ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais,...

78
ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS PMT5783 Antonio Carlos Vieira Coelho & Samuel M. Toffoli PMT – EPUSP – 2013

Transcript of ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais,...

Page 1: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS

CERÂMICOS

PMT5783

Antonio Carlos Vieira Coelho & Samuel M. Toffoli

PMT – EPUSP – 2013

Page 2: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

2

ESTRUTURA DOS MATERIAIS CERÂMICOS

Referência Bibliográfica:

Chiang, Y.-M.; Birnie, D.P.; Kingery, W.D. - Physical Ceramics – Principles for Ceramic Science and Engineering, John Wiley & Sons, New York, 1997.

Opção simples:

L.H. Van Vlack – Propriedades dos Materiais Cerâmicos – Editora Edgard Blücher Ltda. e EDUSP, São Paulo, 1973 (Original: Physical Ceramics for Engineers, Addison Wesley Publ. Co., Reading, MA, 1964).

Excelente opção (menos estruturas, mas mais extensivo) :

W.D. Kingery, H.K. Bowen, D.R. Uhlmann – Introduction to Ceramics, 2nd Edition – John Wiley & Sons, New York, 1976.

Page 3: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

3

ESTRUTURA DOS MATERIAIS CERÂMICOS

Considerações Iniciais – as estruturas encontradas nos

materiais cerâmicos são diferentes daquelas presentes nas outras

classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos:

Inorgânicos

Contendo pelo menos dois – e com muita frequência, mais –

elementos químicos

Em aplicações tecnológicas podem ser usadas em uma

variedade de morfologias: monolitos, pós finos, filmes finos ou

espessos, fibras longas ou curtas

Cada um desses pode ser um monocristal ou ser policristalino,

ou ainda pode ser amorfo

Podem ainda apresentar uma ou várias fases (pela quantidade de

componentes, o número de fase presentes é geralmente maior do que o n° de

fases encontrado em sistemas exclusivamente metálicos)

Page 4: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

4

ESTRUTURA DOS MATERIAIS CERÂMICOS

Revisão

Sólidos cristalinos e amorfos

Estruturas cristalinas simples (CCC, CFC, HC)

Page 5: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

5

Sólidos Cristalinos e Sólidos Amorfos

Segundo a distribuição espacial dos átomos, moléculas ou

íons, os materiais sólidos podem ser classificados em:

Cristalinos: compostos por átomos, moléculas ou íons

arranjados de uma forma periódica nas três dimensões. As

posições ocupadas seguem uma ordenação que se repete

para grandes distâncias atômicas (de longo alcance).

Amorfos: compostos por átomos, moléculas ou íons que

não apresentam uma ordenação de longo alcance. Podem,

no entanto, apresentar ordenação de curto alcance.

Page 6: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

6

Sólidos Cristalinos e Sólidos Amorfos

Estruturas

da

sílica

cristobalita

quartzo vidro de sílica

Page 7: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

7

Reticulado Cristalino

Um cristal é constituído por “motivos estruturais” que se repetem regularmente.

Esses motivos podem ser átomos, moléculas, íons, ou grupos de átomos, de moléculas ou de íons.

Um reticulado cristalino é a figura formada, no espaço, pelos pontos que definem a localização desses motivos.

O reticulado cristalino é, na realidade, um esqueleto abstrato da estrutura cristalina.

Page 8: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

8

Reticulado Cristalino

Cada ponto do reticulado determina a localização de um motivo estrutural (um átomo, íon, molécula ou grupo de átomos, íons ou moléculas).

O reticulado é formado pelo conjunto de pontos.

Page 9: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

9

Célula (Cela) Unitária

A cela unitária é um paralelepípedo imaginário que constitui uma unidade fundamental com a qual se constrói todo o cristal somente por deslocamentos de translação (tal como os

tijolos numa parede).

Page 10: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

10

Célula (Cela) Unitária

Halita

Page 11: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

11

Célula (Cela) Unitária

Sólido cristalino CFC

Célula unitária

representada por

esferas rígidas

Célula unitária de

um reticulado

cristalino.

Qualquer ponto da célula unitária que for transladado de um múltiplo

inteiro de parâmetros de rede ocupará uma posição equivalente em

outra célula unitária.

Page 12: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

12

• Geometricamente uma célula unitária pode ser

representada por um paralelepípedo.

• A geometria da célula unitária

é univocamente descrita em

termos de seis parâmetros: o

comprimento das três arestas

do paralelepípedo (a, b , c) e os

três ângulos entre as arestas

(, , ). Esses parâmetros

são chamados parâmetros de

rede.

