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Cara leitora, caro leitor,

Este documento reúne um conjunto de textos que produzi sobre a preparação para

concursos, mais especificamente abordando o tema da Aprendizagem aplicada ao presente objetivo, com foco nas Estratégias de Estudo.

A intenção é que as informações trabalhadas nos textos possam contribuir com a suaalmejada aprovação no concurso ou exame pretendido.

Tal tentativa de contribuição consiste na indicação de caminhos e possibilidades, com

a apr esentação de conceitos, propostas, estratégias, bem como provocações à

reflexão. Mas sempre pautado pelo compr omisso ético de nunca “vender ’ ver dades

absolutas ou soluções mágicas e milagrosas.

Tenha a certeza de que este trabalho é fruto, por um lado, da minha experiência decandidato a concursos públicos, bem como de alguém que se dedica aoacompanhamento de candidatos há alguns anos. Por outro lado, o presente trabalhotambém é fruto de estudos e pesquisas nos campos de conhecimento voltados à gestão eàs ciências cognitivas, aplicados à preparação para concursos.

Espero que, efetivamente, traga alguma contribuição.

Aproveito para agradecer a colaboração dos par ceir os nominados no documento, osquais de pronto se colocaram à disposição para ajudar na divulgação.

Caso você consider e mer ecido, aproveite para enviar o link para baixar o documentoaos seus amigos, colegas, fór uns, listas de discussã o e r edes sociais.

Boa leitura, bom estudo!

Rogério Neiva

Sobre o autor:

Rogerio Neiva é Juiz do Trabalho desde 2002, foi Procurador de Estado e Advogado daUnião. Atua como Professor de Direito e Processo do Trabalho de Pós Graduação emDireito e Cursos Preparatórios para Concursos.

Contando com formação interdisciplinar, é Psicopedagogo com especialização emPsicopedagogia Clínica e Institucional, pós graduado em Administração Financeira e

 pós graduando em Neuroaprendizagem.

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TEXTOS:

Passar em concurso é só para Gênios?

Uma proposta de técnica de estudos!

Jurisprudência x Doutrina : um dilema nos estudos

Concursos Públicos e realização de Exercícios

As Revisões na Preparação para Concursos

Diagnóstico da Reprovação

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É preciso ter uma inteligência acima da média para passar em concursos públicos ou exames? Quantas pessoas não se pegam com pensamentos e devaneios dotipo: “mas fulano é muito inteligente mesmo, ele passou em vários concursos difíceis e bem colocado!”. Ou seja, muitas vezes e de forma não deliberada eespontânea, associamos inteligência à aprovação.

E por conseguinte, estabelecemos que a inteligência, enquanto um domgenético-natural-biológico de alguns privilegiados pela natureza, trata-se de condiçãoque leva à aprovação. Por outro lado, também por vezes, convencionamos que nãosomos detentores do referido dom, e assim, chegamos à conclusão, ainda que nãoassumida ou inconsciente, de que não podemos passar. Mas aí reside uma duplaarmadilha, a qual pode gerar algum comodismo e conformismo, bem como criaum falso pensamento de inviabilidade da aprovação.

O objetivo do presente texto é apresentar provocações à reflexão, no sentidoda desconstrução desta idéia, de modo a evitar que se caia na referida armadilha.

E para tanto, começo com uma primeira provocação, com toda a tranqüilidadede quem passou pelo referido processo de preparação até a aprovação. Ou seja, viviintensamente o papel de candidato, passando pela experiência relatada. Por vezes tive osmencionados pensamentos de associação da inteligência à aprovação, entendendo quenão teria a titularidade do referido dom bio-cognitivo outorgado pela natureza.

Mas a tranqüilidade na abordagem do presente tema atualmente não decorreapenas do fato de que logrei êxito no concurso público que sempre tive como objetivo principal, isto é, a Magistratura do Trabalho, tendo também passado em vários outrosconcursos. O outro motivo que me deixa à vontade consiste no intenso trabalho deestudos e pesquisas sobre o tema da aprendizagem humana que venho desenvolvendoacademicamente, numa perspectiva aplicada à preparação para concursos e exames.

Muitas impropriedades na reflexão do tema começam com alguma imprecisão

conceitual sobre a inteligência, o que se trata de algo que conta com inúmerasabordagens e paradigmas, trabalhados há séculos. Desde a antiguidade existemconcepções estabelecidas sobre a inteligência, nem sempre sendo corretas, estandotambém o assunto impregnado no senso comum.

Passar em concurso é só par a Gênios?

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E para lhe despertar à reflexão, começo fazendo a seguinte provocação: quem émais inteligente, o ex-Presidente FHC ou o ex-Presidente Lula? Esta pergunta, passívelde despertar paixões, foi intencionalmente colocada para contribuir com o objetivo dotexto, no sentido da desconstrução de concepções pré-estabelecidas.Responda à pergunta! Para você, o mais inteligente é FHC ou Lula?

FHC conta com inúmeros títulos acadêmicos, sendo respeitado em vários cantosdo mundo por seu conhecimento. Os seus defensores vão dizer que foi o pai do PlanoReal, sustentando aí um traço de sua inteligência. Lula, que não tem nem mesmo umtítulo de graduação, é o mais carismático Presidente da nossa história, superando,segundo muitos, Getúlio Vargas. Também é um dos maiores líderes mundiais daatualidade, tratando-se de um fenômeno de quase-unanimidade mundialmente.

Qual dos dois é o mais inteligente mesmo? Não tenho dúvida de que aqueles que

contam com posição ideológica-partidária responderão com base em sua convicções políticas e os neutros dirão que não há um mais inteligente. E exatamente isto mostra arelatividade do conceito.

Uma das primeiras tentativas de mensurar a inteligência ocorreu por volta de1890, com a iniciativa de um primo de Charles Darwin, chamado Francis Galton.Em 1955, horas depois da morte de Albert Einstein, tido por símbolo da inteligênciahumana, seu cérebro já estava cortado em 240 fatias. Maiscontemporaneamente, Howard Garner promoveu uma pequena revolução no tema, propondo o conceito das múltiplas inteligências, as quais correspondem à lingüística,lógico-matemática, espacial, musical, corporal-sinestésica, pessoal, naturalista eexistencial.

Existem diversos estudos e pesquisadores na atualidade trabalhandointensamente sobre o tema. Argumentos construídos para refutar a credibilidade dostestes voltados à mensuração do quociente de inteligência não faltam.

