Estrutura e Interpretação de Balanços - UFRGS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SULFACULDADE DE CINCIAS ECONMICAS DEPARTAMENTO DE CINCIAS CONTBEIS E ATUARIAIS

ESTRUTURA E INTERPRETAO DE BALANOS2010/2

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SUMRIOUNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL..................................................................................1 1 INTRODUO E CONCEITOS............................................................................................................................4 1.1 CONCEITO.....................................................................................................................................................4 1.2 FINALIDADE.................................................................................................................................................4 1.3 INSUMOS DA ANLISE DE BALANOS.....................................................................................................4 1.4 A QUEM INTERESSA A ANLISE DE BALANOS.................................................................................6 1.4.1 FORNECEDOR:.....................................................................................................................................6 1.4.2 BANCOS:...............................................................................................................................................6 1.4.3 CORRETOR DE VALORES E PBLICO INVESTIDOR:...................................................................6 1.4.4 CONCORRENTES:................................................................................................................................7 1.4.5 GOVERNO:............................................................................................................................................7 1.4.6 DIRETORIA DA EMPRESA:................................................................................................................7 1.5 ANLISE DE BALANO INTERNA E EXTERNA:....................................................................................7 1.6 MTODOS DE ANLISE................................................................................................................................8 1.7 CUIDADOS PARA UMA BOA ANLISE DAS DEMONSTRAES CONTBEIS.................................9 1.8 COMIT DE PRONUNCIAMENTOS CONTBEIS.....................................................................................11 1.8.1 INTRODUO.......................................................................................................................................11 1.8.2 ORIGEM .................................................................................................................................................11 1.8.3 PRODUTOS DO CPC:............................................................................................................................12 1.9 EXERCCIOS SOBRE INTRODUO E CONCEITOS:..............................................................................13 .............................................................................................................................................................................14 2 ESTRUTURA DAS DEMONSTRAES CONTBEIS...................................................................................14 2.1 BALANO PATRIMONIAL...........................................................................................................................14 2.1.1 ATIVO.....................................................................................................................................................15 2.1.2 PASSIVO.................................................................................................................................................25 2.1.3 PATRIMNIO LIQUIDO.......................................................................................................................27 2.2 DEMONSTRAO DO RESULTADO DO EXERCICIO.............................................................................31 3 PASSOS PARA ANLISE DAS DEMONSTRAES FINANCEIRAS..........................................................39 4 PADRONIZAO DAS DEMONSTRAES FINANCEIRAS.......................................................................39 4.1 MOTIVO DA PADRONIZAO...................................................................................................................39 4.2 RECLASSIFICAO DAS CONTAS............................................................................................................40 5 ANLISE VERTICAL E HORIZONTAL...........................................................................................................41 5.1 ANLISE VERTICAL....................................................................................................................................41 5.1.1 OBJETIVO...............................................................................................................................................41 5.2 ANLISE HORIZONTAL..............................................................................................................................41 5.2.1 OBJETIVO...............................................................................................................................................42 5.3 EXERCCIOS DE ANLISE HORIZONTAL E VERTICAL:.......................................................................42 6 CLCULO, ANLISE E INTERPRETAO DOS NDICES DA SITUAO FINANCEIRA...................43 6.1 ANLISE DA SITUAO FINANCEIRA.....................................................................................................43 6.1.1 INDICES E QUOCIENTES.....................................................................................................................43 6.1.2 LIQUIDEZ CORRENTE.........................................................................................................................43 6.1.3 LIQUIDEZ GERAL.................................................................................................................................45 6.1.4 LIQUIDEZ SECA....................................................................................................................................46 6.1.5 EXERCCIOS SOBRE A SITUAO FINANCEIRA:..........................................................................48 6.2 ANLISE DA CIRCULAO DE VALORES..............................................................................................51 6.2.1 PRAZO MDIO DE RENOVAO DOS ESTOQUES (PMRE)...........................................................51 6.2.2 PRAZO MDIO DE PAGAMENTO DOS FORNECEDORES (PMPF).................................................52 6.2.3 PRAZO MDIO RECEBIMENTOS DE VENDAS ( PMRV).................................................................52 6.2.4 ANLISE DOS PRAZOS DE RECEBIMENTOS E DE PAGAMENTOS.............................................53 6.2.5 CICLO OPERACIONAL (CO)................................................................................................................53 6.2.6 HIATO FINANCEIRO............................................................................................................................53 6.2.7 EXERCCIOS SOBRE CIRCULAO DE VALORES:........................................................................55 7 CLCULO, ANLISE E INTERPRETAO DOS NDICES DA SITUAO ECONOMICA...................58 7.1 ANLISE DO GRAU DE ENDIVIDAMENTO..............................................................................................58 7.1.1 GRAU DE ENDIVIDAMENTO TOTAL................................................................................................58 7.1.2 GRAU DE SOLVNCIA GERAL..........................................................................................................59 7.1.3 GRAU DE ENDIVIDAMENTO CURTO PRAZO ( COMPOSIO DO ENDIVIDAMENTO).......59 7.1.4 GARANTIA DOS CAPITAIS DE TERCEIROS.....................................................................................60 7.1.5 EXERCICIOS SOBRE GRAU DE ENDIVIDAMENTO........................................................................61 7.2 ANALISE DO ATIVO FIXO...........................................................................................................................63 7.2.1 GRAU DE IMOBILIZAO DO INVESTIMENTO..............................................................................63 7.2.2 GRAU DE IMOBILIZAO DOS CAPITAIS PROPRIOS...................................................................63 7.2.3 ROTAO DO PERMANENTE............................................................................................................64 7.2.4 EXERCCIOS SOBRE ANALISE DO ATIVO FIXO:............................................................................64 8 CLCULO, ANLISE E INTERPRETAO DOS NDICES DE RENTABILIDADE.................................67 8.1 RENTABILIDADE DOS CAPITAIS PROPRIOS...........................................................................................67

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8.2 RENTABILIDADE (RETORNO) DO INVESTIMENTO...............................................................................67 8.3 DESDOBRAMENTO DO RETORNO DO INVESTIMENTO........................................................................68 8.3.1 ROTAO DO ATIVO...........................................................................................................................68 8.3.2 MARGEM LQUIDA DO LUCRO.........................................................................................................68 8.4 EXERCCIOS SOBRE RENTABILIDADE....................................................................................................70 9 OUTROS COMPONENTES DAS DEMONSTRAES CONTBEIS...........................................................73 9.1 DEMOSNTRAES DAS MUTAES DO PATRIMNIO LIQUIDO......................................................73 9.2 DEMONSTRAO DO FLUXO DE CAIXA.................................................................................................79 9.3 DEMONSTRAO DO VALOR ADICIONADO..........................................................................................81 9.4 RELATRIO DA ADMINISTRAO...........................................................................................................84 9.5 NOTAS EXPLICATIVAS...............................................................................................................................88 9.5.1 ESTRUTURA DA DIVULGAO EM NOTA EXPLICATIVA ..........................................................89 9.6 AUDITORIA INDEPENDENTE DAS DEMONSTRAES CONTBEIS..................................................91 9.6.1 O PARECER DE AUDITORIA .............................................................................................................92 9.6.2 TIPOS DE PARECER ............................................................................................................................93

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1 INTRODUO E CONCEITOS1.1 CONCEITOA anlise das demonstraes financeiras constitui-se na verificao da situao econmica financeira da empresa, a fim de proporcionar administrao e aos demais interessados, informaes relevantes tomada de deciso.

1.2 FINALIDADEAtravs da anlise de balanos so obtidas umas sries de dados, que transformados em informaes, permitem concluir: Se a empresa merece ou no crdito Se a empresa vem sendo bem ou mal administrada Se a empresa tem ou no condies de pagar suas dvidas no vencimento Se a empresa suficiente, lucrativa Se a empresa vem evoluindo ou regredindo

1.3 INSUMOS DA ANLISE DE BALANOSOs insumos bsicos dom processo de anlise de balanos so os relatrios contbeis elaborados periodicamente pelas empresas. Os relatrios so divididos em obrigatrios e no obrigatrios. Os relatrios obrigatrios so aqueles definidos pela legislao societria, sendo mais conhecidos por demonstraes contbeis ou demonstraes financeiras. A atual Lei das Sociedades por Aes determina que ao final e cada exerccio social (12 meses) toda a empresa deve apurar, com base nos fatos registrados pela contabilidade, as seguintes demonstraes contbeis: - Balano Patrimonial; - Demonstrao do Resultado do Exerccio; - Demonstrao dos Lucros ou Prejuzo Acumulados ou Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido; 4

- Demonstrao do Fluxo de Caixa. (substituiu a demonstrao da origem de aplicaes e recursos (DOAR), conforme alterao da lei 11.683/07) As companhias de capital aberto e as instituies financeiras, pela necessidade de melhor informar ao mercado em geral, devem apurar (e publicar) suas demonstraes contbeis a cada semestre. Complementarmente s demonstraes financeiras obrigatrias, as companhias abertas devem responsabilizar-se tambm pela publicao do Relatrio da Administrao, Notas Explicativas e Parecer dos Auditores. Os relatrios no obrigatrios so normalmente destinados ao uso gerencial interno. Exemplos: projees de vendas, desempenho por produtos, etc.

Como ponto de partida, importante entender que todas as demonstraes explicam o Balano Patrimonial:

Demonstraes dos Fluxos de Caixa

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Ativo Explica as VariaesCirculante no caixaDisponvel Dup. Rec. Estoque Total

Demonstr. Origens/Aplic. de R.P.L. Recursos

1 Xxx Xxx Xxx Xxx

Balano Patrimonial Passivo Ano Ano Circulante Ano Ano 22 Xxx Xxx Xxx Xxx Fornecedor Banco Pg. Div. Pg. Total E.L.P. 1 xxx xxx xxx xxx xxx xxx xxx Xxx

Demonstraes das Mutaes do PL Explica as variaes do PL

PermanenteInvestimento Total TOTAL Xxx Xxx Xxx Xxx Xxx Xxx Xxx Xxx Xxx Xxx

P. LquidoCapital Reservas Lucro Total TOTAL xxx xxx xxx xxx xxx Xxx Xxx Xxx Xxx XxxDemonstrao do Resultado Explica como do Exerccio se obteve o Lucro

Explica as Imobilizado variaes no capital(-) Depr. Ac. de giro

NE

Explica os critrios contbeis

PA

A credibilidade das demonstraes

1.4 A QUEM INTERESSA A ANLISE DE BALANOS1.4.1 FORNECEDOR:O fornecedor precisa saber a capacidade de pagamento de seus clientes, ou seja, analisa a situao do cliente, principalmente quanto a liquidez e ao endividamento, para que tenha garantia de suas vendas.

