Estou Aqui Professor, e Agora?

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7/21/2019 Estou Aqui Professor, e Agora? http://slidepdf.com/reader/full/estou-aqui-professor-e-agora 1/103 cvi ESTOU AQUI PROFESSOR, E AGORA? A EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN Autora: Luciana Madsen Pinheiro Rio de Janeiro Outubro / 2014

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Este livro trata da dificuldade que os docentes enfrentam ao se depararem com alunos portadores de necessidades especiais como a Sindrome de Down.

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ESTOU AQUI PROFESSOR, E AGORA?

A EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN

Autora: Luciana Madsen Pinheiro

Rio de Janeiro

Outubro / 2014

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A EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN

Rio de Janeiro

Outubro / 2014

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Dedico este trabalho a todos quantos na busca deseus caminhos jamais se esquecem de que é nacompreensão do outro que se constroem os grandesvalores.

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AGRADECIMENTOS

 No caminho pela vida, a essência que se sobre-eleva a todas as essências:

DEUS.

 Nas cumeadas e nos vales, a presença amiga que tornou possível cumprir

mais esta etapa de minha vida: MEU MARIDO MARCUS VINICIUS.

 Na missão mais sublime da vida de uma mulher, a razão dos meus

momentos de ternura: MEUS FILHOS: CAIO, ÍRIS, MARCOS E

MAURÍCIO.

Àqueles que possibilitaram minha chegada e cuidaram para que pudesse

hoje estar escrevendo um livro: MEUS PAIS.

 No exemplo mais criativo de amor e perseverança, símbolos do magistério

autêntico: MEUS MESTRES.

A TODOS, MUITO OBRIGADA!

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O melhor mestre é sempre o exemplo. Toda

criança, mesmo quando não demonstre, é capaz de

 perceber a contradição entre o que se diz e o que se

faz. Se não resistir à tentação de fazer algo diferente

do que prega, faça-o longe dos olhos da criança.

(ANTUNES. 2005, p.10)

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RESUMO

Esta livro aborda o tema “A Educação da Criança com Síndrome de Down”. Paraelaboração da pesquisa um problema foi construído: qual o papel do educador/

 professor, quando se vê frente a um aluno com Síndrome de Down? Para tanto, foramformulados os seguintes objetivos: a) Conceituar SD; b) Apresentar o papel da escola eas políticas que dispõem sobre a inclusão das Crianças com Síndrome de Down; c) A

visão psicossocial e o papel da família diante da inclusão da criança com SD d) Apontaro papel do educador identificando a importância da atualização e utilização da sala deaula como espaço integrador na construção dos conhecimentos do educando queapresenta SD, com suas diferenças e semelhanças com outros alunos. Trata-se de uma

 pesquisa do tipo exploratória. Foram consultados os seguintes teóricos: Pueschel(1993); Schwartzman, José Salomão (1999) entre outros. Os resultados alcançadosapontam para o atendimento e esclarecimento às crianças com Síndrome de Down, ainclusão, as dificuldades e as perspectivas encontradas em sala de aula dos professoresfrente à problemática, sinalizando uma especialização e melhor entendimento deste

 profissional nas suas diversas áreas de trabalho com o educando.

PALAVRAS-CHAVES: Educação, Síndrome de Down, Inclusão

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SUMÁRIO

1. 

Introdução..................................................................................... p.08

CAPÍTULO I –  Bases Teóricas de Criança Portadora de SD ......... p.15

1.1 - Conceituando SD ........................................................ p.15

1.2 - Diagnosticar da SD ...................................................... p.19

1.3 - A Etiologia da SD ........................................................ p.22

1.4 - Características Principais da SD ................................... p.24

CAPÍTULO II –  O Papel da Escola e as Políticas Inclusivasdos Portadores de Necessidades Especiais...................................... p.33

2.1 - As Políticas Públicas..................................................... p 33

2.1.1 - Na área de Educação .......................... p.382.1.2 - A Declaração de Salamanca ............ p.402.1.3 - Novas Ideias sobre as necessidadeseducativas especiais ........................................... p.46

2.2 - O Papel da Escola............................................................. p. 47

CAPÍTULO III - Visão Psicossocial da Síndrome de Down ............ p. 49

3.1 –  Rótulos , preconceitos e discriminação............................ p. 54

3.2 - O Papel da Família .......................................................... p. 58

CAPÍTULO IV –  O Papel do Professor nas Séries Iniciais.................. p. 65

4.1 _ O Preparo do Professor para Atender Crianças

com Síndrome Down........................................................ p.69

4.2 –  Prioridades do Currículo .................................................. p.74

CAPÍTULO V –  Relato de Caso .......................................................... p.79

Considerações Finais.............................................................................. p.95

Referências............................................................................................. p.100

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INTRODUÇÃO

O tema dominante da nossa abordagem é

“A EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM

SÍNDROME DE DOWN”. Justifica-se a

importância deste estudo diante da urgência que setem de incluir as crianças com Síndrome de Down

na sociedade e estimular o pensamento dos

educadores a trabalhar com igualdade de

oportunidades e diversidades, numa visão sócio-

antropológica.Acredita-se ser fundamental valorizar o

saber a partir de novos desafios, pois a auto-

realização e o preparo para a cidadania devem ser

contínuos.

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Tive como objetivo geral neste estudolevantar questões sobre o desenvolvimento e a

educação das crianças com SD, contribuindo

para um maior esclarecimento sobre o assunto.

Esta pesquisa reuniu diversos

conhecimentos sobre as diferenças apresentadas pelos educandos com SD nas situações de ensino e

aprendizagem. Houve a necessidade de buscar

ferramentas de esclarecimentos, como livros sobre

o assunto.

Analisando esta situação, surgiu o problemaa investigar: Qual o papel do educador/professor

quando se vê frente a um educando portador de

Síndrome de Down em uma classe regular de

ensino?

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A partir deste problema, algumas questõesnorteadoras foram construídas: Será que o

 professor está preparado para lidar com esta

realidade em salas de aula? Qual o papel do

 professor no processo de ensino aprendizagem

diante do educando portador de Síndrome deDown? E o papel da família diante da inclusão da

criança com SD?

Este trabalho aqui explicitado contribuirá

 para o esclarecimento e a situação desejada para

contribuir com as crianças portadoras de SD, doesclarecimento da proposta pedagógica, abordando

as diferenças entre a situação atual e a inclusão das

crianças portadoras de necessidades especiais e em

especial às crianças portadoras de Síndrome de

Down.

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E, como é na escola que o caminho de cadacriança começa a ser trilhado, torna-se fundamental

 promover atividades adequadas, criativas

desenvolvendo e promovendo projetos interativos,

incluindo o diferente em todos “patamares da

educação” e é neste prisma que se faz a diferença. O questionamento leva a refletir sobre a

atual educação dos pais de crianças portadores de

SD, principalmente em relação à legislação vigente,

na qual as escolas regulares deverão aceitar a

inclusão. E é com urgência que os educandos comnecessidades especiais deverão ser aceitos e

respeitados como cidadãos, da melhor maneira

 possível, pois é na escola que pode ocorrer à

ampliação de suas vivências sociais e culturais,

 principalmente para aqueles que possuemnecessidades especiais.

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Esta pesquisa reúne diversosconhecimentos, sobre as diferenças apresentadas

 pelos alunos com Síndrome de Down nas situações

de ensino e aprendizagem. A metodologia é a

 pesquisa bibliográfica, para fundamentar o estudo e

a realização de um estudo de caso. No primeiro capítulo deste trabalho,

conceitua-se a Síndrome de Down (SD), seu

diagnóstico, sua etiologia, mostrando as principais

características da criança com SD.

 No segundo capítulo apresenta o papel daescola e as políticas públicas que dispõem sobre a

inclusão dos portadores de necessidades especiais.

 No terceiro capítulo aborda-se a visão

 psicossocial da SD, destacando os rótulos gerados,

o estigma e o preconceito existente. No quarto capítulo aponta-se o papel do

educador e o preparo para atender crianças com

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Síndrome de Down, enfatizando as prioridades nocurrículo.

Para pesquisadores entre eles: Pueschel,

(org), Síndrome de Down: guia para pais e

educadores; (1993), Schwartzman, José Salomão,

Síndrome de Down; (1999) e entre outros autores:O aprendizado, adequadamente organizado, resulta

em desenvolvimento mental e estimula “vários

 processos de desenvolvimento que se põem em

movimento, que, de outra forma, seriam

impossíveis de acontecer”. (VYGOTSKY, 1967, p.101). A escola pode oportunizar uma educação

 para todos com dignidade, respeitando as

diversidades para um bom desempenho escolar

através de um ensino diferenciado.

