ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: OPORTUNIDADE … · A saúde é resultado da harmonia do homem...

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Castelo Branco Científica - Ano II - Nº 04 - julho/dezembro de 2013 - www.castelobrancocientifica.com.br 1 Faculdade Castelo Branco ISSN 2316-4255 ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: OPORTUNIDADE PARA UMA CONSCIÊNCIA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL *Carlos Afonso Sperandio RESUMO A saúde do ser humano está relacionada, intimamente, com os elementos da natureza: ar, água, terra e fogo, numa postura ética, de respeito, preser- vação e harmonização dos bens da natureza, construindo uma consciência cósmica em que posso ser impactado pelo meio ambiente como resultado do impacto que exerço sobre ele. No Brasil, a Estratégia de Saúde da Família (ESF) representa um grande avanço com uma nova concepção do que vem a ser saúde, no cuidado com a pessoa humana, nos aspectos curativos, mas, acima de tudo, prevenindo a saúde por compreender o ser humano como um ser que busca evitar a dor, antecipando-se ao sofrimento do adoecer. A Estratégia da Saúde da Família é uma concepção de trabalho em equipe multiprofissional, que exerce suas funções profissionais, considerando os aspectos étnicos, culturais, sociais, econômicos e políticos da comunidade local, promovendo a saúde como um bem desejado por todos. * Mestre em Tecnologia de Educação Sócio-Ambiental. Rua Antonio Machado Loureiro, 06 – Jequitibá – Aracruz – 29193-018 – ES. [email protected]

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ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: OPORTUNIDADE PARA UMA CONSCIÊNCIA EM

EDUCAÇÃO AMBIENTAL*Carlos Afonso Sperandio

RESUMO

A saúde do ser humano está relacionada, intimamente, com os elementos da natureza: ar, água, terra e fogo, numa postura ética, de respeito, preser-vação e harmonização dos bens da natureza, construindo uma consciência cósmica em que posso ser impactado pelo meio ambiente como resultado do impacto que exerço sobre ele.No Brasil, a Estratégia de Saúde da Família (ESF) representa um grande avanço com uma nova concepção do que vem a ser saúde, no cuidado com a pessoa humana, nos aspectos curativos, mas, acima de tudo, prevenindo a saúde por compreender o ser humano como um ser que busca evitar a dor, antecipando-se ao sofrimento do adoecer.A Estratégia da Saúde da Família é uma concepção de trabalho em equipe multiprofissional, que exerce suas funções profissionais, considerando os aspectos étnicos, culturais, sociais, econômicos e políticos da comunidade local, promovendo a saúde como um bem desejado por todos.

*Mestre em Tecnologia de Educação Sócio-Ambiental.Rua Antonio Machado Loureiro, 06 – Jequitibá – Aracruz – 29193-018 – ES. [email protected]

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PALAVRAS-CHAVE: Saúde – Educação - Meio Ambiente - Consciência - Paradigma.

ABSTRACT

The human health is closely related with the elements air, water, earth and fire, an ethical stance, respect, preserve and Matching real nature, building a cosmic consciousness which can be impacted by the environment as a result of I exert impact on him. In Brazil, the Health Strategy (FHS) is a breakthrough with a new design that comes to health, the care of the human person in the curative aspects, but above all preventing health by unders-tanding the human being as a being who seeks to avoid pain, anticipating the suffering of illness.The Family Health Strategy is a concept of multiprofessional teamwork, performing their professional duties, considering the aspects of ethnic, cul-tural, social, economic and political aspects of the local community, pro-moting health as well liked by everyone.KEYWORDS: Health - Education - Environment - Awareness - Paradigm.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objetivo mostrar organismos públicos insti-tucionalizados como uma ferramenta de grande importância na educação ambiental, mudando a concepção de saúde como consequência de uma educação ambiental que envolve todo o habitat humano, contextualizando-

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-a no mundo dos desafios que o meio ambiente apresenta, como a degra-dação que gera sofrimentos, desconfortos, chegando a reduzir o tempo de existência dos seres vivos neste planeta. Uma maior harmonia dos diversos seres e sistemas pode prolongar a vida com mais qualidade e menos sofri-mentos. Somente construindo uma consciência ecológica podemos recom-por o que o ser humano degradou, e preservar para gerações futuras. Os profissionais da saúde pública, especialmente os agentes comunitários de saúde, pessoas simples, com uma função aparentemente não muito va-lorizada no âmbito das equipes de saúde da família, tornam-se um grande instrumento de educação ambiental e saúde de forma ampla e permanente, pelo seu vínculo efetivo com a comunidade, pois, por força da profissão, mensalmente visitam as residências.Partindo de uma concepção filosófica sobre o que é saúde na antiga Grécia, passando para uma fundamentação das leis brasileiras (Constituição Fede-ral e portarias do Ministério da Saúde), utilizando a experiência comprova-da da Estratégia de Saúde da Família no município de Aracruz-ES, iniciada ainda na década de 90, hoje com 21 equipes da Estratégia de Saúde da Fa-mília, procurarei neste artigo colocar alguns depoimentos da odontóloga e do médico que participam do processo desde quando foi implantado e per-manecem até o momento presente. Incrementando o aspecto educacional dessa ação governamental será possível construir uma educação sistêmica e permanente, voltada para um objetivo comum: educação e preservação ambiental e educação e prevenção em saúde.

