Estresse No Ambiente de Trabalho

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Centro Educacional ETIP Pesquisa sobre estresse ocupacional

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Pesquisa sobre estresse no ambiente de trabalho

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Centro Educacional ETIP

Pesquisa sobre estresse ocupacional

Nome: Marina Giusepette Alves, n 21 Turma: PAAN114 Anlises Clnicas19 de Setembro de 2014 -SP

Introduo Esta pesquisa tem como objetivo apresentar informaes sobre o estresse, mais precisamente no ambiente de trabalho. O estresse no ambiente de trabalho , recebe tambm o nome de estresse ocupacional. O estresse ocupacional um estresse causado por consequncia da atividade do individuo, e causa vrios danos a quem a carrega, inclusive patologias graves. O estresse ocupacional vem crescendo desenfreadamente por causa do dinamismo em aspectos tecnolgicos, sociais, ocupacionais, entre outros. Com o dinamismo de tais aspectos, comeamos a automatizar nossas aes, o que causa uma certa perda de controle sobre a vida, tempo e prioridades.O QUE ESTRESSE: Estresse um mecanismo fisiolgico, que tem a funo de acelerar nossa resposta um evento que pode nos causar dano, este evento leva o nome de estressor. Este mecanismo herdado de nossos antepassados, de uma era que era necessrio lutar por alimento, por espao e pela sobrevivncia como um todo, e para nos manter alerta em caso de predadores. A palavra estresse vem do ingls stress, e comeou a ser utilizado para caracterizar a resposta fisiolgica e comportamental a um evento de perigo em 1936 por Hans Selye. Hans Hugo Bruno Selye foi um endocrinologista que procurava por novos hormnios fazendo testes em animais, e percebeu alteraes nos hormnios colhidos tanto em animais que recebiam certa substncia para fins de observao, quanto nos animais que haviam recebido um placebo. Com este teste, confirmou-se ento que as alteraes no provinham da substncia injetada, e sim de um processo fisiolgico. H. Selye se interessou pelo assunto e resolveu continuar pesquisando sobre este processo, e descobriu que as alteraes hormonais eram resultado de um mecanismo de defesa do animal, onde podia-se observar, alm das alteraes hormonais, hipertrofia das glndulas adrenais, lceras gstricas e uma diminuio no tamanho do timo, bao e gnglios linfticos. A inicio ele chamou este evento de Sndrome Geral de Adaptao (SGA), e posteriormente de stress, que foi revogado por j existir a expresso para um evento fsico, porem hoje, j utilizada esta nomenclatura.

ESTRESSE NOS TEMPOS ATUAIS: Como foi dito anteriormente, o estresse um mecanismo fisiolgico, natural do ser humano. Entretanto, o que transforma este mecanismo em uma patologia, a incapacidade de adequao aos trs principais passos de um evento estressor, so estes passos: Fase de alarme: a fase do estresse em que o sistema nervoso simptico e autnomo so ativados, desencadeando a liberao de vrias substncias, principalmente hormnios, que faro a presso arterial aumentar, elevar a frequncia e o vigor dos batimentos cardacos, aumentar a capacidade de contrao muscular, e vrias outras consequncias relacionadas ao aumento da percepo e do sistema locomotor; Fase de resistncia: a fase onde ocorre o erro de adequao ao evento estressor e desencadeia a patologia estresse. Nesta fase, o organismo tenta criar uma resistncia aos hormnios liberados na fase de alarme, principalmente adrenalina, e com isso, comea a enfraquecer pela inadequao aos eventos desencadeados pelo estressor. Como consequncia desta fase, surge a insnia, irritabilidade e descontentamento com as situaes cotidianas. Fase de exausto: Onde o organismo incapaz de voltar ao seu estado de equilbrio. observado o aparecimento de distrbios emocionais e doenas crnicas causadas pela fase de resistncia. A cronicidade das doenas se d pelo fato do individuo no perceber que sofre de estresse, e/ou tratar a patologia sem tratar a causa, que tambm tem etimologia psicolgica. O estresse pode surgir por fatores internos, que esto ligados a personalidade da pessoa como por exemplo o perfeccionismo; ou por fatores externos, ligados ao ambiente, e por quaisquer mudanas na vida, tanto positivas quanto negativas, pois o individuo precisa se adaptar as novas situaes, o que pode gerar o estresse. Tudo depende da forma com que o individuo ira lidar com tais situaes.

