ESTEREÓTIPO PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO

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ESTEREÓTIPO, PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO. Danilo de Paiva Negrão Ainda é tema de debates a tal questão da discriminação e do preconceito que se imprime nos mais diferentes contextos do Brasil e do Mundo. Em linhas gerais, “discriminação”, “preconceito” e “estereótipo” referem-se a processos representativos do real e do que “é”, partindo, na maioria das vezes, dos processos etnocêntricos internalizados, de algo que é diferente do “Eu”. O estereótipo agrega um conjunto de ideias a respeito de um grupo, partindo sempre do comportamento de um ou outro sujeito integrante. Essas ideias são generalizadas e categorizadas entre certas e erradas, boas ou más; aderindo ao caráter do grupo um juízo de valor, e disso constitui-se o preconceito, um juízo pré-concebido sobre um grupo baseando-se no estereótipo de poucos de seus integrantes. A discriminação transforma-se numa terceira etapa, em que se toma o estereótipo e o preconceito para discriminar, ou seja, diferenciar o outro do “Eu”. Assim, o estereótipo julga e categoriza poucos elementos do grupo, generaliza ao grupo todo e lhes atribui um juízo de valor, constituindo o preconceito, e os discrimina de seu próprio caráter; podemos dar continuidade dizendo que se forma um olhar etnocêntrico, que por sua vez iria constituir um caráter de dominância sobre os indivíduos que sofrem da discriminação.

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ESTEREÓTIPO, PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO.

Danilo de Paiva Negrão

Ainda é tema de debates a tal questão da discriminação e do preconceito que

se imprime nos mais diferentes contextos do Brasil e do Mundo. Em linhas gerais,

“discriminação”, “preconceito” e “estereótipo” referem-se a processos

representativos do real e do que “é”, partindo, na maioria das vezes, dos processos

etnocêntricos internalizados, de algo que é diferente do “Eu”.

O estereótipo agrega um conjunto de ideias a respeito de um grupo, partindo

sempre do comportamento de um ou outro sujeito integrante. Essas ideias são

generalizadas e categorizadas entre certas e erradas, boas ou más; aderindo ao

caráter do grupo um juízo de valor, e disso constitui-se o preconceito, um juízo pré-

concebido sobre um grupo baseando-se no estereótipo de poucos de seus

integrantes. A discriminação transforma-se numa terceira etapa, em que se toma o

estereótipo e o preconceito para discriminar, ou seja, diferenciar o outro do “Eu”.

Assim, o estereótipo julga e categoriza poucos elementos do grupo,

generaliza ao grupo todo e lhes atribui um juízo de valor, constituindo o preconceito,

e os discrimina de seu próprio caráter; podemos dar continuidade dizendo que se

forma um olhar etnocêntrico, que por sua vez iria constituir um caráter de

dominância sobre os indivíduos que sofrem da discriminação.