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Como citar esse artigo: ANGOTTI, Bruno Simões; QUERINO, Maiara. Estágio de licenciatura de geografia em um curso técnico: como a geografiainfluencia e pode auxiliar as aspirações dos estudantes. In: FERRETTI, Orlando; SPRINGER, Kalina S. (orgs). Artigos da disciplina estágiocurricular supervisionado em geografia II: segundo semestre de 2015. Florianópolis: NEPEGeo; UFSC, 2015. Disponível emhttp://nepegeo.ufsc.br/artigos-para-a-disciplina-estagio-supervisionado-em-geografia-ii
ESTÁGIO DE LICENCIATURA DE GEOGRAFIA EM UM CURSO TÉCNICO:COMO A GEOGRAFIA INFLUENCIA E PODE AUXILIAR AS ASPIRAÇÕES
DOS ESTUDANTES
Bruno Simões Angotti, [email protected]
Maiara Querino, [email protected]¹Universidade Federal de Santa Catarina
RESUMO
Este artigo é resultado das reflexões acerca da disciplina de Estágio Supervisionado docurso de Licenciatura em Geografia na Universidade Federal de Santa Catarina.Oestágio é desenvolvido em duas disciplinas (dois semestres). Desenvolvemos nossoestágio junto ao Curso Integrado de Telecomunicação e do Curso Integrado deRefrigeração e Climatização do Instituto Federal de Santa Catarina – Campus São José,SC. No primeiro semestre de 2015, acompanhamos as aulas de Geografia das turmas de6ª fase e 7ª fase; o segundo momento se deu no segundo semestre de 2015, quandoministramos 12 aulas para duas turmas de 7ª fase, uma do curso integrado detelecomunicação e outro do curso integrado de Refrigeração e Climatização.Neste artigobuscamos resgatar as experiências vivenciadas no estágio supervisionado em Geografia,bem como abordar a importância do estágio e discutir a cerca do ensino técnicointegrado ao ensino médio. Como objetivo geral este artigo se propõe a discutir acercadas experiências provenientes da prática do Estágio Supervisionado em Geografia.Como objetivos específicos, buscamos saber o que almejam os jovens que optam pelocurso técnico integrado ao ensino regular e como a geografia pode auxiliar a concretizarestas aspirações; apontamos a importância da prática de Estágio Supervisionado para aformação do docente; e discorreremos sobre a modalidade do curso técnico integrado.
Palavras chave: Ensino de geografia, estágio supervisionado e curso técnico integrado
INTRODUÇÃO
Este artigo é resultado das reflexões acerca da disciplina de Estágio
Supervisionado do curso de Licenciatura em Geografia na Universidade Federal de
Santa Catarina. O estágio é desenvolvido em duas disciplinas (dois semestres).
Desenvolvemos nosso estágio junto ao Curso Integrado de Telecomunicação e do Curso
Integrado de Refrigeração e Climatização do Instituto Federal de Santa Catarina –
Campus São José, SC. No primeiro semestre de 2015, acompanhamos as aulas de
Geografia das turmas de 6ª fase e 7ª fase; o segundo momento se deu no segundo
semestre de 2015, quando ministramos 12 aulas para duas turmas de 7ª fase, uma do
1Graduandos do curso de Licenciatura em Geografia – UFSC.
curso integrado de telecomunicação e outro do curso integrado de Refrigeração e
Climatização.
O estágio apresenta relação entre a teoria e a prática, tendo como finalidade
aproximar o aluno da realidade da escola. Conforme Pimenta (2005/2006) o estágio não
é somente atividade prática, mas teórica instrumentalizadora da práxis docente, é
atividade teórica do conhecimento, bem como de fundamentação e intervenção na
realidade. É possível realizar o estágio em forma de pesquisa, sendo esta uma estratégia
de formação do estagiário como futuro professor. E é essa a proposta dos estágios de
Geografia da UFSC. Como método de formação a pesquisa permite a ampliação e
análise dos contextos da escola, também promove o aprimoramento das habilidades de
pesquisador do estagiário, permitindo que este consiga compreender e problematizar as
situações observadas no estágio.
Perante estas ideias, a disciplina de Estágio Supervisionado em Geografia trouxe
como objetivos pesquisar, analisar e refletir sobre a prática profissional e estimular
investigações referentes ao desenvolvimento profissional docente. Realizamos diversas
leituras inicialmente na disciplina acerca do ensino de Geografia e da prática do estágio
supervisionado, que nos fizeram refletir a cerca do tema. A partir delas, bem como das
observações e experiências, elaboramos algumas considerações acerca da prática do
Estágio Supervisionado em Geografia. Além das questões voltadas a prática do estágio,
abordamos neste trabalho nosso estágio desenvolvido no curso médio regular integrado
ao técnico, característico do IFSC de São José e apontamos algumas relevâncias a cerca
desta modalidade da educação.