Inclusive, neste sentido, recentemente foi apresentada uma tese por um professor 

da Universidade de Toronto, pesquisador na área da psicologia cognitiva,chamado Keith Stanovich, no sentido dadistinção entre a falta inteligência e o quechama de disracionalidade. Ou seja, ser inteligente não significa ser racional.

Segundo o autor, os testes de QI não medem a disracionalidade, a qual édeterminada pela forma de solução de problemas e pelo conteúdo intelectualmenteapropriado. Assim, é normal que pessoas inteligentes segundo os testes de QI, nãosejam racionais, seja pela forma como desenvolvem o raciocínio, seja pela bagagemcultural e conceitual que carregam (“O que os testes de QI não

revelam”. Mente&Cérebro, no. 216, Ano XVIII, págs. 42/43).

Ainda conforme o mesmo autor, os “gênios” também fazem besteiras e erram,sendo que exemplos públicos e notórios não faltam.

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 Não tenho dúvida de que esta tese consiste num argumento muito importante para desconstruir a idéia de que passar em concurso é para os iluminados e premiados por sua carga bio-neuro-genética-cognitiva. Ou seja, o candidato deve ser  predominantemente inteligente ou racional?

Também existem estudos indicativos de que traços da inteligência decorremdo tamanho da massa cinzenta existente no cérebro e da capacidade de baixo consumoenérgico quando da realização de determinadas operações mentais. Mas aí há duas boasnotícias. A primeira é que o tamanho da massa cinzenta se altera. A segunda é que otreino leva à redução do consumo de energia (idem, pag. 41).

Estas constatações, no plano neurobiológico, nos remetem ao conceitode plasticidade cerebral. Conforme sustentam muitos estudiosos do funcionamento docérebro humano, a função faz órgão! Assim, quanto mais nos mantemos nos estudos,mais avançam nossas capacidades intelectuais. Simples assim, sem precisar de milagresou fórmulas mágicas!

Tal compreensão, inclusive numa perspectiva aplicada à preparação paraconcursos, pode ser adotada juntamente com as construções de Reuven Fuerstesin, umadas grandes autoridades contemporâneas no tema da aprendizagem e autor da Teoria daModificabilidade Cognitiva Estrutural. Conforme a lógica da referida teoria, “ …acrença na inteligência como algo fixo, na potencialidade dos estímulos externos e na

ênfase da emoção começou a encontrar alguns opoentes como Piaget, para quem ainteligência estaria ligada à construção ativa do pensamento a respeito do mundo,e Feurstein, cuja teoria se baseia na crença de que a inteligência é dinâmica emodificável, construída a partir dos múltiplos fatores gerais que podem ser relacionados a todos os comportamentos cognitivos.” (Souza, Ana Maria, Depresbiteris,Lea e Machado, Osny Telles. “A mediação como princípio educacional”.SãoPaulo: Senac, pág. 31).

As colocações até aqui apresentadas nos levam ao reconhecimento de duas

constatações de grande importância. A primeira é que a prova do concurso público nãoé um teste de QI, estando mais para um teste de racionalidade. A segunda é que ainteligência é dinâmica.

Tais premissas, por sua vez, nos levam à conclusão de que você não tem odireito de achar que a aprovação é monopólio dos detentores de uma carga neuro-bio-genética privilegiada!

O concurso público está mais para um processo de intensa mobilizaçãocognitiva, do que um mero teste de QI. Vale lembrar que, conforme descrito e explicadono livro que escrevi sobre o tema da metapreparação para concursos públicos (como se preparar para concursos), temos funções cognitivas primárias, que correspondem

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à atenção, memória e percepção, bem como funções cognitivas secundárias,correspondentes à aprendizagem e linguagem (Como se Preparar para Concursos comAlto rendimento, Ed. Método, pág. 132, apud PANTANO, Telma. Neurociênciaaplicada à aprendizagem. São Paulo: Pulso, 2009, pág 23).

 Neste sentido, o concurso público, indo muito além de um mero teste deinteligência, exigirá do candidato a realização de várias atividades intelectuais, como acapacidade de resolução de problemas com prévia compreensão e identificação da suasvariáveis, mobilização da memória, identificação de conceitos, desenvolvimento deraciocínio e rotas cognitivas, concentração, enquanto capacidade de seleção deestímulos e informações, elaboração de respostas e busca de soluções criativas, dentreoutras congêneres.

Isto sem falar, ao longo do processo de preparação, na necessidade de

 planificação dos estudos, bem como de condições emocionais para a manutenção natrajetória de busca da aprovação.

Ainda nesta perspectiva crítica, se é bem verdade que o concurso não éexclusivo dos iluminados detentores de elevados quocientes de inteligência, não émenos verdade que não é preciso que o candidato busque métodos e soluções mágicas emilagrosas, para se transformar numa espécie de mutante da cognição.

Atualmente existe um verdadeiro mercado de venda de soluções milagrosas,

que dizem aumentar a velocidade e a eficácia de funções cognitivas. Quando as vejolembro do personagem Professor Xavier (do “X-Men”), de modo que considero seenquadrar bem em roteiros de ficção científica. Mas não à realidade dos concursos eexames. Inclusive em função de várias limitações de ordem biológica. Porém, não podemos descartar a possível pequena eficácia decorrente do efeito placebo.

Com tudo isto, é imperativa a conclusão de que a aprovação no concurso públiconão é monopólio de uma elite privilegiada por capacidades neuro-bio-cognitivas,

geneticamente recebidas da natureza. Mas também não é preciso se tornar um mutantecognitivo para conquistar a aprovação.

Portanto, diante de todas as considerações, como conclusão, proponho à reflexãoe atitude as seguintes idéias:

- a aprovação no concurso público não é restrita a candidatos que contem comcapacidades e estruturas neurobiológicas tidas por privilegiadas, até mesmo pelo princípio da isonomia no seu sentido jurídico;

- procure se manter e avançar nos estudos, inclusive trabalhando com a lógica do

foco no processo, no sentido de contribuir com a lógica da plasticidade;- procure se submeter à realização de provas ou mesmo exercícios, considerando

a tese de que o treino tende a reduzir o consumo de energia cerebral. Mas cuidado, poisos exercícios devem ser tidos como um processo secundário-complementar ;

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- se convença de que você não tem o direito de dizer que não conta comcondições cognitivas de conquistar a aprovação.

