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ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE RELATÓRIO FINAL Mestrado Integrado em Medicina 2013/2014 Universidade Nova de Lisboa Faculdade de Ciências Médicas Estágio Profissionalizante Maria Carolina Alves Ramos da Silva Afonso Nº 2008141 | turma 3 | 6º ano

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ESTÁGIO

PROFISSIONALIZANTE

RELATÓRIO FINAL

Mestrado Integrado em Medicina

2013/2014

Universidade Nova de Lisboa

Faculdade de Ciências Médicas

Estágio Profissionalizante

Maria Carolina Alves Ramos da Silva Afonso

Nº 2008141 | turma 3 | 6º ano

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Não é por as coisas serem difíceis que não temos ousadia.

É por não termos ousadia que as coisas são difíceis.

Sénica

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ÍNDICE

1. Introdução..................................................................................................................4

2. Descrição de Atividades ...........................................................................................4

3. Posicionamento Crítico .............................................................................................8

Anexos ........................................................................................................................ 12

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1. Introdução

O relatório final de Estágio do 6º ano consiste numa breve descrição e análise global do trabalho

clínico e de investigação realizado ao longo do 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina, que

decorreu no período entre 16 de Setembro de 2013 a 6 de Junho de 2014.

Pretende-se com a elaboração deste relatório, dar conhecimento crítico das diversas actividades

presenciais frequentadas durante o período de estágio, as aprendizagens, assim como proceder

a uma avaliação do resultado pedagógico do estágio, apontando os aspectos que, de futuro,

poderiam ser melhorados na formação académica.

Os objectivos principais que defini para o Estágio Profissionalizante foram os seguintes:

Prática de medicina tutelada, com integração em equipas de enfermaria, consulta externa

e serviço de urgência;

Consolidação e aquisição de conhecimentos teóricos e práticos, que permitam a

elaboração de um raciocínio clínico, a formulação e a discussão de hipóteses de

diagnóstico;

Adquirir aptidões relativas à comunicação com doentes de diferentes grupos etários,

adequando-se aos diferentes contextos sociais;

Desenvolver capacidades de autonomia, mas também de trabalho em equipa;

Saber reconhecer a importância da formação médica ao longo da vida.

Deste relatório consta uma introdução, em que se descreve sumariamente a organização e

objectivos definidos à partida para do Estágio Profissionalizante, uma análise descritiva e sumária

das actividades realizadas, e uma reflexão crítica final.

2. Descrição de Atividades

De seguida, é feita uma descrição sumária dos estágios parcelares que integram o 6º ano

Profissionalizante do Mestrado Integrado em Medicina, de acordo com a ordem cronológica em

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que os frequentei. Também é feita referência à minha participação na 5ª edição do iMed

Conference, congresso organizado pela Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências

Médicas, e que teve lugar em Outubro de 2013.

O estágio de Cirurgia foi realizado no Hospital Beatriz Ângelo (HBA), e teve a duração de 8

semanas. Ao longo desse período, acompanhei o Dr. Luís Palma Féria na sua actividade

hospitalar, desenvolvida sobretudo em quatro vertentes: Consulta Externa, Bloco Operatório,

Enfermaria e Serviço de Urgência. Destaco a oportunidade de participar activamente em algumas

intervenções cirúrgicas (como 2º ajudante), bem como a realização de uma História Clínica, que

constituiu a base do trabalho apresentado sobre o tema “Adenocarcinoma do Delgado”. Durante o

estágio de Cirurgia tive também a oportunidade de estagiar, durante 2 semanas, na Unidade de

Cuidados Intensivos do HBA, experiência que se revelou muito enriquecedora. Para além de

contactar de perto com o trabalho diário da equipa de Intensivistas, tive a possibilidade de

contactar com equipamentos, terapêuticas e técnicas invasivas (como, por exemplo, a colocação

de Cateter Venoso Central e de cateter de Swan-Ganz) que, pela sua especificidade, não são

realizadas habitualmente em enfermarias de Medicina.

O estágio de Medicina Interna, também com a duração de 8 semanas, decorreu na Unidade

Funcional de Medicina 1.2 do Hospital de S. José, sob orientação da Dr.ª Carla Maia. De entre as

actividades desenvolvidas durante o estágio (que teve lugar predominantemente em contexto de

Enfermaria) destaco a observação diária de doentes, a redacção de diários clínicos e de notas de

alta, e a execução / observação de alguns procedimentos práticos com fim diagnóstico e/ou

terapêutico. Para além da actividade assistencial, frequentei algumas actividades formativas e

científicas, integrantes da própria dinâmica do Serviço. Em conjunto com mais três colegas,

preparei uma comunicação sobre o tema “Abordagem da Fibrilhação Auricular”, que foi

apresentada para os elementos do Serviço.