O tema que diz respeito à formação de professores para se trabalhar em um
contexto de sala de aula de curso técnico integrado ao ensino regular, com
características diferentes da do ensino médio regular, pouco foi trabalhado ao longo do
curso de Licenciatura em Geografia da UFSC.Portanto, resolvemos trazer neste artigo
nossas experiências de estágio supervisionado da licenciatura em geografia, bem como
pesquisas sobre a geografia nesta modalidade, e através desta experiência discutir a
seguinte questão: os alunos que buscam o Instituto Federal de Santa Catarina - IFSC
aspiram apenas uma graduação técnica, ou existe(m) outra(s) motivação(ões)? De que
maneira a Geografia pode ser incluída a fim de possibilitar a realização das mesmas?
A partir dessas questões definimos como objetivo geral discutir as experiências
provenientes da prática do Estágio Supervisionado em Geografia. Como objetivos
específicos, buscamos saber o que almejam os jovens que optam pelo curso técnico
integrado ao ensino regular; como a geografia pode auxiliar a concretizar estas
aspirações; apontamos a importância da prática de Estágio Supervisionado para a
formação do docente; e discorreremos sobre a modalidade do curso técnico integrado.
Como metodologia, inicialmente realizamos um levantamento das bibliografias
utilizadas na disciplina de Estágio Supervisionado a fim de destacar quais poderiam ser
utilizadas na elaboração deste trabalho. Posteriormente, realizamos um novo
levantamento bibliográfico com o objetivo de encontrar livros e artigos que discutem
sobre o “Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia” e “Ensino de Geografia nos
Institutos de educação”. Através de tal buscamos compreender como funcionam os
Institutos de Educação e a Geografia integrada ao mesmo. Também foi analisado o
documento normativo do Instituto Federal de Santa Catarina, a saber: o Projeto
Pedagógico Institucional– PPI e dados prévios retirados de um questionário sobre os
motivos que levaram aos alunos a escolher a instituição, aplicado aos alunos na hora de
sua prova classificatória de ingresso no IFSC. Estes motivos, foram novamente
abordados através de um novo questionário, para entender e comparar o porquê dos
alunos buscarem um curso técnico integrado com o ensino médio regular e a forma na
qual a geografia pode auxiliar nesse objetivo.
A PRÁTICA DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO E SUA IMPORTÂNCIA NA
FORMAÇÃO DOCENTE
O estágio supervisionado se constitui como componente teórico-prático de
oportunidade de aprendizagem e vivência da docência. É essencial para superar a
dicotomia teoria-prática na formação do professor. Através dele o aluno considera seu
campo de atuação como objeto de análise, reflexão, investigação e interpretação. O
Estágio Supervisionado como atividade de integração teoria-prática tem a possibilidade
de aproximar o aluno da universidade do cotidiano da escola.
Sobre a prática do estágio, Martins (2012, p.190) aponta que:
É preciso que haja concepções e práticas que levem à reflexão, a fim depromover os saberes da prática articulado com a teoria, e que possibilitem aoprofessor uma análise integrada e sistemática da sua ação educativa baseadana intervenção e na investigação. Por isso, é imperativo que os cursos delicenciatura desenvolvam nos futuros docentes conhecimentos e habilidades,estabelecendo um vínculo com o contexto institucional e social em que seinserem, contribuindo para a reflexão da prática docente.
No excerto acima, Martins discorre sobre o estágio supervisionado, este deve
estar articulado com o campo de aquisição de conhecimento e habilidades, deve servir
para proporcionar a leitura da realidade profissional, através da análise,
problematização, teorização e ações capazes de dar conta dos desafios colocados pelo
ensino entendido como prática social. Neste sentido, o estágio proporciona a construção
de atitudes críticas e reflexivas sobre o processo de ensino e aprendizagem, além de
incorporar uma postura investigativa e questionadora sobre o ensino.
O estágio tem por finalidade aproximar o licenciando da realidade em que atuará
enquanto professor. É um momento de construção de um conhecimento compenetrado
de criticidade construtiva para formação docente. Através de uma prática pedagógica
problematizadora, com base na investigação e reflexão, o professor se torna sujeito do
conhecimento, com autonomia intelectual para tomar decisões sobre suas práticas, capaz
de construir e reconstruir sua atuação, e construir sua identidade pessoal e profissional.
A formação deve estar fundamentada na teoria, na crítica e na reflexão, orientando a
formação docente e a intervenção na realidade, no dia-a-dia escolar, de modo a garantir
a função social da escola.
O estágio supervisionado é espaço de vivência, experiência, aprendizado e
conhecimento da realidade profissional. O papel da escola e da Universidade é caminhar
juntas no processo de formação docente, tanto a teoria como a prática são de suma
importância para o estagiário vivenciar de maneira significativa o cotidiano da Escola.
Malysz (2013) ressalta que na universidade é raro o desenvolvimento de projetos
de pesquisa destinados a compreensão e melhoria da qualidade do ensino fundamental e
médio por parte dos alunos da licenciatura em geografia. A parceria entre escola e
universidade ainda é tímida, mesmo sendo grandes os benefícios de tal. Pesquisas em
ensino tomando a realidade da escola básica como objeto de investigação, realizando
análise à mercê de teorias da ciência geográfica e da didática, somado a união dessas
duas instituições podem resultar em surgimentos de novas teorias e metodologia para
aulas de geografia no ensino fundamental e médio, e assim melhorar o ensino
geográfico.
