ESTRATÉGIAS DE SEPARAÇÃO E PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO...
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ANDREA KOMESU
ESTRATÉGIAS DE SEPARAÇÃO E PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO
LÁCTICO PRODUZIDO POR VIA FERMENTATIVA
CAMPINAS
2015
iii
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Faculdade de Engenharia Química
ANDREA KOMESU
ESTRATÉGIAS DE SEPARAÇÃO E PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO
LÁCTICO PRODUZIDO POR VIA FERMENTATIVA
Tese de Doutorado apresentada à Faculdade de
Engenharia Química da Universidade Estadual de
Campinas, como parte dos requisitos exigidos
para a obtenção do título de Doutora em
Engenharia Química.
Orientadora: Profa. Dra. MARIA REGINA WOLF MACIEL
Coorientador: Prof. Dr. RUBENS MACIEL FILHO
Este exemplar corresponde à versão final da Tese defendida pela aluna Andrea Komesu, e
orientada pela Profa. Dra. Maria Regina Wolf Maciel.
CAMPINAS
2015
iv
iv
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Tese de Doutorado defendida por Andrea Komesu e aprovada em 11 de maio de 2015 pela banca
examinadora constituída pelos doutores:
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vii
ABSTRACT
The development of industrial biotechnology processes that use renewable resources is a
necessity nowadays due to concerns about oil supply and sustainable development. Fermentation
processes for the production of carboxylic acids from renewable resources have drawing a lot of
interest, and the production of lactic acid is one of the most important among organic acids. The
wide variety of applications and the development of new uses and products, such as the
production of biodegradable polymers, green solvents and oxygenated chemicals, have made the
production of lactic acid grow considerably in recent decades, stimulating research for
technologies that make the process more economically viable. In the case of lactic acid produced
from sugarcane molasses, the development of an effective method of separation and purification
without wastewater generation is extremely important. The process of separation and purification
corresponds to approximately 50% of the production cost. Therefore, this work is devoted to
study three strategies of separation to concentrate lactic acid produced from fermentation: hybrid
short path evaporation, reactive distillation, and both technologies attached. Experimental
factorial designs were applied to determine the best operating conditions. Thus, the best
conditions and operational sequences for lactic acid concentration, separation, and purification
were defined. The results showed that hybrid short path evaporation and reactive distillation
system are effective for the lactic acid separation and concentration. After optimization of the
hybrid short path distillation, lactic acid purity around 89,71% was obtained. Regarding reactive
distillation, it was possible to obtain 100% ethyl lactate yield in the esterification reaction and
concentrate lactic acid by 2,4 times after hydrolysis with lactic acid purity around 26,32%. Using
both technologies attached, lactic acid was concentrated by 4,7 times with lactic acid purity
around 21,97%. Hybrid short path distillation showed high purification performance index, so it
is the separation and purification technology most promising for lactic acid. Finally, a virtual
plant for lactic acid purification from fermentation broth was developed using reactive
distillation.
viii
ix
RESUMO
O desenvolvimento de processos biotecnológicos industriais que utilizem recursos naturais
renováveis é uma necessidade que se faz presente nos dias atuais, dada a preocupação com o
abastecimento de petróleo e o desenvolvimento sustentável. Um grande interesse pelos processos
fermentativos para produção de ácidos carboxílicos a partir de recursos renováveis tem sido
despertado, sendo a produção de ácido láctico uma das mais importantes entre os ácidos
orgânicos. A grande variedade de aplicações e o desenvolvimento de novos usos e produtos,
como na produção de polímeros biodegradáveis (poli- ácido láctico), solventes verdes e químicos
oxigenados, fizeram com que a produção de ácido láctico crescesse consideravelmente nas
últimas décadas e estimulasse a pesquisa por tecnologias que tornem o processo mais viável
economicamente. No caso do ácido láctico, o desenvolvimento de um método eficaz de separação
e purificação do ácido a partir do caldo de cana-de-açúcar fermentado, sem a geração de
efluentes, é de suma importância, pois o processo de separação e purificação corresponde a,
aproximadamente, 50% do custo de produção. Assim, este trabalho teve como objetivo estudar
três estratégias para separação e concentração do ácido láctico produzido por via fermentativa,
utilizando, a saber: um sistema híbrido de destilação molecular, um sistema de destilação reativa
e acoplando as duas tecnologias sequencialmente. Foram aplicados planejamentos experimentais
para a determinação das melhores condições operacionais de cada processo e, por fim, foram
definidas as melhores condições e sequências operacionais para a concentração, separação e
purificação do ácido láctico. Os resultados mostraram que utilizar tanto o sistema híbrido de
destilação molecular quanto o sistema de destilação reativa são efetivos para a separação e
concentração do ácido láctico. Após a otimização da etapa de destilação molecular híbrida, foi
possível a obtenção de ácido láctico com 89,71% de pureza. Em relação à destilação reativa, foi
possível obter 100% de rendimento de lactato de etila na etapa de esterificação e concentrar 2,4
vezes o ácido láctico, com 26,32% de pureza, após a etapa de hidrólise. Utilizando a destilação
molecular híbrida e destilação reativa em sequência, obteve-se ácido láctico 4,7 vezes mais
concentrado, com 21,97% de pureza. A destilação molecular híbrida apresentou o maior índice de
desempenho de purificação, sendo a tecnologia de separação e purificação mais promissora para
o ácido láctico. Para finalizar o trabalho, foi desenvolvida a simulação de uma planta virtual para
realizar a purificação do ácido láctico proveniente da fermentação utilizando a destilação reativa.
x
xi
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 ................................................................................................................................. 2
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 2
1.1. OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS ......................................................................... 4
1.2. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 5
1.3. ORGANIZAÇÃO DA TESE ............................................................................................ 7
1.4. PRODUÇÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 8
CAPÍTULO 2 ............................................................................................................................... 12
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................ 12
2.1. ÁCIDO LÁCTICO .......................................................................................................... 12
2.1.1. HISTÓRICO .................................................................................................................... 12
2.1.2. PROPRIEDADES ........................................................................................................... 13
2.1.3. APLICAÇÕES ................................................................................................................ 16
2.2. PROCESSOS BIOTECNOLÓGICOS ............................................................................ 19
2.3. PROCESSOS DE PRODUÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO ............................................... 20
2.3.1. SÍNTESE QUÍMICA ...................................................................................................... 21
2.3.2. FERMENTAÇÃO MICROBIANA ................................................................................ 23
2.4. PROCESSOS DE SEPARAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO ............................................. 31
2.4.1. PRECIPITAÇÃO ............................................................................................................ 34
2.4.2. EXTRAÇÃO LÍQUIDO-LÍQUIDO OU EXTRAÇÃO POR SOLVENTE.................... 36
2.4.3. PROCESSO DE SEPARAÇÃO COM MEMBRANAS ................................................. 38
2.4.4. PROCESSOS DE SEPARAÇÃO POR DESTILAÇÃO................................................. 44
2.5. PROCESSO DE DESTILAÇÃO REATIVA .................................................................. 45
2.5.1. ASPECTOS GERAIS...................................................................................................... 45
2.5.2. REAÇÕES PARA A RECUPERAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO .................................. 48
2.5.3. COLUNA DE DESTILAÇÃO REATIVA ..................................................................... 50
2.6. PROCESSO DE DESTILAÇÃO MOLECULAR ........................................................... 51
2.6.1. ASPECTOS GERAIS...................................................................................................... 51
xii
2.6.2. TIPOS DE EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA DESTILAÇÃO MOLECULAR ........
......................................................................................................................................... 57
2.6.3. APLICAÇÃO PARA RECUPERAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO .................................. 59
2.6.4. FUNDAMENTOS TEÓRICOS ...................................................................................... 60
2.6.5. SISTEMA HÍBRIDO DE EVAPORAÇÃO ................................................................... 66
2.7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 70
CAPÍTULO 3 ............................................................................................................................... 72
3. CARACTERIZAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO ................................................................ 72
3.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 72
3.2 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................... 75
3.2.1 MATERIAIS ................................................................................................................... 75
3.2.2 CARACTERIZAÇÃO TERMODINÂMICA ................................................................. 75
3.2.3 CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA .................................................................................. 76
3.2.4 CARACTERIZAÇÃO TÉRMICA.................................................................................. 76
3.2.4.1 MODELOS CINÉTICOS ................................................................................................ 78
3.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................. 80
3.3.1 CARACTERIZAÇÃO TERMODINÂMICA ................................................................. 80
3.3.2 CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA .................................................................................. 82
3.3.3 CARACTERIZAÇÃO TÉRMICA.................................................................................. 85
3.3.3.1 ANÁLISES NO DSC ...................................................................................................... 85
3.3.3.2 ANÁLISES NO TG......................................................................................................... 87
3.3.3.3 ANÁLISES NO TG-MS ................................................................................................. 91
3.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 94
CAPÍTULO 4 ............................................................................................................................... 96
4. PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DE UMA MISTURA SINTÉTICA
ÁGUA: ÁCIDO LÁCTICO POR MEIO DE UM SISTEMA EVAPORATIVO .................. 96
4.1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 96
4.2. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................... 97
4.2.1. PREPARAÇÃO DA SOLUÇÃO SINTÉTICA .............................................................. 97
xiii
4.2.2. PROCESSO DE CONCENTRAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO ...................................... 97
4.2.3. QUANTIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO ............................................................... 102
4.3. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................ 105
4.3.1. BALANÇO DE MASSA GLOBAL ............................................................................. 105
4.3.2. ANÁLISE EM FUNÇÃO DA PORCENTAGEM DE DESTILADO, RESÍDUO E
LEVES ....................................................................................................................................... 108
4.3.3. ANÁLISE EM FUNÇÃO DA PUREZA DE ÁCIDO LÁCTICO ................................ 111
4.3.4. ANÁLISE EM FUNÇÃO DA RECUPERAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO .................. 119
4.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 121
CAPÍTULO 5 ............................................................................................................................. 124
5. PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO
POR MEIO DE UM SISTEMA EVAPORATIVO ................................................................ 124
5.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 124
5.2. MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................................... 125
5.2.1. PREPARAÇÃO DA MATÉRIA-PRIMA: FERMENTAÇÃO DO MELAÇO DE
CANA-DE-AÇÚCAR POR CEPAS BACTERIANAS .............................................................. 125
5.2.2. PROCESSO DE CONCENTRAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO .................................... 127
5.2.3. QUANTIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO E CARACTERIZAÇÃO DO VINHO ........
....................................................................................................................................... 128
5.2.4. OTIMIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES OPERACIONAIS PARA CONCENTRAÇÃO DO
ÁCIDO LÁCTICO ...................................................................................................................... 129
5.3. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................ 129
5.3.1. CARACTERIZAÇÃO DO VINHO .............................................................................. 129
5.3.2. ENSAIOS PRELIMINARES ........................................................................................ 130
5.3.3. PLANEJAMENTO FATORIAL 24 .............................................................................. 143
5.3.4. OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO .................................... 169
5.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 173
CAPÍTULO 6 ............................................................................................................................. 176
xiv
6. SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO
LÁCTICO UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATIVA ......................................................... 176
6.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 176
6.2. MÉTODOS ................................................................................................................... 177
6.3. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................ 177
6.3.1. ESCOLHA DO MODELO TERMODINÂMICO ........................................................ 177
6.3.2. ESCOLHA DO MODELO CINÉTICO ........................................................................ 185
6.3.3. SIMULAÇÃO BASE DO PROCESSO DE ESTERIFICAÇÃO E HIDRÓLISE ........ 187
6.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 208
CAPÍTULO 7 ............................................................................................................................. 210
7. AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM UM
SISTEMA DE DESTILAÇÃO REATIVA .............................................................................. 210
7.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 210
7.2. MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................................... 212
7.2.1. PREPARO DA SOLUÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO .................................................... 212
7.2.2. DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE DESTILAÇÃO REATIVA .................................... 212
7.2.3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ........................................................................ 214
7.2.4. ENSAIOS PRELIMINARES: ETAPA DE ESTERIFICAÇÃO .................................. 214
7.2.5. PLANEJAMENTO FATORIAL COMPLETO: ETAPA DE ESTERIFICAÇÃO ....... 215
7.2.6. OTIMIZAÇÃO DA ETAPA DE ESTERIFICAÇÃO................................................... 216
7.2.7. METODOLOGIA ANALÍTICA ................................................................................... 218
7.3. RESULTADOS E DISCUSSÕES................................................................................. 219
7.3.1. ENSAIOS PRELIMINARES: ETAPA DE ESTERIFICAÇÃO .................................. 219
7.3.2. PLANEJAMENTO FATORIAL COMPLETO: ETAPA DE ESTERIFICAÇÃO ....... 223
7.3.3. PLANEJAMENTO COMPOSTO CENTRAL: OTIMIZAÇÃO DA ETAPA DE
ESTERIFICAÇÃO ...................................................................................................................... 227
7.3.4. ETAPA DE HIDRÓLISE .............................................................................................. 233
7.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 234
CAPÍTULO 8 ............................................................................................................................. 236
xv
8. PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO UTILIZANDO SISTEMA EVAPORATIVO
E DESTILAÇÃO REATIVA EM SÉRIE E AVALIAÇÃO DA MELHOR ESTRATÉGIA
DE SEPARAÇÃO ...................................................................................................................... 236
8.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 236
8.2. MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................................... 237
8.2.1. PREPARAÇÃO DA SOLUÇÃO INICIAL DE ALIMENTAÇÃO ............................. 237
8.2.2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ........................................................................ 237
8.3. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................ 238
8.4. AVALIAÇÃO DA MELHOR ESTRATÉGIA DE SEPARAÇÃO E PURIFICAÇÃO 239
8.5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 241
CAPÍTULO 9 ............................................................................................................................. 244
9. CONCLUSÕES FINAIS .................................................................................................... 244
9.1. SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS ................................................................. 246
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 250
APÊNDICES .............................................................................................................................. 267
APÊNDICE A ............................................................................................................................ 268
APÊNDICE B ............................................................................................................................. 270
APÊNDICE C ............................................................................................................................ 275
APÊNDICE D ............................................................................................................................ 280
ANEXOS .................................................................................................................................... 283
ANEXO A ................................................................................................................................... 284
xvi
xvii
Aos meus pais, Seiko e Alice
e meus irmãos Adriano e Acácio
Dedico
xviii
xix
AGRADECIMENTOS
A Deus por me proporcionar saúde, sabedoria e perseverança para o desenvolvimento
desse trabalho e conclusão de mais uma etapa importante da minha vida.
Aos meus pais, Seiko e Alice, por todo o amor, paciência e apoio sempre dedicados. Sem
vocês, não teria chegado até aqui.
Aos meus irmãos, Adriano e Acácio, por todo o amor e carinho.
Ao Cleber Sabino, por todo o amor, carinho e paciência.
A todos os meus familiares pelo apoio e torcida durante todos esses anos.
À Profa. Dra. Maria Regina Wolf Maciel, pela orientação durante o Doutorado e todos os
conselhos que contribuíram para o meu crescimento pessoal e profissional. Obrigada pela
confiança, incentivo e pela oportunidade em trabalhar junto ao seu renomado grupo de pesquisa.
Muito obrigada por todo o aprendizado e acolhimento durante todos esses anos.
Ao Prof. Dr. Rubens Maciel Filho, pela coorientação, confiança e ideias que contribuíram
para o desenvolvimento de todo o trabalho. Muito obrigada pela oportunidade e todo o
aprendizado.
À Profa. Dra Patrícia Fazzio Martins Martinez, pela amizade, pelos ensinamentos com o
destilador molecular, contribuições e ideias fundamentais para o desenvolvimento do trabalho.
Muito obrigada por tudo!
À Dra. Betânia Hoss Lunelli, pela amizade, pelos ensinamentos com a parte de ácido
láctico e fermentação, acolhimento no laboratório e todas as contribuições muito importantes para
o trabalho. Muito obrigada por tudo!
Aos membros da banca por aceitarem avaliar esta Tese e contribuírem com sugestões de
grande importância.
Aos amigos Luiza Martins, Kelly Lendini, Daniele Machado, Samara Boaventura, Johnatt
Oliveira, Débora Konno, pela amizade que construímos durante esse período de estudo na
UNICAMP, sem vocês o desenvolvimento dessa tese teria sido muito mais difícil.
Aos amigos de Presidente Prudente, pelo apoio e amizade durante todos esses anos.
Obrigada Natália Nóriz, Luana Nanci, Tiago Godoi e Rogério Hossomi.
xx
Aos amigos da Engenharia Química da UFSCar, Karina Matugi, Tânia Romanholi, Aline
Hamada, Stefanie Kraschowetz e Paula Pina, mesmo separadas pela distância, a amizade sempre
continuou.
A todas as pessoas que trabalharam comigo no LOPCA/LDPS e BIOEN. Obrigada pela
companhia diária, conversas e risadas.
A todos os professores e funcionários da FEQ/UNICAMP.
À FAPESP, pelo apoio financeiro fundamental para a execução desse trabalho.
“A gratidão traz a prosperidade. Uma atitude de gratidão faz com que a prosperidade
chegue a você por todos os lados.”
Catherine Ponder
xxi
“Entregue o seu caminho ao Senhor; confie nele e ele agirá.”
Salmos 37:5
xxii
xxiii
ÍNDICE DE FIGURAS
FIGURA 1.1 FLUXOGRAMA APRESENTANDO A VISÃO GERAL DO TRABALHO. ... 4
FIGURA 2.1 ISÔMEROS DO ÁCIDO LÁCTICO. ............................................................... 13
FIGURA 2.2 REAÇÃO QUÍMICA DE FORMAÇÃO DOS DILACTÍDEOS. ..................... 17
FIGURA 2.3 PRODUÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO POR SÍNTESE QUÍMICA E
FERMENTAÇÃO MICROBIANA (WEE ET AL., 2006 ADAPTADO). ......... 20
FIGURA 2.4 PRODUÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO POR SÍNTESE QUÍMICA USANDO
ACETALDEÍDO (PAL ET AL., 2009 ADAPTADO). ...................................... 22
FIGURA 2.5 PRINCIPAIS CAMINHOS DE FERMENTAÇÃO DA GLICOSE PELA
BACTÉRIA DO ÁCIDO LÁCTICO. (A) BACTÉRIA
HOMOFERMENTATIVA, (B) BACTÉRIA HETEROFERMENTATIVA E (C)
FERMENTAÇÃO MISTA, P=FOSFATO, BP=BIFOSFATO, LDH=
LACTATO DESIDROGENASE, PFL= PIRUVATO FORMATO LIASE, E
PDH= PIRUVATO DESIDROGENASE (HOFVENDAHL E HAHN-
HÄGERDAL, 2000 ADAPTADO). .................................................................. 26
FIGURA 2.6 ESQUEMA E OPERAÇÃO DE UMA MEMBRANA BIPOLAR DE
ELETRODIÁLISE (DATTA E HENRY, 2006 ADAPTADO)......................... 40
FIGURA 2.7 ESQUEMA DE PROCESSO COM DUPLA ELETRODIÁLISE (DATTA E
HENRY, 2006 ADAPTADO). .......................................................................... 41
FIGURA 2.8 DIAGRAMA SIMPLIFICADO DO PROCESSO DE RECUPERAÇÃO DO
ÁCIDO LÁCTICO UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATIVA....................... 50
FIGURA 2.9 COLUNA DE DESTILAÇÃO REATIVA (TAYLOR E KRISHNA, 2000). ... 51
FIGURA 2.10 DESTILADOR MOLECULAR CENTRÍFUGO: EQUIPAMENTO (A) E
VISTA FRONTAL (B) (MYERS VACUUM, 2014). ....................................... 58
FIGURA 2.11 DESTILADOR MOLECULAR DE FILME DESCENDENTE:
EQUIPAMENTO (A) E VISTA FRONTAL (B) (POPE, 2014; MARTINS
2006). ................................................................................................................ 58
FIGURA 2.12 SISTEMA HÍBRIDO DE EVAPORAÇÃO (KOMESU ET AL., 2012). ........... 68
xxiv
FIGURA 3.1 CURVAS DE EQUILÍBRIO LÍQUIDO-VAPOR (XY) PARA A MISTURA
BINÁRIA ÁGUA/ÁCIDO LÁCTICO NA PRESSÃO DE 1 ATM (A) E 0,01
ATM (B). ........................................................................................................... 81
FIGURA 3.2 PERFIL CROMATOGRÁFICO DA SOLUÇÃO SINTÉTICA EM HPLC.
LEGENDA: 1, 2, E 3 LACTÍDEO, 4. ÁCIDO LÁCTICO. ............................... 83
FIGURA 3.3 PERFIL CROMATOGRÁFICO DA SOLUÇÃO SINTÉTICA EM CG-MS.
PICOS (1), (2), (3) LACTÍDEOS E (4) ÁCIDO LÁCTICO. (A) ESPECTRO DO
PICO DESCONHECIDO; (B) ESPECTRO DE MASSA DO LACTÍDEO DO
BANCO DE DADOS. ....................................................................................... 83
FIGURA 3.4 COMPARAÇÃO DOS ESPECTROS DE MASSA DA SUBSTÂNCIA
DESCONHECIDA E DO LACTÍDEO PRESENTE NO BANCO DE DADOS
DO CG-MS. ....................................................................................................... 84
FIGURA 3.5 CURVA TÉRMICA DE DSC DO ÁCIDO LÁCTICO OBTIDO SOB
ATMOSFERA INERTE. ................................................................................... 85
FIGURA 3.6 CURVA TÉRMICA DE DSC DO ÁCIDO LÁCTICO OBTIDO SOB
ATMOSFERA OXIDANTE E EM DUPLICATA. ........................................... 87
FIGURA 3.7 CURVAS DE TG DO ÁCIDO LÁCTICO EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA
E RAZÕES DE AQUECIMENTO (5, 10, 15, 20, 25 E 30 K/MIN). .................. 88
FIGURA 3.8 CURVAS DE DTG DO ÁCIDO LÁCTICO EM FUNÇÃO DA
TEMPERATURA E RAZÕES DE AQUECIMENTO (5, 10, 15, 20, 25 E 30
K/MIN). ............................................................................................................. 88
FIGURA 3.9 GRÁFICO DE ARRHENIUS PARA O CÁLCULO DA ENERGIA DE
ATIVAÇÃO USANDO RAZÃO DE AQUECIMENTO DE 10 K/MIN. ......... 89
FIGURA 3.10 GRÁFICO DE KISSINGER PARA O CÁLCULO DA ENERGIA DE
ATIVAÇÃO. ..................................................................................................... 90
FIGURA 3.11 PERFIS DO ÁCIDO LÁCTICO EM TG-MS. .................................................. 91
FIGURA 3.12 ISOTERMA DO ÁCIDO LÁCTICO EM TG-MS A 573 K DURANTE O
TEMPO. (A): M/Z= 17, 18, 32, 44 E 45. (B): M/Z= 72, 74 E 90. ...................... 93
FIGURA 4.1 SISTEMA DE DESTILAÇÃO MOLECULAR. LEGENDA: (1) ENTRADA
DA ALIMENTAÇÃO, (2) EVAPORADOR E CONDENSADOR INTERNO,
(3) PLACAS DE AQUECIMENTO ELÉTRICO, (4) MANTA DE
xxv
ISOLAMENTO TÉRMICO, (5) CONDENSADOR EXTERNO, (6) TRAP, (7)
FRASCO DE COLETA DE RESÍDUO, (8) FRASCO DE COLETA DE
DESTILADO, (9) FRASCO DE COLETA DE LEVES, (10) VÁCUO, (11)
BANHO TÉRMICO DO CONDENSADOR INTERNO, (12) PAINEL DE
CONTROLE DA AGITAÇÃO, (13) BANHO TÉRMICO DO
CONDENSADOR EXTERNO. ........................................................................ 98
FIGURA 4.2 CURVA DE CALIBRAÇÃO PARA A DETERMINAÇÃO DA
CONCENTRAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO. ................................................. 103
FIGURA 4.3 CURVA DE CALIBRAÇÃO PARA A DETERMINAÇÃO DA PUREZA DE
ÁCIDO LÁCTICO (G DE ÁCIDO LÁCTICO/G DE SOLUÇÃO). ............... 104
FIGURA 4.4 PORCENTAGEM DE DESTILADO, RESÍDUO E LEVES EM FUNÇÃO DA
TEMPERATURA DO EVAPORADOR PARA A SOLUÇÃO SINTÉTICA DE
ALIMENTAÇÃO CONCENTRADA. ........................................................... 110
FIGURA 4.5 PORCENTAGEM DE DESTILADO, RESÍDUO E LEVES EM FUNÇÃO DA
TEMPERATURA DO EVAPORADOR PARA A SOLUÇÃO SINTÉTICA DE
ALIMENTAÇÃO DILUÍDA. ......................................................................... 110
FIGURA 4.6 PERFIS CROMATOGRÁFICOS DA CORRENTE DE LEVES, DESTILADO
E RESÍDUO DO ENSAIO A 50 °C. LEGENDA: (A) ÁCIDO LÁCTICO E (B)
LACTÍDEOS. .................................................................................................. 112
FIGURA 4.7 PUREZA DE ÁCIDO LÁCTICO NAS CORRENTES DE DESTILADO,
LEVES E RESÍDUO EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA PARA A
SOLUÇÃO SINTÉTICA CONCENTRADA. ................................................ 113
FIGURA 4.8 PERFIS CROMATOGRÁFICOS DA CORRENTE DE LEVES, RESÍDUO E
DESTILADO DO ENSAIO A 80 °C. LEGENDA: (A) ÁCIDO LÁCTICO E (B)
LACTÍDEOS. .................................................................................................. 116
FIGURA 4.9 PUREZA DE ÁCIDO LÁCTICO NAS CORRENTES DE DESTILADO,
LEVES E RESÍDUO EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA PARA A
SOLUÇÃO SINTÉTICA DILUÍDA. .............................................................. 117
FIGURA 4.10 RECUPERAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA
PARA A SOLUÇÃO SINTÉTICA CONCENTRADA. ................................. 120
xxvi
FIGURA 4.11 RECUPERAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA
PARA A SOLUÇÃO SINTÉTICA DILUÍDA. ............................................... 121
FIGURA 5.1 ÁCIDO LÁCTICO PRODUZIDO POR FERMENTAÇÃO. .......................... 129
FIGURA 5.2 PERFIL CROMATOGRÁFICO DO VINHO DE FERMENTAÇÃO EM HPLC.
LEGENDA: SACAROSE (7,619 MIN), GLICOSE (8,709 MIN), FRUTOSE
(9,593 MIN), ÁCIDO LÁCTICO (12,686 MIN). ............................................ 130
FIGURA 5.3 PORCENTAGEM DE DESTILADO, RESÍDUO E LEVES EM FUNÇÃO DA
TEMPERATURA DO EVAPORADOR PARA O VINHO DA
FERMENTAÇÃO EM PH 5,0. ....................................................................... 135
FIGURA 5.4 PORCENTAGEM DE DESTILADO, RESÍDUO E LEVES EM FUNÇÃO DA
TEMPERATURA DO EVAPORADOR PARA O VINHO DA
FERMENTAÇÃO EM PH 2,8. ....................................................................... 136
FIGURA 5.5 PUREZA DE ÁCIDO LÁCTICO EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA DO
EVAPORADOR PARA O VINHO DA FERMENTAÇÃO DE PH 5,0. ........ 137
FIGURA 5.6 PUREZA DE ÁCIDO LÁCTICO EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA DO
EVAPORADOR PARA O VINHO DA FERMENTAÇÃO DE PH 2,8. ........ 137
FIGURA 5.7 RECUPERAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA
PARA O VINHO DE FERMENTAÇÃO DE PH 5,0. ..................................... 141
FIGURA 5.8 RECUPERAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA
PARA O VINHO DE FERMENTAÇÃO DE PH 2,8. ..................................... 142
FIGURA 5.9 PUREZA E RECUPERAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM RELAÇÃO A
TEMPERATURA DO CONDENSADOR NA CORRENTE DE DESTILADO.
......................................................................................................................... 169
FIGURA 5.10 PUREZA E RECUPERAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM RELAÇÃO A
TEMPERATURA DO EVAPORADOR NA CORRENTE DE DESTILADO.
......................................................................................................................... 170
FIGURA 5.11 PUREZA DO ÁCIDO LÁCTICO NA CORRENTE DE RESÍDUO EM
RELAÇÃO AO SPLIT RATIO. ...................................................................... 171
FIGURA 5.12 RECUPERAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO NA CORRENTE DE RESÍDUO EM
RELAÇÃO AO SPLIT RATIO. ...................................................................... 172
xxvii
FIGURA 5.13 RECUPERAÇÃO E PUREZA DO ÁCIDO LÁCTICO NA CORRENTE DE
RESÍDUO EM RELAÇÃO AO SPLIT RATIO. ............................................. 173
FIGURA 6.1 CURVAS DE EQUILÍBRIO LÍQUIDO-VAPOR XY (A) E T-XY (B) PARA A
MISTURA BINÁRIA ETANOL/ÁGUA NA PRESSÃO DE 1 ATM. ........... 180
FIGURA 6.2 CURVAS DE EQUILÍBRIO LÍQUIDO-VAPOR XY (A) E T-XY (B) PARA A
MISTURA BINÁRIA ETANOL/ ÁCIDO LÁCTICO NA PRESSÃO DE 1
ATM. ............................................................................................................... 181
FIGURA 6.3 CURVAS DE EQUILÍBRIO LÍQUIDO-VAPOR XY (A) E T-XY (B) PARA A
MISTURA BINÁRIA LACTATO DE ETILA/ÁCIDO LÁCTICO NA
PRESSÃO DE 1 ATM. .................................................................................... 182
FIGURA 6.4 CURVAS DE EQUILÍBRIO LÍQUIDO-VAPOR XY (A) E T-XY (B) PARA A
MISTURA BINÁRIA ETANOL/LACTATO DE ETILA NA PRESSÃO DE 1
ATM. ............................................................................................................... 183
FIGURA 6.5 CURVAS DE EQUILÍBRIO LÍQUIDO-VAPOR XY (A) E T-XY (B) PARA A
MISTURA BINÁRIA ÁGUA/LACTATO DE ETILA NA PRESSÃO DE 1
ATM. ............................................................................................................... 184
FIGURA 6.6 FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE ESTERIFICAÇÃO E HIDRÓLISE DO
ÁCIDO LÁCTICO. ......................................................................................... 188
FIGURA 6.7 FLUXOGRAMA DA COLUNA DE DESTILAÇÃO REATIVA RD1
(REAÇÃO DE ESTERIFICAÇÃO). ............................................................... 189
FIGURA 6.8 FLUXOGRAMA DA ETAPA DE RECUPERAÇÃO DO ETANOL. ............ 191
FIGURA 6.9 FLUXOGRAMA DA COLUNA DE DESTILAÇÃO REATIVA RD2
(REAÇÃO DE HIDRÓLISE). ......................................................................... 192
FIGURA 6.10 FLUXOGRAMA DA ETAPA DE RECUPERAÇÃO DE ETANOL E
LACTATO DE ETILA. ................................................................................... 194
FIGURA 6.11 PERFIS DAS COMPOSIÇÕES MÁSSICAS NA FASE VAPOR E LÍQUIDA
AO LONGO DOS ESTÁGIOS DA COLUNA DE DESTILAÇÃO REATIVA
(RD1). .............................................................................................................. 196
FIGURA 6.12 PERFIL DE TEMPERATURA DO SISTEMA DE DESTILAÇÃO REATIVA
(RD1). .............................................................................................................. 196
xxviii
FIGURA 6.13 PERFIS DAS COMPOSIÇÕES MÁSSICAS NA FASE VAPOR E LÍQUIDA
AO LONGO DOS ESTÁGIOS DA COLUNA DE DESTILAÇÃO REATIVA
(RD2). .............................................................................................................. 197
FIGURA 6.14 PERFIL DE TEMPERATURA DO SISTEMA DE DESTILAÇÃO REATIVA
(RD2). .............................................................................................................. 197
FIGURA 6.15 PERFIS DAS COMPOSIÇÕES MÁSSICAS NA FASE VAPOR E LÍQUIDA
AO LONGO DOS ESTÁGIOS DA COLUNA DE DESTILAÇÃO (DIST). .. 198
FIGURA 6.16 PERFIL DE TEMPERATURA DO SISTEMA DE DESTILAÇÃO (DIST). . 198
FIGURA 6.17 PERFIS DAS COMPOSIÇÕES MÁSSICAS NA FASE VAPOR E LÍQUIDA
AO LONGO DOS ESTÁGIOS DA COLUNA DE DESTILAÇÃO (DIST1). 199
FIGURA 6.18 PERFIL DE TEMPERATURA DO SISTEMA DE DESTILAÇÃO (DIST1). 199
FIGURA 6.19 PERFIS DAS COMPOSIÇÕES MÁSSICAS NA FASE VAPOR E LÍQUIDA
AO LONGO DOS ESTÁGIOS DA COLUNA DE DESTILAÇÃO REATIVA
OTIMIZADA (RD1). ...................................................................................... 206
FIGURA 6.20 PERFIS DAS COMPOSIÇÕES MÁSSICAS NA FASE VAPOR E LÍQUIDA
AO LONGO DOS ESTÁGIOS DA COLUNA DE DESTILAÇÃO REATIVA
OTIMIZADA (RD2). ...................................................................................... 207
FIGURA 7.1 SISTEMA DE DESTILAÇÃO REATIVA. LEGENDA: (1) CONDENSADOR,
(2) TERMOPARES, (3) COLUNA DE DESTILAÇÃO REATIVA, (4)
REFERVEDOR, (5) VÁLVULA SOLENOIDE, (6) RECICLO, (7)
DECANTADOR, (8) PRÉ-REATOR, (9) MISTURADOR, (10)
CONTROLADOR. .......................................................................................... 213
FIGURA 7.2 CURVA DE CALIBRAÇÃO PARA A DETERMINAÇÃO DA
CONCENTRAÇÃO DE LACTATO DE ETILA. ........................................... 219
FIGURA 7.3 RENDIMENTO MOLAR DE LACTATO DE ETILA COM O TEMPO PARA
O ENSAIO SEM CATALISADOR. ............................................................... 220
FIGURA 7.4 RENDIMENTO DE LACTATO DE ETILA COM O TEMPO PARA OS
ENSAIOS PRELIMINARES. ......................................................................... 221
FIGURA 7.5 CONCENTRAÇÃO DE LACTATO DE ETILA COM O TEMPO PARA OS
ENSAIOS PRELIMINARES. ......................................................................... 222
xxix
FIGURA 7.6 GRÁFICO DE PARETO DOS EFEITOS SOBRE O RENDIMENTO DE
LACTATO DE ETILA. ................................................................................... 224
FIGURA 7.7 SUPERFÍCIE DE RESPOSTA DO RENDIMENTO DE LACTATO DE ETILA
EM FUNÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE CATALISADOR (CAT) E RAZÃO
MOLAR ETANOL: ÁCIDO LÁCTICO (MR). .............................................. 226
FIGURA 7.8 SUPERFÍCIE DE RESPOSTA DO RENDIMENTO DE LACTATO DE ETILA
EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA DO REFERVEDOR (TREB) E RAZÃO
MOLAR ETANOL: ÁCIDO LÁCTICO (MR). .............................................. 227
FIGURA 7.9 VALORES PREDITOS E OBSERVADOS PARA O RENDIMENTO DE
LACTATO DE ETILA. ................................................................................... 231
FIGURA 7.10 SUPERFÍCIE DE RESPOSTA PARA O RENDIMENTO DE LACTATO DE
ETILA EM FUNÇÃO DA RAZÃO MOLAR ETANOL: ÁCIDO LÁCTICO E
DA TEMPERATURA DO REFERVEDOR MANTENDO A QUANTIDADE
DE CATALISADOR NO PONTO MÍNIMO (A), PONTO CENTRAL (B) E
PONTO MÁXIMO (C). .................................................................................. 232
FIGURA 7.11 RENDIMENTO DE LACTATO DE ETILA EM FUNÇÃO DOS ENSAIOS DE
ESTERIFICAÇÃO. ......................................................................................... 233
FIGURA 7.12 PERCENTAGEM MÁSSICA DE ÁCIDO LÁCTICO EM FUNÇÃO DO
TEMPO DE HIDRÓLISE. .............................................................................. 234
xxx
xxxi
ÍNDICE DE TABELAS
TABELA 2.1 PROPRIEDADES TERMODINÂMICAS DO ÁCIDO LÁCTICO (LUNELLI,
2010). ................................................................................................................ 15
TABELA 2.2 CARACTERÍSTICAS DO ÁCIDO LÁCTICO (SMITH ET AL., 2003;
CHEREMISINOFF, 2000). ............................................................................... 15
TABELA 2.3 PRODUÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO UTILIZANDO DIFERENTES FONTES
DE SUBSTRATO (ABDEL-RAHMAN ET AL., 2013). .................................. 24
TABELA 2.4 TEMPERATURA DE EBULIÇÃO DOS REAGENTES E PRODUTOS NA
PRESSÃO DE 760 MMHG. .............................................................................. 49
TABELA 2.5 DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO DE DESTILAÇÃO MOLECULAR
(TOVAR, 20081; BATISTELLA, 19962). ........................................................ 53
TABELA 2.6 PARÂMETROS UTILIZADOS PARA O CÁLCULO DO LIVRE PERCURSO
MÉDIO DAS MOLÉCULAS E NÚMERO DE KNUDSEN. ........................... 64
TABELA 2.7 LIVRE PERCURSO MÉDIO E NÚMERO DE KNUDSEN EM FUNÇÃO DA
TEMPERATURA DO EVAPORADOR. .......................................................... 65
TABELA 3.1 MODELOS TERMODINÂMICOS UTILIZADOS PARA A CONSTRUÇÃO
DAS CURVAS DE EQUILÍBRIO. ................................................................... 75
TABELA 3.2 VALORES CALCULADOS DA SOMA DOS ERROS PERCENTUAIS
ABSOLUTO DOS DADOS EXPERIMENTAIS E SIMULAÇÃO PARA A
ÁGUA DO SISTEMA BINÁRIO ÁCIDO LÁCTICO E ÁGUA. ..................... 82
TABELA 3.3 PROPRIEDADES BÁSICAS DO ÁCIDO LÁCTICO (PEREIRA ET AL.,
2011). ................................................................................................................ 86
TABELA 3.4 ENTALPIA DE VAPORIZAÇÃO ESTIMADA DA CURVA DE DSC (vapH
EXP) E CALCULADA USANDO A EQUAÇÃO DE RIEDEL (vapH
RIEDEL). .......................................................................................................... 86
TABELA 3.5 PARÂMETROS CINÉTICOS DE EVAPORAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
USANDO O MODELO DE ARRHENIUS. ...................................................... 90
TABELA 3.6 PARÂMETROS CINÉTICOS DE EVAPORAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
USANDO O MODELO DE KISSINGER. ........................................................ 90
xxxii
TABELA 4.1 CONDIÇÕES OPERACIONAIS UTILIZADAS NOS ENSAIOS. ................ 101
TABELA 4.2 DADOS EXPERIMENTAIS DAS MASSAS DE ALIMENTAÇÃO (M
INICIAL), DE DESTILADO (M DESTILADO), RESÍDUO (M RESÍDUO),
LEVES (M LEVES), MASSA FINAL (M FINAL) E ERRO PERCENTUAL
RELATIVO PARA A SOLUÇÃO SINTÉTICA CONCENTRADA (30%). .. 105
TABELA 4.3 DADOS EXPERIMENTAIS DAS MASSAS DE ALIMENTAÇÃO (M
INICIAL), DE DESTILADO (M DESTILADO), RESÍDUO (M RESÍDUO),
LEVES (M LEVES), MASSA FINAL (M FINAL) E ERRO PERCENTUAL
RELATIVO PARA A SOLUÇÃO SINTÉTICA DILUÍDA (3%). ................. 107
TABELA 4.4 CONCENTRAÇÕES DE ÁCIDO LÁCTICO NAS CORRENTES DE
RESÍDUO, DESTILADO E LEVES PARA A SOLUÇÃO SINTÉTICA
CONCENTRADA. .......................................................................................... 114
TABELA 4.5 CONCENTRAÇÕES DE ÁCIDO LÁCTICO NAS CORRENTES DE
RESÍDUO, DESTILADO E LEVES PARA A SOLUÇÃO SINTÉTICA
DILUÍDA. ....................................................................................................... 118
TABELA 4.6 PRINCIPAIS RESULTADOS OBTIDOS NOS ENSAIOS COM SOLUÇÃO
SINTÉTICA CONCENTRADA E DILUÍDA NO SISTEMA EVAPORATIVO.
......................................................................................................................... 122
TABELA 5.1 CONDIÇÕES UTILIZADAS NOS ENSAIOS DE FERMENTAÇÃO PARA AS
TRÊS CEPAS BACTERIANAS. .................................................................... 126
TABELA 5.2 CONDIÇÕES OPERACIONAIS UTILIZADAS NOS ENSAIOS COM VINHO
DA FERMENTAÇÃO. ................................................................................... 128
TABELA 5.3 DADOS EXPERIMENTAIS DAS MASSAS DE ALIMENTAÇÃO (M
INICIAL), DE DESTILADO (M DESTILADO), RESÍDUO (M RESÍDUO),
LEVES (M LEVES), MASSA TRAP (M TRAP) PARA O VINHO DE
FERMENTAÇÃO EM PH 5,0. ....................................................................... 131
TABELA 5.4 DADOS EXPERIMENTAIS DAS MASSAS DE ALIMENTAÇÃO (M
INICIAL), DE DESTILADO (M DESTILADO), RESÍDUO (M RESÍDUO),
LEVES (M LEVES), MASSA TRAP (M TRAP) PARA O VINHO DE
FERMENTAÇÃO EM PH 2,8. ....................................................................... 132
xxxiii
TABELA 5.5 CONCENTRAÇÕES DE ÁCIDO LÁCTICO NAS CORRENTES DE
RESÍDUO, DESTILADO E LEVES PARA O VINHO DA FERMENTAÇÃO
EM PH 5,0. ...................................................................................................... 139
TABELA 5.6 CONCENTRAÇÕES DE ÁCIDO LÁCTICO NAS CORRENTES DE
RESÍDUO, DESTILADO E LEVES PARA O VINHO DA FERMENTAÇÃO
PH 2,8. ............................................................................................................. 140
TABELA 5.7 PRINCIPAIS RESULTADOS OBTIDOS NOS ENSAIOS COM SOLUÇÃO
SINTÉTICA E VINHO DA FERMENTAÇÃO NO SISTEMA
EVAPORATIVO NA CORRENTE DE RESÍDUO. ....................................... 143
TABELA 6.1 MODELOS TERMODINÂMICOS UTILIZADOS PARA A CONSTRUÇÃO
DAS CURVAS DE EQUILÍBRIO. ................................................................. 178
TABELA 6.2 VALORES CALCULADOS DA SOMA DOS ERROS PERCENTUAIS
ABSOLUTO PARA CADA SISTEMA BINÁRIO......................................... 179
TABELA 6.3 COMPOSIÇÃO E TEMPERATURA DE EBULIÇÃO DOS AZEÓTROPOS.
......................................................................................................................... 179
TABELA 6.4 RESUMO DOS ESTUDOS DA CINÉTICA DA REAÇÃO DE
ESTERIFICAÇÃO DO ETANOL E DO ÁCIDO LÁCTICO (PEREIRA ET
AL., 2011 ADAPTADO) ................................................................................. 186
TABELA 6.5 CONDIÇÕES INICIAIS PARA AS CORRENTES DE ALIMENTAÇÃO E
DADOS PARA A SIMULAÇÃO DO PROCESSO DE ESTERIFICAÇÃO. . 190
TABELA 6.6 CONJUNTO DE ESPECIFICAÇÕES DA COLUNA DE DESTILAÇÃO
REATIVA (RD1). ........................................................................................... 190
TABELA 6.7 CORRENTES DE PRODUTO DA COLUNA DE DESTILAÇÃO REATIVA
RD1. ................................................................................................................ 191
TABELA 6.8 CONJUNTO DE ESPECIFICAÇÕES DA COLUNA DE DESTILAÇÃO
(DIST). ............................................................................................................ 192
TABELA 6.9 CONDIÇÕES INICIAIS PARA AS CORRENTES DE ALIMENTAÇÃO E
DADOS PARA A SIMULAÇÃO PROCESSO DE HIDRÓLISE. ................. 193
TABELA 6.10 CORRENTES DE PRODUTO DA COLUNA DE DESTILAÇÃO REATIVA
RD2. ................................................................................................................ 194
xxxiv
TABELA 6.11 CONJUNTO DE ESPECIFICAÇÕES DA COLUNA DE HIDRÓLISE (RD2).
......................................................................................................................... 195
TABELA 6.12 CONJUNTO DE ESPECIFICAÇÕES DA COLUNA DE DESTILAÇÃO
(DIST1). .......................................................................................................... 195
TABELA 6.13 EFEITO DO HOLDUP NA COLUNA RD1. .................................................. 201
TABELA 6.14 EFEITO DO HOLDUP NA COLUNA RD2. .................................................. 201
TABELA 6.15 EFEITO DO NÚMERO DE PRATOS REATIVOS NA COLUNA RD1. ...... 202
TABELA 6.16 EFEITO DO NÚMERO DE PRATOS REATIVOS NA COLUNA RD2. ...... 203
TABELA 6.17 EFEITO DA LOCALIZAÇÃO DA ALIMENTAÇÃO DOS REAGENTES NA
COLUNA RD1. ............................................................................................... 203
TABELA 6.18 EFEITO DA LOCALIZAÇÃO DA ALIMENTAÇÃO DOS REAGENTES NA
COLUNA RD2. ............................................................................................... 204
TABELA 6.19 MELHORES CONDIÇÕES OPERACIONAIS PARA AS COLUNAS RD1 E
RD2. ................................................................................................................ 205
TABELA 6.20 CORRENTES DE PRODUTO DA COLUNA RD1 E RD2 UTILIZANDO AS
MELHORES CONDIÇÕES OPERACIONAIS. ............................................ 205
TABELA 7.1 PARÂMETROS AVALIADOS NO PLANEJAMENTO 23 UTILIZANDO
SOLUÇÃO DE ALIMENTAÇÃO DE 50 G/L DE ÁCIDO LÁCTICO. ......... 215
TABELA 7.2 MATRIZ CODIFICADA DOS PARÂMETROS UTILIZANDO SOLUÇÃO DE
ALIMENTAÇÃO DE 50 G/L DE ÁCIDO LÁCTICO. ................................... 216
TABELA 7.3 PARÂMETROS AVALIADOS NO PLANEJAMENTO COMPOSTO
CENTRAL. ..................................................................................................... 217
TABELA 7.4 MATRIZ CODIFICADA DOS PARÂMETROS DO PLANEJAMENTO
COMPOSTO CENTRAL. ............................................................................... 217
TABELA 7.5 CONDIÇÕES OPERACIONAIS DO ENSAIO PRELIMINAR SEM ADIÇÃO
DE CATALISADOR. ..................................................................................... 220
TABELA 7.6 CONDIÇÕES EXPERIMENTAIS DOS ENSAIOS PRELIMINARES E
MÁXIMOS RENDIMENTOS. ....................................................................... 221
TABELA 7.7 FAIXA DE VALORES ESTUDADOS NO PLANEJAMENTO 23 PARA A
SOLUÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO DE 50 G/L E RENDIMENTO DE
LACTATO DE ETILA. ................................................................................... 223
xxxv
TABELA 7.8 COEFICIENTES DE REGRESSÃO PARA O RENDIMENTO DE LACTATO
DE ETILA COM NÍVEL DE CONFIANÇA DE 95% UTILIZANDO
SOLUÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO DE 50 G/L. ............................................. 224
TABELA 7.9 ANOVA PARA O RENDIMENTO DE LACTATO DE ETILA COM NÍVEL
DE CONFIANÇA DE 95% UTILIZANDO SOLUÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO
DE 50 G/L. ...................................................................................................... 225
TABELA 7.10 FAIXA DE VALORES ESTUDADOS NO PLANEJAMENTO COMPOSTO
CENTRAL PARA SOLUÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO DE 120 G/L E
RENDIMENTO DE LACTATO DE ETILA. ................................................. 228
TABELA 7.11 COEFICIENTES DE REGRESSÃO PARA O RENDIMENTO DE LACTATO
DE ETILA DO PLANEJAMENTO COMPOSTO CENTRAL (NÍVEL DE
CONFIANÇA DE 95%). ................................................................................. 229
TABELA 7.12 ANOVA PARA O RENDIMENTO DE LACTATO DE ETILA COM NÍVEL
DE CONFIANÇA DE 95%. ............................................................................ 230
TABELA 8.1 CONDIÇÕES OPERACIONAIS UTILIZADAS NO SISTEMA DE
EVAPORAÇÃO HÍBRIDO. ........................................................................... 238
TABELA 8.2 FAIXA DE VALORES ESTUDADOS NA ETAPA DE ESTERIFICAÇÃO. 238
TABELA 8.3 CONDIÇÕES EXPERIMENTAIS DE ESTERIFICAÇÃO, RENDIMENTO DE
LACTATO DE ETILA E PUREZA DE ÁCIDO LÁCTICO APÓS HIDRÓLISE.
......................................................................................................................... 239
TABELA 8.4 PRINCIPAIS RESULTADOS OBTIDOS UTILIZANDO AS TRÊS
ESTRATÉGIAS DE SEPARAÇÃO. .............................................................. 240
TABELA 8.5 ÍNDICE DE DESEMPENHO DE PURIFICAÇÃO (IDP) PARA CADA
ESTRATÉGIA DE SEPARAÇÃO. ................................................................ 241
QUADRO
QUADRO 1 MÉTODOS DE SEPARAÇÃO E RECUPERAÇÃO DOS ÁCIDOS
CARBOXÍLICOS DO VINHO DE FERMENTAÇÃO (YANG ET AL., 2007).
........................................................................................................................... 33
xxxvi
xxxvii
LISTA DE SIGLAS
Agit Agitation
AL Ácido Láctico
ANL Argonne National Laboratory
ATP Adenosina Trifosfato
CAS Chemical Abstracts Service
CG Cromatografia Gasosa
CMP Concentração inicial da Matéria-Prima
CR Concentração no Resíduo
CSTR Continuous Stirred-Tank Reactor
DAAP Destilado Ácido de óleo de Palma
DDOS Destilado Desodorizado de Óleo de Soja
DSC Differential Scanning Calorimetry
ELV Equilíbrio Líquido-Vapor
FFR Feed Flow Rate
FID Flame Ionization Detector
HOC Hayden O’Connell
HPLC High Performance Liquid Chromatography
IDP Índice de Desempenho de Purificação
IUPAC International Union of Pure and Applied Chemistry
LAB Lactic Acid Bacteria
LDH Lactato Desidrogenase
LDPS Laboratório de Desenvolvimento de Processos de Separação
MBI Michigan Biotechnology Institute
MIBK Methyl Isobutyl Ketone
MRS Man-Rogosa-Sharpe
MSR Método da Superfície de Resposta
MTBE Methyl tert-butyl ether
NCD N° de vezes que Concentrou no Destilado
NCR N° de vezes que Concentrou no Resíduo
xxxviii
NRTL Non-Random, Two-Liquid
PD Pureza no Destilado
PEV Ponto de Ebulição Verdadeiro
PL Pureza nos Leves
PLA Poli Lactic Acid
PMP Pureza inicial da Matéria-Prima
PR Pureza no resíduo
RD Reactive Distillation
Tcond Condenser temperature
TG Thermogravimetry
TG-MS Thermogravimetry - mass spectrometer
UNICAMP Universidade Estadual de Campinas
UNIFAC Universal Functional Activity Coefficient
UNIQUAC Universal Quasi-Chemical
UV Ultraviolet
xxxix
LISTA DE SÍMBOLOS
A Fator pré-exponencial (s-1
)
C Concentração (g/L)
Co Concentração da matéria-prima (g/L)
%D Porcentagem de destilado
d Diâmetro da molécula a ser evaporada (m)
de Diâmetro da curvatura da superfície de evaporação (m)
Ea Energia de ativação (kJ/mol)
f Eficiência da evaporação
ĠA Taxa total de evaporação do componente mais volátil (kg/m2 s)
ĠE Taxa efetiva total de evaporação (kg/m2s)
h0 Distância entre o evaporador e o condensador (m)
k Constante de Boltzmann (1,38x10-23
J/K)
0
ek Fator pré-exponencial de Arrhenius (mol/min g)
Ki Razão de equilíbrio para o componente i
Kn Número de Knudsen
%L Porcentagem de leves
M Massa
M Massa molar (kg/kmol)
m/z Número de massa/número de carga
N Número de moléculas em 1 m3
NA Constante de Avogrado (6,023 x 1023
mol-1
)
0p Pressão de saturação (Pa)
sat
iP Pressão de saturação do componente i (Pa)
P Pressão do sistema (Pa)
P Produtividade
Pc Pressão crítica (bar)
Pi Pressão do vapor saturado
R Constante universal dos gases (8,314 J/K mol)
xl
Rec Recuperação
%R Porcentagem de resíduo
Tb Temperatura normal de ebulição (K)
Tc Temperatura crítica (K)
Tevap Temperatura do evaporador (K)
Tm Temperatura de pico (K)
T Temperatura (K, °C)
t Tempo (s)
fx Pureza a ser alcançada pelo processo de purificação
joutx , Pureza após uma etapa de purificação
jinx , Pureza na entrada de uma etapa de purificação
ix Composição do componente i na fase líquida
0x Pureza inicial da mistura
iy Composição do componente i na fase vapor
Y Rendimento
Letras gregas
ij Volatilidade relativa, i e j são os componentes
Β Taxa de aquecimento
i Coeficiente de atividade do componente i na fase líquida
vapH Entalpia de vaporização (kJ/mol)
Livre percurso médio (m)
sat
iv Volume molar de líquido saturado do componente i
V
i Coeficiente de fugacidade do componente i na fase vapor
sat
i Coeficiente de fugacidade do componente i na saturação
1
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
CAPÍTULO 1
1. INTRODUÇÃO
O desenvolvimento de processos de separação economicamente viáveis, capazes de
realizar a purificação de bioprodutos resultantes de processos fermentativos, ainda é um desafio
tecnológico a ser vencido. A demanda crescente por produtos e alimentos de fonte natural e a
necessidade de substituir os processos petroquímicos por rotas verdes de produção, tanto pela
preocupação ambiental quanto pela escassez de petróleo, tem impulsionado a produção de ácidos
carboxílicos a partir de recursos renováveis usando bioprocessos. No caso do ácido láctico, o
desenvolvimento de um método eficaz de separação e purificação do ácido a partir do caldo de
cana-de-açúcar fermentado é de suma importância para estabelecer a viabilidade econômica, pois
o processo de separação e purificação corresponde a 50% do custo de produção (Wasewar et al.,
2002a).
