobre a pesquisa do professor da escola bsica. Apesquisa , de fato, importante e necessria ao trabalho desse professor? vivel? Queformao recebem os futuros professores para desenvolver pesquisa concomitante aoseu ofcio de ensinar? A partir de constataes da primeira etapa deste estudo, ficoupatente, na viso dos professores do ensino mdio, a precria formao que receberampara o seu desenvolvimento como pesquisadores. O que pensam, ento, sobre isto, osprofessoresuniversitrios, formadores desses professoresdaescolabsica?Especialmente, o que pensam os professores das licenciaturas de biologia, educaofsica e matemtica sobre essas questes? Sua viso de pesquisa contempla apossibilidade de sua prtica na escola bsica?Os dados analisados foram colhidos atravs de entrevistas com professoresuniversitrios de duas instituies pblicas que formam professores para a escola bsica,reconhecidos como comprometidos com a formao de docentes e preocupados com opapel da pesquisa na formao e no trabalho desses docentes. Foram entrevistados 44professores, cobrindo as seis licenciaturas estudadas, variando o nmero entre seis e oitoentrevistas por curso.2. A viso dos formadores de professores de cincias biolgicasNossos entrevistados dessa rea afirmam que a pesquisa importante comoatividade docente, mas apontam vrios fatores que impediriam ou dificultariam estaprtica, dentre eles: a pesquisa em cincias exigiria uma boa estrutura fsica,laboratorial, rara na escola bsica; a formao do professor no o prepararia para apesquisa, ele no seria treinado (sic) para isto.Algumas falas parecem distinguir a pesquisa com foco acadmico daquela feitapelo professor na escola: importante fazer pesquisa, ainda que no seja como naUniversidade, ou ainda que no seja uma pesquisa sistematizada, com coleta de dadosou no vejo a pesquisa na Escola bsica estruturada da forma como est naUniversidade1. A pesquisa acadmica seria assptica e distante da escola, com umalinguagem inacessvel e pouco vivel para o professor.1 Os fragmentos de falas dos professores foram retirados do relatrio de pesquisa apresentado ao CNPqem 2003. 3. 3 Os entrevistados afirmam tambm que a pesquisa do professor no deveria servircomo parte de um rito de titulao (em cursos de ps-graduao) e deveria estar voltadapara problemas da prtica escolar, para o ensinar. consenso entre os entrevistados que os licenciados encontram-se despreparadospara a prtica da pesquisa, quando comparados aos bacharis em Biologia. Segundoesses professores entrevistados apenas os licenciandos que por vontade prpriavivenciam estgio ou monitoria em algum laboratrio (isto no exigido) saeminstrumentalizados para a pesquisa. Este fator ou vontade pessoal aparece em mais deuma entrevista como sendo fundamental para a vivncia da pesquisa pelo estudante. preciso ser cauteloso neste tipo de afirmao. Esta viso parece um tanto meritocrtica.Outros fatores, como nmero de vagas disponveis nos laboratrios, tempo livre e oprprio distanciamento do foco das pesquisas em andamento nos laboratrios, emrelao realidade de sala de aula podem obstacularizar ou desestimular a insero delicenciandos na prtica da pesquisa. Nos cursos onde a dicotomia entre conhecimento especfico e conhecimentopedaggico caracteriza o currculo proposto, o contato com a pesquisa especfica,quando ocorre, em geral se d logo no incio da formao, nos laboratrios de Botnica,Gentica etc. O raro contato com pesquisas acerca das questes pedaggicas, quandoocorre, acaba sendo tardiamente, na parte final do curso. A elaborao da monografia vista pelos entrevistados como uma exignciaexclusiva do bacharelado, uma atividade que coloca o bacharel em melhores condiesque o licenciado para desenvolver pesquisa no futuro. Segundo alguns entrevistados, eladeveria ser exigida na licenciatura tambm. Algumas disciplinas oferecidas nos novos cursos de licenciatura favoreceriam,ainda que de forma incipiente, a pesquisa no ensino. Um exemplo destas disciplinasseria a Instrumentalizao e Ensino de Ecologia. Certas falas indicam como um desafio a ser superado o aparente descompassoentre a formao do licenciado e a do bacharel, na preparao para a pesquisa, e anecessidade de se rever os currculos desses cursos. significativa a fala de umaprofessora que diz: O Instituto de Biologia no tem uma relao formal com a Prticade Ensino. O espao fsico apontado como um dos fatores determinantes da atividade depesquisa na escola bsica. A infra-estrutura adequada, garantindo desde o espao parareunies entre os professores at laboratrios ou salas-ambiente, favoreceria 4. 