ESTERIÓTIPOS

Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESCUnidade Acadêmica de Humanidades, Ciência e

EducaçãoArtes Visuais – Licenciatura

DESCONSTRUINDO ESTERIÓTIPOS: UMA DESCONSTRUINDO ESTERIÓTIPOS: UMA ANÁLISE DOS DESENHOS DOS ALUNOS ANÁLISE DOS DESENHOS DOS ALUNOS

DE 1ª A 4ª SÉRIE DA ESCOLA DE ENSINO DE 1ª A 4ª SÉRIE DA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL PROFESSOR MOTA PIRES FUNDAMENTAL PROFESSOR MOTA PIRES

– ARARANGUÁ/SC– ARARANGUÁ/SC

Acadêmica Pesquisadora: Érica Ferreira Acadêmica Pesquisadora: Érica Ferreira GoulartGoulart

Professor Orientador: Marcelo FeldhausProfessor Orientador: Marcelo Feldhaus

““Os desenhos das crianças são Os desenhos das crianças são possibilidades de transbordamento, possibilidades de transbordamento, de fruição, de jogo e de prazer que, de fruição, de jogo e de prazer que,

como linguagem fazem parte do como linguagem fazem parte do processo de constituição de processo de constituição de identidade do desenhista”identidade do desenhista”

Leite, 2004, p.69Leite, 2004, p.69

PROBLEMATIZANDOPROBLEMATIZANDO

De que forma o estereótipo De que forma o estereótipo

se faz ou não presente na se faz ou não presente na criação do desenho infantil?criação do desenho infantil?

ESTRUTURA DA PESQUISAESTRUTURA DA PESQUISA

Primeiro momento: Primeiro momento: relatos sobre o ensino de arte no relatos sobre o ensino de arte no BrasilBrasil

Fontes:Fontes: Ferraz e Fusari - 1993 Ferraz e Fusari - 1993

Segundo momento: Segundo momento: concepção e discussões sobre a concepção e discussões sobre a infânciainfância

Fontes:Fontes: Kramer - 1998, Leite – 1998, Áries - 1981. Kramer - 1998, Leite – 1998, Áries - 1981.

Terceiro momento:Terceiro momento: o desenho da criança, a o desenho da criança, a criatividade e o esteriótipo – reflexões e contrapontoscriatividade e o esteriótipo – reflexões e contrapontos

Fontes: Fontes: Lowenfeld – 1977, Sans – 2007, Derdyk – Lowenfeld – 1977, Sans – 2007, Derdyk – 1989.1989.

Quarto momento:Quarto momento: metodologia com análise e reflexão metodologia com análise e reflexão dos dadosdos dados

Fonte: Fonte: Leite – 1998, Kramer – 1998.Leite – 1998, Kramer – 1998.

OBJETIVOSOBJETIVOS

GERAL:GERAL:

Possibilitar reflexões a partir do estímulo dPossibilitar reflexões a partir do estímulo da a capacidade criadora da criança, trazendo novas capacidade criadora da criança, trazendo novas experiências e descobertas capazes de modificar o experiências e descobertas capazes de modificar o olhar da criança quanto a suas produções olhar da criança quanto a suas produções desconstruindo o esteriótipo.desconstruindo o esteriótipo.

ESPECÍFICOS:ESPECÍFICOS:

Despertar a capacidade criadora das crianças a Despertar a capacidade criadora das crianças a partir da análise de seus desenhos; partir da análise de seus desenhos;

Investigar possibilidades de ressignificar o uso de Investigar possibilidades de ressignificar o uso de modelos e padrões que dificultam o exercício da modelos e padrões que dificultam o exercício da criatividade;criatividade;

Reconhecer os esteriótipos nas produções infantis.Reconhecer os esteriótipos nas produções infantis.

