ESTRUTURAS DE MADEIRA - UNEMAT – Campus...
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ESTRUTURAS DE MADEIRA
Prof. MSc. Letícia Reis Batista Rosas
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
FACET - ENGENHARIA CIVIL
SINOP
Ações variáveis
• As ações variáveis de uso e ocupação (cargas acidentais) atuantes em elementos estruturais de coberturas e de edifícios de concreto armado são obtidas de acordo com a Tabela 2 da NBR 6120:1980 - Cargas para o cálculo de estruturas de edificações:
Ações variáveis
• Ações variáveis verticais - recomendações da NBR 6120 e NBR 7190:
• Considerando todos os elementos de madeira isolados, destinados às coberturas (ripas, caibros e terças), deve-se considerar uma força de 1,0 kN na posição mais desfavorável do elemento estrutural, além da carga permanente
• Em estruturas de madeira para coberturas comuns, deve-se prever uma sobrecarga mínima de 0,25 kN/m² (projeção horizontal), para considerar possíveis instalações (elétrica, hidráulica, etc)
Efeito do vento sobre estruturas de madeira
• NBR 6123:1988 – Forças devidas ao vento em edificações
• Pode-se considerar o vento como sendo a movimentação das massas de ar em razão das diferenças de pressão e de temperatura na atmosfera.
Tipos de vento
• Vento à barlavento: é o vento "clássico" e sua ação se resume em tentar derrubar a parede. Não conseguindo derrubar a parede, ele desvia e sobe, destruindo o que ele encontrar pelo caminho.
Tipos de vento
• Vento paralelo: produz um esforço de sucção vertical sobre o componente, puxando-o na direção perpendicular ao do vento.
• Muitos pensam que o vento "empurra o telhado para baixo" mas o vento paralelo "puxa o telhado para cima" e, se o telhado não estiver bem amarrado nas paredes e pilares, sai voando
Tipos de vento
• Vento à sota-vento: produz um esforço de sucção sobre o componente, puxando-o na direção e sentido do vento.
Tipos de vento
• Vento com pressão interna: no caso de um galpão cuja porta foi esquecida aberta, o vento que penetra para dentro do galpão irá exercer uma pressão de dentro para fora, arrancando as telhas.
Tipos de vento
• A ação do vento pode ser potencializada quando combina com a ação do vento paralelo. Um empurra as telhas de baixo para cima, com, por exemplo 15 kgf/m2 e o outro puxa por fora com, por exemplo, 27 kgf/m2 resultando numa força de 15 + 27 = 42 kgf/m2 modo que mesmo telhas pesadas como as de barro podem ser arrancadas pela força combinada.
Tipos de vento
• Vento com sucção interna: o vento que já passou pelo galpão, é succionado pela ação a sota-vento que puxa o ar de dentro do galpão e cria uma pressão negativa no interior do galpão. O telhado puxado para baixo e as paredes são puxadas na direção do vento. Os vidros das janelas podem quebrar.
Tipos de vento
• Ação combinada do vento a barlavento com o vento a sota-vento: produz um esforço de pressão sobre o componente à barlavento, empurrando-o na direção e sentido do vento, e também produz um esforço de sucção sobre o componente à sota-vento, puxando-o na direção e sentido do vento
Tipos de vento
• O projetista da estrutura deve analisar todas as combinações possíveis, externas e internas, de ação do vento e estudar também os condicionantes da região como: a topografia do terreno, a existência de obstáculos e prédios que possam aumentar a força dos ventos, e levar em consideração que portas e janelas podem se romper sob a ação do vento e criar ventos internos.
Tipos de vento
• Uma simples depressão no terreno poderá ocasionar uma concentração do fluxo do vento, aumentando a carga de vento que atua sobre uma parede
Tipos de vento
• O que costuma influenciar e, com valores significativos, é a construção de um novo prédio na vizinhança.
• O novo prédio poderá "canalisar" o fluxo do vento aumentando a velocidade do vento e concentrando a ação diretamente numa das paredes do nosso prédio.
• Deste modo, prédios que já existiam há muitos anos e que nunca foram solicitados a valores significativos de vento, passam a receber rajadas de vento nunca antes sentida.
Tipos de vento
• Para tentar entender como é isso, imaginem que foi construido um prédio numa praia isolada onde não há nenhum outro prédio.