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Finalizando o estudo, relato dois estudos decaso realizados em uma Escola Especial Pública do

Governo do Estado do Rio de Janeiro e outra em

escola particular de Educação Infantil. A vantagem

da pesquisa exploratória se verifica pela

 possibilidade de explicitar melhor o problema,aprofundando as ideias sobre o objeto de estudo,

descrevendo o que a Lei de Diretrizes e Bases

(LDB) lei 9394/96, diz com relação a serviços de

apoio especializados, nas escolas regulares, para

 pessoas com necessidades educacionais especiais,com base no princípio fundamental da Declaração

de Salamanca, a inclusão.

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CAPÍTULO IBASES TEÓRICAS DA CRIANÇA

COM SÍNDROME DE DOWN

1.1  –  CONCEITUANDO A SÍNDROME

DE DOWN

A primeira descrição clínica da Síndrome deDown (SD) foi publicada em 1866, pelo médico

inglês John Langdon Down. A princípio a

Síndrome de Down foi chamada de mongolismo,

devido à aparência apresentada com as pessoas

nascidas na Mongólia. Hoje, este termo não é maisutilizado, pois passou a ser considerado pejorativo.

Ele identificou entre uma população de crianças

com retardo mental, algumas que se diferenciavam

das demais por vários aspectos físicos que veremos

a seguir, porém, não descobriu a causa básica paratal acontecimento.

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Segundo Werneck (1993), somente nadécada de 50, o cientista francês Jerome Leyeune,

estudando os cromossomos de pacientes com

Síndrome de Down, descobriu que estes possuíam

47 cromossomos e não 46, como o normal.

Posteriormente, foi descoberto que estecromossomo a mais pertencia ao par 21 que, em

vez de dois, passava a ter três cromossomos. Esta

alteração foi denominada trissomia simples ou

livre. É mais frequente e comum acontecer com

mulheres de idade avançada, devido aoenvelhecimento do óvulo.

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As outras alterações genéticas, que ocorremcom a SD, são o Mosaicismo e a Translocação. O

Mosaicismo é decorrente de uma proporção

variável de células trissômicas (47 cromossomos)

 presentes ao lado de células citogeneticamente

normais (46 cromossomos), consistindo numaderivação de um caso que seria por trissomia

simples ou por translocação. Somente em 2% das

crianças com SD ocorre este fenômeno.

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Já a trissomia por Translocação, acontecequando o autossomo 21 está fundido a outro

autossomo, ou seja, o cromossomo adicional está

sobreposto a um cromossomo de outro par. O

cromossomo 21 e o outro se juntam e sofrem uma

quebra na sua região central, onde os dois braçosmais longos se unem e os dois braços mais curtos

se perdem. Estes dois últimos tipos de alterações

são menos frequentes. Enfim, a SD é um erro

genético, podendo apresentar um cromossomo a

mais, estar quebrado ou agrupado a umcromossomo de outro par.

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1.2 - COMO DIAGNOSTICAR ASÍNDROME DE DOWN

Hoje já existem algumas técnicas para

diagnosticar a Síndrome de Down, durante a

gestação. Tais técnicas só devem ser realizadas se o

médico considerar essencial, pois estas técnicas podem colocar em perigo a vida da mãe e do bebê.

Para comprovar o diagnóstico deve ser solicitado

um exame genético denominado cariótipo, este

confirma a trissomia.

A Síndrome de Down pode serdiagnosticada antes de o bebê nascer, porém não

 pode ser evitada. Somente com um aborto é

 possível a interrupção do diagnóstico, o que não é

legal em nosso país. Por isso, é muito importante

que os pais estejam preparados para receberem oresultado do exame.

- Técnicas de diagnóstico pré-natal:

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Ultrassonografia  –   através da ultra pode-seconstatar algumas alterações características das

crianças com SD. Quando estes sinais são

visualizados na ultrassonografia, devem ser

solicitados outros exames para confirmação.

Amniocentese  –   atualmente, os riscos deaborto ou dano ao feto através desta técnica são

 bem pequenos. Pode ser realizada entre a 14ª e 16ª

semana de gravidez. É feita uma coleta do líquido

amniótico com uma agulha inserida na parede

abdominal até o útero. O resultado é dado de duas(02) a quatro (04) semanas, após uma análise

cromossômica com resultados bem rápidos.

Dosagem de alfafetoproteína materna  –  É a

triagem alfafetoproteína no sangue de mulheres

grávidas. Observou-se que o nível baixo dealfafetoproteína tem uma relação com desordens

cromossômicas, principalmente com ID.

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Depois de feitos todos os exames econstatada a síndrome, é de extrema importância

que o profissional esteja preparado para dar a

notícia. Esta informação dada de forma positiva é

fundamental para a aceitação da criança. É

importante que os pais saibam que o seudesenvolvimento será mais lento, porém não

impedirá que ande, fale, role, engatinhe, se arraste,

corra. Elas precisarão de todos os cuidados como

qualquer outra criança, sendo que será necessário

um estímulo maior, com necessidades detratamento especializado como: fonoaudióloga,

fisioterapia, psicoterapia e outros. Os pais precisam

saber que a estimulação precoce, o convívio social

e o carinho da família são primordiais para um

desenvolvimento positivo.

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1.3 - A ETIOLOGIA DA SÍNDROMEDE DOWN

 Não é exatamente esclarecida e causa da

síndrome, no entanto alguns fatores são

considerados de risco devido à grande incidência

em gestações, que vem apresentando alteraçõesgenéticas. Estas podem ser classificadas como

endógenos (originado no interior do organismo ou

 por fatores internos) ou exógenos (originado no

exterior do organismo ou por fatores externos).

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Existem evidências comprovadas entre aidade materna e o índice de crianças com SD, ou

seja, é a resposta mais viável para o problema em

questão. Isto ocorre devido ao óvulo, célula

reprodutora feminina, possuir a mesma idade da

mulher. Após a primeira menstruação, os óvulosinatos amadurecem e se desprendem mensalmente

do ovário para serem fecundados, eles vão

envelhecendo juntamente com a mulher, dando

oportunidade para que um erro genético aconteça.

Quanto mais velho o óvulo maior é a propensão dealterações.

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 Estudos recentes, com polimorfismos de DNA(seqüência de DNA produzidos por enzimas de restrição e que passam de uma geração para geração para outra) docromossomo, estabelecem queaproximadamente 95% dos casosde não- disjunção na meiose

materna, destes 75 a 80% sãoerros no processo de meiose. Assim, a não disjunção na meiosematerna é responsável por 67% a73% de todos os casos detrissomia dos 21 livres.(ANTONORAKIS, SHERMANapud SCHWARTZMAN, 1999, p.38)

1.4 - CARACTERÍSTICAS

PRINCIPAIS DA SÍNDROME DE DOWN

As características físicas são importantes

 para o médico fazer o diagnóstico clínico. Nem

sempre a criança com Síndrome de Down apresentatodas as características, algumas podem apresentar

somente umas poucas, e outras podem apresentar a

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maioria dos sinais da síndrome.

A síndrome é um conjunto de alterações

associadas e suas características são inatas e

incluem: atraso mental; fraqueza muscular; baixa

estatura, por possuir na maioria das vezes um

comprimento reduzido do fêmur e úmero; anomalia

cardíaca; bexiga pequena; prega palmar única;

língua (protusa e sulcada); pele na nuca em

excesso; ponte nasal achatada; boca pequena;

ligamentos soltos; orelhas ligeiramente menores;

 pequenas dobras da pele dos cantos internos dos

olhos; inclinação das fendas das pálpebras;

achatamento da parte de trás da cabeça;

encurvamento do quinto dígito; aumento da

distância entre o primeiro e o segundo dedo do pé;

dismorfismo da face e ombros; pescoço curto.

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Quanto às alterações fisiológicas,observamos uma grande sonolência, dificuldade de

despertar, peso abaixo do normal ao nascer,

dificuldade de realizar sucção e deglutição. Porém,

estas alterações vão diminuindo ao longo do tempo,

à medida que a criança vai crescendo.Segundo Schwartzman (1999), apesar da

crianças com Síndrome de Down terem

características físicas bem semelhantes, o mesmo

não se pode dizer quanto ao comportamento e seu

desenvolvimento. Nestes casos, não existe um padrão estabelecido, tudo depende não somente da

alteração cromossômica, mas das influências do

meio em que a criança vive. Assim como qualquer

indivíduo, elas apresentam grandes diferenças no

seu desenvolvimento, comportamento e personalidade.

