ESTRATÉGIAS DE DESIGN ECOEFICIENTE PARA O POLO DE CONFECÇÕES DO AGRESTE PERNAMBUCANO

14
ESTRATÉGIAS DE DESIGN ECOEFICIENTE PARA O POLO DE CONFECÇÕES DO AGRESTE PERNAMBUCANO Emilio Augusto Gomes de Oliveira (UFPE) [email protected] Resumo: Este artigo tem por objetivo apresentar alternativas de Design sustentável para a produção industrial do Polo de confecções do agreste pernambucano, notadamente nas cidades de Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe, Toritama e Taquaritinga do Norte, sob a ótica das estratégias de Design ecoeficientes. Com com este trabalho, pretende-se contribuir para a difusão da construção de cenários atuais e de possíveis cenários futuros, para a sustentabilidade, propondo o designer como intérprete da sociedade na construção destes cenários. Desta forma, foi realizada uma pesquisa bibliográfica que forneceu subsídios teóricos para a fundamentação do estudo a partir das propostas dos professores Ezio Manzini e Carlo Vezzoli. Palavras chave: Design ecoeficiente. Sustentabilidade. Produção industrial 1 Introdução A emergência e a gravidade dos problemas ambientais, a consequente mobilização e a organização social e institucional em torno da problemática ambiental e a intensificação crescentes com os riscos ambientais globais, têm feito com que o conceito de desenvolvimento sustentável tenha se tornado vital para a compreensão da necessidade da obtenção de um desenvolvimento que considere o homem, a natureza e sua conservação. O desenvolvimento sustentável insere-se em um novo paradigma científico que procura a melhoria das condições de vida das sociedades atuais e futuras. Esta nova dimensão da teoria do desenvolvimento surgiu como resultado das lacunas conceituais, metodológicas e instrumentais dos modelos prevalecentes (crescimento, desenvolvimento econômico, desenvolvimento social). Sua compreensão conceitual conduz a um melhor entendimento processual, que abrange desde a economia, a ecologia, a legislação, a educação, a tecnologia, as políticas públicas e a administração empresarial, até questões relacionadas com a ética, a subjetividade, o comportamento humano e a cultura. Assim, de acordo com este novo paradigma, tecnologias e materiais alternativos podem ser utilizados, por exemplo, na organização espacial (através da reestruturação de zonas industriais e residenciais); no consumo e no aproveitamento de fontes alternativas de energia (solar, eólica e geotérmica); na produção e no processamento de alimentos (menos fertilizantes químicos, agrotóxicos e hormônios); na construção de casas (substituindo-se o aço, o concreto, o vidro, o alumínio, etc.) e no desenvolvimento de novos produtos utilizando- se a atividade do Design industrial numa abordagem mais ecológica, como por

description

A emergência e a gravidade dos problemas ambientais, a consequente mobilização e a organização social e institucional em torno da problemática ambiental e a intensificação crescentes com os riscos ambientais globais, têm feito com que o conceito de desenvolvimento sustentável tenha se tornado vital para a compreensão da necessidade da obtenção de um desenvolvimento que considere o homem, a natureza e sua conservação. 1 Introdução

Transcript of ESTRATÉGIAS DE DESIGN ECOEFICIENTE PARA O POLO DE CONFECÇÕES DO AGRESTE PERNAMBUCANO

Page 1: ESTRATÉGIAS DE DESIGN ECOEFICIENTE PARA O POLO DE CONFECÇÕES DO AGRESTE PERNAMBUCANO

ESTRATÉGIAS DE DESIGN ECOEFICIENTE PARA O POLO DE CONFECÇÕES

DO AGRESTE PERNAMBUCANO

Emilio Augusto Gomes de Oliveira (UFPE) [email protected]

Resumo:

Este artigo tem por objetivo apresentar alternativas de Design sustentável para a produção industrial

do Polo de confecções do agreste pernambucano, notadamente nas cidades de Caruaru, Santa Cruz do

Capibaribe, Toritama e Taquaritinga do Norte, sob a ótica das estratégias de Design ecoeficientes.

Com com este trabalho, pretende-se contribuir para a difusão da construção de cenários atuais e de

possíveis cenários futuros, para a sustentabilidade, propondo o designer como intérprete da sociedade

na construção destes cenários. Desta forma, foi realizada uma pesquisa bibliográfica que forneceu

subsídios teóricos para a fundamentação do estudo a partir das propostas dos professores Ezio Manzini

e Carlo Vezzoli.

Palavras chave: Design ecoeficiente. Sustentabilidade. Produção industrial

1 Introdução

A emergência e a gravidade dos problemas ambientais, a consequente mobilização e a

organização social e institucional em torno da problemática ambiental e a intensificação

crescentes com os riscos ambientais globais, têm feito com que o conceito de

desenvolvimento sustentável tenha se tornado vital para a compreensão da necessidade da

obtenção de um desenvolvimento que considere o homem, a natureza e sua conservação.