Quanto o estágio como instrumento de intercâmbio entre escola e universidade
Cavalcanti (2008, p.93) traz como contribuição:
O que se aponta atualmente é uma relação de intercâmbio e de parceriasefetivas para realização de estágio como capo formativo, em que hajaenvolvimento de ambas as partes na definição de projetos, com base noentendimento de estágio como momento teórico-prático de realizarintervenções criativas, ou pesquisas, a partir de situações-problema, numtrabalho mais colaborativo entre equipes formadas por professoresformadores de licenciaturas, professores de educação básica e estagiários.
Cabe ressaltar, com base na fala de Cavalcanti, que as relações entre escola e
universidade precisam ser estreitadas. A integração universidade-escola no estágio
possibilita inúmeros benefícios tanto para os licenciandos como para a escola. Há
necessidade de envolvimento efetivo entre os professores formadores de licenciaturas,
professores de educação básica e estagiários, para que então resulte numa intervenção
construtiva e significativa para formação docente dos estagiários.
Martins (2012) ressalta que o contato direto com a profissão, com os
profissionais que nela atuam , deveria acontecer no início da formação acadêmica, a
partir do primeiro semestre letivo, este contato serviria de base para o fortalecimento da
identidade docente, além de ter um papel essencial para maior interesse e
comprometimento dos licenciandos, futuros estagiários, do seu desenvolvimento
profissional. Segundo Gonçalves e Gonçalves (1998, p.116):
Parece-nos que uma boa medida seria criarmos condições para que aexperiência pedagógica do estudante começasse mais cedo possível em seucurso de licenciatura. Pois aí teria um conteúdo prático para a sua reflexãosobre a prática, associada a teoria em estudo no âmbito universitário, tendocondições de discutir e questionar, auxiliado por seus docentes e colegas[...]Algumas alternativas hoje existentes evidenciam que seus usuários têm,em geral, vantagens sobre aqueles que não as vivenciam. São casos restritosde monitoria e iniciação científica que, embora de natureza diferente dadefendida por nós, proporcionam, quase sempre, experiências positivas paraos alunos participantes.
Cabe destacar com base na fala de Gonçalves e Gonçalves, que a aproximação
com o ambiente escolar e o contato direto com a futura profissão desde o início da
faculdade contribui para a construção do conhecimento e para prática do futuro
professor, além de permitir uma reflexão por parte do estagiário acerca da profissão
docente.
O estágio é lugar propicio para constituição do sujeito docente, consubstanciada
na articulação teoria-prática e no fortalecimento da identidade docente. Ele deve ser
desenvolvido em constante contato com o ambiente escolar e ao longo da graduação,
não somente nas fases finais. Representa uma articulação entre universidade, escola e
docência, contribuindo para qualificar a formação do estagiário, possibilitando
fortalecimento da identidade docente.
ENSINO MÉDIO E TÉCNICO COM CURRÍCULOS INTEGRADOS
O Decreto nº 5.154/04 de 23 de julho de 2004 instituiu a modalidade de Ensino
Médio integrado à educação profissional técnica de nível médio. Conforme Ministério
da Educação, Boletim 07 (2007), a proposta de integração do curso médio e do curso
técnico de nível médio, constante do Decreto n. 5.154/04, possui um significado
interdisciplinar por implicar num compromisso de construir uma articulação e uma
integração entre o trabalho com o princípio educativo. Logo, ensino integrado implica
um conjunto de categorias e práticas educativas no espaço escolar que desenvolvam
uma formação integral do sujeito trabalhador.
Segundo dados do Censo de 2014, do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística - IBGE, considerando as Matrículas na educação básica por modalidade e
etapa de ensino, de um total geral de 49.771.371 matrículas, 7.855.991 pertencem a
educação infantil (pré-escola e creche); 28.459.667 englobam o ensino fundamental;
8.300.189 o ensino médio; 374.569 a educação profissional (concomitante e
subseqüente).
Conforme Ministério da Educação, Boletim 07 (BRASIL, 2007, p.4):
Segundo a LDB, a educação profissional deve estar integrada às diferentesformas de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia. Trata-se, portanto,de um fator estratégico para o desenvolvimento socioeconômico nacional,bem como para a redução das desigualdades regionais e sociais.A oferta do Ensino Médio integrado à Educação Profissional deverácontribuir com a melhoria da qualidade dessa etapa final da educação básica.Em termos curriculares, essa modalidade reunirá conteúdos do Ensino Médioe da formação profissional que deverão ser trabalhados de forma integradadurante todo o curso, assegurando o imprescindível diálogo entre teoria eprática.
Deste excerto podemos concluir que a educação profissional é vista como
oportunidade de reduzir a desigualdade social e é tida como fator de
desenvolvimentosocioeconômico. Além de servir como oportunidade de melhoria da
qualidade do ensino médio. Tal modalidade deve trabalhar de forma integrada Ensino
Médio e formação profissional.