O desenvolvimento não pode ser previsto,

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ele é individual. Normalmente têm-se observadocaracterísticas tais como: docilidade, amistosidade,

afetividade, teimosia, entre outras, porém estudos

não confirmam características comuns de

comportamento e personalidade nas crianças com

Síndrome de Down. Não há dúvidas que elas não possuem o

mesmo desenvolvimento motor, devido à hipotonia

muscular, conseqüentemente, esta questão vai

interferir na sua exploração ao meio em que vive e

na construção do seu conhecimento do mundo. Éessencial que haja uma estimulação apropriada,

 para que elas possam se adaptar e aprender a

explorar o mundo em que vivem, minimizando

assim os déficits existentes.

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Segundo Berger (apud VOIVODIC, 2004, p.44), as crianças com Síndrome de Down possuem

ações e reações mais lentas, até mesmo o contato

com o olhar, sendo este um dos meios mais

utilizados e importantes para as crianças entre 4 e 5

meses, visto que as crianças normais nesta mesmafaixa etária já estão interagindo com o mundo.

Os problemas cardiológicos também são

comuns em crianças com Síndrome de Down,

estando presentes em aproximadamente 50% das

crianças e jovens. O exame cardiológico deve serrealizado logo após o nascimento, para verificar o

grau de gravidade e se existe a necessidade de

cirurgia. O problema na tireóide também é bastante

 presente, desencadeando a obesidade.

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Os problemas visuais atingem cerca de 50%das crianças com a Síndrome. A correção do

 problema visual é de extrema importância para o

desenvolvimento global da mesma.

A instabilidade atlanto-axial atinge

aproximadamente 10 a 20% das crianças ou jovenscom Síndrome de Down. Esta alteração consiste em

um aumento do espaço intervertebral entre a

 primeira e segunda vértebra da coluna cervical. Ela

é causada por alterações anatômicas. A criança

deve ser avaliada quanto a esta característica, parase verificar a possibilidade da prática de exercícios

físicos.

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Segundo Flores (apud VOIVODIC, 2004, p.45), o déficit de atenção e da memória também

influencia muito no processo de desenvolvimento

cognitivo. As crianças com Síndrome de Down não

acumulam informações na memória auditiva,

 portanto ficam prejudicadas.Quanto ao déficit da atenção, existem

fatores neurológicos que produzem lesões na

criança com SD. Segundo Melero (apud

VOIVODIC, 2004, p.55), é necessário que haja

uma estimulação por parte da família e de todas as pessoas que lidam com crianças portadoras de SD.

Este processo de elaboração de conceitos

em relação a criança com SD, ou qualquer outra

síndrome, deve ser iniciado na vida das crianças o

quanto antes, pois elas não nascem com ele. É asociedade que contribui para internalizar esses

 preconceitos, portanto, para que haja mudança é

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 preciso que trabalhe-se estas questões e incluadevidamente as crianças portadoras de Síndrome de

Down.

Uma sociedade mais justa se possibilita pela

construção de liberdade, igualdade e fraternidade,

respeitando as diferenças individuais. O Estatuto daCriança e do Adolescente de 1990 e o Programa de

Ética e Cidadania (MEC, 2004) implementam

ações que levam à justiça social e a formação ética

e cidadã.

A sociedade, a família e as escolas, comoum todo, deverão contribuir para a construção de

uma nova sociedade, que condene as mais diversas

formas de exclusão social. Entendendo pessoas

com valor igual, com indivíduos e culturas

diferentes, a afirmação da igualdade para todos osseres humanos.

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A criança com SD não precisa somente decuidados médicos, para diagnosticar e tratar

 possíveis complicações orgânicas, mas,

 principalmente de educação. Ela é sadia e capaz

 para aprender muitas coisas. Quando tem

oportunidade de participar do espaço escolar, sedesenvolve e se integra na sociedade, conquistando

a cidadania.

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CAPÍTULO II

O PAPEL DA ESCOLA E AS

POLÍTICAS INCLUSIVAS DOS

PORTADORES DE NECESSIDADES

ESPECIAIS

2.1 As Políticas Públicas

O direito a Educação é proclamado na

Declaração Universal de Direitos Humanos (1990,

 p19-20) e reafirmado pela Declaração Mundial

sobre a Educação para Todos (DIREITOS

HUMANOS, 2003, p.3-6)

A sociedade e o Poder Público, hoje se

fazem mais presente. Se os instrumentos de

 persuasão com a escola não forem suficientes paramatricular a criança com necessidades especiais, os

 pais devem procurar outra que o acolha bem, mas

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não deve deixar de denunciar às autoridades, nocaso ao Conselho Tutelar e o Ministério Público

Estadual, esse fato, pois sabemos que uma criança

com necessidades especiais tem tanto direito ao

acesso à escola regular, como qualquer outra

criança.Segundo a Declaração de Salamanca

(UNESCO, 1994)

 As escolas devem ajustar-se atodas as crianças,independentemente das suascondições físicas, sociais,

lingüísticas ou outras. Nesteconceito devem incluir-secrianças com deficiência ou superdotadas, crianças da rua oucrianças que trabalham, criançasde populações imigradas ounômades, crianças de minoriaslingüísticas, étnicas ou culturaise crianças de áreas ou grupos

desfavorecidos ou marginais.(UNESCO, 1997 p. 19)

Em termos de esclarecimento, focalizam as

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leis em vigor, pois a opção pela escola inclusiva,oficialmente assumida na Declaração de Salamanca

(1994), está contida no documento oficial de

Confederação Mundial da Educação Especial. O

encaminhamento às escolas é a garantia de

matrícula de todas as crianças em escolas comuns,garantido um ensino de qualidade, através do

conhecimento.

Segundo a Lei de Diretrizes e bases (LDB)

 –  Lei 9394/96  –  art. 58  –  Entende-se por educação

especial, para os efeitos desta lei, a modalidade deeducação escolar oferecida preferencialmente na

rede regular de ensino, para educando portadores

de necessidades especiais.

§1 Haverá, quando necessário, serviços de

apoio especializado, na escola regular, para atender

ás peculiaridades da clientela da educação especial.

§2 O atendimento educacional será feito em

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classes, escolas ou serviços especializados, sempreque, em função das condições especificas dos

alunos, não for possível a sua integração nas

classes comuns de ensino regular.

§3 A oferta da educação especial, deer

constitucional do Estado, tem inicio na faixa etária

de zero a seis anos, durante a educação infantil.

Pela Constituição Federal de 1988, capítulo

II, seção I, art.205, temos: “a educação, direito de

todos e dever do estado e da Família, será

 promovida e incentivada com a colaboração da

sociedade”. E mais o artigo 208, inciso III re-

asseguram o atendimento educacional

especializado aos portadores de deficiência,

 preferencialmente, na rede regular de ensino.

A Lei Federal 7853, D.O.U. 25.10.1989,

dispõe sobre o apoio aos deficientes e sua inserção

social, definido o preconceito como crime. Nesse

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sentido, nenhuma escola ou creche pode recusar,sem justa causa, o acesso do portador de

necessidades especiais à instituição. A pena aos

infratores é de um a quatro anos de prisão, além de

multa.

O presidente da República José Sarneydecretou e sancionou a seguinte lei: (LEI Nº7853,

de 24 de outubro de 1989):

Art. 1º- Ficam estabelecidas normas gerais

que asseguram o pleno exercício dos direitos

individuais e sociais das pessoas portadoras dedeficiência, e sua efetiva integração social, nos

termos desta lei.

Art. 2º- Ao Poder Público e seus órgãos

cabe assegurar às pessoas portadores de deficiência

o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusivedos direitos à educação, a saúde, ao trabalho, ao

lazer, a Previdência social, ao amparo à infância e a

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maternidade, e de outros que, decorrentes daConstituição e das leis, propiciem seu bem-estar

 pessoal, social e econômico.

O Cap. IV Estatuto da Criança e do

Adolescente (1990)

Do direito à educação, à cultura, ao esporte

e ao lazer.

Art. 53. A criança e o adolescente têm

direito à educação, visando ao plenodesenvolvimento de sua pessoa, preparo para o

exercício da cidadania e qualificação para o

trabalho.

2.1.1 Na área da educação:a) A inclusão, no sistema educacional, da

Educação Especial como modalidade educativa queabranja a educação precoce, a pré-escolar, as de

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ensino fundamental e médio, a supletiva, ahabilitação e reabilitações profissionais, comcurrículos, etapas e exigências de diplomação própria;

 b) A inserção, no referido sistemaeducacional, das escolas especiais, privadas e públicas;

c) A oferta, obrigatória e gratuita, daEducação Especial em estabelecimentos públicos ede ensino;

d) O oferecimento obrigatório de programasde Educação Especial e nível pré-escolar, em

unidades hospitalares e congêneres nas quaisestejam internados portadores de deficiências;

e) O acesso de alunos portadores dedeficiência aos benefícios conferidos aos demaiseducando, inclusive material escolar, merendaescolar e bolsas de estudo;

f) A matrícula compulsória em cursosregulares de estabelecimentos públicos e particulares de pessoas portadoras de deficiênciascapazes de integrarem no sistema regular de ensino.