Parâmetros de rede

Page 13: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

13

(c) 2003 Brooks/Cole Publishing / Thomson Learning™

Reticulados de Bravais

Page 14: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

14

Resumo – Sistemas Cristalinos

Page 15: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

15

... estruturas cristalinas ...

Por que as espécies preferem

arranjar-se num cristal iônico

ao invés de permanecerem

isoladas umas das outras?

Page 16: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

16

Constante de Madelung

É uma definição precisa da energia de uma dada estrutura

cristalina relativa ao mesmo número de componentes

isolados.

Medida da estabilização eletrostática de um cristal.

A energia de ligação cátion-ânion tem duas componentes:

atração coulombiana e um segundo termo, devido, que é

a repulsão devido ao Princípio de Exclusão de Pauli, a qual

torna-se mais forte para pequenas distâncias de

separação.

CONSTANTE DE MADELUNG

Page 17: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

17

CONSTANTE DE MADELUNG

Energia de interação E entre dois íons

onde Zi e Zj são íons. Cargas: Zie e o outro: Zje onde e = carga do elétron

e0 é a permissividade do vácuo, Bij é uma constante

empírica, Rij é a separação interatômica, e o expoente n tem um valor de aproximadamente 10.

Atração coulombiana

Repulsão

Page 18: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

18

CONSTANTE DE MADELUNG

Energia de interação Ec - cristal com N íons

Page 19: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

19

CONSTANTE DE MADELUNG

Energia de interação Ec - cristal com N íons

Considerando:

ZC = valência do cátion e ZA = valência do ânion;

Rij = xij.R0 , onde R0 = mínima separação entre os íons

(R0 = RC + RA , ou seja, corresponde ao fundo do “poço de potencial”)

Onde é a constante de Madelung:

i ij

jjii

X

ZZZZ ||/||/

Page 20: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

20

Energia eletrostática de um cristal relativa ao mesmo número de componentes isolados

Medida da estabilização eletrostática de um cristal

Valores muito próximos, mesma composição POLIMORFISMO

TIPO DE ESTRUTURA CONSTANTE DE MADELUNG

“Sal de rocha” (NaCl) 1,748

Cloreto de Césio (CsCl) 1,763

Esfalerita (“Zincblende” - ZnS) 1,638

Wurtzita (ZnS) 1,641

Fluorita 2,519

Córindon 4,040

CONSTANTE DE MADELUNG

Page 21: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

21

...falando de estruturas cristalinas...

Dado um composto, existe

somente uma estrutura

possível?

Qual é a estrutura mais

estável para um composto?

Page 22: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

22

REGRAS DE PAULING

A constante de Madelung dá a energia eletrostática de um cristal relativa ao mesmo

número de componentes isolados, mas sozinha não permite prever estruturas.

Portanto: as 5 Regras de Pauling ( em ordem decrescente de importância)

PREMISSAS

Baseadas na estabilidade geométrica do empacotamento de íons de

diferentes tamanhos + estabilidade eletrostática.

Íons são considerados esferas rígidas (uma simplificação).

Raios iônicos mantêm-se constantes para uma mesma valência e mesmo

número de coordenação (também uma simplificação).

Page 23: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

23

REGRA 1

Cada íon se coordenará com um poliedro de íons de carga oposta.

Esse poliedro possuirá um número de íons determinado pela relação entre os tamanhos dos íons.

Configurações estáveis são aquelas em que os íons menores (normalmente os cátions) têm dimensão similar ou ligeiramente maior do que os interstícios que devem ocupar na estrutura cristalina.

REGRAS DE PAULING

Page 24: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

24

Número de Coordenação

Coordenação Cúbica (NC=8) Coordenação Octaédrica (NC=6)

x 0,732 x 0,414

Page 25: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

25

Número de Coordenação

Coordenação Tetraédrica (NC=4)

x 0,225

Coordenação Triangular (NC=3)

x 0,155

Page 26: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

26

Exceções à Regra 1 não são

difíceis de serem

encontradas...

átomos não são esferas rígidas

neutralidade local (particularmente no caso

de átomos muito grandes)

tipo de ligação

ligações covalentes e metálicas

tendem a diminuir a distância

interatômica

Coordenação Linear (NC=2)

x 0

Número de Coordenação

Page 27: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

27

REGRA 2

Numa estrutura cristalina estável, os poliedros de coordenação se arranjam nas três dimensões de forma a preservar a neutralidade de carga local.