A educação básica tem o importante papel de fazer com que o aluno adquira os
conhecimentos de base relativos à cultura, à sociedade, às ciências, desenvolver
criticidade ao cidadão, fatores indispensáveis a cada pessoa, independente da profissão
futura. Ela fornece os fundamentos para uma concepção científica da vida e contribui
para desenvolver as faculdades cognitivas e as capacidades do indivíduo. Machado
(2009, p. 5) completa a disserta a cerca da educação básica:
A educação básica joga papel fundamental no desenvolvimento dacuriosidade e do interesse do aluno pelos problemas contextuais e internos àprodução das ciências, da cultura e das artes, favorecendo, assim, aassimilação e o aprendizado dos processos investigativos, analíticos etecnológicos.
Já a educação profissional, tem, nos conhecimentos tecnológicos, seu foco em
conteúdos que não se confundem com saberes empíricos, mas que contém relação com
estes. Conforme Machado (2009), os conhecimentos do ensino médio e do ensino
técnico estão em unidade. Ambos os conhecimentos têm origem na atividade social
humana de transformação da natureza e de organização social. Tanto o conhecimento de
nível médio como de nível técnico são reconhecidos como socialmente necessários a
todos socialmente.
Aos alunos que optam por esta modalidade, é dada a oportunidade de concluir o
Ensino Médio e, ao mesmo tempo, adquirir uma formação específica para sua inclusão
no mundo do trabalho. A modalidade do “integrado” tem duração de quatro anos. Crê-se
que neste tempo é possível atender à legislação quanto à carga horária mínima exigida
para ambos os cursos. O curso técnico integrado ao ensino médio é oferecido a quem já
concluiu o ensino fundamental. Especificamente no IFSC a forma de ingresso é através
de uma prova classificatória.
O QUE ALMEJAM OS JOVENS QUE OPTAM PELO CURSO TÉCNICO
INTEGRADO AO ENSINO REGULAR E COMO A GEOGRAFIA PODE
AUXILIAR A CONCRETIZAR ESTAS ASPIRAÇÕES
Este artigo analisou as aspirações que levam ao jovem a optar por um estudo
técnico integrado ao ensino médio, além de objetivar situações viáveis ao ensino de
geografia com o intuito de possibilitar a obtenção destes propósitos por parte dos
estudantes.
Em 1988, foi inaugurada em São José a primeira unidade de ensino do atual
IFSC fora da capital catarinense, denominado por Escola Técnica Federal de Santa
Catarina (ETF-SC). O ETF-SC de São José oferecia os cursos de Telecomunicações e
de Refrigeração e Ar Condicionado. Inicialmente suas atividades foram oferecidas em
um prédio cedido pela prefeitura. Três anos após, a instituição inaugurou a Unidade São
José, em instalações próprias.(BRASIL, IFSC).
Em dezembro de 1994, a lei federal de nº 8.948, transformou automaticamente todas as
Escolas Técnicas Federais em Centros Federais de Educação Tecnológica. No caso da
ETF-SC, a transformação em CEFET-SC, oficializada em 27 de março de 2002, quando
foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) o decreto de criação. Depois da
mudança para CEFET-SC, a instituição passou a oferecer cursos superiores de
tecnologia e de pós-graduação. (BRASIL, IFSC).
Em março de 2008, o então CEFET-SC transformou-se em Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia, nomenclatura inicialmente aprovada em votação entre
professores, servidores técnico-administrativos e estudantes da instituição e
posteriormente pela Câmara Federal e pelo Senado, sancionado pelo então presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. (BRASIL, IFSC).
O Instituto Federal de Santa Catarina - Campus São José, localiza-se na Rua José Lino
Kretzer, 608, Praia Comprida. Oferece cursos superiores de: Engenharia de
Telecomunicações e Licenciatura em Ciências da Natureza- Habilitação em Química;
Técnico Subsequente em Refrigeração e Climatização e Técnico Subsequente em
Telecomunicações e cursos como: Técnico Integrado em Refrigeração e Climatização e
Técnico Integrado em Telecomunicações. (BRASIL, IFSC).
O IFSC de São José abrange em sua estrutura laboratórios de: física, química geral,
ciências humanas, linguagem, biologia e laboratório interativo Além de conter
academia, quadra de esportes, mini auditório, biblioteca, sala de videoconferência, sala
de atendimento paralelo, sala de cultura e sala virtual. A Área de Telecomunicações
(englobado o integrado em telecomunicações) conta com uma estrutura física
constituída de laboratórios específicos, tais como: Laboratórios de Meios de
Transmissão; Laboratório de Voz e Imagem; Laboratório de Instrumentação Eletrônica;
Laboratório de Eletrônica; Laboratório de Apoio ao Ensino; Laboratórios de Redes I;
Laboratórios de Redes II; Laboratório de Programação, além de laboratórios de
Iniciação Científica. A área de Refrigeração e Condicionamento de Ar (engloba integrado
em refrigeração conta com uma estrutura física composto por diversos laboratórios, a
saber: Laboratório de Ciências Térmicas; Laboratório de Sistemas de Climatização;
Laboratório de Sistemas de Refrigeração; Laboratório de Sistemas Herméticos;
Laboratório de Projetos; Laboratório de Eficiência Energética; e Laboratório de Energia
Solar. Atualmente possui nove turmas de engenharia de telecomunicações; sete turmas
do Curso Superior de Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações; cinco turmas em
Técnico de telecomunicações; quinze turmas de Técnico Integrado de
Telecomunicações; três turmas de Técnico de Refrigeração; catorze turmas de Técnico
Integrado de Refrigeração; e sete turmas de Licenciatura e Ciências da Natureza.