UMA CONCEPÇÃO DE SAÚDE

Na filosofia antiga podemos constatar que a saúde é uma questão de equi-líbrio entre corpo, mente e meio ambiente, e que para compreender o fenô-

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meno da doença humana faz-se necessária uma visão holística do homem, no conjunto em que se encontra inserido, ou seja, no contexto de seu habi-tat que constitui o ambiente de seu convívio.

“... as estações, suas mudanças e suas influências, os ventos típicos de cada região, as águas características dos lugares e suas proprieda-des, as posições dos lugares, o tipo de vida dos habitantes. O ‘pleno conhecimento de cada caso individual’, portanto, depende do co-nhecimento do conjunto dessas coordenadas, o que significa que, para compreender a parte, é preciso compreender o todo ao qual a parte pertence. [...] O médico que quer curar o doente deve conhecer precisamente essas correspondências.” (Reale,1990 pg 116)

A saúde é resultado da harmonia do homem com o meio ambiente em que se encontra inserido, o cuidado com esse ambiente, e o modo de convivência ao interagir com o meio ambiente. Ambiente este que é composto de ar, água, terra.A partir das décadas de 1960 e 1970 o Ministério da Saúde (MS) começa a perceber e investir numa concepção em que saúde não é apenas uma questão biologicista, de cuidar do indivíduo como um objeto que deveria ser curado dos males que o afetavam. Saúde passa a ser vista de forma co-letiva, como consequência de uma organização socioeconômica e política do estado, de onde surge um novo conceito de saúde, deixando o foco da simplesmente cura para a promoção e prevenção, tornando-se assim políti-cas de governos (Federal, Estadual e Municipal).

A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre ou-tros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambien-te, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expres-sam a organização social e econômica do País (MS 8080/90 art. 3º).

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Portanto, o meio ambiente em que vivemos é determinante no fenômeno do adoecimento ou vida saudável do ser humano. Em 1990 o Ministério da Saúde elabora uma lei (8080/90) em que esta realidade é explicitada e oficializada. Saúde deixa de ser uma questão hospitalar, curativa, e passa a ser uma questão de necessidade educacional para a população, no fomento de novas atitudes, no uso adequado dos bens da natureza e respeito com a mesma, possibilitando assim a prevenção de processos de adoecimentos, reduzindo os sofrimentos humanos, o uso de recursos curativos e as despe-sas exorbitantes ao Estado. Foi criado então o SUS (Sistema Único de Saú-de), com o intuito de universalizar a saúde, a sua prevenção e o tratamento das doenças. Constituiram-se assim algumas estratégias, dentre as quais o Programa de Saúde da Família (PSF).

ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: INSTRUMENTO POSSÍVEL PARA UMA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL.

Em 1993 surge A saúde da família com ações isoladas, que em 1994 o Mi-nistério da Saúde institui como Programa Saúde da Família (PSF), hoje es-tratégia de saúde da Família, como um modelo de atenção à saúde, focado na promoção e prevenção, desfragmentando ações isoladas, provocando um diálogo intersetorial, compartilhando problemas e ações de uma equipe da estratégia de saúde da família com a comunidade local, onde surge um canal de construção de conhecimento das causas de doenças, que leva a coletivi-dade a participar de um processo amplo de prevenção, levando as pessoas a comprometerem-se com responsabilidade com o outro, sabendo que a sua saúde está intimamente relacionada com as atitudes que o outro realiza.A estratégia de saúde da família que surge com o objetivo de resolver até