O ácido láctico ou ácido 2-hidroxipropiônico foi descoberto em 1780 pelo químico sueco
Scheele a partir do leite azedo (Datta e Henry, 2006), e possui duas formas opticamente ativas,
L(+)- ácido láctico e D(-)-ácido láctico. Possui uma grande variedade de aplicações, sendo
utilizado nas indústrias de cosméticos (umectante, agente antiacne e antitártaro), farmacêutica
(implantes, comprimidos, diálise, sutura cirúrgica, sistema de liberação controlada de drogas),
química (etanol, propilenoglicol e polímeros acrílicos) e de alimentos (acidulante, conservante,
aromatizante, regulador de pH, inibidor de bactérias). Além disso, ele é usado como precursor de
diversos outros produtos, como: óxido de propileno, acetaldeído, ácido acrílico, ácido
propanóico, 2,3- pentanodiona, lactato de etila, dilactídeo e poli-ácido láctico.
O ácido láctico apresenta dois grupos funcionais adjacentes, álcool e ácido, em uma
pequena molécula, tornando-o altamente reativo e com tendência a se decompor em temperaturas
elevadas. Por isso, é necessária a utilização de processos que propiciem a separação do ácido
láctico utilizando condições de temperaturas mais brandas e pequeno tempo de residência do
material dentro do equipamento para evitar a decomposição.
CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 3
Diversas tecnologias de separação têm sido estudadas para a purificação de ácido láctico:
precipitação, extração por solvente, processos de separação com membranas e outros, mas muitos
inconvenientes ainda limitam a aplicação dessas tecnologias em nível industrial. A precipitação
gera elevadas quantidades de efluentes, sendo pouco atrativa do ponto de vista ambiental, e
também outros processos de separação são necessários quando ácido láctico de maior pureza é
requerido, aumentando os custos com a separação. Na extração por solvente, os convencionais
agentes de extração apresentam coeficientes de distribuição desfavoráveis para ácidos orgânicos,
o que é desvantajoso para a separação. Nos processos de separação com membranas, há elevados
gastos com as membranas, além dos problemas com incrustação e polarização.
A utilização de um sistema evaporativo híbrido (evaporador de caminho curto com um
condensador externo acoplado) é um processo de separação alternativo com potencialidade de
aplicação para recuperação e concentração de moléculas termicamente sensíveis, como o ácido
láctico. Nesse processo, utilizam-se baixas pressões de operação (da ordem de 1 kPa), por isso
menores temperaturas são requeridas na separação quando comparado com os processos
convencionais de destilação. Além disso, utiliza-se pequeno tempo de residência do material
dentro do equipamento (da ordem de segundos), minimizam-se assim, os problemas de
decomposição térmica.
A destilação reativa é uma técnica promissora para a recuperação de ácido láctico com
elevada pureza e elevado rendimento do caldo de fermentação (Kumar et al., 2006a),
apresentando muitas vantagens: melhora na conversão dos reagentes, melhora na seletividade,
redução da quantidade de catalisador e outros. Diversos estudos variando os parâmetros e
condições operacionais para a recuperação do ácido láctico nas destilações reativas têm sido
reportadas na literatura, mas novos estudos devem ser realizados de modo a tornar o processo
mais economicamente atrativo para as aplicações industriais.
De acordo com o exposto anteriormente, este trabalho pretende contribuir com o estudo
de três estratégias de separação: uma tecnologia inédita para a separação e concentração de
ácidos orgânicos a partir do vinho de fermentação utilizando um sistema evaporativo; um sistema
de destilação reativa e um sistema acoplando as duas tecnologias sequencialmente. A necessidade
de se acoplar as duas tecnologias está na possibilidade de obtenção de ácido láctico com elevada
pureza e concentração. Será avaliada qual a melhor estratégia de separação e concentração do
CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 4
ácido láctico, visando à produção do mesmo de forma viável técnica, econômica e
ambientalmente.
1.1. OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS
O objetivo geral deste trabalho é desenvolver um processo de separação e purificação do
ácido láctico produzido por via fermentativa, comparando três diferentes estratégias de
separação: sistema evaporativo híbrido, destilação reativa e acoplando as duas tecnologias
anteriores em sequência.
A Figura 1.1 apresenta um fluxograma com a visão geral deste trabalho.
Figura 1.1: Fluxograma apresentando a visão geral do trabalho.
CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 5
Os objetivos específicos deste trabalho compreendem:
1) Caracterizar a solução comercial de ácido láctico utilizada nos ensaios em relação à
termodinâmica (construção de curvas de equilíbrio), identificação dos componentes
presentes e degradação térmica.
2) Avaliar um processo de separação alternativo para purificação de ácido láctico a partir de
uma mistura sintética água:ácido láctico por meio de um sistema evaporativo.
3) Avaliar e otimizar o processo de separação alternativo para purificação do ácido láctico a
partir do vinho fermentado por meio de um sistema evaporativo.
4) Simular o processo de esterificação do ácido láctico com etanol e posterior hidrólise com
água em um sistema de destilação reativa utilizando o simulador comercial ASPEN PLUS®.
5) Avaliar e otimizar a purificação do ácido láctico em um sistema de destilação reativa através
da esterificação do ácido láctico com etanol e posterior hidrólise com água.
6) Avaliar a purificação do ácido láctico utilizando o sistema evaporativo e a destilação reativa
em série.
7) Avaliar a melhor estratégia de separação e purificação do ácido láctico.
1.2. JUSTIFICATIVA
A produção de um produto de alto valor agregado, como o ácido láctico, a partir de uma
matéria-prima de origem renovável e de baixo custo, é benéfica do ponto de vista ambiental e
econômico. Na rota de produção do ácido láctico, os processos de separação e purificação
correspondem a, aproximadamente, 50% do custo de produção (Wasewar et al., 2002a). Portanto,
a pesquisa e o desenvolvimento de processos de separação de ácidos carboxílicos são justificados
CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 6
pela necessidade de processos eficientes e viáveis economicamente para a separação e
concentração de bioprodutos resultantes de processos fermentativos e aplicação em processos
industriais.
A utilização de um sistema híbrido de evaporação para realizar a purificação do ácido
láctico está baseada no trabalho de Martins (2011), que avaliou a concentração de metil chavicol
a partir do óleo essencial de manjericão. Inicialmente, Martins et al. (2012a) testaram um
evaporador de caminho curto, entretanto uma quantidade considerável de material migrava em
direção ao trap, impedindo a operação do equipamento a pressões inferiores a 1,33 kPa. O uso de
pressões mais baixas é desejável, pois com isso, diminui-se o ponto de ebulição das substâncias
minimizando as chances de haver decomposição térmica. Para permitir o uso de pressões mais
baixas, foi incorporado ao equipamento um condensador externo (Martins et al., 2012b). Com a
incorporação de um condensador externo ao sistema de evaporação, este não pode mais ser
classificado como um evaporador de caminho curto. Assim, o sistema evaporativo formado por
um evaporador de caminho curto e um condensador externo foi denominado de sistema híbrido
de evaporação (Martins et al., 2012c). Neste trabalho, será ampliada a aplicação do sistema
evaporativo híbrido para o estudo inédito da recuperação de ácidos orgânicos, mais
especificamente para o ácido láctico.
A utilização de um sistema de destilação reativa está baseada no trabalho de Lunelli
(2010) que realizou a esterificação do ácido láctico com etanol para a produção do lactato de
etila. Neste trabalho, será realizada a etapa de esterificação e a etapa de hidrólise do lactato de
etila com água para a obtenção de ácido láctico com elevado rendimento e elevada pureza. Será
realizada também a otimização das condições operacionais e simulação do processo utilizando o
simulador comercial ASPEN PLUS®.
Os resultados indicarão, através da avaliação do índice de desempenho de purificação, o
processo operacional mais vantajoso: sistema evaporativo híbrido, sistema de destilação reativa
ou o sistema evaporativo e de destilação reativa em série.
Os ensaios experimentais foram conduzidos nos Laboratórios de Desenvolvimento de
Processos de Separação (LDPS) e de Otimização, Projeto e Controle Avançado (LOPCA),
coordenados pelos Profs. Drs. Maria Regina Wolf Maciel e Rubens Maciel Filho,
respectivamente, laboratórios referências nas áreas de processos de separação e de projeto de
CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 7
processos. Dessa forma, este trabalho visa dar continuidade aos estudos realizados pelo grupo de
pesquisa. Pretende-se contribuir com o estudo de uma nova tecnologia para a separação e
concentração de ácidos orgânicos a partir do caldo de fermentação, utilizando um sistema
evaporativo híbrido, bem como com estudos para a otimização do processo de destilação reativa,
para obtenção de processos mais viáveis para aplicação industrial sem o uso de solventes e
geração de efluentes (sulfato de cálcio). Além disso, este trabalho contribuirá com a ampliação do
conhecimento técnico-científico na área de processos de separação.
1.3. ORGANIZAÇÃO DA TESE
Esta tese foi dividida em capítulos, nos quais foram abordados os seguintes assuntos:
No Capítulo 1, foi apresentada uma introdução sobre os principais tópicos abordados
nesse trabalho, justificando a contribuição e importância do estudo. Os objetivos deste trabalho
também foram apresentados.
No Capítulo 2, é apresentada a Revisão Bibliográfica, onde são abordados os principais
tópicos que envolveram esta pesquisa. A origem do ácido láctico, suas propriedades, aplicações e
processos de produção foram descritas. Apresentam-se também, nesse capítulo, os principais
processos de separação e purificação utilizados até o momento para realizar a concentração do
ácido láctico, tais como, precipitação, extração líquido-líquido ou extração por solvente,
separação utilizando membranas e destilação, dando ênfase aos processos de destilação molecular
e destilação reativa.
No Capítulo 3, são apresentados os resultados da caracterização termodinâmica, química e
térmica da mistura ácido láctico e água utilizando o simulador ASPEN PLUS®
11.1,
cromatografia líquida e gasosa e técnicas termoanalíticas, como calorimetria exploratória
diferencial (DSC), termogravimetria (TG) e termogravimetria acoplada com espectrômetro de
massa (TG-MS).
No Capítulo 4, são apresentados os resultados da purificação do ácido láctico a partir de
uma mistura sintética água: ácido láctico utilizando o sistema híbrido de evaporação. O intuito
dessa etapa foi realizar uma avaliação inicial de viabilidade técnica do processo de separação no
CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 8
sistema evaporativo. São apresentados também a descrição do sistema evaporativo, o
procedimento experimental e a metodologia analítica adotada.
No Capítulo 5, são apresentados os resultados obtidos de purificação de ácido láctico,
produzido a partir da fermentação da sacarose, usando o sistema híbrido de evaporação. Ensaios
preliminares variando a temperatura do evaporador foram realizados para que fosse escolhida a
melhor faixa de temperatura para a separação. Após essa etapa, foi utilizado planejamento
estatístico, levando em consideração os efeitos das variáveis vazão de alimentação, agitação,
temperaturas do condensador interno e do evaporador em relação às respostas porcentagem,
pureza e recuperação do ácido láctico nas correntes de resíduo, destilado e leves.
No Capítulo 6, são apresentados os resultados da simulação de uma planta virtual do
processo para a recuperação do ácido láctico, que consiste na esterificação do ácido láctico com
etanol para produção de lactato de etila e hidrólise do lactato de etila com água, usando colunas
de destilação reativa.
No Capítulo 7, são apresentados os resultados da purificação do ácido láctico em um
sistema de destilação reativa. Foram utilizados planejamentos estatísticos, a fim de estudar a
influência dos fatores razão molar etanol: ácido láctico, temperatura do refervedor e quantidade
de catalisador no processo de produção de lactato de etila.
No Capítulo 8, são apresentados os resultados da purificação do ácido láctico utilizando o
sistema híbrido de evaporação e destilação reativa em sequência. Por fim, foram comparadas as
três estratégias de separação e purificação estudadas nesse trabalho.
No Capítulo 9, são apresentados os resultados finais e as sugestões para trabalhos futuros.
As referências bibliográficas utilizadas no decorrer do desenvolvimento da tese são apresentadas
após o Capítulo 9.
1.4. PRODUÇÃO BIBLIOGRÁFICA
Esta tese de Doutorado deu origem, até o presente, aos seguintes trabalhos:
CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 9
Artigos completos publicados em periódicos
KOMESU, A.; MARTINS, P. F.; LUNELLI, B. H.; OLIVEIRA, J.; MACIEL FILHO, R.;
WOLF MACIEL, M. R.. The effect of evaporator temperature on lactic acid purity and recovery
by short path evaporation. Separation Science and Technology, DOI
10.1080/01496395.2014.975363, 2014 (Objetivo específico 2, Capítulo 4).
KOMESU, A.; MARTINS, P. F.; OLIVEIRA, J.; LUNELLI, B. H.; MACIEL FILHO, R.;
WOLF MACIEL, M. R.. Purification of lactic acid produced from sugarcane molasses. Chemical
Engineering Transactions, v. 37, p. 367-372, 2014 (Objetivo específico 3, Capítulo 5).
KOMESU, A.; MARTINS, P. F.; LUNELLI, B. H.; OLIVEIRA, J.; MACIEL FILHO, R.;
WOLF MACIEL, M. R. Evaluation of lactic acid purification from fermentation broth by hybrid
short path evaporation using factorial experimental design. Separation and Purification
Technology, v. 136, p. 233-240, 2014 (Objetivo específico 3, Capítulo 5).
KOMESU, A.; MARTINS, P.F.; LUNELLI, B.H.; MORITA, A.T.; COUTINHO, P.L.A;
MACIEL FILHO, R.; WOLF MACIEL, M.R. Lactic acid purification by hybrid short path
evaporation. Chemical Engineering Transactions, v. 32, p. 2017-2022, 2013 (Objetivo específico
2, Capítulo 4).
KOMESU, A.; MARTINS, P.F.; LUNELLI, B.H.; MACIEL FILHO, R.; WOLF MACIEL, M.R.
Lactic acid purification by reactive distillation system using design of experiments. Chemical
Engineering and Processing: Process Intensification, DOI 10.1016/j.cep.2015.05.005, 2015
(Objetivo específico 5, Capítulo 7).
Trabalhos completos publicados em anais de congressos
KOMESU, A.; MARTINS, P. F.; LUNELLI, B. H.; OLIVEIRA, J.; MACIEL FILHO, R.;
WOLF MACIEL, M. R. Simulação do processo de purificação do ácido láctico em um sistema de
destilação reativa. In: XX Congresso Brasileiro de Engenharia Química, Florianópolis, 2014
(Objetivo específico 4, Capítulo 6).
CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 10
KOMESU, A.; MARTINS, P. F.; LUNELLI, B. H.; MACIEL FILHO, R.; WOLF MACIEL, M.
R. Avaliação da purificação de ácido láctico em um sistema evaporativo. In: XIX Congresso
Brasileiro de Engenharia Química, Búzios, 2012 (Objetivo específico 2, Capítulo 4).
Artigo submetido para publicação
KOMESU A., MARTINS P.F., LUNELLI B.H., MACIEL FILHO R., WOLF MACIEL, M.R.
Thermal analysis investigation of lactic acid aqueous solution. Journal of Thermal Analysis and
Calorimetry (Objetivo específico 1, Capítulo 3).
KOMESU A.; JAIMES FIGUEROA J.E., RIOS L.F.; MARTINS MARTINEZ P.F.; LUNELLI
B.H., OLIVEIRA J.A.R., MACIEL FILHO, R., WOLF MACIEL M.R. Evaluation of operational
parameters for ethyl lactate production using reactive distillation process. Chemical Engineering
Transactions (Objetivo específico 5, Capítulo 7).
KOMESU A., MARTINS P.F., LUNELLI B.H., MACIEL FILHO R., WOLF MACIEL, M.R.
Separation and purification technologies for lactic acid - A Review. Separation & Purification
Reviews (Capítulo 2).
Resumo publicado em anais de congressos
KOMESU, A.; MARTINS, P. F.; OLIVEIRA, J.; LUNELLI, B. H.; MACIEL FILHO, R.;
WOLF MACIEL, M. R. Virtual pilot plant for lactic acid purification by reactive distillation
process. Symposium on Biotechnology for Fuels and Chemicals, 2014, Clearwater Beach, FL
(Objetivo específico 4, Capítulo 6).
KOMESU, A.; MARTINS MARTINEZ, P. F.; LUNELLI, B. H.; MACIEL FILHO, R.; WOLF
MACIEL, M. R. Thermogravimetric analysis and kinetic study of lactic acid. Symposium on
Biotechnology for Fuels and Chemicals, 2015, San Diego, CA (Objetivo específico 1, Capítulo
3).
CAPÍTULO 2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
CAPÍTULO 2
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O presente capítulo abordará as principais bases teóricas que envolvem esta pesquisa, bem
como promover uma visão da atual conjuntura dos objetos de estudo do presente trabalho. Assim,
o capítulo abordará inicialmente uma visão geral sobre o ácido láctico: histórico, propriedades,
aplicações e processos de produção. Posteriormente, serão apresentados os processos de
separação e purificação utilizados até o momento para realizar a concentração do ácido láctico,
enfatizando o processo de destilação molecular e o processo de destilação reativa.
2.1. ÁCIDO LÁCTICO
2.1.1. HISTÓRICO
Ácido Láctico ou ácido 2-hidroxipropiônico (CAS 50-21-5) é o ácido hidroxicarboxílico
de maior ocorrência na natureza. Foi descoberto em 1780 pelo químico sueco Scheele a partir do
leite azedo (Datta e Henry, 2006; Lima et al., 2001). Em 1789, Lavoisier deu o nome para este
componente de acide lactique, origem para a terminologia atual ácido láctico (Wee et al., 2006).
Em 1813, Henri Braconnot da Universidade de Nancy, que trabalhava com os componentes
ácidos dos alimentos fermentados, encontrou um produto no qual nomeou “ácido nanceico”, em
homenagem à cidade francesa Nancy. Henri estava convencido de que este ácido era diferente do
ácido descoberto por Scheele. Em 1817, o químico alemão J. Vogel provou que o ácido láctico e
o ácido nanceico eram idênticos (Galactic, 2011). Em 1839, Fremy realizou a fermentação de
ácido láctico a partir de vários carboidratos, como açúcar, leite, amido e dextrina. Em 1857,
Pasteur descobriu que o ácido láctico não era um componente do leite, mas sim um metabólito
fermentativo produzido por certos microrganismos (Lunelli, 2010).
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 13
O ácido láctico ainda não era um produto de consumo amplamente utilizado, mas apenas
uma especialidade farmacêutica, até 1881, quando Charles E. Avery estabeleceu a Companhia de
Lactato em Littleton, Massachusetts. O objetivo da empresa era substituir o ácido tartárico usado
para fazer pão. A fábrica de Avery enfrentou problemas e não pode iniciar a produção. Foi por
volta de 1900, na Alemanha, que a primeira venda de ácido láctico foi registrada. A partir de
então, muitas empresas investiram na produção de ácido láctico, mas a maioria delas parou a
produção devido à baixa qualidade de seus produtos, que era inaceitável para o mercado
(Galactic, 2011).
Em 1990, a produção mundial era de aproximadamente 40.000 t/ano com dois principais
produtores, “CCA Biochem” da Holanda, com filiais no Brasil e na Espanha, e a “Sterling
Chemicals” no Texas, EUA (Datta e Henry, 2006).
Nas últimas décadas, a produção de ácido láctico tem crescido consideravelmente (5-8%
ao ano), principalmente devido ao desenvolvimento de novos usos e produtos. Segundo o “Global
Industry Analyst Inc”, o mercado mundial de ácido láctico deve chegar a 329 mil toneladas em
2015 (Castillo Martinez et al., 2013) e 367.300 toneladas em 2017 (Abdel-Rahman et al., 2013).
2.1.2. PROPRIEDADES
O ácido láctico é o mais simples ácido hidroxilado. Possui dupla natureza, de álcool e
ácido, e um carbono assimétrico que lhe confere atividade ótica, sendo encontrado em duas
formas opticamente ativas, dextrógiro (D) e levógiro (L), ou na forma racêmica (mistura dos
enantiômeros dextrógiro e levógiro), como mostrado na Figura 2.1.
Figura 2.1: Isômeros do ácido láctico.
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 14
Os dois isômeros apresentam as mesmas propriedades físicas (ponto de fusão,
solubilidade, densidade, constante de dissociação e outras) e as mesmas propriedades químicas,
excetuando-se as reações em que outros compostos com atividade ótica estejam presentes. Uma
consequência disso é a dificuldade em separá-los através das técnicas tradicionais (cromatografia,
destilação e cristalização fracionada), sendo necessárias técnicas apropriadas de separação e uso
de substâncias com atividade óptica. As formas puras dos isômeros possuem maior valor
agregado do que a mistura racêmica, devido às aplicações industriais específicas para cada
isômero, por exemplo, para a produção do ácido poli L-láctico, um polímero semicristalino
biodegradável e termoestável, a forma levógira é a utilizada na síntese. Já para a produção do
ácido poli D-láctico, a forma dextrógira é a utilizada.
Os isômeros se comportam de maneira diferente nos tecidos vivos, sendo o ácido láctico
encontrado mais frequentemente nos seres vivos na forma levógira. No homem, por exemplo,
somente a forma levógira é produzida na contração muscular (Trindade, 2002). Para aplicações
em alimentos e em medicina, a forma levógira é preferida, pois a conversão metabólica no corpo
humano é mais rápida do que a forma dextrógira. Diferentes modos de produção também
fornecem quantidades diferentes de isômeros. Na produção do ácido láctico por síntese, apenas a
mistura racêmica é obtida e as concentrações dos isômeros são iguais, enquanto que a
fermentação permite a obtenção de um dos isômeros em maior quantidade.
O ácido láctico é líquido (15 °C e 1 atm), de cor amarela para incolor e inodoro. A Tabela
2.1 apresenta as propriedades termodinâmicas e a Tabela 2.2 as características do ácido láctico.
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 15
Tabela 2.1: Propriedades termodinâmicas do ácido láctico (Lunelli, 2010).
Propriedades Valores
Densidade em 20 °C (g/L) 1,249
Ponto de fusão (°C) 52,8 (D); 53,0 (L); 16,8 (DL)
Ponto de ebulição (°C) 82,0 (DL) a 0,5 mmHg; 122,0 (DL) a 15 mmHg; 103
(D) a 15 mmHg
Constante de dissociação (pKa) a 25 °C 3,83 (D); 3,79 (L)
Capacidade calorífica (J/mol °C) a 20 °C 190 (DL)
Calor de solução (kJ/mol) a 25 °C 7,79 (L)
Calor de fusão (kJ/mol) 16,86 (L); 11,33 (DL)
Tabela 2.2: Características do ácido láctico (Smith et al., 2003; Cheremisinoff, 2000).
Nome IUPAC Ácido 2-hidroxipropanóico
Sinônimos Ácido acetônico/ Ácido de leite/ácido 1-hidroxietano 1-carbonílico/1-
hidroxietano 1-carboxílico/ácido 2-hidroxipropiônico/ácido alfa-
hidroxipropiônico
Fórmula COOH-CHOH-CH3
Massa molar (g/mol) 90,08
Número CAS1 79-33-4 (L); 10326-41-7 (D); 598-82-3 (DL)
Categoria Emulsionante/Estabilizador/Aditivo nutritivo/Agente de controle de
pH/Conservante/Solvente/Umectante/Intensificador e modificador de
sabor/Aditivo de farinha e fermento
Cor Transparente ou amarelada
Autoesterificação Em soluções com concentrações maiores que 50%, é parcialmente convertido
em anidrido láctico
Cristalização Forma cristais a alta pureza
Miscibilidade Miscível em água, álcool, glicerol e furfural
Solubilidade Solúvel em água e insolúvel em clorofórmio, petróleo, éter, dissulfeto de
carbono
Volatilidade Baixa
Grau Técnico 22% e 44%; Alimentício 50-80%; Plástico 50-80%; USP 85-90%
Outros Não pode ser destilado em pressão atmosférica sem sofrer decomposição;
comercializado como mistura racêmica
1Número de registro no banco de dados do Chemical Abstracts Service
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 16
O ácido láctico é miscível em água e em vários solventes orgânicos, sendo comercializado
na forma cristalina ou na forma de soluções. Em soluções aquosas diluídas, devido à presença dos
grupos álcool e ácido, sofre autoesterificação, sendo parcialmente convertido em anidrido láctico.
Quando soluções de concentração superiores a 18% de ácido láctico são aquecidas, pode ocorrer
a desidratação entre um grupo hidroxila de uma molécula e o grupo carboxila de outra formando
os ácidos polilactídeos (ácido lactilático, trímero linear, polímeros maiores).
A densidade do ácido láctico em soluções aquosas varia, aproximadamente, de maneira
linear com a concentração e com a temperatura. A viscosidade aumenta rapidamente com o
aumento da concentração e diminui abruptamente com o aumento da temperatura (Coimbra,
1991).
2.1.3. APLICAÇÕES
O ácido láctico possui uma grande variedade de aplicações, sendo utilizado nas indústrias
químicas, farmacêutica e de alimentos e sendo precursor de diversos produtos. Embora
disponível comercialmente há muito tempo, apenas nas últimas décadas é que novas utilizações
resultaram em grande aumento na demanda.
Na indústria de alimentos, onde a demanda é de 85% do ácido produzido (Datta e Henry,
2006), é utilizado como acidulante, devido a seu gosto levemente ácido quando comparado a
outros ácidos usados em alimentos; como conservante em azeitonas e vegetais em conserva;
como aromatizante, regulador de pH e inibidor de bactérias residuais no processamento de uma
variedade de alimentos (doces, pães, refrigerantes, cerveja e outros); e é substância essencial nos
alimentos fermentados, como iogurte, manteiga e outros.
O ácido láctico também tem aplicação na indústria de couro e peles (Datta e Henry, 2006),
no processo de descalcinação, na indústria têxtil como mordente (fixador) para tinturaria e como
anticongelante em substituição ao etilenoglicol com maior eficiência e menor custo. Na indústria
química, o ácido láctico pode ser transformado em etanol, propilenoglicol e polímeros acrílicos.
Os derivados do ácido láctico, ésteres e sais, são usados como solventes, emulsificantes e
plastificantes (Trindade, 2002). O ácido láctico é utilizado também para a produção de óxido de
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 17
propileno, acetaldeído, ácido acrílico, ácido propanóico, 2,3- pentanodiona, lactato de etila,
dilactídeo e poli- ácido láctico.
Na indústria farmacêutica, o ácido láctico é utilizado em implantes, comprimidos, diálise,
sutura cirúrgica e sistema de liberação controlada de drogas. Na indústria de cosmético, é
utilizado como umectante, no clareamento e rejuvenescimento da pele, agente antiacne e agente
antitártaro (Castillo Martinez et al., 2013).
Novas aplicações para o ácido láctico têm sido desenvolvidas, como na produção de
polímeros biodegradáveis (Abdel-Rahman et al., 2013), solventes e químicos oxigenados.
Na aplicação em polímeros, o ácido láctico tem sua água removida na presença de
catalisadores ácidos, formando os dilactídeos, segundo a reação:
OHOHCCHOHCOOHCH 24863 22 (2.1)
Ácido láctico dilactídeo + água
Figura 2.2: Reação química de formação dos dilactídeos.
Os dilactídeos são polimerizados para a obtenção de um polímero termoplástico
biodegradável, o poli ácido láctico (PLA). Há uma crescente demanda por derivados de PLA que
podem substituir os convencionais materiais plásticos, bem como serem usados em novos
materiais de aplicação médica (Lopes et al., 2014; Gao et al., 2011; Martinez et al., 2010).
Os isômeros levógiros do ácido láctico fornecem um rendimento alto de dilactídeo,
obtendo-se polímeros com alta massa molar, alto grau de cristalinidade e resistência à tração. Os
polímeros são transparentes, o que é importante para aplicações em embalagens, possuem um
bom tempo de vida de prateleira porque se degradam lentamente por hidrólise (que pode ser
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 18
controlada pelo ajuste da composição e massa molar) e as suas características são semelhantes
aos polímeros derivados de petróleo, com a vantagem de que os polímeros de ácido láctico são
derivados de carboidratos renováveis. Outras propriedades podem ser obtidas com a
copolimerização com outros monômeros oxigenados.
Uma grande quantidade de patentes e artigos sobre os polímeros de ácido láctico têm sido
publicadas nos últimos anos (Li et al., 2014; Pivsa-Art et al., 2013; Padee et al., 2013; Jompang
et al., 2013). Embora a demanda por PLA tenha se expandido, a atual capacidade de produção é
de 450.000 toneladas por ano, muito inferior aos 200 milhões de toneladas de plásticos totais
produzidos ao ano. O baixo volume de produção de PLA deve-se em grande parte ao alto custo
de fabricação (Pacheco et al., 2012). Em escala industrial, o custo de produção do monômero de
ácido láctico deve ser inferior a 0,8 US$/kg, pois o preço de venda do PLA deve diminuir
aproximadamente metade do seu preço atual de 2,2 US$/kg para competir com os plásticos à base
de petróleo. Portanto, o maior custo de produção do PLA deve-se ao custo de produção do
monômero de ácido láctico (Okano et al., 2010).
O ácido láctico utilizado na fabricação de solventes verdes (Koutinas et al., 2014; Pereira
et al., 2011), que são solventes menos agressivos ao meio ambiente, é outra área de potencial
crescimento, principalmente os ésteres de lactato de álcoois de baixa massa molar, sendo
utilizado na formulação de defensivos agrícolas e outros componentes bioativos, devido à baixa
toxidade.
Os químicos oxigenados derivados do ácido láctico têm sido largamente produzidos,
como exemplos tem-se o propileno glicol, com produção de 680.389 toneladas em 2004, óxido de
propileno, com produção de 1,8 milhões de ton em 2004 e o ácido acrílico e ésteres acrilatos,
com produção de 816.466 toneladas em 2004 (Datta e Henry, 2006).
Apesar do vasto campo de aplicação, o uso do ácido láctico é limitado pelo custo final de
produção, associado em sua maior parte, aos processos de separação do produto final, que
requerem muitas etapas, as quais são dispendiosas.
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 19
2.2. PROCESSOS BIOTECNOLÓGICOS
Os processos biotecnológicos industriais apresentam significativa relevância social e
econômica devido à possibilidade de utilização de recursos naturais renováveis, abundantes no
Brasil, e o grande número de metabólitos, de interesse industrial, que podem ser gerados a partir
destes processos. É importante destacar que, como a poluição ambiental é uma consequência
direta do desenvolvimento tecnológico, a implementação de tecnologias que fazem uso de
materiais renováveis, e adequadas, do ponto de vista energético e de preservação do ambiente, é
uma necessidade que se faz presente em todos os segmentos industriais. Um grande interesse
pelos processos de produção de ácidos carboxílicos a partir de recursos renováveis usando
bioprocessos tem sido despertado, principalmente devido às preocupações com o abastecimento
de petróleo e à poluição ambiental, causada pelos processos petroquímicos, e devido também, à
demanda crescente por produtos e alimentos de fonte natural.
A produção industrial de importantes ácidos carboxílicos a partir de biomateriais
reciclados, que são baratos e abundantes, pode reduzir os resíduos e a nossa dependência dos
óleos importados. Além disso, a fermentação pode produzir um isômero puro de ácido
carboxílico (como os isômeros D(-) ou L(+) do ácido láctico) que é melhor para efeitos de
processamento e/ou aplicação, uma vantagem em relação à síntese química, que geralmente
produz uma mistura de isômeros ópticos que são de difícil separação. No entanto, a fermentação
também possui muitas desvantagens, principalmente baixa produtividade e concentração de
produtos que podem limitar suas aplicações industriais (Yang et al., 2007). Recentes estudos com
fermentação extrativa usando sistema aquoso de duas fases (Ooi et al., 2011; Pandey e Banik,
2011); sacarificação e fermentação simultâneas (Hu et al., 2015; Hama et al., 2015) com
microrganismos metabolicamente modificados (Hama et al., 2015; Okano et al., 2010; Gao et al.,
2009a); imobilização de microrganismos (Kumar et al., 2014; Lin et al., 2007); usando
extratantes (Gao et al., 2009b); com membranas (Mimitsuka et al., 2015; Wang et al., 2014;
Zhang et al., 2014; Rodríguez et al., 2006); adsorção em carvão ativado (Gao et al., 2011) e em
zeólitas (Aljundi et al., 2005) têm sido desenvolvidos para tornar a fermentação um processo
mais economicamente atrativo para aplicações industriais.
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 20
2.3. PROCESSOS DE PRODUÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
A molécula de ácido láctico é encontrada naturalmente em vegetais, microrganismos e no
reino animal, podendo ainda ser produzida por fermentação de carboidratos ou por síntese
química a partir de carvão, produtos derivados do petróleo e gás natural. Industrialmente, o ácido
láctico pode ser produzido por síntese química ou por fermentação. A Figura 2.3 mostra os dois
processos de produção do ácido láctico.
A síntese química fornece uma mistura racêmica (DL) e a fermentação microbiana pode
produzir os isômeros puros L(+) ou D(-) quando um microrganismo apropriado é selecionado
(Wee et al., 2006). Dependendo da aplicação, uma forma é preferível em relação à outra. A
fermentação microbiana oferece vantagens em termos de utilização de biomassa renovável, baixa
temperatura de produção e baixo consumo de energia (Abdel-Rahman et al., 2011), sendo a
forma de produção mais utilizada atualmente.
Figura 2.3: Produção do ácido láctico por síntese química e fermentação microbiana (Wee et al.,
2006 Adaptado).
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 21
2.3.1. SÍNTESE QUÍMICA
O ácido láctico produzido por síntese química usando a rota lactonitrila, que era um
subproduto da tecnologia acrilonitrila, foi descoberta em 1863 por Wislicenus. As reações
envolvidas são:
Adição de ácido cianídrico
CHOHCNCHHCNCHOCH 33
(2.2)
Acetaldeído + Cianeto de Hidrogênio Lactonitrila
Hidrólise por H2SO4
424342232
1
2
12 SONHCHOHCOOHCHSOHOHCHOHCNCH
(2.3)
Lactonitrila + Água + Ácido sulfúrico Ácido láctico + Sal de amônio do ácido
Esterificação
OHCHOHCOOCHCHOHCHCHOHCOOHCH 23333
(2.4)
Ácido láctico + Metanol Lactato de metila + Água
Hidrólise por H2O
OHCHCHOHCOOHCHOHCHOHCOOCHCH 33233
(2.5)
Lactato de metila + Água Ácido láctico + Metanol
O processo envolve a adição catalisada de cianeto de hidrogênio ao acetaldeído para a
produção de lactonitrila. Essa reação ocorre em fase líquida na presença de catalisador básico sob
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 22
altas pressões (Pal et al., 2009). Em seguida, a lactonitrila é recuperada, purificada por destilação
e hidrolisada usando ácido sulfúrico, produzindo ácido láctico e sal de amônio do ácido. O ácido
láctico obtido é esterificado com metanol, e o lactato de metila formado é recuperado, purificado
por destilação e hidrolisado novamente com água acidificada para produzir ácido láctico e
regenerar o metanol usado, que é separado por destilação e reciclado. O fluxograma do processo
é mostrado na Figura 2.4.
Figura 2.4: Produção de ácido láctico por síntese química usando acetaldeído (Pal et al., 2009
Adaptado).
A primeira empresa a produzir o ácido láctico sinteticamente em quantidade significativa
foi a Monsanto, no Texas, em 1963, gerando, na época, 40% (4500 t) do ácido láctico consumido
nos EUA (Trindade, 2002). A produção industrial por síntese química era feita também pela
“Sterling Chemicals”, que encerrou a produção no início de 1990. No extremo oriente,
“Musashino Chemical” também utilizava esta tecnologia, mas recentemente mudou o processo
para a rota fermentativa (John et al., 2009; Datta e Henry, 2006).
Outras possíveis rotas de síntese química do ácido láctico incluem a oxidação do
propileno glicol; reação do acetaldeído, monóxido de carbono e água em elevadas temperaturas e
pressões; hidrólise do ácido cloropropiônico (preparada por cloração do ácido propiônico), entre
outros (Gao et al., 2011). Apesar do grande número de rotas possíveis para a produção do ácido
láctico por síntese, nenhuma dessas rotas é técnica e economicamente viável para produção
industrial (Gao et al., 2011; Datta et al., 1995), exceto a que utiliza a lactonitrila como matéria-
prima.
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 23
O processo de produção do ácido láctico por rota química é um processo caro e
dependente dos subprodutos de outras indústrias (Datta e Henry, 2006), onde o petróleo é uma
das matérias-primas. Além disso, a síntese química resulta em uma mistura racêmica de ácido
láctico (Abdel-Rahman et al., 2011; Pal et al., 2009) e na maioria dos casos, o isômero levógiro
do ácido láctico é o produto desejado. Os problemas de alto custo das matérias-primas, a
impureza do produto obtido e a dependência de outras indústrias podem ser superados com os
processos fermentativos (Pal et al., 2009).
2.3.2. FERMENTAÇÃO MICROBIANA
A produção do ácido láctico a partir da fermentação microbiana representa mais de 50%
da produção mundial (Guilherme et al., 2009), e continua despertando interesse devido às suas
inúmeras vantagens quando comparada com a síntese química: produção de isômeros puros e uso
de recursos renováveis como substrato na fermentação.
O processo fermentativo é caracterizado por processos biológicos de degradação do
substrato (glicose) por uma população de microrganismos (biomassa) em metabólitos, como o
etanol, ácido cítrico e ácido láctico (Silveira, 2009).
As matérias-primas usadas como substratos na fermentação microbiana para produção de
ácido láctico são diversas: amido, tais como trigo, milho, mandioca, batata, arroz, centeio, cevada
(Li et al., 2012; Nakano et al., 2012; Wang et al., 2010); lignocelulose (Abdel-Rahman et al.,
2011), soro de leite (Li et al., 2006), beterraba (Calabia e Tokiwa, 2007) ou melaço de cana-de-
açúcar (Lunelli et al., 2010a). A Tabela 2.3 mostra a produção de ácido láctico utilizando
diferentes substratos e tipo de fermentação. Um produto mais puro é obtido quando um substrato
puro é fermentado, tal como a sacarose pura obtida a partir da cana-de-açúcar e de açúcar de
beterraba, resultando em um menor custo de purificação. Porém, o elevado custo do açúcar
inviabiliza a sua utilização. Por outro lado, a utilização de produtos residuais das indústrias de
alimentos e sucroalcooleira constitui vantagem do ponto de vista ambiental e econômico.
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 24
Tabela 2.3: Produção de ácido láctico utilizando diferentes fontes de substrato (Abdel-Rahman et al., 2013).
Substrato Microrganismo Modo de fermentação Ácido láctico Referência
C (g/L) Y (g/g) P (g/L/h)
Fibra de alfafa Lb. Delbreuckii Batelada 35,4 0,35 0,75 Sreenath et al. (2001)
Fibra de alfafa Lb. plantarum Batelada 46,4 0,46 0,64 Sreenath et al. (2001)
Bagaço de maçã Lb. rhamnosus ATCC 9595 (CECT288) Batelada 32,5 0,88 5,41 Gullon et al. (2008)
Resíduos de banana Lb. Casei Batelada - 0,10 0,13 Chan-Blanco et al. (2003)
Bagaço de mandioca Lb. delbrueckii NCIM 2025 Batelada 81,9 0,94 1,36 John et al. (2006)
Celulose B. coagulans 36D1 Batelada alimentada 80,0 0,80 0,30 Ou et al. (2011)
Bagaço de cana Lc. lactis IO-1 Batelada 10,9 0,36 0,17 Laopaiboon et al. (2010)
Glicerol E. coli K12 strain Batelada 32,0 0,85 0,44 Mazumdar et al. (2010)
Glicerol E. coli (engineered) Batelada alimentada 50,0 0,90 0,60 Mazumdar et al. (2013)
Microalga Lb. paracasei LA104 Batelada 37,1 0,46 1,03 Nguyen et al. (2012)
Resíduo de comida Lb. manihotivorans LMG18011 Batelada 48,7 0,1 0,76 Ohkouchi e Inoue (2006)
Palha de trigo Lb. brevis CHCC 2097 and Lb. pentosus
CHCC 2355
Batelada 7,1 0,95 - Garde et al. (2002)
Soro de queijo Lb. casei NRRL B-441 Batelada 96,0 0,93 2,2 Büyükkileci e Harsa
(2004)
Sacarose Escherichia coli (engineered) Batelada 85,0 0,85 1,0 Wang et al. (2012)
Glicose B. subtilis MUR1(mutant) Batelada 143,2 0,9 2,75 Gao et al. (2012)
Glicose B. subtilis MUR1(mutant) Batelada alimentada 183,2 0,99 3,52 Gao et al. (2012)
C= Concentração, Y=Rendimento, P=Produtividade.
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 25
Os microrganismos utilizados na fermentação podem ser divididos em dois grupos:
bactérias e fungos (Wee et al., 2006). A escolha de um microrganismo depende primeiramente do
carboidrato a ser fermentado, pois as linhagens de microrganismos diferem quanto ao
metabolismo relativo a diferentes fontes de carbono (Lunelli, 2010).
As bactérias do ácido láctico (LAB) possuem formato de cocos, com exceção da
lactobacilli e a carnobacteria que são bastonetes, são incapazes de sintetizar o ATP por
respiração, tem como principal produto final o ácido láctico proveniente da fermentação de
açúcares e são gram-positivas (possuem parede celular com uma única e espessa camada de
peptidoglicanos). A maioria das bactérias lácticas são anaeróbias facultativas, utilizam o ácido
pirúvico que é o produto final da via Embdem-Meyerhof-Parnas para conversão em lactato, são
catalase negativa (não possuem a enzima catalase, responsável pela decomposição do peróxido de
hidrogênio), são imóveis e não formadoras de esporos. A temperatura ótima de crescimento varia
de acordo com o gênero e está entre 20 a 45 °C (Hofvendahl e Hahn-Hägerdal, 2000).
As LAB podem ser classificadas em dois grupos de acordo com a via pela qual fermentam
açúcares: homofermentativas e heterofermentivas (obrigatória e facultativa). A Figura 2.5 mostra
os dois caminhos de fermentação e a fermentação mista, que pode ser realizada pela bactéria
heterofermentativa facultativa.
As bactérias homofermentativas convertem glicose quase que exclusivamente em ácido
láctico, já as bactérias heterofermentativas catabolizam glicose em etanol, CO2 e ácido láctico. As
bactérias homofermentativas normalmente metabolizam glicose via Embden-Meyerhof-Parnas
(processo de glicólise). Como a glicólise resulta somente em ácido láctico como produto final do
metabolismo da glicose, duas moléculas de ácido láctico são produzidas para cada molécula de
glicose com rendimento de mais de 0,90 g/g. São exemplos de bactérias homofermentativas:
Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus amylophilus, L. bulgaricus, Lactobacillus helveticus e
L. salivarius (Castillo Martinez et al., 2013).
As bactérias heterofermentativas obrigatórias fermentam açúcar apenas pelo caminho 6-
phosphogluconate/phosphoketolase e as heterofermentativas facultativas têm a capacidade de
utilizar ambos os caminhos de fermentação. São heterofermentativas obrigatórias a Lactobacillus
brevis, L. fermentum, L. parabuchneri e a L. reuteri. Já a L. alimentarius, Lactobacillus
plantarum, Lactobacillus casei, Lactobacillus rhamnosus, Lactococcus lactis, Lactobacillus
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 26
pentosus, Lactobacillus xylosus são exemplos de bactérias heterofermentativas facultativas
(Castillo Martinez et al., 2013).
Figura 2.5: Principais caminhos de fermentação da glicose pela bactéria do ácido láctico. (A)
Bactéria homofermentativa, (B) Bactéria heterofermentativa e (C) fermentação mista, P=fosfato,
BP=bifosfato, LDH= lactato desidrogenase, PFL= piruvato formato liase, e PDH= piruvato
desidrogenase (Hofvendahl e Hahn-Hägerdal, 2000 Adaptado).
As bactérias lácticas possuem exigências nutricionais complexas, devido à sua habilidade
limitada para sintetizar vitaminas do complexo B e aminoácidos, requerendo, desta maneira, um
meio rico nutricionalmente para seu crescimento (Hofvendahl e Hahn-Hägerdal, 2000).
Muitas LAB produzem somente um isômero de ácido láctico, podendo algumas vezes,
dependendo das condições operacionais, ocorrer a produção de pequenas quantidades do outro
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 27
isômero. Organismos que produzem os isômeros D(-) ou L(+) do ácido láctico têm duas enzimas
lactato desidrogenase (LDH) que diferem em sua estereoespecificidade. Algumas espécies de
Lactobacillus produzem o isômero L(+), que sobre acúmulo leva a uma mistura racêmica,
convertendo em ácido láctico D(-) até que o equilíbrio seja alcançado. Lactobacillus helveticus e
Lactobacillus plantarum produzem uma mistura racêmica (Lunelli, 2010).
Embora a maioria dos processos de produção do ácido láctico ser realizada com as LAB,
os fungos filamentosos, tais como Rhizopus, utilizam a glicose aerobicamente para produzir o
ácido láctico. As espécies de Rhizopus tais como R. oryzae e R. arrhizus tem atividade enzimática
amiolítica, que lhes permite converter amido diretamente para a forma L(+) do ácido láctico. A
fermentação fúngica tem algumas vantagens, por exemplo, R. oryzae requer um meio simples
para produzir L(+) ácido láctico, mas também exige a aeração vigorosa por ser um aeróbio
obrigatório. Na fermentação fúngica, a produtividade é baixa, inferior a 3 g/L h, provavelmente
devido à limitação na transferência de massa. O menor rendimento de produto na fermentação
fúngica é atribuído também à formação de subprodutos, como ácido fumárico e etanol (Wee et
al., 2006).
Além da escolha da fonte de carbono e do microrganismo para a fermentação, são
parâmetros que influenciam a eficiência da fermentação: o pH e a temperatura do meio, as fontes
de nitrogênio e de vitaminas, o modo de fermentação e a formação de subprodutos.
O pH da fermentação diminui conforme ácido láctico é produzido. O controle é feito
adicionando-se base no meio (carbonato de cálcio, hidróxido de cálcio, hidróxido de sódio e
outros), pois em meios ácidos a produção de ácido láctico é nula ou mínima. O controle do pH
pode ser feito também por extração, adsorção ou eletrodiálise (Hofvendahl e Hahn-Hägerdal,
2000). Várias pesquisas apontam o valor de 6,5 ou em torno deste como o pH ótimo de
crescimento e produção de ácido láctico (Silveira, 2009), pH ótimo menor que 5,7 foi obtido
somente para cepas de Lactobacillus que toleram pH menores que os lactococci (Hofvendahl e
Hahn-Hägerdal, 2000). O controle do pH em fermentações por bateladas aumentam a produção
de ácido láctico, rendimento, e a produtividade de diferentes cepas de LAB, por exemplo, Lb.
Delbrueckii, E. mundtii QU 25, e E. faecium (Abdel-Rahman et al., 2011).
A temperatura é um parâmetro importante no crescimento das bactérias (Silveira, 2009) e
está relacionada com os parâmetros cinéticos de crescimento da LAB, produção de ácido láctico e
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 28
consumo de substrato. A maioria dos estudos de produtividade do ácido láctico foi estudada em
temperaturas na faixa de 30-43 °C (Abdel-Rahman et al., 2011).
As fontes de nitrogênio e vitaminas são importantes principalmente devido à capacidade
limitada das bactérias de sintetizar vitaminas do complexo B. As principais fontes são os extratos
de levedura e sulfato de amônio. Em termos de processo industrial, o uso de extrato de levedura
possui elevado custo, apesar de ser o melhor para o cultivo de bactérias lácticas. Assim, o uso de
sulfato de amônio mostra-se como uma alternativa, principalmente devido ao seu custo ser mais
baixo do que o extrato de levedura. A adição de outros nutrientes no meio também tem gerado
efeito positivo na produção do ácido láctico, incluindo a adição de extrato de levedura e peptona
(Hofvendahl e Hahn-Hägerdal, 2000).
O ácido láctico é geralmente produzido no modo batelada, mas pode também ser utilizado
o modo contínuo e a batelada alimentada. As fermentações em batelada apresentam conversões e
rendimentos superiores às fermentações contínuas, mas a produtividade volumétrica é menor.
Isso pode ser explicado devido à utilização de todo o substrato no processo batelada, enquanto
que no processo contínuo uma concentração residual de substrato sempre está presente. A maior
produtividade das fermentações contínuas deve-se à alta taxa de diluição e à capacidade do
processo poder ser mantido por longo período de tempo. A escolha do modo de operação
dependerá do custo do substrato e do investimento. Para processos onde substratos caros são
utilizados, o rendimento deve ser maximizado por um processo batelada ou batelada alimentada.
Para processos onde o custo do investimento seja alto, a produtividade volumétrica deve ser
maximizada por um processo contínuo. Uma alta produtividade pode ser encontrada também num
processo com reciclo de células. O sistema com reciclo de células, junto com processos contínuos
e batelada repetida é eficiente para encontrar alta concentração celular e alta produtividade de
ácido láctico (Lunelli, 2010).
A produção de outros ácidos orgânicos durante a fermentação para a produção do ácido
láctico dependerá da pureza e da qualidade do inóculo utilizado, das condições do processo, que
devem evitar contaminação externa e da rota metabólica utilizada. Subprodutos como ácido
acético, dióxido de carbono e etanol podem ser produzidos, mas para produção eficiente de ácido
láctico, a formação dos subprodutos deve ser evitada ou mantida em um valor mínimo
(Hofvendahl e Hahn-Hägerdal, 2000).
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 29
A produção de ácido láctico pela rota fermentativa ganhou um novo fabricante, a “Archer
Daniels Midland”, no início de 1990. No final de 1997, a “Cargill” se uniu à “Dow Chemical”,
originando a “Cargill-Dow”, produzindo um polímero de ácido poliláctico baseado na tecnologia
fermentativa. No início de 2005, a “Cargill” rompeu o empreendimento com a “Dow” e
estabeleceu a “NatureWorks LLC”. Os maiores produtores de ácido láctico pela rota fermentativa
incluem a “NatureWorks LLC”, “Purac” (Holanda), “Galactic” (Bélgica), “Cargill” (EUA) e
várias empresas chinesas, como a “CCA (Changzhou) Biochemical Co. Ltd.”, “Henan Jindan
Lactic acid Co. Ltd.” e “Mushashino Chemical Co. Ltd”. Atualmente, a “NatureWorks LLC” é
líder na tecnologia e mercado de polímeros de ácido láctico (Abdel-Rahman et al., 2013; John et
al., 2009).
A “NatureWorks LLC” construiu uma planta de ácido láctico em Blair, EUA, com uma
capacidade de produção de 180.000 ton por ano que iniciou sua operação em 2002 (John et al.,
2009; Wee et al., 2006).
2.3.2.1. AVALIAÇÃO ECONÔMICA DO PROCESSO DE PRODUÇÃO DE ÁCIDO
LÁCTICO PELA ROTA FERMENTATIVA
A análise econômica do processo de produção do ácido láctico tem sido pouco reportada
na literatura (Zhang et al., 2007). Estudos econômicos da produção do ácido láctico pela
fermentação resultaram em uma variedade de custos para o produto final e muitos dos estudos
consideraram também somente partes do processo (González et al., 2007). Por exemplo, o
processo de upstream ou o processo downstream, e em alguns, o produto final consistiu
principalmente de lactato ao invés de ácido láctico. Nestes estudos, o custo de produção do ácido
láctico variou de 0,10 a 2,00 US$/kg dependendo do processo considerado e da qualidade do
produto final. Dos poucos processos completos sugeridos, o ácido láctico em concentrações de
50% e 82% poderia ser produzido a um custo de 0,26 AU$/kg (dólar australiano) e 0,55 US$/kg,
respectivamente. Para efeito de comparação, o custo da produção sintética do ácido láctico variou
entre 1,30 e 1,40 US$/kg (Akerberg e Zacchi, 2000).
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 30
Akerberg e Zacchi (2000) realizaram um estudo de avaliação econômica do custo de
produção do ácido láctico pela via fermentativa a partir de farinha de trigo integral. O custo de
produção do ácido láctico de concentração 70% (m/m) foi avaliado considerando uma planta com
capacidade de produção de 30.000 toneladas/ano e as seguintes etapas de processo: hidrólise do
amido por enzimas para formar glicose em duas etapas, liquefação e sacarificação; conversão da
glicose em ácido láctico na etapa da fermentação; remoção das farinhas e das bactérias por
centrifugação e remoção das enzimas por ultrafiltração após a fermentação. A etapa de
fermentação foi realizada em um pH controlado, produzindo principalmente lactato. A água foi
separada utilizando a eletrodiálise e o lactato foi convertido em ácido láctico, e o hidróxido de
sódio foi produzido como subproduto. O ácido láctico foi concentrado por evaporação a vácuo.
Concluiu-se que os custos com matéria-prima, hidróxido de sódio na etapa de
fermentação e a eletrodiálise na conversão de lactato em ácido láctico contribuíram
consideravelmente no custo total de produção e a realização da etapa de fermentação em batelada
era economicamente melhor do que a fermentação contínua. Os custos de produção podem ser
reduzidos com a redução do pH e/ou através da reciclagem do hidróxido de sódio produzido por
eletrodiálise para o fermentador, utilizando concentrações mais altas de farinha de trigo. A
concentração ótima de glicose foi de 116 g glicose/L, que resultou em um custo de produção de
0,833 US$/kg produto. Uma simulação do custo total de produção, utilizando a simulação de
Monte Carlo, para avaliar a incerteza, mostrou que para esta concentração ótima, variando os
custos de investimento, operação e o preço da matéria-prima, a probabilidade do custo de
produção ser inferior a 0,90 US$/kg foi de 61% e a probabilidade do custo de produção ser
inferior a 1,0 US$/kg foi de 91% (Akerberg e Zacchi, 2000).
Liu et al. (2005) realizaram um estudo de avaliação econômica da produção do ácido
láctico em batelada, batelada alimentada e contínuo com culturas de Rhizopus sp. Na batelada
alimentada, com uma concentração inicial de glicose de 30 g/L, mais de 140 g/L de L(+)-ácido
láctico foi produzido com um rendimento de produto de 83%. Na batelada, com uma
concentração de 200 g/L de glicose inicial, 121 g/L de L(+)-ácido láctico foi obtido, gerando
baixo rendimento de produto baseada na quantidade de glicose consumida. Na cultura contínua,
1,5 g/L h de produtividade volumétrica com rendimento de produto de 71% foi obtida em uma
taxa de diluição de 0,024 h-1
. Baseados nesses resultados foram avaliados custos das variáveis:
fonte de carbono, vapor e custos com tratamento de resíduos. O custo total considerando as
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 31
variáveis estudadas na batelada alimentada e contínuo foram de 88% e 140%, respectivamente,
comparada com o custo da cultura batelada. A batelada alimentada por fornecer alta concentração
de L(+)-ácido láctico e alto rendimento de produto, diminuindo os custos, foi considerada o
melhor para as aplicações industriais de produção do ácido láctico.
