ESTAL – Escola Superior de Tecnologia e Artes de LisboaCadeira: Multimédia

Docente: Arlete CasteloCurso: Design de Comunicação, 2º ano, 2º semestre

Aluna: Ana Isabel Marques Ferreira nº1017

O filme “A vida de Brian” é um filme dos Monty Pythons, realizado por Terry Jones em 1979. Desde sempre foi considerado um filme controverso por combinar comédia com temas religiosos.

O filme conta a vida de Brian que vive uma vida paralela à de Jesus Cristo, pois mesmo quando nasceu foi confundido como sendo o novo Messias. Em adulto, Brian alia-se a um grupo que vai contra o domínio romano e a partir daí são geradas várias confusões á sua volta. É seguido por um grande grupo de pessoas que o viam como sendo o salvador da humanidade, pois este quando fugia dos guardas romanos disfarçou-se de pregador, no entanto, nunca teve a intenção de ser visto como um salvador. Devido a estas confusões, é assim levado a viver algumas cenas bíblicas, que são satirizadas no filme.

Neste filme é possível encontrar os passos da jornada do herói ou monomito.Monomito pode ser entendido como um ciclo de eventos que se repetem na grande maioria das histórias. Este ciclo é composto por doze passos que estão divididos em três actos.

O primeiro acto é chamado de partida ou separação e é composto pelos seguintes passos da jornada do herói.

1 – Mundo comum – o herói é apresentado no seu dia-a-dia. 2 – Desafio à aventura – A rotina do herói é quebrada por algo inesperado, insólito ou fora do comum. 3 – Recusa do desafio – Há uma recusa inicial do desafio por parte do herói. 4 – Encontro com o mentor – O encontro com o mentor pode ser tanto com alguém mais experiente ou com uma situação que o force a tomar uma decisão. 5 – Travessia do primeiro limiar – o herói aceita o desafio.

O segundo acto é chamado de iniciação e é composto pelos seguintes passos da jornada do herói.

6 – Testes, aliados e inimigos – O herói terá de passar por testes, receberá ajuda (esperada ou inesperada) de aliados e terá de enfrentar os inimigos. 7 – Aproximação da caverna oculta – É o momento de maior tensão da jornada. 8 – Provação – O herói passa por provações. 9 – Recompensa – Passada a provação, o herói conquista a recompensa. 10 – Caminho de volta ao seu mundo normal.

Por fim, o terceiro acto é chamado de retorno e é constituído pelos dois últimos passos da jornada do herói.

11 – Ressurreição (do herói ou do vilão) – Aqui o herói pode ter que enfrentar algo que não foi totalmente resolvido anteriormente. 12 – Retorno com o elixir – O herói volta ao seu mundo, mas transformado – já não é mais o mesmo.

Desta forma é possível identificar os passos da jornada do herói no filme “A vida de Brian”, contudo estes não se encontram segundo a sequencia acima descrita.

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O filme começa com uma introdução á vida de um bebé chamado Brian que foi inicialmente confundido, pelos três Reis Magos como sendo Jesus Cristo. Esta introdução é importante pois assim conseguimos com-preender que desde a sua nascença, Brian leva uma vida paralela á de Jesus Cristo. Seguidamente o herói é representado já na sua fase adulta e na sua vida do dia-a-dia. Ele vive com a mãe na cidade de Judeia, onde assiste aos pensamentos e professias dos grandes Messias e também a apedrejamentos. É visto como um jovem bondoso que acompanha sempre a mãe e que faz tudo o que ela manda, contudo quando a esta lhe conta que ele é filho de um Romano, Brian fica revoltado, pois odeia-os e nunca quererá ser visto como um deles.

É nesta fase que se inicia o primeiro acto e se encontra o primeiro passo da jornada do herói – o mundo comum, onde o herói, ou seja, a personagem principal (Brian) é visto no seu dia-a-dia.

Brian é confundido como sendo o bebé Jesus Cristo, mas logo é entendido como sendo um engano.

Brian é aqui representado na sua fase adulta e onde é feita uma introdução a algumas personagens que vão aparecer no decorrer da história.

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É também nesta fase que Brian ganha interesse por um determinado grupo de pessoas e sobretudo por uma certa mulher que pertence a esse grupo.

Brian vive dominado pela sua mãe e faz tudo o que ela lhe diz. É visto como um rapaz de bom coração pois acaba por fazer tudo o que lhe pedem.