O desenvolvimento sustentável insere-se em um novo paradigma científico que procura a

melhoria das condições de vida das sociedades atuais e futuras. Esta nova dimensão da teoria

do desenvolvimento surgiu como resultado das lacunas conceituais, metodológicas e

instrumentais dos modelos prevalecentes (crescimento, desenvolvimento econômico,

desenvolvimento social). Sua compreensão conceitual conduz a um melhor entendimento

processual, que abrange desde a economia, a ecologia, a legislação, a educação, a tecnologia,

as políticas públicas e a administração empresarial, até questões relacionadas com a ética, a

subjetividade, o comportamento humano e a cultura.

Assim, de acordo com este novo paradigma, tecnologias e materiais alternativos podem ser

utilizados, por exemplo, na organização espacial (através da reestruturação de zonas

industriais e residenciais); no consumo e no aproveitamento de fontes alternativas de energia

(solar, eólica e geotérmica); na produção e no processamento de alimentos (menos

fertilizantes químicos, agrotóxicos e hormônios); na construção de casas (substituindo-se o

aço, o concreto, o vidro, o alumínio, etc.) e no desenvolvimento de novos produtos utilizando-

se a atividade do Design industrial numa abordagem mais ecológica, como por

Page 2: ESTRATÉGIAS DE DESIGN ECOEFICIENTE PARA O POLO DE CONFECÇÕES DO AGRESTE PERNAMBUCANO

exemplo, com a reutilização de resíduos sólidos urbanos. Esta ação contribui com o meio

ambiente, na medida em que evita a sobrecarga e prolonga a vida útil dos aterros sanitários.

Neste sentido, o Design se torna um agente fundamental na preservação do meio ambiente, na

geração de emprego e renda, bem como na criação de novos nichos de mercado acessíveis a

todas as camadas da população.

Portanto, propor alternativas para mudanças na produção e no consumo faz parte das

estratégias do Design ecoeficiente, isto é a integração do desenvolvimento sustentável na

concepção de bens e serviços. É também um eixo de ação que foi retomado pelos países

participantes da reunião de cúpula sobre o desenvolvimento sustentável, realizada em agosto

de 2002 na África do Sul.

Esse verdadeiro desafio planetário exige uma evolução maior: a passagem gradual de uma

sociedade de consumo para uma sociedade de uso. A maior parte dos bens materiais deve ser

concebida de outro modo. Desta forma, o desafio consiste em imaginar produtos e processos

pensados em escala humana. Os bens produzidos pelas empresas são as células-tronco de um

“planeta-consumo”. Assim, a empresa se torna um dos principais elos da cadeia da mudança,

que poderia aprimorar esses produtos oferecendo alternativas para aqueles que os concebem,

financiam, produzem e distribuem e, por fim e, sobretudo para aqueles que os utilizam. Nesta

ótica, os objetos do nosso cotidiano devem mudar profundamente. Não se trata de produzir

menos, mas de outro modo: imaginar objetos eficientes, de simples uso e que possam

respeitar o meio ambiente.

Diante do exposto e reconhecendo que estes problemas da produção e consumo trarão grandes

danos ao meio ambiente, surge, portanto, a necessidade de viabilizar, para esta e as futuras

gerações, soluções de caráter sustentável que serão propostas neste documento.

Diante do exposto, este artigo tem por objetivo realizar uma breve análise do ciclo de vida da

produção industrial do Pólo de Confecções do agreste pernambucano, notadamente nas

cidades de Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe, Toritama e Taquaritinga do Norte, sob a ótica

da utilização de estratégias de produção industrial sustentável ecoeficientes. Estas cidades

foram selecionadas em virtude da sua importância no âmbito da região objeto de estudo.

2 Material e métodos

Este estudo é centralizado no Estado de Pernambuco, especificamente na região do Agreste

Central e Setentrional. Compreende quatro municípios de grande dinamismo, situados ao

longo da BR-104, com uma área total de 1.779,5 km2 e uma população de 354.239 habitantes,

segundo dados da Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco

(CONDEPE/FIDEM, 2008).

Nesse conjunto de municípios, o arranjo produtivo local compreende, em sua maior parte, os

produtos têxteis e de confecção. Caruaru, o grande centro de logística e distribuição;

Page 3: ESTRATÉGIAS DE DESIGN ECOEFICIENTE PARA O POLO DE CONFECÇÕES DO AGRESTE PERNAMBUCANO

Toritama, o maior produtor de confecções de jeans; Santa Cruz do Capibaribe, a malharia, e

Taquaritinga do Norte, as roupas íntimas e camisas pólo. Estes municípios detêm 73% da

produção de vestuário do Estado (850 milhões de peças ao ano), sendo o município de

Toritama, sozinho, responsável por 14% da produção nacional de jeans. Em relação ao

emprego, a taxa de desocupação é de apenas 2,3% em Toritama, quando a de Pernambuco é

de 18% e a da Região Metropolitana do Recife de 23%. Em contrapartida, pesquisa recente

realizada pelo SEBRAE Pernambuco | FADE (RAPOSO & GOMES, 2003) aponta uma

movimentação no setor de R$ 1,73 bilhões por ano, o que corresponde a 77 mil empregos

diretos e indiretos, e 12 mil empresas formais e informais. Ainda de acordo com a

CONDEPE/FIDEM, o setor de vestuário apresenta uma participação no emprego municipal

de 41,30% em Toritama, 38,45% em Santa Cruz do Capibaribe e 15,80% em Taquaritinga do

Norte. Toritama vem se consolidando como o município do jeans.