Seja mais do que inteligente, seja racional!

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Uma pr oposta de técnica de estudos!

 Neste texto vou trabalhar com uma construção ou idéia que considero ter grandeutilidade nos estudos para concursos públicos. Trata-se de um conceito que faz parte deum amplo objeto de pesquisas que venho desenvolvendo, no campo das teorias daaprendizagem e ciências cognitivas aplicadas à preparação para concursos. Assim, o presente texto consiste num pequeno ensaio introdutório sobre as referidas construções.

Inicialmente, veja a figura abaixo com bastante atenção:

Agora olhe para outro lado, tirando a figura do seu campo de visão, pegue umafolha de papel ou abra um espaço para anotações se estiver com algum meio eletrônicode registro, e anote tudo que se lembrar, sem que voltar (neste momento) a olhar afigura. Em seguida, após anotar, volte ao presente texto.

Muito bem, quantos “objetos observados” (no sentido amplo de objeto)conseguiu anotar? Sete? Oito? Nove? Dez? Você utilizou alguma estratégia específica,de forma consciente e deliberada?

Agora olhe para a figura novamente e tente identificar, separando os objetosvisualizados, os que pertencem à categoria de seres inanimados, dos seres pertencentesao reino animal e vegetal. Ou seja, voltando-se para a figura, tente fazer a leitura

categorizada e promova mentalmente o devido enquadramento, conforme osmencionados critérios de classificação.

Ficou mais fácil?

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A presente estratégia proposta envolve a técnica de categorização eclassificação. Trata-se de um conceito que compõe o conjunto de construções queformam a Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural, desenvolvida por ReuvenFeuestein. A presente construção vem ganhando dimensão, relevância e respeito cadavez maior entre os estudiosos, pesquisadores e aplicadores das ciências da

aprendizagem.A técnica de categorização e classificação, caso o candidato a concursos

 públicos adquira a capacidade de adoção adequada, pode ser de grande utilidade nosestudos.

Muitos doutrinadores e autores de livros técnicos de matérias cobradas emconcursos públicos, e não apenas na área jurídica, desenvolvem sofisticadas construçõesde classificação de conceitos e institutos. Considero que em diversas circunstancias tais

classificações contam com um sentido muito mais de sofisticação do conhecimento,sem necessariamente trazer utilidade. E também considero que muitos autores nãofazem tais classificações impulsionados pela finalidade de elaborar recursos quefacilitem a compreensão. Ou seja, muitas vezes o objetivo é a sofisticação.

Vejamos um exemplo prático, envolvendo conhecimentos mais di retamenterelacionados à preparação para o concurso público, adotando a presente técnica.

Vamos imaginar que você pretenda contar com a disponibilidade cognitiva e

intelectual das matérias inerentes à competência legislativa privativa da União, assim previstas no art. 22 da Constituição Federal.

Considerando o disposto no texto constitucional, seria preciso se apropriar intelectualmente e ter a disponibilidade cognitiva de que se inserem na competência privativa da União as seguintes matérias:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,aeronáutico, espacial e do trabalho;II – desapropriação;III – requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de

guerra;IV – águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;V – serviço postal;VI – sistema monetár io e de medidas, títulos e garantias dos metais;VII – política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;

VIII – comércio exterior e interestadual;IX – diretrizes da política nacional de transportes;X – regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e

aeroespacial;XI – trânsito e transporte;

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XII – jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;XIII – nacionalidade, cidadania e naturalização;XIV – populações indígenas;XV – emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;XVI – organização do sistema nacional de emprego e condições para o

exercício de profissões;XVII – organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Públicado Distrito Federal e dos Territórios, bem como organização administrativa destes;

XVIII – sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;XIX – sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;XX – sistemas de consórcios e sorteios;XXI – normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias,

convocação e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares;XXII – competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária

federais;XXIII – seguridade social;XXIV – diretrizes e bases da educação nacional;XXV – registros públicos;XXVI – atividades nucleares de qualquer natureza;XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades,

 par a as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados,Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas

 públicas e sociedades de economia mista, nos termos do ar t. 173, § 1°, IIIXXVIII – defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e

mobilização nacional;XXIX – propaganda comercial.

É fácil ter todas estas informações disponíveis intelectualmente no momento da prova?Obviamente que não!

Diante deste cenário, adotando a técnica de categorização e classificação,

 poderíamos organizar o presente objeto de conhecimento da seguinte forma:

Matéri as Jurídicas/Ramos do Di reito: civil ;comercial; penal; processual; eleitoral; agrário; marítimo; aeronáutico;espacial e do trabalho;Serviços Públicos e Pr ivados: telecomunicações e radiodifusão; serviço postal; sistema estatístico; sistemacartográfico e de g eol og i a na c i onai s ; r eg i s t r o s púb l i c os ;  informática;Administr ação Públi ca e Atuação Administr ativa: 

desapropriação; organização do sistema nacional de emprego e condições para oexercício de profissões; organização judiciária do Ministério Público e da DefensoriaPública do Distrito Federal e dos Territórios, bem como

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Recursos Natur ais: Águas; energia; jazidas; minas; outros recursos minerais e metalurgia;At ividades de Natureza Fi nanceira e Comerci al: sistema monetário e de medidas; títulos e garantias dos metais; política decrédito; câmbio; seguros e transferência de valores; comércio exterior e

interestadual; sistemas de poupança; captação e garantia da poupança popular; sistemas de consórcios e sorteios; propaganda comercial;L ogísti ca e Tr anspor te: diretrizes da política nacional de transportes; regime dos portos; navegaçãolacustre; fluvial; mar ítima; aérea e aeroespacial; trânsito e transporte;Administração Públi ca e Atuação Administr ativa: desapropriação; organização do sistema nacional de emprego e condições parao exercício de profissões; organização judiciária do Ministério Público e daDefensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios, bem como

organização administrativa destes; normas gerais de licitação e contratação,em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicase fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido odisposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economiamista, nos termos do art. 173, § 1°, III;Atividades Mi li tares, Bélicas, Segurança Públ ica e Nuclear: requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocaçãoe mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares;competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil emobilização nacional; defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima,defesa civil e mobilização nacional; atividades nucleares de qualquer natureza;Cidadania, Di reitos Fundamentais e Estrangeiros: nacionalidade, cidadania e naturalização; seguridade social; diretrizes e basesda educação nacional; populações indígenas; emigração e imigração, entrada,extradição e expulsão de estrangeiros. 