González et al. (2007) realizaram a avaliação econômica de um processo integrado de
produção de ácido láctico de grau alimentício a partir de soro ultrafiltrado. A planta foi projetada
para tratar 100 m3/dia de soro permeado. As etapas do processo consideradas foram: fermentação,
ultrafiltração, troca iônica, osmose reversa e a evaporação a vácuo. O processo proposto foi
demonstrado ser economicamente viável. O custo anual resultou em 1,25 US$/kg para ácido
láctico de pureza 50% (m/m). A maior contribuição para o custo total de investimento
correspondeu à etapa de concentração, representando 40% do custo total, enquanto que a etapa de
fermentação exigiu o maior custo operacional, representando 47% do custo total de operação.
Sikder et al. (2012) realizaram a avaliação econômica do processo de produção do ácido
láctico produzido a partir da cana-de-açúcar. O processo de produção consistiu nas etapas de
esterilização, fermentação, microfiltração, nanofiltração e concentração final por evaporação a
vácuo. O fermentador com membrana integrada operou com concentração celular de 22 g/L,
resultando em uma produtividade de 53 g/L/h com concentração de ácido láctico de 106 g/L e
rendimento de 0,96. As unidades de membrana (microfiltração e nanofiltração) e bomba
contribuíram com cerca de 2% do custo total fixo enquanto que a unidade de fermentação e o
tanque de retenção contribuíram com 36% do custo total. Os componentes de maior custo foram
a matéria-prima e extrato de levedura, contribuindo com 6% e 87%, respectivamente, no custo
total. O custo total do ácido láctico de 95% de pureza foi de 3,15 US$/kg.
2.4. PROCESSOS DE SEPARAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
Os processos de separação são uma etapa essencial nas indústrias químicas e afins. Cerca
de 40 a 70% dos custos operacionais e de capital são em separações (Wankat, 2007). Nos
processos de produção do ácido láctico, o desenvolvimento de um método eficaz de separação e
purificação do ácido a partir do vinho fermentado é de suma importância para a viabilidade
econômica, pois o processo de separação e purificação corresponde a, aproximadamente, 50% do
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 32
custo de produção. Apesar da diferença entre o ponto de ebulição do ácido láctico e da água ser
relativamente grande, é quase impossível obter ácido láctico puro cristalino. A razão é que o
ácido láctico tem elevada afinidade com água e um dímero de lactato é formado quando a
concentração de ácido láctico é suficientemente alta (Lunelli, 2010).
Diversas tecnologias de separação têm sido estudadas, como a extração por solvente,
processos de separação com membranas (osmose reversa, ultrafiltração e eletrodiálise),
membranas líquidas surfactantes, destilação reativa, cromatografia, adsorção, esterificação do
ácido láctico com álcoois e outros, mas muitos inconvenientes, tais como elevados custos com
equipamentos, recuperação de solventes, elevado gasto energético e outros, ainda limitam a
aplicação dessas tecnologias em escala industrial.
O Quadro 1 compara de uma maneira geral os vários métodos usados na separação de
ácidos carboxílicos e recuperação do vinho de fermentação. A seguir, as principais tecnologias
utilizadas para a recuperação e purificação do ácido láctico são discutidas (precipitação, extração
por solvente, processo de separação com membranas e destilação).
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 33
Quadro 1: Métodos de separação e recuperação dos ácidos carboxílicos do vinho de fermentação (Yang et al., 2007).
Método Descrição Vantagens Desvantagens
Precipitação CaCO3 é adicionado no meio para
neutralizar o ácido. A solução de
carboxilato de cálcio é concentrada por
evaporação, cristalizada e separada da
água mãe.
Baixas impurezas no produto; baixo
custo de investimento; alto
rendimento.
Requer o uso de H2SO4 para a liberação do ácido
carboxílico, que gera CaSO4, um resíduo sólido
que é depositado em aterros.
Destilação NH3 é usado para neutralizar ácido.
Carboxilato de amônia então reage com
álcool para formar éster, que é separado
por destilação.
Produto de elevada pureza; o
subproduto (NH4)2SO4 pode ser usado
como um fertilizante.
Requer a hidrólise de ésteres e destilação para
separar o álcool a partir de ácido carboxílico.
Elevado investimento e custos de energia
associados com a destilação, requer economia de
escala.
Extração Uso de solventes orgânicos para extrair
ácido carboxílico do caldo.
Baixo custo, alto rendimento, melhor
para a produção de sal carboxilato.
A solução precisa ser acidificada para permitir
extração eficiente do ácido carboxílico livre.
Extratante precisa ser regenerado por destilação ou
re-extração (stripping).
Adsorção Usualmente usam-se resinas de troca
iônica para adsorver íons carboxilatos
do caldo.
Fácil operação Baixa capacidade de adsorção, alto custo da resina,
exige intensa energia para regeneração da resina,
separação não é altamente seletiva.
Eletrodiálise Corrente elétrica é aplicada para mover
os íons carboxilato negativos através de
membrana de troca aniônica para o
ânodo no eletrodializador.
Carboxilato é concentrado na solução
aquosa, não requer adição de ácido
para ajustar o pH da solução
Pureza do produto é baixa e pode exigir
purificação adicional; grande consumo de energia;
membrana pode incrustar; difícil de realizar o
scale up.
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 34
2.4.1. PRECIPITAÇÃO
No processo de produção do ácido láctico por fermentação, a separação por precipitação é
a mais convencional. Nesse método, excesso de carbonato de cálcio ou hidróxido de cálcio é
adicionado nos fermentadores para neutralizar o ácido produzido, mantendo o pH em torno de 5-
6, produzindo um sal de cálcio do ácido, o lactato de cálcio (Kumar et al., 2010; Datta e Henry,
2006). A neutralização é realizada devido à fermentação operar de maneira mais eficiente em pH
próximo à neutralidade, pois o fungo não possui boa tolerância em meios ácidos e no caso das
bactérias, a produção de ácido láctico é reduzida.
O lactato de cálcio forma um precipitado que é filtrado. Em seguida, a torta é tratada com
ácido sulfúrico para a precipitação preferencial do sulfato de cálcio e o filtrado, que contém o
ácido orgânico livre, é purificado através de troca iônica ou adsorção em carvão ativado para ser
evaporado e render os cristais de ácido.
As reações químicas envolvidas são mostradas abaixo:
Produção de ácido láctico
CHOHCOOHCHOHC 36126 2
(2.6)
Glicose ácido láctico
Neutralização
OHCHOHCOOCHCaOHCaCHOHCOOHCH 22323 22 (2.7)
Ácido láctico + hidróxido de cálcio lactato de cálcio+ água
Acidificação
434223 2 CaSOCHOHCOOHCHSOHCHOHCOOCHCa
(2.8)
Lactato de cálcio+ ácido sulfúrico ácido láctico + sulfato de cálcio
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 35
Nesse processo, obtém-se um ácido láctico de grau técnico e não de elevada pureza e
estabilidade térmica como o requerido para as aplicações de maior valor agregado. Para um
produto de elevada pureza, o ácido láctico de grau técnico é esterificado com metanol ou etanol e
o éster é recuperado por destilação, hidrolisado com água, evaporado e o álcool é reciclado (Datta
e Henry, 2006).
O ácido láctico quimicamente puro pode ser obtido também pela conversão do lactato de
cálcio em lactato de zinco pelo uso de sulfato ou carbonato de zinco. O lactato de zinco é então
recristalizado e dissolvido em água. Posteriormente, o zinco é precipitado como sulfeto de zinco
usando uma solução de ácido sulfídrico (Trindade, 2002). A solução com o ácido láctico é
clarificada com carvão mineral, filtrada e o filtrado evaporado a vácuo. O sal de zinco é o mais
adequado para esta operação, pois cristaliza melhor do que qualquer outro lactato (Pereira, 1991).
Nakano et al. (2012) estudaram os efeitos dos agentes de neutralização Ca(OH)2, NH4OH
e NaOH na eficiência de recuperação do ácido láctico. O estudo mostrou que o Ca(OH)2 é um
agente eficaz de neutralização no processo de fermentação do arroz pela Lactobacillus
delbrueckii. As máximas produtividades obtidas de ácido láctico com Ca(OH)2, NH4OH e NaOH
foram 3,59 g/L h, 1,51 g/L h
e 1,40 g/L
h, respectivamente. O Ca(OH)2 é industrialmente usado
na produção de D-(-) ácido láctico, pois o hidróxido de cálcio, além de ser facilmente recuperado
por precipitação, é relativamente mais barato que o NH4OH e o NaOH.
Kwak et al. (2012) estudaram a adição de metanol durante o processo de acidificação do
lactato de amônio com ácido sulfúrico. O lactato de amônio foi formado devido à utilização de
hidróxido de amônio na neutralização do caldo de fermentação. Ao adicionar ácido sulfúrico são
produzidos sulfato de amônio e ácido láctico. A adição de metanol durante esse processo
diminuiu a solubilidade do sulfato de amônio no caldo, facilitando a sua separação por simples
filtração, e promoveu a esterificação do ácido láctico com metanol, formando lactato de metila à
temperatura ambiente e com rendimento superior a 80%. O lactato de metila obtido pode ser
facilmente destilado para a obtenção de ácido láctico.
Industrialmente, a DuPont e a Conagra desenvolveram em parceria um processo de
recuperação e purificação que produzia como subproduto o sal de amônio ao invés do sulfato de
sódio. Pretendia-se vender o sal de amônio como fertilizante de baixo custo (Datta e Henry,
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 36
2006). O processo não teve sucesso e foi abandonado devido aos problemas nas etapas de
separação.
A Cargill desenvolveu um processo alternativo utilizando o carbonato de sódio como
agente de neutralização e uma amina terciária para extração. O lactato de sódio formado com a
adição do carbonato de sódio era concentrado e extraído com uma mistura de amina terciária sob
CO2 pressurizado para produzir e precipitar um sal de bicarbonato de sódio e um extrato de ácido
láctico e amina. O extrato era regenerado com água a 140 °C e pressão de 100 psig para produzir
uma solução de ácido láctico e uma solução de amina, que era reciclada no processo. O ácido
láctico então era purificado e utilizado na produção de polímero (Datta e Henry, 2006; Beniel et
al., 2002).
A Zeachem, Inc desenvolveu um processo onde o meio de fermentação é neutralizado
com carbonato de cálcio, formando um sal de lactato que era acidificado com ácido nítrico,
recuperando o ácido láctico e produzindo o nitrato de cálcio. O ácido láctico era recuperado do
meio e o nitrato de cálcio reagia com carbonato de amônio para formar nitrato de amônio e
carbonato de cálcio. O nitrato de amônio era processado como fertilizante (Verser et al., 2006).
A separação do ácido láctico por precipitação é pouco atrativa do ponto de vista
econômico e ambiental. Do ponto de vista econômico, há elevado custo com reagentes, processos
de filtração e outros processos de separação, principalmente quando produto de maior pureza é
requerido. Do ponto de vista ambiental, há geração de elevadas quantidades de efluentes. Além
disso, para a produção de uma tonelada de ácido láctico gera-se aproximadamente uma tonelada
de sulfato de cálcio (Pal et al., 2009; Datta e Henry, 2006), de reduzido valor econômico.
2.4.2. EXTRAÇÃO LÍQUIDO-LÍQUIDO OU EXTRAÇÃO POR SOLVENTE
A extração é um processo onde um ou mais solutos são removidos de um líquido pela
transferência do soluto(s) para um segundo líquido. Os dois líquidos devem ser imiscíveis ou
parcialmente miscíveis. A separação é baseada na diferença de solubilidade do soluto nas duas
fases líquidas (Wankat, 2007). São fatores também importantes os coeficientes de distribuição,
facilidade de separação entre as fases líquidas, seletividade do meio extratante e a escolha do
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 37
solvente de extração. Para sua escolha, o solvente deve possuir como características: seletividade,
ser quimicamente estável, regenerável, ter baixa corrosividade, pequena toxidade e baixa
viscosidade (King, 1980).
A extração líquido-líquido tem sido proposta como uma alternativa para o clássico
processo de precipitação (Kumar et al., 2010).
Pereira (1991) estudou a extração do ácido láctico com os solventes: éter etílico, acetato
de etila, hexanol, álcool isoamílico e furfural. Os solventes foram selecionados de forma que os
mesmos apresentassem maior afinidade com o ácido láctico e nenhuma ou pouca afinidade com a
água. O éter etílico apresentou a maior seletividade, seguida pelo acetato de etila, hexanol, álcool
isoamílico e furfural. Devido aos riscos ligados ao manuseio, o éter etílico não foi aconselhável
para uso como solvente industrial. O acetato de etila apresentou grande potencial de aplicação,
sendo sugerido pelo autor uma melhor averiguação. A diferença de seletividade entre o hexanol e
o álcool isoamílico não se mostrou muito significativa, sendo escolhido o álcool como o solvente
para a purificação do ácido láctico.
Malmary et al. (2000) estudaram a recuperação do ácido láctico utilizando o
tributilfosfato como extratante e o dodecano como solvente. Devido à alta viscosidade do
tributilfosfato foi necessária a utilização de um solvente com baixa viscosidade e que fosse
insolúvel em água. O tributilfosfato foi escolhido, pois, quando comparado com outros solventes,
tais como as cetonas, alcoóis e éteres, possuía coeficiente de partição maior com ácidos
carboxílicos. Os resultados obtidos são promissores, no entanto, a viscosidade do tributilfosfato
necessita ser reduzida a fim de evitar excessivo consumo de energia (impelidores e
bombeamento) e melhorar a fase de sedimentação em extratores contínuos. Por outro lado, a
utilização de um solvente com pouca miscibilidade na fase aquosa (0,039% em massa) permite a
minimização da poluição do meio ambiente.
Krzyzaniak et al. (2013) estudaram novos extratantes para a recuperação do ácido láctico
da fermentação. O objetivo foi desenvolver extratantes com maior afinidade com ácido
carboxílico que a tri-n-octilamina. Compostos de sílica funcionalizadas mostraram grupos
funcionais contendo múltiplos nitrogênios e pelo menos uma dupla ligação entre nitrogênio e
carbono, exibindo maior afinidade ácida que o simples grupo funcional da amina terciária
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 38
presente na tri-n-octilamina. O maior coeficiente de distribuição foi observado para a N,N
didodecilpiridina-4-amina (27, versus 11 para a tri-n-octilamina em 25 °C).
A utilização de alquilaminas como extratantes têm-se mostrado eficiente para a remoção
de ácidos carboxílicos de soluções aquosas. A alquilamina mais empregada para a extração do
ácido láctico é a alamina 336, que é uma mistura de tri-n-octilamina e tri-n-dodecilamina (San-
Martín et al., 1996; Trindade, 2002; Wasewar et al., 2002a). A alamina 336 possui elevada
viscosidade, necessitando a adição de solventes, denominados diluentes. Tem sido reportado na
literatura a utilização de vários solventes, como o metil-isobutil-cetona (MIBK) (Wasewar et al.,
2002a), hexano (Matsumoto et al., 2003), decanol (Wasewar et al., 2002b; Yankov et al., 2004),
dodecano (Yankov et al., 2004, Malmary et al., 2000), querosene (Alkaya et al., 2009) e outros.
A extração por solvente possui a vantagem de não gerar uma grande quantidade de
efluentes como o método de precipitação, porém, exige elevada área de troca para uma separação
eficiente, demandando elevados custos com equipamentos e recuperação do solvente nas etapas
de reextração (Trindade, 2002) e a alta toxidade dos extratantes para os microrganismos limita a
sua aplicação na fermentação extrativa in situ (Gao et al., 2009b).
Nos últimos 30 anos muitas pesquisas têm sido realizadas na área de separação de
produtos integrada à fermentação, por exemplo, ácidos carboxílicos. Apesar destes esforços a
extração líquido-líquido não é geralmente aplicada em processos de produção industrial, pois os
convencionais agentes de extração apresentam coeficientes de distribuição desfavoráveis para
ácidos orgânicos (Kurzrock e Weuster-Botz, 2010) e um extratante de baixa toxidade e elevada
extratibilidade é indispensável para um processo eficiente (Gao et al., 2009b).
2.4.3. PROCESSO DE SEPARAÇÃO COM MEMBRANAS
Os processos de separação por membranas são baseadas na transferência dos solutos
através de uma membrana semipermeável. A membrana é uma barreira física permeável e
seletiva que separa duas fases distintas, restringindo o transporte de componentes de uma fase
para outra.
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 39
Os setores da indústria química que utilizam membranas em seus processos são muito
diversos: biotecnologia, tratamento de águas industriais, indústria alimentar, farmacêutica e
outros. A vantagem das membranas nesses processos se refere à especificidade e baixo consumo
de energia.
Desde 1960 os processos de separação por membranas têm sido sugeridos como uma
alternativa para a extração do ácido láctico (Prado-Rubio, 2010). Avanços nas tecnologias
baseadas na separação e purificação com membranas, particularmente em microfiltração,
ultrafiltração e eletrodiálise levaram a criação de novos processos de produção do ácido láctico
que não produzem um sal como resíduo (Datta e Henry, 2006), como no processo tradicional de
precipitação.
A eletrodiálise é um método de separação em que são usadas membranas trocadoras de
íons, catiônicas e aniônicas, que são seletivamente permeáveis aos íons positivos e negativos,
respectivamente. Essas membranas são dispostas alternadamente entre o cátodo e o ânodo, e pela
aplicação de um potencial elétrico entre os eletrodos, ocorre a migração dos cátions em direção
ao cátodo e dos ânions em direção ao ânodo.
As membranas empregadas em eletrodiálise são poliméricas, não porosas e possuem
espessura entre 10 e 500 m (Porciúncula, 2007). Entre as suas principais aplicações destacam-se
a remoção de sais de soluções ou para concentrar substâncias iônicas (Hábová et al., 2004). Um
tipo especial de configuração é a eletrodiálise com membranas bipolares. Estas membranas
podem dividir e separar a água em prótons (H+) e íons hidroxila (OH
-), como mostrado na Figura
2.6. As membranas podem operar com aproximadamente 80% da eficiência termodinâmica
teórica (Datta e Henry, 2006).
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 40
Figura 2.6: Esquema e operação de uma membrana bipolar de eletrodiálise (Datta e Henry, 2006
Adaptado).
O Instituto de Biotecnologia de Michigan (MBI) e o Laboratório Nacional de Argonne
(ANL) desenvolveram um processo que emprega duas eletrodiálises, como mostrado na Figura
2.7, obtendo resultados muito promissores. O processo usa uma eletrodiálise de dessalinização
para remover os cátions multivalentes e concentrar o sal de lactato e uma unidade de eletrodiálise
para a separação da água com membranas bipolares, produzindo um ácido láctico concentrado e
reciclando a amônia. A etapa de eletrodiálise de dessalinização é muito importante, pois
proporciona ao processo uma operação eficiente e econômica. Nessa etapa, o sal de lactato é
concentrado em duas vezes ou mais (de uma concentração no caldo de 8-10% para cerca de 20%
em peso); o produto é purificado, os íons divalentes são rejeitados em 98-99%; o rendimento de
recuperação é alto e o consumo energético é baixo (0,33 kWh/kg). Essa configuração com dupla
eletrodiálise mostrou um grande potencial para promover um processo eficiente e econômico de
recuperação e purificação do ácido láctico derivado da fermentação sem a geração de sal como
resíduo (Datta e Henry, 2006).
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 41
Figura 2.7: Esquema de processo com dupla eletrodiálise (Datta e Henry, 2006 Adaptado).
Diversos estudos de recuperação do ácido láctico utilizando membranas têm sido
reportados:
Kim e Moon (2001) estudaram a viabilidade econômica da aplicação da
eletrodiálise no processo de recuperação do ácido láctico utilizando a eletrodiálise de um estágio.
O processo possibilitou uma alta produtividade volumétrica do ácido láctico (71,7 g/dm3
h) e se
mostrou uma alternativa viável em termos de redução de custos e melhora no processo de
separação.
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 42
Madzingaidzo et al. (2002) estudaram o desenvolvimento e otimização do
processo de purificação do ácido láctico utilizando eletrodiálise. Redução significativa na cor e
minerais na corrente de produto foi observada durante a purificação.
Choi et al. (2002) estudaram a recuperação do ácido láctico a partir do lactato de
sódio usando a eletrodiálise convencional, que consiste em membranas de troca catiônica e
aniônica e a eletrodiálise de substituição iônica, que consiste em membranas somente de troca
catiônica. Os experimentos mostraram eficiente produção de ácido láctico, removendo 95% dos
íons sódio da solução de alimentação.
Li e Shahbazi (2006) estudaram a separação do ácido láctico da lactose utilizando
as membranas de ultrafiltração e nanofiltração combinadas. Os resultados mostraram que quando
99-100% da lactose foi retida, 64% do ácido láctico pode ser recuperado no permeato.
González et al. (2008) estudaram a recuperação do ácido láctico por nanofiltração
utilizando dois tipos de membranas de poliamida. Uma forte influência do pH no transporte do
ácido láctico através das membranas foi observado.
Dey e Pal (2012) estudaram um sistema de membranas integrado a um reator
contínuo para a produção de L-(+) ácido láctico. O sistema forneceu ácido láctico de elevado
grau de pureza, rendimento e concentração.
Lu et al. (2012) estudaram a produção em escala piloto do L-(+) ácido láctico em
um biorreator composto de um fermentador de 3000 L e um equipamento de microfiltração de
cerâmica. A membrana de cerâmica mostrou vantagens em relação a tolerância à temperatura, à
pressão e ao ácido comparada com a membrana de ultrafiltração orgânica.
Ecker et al. (2012) estudaram a nanofiltração para a separação do ácido láctico e
aminoácidos variando o material das membranas e os parâmetros do processo. A unidade de
nanofiltração não produziu produtos de elevada pureza e mais uma etapa de tratamento entre o
ácido láctico e o aminoácido deve ser realizada.
Sikder et al. (2012) fizeram uma análise tecno-econômica do sistema de
membrana integrada ao biorreator para a produção de ácido láctico com pureza de 95%. As
etapas consideradas foram: esterilização, fermentação, microfiltração, nanofiltração e a
concentração final por evaporação a vácuo. O custo de produção do ácido láctico de pureza 95%
foi avaliado em 3,15 US$/kg. A etapa de fermentação sozinha representou 36% do custo do
investimento de capital enquanto que a separação e a purificação (microfiltração, nanofiltração e
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 43
bombas) contribuíram com 2%. Os dois maiores custos de operação foram o extrato de levedura e
o custo da matéria-prima, contribuindo com 87% e 6%, respectivamente.
Ramchandran et al. (2012) adaptaram um processo com membranas que tem sido
tradicionalmente utilizado para tratamento de água. A retrolavagem com meio rico em nutrientes
em intervalos regulares de tempo foi efetivo na manutenção do fluxo da membrana. A reposição
do meio permitiu que o rendimento e o desempenho das culturas fossem melhorados.
Pal et al. (2013) produziram L(+) ácido láctico usando um reator híbrido com três
estágios de membrana. Os módulos de membrana de microfiltração e nanofiltração permitiram a
produção seletiva de L(+) ácido láctico sob elevada densidade celular com reciclo de células e
açúcares não convertidos. Foram obtidos elevado rendimento (0,96 g/g), produtividade (12,4
g/(L.h)), concentração (250 g/L) e pureza (95%).
Wang et al. (2014) desenvolveram um novo processo em que a fermentação e a
separação foram integradas com o uso da membrana de microfiltração. Esse processo solucionou
o problema de inibição por produto e aumentou o tempo de crescimento das células de 41 h para
120 h. A produção de ácido láctico foi melhorada em 23% obtendo uma concentração de 183,4
g/L, o rendimento global foi de 0,97 g/g e a produtividade foi de 1,53 g/(L.h). Os resultados
indicaram que o sistema integrado pode ser benéfico para a produção contínua de ácido láctico.
Os processos de separação com membranas oferecem grande flexibilidade na escala de
produção dependendo da demanda do mercado. Em virtude da alta seletividade, as membranas
podem assegurar elevados níveis de purificação e separação. Como as membranas de seletividade
e permeabilidade escolhidas podem ser facilmente integradas com os fermentadores
convencionais, permitindo a produção simultânea e a purificação na mesma unidade, elimina-se a
necessidade de unidades de separação adicionais, reduzindo-se dessa forma custos com
equipamentos (Pal et al., 2009). Apesar das vantagens, o elevado custo das membranas, os
problemas de incrustação e polarização impedem o uso dos processos de eletrodiálise. Portanto,
mais pesquisas devem ser realizadas para a otimização desse processo (Tugtas, 2011).
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 44
2.4.4. PROCESSOS DE SEPARAÇÃO POR DESTILAÇÃO
A destilação é a técnica de separação mais comum nas indústrias de processos químicos,
presente em 90 a 95% das separações (Wankat, 2007) e frequentemente é a primeira escolha em
razão dos custos, riqueza de experiência e desempenho comprovado. A destilação é uma
operação unitária de separação difusional, baseada, então, na transferência de massa, tendo como
princípio de separação a diferença na volatilidade dos componentes. Calor é oferecido a uma
mistura líquida, e ao promover-se a sua vaporização parcial, obtêm-se duas fases (uma líquida e
outra vapor) de composições diferentes, em decorrência da diferença de volatilidade dos vários
componentes da mistura líquida inicial.
As aplicações industriais do processo de destilação são várias e a técnica continua em
aperfeiçoamento. Muito estudo tem sido realizado na área de otimização do processo, para
obtenção de maior eficiência e diminuição dos custos energéticos, e na área da destilação híbrida,
ou seja, destilação combinada com outros métodos como absorção, adsorção, extração, etc.
O ácido láctico pode ser separado da água utilizando-se a destilação com vapor sob
pressão reduzida. Nesta condição, a diferença entre os pontos de ebulição da água (16,4 ºC a 14
mmHg) e do ácido láctico (122 ºC a 14 mmHg) é significativa (Perry e Chilton, 1999) e como a
mistura entre o ácido láctico e a água não forma solução azeotrópica, pode-se utilizar a destilação
convencional. Por possuir em sua estrutura os radicais hidroxila e carboxila, o ácido láctico
quando concentrado e aquecido forma facilmente ésteres internos (autoesterificação), dando
origem ainda a polímeros (poli- ácido láctico), ambos pouco voláteis. Assim, o ácido láctico não
pode ser destilado à pressão atmosférica, onde o ponto de ebulição é estimado como sendo de
aproximadamente 190 ºC. Mesmo a pressão reduzida, que diminui em parte a autoesterificação, a
destilação direta do ácido láctico apresenta o inconveniente de que, devido ao ponto de ebulição
ser maior do que o da água e a concentração ser reduzida nas soluções, é necessária a evaporação
de uma grande quantidade de água para a recuperação de uma pequena quantidade de ácido
(Trindade, 2002).
A destilação de componentes não voláteis, como o ácido láctico, pode ser feita
convertendo-se o ácido láctico em ésteres e depois realizar a separação pela destilação (Yang et
al., 2007). Esta é uma técnica de purificação eficiente que fornece ácido láctico de elevada pureza
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 45
(Mo et al., 2011). Este complexo processo pode ser realizado por uma unidade de destilação
reativa. A tecnologia de destilação reativa oferece muitas vantagens sobre a sequência
convencional de reação e separação (Sanz et al., 2004).
Outra tecnologia que pode ser utilizada para a recuperação e purificação de ácido láctico
do caldo de fermentação é a destilação molecular. A destilação molecular tem sido aplicada com
sucesso em indústrias de remédios, alimentos, química e de cosméticos (Xu et al., 2004).
2.5. PROCESSO DE DESTILAÇÃO REATIVA
2.5.1. ASPECTOS GERAIS
A destilação reativa foi primeiramente patenteada por Backhaus em 1921 (Wankat, 2007)
e tem sido objeto de atenção até os dias atuais. É uma operação unitária em que a reação química
e a separação por destilação são realizadas simultaneamente dentro do destilador fracionado
(Perry e Chilton, 1999). O termo destilação catalítica também é utilizado para tais sistemas onde
um catalisador (homogêneo ou heterogêneo) é usado para acelerar a reação (Taylor e Krishna,
2000).
O conceito de combinar as importantes funções de separação e reação não é novo no
cenário da Engenharia Química. A recuperação da amônia no clássico processo Solvay de 1860
pode ser citado como provavelmente a primeira aplicação comercial da destilação reativa. Muitos
outros processos também utilizam esse conceito, como a produção de óxido de propileno,
dicloreto de etileno e metóxido de sódio e vários ésteres de ácido carboxílicos (Sharma e
Mahajani, 2002). Mas foi com a enorme demanda pelo éter metil-terc-butílico (MTBE) que o
processo ganhou atenção especial como promissor reator multifuncional e separador.
O processo de destilação reativa é aplicado especificamente em reações químicas
reversíveis na fase líquida, em que a reação de equilíbrio limita a conversão dos reagentes (Seo et
al., 1999). Tem sido proposta como uma técnica promissora para a recuperação de ácido láctico
com elevada pureza e elevado rendimento do caldo de fermentação (Kumar et al., 2006a) devido
a muitos motivos, entre os quais:
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 46
redução dos custos com equipamentos na esterificação, que normalmente necessita
de uma seção onde ocorre a reação e uma etapa posterior onde ocorre a separação dos produtos
reacionais;
melhora na conversão dos reagentes, reduzindo os custos com reciclagem;
melhora na seletividade dos produtos desejados, reduzindo a formação de
subprodutos;
significativa redução da quantidade de catalisador requerido para um mesmo grau
de conversão;
possibilita integração energética para uma reação exotérmica onde o calor de
reação pode ser usado para fornecer o calor de vaporização e reduzir o calor necessário no
refervedor.
Apesar das inúmeras vantagens mencionadas, a destilação reativa apresenta algumas
dificuldades e limitações (Taylor e Krishna, 2000):
os reagentes e produtos devem ter volatilidade adequada de modo que elevadas
concentrações dos reagentes e baixas concentrações de produtos sejam mantidos na zona
reacional;
se o tempo de residência para que a reação se processe for longo, são necessários
uma coluna de grandes dimensões e um acúmulo considerável de líquido no estágio de equilíbrio,
sendo assim, a utilização de um arranjo de reação e separação subsequentes é mais econômico;
dificuldade no projeto de processos que trabalham com altas vazões devido a
problemas de má distribuição de líquido nas colunas recheadas;
as condições de temperatura e pressão ótimas para a destilação podem ser
diferentes das consideradas ótimas para a reação desejada e vice-versa.
Diversos estudos variando os parâmetros e condições operacionais para a recuperação do
ácido láctico nas destilações reativas têm sido reportadas, como os citados a seguir.
Seo et al. (1999) estudaram um processo de destilação reativa em batelada e o
efeito dos fatores: carga de catalisador, razão molar dos reagentes, concentração de alimentação,
tipo de álcoois (metanol, etanol e 2-propanol) e a temperatura do condensador parcial. Nas
condições ótimas obteve-se um rendimento de recuperação do ácido láctico superior a 90%.
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 47
Asthana et al. (2005) usaram uma coluna reativa contínua para estudar a razão de
alimentação etanol/ácido láctico, a temperatura de alimentação do etanol e razão de refluxo.
Obteve-se rendimento superior a 85% de lactato de etila e uma conversão superior a 95% de
ácido láctico.
Kumar et al. (2006b) estudaram um processo contínuo de recuperação do ácido
láctico por destilação reativa. O caldo de fermentação contendo a solução diluída de ácido láctico
8-10% (16-160 g/kg) foi primeiramente evaporado em um evaporador para concentrar a solução
de ácido láctico (600-800 g/kg) A solução concentrada de ácido láctico e metanol foram
alimentados continuamente no reator CSTR em condições de ebulição. No CSTR, a reação de
esterificação ocorreu entre o ácido láctico e o metanol na presença de um catalisador (resina de
troca iônica), formando lactato de metila e água. As impurezas presentes no caldo de fermentação
foram purgadas no fundo do CSTR. A corrente de vapor que saiu do CSTR contendo: lactato de
metila, água e metanol foi alimentada na coluna de destilação reativa. O lactato de metila reagiu
com água na presença de catalisador na zona reativa da coluna. No topo da coluna foi recuperado
o metanol e a água e no fundo o ácido láctico concentrado (42,3% em massa).
Lunelli et al. (2010b) estudaram a esterificação do ácido láctico com etanol em um
sistema de destilação reativa contínuo na presença de catalisador heterogêneo (resina de troca
catiônica) e catalisador homogêneo (ácido sulfúrico). Planejamentos fatoriais foram usados para
identificar a influência dos parâmetros operacionais: temperatura de reação, razão molar de
alimentação etanol/ácido láctico e o efeito do tipo de catalisador no processo. O melhor resultado
foi obtido quando etanol e ácido láctico foram alimentados na razão molar 1,3:1.
Mo et al. (2011) estudaram a hidrólise do lactato de metila usando uma coluna de
destilação reativa. Primeiramente, estudaram-se as propriedades termodinâmicas e cinéticas da
reação e, em seguida, projetou-se a coluna de destilação baseada no custo total anual. Obteve-se
uma corrente de fundo 35,87% (massa) de ácido láctico e 0,1% (massa) de lactato de metila e
uma corrente de topo de 94,61% (massa) de metanol e 5,39% (massa) de água. O efeito do
número de pratos da seção de retificação, número de pratos da seção de reação e a localização da
alimentação no custo anual total foram analisados. Uma estrutura de controle dual de temperatura
é proposta para a coluna de destilação reativa ótima, e os resultados mostraram que funciona bem
para o sistema de hidrólise.
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 48
Edreder et al. (2011) estudaram as condições de operação ótima de uma coluna de
destilação reativa convencional e invertida para a hidrólise do lactato de metila em ácido láctico.
Para um dado tipo de coluna e configuração, o tempo mínimo de operação foi obtido otimizando
a razão de refluxo. Em uma coluna convencional, o ácido láctico sendo o componente mais
pesado na mistura, a razão de refluxo do destilado tem um importante papel na remoção do
metanol no topo. Para uma coluna invertida, a razão de refluxo do fundo tem um importante
papel na remoção do ácido láctico no fundo da coluna. Observou-se que para alguns casos, ácido
láctico de maior pureza foi obtido na coluna invertida comparada com a coluna convencional em
termos de tempo de batelada.
Mujtaba et al. (2012) estudaram a redução de energia térmica do processo de
hidrólise do lactato de metila e separação do ácido láctico usando destilação reativa em batelada.
A minimização de energia foi alcançada minimizando o tempo de produção pela otimização da
razão de refluxo, sem compromisso com a especificação do produto. Foi observado que 56% da
energia térmica pode ser reduzida para um produto com certa especificação e ácido láctico com
95% de pureza não pode ser obtido com uma única razão de refluxo.
Novos estudos para a recuperação do ácido láctico por meio da destilação reativa são
necessários, de modo a se desenvolver um processo mais economicamente atraente e eficiente
para aplicações industriais.
2.5.2. REAÇÕES PARA A RECUPERAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
Para a recuperação do ácido láctico estão envolvidas uma reação de esterificação e uma
reação de hidrólise. A reação de esterificação do ácido láctico com etanol é reversível e
exotérmica, dada pela equação (2.9). A reação de hidrólise do ácido láctico com água é reversível
e endotérmica, dada pela equação (2.10).
Esterificação: OHOHCOHHCOHC 2310552363 (2.9)
Ácido láctico + etanol ↔ lactato de etila + água
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 49
Hidrólise: OHHCOHCOHOHC 5236323105 (2.10)
Lactato de etila + água ↔ ácido láctico + etanol
A volatilidade dos reagentes e produtos possui um importante papel na concepção do
processo de destilação reativa (Seo et al., 1999). A volatilidade dos reagentes e produtos segue a
seguinte ordem: etanol > água > lactato de etila > ácido láctico (Tabela 2.4). Levando isso em
consideração, a configuração ideal para a reação de esterificação e hidrólise é mostrada na Figura
2.8. Na coluna de esterificação, ácido láctico e etanol são alimentados, no topo e no fundo,
respectivamente, e depois de ocorrer a reação, água sai no destilado e lactato de etila sai no
resíduo. As correntes de destilado e resíduo são alimentadas na coluna de hidrólise, água no
fundo da coluna e lactato de etila no topo. Terminada a hidrólise, etanol é recuperado no topo e
ácido láctico é recuperado no resíduo.
Tabela 2.4: Temperatura de ebulição dos reagentes e produtos na pressão de 760 mmHg.
Componente Temperatura de ebulição ( °C)
Etanol 78,4
Água 100
Lactato de etila 154
DL- Ácido láctico 122 a 15 mmHg
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 50
Figura 2.8: Diagrama simplificado do processo de recuperação do ácido láctico utilizando
destilação reativa.
2.5.3. COLUNA DE DESTILAÇÃO REATIVA
A coluna de destilação reativa é dividida em três seções: reativa, retificação e
esgotamento (ou stripping), como mostra a Figura 2.9. A seção reativa está localizada na porção
intermediária da coluna, e as duas seções de separação não reativas, a de retificação e de
esgotamento, estão localizadas no topo e no fundo da coluna, respectivamente.
Para uma reação de esterificação reversível do tipo:
DCBA (2.11)
com as seguintes volatilidades relativas DBAC , tem-se que na seção reativa os
reagentes A e B são convertidos nos produtos C e D e estes são separados in situ, deslocando o
equilíbrio químico no sentido de formação de produtos e evitando o aparecimento de reações
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 51
paralelas indesejáveis entre os reagentes A (ou B) e os produtos C (ou D) (Reis, 2006). Na seção
de retificação ocorre a purificação do produto C e recuperação do reagente B e na seção de
stripping ocorre a purificação do produto D e recuperação do reagente A.
Figura 2.9: Coluna de destilação reativa (Taylor e Krishna, 2000).
2.6. PROCESSO DE DESTILAÇÃO MOLECULAR
2.6.1. ASPECTOS GERAIS
Os primeiros estudos sobre destilação molecular tiveram início durante a década de 20,
nos Estados Unidos e na Europa, com os trabalhos de separação de isótopos de mercúrio em 1920
e purificação de um tipo de resíduo de petróleo não destilável e de elevada massa molecular
(óleos de Apiezon) em 1928 (Rocha, 2008; Batistella, 1996). Na América Latina, os trabalhos de
Destilação Molecular foram iniciados no Brasil com os trabalhos realizados nos Laboratórios de
Desenvolvimento de Processos de Separação (LDPS) e de Otimização, Projeto e Controle
Avançado (LOPCA), da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Universidade Estadual de
Reativa
Retificação
Esgotamento
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 52
Campinas (UNICAMP) com o trabalho de Batistella (1996) na área de química fina e com
posteriores trabalhos na área de óleos lubrificantes e frações de petróleo (Tovar, 2008; Sbaite,
2005; Winter et al., 2006). As primeiras unidades industriais de destiladores moleculares de filme
descendente e centrífugo foram desenvolvidas na década de 40.
A destilação molecular (molecular distillation) ou destilação de passo curto (short path
distillation) é uma operação unitária não convencional de transferência de massa difusional
intrafases indicada para a separação de misturas líquidas homogêneas com componentes de baixa
volatilidade, termicamente sensíveis e de elevada massas molares.
O processo de destilação molecular funciona de maneira diferente das colunas de
destilação e unidades de evaporação convencionais. Nas unidades de destilação, o vapor é gerado
no fundo da coluna e sua taxa depende diretamente do calor cedido ao refervedor através das
utilidades. O vapor, consequentemente, entra em equilíbrio termodinâmico com o seio do líquido
em cada estágio de equilíbrio. Já em processos de evaporação, o vapor é formado na própria
superfície do líquido que se encontra em uma condição termodinâmica abaixo do seu ponto de
bolha (Rocha, 2008).
A destilação molecular é considerada um caso particular da evaporação, pois o vapor é
gerado na superfície do líquido com o diferencial de que praticamente não há o retorno das
moléculas evaporadas para a fase líquida (não há equilíbrio líquido-vapor), pois a superfície de
evaporação e a superfície de condensação estão separadas entre si a uma distância da ordem de
grandeza do livre percurso médio das moléculas evaporadas, ou seja, as moléculas evaporadas
atingem o condensador facilmente, uma vez que encontram um percurso relativamente
desobstruído (Batistella, 1999).
A operação de destilação molecular ocorre em alto vácuo (10-3
a 10-4
mmHg) e em
temperaturas mais baixas. Outra importante característica da destilação molecular é o reduzido
tempo de residência em que o material permanece dentro do equipamento, da ordem de segundos
(1 e 10 s), minimizando os problemas de decomposição térmica.
A destilação molecular é uma técnica de separação usada como alternativa em vários
processos da indústria química, petroquímica, óleos e gorduras, farmacêutica e de alimentos
(Wang et al., 2009; Sales-Cruz e Gani, 2005). As aplicações da destilação molecular são
variadas: recuperação de vitamina E de óleos vegetais (Batistella et al., 2002); resíduos de
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 53
petróleo (Rocha, 2008; Winter et al., 2007; Maciel et al., 2006); separação do bio-óleo (Wang et
al., 2009); obtenção de monoglicerídeos de alta concentração (Fregolente et al., 2007);
recuperação de carotenóides do óleo de palma (Batistella et al., 2006); recuperação de tocoferóis
e fitoesteróis (Martins, 2006) e outros. Além das aplicações em diferentes matérias-primas (óleos
animais, vegetais, petróleo entre outros), os estudos envolvem aspectos teóricos, desenho e
construção dos equipamentos em escala industrial e laboratorial, determinação de parâmetros
operacionais, modelos matemáticos e simuladores do processo de Destilação Molecular (Tovar,
2008). A Tabela 2.5 resume as principais contribuições dos trabalhos realizados por
pesquisadores nos diferentes aspectos do processo em estudo.
Atualmente novas técnicas e métodos são desenvolvidos para aumentar a eficiência
energética e o rendimento dos processos com destilação molecular.
Tabela 2.5: Desenvolvimento do processo de Destilação Molecular (Tovar, 20081; Batistella,
19962).
Autor (es) Ano Contribuição ao desenvolvimento do Processo de Destilação
Molecular 2Langmuir 1913 Foi predita a taxa de evaporação sob alto vácuo.
2Burch 1928 Foram realizados estudos de laboratório purificando resíduos de
petróleo não destiláveis de alto peso molecular (óleos de
Apiezon).
2Hickman 1936 Foi produzido vitamina a partir de óleos de peixe utilizando um
destilador de filme descendente.
1Hickman
1943 Foi desenvolvido o Destilador Molecular de filme descendente
com sistema de raspagem e o Destilador Molecular Centrífugo.
2Hickman e
Trevoy
1952 Foram determinados os fatores que influenciam a taxa de
destilação (como a agitação da superfície).
Foi analisado o comportamento da destilação sob alto vácuo,
através de estudos em laboratório utilizando tensímetros e pot
still.
1Burrows 1960 Foi apresentada uma correção de idealidade da equação da taxa
de evaporação apresentada no trabalho de Langmuir (1913).
Foi desenvolvida a primeira modelagem matemática do
Destilador Molecular de filme descendente.
2Heideger e 1962 Foram apresentadas correções da lei de Langmuir, por considerar
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 54
Autor (es) Ano Contribuição ao desenvolvimento do Processo de Destilação
Molecular
Boudart a resistência interfacial para evaporação.
1Holló et al. 1971 Foram apresentados estudos para determinar as principais
aplicações da Destilação Molecular, com ênfase na obtenção de
óleos essenciais.
2Greenberg 1972 Foi desenvolvido o primeiro modelo básico e simplificado do
Destilador Molecular Centrífugo.
1Maa e Tsay 1973 Foi estudada a eficiência de separação do Destilador Molecular,
considerando os efeitos do resfriamento da superfície de
evaporação, da não idealidade da mistura líquida introduzindo o
coeficiente de atividade e da deplação do composto mais volátil.
2Kawala 1974 Foi demonstrado experimentalmente que o coeficiente de
separação é função muito mais forte da temperatura do que da
composição da mistura.
1Perry e
Chilton
1980 Foi apresentada uma descrição geral do processo de Destilação
Molecular.
2Ruckenstein
et al.
1983 Foi analisado o Destilador Molecular Centrífugo durante a
destilação de uma mistura binária.
2Kawala 1983 Foi introduzido o conceito de propriedade anisotrópica da fase
vapor, constituindo uma modificação ao trabalho apresentado por
Burrows (1960).
2Ferron 1986 Foi descrita a dinâmica da fase vapor pelo método dos momentos
utilizando a equação de Boltzmann.
2Kawala e
Stephan
1989 Foi desenvolvida modelagem de um Destilador Molecular de
filme descendente, utilizando a equação de Kawala (1974) para o
cálculo da taxa de evaporação.
2Kawala 1992 Foi desenvolvido o modelo para o Destilador Molecular
Centrífugo em termos de transferência de massa e calor (foi
utilizada a equação da taxa de evaporação de Kawala (1974)).
2Ishikawa et
al.
1992 Foi desenvolvida uma modelagem matemática para o Destilador
Molecular com refluxo.
1Lutisan e
Cvengros
1995 Foi estudado o efeito da pressão do gás. Foi verificado que o
sistema de condensação do vapor deve ser eficiente, ou seja, o
condensador deve estar a temperaturas bem abaixo do
evaporador.
1Batistella e
Maciel
1996 (a) Foram apresentadas as modelagens matemáticas e simulações dos
destiladores moleculares de filme descendente e centrífugo:
desenvolveram o simulador DISMOL.
1996 (b) Foram mostradas análises de sensibilidade paramétrica da
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 55
Autor (es) Ano Contribuição ao desenvolvimento do Processo de Destilação
Molecular
Destilação Molecular para os dois tipos de equipamentos de
Destilação Molecular (centrífugo e de filme descendente).
1996 (c) Foi feita uma análise comparativa entre ambos os equipamentos,
enfatizando características particulares entre eles, como por
exemplo, tempos relativos de destilação e perfis de temperaturas.
1Batistella e
Maciel
1997 (a) Foram realizadas modelagens e simulações de processos de
Destilação Molecular, usando o destilador centrífugo operando
em cascata e em refluxo.
1997 (b) Foi apresentada a aplicação da Destilação Molecular na obtenção
de carotenos a partir do óleo de palma.
1Batistella e
Maciel
1998 Foram apresentados os desempenhos dos destiladores
moleculares de filme descendente e centrífugo para a
concentração de carotenos do óleo de palma.
1Batistella et
al.
1999 Foi realizada uma comparação entre os destiladores moleculares
de filme descendente e centrífugo.
1Batistella et
al.
2000 Foram realizados estudos envolvendo modelagem e simulações
do processo de Destilação Molecular e desenvolvimento de um
simulador sob condições de não-idealidade de fase vapor.
1Lutisan et
al.
2002 Foi desenvolvido um modelo matemático complexo de
Destilação Molecular que descreve os processos de transferência
de massa e calor do filme do evaporador e o evaporador, de
transferência de massa entre evaporador e condensador e também
de transferência de calor e massa do filme do condensador e o
condensador.
1Sbaite et al. 2003 Foi desenvolvida a metodologia para determinação da curva de
ponto de ebulição de petróleos pesados e ultrapesados.
1*Batistella e
Wolf-Maciel
2005 Foi desenvolvido o protótipo nacional do Destilador Molecular
centrífugo (projeto e construção).
1Chen et al. 2005 Foi utilizado o processo de Destilação Molecular para realizar a
purificação de octacosanol a partir da cera do farelo de arroz
transesterificado.
1Fregolente
et al.
2005 Foi desenvolvida uma estratégia de 4 re-destilações para obter
monoglicerídeos utilizando o Destilador Molecular Centrífugo.
1*Batistella,
Maciel-Filho
e Wolf
Maciel
2006 Foi desenvolvido o protótipo nacional do Destilador Molecular
de filme descendente (projeto e construção).
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 56
Autor (es) Ano Contribuição ao desenvolvimento do Processo de Destilação
Molecular
1Fregolente 2006 Foi estudado o processo de concentração de monoglicerídeos a
partir de misturas relativamente pobres nestes componentes,
utilizando o processo de Destilação Molecular.
1Martins 2006 Foi utilizado o processo de Destilação Molecular de filme
descendente para concentrar tocoferóis e fitoesteróis a partir do
destilado desodorizado de óleo de soja (DDOS). Foram feitos
estudos a partir da eliminação de ácidos graxos livres em uma
única etapa ou por re-destilações sucessivas. Foi realizada,
também, a eliminação de glicerídeos através do DDOS bruto ou
quimicamente modificado.
1Moraes et
al.
2006 Foi estudado o processo de Destilação Molecular para a
recuperação de tocoferóis a partir do destilado de desodorização
do óleo de soja (DDOS).
1Fregolente
et al.
2007 Foi realizado o planejamentos fatorial 24−1
para estudar as
condições de operação do processo de Destilação Molecular
(temperatura do evaporador, vazão de alimentação, temperatura
de alimentação e temperatura do condensador) na concentração
de monoglicerídeos.
1Rodríguez et
al.
2007 Foi utilizado o processo de Destilação Molecular para extrair
tocotrienóis e outros componentes menores a partir do destilado
ácido de óleo de palma (DAAP). Foram estudados os efeitos da
vazão de alimentação e temperatura de destilação em termos da
concentração, coeficientes de distribuição e volatilidades
relativas dos componentes menores do DAAP.
Tovar 2008 Foi utilizado o Destilador Molecular para concentrar o Citral,
material bioativo oriundo do Capim-Limão. As variáveis do
processo: temperatura do evaporador e vazão de alimentação,
foram analisadas sobre a variável concentração de citral nas
correntes do processo (destilado e resíduo).
Rocha 2009 Foi utilizado um Destilador Molecular de filme descendente para
a obtenção experimental de cortes e resíduos de dois resíduos
nacionais de petróleo e caracterização por meio da curva PEV
(Ponto de Ebulição Verdadeiro).
Hernandéz 2009 Foi utilizado um Destilador Molecular para a geração de cortes e
resíduos para o desenvolvimento de uma metodologia para a
caracterização de frações pesadas e ultrapesadas de petróleos
nacionais.
Galúcio 2011 Foi utilizado um destilador molecular de filme descendente
agitado para a concentração de monoacilgliceróis a partir do óleo
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 57
Autor (es) Ano Contribuição ao desenvolvimento do Processo de Destilação
Molecular
de girassol.
Martins et al. 2012 (a) Foi utilizado um evaporador de caminho curto para avaliar a
desterpenação do óleo de laranja e o enriquecimento de
substâncias oxigenadas.
2012 (b) Foi estudado a desterpenação do óleo de laranja utilizando um
evaporador de filme agitado.
Tovar 2012 Foi desenvolvida a modelagem matemática e simulação do
processo de destilação molecular centrífuga reativa baseada na
descrição matemática descrita para o processo de destilação
molecular centrífuga de frações pesadas de petróleo.
Liñan et al. 2012 Foi realizado desenvolvimento experimental, modelagem e
análise de sensibilidade para a destilação molecular dos resíduos
de petróleo.
Martins et al. 2013 As variáveis do processo temperatura do evaporador, temperatura
do condensador e vazão de alimentação foram estudadas para
determinar as melhores condições operacionais para a
desterpenação do óleo de laranja utilizando evaporador de
caminho curto.
Tovar et al. 2013 (a) Foi desenvolvida a modelagem e simulação da destilação
molecular centrífuga reativa das frações pesadas de petróleo.
2013 (b) Foi desenvolvido experimentos em escala piloto da destilação
molecular centrífuga utilizando frações pesadas de petróleo.
*Projetos desenvolvidos nos Laboratórios de Otimização, Projeto e Controle Avançado (LOPCA)
e de Desenvolvimento de Processos de Separação (LDPS) da Faculdade de Engenharia Química
da Unicamp.
2.6.2. TIPOS DE EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA DESTILAÇÃO MOLECULAR
Os equipamentos utilizados no processo de destilação molecular possuem duas
configurações principais: o centrífugo (Figura 2.10) e o de filme descendente (Figura 2.11).
Ambos os modelos têm como princípio de separação o alto vácuo e a formação de um filme
líquido sobre a superfície do evaporador.
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 58
Figura 2.10: Destilador molecular centrífugo: Equipamento (A) e vista frontal (B) (MYERS
VACUUM, 2014).
Figura 2.11: Destilador molecular de filme descendente: Equipamento (A) e vista frontal (B)
(POPE, 2014; Martins 2006).
Nos destiladores centrífugos, um funil cônico revolvendo-se rapidamente é usado como
evaporador e a criação de um filme de rápido movimento e espessura uniforme é obtido através
da alimentação do material no centro de um disco aquecido que gira a alta velocidade. Com o
fornecimento de calor, as moléculas mais voláteis que se encontram sobre o disco aquecido
evaporam, encontram o condensador, se liquefazem e são retiradas do sistema (Martins, 2006).
A B
A B
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 59
Destiladores moleculares de filme descendente utilizam a força da gravidade para
promover a formação do filme líquido sobre a superfície do evaporador cilíndrico, geralmente
com agitadores responsáveis pela distribuição uniforme do filme sobre toda a superfície do
evaporador (Cvengros et al., 2001). Quando há a presença destes agitadores em destiladores de
filme descendente, alguns autores preferem utilizar o termo “destiladores de filme agitado”
(Fregolente, 2010; Martins, 2005).
2.6.3. APLICAÇÃO PARA RECUPERAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO
A recuperação do ácido láctico por meio da destilação molecular é uma técnica nova que
tem sido pouco reportada na literatura.
Xu et al. (2004) estudaram a recuperação e purificação do ácido láctico utilizando
um destilador molecular. As condições ótimas de operação encontradas foram na pressão de 0,1
Pa, temperatura de evaporação em torno de 55 a 75 °C, vazão de alimentação de 90 mL/h e
velocidade de agitação em torno de 110 a 130 rpm. Entre todos os parâmetros estudados, a
temperatura de evaporação e a vazão de alimentação foram os mais influentes na pureza final do
ácido láctico, que foi superior a 95%.
Wei et al. (2004) estudaram a recuperação e purificação do ácido láctico
concentrando a solução primeiramente em um evaporador rotativo e em seguida em um
destilador molecular, obtendo-se pureza superior a 96%. As condições ótimas de operação foram:
pressão de 0,1 Pa, 55 °C para a temperatura de evaporação, vazão de alimentação de 90 mL/h e
velocidade de agitação de 120 rpm. Nessas condições obteve-se ácido láctico na forma de cristal.
Chen et al. (2012) estudaram a recuperação e a purificação do ácido láctico em um
destilador molecular centrífugo e avaliaram também a utilização de uma etapa de extração com
solvente (álcool butílico) antes da destilação. Foram avaliados os efeitos da temperatura do
evaporador (343 K- 70 °C a 383 K- 110 °C), pressão de operação (13,33 a 65,66 Pa) e vazão de
alimentação (15 a 35 mL/h). Os parâmetros ótimos foram: temperatura do evaporador de 363 K
(89,9 °C), pressão de operação de 39,99 Pa e vazão de alimentação de 22,25 mL/h. O ácido
láctico obtido nessas condições ótimas foi 91,6% de pureza e rendimento de 61,73%.