A Região de Desenvolvimento Agreste Central está localizada na mesorregião do Agreste

Pernambucano, com uma área de 10.117 km2, que corresponde a 10,22 % do território do

Estado. A Região é constituída por 26 municípios e uma população de mais de 881 mil

habitantes. A economia regional está predominantemente vinculada ao Pólo de Confecções

(vestuário e produto têxtil), à produção agrícola, pecuária de corte e de leite, avicultura,

floricultura, turismo e pelas diversas atividades de comércio e serviços associados aos centros

urbanos dinâmicos. A RD Agreste Central possui centros urbanos que se destacam pela sua

função comercial, com a presença de indústrias leves e de bens de consumo e artesanato que

atrai grande fluxo turístico. O principal acesso ao Agreste Central se dá através das BRs 232 e

104, nas quais circulam, praticamente, toda a produção e abastecimento da Região, no qual

Caruaru é o grande centro da conectividade, pois se localiza na interseção das duas rodovias

federais. Com a duplicação da BR 232, principal rodovia da região, houve uma nova dinâmica

socioeconômica, através do incremento na renda pessoal e no emprego, favorecendo o

crescimento de atividades comerciais e de serviços, como a expansão de empresas de

transporte. A atividade turística é explorada em vários municípios, tendo como atrativos o

artesanato, a Feira da Sulanca, o turismo do Forró (festas juninas) e o ecológico, além do

Circuito do Frio (julho).

Apesar deste contexto, o Agreste Central não difere das demais regiões do Estado e registra

grandes carências nas condições de vida de sua população, notadamente nas áreas de saúde,

educação, abastecimento d’água, saneamento, destino inadequado dos resíduos sólidos,

habitação e meio ambiente, tendo como maior desafio alcançar um desenvolvimento mais

equilibrado e distributivo, oferecendo melhores condições de renda e de vida a sua população.

A população economicamente ativa é de 394.678 habitantes, dos quais 345.090 estão

ocupados nos seguintes setores produtivos: agropecuária (35,2%), comércio e serviços

(17,1%), indústria da transformação (13,1%) e serviços domésticos (14,9%). Os demais

29,7% estão distribuídos em outros setores produtivos como construção civil, alojamento e

alimentação, transporte e armazenagem, entre outros. O PIB da RD está assim determinado:

Page 4: ESTRATÉGIAS DE DESIGN ECOEFICIENTE PARA O POLO DE CONFECÇÕES DO AGRESTE PERNAMBUCANO

PIB (milhões) - 2.306

PIB (Per Capita - R$) - 2.439

Participação % PIB PE - 6,8.

De acordo com os dados acima, o PIB da RD Agreste Central apresentou um crescimento de

28% no período de 1998 a 2001. O município com maior participação na economia regional é

Caruaru, especificamente com o comércio, alojamento e alimentação.

A Região de Desenvolvimento Agreste Setentrional está localizada na no Semi-Árido do

Estado. Tem uma área de 3.544,5 Km2, sendo constituída por 19 municípios e com uma

população de mais de 430 mil habitantes. A atividade econômica de maior peso nesta Região

é a produção de confecções e artefatos de tecido.

Entre os problemas identificados no Agreste Setentrional sobressai-se a falta de infra-estrutura

necessária ao desenvolvimento do turismo, manutenção de estradas e vias e abastecimento

d´água”.

Diante dos dados apresentados, pretende-se, ao final deste artigo, apresentar algumas soluções

tecnológicas de caráter sustentável para esta importante região do Estado de Pernambuco.

Estas estratégias deverão permitir melhorias sociais e econômicas, tais como a oferta de

emprego e renda à população, trazendo benefícios para a preservação do meio ambiente e

originando mudanças educacionais e culturais, com impactos positivos na saúde e na

apresentação estética das cidades.

3 Discussão

Cavalcanti (1998) aponta que o desenvolvimento pode ser concebido basicamente como um

processo de mudança estrutural, global e contínua, de liberação individual e social que tem

por objetivo satisfazer as necessidades humanas, aumentando a qualidade de vida (pelo menos

no prazo de uma geração), atingindo níveis superiores e mais desejáveis de realizações e

organizações.

No intuito de estudar novas modalidades de percepção de políticas de desenvolvimento, no

ano de 1973, o ambientalista canadense Maurice Strong lançou o conceito de

ecodesenvolvimento, cujos princípios foram formulados pelo cientista político Ignácy Sachs.