Tipos de vento
• Agora, imaginem esta praia alguns anos depois quando resolverem construir outros prédios:
• O prédio ficará cercado por outros prédios que irão canalizar, desviar, conduzir o vento criando zonas de maior pressão e também zonas de menor pressão.
Tipos de vento
• São estas situações, mais complexas, que um túnel de vento poderá analisar
• Montado sobre uma plataforma giratória, o túnel de vento permite a análise sob todos ângulos de incidência do vento.
Efeito do vento sobre estruturas de madeira
• NBR 6123:1988 – Forças devidas ao vento em edificações
• Ação de curta duração
• Nas combinações de longa duração no ELU, quando o vento é considerado como a ação variável principal, multiplica-se pelo fator 0,75.
• Consideram-se as ações acidentais verticais e a ação do vento como ações variáveis de naturezas diferentes, com baixa probabilidade de ocorrência simultânea.
Efeito do vento sobre estruturas de madeira
• Parâmetro importante: velocidade média do vento
• Variáveis que influenciam:• Posição geográfica
• Altura da edificação
• Aspectos topográficos (local plano, montanhoso, etc)
• Rugosidade do terreno (obstáculos à passagem do vento)
Efeito do vento sobre estruturas de madeira
• Rajadas: efeitos localizados e de curta duração, por isso atingem valores mais altos que a velocidade média. São avaliados através de ações estáticas equivalentes.
Velocidade básica do vento
• Equipamentos que medem a velocidade: anemômetros ou anemógrafos
• Condições básicas :• Localizados em terrenos planos
• Posicionados a 10 m de altura
• Sem obstruções que venham a interferir na velocidade do vento
• Leitura da velocidade média do vento sobre 3 segundos
Gráfico de isopletas
• NBR 6123
• Velocidade básica do vento
• Rajadas de 3 segundos
• Período de retorno da rajada crítica de 50 anos
• Velocidades determinadas a partir do tratamento estatístico aplicado aos dados obtidos de 49 estações meteorológicas espalhadas no país
Velocidade característica do vento
• A velocidade característica do vento, dada em m/s, é:
𝑉𝑘 = 𝑉0. 𝑆1 . 𝑆2 . 𝑆3
• V0 para a região de Sinop: 30m/s
• S1 considera a topografia
• S2 considera a rugosidade do terreno e as dimensões da edificação
• S3 é baseado em conceitos estatísticos
Fator S1
• Leva em consideração as variações do relevo do terreno, que conduzem ao aumento ou à diminuição da velocidade básica do vento
• A NBR 6123 considera três situações: terreno plano ou pouco ondulado, vales profundos protegidos do vento, e taludes e morros.
Fator S1
• Taludes e morros
S1 é determinado a partir doângulo () de inclinação dotalude ou morro, da altura (z)medida a partir da superfície doterreno no local da construção,e da diferença de nível (d) entrea base e o topo do talude oumorro.
Fator S1
• Taludes e morros
S1 é determinado a partir doângulo () de inclinação dotalude ou morro, da altura (z)medida a partir da superfície doterreno no local da construção,e da diferença de nível (d) entrea base e o topo do talude oumorro.
Fator S1
• Situação 1: para 𝜃 ≤ 3°
S1 = 1,0
• Situação 2: para 6° ≤ 𝜃 ≤ 17°
• Situação 3: para 𝜃 ≥ 45°* Para valores entre 3° e6° e entre 17° e 45°,fazer interpolação linear
Fator S2
• O fator S2 considera os aspectos particulares de uma determinada edificação, quanto às dimensões da edificação e à rugosidade do terreno onde será construída.
• A NBR 6123 estabelece 5 categorias para a rugosidade
Fator S2
• Categoria I - São as superfícies lisas de grandes dimensões, com mais de cinco quilômetros de extensão, medidos na direção e no sentido do vento incidente.
Exemplos: mar calmo; lagos e rios; pântanos sem vegetação.
Fator S2
• Categoria II - São os terrenos abertos em nível ou aproximadamente em nível, com poucos obstáculos isolados, como árvores e edificações baixas.
Exemplos: zonas costeiras planas; pântanos com vegetação rala; campos de aviação; pradarias; fazendas sem muros.
Fator S2
• Categoria III - São os terrenos planos ou ondulados com obstáculos, como muros, poucos quebra-ventos de árvores, edificações baixas e esparsas.
• Exemplos: granjas e casas de campo; fazendas com muros; subúrbios distantes do centro das cidades, com casas baixas e esparsas. A cota média do topo dos obstáculos é considerada igual a 3 metros.
