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Estrelas (III) Gastão B. Lima Neto Vera Jatenco-Pereira IAG/USP AGA 210 – 1° semestre/2018 www.astro.iag.usp.br/~aga210/ Nuvens moleculares Colapso gravitacional Formação estelar Berçário estelar Estrelas jovens Função de massa inicial

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Estrelas (III)

Gastão B. Lima Neto Vera Jatenco-Pereira

IAG/USP

AGA 210 – 1° semestre/2018

www.astro.iag.usp.br/~aga210/

Nuvens moleculares Colapso gravitacional Formação estelar Berçário estelar Estrelas jovens Função de massa inicial

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A Via Láctea, nossa galáxia

•  Imagem (não é uma foto) da nossa galáxia baseada na observação de 1,3 bilhões de estrelas pelo Gaia/ESA (04/2018).

•  As estrelas se formam e evoluem dentro da Galáxia.

http://sci.esa.int/gaia/60169-gaia-s-sky-in-colour/

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Formação estelar •  Estrelas se formam no meio interestelar (entre as estrelas)

dentro das galáxias.

•  Estrelas “herdam” o material que está distribuído no meio.

•  Em algumas galáxias (como a nossa) a formação estelar se dá continuamente.

•  Em outras, a formação de dá em um ou mais surtos de curta duração.

•  O “berçário” de formação estelar são as nuvens moleculares, nas chamadas regiões de formação estelar.

•  Em uma galáxia podem existir várias regiões de formação de estrelas.

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Nuvens moleculares gigantes •  Regiões relativamente densas e frias na Galáxia:

–  massa ~ 1.000.000 × massa Solar –  densidade ~ 100–300 partículas/cm3 –  temperatura ~ 20 K –  dimensão ~ 50 pc

•  Existem milhares conhecidas na Via Láctea.

•  Há centenas de moléculas diferentes no meio interestelar:

–  H2 e CO são as mais comuns. –  Amônia, Metanol, Etanol... –  PAHs (Hidrocarbonos

Aromáticos Policíclicos): benzeno, naftalina, fluoreno, etc...

Obs: Galáxia com G maiúsculo se refere à Via Láctea.

Nuvem molecular na região das constelações de Touro e Órion

Imagem: Scott Rosen (www.astronomersdoitinthedark.com)

3 gr

aus

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Glóbulos de Bok •  Nuvens escuras estudadas por Bart Bok

nos anos 1940.

•  Regiões frias e densas: –  Temperatura ~ 10 K; –  densidade ~ 10.000 partículas/cm3; –  massa ~ 1000 massas solares; –  dimensão ~ 1 pc.

1906 – 1983

“Caroços” associados às

nuvens moleculares

No visível, geralmente observada na frente de nebulosas brilhantes ou

campos estelares densos (por causa do contraste).

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Glóbulos de Bok

•  Regiões mais densas, com muita poeira. •  A poeira bloqueia a luz visível, mas podemos ver através no infravermelho.

–  O comprimento de onda no infravermelho (distante) é maior do que o tamanho típico dos grãos de poeira.

B V I

J H Ks

4,9 arcmin

2 pc

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Colapso gravitacional •  Se uma nuvem está em equilíbrio, nada acontece...

•  O equilíbrio se dá entre a força gravitacional e a pressão do gás.

•  Para um gás perfeito:

Pressão = n kT –  n = densidade de partículas –  T = temperatura –  k = constante de Boltzman = 1,38×10–23 Joule/Kelvin

•  Quando não há equilíbrio: Colapso Gravitacional

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Colapso gravitacional

•  Critério de equilíbrio (descoberto no séc. XIX e estudado por Sir James Jeans no início do séc XX).

•  Teorema do virial para sistemas em equilíbrio: 2 × energia cinética + energia potencial = 0

•  energia cinética => pressão do gás => densidade e temperatura.

•  energia potencial => massa do gás

=> força gravitacional.