É preciso esclarecer e ressaltar, por um lado, que esta forma de categorização eclassificação foi desenvolvida por mim e para o meu próprio estudo, de modo queestabeleci os meus próprios critérios, que naturalmente reputo relevantes. Por contadisto, tendem a contar com potencial de manutenção cognitiva superior aos critérios quesejam desenvolvidos por outra pessoa, ainda que se trate de um respeitado doutrinador da área do Direito Constitucional.

Por outro lado, é preciso que se compreenda que a construção do critério de

categorização já faz parte do processo de aprendizagem. Além disto, as nossasconstruções tendem a contar com relevância maior para nós, ao menos em termoscognitivos, se comparadas com construções desenvolvidas por terceiros. Ou seja, aindaque você ache interessante e adote os critérios de classificação que estabeleci neste

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texto, provavelmente, a relevância cognitiva que tem para mim não será a mesma quetem para você.

Considerando as ponderações apresentadas, sugiro que promova a devidareflexão sobre a adoção da presente estratégia de estudos. E advirto que não se trata de

fórmula mágica, tampouco de mecanismo voltado a turbinar o cérebro, ou qualquer outra solução congênere, passível de atrair candidatos que se enquadrem no perfil“candidato microondas”.

Vale lembrar que o candidato microondas consiste naquele que busca um processo de preparação para concursos de forma rápida, fácil e sem maiores esforços pessoais e cognitivos. Assim, se contrapõe ao perfil do candidato de alto rendimento,que busca desenvolver uma preparação consistente, de longo prazo, com foco no processo – e não no resultado, pautado pela execução, monitoramento e controle de um

adequado planejamento de estudos.

Por fim, registro que a presente estratégia de estudos consiste apenas e tãosomente em uma proposta, com a devida fundamentação científica e passível de trazer alguma contribuição. Espero que de fato ajude.

Bons estudos e boas estratégias de categorização e classificação!

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Jur ispr udência x Doutr ina : um dilema nos estudos

Recentemente, ao visitar um colega em determinada Vara do Fórum no qualatuo, travei uma conversa com um assessor, ocupante do cargo de Analista Judiciário, oqual me disse que estava estudando para o concurso da Magistratura. Ele se dirigiu amim com a intenção de discutir algumas estratégias de estudo. No desenvolvimento daconversa, colocou que para a primeira fase do concurso (prova objetiva) estava

 procurando “decorar súmulas e orientações jurisprudenciais”, sustentando que este

consistia no objeto de cobrança nas referidas provas.

 Não vou negar que há um consenso no referido sentido, ou seja, de que nas provas objetivas apenas são cobradas a lei seca, súmulas e, no caso dos concursostrabalhistas, orientações jurisprudenciais do TST. Diante da convicção com a qual foisustentada a referida afirmação, comecei a propor algumas reflexões de modo adesconstruir e provocar a reavaliação daquela idéia enquanto algo absoluto.

Daí apresentei ao aludido assessor e candidato a concursos públicos o seguinteconceito do Direito do Trabalho:“ As horas extras contam com natureza salarial em função do seu caráter retributivo, sendo, por isto, devidas mesmo que prestadas fora dos parâmetroslegais, ou seja, sem a observância de ajuste entre empregado e empregador e dolimite de 2 hs diárias. Mas apesar da natureza salarial, não há direito àincorporação, sendo assegurada apenas uma indenização ocorrendo asupressão parcial ou total das horas extras pelo empregador, no caso doempregado ter realizado horas extras por pelo menos 1 ano. Ou seja, apesar das

horas extras se sujeitarem a uma lógica de causa e efeito, na medida em quecessada a causa cessa o direito, afastando assim o direito à incorporação,quando suprimidas, respeitado o período de 1 ano, garante-se algumacompensação. Vale esclarecer que geralmente algumas vantagens salariais sesujeitam à referida lógica de causa e efeito, como no caso do adicional noturnoe de insalubridade. Mas há uma vantagem que mesmo salarial não se sujeita aesta lógica de causa e efeito de forma absoluta, sendo garantida aincorporação, o que ocorre com a gratificação do gerente, quando exerce afunção por pelo menos 10 anos e não comete falta para a perda da função.”

Muito bem, contada esta “historinha” em formato conceitual, em poucosminutos apresentei um conjunto de informações. E daí indaguei se havia compreendidoe apreendido intelectualmente o que disse, obtendo resposta positiva.

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Em seguida, informei ao meu interlocutor que ele havia se apropriadointelectualmente de ao menos 1 artigo de lei e 6 Súmulas do TST, quais sejam:

- ar t. 59 da CLT: requisitos para a realização de horas extras;- Súmula 376, I: natureza salarial das horas extras;- Súmula 376, II: obrigação de pagamento das horas extras realizadas de forma

ilícita;- Súmula 265: supressão do adicional noturno no caso de mudança para o turnodiurno;- Súmula 248: supressão do adicional de insalubridade no caso dedesclassificação do agente insalubre pelo Mistério do Trabalho;- Súmula 291: ausência do direito à incorporação de horas extras e direito aorecebimento de indenização a par tir de 1 ano;- Súmula 372: incorporação da gratificação de gerente, diante do exercício dafunção por ao menos 10 anos, desde que não tenha ocorrido motivo para a

supressão. 

Este mesmo raciocínio se aplica a todas as outras matérias jurídicas. Mas qual éo seu sentido?

A primeira idéia é que entendo inexistir este aparente abismo e caráter excludente entre o estudo da legislação e da jurisprudência no seu formato original,geralmente chamado de formato “seco”, e o estudo da informação ou conhecimento emformato textual-conceitual-explicativo, o que podemos chamar de doutrina. Ou seja,textos conceituais, geralmente denominados doutrinários, os quais têm como objeto deabordagem o conteúdo de súmulas e legislação, nos permitem compreender e nosapropriar intelectualmente do conteúdo destas mesmas súmulas e legislação.

Por outro lado, se você vai insistir neste caminho de estudar ou tentar “decorar”o conteúdo de súmulas e legislação no formato original, por vezes denominado emformato “seco”, pode ser eficiente e adequado que procure entender a lógica envolvidanas normas e teses correspondentes, de modo a construir seus conceitos, inclusive

enquanto recurso de aprendizagem.