1.4.2 BANCOS:So os maiores usurios da anlise de balanos. Como concedem emprstimos, devem analisar a situao do cliente, a fim de tentar melhor garantir seus negcios.

1.4.3 CORRETOR DE VALORES E PBLICO INVESTIDOR:

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Antes de comprar ou vender aes de uma empresa, o investidor analisa a situao da mesma, principalmente quanto a rentabilidade, procurando saber se a expectativa para os prximos exerccios de bons lucros ou de prejuzos.

1.4.4 CONCORRENTES:A anlise dos concorrentes de uma empresa de vital importncia, o conhecimento profundo da situao de seus concorrentes pode ser fator de sucesso ou fracasso da empresa no mercado.

1.4.5 GOVERNO:Numa concorrncia aberta, a tendncia escolher entre duas propostas semelhantes, a da empresa que estiver em melhor situao financeira.

1.4.6 DIRETORIA DA EMPRESA:A anlise de balanos para os administradores muito importante, devido a quantidade de decises que podem ser tomadas com base nas informaes obtidas, tais como: * definio da poltica de imobIlizaes, ou seja, investir no imobilizado para obter lucros futuros ou investir no processo produtivo para ter lucro hoje; * captao de recursos, utilizar capitais prprios ou de terceiros; * se a liquidez da empresa adequada para obteno de emprstimos; * se a rentabilidade e a liquidez esto de acordo com as do balano orado; * avaliar desempenho, etc.

1.5 ANLISE DE BALANO INTERNA E EXTERNA:A anlise de balanos interna feita por elementos da prpria empresa, possibilitando dessa forma, maior disponibilidade de dados e conseqentemente, uma maior gama de informaes. Pode apresentar limitaes como, por exemplo, o fato de sendo funcionrio da empresa estar tolhido de tecer certas concluses. A anlise de balanos externa realizada por elementos que no possuem vnculo com a empresa, suas concluses portanto, so desprovidas de qualquer interferncia por parte da direo da empresa. Mas a exemplo da anlise interna, apresenta tambm limitaes, como por exemplo, o fato do analista no poder contar 7

com maiores informaes, a no ser as constantes nas demonstraes financeiras, haja visto que no tem acesso a contabilidade da empresa.

1.6 MTODOS DE ANLISE A anlise deve ser precedida de um conhecimento amplo sobre as caractersticas da entidade, bem como sobre a situao do mercado e da economia. Anlise comparativa das demonstraes contbeis: Formulao de perguntas sobre a situao econmica e financeira da entidade; Comparao de dados contbeis organizados ilustrados com dados no contbeis; Anlise horizontal: Comparam-se os saldos das contas do balano atual com os respectivos saldos dos balanos anteriores. Anlise Vertical: Comparam-se os saldos das contas com os saldos das demais contas do mesmo balano e com o seu total. Anlise atravs de ndices: Comparao com anos anteriores e com padres.

Anlise do Capital de Giro Construo de um modelo de anlise do investimento e financiamento do capital de giro. Anlise de rentabilidade: Retorno operacional dos investimwentos custo X volume X lucro; Alavancagem Financeira.

Formao da concluso: Desenvolver uma seqncia de questes que visam atender aos objetivos da anlise Respostas adequadas as questes formuladas 8

Exemplo: a) Qual a avaliao que se faz da situao atual? porque? b) Quais foram as mudanas ocorridas em relao aos perodos

anteriores? Qual a tendncia ocorrida? c) Quais foram as causas das variaes ocorridas? d) Quais so as medidas sugeridas?

1.7 CUIDADOS PARA UMA BOA ANLISE DAS DEMONSTRAES CONTBEISAs demonstraes contbeis devem representar um retrato fiel da situao econmica e financeira das empresas, todavia, nem todos os balanos expressam essa verdade, muito comum, por exemplo: Balanos fantasiados ou maquinados para obter emprstimos; Algumas empresas esto desobrigadas pelo fisco, do registro contbil e

s elaboram balano quando precisam de emprstimos, normalmente essas demonstraes no so confiveis; Demonstraes elaboradas sem a observncia dos princpios fundamentais da contabilidade.

O Analista deve: * Verificar a autenticidade das demonstraes contbeis, o parecer de auditoria externa d uma satisfatria margem de confiabilidade para o analista. Caso no haja esse parecer, deve o analista procurar obter o maior nmero possvel de informaes sobre a empresa, alm de efetuar uma reviso minuciosa sobre as demonstraes contbeis. * Analisar no mnimo trs anos, pois a anlise do balano de um nico ano no mostrar a real tendncia. * Corrigir os demonstrativos contbeis, tendo em vista as variaes do poder aquisitivo da moeda (inflao), ou seja, deixar as demonstraes dos exerccios analisados na mesma moeda. * Comparar (quando possvel) os quocientes levantados com: 9

- os quocientes dos concorrentes; - os quocientes padro.

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1.8 COMIT DE PRONUNCIAMENTOS CONTBEIS1.8.1 INTRODUOA instalao do Comit de Pronunciamentos Contbeis fruto de anlises cuidadosas e profundas, desenvolvidas por algumas das melhores inteligncias das reas acadmicas, governamentais e da iniciativa privada, o CPC representa a perspectiva de importantes avanos no caminho da atualizao e da modernizao de normas e preceitos contbeis. Na perspectiva da histria, ele o resultado da abertura da economia brasileira para o exterior, que colocou nossas empresas em contato direto com economias mais avanadas, inclusive com ttulos negociados nas bolsas de maior movimento do mundo, e ao alcance dos investidores sediados em outros pases. Como conseqncia, ficou muito claro que a diversidade de prticas contbeis entre as diversas economias representava um significativo custo extra e uma dificuldade a mais para a indispensvel troca de informaes e para a acomodao de posies. Destinado a buscar solues para as questes que se apresentarem, com ampla e indiscriminada consulta a quem possa ser afetadas, o Comit inova no trato de questes regulamentares medida que rene representantes de entidades da rea privada, do mundo acadmico e do setor governamental, sentados mesma mesa e imbudos de um nico critrio, que a busca da modernidade. Na verdade, estamos diante de uma dupla convergncia: de um lado a necessidade universal de integrar regras contbeis aos padres internacionais; de outro, a participao, no debate interno, de representantes de todos os atores do mercado brasileiro - governo, iniciativa privada e rgos acadmicos - dialogando livre e democraticamente no CPC.

1.8.2 ORIGEMO Comit de Pronunciamentos Contbeis (CPC) foi idealizado a partir da unio de esforos e comunho de objetivos das seguintes entidades: ABRASCA (Associao Brasileira das Companhias Abertas); APIMEC NACIONAL (Associao Investimento do Mercado de Capitais); 11 dos Analistas e Profissionais de

BOVESPA; CFC (Conselho Federal de Contabilidade); FIPECAFI (Fundao Instituto de Pesquisas Contbeis, Atuariais e Financeiras, FEA/USP); IBRACON (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil) Alm dos seis membros atuais, sero sempre convidados a participar representantes dos seguintes rgos: - Banco Central do Brasil; - Comisso de Valores Mobilirios (CVM); - Secretaria da Receita Federal; - Superintendncia de Seguros Privados (SUSEP). Em funo das necessidades de: - convergncia internacional das normas contbeis (reduo de custo de elaborao de relatrios contbeis, reduo de riscos e custo nas anlises e decises, reduo de custo de capital); - centralizao na emisso de normas dessa natureza (no Brasil, diversas entidades o fazem); - representao e processo democrticos na produo dessas informaes (produtores da informao contbil, auditor, usurio, intermedirio, academia, governo).

1.8.3 PRODUTOS DO CPC:- Pronunciamentos Tcnicos; - Orientaes; - Interpretaes. Os Pronunciamentos Tcnicos sero obrigatoriamente submetidos a audincias pblicas. As Orientaes e Interpretaes podero, tambm, sofrer esse processo.

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1.9 EXERCCIOS SOBRE INTRODUO E CONCEITOS:1. 2. Como se verifica a situao econmica financeira de uma empresa? Faa a correlao:

A Investidor B Fornecedor C Bancos D Concorrentes E Direo da empresa ( ) a anlise pode ser fator de sucesso ou de fracasso da empresa no mercado ( ) anlise dos clientes, para tentar garantias na concesso de emprstimos ( ) anlise dos clientes para garantia de suas vendas ( ) a anlise da situao da empresa, principalmente quanto a rentabilidade para investir ( ) analisa a situao da empresa para tomar decises como, captao de recursos, definio da poltica de imobilizaes. 3. externa? 4. 5. 6. 7. com o qu? 8. contbeis. 9. 10. Das demonstraes obtida uma srie de dados, que so transformados Quais os cuidados adicionais que o analista deve ter, quando no tiver em informaes que permitem concluir o qu? certeza da autenticidade das demonstraes contbeis? Cite os problemas que podem ser encontrados nas demonstraes O que proporciona ao analista de balano uma satisfatria margem de A anlise de balano pode ser feita de um nico ano? Qual o cuidado que o analista deve ter com as variaes do poder Os quocientes e tendncias levantados na anlise devem ser comparados confiabilidade, quanto autenticidade das demonstraes contbeis? Quais as vantagens e desvantagens da anlise de balano interna e

aquisitivo da moeda?

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2 ESTRUTURA DAS DEMONSTRAES CONTBEISA anlise das demonstraes financeiras exige conhecimento do que representa cada conta que nelas figuras. H uma infinidade de contas decorrentes de inumerveis operaes realizadas por empresas das mais diferentes atividades.