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2.1.2 A Declaração de Salamanca

Princípios Políticos e Práticas para as

 Necessidades Educativas Especiais

A presente Linha de Ação sobre

 Necessidades Educativas Especiais foi aprovada

 pela Conferência Mundial sobre Necessidades

Educativas Especiais, organizada pelo Governo da

Espanha, em colaboração com UNESCO, e

realizada em Salamanca, no período de 7 a 10

 junho de 1994.

Seu objetivo foi definir a política e inspirar

a ação dos governos, às organizações internacionais

e nacionais de ajuda, de organizações

internacionais e nacionais de ajuda, deorganizações não-governamentais e de outros

organismos na aplicação da Declaração de

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Salamanca, de princípios, política e prática para asnecessidades educativas especiais. A linha de Ação

inspira-se na experiência nacional dos países

 participantes o sistema das Nações Unidas e de

outras organizações intergovernamentais,

especialmente, as Normas Uniformes sobre aIgualdade de Oportunidades para Pessoas com

Deficiência. Consideradas também foram as

 propostas, diretrizes e recomendações formuladas

 pelos cinco seminários regionais preparatórios

desta Conferência Mundial.

O direito de toda criança à educação foi

 proclamado na Declaração de Direitos Humanos e

ratificado na Declaração Mundial sobre Educação

 para Todos. Toda pessoa com deficiência tem o

direito de manifestar seus desejos, quanto à sua

educação. Os pais têm o direito inerente de serem

consultados sobre a forma de educação que melhor

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se ajuste às necessidades, circunstâncias easpirações de seus filhos.

O princípio fundamental desta Linha de

Ação é de que as escolas devem acolher todas as

crianças, independentemente, de suas condições

físicas, intelectuais, sociais, emocionais,

lingüísticas ou outras. Devem acolher crianças com

deficiência e crianças bem dotadas; crianças que

vivem nas ruas e que trabalham; crianças de

 populações distantes ou nômades; crianças de

minorias lingüísticas, étnicas ou culturais e crianças

de outros grupos ou zonas desfavorecidos ou

marginalizados. Todas essas condições levantam

uma série de desafios para os sistemas escolares.

 No contexto desta Linha de Ação, a

expressão “necessidades educativas especiais”

refere-se a todas as crianças e jovens, cujas

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necessidades decorrem de sua capacidade ou desuas dificuldades de aprendizagem e têm, portanto,

necessidades educativas especiais em algum

momento de sua escolarização.

Segundo Gadotti (2003), as escolas têm que

encontrar a maneira de educar com êxito todas as

crianças, inclusive as com deficiências graves. É

cada vez maior o consenso de que crianças e

 jovens, com necessidades educativas especiais,

sejam incluídos nos planos de educação, elaborados

 para a maioria de meninos e meninas. Essa ideia

levou ao conceito de escola integradora, ou seja: o

de desenvolver uma pedagogia centralizada na

criança, capaz de educar com sucesso todos os

meninos e meninas, inclusive os que sofrem de

deficiências graves. O mérito dessas escolas não

está só na capacidade de dispensar educação de

qualidade a todas as crianças; com sua criação, dá-

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se um passo muito importante para tentar mudaratitudes de discriminação, criar comunidades que

acolham a todos e sociedades integradoras.

As necessidades educativas especiais

incorporam os princípios já provados de uma

 pedagogia equilibrada que beneficia todas as

crianças. Parte do princípio de que todas as

diferenças humanas são normais e de que a

aprendizagem deve, portanto, ajustar-se às

necessidades de cada criança, em vez de cada

criança se adaptar aos supostos princípios, quanto

ao ritmo e à natureza do processo educativo.

Uma pedagogia centralizada na criança é

 positiva para todos os alunos e, consequentemente,

 para toda a sociedade. A experiência tem

demonstrado que é possível reduzir o número de

fracassos escolares e de repetições, algo muito

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comum em muitos sistemas educativos, e garantirum maior índice de êxito escolar. E Aquino (2003)

reafirma que: uma pedagogia centralizada na

criança pode contribuir para evitar o desperdício de

recursos e a frustração de esperanças,

consequências frequentes da má qualidade doensino e da mentalidade de que “o que é bom para

um é bom para todos”. 

As escolas que se centralizam na criança

são, além disso, a base para a construção de uma

sociedade centrada nas pessoas, que respeite tanto a

dignidade como as diferenças de todos os seres

humanos. Existe a imperiosa necessidade de

mudança da perspectiva social. Durante muito

tempo, os problemas das pessoas com deficiência

foram agravados por uma sociedade mutiladora,

que se fixava mais em sua incapacidade do que em

seu potencial.

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g) Recursos necessários;

B- Diretrizes de ação nos planos regional e

internacional:

- Constituição para as crianças diz:

 Na Educação:

- Todos têm direito de estudar. A educação

é um dever do Estado e da família;

- Todos têm liberdade para aprender,

ensinar e pesquisar;

- O ensino público é gratuito, ou seja, a

escola pública é de graça.

2.2 - O Papel da Escola

O processo de educação se dá respeitando a

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diversidade cultural. Resgatar a história e usar a própria cultura, como fonte de conhecimento,

reconhecendo a cultura de cada comunidade, se faz

através da formação da cidadania. Dallari diz que:

“Cada pessoa humana tem sua individualidade, sua

 personalidade, seu modo próprio de ver e de sentiras coisas. Assim, também os grupos sociais têm sua

cultura própria, que é resultado das condições

naturais e socais.” (DALLARI, 1998, p.7-8)

Cabe hoje à escola respeitar as

singularidades de cada grupo e, ao mesmo tempo,relacioná-las com o conhecimento mais amplo

 previsto na Declaração Universal dos Direitos

Humanos de 1948, na Constituição Federal de

1988, na Lei de Diretrizes e Bases  –   lei 9.344 de

1996 que ressalta a publicação dos PCNs, com ainclusão dos temas transversais, em 1997, nas Leis

de Diretrizes Curriculares Nacionais (BRASIL,

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1998).CAPÍTULO III

VISÃO PSICOSSOCIAL DA SÍNDROME DE

DOWN

A estimulação ambiental e a aprendizagemsão os dois componentes favoráveis para o

desenvolvimento da integração. A criança para

desenvolver-se adequadamente, precisa receber

estimulações sensorial, tátil, sinestésica, auditiva e

visual. A aprendizagem é um resultado daestimulação ambiental sobre o organismo maduro,

que se expressa sob a forma de uma mudança

 particular no desempenho.

Cada criança é o resultado da história de seu

desenvolvimento anterior, sobre ele influenciaramas condições de maturação e os efeitos do

ambiente, determinando aprendizagens diversas

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que integram seu repertório comportamental.Assim sendo, com base na Psicologia e na

Epistemologia Genética do psicólogo Jean Piaget,

começam a ser feitas novas leituras no campo das

inteligências infantil, evidenciando-se em uma

nova maneira de compreender o desenvolvimentodos portadores de deficiências mentais e ou físicas

e portando a teoria dele, consiste na idéia do

desenvolvimento de um sujeito psicológico,

individualizado, que constrói conhecimento tendo

 por base um outro conhecimento que vai sendo, pouco a pouco, sintetizado e integrado, de modo a

formar esquemas sucessivos de novos

conhecimentos que revelam, através do tempo, sua

autonomia intelectual.

Segundo, Howard Gardner (1985) a Teoriadas Inteligências Múltiplas é uma alternativa para o

conceito de inteligência como capacidade inata,

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geral e única, que permite aos indivíduos uma performance, maior ou menor, em qualquer área de

atuação. Através da avaliação das atuações de

diferentes profissionais em diversas culturas, e do

repertório de habilidades dos seres humanos na

 busca de soluções, culturalmente apropriadas, paraos seus problemas, Howard Gardner(1985)

trabalhou no sentido inverso ao desenvolvimento,

retroagindo para eventualmente chegar às

inteligências que deram origem a tais realizações

ele identificou as inteligências lingüísticas, lógico-matemática, espacial, musical, sinestésica,

interpessoal e intrapessoal. Postula que essas

competências intelectuais são relativamente

independentes, têm sua origem e limites genéticos

 próprios e substratos neuroanatômicos específicos edispõem de processos cognitivos próprios. Segundo

ele, os seres humanos dispõem de graus variados de

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cada uma das inteligências e maneiras diferentescom que elas se combinam e organizam e se

utilizam dessas capacidades intelectuais para

resolver problemas e criar produtos, porém ressalta

que, embora estas inteligências sejam, até certo

 ponto, independentes umas das outras, elasraramente funcionam isoladamente. Na sua teoria,

 propõe que todos os indivíduos, em princípio, têm a

habilidade de questionar e procurar respostas

usando todas as inteligências. Todos os indivíduos

 possuem como parte de sua bagagem genética,certas habilidades básicas em todas as inteligências.