(BRASIL, IFSC).
A respeito do local de residência dos Alunos, tomando-se por base àqueles
matriculados no primeiro e segundo semestre de 2014 nos cursos de Técnico Integrado
em Refrigeração e Climatização e Técnico Integrado em Telecomunicações do IFSC de
São José, aproximadamente 43% reside no próprio município, 25% em Palhoça; 12%
Paulo Lopes; 7% Florianópolis; 4% São Pedro de Alcântara; 3% Santo Amaro do
Imperatriz e 6% nos demais municípios, a saber: Águas Mornas, Garopaba, Governador
Celso Ramos, Rancho Queimado e Santa Rosa de Lima (Anexo 1-Intranet IFSC).
.Um dos questionamentos deste trabalho se refere ao motivo o qual leva os
jovens que já estão matriculados, terem optado por um curso médio integrado ao
técnico. Para esta compreensão, foram analisados os gráficos disponibilizadosna rede
interna do IFSC sobre o fator de escolha do desta instituição pelos alunos ingressados
no primeiro e segundo semestre de 2014, conseguidos através de um questionário
aplicado aos alunos na hora de sua prova classificatória de ingressão, segue abaixo
(gráfico 1 e gráfico 2).
Nos gráficos, pode-se notar logo a princípio uma alta demanda pela qualidade de
ensino, seguidos por uma preocupação pessoal com o mercado de trabalho e afinidade
com o curso, ou forte influência dos pais ou parentes. A questão de ser um curso
gratuito ainda integra a gama de motivos, assim como a facilidade de acesso, seja por
proximidade, condução ou horários, fator menos influente na escolha.
A fim de ter um panorama mais generalizado, decidimos por aplicar um novo
questionário (anexo ao final do trabalho), este focado nos alunos em seus anos finais (7ª
e 8ª fases) que convivem com a realidade do IFSC há mais tempo e estavam prestes a se
formar. O questionário foi aplicado a 73 alunos, divididos nos dois cursos integrados da
instituição. Foram analisadas 36 amostras dos alunos de refrigeração e climatização e 37
amostras dos alunos de telecomunicação. A partir destas análises, quantificamos e
obtivemos os gráficos das figura 1, referente ao curso Técnico Integrado em
Refrigeração e Climatização e figura 2 referente ao curso Técnico Integrado de
Telecomunicações, presentes abaixo:
Figura 1: interesses dos alunos do curso Técnico Integrado em Refrigeração e
Climatização elaborado pelos autores.
Figura 2: interesses dos alunos do curso Técnico Integrado de Telecomunicações
elaborado pelos autores.
Pode-se notar ao observarambos os gráficos da figura 1 e 2, uma proximidade
entre as resposta dos dois cursos. Em ambos, ao analisar o que levou os alunos a
escolher a instituição, em sua maioria (mais de 50%) foi almejar uma educação avaliada
como de qualidade, visando o vestibular em área diferente do curso técnico escolhido,
enquanto 1/3 das respostas dos alunos revelaram algum desejo inicial na área, seja para
o aprofundamento dos estudos (por volta de 20%) ou para o real exercício da profissão
(apenas 15%). Influência dos pais e amigos aparece em aproximadamente 10% dos
casos, para em fim, o fator da proximidade (tabela do município de residência anexo 1
ao final do trabalho), não muito determinante, encerrar a gama de respostas com apenas
2 a 2,5%, apesar de verificarmos que em geral, os alunos residem próximos. Assim,
podemos afirmar que o principal motivo para a escolha do IFSC é a qualidade do ensino
regular e que os alunos na sua maioria optam pela instituição visando o vestibular, sem
expressarem intuição de se tornarem técnicos na area que estão cursando.
Ao analisar o segundo questionamento dos gráfico das figuras 1 e 2, relacionado
aos objetivos imediatos dos alunos ao se formarem, vemos um crescimento considerável
para aqueles que desejam seguir os estudos em uma área próxima a de sua formação no
IFSC (uma proporção quase o dobro maior do que quando comparado às aspirações que
o levaram a escolher a instituição). Já em relação aos alunos que desejam exercer a
profissão após se formarem no IFSC como técnicos, nota-se uma queda considerável
para os alunos de técnico integrado em telecomunicações (de 15 para 8%), o que
acontece em menor proporção se observado somente aos alunos de refrigeração e
climatização (de 14 para 12,5%). Se analisarmos os dados do censo demográfico de
2014, há aproximadamente 374.569 novas matrículas nas 5.324 instituições de
Educação Profissional no Brasil, se supormos que destas, assim como no caso do IFSC,
somente 12,5% (como o curso Técnico Integrado em Refrigeração e Climatização)
exercerem a profissão apenas 46 mil exercerão a profissão de técnico, deixando o país
em déficit nesta área profissional.
