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Estágio Curricular Supervisionado em Língua Portuguesa e Literatura - II essa é a copia ORIGINAL
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Estágio Curricular Supervisionado em Língua Portuguesa e Literatura I
Primeiro Semestre de 2009
Prof.ª Rosa Maria Abreu Lima
Relatório de Estágio Supervisionado em Língua Portuguesa e Literatura I
Aluno: Josivan Alves Ribeiro
Curso: Língua Portuguesa – 4º Semestre
Campo de Estágio: Escola de Ens. Fund. Senador Carlos Jereissati
Endereço: Rua Euclides Barroso, 1048 – Santa Luzia
Supervisora de estágio: Prof.ª Rosa Maria Abreu Lima
Canindé-CE2009
Estágio Curricular Supervisionado em Língua Portuguesa e Literatura I
Primeiro Semestre de 2009
Prof.ª Rosa Maria Abreu Lima
Relatório de Estágio Supervisionado em Língua Portuguesa e Literatura I
Relatório de Estágio Supervisionado em Língua
Portuguesa e Literatura I apresentado ao Curso de
Licenciatura Específica em Língua Portuguesa da
Universidade Estadual Vale do Acaraú, orientado
pela Professora Rosa Maria Abreu Lima,
Supervisora de Estágio.
Canindé-CE2009
Dedico este trabalho à minha família, pelo incentivo e pelo carinho e por sempre me compreenderem e acreditarem na minha capacidade de crescimento.
Aos meus amigos que me deram muita motivação para estar neste curso.
Aos meus alunos de estágio, pelo respeito e carinho que estiveram e tem por mim sempre que me encontram.
A todos que de alguma forma contribuíram significativamente para a realização deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pois sem Ele nada somos. A Ele devo minha saúde e minha sabedoria, minha vida e a partir disso tudo que tenho. Pelo seu amor imensurável e pelo seu cuidado todo especial, em todas as etapas da minha vida; À minha família, por tudo o que fazem por mim, pela disponibilidade e por todo o apoio a mim dispensado; À minha supervisora de estágio, Rosa Maria Abreu Lima, pela atenção e compreensão; Aos amigos do Curso de Língua Portuguesa, especialmente à Aparecida Vasconcelos e Gerliane Alves, pelo apoio durante todo o curso.
Ao prof. Marcílio, diretor da escola Senador Carlos Jereissati, que com seu jeito paciente e prestativo recebeu-me de braços abertos.
A Prof.ª titular Jaqueline Araújo Martins, que me orientou no estágio e me proporcionou muito aprendizado através de sua vasta experiência profissional.
Aos funcionários da Escola Carlos Jereissati, pelas informações prestadas.
A todos que direto ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho.
“Ai daqueles que pararem com sua capacidade
de sonhar, de invejar sua coragem de anunciar e
denunciar. Ai daqueles que, em lugar de visitar,
de vez em quando o amanhã pelo profundo
engajamento com o hoje, com o aqui e o agora,
se atrelarem a um passado de exploração e de
rotina.”
Paulo Freire
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO.......................................................................................................7
1.1 – Estágio Supervisionado............................................................................71.2 – Objetivos do Estágio Supervisionado I.....................................................81.3 – Fundamentação Legal do Estágio Supervisionado I................................8
2 – O CAMPO DE ESTÁGIO.......................................................................................9
3 – O ESTÁGIO..........................................................................................................10
3.1 – Aspectos Operacionais...........................................................................11 3.2 – Observações da Prática Docente...........................................................12
4 – REGÊNCIA DE CLASSE.....................................................................................14
5 – CONCLUSÃO......................................................................................................16
6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................18
ANEXOS....................................................................................................................19
Anexo 1 – Ficha de Identificação e Caracterização da Escola............................19
Anexo 2 – Mapa de Frequência do Estágio Supervisionado...............................21
Anexo 3 – Ficha para Registro do Período da Observação da Sala de Aula......23
Anexo 4 – Modelo de Plano de Aula....................................................................27
Anexo 5 – Ficha de Auto-avaliação do Estágio Supervisionado I.......................28
Anexo 6 – Ficha de Observação de Atividades...................................................29
Anexo 7 – Ficha de Auto-Avaliação do Estagiário...............................................31
Anexo 8 – Ficha de Avaliação do Estagiário........................................................32
1 – INTRODUÇÃO
Educadores, onde estarão? Em que covas terão se escondido? Professores, há aos milhares. Mas
professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao contrário, não é
profissão; é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança.”
