Estilo internacional 2013

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O Estilo Internacional

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O Estilo Internacional

Introdução

Corrente de tendência internacional que parte das vanguardas europeias do início do século XX e que amadurece ao longo da década de 1920, como resposta tardia às grandes questões formuladas no século XIX a respeito da relação criativa do Homem com a máquina, com a cidade e com o novo modo de viver da sociedade.

Definição de Movimento Moderno

Quatro tendências formaram o quadro cultural do Movimento Moderno:

Quadro cultural do Movimento Moderno

1-PURISMO

Edifício:

• Planta livre

• Fachada livre

• Pilotis

• Janela corrida

• Terraço-jardim

Cidade - dividida em quatro funções:

• Habitar

• Trabalhar

• Cultivar o corpo e o espírito

• Circular

Outros pressupostos:

zoneamento e verticalização.

Designação derivada do movimento criado por Le Corbusier e Amedée Ozanfant. Apoiado em slogans futuristas, tais como: a casa é uma máquina de morar.

Villa Savoye – Le Corbusier, 1928.

Paris, plano Voisin– Le Corbusier, 1925.

2-NEOPLASTICISMO

Tendência desenvolvida por Piet Mondrian e Theo Van Doesburg. É a mais abstrata das quatro vertentes.

Carta de Princípios: Os dezessete pontos da arquitetura

Neoplástica –revista De Stijl, 1925.

Ex: Casa Schröder - Gerrit RetveldPavilhão de Barcelona – Mies Van Der Rohe

Casa Schröder - Gerrit Retveld, 1924.

Pavilhão de Barcelona – Mies Van Der Rohe, 1929.

3-BAUHAUS

Tendência que reuniu obras dos mais importantes arquitetos progressistas da época: Oud, Poelzig, Behrens, Stam, Scharoun, Bruno e Max Tout, Mies, Gropius e Le Corbusier.

Sede da Bauhaus em Dessau – Walter Gropius1925-1926

Exposição Werkbund – Mies Van der Rohe (org.) - Stuttgart, Alemanha, 1927.

Exposição Werkbund – Mies Van der Rohe (org.) - Stuttgart, Alemanha, 1927.

Exposição Werkbund – Mies Van der Rohe (org.) - Stuttgart, Alemanha, 1927.

4-CONSTRUTIVISMO SOVIÉTICO

Tendência que faz uma leitura profunda do futurismo de Sant’Elia, tirando dele indicações concretas e recomendações para se fazer uma arquitetura do tempo presente: expor as máquinas, elevadores, antenas de rádio, elementos estruturais, além de explorar ao máximo as possibilidades dos novos materiais e técnicas, distendendo as estruturas até o seu limite.

Ousadia e forte conteúdo ideológico de suas ideias serão sua principal característica.

Monumento à III Internacional– Vladimir Tatlin, 1919.

Projeto de Chernikhov.

Torre Bawher – Chernikhov.

PRINCÍPIOS GERAIS DA POÉTICA MAQUINISTA

Podemos resumir a poética das quatro tendências que formam o Movimento Moderno nos seguintes conceitos gerais:

1-ECONOMIA

Economia financeira;Economia de espaço;Economia de elementos arquitetônicos.

2-OBJETIVIDADE

Visão voltada para o objeto, sem subjetivismos ou marcas pessoais.

3-ANTI-INDIVIDUALISMO

Resposta final à eterna discussão sobre trabalho artesanal e reprodução mecânica.

4-LEVEZA

Contrária à ideia de massa da arquitetura tradicional.

5-FUNCIONALISMO

O espaço é determinado por dados funcionais e não formaiscomo era na arquitetura tradicional.

6-ANTIMONUMENTALIDADE

Eliminação de elementos expressivos por seu porte e simbolismo.

7-RACIONALIDADE

Escolha de elementos pela sua condição de universalidade, necessidade e suficiência.

8-ANTI-HISTORICISMO

Autossuficiência dos novos tempos, que não necessitam recorrer ao passado.

9-ANTIRREGIONALISMO

Pretensão de formulação de uma arquitetura geograficamente abrangente.

10-DISSEMANTIZAÇÃO

Enfraquecimento da relação entre o objeto arquitetônico e seus possíveis significados. Clara objeção à teoria associacionista do ecletismo.

Estas ideias constituíam os fundamentos da arquitetura do Movimento Moderno, uma síntese do espírito da época que, sem jamais terem sido agrupadas num documento, eram proclamadas e defendidas como se tal tivesse acontecido.

Fundamentos do Movimento Moderno

Maior expressão de uma ortodoxia formalista de âmbito internacional. Esse termo aparece pela primeira vez no livro Modern architecture: romantism and regionalism de Henry-Russel Hitchcock, de 1929 e iria balizar a fase adulta do Movimento Moderno.