A linha de desenvolvimento de cada inteligência,

no entanto, será determinada tanto por fatores

genéticos e neurológicos quanto por condições

ambientais.As implicações da teoria de Howard

Gardner para a educação são claras quando se

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analisa a importância dada às diversas formas de pensamento, aos estágios de desenvolvimento das

várias inteligências e à relação existente entre estes

estágios, a aquisição de conhecimento e a cultura. E

no que se refere à educação centrada na criança, ele

levanta dois pontos importantes que sugerem anecessidade de individualização. O primeiro diz

respeito ao fato que se os indivíduos têm perfis

cognitivos tão diferentes uns dos outros, as escolas

deveriam, ao invés de oferecer uma educação

 padronizada, tentar garantir que cada um receba aeducação que favoreça o seu potencial individual,

seja qual for suas diferenças. E o segundo ponto

relevante é que no passado o indivíduo podia tomar

 posse de todo saber universal, hoje em dia, essa

tarefa é totalmente impossível, sendo bastantedifícil o domínio de um só campo do saber.

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3.1 - RÓTULOS, PRECONCEITO EDISCRIMINAÇÃO

Um fato que merece destaque é a imagem

que a sociedade faz das pessoas com SD, que gera

rótulos, levando-as a serem estigmatizadas, isto

ocorre desde a Antiguidade:

 Na cultura grega, especialmentena espartana, os indivíduos comdeficiências não eram tolerados. A filosofia grega justificava taisacometidos contra os deficientes postulando que estas criaturas

não eram humanas, mas um tipode momento pertencente a outrasespécies (...). Na idade Média, os portadores de deficiências foramconsiderados como produto daunião entre uma mulher e odemônio (SCHWARTZMAN,1999, p.3-4).

Por muitos anos, a criança com Síndrome deDown foi considerada incapaz para tudo: para

aprender, para se socializar, para trabalhar. Era

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considerada uma ameaça à sociedade, era tratada deforma diferenciada e preconceituosa pela

 população em geral.

Mas com avanço dos estudos sobre a

questão e da luta dos pais, profissionais e dos

 próprios deficientes, hoje, esta visão vem ganhandouma nova forma:

Os portadores da Síndrome,embora apresentem dificuldades, podem ter uma vida normal erealizar atividades diárias da

mesma forma que qualquer outra pessoa. (...) enfatizamos, queestes, através de estimulaçõesadequadas podem se desenvolver perfeitamente bem.(SCHWARTZMAN, 1999, P.3-4).

O total desconhecimento de muitos, faz com

que crianças com Síndrome de Down, pais efamiliares, ainda sofram com o preconceito e a

discriminação. Ainda existem famílias que deixam

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de viver uma vida social normal, evitando saídas e passeios. Por isso, divulgar informações sobre esta

nova visão, cumprir a legislação da criança com

Síndrome de Down na sociedade é extremamente

essencial para o seu desenvolvimento.

As pessoas criam imagens, em relação àscrianças com SD, pelo fato de serem diferentes em

sua “aparência”, por fugirem dos padrões normais.

Por ser imediatamente percebida, causa em muitos

casos atitudes discriminatórias. A imagem da

criança com Síndrome de Down passa para as pessoas desinformadas, as noções de incapacidade

e descrédito. Devido a sua aparência, em muitos

casos, é incluída em classe especial ou

encaminhada para Escola Especial, até mesmo

quando está possibilitada de ser integrada em classeregular.

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83% dos educadores consideramo portador de deficiência mentalincapaz. Ele é incapaz para tudo: para aprender, para serelacionar, até para amar. Essacrença na sua incapacidade é,também, herança do modelomédico que enfatiza o que elenão é capaz de realizar e

aprender. Por isso, muitoseducadores acreditam que oconteúdo curricular a lhe seroferecido, se restringe àatividade de vida diária e de vidaindependente, visando suaadaptação social. (SILVA, 2000. p.79)

A estigmatização social da criança com

Síndrome de Down faz com que ela se sinta

exilada, rejeitada, à parte. Portanto, é essencial o

envolvimento dos pais, da família em geral, e dos

 profissionais das áreas educacional, médica e da

sociedade, para modificar esta realidade

O que muitos não sabem é que o

 preconceito, o estigma, a negligência, a

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incompreensão, a rejeição e a exclusão são oselementos que as tornam mais diferentes do que a

 própria trissomia 21, em si. Tudo que precisam é

que lhe deem muito amor, carinho e estímulo, para

 poderem mostrar suas capacidades e competências.

3.2- O PAPEL DA FAMÍLIA NA

ESTIMULAÇÃO

Estimulação precoce é um conjunto dinâmico

de atividades e recursos humanos e ambientais

incentivadores, que são destinados a proporcionar acriança, nos seus primeiros anos de vida,

experiências significativas para alcançar pleno

desenvolvimento no seu processo evolutivo

(BRASIL, SEESP, 1995, p.21).

A estimulação, em geral, ocorreindividualmente, de acordo com a necessidade de

cada criança, e deve ser iniciada logo após o seu

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nascimento. Os estímulos sensoriais, como a voz, otoque e a cor têm que ser mais intensos, para ter o

impacto apropriado no bebê com SD.

Esta intervenção precoce é fundamental para

um melhor desenvolvimento sensório motor e

social do bebê. Os estímulos devem ser apropriadose com estratégias específicas. Devem ser utilizadas

técnicas para aumentar o interesse, a atenção e a

habilidade do bebê.

É necessário que haja utilização da

aprendizagem mediada, selecionando os estímulos, para que as habilidades motoras e de manipulação

como: pegar, puxar, empurrar, juntamente com

situações práticas, possam contribuir para a

qualidade da aprendizagem motora e aceleração

dos estágios.Contudo, salienta-se para o preparo da

família no estímulo precoce dos bebês com

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Síndrome de Down. A família deverá estar interada para que o bebê com Síndrome de Down vivencie,

desde cedo, estímulos que sejam agradáveis, que

lhes proporcionem o prazer essencial para o

desenvolvimento das suas habilidades futuras.

A família deve estar continuamenteestimulando as crianças com a Síndrome de Down,

segundo apostila da Sociedade Pestalozzi do Brasil

(s/d), algumas atividades poderão ser desenvolvidas

 pela família, à medida que a criança se desenvolve

naturalmente.Sugestões de atividades essenciais nos

 primeiros anos de vida, que poderão ser

trabalhados, de forma contínua, desde o

nascimento, acrescentando novos exercícios de

acordo com o crescimento da criança:  Deixar objetos caírem ao chão e, observar se

a criança reage aos ruídos produzidos pelosmesmos.

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61  Movimentar as mãos e os dedos do bebê,

abrindo e fechando.

  Movimentar os pés para os lados, para traz e para frente.

  Mudar o bebê de posição e estimular a seguiros brinquedos com o olhar.

 

Conversar com ele.  Usar objetos sonoros.

  Acariciar o corpo do bebê com esponjas dediferentes texturas.

  Colocar objetos na mão da criança, caso nãoconsiga seguir, ajudá-la pressionando sobreas suas mãos.

  Conversar com a criança observando se elaolha para quem fala e se responde através do balbucio.

  Colocar a criança em prumo e se a criançanão conseguir erguer a cabeça, ajudá-la como apoio da mão sob a cabeça.

  Movimentar uma lanterna ou outro foco de

luz próximo à criança, levando-a a reagir aoestimulo luminoso, acompanhando-o.

  Sentar a criança no colo, frente a frente,

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aparando com as mãos as costas e a cabeça.  Colocar um chocalho na mão da criança e

 balançar sua mãozinha para um lado e para ooutro.

  Colocar a criança em prumo, sobre osantebraços, ajudá-la a ficar nesta posição poralguns minutos, caso não consiga sozinha.

  Colocar uma fralda sobre o rosto da criança,caso ela não consiga tirar, ajudá-la levando asua mão para retirá-la.

  Levar a criança para tomar banho de sol e tercontato com a natureza.

  Mostrar a mamadeira, conversando com ela,

estimulando-a a reconhecê-la.  Pegar duas argolas e colocar uma em cada

mão da criança e tentar aproximar uma daoutra.

  Segurar as mãos da criança, aproximandouma da outra estimulando a bater palmas.

 

Sentar a criança e brincar com ela ou colocar brinquedos diversos a sua frente. Caso nãoconsiga permanecer sentada, apoiá-la comalmofadas.

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63  Iniciar a atividade com duração de dois ou

três minutos e ir aumentando o tempo àmedida que for vencendo a dificuldade, atéque consiga permanecer sentada, no máximo15 minutos.

