ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

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FAEX FACULDADE DE EXTREMA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Geovandres Rosa ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO Extrema 2018 Geovandres Rosa

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FAEX – FACULDADE DE EXTREMA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Geovandres Rosa

ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

Extrema 2018

Geovandres Rosa

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ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado Faex – Faculdade de Extrema, como quesito parcial para obtenção do título de bacharel em Engenharia Civil Orientadora: Profª. Renata Martinho Camargo

Extrema 2018

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus que me permitiu ter força e saúde para superar com louvor todas as dificuldades encontradas. A instituição pelo ambiente criativo e agradável que proporciona, e que me concedeu a oportunidade de estar realizando este curso. Aos meus familiares que incansavelmente me deram força, carinho e apoio muitas vezes com palavras e atitudes para que eu pudesse trilhar esse caminho superando as adversidades. E aos meus amigos que sempre estiveram ao meu lado dentro ou fora de sala trabalhando junto para que sempre alcançássemos o melhor.

Page 4: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 9

1.1 OBJETIVOS ................................................................................................. 10

1.1.1 OBJETIVOS GERAIS ............................................................................ 10

1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................. 10

1.2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 11

1.3 METODOLOGIA .......................................................................................... 12

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 12

2.1 HISTÓRICOS DO CONCRETO PRÉ-MOLDADO ....................................... 12

2.2 TIPOS DE CONCRETOS PRÉ-MOLDADOS ............................................... 13

2.2.1 FABRICAÇÃO DO PRÉ-MOLDADO ..................................................... 14

2.3 ELEMENTOS PRÉ-MOLDADOS ................................................................. 15

2.3.1 FUNDAÇÃO........................................................................................... 15

2.3.2 PILARES ............................................................................................... 17

2.3.3 EMENDA PILAR/PILAR ......................................................................... 18

2.3.4 VIGAS .................................................................................................... 19

2.3.5 VIGAS SUPORTE PROTENDIDAS ....................................................... 21

2.3.6 CONSOLES ........................................................................................... 22

2.4 SISTEMAS DE PAVIMENTOS ..................................................................... 24

2.4.1 LAJE ...................................................................................................... 24

2.4.2 PAINÉIS ALVEOLARES ........................................................................ 25

2.4.3 VIGOTAS PRÉ-MOLDADAS ................................................................. 26

2.5 ELEMENTOS PARA SISTEMAS DE PAREDES ......................................... 26

2.6 COMPONENTES DE COBERTURA ............................................................ 28

2.7 SISTEMAS ESTRUTURAIS COMUM DE PRÉ-MOLDADOS ...................... 30

2.7.1 ESTRUTURAS APORTICADAS ............................................................ 30

2.7.2 ESTRUTURA EM ESQUELETO ............................................................ 30

2.7.3 ESTRUTURA PARA PISOS .................................................................. 31

2.7.4 ESTRUTURAS PARA FACHADAS ....................................................... 32

2.7.5 ESTRUTURAS CELULARES ................................................................ 32

2.8 ESTACAS .................................................................................................... 33

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2.9 PONTES ...................................................................................................... 34

2.10 LIGAÇÕES ENTRE ELEMENTOS PRÉ-MOLDADOS. ................................ 35

2.10.1 NEOPRENE. ...................................................................................... 36

2.10.2 LIGAÇÃO ISOSTÁTICA ..................................................................... 36

2.10.3 LIGAÇÃO ROTULADA ....................................................................... 37

2.10.4 LIGAÇÃO SEMI-RÍGIDA .................................................................... 38

2.10.5 LIGAÇÃO ENGASTADA .................................................................... 39

2.11 FUROS NOS ELEMENTOS PRÉ-MOLDADOS ........................................... 39

2.11.1 FUROS NAS LAJES ALVEOLARES .................................................. 39

2.11.2 PILARES COM SISTEMA PARA ÁGUA PLUVIAL ............................. 40

2.11.3 FURAÇÃO NAS VIGAS ...................................................................... 41

2.12 MONTAGENS DA ESTRUTURA PRÉ-MOLDADA ...................................... 42

2.12.1 CHEGADA DAS PEÇAS PRÉ-MOLDADAS NA OBRA ...................... 42

2.12.2 MONTAGEM DAS PEÇAS ................................................................. 43

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DO PRÉ-MOLDADO. .... 45

3.1 VANTAGENS DO PRÉ-MOLDADO. ............................................................ 45

3.2 DESVANTAGENS DO CPM. ....................................................................... 46

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 47

4.1 ESTUDO DE CASO ..................................................................................... 47

4.2 ETAPAS REALIZADAS NA CONSTRUÇÃO. .............................................. 47

4.2.1 CÁLICES ............................................................................................... 47

4.2.2 MONTAGEM DOS PILARES ................................................................. 48

4.2.3 MONTAGEM DAS VIGAS E LAJES ALVEOLARES ............................. 49

4.2.4 MURO DE ARRIMO .............................................................................. 52

4.2.5 CONSOLIDAÇÃO VIGA PILAR ............................................................. 52

5 CONCLUSÃO .................................................................................................... 54

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RESUMO A construção civil cada vez mais necessita de inovações que possibilitem um avanço na sua maneira de produzir. Um sistema que vem ganhando mercado, e tem demostrado a sua eficácia quanto à divisão das etapas realizadas, velocidade de construção, mão de obra qualificada e uma melhor qualidade no acabamento final da obra, é o Sistema Construtivo em Pré-Moldado Esse trabalho tem como objetivo apresentar um estudo de caso, com revisão de literatura, mostrando como é realizado a execução desse sistema construtivo, salientando quais são os elementos mais utilizados em obra, como são e quais são os tipos de ligações mais utilizadas, como o trabalho é executado no canteiro de obra por parte de transporte, recebimento e execução. Palavras-Chave: Sistema Construtivo, Pré-Moldado, Execução.

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ABSTRACT Civil construction is increasingly in need of innovations that enable it to advance its way of producing. A system that has been gaining market share, and has demonstrated its effectiveness in terms of the division of the steps performed, speed of construction, skilled labor and a better quality in the final finishing of the work, is the Pre-Molded Construction System. objective is to present a case study, with a literature review, showing how the execution of this constructive system is performed, highlighting which are the elements most used in the work, how they are and what are the most used types of connections, how the work is executed in the construction site for transportation, receiving and execution. Keywords: Constructive System, Pre-Molded, Execution.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Elemento Pré-moldado mais comum a serem utilizados.