4significativamente o trabalho de pesquisa. Se pensarmos nos professores da rea de Cincias Naturais, tentando fazerpesquisa similar que feita nos laboratrios das universidades, onde foram formados(mesmo respeitando-se os limites de aprofundamento da pesquisa, dado o nvel deescolaridade dos alunos), a precariedade na infra-estrutura ser um elemento quaseimobilizador desse movimento. claro que h outros instrumentos e estratgias que oprofessor desse nvel de ensino pode lanar mo em suas pesquisas, quando falta olaboratrio. Entrevistas, material alternativo de baixo custo, colaborao em pesquisasexternas etc. Porm, existe uma cultura prpria dessa rea de formao que privilegia oespao do laboratrio como ambiente de pesquisa. Latour e Woolgar (1997),questionam a indiscutibilidade da tcnica como forma de estabelecer padres de crditoque acabariam por favorecer alguns tipos e grupos de pesquisa, em detrimento deoutros. Acerca dos cientistas e sua cultura de laboratrio, estes autores comentam: Os prprios cientistas fazem suas cincias, seus discursos sobre a cincia, sua tica da cincia, suas polticas da cincia e, quando so de esquerda, suas crticas e autocrticas da cincia. Os outros ouvem. O ideal poltico e epistemolgico que no haja uma palavra da meta linguagem da cincia que no seja tomada dos prprios cientistas (LATOUR e WOOLGAR, 1997). Considerando-se que essa cultura do cientista seja compartilhada, ainda que emmenor grau, pelos professores de cincias, talvez a opo de pesquisa no campopedaggico, por parte desses professores, possa representar tanto a busca de respostas aquestes demandadas da prtica diria na escola, quanto uma opo secundria, umplano B na impossibilidade de realizar pesquisa experimental. O vnculo com a Universidade, seja como aluno em cursos de ps-graduao, ouem parceria com pesquisadores doutores, ainda apontado como importante enecessrio para a prtica de pesquisa por parte do professor da escola bsica. Entretanto,se por um lado esta modalidade de pesquisa representa uma possibilidade concreta (epor vezes nica) do professor de cincias ter acesso a laboratrios equipados, tecnologiade ltima gerao e produo cientfica atualizada, existe um risco: o deste professor sercooptado por este ambiente acadmico e afastar-se da escola, do seu campo de atuaoprofissional, ignorando as problemticas que nele surgem. H uma subjetividade nasuniversidades, de que a opo pelo curso de licenciatura seria uma forma de fazer umcaminho mais fcil em relao ao bacharelado. Esta hierarquia subjacente na culturauniversitria talvez influencie at mesmo os licenciandos a considerarem que s obacharel torna-se pesquisador, ignorando a possibilidade de fazer pesquisa na prtica 5. 5docente.Talvez a vivncia do mtodo cientfico, sob uma concepo histrica, nasdiferentes disciplinas da licenciatura, e no apenas como item isolado da formao,favorecesse a construo de uma cultura de pesquisa na escola bsica por parte de seusfuturos professores.Villani e Pacca (2001), ao debaterem os modos de avaliao de projetos depesquisa em educao em Cincias, afirmam que uma pesquisa genuna s pode surgirdo que o pesquisador conhea bem, e no a partir do que outros conhecem bem. Avivncia e reflexo sobre o contexto de onde emerge a problemtica geraria guias paraobter informaes. Quando este guia a prpria cultura do pesquisador, seu trabalho decampo e sua fundamentao terica se mostram, segundo estes autores, como maisconsistentes.Se por um lado parece ser fundamental a vivncia da produo do conhecimentoem Cincias Naturais para ser um bom professor nesta rea, articulando-se o processode produo com o produto do conhecimento, por outro sabemos que o mtodocientfico, de natureza experimental, predominantemente quantitativo, que caracterizaesta rea do conhecimento, no pode dar conta das questes que surgem no contexto daescola. O professor em atividade exposto a um universo