Contribuição de cada íon (e.v.) e.v. = z / NC

A carga contrária que cada íon “sente” é igual (em módulo) à sua própria carga.

Estrutura da Halita (NaCl)

Regra 1: Coordenação Octaédrica

rNa = 0,102nm rCl = 0,181nm rNa/rCl = 0,564

REGRAS DE PAULING

Page 28: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

28

Estrutura da Fluorita (CaF2) Regra 1:

Coordenação Cúbica

rCa = 0,112nm rF = 0,131nm rCa/rF = 0,855

Para preservar a neutralidade de carga local, como os íons tem valências diferentes, existem duas coordenações diferentes.

REGRAS DE PAULING

Page 29: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

29

REGRA 3

Os poliedros de coordenação

“preferem”, em ordem de

estabilidade, compartilhar

vértices a compartilhar

arestas, e compartilhar

aresta a compartilhar faces

inteiras.

Razão: aumento da distância

entre cátions!!

Coordenação tetraédrica

Coordenação octaédrica

REGRAS DE PAULING

Page 30: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

30

REGRA 4

A Regra 3 torna-se tanto mais importante quanto menor é o

número de coordenação e mais elevada é a valência do íon

menor (que geralmente é o cátion).

Em cristais contendo diferentes cátions, aqueles com valência maior e

menor número de coordenação tendem a não compartilhar poliedros com

os outros, e, se isso ocorrer, as arestas dos poliedros se contraem (para

concentrar carga negativa entre os cátions), e os cátions podem se

deslocar de suas posições no centro dos poliedros na direção contrária à

aresta ou face compartilhada (para minimizar a repulsão entre os cátions).

REGRAS DE PAULING

Page 31: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

31

REGRA 5

Estruturas simples são sempre preferidas em relação a

estruturas mais complicadas (...”keep it simple”...) . Por exemplo:

Quando diferentes cátions de dimensões similares e de mesma valência

estão presentes em um cristal, eles freqüentemente ocupam o mesmo

tipo de sítio, porém distribuídos de forma aleatória, formando um tipo de

“solução sólida”.

No entanto, se esses diferentes cátions forem suficientemente distintos

em dimensões e em valência, eles podem ocupar sítios com

coordenações diferentes, aumentando a complexidade da estrutura.

REGRAS DE PAULING

Page 32: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

32

Aplicação das Regras de Pauling

Quem é o maior: cátion ou ânion?

Se o ânion é o maior (o que é o mais comum),

supõe-se um arranjo compacto de ânions (HC ou

CFC), com os cátions ocupando sítios intersticiais.

A relação entre os raios iônicos vai indicar quais

serão as posições ocupadas as mais comuns são

as tetraédricas e as octaédricas .

Page 33: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

33

ESTRUTURAS CRISTALINAS MAIS COMUNS

Grande parte dos compostos que formam as cerâmicas

cristalizam-se em estruturas baseadas no empacotamento

compacto de ao menos um dos elementos que os compõem

(com o outro íon ocupando um conjunto específico de sítios intersticiais).

Os empacotamentos:

CFC (em inglês FCC );

HC (em inglês HCP ).

OBS: as estruturas de cerâmicas com ligações altamente covalentes

não são determinadas pelas regras de Pauling, mas sim pelas

direções das ligações.

Page 34: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

34

Empacotamento HC (HCP)

Posições C

Page 35: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

35

Empacotamento HC (HCP)

Posições C

Posições A

Posições B

Page 36: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

36

Empacotamento CFC (FCC)

Page 37: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

37

Posições A

Posições B

Posições C

Page 38: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

38

SAL DE ROCHA (NaCl) : baseado em CFC

Haletos Óxidos Sulfetos

LiF, LiCl, LiBr, LiI, NaF, NaCl, NaBr, NaI, KF,

KCl, KBr, KI, RbF, RbCl, RbBr, RbI

MgO, CaO, SrO, BaO, NiO, CoO, MnO, PbO

MgS, CaS, MnS, PbS, FeS2 ( pirita )

Compostos baseados no empacotamento CFC posições octaédricas ocupadas; posições tetraédricas vazias

Page 39: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

39

SAL DE ROCHA (NaCl): baseada em CFC

Plano (110) da estrutura da halita

Page 40: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

40

FLUORITA ( MX2 ) E ANTI-FLUORITA ( M2X )

Compostos baseados no empacotamento CFC posições tetraédricas ocupadas; posições octaédricas vazias

Fluorita (CaF2): ânions nas posições tetraédricas, e cátions formando empacotamento CFC; Antifluorita: posições dos íons invertidas posições com coordenações diferentes.