2.1 BALANO PATRIMONIALO Balano Patrimonial tem por finalidade apresentar a posio financeira e patrimonial de uma empresa, numa determinada data, ou seja, trata-se da representao de uma posio esttica. Para que um balano espelhe a situao real do patrimnio de uma empresa preciso que todos os procedimentos ligados escriturao tenham sido executados, desde a elaborao do Inventrio Geral Inicial, Escriturao das transaes, levantamento do Balancete de Verificao, elaborao de Tabela(s) preparatria(s), at a apresentao do prprio Balano. Foi a Lei das Sociedades Annimas S/A (Lei 6.404/76) que traou os preceitos de estrutura e normas para a confeco das Demonstraes Contbeis das Sociedades por Aes, entre as quais se encontra o Balano Patrimonial. O Decreto 1.598/77 regulamentou estas normas e as estenderam aos demais tipos societrios. Hoje todas as empresas esto obrigadas a apresentar suas demonstraes contbeis seguindo este regramento legal. Pode-se conceituar o Balano Patrimonial como sendo uma representao grfica do patrimnio de uma empresa ou entidade em um determinado momento. a representao esttica de um patrimnio. Como este se encontra em constante movimentao, o Balano Patrimonial pode ser visto como uma fotografia instantnea do mesmo, em um determinado momento. Como no convm que o Balano Patrimonial seja analtico, pois isto dificultaria sua compreenso e anlise, a legislao admite o agrupamento das contas semelhantes e a agregao das contas com pequenos saldos, desde que de natureza idntica, e de que seu valor no ultrapasse a 10% do valor do respectivo grupo de contas a que pertence.

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proibida a utilizao de contas com designao genrica, tais como diversas contas, contas correntes, devedores & credores, despesas diversas ou despesas gerais. Apresentao grfica do Balano Patrimonial De acordo com o determinado na Lei 6.404/76 e com as alteraes introduzidas pela Lei 11.638/2007 , o Balano Patrimonial estrutura-se conforme o modelo a seguir.

BALANO PATRIMONIAL Empresa: EXEMPLO S.A . So Leopoldo RS Encerrado em 31 de dezembro de X1

ATIVOCirculanteDisponibilidades Crditos Estoques Despesas do Exerccio Seguinte

PASSIVOCirculante No Circulante Exigvel Longo Prazo Patrimnio LquidoCapital Social Reservas de Capital Ajustes de Avaliao Patrimonial Reserva de Lucros (-)Aes em Tesouraria Prejuzos Acumulados

No Circulante Realizvel Longo Prazo PermanenteInvestimentos Imobilizado Intangvel Diferido

AGRUPAMENTO DAS CONTAS NO BALANO PATRIMONIAL

2.1.1 ATIVOConjunto de bens e direitos de propriedade da empresa, monetariamente mensurveis, que representam benefcios presentes ou futuros para a empresa. No entanto, pelo artigo 1 da Lei 11.638 de 28/12/2007, os bens decorrentes de Leasing tambm passam a fazer parte do ativo da empresa no grupo Imobilizado. 15

- Bens (elementos capazes de satisfazer as nossas necessidades, que detenham as caractersticas de exterioridade, acessibilidade e transferibilidade) dinheiro, ferramentas, veculos, mquinas, estoques, instalaes etc. - Direitos (valores, monetariamente mensurveis, de propriedade da empresa, em poder de terceiros) contas a receber, duplicatas a receber, aes, depsitos bancrios, investimentos, ttulos de crdito etc. - De propriedade da empresa uma rodovia pblica em timas condies de trafegabilidade, constantemente utilizada pelos veculos da empresa um bem, pode at valorizar economicamente a empresa, mas no um ativo, pois no de sua propriedade.A partir da Lei 11.638 de 28/12/2007 o Leasing passa tambm a ser considerado ativo. - Monetariamente mensurveis uma equipe de tcnicos eficientssima, hoje j conhecida como capital intelectual, no pode ser evidenciada no ativo; seu valor no pode ser monetariamente mensurado. - Que representem benefcios presentes ou futuros para a empresa Um lote de mercadorias deterioradas existente no estoque, sem perspectivas de comercializao no deve permanecer como ativo da empresa, pois no trar vantagens para a empresa no lhe trar benefcios nem presentes, nem futuros. CIRCULANTE Este grupo de contas dividido, segundo a lei das S/A, em trs grupos: a) b) estoques; c) Despesas do exerccio seguinte. Disponibilidades; Direitos realizveis no curso do exerccio social subseqente e os

(a) Disponibilidades: so entendidos como disponibilidades o dinheiro em caixa, os saldos em conta de movimento bancrio, as aplicaes de liquidez imediata e o numerrio em trnsito. (b) Direitos realizveis no curso do exerccio social subseqente: so direitos oriundos das vendas prazo de mercadorias e ou/ servios a clientes, ou decorrentes de outras transaes que geram valores que devero ser recebidos antes de encerrado o prximo balano. Tambm esto includos neste grupo os Estoques. 16

(c) Despesas do exerccio seguinte: so registradas neste grupo as despesas pagas antecipadamente, que devem ser apropriadas como despesa no decurso do exerccio seguinte. o grupo de maior liquidez no Ativo da empresa. Agrupa as contas que representam os bens e direitos realizveis no curso do exerccio social subseqente e as aplicaes de recursos em despesas do exerccio seguinte. Sempre que o ciclo operacional tiver durao superior a durao do exerccio social ela poder adotar critrios de classificao para o curto e longo prazo de acordo com seu ciclo. Na literatura contbil o Ativo Circulante tratado pelos seguintes sinnimos: Capital de Trabalho com o ativo circulante que o administrador trabalha para produzir riquezas atendendo o objeto social da empresa; Capital em giro o ativo circulante que o administrador movimenta, procurando girar mais rapidamente possvel, visando melhorar a rentabilidade empresarial; Ativo corrente o ativo circulante que corre, gira e trabalha no sentido de trazer benefcios empresa; Capital circulante o ativo circulante que assume dentro de um ciclo diversas formas, iniciando-se com dinheiro, transformando-se em mercadorias, posteriormente em duplicatas e, novamente, em dinheiro.

Critrios de avaliao do ativo circulante (excludos os estoques) A avaliao do Ativo Circulante, assim como dos outros ativos, est sujeita aos preceitos estabelecidos na Lei das Sociedades por Aes (6.404/76), extensivos a todos os tipos de sociedade pelo Decreto 1598/76. At a edio da Lei 11638/2007 os critrios eram os seguintes: 1. Os direitos, ttulos de crditos e outros valores mobilirios no classificados como investimentos sero avaliados pelo custo de aquisio ou pelo valor de mercado, se este for menor; 2. Os estoques (mercadorias, matrias-primas, produtos em fabricao e bens em almoxarifado) sero avaliados pelo custo de aquisio ou produo,

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deduzido da proviso para ajust-lo ao valor de mercado quando este for menor. No ativo circulante, portanto, o critrio exposto tanto pela Lei como pela teoria da contabilidade era o critrio do Custo ou mercado, o mais baixo. De acordo com este critrio, se o valor de mercado (preo de reposio) for menor que o preo de custo dever prevalecer o preo de mercado (de reposio); possibilidade bastante remota em uma economia inflacionaria. Com a edio da Lei 11.638 em 28/12/2007 o critrio de avaliao do ativo passou a ser o seguinte: I - as aplicaes em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e ttulos de crditos, classificados no ativo circulante ou no realizvel a longo prazo: a) pelo seu valor de mercado ou valor equivalente, quando se tratar de aplicaes destinadas negociao ou disponveis para venda; e b) pelo valor de custo de aquisio ou valor de emisso, atualizado conforme disposies legais ou contratuais, ajustado ao valor provvel de realizao, quando este for inferior, no caso das demais aplicaes e os direitos e ttulos de crdito; Considera-se valor de mercado segundo a lei: - no caso dos bens ou direitos destinados venda, o preo lquido de realizao mediante venda no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessrias para a venda, e a margem de lucro; - no caso dos instrumentos financeiros, o valor que pode se obter em um mercado ativo, decorrente de transao no compulsria realizada entre partes independentes; e, na ausncia de um mercado ativo para um determinado instrumento financeiro: 1) o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociao de outro instrumento financeiro de natureza, prazo e risco similares; 2) o valor presente lquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos financeiros de natureza, prazo e risco similares; ou 3) o valor obtido por meio de modelos matemtico-estatsticos de precificao de instrumentos financeiros. - Significado dos termos contbeis Disponvel 18

As disponibilidades representam numerrio em caixa, saldos em bancos e direitos de liquidez imediata que no esto sujeitos a restries de qualquer natureza para sua utilizao. So recursos da empresa utilizados para fazer frente a seus compromissos imediatos ou para qualquer outra aplicao relativa sua atividade. Caixa - Representa o dinheiro disposio da empresa. Pode incluir cheques ( vista) recebidos ainda no depositados. Cheques a receber (pr-datados), vales concedidos a ttulo de adiantamento salarial devem ser registrados em contas especiais (Cheques a receber, Adiantamentos etc.)e no figurar no caixa. Seu saldo representa o montante de dinheiro existente no Caixa. Bancos c/ movimento (Depsitos bancrios vista) - Representa os depsitos efetuados em conta bancria que a empresa pode movimentar livremente mediante a emisso de cheques. Seu saldo representa o montante de dinheiro existente em depsito naquela data. Aplicaes financeiras de liquidez imediata - So aplicaes de liquidez imediata, ou seja, aplicaes que podem ser resgatadas (transformadas em dinheiro) a qualquer momento, sem qualquer tipo de restrio. Seu saldo representa o montante das aplicaes existentes. Clientes (Duplicatas a receber)

A duplicata um documento que comprova a dvida de um cliente com a empresa em decorrncia de uma operao mercantil. Origina-se de vendas de mercadorias/produtos ou prestao de servios a prazo. O saldo da conta Duplicatas a Receber ou Clientes corresponde ao valor das duplicatas emitidas e ainda no liquidadas.

