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Estrelas Variáveis e Aglomerados de Estrelas Sandra dos Anjos IAG/USP AGA 210 – 1° semestre/2016 www.astro.iag.usp.br/~aga210/ - Estrelas Variáveis: relação período-luminosidade (R-PL) - Aglomerados Abertos e Globulares: Idades Diagrama H-R e Diagrama cor-magnitude Agradecimentos: Prof. Gastão B. Lima Neto

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Estrelas Variáveis e Aglomerados de Estrelas

Sandra dos AnjosIAG/USP

AGA 210 – 1° semestre/2016

www.astro.iag.usp.br/~aga210/

- Estrelas Variáveis: relação período-luminosidade (R-PL)

- Aglomerados Abertos e Globulares: → Idades → Diagrama H-R e Diagrama cor-magnitude

Agradecimentos: Prof. Gastão B. Lima Neto

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Estrelas Variáveis

• Pode-se observar nas figuras acima que uma das estrelas deste campo tem luminosidade variável.

• Variação recorrente e periódica: estrelas pulsantes. (cuidado! Não confundir com pulsares!! )

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Estrelas Pulsantes...classe de estrelas com variabilidade extrínseca e intrínseca

São estrelas normais, que em um dado período de sua vida passam por uma fase de instabilidade.

→ Variabilidade extrínseca: variam por razões mecânicas (ex: rotação).→ Variabilidade intrínseca: variam suas propriedades físicas periodicamente (L, raio e temperatura). São internamente instáveis.

Brilho

http://www.if.ufrgs.br/fis02001/aulas/estvar.htm

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Estrelas Pulsantes...localização no D-HR

• Faixa de instabilidade:– Entre a SP e as gigantes vermelhas.– Estrelas nesta região pulsam regularmente.

Alguns exs:• Cefeidas (SG- K e F): variáveis pulsantes de alta

massa e período de pulsação entre 1 e 100 dias; amplitude de pulsação: 0,3 → 3,5 mag

• RR Lyrae (B8 e F2): variáveis de baixa massa e período de pulsação curto (menos que um dia). Amplitude de pulsação menor que 1 mag. Comuns em aglomerados globulares

• Variáveis de longo período (~ 1 ano).

• Ambas estão na fase de queima de He no núcleo.

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Localização das Variáveis no D-HR

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Cefeidas• Protótipo é Delta Cephei, estrela cuja luminosidade varia de um fator 2,3 (quase

uma magnitude) em cerca de 5 dias e 10 horas.

• A variação da luminosidade pode ser apresentada como uma curva de luz:

brilhomáximo

brilhomáximo

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Cefeidas e RR Lyrae…o mecanismo físico da oscilação foi explicado por A. Eddington

• Quando uma variável Cefeida ou RR Lyrae pulsa, a superfície da estrela oscila como uma mola.

• Durante uma pulsação, quando a Cefeida está com o raio menor e temperatura maior, o hidrogênio é então ionizado, aumentando o número de partículas e, portanto, aumentando a pressão.

• O aumento de pressão aumenta o raio, diminuindo a temperatura, recombinando o hidrogênio. Pela redução do número de partículas, a pressão diminui e a estrela se contrai, aumentando a temperatura e recomeçando o ciclo.

• Consequentemente, o gás dentro das estrelas se esquenta e se esfria alternadamente.

O processo é como uma válvula que envolve: a ionização e a recombinação periódica do gás nas camadas mais externas da estrela.

→ Esta oscilação é representada pela curva de luz (ver slide 6)

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Relação Período-Luminosidade...uma Relação que em 1926 abre as portas para a Astrofísica Extragaláctica...

• Em 1912, Henrietta Leavitt descobre que o período de pulsação das Cefeidas é proporcional à sua luminosidade intrínseca.

1868 – 1921

Mbol = -3,125 logP - 1,525

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Relação Período-Luminosidade

• 2 tipos de Cefeidas:

– “Clássicas” ou tipo I: ricas em metais.

– “W Virginis” ou tipo II: pobres em metais.

• Diferentes relações Período-Luminosidade.

diferença de

1,5magnitude

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Relação Período-Luminosidade

• Esta relação pode ser utilizada para determinação de distância. Como?

• 1- Mede-se o período de pulsação...• ...e• • 2- obtem-se a luminosidade intrínseca.

m – M = 5 log (Dpc/10)

obtemos distâncias até 20 Mpc (20.000.000 pc).

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Relação Período-Luminosidade

As Cefeidas têm magnitudes médias intrínsecas deMV = 0 a -5.

Tomando uma Cefeida de MV = –5,

→ a 1 Mpc de distância:sua magnitude aparente será mV = 20.Observável em um bom telescópio de ≈ 2,5m de diâmetro.