COMPOSTOS : Li2O, Na2O, K2O (antifluorita); ZrO2, UO2, CeO2 (fluorita)

Fluorita Antifluorita

CÁTION NC = 8 NC = 4

ÂNION NC = 4 NC = 8

vazia

ocupada

(F) (Ca)

Page 41: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

41

FLUORITA ( MX2 ) E ANTI-FLUORITA ( M2X )

Plano (110) do ZrO2

estrutura da fluorita

Page 42: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

42

ESFALERITA (ZnS) – Zincblende

Esfalerita ou blenda, mineral, é o principal minério de zinco. Estrutura cúbica

Cátions ocupam apenas a metade das posições tetraédricas cátions pequenos têm “maior estabilidade” em coordenação tetraédrica

Cátions e ânions têm coordenação tetraédrica

Tetraedros compartilham vértices

COMPOSTOS: óxidos e sulfetos (ZnO, ZnS, BaO); SiC; compostos semicondutores III-V, de forte caráter covalente (GaAs, CdS, GaP, InSb)

Derivativo da estrutura do diamante

Page 43: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

43

ESFALERITA (Zincblende)

Estrutura da esfalerita Estrutura do diamante

Page 44: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

44

ESFALERITA (Zincblende)

(c) 2003 Brooks/Cole Publishing / Thomson Learning™

Page 45: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

45

Estrutura da

Esfalerita (Cúbica)

Estrutura da

Wurtzita (HC)

EM AMBAS: •Metade das posições tetraédricas ocupadas

•Coordenação dos íons igual a 4

ocupada

vazia

Também é ZnS (mas pode ser FeS)

WURTZITA (também ZnS) – Wurtzite

Page 46: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

46

POLIMORFOS E POLITIPOS

POLIMORFISMO : transformações entre as fases podem ocorrer simplesmente através de deslocamentos de átomos (= displacive transformations ).

Fases polimorfas apresentam simetria cristalina diferente e diferentes distâncias interatômicas e inter-planares, MAS fases polimorfas tem sempre a mesma coordenação de cátions e de ânions. Os três polimorfos da zircônia (ZrO2): cúbica, tetragonal e

monoclínica

Quartzos “low” e “high”; cristobalitas “low” e “high”.

Obs: outras transformações de fases requerem quebra de ligações e rearranjo

e são conhecidas como reconstructive transformations (ver à frente)

Page 47: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

47

POLIMORFISMO

Algumas das características das Displacives Transformations :

A forma de alta temperatura (“high”) é sempre a forma com estrutura mais aberta.

A forma “high” tem maior volume específico

A forma “high” tem maior capacidade calorífica e maior entropia

A forma “high” tem maior simetria na verdade, a

forma “low” tem sua estrutura derivada da forma “high”

Como existem duas formas de estrutura “low” (uma imagem de espelho da outra), transformações no resfriamento podem formar defeitos de macla (“twins”).

formas “low”

“high”

Page 48: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

48

Exemplo: ZrO2

Três polimorfos da zircônia

Importância da zircônia: entre outros, uso em condutores iônicos de oxigênio para sensores de O2 e células à combustível e como gema, substituindo o diamante.

Page 49: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

49

POLIMORFOS E POLITIPOS

“ Transformation toughening “ Transformação de tetragonal a

monoclínico envolve expansão volumétrica de 4,7%

Page 50: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

50

“ Transformation toughening “ Transformação de tetragonal a

monoclínico envolve expansão volumétrica de 4,7%

Page 51: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

51

POLITIPISMO

Tipo especial de polimorfismo.

Para que possam ocorrer as transformações entre as fases é necessária quebra de ligações e rearranjos Reconstructive

Transformation .

Algumas das características das Reconstrutive Transformations :

Necessidade de energia de ativação para quebra de ligações.

Transformações lentas.

Estruturas de alta temperatura podem ser mantidas em baixa temperatura sem que haja a reversão à forma termodinamicamente estável.

Page 52: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

52

“Reconstructive transformations”

podem se dar de diversas formas:

Nucleação e crescimento no

estado sólido.

Vaporização – condensação.

Precipitação a partir de fase

líquida na qual a fase instável tem

maior solubilidade.

Fornecimento de energia

mecânica.