Rubem Alves
O Estágio é um momento de fundamental importância no processo de
formação profissional. Constitui-se em um treinamento que possibilita ao estudante
vivenciar o que foi aprendido na Faculdade, tendo como função integrar as inúmeras
disciplinas que compõem o currículo acadêmico, dando-lhes unidade estrutural e
testando-lhes o nível de consistência e o grau de entrosamento. Por meio dele, o
estudante pode perceber as diferenças do mundo organizacional e exercitar sua
adaptação ao mercado de trabalho.
O estágio funciona como uma “janela do futuro”, através do qual o aluno
antevê seu próximo modo de viver. Deve ser uma passagem natural do “saber
sobre” para o “saber como”; um momento de validação do aprendizado teórico e
prático em confronto com a realidade.
O Estágio Supervisionado tem cumprido de forma eficiente o papel de elo
entre os mundos acadêmico e profissional ao possibilitar ao estagiário a
oportunidade de conhecimento da administração, das diretrizes e do funcionamento
das organizações e suas inter-relações com a comunidade.
A realização de estágios será incentivada como forma de aproximar os alunos
das necessidades do mundo do trabalho, criando oportunidades de exercitar a
prática profissional, além de enriquecer e atualizar a formação acadêmica.
1.1 – Estágio Supervisionado
O Estágio Supervisionado é a exteriorização do aprendizado acadêmico fora
dos limites da faculdade. É o espaço onde o discente irá desenvolver seus
conhecimentos, correlacionando a teoria e a prática, contribuindo para uma análise
de pontos fortes e fracos das organizações e propondo melhorias para as
instituições públicas e privadas.
O espaço destinado para o estágio faculta ao acadêmico a disponibilidade de
assimilar o seu conhecimento teórico com os entraves que somente a prática por
meio do dia-a-dia pode oferecer. Nesta configuração, a troca de experiência fará
com que o novo profissional torne-se mais preparado para atuar em diferentes áreas
relacionadas a sua formação acadêmica.
O Estágio Supervisionado é uma disciplina prática do processo de ensino-
aprendizagem obrigatória para todos os alunos dos cursos que exijam em sua grade
curricular tal requisito, observadas as disposições curriculares.
1.2 – Objetivos do Estágio Supervisionado I
Oferecer aos alunos situações de assumirem-se como sujeitos ativos do
processo de ensino-aprendizagem;
Preparar os alunos para o trabalho, utilizando métodos modernos de avaliação
de modelos de gestão;
Constituir-se em chance para aplicação dos conhecimentos e habilidades
relacionados ao processo decisório.
1.3 – Fundamentação Legal do Estágio Supervisionado I
As atividades do Estágio Supervisionado I do Curso de Licenciatura
Específica em Língua Portuguesa da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA,
com carga horária total de 120 h/a, estão devidamente regulamentadas de acordo
com a seguinte Legislação:
Lei 6.494, de 7/12/1977 – dispõe sobre estágio do estudante de nível
superior, profissionalizante e supletivo; decreto 87.497 de 18/08/1982 – regulamenta
a lei 6.494; decreto 2.080, de 26/11/1996 – modifica o Art. 8º do decreto 87.497; lei
9.394/1996, de 20/12/1996 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
2 – O CAMPO DE ESTÁGIO
“Nossa escola tem por missão assegurar um ensino de qualidade, garantindo o
acesso e a permanência dos alunos na escola, formando cidadãos críticos, solidários, éticos
e capazes de agir na transformação da sociedade”.