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 60
O ácido láctico por apresentar dois grupos funcionais adjacentes (-OH e –COOH) em uma
pequena molécula com apenas três átomos de carbono, mostra claramente a sua alta reatividade,
bem como, sua tendência a se decompor em temperaturas elevadas (Lunelli, 2010). Pode-se
concluir que o processo de destilação molecular é adequado para a separação do ácido láctico,
pois em temperaturas mais baixas de destilação e baixo tempo de residência dentro do
equipamento evita-se a tendência de decomposição.
2.6.4. FUNDAMENTOS TEÓRICOS
2.6.4.1. LIVRE PERCURSO MÉDIO DAS MOLÉCULAS
O livre percurso médio das moléculas é um parâmetro importante na destilação molecular
e é definido como a média das distâncias percorridas em linha reta por uma molécula sem que
haja colisão. Ou seja, diz respeito à distância percorrida por uma molécula entre duas colisões
sucessivas (Rocha, 2008). Nestas condições, teoricamente não há retorno de moléculas da fase
vapor para a fase líquida devido à colisão entre moléculas (Fregolente, 2006). O livre percurso
médio pode ser calculado a partir da teoria cinética dos gases ideais (Lutisan e Cvengros, 1995):
PNd
RT
Pd
kT
nd A
222 222
1
(2.12)
onde, é o livre percurso médio (m), d é o diâmetro da molécula a ser evaporada (m), n é o
número de moléculas em 1 m3, k é a constante de Boltzmann (1,38x10
-23 J/K), T é a temperatura
(K), P é a pressão total do gás (Pa), R é a constante universal dos gases (8,314 J/K mol), NA é
constante de Avogrado (6,023x1023
mol-1
).
A equação 2.12 é derivada para um gás ideal nas condições de equilíbrio. Inserindo-se
valores típicos utilizados nas destilações moleculares, no caso em que a molécula a ser evaporada
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 61
é a água (P= 1 Pa, d= 1,8x10-9
m e T= 400K), obtêm-se um livre percurso médio de
aproximadamente 0,4 mm.
2.6.4.2. CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE DESTILAÇÃO EM ALTO VÁCUO
Segundo Kawala e Dakiniewicz (2002) as destilações em alto vácuo podem ser divididas
em destilação molecular, destilação intermediária e destilação de equilíbrio. Em cada faixa de
operação, o vapor apresenta diferentes propriedades físicas e diferentes taxas de evaporação. As
equações 2.13-2.20 foram retiradas de Kawala e Dakiniewicz (2002).
O número de Knudsen (Kn), que expressa a razão do livre percurso médio das moléculas
de vapor e a distância entre o evaporador e o condensador, caracteriza cada faixa de operação:
0hKn
(2.13)
onde, é o livre percurso médio (m) e 0h é a distância entre o evaporador e o condensador (m).
Para um 10Kn , a destilação é classificada como destilação molecular. Nesse caso, o
vapor é anisotrópico e dependente do raio de curvatura da superfície de evaporação. As
moléculas de vapor atravessam a distância entre o evaporador e o condensador praticamente sem
colisão, ou seja, a taxa de evaporação é máxima e pode ser representada pela equação de
Langmuir-Knudsen:
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 62
TR
MpG
g
A
2
0.
(2.14)
onde AG.
é a taxa total de evaporação (kg/m2 s) do componente mais volátil,
0p é a pressão de
saturação (PA), M é a massa molar (kg/kmol), Rg é a constante dos gases e T é a temperatura (K,
°C).
Para um 1005,0 Kn a destilação é classificada como intermediária. A taxa aparente de
destilação é descrita pela expressão:
fGG AE
..
(2.15)
onde, EG.
é a taxa efetiva total de evaporação (kg/m2.s) e f é dada por:
nkKneFf 111 (2.16)
onde, k e n são os coeficientes experimentais (dependem do grau de anisotropia da fase vapor).
O parâmetro f é um fator de eficiência da evaporação que depende do fenômeno de
superfície que ocorre no filme líquido evaporado e do raio de superfície F, que descreve a
curvatura da superfície de evaporação, e pode ser calculada por:
0
0
22
2
hd
hdF
e
e
(2.17)
onde, de é o diâmetro da curvatura da superfície de evaporação e h0 é a distância entre o
evaporador e o condensador.
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 63
Para um 05,0Kn a destilação é classificada como destilação de equilíbrio. O vapor tem
propriedades isotrópicas e se comporta como uma matéria contínua. O número de colisões entre
as partículas sob estas condições é elevado e a partícula pode alcançar o condensador, mas pode
também retornar para a superfície de evaporação. Nas condições de equilíbrio, quando todas as
direções de movimento das partículas depois das múltiplas colisões são igualmente prováveis, o
parâmetro f tende a se tornar igual ao valor do raio de superfície e a taxa de evaporação é dada
pela equação:
FGG AE
..
(2.18)
Para um aparato onde a superfície de evaporação é plana, as superfícies de evaporação e
condensação são iguais, e o raio da superfície é igual a 0,5 de acordo com:
2
1
22
21
lim22
2lim
0
0
0
0
e
e
de
e
d
d
h
d
h
hd
hd
ee
(2.19)
Isso significa que, devido às colisões intermoleculares, a probabilidade das partículas de
gás atingirem o condensador é igual à probabilidade de retornarem para a superfície de
evaporação. Por exemplo, no aparato gravitacional com a superfície de evaporação na forma de
um cilindro vertical, quando 0ed , o valor de F se torna:
11022
2
22lim
22
2lim
0
0
00
0
0
0
hd
h
hd
d
hd
hd
ee
e
de
e
d ee
(2.20)
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 64
Embora seja difícil prever precisamente o valor do parâmetro F para um aparato com
geometria mais complicada, pode-se assumir que a taxa efetiva de evaporação pode ser calculada
como no caso da destilação de equilíbrio (equação 2.18).
2.6.4.3. CLASSIFICAÇÃO DO SISTEMA DE DESTILAÇÃO EM ALTO VÁCUO
UTILIZADO NESSE TRABALHO
O livre percurso médio das moléculas foi calculado segundo a equação 2.12 e o número
de Knudsen (Kn) foi calculado segundo a equação 2.13. Os parâmetros utilizados estão descritos
na Tabela 2.6.
Tabela 2.6: Parâmetros utilizados para o cálculo do livre percurso médio das moléculas e número
de Knudsen.
R (J K-1
mol-1
) d (m) NA(mol-1
) P (Pa) h0(m)
8,314 1,8E-09 6,023E+23 1000 0,017
R= constante universal dos gases, d= diâmetro da molécula de água, NA= constante de
Avogrado, P= pressão total do gás e h0= distância entre o evaporador e o condensador.
O livre percurso médio ( e o número de Knudsen (Kn) foram calculados para cada
temperatura utilizada no evaporador e os resultados são apresentados na Tabela 2.7.
Observou-se que os Kn calculados são menores que 0,05. Segundo Kawala e Dakiniewicz
(2002), nessa faixa de Kn, o sistema de destilação utilizado nos ensaios é classificado como
destilação de equilíbrio.
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 65
Tabela 2.7: Livre percurso médio e número de Knudsen em função da temperatura do
evaporador.
Tevap(°C) Tevap(K) (m) Kn
30 303,15 2,91E-07 1,71E-05
40 313,15 3,00E-07 1,77E-05
50 323,15 3,10E-07 1,82E-05
60 333,15 3,19E-07 1,88E-05
70 343,15 3,29E-07 1,94E-05
80 353,15 3,39E-07 1,99E-05
90 363,15 3,48E-07 2,05 E-05
100 373,15 3,58E-07 2,10E-05
110 383,15 3,67E-07 2,16E-05
120 393,15 3,77E-07 2,22E-05
130 403,15 3,87E-07 2,27E-05
140 413,15 3,96E-07 2,33E-05
150 423,15 4,06E-07 2,39E-05
160 433,15 4,15E-07 2,44E-05
170 443,15 4,25E-07 2,50E-05
Tevap= temperatura do evaporador, livre percurso médio e Kn= número de Knudsen.
2.6.4.4. VOLATILIDADE RELATIVA
A volatilidade relativa é uma medida da diferença de volatilidade entre dois componentes,
indicando a facilidade ou dificuldade de separar os componentes i e j por destilação. Quanto
maior o fator de separação, mais fácil é a separação. A volatilidade relativa é calculada segundo a
equação (Perry e Chilton, 1999):
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 66
jj
ii
j
iij
xy
xy
K
K
(2.21)
onde, ij é a volatilidade relativa, i e j são os componentes, Ki e Kj são as razões de equilíbrio
para cada um dos componentes, y é a fração molar do componente na fase vapor e x é a fração do
componente na fase líquida.
Raramente a destilação é utilizada em grande escala se a volatilidade relativa for menor
que 1,05, sendo o componente i mais volátil que o componente j (Perry e Chilton, 1999), pois
nesse caso os pontos de ebulição dos componentes apresentam valores semelhantes e a separação
por destilação é difícil.
Na destilação a alto vácuo, a volatilidade relativa para um sistema de dois componentes é
calculada como:
i
j
j
i
M
M
P
P
(2.22)
onde, é a volatilidade relativa, Pi e Pj são as pressões do vapor saturado dos componentes e Mi
e Mj são as massas molares dos componentes.
Nesse caso, o grau de separação de misturas depende da pressão de vapor dos
componentes e da diferença de massa molar.
2.6.5. SISTEMA HÍBRIDO DE EVAPORAÇÃO
A utilização de um sistema híbrido de evaporação para realizar a purificação do ácido
láctico está baseada no trabalho de Martins (2011), que avaliou a concentração de metil chavicol
a partir do óleo essencial de manjericão. Inicialmente, Martins et al. (2012a) testaram um
evaporador de caminho curto, entretanto uma quantidade considerável de material migrava em
direção ao trap, impedindo a operação do equipamento a pressões inferiores a 1,33 kPa. O uso de
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 67
pressões mais baixas é desejável, pois com isso, diminui-se o ponto de ebulição das substâncias
minimizando as chances de haver decomposição térmica. Para permitir o uso de pressões mais
baixas, foi incorporado ao equipamento um condensador externo (Martins et al., 2012b). Com a
incorporação de um condensador externo ao sistema de evaporação, este não pode mais ser
classificado como um evaporador de caminho curto. Assim, o sistema evaporativo formado por
um evaporador de caminho curto e um condensador externo foi denominado de sistema híbrido
de evaporação (Martins et al., 2012c).
O sistema híbrido de evaporação apresenta alguns diferenciais em relação ao equipamento
de destilação molecular:
uso de pressões mais elevadas do que as usualmente utilizadas nas destilações
moleculares;
presença de dois condensadores, um externo e um interno ao evaporador, enquanto que na
destilação molecular utiliza-se somente um condensador interno ao evaporador;
distância entre o evaporador e o condensador maior que o livre percurso médio das
moléculas, enquanto que na destilação molecular a distância entre o evaporador e o
condensador é menor ou da ordem de grandeza do livre percurso médio das moléculas na
pressão de operação.
O esquema do sistema híbrido de evaporação utilizado neste trabalho é mostrado na
Figura 2.12.
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 68
Figura 2.12: Sistema híbrido de evaporação (Komesu et al., 2012).
2.6.5.1. COMPONENTES DO SISTEMA HÍBRIDO DE EVAPORAÇÃO
2.6.5.1.1. EVAPORADOR E CONDENSADORES
O sistema híbrido de evaporação é constituído de um evaporador que possui um
condensador interno. O evaporador é responsável por fornecer a energia necessária para a
vaporização da mistura e promover a separação. A alimentação ao ser conduzida no topo do
equipamento, com o auxílio de uma bomba dosadora, atinge o sistema de agitação e ao entrar em
contato com o evaporador aquecido, se volatiliza. O material volatilizado migra para o
condensador interno, condensa e é retirado do sistema como corrente de destilado. O material que
não se volatiliza é retirado do sistema como corrente de resíduo e os produtos mais leves são
condensados no condensador externo e retirados do sistema na corrente de produtos leves.
A presença de um condensador interno permite que o condensador fique o mais próximo
possível do evaporador, permitindo que pressões menores sejam obtidas no processo (comparado
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 69
com as pressões obtidas nos evaporadores com condensadores externos), minimizando a perda de
carga do transporte do vapor entre o evaporador e o condensador (Martins, 2006). A presença de
um condensador externo ao refervedor evita que material migre em direção ao trap.
A distância entre o evaporador e o condensador interno é projetada nos destiladores
moleculares como sendo da ordem de grandeza do livre percurso médio das moléculas (cerca de
10-50 mm na pressão de operação), ou seja, de forma que não haja o retorno de moléculas da fase
vapor para a fase líquida devido à colisão entre moléculas, caracterizando uma destilação de não-
equilíbrio. Como o destilador molecular foi projetado para substâncias de alta massa molar e a
molécula a ser evaporada no caso desse trabalho é a água, que possui baixa massa molar,
trabalhou-se com uma distância entre o condensador e o evaporador maior do que o livre
percurso médio da molécula de água, dessa forma, não houve garantia de que a taxa de
evaporação fosse a máxima possível, ou seja, de que as moléculas evaporadas não retornassem
para a fase líquida. Portanto, segundo a classificação de Kawala e Dakiniewicz (2002) para os
sistemas de destilação em alto vácuo, a destilação utilizada nesse trabalho foi a de equilíbrio.
2.6.5.1.2. SISTEMA DE AGITAÇÃO
O sistema de evaporação é constituído também por um sistema de agitação formado por
hastes verticais. Esse sistema em conjunto com a força gravitacional promove a homogeneização
do material de alimentação, bem como a formação de um fluxo descendente ao longo do
evaporador. Devido à constante renovação do filme líquido e homogêneo, reduz-se o tempo de
residência do material dentro do equipamento, favorecendo a separação de produtos
termicamente sensíveis, como o ácido láctico. Aumentando-se a agitação aumenta-se o tempo de
residência do material dentro do equipamento. Relacionado ao tempo de residência do material
dentro do equipamento, tem-se o regime em que se dá a entrada e saída de matéria do volume de
controle. O regime adotado pode ser considerado contínuo, na qual uma quantidade de
alimentação pré-determinada era introduzida continuamente no sistema e os produtos eram
retirados continuamente nos frascos de coleta.
A presença da agitação promove também um regime turbulento de fluxo, favorecendo a
transferência de calor e massa no sistema.
CAPÍTULO 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 70
2.6.5.1.3. SISTEMA DE VÁCUO
O sistema de alto vácuo é constituído de uma bomba mecânica. O uso de baixa pressão
permite que temperaturas menores sejam utilizadas no processo de destilação, pois a aplicação do
alto vácuo reduz a temperatura de ebulição das substâncias que compõem a mistura, favorecendo
a separação de produtos termicamente sensíveis.
2.7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo, apresentou-se uma revisão da literatura sobre os principais assuntos
envolvidos neste trabalho. Observou-se a importância do ácido láctico, pelos inúmeros usos e
aplicações, e a importância dos processos de separação e purificação do mesmo, para o
estabelecimento de processos mais eficientes e economicamente viáveis.
A literatura mostrou que existem diversas tecnologias de separação e purificação do ácido
láctico, mas muitos inconvenientes ainda limitam a aplicação dessas tecnologias em nível
industrial. Neste sentido, faz-se necessário o desenvolvimento de novas tecnologias mais
eficientes e viáveis.
Dessa forma, este trabalho pretende contribuir com o estudo de uma nova tecnologia para
a separação e concentração de ácidos orgânicos a partir do vinho de fermentação, estudando a
concentração de ácido láctico utilizando um sistema híbrido de destilação molecular. Estudos
utilizando a destilação reativa e acoplando as duas tecnologias em sequência também foram
realizados, de modo a se desenvolver um processo mais atraente do ponto de vista econômico,
pela redução do número de etapas do processo de downstream, e do ponto de vista ambiental,
pela não utilização de solventes e geração de resíduos.
CAPÍTULO 3
CARACTERIZAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
CAPÍTULO 3
3. CARACTERIZAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
Neste capítulo, serão apresentados os resultados da caracterização termodinâmica de uma
solução de ácido láctico e água visando o conhecimento do equilíbrio de fases líquido-vapor. Em
seguida, o ácido láctico comercial de pureza 85% foi analisado por cromatografia líquida de alta
eficiência (HPLC) e cromatografia gasosa (CG) para a identificação dos componentes presentes.
Com isso, foi possível interpretar corretamente os cromatogramas gerados no HPLC, auxiliando,
dessa forma, o entendimento do processo de separação nos ensaios em que o ácido láctico
comercial foi utilizado. Serão apresentados também os resultados da análise térmica do ácido
láctico comercial por calorimetria exploratória diferencial (DSC), termogravimetria (TG) e
termogravimetria acoplada com espectrômetro de massas (TG-MS), de modo a se conhecer os
produtos de degradação do ácido láctico em elevadas temperaturas e os parâmetros cinéticos de
evaporação.
3.1 INTRODUÇÃO
A caracterização de sistemas é uma etapa preliminar à decisão do processo de separação a
ser utilizado. Os processos de separação podem ser divididos em mecânicos e difusionais. Se a
mistura for heterogênea envolvendo sólidos ou líquidos de alta diferença em densidades,
processos de separação mecânicos são indicados. Se se tratar de uma mistura homogênea de
líquidos, ou de líquido mais vapor ou de vapor, processos difusionais são os que devem ser
usados. Os processos de separação difusionais, por sua vez, podem ser interfases, governados
pelo equilíbrio, (são os convencionais, destilação, extração líquido-líquido, etc) ou intrafases,
governados por taxas, (os não convencionais, destilação molecular, membranas,etc).
A equação geral para o equilíbrio líquido-vapor à pressão e temperatura constantes para
uma determinada mistura é dada por (Perry e Chilton, 1999):
CAPÍTULO 3- CARACTERIZAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 73
sat
i
sat
isat
i
sat
iii
V
ii PPRT
vPxPy expˆ
(3.1)
onde, V
i é o coeficiente de fugacidade do componente i na fase vapor; i é o coeficiente de
atividade do componente i na fase líquida; iy e ix são as composições das fases vapor e líquida,
respectivamente, P é a pressão do sistema; sat
iP é a pressão de saturação do componente i; sat
i é
o coeficiente de fugacidade do componente i na saturação e sat
iv é o volume molar de líquido
saturado do componente i. O termo em exponencial representa o fator de Poynting.
Na abordagem , o coeficiente de fugacidade ( ), utilizando uma equação de estado, é
usado para predizer as não idealidades da fase vapor e o coeficiente de atividade ( ), usando um
modelo de energia livre de Gibbs em excesso, é usado para predizer o comportamento e as não
idealidades da fase líquida. Esta é uma abordagem tradicional, que pode ser aplicada a uma ampla
variedade de misturas, a pressões baixas ou moderadas, embora não seja aplicável a sistemas a
pressões altas (nesse caso, deve-se utilizar outra abordagem, como a abordagem ).
O comportamento das fases no equilíbrio líquido-vapor (ELV) pode ser facilmente
visualizado em diagramas de fases. Neste trabalho, foram utilizados os modelos termodinâmicos
NRTL (Non-Random, Two-Liquid) e UNIQUAC (Universal Quasi-Chemical) e o método
UNIFAC (Universal Functional Activity Coefficient) para o cálculo do coeficiente de atividade
da fase líquida e a equação de estado de Hayden O’Connell para o cálculo do coeficiente de
fugacidade da fase vapor, nos sistemas binários com um ácido orgânico. A correlação proposta
por Hayden e O’Connell (1975) permite estimar os coeficientes viriais para compostos polares,
apolares e que formem associações na fase vapor (Oliveira, 2003).
A análise química do ácido láctico comercial foi realizada utilizando cromatografia
líquida (HPLC- High Performance Liquid Chromatography) e cromatografia gasosa (CG-
Cromatógrafo Gasoso). A cromatografia é um método físico-químico de separação fundamentada
na migração diferencial dos componentes de uma mistura, que ocorre devido a diferentes
interações, entre duas fases imiscíveis, a fase móvel e a fase estacionária (Degani et al., 1998).
Na cromatografia líquida, a fase móvel é um solvente e a amostra deve ser solúvel na fase móvel.
CAPÍTULO 3- CARACTERIZAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 74
Na cromatografia gasosa, o solvente é um gás e é necessário que a amostra seja suficientemente
volátil, a fim de que possa passar através da coluna na forma de vapor, e estável termicamente
para não se decompor nas condições de separação.
A análise térmica do ácido láctico comercial foi realizada utilizando o DSC (Differential
Scanning Calorimetry), o TG (Thermogravimetry) e o TG-MS (Thermogravimetry-Mass
Spectrometer). Análise térmica inclui todos os métodos termoanalíticos que medem algumas
propriedades de uma substância e/ou seus produtos de reação em função da temperatura (Giron,
1986), sendo a temperatura controlada e sob uma atmosfera específica. O comportamento térmico
do DL-ácido láctico foi analisado utilizando a calorimetria exploratória diferencial (DSC) e a
termogravimetria/termogravimetria derivada (TG/DTG).
O DSC é uma técnica na qual se mede a diferença de energia fornecida à substância e a
um material de referência, em função da temperatura, enquanto a substância e o material de
referência são submetidos a uma programação controlada de temperatura (Giron, 1986, Ionashiro,
2005). Através da variação de energia da amostra em função da razão de aquecimento é possível
observar fenômenos físicos (transições de fases, como fusão, ebulição, sublimação, inversões de
estruturas cristalinas) e químicos (desidratação, dissociação, decomposição e outros). Em geral,
as transições de fase, desidratações, reduções e certas reações de decomposição produzem efeitos
endotérmicos, enquanto que cristalizações, oxidações, algumas reações de decomposição
produzem efeitos exotérmicos (Ionashiro, 2005).
A termogravimetria é uma técnica que acompanha a variação da propriedade física massa,
enquanto a amostra é aquecida. A perda de massa pode ser relacionada com muitos fenômenos,
como desidratação, sublimação, decomposição, entre outros (Pereira et al., 2009). A derivada da
variação da massa em relação ao tempo constitui a termogravimetria derivada (DTG). As áreas
dos picos das curvas DTG em função da temperatura são proporcionais às alterações de massa
sofridas pela amostra. A termogravimetria acoplada com espectrômetro de massa (TG-MS)
permite determinar as massas atômicas das moléculas volatilizadas, dessa forma é possível
identificar as substâncias presentes em cada evento térmico.
Assim sendo, neste capítulo, são apresentados os resultados obtidos a partir das técnicas
termoanalíticas e analíticas utilizadas para a caracterização (química, termodinâmica e térmica)
do ácido láctico e do sistema ácido láctico e água.
CAPÍTULO 3- CARACTERIZAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 75
3.2 MATERIAIS E MÉTODOS
3.2.1 MATERIAIS
Ácido láctico 85%, adquirido da Ecibra (São Paulo, Brasil) e diluído em água destilada
(solução sintética), foi usado nas análises de caracterização química. DL- ácido láctico 90%,
adquirido da Sigma-Aldrich (St Louis, EUA), foi usado nas análises de DSC, TG/DTG e TG-MS.
Ácido sulfúrico PA adquirido da Ecibra (São Paulo, Brasil) foi utilizado na preparação da fase
móvel empregada no HPLC.
3.2.2 CARACTERIZAÇÃO TERMODINÂMICA
As curvas isobáricas de equilíbrio líquido-vapor para o sistema binário foram construídas
com o auxílio do simulador comercial ASPEN PLUS®
11.1. Os modelos termodinâmicos
utilizados para o cálculo do coeficiente de fugacidade da fase líquida e coeficiente de fugacidade
da fase vapor estão descritas na Tabela 3.1.
Tabela 3.1: Modelos termodinâmicos utilizados para a construção das curvas de equilíbrio.
Sistema binário Modelo termodinâmico
coeficiente de atividade
Modelo termodinâmico
coeficiente de fugacidade
Água/Ácido Láctico NRTL, UNIQUAC ou
método UNIFAC
Hayden O’Connell
(HOC)
O modelo termodinâmico de melhor ajuste foi escolhido calculando-se o desvio a partir
de dados experimentais do equilíbrio líquido/vapor da literatura (Sanz et al., 2003). O modelo de
melhor ajuste foi o que apresentou a menor somatória de desvios.
CAPÍTULO 3- CARACTERIZAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 76
3.2.3 CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA
A fim de se determinar a concentração exata de ácido láctico das soluções utilizadas no
estudo dos processos de separação, foi realizada análise em cromatografia líquida de alta
eficiência (HPLC). Foi usado um sistema de cromatografia líquida, marca Agilent, modelo 1260,
equipado com detector ultravioleta (UV/vis), conectado em série com a coluna cromatográfica
Bio-Rad Aminex, modelo HPX-87H (300 x 7,8 mm). Solução de ácido sulfúrico 5 mM com
vazão de 0,6 mL/min foi utilizada como fase móvel, a temperatura da coluna foi de 37 °C, o
comprimento de onda utilizado foi de 215 nm e volume de injeção foi de 25 L. O equipamento
foi controlado utilizando o software OpenLab.
Para a identificação dos componentes desconhecidos foi realizada a análise em
cromatografia gasosa (CG) acoplado ao espectrômetro de massa (MS). Foi usado um
equipamento de cromatografia gasosa, marca Agilent, modelo 7890A, equipado com um MS e
uma coluna capilar de polietilenoglicol, modelo BP-20 (SGE), de dimensões 30 m x 0,25 mm x 1
m. O equipamento foi controlado utilizando o software ChemStation. Gás hélio foi utilizado
como gás de arraste. As condições de operação foram: split de 60:1, temperatura inicial da coluna
de 150 °C aumentando a 10 °C/min até 250 °C e volume de injeção de 1 L.
3.2.4 CARACTERIZAÇÃO TÉRMICA
Para avaliar os possíveis fenômenos físicos ou químicos que ocorrem durante o
processamento do DL-ácido láctico, realizou-se o DSC em duas atmosferas diferentes: oxidante e
inerte. O DSC em atmosfera oxidante foi realizado em um equipamento da Mettler-Toledo,
modelo FP85 TA Cell, com razão de aquecimento de 10 °C/min, no intervalo de temperatura de
25,0 °C a 350,0 °C em duplicatas. A análise do DSC em atmosfera inerte foi realizada em um
equipamento da Shimadzu (Japão), modelo DSC-50, com razão de aquecimento de 10 °C/min, no
intervalo de temperatura entre 21 °C a 500 °C, sob atmosfera dinâmica de N2 (50 mL/min). Os
experimentos foram realizados com ~7 mg de amostra. Entalpia de vaporização do ácido láctico
foi estimada através da integração do pico do DSC e o resultado foi comparado com o valor
teórico calculado usando a equação de Riedel (Smith et al., 2007).
CAPÍTULO 3- CARACTERIZAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 77
Os ensaios de TG/DTG foram realizados em um equipamento da Shimadzu (Japão),
modelo TGA-50, com razão de aquecimento de 5, 10, 15, 20, 25 e 30 K/min, no intervalo de
temperatura entre 23 °C a 900 °C, sob atmosfera dinâmica de N2 (50 mL/min). A massa de
amostra utilizada foi de ~15 mg. O equipamento fornece dados simultâneos de TG e DTG. Os
dados de TG foram utilizados para a determinação dos parâmetros cinéticos de evaporação. Os
dados de DTG mostraram as etapas de evaporação e o efeito da razão de aquecimento.
Ensaios de TG/DTG-MS também foram realizados em um equipamento de análise
térmica da marca Setaram Setsys Evolution 16/18 acoplado com um espectrômetro de massas
Thermostar GSD 301T Pfeiffer Vacuum, responsável pelo monitoramento das massas dos
compostos que evoluíram da amostra durante o aquecimento. Primeiramente, foi realizada a
análise termogravimétrica com o aquecimento da amostra de 25 °C a 500 °C com taxa de
aquecimento de 10 °C/min sob atmosfera de N2 com fluxo de 16 mL/min. Esta varredura foi feita
para observar a faixa de temperatura em que a evolução de massa acontecia.
Em seguida, foi realizada a análise termogravimétrica com o aquecimento da amostra de
20 °C a 300 °C com taxa de aquecimento de 10 °C/min sob atmosfera de N2 com fluxo de 16
mL/min, com isoterma de 2 h em 300 °C. Nesse caso, a medida foi realizada com o
espectrômetro de massas acoplado e realizou-se uma varredura de todos os fragmentos evoluídos
(até m/z = 90) da amostra referentes à decomposição de ácido láctico durante todo o tempo de
aquecimento, obtendo-se o comportamento térmico e o espectro de massas da amostra.
Com esses dados, escolheram-se aqueles fragmentos com maior intensidade de corrente
iônica em função do tempo de medida. A análise termogravimétrica foi realizada novamente com
o espectrômetro de massas acoplado, mas desta vez foram monitorados os fragmentos de maior
intensidade, além daquele referente à molécula de água (razão m/z= 18), obtendo-se o
comportamento térmico da amostra e seus perfis de evolução de fragmentos de massas em função
da temperatura e do tempo de medida.
CAPÍTULO 3- CARACTERIZAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 78
3.2.4.1 MODELOS CINÉTICOS
A termogravimetria é uma das técnicas mais comuns usada para análise cinética. As
variações da massa de amostra com a temperatura obtida por TG/DTG foram usadas para
determinar os parâmetros cinéticos de evaporação: fator pré-exponencial (A) e a energia de
ativação (Ea). Os métodos utilizados para isso foram o método de Arrhenius e o método de
Kissinger.
A equação cinética é dada por (Martins et al., 2011):
nk
dt
d
1 (3.2)
onde, α é a quantidade de material vaporizada, t é o tempo, n é a ordem aparente de reação e k é
constante de taxa.
A quantidade de material vaporizada () é definida como:
f
t
mm
mm
0
0 (3.3)
onde, m0 é a massa inicial de amostra, mt é a massa de amostra no tempo t e mf é a massa final de
amostra.
k depende da temperatura segundo a equação de Arrhenius:
RT
EAk aexp (3.4)
onde, A é o fator pré-exponencial, Ea é a energia de ativação e R é a constante dos gases.
Substituindo a equação 3.4 em 3.2 obtém-se:
CAPÍTULO 3- CARACTERIZAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 79
na
RT
EA
dt
d
1exp (3.5)
3.2.4.1.1 MÉTODO DE ARRHENIUS
Nesse método assume-se que a reação cinética é de ordem zero. Aplicando o logaritmo
natural na equação 3.5, obtém-se:
RT
EA
dt
d an
1lnln (3.6)
Para reação de ordem zero (n=0):
RT
EA
dt
d a
lnln
(3.7)
dt
d pode ser calculada através da equação 3.8. O valor de
dt
dm é obtido da curva de
DTG.
fmm
dt
dm
dt
d
0
(3.8)
Através da regressão linear do gráfico de
dt
dln versus
T
1, a inclinação fornecerá a
energia de ativação após multiplicação por R e a intersecção da reta com o eixo vertical o valor
de lnA.
CAPÍTULO 3- CARACTERIZAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 80
3.2.4.1.2 MÉTODO DE KISSINGER
Kissinger desenvolveu um método não-isotérmico em que não há a necessidade de
calcular a Ea para cada valor de conversão (Slopiecka et al., 2011). Nesse método, 2
2
dt
d é igual a
zero, ou seja, o estudo é baseado na máxima taxa de reação. A equação 3.5 pode ser escrita como:
mam RT
E
E
AR
T
lnln
2
(3.9)
onde é a taxa de aquecimento
dt
dT e Tm é a temperatura de pico da curva de DTG.
A energia de ativação é determinada a partir dos dados de TG em diferentes taxas de
aquecimento por regressão linear de
2
lnmT
versus 1
mT .
3.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.3.1 CARACTERIZAÇÃO TERMODINÂMICA
Foram obtidas curvas para o sistema ácido láctico e água, nas pressões de 1 atm e 0,01
atm, como mostra a Figura 3.1 (a) e (b), respectivamente. As curvas foram construídas nessas
pressões, pois os experimentos realizados no sistema de destilação reativa e sistema evaporativo
híbrido foram conduzidos nessa faixa de operação, 1 atm e 0,01 atm, respectivamente.
Os dados experimentais do sistema binário ácido láctico e água obtidos por Sanz et al.
(2003) foram comparados com os valores obtidos pelos modelos NRTL, UNIQUAC e pelo
método de predição UNIFAC, gerados pelo simulador ASPEN PLUS®, para a fração molar de
água na fase líquida e na fase vapor.
CAPÍTULO 3- CARACTERIZAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 81
Figura 3.1: Curvas de equilíbrio líquido-vapor (xy) para a mistura binária água/ácido láctico na
pressão de 1 atm (a) e 0,01 atm (b).
A Tabela 3.2 mostra os valores calculados da somatória dos erros percentuais absoluto
para a água utilizando cada modelo termodinâmico. Observou-se que o modelo termodinâmico
que teve melhor ajuste aos dados experimentais, ou seja, menor somatória de erros, foi o
UNIQUAC. A Figura 3.1 (a) mostra a boa concordância entre os dados experimentais de Sanz et
al. (2003) e os dados da simulação. Os dados de equilíbrio da literatura e os obtidos na simulação
para todos os métodos (NRTL, UNIFAC e UNIQUAC) são apresentados no Apêndice A.
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1Fraç
ão m
ola
r d
e á
gua
na
fase
vap
or
Fração molar de água na fase líquida
Sanz et al., 2003 UNIQUAC-HOC(a)
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1Fraç
ão m
ola
r d
e á
gua
na
fase
vap
or
Fração molar de água na fase líquida
UNIQUAC-HOC (b)
CAPÍTULO 3- CARACTERIZAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 82
Tabela 3.2: Valores calculados da soma dos erros percentuais absoluto dos dados experimentais
e simulação para a água do sistema binário ácido láctico e água.
∑Erro % NRTL ∑Erro % UNIFAC ∑Erro % UNIQUAC
34,3 60,2 26,2
Comparando-se a Figura 3.1 (a) com a Figura 3.1 (b), observou-se que a curva de
equilíbrio na pressão de 0,01 atm está mais afastada da diagonal do que na pressão de 1 atm. Isso
indica que o processo de separação por destilação será mais fácil a baixas pressões.
Observa-se que a mistura binária água/ácido láctico tem comportamento muito próximo
ao de uma mistura ideal, ou seja, no equilíbrio a fase líquida se comporta como uma solução ideal
e a fase vapor se comporta como um gás ideal, seguindo a lei de Raoult. Observa-se também que
não há formação de azeótropos, o que é benéfico, pois sistemas com formação de azeótropos não
podem ser separados com a destilação convencional.
3.3.2 CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA
O cromatograma da solução sintética obtida pela análise por HPLC é mostrado na Figura
3.2. Inicialmente, acreditava-se que a solução sintética água: ácido láctico era binária, mas foram
observadas a presença de quatro picos, sendo que três picos eram componentes desconhecidos: o
pico 1 (8,9 min), o pico 2 (10,4 min) e o pico 3 (11,5 min). O pico de maior intensidade,
identificado como pico 4, corresponde ao ácido láctico.
Para a possível identificação dos componentes desconhecidos foi realizada a análise do
produto por cromatografia gasosa (CG). A Figura 3.3 mostra o perfil cromatográfico da solução
sintética em CG.
CAPÍTULO 3- CARACTERIZAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 83
Figura 3.2: Perfil cromatográfico da solução sintética em HPLC. Legenda: 1, 2, e 3 lactídeo, 4.
ácido láctico.
Figura 3.3: Perfil cromatográfico da solução sintética em CG-MS. Picos (1), (2), (3) lactídeos e
(4) ácido láctico. (A) espectro do pico desconhecido; (B) espectro de massa do lactídeo do banco
de dados.
CAPÍTULO 3- CARACTERIZAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 84
A confirmação da identidade das substâncias foi realizada por meio da comparação do
espectro de massa do pico desconhecido com o espectro de massa de compostos conhecidos
presentes na biblioteca do equipamento utilizado (Figura 3.3).
Os picos 1, 2 e 3 da Figura 3.2 foram identificados segundo o banco de dados do
cromatógrafo como sendo lactídeos (8,9; 10,4 e 11,5 min), dímeros cíclicos do ácido láctico, e o
pico principal (pico 4) era ácido láctico (12,3 min). A presença dos 03 picos de lactídeos deve-se
à existência dos 03 isômeros desta substância: L-lactídeo, D-lactídeo e meso-lactídeo.
Na Figura 3.4, apresenta-se a comparação do espectro de um dos picos de identidade
desconhecida e o espectro do lactídeo presente na biblioteca do equipamento. A boa
concordância entre eles confirma a identidade da substância desconhecida como sendo lactídeo.
A presença de lactídeos no ácido láctico comercial pode ser explicada devido à tendência de
polimerização do ácido láctico em soluções concentradas. Como se encontra descrito na
literatura, acima de 30% de ácido láctico a presença de lactídeo já é observada (Lunelli, 2010).
A identificação dos componentes presentes na solução sintética foi importante nesse
trabalho tanto para a avaliação da separação no sistema evaporativo e interpretação dos
cromatogramas em HPLC, como será importante em futuras aplicações do ácido láctico
comercial, como por exemplo, na fabricação de poli ácido láctico (PLA).
Figura 3.4: Comparação dos espectros de massa da substância desconhecida e do lactídeo
presente no banco de dados do CG-MS.
Pico desconhecido
Lactídeo
CAPÍTULO 3- CARACTERIZAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 85
3.3.3 CARACTERIZAÇÃO TÉRMICA
3.3.3.1 ANÁLISES NO DSC
Os resultados do DSC para a amostra DL- ácido láctico 90% em atmosfera inerte e em
atmosfera oxidante são mostrados nas Figura 3.5 e Figura 3.6, respectivamente.
Na Figura 3.5, observou-se a presença de dois eventos endotérmicos, nas temperaturas
174,2 °C e 352,09 °C, os quais correspondem ao processo de evaporação do ácido láctico e do
lactídeo, respectivamente. Observou-se também um duplo pico no primeiro evento térmico
(174,2 °C), isso ocorreu provavelmente devido à presença dos isômeros D(-) e L(+) do ácido
láctico.
Figura 3.5: Curva térmica de DSC do ácido láctico obtido sob atmosfera inerte.
A integração do primeiro pico da curva de DSC (Figura 3.5) fornece a entalpia de
vaporização do ácido láctico. Este valor pode ser comparado com o valor teórico calculado
usando a equação de Riedel (3.10) e as propriedades básicas do ácido láctico (Tabela 3.3), como
mostrado na Tabela 3.4. Os valores de entalpia estimado da curva de DSC e teórico apresentaram
-33,00
-28,00
-23,00
-18,00
-13,00
-8,00
-3,00
2,00
0 100 200 300 400 500
Flu
xo d
e c
alo
r (m
W)
Temperatura (°C)
Endotérmico
CAPÍTULO 3- CARACTERIZAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 86
boa correspondência, com desvio inferior a 10%, o que é aceitável considerando-se os erros
experimentais.
c
b
c
b
vap
T
T
P
RT
H
9300
01310921
,
,ln, (3.10)
onde, vapH é a entalpia de vaporização (J/mol), Pc é a pressão crítica (bar), Tb é a temperatura
normal de ebulição (K), Tc é a temperatura crítica (K) e R é a constante universal dos gases
(J/mol K).
Tabela 3.3: Propriedades básicas do ácido láctico (Pereira et al., 2011).
Massa molar (g/mol) Tb (K) Tc (K) Pc (bar)
90,079 395,15 616,00 59,65
Tb = temperatura normal de ebulição (K), Tc = temperatura crítica (K) e Pc = pressão crítica
(bar).
Tabela 3.4: Entalpia de vaporização estimada da curva de DSC (vapH exp) e calculada usando
a equação de Riedel (vapH Riedel).
vapH exp (J/g)
vapH exp (kJ/mol) vapH Riedel (kJ/mol)
Ácido láctico 387,85 34,91 38,24
vapH = entalpia de vaporização (kJ/mol)
Na Figura 3.6, DSC em atmosfera oxidante, observaram-se mudanças na curva
decorrentes de transições de primeira e segunda ordem. Os eventos de primeira ordem geram
picos na curva que podem ser endotérmicos ou exotérmicos, nesse caso, observaram-se três
CAPÍTULO 3- CARACTERIZAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 87
eventos endotérmicos. As transições de segunda ordem caracterizam-se pela variação da
capacidade térmica e geram deslocamento da linha de base, como pode ser observado na Figura
3.6. Isso ocorreu devido à mudança das propriedades térmicas da amostra a alta temperatura.
Nesse caso, foi necessário deslocar a linha de base para o cálculo da energia térmica envolvida.
O primeiro pico de evento térmico ocorreu na temperatura média de 126,75 ± 3,46 °C
(energia média envolvida de 150,5 ± 0,71 J/g); o segundo pico a 214,6 ± 4,95 °C (energia média
envolvida de 95,9 ± 17,11 J/g), e o terceiro pico a 302,7 ± 1,27 °C (energia média envolvida de
108,6 ± 23,19 J/g). Maiores desvios são observados em relação à análise DSC em atmosfera
inerte, pois as amostras foram analisadas em equipamentos diferentes e em atmosferas diferentes,
e estes fatores modificam a forma das curvas de DSC (Ionashiro, 2005).
Figura 3.6: Curva térmica de DSC do ácido láctico obtido sob atmosfera oxidante e em
duplicata.
3.3.3.2 ANÁLISES NO TG
Os perfis térmicos do TG e DTG para a amostra DL- ácido láctico 90% são mostrados na
Figura 3.7 e Figura 3.8, respectivamente.
Endotérmico
CAPÍTULO 3- CARACTERIZAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 88
Figura 3.7: Curvas de TG do ácido láctico em função da temperatura e razões de aquecimento
(5, 10, 15, 20, 25 e 30 K/min).
Figura 3.8: Curvas de DTG do ácido láctico em função da temperatura e razões de aquecimento
(5, 10, 15, 20, 25 e 30 K/min).
As razões de aquecimento afetaram as posições das curvas de TG e as temperaturas
máximas de pico (Tm) foram deslocadas com o aumento da temperatura. Este fenômeno pode ser
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
273 373 473 573 673 773
Mas
s/%
Temperatura/K
5 K/min
10 K/min
15 K/min
20 K/min
25 K/min
30 K/min
-0,1
-0,09
-0,08
-0,07
-0,06
-0,05
-0,04
-0,03
-0,02
-0,01
0
273 373 473 573 673 773
DTG
/mg/
s
Temperatura/K
5 K/min
10 K/min
15 K/min
20 K/min
25 K/min
30 K/min
CAPÍTULO 3- CARACTERIZAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 89
explicado devido à limitação de transferência de calor. Durante as análises, em baixas razões de
aquecimento, uma grande energia térmica instantânea é fornecida ao sistema e um longo tempo
pode ser necessário para o gás de purga atingir equilíbrio com a temperatura do forno ou da
amostra. Enquanto que no mesmo tempo e na mesma região de temperatura, elevadas razões de
aquecimento tem um curto tempo de reação e a temperatura necessária para a amostra evaporar é
também maior (Slopiecka et al., 2011).
As curvas de DTG mostraram três etapas de evaporação. As etapas de evaporação (razão
de aquecimento de 10 K/min) ocorreram em ~347 K, ~459 K e ~612 K e perdas de massa de
12,119%, 85,520% e 1,483%, respectivamente. Primeiro ocorreu evaporação de água e metanol
(~347 K), seguida de ácido láctico (~459 K) e lactídeo (~612 K).
O gráfico de Arrhenius para o cálculo da energia de ativação é mostrada na Figura 3.9.
Para uma reação ser considerada um processo de evaporação, é necessário que a perda de massa
com o tempo ou temperatura seja um processo de ordem zero (Martins et al., 2011). O processo
de evaporação do ácido láctico mostrou esse comportamento, como mostra a Figura 3.9 usando
razão de aquecimento de 10 K/min. Os parâmetros cinéticos determinados a partir dos dados de
TG/DTG são mostrados na Tabela 3.5. A vantagem do modelo de Arrhenius é a capacidade de
determinar diretamente os parâmetros cinéticos a partir de uma única medida de TG.
Figura 3.9: Gráfico de Arrhenius para o cálculo da energia de ativação usando razão de
aquecimento de 10 K/min.
-9
-8,5
-8
-7,5
-7
-6,5
-6
0,002 0,0021 0,0022 0,0023 0,0024 0,0025
ln (
d
/dt)
1/T (K-1)
CAPÍTULO 3- CARACTERIZAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 90
Tabela 3.5: Parâmetros cinéticos de evaporação do ácido láctico usando o modelo de Arrhenius.
Razão de aquecimento (K/min) Ea (kJ/mol) A (s-1
) R2
10 51,08 859,97 0,9962
O gráfico de Kissinger
2
lnmT
versus 1
mT é mostrado na Figura 3.10. Os parâmetros
cinéticos foram calculados de acordo com a equação 3.9 e são apresentados na Tabela 3.6. O
modelo de Kissinger é vantajoso, pois evita erros associados à escolha do modelo cinético
(Slopiecka et al., 2011).
Os valores de energia de ativação e fator pré-exponencial obtidos pelo método de
Kissinger são consistentes com os valores obtidos pelo método de Arrhenius.
Figura 3.10: Gráfico de Kissinger para o cálculo da energia de ativação.
Tabela 3.6: Parâmetros cinéticos de evaporação do ácido láctico usando o modelo de Kissinger.
Ea (kJ/mol) A (s-1
) R2
48,37 968,81 0,9712
-10,8
-10,6
-10,4
-10,2
-10
-9,8
-9,6
-9,4
-9,2
-9
-8,8
0,0019 0,002 0,0021 0,0022 0,0023
ln (
/Tm
2)
1/T (K-1)
CAPÍTULO 3- CARACTERIZAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 91
3.3.3.3 ANÁLISES NO TG-MS
As análises de TG-MS permitiram a identificação das moléculas vaporizadas e os
produtos de decomposição térmica do ácido láctico em elevadas temperaturas. Os perfis de TG-
MS são mostrados na Figura 3.11. Observou-se da Figura 3.11, que a água (m/z=18), hidroxila
(m/z=17) e metanol (m/z=32) foram as principais moléculas eliminadas durante o aquecimento.
Água e metanol são impurezas do DL-ácido láctico comercial de pureza 90%. Provavelmente, a
água e o metanol são provenientes da fermentação e processo de separação, respectivamente.
Lactídeo também é uma impureza que foi observada na curva de DSC. A presença de lactídeos
no ácido láctico comercial pode ser explicada devido à tendência de polimerização do ácido
láctico em soluções concentradas. Como descrito na literatura, em concentrações acima de 30%
de ácido láctico a presença de lactídeo é observada (Lunelli, 2010).
A hidroxila, provavelmente, veio do ácido láctico. Outros fragmentos de massa
monitorados durante a análise térmica apareceram em baixos valores de corrente iônica. Como o
equipamento detecta fragmentos de massa menores que m/z=90, a molécula de ácido láctico não
foi detectada.
Figura 3.11: Perfis do ácido láctico em TG-MS.
0,0E+00
1,0E-07
2,0E-07
3,0E-07
4,0E-07
5,0E-07
292 342 392 442 492 542
Corr
ente
iôn
ica
/ A
Temperatura/ K
m/z=18
m/z=17
m/z=32
CAPÍTULO 3- CARACTERIZAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 92
O ácido láctico pode ser convenientemente convertido em vários produtos de valor
agregado, como por exemplo, o ácido acrílico. Para a produção do ácido acrílico, a desidratação
direta do ácido láctico em elevadas temperaturas é uma alternativa. Para uma melhor
compreensão do comportamento térmico do ácido láctico em elevadas temperaturas, a isoterma
do ácido láctico em TG-MS a 573 K foi realizada, como mostra a Figura 3.12. Os perfis
isotérmicos foram divididos em parte A e B para melhor visualização.
A Figura 3.12 mostrou os fragmentos de hidroxila (m/z= 17), água (m/z= 18), metanol
(m/z= 32), acetaldeído ou/e dióxido de carbono (m/z= 44), formato (m/z= 45), ácido acrílico
(m/z= 72), ácido propiônico (m/z= 74) e ácido láctico (m/z= 90). Pode-se concluir que várias
reações ocorreram simultaneamente. Em aproximadamente 30 min de aquecimento, foram
observados reações de desidratação (equação 3.11), mas também reações de redução (equação
3.12) e descarboxilação (equação 3.13).
OHOHCOHC 2243363
Ácido láctico ácido acrílico + água (3.11)
2263363 2/1 OOHCOHC
Ácido láctico ácido propiônico + oxigênio (3.12)
2242363 HCOOHCOHC
Ácido láctico acetaldeído + dióxido de carbono + hidrogênio (3.13)
CAPÍTULO 3- CARACTERIZAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 93
Figura 3.12: Isoterma do ácido láctico em TG-MS a 573 K durante o tempo. (A): m/z= 17, 18,
32, 44 e 45. (B): m/z= 72, 74 e 90.
De acordo com a literatura, a principal reação de competição da desidratação do ácido
láctico é a reação de formação de lactídeos, que são posteriormente decompostos em fragmentos,
0,0E+00
1,0E-07
2,0E-07
3,0E-07
4,0E-07
5,0E-07
0 10 20 30 40 50
Corr
ente
iôn
ica/ A
Tempo / min
m/z=18
m/z=17
m/z=44
m/z=32
m/z=45
0,0E+00
5,0E-10
1,0E-09
1,5E-09
2,0E-09
2,5E-09
0 10 20 30 40 50
Corr
ente
iôn
ica
/ A
Tempo / min
m/z=72
m/z=90
m/z=74
(B)
(A)
CAPÍTULO 3- CARACTERIZAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 94
tais como, monóxido de carbono, acetaldeído e água (Xu et al., 2006). Portanto, os dados obtidos
do TG-MS concordaram com a literatura.
Ao final das análises, as amostras estavam grafitizadas, indicando que uma quantidade de
material foi reduzida, confirmando a análise da Figura 3.12. Pode ser concluído que o processo
de decomposição do ácido láctico está relacionado à temperatura e ao tempo de exposição ao
calor. Além disso, somente após 30 min de aquecimento em 573 K o ácido láctico foi
decomposto em água, hidroxila, metanol, acetaldeído ou/e dióxido de carbono, formato, ácido
acrílico e ácido propanóico, como pode ser observado pelo aumento de intensidade iônica em 30
min.
Portanto, é importante trabalhar com processos de separação que minimizem os
problemas de decomposição térmica. Estas características são satisfeitas usando o sistema híbrido
de destilação molecular, tecnologia promissora principalmente pelo uso de baixa temperatura de
evaporação e reduzido tempo de residência (Komesu et al., 2014).
3.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O principal objetivo deste capítulo foi realizar a caracterização da solução de ácido
láctico, que foi a matéria-prima utilizada em todos os ensaios experimentais. Essa caracterização
é uma etapa importante deste trabalho, pois com isso pode-se avaliar a estratégia de separação
comparando a composição da matéria-prima com a composição dos produtos obtidos e escolher a
faixa adequada de temperatura de operação dos processos de separação, de modo que não ocorra
degradação do ácido láctico.
CAPÍTULO 4
PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR
DE UMA MISTURA SINTÉTICA ÁGUA: ÁCIDO
LÁCTICO POR MEIO DE UM SISTEMA
EVAPORATIVO
CAPÍTULO 4
4. PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DE UMA MISTURA
SINTÉTICA ÁGUA: ÁCIDO LÁCTICO POR MEIO DE UM SISTEMA
EVAPORATIVO
Neste capítulo, serão apresentados os resultados da avaliação inicial de viabilidade técnica
do processo de separação do ácido láctico em um sistema evaporativo utilizando-se soluções
sintéticas de água: ácido láctico de diferentes concentrações, para que fosse possível fazer uma
avaliação da separação no sistema híbrido de destilação molecular. Serão descritos o sistema
evaporativo, o procedimento experimental utilizado e a metodologia analítica.
4.1. INTRODUÇÃO
A utilização de um sistema híbrido de evaporação é indicada para a separação de misturas
líquidas homogêneas de baixa volatilidade, termicamente sensíveis e de elevadas massas molares.
Baseado no trabalho de Martins (2011) que utilizou o sistema para avaliar a concentração de
metil chavicol a partir do óleo essencial de manjericão, ampliou-se, neste trabalho, a aplicação do
sistema evaporativo híbrido para o estudo da recuperação de ácidos orgânicos, mais
especificamente para o ácido láctico.
O ácido láctico por apresentar tendência a se decompor em temperaturas elevadas requer a
utilização de processos que propiciem a separação do ácido láctico utilizando condições de
temperaturas mais brandas e pequeno tempo de residência do material (da ordem de segundos)
dentro do equipamento para evitar a decomposição, sendo que, estas duas características são
atendidas pelo sistema híbrido de evaporação utilizado neste trabalho. O ácido láctico não pode
ser destilado sem sofrer decomposição utilizando a destilação convencional em pressão
atmosférica (Cheremisinoff, 2000). São produtos de decomposição a água, hidroxil, metanol,
acetaldeído, formato, ácido acrílico e ácido propiônico.
CAPÍTULO 4- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DE UMA MISTURA SINTÉTICA
ÁGUA:ÁCIDO LÁCTICO POR MEIO DE UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 97
Assim, este trabalho pretende contribuir com o estudo de uma nova tecnologia para a
separação e concentração de ácidos orgânicos a partir do vinho de fermentação. Nessa etapa do
trabalho será avaliada a viabilidade técnica inicial do sistema evaporativo híbrido estudando,
primeiramente, a concentração de ácido láctico a partir de uma mistura sintética água: ácido
láctico comercial. Soluções de diferentes concentrações foram preparadas de modo a se avaliar a
separação no sistema evaporativo.
4.2. MATERIAIS E MÉTODOS
4.2.1. PREPARAÇÃO DA SOLUÇÃO SINTÉTICA
As soluções sintéticas utilizadas nos ensaios foram preparadas com ácido láctico
comercial 85% adquirido da Ecibra (São Paulo, Brasil), diluído em água destilada, sob agitação,
de modo que a concentração em massa de ácido láctico fosse de aproximadamente 30% e 3%. A
concentração exata utilizada nos ensaios foi determinada posteriormente por análise no HPLC.
4.2.2. PROCESSO DE CONCENTRAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
4.2.2.1. DESCRIÇÃO DO SISTEMA EVAPORATIVO
O sistema evaporativo foi inicialmente montado conforme mostra a Figura 4.1.
O sistema é composto de um destilador molecular de filme agitado, Modelo Pope 2”
Wiped Film Still, Pope Scientific Inc (Saukville, WI, USA) com um condensador externo
acoplado.