(Duplicatas descontadas)

A duplicata cedida ao banco pela empresa por meio de endosso. O Banco antecipa empresa o valor registrado na duplicata, descontando o juro correspondente ao perodo entre a entrega da duplicata e a data do seu vencimento. O no pagamento da duplicata ao Banco que efetuou a operao, na data do seu vencimento, implica no reembolso, pela empresa emitente, do valor da duplicata. O saldo desta conta representa 19

o valor da soma das duplicatas entregues para desconto que ainda no foram pagas ou reembolsadas. Como forma de se evidenciar o risco por tal responsabilidade os valores descontados so apresentados como conta retificadora da conta Clientes. Estoques Os estoques so ativos tangveis (ou aplicaes de recursos visando a sua obteno) destinados venda, distribuio, transformao ou ao uso prprio no curso normal das atividades. Esto representados basicamente por: Mercadorias para revenda; produtos acabados; Produtos em elaborao, Matrias-primas, Almoxarifado e Importaes em andamento. Os estoques cuja realizao esteja prevista para ocorrer no exerccio social (ou ciclo operacional) seguinte ao da data do balano devem ser classificados no ativo circulante; os demais no ativo realizvel a longo prazo. O estoque assume grande importncia no contexto do Balano Patrimonial e seus reflexos so imediatamente sentidos no Patrimnio Lquido, so avaliados pelo custo de aquisio ou produo, deduzido de proviso para ajust-lo ao valor de mercado, quando este for inferior. Incluem-se como custo de aquisio: o preo da matria-prima ou mercadoria, inclusive os impostos no recuperveis, o valor da comisso, da embalagem, do frete e do seguro, quando forem de responsabilidade do adquirente (os impostos recuperveis no integram o custo de aquisio das mercadorias e matrias-primas). No caso de importao incluem-se ainda o imposto de importao, as despesas aduaneiras, de despachante etc., que se fizerem necessrias at a sada da mercadoria da rea do porto de desembarque. A legislao do IPI e do ICMS contm as regras para o registro e controle dos estoques atravs do Livro Registro de Estoques (modelo 3), enquanto a legislao do imposto de renda cuida dos critrios de controle e, especialmente, dos critrios de avaliao. O valor do IPI no integra o valor dos estoques na indstria, ele recupervel; pela mesma razo o valor do ICMS excludo do valor dos estoques tanto na indstria como no comrcio. A conta Adiantamentos a fornecedores, abriga os adiantamentos efetuados pela empresa a fornecedores, quando vinculada a compras especficas de materiais que sero incorporados aos estoques, deve ser lanados no grupo Estoques, pois to logo as mercadorias sejam recebidas faro parte do referido grupo. 20

Critrios de avaliao (mais usuais) dos estoques a) Mercadorias e matrias-primas: As empresas que tem controle permanente de estoques podero fazer o inventrio quantitativo com base em seus assentamentos, mediante atribuio de preos mdios ponderados ou utilizao do sistema FIFO ou PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair). O uso do mtodo LIFO ou UEPS (ltimo a entrar, primeiro a sair) no admitido pela legislao brasileira para avaliao dos estoques. Razo: os estoques ficam subavaliados diminuindo o lucro da empresa naquele exerccio. Mercadorias que no podem ser avaliadas pelo preo mdio ou pelo mtodo PEPS devem ser avaliadas pelo custo efetivo. Exemplo: o comrcio de veculos usados. b) Produtos acabados e em fabricao: A empresa que mantiver sistema de contabilidade de custo integrado e coordenado com o restante da escriturao, poder, durante esse perodo utilizar os custos assim obtidos para avaliar seus estoques. Na falta de contabilidade de custos integrada e coordenada com o restante da escriturao os estoque de produtos acabados e em fabricao devero ser avaliados: Produtos acabados 70% do maior preo de venda praticado no perodo de apurao, excludo o valor do ICMS; Produtos em fabricao 80% do valor atribudo aos produtos acabados no mesmo perodo. Por opo da direo da empresa, os produtos em fabricao tambm podem ser avaliados na base de 150% do valor da matria-prima empregada na sua elaborao. C) Produtos agrcolas: Os estoques de produtos agrcolas, animais e extrativos podero ser avaliados aos preos correntes de mercado, conforme as prticas usuais em cada tipo de atividade. Essa faculdade antecipa a tributao pelo Imposto de Renda. O gado das empresas rurais, existente na data do balano, dever ser inventariado ao preo corrente no mercado ou pelo preo real de custo, quando a organizao contbil tiver condies de comprov-lo. Despesas do exerccio seguinte Aplicaes de recursos em despesas que permitiro um benefcio no prximo exerccio e que, pelo princpio da confrontao devem ser apropriadas no exerccio do benefcio, independentemente da poca do pagamento. So classificadas no ativo 21

circulante por que representam o direito da empresa contratante receber um benefcio no exerccio seguinte. Inclui, normalmente as seguintes contas: a) Prmios de seguro; b) Aluguel pago antecipadamente; c) Assinaturas e anuidades; d) Antecipao de comisses e prmios NO CIRCULANETE Realizvel a Longo Prazo Neste grupo so classificadas as contas de mesma natureza das contas do Ativo Circulante, mas que, todavia, tenham realizao certa ou provvel aps o trmino do exerccio seguinte, o que normalmente significa realizao num prazo superior a um ano a partir do prximo balano.

Ativo Permanente Neste grupo esto includas todas as aplicaes de recursos em carter permanente. Divide-se em quatro subgrupos: a) b) c) d) Investimentos; Imobilizado; Intangvel; Diferido.

(a) Investimentos: so includas neste subgrupo, as aplicaes de recursos que tenham por finalidade obter algum resultado, mas, que no tenham relao direta com a atividade-fim da empresa.

Critrios de avaliao Segundo critrios estabelecidos pela Lei das S/A, os investimentos em participao no capital de outras sociedades sero avaliados pelo custo de aquisio, deduzido da proviso para perdas provveis na realizao do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como permanente.

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Outra forma de avaliao dos investimentos permanentes o Mtodo da Equivalncia Patrimonial. O Mtodo da Equivalncia Patrimonial se aplica quando o investimento feito em: a) coligadas sobre cuja administrao tenha influncia significativa, ou de que participe com 20% (vinte por cento) ou mais do capital votante; b) controladas; e c) outras sociedades que faam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum. Aplicado o Mtodo da Equivalncia Patrimonial o valor do investimento ser determinado mediante a aplicao da percentagem de participao no capital social da coligada ou controlada sobre o valor do Patrimnio Lquido determinado com base em balano patrimonial ou balancete de verificao levantado na mesma data ou at 60 dias antes da data do balano da investidora. (b) Imobilizado: so includas neste sub-grupo, as aplicaes de recursos na aquisio de bens destinados manuteno das atividades operacionais da empresa. Ativo de natureza relativamente permanente, utilizado na atividade operacional da empresa que no se destina venda. A circunstncia que determina a razo de um bem adquirido com a inteno de no revend-lo ser lanado no imobilizado ao invs de ser lanado no investimento o fato de ser ou no utilizado na consecuo dos objetivos da empresa. A Receita Federal (Legislao do Imposto de Renda) no admite que os bens classificados no Ativo Permanente sejam transferidos para o Ativo Circulante ou no Realizvel a Longo Prazo a pretexto de que sero brevemente vendidos, devendo permanecer no Ativo Permanente at sua baixa efetiva. Uma das caractersticas dos bens que compem o ativo imobilizado sua vida relativamente longa. Pode-se entender por longa uma vida superior a um ano. Os gastos com aquisio de bens devem ser lanados no imobilizado, salvo se o bem adquirido tiver valor unitrio inferior a R$ 326,61 (ano de 1999), no pertena a um conjunto maior (cadeiras de teatro, cinema, bar etc.) ou tenha uma vida til inferior a um ano. Exemplo: um grampeador que custa menos de R$ 326,61, deve ser registrado como despesa (material de consumo). O valor dos gastos com manuteno ou reparo de bens do ativo imobilizado, desde que aumente a sua vida til, deve ser contabilizado como acrscimo ao valor do 23

bem. No aumentando a vida til do bem, o valor gasto com manuteno ou reparos deve ser registrado como despesa. A legislao do imposto de renda tambm admite que se contabilize como despesa ou custo operacional, os gastos incorridos com conservao e reparos de bens, desde que no resultem em aumento de sua vida til. Uma das modificaes significativas trazidas pela Lei 11.638 de 28/12/2007 o fato de ser considerado como Imobilizado os bens decorrentes de operaes que transfiram companhia os benefcios, riscos e controle desses bens. Assim, os bens adquiridos atravs de operaes de Leasing (arrendamento mercantil) passam a ser considerados como imobilizado e, em contrapartida, as obrigaes correspondentes como passivo.

Os bens que compem o ativo imobilizado at a edio da Lei 11.638 em 28/12/2007 eram classificados em duas espcies: Bens tangveis bens corpreos, que tem uma substncia fsica, concreta, podem ser tocados: Edifcios, equipamentos, terrenos, obras de arte, reservas minerais, florestas etc. Bens intangveis (incorpreos) ativos que no tm substncia fsica, que sem serem abstratos no podem ser tocados: Fundo de comrcio (goodwill), direitos autorais, patentes relativas invenes, marca de indstria ou comrcio (capital humano). Com a edio da Lei 11.638/2007, foi introduzido o subgrupo Intangvel no ativo permanente mantendo os bens corpreos como Imobilizado e passando os incorpreos para o Intangvel. Desta forma, o art. 179 da Lei 6.407/76 passou a vigorar com a seguinte redao:Art. 179.......................................................... [...] IV - no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpreos destinados manuteno das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operaes que transfiram companhia os benefcios, riscos e controle desses bens; [...]

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VI - no intangvel: os direitos que tenham por objeto bens incorpreos destinados manuteno da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comrcio adquirido.

(c) Intangvel: (d) Diferido: so includas neste subgrupo, despesas que contribuiro para a formao do resultado em exerccios futuros, tais como: despesas pr-operacionais, edificaes em imveis de terceiros, etc. At 28/12/2007, a Lei das S/A, no inciso V do art. 179 definia o diferido como as aplicaes de recursos em despesas que contribuiro para a formao do resultado de mais de um exerccio social, inclusive os juros pagos ou creditados aos acionistas durante o perodo que anteceder o incio das operaes sociais. O ativo diferido agrega as contas que se referem : a) b) c) d) Gastos de implantao e pr-operacionais; Pesquisas e desenvolvimento de produtos; Gastos de implantao de sistemas e mtodos; Gastos de reorganizao; Com a edio da Lei 11.638 de 28/12/2007, o inciso V do art. 179 passou a vigorar com a seguinte redao: no diferido: as despesas pr-operacionais e os gastos de reestruturao que contribuiro, efetivamente, para o aumento do resultado de mais de um exerccio social e que no configurem to-somente uma reduo de custos ou acrscimo na eficincia operacional. Desta forma, com a nova redao do inciso V do art. 179 da Lei 6.404/76 a letras b anteriormente citada no mais se configura como Diferido.