ESTRESSE OCUPACIONAL: Ainda hoje h uma certa confuso quanto ao termo estresse principalmente quando est associado ao trabalho. A sensao de cansao e talvez at a irritabilidade ao final de um longo dia de trabalho no caracteriza um quadro de estresse, apenas confirma que a maioria das pessoas desempenham multifunes tanto dentro do ambiente de trabalho, quanto fora dele. E tal fato pode sim ter contribudo com o significativo aumento dos diagnsticos de estresse. Os estmulos que estamos expostos ao longo do dia, causam um certo automatismo nas aes dentro do cotidiano, e isso to forte na atualidade, que prestamos cada vez menos ateno em tudo, at em respostas do nosso corpo, e tal automatismo dificulta o diagnostico do estresse, isso faz com que a maioria dos casos diagnosticados de estresse j estejam em um estado muito avanado, e em alguns casos, o estresse s observado por consequncia de vrias patologias. Como todos estamos expostos a estressores, o que diferencia um individuo com estresse de outro que no a tem, apenas o modo com que cada um deles ir lidar com a situao. O estresse ocupacional um desequilbrio do indivduo de lidar com as situaes de seu trabalho, como a demanda ocupacional, o acumulo/multifunes ocupacionais, presso exercida por seus chefes, colegas de trabalho, famlia e amigos em relao ao trabalho. E igualmente por ambientes de trabalho altamente competitivos, no reconhecimento do trabalho executado ou falta de compreenso clara de como conduzir-se no ambiente. A jornada longa ou atividades estafantes, apreenso em relao a aumentos de salrios ou promoes, receio de ser demitido, desinformao ou ansiedade quanto avaliao do desempenho, insegurana e mudanas imprevistas. A presso e demanda ocupacional, inicialmente, ir gerar o medo do fracasso, cansao fsico e psicolgico e outras caractersticas do estresse ocupacional.

ESTRESSE OCUPACIONAL UMA PATOLOGIA RECENTE.

As traumticas mudanas pelas quais est passando este pas que a busca da eficincia a todo custo e o excesso de competio entre as empresas esto moendo as pessoas. Do ponto de vista humano cruel. Do ponto de vista econmico contraproducente. (LUTTWAK, 1995)O estresse no ambiente de trabalho, tambm conhecido como estresse ocupacional, uma patologia relativamente nova, e que cresce numa velocidade intensa, na mesma velocidade com que a sociedade exige mais das pessoas, e que novas tecnologias e tcnicas surgem. A sociedade como um todo, exige muito do individuo. Por exemplo, cargo relativamente alto em uma empresa, h 50 anos atrs era ocupado pelo individuo que possua mais conhecimento prtico na funo, e menos estudo formal, e hoje, para ocupar o mesmo cargo, um individuo precisa estudar mais, ter um enorme conhecimento formal, ter o conhecimento prtico tambm avanado, ter boa postura e bons contatos sociais. Tal fato mostra que a sociedade como um todo exige muito, em todos os aspectos. Numa comparao, vemos que em relao h 50 anos atrs (que no muito tempo, pois nesta poca a industrializao j era muito bem desenvolvida) trabalhamos mais, acumulamos funes em um emprego, ou at acumulamos vrios empregos, passamos menos tempo em casa, reservamos menos tempo para a cultura e entretenimento, possumos menos hobbies, nos comunicamos de forma exagerada, entretanto, falamos menos, passamos menos informaes (comunicao superficial) com vrias pessoas ao mesmo tempo. Isso tudo influencia muito para o desenvolvimento do estresse ocupacional.

CARACTERISTICAS DE UM INDIVIDUO COM ESTRESSE OCUPACIONAL: Os sintomas do estresse ocupacional no surgem simultaneamente, e aumentam o vigor com o passar do tempo caso o estressor no tenha cessado. Os principais sintomas so:

Dores de cabea atpicas;Desconcentrao mental;Irritabilidade;Inapetncia;Perturbaes estomacais;Insatisfao com o trabalho;Depresso fsica ou moral;Diminuio do rendimento no trabalho, erros, distraes e faltas;Insatisfao;Indeciso e julgamentos errados,atrasados ou precipitados;Insnia, sono agitado e pesadelos;Piora na organizao, adiantamento e atraso de tarefas e perda de prazos;Irritabilidade e explosividade;Diminuio da concentrao, da memria e do entusiasmo;Sensao de monotonia;Impresso de no ser suficiente para o trabalho.

Existem vrias maneiras de lidar com o estresse ocupacional, tais maneiras provem da personalidade do individuo. Como por exemplo, o tipo de personalidade que intensifica os efeitos dos estressores do trabalho. Elas comem, andam, e falam rapidamente, so agressivas e competitivas e se sentem constantemente pressionadas pelo tempo. Necessidade grande de obter sucesso.