de questes, de problemasque so desconhecidos dos cientistas nos laboratrios. Estas questes identificadas nouniverso escolar podem instigar pesquisas, novos campos de investigao queextrapolem os muros da escola, demandando, quem sabe, outras pesquisas no locuslaboratorial.Isto sinaliza, ento, para uma proposta de formao hbrida, onde o componentepesquisa faa parte do currculo das licenciaturas, de modo transversal, no estanque,atravessando tanto as disciplinas especficas quanto as pedaggicas. Talvez, assim, oprofessor de Cincias possa aproximar-se do modo especfico de produo doconhecimento da sua rea, sem ver excluda a vivncia da pesquisa em educao. E sejacapaz de identificar no universo escolar questes que realmente demandem pesquisa.Um currculo capaz de formar um professor assim no pode ser uma verso simplificadado bacharelado. Parece se aproximar mais de uma verso ampliada, onde a seguranaconceitual no campo disciplinar, no conhecimento biolgico, seja garantida favorecendoa autonomia necessria para a ousadia metodolgica e para a prtica da pesquisa. Maldaner e Schnetzler (1998) atentam que na sala de aula real no h situao-padro para a qual possam-se aplicar solues estudadas das quais se abstraiam as 6. 6condies reais. O ato pedaggico, em sua complexidade, exige a pesquisa comocompetncia profissional. preciso que o professor seja capaz de observar, surpreender,buscar respostas no evidentes primeira vista, entender o processo de ensino eaprendizagem em sua concretude, atuar sobre o real, que nico e repleto de incertezas.Estas incertezas tambm caracterizam o universo da Cincia. Trabalhar a partir desteponto de interseo, entre o conhecimento cientfico e o saber pedaggico, no seriauma possibilidade interessante ao repensar a formao do futuro professor?2. A viso dos formadores de professores de educao fsicaNossos de entrevistados que trabalham na formao de profissionais deEducao Fsica2, com uma nica exceo, tm em comum o fato de no terem tidoiniciao pesquisa em suas graduaes, ou no terem participado de atividades depesquisa na graduao.Sobre este primeiro fato podemos fazer algumas ponderaes. No tendo tidoeste tipo de formao em suas graduaes, mesmo que tais professores a consideremimportante e tentem levar este conhecimento ou competncia aos seus alunos degraduao, sem dvida, estaro sendo pioneiros, no sentido de estarem se imbuindo deuma tarefa pedaggica para a qual no tiveram nem uma preparao especfica, e nemsequer um modelo pelo qual poderiam nortear suas prticas. Alm disto, tm detrabalhar na graduao com colegas que viveram uma outra poca, e tm uma viso deformao bem diversa das suas, enfrentando as dificuldades inerentes ao pioneirismo:resistncia dos conservadores, dvidas em diversos momentos de deciso, situaes noesperadas etc.No que se refere s vises que os entrevistados tm sobre a pesquisa doprofessor da escola bsica, houve diviso de opinies: trs dos entrevistados consideramque a pesquisa neste caso importante e necessria, pois indicaria como a educaofsica pode ser mais eficiente; dois consideram que a pesquisa no necessria, pois asaulas so dadas a despeito das pesquisas; um entrevistado identifica a atividade deensino com a de pesquisa, ao afirmar que o professor ensina porque pesquisa. Talafirmao pode nos levar a vislumbrar a freqente identificao que feita entrepesquisa e reflexo. Um dos entrevistados que no cr que a pesquisa seja umanecessidade para o professor, afirmou que no caso dela existir, deveria ser motivada2 Tal termo o utilizado atualmente pela CONFEF, Confederao Nacional dos Conselhos de EducaoFsica, para designar os egressos dos cursos de Educao Fsica, uma vez que estes podem ser professoresou bacharis. 7. 