2.1.2 PASSIVOO passivo o lado das origens - Normalmente encontramos o passivo dividido em dois grandes grupos: a) o passivo exigvel, conhecido como capital de terceiros; e b) o patrimnio lquido, denominado de capital prprio.

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Critrios de avaliao do passivo exigvel Os elementos do passivo sero avaliados de acordo com os seguintes critrios, segundo determina a Lei das Sociedades por Aes (art. 184): a) as obrigaes, encargos e riscos, reconhecidos ou calculveis, sero computados pelo valor atualizado at a data do balano (acrescidos dos juros calculados at a data do balano); b) balano; c) as obrigaes sujeitas variao de ndices preestabelecidos (UFIR, TR, CUB etc.)sero atualizada at a data do balano. Caractersticas do passivo exigvel As obrigaes classificadas no passivo exigvel devem atender a quatro caractersticas: a) b) c) d) um exigvel requer um dispndio de dinheiro no futuro; um exigvel o resultado de uma transao do passado e no de uma transao futura; um exigvel tem de ser passvel de mensurao ou de aproximao razovel; um exigvel dever ter uma contrapartida no ativo ou nas despesas. Passivo Circulante Neste grupo so escrituradas as dvidas e obrigaes da empresa, inclusive financiamentos vencveis at o final do exerccio seguinte. Regra contida na Lei das S/A estabelece que as obrigaes da companhia quando vencerem no exerccio seguinte sejam classificadas no passivo circulante. Tambm sero classificadas no passivo circulante as obrigaes que se vencerem dentro do ciclo operacional quando este tiver durao maior que um ano. As obrigaes que compem o passivo circulante devem ser liquidadas dentro do exerccio social seguinte ou dentro do perodo compreendido pelo seu ciclo operacional, se este for superior a um ano. O passivo circulante compe-se, basicamente, das seguintes contas: 26 as obrigaes em moeda estrangeira com clusula de paridade cambial, sero convertidas em moeda nacional taxa de cmbio em vigor na data do

a) b) c) d) e) f)

Fornecedores Salrios e encargos a pagar Impostos a recolher Emprstimos bancrios Provises Outras obrigaes.

PASSIVO NO CIRCULANTE Exigvel a Longo Prazo Neste grupo so includas as dvidas e obrigaes, inclusive financiamentos vencveis aps o final do exerccio seguinte.

2.1.3 PATRIMNIO LIQUIDOEste grupo resulta da diferena entre o Ativo Total e o Passivo Total. o grupo que representa a riqueza da empresa, ou seja, a parte que realmente pertence mesma. - O Patrimnio Lquido nada mais do que o resultado da equao patrimonial bsica: AT = PT + PL, apresentada de forma diferente: AT PT = PL Os valores que compem o Patrimnio Lquido no existem, fisicamente. O Patrimnio Lquido resulta de uma operao matemtica. A soma dos valores que compem o ativo, subtrada da soma dos valores que compem o passivo, resulta no Patrimnio Lquido. Qualquer erro na avaliao dos ativos ou qualquer variao no valor das obrigaes implica na alterao do valor do Patrimnio Lquido. O Patrimnio lquido representa o valor lquido que seria recebido pela empresa se ela vendesse todos os seus ativos (pelo valor contbil) e pagasse todos os seus passivos (tambm pelo valor contbil). Em outras palavras, o patrimnio lquido representa a riqueza da empresa, representa o seu capital prprio. O Patrimnio Lquido constitudo: a) b) c) pelo Capital social; pelas Reservas; pelos Prejuzos acumulados

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Capital socialRepresenta o investimento aplicado na empresa pelos seus associados por ocasio de seu ingresso na sociedade, tem, geralmente, origem externa. a parcela em dinheiro ou outros bens que os scios entregam para a formao da empresa. Esse capital pode ser posteriormente alterado por: a) etc., b) recursos internos proveniente dos lucros oriundos da atividade objeto da empresa. O valor do capital social da empresa consta de seu contrato social e deve ser registrado junto aos rgos competentes. Qualquer alterao no capital social implica na alterao desse instrumento e no cumprimento de uma srie de formalidades legais, o que contribui para lhe dar o sentido de invariabilidade. Enquanto o capital prprio essencialmente varivel o capital social permanece, em geral, sem alteraes. recursos externos admisso de novos scios, novas integralizaes,

ReservasSo parcelas que se retiram dos lucros com a finalidade de reforar o Patrimnio Lquido utilizadas, geralmente, para aumentar o capital social.

Reservas de Capital As reservas de capital no se originam do lucro da empresa, elas tem como origem: o gio obtido na venda de aes da companhia; o valor apurado na alienao das partes beneficirias; as doaes e subvenes recebidas para investimentos, (Ex.: terreno para instalao da indstria recebido em doao da Prefeitura).

Ajustes de Avaliao Patrimonial De acordo com as alteraes promovidas pela Lei 11.638 de 28/12/2007 na Lei 6.404/76, os

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3o Sero classificadas como ajustes de avaliao patrimonial, enquanto no computadas no resultado do exerccio em obedincia ao regime de competncia, as contrapartidas de aumentos ou diminuies de valor atribudo a elementos do ativo ( 5o do art. 177, inciso I do caput do art. 183 e 3o do art. 226 desta Lei) e do passivo, em decorrncia da sua avaliao a preo de mercado.

Reserva de lucros - A reserva de lucro uma espcie de Reserva Legal e como tal sua utilizao est restrita compensao de prejuzos e ao aumento do capital social. Classificam-se como reservas de lucros as contas constitudas pela apropriao de parcela do lucro da empresa. Classificam-se em: a) Reserva legal Tem por fim assegurar a integridade do Capital Social e s pode ser utilizada para aumentar o capital ou compensar prejuzos. A Lei das S/A estabelece a obrigatoriedade de se aplicar 5% do lucro, antes de qualquer destinao, para formao da Reserva Legal, que no dever exceder de 20% do capital social. b) 1) 2) c) Reservas estatutrias O estatuto social pode criar reservas desde que, indique a sua finalidade de modo preciso e completo; fixe os critrios para determinar a parcela anual dos lucros lquidos Reservas para contingncias A assemblia geral, por proposta dos para cada uma:

destinados a sua constituio, rgos da administrao, poder destinar parte do lucro formao de reserva com a finalidade de compensar, em exerccio futuro, a diminuio do lucro decorrente de perda julgada provvel. O objetivo da constituio dessa reserva segregar uma parcela de lucros, correspondente a provveis perdas extraordinrias futuras que acarretaro diminuio dos lucros com a finalidade de no distribu-lo como dividendo. Sua reverso ocorrer no exerccio em que se confirmarem as perdas previstas. Fenmenos que afetam as operaes e a rentabilidade das empresas: a) geadas ou secas; b) cheias, inundaes e outros fenmenos naturais que podem ocorrer ciclicamente. Lucros acumulados ou Prejuzos a compensar 29

a parcela dos resultados apurados no exerccio, cuja distribuio aguarda deliberao da Assemblia Geral. O objetivo de sua constituio evidenciar a parcela de lucros no realizada financeiramente. Casos em que haja constncia na apurao de resultados negativos (prejuzos) essa conta pode assumir propores negativas superiores aos valores do Patrimnio Lquido, evidenciando uma situao de patrimnio lquido negativo, ou seja alm de no possuir capital prprio suas dividas comprometem valor maiores que seu ativo total . o passivo a descoberto. Quando os valores negativamente registrados em Lucros ou Prejuzos acumulados superarem o valor das contas positivas do Patrimnio Lquido teremos uma situao denominada de Passivo a descoberto (AT < PT) Aes em Tesouraria As aes da companhia que forem adquiridas pela prpria sociedade so denominadas Aes em Tesouraria. As aes, enquanto mantidas em tesouraria no tero direitos patrimoniais ou polticos. O preo de aquisio das aes no poder ser superior: a) ao valor de mercado, b) ao valor fixado para resgate, na hipteses de aquisio de aes que possuam prazo predeterminado para resgate.

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2.2 DEMONSTRAO DO RESULTADO DO EXERCICIOA Demonstrao do Resultado do Exerccio, que corresponde aos Lucros & Perdas, a representao da dinmica patrimonial. Ela apresenta toda a movimentao do patrimnio durante um exerccio/perodo e apura em seu final o resultado obtido nesta movimentao. Est estruturada por tipos de lucros, para que se possa avaliar todo processo de formao do resultado. De acordo com o determinado na Lei 6.404/76, o Balano Patrimonial estruturase conforme o modelo a seguir. DEMONSTRAO DO RESULTADO DO EXERCCIO Empresa: DESFINANCIADA S.A . So Leopoldo RS Encerrado em 31 de dezembro de X1 No.1

CONTARECEITA BRUTA Vendas Vista Vendas Prazo Prestao de Servios ABATIMENTOS DA RECEITA BRUTA Anulao de Vendas Descontos concedidos Impostos sobre Vendas RECEITA LQUIDA CUSTO DA MERCADORIA VENDIDA CMV

ATUAL X11.930,00 830,00 1.000,00 100,00 630,00 120,00 290,00 220,00 1.300,00 800,00

ANTERIOR X01.280,00 580,00 700,00 0,00 340,00 80,00 120,00 140,00 940,00 640,00

2

3 4

56.

LUCRO BRUTODESPESAS OPERACIONAIS Aluguis Ordenados Despesas de Luz .............. ..............

500,00400,00 100,00 250,00 50,00

300,00220,00 70,00 120,00 30,00

78 9

LUCRO OPERACIONALRECEITAS NO OPERACIONAIS DESPESAS NO OPERACIONAIS

100,0020,00 45,00

80,005,00 12,00

10.11.

LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDAPROVISO PARA IMPOSTO DE RENDA

75,0018,00

73,0022,00

12.

LUCRO LQUIDO

57,00

51,00

Agrupamento das contas da Demonstrao do Resultado do Exerccio Receita Bruta

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A Receita Operacional Bruta se constitui do valor total da receita proveniente das vendas de mercadorias e produtos (na indstria e comrcio) e dos servios prestados (nas entidades prestadoras de servios). O valor do IPI no integra a Receita Bruta, pois sendo cobrado parte do preo de venda, tambm deve ser contabilizado parte. O IPI um imposto do qual a entidade, quando indstria, faz o papel de mero depositrio. No entanto, como h divergncia entre a legislao do Imposto de Renda e a Contbil, alguns entendem que se deveria criar a figura do Faturamento Bruto onde o IPI estaria includo e, deduzindo-se este, obter-se-ia a Receita Bruta. Para que a apurao dos resultados no sofra distores, no so computados no custo de aquisio das mercadorias adquiridas para revenda e das matrias-primas os impostos no cumulativos que devem ser recuperados. Nota: Como o comrcio, excetuado o atacadista equiparado a industrial, no contribuinte do IPI, o valor deste imposto, mesmo se tratando de um imposto no cumulativo, incidente sobre as mercadorias adquiridas para revenda, faz, necessariamente parte do seu custo de aquisio. Abatimentos da Receita Bruta Consideram-se abatimentos (redues da receita bruta) as vendas canceladas que correspondem anulao de valores registrados em vendas brutas; os descontos concedidos incondicionalmente e os impostos incidentes sobre as vendas, tais como: ICMS, ISSQN, PIS e o FINSOCIAL. Custo das Mercadorias Vendidas CMV Ser apurado com base no Registro Permanente de Estoques ou nos estoques existentes no final do perodo de apurao. O valor das mercadorias ou matrias-primas existentes no encerramento do exerccio poder ser o custo mdio ou o custo das mercadorias e matrias-primas adquiridas mais recentemente (PEPS). O contribuinte que mantiver sistema de contabilidade de custo integrado e coordenado com o restante da escriturao poder utilizar os custos apurados pelo sistema para avaliao dos estoques de produtos em fabricao e acabados. Na apurao do Custo das Mercadorias Vendidas que se faz importante o conhecimento dos critrios de avaliao de estoques.

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Essa conta recebe as contrapartidas das baixas de estoques das mercadorias ou matrias-primas que, durante o exerccio foram destinadas revenda, alm do custo dos servios prestados com a mesma finalidade. Na forma da contabilizao do Custo das vendas no Brasil os juros decorrentes pela defasagem no pagamento das compras a prazo, vem sendo lanados e pacificamente aceitos como aumento do custo das mercadorias vendidas, quando se trata, na realidade, de despesa financeira. Os encargos com exausto e os encargos com amortizao e depreciao de bens destinados produo so considerados como custo de produo, enquanto a amortizao e a depreciao de bens no aplicados diretamente s atividades produtivas so contabilizadas como Despesas operacionais. Despesas Operacionais - Classificam-se como Despesas Operacionais os encargos necessrios atividade da empresa e sua manuteno, que no fazem parte do Custo. (Nota: Os custos so os encargos incorridos pela empresa para a produo de bens e servios. As despesas so os demais encargos no ligados rea produtiva e que so necessrios gerao de receitas.) As Despesas Operacionais dividem-se em: a) b) Despesas administrativas valores pagos ou incorridos na direo ou gesto da empresa; Despesas com vendas valores pagos ou incorridos para promoo, colocao e distribuio de mercadorias assim como os riscos assumidos com as vendas, destacando-se: c) d) e) Despesas financeiras lquidas valores correspondentes aos encargos de natureza financeira, deduzidos das receitas respectivas; Outras despesas operacionais valores necessrios ao objeto social no includos nas classificaes anteriores; Consideram-se tambm como Receitas Operacionais (acessrias ou secundrias), as seguintes: Receitas financeiras (Juros ativos, descontos financeiros obtidos, rendimento de aplicaes financeiras, juros recebidos ou creditados sobre remunerao de capital prprio), variaes monetrias ativas, etc.

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Receitas e Despesas no Operacionais Neste grupo so registradas todas as receitas ou despesas que decorrem de transaes no relacionadas atividade-fim da empresa. Portanto, ganhos ou perdas na alienao de investimentos ou imobilizaes, baixas de ativos diferidos, comisses eventuais, aluguis de bens no destinados ao uso, etc, correspondem a este tipo de receita ou despesa a eles diretamente vinculados. Proviso para Imposto de Renda Resultado antes dos impostos (CSSL e IRPJ) Resultado operacional (+) Receitas no operacionais (-) Despesas no operacionais (=) Lucro (+ adies, - excluses) antes da CSSL e do Imposto de Renda Contribuio social sobre o lucro Incide sobre o lucro do perodo base ajustado por adies e excluses prescritas ou autorizadas pela legislao tributria mediante a aplicao da alquota de 9% (nove por cento). Proviso para o Imposto de Renda A base de clculo do Imposto de Renda o Lucro Real correspondente ao perodo-base de incidncia. O Lucro Real (base de clculo do IR) apurado mediante a escriturao dos ajustes (adies, excluses e compensaes) da parte A do Lalur (Livro de apurao do lucro real). A alquota do Imposto de Renda (a partir de 01.01.96) de 15% sobre a respectiva base de clculo (Lucro Real). Alm do imposto, h ainda a incidncia de um adicional de 10% sobre a parcela do Lucro Real que exceder o valor resultante da multiplicao de R$ 20.000,00 pelo nmero de meses do respectivo perodo de apurao. Exemplo. A empresa Sol Nascente apurou durante o exerccio de 1998 um Lucro Real de R$ 540.000,00. Resultado antes da CSSL e do Imposto de Renda (-) Proviso para Contribuio Social s/ o Lucro (-) Proviso para o Imposto de Renda (=)Lucro Lquido do Exerccio Lucro por aes 34

A informao do lucro por ao deve ser dada na prpria Demonstrao do Resultado do Exerccio, na linha subseqente ao Lucro Lquido do Exerccio. Quando as aes forem de mais de uma classe, e de valores diferente, deve se divulgar o lucro por classe de ao utilizando-se uma linha para cada classe. Lucro Lquido O valor do lucro apurado no exerccio/perodo, aps a proviso para impostos deve ser transferido para conta de Lucros Acumulados que uma das contas que formam o grupo do Patrimnio Lquido.

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Exerccio: Considerando as contas e seus saldos apresentados no quadro a seguir, estruture o Balano Patrimonial e a Demonstrao do Resultado do Exerccio, nos termos da legislao em vigor e normas contbeis.

Indstria de Dinheiro S/A Analise as contas apresentadas e classifique o Balano Patrimonial e a DRE Gastos Gerais de Fabricao Clientes Imobilizado Proviso para Frias e 13 Salrio Depsitos Judiciais Impostos s/ Vendas Lucros Acumulados Investimentos Obrigaes Tributrias a pagar Despesas Administrativas Despesas do Exerccio Seguinte Despesas Tributrias Capital Social Fornecedores Vendas a Vista Emprstimos a Pagar Reservas de Capital Devedores Diversos Diferido Dividendos a Pagar Devolues de Vendas Reservas de Lucros Despesas No Operacionais 69.000,00 180.000,00 320.000,00 24.150,00 15.000,00 225.600,00 93.187,00 185.500,00 24.000,00 110.000,00 850,00 20.000,00 220.000,00 100.000,00 950.000,00 35.000,00 60.000,00 4.500,00 13.385,00 31.063,00 4.600,00 35.435,00 850,00 Financiamentos Longo Prazo Custo com Pessoal Aplicado na Produo Estoques Despesas Financeiras Receitas Financeiras Aplicaes Financeiras Bancos Vendas a Prazo Exportaes Custo com Insumos Caixa ( - ) Proviso para CLD Despesas Comerciais Crditos Tributrios a recuperar Clientes LP Obrigaes Trabalhistas Proviso p/ o IR Reservas de Reavaliao Credores Diversos Adiantamento de Clientes Scios conta Particular ( - ) Depreciao acumulada 140.000,00 241.500,00 150.000,00 68.000,00 -15.450,00 15.800,00 5.000,00 115.000,00 345.000,00 332.500,00 300,00 -9.000,00 145.000,00 12.100,00 1.500,00 16.100,00 53.250,00 10.000,00 21.000,00 18.000,00 35.000,00 -32.000,00

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Indstria de Dinheiro S/A BALANO PATRIMONIAL

Ativo

Passivo

TOTAL DO ATIVO

TOTAL DO PASSIVO + PL

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Indstria de Dinheiro S/A DEMONSTRAO DO RESULTADO DO EXERCCIO Receita Operacional Bruta

Dedues da Receita Bruta

Receita Lquida Custo Produtos Vendidos

Lucro Bruto Despesas Operacionais

Lucro Operacional

Lucro Lquido antes dos Impostos

Lucro Lquido do Exerccio

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3 PASSOS PARA ANLISE DAS DEMONSTRAES FINANCEIRASUma vez de posse das demonstraes financeiras: 1 passo padronizao das demonstraes financeiras; 2 passo clculo do efeito inflacionrio; (havendo necessidade) 3 passo anlise vertical e anlise horizontal; 4 passo clculo, anlise e interpretao dos ndices da situao financeira; 5 passo clculo, anlise e interpretao dos ndices da situao econmica; 6 passo clculo, anlise e interpretao dos ndices da rentabilidade; 7 passo elaborao do diagnstico econmico-financeiro.

4 PADRONIZAO DAS DEMONSTRAES FINANCEIRASConsiste numa crtica s contas das demonstraes financeiras, bem como a transcrio delas para um modelo previamente definido. O modelo deve ser definido pelo analista, com base no tipo de informaes que quer obter das demonstraes financeiras, o analista do banco busca informaes sobre a capacidade de pagamento das empresas, o analista interno busca informaes sobre a evoluo de receitas, despesas, rentabilidade, etc.