REAES AO ESTRESSE OCUPACIONAL: As reaes ao estresse ocupacional so divididas em trs partes. Tais reaes podem ser psicolgicas, fisiolgicas e comportamentais. Fisiolgicos: aumento da presso arterial, colesterol alto, sintomas gastrintestinais como gastrite e lceras, alterao na bioqumica sangunea. Psicolgicos: insatisfao com o trabalho, estados afetivos mais intensos, como raiva, frustrao, hostilidade ou reaes mais passivas como tdio, colapso por exausto, fadiga e depresso, diminuio da confiana e autoestima e entorpecimento emocional.

Comportamentais: - Baixo desempenho, acidentes e uso de drogas no trabalho; - Comportamento anti-social, furto, danos intencionais; - Absentesmo, fuga do trabalho; - Degradao de outras reas da vida particular;- Comportamentos prejudiciais como vcios em lcool e drogas.O estresse ocupacional afeta o indivduo, a prestao de servio e a qualidade do mesmo, sendo necessrio o trabalho preventivo. A preveno do estresse ocupacional de fundamental importncia porque enfatiza a dimenso humana e sinaliza os cuidados quanto ao respeito sade do trabalhador.

PATOLOGIAS QUE PODEM SER DESENCADEADAS PELOESTRESSE OCUPACIONAL: So inmeras as patologias que podem ser desencadeadas pelo estresse ocupacional em si, e por consequncia dos sintomas devido a resposta fisiolgicas, sendo as mais comuns, as patologias relacionadas a: distrbios do sono, depresso, hipertenso arterial, hipertireoidismo, disritmias cerebrais, alcoolismo e sendo considerado o mais grave, a sndrome de burnout

SNDROME DE BURNOUT, A CONSEQUNCIA MAIS GRAVE DO ESTRESSE OCUPACIONALO Burnout surgiu em 1974. Quem aplicou este termo foi o psiclogo Fregenbauer, que constatou esta Sndrome em um de seus pacientes que trazia consigo energias negativas, impotncia relacionado ao desgaste profissional.O termo Burnout uma composio de burn (queimar) e out (fora), ou seja, traduzindo para o portugus significa perda de energia ou queimar para fora, fazendo a pessoa adquirir esse tipo de estresse tendo reaes fsicas e emocionais, passando a apresentar um tipo de comportamento agressivo.Apesar de ser bastante semelhante ao estresse, o Burnout no deve ser confundido com o mesmo. O Burnout muito mais perigoso para a sade. No estresse existem maneiras de control-lo. Como exemplo, um trabalhador estressado quando tira frias volta novo para o trabalho, mas isso no acontece com um trabalhador que esteja sofrendo a Sndrome de Burnout. Assim que ele retorna ao trabalho os problemas voltam a surgir novamente.Definida como uma reao tenso emocional crnica gerada a partir do contato direto, excessivo devido as longas jornadas de trabalho, faz o indivduo perder a sua relao com o trabalho, de forma que as coisas deixem de ter importncia e que qualquer esforo que faa ser intil.Qualquer trabalhador pode apresentar o Burnout, porm vale ressaltar que essa Sndrome aparece mais em profissionais que trabalham em atividades onde se tenha responsabilidade pelo outro, seja por sua vida ou por seu desenvolvimento. Essa Sndrome aparece em profissionais que tenham contato interpessoal mais exigente, como o caso dos profissionais que esto ligados na rea da educao e sade, carcereiros, atendentes pblicos, funcionrios que dentro da Organizao exercem cargos de gerente, diretores, chefias e telemarketing.O conceito de Burnout pode ser dividido em trs dimenses que so:1.Exausto emocional - a situao em que o trabalhador percebe que suas energias esto esgotadas e que no podem dar mais de si mesmo. Surge o aparecimento do cansao, fica propenso a sofrer acidentes, ansiedade, abuso de lcool, cigarros e outras drogas ilcitas.2.Despersonalizao - desenvolvimento de imagens negativas de si mesmo, junto com um certo cinismo e ironia com as pessoas do seu ambiente de trabalho, com clientes e aparente perda da sensibilidade afetiva.3.Falta de envolvimento pessoal no trabalho - diminuio da realizao afetando a eficincia e a habilidade para a concretizao das tarefas, prejudicando seu desempenho profissional.O Burnout est associado entre o que o trabalhador d, ou seja, tudo aquilo que investe no trabalho, e o que ele recebe, isto , reconhecimento de seus supervisores, de sua equipe de trabalho. Muitas vezes, o profissional d tudo de si e no valorizado, fazendo com que fique frustrado, tendo a sensao de inutilidade para com o trabalho.