Figura 2: Fundação Tipo Cálice.

Figura 3:Ligação por chapa de base.

Figura 4: Seção típica de pilar.

Figura 5: Ligação pilar x pilar.

Figura 6: Seções de vigas.

Figura 7: Vigas em uma edificação pré-moldada com trechos isostáticos sem

continuidade.

Figura 8: Viga suporte protendida.

Figura 9: Consolos para apoio em estruturas pré-moldadas.

Figura 10: Console trapezoidal.

Figura 11: Console retangular para vigas retangulares.

Figura 12: Console retangular para vigas retangulares.

Figura 13: Lajes Seção TT.

Figura 14: Painel alveolar e detalhe de rejuntamento e revestimento.

Figura 15: Vigotas.

Figura 16: Fechamento Duplo TT.

Figura 17: Painel sanduiche e tipos de conectores.

Figura 18: Seção transversal de viga calha.

Figura 19: Seção transversal das terças.

Figura 21: Estrutura em esqueleto.

Figura 20: Galpão.

Figura 21: Estrutura em esqueleto.

Figura 22: Edifício de escritório.

Figura 23: Fachada arquitetônica.

Figura 24: Estruturas celulares.

Figura 25: seções das estacas.

Figura 26: Estacas pré-fabricadas.

Figura 27: Ponte Montagem por balanços sucessivos.

Figura 28: Neopreme em um console.

Figura 29: Ligação isostática.

Figura 30: Ligação rotulada.

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Figura 31: Ligação sem-rígida.

Figura 32: Furos laje alveolar.

Figura 33: Pilar com sistema para água pluvial.

Figura 34: Furos na alma da viga, a fim de facilitar passagem elétrica e hidráulica.

Figura 35: Descarga das peças.

Figura 36: Içamento de um pilar feito por um guindaste.

Figura 37: Alças de içamento nas vigas calhas.

Figura 38: Fundação tipo Cálice.

Figura 39: Posicionamento do Pilar.

Figura 40: Ligação Pilar Fundação.

Figura 41: Viga posicionada antes de receber a laje alveolar.

Figura 42: Colocação da laje alveolar.

Figura 43: Viga de transição recebendo as vigas de cobertura.

Figura 44: Viga de cobertura recebendo as terças.

Figura 45: Painel alveolar como muro de arrimo.

Figura 45: Painel alveolar como muro de arrimo.

Figura 46: Barras Lentom com rosca.

Figura 47: Pilar que recebe o travamento.

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1 INTRODUÇÃO

Pode se perceber que a construção civil é vista como uma indústria atrasada, pelo

fato de encontrar de uma maneira geral, desperdícios de materiais, pouca

produtividade, e baixo controle de qualidade.

Uma solução para diminuir esse atraso é o uso do concreto pré-moldado, podendo

ter partes da construção que seriam produzidas em melhores condições e em outros

locais, onde se encontra um maior controle de qualidade, diminuição do tempo de

obra e menor desperdício de materiais (El Debs 2017)

O pré-moldado proporciona diversos benefícios como economia, maior controle de

qualidade dos materiais utilizados na obra, rapidez na execução e a industrialização

da construção civil.

Com o constante crescimento das cidades cada vez mais há exigência de obras

rápidas e ao mesmo tempo complexas, as empresas buscam uma solução para

satisfazer tais exigências que atendam obras rápidas de altas resistências e com

perfis arquitetônicos arrojados.

A grande vantagem da utilização do pré-moldado é que suas características

permitem: Grandes vãos, lajes mais esbeltas do que as equivalentes em concreto

armado, possibilidade de uso em ambientes agressivos, controle e redução de

deformações e da fissuração.

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1.1 Objetivos

1.1.1 OBJETIVOS GERAIS

- Apresentar os sistemas construtivos em Pré-Moldados mais utilizados no Brasil.

1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Apresentar as peças de Pré-Moldado, e suas dimensões mais utilizadas no Brasil.

- Apresentar como é feita As etapas de produção, transporte e recebimento das

peças.

- Apresentar as vantagens e desvantagens de se optar pela utilização do Pré-

Moldado.

- Mostrar a montagem do Pré-Moldado no canteiro de obra, do estudo de caso

abordado, com detalhes de içamentos, encaixes de pilares, vigas e lajes.

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1.2 Justificativa

A escolha do tema abordado se deu ao fato de ele possuir vantagens na utilização

de obras de grande porte, como apresentar agilidade no tempo de obra e suportar

grandes cargas. E também por ser um sistema que já vem sendo utilizado há

tempos e que agrega valores significativos para Engenharia Civil.

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1.3 Metodologia

Trata-se de um estudo de caso, onde primeiramente foi realizada uma revisão de

literatura com consultas em livros, artigos científicos, dissertações de mestrado

sobre o assunto e também manuais de empresas que trabalham com a montagem

de pré-moldados. Foi realizada uma visita na obra, onde foi possível ter maior

precisão de como funciona a montagem do pré-moldado.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 HISTÓRICOS DO CONCRETO PRÉ-MOLDADO

Não se consegue datar com certeza o início da pré-moldagem. Há indícios de que o

surgimento do concreto armado ocorreu paralelamente com a pré-moldagem, logo

pode se dizer que a pré-moldagem se deu início junto ao concreto armado.

(Vasconcelos 2002).

A primeira construção com o emprego de elementos pré-moldados foi,

provavelmente, o cassino de Biarritz na França, em 1891, no qual as vigas foram

pré-moldadas. (El Debs 2017)

O uso de pré-fabricados tem a seguinte divisão segundo (Salas 1988).

- De 1950 a 1970 – Período em que devido à ausência de edificações ocasionadas

pela devastação da guerra, se fez necessário construir diversos edifícios, tanto

habitacionais quanto hospitais, escolas e indústrias. Os edifícios construídos nessa

data eram construídos em elementos pré-fabricados, cujos componentes eram

procedentes do mesmo fornecedor, constituindo o que se convencionou de chamar

de ciclo fechado de produção.

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- De 1970 a 1980 – Esse período foi marcado por alguns acidentes com edifícios

construídos com grandes painéis pré-fabricados. Tais acidentes acarretaram certo

desprezo, o que se fez necessário uma correção significativa no uso de grandes

elementos pré-fabricados. Fato que deu início ao declínio dos sistemas pré-

fabricados de ciclo fechado.