O terceiro questionamento observado nas duas figuras/ gráficos diz respeito às
aspirações que os formados têm para um futuro próximo de cinco anos. Nele
observamos um altíssimo desejo de continuar os estudos, mas a variância de área se
apresenta maior ainda que nos gráficos anteriores. Aqueles que desejam um
aprofundamento em sua área, caem de cerca de 35% para apenas 19% e 12% nas áreas
de climatização e refrigeração e telecomunicações respectivamente. Referente ao desejo
de entrar no mercado de trabalho como técnico em sua área, a tendência de queda se
mantém, desta vez mais acentuada para o curso de refrigeração e climatização, de forma
a igualar com os o índice também em queda do curso de técnico integrado em
telecomunicações, totalizando 6%.
O ensino técnico dura em média dois anos. É mais prático e visa rápida inserção
no mercado de trabalho, seu ensino é focado e aprofundado em uma área específica;
possui uma alta taxa de empregabilidade; possui boa aceitação por parte das empresas e
bons salários, devido à falta de profissionais qualificados em determinadas profissões,
mesmo com tantos benefícios os alunos estão optando em continuar a estudar e na
maioria em áreas distintas do curso que optaram no IFSC. Os possíveis motivos para o
interesse dos alunos no ensino superior podem estar relacionados com a ideia de
maiores salários ou o prestígio pela obtenção do diploma, tão valorizado cultural e
historicamente pela sociedade brasileira.
Apesar do crescimento nas ultimas décadas das escolas técnicas e das atuais
políticas do governo brasileiro no sentido de aumentar o número de vagas de educação
profissional oferecidas em institutos federais, escolas técnicas vinculadas a
universidades federais, redes estaduais e no Sistema S (Senai, Senac, Senar e Senat²) em
todo país, com o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(Pronatec), existe ainda uma alta demanda que não é atendida por este segmento
profissional.
De acordo com levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria
(CNI), em 2013, 65% das indústrias brasileiras enfrentam problemas com a falta de
qualificação dos seus trabalhadores, evidenciando a necessidade de investimento na
formação de profissionais deste setor.
De acordo com Rafael Lucchesi, diretor de Educação e Tecnologia da CNI e
diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), instituição
privada brasileira de interesse público, sem fins lucrativos, que visa desenvolver
programas de formação profissional, buscando atender às carências da mão-de-obra
industrial brasileira, enquanto que nos 30 países que integram a Organização para a
Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o índice de jovens que optam
pela educação profissional junto com o ensino regular é em de média 42%). No Brasil
este índice é de apenas 6,6%, o que explica a alta demanda por estes profissionais. (O
Estado de São Paulo, 2012).
Esta demanda pode também ser observada a partir de um levantamento feito
pelo SENAI, onde expõe que mesmo com baixo crescimento econômico e
desaquecimento do mercado, ocupações técnicas seguiram contratando em 2014. Os três
maiores setores são: profissionais que atuam como instalador e reparador de linhas e
equipamentos de telecomunicações, técnico de manutenção de máquinas e mecânico de
manutenção de aparelhos de refrigeração. Dos quais dois estão presentes e são
oferecidos no IFSC de São José.
_____________________________
²Siglas respectivamente de: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, Serviço Nacional deAprendizagem Comercial, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural e Serviço Nacional deAprendizagem de Transportes.
Em relação aos técnicos em telecomunicações, pode-se supor que este aumento
se dê principalmente devido aos projetos de telefonia de quarta geração (4G) e de
expansão das redes de banda, sendo necessários instaladores de cabos, operadores de
redes e projetistas de infraestrutura que não são formados em volume suficiente.
Observando as respostas obtidas no questionário aplicado ao IFSC, temos uma
situação ainda mais complicada, à medida que: apesar de todo investimento nas
instituições que proporcionam o ensino técnico, boa parte de seus alunos, ou no caso
dos formulários do IFSC, quase 90% ao se formar, não pretendem seguir na área, o que
não contribui para suprir o déficit de profissionais técnicos que existe e deve aumentar
no país.
Uma última questão ainda foi levantada, sobre a visão dos alunos quanto ao
ensino de geografia dado no IFSC, se este lhes ajudava em suas aspirações e seus
objetivos. Foi uma questão aberta, por este motivo, elucidamos os pontos que mais
apareceram e julgamos pertinentes. Dos 76 alunos, poucos citaram que a Geografia não
os ajuda (14), com quatro pontuando que não ajuda justamente na parte técnica. 55
citaram que ajuda em seu objetivo, mesmo sendo este, em sua maioria, o vestibular. A
importância inclusive na parte técnica foi citada por seis alunos e 50 ainda consideraram
seu conhecimento importante e fundamental, mesmo sem ligação direta ao que
pretendem cursar, ou trabalhar. Assim, destacamos algumas entrevistas dos alunos em
relação a suas visões sobre a importância da matéria de Geografia e se esta os ajuda em
seus objetivos ao se formarem na instituição:
Depende, porque para conseguir um emprego, é levado em conta tanto a formação
profissional quanto pessoal. E eu acho que a geografia pode ajudar na formação do
cidadão.