Entendo que por trás dos aparentes dilemas e compreensões há algumasconstruções e teorias relevantes, estabelecidas no âmbito das ciências voltadas ao estudoda aprendizagem humana.

Primeiramente, em tese, há um modelo de aprendizagem mecânica e designificados. No primeiro há um processo de apropriação cognitiva da informação, ouao menos tentativa de apropriação, sem compreensão de sentido, correspondendo ao

famoso decoreba puro. No segundo, sistematizado e construído pelo médico-psiquiatrae psicólogo educacional Daivid Ausubel, subsiste uma compreensão de sentido a partir dos antecedentes prévios (MOREIRA, Marco Antonio. Teorias de Aprendizagem: SãoPaulo, EPU, p. 151).

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Por exemplo, podemos “decorar” o conteúdo da Súmula Vinculante 25 do STF,a qual estabelece a seguinte redação: “É ilícita a prisão civil de depositário infiel,qualquer que seja a modalidade do depósito”. Isto significa não se preocupar com acompreensão dos elementos conceituais e lógicos que compõe a Súmula.

Porém, podemos também tentar entender o seu sentido, identificando ecompreendendo o conceito de prisão civil, de depositário, as modalidades de depósitose principalmente os fundamentos da tese adotada para a construção da Súmula, desde otexto da Constituição Federal, passando pelo Pacto de São José da Consta Rica, pelasistemática constitucional atual sobre os efeitos da incorporação de tratados dispondosobre direitos fundamentais, bem como a evolução jurisprudencial que resultou nasúmula.

Outra idéia importante, neste aparente dilema entre doutrina e jurisprudência

sumulada, consiste na possibilidade de se distinguir e separar os conceitos lógicos dosarbitrários. Os conceitos lógicos são aqueles em que há condições de identificar umacompreensão lógica de sentido. Já os arbitrários são estabelecidos arbitrariamente,havendo dificuldades para a compreensão de sentido. Por exemplo, o conceito decláusula pétrea e o art. 60, § 4º da Constituição Federal podem ser entendidos como umconceito lógico, ao passo que as matérias da competência privativa da União (art. 22 daCF) ou quoruns do processo legislativo são conceitos de caráter mais arbitrário.

 Neste sentido, as súmulas que contam com um sentido de conceito arbitrário,talvez devam ser trabalhadas com modelos de aprendizagem mecânica, com base naidéia do decoreba, inclusive com a adoção de técnicas mnemônicas. Já aquelas com umsentido mais lógico, talvez mereçam um modelo de aprendizagem de significados.

Outra estratégia que pode ser trabalhada consiste na técnica de categorização.Esta técnica inclusive acaba sendo adotada pelos índices temáticos das editoras. Masvocê também pode – e talvez deva, construir o seu próprio “índice temático”, inclusiveenquanto uma estratégia de aprendizagem própria.

O fundamental é que compreenda o sentido das possibilidades de estratégias deaprendizagem ao estudar a jurisprudência, inclusive para provas objetivas. O mesmoalerta vale para o estudo da legislação.

A aprendizagem humana consiste em fenômeno complexo, como complexo é oser humano. Daí porque não há como criar fórmulas universais, principalmente com orótulo de segredo do sucesso para passar em concursos e exames.

Procure buscar caminhos eficientes, seja crítico, rejeite as universalizaçõesabsolutas e bom estudo!

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Concur sos Públicos e r ealização de Exercícios

Você considera importante a realização de exercícios na preparação paraconcursos públicos?

Muitos candidatos contam com a compreensão de que os exercícios sãofundamentais. Alguns candidatos lotam as salas de cursos preparatórios voltados àresolução de questões, na esperança de que irão adquirir todas as condições necessárias

ao alcance da aprovação, e em pouco tempo. Existem aqueles que, de forma talvezradical, entendem adequado se preparar para o concurso público apenas e tão somente pela realização de exercícios. Há ainda candidatos que fazem dos exercícios umaverdadeira competição consigo mesmo, inclusive ficando frustrados quando, ao conferir o gabarito, não acertam as questões.

Diante deste universo de possibilidades, é fundamental a compreensão dos papéis que os exercícios podem representar na preparação para concursos públicos e , a

 partir desta percepção, identificar a eficiência do investimento de tempo e esforçoscognitivos na referida atividade.

O objetivo do presente texto consiste na apresentação de conceitos, concebidosempiricamente e tecnicamente fundamentados, de modo a provocar a reflexão. Desde jáesclareço, conforme é a lógica do trabalho de orientação voltada à preparação paraconcursos públicos que venho desenvolvendo, que não é minha intenção impor conclusões ou teses absolutas e definitivas, ainda que tenha as minhas opiniões.Considero, neste sentido, que cabe a cada candidato avaliar o que é melhor para si, a

 partir de uma avaliação eficiente em termos de custo-benefício.

Teoricamente, os exercícios podem exercer, sem prejuízo de outros, os seguintes papéis:

- apropriação primária;- reforço da informação primariamente apropriada;- ambientação procedimental-operatória;- mapeamento de limitações de conteúdo.

Quanto à apropriação primária, trata-se do processo por meio do qual se apropria primariamente, em termos intelectuais e cognitivos, de uma determinada informação.Ou seja, trata-se da situação na qual aprendemos determinado conceito ou informaçãono processo de realização do exercício.

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O papel de reforço consiste na situação, muito comum na preparação paraconcursos públicos, na qual o candidato, após se apropriar primariamente da informaçãoobjeto do exercício, seja por meio de um estudo bibliográfico ou uma aula, passa àrealização das questões. Já a ambientação procedimental-operatória envolve a resoluçãode exercícios enquanto meio para a familiarização com o procedimento de solução de

questões, isto é, seria o treino para a prova, inclusive no sentido de estar familiarizadocom o processo de raciocínio a ser trabalhado. Por fim, o mapeamento obviamente quetem sua importância para que o candidato identifique eventuais deficiências quanto aouniverso de matérias e conteúdos com compõe o seu programa de estudos.

Assim, primeiramente, é fundamental que o candidato compreenda o que pretende com os exercícios. É bem verdade que a referida atividade na preparação paraconcursos públicos pode exercer funções híbridas, conjugando todas ou parte dasmencionadas funções.

Fazendo uma leitura crítica dos possíveis papéis dos exercícios, considero que,na esteira das teorias cognitivistas-piagetianas da aprendizagem, atribuir a esta atividadeo papel de apropriação primária não seria muito eficiente.