O estágio de Saúde Mental, sob a regência do Prof. Doutor Miguel Xavier, decorreu no Hospital

Egas Moniz, com uma duração total de 4 semanas, divididas em dois períodos de 2 semanas. O

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primeiro teve lugar na Psiquiatria de Ligação, sob orientação do Dr. António Neves, e teve um

cariz essencialmente observacional. O segundo, sob orientação da Dra. Paula Duarte, teve lugar

no Hospital de Dia, onde acompanhei de perto as actividades diárias desenvolvidas por uma

equipa de profissionais de saúde, com vista à reabilitação psicossocial dos doentes. Destaco a

presença em sessões de Psicoterapia de grupo e em jogos psicoterapêuticos. Assisti também a

sessões clínicas e apresentei, em conjunto com uma colega, a análise de um artigo de revisão

intitulado “Spiritually and Religiously Integrated Group Psychotherapy: A Systematic Literature

Review”.

O estágio de Medicina Geral e Familiar (MGF), com 4 semanas de duração, foi dividido em duas

componentes: uma primeira, em meio urbano, na UCSP da Lapa, sob orientação da Dr.ª Helena

Jerónimo; uma segunda, em meio rural, na USF Marquês de Marialva (Cantanhede). Durante o

período de estágio, tive a oportunidade de assistir e intervir em diversas valências da MGF,

nomeadamente, consulta do adulto, consulta de Saúde Materna, consulta de Saúde Infantil,

consulta de Planeamento Familiar, e consultas do dia. A possibilidade de experimentar duas

realidades distintas, meio rural e urbano, permitiu-me identificar algumas diferenças relativamente

ao perfil socioeconómico e hábitos de vida patentes em cada local, e que exigem do profissional

de saúde uma adaptação à realidade de cada um. Durante o estágio em meio urbano, pude ainda

acompanhar, por uma ocasião, a equipa de apoio domiciliário na visita a doentes previamente

sinalizados, na sua maioria idosos, a viverem sós e/ou com más condições habitacionais, uma

experiência que considero ter sido extremamente enriquecedora do ponto de vista profissional e

humano. Assisti também a algumas juntas médicas, onde pude contactar com a legislação que

regulamenta a atribuição de incapacidades. De acordo com as orientações da disciplina, efectuei

um «Diário de Exercício Orientado», onde registei padrões de morbilidade, e onde analisei duas

situações clínicas com que me deparei durante o estágio.

Seguiu-se o estágio de Pediatria, no Hospital de D. Estefânia (HDE), sob a orientação da Dra.

Mafalda Paiva. Uma parte importante deste estágio teve lugar na Pediatria Médica (Serviço 1

Sala 1), onde acompanhei diariamente as actividades relacionadas com a dinâmica do próprio

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serviço. Destaco a participação activa nos grupos de trabalho médico, bem como elaboração de

diários clínicos, notas de entrada e notas de alta. A consulta externa de Pediatria Médica e o

Serviço de Urgência Pediátrica também constituíram componentes importantes do estágio.

Aprendi a valorizar particularidades clínicas, diagnósticas e terapêuticas na área da Pediatria,

bem como técnicas de comunicação com crianças dos diferentes grupos etários e com os seus

cuidadores. No âmbito do estágio, em conjunto com um colega, apresentei ainda um trabalho de

revisão sobre o tema “Doença do Refluxo Gastroesofágico – Abordagem diagnóstica e

terapêutica”, a que assistiram os orientadores e colegas do 6º ano.

O estágio prático de Obstetrícia e Ginecologia teve lugar na Maternidade Dr. Alfredo da Costa,

com uma duração total de 4 semanas, dividido nas duas vertentes desta Especialidade. Durante a

rotação em Obstetrícia tive a oportunidade de acompanhar a Dra. Neuza Mendes nas mais

variadas actividades, repartindo-se as mesmas entre o Serviço de Medicina Materno-Fetal,

Consulta de Alto Risco e Consulta de Diabetes. As duas semanas de prática clínica Ginecológica,

sob tutela da Dr.ª Catarina Júlio, repartiram-se entre a Unidade de Infertilidade / PMA, Consulta

de Senologia, Consulta de Ginecologia Geral, Consulta de Planeamento Familiar, Bloco

Operatório de Ginecologia, e Histeroscopia. Componente transversal às duas componentes foi a

participação no Serviço de Urgência (Admissões, Bloco de Partos e Bloco Operatório). Destaco a

oportunidade de passar, durante o estágio, por diversos Serviços e Consultas, o que me permitiu

adquirir uma experiência mais abrangente no que se refere aos cuidados à mulher e à grávida.