Para ele, os caminhos do ecodesenvolvimento seriam seis:

Satisfação das necessidades básicas;

Solidariedade com as gerações futuras;

Participação da população envolvida;

Preservação e conservação dos recursos naturais e do meio ambiente;

Elaboração de um sistema social que garanta emprego, segurança social e respeito a

outras culturas;

Page 5: ESTRATÉGIAS DE DESIGN ECOEFICIENTE PARA O POLO DE CONFECÇÕES DO AGRESTE PERNAMBUCANO

Programas de educação.

Esta teoria referia-se principalmente às regiões subdesenvolvidas, envolvendo uma crítica à

sociedade industrial. Foram os debates em torno do ecodesenvolvimento que abriram espaço

ao conceito de desenvolvimento sustentável (SACHS, 1986).

Em 1987, a comissão Mundial da ONU sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento

(UNCED), presidida pela Primeira-ministra da Noruega, Gro Brundtland, formulou e

apresentou um documento intitulado “Our Common Future”, mais conhecido como Relatório

Brundtland, no qual se conceituava Desenvolvimento Sustentável: “Um desenvolvimento que

satisfaça as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as futuras gerações

satisfazerem suas próprias necessidades” (CAVALCANTI, 1998).

Nesta ótica, o Desenvolvimento Sustentável possui dimensões que se referem não só a

distribuição dos diversos ambientes na superfície, mas ainda às relações sociais como

conexões estabelecidas pelos diferentes níveis de sistemas: o nível biofísico e o nível sócio-

cultural. As relações adaptativas que configuram os processos de evolução da natureza e da

sociedade alteram as condições de equilíbrio, tendo um reflexo direto na configuração do

espaço. Desta forma, encontram-se as seguintes dimensões do Desenvolvimento Sustentável:

ambiental, espacial, tecnológica, econômica, social e cultural.

Por esta abordagem apresentada neste artigo ter um caráter tecnológico, tal dimensão busca

especificamente implementar as técnicas ambientalmente mais limpas, adequadas, de baixa

porcentagem de resíduos e eficientes no uso de recursos e culturalmente apropriadas. Procura

ainda um pluralismo e autodeterminação tecnológicos, e técnicas regenerativas, tais como a

reciclagem, a logística reversa, a redução de materiais e a reutilização dos resíduos sólidos

urbanos.

3.1 O aproveitamento de resíduos industriais

Segundo Rodrigues (1998) compreende-se o “meio ambiente urbano”, como o conjunto das

edificações, com suas características construtivas, sua história e memória, seus espaços

segregados, a infra-estrutura e os equipamentos de consumo coletivos. O meio ambiente

urbano diz respeito, ainda, ao conjunto das atividades exercidas na cidade, o que significa que

compreende a dinâmica da própria sociedade.

É preciso, assim, considerar que quando se fala de meio ambiente urbano se fala da

concentração de edificações nos limites administrativos da cidade e que tem sido preocupação

dos diferentes urbanistas e planejadores urbanos, que nem sempre levam em conta, no

entanto, os processos socioprodutivos e a cidade real deles decorrente (GEDDES, 1994). Sob

este foco, os sistemas industriais complexos, de hoje, são a principal força de destruição do

ambiente planetário e, a longo prazo, a principal ameaça à sobrevivência da humanidade. Por

isso deve-se repensar, de forma global, sobre as tecnologias e instituições sociais

Page 6: ESTRATÉGIAS DE DESIGN ECOEFICIENTE PARA O POLO DE CONFECÇÕES DO AGRESTE PERNAMBUCANO

para aproximar os projetos humanos e os sistemas ecologicamente sustentáveis da natureza

(CAPRA, 2002).

É importante ressaltar, segundo Lefèbvre (1991), que desde há algum tempo é a urbanização

que comanda a industrialização. Um dos aspectos que pode demonstrar essa questão liga-se à

problemática ambiental. Nas cidades torna-se, cada vez mais, necessário instalar filtros para

combater a poluição, propor e/ou construir novas formas de captação e de tratamento de água,

da coleta e reciclagem do lixo, inventando-se e produzindo novas mercadorias que são criadas

para satisfazer novas necessidades ou resolver problemas.

“Entender corretamente a cidade e as causas de seus problemas é uma condição

prévia indispensável à tarefa de se delinearem estratégias e instrumentos adequados

para a superação desses problemas” (SOUZA, 2005).

Neste contexto da problematização urbana, a sociedade moderna foi condicionada a um

aumento de consumo e, consequentemente, foi levada à cultura do descarte. O produzido hoje

será velho amanhã, exatamente como ocorre, por exemplo, com os computadores. Rodrigues

(1998) ressalta ainda que esta sociedade do descarte é também “descartável”, pois seus

problemas só seriam “resolvidos” no futuro. Esta cultura consumista proporcionou à produção

de toneladas de lixo, que na maioria dos casos, não recebem destino adequado.