Observa-se acima a fala de um aluno, em que a percepção do ensino de
Geografia se dá para a formação como cidadão, pertencente aquele espaço e atuante
nele. Esta formação está pautada junto à formação profissional, evidenciando a
importância de se aprofundar em ambas para um almejado desenvolvimento. E ainda:
A geografia está nos ajudando na parte para vestibular e concursos.
A resposta acima é comum a diversos alunos. Expõe o desejo de prestar
vestibulares e/ou concursos. Em nossa análise, foi considerada como ponto importante,
para aqueles que objetivaram estes exames, mesmo sem aparecer os pontos os quais
consideramos principais na matéria: favorecer o senso crítico e contribuir para uma
visão mais integrada de mundo.
Na fala de um aluno:
De certa forma mostrando em quais regiões a minha área é mais privilegiada por
exemplo.
Aqui se observa um exemplo de como a Geografia com sua responsabilidade em
demonstrar e possibilitar a compressão do espaço pelo individuo, tal qual sua atuação
nele, pode favorecer o conhecimento de fatores inclusive para questões de cunho
profissional, que num primeiro momento podem não aparecer, como o estudo da
localidade adequada a uma determinada técnica e ofício e sua demanda.
Também foi resaltada a geografia como campo de investiganção de produtos e
normas culturais das socidades humanas, como suas técnicas, línguas, obras, crenças,
governo, política enfim culturas distintas, como se percebe na fala do aluno abaixo:
Sim, pois a geografia além de estimular o senso crítico o que é útil em todas as outras
áreas, ajuda a conhecer mais conhecimentos de outras culturas.
O aluno demonstra a percepção da importância, tal qual das multifaces as quais
o conhecimento geográfico pode ser aplicado (política, territorial, social, econômica,
ambiental,...), de acordo com o PCN de Geografia, “A observação, descrição,
experimentação, analogia e síntese devem ser ensinadas para que os alunos possam
aprender a explicar, compreender e até mesmo representar os processos de construção
do espaço e dos diferentes tipos de paisagens e territórios. (p. 9)”.
E por último, abaixo, foi apontado a importância da geografia na construção de
uma visão crítica por parte dos alunos:
Acredito que sim, pois geografia de ensino médio te abre novos caminhos ao mundo e
te facilita novas experiências.
Semelhante à questão anterior, pode-se citar ainda o dever da Geografia em
expor ao aluno que este faz parte, ativamente e passivamente, das modificações das
paisagens do globo e do conjunto que envolve a geografia tanto local, global, além dos
aspectos culturais, sociais e políticos.
Através das respostas obtidas no questionário é possível observar a importância
que os alunos têm na Geografia ao empregá-la no vestibular (até por seus principais
objetivos serem voltados a estes exames, como observado acima), porém também se faz
presente a função a qual consideramos chave no ensino de Geografia: fomentar o senso
crítico tal qual uma visão integrada do mundo, através de suas multifaces e em diversas
escalas. Esta compreensão favorece a execução de ações práticas, onde a formação
profissional está diretamente ligada a formação pessoal, evidenciando a importância de
se aprofundar em ambas para um pleno desenvolvimento, visão esta a qual percebemos
nas aulas lecionadas, onde os alunos mostraram profundo interesse em seu
desenvolvimento como cidadão crítico.
Para que o ensino de Geografia contribua para a formação de cidadãos críticos e
participativos é necessário trabalhar em sala de aula com conteúdos críticos, capazes de
atrair o interesse dos alunos. É importante dar ênfase aos conhecimentos que os alunos
trazem de casa, ou seja, o conhecimento empírico, considerando os alunos como
sujeitos ativos do processo de ensino. Além disso, deve-se buscar a geografia do
cotidiano, trabalhar os conhecimentos que os alunos têm, pois a partir destes, será mais
fácil a compreensão do que se pretende ensinar.
O ensino de Geografia procura desenvolver no aluno a capacidade de observar,
analisar, interpretar e pensar criticamente a realidade. Essa realidade é uma totalidade, a
soma da sociedade e natureza. A geografia tem o papel de levar a compreensão do
espaço vivido, das desigualdades que nele ocorrem, das relações de produção e das
transformações que o homem provoca na natureza.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Estágio Supervisionado é uma atividade indispensável na construção da
identidade profissional. Como atividade de integração teoria- prática aproxima o aluno
do cotidiano da escola. Constitui-se como oportunidade de aprendizagem e vivencia da
docência. É essencial para superar a dicotomia teoria/prática na formação do professor.
O estágio pelo qual o aluno de licenciatura passa é um período de estudos
práticos para a aprendizagem e experiência, além de se caracterizar como momento de
reflexão e investigação. Durante esse período o estagiário tem a oportunidade de aplicar
na prática os conhecimentos teóricos adquiridos ao longo de sua formação acadêmica
articulando-os com os saberes construídos a partir da experiência do estágio.
Destacamos a necessidade de um contato permanente e duradouro entre a
Universidade e as instituições de ensino, que deve permear toda a formação do futuro
professor e não se limitar as fases finais, como ocorre.