Foi ainda durante este estágio que, conjuntamente com outros colegas, preparei e apresentei um

trabalho sobre o tema “Parto pré-termo”, com a presença da Profª Doutora Fátima Serrano.

Pelo segundo ano lectivo, o plano de estudos relativo ao 6º ano do MIM contempla uma Unidade

Curricular Opcional, que visa disponibilizar aos alunos um período de formação avançada numa

área clínica hospitalar ou extra hospitalar à sua escolha. Por ter sido uma especialidade com a

qual tive pouco contacto durante o curso, optei por realizar um estágio no Serviço de Hematologia

do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC), que teve a duração de 2 semanas. Ao

longo do estágio, passei pelo Internamento, pela Consulta Externa e pelo Hospital de Dia. O

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contacto com a patologia hemato-oncológica, e com meios de diagnóstico e intervenções

terapêuticas tão específicas deste ramo da Medicina, permitiram-me consolidar e adquirir novos

conhecimentos teóricos, que tornaram, com certeza, mais completa a minha formação.

Nos dias 11 a 13 de Outubro de 2013, teve lugar, na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa

(Campolide), a 5ª edição do iMed - Innovating Medicine Conference, no qual tive o prazer de

participar. Este congresso, organizado pela Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências

Médicas, contou com a presença de quatro prémios Nobel da Medicina e da Química, aos quais

se juntaram outros ilustres convidados nacionais e internacionais. A par das sessões plenárias, as

sessões científicas e simpósios abordaram temáticas relevantes da medicina da actualidade,

como a terapia génica, oncologia e VIH/SIDA.

3. Posicionamento Crítico

Para os estudantes de medicina em fase final de formação, a estrutura curricular de um 6º ano

profissionalizante deve assumir o compromisso de proporcionar a aquisição dos conhecimentos

científicos, e gestos técnicos básicos, necessários a uma boa integração no Internato Médico

Geral. Estágios breves, mas bem orientados, privilegiando o lema “aprender, fazendo”, são úteis

nesta fase de formação. Esta forma de aprendizagem permite ao estudante não só pôr em prática

todos os conhecimentos adquiridos até então, como lhe oferece uma integração activa, dotada de

autonomia, que lhe garante a aquisição de confiança e competências necessárias ao

desempenho futuro.

Terminado agora o Estágio profissionalizante, considero que, de um modo geral, foram cumpridos

os objectivos previamente estabelecidos, tendo este sido um ano extremamente enriquecedor,

quer a nível académico, quer também a nível pessoal. As experiências por que passei ao longo

do último ano lectivo ofereceram-me a possibilidade de adquirir conhecimentos teóricos e

práticos, e ainda de consolidar outros, aumentando as minhas competências para a prática do

exercício profissional no futuro.

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A possibilidade de integração na prática hospitalar, com participação activa diária nos grupos de

trabalho médico, permitiu a aquisição de uma percepção global do modo de funcionamento dos

Serviços, da abordagem ao doente, bem como da interacção entre todos os profissionais que

integram a equipa de trabalho. Destaco a grande importância do trabalho de equipa e do respeito

mútuo entre profissionais, com vista à melhoria e rentabilização dos cuidados.

A forte componente prática do 6º ano profissionalizante na FCM-UNL, aspecto que considero

particularmente positivo, permitiu-me estabelecer um contacto mais próximos com doentes de

várias faixas etárias e de diferentes contextos sociais. De facto, a relação que consegui

estabelecer com os doentes com quem contactei foi, simultaneamente, um desafio e uma

aprendizagem muito enriquecedora, que me sensibilizou para a importância de entender o doente

no seu contexto familiar, económico e social. Afinal, o exercício da medicina pressupõe, para

além das competências técnicas, a construção de uma relação médico-doente baseada na

confiança e no respeito.

Destaco também como aspecto muito positivo do 6º profissionalizante o rácio tutor / aluno muito

favorável (1:1 ou 1:2) nos vários estágios parcelares, aspectos nem sempre presentes nos anos

clínicos anteriores. Esta situação foi fundamental para o sucesso da aprendizagem, dado que um

elevado número de alunos por turma e por tutor, muitas vezes dificulta a aquisição de aptidões

práticas.

Apesar de todos os pontos positivos referidos, não posso deixar de apontar alguns aspectos que

considero menos conseguidos. Um desses aspectos prende-se com o ensino da Pediatria.