O destilador é composto por um evaporador cilíndrico (legenda 2), de área de evaporação
de 0,35 ft2 (ou 0,033 m
2) e encamisado com um sistema de aquecimento elétrico (legenda 3),
responsável por fornecer a energia necessária para promover a vaporização e separação da
mistura. A temperatura do evaporador é controlada por um termopar digital. Para garantir a
CAPÍTULO 4- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DE UMA MISTURA SINTÉTICA
ÁGUA:ÁCIDO LÁCTICO POR MEIO DE UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 98
máxima transferência de calor do sistema de aquecimento elétrico e evitar possíveis perdas para o
ambiente, isolou-se o sistema com uma manta de isolamento térmico (legenda 4).
Figura 4.1: Sistema de destilação molecular. Legenda: (1) entrada da alimentação, (2)
evaporador e condensador interno, (3) placas de aquecimento elétrico, (4) manta de isolamento
térmico, (5) condensador externo, (6) trap, (7) frasco de coleta de resíduo, (8) frasco de coleta de
destilado, (9) frasco de coleta de leves, (10) vácuo, (11) banho térmico do condensador interno,
(12) painel de controle da agitação, (13) banho térmico do condensador externo.
Na região central do evaporador, há um condensador formado por uma serpentina de
vidro na qual circulava um fluido térmico composto por uma mistura de água e etilenoglicol, para
evitar o congelamento da água. A temperatura do fluido térmico é controlada por um banho
termostatizado da marca Tecnal modelo TE-184 (legenda 11). A distância entre o evaporador e o
condensador interno é de 17 mm.
O evaporador possui também um sistema de agitação formado por hastes verticais,
movidas através do acionamento de um motor, cuja velocidade de rotação pode ser controlada
(legenda 12). O sistema de agitação, juntamente com a força gravitacional são responsáveis pela
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produção de um fluxo descendente e homogêneo do material de alimentação ao longo do
evaporador.
Na saída do evaporador foram conectados dois balões volumétricos de 200 mL para o
armazenamento do destilado (legenda 8) e armazenamento do produto de fundo ou resíduo
(legenda 7).
Na parte externa e superior do evaporador foi acoplado um condensador com serpentinas
de vidro na qual escoava água destilada (legenda 5). A temperatura dessa água é controlada por
um banho termostatizado da marca Cienlab modelo CE-110/10 (legenda 13). Na saída do
condensador externo foi conectado um balão volumétrico de 200 mL para o armazenamento de
produtos mais leves que o destilado (legenda 9). Acoplou-se também ao condensador um sistema
de trap (legenda 6), que é alimentado constantemente com nitrogênio líquido (-196 °C),
congelando os voláteis e evitando que os mesmos migrassem para a bomba e contaminassem seu
óleo, danificando-o.
A transferência de material do recipiente de alimentação para o evaporador é realizada
com o auxílio de uma bomba peristáltica dosadora marca Masterflex modelo 77200-60, cuja
vazão podia ser controlada.
O vácuo é realizado por uma bomba mecânica e a pressão pode ser controlada através de
uma válvula.
4.2.2.2. CONDIÇÕES OPERACIONAIS
Foram realizados alguns ensaios preliminares com solução sintética de água: ácido láctico
de modo a avaliar o comportamento da destilação variando a temperatura do evaporador e a
concentração da solução água: ácido láctico. A vazão, a temperatura da solução de alimentação e
a agitação foram mantidas em valores fixos, em 8 mL/min, temperatura ambiente e 750 rpm,
respectivamente.
Inicialmente, ajustou-se a pressão para 0,5 mbar (0,05 kPa), a menor pressão obtida para
esse sistema. Trabalhar com uma pressão mais baixa, de modo a se aproximar da pressão ótima
de 0,001 mbar (0,0001 kPa) reportada no trabalho de Xu et al. (2004), não seria conveniente, pois
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nesse caso, não seria possível monitorar a corrente de leves e nem fechar os balanços de massa,
pois o material migraria para o trap. O estudo estaria limitado à corrente de resíduo e o
equipamento também não estaria sendo operado da maneira correta.
Na condição de 0,5 mbar, a solução alimentada no sistema foi diretamente para o trap.
Aumentou-se, em seguida, a pressão do sistema para 2 mbar (0,2 kPa) e o mesmo comportamento
foi observado. Somente quando a pressão foi ajustada para 10 mbar (1 kPa), a solução parou de ir
para o trap. Essa última pressão foi à utilizada durante todos os ensaios nos quais a temperatura
do evaporador foi variada.
Paralelamente ao ajuste da pressão do sistema, variou-se, também, a temperatura do
condensador interno do evaporador. Inicialmente, a temperatura do condensador foi mantida em
0 °C e observou-se que a solução sintética congelava dentro da coluna. Aumentou-se a
temperatura do condensador interno para 2 °C, 3 °C e 5 °C e a solução sintética continuava a
congelar a 10 mbar. Somente quando a temperatura do condensador foi ajustada para 10 °C a
solução parou de congelar dentro do sistema. Essa última temperatura foi a utilizada durante
todos os ensaios preliminares.
Após ajustar a pressão do sistema e a temperatura do condensador interno do evaporador,
realizaram-se os ensaios preliminares variando a temperatura do evaporador de 30 a 170 °C para
a solução sintética água: ácido láctico concentrada e para a solução sintética diluída. Os ensaios
foram realizados, no mínimo, em duplicatas.
As soluções sintéticas água: ácido láctico concentrada (36,14% ou 330,86 g/L) e diluída
(3,32% ou 24,26 g/L) foram alimentadas no sistema de evaporação, obtendo-se no final do
processo de separação 03 correntes: resíduo, destilado e leves. As condições operacionais
utilizadas nesses ensaios estão sumarizadas na Tabela 4.1. Para cada ensaio variando a
temperatura do evaporador, foram medidas as massas dos resíduos, destilados e leves e
calculadas as suas respectivas concentrações e recuperações.
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Tabela 4.1: Condições operacionais utilizadas nos ensaios.
Vazão (mL/min) 8
Temperatura da solução sintética de alimentação (°C) Ambiente
Velocidade de agitação (rpm) 750
Pressão (mbar) 10
Temperatura do condensador interno (°C) 10
Temperatura do condensador externo (°C) -5
Temperatura do evaporador (°C) 30-170
4.2.2.3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Inicialmente os banhos térmicos que controlam as temperaturas dos condensadores
internos e externos foram ligados e ajustados nas temperaturas desejadas, 10 °C e -5 °C,
respectivamente.
Passou-se graxa de silicone nas saídas do destilador e em todas as juntas de vidro do
sistema, evitando-se vazamento de vácuo, e conectaram-se os balões volumétricos de coleta das
correntes de resíduo, destilado e leves. Os balões vazios foram previamente pesados antes de
serem conectados.
Em seguida, ligou-se a agitação (750 rpm), o aquecimento elétrico (de modo a se obter a
temperatura desejada, de 30 °C a 170 °C dependendo do ensaio) e a bomba de vácuo (10 mbar).
Foram necessários aproximadamente 5 min para estabilizar o sistema depois de estabilizadas as
temperaturas dos banhos.
Após o sistema estabilizar, a bomba peristáltica foi ligada e ajustada na vazão desejada (8
mL/min), assim, a matéria-prima (solução sintética concentrada ou diluída) foi alimentada do
vaso de alimentação até o evaporador, iniciando o processo de separação. Durante os ensaios,
nitrogênio líquido foi constantemente alimentado no trap.
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Terminado o processo de separação, os balões contendo os destilados, resíduos e leves
foram pesados e descontados os valores das massas dos frascos vazios, obteve-se o valor das
massas de destilado, resíduos e leves.
Os destilados, resíduos e leves foram armazenados em frascos âmbar para posterior
análise em HPLC.
Após os ensaios, o sistema foi lavado constantemente com água e etanol para a remoção
de ácido láctico ou qualquer outra impureza residual.
4.2.3. QUANTIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
A matéria-prima, no caso dos ensaios preliminares, foi a solução sintética água: ácido
láctico. As amostras coletadas após a evaporação foram filtradas em membranas Millipore de
0,22 m e devidamente diluídas em água destilada antes de serem usadas para a determinação das
concentrações de ácido láctico. As diluições foram realizadas devido à consistência viscosa dos
destilados e resíduos que poderiam danificar a coluna cromatográfica e para não ultrapassar o
limite de detecção do sistema cromatográfico.
As análises de ácido láctico foram realizadas em um equipamento de cromatografia
líquida de alta eficiência (HPLC), marca Agilent, modelo 1260 equipado com detector
ultravioleta (UV/vis). O equipamento foi controlado utilizando o software OpenLab. As
separações foram realizadas com a coluna cromatográfica Bio-Rad Aminex modelo HPX-87H
(300 x 7,8 mm) na temperatura de 37 °C (coluna de fase reversa).
Foi utilizada como fase móvel uma solução de ácido sulfúrico 5 mM na vazão de 0,6
mL/min. A fase móvel foi preparada utilizando água deionizada. Em seguida, a solução foi
filtrada em membranas Millipore de 0,45 m e 47 mm de diâmetro, sob vácuo e em banho
ultrassônico, para a remoção de partículas, que poderiam entupir as tubulações do HPLC, e para a
remoção de gases dissolvidos na solução, que poderiam influenciar no tempo de retenção das
substâncias e na obtenção de uma linha base estável.
O comprimento de onda do detector ultravioleta foi de 215 nm e o volume de injeção foi
de 25 L. A metodologia utilizada foi desenvolvida por Lunelli (2010). O mecanismo de
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separação utilizado, HPLC fase reversa, é caracterizado por uma fase estacionária (coluna) menos
polar do que a fase móvel. A fase reversa é a primeira escolha para ácidos fracos (Agilent, 2012).
As concentrações de ácido láctico (g de ácido láctico/L de solução) foram determinadas
através da curva de calibração construídas com soluções padrões DL-ácido láctico de pureza 90%
adquirido da Sigma-Aldrich (St Louis, Missouri, EUA). Soluções padrões com concentrações de
1, 10, 20, 40, 50 e 60 g/L foram preparadas separadamente com ácido láctico diluído em água
deionizada levando-se em conta a pureza do padrão. As soluções padrões foram filtradas em
membranas Millipore de 0,22 m e analisadas no HPLC junto com a matéria-prima e as amostras
coletadas nos ensaios.
Conhecidas as concentrações dos padrões, construiu-se uma curva das concentrações em
função das áreas integradas dos picos dos cromatogramas, como mostra a Figura 4.2. Os
cromatogramas obtidos das amostras injetadas no HPLC tiveram seus picos integrados e o valor
de área interpolado na curva de calibração, fornecendo os valores de concentração do ácido
láctico.
Figura 4.2: Curva de calibração para a determinação da concentração de ácido láctico.
A conversão das concentrações de ácido láctico (g de ácido láctico/ L de solução) para
pureza de ácido láctico (g de ácido láctico/ g de solução) pode ser feita conhecendo-se a
y = 7,07006E-04x + 3,88507E-01 R² = 9,99874E-01
0
10
20
30
40
50
60
70
0 20000 40000 60000 80000 100000
Co
nce
ntr
ação
(g
de
áci
do
láct
ico
/L d
e s
olu
ção
)
Área (mAU*s)
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densidade da solução. Como a densidade da solução varia com a concentração de ácido láctico na
solução e com a temperatura, preferiu-se por simplicidade construir curvas de calibração da
pureza de ácido láctico. Assim, a pureza de ácido láctico das correntes de destilado, resíduos e
leves poderiam ser obtidas diretamente.
As purezas de ácido láctico (g de ácido láctico/ g de solução) foram determinadas através
da curva de calibração construída com soluções padrões DL-ácido láctico de pureza 90%
adquirido da Sigma-Aldrich (St Louis, Missouri, EUA). Soluções padrões com teores mássicos
de ácido láctico na faixa de 1,1% a 90% foram preparadas separadamente com ácido láctico
diluído em água deionizada, levando-se em conta a pureza do padrão. O procedimento de
filtração, análise em HPLC e construção da curva foi à mesma adotada na curva para a
determinação da concentração de ácido láctico. A diferença é que, nesse caso, a curva foi
construída em função da pureza de ácido láctico.
A curva da pureza de ácido láctico em função das áreas integradas dos picos dos
cromatogramas é mostrada na Figura 4.3. Os cromatogramas obtidos das amostras injetadas no
HPLC tiveram seus picos integrados e foram interpoladas na curva de calibração, fornecendo os
valores de pureza do ácido láctico.
Figura 4.3: Curva de calibração para a determinação da pureza de ácido láctico (g de ácido
láctico/g de solução).
y = 7,72175E-07x + 1,74447E-02 R² = 9,97472E-01
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
0,0E+00 2,0E+05 4,0E+05 6,0E+05 8,0E+05 1,0E+06 1,2E+06
Pu
reza
de
áci
do
láct
ico
(%
)
Área (mAU*s)
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4.3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.3.1. BALANÇO DE MASSA GLOBAL
A Tabela 4.2 e Tabela 4.3 mostram os resultados experimentais das massas utilizadas na
alimentação (m inicial), as massas dos destilados (m destilado), resíduos (m resíduos) e leves (m
leves) coletadas após a evaporação, a massa final (m final), o desvio entre a massa final e a massa
inicial para os ensaios com a solução sintética concentrada e diluída. A massa final foi definida
segundo a equação 4.1 e o erro percentual relativo foi definido segundo a equação 4.2.
levesmresíduomdestiladomfinalm (4.1)
na qual m destilado é a massa do destilado (g), m resíduo é a massa de resíduo (g), m leves é a
massa de leves (g) e m final é a soma das massas de destilado, resíduo e leves após a evaporação
(g).
100(%)
inicialm
inicialmfinalmErro (4.2)
onde, m inicial é a massa inicial (g).
Tabela 4.2: Dados experimentais das massas de alimentação (m inicial), de destilado (m
destilado), resíduo (m resíduo), leves (m leves), massa final (m final) e erro percentual relativo
para a solução sintética concentrada (30%).
Tevap(°C) m inicial
(g)
m destilado
(g)
m resíduo
(g)
m leves
(g)
m final
(g)
Erro
(%)
30 40,83 1,54 23,67 15,10 40,31 1,27
40,63 1,19 22,12 16,21 39,52 2,73
40
40,80 0,53 20,51 19,08 40,12 1,67
40,61 0,45 20,11 19,50 40,06 1,35
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Tevap(°C) m inicial
(g)
m destilado
(g)
m resíduo
(g)
m leves
(g)
m final
(g)
Erro
(%)
50 40,27 0,92 17,51 20,48 38,91 3,38
40,01 0,83 17,73 22,79 41,35 3,35
60 40,32 1,59 16,79 20,32 38,70 4,02
40,20 3,51 16,51 20,61 40,63 1,07
70
40,77 2,40 18,26 19,02 39,68 2,67
40,28 2,24 19,66 14,34 36,24 10,03
40,61 1,79 17,76 21,17 40,72 0,27
80 40,18 2,85 18,28 17,07 38,20 4,93
40,24 2,25 19,82 16,72 38,79 3,60
100 40,93 4,10 14,35 21,49 39,94 2,42
40,47 3,95 15,43 13,08 32,46 19,79
120 40,43 4,14 15,31 19,68 39,13 3,22
40,08 4,88 15,97 20,59 41,44 3,39
130
40,17 4,76 12,95 18,99 36,70 8,64
40,09 4,72 13,61 20,27 38,60 3,72
40,07 5,57 11,86 20,63 38,06 5,02
140
40,58 6,91 9,42 23,87 40,20 0,94
40,18 5,76 11,75 21,26 38,77 3,51
40,20 6,25 10,53 21,44 38,22 4,93
150 40,58 5,27 8,73 22,37 36,37 10,37
40,32 4,65 9,15 19,86 33,66 16,52
160 40,17 5,79 9,28 22,06 37,13 7,57
40,09 6,03 7,27 23,95 37,25 7,08
170 40,21 5,90 4,90 24,38 35,18 12,51
40,75 6,47 5,84 22,24 34,55 15,21
Tevap= temperatura do evaporador
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Tabela 4.3: Dados experimentais das massas de alimentação (m inicial), de destilado (m
destilado), resíduo (m resíduo), leves (m leves), massa final (m final) e erro percentual relativo
para a solução sintética diluída (3%).
Tevap(°C) m inicial
(g)
m destilado
(g)
m resíduo
(g)
m leves
(g)
m final
(g)
Erro
(%)
30 40,87 0,98 26,82 7,96 35,76 12,50
40,76 0,61 26,36 10,64 37,61 7,73
40 40,06 0,67 25,44 9,70 35,81 10,61
40,32 2,43 28,26 5,66 36,35 9,85
50 40,08 2,53 27,51 5,85 35,89 10,45
40,58 5,43 27,58 3,42 36,43 10,23
60 40,39 3,01 25,31 1,81 30,13 25,40
40,18 1,72 25,64 5,15 32,51 19,09
70
40,19 2,77 25,50 11,94 40,21 0,05
40,43 3,06 25,69 9,05 37,80 6,51
40,21 3,89 23,70 11,44 39,03 2,93
80 40,10 0,71 22,50 10,33 33,54 16,36
40,27 0,76 25,06 12,12 37,94 5,79
90 40,62 3,24 24,94 6,34 34,52 15,02
40,88 5,99 24,53 5,94 36,46 10,81
100
40,20 2,02 23,07 14,87 39,96 0,60
40,38 0,77 22,09 15,01 37,87 6,22
40,41 3,63 21,79 14,93 40,35 0,15
110 40,71 2,33 26,37 6,80 35,50 12,80
40,97 5,35 28,54 5,09 38,98 4,86
120
40,17 7,78 22,10 6,47 36,35 9,51
40,58 3,53 21,24 12,86 37,63 7,27
40,01 5,62 21,77 10,27 37,66 5,87
130 40,08 3,39 27,77 7,63 38,79 3,33
40,28 4,70 27,42 6,28 38,40 4,67
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Tevap(°C) m inicial
(g)
m destilado
(g)
m resíduo
(g)
m leves
(g)
m final
(g)
Erro
(%)
140 40,06 17,19 19,87 1,83 38,89 2,92
40,24 9,53 20,99 7,92 38,44 4,47
150 40,34 21,05 14,19 4,23 39,47 2,16
40,32 13,20 19,87 6,05 39,12 2,98
160
40,38 18,36 14,95 1,89 35,20 12,83
40,29 16,45 15,61 3,79 35,85 11,02
40,32 19,25 16,31 4,01 39,57 1,86
170 40,46 18,06 15,96 4,67 38,69 4,37
40,14 21,81 14,54 3,31 39,66 1,20
Tevap= temperatura do evaporador
Observou-se que, em todos os ensaios, a massa final coletada após a evaporação foi
ligeiramente diferente da massa inicial utilizada nos ensaios, sendo que os desvios apresentados
foram inferiores a 15% na maioria dos ensaios realizados (aproximadamente 92% dos ensaios).
Isso ocorreu devido ao acúmulo de massa em possíveis pontos do sistema evaporativo: na
mangueira de alimentação, nas conexões de vidro (da alimentação ao destilador, do destilador ao
condensador externo e do condensador externo ao trap), nas serpentinas do condensador externo
e no trap. Considerando esses inúmeros pontos possíveis de acúmulo de massa, desvios inferiores
a 15% são considerados aceitáveis.
4.3.2. ANÁLISE EM FUNÇÃO DA PORCENTAGEM DE DESTILADO, RESÍDUO E
LEVES
A porcentagem de destilado, resíduo e leves é mostrado na Figura 4.4 e na Figura 4.5,
para a solução sintética concentrada e para a solução sintética diluída, respectivamente. A
porcentagem de destilado, resíduo ou leves foi definida segundo a equação 4.3. As curvas foram
construídas com os valores médios obtidos nos ensaios conforme dados do Apêndice B.
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100(%),
final
levesoudestiladoresíduo
m
mmPorcentage
(4.3)
onde, mresíduo, destilado ou leves é a massa do resíduo, destilado ou leves (g) e mfinal é a soma das massas
de resíduo, destilado e leves após a evaporação (g).
Como esperado, maiores temperaturas geraram maiores quantidades de destilado, com
pequenas oscilações em ambos os ensaios, solução sintética concentrada e diluída, decorrentes de
erros experimentais. Para o ensaio utilizando a solução sintética diluída, observa-se que após 130
°C a porcentagem de destilado teve um aumento substancial, de aproximadamente 10% para até
50%. Para o ensaio utilizando a solução sintética concentrada, observou-se também uma
tendência de aumento, sendo que a máxima porcentagem obtida foi de 17,75% a 170 °C. Esses
comportamentos eram esperados, pois o aumento de temperatura favorece também o aumento da
velocidade de evaporação (Chen et al, 2012).
A porcentagem de resíduo diminuiu com o aumento da temperatura, pois o aumento da
temperatura favorece a evaporação de uma quantidade maior de material para outras correntes.
Nos ensaios com a solução sintética concentrada houve um aumento da porcentagem de leves, e
para o ensaio com a solução sintética diluída, houve um aumento da porcentagem de destilado.
Essa diferença de comportamento ocorreu devido à diferença de composição da solução de
alimentação, fator que tem influência na composição das correntes após o processo de separação.
A máxima porcentagem de resíduo para a solução sintética concentrada foi de 57,35% a 30 °C e
para a solução sintética diluída foi de 81,44% a 60 °C.
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ÁGUA:ÁCIDO LÁCTICO POR MEIO DE UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 110
Figura 4.4: Porcentagem de destilado, resíduo e leves em função da temperatura do evaporador
para a solução sintética de alimentação concentrada.
Figura 4.5: Porcentagem de destilado, resíduo e leves em função da temperatura do evaporador
para a solução sintética de alimentação diluída.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
30 50 70 90 110 130 150 170
Po
rce
nta
gem
(%
)
T evaporador (°C)
Destilado Resíduo Leves
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
30 50 70 90 110 130 150 170
Po
rce
nta
gem
(%
)
T evaporador (°C)
Destilado Resíduo Leves
CAPÍTULO 4- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DE UMA MISTURA SINTÉTICA
ÁGUA:ÁCIDO LÁCTICO POR MEIO DE UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 111
A porcentagem de leves para a solução sintética concentrada variou de 39 a 67%,
aproximadamente, e para a solução sintética diluída, variou de 9 a 38%, aproximadamente.
Maiores desvios de comportamento foram observados para a solução sintética diluída. A presença
de uma maior quantidade de água na solução sintética diluída favoreceu a migração de material
tanto para o destilado quanto para a corrente de leves, gerando maiores erros nas correntes,
quando comparado com os ensaios para a solução sintética concentrada.
4.3.3. ANÁLISE EM FUNÇÃO DA PUREZA DE ÁCIDO LÁCTICO
4.3.3.1. SOLUÇÃO SINTÉTICA CONCENTRADA
Os cromatogramas das correntes de resíduo, destilado e leves para o ensaio a 50 °C estão
mostrados na Figura 4.6. Observou-se que, neste ensaio, maiores concentrações de ácido láctico
foram obtidas na corrente de resíduo devido ao aumento da intensidade do pico referente à
presença de ácido láctico (12,3 min), uma vez que as amostras foram preparadas
aproximadamente na mesma diluição para análise em HPLC. Estes resultados evidenciam a
concentração de ácido láctico no resíduo nas condições do ensaio a 50 °C. O mesmo
comportamento foi observado nos ensaios com temperaturas inferiores a 150 °C. A 110 e a 120
°C a concentração de ácido láctico no destilado e no resíduo foi praticamente igual. Acima de
150 °C, maiores concentrações de ácido láctico foram obtidas na corrente de destilado, devido ao
aumento da intensidade de pico referente à presença de ácido láctico.
CAPÍTULO 4- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DE UMA MISTURA SINTÉTICA
ÁGUA:ÁCIDO LÁCTICO POR MEIO DE UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 112
Figura 4.6: Perfis cromatográficos da corrente de leves, destilado e resíduo do ensaio a 50 °C.
Legenda: (a) ácido láctico e (b) lactídeos.
A Figura 4.7 mostra a pureza de ácido láctico nas correntes de resíduo, destilado e leves
em função das temperaturas estudadas e a Tabela 4.4 mostra as concentrações (g/L) de ácido
láctico nas correntes de resíduo, destilado e leves e os respectivos desvios padrão (s) calculados
segundo a equação 4.4:
CAPÍTULO 4- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DE UMA MISTURA SINTÉTICA
ÁGUA:ÁCIDO LÁCTICO POR MEIO DE UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 113
m
m
m
mm s
s
1
1
2
(4.4)
onde m é o número de ensaios, m é o número de graus de liberdade (número de réplicas - 1) e
2
ms é a variância de cada ensaio.
Figura 4.7: Pureza de ácido láctico nas correntes de destilado, leves e resíduo em função da
temperatura para a solução sintética concentrada.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
30 50 70 90 110 130 150 170
Pu
reza
de
áci
do
láct
ico
(%
)
Temperatura (°C)
Destilado Leves Resíduo
CAPÍTULO 4- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DE UMA MISTURA SINTÉTICA
ÁGUA:ÁCIDO LÁCTICO POR MEIO DE UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 114
Tabela 4.4: Concentrações de ácido láctico nas correntes de resíduo, destilado e leves para a
solução sintética concentrada.
Ensaio Tevap(°C)* Concentração de
Destilado (g/L)
± 29,96 g/L
Concentração de
Resíduo (g/L)
± 35,82 g/L
Concentração de
Leves (g/L)
± 8,65 g/L
1 30 93,41 728,93 22,53
2 40 278,57 808,02 11,17
3 50 297,15 931,66 12,83
4 60 449,13 834,12 16,30
5 70 449,44 668,18 27,32
6 80 413,27 638,50 39,20
7 100 564,56 683,08 63,26
8 110 650,74 642,59 75,98
9 120 639,14 635,90 62,35
10 130 629,11 706,11 72,10
11 140 610,30 655,29 82,09
12 150 761,09 656,71 82,97
13 160 706,20 662,32 92,48
14 170 780,89 768,25 89,91
*Tevap(°C) é a temperatura do evaporador.
Houve um aumento da pureza de ácido láctico na corrente de resíduo de 30 °C a 60 °C
devido à evaporação da água. Em temperaturas maiores que 70 °C, a pureza permaneceu
praticamente constante, devido à evaporação de água e ácido láctico para as correntes de
destilado e leves.
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TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 115
A máxima pureza obtida no resíduo foi de 88,3% (931,66 g/L) a 50 °C. Como a pureza
inicial da matéria-prima era de 36,2% (330,86 g/L), concentrou-se a solução em 2,4 vezes em
termos de pureza (2,82 vezes em g/L).
A partir de 40 °C, observou-se que o ácido láctico migrou para a corrente de destilado, e a
partir de 110 °C a concentração de ácido láctico no destilado foi semelhante à encontrada na
corrente de resíduo. A máxima pureza de ácido láctico obtida no destilado foi de 82,18% (780,89
g/L) a 170 °C, concentrando a solução em 2,27 vezes em termos de pureza (2,36 vezes em g/L).
Sob as condições operacionais estudadas nessa etapa, é mais interessante obter ácido
láctico na corrente de resíduo do que na corrente de destilado, pela utilização de menor
temperatura do evaporador para se atingir níveis de concentração semelhantes.
A pureza de ácido láctico nos leves aumentou com o aumento da temperatura, pois
maiores temperaturas favorecem a evaporação do ácido láctico para outras correntes. A maior
pureza de ácido láctico nos leves foi de 11,8% (92,48 g/L) a 160 °C.
Os resultados obtidos nesses ensaios preliminares são promissores, pois com apenas uma
etapa de evaporação e baixa temperatura (50 °C), comparada com a utilizada em processos de
destilação convencionais, conseguiu-se concentrar a solução sintética próxima à concentração do
padrão comercial de ácido láctico 85%.
4.3.3.2. SOLUÇÃO SINTÉTICA DILUÍDA
Os cromatogramas das correntes de resíduo, destilado e leves para o ensaio a 80 °C estão
mostrados na Figura 4.8. Observou-se que, neste ensaio, maiores concentrações de ácido láctico
foram obtidas na corrente de destilado. O mesmo comportamento foi observado nos ensaios a 60
°C e de 90 a 140 °C. A 150 °C a concentração de ácido láctico no destilado e no resíduo foi
praticamente igual.
CAPÍTULO 4- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DE UMA MISTURA SINTÉTICA
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TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 116
Figura 4.8: Perfis cromatográficos da corrente de leves, resíduo e destilado do ensaio a 80 °C.
Legenda: (a) ácido láctico e (b) lactídeos.
CAPÍTULO 4- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DE UMA MISTURA SINTÉTICA
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TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 117
Nos ensaios restantes (30, 40, 50, 70, 160 e 170 °C) maiores concentrações de ácido
láctico foram obtidas na corrente de resíduo, devido ao aumento da intensidade de pico referente
à presença de ácido láctico.
A Figura 4.9 mostra a pureza de ácido láctico nas correntes de resíduo, destilado e leves
em função das temperaturas estudadas e a Tabela 4.5 mostra as concentrações (g/L) de ácido
láctico nas correntes de resíduo, destilado e leves e os desvios padrões calculados pela equação
4.4.
Figura 4.9: Pureza de ácido láctico nas correntes de destilado, leves e resíduo em função da
temperatura para a solução sintética diluída.
A pureza de ácido láctico na corrente de destilado apresentou um acentuado aumento de
30 °C a 80 °C, pelo fato da temperatura favorecer a taxa de evaporação (Chen et al., 2012).
Entretanto, a partir de 90 °C ou temperaturas superiores, a pureza de ácido láctico na corrente de
destilado apresentou um declínio, pois tanto os componentes mais voláteis como também os
componentes pesados evaporaram para a corrente de destilado. Portanto, na temperatura de 80
°C, obteve-se a máxima pureza de ácido láctico de 7,13% (49,74 g/L), concentrando a solução
em 2,15 vezes, quando comparada com a concentração inicial da matéria-prima de 3,32% (24,26
g/L).
0%
1%
2%
3%
4%
5%
6%
7%
8%
30 50 70 90 110 130 150 170
Pu
reza
de
áci
do
láct
ico
(%
)
Temperatura (°C)
Destilado Leves Resíduo
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ÁGUA:ÁCIDO LÁCTICO POR MEIO DE UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 118
A pureza de ácido láctico no resíduo manteve-se praticamente constante de 30 °C a 170
°C. A máxima pureza obtida foi de 4,96% (29,79 g/L) a 160 °C. O processo de evaporação foi
responsável pela produção de uma solução 1,49 vezes mais concentrada.
A pureza de ácido láctico nos leves apresentou comportamento semelhante à corrente de
resíduo. A máxima concentração obtida foi de 3,68% (18,11 g/L) a 160 °C.
Em geral, os resultados obtidos nesses ensaios preliminares são promissores, pois com
apenas uma etapa de evaporação e baixa temperatura (80 °C) conseguiu-se dobrar a concentração
de ácido láctico na corrente de destilado.
Tabela 4.5: Concentrações de ácido láctico nas correntes de resíduo, destilado e leves para a
solução sintética diluída.
Ensaio Tevap(°C)* Concentração de
Destilado (g/L)
±8,80
Concentração de
Resíduo (g/L)
±2,82
Concentração de
Leves (g/L)
±2,49
1 30 7,83±2,78 26,53 13,30
2 40 23,67 28,04 12,19
3 50 14,90 26,87 7,21
4 60 44,07 23,57 13,89
5 70 23,85 25,19 6,79
6 80 49,74 24,54 7,52
7 90 37,40 22,69 11,47
8 100 48,32 23,60 6,58
9 110 40,41 24,91 9,94
10 120 30,68 29,46 9,28
11 130 33,08 27,40 10,34
12 140 27,75 25,78 9,84
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ÁGUA:ÁCIDO LÁCTICO POR MEIO DE UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 119
Ensaio Tevap(°C)* Concentração de
Destilado (g/L)
±8,80
Concentração de
Resíduo (g/L)
±2,82
Concentração de
Leves (g/L)
±2,49
13 150 25,06 25,62 11,86
14 160 26,04 29,79 18,11
15 170 25,60 27,18 14,00
*Tevap(°C) é a temperatura do evaporador.
4.3.4. ANÁLISE EM FUNÇÃO DA RECUPERAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO
4.3.4.1. SOLUÇÃO SINTÉTICA CONCENTRADA
A Figura 4.10 mostra a recuperação de ácido láctico (definida segundo a equação 4.5) nas
correntes de resíduo, destilado e leves em função das temperaturas estudadas.
100
%
%(%)Re
3
1
i
ii
ii
ALm
ALmc (4.5)
onde, i=resíduo (1) ou destilado (2) ou leves (3), m é a massa de resíduo, destilado ou leves (g) e
%AL é o teor de ácido láctico no resíduo, destilado ou leves.
Com relação à recuperação de ácido láctico no resíduo, observou-se uma diminuição com
o aumento da temperatura, pois o uso de temperaturas maiores favoreceu a volatilização de um
maior número de moléculas de ácido láctico tanto para a corrente de destilado, quanto para a
corrente de leves, conforme observado pelo aumento da recuperação nestas duas correntes
(Figura 4.10).
CAPÍTULO 4- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DE UMA MISTURA SINTÉTICA
ÁGUA:ÁCIDO LÁCTICO POR MEIO DE UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 120
A concentração de ácido láctico obtida no resíduo (88,3% a 50 °C) foi ligeiramente
superior à corrente de destilado mais concentrada (82,2% a 170 °C). Nestes casos, enquanto a
recuperação de ácido láctico no resíduo foi de aproximadamente 94%, no caso do destilado foi de
aproximadamente 40%. Além da maior recuperação obtida na corrente de resíduo, a temperatura
utilizada foi menor, o que é benéfico do ponto de vista de gasto energético na evaporação.
Uma estratégia para aliar elevada recuperação e aumentar a concentração de ácido láctico
seria trabalhar com temperaturas mais brandas e fazer uma evaporação de múltiplos efeitos na
corrente de resíduo.
Figura 4.10: Recuperação de ácido láctico em função da temperatura para a solução sintética
concentrada.
4.3.4.2. SOLUÇÃO SINTÉTICA DILUÍDA
A Figura 4.11 mostra a recuperação de ácido láctico, calculada segundo a equação 4.5,
nas correntes de resíduo, destilado e leves em função da temperatura do evaporador.
Observou-se que a recuperação de ácido láctico na corrente de resíduo diminuiu com o
aumento de temperatura, como observado também para a solução concentrada. A recuperação de
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
30 50 70 90 110 130 150 170
Re
cup
era
ção
(%
)
Temperatura (°C)
Destilado Leves Resíduo
CAPÍTULO 4- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DE UMA MISTURA SINTÉTICA
ÁGUA:ÁCIDO LÁCTICO POR MEIO DE UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 121
ácido láctico na corrente de leves teve uma pequena variação nos ensaios, mantendo-se sempre
inferior a 25%.
A maior pureza de ácido láctico foi obtida no destilado (7,13% a 80 °C) e a recuperação
nesta corrente foi bem inferior à corrente de resíduo mais concentrada (4,96% a 160 °C). Nestes
casos, enquanto a recuperação de ácido láctico no destilado foi de aproximadamente 3,8%, no
resíduo foi de aproximadamente 45%. Nesse caso, uma estratégia para aliar elevada recuperação
e aumentar a concentração de ácido láctico seria fazer uma destilação molecular de múltiplos
efeitos na corrente de resíduo e trabalhar com temperaturas mais altas.
Figura 4.11: Recuperação de ácido láctico em função da temperatura para a solução sintética
diluída.
4.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O principal objetivo deste capítulo foi realizar uma avaliação inicial sobre a viabilidade
técnica de separar o ácido láctico em um sistema evaporativo híbrido a partir de uma mistura
sintética água: ácido láctico concentrada e diluída. Para isso, estudou-se a influência da variação
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
30 50 70 90 110 130 150 170
Re
cup
era
ção
(%
)
Temperatura (°C)
Destilado Leves Resíduo
CAPÍTULO 4- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DE UMA MISTURA SINTÉTICA
ÁGUA:ÁCIDO LÁCTICO POR MEIO DE UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 122
da temperatura do evaporador, de 30 a 170 °C, mantendo-se os outros parâmetros operacionais
fixos (vazão de 8 mL/min, 750 rpm de agitação e pressão de 1 kPa).
Os resultados experimentais mostraram que foi possível concentrar o ácido láctico
utilizando diferentes concentrações de alimentação. Para os ensaios utilizando a solução sintética
concentrada, concentrou-se o ácido láctico no resíduo em aproximadamente 2,4 vezes, em termos
de pureza, com uma recuperação de 94% utilizando baixa temperatura (50 °C) quando comparada
ao processo de destilação convencional.
Para os ensaios utilizando a solução sintética diluída, concentrou-se o ácido láctico em
aproximadamente 1,49 vezes (em termos de pureza) na corrente de resíduo, com uma
recuperação de 45% utilizando a temperatura de 160 °C e concentrou-se o ácido láctico em
aproximadamente 2,15 vezes (em termos de pureza) na corrente de destilado, com uma
recuperação de 3,8% utilizando a temperatura de 80 °C.
Os principais resultados estão sumarizados na Tabela 4.6. Esses resultados mostraram que
realizar a concentração do ácido láctico utilizando o sistema evaporativo híbrido é viável
tecnicamente, e é vantajoso, pois com a utilização de baixa temperatura, 50 °C e 80 °C, utilizando
solução sintética concentrada e diluída, respectivamente, evita-se a decomposição do ácido
láctico e economiza-se energia com o evaporador.
Tabela 4.6: Principais resultados obtidos nos ensaios com solução sintética concentrada e diluída
no sistema evaporativo.
PMP (%) PR (%) PD (%) PL (%) NCR NCD
36,20
88,3
(50 °C, Rec 94%)
82,18
(170 °C, Rec 40%)
11,80
(160 °C) 2,4 2,27
3,32 4,96
(160 °C, Rec 45%)
7,13
(80 °C, Rec 3,8%)
3,68
(160 °C)
1,49 2,15
PMP= Pureza inicial da matéria-prima (%), PR= Pureza Resíduo (%), PD= Pureza Destilado (%),
PL= Pureza Leves (%), NCR= N° de vezes que concentrou no Resíduo, NCD= N° de vezes que
concentrou no Destilado.
CAPÍTULO 5
PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR
DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE UM
SISTEMA EVAPORATIVO
CAPÍTULO 5
5. PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO
POR MEIO DE UM SISTEMA EVAPORATIVO
Neste capítulo são apresentados os resultados do processo de separação do ácido láctico
em um sistema evaporativo utilizando-se o vinho da fermentação. A avaliação e a otimização do
processo foram realizadas utilizando o método da superfície de resposta (MSR) por meio de
planejamentos fatoriais completos de dois níveis com repetições no ponto central. Os fatores
estudados foram: vazão de alimentação, agitação, temperatura do condensador interno e
temperatura do evaporador, e as respostas: concentração de ácido láctico, recuperação e a
porcentagem nas correntes de destilado e resíduo.
5.1. INTRODUÇÃO
O desenvolvimento de um método eficaz de separação e purificação do ácido láctico
produzido por via fermentativa é de extrema importância para estabelecer a viabilidade
econômica do processo. A utilização do sistema híbrido de evaporação tem potencialidade de
aplicação para a separação e purificação de moléculas termicamente sensíveis, como o ácido
láctico produzido por via fermentativa.
A viabilidade técnica inicial do sistema evaporativo híbrido já foi realizada estudando
primeiramente a concentração de ácido láctico a partir de uma mistura sintética água: ácido
láctico comercial. Os resultados mostraram que realizar a concentração do ácido láctico
utilizando o sistema evaporativo híbrido é viável tecnicamente e é vantajoso.
Nessa etapa do trabalho, foi realizada a avaliação e otimização do processo utilizando
como matéria-prima o vinho fermentado. Para isso, foram realizados planejamentos fatoriais e o
método da superfície de resposta.
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 125
5.2. MATERIAIS E MÉTODOS
5.2.1. PREPARAÇÃO DA MATÉRIA-PRIMA: FERMENTAÇÃO DO MELAÇO DE
CANA-DE-AÇÚCAR POR CEPAS BACTERIANAS
Os experimentos para a produção de ácido láctico a partir do melaço de cana-de-açúcar
foram realizados seguindo os protocolos desenvolvidos pelos pesquisadores Bruna Torres da
Silva e John Hervin Bermúdez Jaimes no Laboratório de Otimização, Projeto e Controle
Avançado (LOPCA) da FEQ/UNICAMP.
A fonte de carbono utilizada para a produção de ácido láctico foi o melaço de cana-de-
açúcar, não hidrolisado, obtido da Usina Costa Pinto e a fonte de nitrogênio e de vitaminas foi o
extrato de levedura. As três cepas bacterianas utilizadas na fermentação foram: Lactobacillus
delbrueckii, Lactobacillus plantarum e Leuconostoc mesenteroide obtidos da Fundação Tropical
de Pesquisa e Tecnologia André Tosello (Campinas, São Paulo).
As colônias foram recebidas em tubos de ensaio, em meio MRS (Man-Rogosa-Sharpe)
ágar. O MRS ágar é preparado de acordo com as fórmulas de De Man, Rogosa e Sharpe (De Man
et al., 1960). É recomendado para cultivo, enriquecimento e isolamento de Lactobacillus spp.
(Kasvi, 2015).
Uma alíquota de cada colônia foi transferida a novos meios MRS ágar da marca Himédia
e mantidas por 48 horas em suas respectivas temperaturas de crescimento na estufa
microprocessada de cultura e bacteriologia da marca Quimis, modelo Q316M5. A Fundação
André Tosello recomenda as temperaturas de crescimento de 28 °C, para a Lactobacillus
plantarum, 37 °C para a Lactobacillus delbrueckii e 26 °C para a Leuconostoc mesenteroides.
Após esse tempo, uma pequena quantidade foi inoculada em tubos contendo 11 mL de
meio MRS líquido, que foram mantidos por 48 horas na estufa microprocessada nas mesmas
condições de crescimento. Posteriormente, 5 mL dessa solução foram transferidos para
erlenmeyers de 125 mL com 45 mL de meio MRS caldo e mantidos por mais 48 horas na estufa
microprocessada em suas respectivas temperaturas de crescimento. Todo o conteúdo, 50 mL da
etapa anterior, foi transferido para erlenmeyers de 1 L com 450 mL de meio MRS líquido. Os 500
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 126
mL foram mantidos em shaker a 150 rpm, por 30 horas nas temperaturas de crescimento de cada
bactéria, para compor o inóculo da fermentação. As inoculações foram realizadas na câmara de
fluxo laminar, marca Pachane, modelo PA-050 com os devidos cuidados para evitar a
contaminação. Todos os meios de cultivo foram esterilizados em autoclave vertical da marca
Phoenix Luferco, modelo AV-50 Plus, a 121 0C durante 15 minutos.
As melhores condições de fermentação para cada bactéria, a saber: temperatura,
concentração de sacarose e concentração de extrato de levedura, foram estabelecidas em estudos
preliminares em mesa agitadora, desenvolvidos pelos pesquisadores Bruna Torres da Silva e John
Hervin Bermúdez Jaimes. Os resultados obtidos foram utilizados nesse trabalho.
Após a etapa de shaker, estudos no fermentador New Brunswick, modelo BioFlo 415,
com capacidade total de 7000 mL, foram realizados para cada cepa bacteriana. O biorreator
consiste de um vaso em aço inox montado sobre uma base de controle que permite controlar
algumas variáveis do processo, como temperatura, pH, turbidez, CO2 e agitação. As condições
utilizadas nas fermentações são mostradas na Tabela 5.1.
Tabela 5.1: Condições utilizadas nos ensaios de fermentação para as três cepas bacterianas.
Composição do meio Fermentador
Microrganismo Extrato de
levedura (g/L)
Sacarose no
melaço (g/L)
Temperatura
(°C)
Agitação
(rpm)
pH
Lactobacillus plantarum 2 32,88 37 200 5
Lactobacillus delbrueckii 2 32,88 40 200 5
Leuconostoc mesenteroides 2 32,88 32 200 5
O inóculo correspondia a 10% do volume total de fermentação, que foi estabelecido como
sendo de 3000 mL. A rotação foi mantida em 200 rpm e o tempo de fermentação variou de 30 a
50 horas de processo, dependendo do comportamento da bactéria. Dois pulsos de melaço de
cana-de-açúcar foram dados durante o processo, com a intenção de manter uma boa concentração
de sacarose no meio. Para o controle de pH em 5,0, foi usada uma solução de NaOH 4 M.
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UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 127
O caldo final da fermentação foi filtrado a vácuo e, em seguida, centrifugado (para a
remoção da biomassa) na centrífuga da marca Ependorf, modelo 5810 R, a 5000 rpm durante 15
minutos e temperatura ambiente, dando origem ao chamado vinho, que foi utilizado nos ensaios
no sistema evaporativo. A concentração de ácido láctico no vinho variou de 40 a 50 g/L
dependendo do microrganismo utilizado.
A fermentação foi realizada com controle de pH, através da adição de hidróxido de sódio,
resultando em um vinho com sal de lactato de pH 5,0. Ensaios no sistema evaporativo foram
conduzidos com esse vinho e com o vinho acidificado em pH 2,8. Para acidificar o vinho da
fermentação foi utilizado o catalisador heterogêneo catiônico Amberlyst 15, que faria a troca de
H+ pelo cátion Na
+ presente no sal de lactato. Para 4 mL de vinho de fermentação foram
utilizados 1 g de resina catiônica para ajustar o pH 5,0 para 2,8 (Lunelli, 2010) sob agitação
magnética. A solução composta pelo vinho e catalisador foi filtrada a vácuo para a recuperação
do catalisador e o filtrado foi utilizado nos ensaios no sistema evaporativo.
5.2.2. PROCESSO DE CONCENTRAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
Os ensaios no sistema evaporativo, descrito no item 4.2.2.1, foram conduzidos conforme a
descrição dada no item 4.2.2.3 utilizando como matéria-prima de alimentação o vinho da
fermentação. Ensaios preliminares foram realizados variando a temperatura do evaporador e
mantendo os outros parâmetros operacionais fixos (vazão de alimentação, velocidade de agitação,
pressão, temperatura do condensador interno e temperatura do condensador externo). A
temperatura do evaporador é a variável que mais influencia no processo de separação, por isso foi
variada inicialmente para determinar a região de trabalho do planejamento fatorial.
Esses ensaios foram realizados anteriormente para a solução sintética de água: ácido
láctico e foram repetidos para o vinho da fermentação, utilizando-se as mesmas condições
operacionais.
O vinho de fermentação possui uma composição diferente da solução sintética água: ácido
láctico, apresentando outros componentes além do ácido láctico, como sacarose, glicose, frutose,
fosfatos etc, residuais do processo de fermentação. Por isso, espera-se que a composição das
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UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 128
correntes de destilado, resíduo e leves sejam diferentes para os ensaios com solução sintética e
com vinho da fermentação, para a mesma temperatura de evaporação estudada.
Os ensaios foram realizados, no mínimo em duplicatas, conforme as condições
operacionais mostradas na Tabela 5.2. As massas de destilado, resíduo e leves foram coletadas e
submetidas a análises em HPLC para a quantificação de ácido láctico.
Tabela 5.2: Condições operacionais utilizadas nos ensaios com vinho da fermentação.
Vazão (mL/min) 8
Temperatura da solução de alimentação (°C) Ambiente
Teor de ácido láctico no vinho de alimentação (% massa) 4,71
Concentração de ácido láctico (g/L) 42,83
Velocidade de agitação (rpm) 750
Pressão (mbar) 10
Temperatura do condensador interno (°C) 10
Temperatura do condensador externo (°C) -5
Temperatura do evaporador (°C) 30-170
5.2.3. QUANTIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO E CARACTERIZAÇÃO DO VINHO
A matéria-prima de alimentação, no caso o vinho da fermentação, e as amostras coletadas
após a evaporação, foram filtradas, devidamente diluídas e analisadas no HPLC para a
quantificação do ácido láctico segundo a metodologia descrita no item 4.2.3. As curvas de
calibração para a obtenção das concentrações de ácido láctico (g de ácido láctico/L de solução) e
frações mássicas de ácido láctico (g de ácido láctico/ g de solução) foram novamente construídas
segundo o item 4.2.3.
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 129
5.2.4. OTIMIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES OPERACIONAIS PARA CONCENTRAÇÃO
DO ÁCIDO LÁCTICO
As condições operacionais para a concentração do ácido láctico foram otimizadas
utilizando o método da superfície de resposta (MSR). Para isso, foram realizados planejamentos
fatoriais completos de dois níveis com ponto central utilizando o software Statistica®. Os fatores
estudados foram: vazão de alimentação, agitação, temperatura do condensador interno e
temperatura do evaporador e a resposta foi a concentração de ácido láctico.
5.3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.3.1. CARACTERIZAÇÃO DO VINHO
O ácido láctico produzido na fermentação é mostrado na Figura 5.1. Apesar do ácido
láctico possuir cor transparente ou amarelada, o vinho de fermentação apresenta uma coloração
mais escura. Isso ocorre devido aos açúcares residuais do melaço utilizado na fermentação.
Figura 5.1: Ácido láctico produzido por fermentação.
A concentração de ácido láctico foi quantificada por análise em HPLC (detector
ultravioleta UV/vis) e o cromatograma obtido é mostrado na Figura 5.2.
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 130
Os picos foram identificados como sacarose (7,619 min), glicose (8,709 min), frutose
(9,593 min) e ácido láctico (12,686 min). Para a quantificação da sacarose, glicose e frutose
foram necessárias análises utilizando detector de índice de refração (RI).
A concentração de ácido láctico utilizado nos ensaios com vinho em pH 5,0 e em pH 2,8
era de 42,83 g/L e 51,59 g/L, respectivamente. As diferentes concentrações de ácido láctico
podem ser explicadas devido à utilização de vinho proveniente de bateladas diferentes de
fermentação.
Figura 5.2: Perfil cromatográfico do vinho de fermentação em HPLC. Legenda: sacarose (7,619
min), glicose (8,709 min), frutose (9,593 min), ácido láctico (12,686 min).
5.3.2. ENSAIOS PRELIMINARES
O vinho da fermentação foi alimentado no sistema de evaporação, obtendo-se no final do
processo de separação 03 correntes: resíduo, destilado e leves. As massas das correntes foram
medidas e calculadas as suas respectivas frações mássicas e concentrações.
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
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TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 131
5.3.2.1. BALANÇO DE MASSA GLOBAL
A Tabela 5.3 e a Tabela 5.4 mostram os resultados experimentais das massas utilizadas na
alimentação (m inicial), as massas dos destilados (m destilado), resíduos (m resíduos) e leves (m
leves) coletadas após a evaporação e a massa do trap (m trap), para o vinho de fermentação de
pH 5,0 e pH 2,8. A massa do trap foi definida segundo a equação 5.1.
levesmresíduomdestiladominicialmtrapm (5.1)
Tabela 5.3: Dados experimentais das massas de alimentação (m inicial), de destilado (m
destilado), resíduo (m resíduo), leves (m leves), massa trap (m trap) para o vinho de fermentação
em pH 5,0.
Tevap(°C) m inicial
(g)
m destilado
(g)
m resíduo
(g)
m leves
(g)
m trap(g)
30 40,05 3,88 22,18 10,73 3,26
40,01 3,72 22,50 10,07 3,72
40 40,09 2,49 13,41 20,64 3,55
40,08 2,31 14,04 18,47 5,26
50 40,02 1,93 10,50 26,67 0,92
40,00 0,16 10,84 18,51 10,49
60
40,02 3,26 12,86 18,02 5,88
40,07 2,63 9,60 23,29 4,55
40,08 1,08 12,65 23,04 3,31
70
40,11 2,57 10,72 21,97 4,85
40,10 0,63 12,46 24,16 2,85
40,09 2,32 13,35 21,74 2,68
80 40,02 0,49 13,71 23,55 2,27
40,13 - 17,89 20,43 1,81
90 40,16 2,35 5,50 28,35 3,96
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
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TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 132
Tevap(°C) m inicial
(g)
m destilado
(g)
m resíduo
(g)
m leves
(g)
m trap(g)
40,12 1,97 6,36 27,67 4,12
100 40,12 1,75 22,41 12,37 3,59
40,13 0,14 19,40 15,99 4,6
110 40,30 1,23 14,06 24,35 0,66
40,03 3,84 7,85 26,15 2,19
120 40,14 2,38 10,76 15,06 11,94
40,11 0,22 6,44 22,95 10,5
130
40,14 0,70 12,27 21,37 5,8
40,12 3,31 10,10 16,33 10,38
40,11 1,54 8,68 24,96 4,93
140 40,04 0,55 9,57 24,49 5,43
40,26 1,43 8,22 20,43 10,18
150 40,10 1,19 9,32 22,11 7,48
40,05 0,54 7,00 20,41 12,1
160 40,06 1,10 3,49 27,99 7,48
40,21 1,56 2,56 31,02 5,07
170 40,19 0,38 3,38 29,68 6,75
40,17 1,31 4,76 33,55 0,55
Tevap= temperatura do evaporador.
Tabela 5.4: Dados experimentais das massas de alimentação (m inicial), de destilado (m
destilado), resíduo (m resíduo), leves (m leves), massa trap (m trap) para o vinho de fermentação
em pH 2,8.
Tevap(°C) m inicial
(g)
m destilado
(g)
m resíduo
(g)
m leves
(g)
m trap (g)
30 40,42 3,72 23,43 8,34 4,93
40,19 0,73 20,60 15,88 2,98
40 40,13 0,19 17,67 12,60 9,67
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
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TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 133
Tevap(°C) m inicial
(g)
m destilado
(g)
m resíduo
(g)
m leves
(g)
m trap (g)
40,56 0,63 16,53 12,31 11,09
50 39,42 3,25 15,89 19,27 1,01
35,20 3,99 14,09 16,66 0,46
60 40,07 0,73 5,94 28,64 4,76
40,07 0,07 9,45 22,62 7,93
70 38,39 0,34 7,55 22,68 7,82
40,09 1,44 8,69 26,56 3,40
80 40,06 0,95 7,31 26,08 5,72
40,20 1,06 3,94 25,38 9,82
90 39,62 1,55 7,65 19,11 11,31
39,79 1,20 5,38 22,86 10,35
100 40,20 2,77 3,56 24,96 8,91
40,09 3,54 2,45 30,94 3,16
110 37,99 3,41 3,66 29,97 0,95
40,35 1,29 3,30 23,93 11,83
120 40,18 2,87 4,28 18,55 14,48
40,00 1,88 4,07 15,20 18,85
130 38,88 3,31 0,20 26,62 8,75
39,17 2,69 1,20 25,64 9,64
140 40,07 3,69 0,07 19,92 16,39
40,32 4,98 1,83 22,85 10,66
150 39,05 1,83 0,42 25,93 10,82
39,75 2,35 1,27 27,34 8,79
160 39,39 1,63 0,00 28,13 9,63
38,26 2,39 0,00 25,24 10,63
170 40,60 3,45 0,00 25,08 12,07
40,56 1,55 0,00 33,81 5,00
Tevap= temperatura do evaporador.