Quando a sua mãe lhe conta que ele é filho de um soldado Romano, Brian fica revoltado, pois este odeia-os. É esta revolta que faz a transição do primeiro passo – do mundo comum – para o segundo passo.

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Devido á revolta de Brian por ter descoberto que é filho de um Romano, este vai ingressar num grupo secreto que estão contra o Império Romano – a Frente Judaica Popular. E onde é posto á prova o seu ódio pelos Romanos. Estamos agora no segundo passo da jornada do herói, no desafio à aventura, onde a rotina do herói é que-brada por algo fora do comum.

Brian decide ingressar num grupo secreto que odeia os Romanos.

O ódio de Brian pelos Romanos é posto á prova. É iniciada o desafio á aventura do herói.

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Depois te ter passado o primeiro desafio e ter escapado aos guardas Romanos, Brian é reconhecido como membro pelo grupo secreto, e sobretudo tem o agradecimento de Reg, o chefe do grupo. Aqui pode ser identificado o quarto passo da jornada do herói – o encontro com o mentor. Reg, o chefe do grupo secreto, é visto como um mentor, pois é ele que acolhe Brian no grupo da Frente Judaica Popular e lhe dá indicações dos próximos passos a tomar.

Brian tem o agradecimento de Reg, que pode ser aqui considerado como o seu mentor.

Por ter conseguido terminar a sua tarefa, Brian é agora considerado como um membro do grupo secreto e este aceita-o de bom grado. Pode ser desta forma, identificado aqui o quinto passo da jornada do herói – a travessia do primeiro limiar, em que o herói aceita o desafio que lhe é proposto.

Brian aceita o desafio de conspirar contra os romanos e pertencer oficialmente ao Grupo da Frente Judaica Popular.

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Quando é iniciada a conspiração, do rapto da mulher de Pilatos (chefe Romano da cidade de Judeia), o Grupo da Frente Judaica Popular encontra o seu grupo rival, e é criando um confronto entre grupos. Brian tenta separa-los e fica sozinho, acabando assim por ser capturado por soldados Romanos e é levado até Pilatos, mas acaba por conseguir escapar. Durante a sua fuga, Brian cai de uma torre onde é salvo por uma misteriosa nave espacial que acaba por se despenhar, mas este sai ileso da queda e continua a sua fuga.Quando acaba por chegar á sede do grupo secreto, Brian, numa tentativa de se esconder dos guardas ro-manos, cai de uma varanda e aterra sobre um púlpito onde vários Messias proclamam as suas professias. De modo a se disfarçar por causa dos soldados Romanos, Brian é levado a ter também de proclamar a sua suposta professia, e ganha uma legião de seguidores que o perseguem onde quer que ele vá.Esta fase é considerada o próximo passo da jornada do herói – Testes, aliados e inimigos – aqui o herói terá de passar por testes, receberá ajuda (esperada ou inesperada) de aliados e terá de enfrentar os inimigos.

Durante a fuga de Brian aos Romanos, este é salvo de cair de uma torre por uma nave espacial. No entanto, a nave despenha-se e Brian, muito assustado, sai do desastre sem um arranhão.

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Brian tem de fingir que é um novo Messias de modo a fugir dos guardas romanos.

Os ouvintes da suposta professia de Brian ficaram tão encantados que perseguiam Brian por todo o lado. Este, recusava ser um Messias enviado por salvar o mundo e por mais que lhes dissesse, os seguidores nunca o largavam.

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É nesta fase que encontramos o terceiro passo da jornada do herói – a recusa do desafio. Brian recusa qual-quer tipo de associação a um Messias e quer que o povo que o segue acredite no mesmo. Contudo, estes estão cegos, recusam-se a ver que Brian não é um Messias, e querem que ele os guie.

Brian, recusa-se a ser o novo Messias e quer que o povo o deixe de perseguir e que entendam que ele é apenas um homem comum.

Por momentos, Brian consegue fugir dos seus seguidores e tem algum tempo de paz com Judith, a mulher que pertence ao Grupo da Frente Judaica Popular, e por quem está apaixonado. Contudo, é finalmente apanhado pelos soldados Romanos e levado mais uma vez ao encontro de Pilatos.Aqui está presente mais um passo da jornada do herói – a aproximação da caverna oculta – este é o momen-to de maior tensão. Brian, que finalmente se tinha visto livre dos soldados Romanos e estava ao pé da mulher que amava, é subitamente surpreendido e novamente capturado.