Segundo as mencionadas concepções, o processo de aprender pauta-se por umfenômeno denominado assimilação e acomodação, para, a partir da consolidação dosegundo, alcançar um estado de equilíbrio. A assimilação consiste na checagem do

conhecimento novo com o já existente e adquirido, ao passo que a acomodação consistena efetiva apropriação do novo, por meio da compreensão das diferenças entre a novainformação e a anterior, bem como com a compreensão de sentido, de modo a, emseguida, alcançar o equilíbrio.

Diante desta compreensão, fazer exercícios sem o domínio prévio das premissasconceituais relacionadas ao próprio exercício, ou mesmo dos antecedentes lógicosvinculados ao conteúdo objeto da questão, pode ser ineficiente. Seria tentar fazer umaquestão sobre matérias protegidas por cláusulas pétreas (art. 60, §4º da Constituição

Federal), sem saber o que são cláusulas pétreas, porque existem, o que é poder constituinte derivado e quais as espécies de constituição quanto à mutabilidadeconstitucional.

 No entanto, reconheço que, por outro lado, existem matérias de caráter bastanteabstrato, tais como ramos da matemática aplicada, que inclusive para a apropriação primária exigem a adoção de procedimentos operatórios como a realização deexercícios. Neste sentido, considero que não há como aprender matemática financeiraou estatística sem realizar exercícios. Note que no caso o papel de apropriação primáriaacaba por se confundir com o papel de reforço.

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Mas considero, conforme a proposta metodológica que venho sustentado, que a preparação para o concurso público deve ser desenvolvida em duas etapas. Uma primeira voltada à apropriação primária do objeto de conhecimento a ser estudado eoutra voltada à apropriação secundária, o que consiste numa fase de manutenção eaperfeiçoamento. Assim, considero, mais uma vez sem a pretensão de ser detentor do

monopólio da verdade absoluta, que o momento ideal para os exercícios seria a segundafase da preparação.

Outro aspecto relevante a ser destacado quanto aos papéis dos exercícios na preparação para concursos públicos, corresponde à importância da ambientação procedimental e do mapeamento.

 Não há dúvida de que a resolução de questões, enquanto uma espécie de treino,colabora com a realização de provas. Tanto pela possibilidade de repetição de questões

ou temas cobrados, quanto pela aquisição do hábito de raciocínio e caminhos cognitivos para a busca de solução, aspectos que, inegavelmente, contam com um papelimportante, relacionado à ambientação procedimental-operatória.

Porém, considero que a condição para a adoção deste recurso deveria ser aeficácia atividade intelectual desenvolvida na realização dos exercícios, o que afastariao papel de apropriação primária, conforme já sustentado. Assim, voltamos à grandequestão envolvendo o domínio e estudo prévio dos conteúdos objeto dos exercícios,

 bem como a eficiência e a disponibilidade de tempo para os estudos, sendo necessárioavaliar se, efetivamente, vale a pena o investimento nesta atividade.

Cabe também chamar destacar o papel dos exercícios enquanto meiode mapeamento de deficiências e limitações, considerando os conteúdos previstos noedital do concurso público e passíveis de cobrança nas provas. Tal função pode ser degrande importância para que o candidato identifique determinados temas que contamcom fragilidade e domínio intelectual precário.

Ainda refletindo sobre o papel dos exercícios, é fundamental uma avaliação a partir da noção dos estilos de aprendizagem, os quais correspondem ao teórico,reflexivo, ativo e pragmático. Naturalmente que o referido recurso não terá a mesmarepercussão para todos os candidatos, inclusive considerando suas particularidades emtermos de estilos de aprendizagem.

Aliás, este é apenas mais um motivo que invoco para sustentar que acompreensão e desenvolvimento do complexo processo de preparação para concursos

 públicos não comporta fórmulas mágicas, fechadas, prontas e acabadas. É precisoconsiderar e respeitar as peculiaridades de cada candidato.

Outra preocupação merecedora de destaque consiste no comportamento de fazer dos exercícios uma verdadeira competição, espírito que acaba por provocar frustrações

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diante da constatação do erro. Definitivamente, tenho a convicção de que a realizaçãode exercícios na preparação para concursos públicos não pode ser encarada com oespírito competitivo. Aliás, como venho sustentando a tese da preparação paraconcursos públicos com alto rendimento, esclareço que este conceito não se confundecom a idéia do espírito competitivo, mas sim do planejamento e da disciplina na

implementação de esforços voltados à busca da aprovação.

Inclusive, saliento que o erro, devidamente trabalhado e compreendido, tem um papel muito importante na aprendizagem. Segundo sustenta a Profa. Evelise Portilho, psicopedagoga, docente da PUC-PR e autora de obra sobre o tema daaprendizagem, “...a visão construtivista da aprendizagem tem sua origem na tomada deconsciência dos fracassos ou dos desequilíbrios entre as representações e a realidade.Este ponto da teoria piagetiana vem contrapor a crença de que não se podiam cometer erros para aprender.”

Portanto, é fundamental entender os exercícios muito mais como umaoportunidade para a compreensão dos erros, do que uma para uma busca do acerto. Esteespírito de compromisso com o acerto deve predominar apenas nas prova, com certocuidado, para não transforma o processo de busca da aprovação numa batalha contra uminimigo inexistente.

Cabe também tecer considerações sobre a relação entre a atividade de exercíciose as modalidades de memória. Isto é, o candidato precisa compreender se a sua intençãoé que os exercícios envolvam a mobilização de informações apropriadas enquantomemórias de curto prazo ou de longo prazo? De modo a tentar encontrar uma resposta,considero que a realização de exercícios enquanto mecanismo de reforço, já tendo ocandidato se apropriado previamente dos conteúdos objeto das questões, tende a setornar memória de longo prazo, ao passo que, cumprindo o papel de apropriação primária, sem a realização do estudo prévio por algum outro processo cognitivo, tende aconstituir memória de curto prazo.

Inclusive, desenvolvi construções e ponderações mais explicadas e aprofundadas

no livro que publiquei pela Editora Método, que leva o título “Como se Preparar paraConcursos Públicos com Alto Rendimento”.

Diante de todas as ponderações apresentadas, a intenção principal desse texto éque procure entender o sentido da realização de exercícios na preparação para oconcurso público. Evite atribuir a esta atividade a tábua de salvação que garantirá a suaaprovação. Evite imprimir o espírito competitivo na solução de questões, enxergandonesta tarefa uma oportunidade de aprendizado, sem um compromisso absoluto e rígidocom o acerto. E procure, de maneira bem avaliada, adotar caminhos que se traduzam em

eficiência.