Fator S2
• Categoria IV - São os terrenos cobertos por obstáculos numerosos e pouco espaçados em zona florestal, industrial ou urbanizados.
Exemplos: parques e bosques com muitas árvores; cidades pequenas e arredores; subúrbios densamente construídos de grandes cidades; áreas industriais plena ou parcialmente desenvolvidas. A cota média do topo dos obstáculos é igual a 10 metros.
Fator S2
• Categoria V - São os terrenos cobertos por obstáculos numerosos, de grande altura e pouco espaçados.
Exemplos: florestas com árvores altas de copas isoladas; centros das grandes cidades; complexos industriais bem desenvolvidos. Nesta categoria, a cota média do topo dos obstáculos é considerada igual a 25 metros.
Fator S2
• Classe A - Pertencem a esta classe todas as unidades de vedação, seus elementos de fixação e as peças individuais de estruturas sem vedação; todas as edificações ou suas partes nas quais a maior dimensão horizontal (planta) ou vertical (superfície frontal) não exceda 20 metros.
Fator S2
• Classe B - Pertencem a esta classe todas as edificações ou suas partes nas quais a maior dimensão horizontal (planta) ou vertical (superfície frontal) esteja compreendida no intervalo entre 20 e 50 metros.
Fator S2
• Classe C - Pertencem a esta classe todas as edificações ou suas partes nas quais a maior dimensão horizontal ou vertical (superfície frontal) exceda 50 metros.
Fator S2
• Nesta tabela, “z” representa a altura, em metros, medida a partir da superfície do terreno.
Fator S3
• O fator S3 é baseado em conceitos estatísticos, levando em consideração a vida útil esperada para a edificação e o grau de segurança requerido.
• A norma divide em cinco grupos:
• Grupo 1: São as edificações cuja ruína total ou parcial pode afetar a segurança ou a possibilidade de socorro a pessoas após tempestades destrutivas, como é o caso de hospitais, quartéis de bombeiros e de forças de segurança, centrais de comunicação. Nesta condições,𝑆3 = 1,10
Fator S3
• O fator S3 é baseado em conceitos estatísticos, levando em consideração a vida útil esperada para a edificação e o grau de segurança requerido.
• A norma divide em cinco grupos:
• Grupo 1: são as edificações cuja ruína total ou parcial pode afetar a segurança ou a possibilidade de socorro a pessoas após tempestades destrutivas, como é o caso de hospitais, quartéis de bombeiros e de forças de segurança, centrais de comunicação. Nesta condições,𝑆3 = 1,10
Fator S3
• Grupo 2: são as edificações para hotéis, residências; edificações para comércio e indústria com alto fator de ocupação. Nestas condições, 𝑆3 = 1,00
• Grupo 3: são as edificações e instalações industriais com baixo fator de ocupação. Ex: depósitos, silos, construções rurais. Nestas condições, 𝑆3 = 0,95
Fator S3
• Grupo 4: são as vedações (telhas, vidros, painéis). Assim, 𝑆3 = 0,88
• Grupo 5: edificações temporárias; edificações dos grupos 1 a 3 durante a fase de construção. Nestas condições, 𝑆3 = 0,83
Pressão dinâmica do vento (q)
• É a pressão exercida pela velocidade característica do vento, nas condições normais de temperatura e pressão.
• A pressão dinâmica é considerada sempre perpendicular à superfície da estrutura.
Coeficientes de pressão e de forma
• O efeito do vento é sempre considerado como ação dinâmica, pois a velocidade do mesmo varia, temporalmente, de intensidade.
• Para a maioria das situações, o efeito do vento pode ser analisado estaticamente, a partir dos coeficientes de pressão (externo e interno), de forma, de força e de torção.
Coeficientes de pressão e de forma
• Valores positivos dos coeficientes de pressão externa ou interna correspondem a sobrepressões, e valores negativos correspondem a sucções
• O coeficiente de pressão efetiva atuando sobre uma superfície é a diferença entre os coeficientes de pressão externa e interna
• Um valor positivo para o coeficiente de pressão efetiva total indica uma pressão efetiva com o sentido de uma sobrepressão externa. Um valor negativo indica uma pressão efetiva com o sentido de uma sucção externa.
Coeficiente de pressão interna
• Na condição ideal onde uma edificação fosse totalmente impermeável ao ar, apressão no interior da mesma seria invariável no tempo, qualquer que fosse avelocidade da corrente de ar na parte externa.