METODOLOGIAMETODOLOGIA

Linha de pesquisa: Educação e ArteLinha de pesquisa: Educação e Arte

Pesquisa qualitativa e descritivaPesquisa qualitativa e descritiva

Análise dos desenhos articulados as falas das crianças Análise dos desenhos articulados as falas das crianças tornando-se um espaço de narrativatornando-se um espaço de narrativa

Encaminhamentos:Encaminhamentos:Cena 1 – O que gosto de fazer Cena 1 – O que gosto de fazer Cena 2 – Temática orientada – “Abaporu” – ReleituraCena 2 – Temática orientada – “Abaporu” – Releitura

Alunos de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental da Escola de Alunos de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental da Escola de Ensino Fundamental Professor Mota Pires – Araranguá/SCEnsino Fundamental Professor Mota Pires – Araranguá/SC

Desenhos e falas de 12 alunos entre 6 e 10 anos, sendo 8 Desenhos e falas de 12 alunos entre 6 e 10 anos, sendo 8 meninas e 5 meninos denominados de A a Mmeninas e 5 meninos denominados de A a M

APRESENTAÇÃO E APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOSANÁLISE DOS DADOS

CENA 01CENA 01 Para alguns alunos seus desenhos foram criados sem Para alguns alunos seus desenhos foram criados sem

preocupação, a dedicação de todos foi muito, pois o seu tempo preocupação, a dedicação de todos foi muito, pois o seu tempo de compor o desenhos foi de quase uma hora.de compor o desenhos foi de quase uma hora.

““O desenho como linguagem visual, tem signos proprios, O desenho como linguagem visual, tem signos proprios, elementos basicos de apropriaçao que lhe são particulares – elementos basicos de apropriaçao que lhe são particulares – forma, linha, cor, composição -, mas, nem por isso, podemos forma, linha, cor, composição -, mas, nem por isso, podemos traduzi-lo em sentidos/significados pretensamente universais”.traduzi-lo em sentidos/significados pretensamente universais”.( LEITE, 1998, p.136)( LEITE, 1998, p.136)


CENA 01CENA 01

Caracteristicas que lembram Caracteristicas que lembram os estereotipos se fizeram os estereotipos se fizeram presente em desenhos de presente em desenhos de alguns alunos;alguns alunos;

““Em contra partida Em contra partida estabelecer um horario estabelecer um horario padrao, com uma técnica padrao, com uma técnica dirigida, é aniquilar dirigida, é aniquilar experiencias e descobertas, experiencias e descobertas, reduzi-las a exercicios reduzi-las a exercicios psicomotores e copias de psicomotores e copias de modelos estereotipados a modelos estereotipados a serem julgados pelos serem julgados pelos adultos”. (LEITE, 1998, p.145)adultos”. (LEITE, 1998, p.145)


CENA 01CENA 01 Alunos copiaram os desenho dos colegas que estavam ao seu Alunos copiaram os desenho dos colegas que estavam ao seu

lado;lado;

““A maioria das crianças é capaz de vencer tais imposições; A maioria das crianças é capaz de vencer tais imposições; contudo, uma criança acostumada a depender de tais modelos e contudo, uma criança acostumada a depender de tais modelos e que faça bem esse tipo de copias recebendo também elogios do que faça bem esse tipo de copias recebendo também elogios do professor por seu trabalho bem organizado, pode perder a professor por seu trabalho bem organizado, pode perder a confiança em seus próprios meios de expressão e recorrer a confiança em seus próprios meios de expressão e recorrer a repetições estereotipadas com um mecanismo de evasão. Tal repetições estereotipadas com um mecanismo de evasão. Tal atividade mecânica, automática não tem lugar na arte nem na atividade mecânica, automática não tem lugar na arte nem na aritmética”. (LOWENFELD, 1977, p.38)aritmética”. (LOWENFELD, 1977, p.38)


CENA 01CENA 01 Alguns alunos já conseguem utilizar o espaço disposto no Alguns alunos já conseguem utilizar o espaço disposto no

folha, e tem o domínio de usar a régua;folha, e tem o domínio de usar a régua;

““O uso das cores o aproveitamento do espaço, a disposição O uso das cores o aproveitamento do espaço, a disposição dos elementos são formas que a criança encontra para se dos elementos são formas que a criança encontra para se manifestar e especialmente, abrir dialogo com o mundo em manifestar e especialmente, abrir dialogo com o mundo em que vive”. (LEITE, 1998, p. 143)que vive”. (LEITE, 1998, p. 143)


CENA 01CENA 01 Alguns alunos também Alguns alunos também

utilizam a régua para utilizam a régua para compor seus desenhos;compor seus desenhos;

““Fornecer um “modelo” Fornecer um “modelo” para ser copiado exclui a para ser copiado exclui a possibilidade de a criança possibilidade de a criança selecionar seus interesses selecionar seus interesses e necessidades reais. No e necessidades reais. No ato da seleção está inclusa ato da seleção está inclusa uma leitura da realidade, uma leitura da realidade, que, em si, é um exercício que, em si, é um exercício reflexivo e criativo”. reflexivo e criativo”. ( DERDYK, 1989, p. 107)( DERDYK, 1989, p. 107)