Sucesso nos estudos e, principalmente, nos “exercícios” que fará no momento da prova!

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As Revisões na Prepar ação para Concur sos

O desenvolvimento do processo de preparação para o concurso público pode ser empreendido de maneira racionalizada e pautado pela busca de eficiência ou não. Aracionalização do presente processo significa otimizar esforços, o que, nomínimo contribui para ou determina a conquista da aprovação. Esta compreensão denatureza estratégica implica na preocupação com uma série de fatores, a começar  pela estruturação do planejamento de estudos. Mas um elemento que não pode ser desconsiderado consiste no papel das revisões.

Existem diversos fundamentos que determinam a importância das revisões,enquanto meio de reiteração de contato com o objeto de conhecimento estudado.

Primeiramente, as revisões são fundamentais para a consolidação de memórias,inclusive por uma questão neurofisiológica. Ou seja, memórias consistem em formas decomunicação entre neurônios, por meio da atuação de neurotransmissores, consistindonum determinado padrão neural.

Assim, a reiteração do contato, por meio da repetição viabilizada pelas revisões,tende areforçar os referidos padrões.

Outro fundamento importante, decorrente do anterior, consiste no automatismo,o que tende a contribuir inclusive no processo de realização de provas. Segundo a prestigiada psicóloga cognitiva e psicopedagogoa argentina Sara Paín, “a automatizaçãoé fundamental para a aprendizagem. Se ficássemos pensando que temos de respirar, oude abrir a pupila para entrar mais ou menos luz no olho, não poderíamos aprender. A

automatização permite que uma parte já não seja pensada – que esteja inscrita -, paraque o pensamento possa se preocupar em adquirir novos conhecimentos…”(Subjetividade e Objetividade: Petrópolis, RJ, Vozes, 2009, p. 64/65).

Há ainda outro motivo relevante que determina a importância das revisões,envolvendo construção desenvolvida por Alexander Luria, c lássico neuropsicólogorusso e não menos prestigiado. Trata-se da idéia de encurtamento da rotacognitiva inerente à percepção do estímulo. Isto é, quando temos contato com um objetode conhecimento, quanto mais este se encontra consolidado, menor se torna o custocognitivo e o tempo para domínio deste. É o que ocorre quando percebemos que otempo para resolver uma questão sobre um tema quanto ao qual reiteramos o contatomuitas vezes é menor do que no caso da questão abordando tema que não se teve tantocontato assim.

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Portanto, é fundamental a realização das revisões.

Superada a presente premissa, cabe refletir sobre como proceder.

Conforme havia sistematizado no livro que escrevi sobre o temada metapreparação para concursos (Como se Preparar para Concursos com Alto

Rendimento, Ed. Método) http://bit.ly/p4W3rX – e sem pretensão de ostentar o títulode detentor do monopólio da verdade absoluta sobre o tema, quanto à freqüência,existem basicamente duas modalidades de revisões: as periódicas e as de véspera de prova.

As revisões periódicas, por sua vez, podem ser trabalhadas de maneira cíclica e permanente.

 Na primeira modalidade o candidato disponibiliza alguns momentos de seutempo permanente de estudos para a realização de revisões. Assim, está sempre arealizar a referida atividade.

Já no formato cíclico, o candidato não irá incorporar de forma permanente asrevisões à sua rotina. No caso, são estabelecidos determinados períodos para ocupar  parte ou todo o tempo disponibilizado aos estudos com as revisões, de modo a rever todo o conteúdo até então estudado. Adotando esta opção, é necessário definir a periodicidade de realização das revisões, por exemplo a cada bimestre, trimestre ou

semestre.

Quanto à revisão de véspera de prova, a qual se distingue do modelo permanentee programado, a principal finalidade consiste em trabalhar o objeto de conhecimentomais numa perspectiva de memória de curto prazo. Tem importância principalmente para a realização de provas objetivas.

Independente da modalidade de revisão a ser considerada, é preciso definir as fontes a serem adotadas para tanto. Ou seja, por exemplo no caso do candidato quevem estudando por fontes bibliográficas, para a revisão deveria reler ou reestudar tudo oque foi antes estudado e pelas mesma fontes? Talvez seja pouco viável e razoável.

 No caso de ter elaborado resumos, anotações, esquemas, mapas mentais outrechos sublinhados das fontes adotadas na primeira fase, talvez seja mais adequadoadotar este material como a fonte de revisão.

Outra possibilidade a ser adotada, não necessariamente excludente em relação àsdemais, consiste em trabalhar as revisões no contexto daquilo que venho denominando

de segunda etapa da preparação. Conforme esta construção metodológica, a primeirafase seria voltada à apropriação intelectual primária do objeto de conhecimentoestabelecido no plano de estudos. Já a segunda fase, iniciada após a conclusão da primeira, seria destinada à manutenção e aperfeiçoamento do conhecimento apropriadona primeira fase.

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 Neste sentido, entendo que as revisões consistem em objetivo típico da segundafase. Porém, daí você pode questionar: mas qual seria o ideal, trabalhar as revisões na

 primeira ou na segunda fase?

Mais uma vez, talvez para a sua frustração, não tenho uma resposta única e

universal. Como venho reiteradamente sustentando, a intenção é apresentar caminhos, possibilidades e provocar reflexões, com fundamento e seriedade.

Considero que, se o candidato, ao longo da execução da primeira fase promoverevisões, irá retardar a conclusão desta etapa. Porém, tende a avançar na consolidaçãodas memórias correspondentes ao objeto de conhecimento estudado.

Por outro lado, aquele que conclui antes a primeira etapa já pode partir maiscedo para a segunda, trabalhando neste contexto as revisões.

Ao longo do meu processo de preparação adotei a segunda opção. E tenho plenaconvicção de que foi uma decisão e atitude adequada. Mas isto não significa que talcompreensão deva ser universalizada.

O fundamental é que você compreenda a importância desta atividade cognitivacorrespondente às revisões, bem como trabalhe estratégias que viabilizem a suaexecução.