Sir James Jeans (1877 – 1946)

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Colapso gravitacional •  Critério de equilíbrio (descoberto no séc. XIX e estudado por

Sir James Jeans no início do séc XX).

•  Condição para haver colapso: 2 × energia cinética < energia potencial

•  Não há energia cinética suficiente para contrabalançar o peso do gás.

•  O gás “cai” para o centro ==> Colapso.

colapso de uma esfera homogênea

sem rotação

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Colapso gravitacional

•  Condição para haver colapso: 2 × energia cinética < energia potencial

•  Pode ser escrito em função da massa ou do raio.

•  Se a massa > massa limite então há colapso. “massa de Jeans”

•  Exemplos: –  se T = 50 K e dens. = 500/cm3, então MJ ~ 1500 M . –  se T = 150 K e dens. = 108/cm3, então MJ ~ 17 M .

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Formação estelar

•  A formação estelar se inicia com a fragmentação de uma nuvem molecular gigante.

•  Colapso das regiões mais densas e frias.

passagem do tempo

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Etapas da formação estelar

•  Baseado em Greene, site do telescópio Spitzer

A nuvem mãe deve ter regiões densas, por exemplo, com temperatura T = 10 K e densidade ρ = 109 partículas/m3 (1000 partículas/cm3). Esta nuvem contém milhares de vezes a massa do Sol, em forma de gás atômico e molecular (a fração de poeira é pequena, porém importante).

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Etapas da formação estelar

Júpiter

M16 (águia)

M17 (ferradura)

M8 (Lagoon)

Via Láctea

Hale-Bopp

•  imagem de W. Keel

Regiões de formação estelar

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Etapas da formação estelar

Imagem: T.A. Rector & B.A. Wolpa

Região de formação estelar

M16 (águia)

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Etapas da formação estelar Região de formação estelar “Pilares da Criação” na nebulosa M16 (Águia) a 2 mil parsecs da Terra.

A imagem colorida é construída a partir de 3 imagens (bandas) separadas: • Azul: oxigênio • Verde: hidrogênio e nitrogênio • Laranja: enxôfre

NASA, ESA, STScI, and J. Hester & P. Scowen (Arizona State University),

Hubble Heritage Team Total de exposição: 53h

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Etapas da formação estelar

Imagem do Telescópio Espacial Hubble

Região de formação estelar

M16 (Nebulosa da Águia) “Pilares da Criação”

tamanho do Sistema Solar

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Zoom da Via Láctea até os Pilares da Criação

http://hubblesite.org/newscenter/archive/releases/2015/01/video/b/

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Etapas da formação estelar

•  Baseado em Greene, site do telescópio Spitzer

O colapso inicial ocorre quando o nuvem fica instável devido a algum agente externo ou devido a uma queda de temperatura. Nestes casos, a pressão interna não é mais suficiente para impedir a contração.

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Formação da proto-estrela

•  No centro do caroço da nuvem molecular o gás vai se comprimindo e aquecendo.

•  Mas a energia é emitida; no infravermelho distante os fótons escapam da nuvem (comprimento de onda maior que o tamanho dos grãos de poeira).

•  Detectamos assim uma proto-estrela; sua luz no visível não escapa da nuvem molecular.

•  A energia de uma proto-estrela vem do colapso gravitacional (energia potencial). –  Matéria cai na proto-estrela e produz muita radiação. –  Em uma estrela já formada a energia vem de reações nucleares.

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Etapas da formação estelar

•  Parte da energia potencial é transformada em radiação eletromagnética.

•  A poeira impede que vejamos a parte central da nebulosa.

•  No infravermelho, podemos ver o início da formação da proto-estrela.

•  Parte da radiação visível pode escapar se houver uma cavidade.

•  No infravermelho distante, a resolução não é tão boa e não vemos os detalhes finos.

visível infravermelho

telescópio espacial Spitzer foto do Palomar (DSS)

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Etapas da formação estelar

•  Comparação de duas imagens com 8 anos de intervalo

•  Variabilidade observada: processo dinâmico muito ativo, movimento do gás e poeira dentro da nuvem molecular.