Apesar do ensino da Pediatria ser imprescindível à formação de qualquer futuro médico,

considero que existem alguns condicionalismos referentes ao seu ensino teórico e prático durante

o Mestrado Integrado em Medicina (MIM). De facto, ao longo dos 6 anos do MIM, é dada uma

forte relevância à clínica e à patologia do adulto, sendo apenas ocasionalmente citadas algumas

particularidades respeitantes à criança. O número reduzido de horas contempladas no plano de

estudos restringe-se a 5 semanas no 5º ano e a 6 semanas no 6º ano, pelo que é insuficiente

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para adquirir a informação teórica mínima relativa à semiologia e patologia pediátrica, e para

participar na actividade clínica prática. Por estes motivos, considero que os conhecimentos

acerca do doente pediátrico deveriam assumir um maior relevo no plano de estudos do MIM.

Esta questão relativa à Pediatria verifica-se, a meu ver, com outras áreas médicas. Tomo como

exemplo o caso da Medicina Geral e Familiar (MGF), cuja componente prática se resume

essencialmente às quatro semanas de estágio no 6º ano, a meu ver insuficientes para abranger

uma especialidade médica tão vasta. A prática de MGF implica o conhecimento e o domínio de

várias áreas de conhecimento da Medicina e, mais do que qualquer outra área médica lida com o

doente como um todo, inserido no seu contexto biopsicossocial. Por outro lado, o Médico de

Família ocupa uma posição privilegiada para actuar ao nível da prevenção e promoção de saúde,

sendo ainda da sua responsabilidade decidir o momento em que é apropriado referenciar o

doente a outros cuidados mais diferenciados. Esta diversidade de actuações, que constituem

diferenças significativas em relação à prática clínica hospitalar a que são predominantemente

expostos os alunos de Medicina, realça a importância da MGF na formação de qualquer aluno

futuro médico. Deste modo, a estrutura curricular do Mestrado Integrado deveria contemplar um

contacto mais prolongado dos alunos com a prática clínica desta especialidade.

Um outro exemplo é o ensino da Hematologia Clínica, muito deficitário ao longo dos anos clínicos,

o que me levou a optar por realizar um estágio nesta área médica, no âmbito da Unidade

Curricular opcional do 6º ano. De facto, o tempo dedicado ao ensino teórico de uma área tão

vasta como a Hematologia ao longo dos anos clínicos, resume-se a meio-dia de aulas teóricas no

4º ano, onde os temas são leccionados de forma condensada e intensiva. Por outro lado, a

organização do respectivo estágio prático (no 4º do MIM), permite a apenas ¼ dos alunos por ano

de curso ter um contacto com a prática clínica em Hematologia. Esta condição não permite a

necessária consolidação e integração dos conhecimentos ministrados, constituindo uma falha

importante na formação básica dos estudantes.

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Relativamente à aprendizagem de procedimentos práticos, apesar do 6º ano profissionalizante ter

permitido colmatar algumas das falhas acumuladas ao longo do curso, ficou aquém das minhas

expectativas. Foram poucas ou inexistentes as oportunidades de realizar alguns procedimentos,

que deveriam ser executados pelos estudantes em final de formação, tais como entubação

nasogástrica, algaliação, paracentese, toracocentese, punção venosa e toque rectal. De facto,

penso que existe entre a maioria dos alunos do 6º ano um sentimento de pouca confiança

relativamente à execução de gestos técnicos simples, e com os quais se vão deparar

frequentemente na sua prática clínica futura.

Sinto que existe também uma grande lacuna na formação académica relativamente ao Suporte

Básico / Avançado de Vida, área inquestionavelmente valiosa à formação de qualquer profissional

de saúde. Esta situação condiciona um sentimento geral de insegurança, entre os alunos do 6º

ano profissionalizante, no que se refere à actuação em situações de emergência. Deste modo,

penso que seria pertinente promover a integração de conhecimentos teórico-práticos

indispensáveis à prática clínica no plano curricular do MIM, através da introdução de novos

conteúdos programáticos.

A formação do médico é um contínuo que, iniciado no primeiro ano do curso, se deve prolongar

durante toda a sua vida profissional. O curso de Medicina deve ser apenas considerado uma

breve introdução à prática da Medicina, dada a sua impossibilidade de abranger com eficácia o

volume mínimo de conhecimentos médicos, teóricos e práticos, segundo os moldes clássicos em

vigor. No final do seu curso, o licenciado em Medicina não é ainda um profissional médico, mas

dispõe da formação básica que lhe permitirá adquirir a qualificação profissional. Cabe às

Faculdades de Medicina, intensificar o ensino das disciplinas médicas básicas e descartar

aquelas que terão pouca utilidade para os futuros clínicos. Por sua vez, o médico deve procurar

uma actualização contínua do seu conhecimento médico-científico.

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Anexos

Certificado de Participação no Congresso iMed - Innovating Medicine Conference

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