7pelo interesse e satisfao do prprio professor em realizar a pesquisa, pois do contrriose tornaria meramente uma rotina burocrtica, a ser cumprida de forma mecnica.Num conjunto de opinies to variadas, esta ltima nos parece bastante razovel econdizente com a realidade prtica com que todos os professores se defrontam notrabalho com os alunos, sejam estes do ensino bsico, sejam da graduao: de um modogeral, estes tambm so resistentes s mudanas, especialmente quando tais mudanasse refletem em mais trabalhos e em perigos no que se refere s suas situaesacadmicas de avaliao, isto , suas notas. As atividades acadmicas mais simples, quepodem ser feitas de maneira mais mecnica, so preferidas, uma vez que h menosriscos envolvidos. A atividade de pesquisa, se for rigorosa, no to simples e nem tomecnica: envolve bastante trabalho e empenho cognitivo, tempo de leituras, deorientao, e inevitveis erros que, se forem encarados como uma ameaa, seroevitados a todo custo. E aqui poderamos entrar numa longa discusso sobre como andaa questo da avaliao escolar, extensiva avaliao nos cursos de graduao, uma vezque pode causar este tipo de distoro do comportamento do aluno, que passa a temer osaber, ao invs de desej-lo. Tal discusso, porm, escapa aos objetivos deste pequenotrabalho de anlise das entrevistas. Tambm houve diviso de opinies quanto ao que os entrevistados entendempor pesquisa do professor. Uma parte referiu-se a uma concepo acadmica depesquisa, como produo de conhecimentos, aparentemente sem fazer nenhumadistino entre a pesquisa acadmica e a desejvel do lado dos professores. Outra partedos entrevistados explicitou que a pesquisa do professor seria no sentido lato, e noestrito; no precisaria seguir todos os rituais da pesquisa. No fica claro se, na viso dosentrevistados, essa pesquisa se subordinaria, numa relao hierarquizada, pesquisaacadmica. H, entretanto, uma nfase geral no sentido do objeto de pesquisa doprofessor, que deveria estar sempre no seu cotidiano escolar, ou nos problemas daescola e da prtica de ensino; tal ponto de vista parece se coadunar com a opinio deZeichner (2000) sobre a pesquisa do professor. H impressionante concordncia entre os entrevistados quanto ao fato de que aescola bsica, atualmente, no est estruturada para a pesquisa do professor, no oferececondies. Na prtica, a pesquisa do professor fica, no mnimo, muito dificultada e, nolimite, impossvel.Tal constatao sugere que, para que a prpria realidade dos cursos de graduaose transforme, no sentido de valorizar a pesquisa do professor, o campo de atuao 8. 8destes tambm deveria mudar. A demanda do campo de atuao do professor temum poder muito maior sobre os currculos do que o contrrio. Enquanto houvereste descompasso entre formao inicial e trabalho do professor, o aluno degraduao no se sentir mobilizado para a pesquisa, uma vez que no v, e comtoda razo, a viabilidade desta em sua futura atuao profissional.No que se refere formao atual do professor para a pesquisa, cinco, dos seisentrevistados, afirmam que est deficiente, insuficiente para formar pesquisadores, almde no despertar o interesse pela pesquisa.Quanto s pesquisas que so realizadas pelos prprios professores formadores,dois afirmaram apenas orientar monografias de final de curso, trs fazem parte degrupos de pesquisa, e um faz pesquisas isoladamente.Notamos que o fato de o professor formador estar engajado em atividade depesquisa pode ter um impacto grande, tanto na formao dos professores para apesquisa, quanto no despertar do seu interesse por ela. Este impacto se daria ao menosem duas vias: de um lado, na prpria competncia que um professor formador teria deensinar algo que est ativamente exercendo; de outro lado, na simples modelagem queofereceria aos aspirantes a pesquisadores. Quanto ao despertar do interesse dosprofessores pela pesquisa, este se daria na prpria qualidade do curso oferecido pelosprofessores formadores, que so capazes de criar e de criticar, de forma pertinente, osconhecimentos de sua rea e, minimamente, na constatao de que mais um campo deatuao se abriria para os professores capacitados para a pesquisa.No que diz respeito especificamente licenciatura em educao fsica, algumasparticularidades se configuraram na evoluo de sua relao com a pesquisa, o que nosmove a buscar, na histria desses cursos, algumas pistas para entendermos a atualsituao da formao para a pesquisa em educao fsica.A maior parte das pesquisas realizadas em educao fsica ainda est ligada aestudos biomdicos e aos esportes, enquanto que outras reas, como a educao, porexemplo, ainda so pouco exploradas. Esse fato pode estar associado ao prestgio que aeducao fsica ganhou ao tentar se articular rea da sade e das cincias mdicas,buscando tambm definir-se como cincia3. Porm, essa aproximao pode tercontribudo para que a educao fsica assumisse um papel de objeto de estudo e paraque os profissionais da rea fossem vistos como meros aplicadores dos conhecimentos3 Cincia do Esporte, Cincia da Motricidade Humana e outras denominaes foram utilizadas natentativa de conferir educao fsica o estatuto de cincia, mas esse um assunto que tem suscitadomuitos debates entre posicionamentos divergentes. 