A minimização de resíduos tem conceito tão amplo e tão complexo quanto o próprio termo

lixo ou resíduos sólidos. Pode abranger todos os tipos de resíduos, em qualquer processo ou

etapa de geração. Em termos práticos, a minimização pode ser desenvolvida principalmente

pela reutilização e reciclagem destes rejeitos, a partir de ações como a coleta seletiva. Sem

dúvida, estas são medidas corretas que amenizam a superlotação dos aterros sanitários

(CEMPRE, 1993).

Neste contexto, o objetivo básico da reutilização e da reciclagem é evitar a passagem

descontrolada de materiais e objetos usados – os resíduos – para o meio ambiente. A

reutilização difere da reciclagem como conceito, pois trata do aproveitamento do resíduo

gerado, sem que o mesmo sofra qualquer tipo de alteração ou processo, excetuando-se a

limpeza, podendo ser utilizado para a mesma finalidade original ou outra, conservando, porém

as características iniciais. Já a reciclagem refere-se ao aproveitamento dos resíduos para, após

uma série de processamentos e alterações em suas propriedades, retornarem ao processo

produtivo, como matéria-prima, gerando novos produtos.

Em nível corporativo, Kazazian (2005) aponta que empresas, de atividades e escalas

diferentes, integraram o meio ambiente como uma oportunidade em sua estratégia de

desenvolvimento. Reduziram custos por meio de escolhas tecnológicas ou inovações

procedentes desses novos raciocínios: redução das matérias primas, do volume dos resíduos

nos aterros (principalmente os mais perigosos), utilização eficiente de energia, abordagens

curativas no controle de processo “end of the pipe”. A implantação e o sucesso de tais

abordagens, cujo apelido em inglês é “win-win”, por serem ao mesmo tempo,

Page 7: ESTRATÉGIAS DE DESIGN ECOEFICIENTE PARA O POLO DE CONFECÇÕES DO AGRESTE PERNAMBUCANO

vencedoras para as empresas e para o meio ambiente, dependem invariavelmente de um

engajamento permanente da diretoria da empresa e de seus empregados.

“menos poluição = melhor imagem = melhor relacionamento com órgãos

ambientais, imprensa e comunidade = acesso mais fácil a linhas de crédito =

captação de melhores cérebros = maior competitividade (ALMEIDA, 2002)

Esta crescente conscientização sobre a importância da proteção ambiental e dos impactos

associados a produtos manufaturados e consumidos tem aumentado o interesse no

desenvolvimento de métodos para melhor compreender e diminuir estes impactos. Uma das

técnicas em desenvolvimento com este propósito é a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV). A

norma NBR ISO 14040 descreve os princípios e a estrutura para se conduzir e relatar estudos

de ACV e inclui certos requisitos mínimos (ABNT, 2001).

Neste cenário, a ACV é fundamental para a economia. Cada uma das etapas da vida do

produto gera inputs e outputs que terão impactos sobre o meio ambiente. Essas etapas devem

ser analisadas desde a concepção do produto, porque cada uma contém um potencial de

otimização ambiental: na seleção de matérias-primas, das tecnologias e dos processos de

fabricação, na organização da logística; em seguida, no contexto de um uso aprimorado e da

valorização final do produto. Essa abordagem permite uma visão muito mais ampla da vida do

produto, de seu futuro, seu fim de vida e o valor que poderá lhe ser atribuído na hora de uma

possível reintegração no ciclo de outro produto.

Ainda de acordo com Kazazian (2005), integrar a idéia de ciclo na fabricação de produtos

implica que, aos poucos, todos os produtos manufaturados adquiram uma nova função

essencial: a de serem valorizáveis. A valorização designa toda etapa de tratamento que dá

lugar, seja à reutilização do produto ou de um de seus componentes, seja à recuperação de

energia pela incineração ou de matérias via reciclagem, seja à compostagem do produto, se

ele for de fibra vegetal. De forma ideal, todos os elementos de um produto deveriam poder

circular indefinidamente – ou pelo menos durante um período tão longo quanto possível – nos

sucessivos ciclos de utilização. Finalmente, é importante salientar que qualquer produto terá

impactos ambientais e o que se busca são abordagens de melhorias contínuas, já que nenhum

estado é definido ou encerrado.

Neste sentido, é preciso também analisar, de forma especial, o ciclo produtivo e compreende-

los em sua complexidade para realizar releituras do território que compreendam a produção e

consumo. Ciclo produtivo este, que compreende o processo produtivo desde a exploração da

matéria prima, os produtos e seus resíduos.

Essa complexidade explica por que a cidade e o urbano não são objetos de análise exclusiva

de nenhuma ciência, até, pelo contrário, só é possível compreender a diversidade com a

contribuição das várias disciplinas científicas e das muitas abordagens sobre a cidade e a

problemática ambiental.

Page 8: ESTRATÉGIAS DE DESIGN ECOEFICIENTE PARA O POLO DE CONFECÇÕES DO AGRESTE PERNAMBUCANO

Para este artigo, o enfoque torna-se voltado para a análise do ciclo de vida dos bens

produzidos a partir do objeto da pesquisa, bem como soluções processuais ecoeficientes.