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85% dos problemas de saúde da população, aos poucos vai alastrando-se em território brasileiro, tendo atualmente uma cobertura de 103 milhões de brasileiros atendidos, pela ESF. A ESF é constituída por equipes de trabalho multidisciplinar, formadas por médico generalista (clínico geral), enfermeiro, técnicos de enfermagem, agentes comunitários de saúde, agentes de saúde ambiental, podendo ser ampliada com a inserção de outros profissionais como odontólogos, psicó-logos, fisioterapeutas, assistentes sociais, professores de educação física, nutricionistas e outros. Pela constituição das equipes, podemos concluir que o objetivo desta estratégia de saúde é ver o homem como um ser inte-gral, inserido neste planeta como um ser que partilha seus bens e ao mesmo tempo assume responsabilidades de preservação e cuidado.As equipes da ESF, que ainda são constituídas como equipe mínima, (mé-dico, enfermeiro, técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde), têm a responsabilidade no cuidado da saúde de uma população mais ou menos de 3000 a 4000 habitantes dentro de um território delimitado, em que os profissionais têm como filosofia de trabalho criar um vínculo de confiança entre profissionais e usuários, com objetivo de possibilitar um melhor resultado da estratégia em prol da comunidade onde a equipe atua. O número de agentes comunitários de saúde varia de acordo com a densida-de da população, o número populacional, a realidade socioeconômica e étni-ca. Em Aracruz há uma certa variação de número de pessoas acompanhadas pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), que não deve ultrapassar 750 pessoas, em média. Pelas realidades existentes no município temos agentes no assentamento de sem terra e comunidades indígenas que acompanham em torno de 350 pessoas, dadas as condições socioeconômicas e étnicas. Vale ressaltar ainda que os ACS são profissionais contratados por seleção pública , podem concorrer a vagas na área de sua residência, e é necessário que tenham um perfil aglutinador da comunidade. O processo de seleção

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segue os seguintes passos: Inscrição, na qual o candidato deve comprovar sua residência naquela área; Prova escrita com questões relacionadas à saú-de pública e conhecimentos gerais; Os selecionados nesta etapa participam de um curso introdutório, em que serão analisados: perfil psicológico, obser-vando se o candidato tem estrutura psíquica para suportar situações graves de doenças encontradas em seus trabalhos; capacidade de diálogo com famílias; postura ética; conhecimento do seu trabalho como profissional em saúde.Para seleção dos demais profissionais também são analisados seus perfis, observando suas capacidades de percepção de saúde coletiva, de acordo com a concepção da ESF, e da percepção da doença como consequência de outras determinantes relacionadas aos aspectos: socioeconômico, político e ambiental. A equipe tem a capacidade de trabalhar em sua área de atuação desenvolvendo uma consciência de saúde preventiva que possibilite ao ser humano uma qualidade de vida saudável em todas as dimensões humanas.O meu conhecimento dos trabalhos das equipes de ESF se dá pelo meu trabalho de 3 (três) anos como gerente da ESF, e como usuário, fazendo parte da área da ESF do Bairro Jequitibá – Aracruz – ES. Portanto, achei por bem incluir neste artigo, alguns depoimentos que ilustrarão a filosofia de trabalho dos profissionais que atuam nas equipes de ESF. A odontóloga Drª Stella Maris, que atua na ESF desde a implantação das primeiras equipes, atuou como coordenadora de uma equipe, e, atualmen-te, é integrante das equipes de ESF, desenvolvendo seu trabalho preventivo da saúde bucal nas escolas municipais de Aracruz. O depoimento a seguir expressa, de forma espontânea, o papel do profissional na ESF:

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“A saúde bucal, trabalhada de forma preventiva, seja na abordagem educacional, seja na prática de ações de prevenção, tem papel fun-damental na melhoria da qualidade de vida. O desconhecimento por parte da população e até de muitos profissionais de saúde sobre o desenvolvimento de doenças graves como a endocardite bacteriana, a partir de infecções orais, exige uma atuação educativa e curativa eficaz por parte da equipe de saúde bucal, prevenindo assim futuras complicações sistêmicas de alto risco para o indivíduo.Na questão ambiental, o odontólogo deve preocupar-se, em espe-cial, com o descarte dos restos de mercúrio, um dos componentes do amálgama de prata, ainda largamente usado em restaurações dentá-rias, para que estes não sejam lançados na rede pluvial.Além disso, atualmente, os cremes dentais fluorados, tão importantes na prevenção da cárie, devem nos levar a um questionamento: como fazer o descarte de milhões de tubos plásticos, lançados nos lixões, nos muitos lugares onde não há coleta seletiva de lixo? Qual a preo-cupação que o odontólogo e a população têm tido com essa questão?Sabendo que já existe aproveitamento desse material na produção de recicláveis, na produção de paredes divisórias e mesmo na produ-ção de recipientes coletores de lixo reciclável, entre outros, torna-se fundamental que uma abordagem intensa seja desenvolvida sobre esse tema, para que os profissionais possam multiplicá-la à popula-ção como um todo, para juntos, buscarem soluções exequíveis.” ( Drª Stela Maris, odontóloga da Prefeitura Municipal de Aracruz - ES)

A função do profissional não pode ater-se a preocupações restritas a sua profissão, mas uma visão ecológica mais abrangente que cuida do meio ambiente como morada da “comunidade de vida” da geração atual e pre-servá-la para as gerações vindouras.O médico Drº Giovanni Cordeiro, membro da equipe de EST do bairro Je-quitibá, Aracruz, expressa claramente seu papel como um agente fomenta-