- Pós 1980 – Esta etapa caracterizou-se, em primeiro lugar, pela demolição de

grandes conjuntos habitacionais, justificada dentro de um quadro crítico,

especialmente de rejeição social e deterioração funcional. Em segundo lugar, pela

consolidação de uma pré-fabricação de ciclo aberto, à base de componentes

compatíveis, de origens diversas.

No Brasil, pelo que se sabe, o emprego do CPM teve inicio em 1925, com a

fabricação de estacas para fundação do Jockey Clube do Rio de Janeiro, conforme

(Vasconcelos 1988)

No final da década de 1950 e na década de 1960, chegaram ao Brasil os Reflexos

dos grandes avanços do CPM na Europa, que fomentaram o seu emprego no país.

Merecem destaque nesse período o seu uso na construção de Brasília e na

construção da cidade universitária, em São Paulo. (El Debs 2017)

2.2 TIPOS DE CONCRETOS PRÉ-MOLDADOS

- Quanto ao local de produção dos elementos:

Pré-moldado de fábrica: É aquele elaborado em instalações definitivas fora da obra.

Pré-moldado de canteiro: É produzido em instalação provisória perto da obra.

- Com relação à seção:

O pré-moldado de seção completa: Elementos em que sua seção resistente é

formada fora de seu local de uso.

Ex: Lajes alveolares.

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Pré-moldado de seção parcial: É aquele inicialmente moldado apenas com parte da

seção resistente final.

Ex: Treliças pré-moldadas.

- Com relação à carga:

Pré-moldado pesado: A grosso modo, considera-se CPM pesado quando necessitar

de equipamentos especiais para seu transporte e montagem.

Pré-moldado leve: Aquele que não necessita de equipamentos pesados, podendo

ser improvisado equipamentos, ou até mesmo o trabalho ser concluído

manualmente.

- Com relação à aparência:

Pré-moldado normal: Aquele que não existe nenhuma preocupação com relação à

aparência.

Pré-moldado arquitetônico: Refere-se a qualquer elemento de forma especial, que

mediante ao acabamento, forma, cor ou textura, contribui para a forma arquitetônica.

2.2.1 FABRICAÇÃO DO PRÉ-MOLDADO

A produção das estruturas de concreto pré-moldado (CPM) engloba todas as

atividades compreendidas entre a execução dos elementos pré-moldados e a

realização das ligações definitivas. As etapas envolvidas na produção dependem da

forma de aplicação do CPM. Já no pré-moldado de fábrica, a sua produção engloba

as seguintes etapas: confecção do elemento, transporte da fábrica à obra,

montagem e realização das ligações. (El Debs 2017).

Em relação aos pré-moldados de canteiro, pode ser feita uma diferença entre dois

casos.

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O primeiro corresponde à execução dos elementos literalmente junto à obra e para o

qual a produção se resume praticamente à execução e à montagem. O segundo é

aquele em que a execução é feita em local apropriado e a sua distinção ao pré-

moldado de fábrica, é apenas não necessitar da etapa de transporte da fábrica à

obra. Abaixo figura 1 abaixo segue os elementos Pré-Moldados mais utilizados.

Figura 1: Elemento Pré-moldado mais comum a serem utilizados.

Fonte: El Debs (2017)

2.3 ELEMENTOS PRÉ-MOLDADOS

2.3.1 FUNDAÇÃO

Nas fundações, para obras em pré-moldados, se adotam sistemas diferentes dos

convencionais em que a estrutura já é moldada deixando os arranques para os

pilares, o que gera uma estrutura travada e rígida.

Para a confecção da fundação de estruturas pré-moldadas deve-se obedecer o

projeto, e após isso é realizada a implantação dos pilares.

A seguir algumas ligações pilar fundação mais utilizadas.

- Cálice: Um modelo que facilita a montagem, pois posteriormente é feito somente o

encaixe do pilar. Deve-se estar atento às medidas e ao prumo para que ocorra uma

maior facilidade na hora do encaixe do pilar também são implantados dispositivos de

centralização e cunhas de madeira para facilitar o encaixe. Após a fixação final do

pilar os espaços vazios são preenchidos com concreto ou graute. Abaixo figura 2

abaixo fundação tipo cálice.

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Figura 2: Fundação Tipo Cálice.

Fonte: Autor

- Chapa de base: Ligação na qual consiste o emprego de uma chapa de aço que é

conectado na armadura principal através de chumbadores, o nivelamento é feito com

o uso de porcas. Após a fixação, os espaços vazios são completados graute, ou

argamassa. Essa ligação é similar à utilizada nas ligações pilar/fundação em

estruturas metálicas. Abaixo figura 3 fundação tipo chapa de base.

Figura 3: Ligação por chapa de base.

Fonte: El Debs (2017)

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2.3.2 PILARES

As seções transversais mais empregadas nos pilares são as quadradas e as

retangulares, podendo ser ou não vazadas. Quanto à sua dimensão mínima de

seção transversal, é de 300 mm. Sendo as seções tipo I e tipo vierendeel usadas em

galpões.

Quanto ao comprimento, os pilares podem atingir cerca de 30 m, mas o

recomendado é limitar esse valor na ordem dos 20 m.

Normalmente os pilares são de concreto armado. Em pilares que receberão

elevados momentos fletores pode ser utilizado o concreto protendido. Abaixo figura

4 pilar retangular.

Figura 4: Seção típica de pilar.

Fonte: Autor.

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2.3.3 EMENDA PILAR/PILAR

Por se tratar de uma ligação que contém dificuldades em relação ao posicionamento

e prumo dos elementos, ela é mais restrita a construção de grande altura, mas é

importante salientar a existência desse tipo de sistema onde pilares são emendados

em cada pavimento. (Ell Debs 2017).

-Com emenda das barras da armadura do pilar.

-Com chapa ou conectores metálicos e solda ou parafusos.

A vantagem da ligação por conectores metálicos e solda tem a vantagem por

apresentar resistência logo após a solda. E a desvantagem por não possibilitar

ajustes e dificuldade de execução por necessitar da solda.

Na ligação por parafusos a chapa metálica pode ser usada, semelhante a que é

utilizada na fundação, ou também os conectores metálicos, preenchendo com graute

os espaços vazios. Abaixo figura 5 ligações pilar/pilar.