9. 9produzidos por outros pesquisadores de reas j consagradas na atividade de pesquisa.Na dcada de 70, impulsionada por essa tentativa de articulao, a formao emeducao fsica adquiriu como principal caracterstica a instrumentalizao tcnica parao ensino de esportes e para a preparao fsica. Os profissionais formados nesse cursodeveriam reunir capacidades e conhecimentos tcnicos para o ensino e o treinamento deseus alunos em esportes ou outras atividades fsicas, desconsiderando-se, em geral, queesses profissionais devessem se envolver em pesquisas. A pesquisa, por sua vez, erafeita geralmente por mdicos, bilogos, fisiologistas e outros profissionais voltados paraa produo dos conhecimentos que seriam utilizados pelos professores de educaofsica, vistos como instrutores ou treinadores.As modificaes curriculares e a diviso do curso em licenciatura e bachareladotambm parece ter contribudo para que a figura do bacharel estivesse vinculada pesquisa, ao passo que a do licenciado estivesse associada ao trabalho pedaggico e aplicao do conhecimento produzido.Essa pode ser uma das razes especficas da educao fsica, quando tentamoscompreender as lacunas existentes nos cursos de graduao no preparo para a pesquisa.Entretanto, observamos que essa reflexo pode-se aplicar aos demais cursos deformao, como confirma nosso estudo. Assim, se o estudo da situao geral dos cursosde licenciatura frente ao problema da preparao para a pesquisa poder contribuir paraentendermos a situao da formao dos professores de educao fsica, as questesespecficas dessa rea tambm podem contribuir para as reflexes sobre os problemascomuns a todas as reas.4. A viso dos formadores de professores de matemticaNas entrevistas realizadas com formadores de professores de matemtica, ficaevidente a diversidade de concepes e de prticas, e a precariedade de condiesrelacionadas pesquisa na formao e na docncia na educao bsica.Em termos de concepes que norteiam os projetos poltico-pedaggicos daslicenciaturas, e at dos prprios formadores, observa-se a idia de que a boa bagagemconceitual em matemtica considerada uma verdade afirmada, e essa idia prioridade na formao que oferecem. Essa concepo , freqentemente, referendadapelos futuros professores, alunos desses cursos, segundo alguns formadores. Sendoassim, a valorizao da formao conceitual, associada dicotomia entre contedoespecfico e contedo pedaggico, que vem se mantendo na formao por algum tempo, 10. 10dificulta o desenvolvimento de pesquisas que se voltem para as questes do ensino. Deacordo com um dos entrevistados, a formao do professor fica muito prejudicadaquando a vertente pedaggica totalmente separada da vertente de contedos prpriosda licenciatura. No podemos deixar de considerar, tambm, que a idia de que o professor noprecisa fazer pesquisas est presente na fala de alguns entrevistados. E outro grandeimpedimento para que a formao se estruture de forma a possibilitar e incentivar oenvolvimento dos professores com a pesquisa acerca das questes do ensino eaprendizagem de matemtica. A idia de que o professor no precisa ser pesquisador clara, no fragmento a seguir: o bom professor sabe de uma forma especial. Uma forma,por exemplo, que o pesquisador no precisa saber. Uma reflexo imediata sobre a idiatrazida por essas palavras nos conduz a uma questo fundamental: o que seria, ento, apesquisa sobre ensino, se no for feita por quem ensina? Para alguns formadores, a pesquisa pode acontecer na sala de aula. Mas essaprtica, para eles, se concretiza atravs de uma metodologia que possibilite colocar osprofessores em contato com as pesquisas em educao matemtica, sem que,necessariamente, sejam pesquisadores e que desenvolvam pesquisas sobre suas questesacerca do trabalho docente. A preparao para a pesquisa, para