3.2 Metodologia de produção industrial sustentável (Design ecoeficiente)

A tecnologia “apropriada ou adaptada” é um termo que vem sendo usado nas últimas décadas

para Designar o esforço com vistas à adequação de determinadas tecnologias às condições do

homem e às peculiaridades regionais. Baseia-se na conotação ampla do termo tecnologia que

envolve questões relativas às técnicas, métodos, procedimentos, ferramentas, equipamentos e

instalações que concorrem para a realização e obtenção de vários produtos industrializados,

através, entre outras, da atividade do Design. Esta atividade profissional tem por objetivo

conceber e realizar os produtos, segundo parâmetros econômicos, técnicos, estéticos e sociais.

Neste contexto, o designer industrial é um profissional que desempenha atividade de processo

tecnológico de projeto de produtos, de forma interdisciplinar, atuando nas fases de definição

de necessidades, concepção e desenvolvimento de projetos, objetivando a adequação destes às

necessidades do homem e às possibilidades de produção e comercialização. No que diz

respeito às necessidades do homem, este deve ser entendido como ser integrante de grupo

social, caracterizado pelos aspectos sócio-econômicos e culturais da região geográfica na qual

está inserido. Como possibilidades de produção, devem ser entendidas as limitações de

matérias-primas, caracterizadas do parque industrial, disponibilidade de mão-de-obra, dentro

de um contexto geo-econômico.

No âmbito da sustentabilidade, Oliveira (1998) define o Design ecoeficiente, como o

desenvolvimento de produtos com preocupações ambientais, diferindo do Design tradicional

por inserir estas questões a partir do início do processo de Design. Se, há algum tempo o

Design deveria abranger do projeto ao produto, ele hoje se estende até a reciclagem e

reutilização.

Esta mudança de paradigma pode ser denominada, segundo Capra (2002), de uma visão de

mundo holística, que concebe o mundo como um todo integrado, e não como uma coleção de

partes dissociadas. Pode também ser denominada visão ecológica, se o termo “ecológico” for

empregado num sentido muito mais amplo e mais profundo do que o usual. Os dois termos,

“holístico” e “ecológico”, diferem ligeiramente em seus significados, e parece que “holístico”

é um pouco menos apropriado para descrever o novo paradigma. Uma visão holística de um

móvel, por exemplo, significa vê-lo como um todo funcional e compreender, em

conformidade com isso, as interdependências das suas partes, como o assento, o encosto, os

elementos de fixação, entre outros. Uma visão ecológica do móvel inclui tudo isso, mas lhe

acrescenta a percepção de como o móvel está encaixado no seu ambiente natural e social – de

onde vêm as matérias primas que nele são incorporados, como foi fabricado, como seu uso

afeta o meio ambiente natural e a comunidade pela qual é usado, e assim por diante.

Ainda inserindo o Design no contexto ambiental, Bonsiepe (1997) afirma que hoje nenhuma

profissão pode ignorar os seguintes problemas: poluição, exploração de recursos

Page 9: ESTRATÉGIAS DE DESIGN ECOEFICIENTE PARA O POLO DE CONFECÇÕES DO AGRESTE PERNAMBUCANO

naturais, crescimento da população, proteção das espécies, perturbação do equilíbrio

ecológico, efeitos da própria atuação profissional sobre o meio ambiente. As profissões

projetuais se vêem confrontadas com o desafio de inventar novos padrões profissionais para

um Design ecologicamente correto e nessa perspectiva, os designers começam a tratar, de

maneira crescente, dos problemas da eliminação de lixo, do uso de energia renovável e do uso

de material reutilizável.

O Design ecoeficiente, cuja primeira definição foi dada por Papanek (1985), participa de um

processo que tem por conseqüência tornar a economia mais “leve”. Igualmente chamada

“ecoconcepção”, trata-se de uma abordagem que consiste em reduzir os impactos de um

produto, ao mesmo tempo em que conserva sua qualidade de uso (funcionalidade,

desempenho), para melhorar a qualidade de vida dos usuários. Segundo essa abordagem, o

meio ambiente é tão importante quanto a exeqüibilidade técnica, o controle de custos e a

demanda de mercado.

Este processo de “eco-planejamento” consiste também em aplicar o conhecimento ecológico

para o replanejamento das tecnologias e instituições sociais, de modo a estabelecer uma ponte

entre o planejamento humano e os sistemas ecologicamente sustentáveis da natureza.

Kazazian (2005) aponta que é nessa altura que o designer se distingue, porque seu papel pode

ser transversal, integrador e dinâmico entre ecologia e concepção de produtos, inovações

econômicas e tecnológicas, necessidades e novos hábitos.

Nessa abordagem global, o Design ecoeficiente prevê o futuro do produto para reduzir o

impacto ambiental por todo o ciclo de vida: fabricação, uso e fim de vida (RAMOS, 2001).