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Figura 5: Ligação pilar/pilar

Fonte: El Debs, (2017)

2.3.4 VIGAS

No Brasil as vigas pré-moldadas têm sido mais utilizadas com protensão com

aderência inicial. Onde elas são fábricas fora do local de utilização, por exemplo, nas

fábricas e posteriormente transportadas até o local. Abaixo figura 6 Seções de vigas

mais utilizadas.

Page 21: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

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Figura 6: Seções de vigas

Fonte: El Debs, (2017)

A seção transversal à forma e a esbeltez muda conforme a existência de laje ou não.

Por exemplo, em vigas de cobertura quando há a ausência de laje, como acontece

em galpões é ideal a utilização da seção I. Em casos de situações onde há lajes a

seção retangular de T invertido é mais apropriada.

Como questão de maior utilidade, as vigas de pisos em residências com mais de um

pavimento são de altura constante. Já quando se tratar de cobertura pode haver

variação ao longo do vão.

As vigas de seção retangular atingem vãos de 10 m. As vigas de seção I,

comumente utilizadas em coberturas, trabalham em torno de 10 m a 40 m. Abaixo

figura 7 viga Pré-Moldada seção retangular.

Page 22: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

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Figura 7: Vigas em uma edificação pré-moldada com trechos isostáticos sem continuidade

Fonte: Chust (2012)

2.3.5 VIGAS SUPORTE PROTENDIDAS

São confeccionadas em formato L ou I, possuem consoles em toda a sua extensão,

a fim de servir como apoio para as lajes alveolares e possuem estribos para receber

a armadura negativa. Abaixo figura 8 viga suporte protendida.

Figura 8: Viga suporte protendida.

Fonte: Autor

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2.3.6 CONSOLES

Os consoles são empregados nas estruturas dos pré-moldados e são responsáveis

por fazer as ligações viga/viga e viga/pilar e também as ligações piso/parede. Abaixo

figura 9 consolos para pré-moldados.

Figura 9: Consolos para apoio em estruturas pré-moldadas.

Fonte: Van Acker (2002)

- Console Trapezoidal: Aplicado como apoio das vigas, ele deve ser fabricado na

largura do pilar, sua altura é de 20 cm e a base de contato tem 30 cm. Seu formato

sai faceando a face do pilar formando um ângulo de 45°. Abaixo figura 10 console

trapezoidal.

Figura 10: Console trapezoidal.

Fonte: Autor.

Page 24: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

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- Consolo retangular para vigas retangulares: Mais utilizado quando se quer um

maior acabamento arquitetônico, pois ele esconde num pano de alvenaria. Pode

também ser utilizados por exigências estruturais. Abaixo figura 11 console

retangular.

Figura 11: Console retangular para vigas retangulares.

Fonte Van Acker (2002)

- Console para apoio de laje alveolar: A forma desse tipo de console pode varia

conforme o projeto podendo ser retangular ou trapezoidal. São utilizados nas lajes

alveolares para manter a estabilização das mesmas, ou quando há necessidade de

um complemento de apoio. Abaixo figura 12 console retangular para lajes.

Page 25: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

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Figura 12: Console retangular para lajes alveolares.

Fonte: Van Acker (2002).

2.4 SISTEMAS DE PAVIMENTOS

2.4.1 LAJE

Os elementos de seção TT, podem ser encontrados sem ou com capa de concreto

moldado no local (CML) formando elemento composto, esse tipo de elemento é

interessante para vencer grandes vãos.

Também são confeccionados em concreto protendido, com exceção para vãos

pequenos. Esses elementos são empregados em vãos que variam de 5 m a 30 m,

em alguns casos podendo chegar até 40 m.

As relações vão/altura é da ordem de 25-30 para pisos e de 30-35 para coberturas.

Segundo (Manual PCI 2010). Abaixo figura 13 lajes seção TT.

Page 26: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

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Figura 13: Lajes Seção TT.

Fonte: El Debs (2017) .

2.4.2 PAINÉIS ALVEOLARES

A laje painel alveolar constitui-se provavelmente no elemento da protensão com

aderência inicial mais usado no mercado Brasileiro. Devido seu baixo custo de

fabricação e aliado ao desempenho do aço de protensão consegue-se vencer vãos

em torno de 10 m com vantagem em relação a outros sistemas. Abaixo figura 14

painel alveolar. (Chust 2012)

Figura 14: Painel alveolar e detalhe de rejuntamento e revestimento.

Fonte: Chust (2012).

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2.4.3 VIGOTAS PRÉ-MOLDADAS

Aqui serão apresentados dois tipos de vigotas pré-moldadas que são: O elemento

tipo trilho e a treliça.

O elemento tipo trilho é constituído por barras retas colocadas na parte inferior do

elemento, a sua utilização em lajes é acompanhado de lajotas de cerâmica ou isopor

de enchimento, e recoberto com uma fina camada de concreto CML. Já o elemento

treliça, a armadura é uma treliça espacial de aço com três banzos paralelos e

diagonais laterais de forma senoidal, soldadas entre si o enchimento de seus vãos e

o recobrimento é igual ao do tipo trilho. Abaixo figura 15 vigotas.

Figura 15: Vigotas.

Fonte: Chust (2014).

2.5 ELEMENTOS PARA SISTEMAS DE PAREDES

Os elementos dos sistemas de paredes podem fazer parte dos sistemas estruturais

de parede portante, de sistema de contraventamento como núcleos e paredes, ou

como elementos de fechamento. (El Debs 2017)

A seção transversal desse tipo de elemento pode ser, maciços, nervurados,

sanduíche ou vazados. Os painéis maciços normalmente são de concreto simples,

mas em alguns casos mais críticos, onde há maior solicitações esforços, podem ser

Page 28: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

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confeccionados em concreto-armado ou em concreto protendido, com pré-tração ou

pós-tração.

Os painéis nervurados são os já apresentados de seção T, TT, utilizados em lajes.

Os vazados são os conhecidos alveolares. Já os sanduiches são formados por duas

camadas de concreto onde no seu meio é colocado material de enchimento para

obter ambientes com isolação térmica e acústica. Abaixo figura 16 fechamento duplo

TT, e figura 17 painel sanduiche.

Figura 16: Fechamento Duplo TT.

Fonte: Adaptado ABCI (1986).

Figura 17: Painel sanduiche e tipos de conectores.