A Escola de Ensino Fundamental Senador Carlos Jereissati, localizada à Rua
Euclides Barroso, nº 1048, Bairro Santa Luzia, na cidade de Canindé - Ceará, foi o
campo escolhido para a realização do meu estágio. Referência de ensino nesta
cidade, sua ligação com a comunidade é bem representativa. Sua fundação data de
1996 e seu nome foi dado em homenagem ao Senador Carlos Jereissati, figura
marcante na política cearense dos anos 50.
A escola Carlos Jereissati está ligada ao Pólo III e ao CREDE 7, e possui um
anexo, uma pequena Creche – CEI, de ensino infantil, com cerca de 152 alunos.
O corpo discente é formado por cerca de 1200 alunos, regularmente
matriculados do 1º ao 9º anos do Ensino Fundamental. Sessenta profissionais, entre
professores, secretários, coordenadores pedagógicos, e auxiliares de limpeza, se
revezam para garantir um ensino de qualidade. A escola funciona nos três turnos e
suas atividades começam regularmente das 7h00min às 11h00 pela manhã, das
13h00 às 17h30 à tarde e de 18h40 às 20h30 à noite, oferecendo uma carga horária
total de 2700 horas anuais. O colégio é formado por 13 salas de aula, uma
secretaria, uma cantina, dois banheiros, uma quadra de esportes, uma biblioteca e
um almoxarifado. As instalações estão em perfeito estado, piso em cimento liso, dois
bebedouros e uma cisterna. Só deixa a desejar nas carteiras, muito velhas e
rabiscadas. A escola oferece uma boa estrutura aos alunos e como foi dito
anteriormente, mantém uma relação muito próxima com a comunidade. Isso porque
suas dependências são oferecidas para a prática de esportes, atividades com
grupos de idosos, atividades culturais como artes, dança entre outras.
A minha sala de estágio está em bom estado de conservação. Possui boas
iluminação e ventilação, com exceção das carteiras que como já foi mencionado,
necessitam de uma troca urgente. Os quadros brancos também estão bastante
deteriorados, devido ao longo tempo de uso. Alguns cartazes, frutos de possíveis
trabalhos, adornam as paredes.
3 – O ESTÁGIO
“A sabedoria já pertence aos que buscam.”
Schopenhauer
Comecei meu estágio exatamente no dia 2 de Março do corrente ano, uma
segunda-feira, dia de preguiça, mas estava lá firme e forte pronto para mais uma
etapa da minha carreira acadêmica. Cheguei ao colégio às 19h00 em ponto, estava
muito ansioso para adentrar de uma vez por todas nessa vida tão árdua: a de
lecionar. Nessa primeira etapa, estava focalizado em reconhecer o campo, o lugar
onde iria estagiar. Descrever as estruturas físicas, operacionais e doutrinárias da
escola, fazer minuciosa descrição dos aspectos gerais da escola.
Logo que cheguei fui recebido pelo diretor da escola, o professor Marcílio,
figura simpática, sempre prestativo e pronto para ajudar. Ele foi logo perguntando
em que poderia ajudar. Não me fiz de rogado e comecei a fazer perguntas. Das mais
diversas. Falamos sobre a estrutura da escola, o contingente de alunos e
funcionários, entre outros. Estava tão ansioso que quase nada escrevi. Pena que
não levei um gravador. Teria servido muito. Mas, o que conversamos já mencionei
anteriormente, ao descrever o campo de estágio.
Encerradas as conversas entre o diretor e eu, fui apresentado às professoras
de língua portuguesa do colégio. O diretor me deixou à disposição para escolher
com qual iria estagiar. Logo que as vi, me identifiquei com a professora Jaqueline,
titular do 9º ano, série em que desde o início, queria ficar. Depois de conversarmos
ficou decidido que eu iria ficar no 9º ano. O meu primeiro dia no colégio foi marcado
pela saudade e rememorações da época em que lá estudei.