Em seguida, considerando-se o produto como um sistema constituído tanto por componentes

quanto por consumíveis, peças de troca, suportes publicitários, embalagens utilizadas para

todos esses elementos, cujo impacto pode às vezes ser maior que o do produto em si. Desta

forma, distinguem-se cinco níveis de intervenção possíveis no “sistema” do produto,

propostas por Manzini & Vezzoli (2005):

Minimização de recursos: reduzir o uso de materiais e de energia;

Escolha de recursos e de processos de baixo impacto ambiental: selecionando os

materiais, os processos e as fontes energéticas de maior ecocompatibilidade;

Otimização da vida dos produtos: projetar artefatos que perdurem;

Extensão da vida dos materiais: projetar em função da valorização (reaplicação) dos

materiais descartados;

Facilidade de desmontagem: projetar em função de separação das partes dos materiais.

Ao inserir o Design sustentável no contexto da cidade, Casagrande JR (2004) aponta que

deve-se alinhar a criação dos parques tecnológicos ou os arranjos produtivos locais às

diretrizes das cidades sustentáveis, que fazem parte da Agenda 21 brasileira e seus quatro

princípios para se alcançar a sustentabilidade urbana:

Page 10: ESTRATÉGIAS DE DESIGN ECOEFICIENTE PARA O POLO DE CONFECÇÕES DO AGRESTE PERNAMBUCANO

Aperfeiçoar a regulamentação do uso e da ocupação do solo urbano e promover o

ordenamento do território;

Promover o desenvolvimento institucional e o fortalecimento da capacidade de

planejamento e de gestão democrática da cidade;

Promover mudanças no padrão de produção e consumo da cidade, reduzindo custos e

desperdícios e fomentando o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis;

Desenvolver e estimular a aplicação de instrumentos econômicos no gerenciamento

dos recursos naturais visando a sustentabilidade urbana.

Diante do exposto, pretende-se, a seguir, apresentar algumas estratégias importantes que

possibilitarão uma produção mais sustentável para o Polo de confecções do agreste

pernambucano.

3.3 Estratégias de Design ecoeficiente para o Polo de confecções do agreste

pernambucano

A partir destes níveis de intervenção supracitadas, pode-se apresentar, conforme Manzini &

Vezzoli (2005), algumas alternativas de soluções sustentáveis para as atividades produtivas

comumente realizadas no Polo de Confecções da região objeto do estudo, especificadas

abaixo.

3.3.1. Minimização de recursos materiais e de energia

3.3.1.1 Redução de recursos materiais na produção

Utilização de sistema de corte zero-resíduo para minimizar as perdas e refugos dos

materiais têxteis;

Utilização de instrumentos e aparelhagens produtivas eficientes (p.ex: sensor de

controle de volume da água no processo de lavanderia);

Minimização do consumo de papelaria de escritório;

Utilização de sistemas de recuperação/uso de materiais (p.ex: redistribuição de água

no processo de lavanderia);

Utilização de embalagens mais leves e compactas.

3.3.1.2 Redução de consumo de energia para a produção

Utilização de sistemas de desligamento automático de equipamentos elétricos;

Utilização de sistemas de transformação/ transmissão de energia de alto rendimento

(p.ex: LEDs).

3.3.2. Escolha de recursos e de processos de baixo impacto ambiental

Page 11: ESTRATÉGIAS DE DESIGN ECOEFICIENTE PARA O POLO DE CONFECÇÕES DO AGRESTE PERNAMBUCANO

3.3.2.1 Escolha de materiais e processos de baixo impacto ambiental

Não utilização de materiais tóxicos e nocivos;

Utilização de materiais de baixo impacto ambiental no acabamento (p.ex: algodão

colorido);

Utilização de materiais renováveis na fabricação de têxteis (p.ex: fibra de bambu, fibra

de coco, couro de peixe);

Utilização de materiais biodegradáveis (p.ex: bioplásticos nas embalagens).

3.3.2.2 Escolha de recursos enérgeticos de baixo impacto ambiental

Utilização de energias renováveis na fabricação de têxteis (p.ex: energia solar e

eólica);

Utilização de energias renováveis na distribuição (p.ex: transporte por biodiesel);

3.3.3. Otimização da vida dos produtos

3.3.3.1 Facilitar a reutilização através do projeto

Reutilização de produtos (p.ex: resíduos de peças de vestuário na fabricação de bolsas

e acessórios);

Reutilização de embalagens (p.ex: embalagens de transporte na fabricação de peças de

vestuário, móveis e acessórios).

3.3.4. Extensão da vida dos materiais

3.3.4.1 Facilitar a reciclagem através do projeto

Reciclagem de produtos (p.ex: utilização de fibras de PET na fabricação de peças de

vestuário e acessórios).

3.3.3. Facilidade de desmontagem

3.3.3.1 Facilitar a desmontagem através do projeto

Desmontabilidade de produtos (p.ex: logística reversa para materiais recicláveis de

peças de vestuários, tais como botões e fechos).