  Conversar com a criança em frente aoespelho e sorrir para ela, incentivando-a a

fazer o mesmo.  Sentar a criança frente à mesa e ajudá-la a

manusear dados, sinos, bolas, argolas, etc.

  Ajudar a criança a rolar o corpo.

  Dar água à criança no copo, ajudando-asegurar o copo.

  Chamar a criança pelo nome  Estimulá-la ouvindo diversos tipos de sons.

  Estimular a engatinhar, a se posicionar em pésegurando em objetos.

  Deixar a criança manusear livros, revistas,conversando com elas sobre o que está sendo

visto.Todos estes estímulos fazem com que a

criança com Síndrome de Down, passe por vários

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estágios e que os mesmos devem ser analisados.Segundo, ZAUSMER apud   PUESCHEL, (1993,

 p.119) os estágios que envolvem fatores que

fortaleçam as experiências sensório-motoras e de

outras aprendizagens no intuito de ajudar a criança

a atingir níveis mais elevados de desempenho ecompetência.

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CAPÍTULO IV

O PAPEL DO PROFESSOR NAS

SÉRIES INICIAIS

Para que a iniciação da criança com SD à

escola seja satisfatória, é importante que os

 professores estejam bem informados e engajados

com a prática pedagógica e não excluírem a criança

da sala de aula. É importante que o professor seja

 paciente, atencioso e tenha tempo, e

consequentemente, a informação precisa de como

lidar com criança portadora de Síndrome de Down.

Segundo Carvalho (1993), é preciso

entender que:

O espaço escolar deve ser vistocomo um lugar de todos e paratodos, o professor deve buscarinformações sobre a propostainclusiva e somar às suas

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capacidades e experiências. Essabusca não deve se tornar solitária, a escola deve seenvolver como um todo,ressaltando que o professor e aequipe técnico pedagógica daescola deve ajudar a buscarmeios de compreender a formacom que cada aluno

aprende.(1993)

Os primeiros anos no ingresso da educação

infantil são de grande oportunidade de integrar a

criança com SD à comunidade. Elas passam a

conviver com pessoas fora do laço familiar,

aumentando, através do cotidiano escolar, a sua

 participação social.

A educação infantil oferece uma infinidade

de benefícios na vida da criança, seja ela com SD

ou não. Porém, no desenvolvimento da criança com

SD, estes anos são primordiais para que através de brincadeira, ela possa desenvolver habilidades, que

dificilmente conseguiria ficando em casa sem o

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contato com outras crianças.É nesta fase que a criança precisa de toda

assistência para imposição de limites, de aprender a

compartilhar, como também a colaborar.

É essencial que o professor dê continuidade

a este trabalho na escola e que a comunicação sejaclara e livre entre ambas as partes, possibilitando

maior chance de desenvolvimento pleno da criança

com SD.

Uma boa professora de educação infantil

saberá como utilizar métodos adequados, para queeste desenvolvimento ocorra, utilizando

 brincadeiras e atividades variadas, com o objetivo

que a criança aprenda a se socializar e adquirir

conceitos importantes para o seu desenvolvimento.

Esta fase proporcionará uma maior chance dacriança progredir chegando ao seu potencial

máximo.

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Os primeiros anos irão colaborar naindependência da criança em atividades de higiene,

vestuário e alimentação, ensinando-lhe a ter

responsabilidade em cuidar de suas coisas e ser

mais autônoma, tornando-se mais independente,

 principalmente se a fase da educação infantil tiverum programa de boa qualidade.

As crianças que vivenciarem estes anos na

educação infantil, quando iniciarem o ensino

fundamental, não terão tantas dificuldades e, com

certeza, a influência do ambiente externo e internode sala de aula, contribuirá culturalmente e

socialmente para seu desenvolvimento.

Os professores terão uma responsabilidade

muito grande em ajudá-las nestes primeiros

contatos com a escola e estas crianças serão, desdecedo, encorajadas a explorar o mundo e sentirão

menos dificuldades no ingresso na escola. E a sua

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adaptação dependerá não só do professorcomprometido, como também das experiências já

vividas e estimuladas, desde nascimento.

O professor em sala de aula não terá

dificuldade em conviver com crianças com SD que

vivem em ambientes superprotegidos, contudo comimposição de limites em suas atitudes objetivando

o respeito, não devem ter muita dificuldade em

conviver no cotidiano de sala de aula e com seu

grupo escolar.

4.1 - O Preparo do Professor para

atender a Criança com Síndrome de

Down

Segundo Pueschel (1993, p.181) “emborahaja necessidades dos conteúdos acadêmicos

 básicos para crianças com Síndrome de Down, um

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 bom programa educacional deve prepará-las,também, para todas as áreas da vida”. Oferecendo-

lhe uma aprendizagem prazerosa, trabalhando o

auto respeito e desenvolvendo sua identidade

 pessoas, o professor estará contribuindo para a

realização pessoal das crianças com Síndrome deDown. Assim, ela irá ter maiores chances de um

crescimento dentro do contexto educacional.

 É muito importante que criançascom Síndrome de Down, sejamcolocadas em uma situação emque consigam um desempenhoescolar. Cada criança tem seu próprio potencial, que deve serexplorado, avaliado e depoisdesafiado. As crianças se sentembem com o bom desempenhoescolar. É um fator que asencoraja, aumenta sua auto-estima e estimula novastentativas (PUESCHEL, 1993, p.181).

O professor, preocupado com o

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desenvolvimento da criança com Síndrome deDown, tem como objetivo maior prepará-las para

uma vida adulta com qualidade. Para isso, devem

existir prioridades como: métodos, técnicas

adequadas, recursos e , quando necessário, pessoas

 profissionalmente especializadas. Quando pensamos nesta questão, não podemos deixar de

 pensar na importância do preparo do professor em

relação aos conhecimentos sobre a criança com SD.

A especialização é fundamental para um melhor

desenvolvimento do trabalho em sala de aula. O professor tem que estar preparado para analisar as

 potencialidades de cada aluno, e o que realmente

necessita ser trabalhado, para que todo conteúdo

aplicado tenha uma verdadeira função na vida da

criança.Segundo Fredericks (apud PUESCHEL,

1993, P.183), a maior preocupação dos pais é com

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a fase da vida adulta. Esperam que nesta fase elassejam capazes de interagir com todas as pessoas,

que possam ter amigos, que possam trabalhar e

conviver em todos os lugares, sendo bem vindas

 por todos, participando de eventos e atividades,

enfim, que vivam felizes, façam suas escolhas paraviver, sentindo-se confiantes e à vontade.

E para que este processo ocorra é

fundamental a inclusão é que estudem em escolas

regulares, onde possuem maior oportunidade de se

desenvolver. Porém, há casos que necessitam deserviços de apoio especializado para atender às

 peculiaridades das pessoas com necessidades

educacionais especiais, e até mesmo de uma escola

especial.

 As escolas devem acolher todasas crianças independentementede suas condições físicas,intelectuais, sociais emocionais,

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linguísticas ou outras. Devemacolher crianças que vivem nasruas e trabalham; crianças populares nômades, crianças deminorias linguísticas, éticas ouculturais e crianças de outros grupos zonas desfavorecidas emarginalizadas (UNESCO, 1997, p.19).

A escola comum do ensino regular precisa

e deve estar qualificada para receber os alunos com

necessidades especiais promovendo a inclusão. As

escolas devem estar preparadas para lidar com as

dificuldades e as diferenças, providenciar apoio

extra, caso necessário, beneficiando a inclusão.

Devem ser oferecidas diversas

oportunidades de inclusão, para as pessoas com

necessidades especiais (Frederiks apud

PUESCHEL, 1993, p.186)

1. Atividades na comunidade  Compras  Teatro  Eventos esportivos

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74  Espaços recreativos  Restaurantes  Transporte

2. Atividades na escola  Sala de aula  Recreio  Almoço

3. Atividades extracurriculares  Vocacional  Empregos em empresas variadas

4.2 - Prioridades do Currículo

O currículo da criança com SD deve

 priorizar a comunicação, o desenvolvimento das

habilidades sociais e os conteúdos programáticos

 para capacitá-las nesta inclusão. O Currículo deve

 basear-se nos parâmetros Curriculares Nacionais e

quando necessário passar pelas devidas adaptações

curriculares, criando e implementando adaptações

curriculares para a criança individual e por final

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com a participação da família, dos profissionaisenvolvidos, juntamente com a equipe educacional

na elaboração do currículo.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionaisas adaptações curriculares devem-se:

  Criar condições físicas, ambientes e materiais

 para o aluno na sua unidade escolar deatendimento;

  Propiciar os melhores níveis de comunicaçãoe integração com as pessoas com as quaisconvive na comunidade escolar;

  Favorecer a participação nas atividadesescolares;

  Propiciar o mobiliário específico necessário;  Fornecer ou atuar para aquisição dos

equipamentos e recursos materiaisespecíficos;

  Adaptar materiais de uso comum em sala deaula;

  Adotar sistemas de comunicação alternativos

 para os alunos impedidos de comunicaçãooral (BRASIL, MEC/SEF/SEE SP, 1998, p.44).