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 134
A massa do trap foi determinada pela quantidade significativa de material que migrava
para esse ponto, diferente do comportamento observado com a utilização da solução sintética
água: ácido láctico. A determinação experimental da massa do trap não foi possível pela
dificuldade de retirada de material e reestabelecimento do vácuo. Dessa forma, optou-se pela
aproximação calculada pela equação 5.1. Apesar de pequenas porções de material também se
acumularem em outros pontos do sistema evaporativo como: mangueira de alimentação,
conexões de vidro (da alimentação ao destilador, do destilador ao condensador externo e do
condensador externo ao trap) e nas serpentinas do condensador externo, a maior parte do material
migrava visualmente para o trap.
5.3.2.2. ANÁLISE EM FUNÇÃO DA PORCENTAGEM DE DESTILADO,
RESÍDUO E LEVES
A porcentagem de destilado (%D), resíduo (%R) e leves (%Leves), calculada segundo a
equação 4.3, é mostrada na Figura 5.3 e Figura 5.4. A curva foi construída com os valores médios
obtidos nos ensaios conforme dados do Apêndice C.
Observou-se que maiores temperaturas geraram maiores quantidades de leves. Para os
ensaios com vinho de fermentação em pH 5,0; de 30 °C a 50 °C, o aumento foi substancial, de
aproximadamente 26% a 56%, respectivamente. De 60 °C a 140 °C, a porcentagem de leves foi
praticamente constante, com pequenas oscilações decorrentes de erros experimentais. De 150 °C
a 170 °C, a porcentagem de leves aumentou novamente de aproximadamente 53% a 79%,
respectivamente. A máxima porcentagem obtida foi de 78,68% a 170 °C. Para os ensaios com
vinho de fermentação em pH 2,8; de 30 °C a 80 °C, o aumento foi de aproximadamente 33% a
80%. De 90 °C a 120 °C, a porcentagem de leves foi constante e de 130°C a 170°C, a
porcentagem de leves aumentou novamente de 87% a 92%. A máxima porcentagem obtida foi de
92,94% a 170 °C. Observou-se que com o vinho de fermentação acidificado, maior quantidade de
material migrou para a corrente de leves.
A porcentagem de destilado para o vinho em pH 5,0 manteve-se praticamente constante
(em torno de 9% aproximadamente), sendo que a máxima porcentagem obtida foi de 9,49% a 30
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
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TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 135
°C. Para o vinho em pH 2,8, a porcentagem de destilado oscilou nos ensaios, mas sempre inferior
a 16,19% (140 °C).
A porcentagem de resíduo diminuiu com o aumento da temperatura, favorecendo a
evaporação de uma quantidade maior de material para a corrente de leves. Houve um decréscimo
substancial, para o vinho em pH 5,0, de 30 °C a 50 °C, de aproximadamente 56% a 27%,
respectivamente. De 60 °C a 140 °C, a porcentagem foi praticamente constante, 29% a 22%,
respectivamente. De 150 °C a 170 °C, houve novamente um decréscimo, de 20% a 10%. Para o
vinho acidificado, houve um decréscimo substancial de 30 °C a 60 °C, de aproximadamente 61%
a 23%. De 70 °C a 90 °C, manteve-se praticamente constante e, de 100 °C a 170 °C, houve um
decréscimo de aproximadamente 9% a 0%. Com o vinho acidificado, a partir de 130 °C, a
quantidade de resíduo produzida foi muito pequena, chegando à zero a 170 °C. Concluiu-se que
acidificar o vinho de fermentação facilita o processo de evaporação, pois a presença do sal,
(lactato de sódio) no vinho de fermentação, altera as suas propriedades coligativas causando
aumento do seu ponto de ebulição.
Figura 5.3: Porcentagem de destilado, resíduo e leves em função da temperatura do evaporador
para o vinho da fermentação em pH 5,0.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
30 50 70 90 110 130 150 170
Po
rce
nta
gem
(%
)
T evaporador (°C)
Destilado Resíduo Leves
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 136
Figura 5.4: Porcentagem de destilado, resíduo e leves em função da temperatura do evaporador
para o vinho da fermentação em pH 2,8.
5.3.2.3. ANÁLISE EM FUNÇÃO DA PUREZA DE ÁCIDO LÁCTICO
A Figura 5.5 e Figura 5.6 mostram a pureza de ácido láctico nas correntes de resíduo,
destilado e leves em função das temperaturas estudadas e a Tabela 5.5 e Tabela 5.6 mostram as
concentrações (g/L) de ácido láctico nas correntes de resíduo, destilado e leves, para o vinho de
fermentação em pH 5,0 e pH 2,8, respectivamente.
O desvio padrão foi calculado para as duplicatas de cada ensaio. Na Tabela 5.6, alguns
valores de pureza estão faltando, pois a quantidade de material resultante do processo de
separação não foi suficiente para a análise no HPLC. A ausência desses resultados não prejudicou
a interpretação da tendência da pureza do ácido láctico em função da temperatura do evaporador.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
30 50 70 90 110 130 150 170
Po
rce
nta
gem
(%
)
T evaporador (°C)
Destilado Resíduo Leves
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
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TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 137
Figura 5.5: Pureza de ácido láctico em função da temperatura do evaporador para o vinho da
fermentação de pH 5,0.
Figura 5.6: Pureza de ácido láctico em função da temperatura do evaporador para o vinho da
fermentação de pH 2,8.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
30 50 70 90 110 130 150 170
Pu
reza
de
áci
do
láct
ico
(%
)
T evaporador (°C)
Destilado Resíduo Leves
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
30 50 70 90 110 130 150 170
Pu
reza
de
áci
do
láct
ico
(%
)
T evaporador (°C)
Resíduo Destilado Leves
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TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 138
Analisando-se a Tabela 5.5, houve três aumentos substanciais da pureza de ácido láctico
na corrente de resíduo: de 30 °C a 50 °C, de 100 °C a 140 °C e um ligeiro aumento de 150 °C a
170 °C. De 60 °C a 80 °C e de 140 °C a 150 °C, a concentração de ácido láctico diminuiu.
Observou-se quatro picos de concentração de ácido láctico, a 50 °C (92,43 g/L), 90 °C (128,94
g/L), 140 °C (95,13 g/L) e 170 °C (109,89 g/L), sendo que, o segundo pico de concentração,
representa a máxima concentração global nos ensaios realizados.
Como a pureza inicial da matéria-prima era de 4,71% e a máxima pureza de ácido láctico
obtida no resíduo foi de 13,26% a 90 °C, concentrou-se a solução em 2,82 vezes em termos de
pureza.
A máxima concentração de leves foi obtida a 30 °C (2,68 g/L). Acima de 50 °C a
concentração de ácido láctico foi inferior a 2 g/L.
A concentração de ácido láctico no destilado aumentou com o aumento da temperatura,
apresentando máxima concentração a 170 °C (117,94 g/L).
O comportamento apresentado pela Figura 5.5 não era esperado, e pode ser explicado pela
presença tanto de sal de ácido láctico, formado durante a neutralização do processo de
fermentação, quanto de ácido láctico não neutralizado. Dessa forma, foi necessária a acidificação
do vinho de fermentação, garantindo-se que todo o sal de lactato fosse convertido em ácido
láctico. Esse procedimento foi adotado em todos os ensaios posteriores.
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
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TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 139
Tabela 5.5: Concentrações de ácido láctico nas correntes de resíduo, destilado e leves para o
vinho da fermentação em pH 5,0.
Ensaio Tevap(°C) Concentração de
Destilado (g/L)
Concentração de
Resíduo (g/L)
Concentração de
Leves (g/L)
1 30 0,06±0,05 42,82±0,93 2,68±1,70
2 40 0,54±0,51 66,47±0,41 1,50±0,68
3 50 1,87±0,17 92,42±11,70 1,13±0,93
4 60 5,27±4,65 77,68±13,01 1,05±0,50
5 70 1,12±1,14 75,88±17,21 1,14±0,14
6 80 0,33±0,47 48,89±6,16 0,87±0,05
7 90 9,52±6,01 128,93±14,24 0,71±0,03
8 100 1,61±2,20 42,23±1,07 0,95±0,07
9 110 24,37±12,35 54,87±17,17 0,93±0,17
10 120 38,07±28,08 66,96±7,72 1,07±0,41
11 130 70,54±25,97 76,56±11,77 1,36±0,20
12 140 91,31±51,63 95,13±26,67 1,90±0,25
13 150 37,90±13,29 80,06±8,42 1,60±0,23
14 160 86,00±51,37 95,82±6,96 0,99±0,10
15 170 117,94±15,50 109,89±1,11 0,78±0,31
Tevap= temperatura do evaporador.
Analisando-se a Tabela 5.6 para os ensaios com o vinho de fermentação em pH 2,8,
observou-se um aumento substancial da concentração de ácido láctico na corrente de resíduo de
30 °C a 100 °C e um decréscimo de 110 °C a 170 °C. Com esse resultado, foi escolhida a faixa de
temperatura de 80 °C a 120 °C para ser realizado o planejamento 24. A maior concentração obtida
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 140
foi a 100 °C (202,54 g/L ou 24,16%) e como a concentração inicial da matéria-prima era de
4,71% (42,83 g/L), concentrou-se a solução em 5,13 vezes em termos de pureza.
A concentração de ácido láctico no destilado aumentou substancialmente de 30 °C a 80
°C, mantendo-se praticamente constante de 90 °C a 170 °C. A concentração de leves manteve-se
inferior a 30 g/L em todo o intervalo de temperatura estudado.
Tabela 5.6: Concentrações de ácido láctico nas correntes de resíduo, destilado e leves para o
vinho da fermentação pH 2,8.
Ensaio Tevap(°C) Concentração de
Destilado (g/L)
Concentração de
Resíduo (g/L)
Concentração de
Leves (g/L)
1 30 8,59±3,58 88,06±8,19 1,64±0,76
2 40 115,68±0,45 13,11±5,74
3 50 23,91±2,09 109,78±0,15 1,99±0,51
4 60 167,88±10,10 6,20±0,49
5 70 165,39±2,21 4,57±1,16
6 80 246,95±1,67 174,75±29,51 9,52±1,44
7 90 204,02±12,84 168,84±31,32 10,23±1,28
8 100 195,04±58,27 202,54±6,74 14,29±0,74
9 110 181,03±34,48 192,38±13,23 12,73±1,51
10 120 224,28±5,38 173,22±33,93 27,97±12,35
11 130 209,37±9,83 17,55±0,39
12 140 174,26±13,86 72,53±102,57 25,23±3,18
13 150 213,94±36,19 21,16±1,63
14 160 211,60±40,96 0,00±0,00 22,70±0,28
15 170 233,96±3,01 0,00±0,00 22,78±2,62
Tevap= temperatura do evaporador.
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UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 141
5.3.2.4. ANÁLISE EM FUNÇÃO DA RECUPERAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO
A recuperação de ácido láctico, definida segundo a equação 4.4 foi calculada para o vinho
de fermentação de pH 5,0 e 2,8 como mostra a Figura 5.7 e Figura 5.8, respectivamente.
Para o vinho de fermentação em pH 5,0, a recuperação do ácido láctico não apresentou o
comportamento esperado de diminuição na corrente de resíduo e aumento na corrente de
destilado e leves com o aumento da temperatura do evaporador, como o observado para o vinho
de fermentação em pH 2,8. Isso ocorreu provavelmente pela presença de sal de ácido láctico,
alterando o comportamento da recuperação de ácido láctico.
Figura 5.7: Recuperação de ácido láctico em função da temperatura para o vinho de fermentação
de pH 5,0.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
30 50 70 90 110 130 150 170
Re
cup
era
ção
(%
)
T evaporador (°C)
Destilado Resíduo Leves
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
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TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 142
Figura 5.8: Recuperação de ácido láctico em função da temperatura para o vinho de fermentação
de pH 2,8.
5.3.2.5. CONSIDERAÇÕES PARCIAIS
O principal objetivo dos ensaios preliminares variando a temperatura do evaporador foi
realizar uma avaliação inicial sobre a melhor faixa de temperatura para separar o ácido láctico em
um sistema evaporativo híbrido para realizar o planejamento fatorial.
Os resultados experimentais mostraram que foi possível concentrar o ácido láctico no
resíduo em aproximadamente 5,13 vezes em termos de pureza a 100 °C. Comparando esse
resultado com os resultados obtidos com a solução sintética, concluímos que os resultados foram
mais promissores, pois se conseguiu uma maior pureza de ácido láctico no resíduo. Com base nos
resultados da Figura 5.6, escolheu-se para o planejamento fatorial variar a temperatura do
evaporador de 80 °C a 120 °C, com ponto central em 100 °C.
Os resultados obtidos com solução sintética e vinho da fermentação no sistema
evaporativo na corrente de resíduo estão sumarizados na Tabela 5.7:
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
30 50 70 90 110 130 150 170
Re
cup
era
ção
(%
)
T evaporador (°C)
Resíduo Destilado Leves
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TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 143
Tabela 5.7: Principais resultados obtidos nos ensaios com solução sintética e vinho da
fermentação no sistema evaporativo na corrente de resíduo.
Tipo PMP/ CMP Tevap (°C) Recuperação (%) PR/ CR NCR
Sintética água:
ácido láctico
36,2%
330,86 g/L 50 94
88,3%
931,66 g/L 2,4
Sintética água:
ácido láctico
3,32%
24,26 g/L 160 45
4,96%
29,79 g/L 1,49
Vinho da
fermentação
pH 2,8
4,71%
42,83 g/L 100 38
24,16%
202,54 g/L 5,13
PMP= Pureza inicial da matéria-prima, CMP= Concentração inicial da matéria-prima,
Tevap= temperatura do evaporador, PR= Pureza no resíduo, CR= Concentração no Resíduo,
NCR= N° de vezes que concentrou no Resíduo.
5.3.3. PLANEJAMENTO FATORIAL 24
Um planejamento fatorial completo de dois níveis com três repetições no ponto central foi
realizado estudando quatro variáveis do processo: vazão de alimentação, agitação, temperatura do
condensador interno e temperatura do evaporador. As respostas estudadas foram: pureza de ácido
láctico no resíduo e no destilado, recuperação de ácido láctico no resíduo e no destilado e
porcentagem de resíduo e de destilado. Os detalhes desse estudo são apresentados no artigo
“Evaluation of lactic acid purification from fermentation broth by hybrid short path evaporation
using factorial experimental design” publicado na revista Separation and Purification
Technology, v.136, p. 233-240, 2014. A autorização da transcrição deste artigo está no Anexo A.
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TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 144
A.Komesu, P.F. Martins, B.H. Lunelli, J. Oliveira, R. Maciel Filho, M.R. Wolf Maciel.
Evaluation of lactic acid purification from fermentation broth by hybrid short path evaporation
using factorial experimental design. Separation and Purification Technology 136 (2014) 233-
240.
Copyrigt notice: The content of this manuscript is licensed under the Ethical Guidelines to
Publication of Separation and Purification Technology. Please contact credited rights holders
directly for permission to reproduce material. Final published version hosted on Science Direct:
http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1383586614005449
EVALUATION OF LACTIC ACID PURIFICATION FROM FERMENTATION BROTH
BY HYBRID SHORT PATH EVAPORATION USING FACTORIAL EXPERIMENTAL
DESIGN
Andrea Komesu1,*
, Patrícia Fazzio Martins1,2
, Betânia Hoss Lunelli1, Johnatt Oliveira
1, Rubens
Maciel Filho1, Maria Regina Wolf Maciel
1
1School of Chemical Engineering, University of Campinas (UNICAMP), Zip: 13083-970,
Campinas-SP, Brazil.
2Departamento de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP),
Zip Code 09972-270, Diadema – SP, Brazil.
*Corresponding author email: [email protected]
Tel.: +55 19 35213971/+55 19 983764925 Fax: +55 19 35213910
ABSTRACT
This works describes the evaluation of lactic acid purification from fermentation broth by
hybrid short path evaporation. The proposed hybrid purification process consists of an
evaporation system composed by a cylindrical wiped film evaporator with two condensers, one
located internally and other externally to the evaporator. Through factorial experimental design,
the influence of operation conditions as feed flow rate, agitation, condenser and evaporator
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
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TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 145
temperature on residue and distilled percentages, lactic acid purity and recovery were studied.
Models were developed in order to describe the response of interest as function of operating
conditions. The results showed that with a high operating pressure (in terms of short path
evaporation), with a pressure of 1000 Pa, and one step of separation, lactic acid purity around
89.7% was obtained which was about 18 times lactic acid concentration higher than the initial
content in raw material.
Keywords: lactic acid, purification, fermentation, evaporation system.
1. Introduction
An increasing interest for discovering new environment-friendly sources of chemicals has
been observed due to the current concerns related to the cost and environmental impact of using
traditional petrochemical processes. One important technological biomass-based platform is the
biotechnological process for lactic acid production by fermentation that potentially offers several
advantages: low substrate costs, production temperature and energy consumption (Datta and
Henry, 2006).
Lactic acid has a wide variety of applications such as cosmetics, pharmaceutical products,
chemistry, food and more recently in the medical area. The presence of two adjacent functional
groups in the lactic acid (hydroxyl and carboxyl) in a small molecule with only three carbon
atoms shows its high reactivity, as well as their tendency to decompose at high temperatures.
The development of an efficient method of lactic acid separation and purification from
fermentation broth is very important, because, these steps can reach up to 50% of the total costs
(Wasewar et al., 2002; Datta and Henry, 2006) and it is still difficult to recover it with high purity
for the reasons: high affinity with water, decomposition at elevated temperatures and complex
and energy intensive recovery technology (Järvinan et al., 2000). A considerable number of
methods for the recovery of lactic acid from fermentation broth, such as solvent extraction
(Alkaya et al., 2009; Gao et al., 2009; Matsumoto et al., 2003; Malmary et al., 2003), separation
with membranes (Pal et al., 2009; González et al., 2008; Hábová et al., 2004), reactive distillation
(Mo et al., 2011; Edreder et al., 2011; Kumar et al., 2006) and others have been studied.
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
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TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 146
Conventional molecular distillation (or short path evaporation) had been used to recovery
lactic acid with purity up to 95-96%. (Chen et al., 2012, Xu et al., 2004, Wei et al., 2004). The
operating pressure is usually below 0.1 Pa and two or more steps of refining are required. To
keep the high-vacuum a mechanical force-pump and diffusion pump should be used
simultaneously (Chen et al., 2012), which is in direct conflict with energy-saving. Each additional
step in the downstream represents an increase in the total operating costs.
Hybrid short path evaporation (Martins et al., 2013; Martins et al., 2012a; Martins et al.,
2012b) is an alternative separation process with potential for the recovery and concentration of
thermally unstable molecules such as lactic acid. It has been recognized as a promising
technology mainly because of its low evaporation temperature and short residence time, which
minimize problems with thermal decomposition (Komesu et al., 2013).
In previous work, our research group studied the technical feasibility of lactic acid
concentration from synthetic mixture of water: lactic acid (36 wt% of lactic acid) using hybrid
short path evaporation system (Komesu et al., 2013). The experimental results showed that
carrying out the lactic acid concentration by using evaporative system is technically feasible and
advantageous. Based on the preliminary results with synthetic mixture, new experiments were
carried out with fermentation broth. By the fact that fermentation broth is a mixture more
complex than synthetic mixture, by the presence of residual sugars and other organic acids,
preparation and analysis of the raw material was different as well as the performance of the
separation process.
Bearing all this in mind, the objective of this paper was to evaluate the lactic acid
purification from fermentation broth by hybrid short path evaporation system using factorial
experimental design. It allows the determination and evaluation of the relative significance of
operational parameters on the process, even in the presence of complex interactions (Martins et
al., 2012b). In the studied process higher operating pressure (1000 Pa), compared to that usually
employed in conventional molecular distillation, and one step of refining were used, which make
this technique more suitable for lactic acid purification than the literature published works.
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 147
2. Experimental
2.1. Raw material preparation
Fermentation process was carried out in a 7 L New Brunswick Scientific BioFlo 415
bioreactor. Sugarcane molasses (48% sucrose w/w) without pretreatment, typical of large scale
industrial mills (from Costa Pinto Mill, Piracicaba, Brazil) was diluted with distilled water in
order to obtain an initial sucrose concentration of 32 g/L approximately. The fermentation
medium was enriched with 4 g/L of yeast extract to attend the nutritional requirements of the
bacterium. The Lactobacillus plantarum inoculum, from Fundação Tropical de Pesquisa e
Tecnologia André Tosello (Campinas, Brazil), with adequate preparation (Lunelli et al., 2010)
was added to the fermenter. The temperature was maintained at 37 °C, pH at 5.0 by adding 4M
NaOH and agitation speed at 200 rpm. A pulse of diluted molasses (32 g/L) was carried out after
the sucrose had been completely consumed in order to avoid the inhibition of the cell growth by
high sucrose concentration as well as to increase of lactic acid end concentration (Lunelli et al.,
2010). The total time of fermentation was approximately 30 h. The fermentation product
containing about 5% (w/w) lactic acid was vacuum filtered and centrifuged (5000 rpm for 15 min
at room temperature) to removal of Lactobacillus. The sediment was discarded and in the
fermentation product (supernatant liquid) was added sulfuric acid to convert sodium lactate to
lactic acid and used as raw material for the investigation of the evaporation system.
2.2. Chromatographic analysis
Analyses of the raw material and products were performed in an equipment of high
performance liquid chromatography (HPLC), Agilent model 1260, equipped with UV detector
(UV/vis) connected in series with the chromatography column Bio-Rad Aminex, model HPX-
87H (300 x 7.8 mm). The equipment was controlled through OpenLab software. Sulfuric acid
solution with 5 mM was used as mobile phase at flow rate of 0.6 mL/min. The column
temperature was kept constant at 37 °C. In each run, an injection volume of 25 L was used. For
lactic acid detection and quantification, the wavelength of 215 nm was used in the UV detection
system. The lactic acid concentrations were determined using the calibration curve (regression
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 148
coefficient of 0.99987) obtained with standard solutions of DL-Lactic acid 90% supplied by
Sigma-Aldrich (St Louis, Missouri, EUA). The identification of the substances peaks in the
chromatogram profiles was performed by comparison of their retention times with standard
substances.
2.3. Hybrid short path evaporation system for lactic acid concentration
Lactic acid was concentrated in an evaporation system composed by a short path
evaporator, Model Pope 2 Wiped Film Still, manufactured by Pope Scientific Inc. (Saukville, WI,
USA). An external condenser was associated to the evaporation system which was named hybrid
short path evaporation. The distance between the evaporator and the internal condenser is 17 mm.
The evaporator has an evaporation surface of 0.033 m2 (or 0.35 ft
2) and it is jacketed with an
electric heating system. A schematic diagram of the apparatus is shown in Fig 1 (Komesu et al.,
2013). From tests carried out, it was realized that for pressures lower than 1.33 kPa a
considerable amount of volatile material moved toward the trap, hindering the equipment
operation at this condition, because the separated material in the trap returned to the evaporator
(Martins et al., 2012a). In order to allow the use of lower pressures, in this work an external
condenser was attached to the equipment.
During the experiments, the external condenser was fixed at -5 °C. A trap was coupled to
an external condenser which was continuously fed with liquid nitrogen (-196 °C), freezing and
avoiding the volatiles migration to the pump and its oil contamination. The transfer of raw
material (about 40 g at room temperature) to the equipment was conducted by using a peristaltic
metering pump Cole Palmer Masterflex model 77200-60. The vacuum system was composed of a
mechanical pump, keeping the pressure at 1 kPa. At lower pressures a considerable amount of
volatile material moved toward the trap, which is undesired.
In this system, it was possible to collect 03 streams: light stream, residue and distillate as
identified in Fig. 1. The substances of higher vapor pressure were collected predominantly in the
light stream, while substances with intermediate vapor pressure in the distillate and substances
with lower vapor pressure in the residue. The streams (light stream, residue and distillate) were
collected in glass flasks and analyzed by liquid chromatography to determine lactic acid
concentration.
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
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TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 149
Fig 1. Schematic diagram of evaporator (Komesu et al., 2013).
2.4. Experimental design
In this work, an experimental design 24
with four factors and three replicates at central point
was used to investigate the impact of main operational parameters on the process performance.
The factors selected were: feed flow rate (FFR), agitation (Agit), condenser temperature (Tcond)
and evaporator temperature (Tevap), which were represented by dimensionless coded variables X1,
X2, X3 and X4, respectively. Response variables were: residue (%R) and distilled percentages
(%D), lactic acid purities at residue (%PR) and distillate streams (%PD) and lactic acid
recoveries at residue (%RecR) and distilled streams (%RecD).
Table 1 shows coded variables and real values used in the matrix of experiments. Coded
and real variable values are related by the general equation: i
i
iX
0
, where iX is the
dimensionless coded value of the ith
factor, i is the real value of the ith
factor, 0 is the real value
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 150
of the ith
factor at the central point, and i is the step change value of the real variable i
(Martins et al., 2012b).
The experiments were carried out in a randomized order and three replicates at central point
of the design were performed to allow the estimation of the pure error (runs 17, 18 and 19).
The effect of each process variable and their interactions in the response variables were
calculated using the software STATISTICA 7.0 from Statsoft Inc. (2004). The relationship
between factors and each response variable was modeled by fitting the polynomial equation given
by equation 1. The quality of the fitted models was validated by analysis of variance (ANOVA).
433442243223
411431132112443322110
XXXXXX
XXXXXXXXXXY
(1)
In which X1, X2, X3 and X4 are the independent coded variables in dimensionless form, 0 , 1 ,
2 , 3 , 4 , 12 , 13 , 14 , 23 , 24 and 34 are the regression coefficients, and Y is the
response function.
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 151
Table 1: Two level factorial design matrix and experimental results at residue and distillate stream.
Coded variables Real variables Residue Distillate
Runs X1 X2 X3 X4
FFR
(mL/min)
Agit
(rpm)
Tcond
(°C)
Tevap
(°C)
%R %PR %RecR %D %PD %RecD
1 -1 -1 -1 -1 8 250 7 80 82.91 7.34 93.88 12.32 1.79 3.40
2 +1 -1 -1 -1 20 250 7 80 86.80 6.40 93.52 4.39 7.93 5.86
3 -1 +1 -1 -1 8 1250 7 80 24.09 20.33 81.34 19.16 2.49 7.94
4 +1 +1 -1 -1 20 1250 7 80 57.86 10.09 84.45 11.03 8.01 12.78
5 -1 -1 +1 -1 8 250 13 80 85.54 7.70 82.69 2.03 34.50 8.79
6 +1 -1 +1 -1 20 250 13 80 97.84 7.01 99.10 0.00 0.00 0.00
7 -1 +1 +1 -1 8 1250 13 80 25.32 22.56 88.37 0.61 32.70 3.07
8 +1 +1 +1 -1 20 1250 13 80 38.99 12.92 63.51 12.81 18.71 30.23
9 -1 -1 -1 +1 8 250 7 120 73.75 7.71 73.80 7.67 21.31 21.21
10 +1 -1 -1 +1 20 250 7 120 93.77 8.05 91.30 1.78 31.48 6.76
11 -1 +1 -1 +1 8 1250 7 120 4.97 31.47 31.22 18.41 13.30 48.84
12 +1 +1 -1 +1 20 1250 7 120 30.33 12.33 67.99 13.82 9.18 23.08
13 -1 -1 +1 +1 8 250 13 120 71.61 7.98 84.93 0.00 0.00 0.00
14 +1 -1 +1 +1 20 250 13 120 96.54 8.08 84.58 2.21 54.12 12.98
15 -1 +1 +1 +1 8 1250 13 120 2.34 34.35 13.58 9.52 31.21 50.20
16 +1 +1 +1 +1 20 1250 13 120 29,06 15.18 54.54 7.90 28.55 27.90
17 (C) 0 0 0 0 14 750 10 100 31.08 14.01 63.54 5.06 30.04 25.50
18 (C) 0 0 0 0 14 750 10 100 23.85 14.56 73.26 7.06 35.91 34.47
19 (C) 0 0 0 0 14 750 10 100 21.64 14.50 65.01 11.67 26.78 21.79
FFR (mL/min), feed flow rate; Agit (rpm), agitation; Tcond (°C), condenser temperature; Tevap (°C), evaporator temperature;%R, mass percentage of residue; %PR, lactic acid purity at residue; %RecR, lactic acid recovery at residue; %D,
mass percentage of distillate; %PD, lactic acid purity at distillate; %RecD, lactic acid recovery at distillate.
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 152
3. Results and discussion
3.1. Raw material component analyses
After the fermentation, the resulting product was analyzed by HPLC. This step is important
to determine the concentration of the substances obtained in each stream (light stream, residue
and distillate) and thus, it will be used to evaluate operating conditions and separation process
performance. The chromatogram profile is presented in Fig 2. It allowed the identification of 04
substances, to know: sucrose (7.619 min), glucose (8.709 min), fructose (9.593 min) and lactic
acid (12.686 min). By calibration curve, the lactic acid mass concentration in the fermentation
product was about 5% (w/w).
Fig 2. Fermentation broth chromatographic profile in HPLC. Legend: (1) sucrose, (2)
glucose, (3) fructose, (4) lactic acid.
3.2. Separation process results
Table 1 shows the experimental results for the residue (%R) and for the distilled (%D) mass
percentages, lactic acid purities (%PR and %PD) and lactic acid recoveries (%RecR and %RecD)
at residue and distillate streams. Mass percentage was defined as the ratio between mass of
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 153
distilled or residue stream and the sum of residue, distillate and light mass after evaporation. The
lactic acid recovery was calculated by equation 2.
100
%
%(%)Re
3
1
i
ii
ii
LAm
LAmc (2)
In equation 2 i is the index for residue or distillate or light; m is the residue, distillate or light
mass (g) and %LA is the fraction of lactic acid in residue, distillate and light.
3.3. Residue and Distilled percentage analyses
Table 2 shows the effects of operational hybrid separation process variables on residue and
distillate percentage with a confidence level of 95%. According to Table 2, the feed flow rate,
agitation and evaporator temperature were statistically significant for residue percentage. For
distilled percentage, only the agitation was statistically significant. Preliminary studies by the
author’s research group with other raw material showed that the variables evaporator temperature
and feed flow rate were the ones that had greatest effect on the response variable in the short path
evaporation process (Martins et al., 2012a; Martins et al., 2012b). The results obtained in this
work confirm this.
The regression models for residue (%R) and distilled percentage (%D), considering only
the statistically significant variables, are given by equations 3 and 4, respectively. The factors X1,
X2 and X4 represent coded values of feed flow rate, agitation and evaporator temperature,
respectively.
421 0613.67375.290413.104889.51% XXXR (3)
292875.376053.7% XD (4)
The models were evaluated through ANOVA. Table 3 shows the ANOVA for the residue
and distilled percentages. In order to evaluate if the models are statistically significant, one
criterion is to attend F-test. F values are calculated by the ratio between the mean square of
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 154
regression and the mean square residual (Equation 5) and by the ratio between the mean square of
lack of fit and the mean square of pure error (Equation 6). Then, these values are compared with
tabulated F values considering the same confidence level. If the Fcalculated by equation 5 is higher
than Ftabulated and the Fcalculated by equation 6 is lower than Ftabulated, these are indication that the
model represents well experimental data.
mn
r
R FMQ
MQ, (5)
where, MQR is the mean square of regression; MQr is the mean square of residues; F is the F-
distribution; n and m are the freedom number of regression and residues, respectively.
ts
PE
LOF FMQ
MQ, (6)
where, MQLOF is the mean square of lack of fit; MQPE is the mean square of pure error; F is the F-
distribution; s and t are the freedom number of lack of fit and pure error, respectively.
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TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 155
Table 2: Estimated effects on residue percentage and on distilled percentage with a confidence level of 95%.
Residue Distilled
Factor Regression
coefficient
Standard
error
t(2) p Regression
coefficient
Standard error t(2) P
Mean
(1)FFR
51.4889
10.0413
1.132729
2.468726
45.4557
8.1348
0.000484
0.014777
7.76053
-0.98625
0.777672
1.694897
9.97918
1.16379
0.009893
0.364572
(2)Agit -29.7375 2.468726 24.0914 0.001719 3.92875 1.694897 4.63598 0.043514
(3)Tcond -0.4525 2.468726 -0.3666 0.749078 -3.34375 1.694897 3.94567 0.058640
(4)Tevap -6.0613 2.468726 -4.9104 0.039059 -0.06500 1.694897 0.07670 0.945844
(1)*(2) 2.3987 2.468726 1.9433 0.191442 0.71875 1.694897 0.84813 0.485680
(1)*(3) -0.3388 2.468726 -0.2744 0.809500 2.33125 1.694897 2.75091 0.110642
(1)*(4) 2.0875 2.468726 1.6912 0.232877 -0.25000 1.694897 0.29500 0.795797
(2)*(3) -2.2400 2.468726 -1.8147 0.211234 -0.60375 1.694897 0.71243 0.550098
(2)*(4) -3.8838 2.468726 -3.1464 0.087900 0.82000 1.694897 0.96761 0.435320
(3)*(4) 0.0437 2.468726 0.0354 0.974946 0.58750 1.694897 0.69326 0.559835
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 156
According to Table 3, the F3,15 calculated (26.00) was higher than F3,15 tabulated (3.29) and
96.2% of variation is explained by the model, showing thus, that the linear model (equation 3) to
the residue percentage is statistically significant to a confidence level of 95%. In addition, the
F13,2 calculated (9.77) was lower than F13,2 tabulated (19.42), it means that the model given by
equation 3 can be used to make predictions in the range studied.
Observing equation 3, the amount of residues decreased with increase in temperature
because the high temperature promotes the evaporation of a larger amount of material. Therefore,
the percentage of other streams increased. This is in accordance with preliminary results with
synthetic mixture of water: lactic acid (Komesu et al., 2013). Similarly, the higher agitation
promotes a reduction of the percentage at residue stream. The agitation system is designed to
provide a turbulent flow of the material inside the evaporation system. Then, higher agitation
favors the mechanism of mass and heat transfers and consequently, the percentage of light stream
and distillate increase. On the other hand, with a relatively high feed flow rate, the residue
percentage increases, since there is not enough time for volatilization of the material. By
lowering the feed flow rate, the exposure time was prolonged which might increase the risk of
decomposition of thermally sensitive components (Chen et al, 2012).
Table 3 shows a F1,17 calculated (10.53) higher than F1,17 tabulated (4.45) and the F15,2
calculated (2.18) lower than F15,2 tabulated (19.43), attending F-test. However, for the distillate
percentage, only 38.3% of the total variation is explained by the model. From these results, it can
be concluded that the linear model is not adequate to represent the variation of the distillate
percentage. A second-order polynomial equation could be used to it, but another experimental
design is required, such as central composite design.
3.4. Lactic acid purity analysis
Table 4 shows the effects of different process operational variables on lactic acid purity at
residue and distillate streams. Considering a confidence level of 99%.at residue, all main effects
and the interactions (1)*(2), (1)*(4) and (2)*(4) are statistically significant. Considering a
confidence level of 95% at distillate, condenser temperature, evaporator temperature and the
interaction (1)*(4) are statistically significant.
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TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 157
Table 3: ANOVA of residue and distilled percentage model (confidence level of 95%.), lactic acid purity at residue (confidence level
of 99%) and distillate model (confidence level of 95%), lactic acid recovery at residue and distillate model (confidence level of 95%).
Residue percentage Distilled percentage
Source of
variation
Sum of squares Degrees of freedom Mean square Fcalculated Ftabulated Sum of squares Degrees of freedom Mean square Fcalculated Ftabulated
Regression 16350.15 3 5450.05 26.00 F3,15=3,29 246.96 1 246.96 10.53 F1,17=4.45
Residues
Lack of fit
Pure error
Total
3143.71
3094.95
48.76
19493.86
15
13
2
18
209.58
238.07
24.38
9.77 F13,2=19,42 398.64
375.66
22.98
645.60
17
15
2
18
23.45
25.04
11.49
2.18 F15,2=19.43
Lactic acid purity at residue Lactic acid purity at distillate
Source of
variation
Sum of squares Degrees of freedom Mean square Fcalculated Ftabulated Sum of squares Degrees of freedom Mean square Fcalculated Ftabulated
Regression 1156.79 7 165.26 54.47 F7,11=4.89 1666.93 3 555.64 3.35 F3,15=3.29
Residues
Lack of fit
Pure error
Total
33.37
33.19
0.18
1190.17
11
9
2
18
3.03
3.69
0.09
40.51 F9,2=99.39 2488.86
2446.04
42.81
4155.78
15
13
2
18
165.92
188.16
21.41
8.79 F13,2=19.42
Lactic acid recovery at Residue Lactic acid recovery at distillate
Source of
variation
Sum of squares Degrees of freedom Mean square Fcalculated Ftabulated Sum of squares Degrees of freedom Mean square Fcalculated Ftabulated
Regression 6599.10 4 1649.77 11.74 F4,14=3.11 2198.36 2 1099.18 8.75 F2,16=3.63
Residues
Lack of fit
Pure error
Total
1966.85
1911.95
54.90
8565.95
14
12
2
18
140.49
159.33
27.45
5.80 F12,2=19.41 2011.00
1925.99
85.00
4209.36
16
14
2
18
125.69
137.57
42.50
3.24 F14,2=19.42
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TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 158
Table 4: Estimated effects on lactic acid purity at residue (confidence level of 99%.) and distillate (confidence level of 95%).
Residue Distillate
Factor Regression
coefficient
Standard error t(2) p Regression
coefficient
Standard error t(2) p
Mean
(1)FFR
13.81947
-3.71125
0.069219
0.150859
199.6494
-49.2017
0.000025
0.000413
20.42158
1.29250
1.061451
2.313380
19.23930
1.11741
0.002691
0.380038
(2)Agit 6.18500 0.150859 81.9973 0.000149 -0.43625 2.313380 -0.37715 0.742318
(3)Tcond 0.75375 0.150859 9.9928 0.009866 6.51875 2.313380 5.63569 0.030072
(4)Tevap 1.92500 0.150859 25.5206 0.001532 5.18875 2.313380 4.48586 0.046272
(1)*(2) -3.56250 0.150859 -47.2296 0.000448 -3.19875 2.313380 -2.76543 0.109666
(1)*(3) 0.03625 0.150859 0.4806 0.678247 -0.92125 2.313380 -0.79645 0.509290
(1)*(4) -1.02250 0.150859 -13.5557 0.005398 5.89625 2.313380 5.09752 0.036396
(2)*(3) 0.59500 0.150859 7.8882 0.015694 3.25500 2.313380 2.81406 0.106487
(2)*(4) 1.50375 0.150859 19.9359 0.002507 -2.64750 2.313380 -2.28886 0.149286
(3)*(4) 0.00000 0.150859 0.0000 1.000000 -1.69250 2.313380 -1.46323 0.280953
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TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 159
Models for residue and distillate purities are represented by equation 7 and 8, where only
the statistically significant factors were considered. Factors X1, X2, X3 and X4 represent coded
values of feed flow rate, agitation, condenser temperature and evaporator temperature,
respectively.
424121
4321
50375.102250.156250.3
92500.175375.018500.671125.381947.13%
XXXXXX
XXXXPR
(7)
4143 89625.518875.551875.642158.20% XXXXPD (8)
In order to evaluate the models, F-test was applied. Table 3 shows the ANOVA for lactic
acid purity at residue and distilled, respectively. For equation 7, the F7,11 calculated (54.47) was
higher than F7,11 tabulated (4.89) and the F9,2 calculated (40.51) was lower than F9,2 tabulated
(99.39), attending F-test. The model explains 97.2% of the total variation, which shows that the
model is statistically significant to confidence level of 99%. Observed and predicted values for
lactic acid purities at residue stream are given in Fig 3 and good model fitness to experimental
data can be observed.
Fig 3. Predicted and observed values for lactic acid purity at residue.
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 160
From equation 7, it can be seen that, increasing the feed flow rate, the purity decreases,
since there is not enough time for lactic acid to be separated. By high agitation, the mechanism of
mass and heat transfers are potentially increased, so the molecules are volatized and the purity
increases. Similarly, the purity increases with evaporator temperature, which was expected,
because the increment of temperature enlarged the evaporation rate (Chen et al, 2012).
According to Table 3, for equation 8, the F3,15 calculated value (3.35) is very close to F3,15
tabulated value (3.29). If the Fcalculated is at least three times higher than Ftabulated this is an
indication that the model represents well experimental data (Martins et al., 2012a). In this case,
Fcalculated is 1.02 times higher than Ftabulated and only 40.1% of the variation is explained by the
model, therefore, the linear model (equation 8) is not satisfactory to fit experimental data of lactic
acid purity at distillate stream.
The response surface of lactic acid purity at residue (%PR) in function of agitation and feed
flow rate (Fig 4.a) and evaporator temperature and condenser temperature (Fig 4.b), considering
only statistically significant variables, is given in Fig 4. Considering good separation
performance in order to obtain higher lactic acid purity at residue, it is favorable to work with
higher agitation (1250 rpm), lower feed flow rate (7 mL/min), higher evaporator temperature
(120 °C) and higher condenser temperature (13 °C).
The results showed that it is possible to increase lactic acid purity at residue and distillate
changing some variables of the process. Then, in future works, the maximum lactic acid purity
can be achieved through the optimization of the process variables.
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TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 161
Fig 4. Response surface of lactic acid purity at residue (%PR) in function of (a) agitation (Agit)
and feed flow rate (FFR) and (b) evaporator temperature (Tevap) and condenser temperature
(Tcond).
(a)
(b)
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TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 162
3.5. Lactic acid recovery analysis
One important process parameter to evaluate the separation process is the lactic acid
recovery. Table 5 shows the variable effects on lactic acid recovery at residue and distillate.
According to Table 5, the agitation, evaporator temperature and the interactions (1)*(4) and
(2)*(4) are statistically significant on lactic acid recovery at residue stream to a confidence level
of 95%. However, on the distillate stream, only agitation and evaporator temperature are
statistically significant on lactic acid recovery to a confidence level of 95%.
The regression models to lactic acid recovery at residue and distillate streams are given by
equations 9 and 10, respectively, considering only factors statistically significant. Factors X1, X2
and X4 represent coded values of feed flow rate, agitation and evaporator temperature,
respectively.
424142 2350.72863.65575.116750.131900.73Re% XXXXXXcR
(9)
42 43017.706480.943862.16Re% XXcD (10)
ANOVA for lactic acid recovery at residue and distilled are given in Table 3. For equation
9, the F4,14 calculated (11.74) was higher than F4,14tabulated (3.11) and the F12,2 calculated (5.80)
was lower than F12,2 tabulated (19.41), satisfying F-test. In addition, 77.0% of the variation is
explained by the model, showing that the model is adequate to representing the experimental
data.
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TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 163
Table 5: Estimated effects on lactic acid recovery at residue and distillate with a confidence level of 95%.
Residue Distillate
Factor Regression
coefficient
Standard
error
t(2) p Regression
coefficient
Standard error t(2) p
Mean
(1)FFR
73.1900
5.5737
1.201979
2.619652
60.8913
4.2553
0.000270
0.051034
18.14737
-1.49125
1.495629
3.259648
12.13360
-0.91498
0.006724
0.456792
(2)Agit -13.6750 2.619652 10.4403 0.009050 9.06500 3.259648 5.56195 0.030838
(3)Tcond -2.8875 2.619652 -2.2045 0.158308 0.20625 3.259648 0.12655 0.910874
(4)Tevap -11.5575 2.619652 -8.8237 0.012602 7.43125 3.259648 4.55954 0.044887
(1)*(2) 1.4238 2.619652 1.0870 0.390599 -0.51625 3.259648 -0.31675 0.781438
(1)*(3) -1.5538 2.619652 -1.1862 0.357352 2.62250 3.259648 1.60907 0.248877
(1)*(4) 6.2863 2.619652 4.7993 0.040778 -4.70000 3.259648 -2.88375 0.102155
(2)*(3) -2.7375 2.619652 -2.0900 0.171792 2.13875 3.259648 1.31226 0.319811
(2)*(4) -7.2350 2.619652 -5.5236 0.031247 4.56875 3.259648 2.80322 0.107184
(3)*(4) -0.4475 2.619652 -0.3416 0.765173 -1.30750 3.259648 -0.80223 0.506594
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TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 164
Analyzing equation 9, the lactic acid recovery at residue decreased with the increase of
evaporator temperature. This is in accordance with preliminary results with synthetic mixture of
water: lactic acid (Komesu et al., 2013). The same behavior is observed increasing the agitation.
Table 3 shows a F2,16 calculated (8.75) higher than F2,16 tabulated (3.63) and F14,2 calculated
(3.24) lower than F14,2 tabulated (19.42). However, only 52.2% of the variation is explained by
the model. Thus, the linear model (equation 10) used to represent the lactic acid recovery not
adjust well the experimental data.
The relationship between the independent and dependent variables is shown in a three-
dimensional representation of the response surface. Fig 5 shows the response surface of lactic
acid recovery at residue (%RecR) in function of agitation and evaporator temperature. The figure
was constructed considering only statistically significant variables. From Fig. 5, it can be seen
that higher lactic acid recovery at residue was observed at lower agitation and lower evaporator
temperature.
Fig 5. Response surface of lactic acid recovery in function of agitation (Agit) and evaporator
temperature (Tevap) at residue (%RecR).
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
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TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 165
3.6. Process evaluation
The results showed that while the mass percentage range varied from 2.34% to 97.84% at
residue, this value varied from 0.00% to 19.16% for distillate. This means that more material
tends to migrate to the residue stream at low temperatures. Similar behavior was obtained with
synthetic solution lactic acid: water in previous work (Komesu, 2013).
In terms of highest lactic acid purity produced in the streams: 34.35±0.30% was reached in
run 15 in residue and 54.12±4.62% was reached in run 14 in distillate. Considering that the
percentage (2.34% at residue and 2.21% at distillate) and recovery in each of the runs was similar
(13.58% at residue and 12.98% at distillate), lactic acid recovery at distillate is more interesting.
The factorial experimental design allowed the determination and evaluation of the relative
significance of parameters: feed flow rate, agitation, condenser and evaporator temperature on the
process based on the responses: percentage, purity and recovery. The presence of complex
interactions between the operating conditions was observed in the lactic acid purity at residue and
distillate and lactic acid recovery at residue.
The agitation and temperature evaporator were the parameters that had higher influence on
the process in the range studied. In addition, percentage and lactic acid purity at residue were the
responses that had more variable statistically significant.
3.7. Improvement purity at distillate
In previous work (Komesu, 2013), the purification process of lactic acid from a synthetic
mixture was considered, varying only the evaporator temperature. The preliminary study was
important because showed that it is possible to concentrate the lactic acid using the evaporation
system. Lactic acid was concentrated in residue stream in about 2.4 times with a recovery of
94%.
Lactic acid from fermentation broth is a mixture more complex than synthetic mixture
water: lactic acid, as can be seen in Fig 2. In addition, lactic acid initial concentration in
fermentation broth (5 wt% of lactic acid) is lower than synthetic mixture (36 wt% of lactic acid)
used in previous work. Because these it was expected that the performance of the separation
process would be different.
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TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 166
The factorial experimental design with fermentation broth showed that lactic acid recovery
at distillate was more interesting than recovery at residue stream, and condenser and evaporator
temperature were significant variables of the process. In order to improve the purity at distillate,
experiments were performed at feed flow rate of 14 ml/min, stirring of 750 rpm, pressure of 1
kPa and varying the condenser and evaporator temperature. The experimental ranges and the
results are shown in Table 6.
As expected, an increase in purity was obtained with evaporator temperature. The
maximum lactic purity of 89.71% was obtained in run 23 which was about 18 times lactic acid
concentration higher than the initial content in raw material. Working with higher evaporator
temperature is not recommended because lactic acid thermal decomposition in many
decomposition products such as water, hydroxyl, propionic acid, acrylic acid, acetaldehyde,
carbon dioxide and formate. On the other hand, lactic acid recovery in run 23 was low. The
maximum recovery of 71.49% was obtained in run 21. A possible alternative to allow high purity
and recovery is make multiple-pass distillation in run 21.
Table 6: Experimental ranges and results at distillate stream.
Runs Tcond (°C) Tevap (°C) %PD %RecD
20 13 115.9 22.18 29.62
21 16 131.8 55.33 71.49
22 19 147.8 79.94 37.36
23 22 163.7 89.71 14.27 Tcond (°C), temperature condenser; Tevap (°C), evaporator temperature;%PD, lactic acid purity at distillate; %RecD, lactic acid recovery at
distillate.
4. Conclusions
The influence of feed flow rate, agitation, condenser and evaporator temperature on the
purification process of lactic acid from fermentation broth was studied in this work. Lactic acid
with purity of around 89.71% at distillate was obtained.
Based on the results obtained in this work, it can be concluded that carrying out the lactic
acid concentration by using hybrid short path evaporation system is technically feasible and
advantageous because the use of high operating pressure (1000 Pa) and one step of refining,
significantly reduces the process costs.
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 167
Acknowledgement
The authors are grateful to the financial support of CAPES, CNPq and FAPESP.
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CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 169
5.3.4. OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
A determinação das condições operacionais ótimas visando à obtenção de máxima pureza
e recuperação de ácido láctico pode ser feita tanto na corrente de destilado quanto na corrente de
resíduo.
No destilado, a pureza máxima obtida foi de 89,71% utilizando as seguintes condições
operacionais: vazão de alimentação de 14 mL/min, agitação de 750 rpm, temperaturas do
condensador interno e do evaporador de 22 °C e 163,7 °C, respectivamente. A recuperação nesse
ponto foi de 14,27%. Considerando a baixa recuperação obtida, esse ponto não pode ser
considerado o ótimo do sistema.
Para determinar as melhores condições operacionais para alcançar a máxima pureza e
recuperação de ácido láctico no destilado, foi realizada a regressão dos dados apresentados na
Tabela 6 do artigo “Evaluation of lactic acid purification from fermentation broth by hybrid short
path evaporation using factorial experimental design”. As curvas de pureza e recuperação do
ácido láctico no destilado em função da temperatura do condensador e temperatura do evaporador
são mostradas na Figura 5.9 e Figura 5.10, respectivamente.
Figura 5.9: Pureza e recuperação do ácido láctico em relação a temperatura do condensador na
corrente de destilado.
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T cond (°C)
% PD % Rec D
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 170
Figura 5.10: Pureza e recuperação do ácido láctico em relação a temperatura do evaporador na
corrente de destilado.
As intersecções das curvas revelaram que os melhores resultados foram obtidos nas
temperaturas do condensador interno de 17, 6 °C e temperatura do evaporador de 141 °C. Usando
esses valores, o produto obtido na corrente de destilado apresentou ~70% de pureza de ácido
láctico com recuperação de ~55%. Esse resultado pode ser considerado ótimo, pois os limites
extremos de operação do equipamento foram estudados no planejamento estatístico apresentado
anteriormente.
A otimização da pureza de ácido láctico no resíduo pode ser feita utilizando a razão
resíduo/destilado, também conhecida como split ratio. A razão R/D é calculada de acordo com a
equação 5.2.
destiladom
resíduomDRRazão / (5.2)
A razão R/D é um parâmetro importante para avaliar o processo de destilação molecular,
pois incorpora os efeitos da temperatura do evaporador e vazão de alimentação, facilitando a
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T evap (°C)
% PD % Rec D
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 171
análise dos resultados. Além disso, outra vantagem de apresentar os resultados em função da
razão R/D é que, os resultados podem ser utilizados diretamente no scale up do equipamento
(Martins, 2006).
A pureza de ácido láctico na corrente de resíduo em função da razão R/D pode ser
acompanhada na Figura 5.11. Observa-se que a pureza de ácido láctico no resíduo diminui com o
aumento da razão R/D. Purezas de ácido láctico em torno de 35% (em massa) podem ser
alcançadas trabalhando-se com razão R/D inferior a 1.
Figura 5.11: Pureza do ácido láctico na corrente de resíduo em relação ao split ratio.
A Figura 5.12 mostra a recuperação do ácido láctico na corrente de resíduo em função da
razão R/D. Observa-se que a recuperação de ácido láctico no resíduo possui uma tendência de
aumento com o aumento da razão R/D. Recuperação superior a 90% pode ser obtida com split
ratio de 6,7.
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Razão R/D
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 172
Figura 5.12: Recuperação do ácido láctico na corrente de resíduo em relação ao split ratio.
Ambas as curvas de pureza e recuperação do ácido láctico em função do split ratio podem
ser graficadas conjuntamente (Figura 5.13). Usando split ratio de aproximadamente 1,5 obtém-se
os melhores resultados aliando pureza e recuperação do ácido láctico no resíduo. Nesse split
ratio, o produto obtido na corrente de resíduo apresentará ~22% de ácido láctico com
recuperação de ~52%.
A obtenção de máxima pureza e recuperação na corrente de resíduo ou na corrente de
destilado dependerá das condições operacionais utilizadas.
No projeto de concepção do processo para purificar o ácido láctico, o projetista terá que
escolher entre obter maiores concentrações de ácido láctico ou perder menor quantidade destas
moléculas para outra corrente. Se a concentração do ácido láctico for considerada mais
importante que a sua recuperação, a condição ótima de operação será aquela obtida para a
corrente de destilado.
O conhecimento das condições ótimas de operação é crucial para o projeto de uma
estratégia de separação (Martins, 2006).
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Razão R/D
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 173
Figura 5.13: Recuperação e pureza do ácido láctico na corrente de resíduo em relação ao split
ratio.
5.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados dos ensaios experimentais preliminares mostraram que foi possível
concentrar o ácido láctico no resíduo em aproximadamente 5,13 vezes em termos de pureza a 100
°C. Comparando esse resultado com os resultados obtidos com a solução sintética, concluiu-se
que os resultados foram mais promissores, pois se conseguiu uma maior pureza de ácido láctico
no resíduo. Com base nos resultados, escolheu-se para o planejamento fatorial variar a
temperatura do evaporador de 80 °C a 120 °C, com ponto central em 100 °C.
A partir desses resultados realizou-se um planejamento fatorial completo de dois níveis
com três repetições no ponto central estudando 4 variáveis do processo: vazão de alimentação,
agitação, temperatura do condensador interno e temperatura do evaporador. As respostas
estudadas foram: pureza de ácido láctico no resíduo e no destilado, recuperação de ácido láctico
no resíduo e no destilado e porcentagem de resíduo e de destilado. Com base nos resultados do
planejamento, foi realizada a otimização da resposta pureza e recuperação de ácido láctico no
destilado e resíduo.
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Razão R/D
CAPÍTULO 5- PURIFICAÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO A PARTIR DO VINHO FERMENTADO POR MEIO DE
UM SISTEMA EVAPORATIVO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 174
As condições operacionais ótimas para a corrente de destilado foram: vazão de
alimentação de 14 mL/min, agitação de 750 rpm, temperaturas do concensador interno e do
evaporador de 17,6 °C e 141 °C, respectivamente. Essas condições operacionais proporcionam
acido láctico com pureza de ~70% e recuperação de ~55%.