CENA 01CENA 01 ““Fornecer um papel mimeografado para completar propor Fornecer um papel mimeografado para completar propor

temas fechados para desenhar, como ocorre por ocasião de temas fechados para desenhar, como ocorre por ocasião de festas comemorativas, indicar seqüências determinadas festas comemorativas, indicar seqüências determinadas para desenhar figuras, copiar um desenho da lousa, enfim, para desenhar figuras, copiar um desenho da lousa, enfim, criam expectativas de resultado, tanto por parte da criança criam expectativas de resultado, tanto por parte da criança como por parte do adulto.” (DERDYK, 1989, p. 107)como por parte do adulto.” (DERDYK, 1989, p. 107)


CENA 02CENA 02 Muitos alunos ficaram em Muitos alunos ficaram em

duvida na hora de fazer o duvida na hora de fazer o desenho, e não conseguiram desenho, e não conseguiram criar além do que observaram criar além do que observaram na obra;na obra;

““Uma criança que goste de Uma criança que goste de copiar desenho poderá obter copiar desenho poderá obter satisfaçao individual nessa satisfaçao individual nessa ocupaçao; mas tal alegria ocupaçao; mas tal alegria baseia-se num sentimento de baseia-se num sentimento de segurança e no mundo de segurança e no mundo de expo-se a novas experiencias. expo-se a novas experiencias. E a criança refugia-se num E a criança refugia-se num estado de espirito passivo que estado de espirito passivo que é indesejavel”. (LOWENFELD, é indesejavel”. (LOWENFELD, 1977, p. 39)1977, p. 39)


CENA 02CENA 02“ “ O ensino fundamental na cópia inibe toda e qualquer O ensino fundamental na cópia inibe toda e qualquer manifestação expressiva e original. A criança, autorizada a manifestação expressiva e original. A criança, autorizada a agir dessa forma, certamente irá repetir fórmulas agir dessa forma, certamente irá repetir fórmulas conhecidas diante de qualquer problema ou situação que conhecidas diante de qualquer problema ou situação que exige respostas. Ela, com todo o seu potencial aventureiro, exige respostas. Ela, com todo o seu potencial aventureiro, deixa de se arriscar, de se projetar. Seu desenho deixa de se arriscar, de se projetar. Seu desenho enfraquece, tal como o seu próprio ser”. (DERDYK, 1989, p. enfraquece, tal como o seu próprio ser”. (DERDYK, 1989, p. 107)107)


CENA 02CENA 02 Quando o aluno faz um desenho Quando o aluno faz um desenho

próprio sua imaginação e próprio sua imaginação e quando se dirige a um desenho quando se dirige a um desenho para ele ou até uma releitura de para ele ou até uma releitura de obras ele se limita, pois sua obras ele se limita, pois sua capacidade criadora foi capacidade criadora foi manipulada para fazer o que se manipulada para fazer o que se vê pronto e não para criar;vê pronto e não para criar;

““A escola deve se propor a A escola deve se propor a auxliar o desenvolvimento do auxliar o desenvolvimento do aluno para que o intelecto e a aluno para que o intelecto e a imaginação não se separem. O imaginação não se separem. O intelecto é um segmento da intelecto é um segmento da inteligencia” (SANS, 2007, p. inteligencia” (SANS, 2007, p. 20)20)


CENA 02CENA 02 Alguns alunos procuraram Alguns alunos procuraram

usar os materiais que usar os materiais que estavam disponivel para estavam disponivel para fazer seus desenhos;.fazer seus desenhos;.


CENA 02CENA 02

““Com frequencia, o educado, na ansia pelo resultado final, Com frequencia, o educado, na ansia pelo resultado final, interfere diretamente no processo criador da criança – interfere diretamente no processo criador da criança – escolhe o tema, o material, a cor do lápis, a hora de escolhe o tema, o material, a cor do lápis, a hora de terminar, os desenhos que vão para o mural. Ele, adulto, dá terminar, os desenhos que vão para o mural. Ele, adulto, dá as cartas do jogo. Cabe a criança apenas obedecê-lo – e as cartas do jogo. Cabe a criança apenas obedecê-lo – e isso é reduzir o processo de criação”. (LEITE, 1998, p. 146)isso é reduzir o processo de criação”. (LEITE, 1998, p. 146)

CONSIDERAÇÕESCONSIDERAÇÕES

A criança desenha por prazer, ela tem A criança desenha por prazer, ela tem vontade de desenhar.vontade de desenhar.