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Diagnóstico da Reprovação

Fui procurado recentemente por uma psicopedagoga clínica, minha colega deturma na especialização em neuroaprendizagem, que estava promovendo o atendimentoclínico de uma candidata ao Exame da OAB. A referida profissional tinha algumasdúvidas sobre a dinâmica do processo de preparação para concursos públicos e examesoficiais, mas já contava com alguns elementos para fechar o seu diagnóstico preliminar,inclusive estando convencida de algumas limitações cognitivas e comportamentaisquanto à candidata, a qual já colecionava nada mais nada menos do que setereprovações no exame.

Ao descrever as considerações e elementos levantados para a elaboração dodiagnóstico, colocava problemas de ordem familiar, limitações quanto às funçõescognitivas primárias como a atenção e concentração, bem como bloqueios de natureza psicológica. E eu ouvia aquelas colocações como se fosse a fundamentação de umasentença condenatória. Ou seja,da forma inicialmente constatada, de fato, a candidata

estava condenada a mais reprovações.

Daí comecei a fazer questionamentos à minha interlocutora, trazendo conceitos psicopedagógicos, mas principalmente aspectos relacionados ao universo da preparação para concursos públicos e Exame da OAB.

Após uma longa rodada de conversas e debates, propus que o diagnóstico passasse por um roteiro de levantamento de dados sobre as reprovações anteriores. Paraisto, seria preciso que na próxima sessão a candidata levasse ao consultório as suas duas

últimas provas objetivas (nas quais fora reprovada), para que fossem realizadasalgumas apurações.

Assim, sugeri um levantamento de dados e informações, conforme o seguinteroteiro:

1- pegue a prova ou as provas (objetivas) e separe identificando as questões quenão foram objeto de acerto;

2- apure em percentual o quanto estas representam do universo total de questões;3- do universo das questões separadas (erradas) as classifique (separando)

conforme os seguintes critérios:Q.1- questões que não sabia a resposta;Q.2- questões que sabia a resposta, mas não compreendeu o comando da

questão;

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Q.3- questões que sabia a resposta e compreendeu o comando da questão, masnão conseguiu identificar a a lternativa correta (mesmo sabendo a resposta ecompreendendo adequadamente o comando da questão);

Q.4- questões que sabia a resposta, compreendeu o comando da questão eidentificou a alternativa correta, mas marcou errado no gabarito;

4- identifique em percentual o quanto cada grupo representa (meu palpite desde já é que o grupo Q.4 será o menor e o Q.1 será o maior);

5- No universo do grupo de questões Q.1, ou seja, questões em relação asquais não se sabia a resposta, separe as questões entre os seguintes subgrupos:

Q.1.1- questões não acertadas envolvendo temas que foram estudados;Q.1.2- questões não acertadas envolvendo temas que não foram estudados.

Levantados os referidos dados, reitero que a minha hipótese inicial é de o grupode questões classificadas em Q.1.2, ou seja, questões que não foram objeto de acerto e

envolvem temas não estudados, será significativamente maior.

Independente da confirmação da referida hipótese preliminar, após olevantamento, será identificado um cenário bem mais claro da realidade. E nestesentido, diante das possibilidades de resultados, algumas considerações, sem prejuízo deoutras, devem ser refletidas.

Em relação aos grupos de questões Q.2, Q.3 e Q.4, inegavelmente, o problema

recai sobre o processo de realização da prova. No casso, a solução pode passar, por um lado, pelo trabalho com a atenção,

enquanto função cognitiva primária e fundamental à compreensão do enunciado eidentificação da resposta correta.

Por outro lado, ainda quanto ao processo de realização de provas, no caso dafalta de capacidade de compreensão do comando da questão, uma alternativa consiste narealização de exercícios, enquanto estratégia de familiarização com a presente atividade.

Mas havendo a confirmação da principal hipótese levantada – a qual, no caso da paciente da minha colega de turma, efetivamente restou confirmada – a solução passa por outro caminho. Ou seja, se o maior universo de questões que não foram objeto deacerto envolvem conteúdos não estudados (grupo Q.1.2), o problema está no planejamento do processo de preparação.

Assim, se impõe os seguintes questionamentos relevantes: (1) por que osreferidos temas não foram estudados?; (2) havia um plano de estudos?; (3) se havia, osreferidos temas foram inseridos no plano?; se não foram inseridos, qual o motivo, isto é,foi uma exclusão estratégia e seletiva?

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 Neste cenário é preciso montar um planejamento de estudos de forma adequada, baseado na idéia do planejamento estratégico e tático. Para a compreensão de conceitosmetodológicos voltados à estruturação e execução de um adequado plano de estudos,sugiro a palestra sobre o tema (Veja no link a seguir a Palestra sobre Como Passar emConcursos Públicos e Exames).

Para aqueles que já contam com um planejamento e estão há algum tempo em processo de preparação, considere a possibilidade de suprir suas limitações quanto aostemas em relação aos quais não se tem (e não teve na prova) a disponibilidadeintelectual. Ou seja, supere a referida limitação.

Já no caso de confirmação da prevalência do grupo Q.1.1, isto é, questõesenvolvendo temas estudados, mas que não se lembrava a resposta, primeiramente, é preciso compreender que“não se lembrava” significa não havia a disponibilidade

cognitiva da informação. Ou seja, o problema envolveu uma função cognitiva primáriadenominada memória.

 Neste sentido, por um lado, é preciso avaliar como foi o processo de busca deapropriação intelectual, ou seja, como este estudo foi desenvolvido? Qual a suaconsistência? Por outro lado, também não se pode descartar a adoção de algumaestratégia de mobilização de memória, principalmente para conceitos classificadoscomo arbitrários.

Avançando para a conclusão, apesar do título do presente texto, na realidade, oselementos apresentados são mais voltados a um diagnóstico de caráter preliminar, e nãodefinitivo. Porém, antes de impor uma condenação de fracasso quanto à capacidade de passar no concurso público, é preciso entender o cenário estabelecido, de forma real eracional.

 No caso objeto de inspiração do texto, a minha colega acabou se convencendode que boa parte das hipóteses inicialmente levantadas, principalmente quanto às

limitações cognitivas e problemas psicológicos, estavam erradas enquanto causasdeterminantes das reprovações. Na realidade, o problema era apenas uma questão de planejamento de estudos, ou seja, aquilo que não era objeto de acerto, na sua maioria,não havia sido estudado.

Bom diagnóstico e bom estudo!

(http://www.concursospublicos.pro.br/como-passar-em-concursos-publicos-e-exames-oficiais).

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