Qualquer estratégia que permita

que a barreira de energia da

transformação seja suplantada

facilita transformações

reconstrutivas.

Page 53: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

53

EXEMPLO : Polimorfos da Sílica

Page 54: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

54

EXEMPLOS DE ESTRUTURAS MAIS COMPLEXAS

Cela unitária do córindon

(-alumina), mostrando

apenas as posições catiônicas

ALU

MIN

A –

Al 2

O3

Page 55: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

55

EXEMPLOS DE ESTRUTURAS MAIS COMPLEXAS A

LU

MIN

A –

Al 2

O3

• Existem diversos

polimorfos da alumina,

sendo a forma alfa a mais

comum e a única estável

a partir de 1200°C.

Page 56: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

56

EXEMPLOS DE ESTRUTURAS MAIS COMPLEXAS A

LU

MIN

A –

Al 2

O3

• Geralmente, o monocristal de

-alumina é chamado de

safira, sendo também a base

para o rubi (vermelho, por

causa das impurezas de cromo)

e para a safira azul (com

impurezas de ferro e titânio).

• A dureza é 9, na escala de

Mohs (diamante = 10)

Monocristais de safira

Page 57: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

57

EXEMPLOS DE ESTRUTURAS MAIS COMPLEXAS

Rutilo (um dos polimorfos do

TiO2, ao lado do anatásio e brookita)

Estrutura HC com metade das posições de cátions preenchida

Índice de refração altamente anisotrópico

Grande poder de espalhamento de luz na forma de pó micrométrico

Uso como opacificante em tintas e papéis.

RU

TIL

O,

TiO

2

Page 58: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

58

EXEMPLOS DE ESTRUTURAS MAIS COMPLEXAS E

SP

INÉ

LIO

– A

B2O

4

Quando os cátions A e B são bivalentes e trivalentes (AO.B2O3)

Estrutura CFC com uma fração dos sítios tetraédricos e octaédricos preenchida

Cela unitária representada por oito celas CFC de oxigênio

Page 59: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

59

EXEMPLOS DE ESTRUTURAS MAIS COMPLEXAS E

SP

INÉ

LIO

– A

B2O

4

Page 60: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

60

EXEMPLOS DE ESTRUTURAS MAIS COMPLEXAS E

SP

INÉ

LIO

– A

B2O

4

O membro do grupo mais comum e importante (encontrado em refratários cerâmicos, p.ex.): MgAl2O4

Além desse, existem outros espinélios de alumínio (ex., ganita, ZnAl2O4) e também outras famílias:

Espinélios de ferro (ex., magnetita, Fe3O4, ou seja, FeO.Fe2O3 , ou ainda, Fe2+Fe3+

2O4)

Espinélios de cromo (ex., cromita, FeCr2O4 , colorante verde para vidros)

Etc.

• Espinélios de magnésio e alumínio

(dureza Mohs = 8) ocorrem na

forma de gemas, frequentemente

vermelhas, brilhantes, e são muito

confundidas com rubis (Al2O3, dureza

Mohs = 9), pela coloração e porque

frequentemente ocorrem nas

mesmas regiões (mas podem ser

incolores ou de várias outras cores) MgAl2O4

Page 61: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

61

EXEMPLOS DE ESTRUTURAS MAIS COMPLEXAS

Muitos compostos ternários que têm os cátions A e B

de tamanhos muito diferentes cristalizam nessa

estrutura

Estrutura pode ser considerada como derivada de um

CFC, com o cátion grande (A) e os oxigênios formando

o retículo

O cátion menor B ocupa um sítio octaédrico, rodeado

apenas por oxigênios

Exemplos: BaTiO3, CaTiO3, PbTiO3, PbZrO3, etc.

Representa também a unidade estrutural parcial de

supercondutores à base de cobre

PE

RO

VS

KIT

A –

AB

O3

Page 62: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

62

PE

RO

VS

KIT

A –

AB

O3

EXEMPLOS DE ESTRUTURAS MAIS COMPLEXAS

Pb ou Ba

(NC=12)

Distorção do retículo piezoeletricidade

O

Ti (NC=6)

Constante Dielétrica: vácuo = 1; quartzo = 5; BaTiO3 = 1000-10000

Page 63: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

63

CERÂMICAS COVALENTES

Muitas das estruturas mais duras, mais refratárias e

mais tenazes dentre os materiais cerâmicos

Exemplos:

Nitretos

Nitreto de silício (Si3N4)

Oxinitretos: soluções sólidas entre nitretos e óxidos (tais

como os “sialons”, compostos do sistema Si-Al-O-N)

Nitreto de boro (BN)

Carbetos

Carbeto de boro (B4C)

Carbeto de silício e seus vários polimorfos (SiC)

Etc.