Por se caracterizar também como momento de pesquisa, podemos investigar no
estágio o que almejam os jovens que ingressam num curso técnico e como a geografia
pode auxiliar nesta busca. O panorama percebido a partir da perspectiva de se investigar
as aspirações dos alunos possibilita trazer ideias de como estes compreendem a
disciplina de geografia e o que esperam dela. Este entendimento resulta em ferramentas
para que o professor reflita, explore e reveja o sentido, de maneira a aperfeiçoar seus
resultados trazendo maior fundamento a sua matéria.
Através dos questionários aplicados podemos perceber uma tendência a queda
em relação ao desejo de se tornar profissional técnico, diminuído desde a escolha do
curso até a conclusão do mesmo. Da mesma forma ocorre oscilação no desejo de
aprofundar os estudos em sua área técnica, que se apresenta maior, se observado no
início do curso, diminuindo em perspectivas futuras. Os alunos apresentam alto desejo
de ter uma boa formação de nível médio, para o aprofundamento em áreas alheias. Este
dado não pode ser desprezado, uma vez que há necessidade de novos técnicos no Brasil,
como brevemente exposto neste estudo. Esta questão pode ser mais amplamente
abordada em estudos posteriores.
Quanto à geografia, ajuda os estudantes a atingirem seus objetivos e é
considerada importante por eles, porém, não foi amplamente citada como uma
ferramenta fundamental para o exercício técnico ou auxilio para estudos nesta área.
Tendo sua importância ressaltada, principalmente para aqueles que almejam o
vestibular, ou veem ela como meio de se chegar a um desenvolvimento crítico.
Na teoria os conhecimentos do ensino médio e do ensino técnico estão em
unidade, e por isso devem ser trabalhados em simultaneidade, porém, muitos alunos não
conseguem perceber esse entrosamento, ressaltando a disciplina de geografia como à
parte das disciplinas técnicas.
Cabe também ressaltar nestas considerações os compromissos recíprocos entre
aprendizes e docentes. Aos alunos, ter a compreensão de suas participações de forma
tanto ativas, quanto passivas, em escala local ou global na modificação das paisagens do
globo, seja de forma política, econômica, social, cultural, ou na maior parte das vezes
simultaneamente em todas estas formas, faz-se objetivo maior e inestimável dos
professores. Aos professores, cabe ouvi-los para que através de uma assimilação de suas
motivações, possam traçar estratégias e ultiliza-las para chegar a este objetivo.
Por fim, compreendemos que o espaço concedido aos alunos por meio do
questionário aplicado, ou seja, a expressão ativa dos estudantes fortalece nossos
objetivos e dá mais significado e fidedignidade no tocante à investigação empírica do
presente estudo.
REFERENCIAS
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ANEXOS
Anexo 1: Tabela do munícipio de residência dos alunos ingressantes no ano de 2014.
Cidade Refrigeração e
Climatização
Telecomunicações Total Geral
Águas Mornas 1 1
Biguaçu 3 1 4
Florianópolis 3 6 9
Garopaba 1 1
Governador Celso
Ramos
1 1
Palhoça 19 15 34
Paulo Lopes 10 6 16
Rancho Queimado 1 1
Santa Rosa de Lima 1 1
Santo Amaro da
Imperatriz
2 2 4
São José 25 34 59
São Pedro de
Alcântara
2 3 5
Total Geral 66 70 136
Fonte: Intranet IFSC.
Anexo 2: Questionário aplicado aos alunos do IFSC
Questionário
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
Curso de Geografia
Estágio Supervisionado em Licenciatura I
Acadêmicos: Bruno S. Angottiee MaiaraQuerino
Prezado(a) aluno(a) somos estudantes do 8º semestre de geografia da UFSC, e estamos
fazendo uma pesquisa. Solicitamos sua atenção para preencher este formulário, com o
qual pretendemos verificar as razões de vocês terem optado por estudar no Instituto
Federal de Santa Catarina e posteriormente verificar a contribuição que a geografia pode
estar oferecendo para vocês nesta escolha.
1- Nome completo: ________________________________________________.
2- Curso: ________________________________.3- Fase:_________________.
4- Selecione a opção que mais condiz com suas aspirações em relação a graduação no
IFSC, ou seja, o que te levou a optar pela instituição inicialmente:
( ) Formar para o exercício técnico da profissão referente ao curso.
( ) Base para aprimoramento (seguir estudo em área semelhante a técnica escolhida).
( ) Educação de qualidade. (Vestibular possivelmente em outra área).
( ) Influencia dos pais/ amigos.
( ) Proximidade com o local de residência.
5 - qual seu atual objetivo ao se formar na instituição?
( ) Entrar no mercado de trabalho como técnico em sua área.
( ) Prestar vestibular em uma área alheia ao seu diploma técnico.
( ) Usar seu diploma como base para o aprofundamento em outro curso de área
semelhante.
6 - O que aspira profissionalmente/ academicamente em 5 (cinco) anos?
7 - como a geografia trabalhada durante o curso pode lhe ajudar a atingir este objetivo?