burnout uma sndrome do trabalho, que se origina da discrepncia da percepo individual entre esforo e consequncia, percepo esta influenciada por fatores individuais, organizacionais e sociais.Farber (1991)Um profissional que entra em Burnout, assume um comportamento de frieza com seus clientes e com quem trabalha. As relaes pessoais so cortadas, passam a agir como se estivessem em contato com objetos, tambm ocorre a perda da sensibilidade afetiva, deixando de se responsabilizar pelos problemas e dificuldades das pessoas que cuidam.Anlise feita mostra que a violncia, a falta de segurana no emprego, burocracia no processo de trabalho, falta de autonomia, baixos salrios, tendncia a se isolar das pessoas que trabalham, falta de apoio, tambm so fatores que esto relacionados ao Burnout.A falta de perspectiva com relao a ascenso na carreira profissional, pode gerar sentimentos de ansiedade e frustrao constante no cotidiano do trabalho. Quando o profissional est afetado pela Sndrome, as idias pessimistas, o medo, predominam com uma certa influncia no local de trabalho.

O quadro clnico de Burnout apresenta os seguintes sintomas:.Esgotamento emocional, perda da sensibilidade afetiva;.Perda fcil do senso de humor, perda de memria, cansao permanente, dificuldade para levantar-se pela manh, em algumas pacientes, ocorre a suspenso da menstruao e dores gastrointestinais;.Despersonalizao que resulta com atitudes negativas que a pessoa faz da sua prpria imagem, relao de cinismo, e ironia para com as pessoas na Organizao;.Manifestaes emocionais relacionadas com a falta de realizao emocional, esgotamento profissional, sentimento de frustrao, baixa autoestima, desmotivao para com o trabalho;.Reaes fsicas: fadiga, problemas de hipertenso arterial, ataques cardacos, perda de peso, dores de cabea, dores nas costas etc.;.Reaes comportamentais: consumo acelerado de cigarros, lcool, caf e drogas ilcitas. Apresenta comportamentos irritadios e violentos, distanciamento afetivo dos clientes e dos colegas de trabalho, perda da concentrao, elevada taxa de absentesmo ocupacional e constantes conflitos interpessoais tanto no trabalho como no prprio ambiente familiar.Frana e Rodrigues (1997) recomenda como forma de preveno do Burnout, modificar com uma certa frequncia a atividade de rotina, evitando a monotonia, reduzindo o excesso de longas jornadas de trabalho, melhorar na qualidade das relaes sociais, das condies fsicas no trabalho e investir no aperfeioamento profissional e pessoal dos trabalhadores.Pesquisas informam que as mulheres tm mais chance do que os homens de adquirir a Sndrome de Burnout devido a sua dupla jornada de trabalho que administra tanto as tarefas do emprego, como as tarefas domiciliares. importante enfatizar que quando o trabalhador diagnosticado com Burnout necessrio que este seja afastado do emprego e que , durante este perodo, continue recebendo todas as sua garantias.

Bibliografia: http://rnp.fmrp.usp.br/~psicmed/doc/Fisiologia%20do%20estresse.pdfhttp://www.einstein.br/einstein-saude/em-dia-com-a-saude/Paginas/tudo-sobre-o-estresse.aspxhttp://www.einstein.br/einstein-saude/em-dia-com-a-saude/Paginas/nao-aguenta-mais-o-estresse-no-trabalho.aspxhttp://drauziovarella.com.br/entrevistas-2/estresse/http://coad.com.br/app/webroot/files/trab/pdf/ct_net/2007/ct0607.pdfhttp://www.vitalwork.com.br/index.aspx?secao=noticia/noticia=o_estresse_no_ambiente_de_trabalhohttp://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/k213171.pdfhttp://www.uff.br/psienf/estresseworkshop.pdfhttp://www.pedagogiaemfoco.pro.br/pemp05.htmhttp://www.uniara.com.br/ageuniara/artigos.asp?Artigo=5897http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-98931999000300005&script=sci_arttexthttp://www.revistapsicologia.ufc.br/index.php?option=com_content&view=article&id=16%3Aconsideracoes-acerca-da-incidencia-do-estresse-em-motoristas-profissionais&catid=29%3Aano-i-edicao-i&Itemid=53&lang=pt&limitstart=3