Page 64: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

64

CERÂMICAS COVALENTES

NITRETOS

Nitreto de silício (Si3N4): três polimorfos, usado em ferramentas de

corte, rolamentos, tubeiras de foguetes, partes de motores a combustão, rotores de turbo, etc. Decompõe a 1900°C. Fase difícil de obter.

trigonal -Si3N4 hexagonal β-Si3N4 cubic γ-Si3N4

azuis = N ; cinza = Si

Page 65: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

65

CERÂMICAS COVALENTES

NITRETOS

Nitreto de boro (BN): o polimorfo hexagonal (~grafite) é mole, mas o

CBN (cubic boron nitride, estrutura da esfalerita) tem dureza próxima à do diamante)

Hexagonal: “grafite branco”

Page 66: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

66

CERÂMICAS COVALENTES

CARBETOS

Carbeto de boro (B4C): quase tão duro quanto

o CBN, usado em veículos militares blindados, coletes à

prova de bala, etc. A estrutura é complexa: icosaedros

constituídos por 12 átomos de boro formam uma

estrutura romboédrica, o centro da cela unitária

contém um grupo C-B-C (o carbono é a esfera preta, a

esfera verde e os icosaedros são boro)

Page 67: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

67

CERÂMICAS COVALENTES

CARBETOS

Carbeto de silício (SiC): material muito duro (decompõe-se a 2730°C), usado em

abrasivos, rebolos e ferramentas de corte há muito tempo: variedade industrial em produção desde 1893 (processo Acheson: areia + carvão em forno de arco), mas variedades mais puras e usadas em coletes à prova de balas, como elementos de aquecimento e, em eletrônica, como semicondutores para aplicações em alta temperatura / alta tensão, bem mais recentes.

Politipo -SiC (~blenda de zinco) (porém, a variedade mais comum é a alfa, com

estrutura hexagonal, ~wurtzita)

Page 68: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

ANEXO

- Características dos reticulados de Bravais

- Densidades atômicas:

▪ Volumétrica

▪ No plano

▪ Linear

Page 69: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

69

a = b = c

= = = 900

cúbico simples cúbico de corpo centrado (CCC)

cúbico de faces centradas (CFC)

Sistema Cúbico

Detalhes de reticulados de Bravais

Page 70: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

70

Sistema Hexagonal

a = b c

= = 900 e = 1200

hexagonal

Detalhes de reticulados de Bravais

Page 71: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

71

Sistema Tetragonal

a = b c

= = = 900

tetragonal simples tetragonal de corpo centrado

Detalhes de reticulados de Bravais

Page 72: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

72

Sistema Romboédrico

a = b = c

= = 900

romboédrico (R)

Detalhes de reticulados de Bravais

Page 73: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

73

Sistema Ortorrômbico

a b c

= = = 900

ortorrômbico simples

ortorrômbico de corpo centrado

ortorrômbico de bases centradas

ortorrômbico de faces centradas

Detalhes de reticulados de Bravais

Page 74: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

74

Sistema Monoclínico

a b c

= = 900

monoclínico simples

monoclínico de bases centradas

Detalhes de reticulados de Bravais

Page 75: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

75

Sistema Triclínico

a b c

triclínico

Detalhes de reticulados de Bravais

Page 76: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

76

Fator de empacotamento atômico (FEA)

célula

átomos

V

VFEA

74,0)22(

3

44

3

44

3

3

3

3

R

R

a

R

FEA CFC

Page 77: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

77

Densidade Atômica Planar (DP)

555,028

22

2

R

R

A

ADP

P

C

2822)4( 2RRRADACAP

CFC – plano (110)

2)2( RAC

Assim :

cela unitária

CFC

plano

planonoátomos

Área

ÁreaDP

AC

AP

Page 78: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS¢mica1(Estruturas)-2013.pdf · classes de materiais, porque os materiais cerâmicos são compostos: ... um motivo estrutural (um átomo,

78

Densidade Atômica Linear (DL)

866,02

3

R

R

L

LD

L

AL

L

A

linha

atomosL

L

L

L

LD

3

4RarestaLL

CCC – direção [100]

RLA 2

Assim :

cela unitária

CCC