Desta forma, a partir destas possibilidades, o diagrama abaixo (Figura 1) ilustra uma visão

geral do que seria um produto ecoeficiente em todas as suas abordagens, incluindo uma gestão

sustentável de recursos, materiais, humanos e de energia. Esta abordagem, portanto, poderá

ser adaptada e aplicada para a produção de industrail em qualquer segmento.

Page 12: ESTRATÉGIAS DE DESIGN ECOEFICIENTE PARA O POLO DE CONFECÇÕES DO AGRESTE PERNAMBUCANO

Figura 1 – Diagrama do produto ecoeficiente

4 Conclusão

Page 13: ESTRATÉGIAS DE DESIGN ECOEFICIENTE PARA O POLO DE CONFECÇÕES DO AGRESTE PERNAMBUCANO

Através das possibilidades apresentadas, pode-se afirmar que Design para a sustentabilidade é

uma espécie de Design estratégico, ou seja, projeto de estratégias aplicadas pela empresa que

se impuseram seriamente à prospectiva da sustentabilidade ambiental. Neste sentido, a

mudança da cultura da produção industrial existente na região do agreste pernambucano para

uma proposta mais sustentável, pode contribuir para impulsionar aspectos de produtividade e

de consciência ambiental por parte dos atores envolvidos.

Em suma, consciência ecológica e inovação tecnológica estão intimamente relacionados. A

exigência ambiental estimula a criatividade e pode estar na origem de maiores evoluções:

novas funcionalidades, novos materiais, novos processos, novos usos. Não existe discussão

sobre ecologia sem discutir simultaneamente o Design, pois cada homem é o criador de seu

próprio ambiente, adaptando-se às evoluções sociais e econômicas, na busca da melhoria da

qualidade de vida.

Referências

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 14040: Avaliação do Ciclo de Vida –

Princípios e Estrutura. Rio de Janeiro: ABNT, 2001.

ALMEIDA, Fernando. O Bom Negócio da Sustentabilidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.

BONSIEPE, Gui. Design: do material ao digital. Florianópolis: FIESC/IEL, 1997.

CAPRA, Fritjof. As Conexões Ocultas: Ciência para uma Vida Sustentável. São Paulo: Cultrix, 2002.

CASAGRANDE JR, Eloy Fassi. Inovação Tecnológica e Sustentabilidade: possíveis ferramentas para uma

necessária interface. In: Curitiba: Indicadores para a sustentabilidade. Curitiba: PPGTE, CEFET-PR, 2004.

CAVALCANTI, Agostinho Paula Brito (org). Desenvolvimento Sustentável e Planejamento: bases teóricas e

conceituais. Fortaleza: UFC – Imprensa Universitária, 1998.

CEMPRE (Compromisso Empresarial para a Reciclagem). Cadernos de Reciclagem. Rio de Janeiro: IBAM,

1993.

CONDEPE/FIDEM. Região de Desenvolvimento Agreste Central. Disponível em: <

http://www.condepefidem.pe.gov.br/>. Acesso em 06 jul. 2008.

GEDDES, Patrick. Cidades em evolução. Campinas: Papirus, 1994.

KAZAZIAN, Thierry (org). Haverá a Idade das Coisas Leves. São Paulo. SENAC, 2005.

LEFÈBVRE, Henri. A Vida Cotidiana no Mundo Moderno. São Paulo: Ática, 1991.

MANZINI, Ezio; VEZZOLI, Carlo. O Desenvolvimento de Produtos Sustentáveis: os requisitos ambientais

dos produtos industriais. São Paulo: EDUSP, 2005.

OLIVEIRA, Alfredo Jefferson de. EcoDesign e Designações Similares: diferenças e aproximações (Anais

Page 14: ESTRATÉGIAS DE DESIGN ECOEFICIENTE PARA O POLO DE CONFECÇÕES DO AGRESTE PERNAMBUCANO

P&D Design’ 98 - 3º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design). Rio de Janeiro: PUC-

Rio, 1998.

PAPANEK, Victor. Design for the Real World: human ecology and social change. London: Thames and

Hudson, 1985.

RAMOS, Jorge. Alternativas para o Projeto Ecológico de Produtos. Tese apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Engenharia de Produção da UFSC para obtenção do título de Doutor em Engenharia de Produção.

Florianópolis, 2001.

RAPOSO, Maria Cristina; GOMES, Gustavo Maia. Estudo de Caracterização Econômica do Pólo de

Confecções do Agreste Pernambucano. Recife: SEBRAE/FADE, 2003.

RODRIGUES, Arlete Moysés. Produção e Consumo do e no Espaço: problemática ambiental urbana. São

Paulo, Hucitec, 1998.

SACHS, Ignàcy. Ecodesenvolvimento: crescer sem destruir. São Paulo, Vértice, 1986.

SOUZA, Marcelo Lopes de. ABC do Desenvolvimento Urbano. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.