O ESTILO INTERNACIONAL

Na exposição Modern architecture: International Exibition realizada no MOMA de NY em 1932 (curadoria de Henry-Russel Hitchcock e Philip Johnson) o termo é definitivamente consagrado.

O ESTILO INTERNACIONAL

Aos fundamentos da poética maquinista são acrescentados alguns itens:

• Perfeição técnica dos materiais e acabamento, como contrapartida à ausência de ornamentação;

• Flexibilidade da planta, agora obrigatoriamente construída sobre uma malha ortogonal;

• Uso de materiais industrializados.

O ESTILO INTERNACIONAL

O centro de gravidade da arquitetura moderna transfere-se da Europa para os Estados Unidos onde arquitetos como Gropius, Mies, Neutra, Breuer e Mendelsohn, entre outros, encontrarão as condições propícias para o estabelecimento de uma arquitetura que, em poucos anos, mudará a face das metrópoles do mundo inteiro, com os práticos, simbolicamente neutros, totalmente industrializados e geometricamente puros arranha-céus de aço e vidro.

O ESTILO INTERNACIONAL

Do ponto de vista ideológico, essa migração para os Estados Unidos, não somente das pessoas, mas também das ideias, exigiu mudanças conceituais, com o abandono do ideário socialista para outro, de feições mais liberais.

Com o tempo, os seguidores da primeira geração moderna, passam a desenvolver de forma acrítica seus projetos, caindo em um novo maneirismo e institucionalizando um método que acabará por esvaziar inteiramente o movimento.

O ESTILO INTERNACIONAL

Os imitadores de Mies Van der Rohe são o melhor exemplo desse esvaziamento.

O ESTILO INTERNACIONAL

Nos Estados Unidos, Mies assume a direção do Departamento de Arquitetura do Armour Institute of Technology (hoje Illinois Institute of Technology). Sua primeira encomenda como diretor foi o anteprojeto do campus do Instituto, que ocupará uma grande área na zona sul de Chicago. Trata-se do primeiro projeto americano de caráter urbanístico. Nele Mies utilizou, uma grelha geral, determinando uma quadrícula de 7,30 x 7,30 metros, dimensão baseada nas medidas de uma sala de aula padrão americana. Esta medida serviria de apoio para o dimensionamento de todas as construções e espaços abertos no campus. O próprio Mies projetou 35 edifícios no local, construindo mais de 20 deles. Principais destaques: Alumni Memorial Hall, Prédio das Caldeiras, a Capela e a sede da Escola de Arquitetura (Crown Hall).

Conjunto do Illinois Institute of Tecnology. Chicago - Mies van der Rohe, 1938-1958

Capela do Instituto Tecnológico de Illinois - 1949-1952

O Crown Hall possui o maior espaço interior projetado e construído por Mies van Der Rohe no campus do ITT: 37 x 71 metros e pé-direito de 5,60 metros de altura. O edifício tem uma estrutura diferenciada já que, para conseguir um espaço livre de colunas, Mies dispôs 4 vigas superiores de aço de onde se pendura a cobertura. O fechamento perimetral écompletamente envidraçado. O prédio eleva-se do piso meio nível, deixando aparecer as janelas do andar inferior, onde se localizam as salas de aula.

Lake Shore Drive Apartments. Mies van der Rohe.Chicago - 1948-1951.

Chicago Federal Center. Chicago - Mies van der Rohe, 1959-1974

Seagram Building – NY, 1954-1958.

Símbolo da arquitetura do século XX, esta construção de 39 andares e pele de vidro de cor bronze, foi erguida sobre pilares, em forma de prisma retangular. O desenho de cada elemento foi feito com um cuidado extraordinário, desde os elevadores, até as divisórias, iluminação, estruturas e topografia. Sua implantação ocupa apenas um terço da área e possibilitou a criação de uma praça que dá a distância necessária para a visualização do edifício.

IBM Building. Chicago- Mies van der Rohe, 1971.

Inland Steel. Chicago - Skidmore, Owings & Merrill – 1958.

John Hancock Center. Chicago- Skidomore, Owings & Merrill – 1970.

Lever House. NY- Skidmore, Owings & Merrill, 1952.

Pan Am Building. NY- Walter Gropius & Architect’s Collaborative. Belluschi, Emery and sons. 1963.

Demolição do Conjunto Habitacional Pruitt-Igoe, Saint Louis - EUA

Minoru Yamasaki, 1952-1955

FIM DO ESTILO INTERNACIONAL

Conjunto Habitacional Pruitt-Igoe, Saint Louis - Minoru Yamasaki, 1952-1955.

Conjunto Habitacional Pruitt-Igoe, Saint Louis – Demolido entre 1972-1976.