Imagem: Gemini GMOS Imagem: Subaru SuprimeCam

3 arcmin ~ 0,35pc ~ 72 mil U.A. (mais escuro=mais brilhante)

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Formação da proto-estrela •  A nuvem tem momento angular, isto é, rotação

(mesmo se for pouco).

•  Como o momento angular se conserva, o colapso leva à formação de um disco em rotação.

•  Origem da rotação das estrelas e sistemas planetários. –  Sistemas planetários restritos a

um plano, como no Sistema Solar.

Colapso de uma esfera em

rotação

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Etapas da formação estelar

•  Baseado em Greene, site do telescópio Spitzer

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Etapas da formação estelar

•  jato da proto-estrela: objetos Herbig-Haro •  Material ejetado a 100—1000 km/s

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Etapas da formação estelar

•  disco da proto-estrela: a proto-estrela não é observável devido à poeira.

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Etapas da formação estelar

•  Baseado em Greene, site do telescópio Spitzer

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Etapas da formação estelar

•  Na fase de T-Tauri, a estrela fica exposta. •  A luz que observamos é a soma da estrela (visível / ultravioleta) e do disco

(do infravermelho ao ultravioleta) alta variabilidade de brilho. •  Esta fase ocorre apenas para estrelas de menos de ~2 M .

São as progenitoras das estrelas de classe espectral F, G, K, M. •  Estrelas com massa entre ~2 e 8M Ae/Be de Herbig (semelhante a

T-Tauri mais quentes).

Imagem do disco de poeira em torno de HL Tauri (ALMA/ESO) Imagem IV/óptico (Hubble/NASA/ESA)

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Etapas da formação estelar

•  Baseado em Greene, site do telescópio Spitzer

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Etapas da formação estelar

•  Estrela na pré-sequência principal •  Proto planetas “limpam” sua órbita

no disco.

Animação: Philip Armitage, Univ. Colorado

Simulação da fomação de um proto-planeta e abertura de um anel (limpeza da

órbita).

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Etapas da formação estelar

•  Estrela na pré sequência principal •  Proto planetas “limpam” sua órbita no disco.

Imagens no infra-vermelho do HST resolvendo o disco de poeira

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Etapas da formação estelar

•  Baseado em Greene, site do telescópio Spitzer

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Formação do Sistema Solar

•  Início há 4,6 bilhões de anos.

•  Colapso e formação do disco proto-planetário.

•  A parte central (99,9% da massa) se torna o Sol.

•  Pequenos lóbulos na parte mais externa do disco, formam os planetas jovianos; grãos de poeira agem como núcleos de condensação formando planetesimais.

•  Ventos da estrela em formação expelem o gás da nebulosa primordial.

•  Nuvem de Oort é o que sobra do colapso na região externa.

distribuição de metais, água e

gases

Antigamente, este estudo chamava-se Cosmogonia. Era assim porque o universo conhecido era essencialmente o Sistema Solar.

Órbitas coplanares dos planetas

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Berçário de estrelas •  Regiões de formações estelar. •  Zoom a partir de uma visão global da Via Láctea na região de formação estelar IC 2944, onde

vemos Glóbulos de Bok (nesta região chamados de Glóbulos de Thackeray).

http://www.eso.org/public/videos/eso1322b/

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Berçário de estrelas •  O berçário de estrelas mais próximo está em Órion, a cerca de 450 pc, onde observamos

duas nuvens moleculares gigantes e milhares de estrelas estão se formando.

óptico + Halfa (em vermelho)

Rogelio B. Andreo, DeepSkyColors.com

Nebulosa de Órion, M42

M43

NGC 1975

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Berçário de estrelas Formação de estrelas de baixa massa

Vemos a frente de choque em uma região onde um novo sistema planetário pode estar nascendo.