Prioridades curriculares que devem ser

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enfatizadas:Ensino Fundamental

  Comunicação / socialização

  Habilidade de autoajuda

  Habilidades motoras / recreação

 

Conteúdo acadêmico/ conteúdofuncional

Hoje existem alguns alunos com Síndrome

de Down que estão alcançando o Ensino Médio.

Além do currículo regular deverão, também, dar

continuidade as seguintes questões:  Comunicação/ Socialização

  Habilidade de vida prática

  Recreação/ Lazer

  Conteúdo Funcional / Vocacional

Estas prioridades visam às necessidadesespeciais que as crianças com SD apresentam. E

ensino ambiental natural não é suficiente para que

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ela possa adquirir a habilidade necessária no temporeal. Deve-se, como educador, promover a

independência da criança ou do adulto com SD.

Para isso, pode-se usar a dramatização realizando

atividades reais, de maneira que elas possam

treinar, em como lidar com a realidade dos fatos,sendo fundamental vivenciar mesmo que

dramatizando atitudes reais diárias na vida deles.

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O programa vocacional é importante queseja observado no decorrer do aluno com SD,

aprimorar suas vocações e investir nelas, esta

experiência proporcionará a aquisição de bons

hábitos de trabalho e interações interpessoais, que

ajudarão na conquista de um emprego futuramente.Este treinamento facilitará muito para que eles

trabalhem com responsabilidade e grandes chances

de realização e sucesso.

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CAPÍTULO V

RELATO DE CASO

O art. 58 da Lei de Diretrizes e Bases da

Educação nº. 9394/96, prevê, dependendo do caso,

a possibilidade de encaminhamento para a classeespecial ou escola regular. Resolvemos realizar o

estudo para melhor conhecer a realidade de uma

escola especial e de uma escola particular de

educação infantil. Explicitarei um pouco sobre as

duas realidades.O primeiro estudo realizou-se em uma

Escola Pública do Governo do Estado do R.J. E lá

 pude conviver, compartilhar ideias com alunos e

 professores, vivenciar experiências bem diferentes

da nossa vida acadêmica e profissional.A metodologia de trabalho da escola é

 baseada em projetos específicos. No período de

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realização do estudo, no 1º semestre de 2008, otema do projeto pedagógico era “O mundo da

Comunicação”, observei que as aulas são

trabalhadas em perspectivas construtivas.

Os alunos são agrupados por Ciclos de

Formação do Desenvolvimento Humano.O Ciclo I  –   Educação Infantil  –   trabalha

com crianças de 6 anos, visando o desenvolvimento

global e dando início ao processo de alfabetização,

 baseado em Matriz Curricular, com base nos

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNS) eatividades integradoras.

O Ciclo II  –  Educação Infanto-Juvenil –  é

voltado para a educação, de 13 anos aos 18 anos.

São trabalhados conteúdos que levam à aquisição

de competências e habilidades específicas, deacordo com a Matriz Curricular, com base nos

PCNS e continuidade ao processo de alfabetização

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e atividades integradoras.O Ciclo III  –   Educação de Jovens e

Adultos  –   é para alunos acima de 18 anos, eles

 participam de alguns “projetos específicos”:

Educação pelo Trabalho; Educação Continuada;

Educação para a Autonomia e independência, alémde atividades integradoras. Esses projetos visam

dar continuidade à escolaridade, porém enfatizando

a independência, a autonomia na vida diária,

 preparando-se para o mundo do trabalho.

Desenvolvem atividades laborativas , na unidadeescolar e em outras unidade da rede.

Além das atividades em sala, os alunos

 participam de atividades complementares como

aula de capoeira, educação física, informática, sala

de leitura, culinária. Participam, também, deatividades integradoras em unidades escolares

dentro do campus, onde se localiza a escola. Entre

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elas, o Projeto Arte Vida, onde uma vez porsemana, desenvolvem atividades artísticas. Neste

espaço a aula é realizada com crianças da escola de

ensino regular, turmas do ensino fundamental,

visando, principalmente, a integração. Observei

nestes encontros, maior empenho por parte dos professores da escola especial em dinamizar as

atividades, de forma que houvesse uma maior

integração entre as crianças. Pude também observar

o despreparo dos professores do ensino

fundamental em relação a como lidar com asdiferenças. Para facilitar a integração, um ônibus

interno leva e traz os alunos da escola especial e da

escola regular para o prédio do Arte Vida.

A casa do integral é um “Projeto” que

 busca dar atendimento específico às famílias quenecessitam de horário integral no atendimento para

seus filhos. As crianças que participam da casa do

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integral ficam parte do dia fazendo váriasatividades artesanais ou aprendendo atividades de

vida diária, ou seja, atividades normais no dia-a-dia

das pessoas, como: lavar uma louça, passar roupa,

arrumar a cama, assistir televisão, etc. O espaço

reproduz uma casa e existe uma grande integração,tornando o ambiente agradável. Na outra parte do

dia, logo após o almoço, as crianças vão para a sala

de aula.

O relacionamento entre pais, alunos e

 professores, nesta escola especial, é o maisfavorável possível. Este é o maior motivo para a

realização de um trabalho de sucesso. Os pais

 possuem uma sala, que tem por objetivo promover

este agradável relacionamento existente e propiciar

a troca de experiências entre escola e família.Um dos objetivos principais  da família e

da escola é o de alfabetizar as crianças portadoras

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de SD e integrá-las nas escolas regulares e nomercado de trabalho.

Para oferecer esta qualidade dos serviços

 propiciados por esta Escola Especial, existe uma

equipe de profissionais responsáveis pelo bom

andamento do trabalho escolar.Entre eles destaco:

- Diretora

- Professores

- Orientador Educacional

- Serviço Social- Supervisor Educacional

- Coordenador de Turno e Educador Social

- Gerente de qualidade

As informações sobre todos os serviços

 prestados pela escola estão disponibilizadasdetalhadamente no Projeto Político Pedagógico. As

alterações realizadas no PPP são informadas aos

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 pais, através de reuniões, com registros em atas. Oscasos extraordinários recebem atendimento

diferenciado, preferencialmente, através de

atendimento pré-agendado com a Coordenação

 pedagógica, (Orientador e Supervisor educacional)

e, dependendo do caso, com a Diretora.O 2º estudo foi realizado em uma

instituição de ensino particular de educação

infantil, localizada em Vila Isabel, no Rio de

Janeiro, que atende a crianças de 0 a 6 anos. Este

relato foi explicitado pela Pedagoga da Creche,onde recebeu em sua instituição uma criança com

Síndrome de Down. Ela relata o caso dizendo:

“Tudo começou quando recebi na

instituição em que trabalho, uma criança de 4 anos

de idade, com SD.E aí? Como trabalhar e desenvolver os

conteúdos para esta criança? Refleti, comecei a

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desenvolver um estudo sobre inclusão escolar e pensei: - Que bicho  é este?

Vieram-me vários questionamentos e

observei que me faltava um estudo melhor sobre tal

assunto para facilitar o entendimento, não só

teórico, como também experiência na prática, até porque sou a Pedagoga da instituição, onde oriento

e capacito funcionários para um bom desempenho

em suas funções.” 

Com esta experiência pude conviver,

respeitar, compartilhar ideias com os alunos e comtoda a equipe de profissionais que lá trabalham,

vivenciando experiências bem diferentes e

enriquecedoras.

A Metodologia do trabalho da Creche é

 baseada em projetos específicos. No período derealização do estudo, no ano de 2008. O tema do

Projeto era “Ética da Sobrevivência em defesa dos

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valores humanos”. Esse projeto tinha como objetivo

internalizar o sentido da ética, vinculada a uma

didática dos valores, enfatizando a consciência

ética, formada tanto por sentimentos, quanto pela

razão, difundindo a aceitação das diferenças nosgrupos sociais, possibilitando ações solidárias, isto

é, o valor da solidariedade, ampliando o olhar da

criança para si e para o outro, enraizando hábitos de

tolerância, diante do diferente ou divergente e

compartilhar e desenvolver a educação para ética evalores humanos.