4.1 MOTIVO DA PADRONIZAO- SIGNIFICAO: um balano de acordo com a Lei 6.404/76 apresenta cerca de 60 contas, ao analisar-se trs anos e considerando todos os clculos como efeito inflacionrio, analise vertical, anlise horizontal, etc., gera em torno de 540 clculos, com a padronizao o nmero de contas fica em torno de 20, diminuindo sensivelmente o nmero de clculos. - COMPARABILIDADE: como a anlise se baseia em comparao, s faz sentido comparar balanos que estejam dentro do mesmo padro.

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4.2 RECLASSIFICAO DAS CONTASPara efeito de anlise, devem ser reclassificadas as seguintes contas: DUPLICATAS DESCONTADAS: do ponto de vista contbil uma conta retificadora de clientes, do ponto de vista financeiro um recurso tomado pela empresa junto aos bancos, em nada se difere de emprstimos bancrios, devendo portanto ser reclassificado para o passivo circulante. DESPESAS ANTECIPADAS: as despesas antecipadas por no se

constiturem diretos, retribuveis empresa sob forma de moeda, descaracteriza a prpria definio de ativo circulante, portanto deve ser reclassificado para retificaes dentro do patrimnio lquido

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5 ANLISE VERTICAL E HORIZONTAL5.1 ANLISE VERTICALConsiste em calcular o percentual de cada conta das demonstraes financeiras em relao a um valor base, ou seja: Cada conta do ativo em relao ao total do ativo; Cada conta do passivo em relao ao total do passivo; Cada conta das demonstraes de resultados em relao ao total das receitas.

5.1.1 OBJETIVOMostrar a importncia de cada conta em relao a demonstrao a que pertence e atravs da comparao com percentuais da prpria empresa em anos anteriores ou com percentuais padres do setor, verificar se h itens fora das prprias normais. Exemplo: CONTAS Receitas Lquidas (-) Custo das Vendas (-) Despesas Operacionais (=) Lucro Operacional VALOR EM X1 4.084 (3.620) (660) (196) % 100 (88) (16) (4) VALOR EM X2 4.792 (4.120) (846) (174) % 100 (86) (18) (4)

Clculo: 3.620 / 4.084 = 88%, 660 / 4.084 = 16%, 196/ 4.084 = 4% Anlise: o custo dos produtos vendidos diminui 2% de X1 para X2, as despesas operacionais tiveram um aumento de 2% de X1 para X2, conseqentemente, o prejuzo se manteve na ordem de 4% da receita lquida nos dois anos.

5.2 ANLISE HORIZONTAL

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necessrio fixar um balano padro, geralmente o mais antigo da srie, ao qual atribudo o ndice 1,00 ou 100 para cada conta. As contas do balano subseqente so relacionadas com aquelas do balano padro, atravs de regra de trs simples.

5.2.1 OBJETIVOTem a finalidade de verificar a evoluo das contas patrimoniais e de resultado no decorrer do tempo, objetivando caracterizar tendncias e obter esclarecimentos sobre a situao da empresa. Exemplo: CONTAS Receitas Lquidas (-) Custo das Vendas (-) Despesas Operacionais (=) Lucro Operacional VALOR EM X1 % VALOR EM X2 % 4.084 100 4.792 117 (3.620) 100 (4.120) 113 (660) 100 (846) 128 (196) 100 (174) 89

Clculo: 4792/4084 100 = 117, 4120 / 3620 100 = 113 Anlise: verificam-se as seguintes variaes de X1 para X2 Crescimento da receita em 17%, crescimento de CPV em 13%, crescimento das despesas operacionais em 28% e diminuio do prejuzo em 11%.

5.3 EXERCCIOS DE ANLISE HORIZONTAL E VERTICAL:Calcule a anlise vertical e horizontal para os trs anos, utilizando os valores constantes no balano padronizado entregue em aula.

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6 CLCULO, ANLISE E INTERPRETAO DOS NDICES DA SITUAO FINANCEIRA6.1 ANLISE DA SITUAO FINANCEIRAVisa avaliar a capacidade de pagamento da empresa, verificar se ela pode saldar seus compromissos a curto, mdio e longo prazo.

6.1.1 INDICES E QUOCIENTESSo obtidos atravs das relaes entre contas do balano patrimonial ou da demonstrao do resultado, no intuito de extrair concluses teis para fins de diagnstico empresarial.

6.1.2 LIQUIDEZ CORRENTEObjetivo: verificar a capacidade da empresa em pagar suas dvidas de curto prazo Frmula: AC/ PC Exemplo: 2006 = 2.131/718 = 2,97 2007 = 2.361/1.182 = 2,00 2008 = 2.612/1.348 = 1,94 Interpretao: a empresa tem R$ 2,97 em 1996, R$ 2,00 em 1997 e R$ 1,94 em 1998 de valores circulantes (dinheiro, estoque, crditos) para pagar cada R$ 1,00 de dvidas de curto prazo. Os ndices calculados acima so dados extrados das demonstraes financeiras, para se transformar em informaes, deve ser comparado com os seguintes ndices: ndice ideal = favorvel, quando se situa acima da unidade ndice de concorrentes = ndices extrados de demonstraes financeiras dos concorrentes ndices setoriais = ndice mdio representativo do setor ou atividade. Devem ser feitas duas anlises para cada ndice: 43

ANLISE DO NDICE ISOLADO: Exemplo 2006 Comparando com o ndice ideal = 2,97 => 1,00 = favorvel porque est acima do ideal. Comparando com ndices concorrentes = 2,97 => 3,50 = est abaixo dos concorrentes. Comparando com ndices setoriais = 2,97 => 2,90 = est favorvel. ANLISE DA SRIE HISTRICA Exemplo: 2006 = 2,97 2007 = 2,00 2008 = 1,94 Comparando com o ndice ideal = o ndice apresenta-se favorvel em relao ao ndice ideal, porm vem apresentando queda nos trs anos analisados. A mesma comparao deve ser feita com ndices dos concorrentes e setoriais, o objetivo da anlise verificar o comportamento do ndice nos ltimos anos e qual sua tendncia, est estvel, est melhorando, est piorando. LIMITAES A LIQUIDEZ CORRENTE: no revela a qualidade dos ativos, por exemplo: existem estoques No revela a sincronizao entre recebimentos e pagamentos, ou seja,

obsoletos, os ttulos a receber so totalmente recebveis? atravs dele no identificamos se os recebimentos ocorrero em tempo para pagar as dvidas a vencer, portanto deve ser complementado com a anlise da circulao de valores. A incluso da conta estoque no numerador pode diminuir a validade do quociente, devido a dvida que se tem quanto a conversibilidade da moeda.

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6.1.3 LIQUIDEZ GERALObjetivo: verificar a capacidade da empresa de pagar as dvidas de curto e longo prazo. Frmula: (AC + RLP) / (PC + ELP) Exemplo: 2006 = (2.131 + 21) / (718 + 276) = 2,16 2007 = (2.361 + 18) / (1.182 + 256) = 1,65 2008 = (2.612 + 8) / (1.348 + 182) = 1,71 Interpretao: a empresa tem R$ 2,61 em 1996, R$ 1,65 em 1997 e R$ 1,71 em 1998 de valores disponveis e realizveis de curto e longo prazo para pagar cada R$ 1,00 de dvidas de curto e longo prazo. Analise: deve ser feita luz da mesma anlise corrente, faremos apenas a comparao com ndice ideal que favorvel, quando se situa acima da unidade. ANLISE DO NDICE ISOLADO: exemplo de 2006 Comparando com o ndice ideal = 2,16 = 1,00 favorvel porque est acima do ideal ANLISE DA SRIE HISTRICA Exemplo: 2006 = 2,16 2007 = 1,65 2008 = 1,71 Comparando com ndice ideal = o ndice apresenta-se favorvel em relao ao ndice ideal nos trs anos analisados, apresentou queda sensvel em 2007 e uma pequena melhora em 2008. Observao: devemos ponderar, contudo, a natureza dos financiamentos a longo prazo ( se para o ativo permanente ou para o giro dos negcios), os mesmos devem ser aplicados de preferncia no ativo permanente. Esses crditos de longo prazo reduzem a

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liquidez geral, porm com a melhoria da capacidade instalada da empresa, os mesmos podem ser atendidos com os prprios lucros a serem produzidos em exerccios futuros.

6.1.4 LIQUIDEZ SECAObjetivo: verificar a capacidade da empresa pagar suas dvidas de curto prazo, sem ser forada a vender seus estoques. Formula: (AC ESTOQUES) / PC Exemplos: 2006 = (2.131 1.082) / 718 = 1,46 2007 = (2.361 1.803) / 1.182 = 0,47 2008 = (2.612 1.989) / 1.348 = 0,46 Interpretao: a empresa tem R$ 1,46 em 1996, R$ 0,47 em 1997 e R$ 0,46 em 1998 de disponvel e de valores a receber no circulante para resgatar R$ 1,00 de dvidas de curto prazo. Anlise: deve ser feita a mesma anlise da liquidez corrente, faremos apenas a comparao com o ndice ideal que favorvel, quando se situa acima da unidade. ANLISE DO NDICE ISOLADO: Comparando com o ndice ideal: 2006 = 1,46 = 1,00 favorvel porque est acima do ideal 2007 = 0,47 = 1,00 desfavorvel porque est abaixo do ideal 2008 = 0,46 = 1,00 desfavorvel porque est abaixo do ideal ANLISE DA SRIE HISTORICA Exemplo: 2006 = 1,46 2007 = 0,47 2008 = 0,46 Comparando com o ndice ideal = 1, o ndice apresenta-se favorvel em 2006, cai em 2007 e 2008 com a excluso dos estoques, isto revela que a empresa depende dos mesmos, nos ltimos dois anos, para saldar seus compromissos de curto prazo. A empresa poder ter problemas financeiros se as mercadorias forem de difcil comercializao. 46

OBSERVAO: nem sempre um ndice de LS baixo sintoma de situao financeira apertada, por exemplo: um supermercado por possuir estoque elevadssimo apresenta LS baixa, como vende praticamente a vista, poder ter recursos no momento de pagar suas dvidas. OBSERVAO GERAL: necessrio considerar o ramo de atividade e as peculiaridades de cada negcio, exemplo: LC = 0,86 deficiente para uma industria, mas pode ser bom para uma empresa de transportes coletivos, que por trabalhar praticamente a vista, poder ter recursos no0 momento de pagar suas dividas