Finalmente Brian, está livre dos seus seguidores e junto da mulher que ama.

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É subitamente capturado e levado para junto de Pilatos.

Quando chega junto de Pilatos, Brian é condenado á crucificação. É aqui apresentado o próximo passo da jornada do herói – a provação – o herói passa por um momento de tensão máxima.

Brian é condenado á crucificação e fica muito nervoso.

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Pilatos quando se dirige ao povo, diz que pode salvar apenas uma pessoa de ser crucificada e são eles (o povo) quem vão escolher quem será. Após muita ironia por parte do povo, (e alguma ajuda de Judith) rela-tivamente á pronúncia de Pilatos, o povo, sem grande consciência do seu acto, acaba por votar em Brian. E Pilatos ordena que este seja libertado.Encontramos aqui outro passo da jornada do herói – a recompensa – pois passada a provação, o herói conquista a recompensa.

Pilatos ordena que Brian seja solto.

No entanto, quando os soldados Romanos, chegam ao local de crucificação e perguntam por Brian, é outro homem que responde fazendo-se passando por ele. Quando Brian se apercebe já é tarde demais para ele. Ele continua crucificado enquanto que o outro homem é solto, mesmo este estando também a dizer que não era Brian.Seguidamente, sucederam-se alguns momentos em que Brian teve esperança de ser libertado, mas todos eles em vão. Surgiram o grupo da Frente Popular Judaica, com o seu esquadrão suicida, em que estes se suicidaram em frente de Brian, para desânimo do mesmo. Seguidamente apareceu Judith, que ficou feliz pela decisão de Brian ser crucificado, pensado que estava a ajudar a causa, contudo Brian n queria ser um mártir nem um Messias, ele continua preso ao terceiro passo da jornada do herói – a recusa do desafio.Por fim, a mãe de Brian, ao ver que o seu filho vai ser crucificado, não o ajuda a salvar-se pensando também que é o que este quer, para desalento do filho.Encontramos aqui outro passo da jornada do herói – a ressurreição. Pois Brian continua preso, mesmo tendo sido mandado ser libertado. Desta forma, há uma ressurreição da angústia de Brian, mas esta não é resolvi-da, e Brian continua preso.

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Quando o soldado Romano, surge para tirar Brian da crucificação, é outro homem que sai no lugar dele.

No entanto, a esperança de salvação é renovada, mas o grupo secreto que Brian pensava que o ia salvar, acaba por se suicidar á frente dele

Quando Judith surgiu, Brian teve novamente esperança, mas esta acreditava que ele estava ali por opção e fica feliz pela decisão dele em nome da revolução.

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Por fim, surge a sua mãe, que está muito desiludida com a atitude de Brian, pois ela pensa também que ele está ali por opção.Brian fica mais uma vez sozinho e sem que ninguém acredite nele.

Quando Brian se vê sozinho e entregue á crucificação, este começa a desesperar. No entanto, um outro homem que também está a ser crucificado, tenta animá-lo e canta, dizendo para ele olhar sempre para o lado bom da vida. Contudo Brian sente alguma relutância em realizar esse pedido. Mas entretanto, começa a cantar também e acaba por aceitar o seu destino.Aqui existem dois passos da jornada do herói. Há uma nova aceitação do destino por parte de Brian – uma nova travessia do primeiro limiar, e há também o retorno com o elixir – O herói volta ao seu mundo, mas transformado – já não é mais o mesmo, Brian aceita aquele facto como parte da sua vida comum, aceitando a sua morte, tal como os outros que estão a ser crucificados também.

Brian aceita o seu destino.

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Devido á forte componente de critica religiosa e politica, este filme é entendido como não linear, pois aborda vários temas em simultâneo criando rupturas na linearidade da jornada do herói. Mas não é só a critica á hipocrisia da religião organizada e à política que é aqui transmitida, há também uma preocupação de transmitir uma mensagem alternativa – sê um indivíduo, pensa por ti próprio, não te deixes guiar por outros. Este facto continua a ser tão válido fazendo uma sátira num filme de época como fazendo a um nível mais actual, pois independentemente do período histórico as pessoas ainda e sempre mentem, enganam, praguejam, escondem a cobardia e abusam do poder.

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