Fonte: El Debs (2017).

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Com relação à seção transversal, podem ser encontrados também emparedes

dupla, que são unidas por armação treliçada. O painel é produzido com paredes

moldadas em etapas distintas. O espaço é preenchido após a montagem dos

painéis.

Quando for utilizado em paredes externas, deve-se tomar cuidado com a proteção

contra a umidade. Salientando também o isolante térmico.

Para painéis de sistemas estruturais de parede portante ou de estrutura de

contraventamento, o dimensionamento é feito a partir dos esforços de compressão

de flexão da análise estrutural.

Na confecção do projeto já é contemplado que os painéis transmitirão para a

estrutura o seu peso e a ação do vento. Para que isso possa acontecer é necessário

que a escolha dos movimentos liberados, e o posicionamento das ligações entre a

estrutura principal e o elemento de fechamento é de grande valia nas reações dos

painéis e a estrutura. Tendo isso em mente, o projeto deve seguir as seguintes

recomendações:

- Os componentes de ligações devem resultar um sistema estaticamente

determinado e

- As ligações devem prever variações volumétricas e deformações da estrutura

principal.

2.6 COMPONENTES DE COBERTURA

Em coberturas de edifícios, mais comuns nos de superfície retangular, há a opção

de utilizar o CPM sendo as seguintes opções.

- Elementos que cobrem os vãos principais da estrutura

- Com vigamento secundário.

Page 30: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

29

A utilização do primeiro caso se faz o uso dos elementos já citados nos sistemas de

pavimentos que são, seção TT, T,U, alveolar, ou elementos com forma apropriada

para escoramentos de águas pluviais conhecidos com telhas de CPM.

Já o segundo caso faz se o uso de vigamento secundário, utilizando terças de

concreto e cobertura inclinada com telhas de menores dimensões. Também é

encontrado na cobertura vigas de variadas formas, como vigas calhas e vigas altura

variável. As vigas I com altura variável são utilizadas em coberturas e podem cobrir

vãos de 10 m a 40 m, com altura de 0,8 m a 2,0 m.

Em galpões são utilizadas terças, juntamente com telhas de fibrocimento ou

metálicas. Os vãos das mesmas variam de 5,0 m a 10,0 m com espaçamento de 1,5

m a 3,0 m. Normalmente elas são simplesmente apoiadas. Abaixo figura 18 seção

transversal viga calha, e figura 19 seção de terças.

Figura 18: Seção transversal de viga calha.

Fonte: El Debs (2017).

Figura 19: Seção transversal das terças.

Fonte: El Debs (2017).

Page 31: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

30

2.7 SISTEMAS ESTRUTURAIS COMUM DE PRÉ-MOLDADOS

2.7.1 ESTRUTURAS APORTICADAS

São utilizados em construções industriais e armazém que contém pilares e vigas de

fechamento. São livres de paredes o que possibilita grande espaço interno. Abaixo

figura 20 galpão.

Figura 20: Galpão.

Fonte: Acker, (2002).

1. Vigas em formato I com perfil próprio para coberturas, o que possibilita grandes

vãos livres.

2. São painéis de fechamento de concreto armado.

3. A cobertura normalmente se usa telhas metálicas por ser leve.

2.7.2 ESTRUTURA EM ESQUELETO

A estrutura esqueleto é formada por pilares, vigas e lajes, comumente é utilizado

menor número de paredes para o contraventamento em estruturas altas.

Normalmente é utilizada em construção de hospitais, centro esportivo e comercial e

escolas. Abaixo figura 21 estrutura em esqueleto.

Page 32: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

31

Figura 21: Estrutura em esqueleto.

Fonte: Acker, (2002).

1. Pilar, ele pode alcançar vários pavimentos.

2. Lajes pré-moldadas dispensam escoramentos.

2.7.3 ESTRUTURA PARA PISOS

São constituídos por vários pavimentos e combinados com diversos tipos de

estruturas e painéis alveolares podendo vencer vãos de até 18 m. E formam uma

estrutura de piso que dividem as cargas e transfere as forças horizontais para o

contraventamento. Abaixo figura 22 edifício escritório.

Figura 22: Edifício de escritório.

Fonte: Acker, (2002).

Page 33: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

32

1. Lajes alveolares que permitem grandes vãos.

2. Painéis de fechamento de concreto armado, quando travados adquirem

resistências e podem substituir as vigas.

2.7.4 ESTRUTURAS PARA FACHADAS

Possuem estrutura interna formada por pilares, vigas e lajes alveolares ou duplo T.

Elas são formadas por painéis sanduiche ou maciços, que pode ter ou não função

estrutural. Possuem um bom acabamento arquitetônico, são utilizados em fachadas

pelos seus detalhes e beleza. Abaixo figura 23 fachada arquitetônica.

Figura 23: Fachada arquitetônica.

Fonte: Acker, (2002).

2.7.5 ESTRUTURAS CELULARES

São estruturas já prontas em células de concreto pré-moldado, muito utilizado em

blocos para banheiro, escritório, cozinha. Já chegam prontos na obra, mas há

desvantagem em relação ao transporte devido a seu tamanho.

Esse sistema possibilita a construção rápida de prédios de pequeno porte. Abaixo

figura 24 estruturas celulares.

Page 34: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

33

Figura 24: Estruturas celulares.

Fonte: Acker (2002).

2.8 Estacas

A aplicação de pré-moldados em fundações, por sua vez, tem maior utilização em

estacas de CPM que são comumente utilizadas em fundações profundas e em

construção de muros de arrimo. Suas dimensões variam de 0,15m de lado de seção

quadrada até diâmetros na faixa de 1,60 m em obras marítimas e pontes. Abaixo

figura 25 seções de estacas e figura 26 estacas pré-fabricadas (El Debs 2017)

Figura 25: seções das estacas.

Fonte: El Debs (2017).

Page 35: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

34

Figura 26: Estacas pré-fabricadas

Fonte: Chust (2012).

2.9 PONTES

As pontes contêm características favoráveis para a utilização do CPM, onde sua

construção se sintetiza praticamente a estrutura, condições positivas para

estabelecer um padrão de suas obras, e obras com aplicação em grande escala.

Com essas características se assume maior importância o projeto estrutural em

comparação a outras edificações sendo a construção definida por esse projeto.

Salienta também que para pontes existem certas condições de alcance de

equipamentos de montagem.