Foram momentos muito gostosos e agradáveis as horas que passei no
colégio, pois revi professoras antigas e que ficaram marcadas como uma marca
indelével na minha vida estudantil. Devo muita coisa a Vilanir, a Liduína, a Zenilda, a
Toinha e a “tia” Regina, como gostava de chamar, pois a passagem delas na minha
vida foi muito significativa e, sem sombra de dúvidas, os ensinamentos que elas me
repassaram representam bases para a construção e maturação de grande parte dos
conhecimentos que hoje possuo.
Essa noite terminou depois de eu ter colhido diversas informações sobre a
escola e de ter revivido momentos importantes da minha vida.
Os dias subseqüentes transcorreram sempre dessa forma, recolhendo
informações importantes da escola e convivendo com professores, alunos,
funcionários, enfim, me familiarizando com a rotina, com os problemas e com as
relações existentes dentro da escola. É o que relatarei nas páginas a seguir.
3.1 – Aspectos Operacionais
O segundo momento dessa primeira semana foi o planejamento escolar. No
colégio acontece mensalmente com a presença de professores e coordenadores,
além de alguns funcionários do setor administrativo. A um primeiro olhar eu entendia
o planejamento como um momento a mais em que se podia discutir problemas
gerais acerca dos alunos, da escola, entre outros. Um lugar em que houvesse a
harmonia entre professores, em que se colocasse em pauta o principal: os alunos.
Mas não foi bem isso que vi. Em vez de harmonia, muita discordância. Os
professores empenharam-se em discutir problemas pouco relevantes e deixaram de
lado o foco da questão: as diversas formas de se trabalhar com os problemas dos
alunos, a melhor forma de resolvê-los, pois na escola são muitos.
Outra coisa que muito me chamou atenção foi a falta de regras que os
docentes têm. Se na sala eles pedem silêncio e atenção, não é isso que eles fazem
em um planejamento. Há muita divergência entre eles, percebe-se nitidamente as
diferenças.
Entendo que se queremos bons alunos, há a necessidade que o exemplo
parta dos próprios professores. Tem-se que deixar de lado o orgulho e pensar nos
alunos como um todo. Alguns professores acham que os alunos já vêm pré-
dispostos a não querer nada em sala de aula. Não percebem que se muitos não se
interessam, pode ser em parte por fatores relativos aos próprios professores. Vejo
no momento atual que a forma de dar aula mudou em muito. Os professores têm
que se adequar a uma nova metodologia de ministrar aulas. Algo que seja
motivador, que desperte o interesse do aluno. Algo que faça os olhos deles
brilharem. Há muito que mudou o perfil do aluno. Num modelo mais tradicional, ele
representava o cofre no qual aos poucos se depositava conhecimento, até que se
chegava o dia em que ficava pronto. Hoje o modelo é bem diferente. Temos o perfil
de aluno que já chega à sala com meio caminho andado, ele já possui bagagem, já
tem conhecimento razoável para assimilar com melhor intensidade os conteúdos.
Por isso não devemos subestimá-lo a ponto de nada querer fazer com ele, a ponto
de considerá-lo como perdido. Enfim, ou o professor muda sua visão de mundo, ou
ele muda de profissão, pois nas palavras de Paulo Freire:
“Ninguém nega o valor da educação e que um bom
professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons
professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos
sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho
de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que
esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal
remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo
fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada
pelo seu trabalho. Aos professores, fica o convite para que não
descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos
desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e
não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma
a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.