um dos entrevistados, consistiria em o alunoter contato, na universidade, com a abordagem construtivista, a etnomatemtica, aresoluo de problemas, a modelagem matemtica. Trabalhar com esse leque propeque o professor seja um investigador, vendo as diversas possibilidades de trabalhos jfeitos. Mesmo essa prtica, quando realizada na formao, ainda muito incipiente, naviso desse entrevistado. A conceituao de pesquisa como algo mais diretamente ligado necessidade desuprir carncias imediatas, que emergem do cotidiano da prtica, unnime. Naconcepo desses formadores, a pesquisa necessria ao professor da educao bsica,e inerente profisso. Contudo, relativizam o seu rigor, referindo-se a uma pesquisamais simples, quando falam da sua metodologia. Uma condio bsica de ser professor que seja uma pessoa eternamente em busca de algo, em busca de respostas, em busca de mtodos. [...] No vou dizer que um professor da escola bsica vai fazer pesquisa do jeito que a gente entende na universidade . No sei se o que fao do mesmo tipo da pesquisa que o professor faz. 11. 11 O entendimento de que pesquisa pode ser entendida como projeto surgiu na falade alguns formadores, e refora uma certa banalizao da pesquisa. Quando se dirigemao fato de que a proposta da universidade na qual atuam se volta para a pesquisa,exemplificam por meio do trabalho realizado na disciplina prtica de ensino, comosendo um espao de busca de respostas e problematizao de questes do ensino eaprendizagem de matemtica. Apontam a estratgia utilizada na disciplina prtica deensino como algo que estimula os alunos para a realizao de pesquisas, pois esseprojeto exige a vivncia de uma srie de etapas pertinentes pesquisa . A participao em projetos de iniciao cientfica , para alguns formadores, oprimeiro contato dos futuros professores com a pesquisa, e muitas vezes, a nica, aindaque em torno de temas de pesquisas de algum professor do curso. Consideram que apenas uma iniciao ao assunto pesquisa, mas que poucos conseguem progredir.Certamente, podemos nos valer das idias de Perrenoud, ao pensar no possveldesinteresse dos futuros professores em pesquisar algo que no seja, para eles, umaquesto real. Perrenoud acena para a relevncia do fato de que as questes de pesquisano processo de formao sejam questes do ensino ou da prtica pedaggica. Enquanto se formar os estudantes para a pesquisa fazendo-os recolher e sistematizar dados em funo de hipteses de pesquisa para cuja definio eles no contriburam, se manter a iluso de que se forma pesquisadores quando na verdade se treina tcnicos (PERRENOUD, 1999:16). Explicitamente, alguns formadores entrevistados assumem que o curso no formaprofessor pesquisador. Os professores de matemtica saem reprodutores, e nopesquisadores. O contedo o aspecto que impulsiona a formao. Para que a formaovalorizasse o envolvimento com pesquisa, seria preciso uma reformulao geral doscursos de formao, possibilitando o contato dos futuros professores com pesquisadorese com a pesquisa. A pesquisa foi referendada, tambm, como algo do tipo atitude de pesquisa.Investigar formas de ensinar matemtica , na concepo de alguns formadores,caminhos de pesquisa. A pesquisa feita pelos professores da educao bsica, na viso do conjunto deformadores, tem como um obstculo significativo, a falta de tempo disponvel para essaatividade, alm de suas horas em sala de aula. Destacam, ainda, a falta de espao e definanciamento, o que no mobiliza os professores para a prtica da pesquisa. Emdecorrncia destes fatores, dizem os entrevistados: eles no tm motivao. Essas so,certamente, as principais razes para que os professores da educao bsica no sejam 12. 