Em pontes podem ser aplicadas duas formas de divisão em elementos pré-

moldados:

Na primeira os elementos cobrem os vãos onde podem ser vencidos até 50m.

Na segunda são divididas em três.

-Balanços sucessivos com aduelas pré-moldadas.

-Apoiando aduelas pré-moldadas em estruturas provisórias.

-Por meio de deslocamentos sucessivos.

Abaixo figura 27 ponte por balanços sucessivos.

Page 36: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

35

Figura 27: Ponte Montagem por balanços sucessivos.

Fonte: Rosemblum (2009).

2.10 LIGAÇÕES ENTRE ELEMENTOS PRÉ-MOLDADOS.

O concreto pré-moldado é conhecido por apresentar facilidade na montagem e

controle de qualidade. Mas um dos principais problemas no seu emprego é na hora

de realizar ligações entre seus elementos.

Para as ligações em elementos pré-moldados devem ser levados os mínimos

detalhes. E é a existência dela que diferencia o pré-fabricado das estruturas

moldadas in loco.

Com a nova conceituação da revisão da norma NBR 9062, existe somente um tipo

de ligação denominada de ligação semi-rígida. Esta ligação pode variar de rotulada

a engastada, dependendo de seu fator de restrição a rotação.

Page 37: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

36

2.10.1 NEOPRENE.

É o elemento utilizado para transmitir esforços e movimentos de uma estrutura a

outras e tem a espessura média de 1 cm. Abaixo figura 28 neoprene.

Figura 28: Neoprene em um console.

Fonte: Autor.

2.10.2 LIGAÇÃO ISOSTÁTICA

É importante salientar que esse tipo de ligação acaba sendo teórica pelo fato de que

a ligação isostática é conhecida por não transmitir momentos fletores e esforços

horizontais entre as peças de CPM, mas sabe-se que o Neoprene, que é o aparelho

de apoio, acaba transmitindo esforços horizontais. Por isso também é importante

que a estrutura (Pilares) não se movimente muito, pois esse movimento pode acabar

gerando transmissão de esforços, iniciando um efeito pórtico não previsto.

Os pinos, por sua vez, são os que facilitam o posicionamento e evitam o

tombamento das vigas. Esses pinos são de aço liso CA 25. Abaixo figura 29 ligação

isostática.

Page 38: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

37

Figura 29: Ligação isostática.

Fonte: Manual Munte (2007).

É importante ressaltar que os espaços vazios entre viga e pilar não devem

preenchidos com nenhum tipo de material.

2.10.3 LIGAÇÃO ROTULADA

A característica desse tipo de ligação é transmitir além das cargas horizontais

também os esforços horizontais. Para a transmissão desses esforços. que passam

pela resistência do neoprene, pode-se optar pela utilização de neoprene combinado

com graute, o que o torna mais eficiente.

A principal característica dessa ligação é o preenchimento dos furos das vigas, mas

é diferente da ligação isostática.

- Preenchimento do furo da viga é feita com graute.

- O tubo de PVC que faz o molde do furo é retirado antes do grauteamento para que

haja aderência entre o graute e o concreto da peça. Abaixo figura 30 ligação

rotulada.

Page 39: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

38

Figura 30: Ligação rotulada. Fonte: Manual Munte (2007).

2.10.4 LIGAÇÃO SEMI-RÍGIDA

Esse tipo de ligação apresenta uma relação entre a ligação rotulada, a sua grande

diferença é que ela possui a propriedade de resistir à parte do momento fletor de

engastamento nas peças. Esse efeito é alcançado quando se consegue resistência

à rotação da peça. Abaixo figura 31 ligação semi-rígida.

Figura 31: Ligação semi-rígida.

Fonte: Manual Munte (2007).

Page 40: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

39

2.10.5 LIGAÇÃO ENGASTADA

A ligação engastada é semelhante ao processo do que acontece no processo in

loco, é obtido quando se faz a concretagem do nó entre a viga e o pilar, podem ser

deixados os arranques das ferragens tanto nas vigas quanto nos pilares. A

aderência entre essas peças após a concretagem passa a ser considerada ligações

engastadas.

2.11 FUROS NOS ELEMENTOS PRÉ-MOLDADOS

Já no projeto de uma estrutura em pré-moldado é importante contemplar onde serão

feitas as passagens para sistema hidráulico e elétrico e demais elementos que

podem acarretar dificuldades na execução, por isso há a necessidade de se optar

por elementos que contém furos, ou realizar os furos no momento da concretagem,

ainda no local de produção, ou em alguns casos no próprio local, porém deverão ser

feitos em lugares onde não irão atrapalhar os movimentos de serviço e a resistência

da estrutura.

2.11.1 FUROS NAS LAJES ALVEOLARES

No caso da laje alveolar, ela permite furos com diâmetros máx. de 150 mm sendo a

posição ideal na região do central do alvéolo, podendo ser executados no máximo

dois furos por laje. Abaixo figura 32 furos na laje alveolar.

Page 41: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

40

Figura 32: Furos laje alveolar.

Fonte: Manual Munte (2007).

Quando somente a furação da laje alveolar não é suficiente pode se optar pela

utilização de shafts. Esses shafts tem abertura na largura de uma laje alveolar, cerca

de 120 cm.

2.11.2 PILARES COM SISTEMA PARA ÁGUA PLUVIAL

Os pilares podem facilitar no escoamento das águas pluviais, os diâmetros mais

usuais de se encontrar são de 100, 150, 200, e 300 mm, o mais utilizado é o de 150

mm. O raio de giração para saída da água tem que ser no mínimo 5 cm da face

superior do bloco. Por terem sua seção reduzida na saída da tubulação, os pilares

devem ser verificados no projeto. Abaixo figura 33 pilar com sistema de água pluvial.

Page 42: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

41

Figura 33: Pilar com sistema para água pluvial.

Fonte: Manual Munte (2007).

2.11.3 FURAÇÃO NAS VIGAS

É permitido que se faça furações nas vigas armadas desde que se conheça, antes

da confecção da peça, onde será feito a furo, para que possa ser feito um reforço da

armadura no local onde haverá a furação conforme os critérios da norma NBR 6118.

Já as vigas protendidas só permitem furos na alma e estes não devem invadir a

região inclinada da peça, por causar dificuldade na execução. Também deverá ser

feito um reforço na armação onde será o furo. Abaixo figura 34 furos na viga.