Nessa mesma perspectiva afirma Barbero, (2000, p. 55):
(...) hoje o aluno está embebido de outras linguagens, saberes e
escrituras que circulam pela sociedade. Estes configuram os
saberes-mosaicos, como os chamou A. Moles, porque são feitos de
pedaços, fragmentos, o que não impede os jovens terem, com
freqüência, um conhecimento mais atualizado que o do seu próprio
professor. Isso está trazendo para a escola um fortalecimento do
autoritarismo, como reação à perda da autoridade do professor e
não de uma abertura para novos saberes. Em lugar de ser percebida
como uma chamada a que se reformule o modelo pedagógico, a
difusão descentralizada de saberes, possibilitada pelo ecossistema
comunicativo, resulta no endurecimento da disciplina do colégio para
controlar esses jovens, cada vez mais frívolos e desrespeitosos com
o sistema sagrado da arte de ensinar.
3.2 – Observações da Prática Docente
Depois dessa primeira semana na escola recolhendo informações
importantes sobre a mesma, comecei a observação da minha sala de estágio.
Nesse segundo momento a relevância será dada à professora titular.
A professora Jaqueline Araújo Martins é do tipo que sabe lidar com os
alunos. Ela possui jogo de cintura para lidar com as mais diversas situações. É
flexível, bem humorada e bastante experiente. A aula dela começa com todos
organizando as carteiras da sala, dispondo-as em linhas e colunas. A partir de
então ela faz a chamada. Em seguida começam as leituras dos textos. Cada
aluno tem seu livro. Seguindo o conteúdo e o plano de aula, ela começa com a
leitura de um texto do livro. Em seguida a professora começa a fazer perguntas
sobre o texto, envolvendo interpretação e gramática. Respondidas as perguntas,
vem a atividade individual, realizada na sala, onde os alunos passam as
perguntas do livro para o caderno e em seguida respondem as mesmas. A
professora dá um tempo para que eles façam isso e quando acaba este tempo ela
corrige as questões. Em linhas gerais esse é o modo como as aulas seguem.
Uma coisa interessante que vejo na aula da Jaqueline é o quanto ela
gosta mesmo da profissão que escolheu. O quanto ela vem bem humorada para
dar aula, apesar dos problemas que todos enfrentamos. O que mais me
impressionou e me chamou a atenção é que ela faz tudo isso e dá aulas nos três
turnos. É uma disposição invejável. Espero que um dia eu consiga chegar perto
do que ela faz.
4 – REGÊNCIA DE CLASSE
"Ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo".
Paulo Freire
A regência é o momento em que o estagiário coloca em prática tudo aquilo
viu, presenciou, vivenciou nos momentos em que esteve na escola conhecendo
suas estruturas e seus aspectos operacionais. Enfim, tudo aquilo que serviu de
base para a formação, o entendimento do estagiário.
Em linhas gerais posso dizer que a regência foi marcada pelo aprendizado,
pelo conhecimento que obtive ao vivenciar e exercer de forma concreta a função
de professor. Começo pela hora em que cheguei à sala de aula: um momento
mágico. Naquela hora fiquei muito nervoso, pois nunca havia dado aula para uma
turma antes. Ao entrar, a professora titular Jaqueline logo me apresentou para a
turma (formada por 25 alunos regulares) e disse que naquele dia haveria aula
diferente, com o estagiário. Muito sábia ela foi logo saindo da sala me deixado a
sós com os alunos. O conteúdo eu já o conhecia, pois já havíamos combinado tudo
antes nas aulas passadas. Ficou certo que ensinaria orações subordinadas
adverbiais. Conteúdo estudado, aula preparada, fui à luta!
Comecei a aula com um rápido esclarecer do que é regência. Esclarecidas
as dúvidas li um pequeno texto motivador para dar-lhes uma pequena lição de vida
a respeito de como temos tudo nas mãos e não percebemos. Depois do texto fiz
uma rápida predição do que eles sabiam a cerca das orações subordinadas,
sabiam o básico, as conjunções.
Comecei a dar o conteúdo explicando pelo livro. Depois da primeira
explicação perguntei se eles haviam entendido. A resposta foi unânime: não!
Também pudera, o livro tem uma metodologia muito complicada, torna difícil o
entendimento por parte do aluno. Se não tiver professor, o aprendizado não
acontece. Então resolvi fazer do meu jeito.