Os melhores resultados de pureza e recuperação na corrente de resíduo são obtidos usando
split ratio de ~1,5. Nesse split ratio, a pureza de ácido láctico no resíduo será de ~22% com
recuperação de ~52%.
Os resultados foram satisfatórios quando comparado com a literatura que utiliza menores
pressões de operação e mais etapas de separação (que implicam em maiores gastos operacionais)
para a obtenção de pureza semelhante.
CAPÍTULO 6
SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL
PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATIVA
CAPÍTULO 6
6. SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO
ÁCIDO LÁCTICO UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATIVA
Neste capítulo serão apresentados os resultados da simulação em estado estacionário de
uma planta virtual visando à purificação do ácido láctico proveniente da fermentação. O processo
consiste de uma reação de esterificação do ácido láctico com etanol para produção de lactato de
etila, e sua posterior hidrólise com água em um sistema de destilação reativa, para obtenção de
ácido láctico purificado. O processo foi simulado utilizando o simulador ASPEN PLUS®
com o
objetivo de conhecer e obter informações do processo de destilação reativa.
6.1. INTRODUÇÃO
Uma ferramenta que atualmente já está amplamente difundida, tanto na indústria química
quanto em centros de pesquisa, são os pacotes comerciais de simulação de processos. Com ela, é
possível que se estabeleçam metodologias para a otimização rigorosa de processos, evitando-se a
utilização de funções objetivo e métodos matemáticos complexos, o que muitas vezes força à
simplificação física do problema (Bonifácio, 1999). As vantagens dos pacotes comerciais são
muitas, entre as quais:
analisar a implantação de novas tecnologias sem a necessidade da construção física,
gerando vantagens do ponto de vista econômico e ambiental;
conhecer melhor e otimizar etapas de um determinado processo;
melhorar o desempenho de um sistema;
obter informações do processo em tempo real sem precisar parar a operação da planta e
outros.
Um dos pacotes comerciais de simulação comumente utilizados é o ASPEN PLUS®. Este
é um simulador desenvolvido pela AspenTech e oferece uma grande quantidade e operações que
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 177
possibilitam uma simulação mais realista, com pequenos erros e em pequenos tempos
computacionais (Figueroa, 2011).
Expostas as vantagens do ASPEN PLUS®, este foi escolhido para realizar a simulação do
processo de esterificação do ácido láctico com etanol e hidrólise com água em um sistema de
destilação reativa. O objetivo desta etapa do trabalho foi estudar uma planta virtual para realizar a
purificação do ácido láctico proveniente da fermentação.
6.2. MÉTODOS
A metodologia utilizada para a simulação consistiu nas etapas:
1) Escolha do modelo termodinâmico adequado para o sistema etanol, água, ácido láctico e
lactato de etila. Os dados experimentais disponíveis na literatura foram comparados com os
dados gerados pelos modelos termodinâmicos: NRTL, UNIQUAC e o método UNIFAC. O
modelo termodinâmico escolhido seria o que melhor ajustasse os dados experimentais.
2) Escolha do modelo cinético adequado para a reação de esterificação e hidrólise. Um
levantamento bibliográfico de modelos cinéticos presentes na literatura foi realizado.
3) Simulação do processo de esterificação e hidrólise utilizando o simulador ASPEN PLUS®, no
estado estacionário.
6.3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
6.3.1. ESCOLHA DO MODELO TERMODINÂMICO
Curvas de equilíbrio para os sistemas binários dos quatro componentes do sistema de
destilação reativa: ácido láctico, etanol, lactato de etila e água foram construídas com o auxílio do
simulador comercial ASPEN PLUS®. Os modelos termodinâmicos utilizados para o cálculo do
coeficiente de atividade da fase líquida e coeficiente de fugacidade da fase vapor estão descritas
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 178
na Tabela 6.1. Os resultados para o sistema binário água/ácido láctico foram apresentados no
Capítulo 3.
Tabela 6.1: Modelos termodinâmicos utilizados para a construção das curvas de equilíbrio.
Sistema binário Modelo termodinâmico
coeficiente de atividade
Modelo termodinâmico
coeficiente de fugacidade
Etanol/ Água NRTL, UNIQUAC ou
UNIFAC
Redlich-Kwong
Ácido Láctico/ Etanol UNIQUAC Hayden O’Connell
Ácido Láctico/Lactato de Etila UNIQUAC Hayden O’Connell
Etanol/Lactato de Etila NRTL, UNIQUAC ou
UNIFAC
Redlich-Kwong
Água/ Lactato de Etila UNIQUAC Redlich-Kwong
Diagramas de equilíbrio líquido-vapor foram construídas para as interações binárias na
pressão de 1 atm, como mostram as Figuras 6.1-6.5. Dados de equilíbrio para os sistemas binários
etanol/água e etanol/lactato de etila estavam disponíveis na literatura, dessa forma, foi possível
calcular os erros percentuais absoluto para cada modelo termodinâmico (NRTL, UNIFAC e
UNIQUAC), como mostra a Tabela 6.2. Os dados experimentais e os obtidos da simulação estão
apresentados no Apêndice D.
As curvas de equilíbrio foram construídas utilizando o modelo que tivesse o melhor ajuste
aos dados experimentais: UNIQUAC para o sistema binário etanol/água e NRTL para o sistema
binário etanol/lactato de etila. Para as outras interações binárias utilizou-se o modelo
termodinâmico UNIQUAC.
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 179
Tabela 6.2: Valores calculados da soma dos erros percentuais absoluto para cada sistema binário.
Sistema binário ∑ Erro %
NRTL
∑ Erro %
UNIFAC
∑ Erro %
UNIQUAC
Etanol/água 12,5 27,8 11,8
Etanol/lactato de etila 57,44 139,57 62,81
De acordo com as Figuras 6.1-6.5 observa-se a presença de azeótropos para a interação
binária etanol/água e água/lactato de etila. A Tabela 6.3 mostra a composição e a temperatura dos
azeótropos utilizando o modelo UNIQUAC-HOC.
Tabela 6.3: Composição e temperatura de ebulição dos azeótropos.
Sistema Temperatura
(°C)
Azeótropo Composição
molar
Composição
mássica
Etanol/água 78,15 Homogêneo 0,8952/0,1048 0,9562/0,0438
Água/lactato de etila 99,85 Homogêneo 0,9692/0,0308 0,8277/0,1723
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 180
Figura 6.1: Curvas de equilíbrio líquido-vapor xy (a) e T-xy (b) para a mistura binária
etanol/água na pressão de 1 atm.
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Fração molar de etanol na fase líquida
UNIQUAC-RK Carey and Lewis et al., 1932
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Tem
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°C)
Fração molar líquido/vapor de etanol
(a)
(b)
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 181
Figura 6.2: Curvas de equilíbrio líquido-vapor xy (a) e T-xy (b) para a mistura binária etanol/
ácido láctico na pressão de 1 atm.
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Fração molar de etanol na fase líquida
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200
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Tem
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°C)
Fração molar líquido/vapor de etanol
(a)
(b)
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 182
Figura 6.3: Curvas de equilíbrio líquido-vapor xy (a) e T-xy (b) para a mistura binária lactato de
etila/ácido láctico na pressão de 1 atm.
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Fraç
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e la
ctat
o d
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tila
na
fase
vap
or
Fração molar de lactato de etila na fase líquida
150
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170
180
190
200
210
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Tem
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ra (
°C)
Fração molar líquido/vapor de lactato de etila
(a)
(b)
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 183
Figura 6.4: Curvas de equilíbrio líquido-vapor xy (a) e T-xy (b) para a mistura binária
etanol/lactato de etila na pressão de 1 atm.
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Fraç
ão m
ola
r d
e e
tan
ol n
a fa
se v
apo
r
Fração molar de etanol na fase líquida
NRTL Peña-Tejedor et al, 2005
60
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80
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100
110
120
130
140
150
160
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Tem
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ratu
ra (
°C)
Fração molar líquido/vapor de etanol
(a)
(b)
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 184
Figura 6.5: Curvas de equilíbrio líquido-vapor xy (a) e T-xy (b) para a mistura binária
água/lactato de etila na pressão de 1 atm.
A seleção de um modelo termodinâmico para determinar o coeficiente de atividade é de
fundamental importância na predição do equilíbrio de fases. O modelo termodinâmico escolhido
para as simulações foi o UNIQUAC-HOC pela boa concordância com os dados experimentais
obtidos da literatura.
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
Fraç
ão m
ola
r d
e á
gua
na
fase
vap
or
Fração molar de água na fase líquida
80
90
100
110
120
130
140
150
160
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
Tem
pe
ratu
ra (
°C)
Fração molar líquido/vapor de água
(a)
(b)
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 185
6.3.2. ESCOLHA DO MODELO CINÉTICO
Um resumo dos estudos da cinética da reação de esterificação do etanol e do ácido láctico
presentes na literatura é mostrado na Tabela 6.4. Alguns estudos utilizam solução de ácido láctico
de concentração 20% para evitar a formação de oligômeros, mas mesmo quando altas
concentrações são utilizadas, a presença dos oligômeros normalmente não é considerada. Nos
trabalhos que levaram em conta a presença dos oligômeros, a quantidade foi inferior a 5%
(Pereira et al., 2011). Observou-se também que o modelo cinético é usualmente expresso em
termos da concentração das espécies, poucos autores consideraram a não idealidade da reação de
mistura usando atividades.
Os valores dos parâmetros para a cinética de esterificação do ácido láctico com etanol
utilizados na simulação (Equação 6.1) foram obtidos de Delgado et al. (2007), conforme Equação
6.2. Os parâmetros foram obtidos para a reação de esterificação homogênea sem a presença de
catalisador externo.
RT
Ekk
eA
ee
,0 exp (6.1)
onde 0
ek (mol/min g) é o fator pré-exponencial de Arrhenius, eAE ,(kJ/mol) é a energia de
ativação, R é a constante universal dos gases e T é a temperatura absoluta.
RT
molkJgmolke
1118 44,64
expmin10298,5 (6.2)
A hidrólise do lactato de etila é uma importante reação que pode ser usada para a
obtenção de ácido láctico de elevada pureza. Entretanto, somente o trabalho de Delgado et al.
(2007) apresenta um estudo sobre a cinética de hidrólise do lactato de etila. Os valores dos
parâmetros da Equação 6.1 foram obtidos para a hidrólise na presença do catalisador Amberlyst
15, conforme Equação 6.3.
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 186
Tabela 6.4: Resumo dos estudos da cinética da reação de esterificação do etanol e do ácido láctico (Pereira et al., 2011 adaptado)
Refs. Catalisador Faixa de
temperatura
(°C)
Solução de
ácido láctico
(%m)
Presença de
oligômeros
Modelo cinético Expressão dos
componentes
Energia de
ativação
(kJ/mol)
Troupe and
DiMilla, 1957
Ácido sulfúrico 25-100 85; 44 Não-considerado Equação empírica Concentrações 62,47
Tanaka et al.,
2002
Amberlyst 15 90-92 91 Considerado Expressão de taxa reversível
simples de ordem n
Concentrações 47,00
Benedict et
al., 2003
Sem catalisador 95 88 Não-considerado Homogêneo Concentrações -
Amberlyst XN-1010 75-95 88 Não-considerado Baseado nos mecanismos de
sítio simples
Concentrações 30,54
Engin et al.,
2003
Ácido heteropoliácido
suportado em
Lewatit® S100
70 92 Não-considerado Expressão de taxa reversível
simples de ordem n
Concentrações -
Zhang et al.,
2004
002 60-88 20 Não-considerado Langmuir-Hinshelwood Atividades 51,58
NKC Langmuir-Hinshelwood Atividades 52,26
Asthana et al.,
2006a
Amberlyst 15 62-90 20; 50; 88 Considerado Expressão de taxa reversível
simples de ordem n
Concentrações 48,00
Delgado et al.,
2007
Amberlyst 15 55-86 20 Não-considerado Langmuir-Hinshelwood Atividades 52,29
Sem catalisador 55-85 20 Não-considerado Homogêneo Atividades 62,50
Pereira et al.,
2008
Amberlyst 15 50-90 88 Não-considerado Langmuir-Hinshelwood Atividades 49,98
Bamoharram
et al., 2010
Ácido Preyssler 70-85 20 Não-considerado Expressão de taxa reversível
simples de ordem n
Concentrações 47,11
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 187
RT
molkJgmolke
1117 05,56
expmin10844,3 (6.3)
6.3.3. SIMULAÇÃO BASE DO PROCESSO DE ESTERIFICAÇÃO E HIDRÓLISE
O fluxograma do processo integrado para a purificação do ácido láctico é mostrado na Figura
6.6.
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 188
Figura 6.6: Fluxograma do processo de esterificação e hidrólise do ácido láctico.
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 189
Na coluna RD1, coluna de destilação reativa onde ocorre a reação de esterificação, a
corrente de VINHO contendo ácido láctico e água proveniente do processo fermentativo de
produção do ácido láctico é alimentada no topo da coluna e a corrente de ETANOL contendo
etanol e água é alimentada no fundo da coluna (Figura 6.7).
Figura 6.7: Fluxograma da coluna de destilação reativa RD1 (reação de esterificação).
A Tabela 6.5 mostra as condições iniciais para a corrente de alimentação VINHO
(baseado no trabalho de Lunelli, 2010) e ETANOL e a Tabela 6.6 os dados para a simulação e
conjunto de especificações do processo de destilação reativa (RD1). O modelo de Power Law foi
usado para adicionar as reações no simulador. Os valores dos parâmetros cinéticos (equação 6.2)
foram obtidos a partir de Delgado et al. (2007).
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 190
Tabela 6.5: Condições iniciais para as correntes de alimentação e dados para a simulação do
processo de esterificação.
Corrente de alimentação VINHO (Lunelli, 2010)
Alimentação Líquido
Pressão (atm) 1
Temperatura (°C) 34
Vazão água (kg/h) 57,4
Vazão ácido láctico (kg/h) 40,1
Corrente de alimentação ETANOL
Alimentação Líquido
Pressão (atm) 1
Temperatura (°C) 78,5
Vazão água (kg/h) 39
Vazão etanol (kg/h) 261
Tabela 6.6: Conjunto de especificações da coluna de destilação reativa (RD1).
Especificações RD1
Número de estágios 29
Número de estágios reativos 23
Holdup líquido nos pratos reativos (mol) 500
Razão de refluxo (mol) 0,772
Vazão de produto de fundo (kmol/h) 0,446
A Tabela 6.7 mostra os resultados das correntes dos produtos da coluna de destilação
reativa. O produto de topo da coluna de esterificação (ETANW) foi enviado para a etapa de
recuperação do etanol, conforme mostra a Figura 6.8. A fase orgânica e aquosa foi separada no
decantador (DEC1). As especificações da coluna DIST são mostradas na Tabela 6.8.
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 191
Figura 6.8: Fluxograma da etapa de recuperação do etanol.
Tabela 6.7: Correntes de produto da coluna de destilação reativa RD1.
Destilado (ETANW)
Vazão (kg/h) 349,9
Fração mássica de água 0,296
Fração mássica de etanol 0,687
Fração mássica de ácido láctico 8,982E-10
Fração mássica de lactato de etila 0,0168
Resíduo (LACTATO1)
Vazão (kg/h) 47,6
Fração mássica de água 0,019
Fração mássica de etanol
Fração mássica de ácido láctico
5,105E-04
7,497E-13
Fração mássica de lactato de etila 0,981
Razão de refluxo 0,772
Carga térmica no refervedor (kJ/s) 223,184
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 192
Tabela 6.8: Conjunto de especificações da coluna de destilação (DIST).
Especificações DIST
Número de estágios 30
Razão de refluxo (mol) 1
Vazão de produto de fundo (kg/h) 65,2
A corrente de fundo da coluna de destilação reativa de esterificação foi alimentada em
uma coluna de destilação reativa de hidrólise (Figura 6.9). A composição das correntes de entrada
e saída são mostradas na Tabela 6.9 e Tabela 6.10, respectivamente, e as especificações da coluna
são mostradas na Tabela 6.11. O produto de topo da coluna de reação de hidrólise
(LACETANW) foi enviado para a etapa de recuperação do etanol e lactato de etila (DEC2 e
DIST1), conforme mostra a Figura 6.10. As especificações da coluna DIST1 são mostradas na
Tabela 6.12.
Figura 6.9: Fluxograma da coluna de destilação reativa RD2 (reação de hidrólise).
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 193
Tabela 6.9: Condições iniciais para as correntes de alimentação e dados para a simulação
processo de hidrólise.
Corrente de alimentação AGUA
Alimentação Líquido
Pressão (atm) 1
Temperatura (°C) 100
Vazão água (kg/h) 99,4
Vazão ácido láctico (kg/h)
Vazão de etanol (kg/h)
Vazão de lactato de etila (kg/h)
3,1E-07
7,1E-12
0,181
Corrente de alimentação LACTATO4
Alimentação Líquido
Pressão (atm) 1
Temperatura (°C) 113,07
Vazão água (kg/h) 6,9
Vazão ácido láctico (kg/h)
Vazão de etanol (kg/h)
Vazão de lactato de etila (kg/h)
3,570E-11
0,024
53,3
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 194
Tabela 6.10: Correntes de produto da coluna de destilação reativa RD2.
Destilado (LACETANW)
Vazão (kg/h) 112,7
Fração mássica de água 0,810
Fração mássica de etanol 0,182
Fração mássica de ácido láctico 2,553E-6
Fração mássica de lactato de etila 8,279E-3
Resíduo (LACTICO)
Vazão (kg/h) 47,1
Fração mássica de água 0,150
Fração mássica de etanol
Fração mássica de ácido láctico
6,199E-08
0,850
Fração mássica de lactato de etila 1,357E-05
Razão de refluxo 0,9
Carga térmica no refervedor (kJ/s) 120,96
Figura 6.10: Fluxograma da etapa de recuperação de etanol e lactato de etila.
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 195
Tabela 6.11: Conjunto de especificações da coluna de hidrólise (RD2).
Especificações RD2
Número de estágios 29
Número de estágios reativos
Holdup líquido nos pratos reativos (mol)
23
500
Razão de refluxo (mol) 0,9
Vazão de produto de fundo (kmol/h) 0,82
Tabela 6.12: Conjunto de especificações da coluna de destilação (DIST1).
Especificações DIST1
Número de estágios 30
Razão de refluxo (mol) 1,5
Vazão de produto de fundo (kmol/h) 4,584
Os perfis de composição mássica da fase líquida e da fase vapor das colunas (RD1, RD2,
DIST e DIST 1) e os perfis de temperatura são mostrados nas Figuras 6.11-6.18.
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 196
Figura 6.11: Perfis das composições mássicas na fase vapor e líquida ao longo dos estágios da
coluna de destilação reativa (RD1).
Figura 6.12: Perfil de temperatura do sistema de destilação reativa (RD1).
Composição do vapor
Estágios
Fra
çã
o m
ássic
a
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
LACTI-01
WAT ER
ET HAN-01
ET HYL-01
Composição do líquido
Estágios
Fra
çã
o m
ássic
a
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
LACTI-01
WAT ER
ET HAN-01
ET HYL-01
Perfil de temperatura
Estágios
Te
mp
era
tura
(°C
)
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29
85
90
95
100
105
110
115
120
125
130
135
140
Temperature C
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 197
Figura 6.13: Perfis das composições mássicas na fase vapor e líquida ao longo dos estágios da
coluna de destilação reativa (RD2).
Figura 6.14: Perfil de temperatura do sistema de destilação reativa (RD2).
Composição do vapor
Estágios
Fra
çã
o m
ássic
a
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
LACTI-01
WAT ER
ET HAN-01
ET HYL-01
Composição do líquido
Estágios
Fra
çã
o m
ássic
a
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
LACTI-01
WAT ER
ET HAN-01
ET HYL-01
Perfil de temperatura
Estágios
Te
mp
era
tura
(°C
)
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29
90
95
100
105
110
115
120
Temperature C
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 198
Figura 6.15: Perfis das composições mássicas na fase vapor e líquida ao longo dos estágios da
coluna de destilação (DIST).
Figura 6.16: Perfil de temperatura do sistema de destilação (DIST).
Composição do vapor
Estágios
Fra
çã
o m
ássic
a
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
LACTI-01
WAT ER
ET HAN-01
ET HYL-01
Composição do líquido
Estágios
Fra
çã
o m
ássic
a
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
LACTI-01
WAT ER
ET HAN-01
ET HYL-01
Perfil de temperatura
Estágios
Te
mp
era
tura
(°C
)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
80
82.
585
87.
590
92.
595
97.
5100
102
.5
Temperature C
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 199
Figura 6.17: Perfis das composições mássicas na fase vapor e líquida ao longo dos estágios da
coluna de destilação (DIST1).
Figura 6.18: Perfil de temperatura do sistema de destilação (DIST1).
Composição do vapor
Estágios
Fra
çã
o m
ássic
a
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
LACTI-01
WAT ER
ET HAN-01
ET HYL-01
Composição do líquido
Estágios
Fra
çã
o m
ássic
a
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
LACTI-01
WAT ER
ET HAN-01
ET HYL-01
Perfil de temperatura
Estágios
Te
mp
era
tura
(°C
)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
80
82.
585
87.
590
92.
595
97.
5100
102
.5
Temperature C
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 200
6.3.3.1. EFEITO DOS PARÂMETROS OPERACIONAIS NAS COLUNAS DE
DESTILAÇÃO REATIVA
O efeito individual dos parâmetros operacionais, a saber: holdup nos pratos reativos,
número de estágios reativos e localização da alimentação dos reagentes foram avaliados nas
colunas de destilação reativa. Para isso, os outros parâmetros operacionais foram mantidos iguais
a da simulação base descrito no item anterior. O objetivo principal foi maximizar a pureza de
lactato de etila e minimizar o consumo de energia na coluna RD1 (reação de esterificação) e
maximizar a pureza de ácido láctico e minimizar o consumo de energia na coluna RD2 (reação de
hidrólise).
Efeito do holdup nos pratos reativos
O holdup é um parâmetro operacional importante na destilação reativa, pois as taxas
reacionais dependem diretamente do holdup (ou da quantidade de catalisador) em cada prato da
coluna. Isso significa que o holdup deve ser conhecido antes de se projetar e conhecer o diâmetro
da coluna. Como resultado, o procedimento de projeto da coluna de destilação reativa é iterativo.
Um valor de holdup no prato é assumido e a coluna é projetada para alcançar a conversão e
pureza de produtos desejados e, dessa forma, o diâmetro da coluna é calculado. Em seguida, a
altura necessária de líquido sobre os pratos reativos para dar o holdup assumido é calculado.
Alturas de líquido maiores que 10-15 cm são indesejáveis devido a limitações hidráulicas de
queda de pressão. Portanto, se a altura de líquido calculada for muito grande, um novo e menor
holdup será escolhido e o cálculo para o projeto da coluna é repetido (Luyben e Yu, 2008).
O holdup molar líquido na coluna de destilação reativa RD1 (esterificação) foi variado de
500 a 800 e os valores obtidos de pureza de água na corrente de destilado, pureza de lactato de
etila na corrente de resíduo e a carga térmica do refervedor (kJ/s) são mostrados na Tabela 6.13.
Observou-se pequena variação dos resultados provavelmente pela estreita faixa de holdup
estudada (respeitando as limitações hidráulicas da coluna). Maiores valores de holdup reduzem o
consumo de energia (Luyben e Yu, 2008).
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 201
Tabela 6.13: Efeito do holdup na coluna RD1.
Holdup
líquido (mol)
Pureza de água %
(Destilado)
Pureza de lactato de etila %
(Resíduo)
Carga térmica
no refervedor (kJ/s)
500 29,366479 98,088162 225,7
600 29,361909 98,073731 225,7
700 29,358524 98,062989 225,7
800 29,355947 98,054769 225,7
O holdup molar líquido na coluna de destilação reativa RD2 (hidrólise) foi estudada e os
resultados são mostrados na Tabela 6.14. Observou-se nesse caso também pequena variação nos
resultados.
Tabela 6.14: Efeito do holdup na coluna RD2.
Holdup
líquido (mol)
Pureza de etanol %
(Destilado)
Pureza de ácido láctico %
(Resíduo)
Carga térmica
no refervedor (kJ/s)
500 18,212765 85,000000 121,0
600 18,220211 84,999999 120,9
700 18,225538 85,000000 120,9
800 18,229537 85,000000 120,9
Optou-se por trabalhar com um holdup líquido de 500 mol nas duas colunas de destilação
reativa, pelas poucas alterações observadas para holdups maiores que 500 e pelo fato do aumento
exigir maior altura de líquido nos pratos reativos ou maior diâmetro de coluna (Luyben e Yu,
2008).
Efeito do número de pratos reativos
O número de pratos reativos na coluna de destilação reativa RD1 (esterificação) foi
variado de 9 a 23 e os valores obtidos de pureza de água e ácido láctico na corrente de destilado,
pureza de lactato de etila e de etanol na corrente de resíduo e a vazão de vapor no refervedor
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 202
(kmol/h) são mostrados na Tabela 6.15. Observou-se um ligeiro aumento em termos de consumo
de energia (vazão de vapor) com o aumento de estágios reativos. Nas colunas convencionais de
destilação isso não ocorre, pois adicionando-se mais estágios a coluna, o consumo de energia
sempre é reduzido (Luyben e Yu, 2008).
Com um grande número de pratos reativos, as concentrações dos reagentes, ácido láctico e
etanol, são grandes nas extremidades da coluna onde são alimentadas (topo no caso do ácido
láctico e fundo para o etanol). Isso ocorre pelo fato do ácido láctico ser consumido nos diversos
pratos reativos da coluna antes de chegar ao fundo, o mesmo ocorre ao etanol antes chegar ao
topo, como pode ser observado na Tabela 6.15. Estas grandes concentrações de reagentes
requerem maior vazão de vapor e refluxo para manter ácido láctico saindo do topo e etanol
saindo do fundo da coluna.
Optou-se por trabalhar com 11 pratos reativos, devido a pureza de lactato de etila ser a
maior obtida e pelo fato do controle dinâmico de uma coluna de destilação reativa ser melhorada
pela adição de mais pratos reativos (Luyben e Yu, 2008).
Tabela 6.15: Efeito do número de pratos reativos na coluna RD1.
Número de
pratos
reativos
Pureza de
água %
(Destilado)
Pureza de
lactato de etila
% (Resíduo)
Pureza de
ácido láctico
% (Destilado)
Pureza de
etanol %
(Resíduo)
Vazão de vapor
no refervedor
(kmol/h)
9 28,790009 98,311275 1,03E-22 6,21E-08 16,12
11 28,788927 98,313206 8,94E-21 4,36E-07 16,12
17 28,784144 98,301630 2,54E-14 1,52E-04 16,13
23 28,764210 98,193381 7,76E-08 5,21E-02 16,17
O número de pratos reativos na coluna de destilação reativa RD2 (hidrólise) foi variado de
9 a 27, mantendo a coluna RD1 em 11 pratos reativos, e os valores obtidos de pureza de etanol e
lactato de etila na corrente de destilado, ácido láctico e água na corrente de resíduo e a vazão de
vapor no refervedor (kmol/h) são mostrados na Tabela 6.16. Para uma menor vazão de vapor no
refervedor, o número ótimo de pratos reativos é 25 e a pureza de ácido láctico obtida é de 85%.
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 203
Tabela 6.16: Efeito do número de pratos reativos na coluna RD2.
Número de
pratos
reativos
Pureza de
etanol %
(Destilado)
Pureza de
ácido láctico
% (Resíduo)
Pureza de
lactato de etila
% (Destilado)
Pureza de
água %
(Resíduo)
Vazão de vapor
no refervedor
(kmol/h)
9 18,185898 85,000000 0,887313 14,998680 10,37
11 18,185897 85,000000 0,887310 14,998682 10,37
17 18,185990 85,000001 0,886841 14,998690 10,37
23 18,191832 85,000000 0,856616 14,998706 10,37
25 18,205547 84,999999 0,778132 14,998679 10,36
27 18,186511 84,999998 0,624486 14,998510 10,39
Efeito da localização da alimentação dos reagentes
O efeito da localização da alimentação dos reagentes na coluna RD1 foi realizado
variando simultaneamente a posição de alimentação do ácido láctico e do etanol conforme Tabela
6.17. Observou-se que a posição de alimentação dos reagentes não teve efeito significativo na
pureza de lactato de etila e na vazão de vapor no refervedor. Considerando as pequenas variações,
foi definido realizar a alimentação de ácido láctico no prato 11 e etanol no prato 19.
Tabela 6.17: Efeito da localização da alimentação dos reagentes na coluna RD1.
Posição de alimentação
ácido láctico
Posição de
alimentação etanol
Pureza de
lactato de etila
% (Resíduo)
Vazão de vapor
no refervedor
(kmol/h)
10 20 98,204231 16,253
11 19 98,204996 16,253
12 18 98,204710 16,254
13 17 98,203036 16,254
A localização da alimentação dos reagentes na coluna RD2 também foi variada, conforme
Tabela 6.18. Observou-se que a posição de alimentação dos reagentes não teve efeito
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 204
significativo na pureza de ácido láctico e na vazão de vapor no refervedor. Considerando as
pequenas variações, foi definido realizar a alimentação de lactato no estágio 7 e água no estágio
23.
Tabela 6.18: Efeito da localização da alimentação dos reagentes na coluna RD2.
Posição de
alimentação lactato
Posição de
alimentação água
Pureza de ácido
láctico % (Resíduo)
Vazão de vapor
no refervedor
(kmol/h)
3 27 85,000000 10,364
5 25 85,000000 10,346
7 23 85,000001 10,346
9 21 85,000000 10,346
11 19 85,000000 10,346
13 17 85,000000 10,346
Melhores condições operacionais
As melhores condições operacionais para a obtenção de máxima pureza de lactato de etila
e mínimo consumo de energia na coluna RD1 (reação de esterificação) e máxima pureza de ácido
láctico e mínimo consumo de energia na coluna RD2 (reação de hidrólise) estão sumarizadas na
Tabela 6.19. Os perfis de composição mássica da fase líquida e da fase vapor das colunas RD1 e
RD2 são mostrados na Figura 6.19 e Figura 6.20, respectivamente.
As composições das correntes de produto das colunas RD1 e RD2 são mostradas na
Tabela 6.20. Lactato de etila com pureza em massa de 98,2% e ácido láctico com pureza em
massa de 85,0% foi obtido na corrente de fundo da coluna RD1 e RD2, respectivamente. Os
resultados mostraram que o processo de purificação do ácido láctico proposto neste trabalho tem
grande potencial para obtenção de ácido láctico com elevada pureza.
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 205
Tabela 6.19: Melhores condições operacionais para as colunas RD1 e RD2.
Parâmetros operacionais RD1 RD2
Holdup (mol) 500 500
Número de pratos reativos 11 25
Estágio de alimentação dos reagentes Ácido láctico- 11 Lactato- 7
Etanol- 19 Água- 23
Tabela 6.20: Correntes de produto da coluna RD1 e RD2 utilizando as melhores condições
operacionais.
RD1 RD2
Destilado Resíduo Destilado Resíduo
Vazão (kg/h) 353,874 47,911 111,705 47,176
Fração mássica água 0,294 0,018 0,816 0,150
Fração mássica de etanol 0,690 6,306E-10 0,184 1,413E-10
Fração mássica de ácido láctico 1,952E-25 5,370E-06 6,294E-10 0,850
Fração mássica de lactato de etila 0,016 0,982 3,267E-09 5,397E-13
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 206
Figura 6.19: Perfis das composições mássicas na fase vapor e líquida ao longo dos estágios da
coluna de destilação reativa otimizada (RD1).
Composição do vapor
Estágios
Fra
çã
o m
ássic
a
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29
0.2
0.4
0.6
0.8
1LACTI-01
WAT ER
ET HAN-01
ET HYL-01
Composição do líquido
Estágios
Fra
çã
o m
ássic
a
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29
0.2
0.4
0.6
0.8
1 LACTI-01
WAT ER
ETHAN-01
ETHYL-01
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 207
Figura 6.20: Perfis das composições mássicas na fase vapor e líquida ao longo dos estágios da
coluna de destilação reativa otimizada (RD2).
Composição do vapor
Estágios
Fra
çã
o m
ássic
a
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29
0.2
0.4
0.6
0.8
1
LACTI-01
WAT ER
ET HAN-01
ET HYL-01
Composição do líquido
Estágios
Fra
çã
o m
ássic
a
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29
0.2
0.4
0.6
0.8
1
LACTI-01
WAT ER
ET HAN-01
ET HYL-01
CAPÍTULO 6- SIMULAÇÃO DE UMA PLANTA VIRTUAL PARA A PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
UTILIZANDO DESTILAÇÃO REATVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 208
6.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi estudado o comportamento de uma reação de esterificação entre o ácido láctico e o
etanol em uma coluna de destilação reativa. Lactato de etila com pureza de 98,2 wt% foi obtida e
alimentada na coluna de hidrólise gerando ácido láctico com pureza de 85,0 wt%.
A destilação reativa é uma técnica promissora para a recuperação de ácido láctico com
elevada pureza e elevado rendimento do caldo de fermentação, apresentando muitas vantagens:
melhora na conversão dos reagentes, melhora na seletividade, redução da quantidade de
catalisador e outros.
CAPÍTULO 7
AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA
PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM UM
SISTEMA DE DESTILAÇÃO REATIVA
CAPÍTULO 7
7. AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM UM
SISTEMA DE DESTILAÇÃO REATIVA
Neste capítulo serão apresentados os resultados da avaliação e otimização da purificação
do ácido láctico através da esterificação do ácido láctico com etanol e posterior hidrólise
utilizando um sistema de destilação reativa. Além disso, serão descritos o sistema de destilação
reativa, o procedimento experimental utilizado e a metodologia analítica para quantificação do
ácido láctico e lactato de etila. Planejamento estatístico composto central foi utilizado visando à
otimização da purificação do ácido láctico.
7.1. INTRODUÇÃO
O ácido láctico pode participar de uma grande variedade de reações químicas produzindo
uma série de produtos de alto valor agregado, desde conservantes de alimentos, solventes verdes
e produtos químicos oxigenados a termoplásticos biodegradáveis (Dey et al., 2012). Um
crescimento anual de 5-8% foi estimado para a demanda de ácido láctico. O mercado mundial
para a produção de ácido láctico deverá atingir 367.300 toneladas no ano de 2017 (Abdel-
Rahman et al., 2013).
A purificação do ácido láctico é uma das etapas mais caras do processo de produção
(Abdel-Rahman et al., 2013; Castillo Martinez et al., 2013; Tong et al., 2004). Portanto, o
desenvolvimento de métodos eficientes para a recuperação de ácido láctico da fermentação é
muito importante. Uma importante alternativa para fazer o processo de purificação do ácido
láctico mais atraente é aproveitar as vantagens da intensificação de processo.
A intensificação de processo é definida como qualquer desenvolvimento de engenharia
química que conduz a produção de tecnologias menores, mais limpas e energicamente mais
CAPÍTULO 7- AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM UM SISTEMA
DE DESTILAÇÃO REATIVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 211
eficientes (Lima da Silva et al., 2010; Stankiewicz et al., 2000). Nesse sentido, a intensificação
de processos foi aplicada à purificação do ácido láctico usando processo de destilação reativa.
Destilação reativa (RD) tem sido proposta como uma técnica promissora para a
recuperação de ácido láctico com elevada pureza e elevado rendimento a partir do caldo de
fermentação (Kumar et al., 2006). É um processo no qual a reação química e a separação são
realizadas simultaneamente dentro de um aparelho de destilação fracionada (Lima da Silva et al.,
2010). RD tornou-se uma alternativa atraente aos processos convencionais, devido às seguintes
razões: simplificação ou eliminação do sistema de separação, reduzindo custos, melhoria na
conversão de reagentes, reduzindo custos com reciclagem, melhoria na seletividade dos produtos
desejados, reduzindo a formação de subprodutos, redução da quantidade de catalisador e
possibilita a integração energética (Kumar et al., 2006).
Nessa etapa do trabalho, a purificação do ácido láctico foi realizada em um sistema de
destilação reativa em duas etapas: esterificação do ácido láctico com etanol, na presença de
catalisador ácido, produzindo lactato de etila e água, e em seguida, hidrólise para a recuperação
do ácido láctico. Foram realizados ensaios de esterificação utilizando primeiramente uma solução
de ácido láctico de 50 g/L, semelhante a concentração produzida por fermentação, e em seguida,
foi utilizada uma solução de ácido láctico mais concentrada (119 g/L de ácido láctico), de modo a
diminuir tanto o consumo de etanol no processo de esterificação, quanto a quantidade inicial de
água, favorecendo os processos de reação e separação.
Os fatores estudados na esterificação para a solução de alimentação de 50 g/L e 119 g/L
de ácido láctico foram: razão molar etanol: ácido láctico, temperatura do refervedor e quantidade
de catalisador. As respostas avaliadas foram o rendimento e concentração de lactato de etila
produzido. Para o ensaio de maior rendimento de produção de lactato de etila foi realizado a
etapa de hidrólise.
CAPÍTULO 7- AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM UM SISTEMA
DE DESTILAÇÃO REATIVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 212
7.2. MATERIAIS E MÉTODOS
7.2.1. PREPARO DA SOLUÇÃO DE ÁCIDO LÁCTICO
A solução de ácido láctico utilizada nos ensaios foi preparada com ácido láctico comercial
(Ecibra, São Paulo, Brasil) 85% diluído em água destilada, sob agitação, de modo que a
concentração em massa de ácido láctico fosse de aproximadamente 50 g/L, valor semelhante ao
obtido nas fermentações para produção de ácido láctico. Ensaios posteriores também foram
realizados com solução de ácido láctico 120 g/L preparado como anteriormente.
A precisão da concentração utilizada nos ensaios foi determinada posteriormente por
análise no HPLC.
7.2.2. DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE DESTILAÇÃO REATIVA
O sistema de destilação reativa foi montado conforme mostra a Figura 7.1. O destilador
era composto por uma coluna de pratos da Fischer®
Labodest®
(Waldbuttelbrunn, Germany). O
equipamento foi projetado inicialmente para a produção de biodiesel e adaptado para o
desenvolvimento desse trabalho.
A coluna de destilação reativa (legenda 3) era do tipo Oldershaw com 10 pratos
perfurados feito em vidro de borosilicato. A distância entre os pratos era de 30 mm, com holdup
dinâmico de 2 mL e holdup estático de 0,2 mL. A coluna tinha uma jaqueta de vácuo para
isolamento térmico. A temperatura da coluna era controlada por termopares (legenda 2) e pelo
controlador (legenda 10).
Na parte superior da coluna de destilação foi acoplado um condensador com serpentinas
de vidro na qual escoava água a temperatura ambiente (legenda 1). Na saída do condensador foi
acoplada uma mangueira (legenda 6) que permitia o reciclo do reagente mais volátil para o pré-
reator (legenda 8). Na parte inferior da coluna foi acoplado um balão volumétrico com uma
manta de aquecimento, constituindo o refervedor ou reboiler (legenda 4) do sistema, que eram
responsáveis pelo fornecimento do calor necessário para o aquecimento da coluna.
CAPÍTULO 7- AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM UM SISTEMA
DE DESTILAÇÃO REATIVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 213
A transferência do material do recipiente de alimentação para o destilador foi realizada
com o auxílio de bombas peristálticas. Os reagentes eram pré-misturados no pré-reator tubular
(legenda 8) antes de entrarem na coluna.
O sistema possuía também um separador gravitacional (legenda 7) que não foi utilizado
nesse trabalho.
Figura 7.1: Sistema de destilação reativa. Legenda: (1) condensador, (2) termopares, (3) coluna
de destilação reativa, (4) refervedor, (5) válvula solenoide, (6) reciclo, (7) decantador, (8) pré-
reator, (9) misturador, (10) controlador.
CAPÍTULO 7- AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM UM SISTEMA
DE DESTILAÇÃO REATIVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 214
7.2.3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Inicialmente, ligou-se a água (em temperatura ambiente) que escoava na serpentina do
condensador. Em seguida, ligaram-se o controlador da coluna e as bombas de alimentação. Antes
de cada ensaio, etanol era alimentado para limpeza e condicionamento da coluna. Depois de
aproximadamente 30 min todo o etanol alimentado era retirado do sistema para que o ensaio
iniciasse.
Para a etapa de esterificação, as bombas de alimentação eram ligadas e ajustadas na vazão
desejada, assim, solução sintética de ácido láctico (em temperatura ambiente) e etanol com
catalisador (em temperatura ambiente) eram alimentados do vaso de alimentação até a coluna de
evaporação no 7° prato (sentido do refervedor para o condensador). A coluna operou durante
todo o tempo de reação em refluxo total. Após tempos determinados de reação, uma amostra do
resíduo era coletada e colocada em banho de gelo para a interrupção da reação. Em seguida, a
coluna era colocada no modo destilação e excesso de etanol era retirado no topo da coluna, na
corrente de destilado, terminando o processo de reação e separação. As amostras de resíduo eram
armazenadas em frascos âmbar para posterior análise em HPLC e em CG e o destilado, composto
predominantemente de etanol, era reutilizado para limpeza da coluna.
Para a etapa de hidrólise, todo o resíduo da esterificação, sem a retirada do excesso de
etanol, era alimentado novamente na coluna de destilação reativa, como anteriormente descrito. A
coluna nesse caso operou durante todo o tempo em refluxo parcial. Após a reação de hidrólise,
etanol e água eram recuperados predominantemente no destilado e ácido láctico purificado era
recuperado no resíduo. As amostras de resíduo foram analisadas em HPLC.
7.2.4. ENSAIOS PRELIMINARES: ETAPA DE ESTERIFICAÇÃO
Ensaios preliminares com solução de alimentação de 50 g/L de ácido láctico foram
realizados com a finalidade de avaliar o comportamento da reação, definir as vazões de
alimentação de ácido láctico e de etanol de modo que não ocorresse inundação da coluna de
destilação reativa e definir a quantidade/ausência de catalisador. Foram variados a razão molar
CAPÍTULO 7- AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM UM SISTEMA
DE DESTILAÇÃO REATIVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 215
etanol: ácido láctico, temperatura do refervedor e quantidade de catalisador. Utilizou-se somente
catalisador homogêneo pelo fato da coluna de destilação reativa ser de pratos e impossibilitar o
uso de catalisador heterogêneo.
7.2.5. PLANEJAMENTO FATORIAL COMPLETO: ETAPA DE ESTERIFICAÇÃO
Após a realização dos ensaios preliminares, um planejamento fatorial completo 23 com
três pontos centrais foi estudado utilizando solução de alimentação de 50 g/L de ácido láctico, a
fim de estudar a influência e interação dos fatores razão molar etanol: ácido láctico, temperatura
do refervedor e quantidade de catalisador no processo de produção de lactato de etila (Tabela 7.1
e Tabela 7.2). A análise foi realizada utilizando o software STATISTICA 7.0 (Statsoft Inc, 2004).
Tabela 7.1: Parâmetros avaliados no planejamento 23
utilizando solução de alimentação de 50
g/L de ácido láctico.
Fatores Inferior (-1) Central (0) Superior (+1)
Razão molar etanol: ácido láctico 10 30 50
Temperatura do refervedor (°C) 100 125 150
Quantidade de catalisador (%) 2 6 10
CAPÍTULO 7- AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM UM SISTEMA
DE DESTILAÇÃO REATIVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 216
Tabela 7.2: Matriz codificada dos parâmetros utilizando solução de alimentação de 50 g/L de
ácido láctico.
Ensaios Razão molar etanol:
ácido láctico
Temperatura do
refervedor (°C)
Quantidade de
catalisador (%)
1 -1 -1 -1
2 +1 -1 -1
3 -1 +1 -1
4 +1 +1 -1
5 -1 -1 +1
6 +1 -1 +1
7 -1 +1 +1
8 +1 +1 +1
9 (C) 0 0 0
10 (C) 0 0 0
11 (C) 0 0 0
7.2.6. OTIMIZAÇÃO DA ETAPA DE ESTERIFICAÇÃO
Após os ensaios preliminares, um planejamento composto central foi realizado visando à
otimização da etapa de esterificação, ou seja, maximizando o rendimento de produção do lactato
de etila. Nessa etapa foi utilizada solução de alimentação de 120 g/L de ácido láctico com o
objetivo de diminuir o consumo de etanol e facilitar o processo de separação. Como nos ensaios
preliminares a solução de ácido láctico era mais diluída, foi necessário realizar novos
experimentos abordando uma nova faixa de estudo.
A Tabela 7.3 apresenta os parâmetros avaliados no planejamento composto central e a
Tabela 7.4 apresenta a matriz codificada dos parâmetros. As análises estatísticas foram realizadas
utilizando o software STATISTICA 7.0 (Statsoft Inc, 2004).
CAPÍTULO 7- AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM UM SISTEMA
DE DESTILAÇÃO REATIVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 217
Tabela 7.3: Parâmetros avaliados no planejamento composto central.
Fatores (-1,68) (-1) Central (0) (+1) +1,68
Razão molar etanol: ácido láctico 1,59 5 10 15 18,41
Temperatura do refervedor (°C) 83 100 125 150 167
Quantidade de catalisador (%) 2,64 4 6 8 9,36
Tabela 7.4: Matriz codificada dos parâmetros do planejamento composto central.
Ensaios Razão molar etanol:
ácido láctico
Temperatura do
refervedor (°C)
Quantidade de
catalisador (%)
1 -1 -1 -1
2 -1 -1 +1
3 -1 +1 -1
4 -1 +1 +1
5 +1 -1 -1
6 +1 -1 +1
7 +1 +1 -1
8 +1 +1 +1
9 -1.68 0 0
10 +1.68 0 0
11 0 -1.68 0
12 0 +1.68 0
13 0 0 -1.68
14 0 0 +1.68
15 (C) 0 0 0
16 (C) 0 0 0
17 (C) 0 0 0
CAPÍTULO 7- AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM UM SISTEMA
DE DESTILAÇÃO REATIVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 218
7.2.7. METODOLOGIA ANALÍTICA
As amostras de resíduo e solução sintética de ácido láctico (matéria-prima de
alimentação) foram filtradas em membranas Millipore de 0,22 m e devidamente diluídas em
água destilada antes de serem usadas para a determinação das concentrações de ácido láctico e
lactato de etila. As análises de ácido láctico foram realizadas de acordo com a metodologia
descrita no item 4.2.3.
As análises de lactato de etila foram realizadas em um equipamento de cromatografia
gasosa (CG), marca Agilent, modelo 7890A equipado com detector de ionização por chama
(FID- Flame Ionization Detector). O equipamento foi controlado utilizando o software OpenLab.
As separações foram realizadas com a coluna capilar DB-FFAP da Agilent (30 m x 250 m x
0,25 m).
O volume de injeção foi de 1 L e o split de 10:1. As temperaturas de injeção e do
detector foram de 240 °C e 250 °C, respectivamente. A temperatura de aquecimento da coluna foi
programada para aumentar a partir de uma temperatura inicial de 100 °C até 125 °C aumentando
2,5 °C/ min e então se manteve constante em 125 °C por 4 minutos. Gás hélio (99,9% de pureza)
foi utilizado como gás de arraste. A metodologia utilizada foi desenvolvida por Lunelli (2010)
com adaptações para esse trabalho.
As concentrações de lactato de etila (g de lactato de etila/ L de solução) foram
determinadas através da curva de calibração construídas com soluções padrões de lactato de etila
de pureza 98% adquirido da Sigma-Aldrich (St Louis, Missouri, EUA). Soluções padrões com
concentrações de 11 a 80 g/L foram preparadas separadamente com lactato de etila diluído em
água deionizada levando-se em conta a pureza do padrão. As soluções padrões foram filtradas em
membranas Millipore de 0,22 m e analisadas no CG junto com as amostras coletadas nos
ensaios.
Conhecidas as concentrações dos padrões, construiu-se uma curva das concentrações em
função das áreas integradas dos picos dos cromatogramas, como mostra a Figura 7.2. Os
cromatogramas obtidos das amostras injetadas no CG tiveram seus picos integrados e foram
interpoladas na curva de calibração, fornecendo os valores de concentração do lactato de etila.
CAPÍTULO 7- AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM UM SISTEMA
DE DESTILAÇÃO REATIVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 219
Figura 7.2: Curva de calibração para a determinação da concentração de lactato de etila.
7.3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
7.3.1. ENSAIOS PRELIMINARES: ETAPA DE ESTERIFICAÇÃO
O primeiro teste realizado foi sem a adição de catalisador e as condições operacionais
estudadas estão na Tabela 7.5. Observou-se que a reação era muito lenta e de baixo rendimento
de produção de lactato de etila (menor que 15%), como mostra a Figura 7.3. Por isso, todos os
ensaios seguintes foram realizados com a adição do catalisador homogêneo (ácido sulfúrico).
O rendimento de lactato de etila (YLE) foi definido como o número de moles de lactato
formado pelo número total de moles de ácido láctico alimentado na coluna, conforme Equação
7.1.
iniciallácticoácidodemolesdetotaln
formadoetiladelactatodemolesdenYLE
(7.1)
y = 3,44796E-03x + 1,58989E+00 R² = 9,98788E-01
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 5000 10000 15000 20000 25000Co
nce
nta
ção
(g
de
lact
ato
de
eti
la/L
de
so
luçã
o)
Área (pA)
CAPÍTULO 7- AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM UM SISTEMA
DE DESTILAÇÃO REATIVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 220
Figura 7.3: Rendimento molar de lactato de etila com o tempo para o ensaio sem catalisador.
Tabela 7.5: Condições operacionais do ensaio preliminar sem adição de catalisador.
Razão molar etanol: ácido
láctico
Temperatura do refervedor
(°C)
Quantidade mássica de
catalisador (%)
29 100 -
Foram realizados mais ensaios preliminares variando a razão molar etanol: ácido láctico e
a quantidade de catalisador, conforme condições apresentadas na Tabela 7.6. Os comportamentos
do rendimento e das concentrações das reações com o tempo podem ser observados na Figura 7.4
e Figura 7.5, respectivamente.
8
9
10
11
12
13
14
15
0 20 40 60 80 100
Re
nd
ime
nto
de
lact
ato
de
eti
la (
%)
Tempo de reação (min)
CAPÍTULO 7- AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM UM SISTEMA
DE DESTILAÇÃO REATIVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 221
Tabela 7.6: Condições experimentais dos ensaios preliminares e máximos rendimentos.
Ensaio Razão molar
etanol: ácido
láctico
Temperatura do
refervedor (°C)
Quantidade
mássica de
catalisador (%)
Tempo total
de reação
(min)
Rendimento
(%)
1 29 100 2,0 250 52,72
2 29 100 5,4 250 59,79
3 29 100 5,4 350 59,79
4 5 100 1,0 300 16,22
5 5 100 5,2 300 16,50
6 9,7 100 5,3 300 37,00
Figura 7.4: Rendimento de lactato de etila com o tempo para os ensaios preliminares.
0
10
20
30
40
50
60
70
0 50 100 150 200 250 300 350 400
Re
nd
ime
nto
de
lact
ato
de
eti
la (
%)
Tempo de reação (min)
Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3 Ensaio 4 Ensaio 5 Ensaio 6
CAPÍTULO 7- AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM UM SISTEMA
DE DESTILAÇÃO REATIVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 222
Figura 7.5: Concentração de lactato de etila com o tempo para os ensaios preliminares.
Observaram-se maiores rendimentos de lactato de etila nos ensaios 2 e 3 (~60%, ~20 g/L).
O ensaio 3 foi realizado nas mesmas condições experimentais do ensaio 2, mas com um tempo
reacional maior. O aumento no tempo reacional não aumentou consideravelmente o rendimento
de lactato de etila com o tempo.
No ensaio 1, quando a quantidade de catalisador utilizada foi menor do que no ensaio 2 e
3, o rendimento de lactato de etila para um mesmo tempo de reação foi sempre menor (máximo
rendimento de ~53%, 18,5 g/L). Comportamento oposto foi observado nos ensaios 4 e 5 com
menor razão molar etanol: ácido láctico. O aumento da quantidade de catalisador (ensaio 5)
diminuiu o rendimento de lactato de etila com o tempo, provavelmente o catalisador nesse caso
acelerou a reação inversa de hidrólise.
Nos ensaios com maior razão molar etanol: ácido láctico (1, 2 e 3), observou-se aumento
do rendimento com o tempo (máximo rendimento de ~60%, ~20 g/L) e nos ensaios com menor
razão molar etanol: ácido láctico (4 e 5) observou-se comportamento oposto (máximo rendimento
de ~16%, 9,3 g/L). O excesso de etanol nesses ensaios não foi suficiente e a reação começou a
reverter. A reversão no ensaio 5 foi mais pronunciada pela maior quantidade de catalisador.
0
5
10
15
20
25
0 50 100 150 200 250 300 350 400
Co
nce
ntr
ação
de
lact
ato
de
eti
la (
g/L)
Tempo de reação (min)
Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3 Ensaio 4 Ensaio 5 Ensaio 6
CAPÍTULO 7- AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM UM SISTEMA
DE DESTILAÇÃO REATIVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 223
No ensaio 6, o rendimento de lactato de etila manteve-se praticamente constante com o
tempo, com o valor máximo de 37% e concentração de 18,5 g/L.
Os resultados dos ensaios preliminares mostraram que utilizar razão molar etanol: ácido
láctico menor que 10, para solução de alimentação de ácido láctico de 50 g/L, não é favorável
para a produção de lactato de etila com elevado rendimento. Devido a isso, foi escolhido razão
molar etanol: ácido láctico superior a 10 para os ensaios do planejamento fatorial completo.
7.3.2. PLANEJAMENTO FATORIAL COMPLETO: ETAPA DE ESTERIFICAÇÃO
A Tabela 7.87 mostra os resultados experimentais de rendimento molar de lactato de etila,
conforme o planejamento experimental mostrado na Tabela 7.2.
Tabela 7.7: Faixa de valores estudados no planejamento 23 para a solução de ácido láctico de 50
g/L e rendimento de lactato de etila.
Ensaios Razão molar
etanol: ácido
láctico
Temperatura do
refervedor (°C)
Quantidade de
catalisador (%)
Rendimento
1 10 (-1) 100 (-1) 2 (-1) 14,17
2 50 (+1) 100 (-1) 2 (-1) 83,26
3 10 (-1) 150 (+1) 2 (-1) 16,00
4 50 (+1) 150 (+1) 2 (-1) 54,20
5 10 (-1) 100 (-1) 10 (+1) 13,54
6 50 (+1) 100 (-1) 10 (+1) 87,61
7 10 (-1) 150 (+1) 10 (+1) 7,35
8 50 (+1) 150 (+1) 10 (+1) 81,86
9 (C) 30 (0) 125 (0) 6 (0) 38,39
10 (C) 30 (0) 125 (0) 6 (0) 26,44
11 (C) 30 (0) 125 (0) 6 (0) 35,37
CAPÍTULO 7- AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM UM SISTEMA
DE DESTILAÇÃO REATIVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 224
A Tabela 7.8 mostra o efeito da razão molar etanol: ácido láctico, temperatura do
refervedor e concentração de catalisador sobre o rendimento de lactato de etila com nível de
confiança de 95%. De acordo com a Tabela 7.8, somente a razão molar etanol: ácido láctico foi
estatisticamente significativa para o rendimento de lactato de etila (p< 0,05). Os efeitos sobre o
rendimento de lactato de etila é mostrado no Gráfico de Pareto (Figura 7.6).