Page 43: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

42

. Figura 34: Furos na alma da viga, a fim de facilitar passagem elétrica e hidráulica.

Fonte: Autor.

2.12 MONTAGENS DA ESTRUTURA PRÉ-MOLDADA

2.12.1 CHEGADA DAS PEÇAS PRÉ-MOLDADAS NA OBRA

Por ser estruturas de grandes dimensões as peças são transportadas por carretas e

caminhões. É interessante que a obra tenha um espaço bom para facilitar a

descarga dos materiais, que será feito com um caminhão muck ou guindaste. Em

obras onde o transito possa atrapalhar a descarga, ou onde o espaço é pequeno a

entrega é feita em horários estratégicos, afim de não atrapalhar o fluxo. Abaixo figura

35 descarga das peças.

Page 44: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

43

Figura 35: Descarga das peças.

Fonte: Autor

2.12.2 MONTAGEM DAS PEÇAS

Para montagem das peças é necessário equipamentos auxiliares, exceto no caso

quando se tratar de peças de pequenas dimensões e pesos que podem ser

manobradas a mão. A necessidade desses equipamentos deve-se ao içamento das

peças. Abaixo figura 36 Içamento.

Figura 36: Içamento de um pilar feito por um guindaste.

Fonte: Autor.

A imagem acima mostra o içamento de um pilar feito por um guindaste, pode-se

observar que para facilitar o trabalho, o pilar já é confeccionado com um furo onde é

Page 45: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

44

transpassada uma barra de ferro para prender o cabo de aço para poder iça-lo.

Abaixo figura 37 alças de içamentos.

Figura 37: Alças de içamento nas vigas calhas.

Fonte: Autor.

Em outras peças mais leves como a viga calha, por exemplo, o içamento é feito

através de alças que serão cortadas posteriormente.

Page 46: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

45

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DO PRÉ-MOLDADO.

3.1 VANTAGENS DO PRÉ-MOLDADO.

Pode se considerar que o CPM agrega diversas vantagens para a obra, o que

agrega muito a construção civil que é conhecida como uma indústria atrasada, pelo

fato de ocorrer grandes desperdícios, prazo de obra muita das vezes atrasado.

Abaixo estão listadas algumas vantagens que se obtém com o uso do CPM.

- Na produção do CPM são realizados diversos controles de qualidade do material

utilizado, o que resulta numa estrutura mais resistente e com garantia de materiais

de procedência.

- Como a maioria das estruturas de CPM é produzida fora do seu local de uso, se

consegue obter uma maior precisão nas medidas e acabamento.

- As peças do CPM já vêm pronta para o uso na obra, isso gera rapidez na hora da

montagem.

- Como no canteiro é só realizada a montagem, se obtém uma maior organização no

local de trabalho, reduzindo desperdícios o que reduz também a produção de

entulhos.

- Grande durabilidade dos elementos e redução de custos com manutenção.

- Tem a capacidade de ser resistente ao fogo.

- Como não necessita de grande utilização de areia, pedra, brita e cimento, gera

redução de custos com estoque de materiais.

- Economia de mão de obra por necessitar de menos funcionários, como carpinteiro

armador etc.

- Possibilidade de grandes vãos e grandes cargas, por serem feitos em pista de

protensão, ele pode resistir a grandes cargas sem problemas.

Page 47: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

46

3.2 DESVANTAGENS DO CPM.

O uso do CPM também tem suas desvantagens e é o motivo de muitas vezes o

cliente optar por não utiliza-lo.

- Maior custo de obra, por necessitar de mão de obra especializada e em alguns

casos equipamentos pesados como guindaste e caminhão munck.

- Necessidade de um maior espaço no canteiro de obra, devido ao tamanho do

maquinário que é utilizado na execução.

- Limitação do tamanho na hora do transporte, por ter que respeitar o gabarito de

transporte.

- O que pode ser considerado uma desvantagem também é as ligações entre os

elementos, por que comumente as ligações mais simples acarretam estruturas com

esforços desfavoráveis, sendo que as ligações que fazem com que as estruturas

trabalhem formando um só bloco são mais trabalhosas e caras.

- Como podem ocorrer situações no transporte que podem danificar o material,

muitos elemento são superdimensionados a fim de evitar problemas futuros, e

resistir a cargas no transporte.

- O custo do transporte desses materiais é caro.

Page 48: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

47

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 ESTUDO DE CASO

A obra utilizada trata-se de uma obra situada em São José dos Campos para o

supermercado SEMAR, e possuí área construída de 9085 m². O responsável pelo

projeto e execução da obra foi a empresa Leonardi de Pré-moldados, situada em

Atibaia. A obra possui dois andares sendo o subsolo destinado a estacionamento e o

segundo pavimento destinado a lojas e depósito.

O tipo de estrutura utilizada para essa construção tem formato de esqueleto que tem

como elementos básicos os pilares, vigas e lajes alveolares. O tipo de concreto pré-

moldado se classifica como pré-moldado de fábrica no qual as peças são fabricadas

fora do seu local definitivo de uso, num local isolado onde passam por rigorosas

inspeções de qualidades.

Por se tratar de uma obra que no local é apenas montagem, é definido um plano

onde o inicio das obras se deu no canto inferior direito, sendo os dois pavimentos

finalizados, por ser de difícil acesso dos equipamentos se optassem em fazer um

pavimento por vez.

Na execução foram utilizados dois guindastes, enquanto um colocava os pilares, o

outro sucessivamente atrás realizava a implantação das lajes alveolares e as vigas

de cobertura.

4.2 ETAPAS REALIZADAS NA CONSTRUÇÃO.

4.2.1 CÁLICES

Primeiro foi realizada a parte de fundação com a confecção dos cálices onde

posteriormente será implantado o pilar, foram utilizados cálices com ranhuras que

possibilitam maior aderência entre pilar e fundação, o que também possibilita um

menor engaste do que se fosse utilizado fundação e pilares lisos.

Page 49: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

48

A imagem abaixo mostra com detalhes como que é a fundação antes de receber o

pilar, sendo demarcado em vermelho os pontos onde será o centro dos pilares para

facilitar o alinhamento dos mesmos. É também anotado no cálice à medida que o

pilar deve engastar em relação ao nível do piso. Abaixo figura 38 fundação utilizada.

Figura 38: Fundação tipo Cálice.