Continuei a explicação dizendo que o segredo para se classificar
corretamente as orações, seria primeiramente identificar a conjunção presente na
oração e logo depois aplicar a seguinte forma fixa: oração subordinada adverbial...
O final seria completado com a designação da conjunção que vem na oração,
aquela que o aluno identificou no começo da explicação. Por exemplo, se temos a
seguinte oração: se estudares, obterás êxito nas provas . A conjunção que logo se
identifica é o “se”, então se aplica a forma fixa e logo em seguida completa-se com
a denominação da conjunção em pauta, que no caso é a condicional. Assim, ficou
fácil de entender. Logo depois dessa explicação os alunos entenderam bem
melhor, e viram como é fácil o conteúdo.
Continuei a explicação, mas como tudo que se planeja nem sempre dá
certo, tive um imprevisto. Na hora de explicar e dar exemplos no quadro, os pincéis
não me ajudaram e tive que usar somente a oralidade. Foi uma tarefa difícil, pois o
aluno só entende bem mesmo quando se dá exemplos e se escreve no quadro.
Ainda consegui dá alguns exemplos, usando os do livro. Mais dificuldade. Os
exemplos do livro são diferentes do referencial que o aluno tem. São frases que
estão fora da realidade dele. Resolvi dá exemplos simples e fáceis de entender,
exemplos do cotidiano, da vivência dele. Expliquei todas as orações e enfatizei que
a correta identificação das conjunções que encabeçam as orações é que fazem a
diferença na hora de classificá-las.
Conteúdo passado, explicado e entendido, fiz questão de perguntar ao
término de cada explicação se eles realmente estenderam a explicação. Isso foi
algo que percebi ter construído e que acho que fará parte do meu referencial como
professor. Terminada a explicação, exercícios para averiguar o rendimento.
Apliquei apenas algumas questões, pois o tempo já estava quase acabando.
Percebi que eles entenderam o conteúdo e estavam fazendo seus exercícios
sozinhos, é claro que alguns me pediam auxílio, o que é normal. Antes de terminar
a aula, fiz a chamada, detectando poucas faltas.
E foi dessa forma que fiz minha regência no decorrer das aulas. Sempre
tentando ser o mais claro possível, tirando as dúvidas, fazendo questionamentos
aos alunos, enfim tentando repassar um pouco do que eu sei, sem querer ser
pretensioso, pois sabemos que hoje a forma de dar aula mudou. O que impera não
é mais a velha forma de dar aula, na qual o professor fala e o aluno escuta, sem
fazer indagações. Hoje, na nova forma de fazer o ensino-aprendizagem, professor
e aluno têm que andar de mãos dadas, trocando informações e conhecimentos,
enfim aprendendo juntos. Poderia escrever páginas de como foi magnífico esse
meu estágio, principalmente a regência. Porém entendo que apenas um dia, no
caso o primeiro, poderia explicar o bastante, ser de tal forma verdadeiro, pois
minha vivência foi verdadeira, minha prática pedagógica foi verdadeira.
Ao término da regência me despedi da turma arrancando alguns sorrisos de
cortesia, e de um provável “volte sempre”!
5 - CONCLUSÃO
“É o risco que define a função docente: será que fiz tudo parafazer dos meus alunos os homens que eu desejaria que eles fossem?”
Georges Snyders
O estágio supervisionado é o momento em que o estagiário coloca em
prática tudo aquilo que aprendeu no decorrer do curso. Ao chegar ao final deste
primeiro estágio, chego à conclusão de que lucrei bastante, do ponto de vista do
conhecimento adquirido. Depois de ter passado esses meses na escola, aprendi
como a vida de professor não é fácil. É uma verdadeira maratona, desde o
momento que se chega à escola, até a hora de ir embora.