12pesquisadores, aos seus olhos.Alguns formadores flexibilizam o conceito de pesquisa, e no s para osprofessores da educao bsica. Falando da pesquisa que realiza, determinadoentrevistado disse no gostar de projetos muito formatados, e disse adotar a pesquisa-ao, sempre voltada para a prtica. Projetos muito formatados inibem a capacidadecriadora do pesquisador. Quando falam de seu envolvimento com a pesquisa, osentrevistados dizem terem se iniciado nessa prtica quando professores universitrios, jenvolvidos com o meio acadmico. Iniciaram suas atividades de pesquisadores muitoem funo de seus cursos de mestrado e doutorado. Agora, como formadores, sentemdificuldades para a realizao de suas pesquisa, pois a necessidade de uma produoacadmica institucional intensa um fator que reduz o tempo do professor para fazerpesquisas. Tem que se produzir o tempo inteiro, o que gera trabalhos, s vezes, dequalidade duvidosa, copismos. Em linhas gerais, o tratamento dado pesquisa insatisfatrio, apesar de quesua importncia razoavelmente reconhecida pelos formadores. Esse tratamentoinsatisfatrio se revela tanto nos programas de formao das universidades queconstituram a amostra dessa pesquisa, como nas concepes dos formadoresentrevistados que nelas atuam. A pesquisa do professor, na formao e na prtica, fica entendida, no mbito dasconcepes dos formadores entrevistados, como formao e prtica reflexivas. Essaidia se manifesta em muitos momentos, como quando se referem metodologia dasaulas do curso de formao. Essa metodologia citada pelos formadores comocomprometida com as etapas de uma pesquisa, porque envolvem os futuros professorescom a elaborao, por exemplo, de micro classes. Ou ainda, porque, como formadores,pesquisam materiais para fundamentar suas aulas. Essa mistura de conceitos, entre professor reflexivo e professor pesquisador, muito freqente. Os debates em torno da reflexo e da pesquisa na formao e prticados professores revelam um entendimento de que professor reflexivo e professorpesquisador esto identificados, muitas vezes, em duplo sentido. Em muitos aspectos, a prtica de pesquisa e a prtica reflexiva se aproximam. Apostura crtica e investigativa , sem dvidas, comum prtica de pesquisa e atitudereflexiva diante do que se aprende, busca conhecer ou pratica. No entanto, importanteentendermos estas noes como distintas, e desconstruirmos a idia de que falar emformar o professor reflexivo o mesmo que falar em formar o professor pesquisador. 13. 13Nos remetendo a Cruz, importante, neste ponto, destacar que reflexo no sinnimo de pesquisa e que o professor que reflete sobre a sua prtica pode produzirconhecimento sem, necessariamente, ser um pesquisador (CRUZ, 2002:13).Zeichner nos alerta, tambm, para o fato de que, em muitas propostas ou prticas,este conceito, de professor reflexivo, puramente figurativo, um modismo ou umsimples termo, desprovido de qualquer dimenso epistemolgica. Zeichner nos dizque este conceito tem sido, muitas vezes, implementado de forma mecnica. Eu diria que muito do que tenho falado so idias no compartilhadas por muitos programas que formalmente aderem idia de professor reflexivo. H programas que usam essa retrica e utilizam pacotes completos, com fitas e vdeos e livros, sobre ensino reflexivo para educao de professores a partir de modelos que reduzem essas idias a um conceito estritamente tcnico (ZEICHNER, 2000:11).A idia de que formao conceitual e pesquisa so indissolveis est presente nafala de alguns entrevistados, pois consideram que quem se encontra em processo deaprofundamento conceitual, pesquisa. Observa-se que essa viso obscurece asdiferenas entre as caractersticas metodolgicas de uma pesquisa, e as de uma situaode ensino. A partir dessa idia da indissociabilidade citada, fica entendido que trabalhara formao conceitual slida envolver um processo de anlise e investigao sobre oscontedos matemticos tratados na formao, que desenvolver uma atitude de pesquisaque ir adiante, na vida profissional do professor. Essa atitude, na concepo de algunsformadores entrevistados, cultiva o hbito de pesquisar. Aps a formao, esse processotende a acontecer na prtica dos professores, ao se debruarem e refletirem sobre asquestes que surgem no cotidiano, buscando solues e respostas prprias. a partir dessas colocaes que os formadores entrevistados, que atuam noscursos de licenciatura em matemtica, deixam transparecer que a atitude de reflexo,investigao e busca de solues para as questes da prtica so entendidas por elescomo pesquisa. Suas idias se encaminham no sentido de entender que essa , de certamaneira, a pesquisa do professor. A fala citada abaixo, de um dos entrevistados, estbastante relacionada a essas consideraes. Ento, o professor precisa pesquisar para melhorar o seu trabalho. claro que no uma pesquisa acadmica. Talvez seja uma pesquisa mais emprica. As duas pesquisas so diferentes. [...] H uma diferena de mtodo.5. Consideraes finaisQuase a totalidade de nosso entrevistados declarou considerar a pesquisa muitoimportante e igualmente necessria nas duas instncias de preparao e de exerccio do 14. 