→ a 20 Mpc de distância:sua magnitude será mV = 26,5.Observável em um bom telescópio de ≈ 2,5m de diâmetro no espaço (Telescópio Espacial Hubble).

m – M = 5 log(Dpc/10)

módulo de distância

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Distância usando Cefeidas

Distância 17Mpc

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Aglomerados de Estrelas...um caminho especialmente útil para estudar os efeitos da evolução das estrelas em

diferentes estágios de suas vidas

• Aglomerados abertos ou galáctico => estrelas jovens– exemplo: Plêiades, Hyades.

• Aglomerados globulares => estrelas evoluídas– exemplo: M3, M5, Centauro.

• Em ambos os casos, em aglomerados:– as estrelas do aglomerado

estão à mesma distância de nós;

– nasceram juntas.

2 tipos de aglomerados:

Aglomerados AbertosPersei

Roth Ritter (Dark Atmospheres)

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Algumas premissas sobre os aglomerados de estrelas

1a – Assume-se que as estrelas foram formadas todas juntas e, portanto, tem a mesma idade

2a – Foram formadas do mesmo material no MIS e, portanto, tem a mesma composição química inicial.

3a – Devido ao tamanho do aglomerado ser sempre menor do que a distância ao aglomerado, assume-se que as estrelas tem a mesma distância da Terra.

4a – Podemos usar a magnitude aparente para indicar a L, já que as estrelas estão a mesma distância.

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Grupos de Estrelas Jovens: aglomerados abertos ou galácticos localizados em discos de galáxias

• Aglomerado das Plêiades: ~ 3000 estrelas, 125 pc de distância, 4 pc de diâmetro, ainda se vê o gás em volta das estrelas

Estrelas nascem em grupos

 Rogelio Bernal Andreo (Deep Sky Colors)

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Aglomerados Globulares: estrelas que nasceram juntas na fase inicial de formação da Galáxia...

são, portanto, objetos mais velhos que os aglomerados abertos

• 100 mil ~ 1 milhão de estrelas

• ~50-100 pc de diâmetro

• Encontrados no halo da Galáxia.

• Há 158 conhecidos na Galáxia.

M 3

M13

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Diagrama H-R...Evolução das Estrelas em Aglomerados

Sequência principal

GigantevermelhaNebulosaplanetária

Anãbranca

A

B

C

D

E

Se as estrelas nascem juntas, as mais massivas evoluem mais rápido e saem primeiro da SP.

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Diagrama H-R de aglomerado jovem

• A maioria das estrelas está na Sequência Principal Aglomerado jovem.

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Diagrama H-R de Aglomerados Globulares

• Qual destes aglomerados é mais velho?

(lembre-se, quanto menor a temperatura na Sequência Principal, menor a massa e maior o tempo de vida)

NGC 188

M 67

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Diagrama H-R de Aglomerados

• Qual destes aglomerados é mais velho?

Para M 67 a idade é estimada entre 2 e 3×109 anos.

Para NGC 188, a idade estimada é de 3,6×109 anos.

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Diagrama cor-magnitude

• Qual é a idade do aglomerado de Hyades?

Tipo espectral

B-V Idade (109 anos)

O -0.4 <0.001

B -0.2 0.03

A 0.2 0.4

F 0.5 4

G 0.7 10

K 1.0 60

M 1.6 >100

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Diagrama H-R de Aglomerados

• Qual é a idade do aglomerado de Hyades?

Como não há estrelas na SP mais azuis do que B-V = 0.1, então as estrelas O e B já saíram da SP

Logo, Hyades deve ter 400 milhões de anos (tempo de vida na SP de uma A0)

Tipo espectral

B-V Idade (109 anos)

O -0.4 <0.001

B -0.2 0.03

A 0.2 0.4

F 0.5 4

G 0.7 10

K 1.0 60

M 1.6 >100

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Diagrama H-R de Aglomerados

• O aglomerado globular M92, em Hércules, é mais velho que as Hyades.

Tipo espectral

B-V Idade (109 anos)

O -0.4 <0.001

B -0.2 0.03

A 0.2 0.4

F 0.5 4

G 0.7 10

K 1.0 60

M 1.6 >100

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Diagrama H-R de Aglomerados...comumente graficado em termos da magnitude aparente e índice de cor

–> Diagrama cor-magnitude

• O ponto onde a Sequência Principal “termina” muda com a idade e é chamado “turn-off”.

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• No próximo Roteiro 18 veremos objetos que compartilham com as estrelas e que se encontram no Meio Interestelar (MIS), como as nebulosas de emissão, de reflexão ou as escuras, entre outras.

• Veremos também que ocorrem fenômenos físicos específicos do MIS, como as regiões HII, além de condições físicas raras de extrema baixa densidade, que não podem ser reproduzidas na Terra, e que nos permite entender o comportamento da matéria nestas raras condições.

• Estes objetos, além das estrelas, compõem um outro Sistema, de enorme relevância, que são as galáxias.