Ela mostra em seus desenhos desejos, Ela mostra em seus desenhos desejos, angústias – se percebe no desenhoangústias – se percebe no desenho

A criança dialoga com o contexto cultural A criança dialoga com o contexto cultural em que vive – o meio interfere em suas em que vive – o meio interfere em suas produçõesproduções

Percepção e influencia do colega ao ladoPercepção e influencia do colega ao lado

CONSIDERAÇÕESCONSIDERAÇÕES

O esteriótipo está muito presente nos O esteriótipo está muito presente nos desenhos – principalmente por influência desenhos – principalmente por influência de desenhos prontos, comum na prática de desenhos prontos, comum na prática da escolada escola

Diferenças concretas entre as duas cenasDiferenças concretas entre as duas cenas

Proposição de uma oficina que contemple Proposição de uma oficina que contemple o processo criativo dos alunos a partir de o processo criativo dos alunos a partir de diferentes materiais e suportesdiferentes materiais e suportes

PROJETOPROJETO

JUSTIFICATIVAJUSTIFICATIVAQuando desenha a criança experimenta novas estruturas de Quando desenha a criança experimenta novas estruturas de movimento, seus gestos vão naturalmente descobrindo novos movimento, seus gestos vão naturalmente descobrindo novos traços e a partir deles a criança vai desenvolver suas habilidades traços e a partir deles a criança vai desenvolver suas habilidades com o lápis e outros materiais que lhe é oferecida para fazer seus com o lápis e outros materiais que lhe é oferecida para fazer seus desenhosdesenhos

OBJETIVO GERALOBJETIVO GERALPossibilitar aos educandos, a expressividade e a capacidade Possibilitar aos educandos, a expressividade e a capacidade criativa através de diferentes técnicas, materiais e linguagem da criativa através de diferentes técnicas, materiais e linguagem da arte.arte.

OBJETIVOS ESPECIFICOSOBJETIVOS ESPECIFICOS- Reconhecer e experimentar diferentes materiais artísticos para - Reconhecer e experimentar diferentes materiais artísticos para pintura;pintura;- Desenvolver a capacidade criadora a partir de diferentes suportes.- Desenvolver a capacidade criadora a partir de diferentes suportes.

PROJETOPROJETO

CARGA HORÁRIACARGA HORÁRIA

20 h/s20 h/s

EMENTAEMENTA

Oferecer subsídios para o desenvolvimento da capacidade Oferecer subsídios para o desenvolvimento da capacidade criadora a partir de diferentes suportes e materiais tenso criadora a partir de diferentes suportes e materiais tenso como intuito o contato com as diferentes expressões como intuito o contato com as diferentes expressões gráficas.gráficas.

METODOLOGIAMETODOLOGIA

- Reconhecimento de diferentes materiais de pintura - Reconhecimento de diferentes materiais de pintura através de atividade com desenho e pintura;através de atividade com desenho e pintura;

- Atividades de expressão corporal;- Atividades de expressão corporal;

- Escultura com material reciclado e material alternativo;- Escultura com material reciclado e material alternativo;

- A música, o teatro e a dança na arte;- A música, o teatro e a dança na arte;

Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESCUnidade Acadêmica de Humanidades, Ciência e

EducaçãoArtes Visuais – Licenciatura

DESCONSTRUINDO ESTERIÓTIPOS: UMA DESCONSTRUINDO ESTERIÓTIPOS: UMA ANÁLISE DOS DESENHOS DOS ALUNOS ANÁLISE DOS DESENHOS DOS ALUNOS

DE 1ª A 4ª SÉRIE DA ESCOLA DE ENSINO DE 1ª A 4ª SÉRIE DA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL PROFESSOR MOTA PIRES FUNDAMENTAL PROFESSOR MOTA PIRES

– ARARANGUÁ/SC– ARARANGUÁ/SC

Acadêmica Pesquisadora: Érica Ferreira Acadêmica Pesquisadora: Érica Ferreira GoulartGoulart

Professor Orientador: Marcelo FeldhausProfessor Orientador: Marcelo Feldhaus

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