• Entretanto, as paredes ou a cobertura das edificações, mesmo consideradasfechadas, permitem a passagem do ar, evidenciando que as situações idealizadasnão se repetem usualmente na prática.
• O coeficiente de pressão interna está diretamente relacionado com as possíveisaberturas onde vento possa entrar.
Coeficiente de pressão interna
• A NBR 6123 admite que são impermeáveis os seguintes elementosconstrutivos e vedações:• lajes e cortinas de concreto armado ou protendido;
• paredes de alvenaria, de pedra, de tijolos, de blocos de concreto e similares, semportas, janelas ou quaisquer outros aberturas.
• Os demais elementos construtivos e vedações são consideradospermeáveis, devido à presença de aberturas tais como:• juntas entre painéis de vedação e entre telhas;
• frestas em portas e janelas;
• aparatos para permitir a ventilação em telhas e panos de telhados;
• vãos abertos de portas e janelas;
• chaminés e lanternins.
Coeficiente de pressão interna
1) Para edificações com paredes internas permeáveis, a pressão interna é considerada uniforme, adotando-se os valores dados a seguir:
a)Edificações com duas faces opostas igualmente permeáveis, as outras faces impermeáveis:
*Vento perpendicular a uma face permeável:
*Vento perpendicular a uma face impermeável:
b)Edificações com quatro faces igualmente permeáveis
*Considerar o mais nocivo entre os valores:
Coeficiente de pressão interna
1) Para edificações com paredes internas permeáveis, a pressão interna é considerada uniforme, adotando-se os valores dados a seguir:
c)Edificações com abertura dominante em uma face, as outras com igual permeabilidade:
c.1)Abertura dominante na face de barlavento
*Parâmetro “k1” indica a proporção entre a área das aberturas na face de barlavento e a área total das aberturas em todas as faces submetidas a sucções externas
Coeficiente de pressão interna
1) Para edificações com paredes internas permeáveis, a pressão interna é considerada uniforme, adotando-se os valores dados a seguir:
c)Edificações com abertura dominante em uma face, as outras com igual permeabilidade:
c.2)Abertura dominante na face de sotavento
*Adotar Ci = Ce, correspondente à referida face
c.3)Abertura dominante em face paralela ao vento, fora das regiões com alta sucção externa
*Adotar Ci = Ce, correspondente à referida face
Coeficiente de pressão interna
1) Para edificações com paredes internas permeáveis, a pressão interna é considerada uniforme, adotando-se os valores dados a seguir:
c)Edificações com abertura dominante em uma face, as outras com igual permeabilidade:
c.4)Abertura dominante em face paralela ao vento, em região com alta sucção externa
*Parâmetro “k2” indica a proporção entre a área da abertura dominante e a área total das outras aberturas situadas em todas as faces submetidas a sucções externas
Coeficiente de pressão interna
2) Para edificações efetivamente estanques e com janelas fixas, com probabilidade desprezível de serem rompidas por acidente, adotar para o coeficiente de pressão interna “Cpi” o mais nocivo entre os valores:
• Em resumo, o coeficiente de pressão interna é positivo quando ocorre sobrepressão interna e negativo quando ocorre sucção interna.
Coeficientes de pressão e forma externos
• Serão abordados a partir de agora os coeficientes externos, com aplicação em edifícios de planta retangular e telhado de duas águas.
• A NBR 6123 considera o vento a 0° atuando paralelamente à maior dimensão em planta, enquanto o vento a 90° atua perpendicular à maior dimensão em planta.
• Para o dimensionamento (telhas, caixilhos, elementos estruturais, etc), a NBR 6123 define o “Cpe” (coeficiente de pressão) para as regiões de elevados valores de pressão (zona de sucção) e o coeficiente de forma “Ce” para as demais regiões da edificação.
• A força do vento sobre um elemento plano de edificação de área A atua em direção perpendicular a ele, sendo dada por:
Força devida ao vento
• Um valor positivo para F indica que esta força atua para o interior (sobrepressão), e um valor negativo indica que esta força atua para o exterior (sucção) da edificação.
• A pressão interna é considerada uniformemente distribuída no interior da edificação. Consequentemente, em superfícies internas planas, Cpi = Ci.
Força devida ao vento
ESTRUTURAS DE MADEIRA
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
FACET - ENGENHARIA CIVIL
SINOP