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dor das ações ambientais que devem fazer parte do trabalho do médico em uma equipe de ESF, partindo de um diagnóstico epidemiológico da área:

“Seja qual for a implicação de uma ação educativa, individual ou coletiva, na esfera da ESF, necessita de um embasamento epidemio-lógico bem claro. Ou seja, a ação educativa prescinde de um motivo significativo, palpável para causar impacto. Ela nasce assim da identificação e estratificação de um risco real para aquela comunidade. Depois sim, este risco precisa ser comuni-cado amplamente. Do momento que determinado fator ambiental possa vir a gerar, ou já esteja causando, um determinado agravo na comunidade, ele passa a ser palpável. Passa a ser o foco da atenção da equipe local e parte de um plano de ação (uma estratégia específica). O profis-sional médico apresenta-se como o elo entre a ocorrência ambiental e o risco de causar um agravo sanitário”. ( Drº Giovanni Cordeiro – Médico da ESF – Jequitibá – Aracruz – ES).

A ESF que faz parte da atenção primária em saúde é uma reorganização do modelo de atenção à saúde que está presente no território de atuação da equipe, considerando todos os aspectos ambientais, ligados à situação ge-ográfica e às condições alimentares, nas diferentes fases do curso da vida.A educação em saúde é sempre pensada a partir da participação social da comunidade, com suas organizações institucionalizadas, conselhos locais de saúde, com sujeitos ativos na construção de um novo modelo de cui-dado à saúde em que o ser humano que ali reside é o protagonista de uma nova maneira de encarar os problemas de falta de saúde como um descuido com os aspectos ambientais locais e planetários, na qual ele mesmo é o promotor e beneficiado.

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Concluindo, afirmo que a ESF é um trabalho de fundamental importância para se criar uma nova consciência em saúde. Ao desenvolver um conhe-cimento junto à população para mudanças de atitudes e comportamentos humanos a ESF provoca uma credibilidade nos usuários do SUS, criando uma consciência de responsabilidade coletiva que passa pelo cuidado de sua higiene pessoal, do cuidado com a sua residência, com o seu quintal, ou sítio, ou fazenda, com a preocupação em saúde numa ótica da coletividade, na prática de atos saudáveis. Estas ações vão desde um simples lavar as mãos ou acomodar o lixo no devido lugar, até em ações que denunciem aspectos ambientais de grandes proporções como poluições do ar, da água ou do solo e demais agressões da natureza, construindo um novo paradigma de qualidade em que eles mesmos estão contribuindo para a recomposição da grande casa chamada Terra, e que, de imediato, este cidadão está sendo favorecido com o prolongamento de sua vida neste planeta, com melhor qualidade de vida. Consciência essa que aos poucos vai sendo impregnada nos costumes da po-pulação, tornando-se uma cultura do conhecimento ambiental pelas crenças, atitudes, valores, hábitos, que vão sendo adquiridos e assimilados pelo ser hu-mano na sociedade local, ganhando repercussão na sociedade global. Outro aspecto a ser trabalhado é o acompanhamento e a formação per-manente com os ACS, dando suporte no trabalho de visitas domiciliares mensais, sistematizando a construção do conhecimento a partir de suas realidades adversas, proporcionando motivação, segurança no processo de trabalho com os mecanismos que fazem parte de seu dia a dia como: Observação da família em seu habitat, costumes não saudáveis, lugares insalubres de permanência das crianças, o envolto das residências, condi-ções da água, do ar, as diversas ações poluentes em que vivem etc., criando um canal rotineiro de informações/comunicação das suas famílias com a equipe da qual faz parte, para que os demais profissionais elaborem ações coletivas ou individuais, envolvendo a comunidade juntamente com suas

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organizações institucionalizadas para um plano de ação em função de no-vos resultados de saúde e menos sofrimentos. Assim, com esta sistematização dos trabalhos em saúde preventiva estare-mos, aos poucos, construindo um sistema de educação ecológica, amplo e permanente, para uma nova consciência planetária, relacionando a vida saudável e o meio ambiente.

REFERÊNCIAS:

REALE, Giovanni. História da Filosofia: Antiguidade e Idade Média. vol-I. 6ª Ed.. São Paulo: Paulus, 1990.LARAIA, R. B..Cultura um Conceito Antropológico. Ed. Zahar. Rio de Janeiro, 2006.Ministério da Saúde, GM. Portaria Nº 648, de 28 de março de 2006, Brasília.Ministério da Saúde , GM. Portaria Nº 8080, de 19 de setembro de 1990, Brasília.http.www.saude.gov.br 12/06/2013 as 10:50.