Na sala de aula a história se repete. O professor deve ter bastante jogo de
cintura para conseguir atender às expectativas dos alunos. Sem contar que deve
ser muito flexível, pois os problemas são muitos, as cobranças também.
A finalidade do estágio é proporcionar a complementação do ensino e da
aprendizagem a serem planejados, executados, acompanhados e avaliados
segundo os currículos, programas, calendários escolares, a fim de se constituírem
em instrumentos de integração, em termos de treinamento prático,
aperfeiçoamento técnico-cultural, científico e relacionamento humano.
Não é demais lembrar: importante, ético e moral é entender o que é válido
no estágio. Certamente não é a nota ou o conceito obtido após sua realização,
nem a carga horária cumprida, mas sim saber que foi realizado um trabalho, em
cuja aplicação, a universidade demonstrou haver cumprido seu dever de preparar o
aluno para uma profissão. É necessário que alunos e professores coloquem a
escola atual à frente das necessidades da comunidade e do mercado de trabalho.
A parceria teoria/prática é capaz de formar cidadãos e profissionais competentes,
aptos para um trabalho digno do papel que desempenharão na sociedade.
Acredito que ao finalizar este Estágio Supervisionado, conclui com êxito as
atividades propostas e os planos de ação que estabeleci previamente. Estes
momentos em que estive em contato direto com o ambiente escolar, certamente
ficarão guardados na minha memória como sendo parte de um passado construtivo
e que poderei espelhar-me nele para que daqui para frente possa fazer as coisas
com mais certeza do que quero e também com um pouco mais de profissionalismo.
A prática pedagógica que realizei na escola servirá de base para que nos próximos
estágios eu possa realizá-los de uma forma melhor.
Dentro dessa escola eu construí verdadeiras amizades, conheci pessoas
que ficarão pra sempre na minha memória, na minha história. Revi pessoas
importantes para mim e fiz o mais importante: mostrei para elas o quanto foram
importantes, mostrei que o trabalho delas valeu a pena. Vivendo isso percebi que
também posso fazer algo para outros jovens. Posso mudar a vida deles através
dos estudos. Só isso já me deixa feliz. Justifica a escolha que fiz de fazer este
curso e não outro. E isso é importante, pois já paga qualquer trabalho.
Precisamos ter uma postura efetiva de um profissional que se preocupa
verdadeiramente com o aprendizado, que deve exercer o papel de um mediador
entre a sociedade e a particularidade do educando. Devemos despertar no
educando a consciência de que ele não está pronto, aguçando nele o desejo de se
complementar, capacitá-lo ao exercício de uma consciência crítica de si mesmo, do
outro e do mundo, como dizia Paulo Freire. Mas como fazer isso é o grande
desafio que o educador encontra, no estágio não foi diferente e busquei a cada
momento ser mais que professor ser um educador.
Mas sem dúvida alguma o meu aprendizado foi imenso, mesmo terminando
a aula roco, com a cabeça doendo, exausto e chateado por causa das conversas
paralelas. Pelos pontos positivos e também pelos negativos foi uma experiência
inesquecível. Enfim, tenho a sensação de que sou vitorioso, por alcançar os
objetivos traçados para este estágio, por transpor as dificuldades encontradas e,
sobretudo, conquistar se não todos os alunos, pelo menos uma parte.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILERIA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10719. Apresentação de relatórios técnico-científicos. Rio de Janeiro, 1989. 17 f.
BARBERO, J. M. 2000. Desafios culturais da comunicação à educação. In: Revista Comunicação & Educação. São Paulo, USP. Segmento, (18):, maio a agosto de 2000.
Boletim IOB-Informações Objetivas-40/93 e Luciano Figueiredo. O Estágio Supervisionado. Retirado da página online: <http:/interrogacaofilmes.com/text os.asp?texto=23 > Acesso em11/6/2009 às 17:52.
FREIRE, Paulo. <http://www.pensador.info/frase/NTI0ODYz/>, retirado da página online. Acesso em 08/06/2009, às 14:36.
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