14magistrio. Uma anlise mais detalhada das respostas mostra, entretanto, certas nuancesnas afirmaes recolhidas. Alguns dos entrevistados ao afirmarem a necessidade dapesquisa e mesmo a sua importncia para o professor, logo apresentavam comentriosque revelavam dvidas a respeito do prprio conceito ou do tipo de pesquisa maisapropriado ao magistrio na escola bsica. Alguns chegaram at a estabelecer diferenasclaras entre a pesquisa cientfica, feita com rigor e preciso de laboratrio nauniversidade, e aquela possvel de ser realizada pelo professor em sua escola,especialmente na rede pblica. Com relao viabilidade da pesquisa a realizada, asrespostas dos nossos entrevistados so ainda mais cticas, talvez com base noconhecimento que quase todos tm da vida na escola de educao bsica, pela suaprpria experincia docente, e tambm atravs do contato com os licenciandos que jlecionam.As dvidas e hesitaes no os impedem, de modo geral, de confirmar aimportncia do lugar da pesquisa na formao e no trabalho do professor, seja elaaproximada do modelo dominante na universidade, ou procurando formas mais ligadass necessidades e problemas vividos pelos docentes da educao bsica. Algunschegaram mesmo a afirmar que, embora reconheam diferenas entre tipos de pesquisapara diferentes nveis de ensino, no aceitam qualquer discriminao que estabeleahierarquias entre eles. Ou seja, h pesquisas de diferentes tipos, para diferentesfinalidades, porm com o mesmo valor do ponto de vista da construo doconhecimento e da busca de solues para os problemas enfrentados. A funo dapesquisa exatamente buscar conhecimentos que encaminhem essas solues, sejamquais forem os recursos metodolgicos e tericos empregados.Para os que pretendem se tornar professores, a iniciao pesquisa ainda nofigura como parte integrante e indispensvel no curso de formao, o que constituiindiscutvel falha aos olhos dos nossos entrevistados. oportuno introduzir aqui umainformao oferecida por vrios deles, que pode ajudar a entender um pouco melhoressa inaceitvel duplicidade de caminhos em relao pesquisa. Dizem alguns delesque a pesquisa oferecida na formao do bacharel aquela prpria do meio acadmico,em todas as reas ditas cientficas, e a pesquisa oferecida ao futuro professor deveria seraquela voltada para questes mais prticas, relativas a problemas de ensino eaprendizagem, prprias aos alunos da faixa etria da educao bsica, sobretudolevando-se em conta a enorme expanso registrada nas redes de ensino desse nvel. preciso, entretanto, lembrar o risco envolvido nesta posio, que pode ensejar o 15. 15surgimento de dois tipos superpostos de pesquisa, um deles prprio do mbitouniversitrio, o cientfico, outro adequado ao nvel da educao bsica, o pedaggico.Como vimos desenvolvendo em nosso estudo, acreditamos na importncia e naindispensabilidade da pesquisa do professor, e no estamos sozinhos, como atesta a jnumerosa literatura a respeito, desenvolvida em vrios pases. Podemos visualizarclaramente alguns elementos-chave que concorreriam para o desenvolvimento dapesquisa do professor: a) formao para a pesquisa durante todo o desenrolar dagraduao; b) recursos e condies para o exerccio da pesquisa na formao e notrabalho desse professor; e c) reconhecimento da contribuio dessa pesquisa como deimportncia equivalente daquela desenvolvida na universidade, resguardando suasrespectivas especificidades.6. Referncias bibliogrficasANDERSON, G. L; HERR, K. (1999) The new paradigm wars: Is there room for rigorouspractitioner knowledge in schools and universities? Educacional Researcher, v. 28, n.5, 40,(pp.12-21)ANDR (org) M., BEILLEROT, J., LDKE, M. e SOARES, M. (2001) O papel dapesquisa na formao e na prtica dos professores. Campinas, SP: Papirus.COCHRAN-SMITH, M; LYTLE, S. L (1999) The teacher research movement: a decade later.Educacional Researcher, v.28, n.7, pp.15-25.CRUZ, G.B. 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