Fonte: Autor.

4.2.2 MONTAGEM DOS PILARES

Nos cálices, com a ajuda do guindaste, os funcionários deslocam os pilares até o

seu local de utilização já com o pilar posicionado no seu devido local. É realizada a

centralização do pilar, com o auxílio de cunhas para fazer o travamento onde

posteriormente é preenchido com graute. Abaixo figura 39 posicionamento do pilar, e

figura 40 ligação pilar fundação.

Page 50: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

49

Figura 39: Posicionamento do Pilar.

Fonte: Autor.

Figura 40: Ligação Pilar Fundação.

Fonte: Autor.

4.2.3 MONTAGEM DAS VIGAS E LAJES ALVEOLARES

Após a finalização da montagem dos pilares em um trecho, se inicia a montagem

das vigas e lajes alveolares. Essa montagem também é realizada com o guindaste, e

a montagem das vigas é realizada com a utilização do pino e do neoprene, para se

realizar o encaixe. Abaixo figura 41 viga antes de receber lajes, e figura 42

colocação das lajes alveolares.

Page 51: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

50

Figura 41: Viga posicionada antes de receber a laje alveolar.

Fonte: Autor.

Após o posicionamento das vigas é feito a implantação das lajes alveolares que são

posicionadas diretamente nas vigas

Figura 42: Colocação da laje alveolar.

Fonte: Autor.

Após a realização da colocação da laje alveolar é feito o seu correto posicionamento

à fim de deixar regularizado, também é utilizado torniquetes para conseguir o

nivelamento, isso se torna necessário pelo fato de a laje ser protendida e conter

pequenas arestas. Após isso pode-se tapar os vãos e realizar o capeamento para

iniciar o acabamento, esse posicionamento é feito manualmente com auxílio de uma

barra de ferro.

Page 52: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

51

Na cobertura foram utilizadas vigas de transição onde serão apoiadas as vigas de

cobertura e as terças. Essas vigas de transição tem uma maior altura devido ao fato

de elas receberem as cargas das vigas de cobertura. Abaixo figura 43 viga de

transição.

Figura 43: Viga de transição recebendo as vigas de cobertura.

Fonte: Autor.

As vigas de cobertura são aquelas que receberão as terças. Nas vigas de cobertura

acima de 20m o guindaste não pode solta-la enquanto não forem implantadas as

terças de cobertura para que não corra risco de tombamento.

Abaixo um exemplo de uma viga de cobertura de 24 m que só foi solta após

travamento das terças. Abaixo figura 44 viga de cobertura.

Figura 44: Viga de cobertura recebendo as terças.

Fonte: Autor.

Page 53: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

52

4.2.4 MURO DE ARRIMO

Como teve que fazer cortes para a realização de um estacionamento subterrâneo

tornou-se necessário também a confecção de um muro de arrimo. Para a construção

desse muro foi utilizado o painel alveolar como painel de fechamento projetado para

trabalhar como um muro de arrimo. Abaixo figura 45 muro de arrimo.

Figura 45: Painel alveolar como muro de arrimo.

Fonte: Autor.

4.2.5 CONSOLIDAÇÃO VIGA PILAR

As vigas que recebem os painéis alveolares em sua parte superior são compostas

por estribos que servem para receber a armação da armadura negativa para a

consolidação da viga pilar. Nos pilares de canto e extremidade essas armaduras são

rosqueadas, a fim de efetuar maior travamento. Essas barras que são rosqueadas

são conhecidas como barras Lentom. Já nos pilares de centro essas barras não são

rosqueadas, elas são apenas transpassadas. Abaixo figura 46 barras lentom, e

figura 47 pilar que recebe o tratvamento.

Page 54: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

53

Figura 46: Barras Lentom com rosca.

Fonte: Autor.

Figura 47: Pilar que recebe o travamento.

Fonte: Autor.

Page 55: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

54

5 CONCLUSÃO

Foram apresentados os sistemas construtivos mais utilizados no Brasil, mostrando

as peças de sua composição e sua montagem, salientando a qualidade de seu

acabamento, rapidez da obra, precisão nas medidas e organização de obra.

As etapas para a montagem da estrutura englobaram produção, transporte,

recebimento, execução e finalização, onde foi possível perceber como é eficaz para

a construção civil devido a rapidez que essas etapas são realizadas

Na prática da montagem da obra analisada os içamentos foram feitos com o auxilio

de caminhão guindaste, os encaixes dos pilares feitos com auxílio de cunhas, na

fundação tipo cálice com ranhuras, posteriormente as vigas foram encaixadas

diretamente nos consoles dos pilares com auxílio de pinos de centralização e

neoprene, e as lajes alveolares foram implantadas diretamente nos consoles das

vigas e sua regularização é feita manualmente com o uso de braços de alavanca.

Deve se esperar em um futuro próximo um avanço no sistema construtivo em pré-

moldados. Aguardando por novas tecnologias que possam facilitar o seu uso em

diferentes tipos de obras, também uma maior união para a compatibilização por

parte de engenheiros e arquitetos, podendo assim explorar mais as qualidades do

CPM.

Page 56: ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

55

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACKER, A. V. Manual de Sistemas Pré-fabricados de Concreto. Tradução: Marcelo

Ferreira, ABCIC, 2002

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 9062;

Projeto e Execução de Estruturas de Concreto Pré-moldado. Rio de Janeiro: ABNT,

2006

CARVALHO, Roberto Chust. Estruturas em concreto protendido. São Paulo: Editora

PINI, 2012.

EL DEBS, Mounir Khalil. Concreto pré-moldado: fundamentos e aplicações. Oficina

de Textos, 2017.

MUNTE Manual Munte De Projetos Em Pré- Fábricados De Concreto 2 Edição 2007

ROSENBLUM, Anna. Pontes em estruturas segmentadas pré-moldadas

protendidas: análise e contribuições ao gerenciamento do processo construtivo.

Dissertação (mestrado em estruturas) - Universidade do Estado do Rio de

Janeiro, Faculdade de Engenharia, Rio de Janeiro: 2009.

SALAS, S. J. Construção Industrializada: Pré-fabricação. Instituto de Pesquisas

Tecnológicas. São Paulo, 1988

VASCONCELOS, A. C. O Concreto no Brasil: Pré-fabricação, Monumentos,

Fundações. Volume III. Studio Nobel. São Paulo, 2002