Tabela 7.8: Coeficientes de regressão para o rendimento de lactato de etila com nível de
confiança de 95% utilizando solução de ácido láctico de 50 g/L.
Fatores Coeficiente de
regressão
Erro padrão t(2) p
Média 41,65364 1,873531 22,23269 0,002017
(1) Etanol: ácido láctico 31,98375 4,393820 14,55852 0,004685
(2)T refervedor -4,89625 4,393820 -2,22870 0,155644
(3)Catalisador 2,84125 4,393820 1,29329 0,325146
(1)*(2) -3,80625 4,393820 -1,73255 0,225315
(1)*(3) 5,16125 4,393820 2,34932 0,143251
(2)*(3) 1,91125 4,393820 0,86997 0,476039
Figura 7.6: Gráfico de Pareto dos efeitos sobre o rendimento de lactato de etila.
CAPÍTULO 7- AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM UM SISTEMA
DE DESTILAÇÃO REATIVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 225
O modelo de regressão para o rendimento de lactato de etila, considerando somente os
efeitos estatisticamente significativos, é mostrado na Equação 7.2. O fator X1 representa o valor
codificado para a razão molar etanol: ácido láctico.
198375316536441 XYEL .. (7.2)
O modelo foi avaliado através da ANOVA (Tabela 7.9). Observa-se que F1,9 calculado
(67.23) é superior ao F1,9 tabelado (5.12) e 88,19% de variação é explicada pelo modelo,
mostrando que o modelo linear para o rendimento de lactato de etila é estatisticamente
significativo com um nível de confiança de 95%. Além disso, o F7,2 calculado (3.77) é inferior ao
F7,2 tabelado (19.35), ou seja, o modelo pode ser utilizado para fazer predições na faixa estudada.
Tabela 7.9: ANOVA para o rendimento de lactato de etila com nível de confiança de 95%
utilizando solução de ácido láctico de 50 g/L.
Fonte de
Variação
Soma
Quadrática
Graus de
Liberdade
Média
Quadrática
Fcalculado Ftabelado
Regressão 8183,68 1 8183,68 67,23 5,12
Resíduo 1095,52 9 121,72
Falta de ajuste 1018,30 7 145,47 3,77 19,35
Erro puro 77,22 2 38,61
Total 9279,21 10
Observando a Equação 7.2, o rendimento de lactato de etila aumenta com a razão molar
etanol: ácido láctico, pois o excesso de etanol desloca o equilíbrio para a direita. A água em
soluções diluídas de ácido láctico limita a esterificação e, portanto, um grande excesso de etanol e
altos custos de energia são requeridos (Asthana et al., 2006b).
A superfície de resposta do rendimento de lactato de etila em função da concentração de
catalisador e razão molar e em função da temperatura do refervedor e razão molar, considerando
CAPÍTULO 7- AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM UM SISTEMA
DE DESTILAÇÃO REATIVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 226
somente os efeitos estatisticamente significativos, são mostradas na Figura 7.7e Figura 7.8,
respectivamente. Considerando um bom desempenho da coluna para obter elevado rendimento de
lactato de etila, é favorável trabalhar com MR= 50.
Figura 7.7: Superfície de resposta do rendimento de lactato de etila em função da concentração
de catalisador (Cat) e razão molar etanol: ácido láctico (MR).
CAPÍTULO 7- AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM UM SISTEMA
DE DESTILAÇÃO REATIVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 227
Figura 7.8: Superfície de resposta do rendimento de lactato de etila em função da temperatura do
refervedor (Treb) e razão molar etanol: ácido láctico (MR).
7.3.3. PLANEJAMENTO COMPOSTO CENTRAL: OTIMIZAÇÃO DA ETAPA DE
ESTERIFICAÇÃO
A otimização da etapa de esterificação foi realizada utilizando a metodologia de superfície
de resposta (planejamento composto central) e solução de alimentação de 120 g/L de ácido
láctico.
No item anterior, 7.3.2, foi observado que os maiores rendimentos de produção de lactato
de etila foram obtidos quando se utilizava razão molar etanol: ácido láctico= 50. A otimização
dessa etapa não foi realizada, pois um grande consumo de etanol foi requerido para obtenção de
elevados rendimentos de lactato de etila, o que demandou maior gasto energético para
recuperação do etanol. Por esse motivo, optou-se por utilizar uma solução mais concentrada de
ácido láctico, diminuindo dessa forma, a quantidade de água na reação e o excesso de etanol,
favorecendo a esterificação. Nos ensaios dos itens 7.3.1 e 7.3.2, a solução sintética de ácido
láctico utilizada nos ensaios possuía concentração semelhante ao obtido por fermentação, ou seja,
o ácido láctico produzido por fermentação poderia ser utilizada nos ensaios de destilação reativa
sem a retirada prévia de água. Nesse caso, como a solução de alimentação é mais concentrada,
CAPÍTULO 7- AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM UM SISTEMA
DE DESTILAÇÃO REATIVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 228
um processo de separação preliminar é necessário. A destilação molecular híbrida estudada nos
Capítulos 4 e 5 é uma alternativa atraente.
Os valores decodificados e codificados das variáveis utilizadas no planejamento composto
central, juntamente com os rendimentos de lactato de etila, são apresentados na Tabela 7.10.
Tabela 7.10: Faixa de valores estudados no planejamento composto central para solução de ácido
láctico de 120 g/L e rendimento de lactato de etila.
Ensaios Razão molar
etanol: ácido
láctico
Temperatura do
refervedor
(°C)
Quantidade
de catalisador
(%)
Rendimento
(%)
1 5 (-1) 100 (-1) 4 (-1) 69,57
2 5 (-1) 100 (-1) 8 (+1) 70,22
3 5 (-1) 150 (+1) 4 (-1) 34,24
4 5 (-1) 150 (+1) 8 (+1) 50,06
5 15 (+1) 100 (-1) 4 (-1) 97,32
6 15 (+1) 100 (-1) 8 (+1) 84,51
7 15 (+1) 150 (+1) 4 (-1) 98,09
8 15 (+1) 150 (+1) 8 (+1) 98,51
9 1,59 (-1.68) 125 (0) 6 (0) 7,86
10 18,40 (+1.68) 125 (0) 6 (0) 99,94
11 10 (0) 83 (-1.68) 6 (0) 87,26
12 10 (0) 167 (+1.68) 6 (0) 97,7
13 10 (0) 125 (0) 2,63 (-1.68) 94,80
14 10 (0) 125 (0) 9,36 (+1.68) 87,62
15 (C) 10 (0) 125 (0) 6 (0) 93,82
16 (C) 10 (0) 125 (0) 6 (0) 92,78
17 (C) 10 (0) 125 (0) 6 (0) 89,65
Para verificar a relação entre o rendimento de lactato de etila e as variáveis do processo
(razão molar etanol: ácido láctico, temperatura do refervedor e concentração de catalisador)
realizaram-se análises estatísticas.
CAPÍTULO 7- AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM UM SISTEMA
DE DESTILAÇÃO REATIVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 229
A análise dos efeitos principais e das interações das variáveis para o rendimento de lactato
de etila, com nível de confiança de 95%, pode ser observada na Tabela 7.11.
Tabela 7.11: Coeficientes de regressão para o rendimento de lactato de etila do planejamento
composto central (nível de confiança de 95%).
Fatores Coeficiente de
regressão
Erro padrão t(2) p
Média 92,2831 1,250708 73,7847 0,000184
(1) Etanol: ácido láctico (L) 22,6406 1,174686 38,5475 0,000672
Etanol:Ácido láctico (Q) -14,1881 1,292914 -21,9474 0,002070
(2) T refervedor (L) -1,6960 1,174686 -2,8876 0,101923
T refervedor (Q) -0,5480 1,292914 -0,8476 0,485900
(3) Catalisador (L) -0,5854 1,174686 -0,9968 0,423899
Catalisador (Q) -0,9970 1,292914 -1,5422 0,262968
(1)*(2) 8,7825 1,534802 11,4445 0,007549
(1)*(3) -3,6075 1,534802 -4,7009 0,042395
(2)*(3) 3,5500 1,534802 4,6260 0,043690
Analisando a Tabela 7.11 nota-se que os fatores estatisticamente significativos foram a
razão molar etanol:ácido láctico (L), razão molar etanol:ácido láctico (Q), e as interações (1)*(2),
(1)*(3) e (2)*(3), considerando um nível de confiança de 95%.
O modelo para o rendimento de lactato de etila pode ser representado pela equação 7.3,
considerando apenas os fatores e interações significativas. Os fatores X1, X2 e X3 representam os
valores codificados de razão molar etanol:ácido láctico, temperatura do refervedor e quantidade
de catalisador.
323121211 5500,36075,37825,88357,136406,227590,90% XXXXXXXXR
(7.3)
A análise de variância (ANOVA) é mostrada na Tabela 7.12.
CAPÍTULO 7- AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM UM SISTEMA
DE DESTILAÇÃO REATIVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 230
Tabela 7.12: ANOVA para o rendimento de lactato de etila com nível de confiança de 95%.
Fonte de
Variação
Soma
Quadrática
Graus de
Liberdade
Média
Quadrática
Fcalculado Ftabelado
Regressão 10316,54 5,00 2063,31 40,63 F5,11= 3,20
Resíduo 558,64 11,00 50,79 12,95 F9,2= 19,38
Falta de ajuste 549,22 9 61,025
Erro puro 9,42 2 4,711
Total 10875,18 16
% de variação
explicada (R2)
94,86
% máxima de
variação
explicável
99,91
De acordo com a ANOVA da Tabela 7.12, observa-se que o valor do teste F calculado
para verificar a significância estatística do modelo (40,63) é superior ao tabelado (F5,11= 3,20). O
modelo não apresenta evidência de falta de ajuste, pois o valor de F calculado (12,95) é menor
que o valor tabelado (F9,2= 19,38). Assim, o modelo é estatisticamente significativo e preditivo
para o rendimento de lactato de etila. A boa concordância entre o modelo e os dados
experimentais pode ser observada na Figura 7.9.
CAPÍTULO 7- AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM UM SISTEMA
DE DESTILAÇÃO REATIVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 231
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Valores observados
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
Va
lore
s p
red
ito
s
Figura 7.9: Valores preditos e observados para o rendimento de lactato de etila.
As superfícies de resposta, considerando apenas os efeitos significativos, são apresentadas
na Figura 7.10.
Pode-se observar analisando a Figura 7.10 que o maior rendimento de produção de lactato
de etila ocorreu em condições reacionais próximas ao ponto de máxima razão molar etanol: ácido
láctico (razão molar 18,41; 125 °C; 6% de catalisador). Como o rendimento nesse ponto foi
próximo a 100%, consideraram-se as condições reacionais acima mencionadas ótimas para essa
alimentação utilizada.
CAPÍTULO 7- AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM UM SISTEMA
DE DESTILAÇÃO REATIVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 232
Figura 7.10: Superfície de resposta para o rendimento de lactato de etila em função da razão
molar etanol: ácido láctico e da temperatura do refervedor mantendo a quantidade de catalisador
no ponto mínimo (A), ponto central (B) e ponto máximo (C).
A B
C
CAPÍTULO 7- AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM UM SISTEMA
DE DESTILAÇÃO REATIVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 233
7.3.4. ETAPA DE HIDRÓLISE
Após a etapa de esterificação, foi realizada a hidrólise do lactato de etila visando à
obtenção de ácido láctico de maior pureza. Analisando o rendimento de lactato de etila em função
dos ensaios (Figura 7.11), nota-se pouca variação a partir do ensaio 10. Sabendo-se disso, foi
escolhido o ensaio 13 para a realização da etapa de hidrólise (razão molar etanol: ácido láctico
10, 125 °C, 2,64%). O menor consumo de ácido sulfúrico nesse ensaio representa vantagens
econômicas.
Figura 7.11: Rendimento de lactato de etila em função dos ensaios de esterificação.
A hidrólise do ensaio 13 foi realizada a 90 °C durante 4 h (Figura 7.12). Após esse tempo,
a produção de destilado cessou e a hidrólise foi interrompida. Levando-se em conta que o ácido
láctico utilizado na esterificação possuía concentração de 10,96% em massa (118,75 g/L), obteve-
se após a hidrólise 26,32% em massa (347,68 g/L), ou seja, o ácido láctico foi concentrado 2,4
vezes em termos de fração mássica e 2,93 vezes em termos de concentração g/L.
0
20
40
60
80
100
120
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17Re
nd
ime
nto
de
lact
ato
de
eti
la (
%)
Ensaio
Experimental Modelo estatístico
CAPÍTULO 7- AVALIAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DA PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO EM UM SISTEMA
DE DESTILAÇÃO REATIVA
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 234
Figura 7.12: Percentagem mássica de ácido láctico em função do tempo de hidrólise.
7.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi realizada a avaliação e otimização da purificação do ácido láctico em uma coluna de
destilação reativa, utilizando solução de alimentação de ácido láctico de 50 g/L e de 120 g/L.
Para a solução mais diluída, foram realizados ensaios preliminares e planejamento estatístico
completo para avaliação dos fatores de maior influência no processo. Em seguida, visando à
otimização das condições reacionais, um planejamento estatístico composto central foi realizado.
Para essa etapa, somente solução concentrada foi considerada.
Os resultados mostraram que, para a solução de ácido láctico de 50 g/L, rendimentos de
lactato de etila de até 87,61% foram obtidos. A razão molar etanol: ácido láctico foi o único fator
significativo na análise estatística.
No planejamento composto central com solução de ácido láctico de 120 g/L, rendimento
em torno de 100% foi obtido. Os fatores e interações significativas foram: razão molar
etanol:ácido láctico (L), razão molar etanol:ácido láctico (Q), (1)*(2), (1)*(3) e (2)*(3).
Por fim, para a obtenção de ácido láctico purificado, foi realizada a hidrólise do lactato de
etila. Obteve-se ácido láctico 2,4 vezes mais concentrado que o ácido láctico inicial de
alimentação (em termos de fração mássica).
0
5
10
15
20
25
30
0 1 2 3 4 5
% m
assa
de
áci
do
láct
ico
Tempo (h)
CAPÍTULO 8
PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO UTILIZANDO
SISTEMA EVAPORATIVO E DESTILAÇÃO REATIVA EM
SÉRIE E AVALIAÇÃO DA MELHOR ESTRATÉGIA DE
SEPARAÇÃO
CAPÍTULO 8
8. PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO UTILIZANDO SISTEMA
EVAPORATIVO E DESTILAÇÃO REATIVA EM SÉRIE E AVALIAÇÃO DA
MELHOR ESTRATÉGIA DE SEPARAÇÃO
Neste capítulo serão apresentados os resultados da purificação do ácido láctico utilizando
o sistema evaporativo e a destilação reativa em série. A comparação e avaliação das diferentes
estratégias operacionais para a concentração do ácido láctico (sistema híbrido de destilação
molecular, sistema de destilação reativa e acoplando as duas tecnologias sequencialmente) será
realizada.
8.1. INTRODUÇÃO
Para a separação/purificação do ácido láctico, alguns processos disponíveis são
precipitação de cálcio, eletrodiálise e diálise, absorção ou troca de íons, destilação, extração por
membrana e solvente (Wasewar et al., 2005). Grande parte dos estudos realizados na literatura
utiliza um grande número de etapas para a obtenção de ácido láctico com elevada pureza e
recuperação (Pal et al., 2013; Chen et al., 2012; Nakano et al. 2012; Sikder et al.,2012; Kumar et
al. 2006), o que implica em aumento de custos.
Assim, o emprego de novas tecnologias de separação/purificação e as configurações de
processos integrados apresentam possibilidades interessantes para reduzir o número de etapas dos
processos, além dos custos de produção (Madzingaidzo et al., 2002).
As utilizações do sistema híbrido de evaporação e destilação reativa, estudados em
capítulos anteriores, mostraram serem efetivos para a separação e purificação do ácido láctico.
Por isso, nesta etapa do trabalho, será realizada a avaliação da purificação do ácido láctico
utilizando as duas operações unitárias sequencialmente. Será avaliada também a melhor
estratégia para separação e purificação do ácido láctico com base no índice de desempenho de
purificação.
CAPÍTULO 8- PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO UTILIZANDO SISTEMA EVAPORATIVO E
DESTILAÇÃO REATIVA EM SÉRIE E AVALIAÇÃO DA MELHOR ESTRATÉGIA DE SEPARAÇÃO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 237
8.2. MATERIAIS E MÉTODOS
8.2.1. PREPARAÇÃO DA SOLUÇÃO INICIAL DE ALIMENTAÇÃO
Ácido láctico comercial 85%, adquirido da Ecibra (São Paulo, Brasil), foi diluído em água
destilada sob agitação. Preparou-se uma solução de aproximadamente 5% em massa de ácido
láctico, concentração semelhante ao obtido por fermentação.
8.2.2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Solução de ácido láctico foi alimentada primeiramente no sistema evaporativo híbrido,
como foi descrito no item 4.2.2.3. As condições operacionais utilizadas foram escolhidas com
base nos resultados do Capítulo 5 e são mostradas na Tabela 8.1. O destilado obtido após o
processo de evaporação foi analisado em HPLC (metodologia descrita no item 4.2.3), e
alimentado no sistema de destilação reativa para a reação de esterificação.
O procedimento experimental para a reação de esterificação foi descrito no item 7.2.3 e as
condições operacionais utilizadas estão na Tabela 8.2. O resíduo obtido foi coletado e analisado
em HPLC (metodologia descrita no item 4.2.3), para quantificação de ácido láctico, e em CG
(metodologia descrita no item 7.2.7), para quantificação de lactato de etila.
O resíduo coletado após a esterificação foi alimentado novamente no sistema de
destilação reativa para a etapa de hidrólise. A hidrólise foi realizada a 90 °C durante 4 h.
CAPÍTULO 8- PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO UTILIZANDO SISTEMA EVAPORATIVO E
DESTILAÇÃO REATIVA EM SÉRIE E AVALIAÇÃO DA MELHOR ESTRATÉGIA DE SEPARAÇÃO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 238
Tabela 8.1: Condições operacionais utilizadas no sistema de evaporação híbrido.
Vazão (mL/min) 14
Temperatura da solução de alimentação (°C) Ambiente
Teor de ácido láctico na solução de alimentação (% massa) 4,71
Concentração de ácido láctico (g/L) 42,83
Velocidade de agitação (rpm) 750
Pressão (mbar) 10
Temperatura do condensador interno (°C) 16
Temperatura do condensador externo (°C) -5
Temperatura do evaporador (°C) 132
Tabela 8.2: Faixa de valores estudados na etapa de esterificação.
Ensaios Razão molar
etanol: ácido
láctico
Temperatura do
refervedor
(°C)
Quantidade
de catalisador
(%)
1 5 100 4
2 5 100 8
3 5 150 4
4 5 150 8
8.3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os rendimentos de lactato de etila obtidos na etapa de esterificação e purezas de ácido
láctico (m/m) após o processo de hidrólise são mostrados na Tabela 8.3. Observaram-se maiores
rendimentos de lactato de etila nos ensaios 3 e 4. Nesse caso, o aumento de temperatura
favoreceu a reação de esterificação. Rendimento de ~100% foi obtido utilizando 8% de
CAPÍTULO 8- PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO UTILIZANDO SISTEMA EVAPORATIVO E
DESTILAÇÃO REATIVA EM SÉRIE E AVALIAÇÃO DA MELHOR ESTRATÉGIA DE SEPARAÇÃO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 239
catalisador a 150 °C. Para uma mesmo temperatura de reação, o aumento da quantidade de
catalisador favoreceu a produção de lactato de etila.
Após a reação de esterificação, o lactato de etila foi hidrolisado, produzindo ácido láctico.
A maior pureza de ácido láctico foi obtida no ensaio 2 (21,97%), ou seja, o ácido láctico foi
concentrado 4,7 vezes em termos de fração mássica.
Tabela 8.3: Condições experimentais de esterificação, rendimento de lactato de etila e pureza de
ácido láctico após hidrólise.
Ensaios Razão molar
etanol: ácido
láctico
Temperatura do
refervedor
(°C)
Quantidade
de catalisador
(%)
Rendimento
(%)
Pureza de
ácido láctico
(%)
1 5 100 4 37,05 14,69
2 5 100 8 78,69 21,97
3 5 150 4 95,10 18,15
4 5 150 8 100,00 15,38
8.4. AVALIAÇÃO DA MELHOR ESTRATÉGIA DE SEPARAÇÃO E PURIFICAÇÃO
A estimativa de custo do desenvolvimento/otimização de um processo de purificação só é
possível quando um conceito ou processo completo é modelado em escala laboratorial, o que
exige dados abrangentes, tempo e esforço. Antes dessa fase, as decisões de aplicar ou descartar
etapas de purificação alternativas baseiam-se na viabilidade prática, no rendimento experimental
e na melhoria da pureza (Winkelnkemper e Schembecker, 2010; Winkelnkemper et al., 2011).
Neste trabalho, foram estudadas três estratégias para separação e concentração do ácido
láctico: sistema híbrido de destilação molecular, sistema de destilação reativa e acoplando as duas
operações unitárias sequencialmente.
Foi possível aumentar em 18 vezes a concentração de ácido láctico inicialmente presente
na solução inicial, utilizando o sistema híbrido de destilação molecular, 2,4 vezes utilizando o
sistema de destilação reativa e 4,7 vezes utilizando os sistemas acoplados. A Tabela 8.4 resume
CAPÍTULO 8- PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO UTILIZANDO SISTEMA EVAPORATIVO E
DESTILAÇÃO REATIVA EM SÉRIE E AVALIAÇÃO DA MELHOR ESTRATÉGIA DE SEPARAÇÃO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 240
os principais resultados obtidos, utilizando as três estratégias de separação e solução sintética e
vinho de fermentação.
Tabela 8.4: Principais resultados obtidos utilizando as três estratégias de separação.
Estratégia Alimentação Concentração de ácido láctico
Sistema híbrido de destilação molecular Vinho de fermentação 18 Co
Destilação reativa Solução sintética 2,4 Co
Tecnologias acopladas Solução sintética 4,7 Co
Co= concentração da solução inicial
Winkelnkemper e Schembecker (2010) desenvolveram indicadores de desempenho para
uma única etapa de purificação. Os indicadores propostos pelos autores não requerem balanços
completos de massa e energia e podem ser aplicados a partir do início da investigação
experimental.
Para avaliar a melhor estratégia de separação e purificação foi calculado o índice de
desempenho de purificação (IDP), segundo a Equação 8.1.
)(tanh)(tanh
)(tanh)(tanh ,,
1212
1212
0
11
11
xx
xxIDP
f
jinjout
j (8.1)
onde, joutx , é a pureza após uma etapa, jinx , é a pureza na entrada de uma etapa, fx é a pureza a
ser alcançada, 0x é a pureza inicial da mistura.
O IDP foi calculado para cada estratégia de separação e os resultados são apresentados na
Tabela 8.5. Assumiu-se pureza a ser alcançada pelas tecnologias de 90% (ácido láctico grau USP)
e pureza inicial da mistura equivalente ao ácido láctico obtido pela fermentação, ou seja, ~ 5 %
(m/m).
CAPÍTULO 8- PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO UTILIZANDO SISTEMA EVAPORATIVO E
DESTILAÇÃO REATIVA EM SÉRIE E AVALIAÇÃO DA MELHOR ESTRATÉGIA DE SEPARAÇÃO
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 241
Comparando as três estratégias de separação, pode-se observar que a destilação molecular
híbrida apresentou o melhor IDP, seguida das tecnologias acopladas e destilação reativa.
Portanto, a melhor estratégia para a separação e concentração do ácido láctico, proposta nesse
trabalho, é a destilação molecular. Para uma melhor avaliação, uma análise econômica também
deve ser realizada.
Tabela 8.5: Índice de desempenho de purificação (IDP) para cada estratégia de separação.
Estratégia de separação xout,j xin,j xf x0 IDP (%)
Destilação molecular híbrida 0,8971 0,0471 0,90 0,0471 99,39
Destilação reativa 0,2632 0,1096 0,90 0,0471 20,47
Tecnologias acopladas 0,2197 0,0471 0,90 0,0471 33,43
joutx , é a pureza após uma etapa, jinx , é a pureza na entrada de uma etapa, fx é a pureza a ser
alcançada, 0x é a pureza inicial da mistura.
8.5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A purificação do ácido láctico foi realizada utilizando o sistema híbrido de destilação
molecular e a destilação reativa em sequência. Os resultados mostraram que foi possível
concentrar o ácido láctico em 4,7 vezes.
A avaliação da melhor estratégia de separação e purificação do ácido láctico estudada no
trabalho foi realizada calculando o índice de desempenho de purificação (IDP). O sistema híbrido
de destilação molecular foi a tecnologia que apresentou o maior IDP, seguida das tecnologias
acopladas e destilação reativa.
CAPÍTULO 9
CONCLUSÕES FINAIS E SUGESTÕES DE
TRABALHOS FUTUROS
CAPÍTULO 9
9. CONCLUSÕES FINAIS
Neste trabalho foram estudadas diferentes estratégias de separação visando o
desenvolvimento de um processo eficiente de separação e purificação do ácido láctico produzido
por fermentação. Os resultados provenientes deste trabalho contribuíram positivamente com a
ampliação do conhecimento técnico e científico na área de processos de separação.
No Capítulo 2 foi apresentada uma revisão bibliográfica descrevendo o ácido láctico e as
diversas tecnologias de separação e purificação utilizadas na literatura. Os inconvenientes
reportados limitam a aplicação dessas tecnologias em nível industrial e o desenvolvimento de
novas tecnologias eficientes e viáveis é necessário.
No Capítulo 3 foi realizada a caracterização do ácido láctico em relação à termodinâmica,
a química e ao comportamento térmico. Foi observado que o ácido láctico comercial é composto
por ácido láctico e lactídeos. A caracterização térmica do ácido láctico usando técnicas
termoanalíticas revelaram picos endotérmicos de evaporação e formação de produtos
provenientes da decomposição do ácido láctico. Além disso, os parâmetros cinéticos do processo
de evaporação também foram determinados.
No Capítulo 4 foi realizado um estudo inicial de viabilidade técnica de concentração de
solução sintética de ácido láctico utilizando o sistema evaporativo híbrido. Foi possível
concentrar o ácido láctico utilizando uma solução de alimentação mais concentrada ou mais
diluída. Para os ensaios utilizando a solução sintética mais concentrada, concentrou-se o ácido
láctico no resíduo em aproximadamente 2,4 vezes com recuperação de 94% (50 °C). Para os
ensaios utilizando a solução sintética mais diluída, concentrou-se o ácido láctico no destilado em
aproximadamente 2,15 vezes, com uma recuperação de 3,8% (80 °C). Esses resultados
mostraram que realizar a concentração do ácido láctico utilizando o sistema evaporativo híbrido é
viável tecnicamente e é vantajoso pela utilização de baixas temperaturas.
No Capítulo 5, a purificação do ácido láctico proveniente do vinho de fermentação foi
realizada utilizando o sistema evaporativo híbrido. Planejamento fatorial completo de dois níveis
com três repetições no ponto central foi realizado estudando quatro variáveis do processo: vazão
CAPÍTULO 9- CONCLUSÕES FINAIS E SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 245
de alimentação, agitação, temperatura do condensador interno e temperatura do evaporador. As
respostas estudadas foram: pureza e recuperação de ácido láctico no resíduo e no destilado e
porcentagem de resíduo e de destilado. Com base nos resultados obtidos no planejamento, foi
realizada a otimização da resposta pureza de ácido láctico no destilado e no resíduo.
As condições operacionais ótimas para a corrente de destilado são: vazão de alimentação
de 14 mL/min, agitação de 750 rpm, temperatura do condensador interno de 17,6 °C e
temperatura do evaporador de 141 °C. Usando esses valores, o produto obtido na corrente de
destilado apresentou ~70% de ácido láctico com recuperação de ~55%. Para a corrente de
resíduo, purezas de ácido láctico em torno de 22% com recuperação de ~52% podem ser
alcançadas trabalhando-se com razão split ratio (R/D) de aproximadamente 1,5.
Os resultados obtidos foram satisfatórios quando comparados com a literatura que utiliza
menores pressões de operação e mais etapas de separação (que implicam em maiores gastos
operacionais) para a obtenção de pureza semelhante.
No Capítulo 6, a simulação de uma planta virtual para a purificação do ácido láctico foi
realizada com o auxílio do simulador comercial ASPEN PLUS®. O processo consistiu de uma
reação de esterificação do ácido láctico com etanol e posterior hidrólise do lactato de etila com
água em colunas de destilação reativa, para a recuperação do ácido láctico com elevada pureza.
No processo para a recuperação do ácido láctico, vinho de fermentação foi alimentado no
topo e etanol foi alimentado no fundo da coluna de esterificação. O produto de topo da coluna de
esterificação (água e etanol) foi enviado para a etapa de recuperação do etanol e a corrente de
fundo da coluna, de fração mássica de lactato de etila de 0,981, foi alimentada em uma coluna de
hidrólise. Na coluna de hidrólise, ácido láctico de fração mássica de 0,85 foi obtido no corrente
de fundo, que é o ácido láctico que pode ser classificado como grau USP (85-90%). Esses
resultados mostraram que a destilação reativa é uma técnica promissora para a recuperação de
ácido láctico com elevada pureza e elevado rendimento do caldo de fermentação, apresentando
muitas vantagens: melhora na conversão dos reagentes, melhora na seletividade, redução da
quantidade de catalisador e outros.
No Capítulo 7, a avaliação e otimização da purificação do ácido em um sistema de
destilação reativa foi realizada. Após a realização dos ensaios preliminares um planejamento
fatorial completo 23 com três pontos centrais foi estudado, a fim de estudar a influência dos
CAPÍTULO 9- CONCLUSÕES FINAIS E SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 246
fatores razão molar etanol: ácido láctico, temperatura do refervedor e quantidade de catalisador
no processo de produção de lactato de etila. Os resultados mostraram que, para a solução de ácido
láctico de 50 g/L, rendimentos de lactato de etila de até 87,61% foram obtidos. A razão molar
etanol: ácido láctico foi o único fator significativo na análise estatística.
Em seguida, um planejamento composto central com solução de ácido láctico de 120 g/L
foi realizado. Rendimento em torno de 100% foi obtido. Os fatores e interações significativas
foram: razão molar etanol:ácido láctico (L), razão molar etanol:ácido láctico (Q), (1)*(2), (1)*(3)
e (2)*(3). Por fim, para a obtenção de ácido láctico purificado, foi realizada a hidrólise do lactato
de etila. Obteve-se ácido láctico 2,4 vezes mais concentrado que o ácido láctico inicial de
alimentação (em termos de fração mássica).
No Capítulo 8, a avaliação da purificação do ácido láctico foi realizada utilizando o
sistema híbrido de evaporação e destilação reativa em sequência, obtendo-se ácido láctico 4,7
vezes mais concentrado. Finalmente, a comparação dos resultados obtidos utilizando as três
estratégias de separação e purificação (sistema híbrido de destilação molecular, destilação reativa
e essas duas tecnologias acopladas) foi realizada calculando-se o índice de desempenho de
purificação (IDP). A destilação molecular híbrida foi a tecnologia que apresentou o maior IDP,
seguida das tecnologias acopladas e destilação reativa. Concluiu-se que a destilação molecular
híbrida foi a tecnologia mais promissora para a separação e purificação do ácido láctico.
9.1. SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS
Para trabalhos futuros, sugere-se:
Estudar a degradação térmica do ácido láctico em TG-MS em diferentes temperaturas e em
diferentes pressões, para a melhor compreensão do processo de degradação térmico em
diferentes processos de separação e condições operacionais.
Otimizar as condições operacionais do processo de fermentação, para obtenção de maior
concentração de ácido láctico no vinho de fermentação, reduzindo o gasto energético para a
evaporação de água.
CAPÍTULO 9- CONCLUSÕES FINAIS E SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 247
Realizar o processo de destilação molecular em pressões menores que 1 kPa, pois a redução
da pressão facilita o processo de separação do ácido láctico.
Realizar a simulação do processo de destilação molecular híbrida para o ácido láctico.
Realizar a destilação reativa utilizando vinho de fermentação.
Realizar a destilação reativa utilizando catalisador heterogêneo pelas suas vantagens de
recuperação e reaproveitamento.
Migração da simulação da planta virtual para purificação do ácido láctico utilizando o
simulador ASPEN PLUS® do estacionário para o regime dinâmico.
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APÊNDICES
APÊNDICE A
Tabela A.1: Dados experimentais obtidos de Sanz et al, 2003 e valores dos modelos obtidos pelo
simulador ASPEN PLUS® a 1 atm para o sistema água (1)/ácido láctico (2).
Experimental NRTL-HOC UNIFAC-HOC UNIQUAC-OH
T (K) x1 y1 x1 y1 x1 y1 x1 y1
438,13 0,1940 0,9465 0,1939 0,9025 0,1845 0,9424 0,1919 0,9100
424,34 0,2412 0,9680 0,2446 0,9434 0,2338 0,9640 0,2427 0,9454
421,49 0,2698 0,9707 0,2711 0,9559 0,2603 0,9710 0,2695 0,9567
416,47 0,2995 0,9805 0,3024 0,9667 0,2912 0,9773 0,3010 0,9669
412,97 0,3284 0,9811 0,3299 0,9735 0,3188 0,9814 0,3287 0,9734
409,00 0,3521 0,9821 0,3539 0,9782 0,3426 0,9843 0,3528 0,9780
407,74 0,3705 0,9840 0,3714 0,9809 0,3602 0,9860 0,3703 0,9806
404,20 0,4051 0,9855 0,4047 0,9850 0,3936 0,9887 0,4036 0,9848
403,92 0,3999 0,9860 0,4010 0,9846 0,3898 0,9884 0,4000 0,9844
403,62 0,4047 0,9870 0,4060 0,9852 0,3948 0,9888 0,4049 0,9850
403,20 0,4035 0,9873 0,4057 0,9852 0,3944 0,9887 0,4046 0,9850
402,22 0,4104 0,9895 0,4144 0,9861 0,4029 0,9893 0,4133 0,9859
401,41 0,4158 0,9896 0,4199 0,9866 0,4084 0,9897 0,4188 0,9864
400,85 0,4386 0,9906 0,4406 0,9883 0,4294 0,9909 0,4394 0,9882
400,64 0,4401 0,9911 0,4427 0,9885 0,4315 0,9910 0,4414 0,9884
398,55 0,4502 0,9911 0,4536 0,9894 0,4424 0,9916 0,4523 0,9893
398,29 0,4532 0,9916 0,4571 0,9896 0,4458 0,9917 0,4558 0,9895
397,26 0,4692 0,9926 0,4731 0,9906 0,4620 0,9925 0,4717 0,9906
396,80 0,4694 0,9924 0,4736 0,9907 0,4624 0,9925 0,4722 0,9906
395,20 0,4903 0,9931 0,4942 0,9919 0,4832 0,9933 0,4926 0,9919
394,99 0,4928 0,9926 0,4957 0,9919 0,4848 0,9934 0,4940 0,9919
393,60 0,5011 0,9934 0,5058 0,9925 0,4949 0,9937 0,5041 0,9925
393,01 0,5138 0,9939 0,5182 0,9930 0,5074 0,9941 0,5163 0,9931
391,42 0,5341 0,9950 0,5400 0,9939 0,5293 0,9948 0,5378 0,9940
389,65 0,5522 0,9951 0,5577 0,9946 0,5474 0,9953 0,5552 0,9947
389,62 0,5745 0,9955 0,5775 0,9952 0,5678 0,9957 0,5743 0,9953
386,60 0,6030 0,9964 0,6059 0,9960 0,6014 0,9964 0,6041 0,9962
386,30 0,6226 0,9965 0,6240 0,9964 0,6205 0,9967 0,6221 0,9966
384,14 0,6460 0,9967 0,6471 0,9969 0,6445 0,9971 0,6452 0,9971
383,19 0,6615 0,9968 0,6621 0,9971 0,6600 0,9973 0,6602 0,9974
382,62 0,6882 0,9972 0,6882 0,9976 0,6869 0,9976 0,6862 0,9978
381,59 0,7005 0,9976 0,7010 0,9978 0,6999 0,9978 0,6992 0,9980
381,09 0,7035 0,9979 0,7047 0,9978 0,7035 0,9978 0,7030 0,9981
380,42 0,7193 0,9983 0,7209 0,9980 0,7198 0,9980 0,7193 0,9983
379,78 0,7403 0,9984 0,7412 0,9983 0,7406 0,9982 0,7397 0,9986
APÊNDICES
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 269
Experimental NRTL-HOC UNIFAC-HOC UNIQUAC-OH
379,09 0,7573 0,9986 0,7582 0,9985 0,7578 0,9983 0,7567 0,9987
378,36 0,7822 0,9988 0,7828 0,9987 0,7827 0,9985 0,7815 0,9990
377,54 0,8211 0,9989 0,8209 0,9990 0,8213 0,9988 0,8198 0,9993
376,36 0,8628 0,9995 0,8634 0,9993 0,8635 0,9990 0,8627 0,9995
374,18 0,9558 0,9998 0,9557 0,9998 0,9561 0,9996 0,9558 0,9998
APÊNDICES
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 270
APÊNDICE B
Tabela B.1: Dados experimentais das porcentagens de destilado, resíduo e leves, média e desvio
padrão para os ensaios com solução sintética de alimentação mais concentrada.
Tevap(°C) % Destilado % Resíduo % Leves
30 3,82 58,72 37,46
3,01 55,97 41,02
Média 3,42 57,35 39,24
Desvio 0,57 1,94 2,52
40 1,32 51,12 47,56
1,12 50,20 48,68
Média 1,22 50,66 48,12
Desvio 0,14 0,65 0,79
50 2,36 45,00 52,63
2,01 42,88 55,11
Média 2,19 43,94 53,87
Desvio 0,25 1,50 1,75
60 4,11 43,39 52,51
8,64 40,63 50,73
Média 6,37 42,01 51,62
Desvio 3,20 1,94 1,26
70
6,05 46,02 47,93
6,18 54,25 39,57
4,40 43,61 51,99
Média 5,54 47,96 46,50
Desvio 0,99 5,58 6,33
80 7,46 47,85 44,69
5,80 51,10 43,10
Média 6,63 49,47 43,89
APÊNDICES
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 271
Tevap(°C) % Destilado % Resíduo % Leves
Desvio 1,17 2,29 1,12
100 10,27 35,93 53,81
12,17 47,54 40,30
Média 11,22 41,73 47,05
Desvio 1,35 8,21 9,55
110 7,22 40,11 52,67
5,35 44,79 49,86
Média 6,29 42,45 51,26
Desvio 1,33 3,31 1,98
120 10,58 39,13 50,29
11,78 38,54 49,69
Média 11,18 38,83 49,99
Desvio 0,85 0,42 0,43
130 12,97 35,29 51,74
12,23 35,26 52,51
14,63 31,16 54,20
Média 13,28 33,90 52,82
Desvio 1,23 2,37 1,26
140 17,19 23,43 59,38
14,86 30,31 54,84
16,35 27,55 56,10
Média 16,13 27,10 56,77
Desvio 1,18 3,46 2,34
150 14,49 24,00 61,51
13,81 27,18 59,00
Média 14,15 25,59 60,25
Desvio 0,48 2,25 1,77
160 15,59 24,99 59,41
16,19 19,52 64,30
APÊNDICES
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 272
Tevap(°C) % Destilado % Resíduo % Leves
Média 15,89 22,26 61,85
Desvio 0,42 3,87 3,45
170 16,77 13,93 69,30
18,73 16,90 64,37
Média 17,75 15,42 66,84
Desvio 1,38 2,10 3,49
Tabela B.2: Dados experimentais das porcentagens de destilado, resíduo e leves, média e desvio
padrão para os ensaios com solução sintética de alimentação mais diluída.
Tevap(°C) % Destilado % Resíduo % Leves
30 2,74 75,00 22,26
1,62 70,09 28,29
Média 2,18 72,54 25,27
Desvio 0,79 3,47 4,26
40 1,87 71,04 27,09
6,69 77,74 15,57
Média 4,28 74,39 21,33
Desvio 3,40 4,74 8,14
50 7,05 76,65 16,30
14,91 75,71 9,39
Média 10,98 76,18 12,84
Desvio 5,56 0,67 4,89
60 9,99 84,00 6,01
5,29 78,87 15,84
Média 7,64 81,44 10,92
Desvio 3,32 3,63 6,95
70
6,89 63,42 29,69
8,10 67,96 23,94
9,97 60,72 29,31
APÊNDICES
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 273
Tevap(°C) % Destilado % Resíduo % Leves
Média 8,32 64,03 27,65
Desvio 1,55 3,66 3,22
80 2,12 67,08 30,80
2,00 66,05 31,95
Média 2,06 66,57 31,37
Desvio 0,08 0,73 0,81
90 9,39 72,25 18,37
16,43 67,28 16,29
Média 12,91 69,76 17,33
Desvio 4,98 3,51 1,47
100 5,06 57,73 37,21
2,03 58,33 39,64
9,00 54,00 37,00
Média 5,36 56,69 37,95q
Desvio 3,49 2,35 1,46
110 6,56 74,28 19,15
13,72 73,22 13,06
Média 10,14 73,75 16,11
Desvio 5,06 0,75 4,31
120 21,40 60,80 17,80
9,38 56,44 34,17
14,92 57,81 27,27
Média 15,24 58,35 26,41
Desvio 6,02 2,23 8,22
130 8,74 71,59 19,67
12,24 71,41 16,35
Média 10,49 71,50 18,01
Desvio 2,48 0,13 2,34
140 44,20 51,09 4,71
APÊNDICES
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 274
Tevap(°C) % Destilado % Resíduo % Leves
24,79 54,60 20,60
Média 34,50 52,85 12,65
Desvio 13,72 2,48 11,24
150 53,33 35,95 10,72
33,74 50,79 15,47
Média 43,54 43,37 13,09
Desvio 13,85 10,49 3,36
160 52,16 42,47 5,37
45,89 43,54 10,57
48,65 41,22 10,13
Média 48,90 42,41 8,69
Desvio 3,14 1,16 2,89
170 46,68 41,25 12,07
54,99 36,66 8,35
Média 50,84 38,96 10,21
Desvio 5,88 3,25 2,63
APÊNDICES
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 275
APÊNDICE C
Tabela C.1: Dados experimentais das porcentagens de destilado, resíduo e leves, média e desvio
padrão para os ensaios com vinho de fermentação pH 5,0.
Tevap(°C) % Destilado % Resíduo % Leves
30 10,55 60,29 29,17
10,25 62,00 27,75
Média 10,40 61,44 28,46
Desvio 0,21 1,21 1,00
40 6,81 36,70 56,49
6,63 40,32 53,04
Média 6,72 38,51 54,77
Desvio 0,13 2,56 2,43
50 4,94 26,85 68,21
0,54 36,73 62,72
Média 2,74 31,79 65,47
Desvio 3,11 6,99 3,88
60 9,55 37,67 52,78
7,40 27,03 65,57
2,94 34,40 62,66
Média 6,63 33,03 60,34
Desvio 3,37 5,45 6,70
70
7,29 30,40 62,31
1,69 33,45 64,86
6,20 35,69 58,11
Média 5,06 33,18 61,76
Desvio 2,97 2,65 3,41
80 1,30 36,32 62,38
0,00 46,69 53,31
APÊNDICES
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 276
Tevap(°C) % Destilado % Resíduo % Leves
Média 0,65 41,50 57,85
Desvio 0,92 7,33 6,41
90 6,49 15,19 78,31
5,47 17,67 76,86
Média 5,98 16,43 77,59
Desvio 0,72 1,75 1,03
100 4,79 61,35 33,86
0,39 54,60 45,00
Média 2,59 57,97 39,43
Desvio 3,11 4,77 7,88
110 3,10 35,47 61,43
10,15 20,75 69,11
Média 6,63 28,11 65,27
Desvio 4,98 10,41 5,43
120 8,44 38,16 53,40
0,74 21,75 77,51
Média 4,59 29,95 65,46
Desvio 5,44 11,60 17,04
130 2,04 35,73 62,23
11,13 33,96 54,91
4,38 24,67 70,95
Média 5,85 31,46 62,70
Desvio 4,72 5,94 8,03
140 1,59 27,65 70,76
4,75 27,33 67,92
Média 3,17 27,49 69,34
Desvio 2,24 0,23 2,01
150 3,65 28,57 67,78
1,93 25,04 73,02
APÊNDICES
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 277
Tevap(°C) % Destilado % Resíduo % Leves
Média 2,79 26,81 70,40
Desvio 1,21 2,49 3,71
160 3,38 10,71 85,91
4,44 7,29 88,28
Média 3,91 9,00 87,09
Desvio 0,75 2,42 1,67
170 1,14 10,11 88,76
3,31 12,01 84,68
Média 2,22 11,06 86,72
Desvio 1,53 1,35 2,88
Tabela C.2: Dados experimentais das porcentagens de destilado, resíduo e leves, média e desvio
padrão para os ensaios com vinho de fermentação pH 2,8.
Tevap(°C) % Destilado % Resíduo % Leves
30 10,48 66,02 23,50
1,96 55,36 42,68
Média 6,22 60,69 33,09
Desvio 6,02 7,54 13,56
40 0,62 58,01 41,37
2,14 56,09 41,77
Média 1,38 57,05 41,57
Desvio 1,07 1,36 0,29
50 8,46 41,37 50,17
11,49 40,56 47,96
Média 9,97 40,96 49,06
Desvio 2,14 0,57 1,56
60 2,07 16,82 81,11
0,22 29,40 70,38
APÊNDICES
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 278
Tevap(°C) % Destilado % Resíduo % Leves
Média 1,14 23,11 75,74
Desvio 1,31 8,90 7,59
70 1,11 24,70 74,19
3,92 23,68 72,39
Média 2,52 24,19 73,29
Desvio 1,99 0,72 1,27
80 2,77 21,29 75,95
3,49 12,97 83,54
Média 3,13 17,13 79,74
Desvio 0,51 5,88 5,37
90 5,48 27,02 67,50
4,08 18,27 77,65
Média 4,78 22,65 72,58
Desvio 0,99 6,19 7,17
100 8,85 11,38 79,77
9,59 6,63 83,78
Média 9,22 9,01 81,78
Desvio 0,52 3,35 2,84
110 9,21 9,88 80,91
4,52 11,57 83,91
Média 6,86 10,73 82,41
Desvio 3,31 1,19 2,12
120 11,17 16,65 72,18
8,89 19,24 71,87
Média 10,03 17,95 72,02
Desvio 1,61 1,83 0,22
130 10,99 0,66 88,35
9,11 4,06 86,83
Média 10,05 2,36 87,59
APÊNDICES
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 279
Tevap(°C) % Destilado % Resíduo % Leves
Desvio 1,33 2,40 1,08
140 15,58 0,30 84,12
16,79 6,17 77,04
Média 16,19 3,23 80,58
Desvio 0,85 4,15 5,01
150 6,48 1,66 91,85
7,59 4,10 88,31
Média 7,04 2,88 90,08
Desvio 0,78 1,72 2,51
160 5,48 - 94,52
8,65 - 91,35
Média 7,06 - 92,94
Desvio 2,24 - 2,24
170 12,09 - 87,91
4,38 - 95,62
Média 8,24 - 91,76
Desvio 5,45 - 5,45
APÊNDICES
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 280
APÊNDICE D
Tabela D.1: Dados experimentais obtidos de Peña-Tejedor et al. (2005) e valores dos modelos
obtidos pelo simulador ASPEN PLUS® a 1 atm para o sistema etanol (1)/lactato de etila (2).
Experimental NRTL-RK UNIFAC UNIQUAC-RK
T (K) x1 y1 x1 y1 x1 y1 x1 y1
427,65 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
423,50 0,0052 0,1025 0,0052 0,0735 0,0052 0,0470 0,0052 0,0705
415,20 0,0354 0,3185 0,0353 0,3534 0,0355 0,2674 0,0353 0,3497
405,95 0,0709 0,5387 0,0708 0,5291 0,0714 0,4458 0,0708 0,5295
390,26 0,1787 0,7395 0,1781 0,7600 0,1799 0,7189 0,1780 0,7609
381,01 0,2690 0,8410 0,2686 0,8444 0,2710 0,8209 0,2685 0,8431
378,71 0,2938 0,8675 0,2938 0,8607 0,2963 0,8402 0,2937 0,8589
376,30 0,3277 0,8868 0,3278 0,8795 0,3304 0,8621 0,3278 0,8772
375,07 0,3448 0,9024 0,3454 0,8881 0,3481 0,8720 0,3454 0,8856
373,42 0,3700 0,9037 0,3702 0,8990 0,3730 0,8845 0,3703 0,8963
373,13 0,3789 0,9082 0,3790 0,9026 0,3818 0,8886 0,3791 0,8999
371,56 0,4022 0,9157 0,4025 0,9115 0,4053 0,8987 0,4026 0,9087
371,15 0,4070 0,9180 0,4075 0,9133 0,4103 0,9007 0,4076 0,9104
369,83 0,4310 0,9256 0,4316 0,9214 0,4344 0,9098 0,4318 0,9185
368,93 0,4529 0,9365 0,4539 0,9282 0,4568 0,9174 0,4542 0,9253
368,34 0,4627 0,9386 0,4638 0,9310 0,4667 0,9206 0,4641 0,9282
366,53 0,4999 0,9456 0,5009 0,9408 0,5040 0,9314 0,5014 0,9381
364,32 0,5481 0,9517 0,5486 0,9514 0,5519 0,9432 0,5492 0,9491
363,61 0,5738 0,9552 0,5735 0,9563 0,5770 0,9486 0,5742 0,9542
362,69 0,5976 0,9589 0,5971 0,9606 0,6008 0,9533 0,5978 0,9587
361,40 0,6345 0,9683 0,6348 0,9667 0,6363 0,9597 0,6351 0,9651
360,51 0,6603 0,9676 0,6599 0,9704 0,6612 0,9638 0,6601 0,9691
360,25 0,6730 0,9693 0,6725 0,9721 0,6737 0,9658 0,6727 0,9709
359,39 0,6996 0,9723 0,6990 0,9755 0,7001 0,9696 0,6992 0,9746
358,88 0,7165 0,9747 0,7160 0,9776 0,7170 0,9720 0,7161 0,9768
357,71 0,7504 0,9827 0,7507 0,9814 0,7515 0,9764 0,7508 0,9810
357,18 0,7725 0,9844 0,7726 0,9837 0,7734 0,9790 0,7727 0,9834
356,20 0,8003 0,9847 0,8001 0,9862 0,8007 0,9821 0,8000 0,9862
355,09 0,8462 0,9887 0,8460 0,9901 0,8465 0,9868 0,8459 0,9902
354,41 0,8703 0,9920 0,8703 0,9920 0,8708 0,9891 0,8703 0,9921
353,93 0,8892 0,9935 0,8892 0,9933 0,8896 0,9908 0,8892 0,9935
353,63 0,8985 0,9942 0,8986 0,9940 0,8989 0,9917 0,8985 0,9941
352,99 0,9313 0,9961 0,9313 0,9961 0,9316 0,9945 0,9313 0,9962
352,34 0,9451 0,9970 0,9451 0,9969 0,9453 0,9956 0,9451 0,9970
352,03 0,9688 0,9984 0,9688 0,9983 0,9689 0,9975 0,9688 0,9983
351,44 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000
APÊNDICES
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 281
Tabela D.2: Dados experimentais obtidos de Carey and Lewis (1932) e valores dos modelos
obtidos pelo simulador ASPEN PLUS® a 1 atm para o sistema etanol (1)/água (2).
Experimental NRTL-RK UNIFAC UNIQUAC-RK
T (°C) x1 y1 x1 y1 x1 y1 x1 y1
95,50 0,0190 0,1700 0,0190 0,1703 0,0190 0,1971 0,0190 0,1711
89,00 0,0721 0,3891 0,0721 0,3826 0,0720 0,4037 0,0721 0,3829
86,70 0,0966 0,4375 0,0966 0,4310 0,0966 0,4444 0,0966 0,4307
85,30 0,1238 0,4704 0,1238 0,4691 0,1238 0,4750 0,1238 0,4683
84,10 0,1661 0,5089 0,1661 0,5100 0,1661 0,5073 0,1661 0,5085
82,70 0,2337 0,5445 0,2337 0,5522 0,2337 0,5422 0,2337 0,5503
82,30 0,2608 0,5580 0,2608 0,5650 0,2608 0,5538 0,2608 0,5632
81,50 0,3273 0,5826 0,3273 0,5921 0,3273 0,5806 0,3273 0,5905
80,70 0,3965 0,6122 0,3965 0,6177 0,3965 0,6085 0,3965 0,6167
79,80 0,5079 0,6564 0,5079 0,6608 0,5079 0,6572 0,5079 0,6606
79,70 0,5198 0,6599 0,5198 0,6657 0,5198 0,6628 0,5198 0,6656
79,30 0,5732 0,6841 0,5731 0,6893 0,5731 0,6888 0,5731 0,6894
78,74 0,6763 0,7385 0,6763 0,7419 0,6762 0,7444 0,6763 0,7421
78,41 0,7472 0,7815 0,7472 0,7847 0,7471 0,7874 0,7472 0,7848
78,15 0,8943 0,8943 0,8943 0,8959 0,8943 0,8941 0,8943 0,8956
ANEXOS
ANEXOS
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 284
ANEXO A
A autorização da transcrição do artigo “Evaluation of lactic acid purification from
fermentation broth by hybrid short path evaporation using factorial experimental design”
publicado na revista Separation and Purification Technology, v.136, p. 233-240, 2014 está
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License date Nov 25, 2014
Licensed content publisher Elsevier
Licensed content publication
Separation and Purification Technology
Licensed content title Evaluation of lactic acid purification from fermentation broth by hybrid short path evaporation using factorial
experimental design
Licensed content author None
ANEXOS
TESE DE DOUTORADO- ANDREA KOMESU 285
Licensed content date 5 November 2014
Licensed content volume number
136
Licensed content issue number
n/a
Number of pages 8
Start Page 233
End Page 240
Type of Use reuse in a thesis/dissertation
Portion full article
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Title of your thesis/dissertation
Estratégias de separação e purificação do ácido láctico produzido por via fermentativa
Expected completion date Apr 2015
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350
Elsevier VAT number GB 494 6272 12
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