(região de M42) Trapézio

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Formação estelar •  Resumindo, as estrelas nascem em nuvens de gás e poeira.

anos anos anos

anos

Tempo

estágio 5 estágios 3/4 estágio 2 estágio 1

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Estrelas O e B próximas

•  Magnitude limite = 8. •  Note uma concentração de estrelas O e B (as azuis) partindo de Orion.

–  Cinturão de Gould (identificado em 1847 por Herschel e em 1879 por B. Gould).

Orion

Estrelas de vida curta: estrelas que se formaram recentemente

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Estrelas O e B próximas

•  Cinturão onde muitas estrelas se formaram entre 30 e 40 milhões de anos atrás. •  O cinturão de Gould apresenta uma rotação e expansão. •  O Sol se encontra atualmente a cerca de 12 pc acima do plano equatorial e a 100

pc do centro. •  Origem controversa: “feedback” de formação estelar?

Perrot & Grenier A&A 404, 519 (2003)

Tr 10

Vela OB2

LCC

Ori OB1c

UCLUS

Ori OB1a

Ori OB1b

Per

Cep OB6

Per OB2

Lac OB1

Sol

Estrelas de vida curta: estrelas que se formaram recentemente

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Função de massa inicial •  Quantas estrelas de massa M são formadas.

log (massa)

log(

funç

ão d

e m

assa

inic

ial)

[qua

ntid

ade

de e

stre

las

form

adas

]

sub estelar

baixa massa

interme- diária

alta massa

1 100 150 500101

10

100

massa •  São formadas muito mais

estrelas de baixa massa.

M (M ) % número % massa

< 0,08 37,2 4,1

0,08 – 0,5 47,8 26,6

0,5 – 1 8,9 16,1

1 – 8 5,7 32,4

> 8 0,4 20,8

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Objetos de massa sub-estelar

•  Não tem estrela com massa menor que 0,08 massas solares –  Neste caso temos uma anã marrom que não tem densidade e temperatura

suficiente para fusão do hidrogênio há fusão de deutério. –  Temperatura da fotosfera ~ 2500 – 500 K. –  Abaixo de ~0,01 massas solares planeta.

Deutério = Hidrogênio com núcleo de Próton + Nêutron

anã marrom TWA 5B

Sol

Júpiter

Primeira anã marron descoberta em 1994

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Massa das estrelas

•  Provavelmente não há estrelas com massa maior que ~250 M . –  A proto-estrela se fragmenta ou, ao colapsar, “explode”.

•  pressão da radiação pode impedir a formação. •  Crowther e colaboradores detectaram uma possível estrela de 256 M em

2010. –  Mas isto provavelmente não acontece com as primeiras estrelas, que se

formam a partir de H e He unicamente, nos primórdios do Universo.

•  Para referência: 1 M ≈ 1000 MJúpiter •  Limite p/ fusão de Hidrogênio: ~ 84 MJúpiter ~ 0,08 M . •  Limite p/ fusão de Deutério: ~ 13 MJúpiter ~ 0,01 M .

1 100 150 500101

10

100

massa estelar [unidade solar]

núm

ero

rela

tivo

de e

stre

las

form

adas

deveríamos observar estas estrelas se elas se formassem

Apenas 5 estrelas conhecidas tem massa acima ou igual a 150 M .

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De proto-estrelas até estrelas

•  Trajetória no diagrama H-R. Note a duração desta fase.

A partir daqui começam as reações nucleares de “queima” de hidrogênio: a estrela “nasce”.

tempo para chegar na linha tracejada

•  Conhecendo a luminosidade e temperatura de uma estrela ou proto-estrela é possível posicioná-la no diagrama HR.

•  Durante a vida de uma estrela sua luminosidade e temperatura se alteram, portanto sua a posição muda no diagrama HR.

•  A trajetória de um objeto no diagrama HR é um retrato de sua evolução.