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6.1.5 EXERCCIOS SOBRE A SITUAO FINANCEIRA:1. a) b) c) Faa a correlao: liquidez corrente liquidez seca liquidez geral

( ) mede a capacidade de pagamento a curto prazo ( ) R$ x de recursos de curto e longo prazo para cobrir cada R$ 1,00 do total de dvidas ( ) R$ x de dinheiro e valores a receber no circulante para resgatar cada R$ 1,00 de dvidas a curto prazo 2. Uma determinada empresa apresenta as seguintes situaes: ATIVO - Circulante - RLP - Permanente PASSIVO Circulante ELP PL

60 10 90 ---160

50 40 70 ---160

Calcular a liquidez corrente, seca e geral, considerando um estoque de 35. 3. Uma determinada firma apresentou os seguintes quocientes: liquidez corrente 1,80, seca 0,80 e geral 0,90 Diga se so V ou F as seguintes informaes: ( ) a- o ndice de liquidez corrente revela situao apertada ( ) b- sua capacidade de pagamento apresenta-se com elevado grau de dependncia das vendas ( ) c a empresa em pauta quase no recorre a financiamento de terceiros a longo prazo 4. Determinada empresa possui um AC de 60.000 e um PC de 30.000. Se esta empresa resolve comprar mercadorias a prazo no valor de 10.000 seu quociente de liquidez seria de ---------- e quociente de liquidez seca-----------5. possvel que uma empresa tenha um quociente de liquidez corrente de 3.1 e no possa liquidar suas contas no vencimento. Explique

6. FIRMA C - liquidez corrente - liquidez seca

FIRMA A 1,00 1,00 48

FIRMA B 1,80 0,90 1,30 0,90

- liquidez geral

0,70

1,90

1,00

Qual das trs empresas? A apresenta situao financeira mais apertada? B apresenta maior percentual de estoques? C no mantm mercadorias em estoques? D tem o Realizvel a LP maior do que o ELP? 7. A empresa binacional apresentou um balano patrimonial projetado, antes do final do ano, os seguintes valores no circulante ATIVO CIRCULANTE 1.200.000 PASSIVO CIRCULANTE 1.000.000

Todavia seu presidente no est contente com a liquidez corrente de 1,20, ele determina que a liquidez corrente dever ser igual a 2,00. O contador lhe responde: ( ) a- impossvel modificar essa situao, considerando-se que estamos prximos ao final do ano. ( ) b- A soluo seria pagar 800.000 de dvidas a curto prazo da empresa ( ) c- No possvel porque o ativo circulante maior que o passivo circulante 8) A Empresa Sudeste S.A, apresenta os seguintes valores em seus balanos: ANO A Disponibilidades 2.189,41 Estoques 16.097,80 Total de ativo circulante 26.044,63 Total do realizvel longo prazo 279,92 Total do passivo circulante 12.495,64 Total do exigvel longo prazo 4.342,03 ANO B 4.013,59 11.661,57 28.034,53 526,91 12.832,96 4.373,82 ANO C 4.777,81 28.698,31 46.890,16 3.000,30 21.219,29 17.863,17

Calcule para os 3 anos: capital circulante lquido, liquidez corrente, liquidez seca e liquidez geral. 9) Com base no balano abaixo calcule o capital circulante lquido: Ativo circulante Realizvel longo prazo Permanente Total do ativo 570 40 210 820 Exigvel longo prazo Patrimnio lquido Total do passivo 10 420 820

10) O quociente de liquidez geral tem por finalidade: ( ) medir a capacidade financeira da empresa para atendimento de suas

obrigaes a curto prazo. 49

( ( (

) medir a capacidade financeira da empresa a curto e longo prazo. ) avaliar a capacidade de pagamento da empresa, sem contar com a realizao ) verificar o grau de endividamento da empresa a curto prazo.

de seus estoques.

11) Entende-se por liquidez seca, a medida destinada a: ( ) verificar a capacidade de pagamento da empresa a curto prazo sem contar

com a realizao de seus estoques. ( ) avaliar a capacidade financeira da empresa para fazer face aos seus compromissos de curto prazo. ( ) avaliar a capacidade de pagamento das dvidas totais da empresa, com exceo dos recursos investidos em estoques. ( ) verificar o grau de endividamento da empresa, em funo de seu volume de obrigaes com fornecedores de mercadorias ou matrias primas.

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6.2 ANLISE DA CIRCULAO DE VALORESA anlise da circulao de valores visa verificar quantos dias a empresa demora, em mdia, para receber suas vendas, para pagar suas compras e para renovar seu estoque Para fins de anlise, quanto maior for a velocidade de recebimento das vendas e de renovao de estoque, melhor. Por outro lado, quanto mais lento for o pagamento das compras, melhor.

6.2.1 PRAZO MDIO DE RENOVAO DOS ESTOQUES (PMRE)- Frmula: - Exemplo: 2006 = 3.620 / ((1.460 + 1.082)/ 2) = 2,85 vezes 2007 = 4.120 / ((1.082 + 1.803)/ 2) = 2,86 vezes 2008 = 4.228 / ((1.989 + 1.989)/ 2) = 2,23 vezes 360/ 2,85 = 126 dias 360 /2,86 = 126 dias 360 / 2,23 = 161 dias (CMV/((Ei+Ef)/2) 360/(CMV/((Ei+Ef)/2)

- Objetivo: a 1 frmula mostra o nmero de vezes que a mercadoria entrou e saiu da prateleira (quantas vezes o estoque foi renovado) . A 2 formula mostra o nmero de dias que decorreram entre a compra da mercadoria e sua venda. - Interpretao os estoques giraram 2,85 vezes em 2006, 2,86 vezes em 2007 e 2,23 vezes em 2008. As mercadorias compradas levaram 126 dias em 2006 e em 2007 e 161 dias em 2008 para serem vendidas. - Observao: * ROTAO ELEVADA: indica boa comercializao, pode indicar tambm subinvestimentos em estoques, ou seja, a empresa est operando com estoques inferiores s suas necessidades * ROTAO BAIXA indica que a empresa no est tendo boa comercializao, podendo indicar tambm superinvestimentos em estoques, ou seja, a empresa est operando com estoques superiores s suas necessidades.

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6.2.2 PRAZO MDIO DE PAGAMENTO DOS FORNECEDORES (PMPF)Frmula: - Exemplo: 2006 = 3.242 / ((92 + 72)/ 2) = 39,54 vezes 2007 = 4.841 / ((72 + 254)/2) = 29,70 vezes 2008 = 4.414 / ((254 + 315)/2) = 15,51 vezes 360/ 39,54 = 9 dias 360 / 29,70 = 12 dias 360 / 15,51 = 23 dias COMPRAS/((FORi+FORf)/2) 360/COMPRAS/((FORi+FORf)/2)

Objetivo A 1 frmula indica o nmero de vezes que so renovadas as dvidas com fornecedores, enquanto a 2 frmula indica os prazos mdios que os fornecedores concedem para o pagamento Interpretao indica que as dvidas com fornecedores giraram 39,54 vezes em 2006, 29,70 em 2007 e 15,51 vezes em 2008. Em outras palavras indica que os fornecedores financiam capital de giro para a empresa, durante 9 dias em 1996, 12 dias em 2007 e 23 dias em 2008. Observao rotao elevada prazos menores concedidos pelos fornecedores. Rotao baixa prazos maiores concedidos pelos fornecedores

6.2.3 PRAZO MDIO RECEBIMENTOS DE VENDAS ( PMRV)Frmula: - Exemplo: 2006 = 4.084 / ((340 + 447)/2) = 10,38 vezes 360/ 10,38 = 35 dias 2007 = 4.792 / ((447 + 300)/2) = 12,83 vezes 360 / 12,83 = 28 dias 2008 = 5.096 / ((300 + 380)/2) = 14,99 vezes 360 / 14,99 = 24 dias - Objetivo A 1 frmula indica o nmero de vezes que girou o saldo de duplicatas a receber e a 2 frmula indica em mdia, quantos dias a empresa leva para receber seus crditos com clientes. - Interpretao o saldo de duplicatas a receber girou 10,38 vezes em 2006, 12,83 vezes em 2007 e 14,99 vezes em 2008 e o prazo decorrido entre a venda e o recebimento de 35 dias em 2006, 28 dias em 2007 e 24 dias em 2008. VENDAS/((CLIi+CLIf)/2) 360/ (VENDAS/((CLIi+CLIf)/2))

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- Observao rotao elevada concesso de prazos menores aos clientes. Rotao baixa concesso de prazos longos aos clientes.

6.2.4 ANLISE DOS PRAZOS DE RECEBIMENTOS E DE PAGAMENTOSDevemos verificar a adequao da poltica de compra e venda, os prazos mdios dos pagamentos de dvidas devem ser superiores aos oferecidos aos clientes, a fim de manter um nvel de liquidez adequado aos negcios. Comparando-se a rotao de duplicatas a receber com a rotao de fornecedores: PMRV 2006= 35 dias PMPF 2006 = 9 dias PMRV 2007= 28 dias PMPF 2007 = 12 dias PMRV 2008= 24 dias PMPF 2008 = 23 dias Verifica-se que a relao clientes/ fornecedores no boa, nos trs anos analisados porque as dvidas com fornecedores vencem antes do recebimento das duplicatas, causando uma defasagem negativa de 26 dias em 2006, 16 dias em 2007 e 1 dia em 2008

6.2.5 CICLO OPERACIONAL (CO) o perodo de tempo que leva entre a compra, a venda e o recebimento dos valores aplicados no giro dos negcios. CO = PMRE + PMRV CO 2006 = 126 + 35 = 161 dias CO 2007 = 126 + 28 = 154 dias CO 2008 = 161 + 24 = 185 dias

6.2.6 HIATO FINANCEIRO a relao entre o ciclo operacional (CO) com o prazo de pagamento das dvidas. Hiato financeiro (HF) = CO/PMPF ndice Ideal = HF