Os alunos são agrupados por Ciclos de

Formação do Desenvolvimento Humano. O Ciclo I

 –  Educação Infantil  –  trabalha com crianças de 3 a

6 anos, visando o desenvolvimento global de todasas crianças, oferecendo uma educação que

humanize, procurando respeitar a diversidade,

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oferecendo diversas formas de acesso às diferentesculturas e organizações presentes na sociedade. No

espaço escolar são desenvolvidas atividades

 pedagógicas, baseadas em Matriz Curricular, com

 base nos Parâmetros Curriculares Nacionais,

(PCNS) e atividades integradoras.Além das atividades em salas de aula, os

alunos participam de atividades complementares

como aula de capoeira, recreação dirigida,

informática, inglês, música e oficinas especificam

de arte e biblioteca. A pedagoga da Instituição, juntamente com psicóloga, a nutricionista e a

fonoaudióloga capacitam os educadores e

funcionários da instituição para lidar melhor com

as diferenças, valorizando e respeitando cada

criança.O relacionamento entre pais, alunos,

educadores e equipe técnicas, é o mais favorável

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 possível, sendo o maior motivo para a realização deum trabalho de sucesso. Os responsáveis

 participam de encontros mensais, com especialistas

adequados a sua necessidade e esclarecimentos

 pedagógicos e comportamentais referentes a seus

filhos.Para oferecer esta qualidade dos serviços

 propiciados pela Creche, existe uma equipe

integrada e afetuosa. Entre eles:

  Diretora: Lidera na escola um projeto deGestão Participativa, onde todos têm voz.

 

Educadoras: Buscam atender às necessidadesespecificas da criança, através da linguagemdo afeto. Encontram-se sempre a disposiçãodos responsáveis para quaisqueresclarecimentos sobre seus filhos, além derealizar reuniões sistemáticas sobre odesenvolvimento dos mesmos.

 

Psicopedagoga: Orienta alunos e famíliassanando eventuais problemas relacionados aodesenvolvimento afetivo, social e cognitivodo aluno. Orienta funcionários, fortalecendoas relações interpessoais e profissionais.

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Psicóloga: Objetiva atender aos responsáveis,integrando família e escola. Atende àdemanda de alunos e de funcionários queapresentam questões sociais; estabeleceintercâmbio com instituições afins paraencaminhamentos de alunos, familiares efuncionários.

  Supervisor Educacional: Orienta os professores visando à melhoria de seuempenho profissional em relação ao processoensino-aprendizagem e às famílias sobre odesenvolvimento global do aluno. Realizareuniões de Planejamento Integradomensalmente, juntamente aos docentes. Faztrabalho conjunto com a Coordenação e

demais funcionários da instituição, visandomelhor acompanhamento do aluno.

As informações sobre todos os serviços

 prestados pela Creche estão disponibilizadas

detalhadamente no Projeto Político Pedagógico

(PPP).

A Creche adotou os seguintes fundamentos:

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Fundamentos Filosóficos: Consiste emoferecer uma educação que humanize o individuo,

 procurando respeitar a diversidade;

Fundamentos Éticos/ Políticos e Estéticos:

Autonomia, responsabilidade, solidariedade,

respeito ao bem comum. Dos direitos e deveres decidadania; dos exercícios da criticidade, do respeito

à ordem democrática. E da sensibilidade da

criatividade, da ludicidade, da qualidade, da

diversidade de manifestações artísticas e culturais.

Fundamentos metodológicos eepistemológicos: A instituição se vê como um

espaço social de criatividade e de diferentes falas,

onde o educador analisa o quanto a criança já

 prosperou planejando e organizando atividades

visando progressos futuros.A instituição adota em sala de aula, uma

linha sócio construtivista. Os conhecimentos

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teóricos são apropriados pela instituição de formacontextualizada e não fragmentada. A instituição

 busca a interdisciplinaridade, a ampliação e a

capacitação do professor, através de discussões das

diferentes posições teóricas, buscando sempre

aumentar as experiências no cotidiano escolar.Fundamentos Religiosos:  baseada no

art.33, p. II da LDB 9394/96, a escola adotou uma

 postura que não prioriza nenhuma religião ou

credo, mostra às crianças como ensinar virtudes e a

transmitir valores, principalmente fraternidade,solidariedade e respeito.

Fundamentos didático-pedagógicos: O

 planejamento pedagógico proposto é traduzido em

objetivos, conteúdos e critérios de avaliação. Este

 planejamento é fundamental para uma respostasatisfatória.

 No início do ano são discutidas as propostas

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de trabalho a serem desenvolvidas. São eleitostemas atuais, que se desdobram em um projeto

 pedagógico trabalhado durante o ano letivo. Ao fim

de cada processo, é realizada a culminância

representada à concretização do que foi planejado e

dinamizado.A Creche expressa o seu interesse em

formar uma criança que tenha consciência de suas

 possibilidades e limitações, para que possa

compreender e interagir no mundo. Procura

compartilhar com todos, para conquistar umasociedade democrática e pluralista, que respeite os

direitos dos cidadãos.

E com isto, procura:

  Construir objetivando o saber fazer, saberaprender e saber agir.

  Atuar coletivamente desenvolvendo práticasde democracia e de valorização do diálogo;

  Praticar relações sem preconceito de origem

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de raça, sexo, idade e quaisquer outras formasde discriminação.

A avaliação pedagógica é realizada

continuamente, considerando as atividades que

integram as várias áreas do conhecimento, pelo

educador. Semestralmente, é realizado um relatóriodescritivo e ficha de avaliação, o educador avalia a

criança, e seu trabalho reajustando quando

necessário.

Observei que quando a instituição está

disposta a incluir a criança, sem diferenças,valorizando o seu potencial, possibilita um melhor

aprendizado e desenvolvimento sócio emocional

.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a realização desta pesquisa pude

refletir sobre a urgência que se tem de incluir as

crianças com Síndrome de Down na sociedade,

estimulando os educadores a trabalhar com

igualdade de oportunidades e diversidades .

Enquanto educadores, acreditamos que

todos têm direito a ela (educação), temos que tomar

o nosso espaço, espaço este, ocupado, ainda hoje,

mais por médicos e psicólogos, quando se trata de

 pessoas com necessidades especiais. Não podemos

ser omissos e sabemos que deixar a criança com

Síndrome de Down em uma sala regular e não

atender o que realmente necessita, não é inclusão.

Se educar é criar possibilidades de construirconhecimentos, devemos ter infraestrutura para

conhecer e buscar novas alternativas, seja para

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crianças com Síndrome de Down, ou qualqueroutra pessoa que se encontre como vítima do

 preconceito e da exclusão social e educacional.

Existem pontos que contribuem para a

exclusão da criança com Síndrome de Down que

 precisam ser esclarecidos, mudados e melhoradoscomo:

  A dificuldade de profissionais e instituições

que ofereçam a estimulação.

  A falta de possibilidade de inclusão escolardas crianças com necessidades especiais,como espaço físico adequado.

  A falta de informação dos profissionais deeducação, sobre métodos pedagógicosadequados.

  A falta de acompanhamento da equipemultidisciplinar (médico, psicólogo,fonoaudiólogo, fisioterapeuta, terapeuta e até

mesmo de orientação educacional) nasinstituições de ensino.

Sabe-se que a educação é um alicerce para

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o desenvolvimento de qualquer cidadão, e que ainclusão para a criança portadora de SD é garantir a

 possibilidade de crescimento, porém lembramos e

enfatizamos nos capítulos descritos acima que a

família, a sociedade, os professores e os órgãos

 públicos devem, a todo momento, estar informadose agindo a favor de uma educação de qualidade e

de igualdade que inclua de forma justa a criança

 portadora de Síndrome de Down.

 No estudo de caso realizado para a

construção deste livro, pude verificar que isso é possível. O que mais me impressionou no estudo

foi a relação de amor entre todos os profissionais

das duas escolas citadas e seus alunos. Uma

convivência natural e livre, e não por achá-los

frágeis, diferentes, necessitando de maior proteçãoe sim por serem aptos a integrar-se ao mundo, pois

o afeto deve permear todas as relações humanas.

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Essa visão de fragilidade, apenas adiciona maisuma diferença, e não foi esta a percepção que tive

em minhas visitas.

 Não considerar a educação especial como

uma educação à parte, é muito importante e

necessário. A Educação Especial, hoje, deve servista como um sistema de apoio ao educador da

escola regular. A figura do educador deve ser capaz

de incitar, no educando, a curiosidade e o gosto

 pelo saber. O afeto é o mecanismo de ativação de

todo esse processo emocional, cognitivo e socialque desemboca na construção do conhecimento,

vôo infinito do aprendizado.

Todos os profissionais devem estar

envolvidos e comprometidos com a aprendizagem

dos alunos com necessidades especiais,independente da diferença que cada um tenha. O

importante é investir em suas potencialidades e

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com todos estes aspectos, estaremos contribuindo para a inclusão.

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