ESTUDO COMPARATIVO DA PERFORMANCE COMPETITIVA DE GOLEIROS DE FUTEBOL DE CAMPO: Profissionale Sub-17

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ALEX LEAL OLIVEIRA ESTUDO COMPARATIVO DA PERFORMANCE COMPETITIVA DE GOLEIROS DE FUTEBOL DE CAMPO: Profissional e Sub-17 Porto Alegre 2007

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ALEX LEAL OLIVEIRA

ESTUDO COMP ARATIVO DA PERFORMANCE COMPETITIV A DE GOLEIROS DE FUTEBOL DE CAMPO: P ro f iss iona l e Sub -17

Porto Alegre 2007

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ALEX LEAL OLIVEIRA

ESTUDO COMPARATIVO DA PERFORMANCE COMPETITIVA DE GOLEIROS DE FUTEBOL DE CAMPO: Profissional e Sub-17

Monografia submetida ao curso de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul como requisito parcial para a obtenção do grau de licenciado em Educação Física. Orientador: Prof. Luis Fernando Moraes

Porto Alegre

2007

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TERMO DE APROVAÇÃO

ALEX LEAL OLIVEIRA

ESTUDO COMPARATIVO DA PERFORMANCE COMPETITIVA DE GOLEIROS DE

FUTEBOL DE CAMPO: Profissional e Sub-17

Monografia de conclusão aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de

licenciado em Educação Física no Curso de Educação Física da Universidade

Federal do Rio Grande do Sul pela banca examinadora:

Prof. Luis Fernando Moraes

Orientador da monografia – curso de Educação Física, UFRGS

Porto Alegre, 00 de Dezembro de 2007

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Dedico esta pesquisa, em especial, aos

meus pais, Ademar de Souza Oliveira e

Ceni Therezinha Leal Oliveira meus

primeiros professores da vida, e a minha

noiva, Luciane Greve pela luz que trouxe a

minha vida.

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Meus agradecimentos vão, ao meu professor e orientador

Luis Fernando Moraes, pelos grandes momentos de

conversas e reflexões sobre o futebol.

Ao amigo e goleiro Cristian pelos anos de convivência e

aprendizado mutuo que tivemos desde que iniciamos um

processo de treinamento.

Aos amigos João Batista Marques e Luis Antonio

Castagnaro grandes preparadores de goleiros cujo

exemplo pretendo seguir na minha carreira.

Em especial, ao amigo e colega de trabalho Jairo Swirsky

que desde o inicio desse processo de formação sempre

esteve ao meu lado dando apoio e incentivo.

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RESUMO

O p ropós i to des te es tudo é ve r i f i ca r , den t ro de uma

aná l ise quan t i t a t i va , a pe r fo rmance compet i t i va do go le i ro de

fu tebo l em s i tuação rea l de jogo , de te rm inado a t ravés do

mon i to ramento em campo po r aná l ise de p lan i lha de co le ta de

dados . Os dados fo ram co le tados em v in te pa r t idas de fu tebo l ,

sendo dez em jogos p ro f iss iona is e dez em jogos da ca tegor ia

sub -17 . O es tudo fo i d i v id ido em va r iáve is re lac ionadas com as

ações o fens ivas , va r iáve is re lac ionadas com as ações de fens ivas

(d i v id ido em de fesas de bo las no go l e i n te rvenções fo ra da

go le i ra ) , go ls so f r i dos e ações da equ ipe adve rsá r ia . Na ca tego r ia

p ro f i ss iona l f o i encon t rado um ma io r número de ações execu tadas

tan to o fens ivas quan to de fens ivas quando comparados com os

dados da ca tego r ia sub -17 , i sso se exp l ica pe lo f a to de que no

p ro f i ss iona l a equ ipe adversá r ia execu tou ma is f ina l i zações que

no sub -17 . O ges to técn ico ma is execu tado em bo las no go l f o i a

de fesa f i rme tan to nos jogos p ro f i ss iona is quan to nos sub -17 , uma

d i f e rença fo i encon t rada nas in te rvenções fo ra da go le i ra onde

que a sa ída de go l po r c ima fo i à ação ma is execu tada na

ca tego r ia p ro f iss iona l enquanto que a sa ída de go l com a mão fo i

a ma is execu tada na ca tego r ia sub -17 , nos jogos p ro f i ss iona is

f o ram execu tadas ma is ações com os pés que na ca tego r ia sub -17

tan to nas ações o fens ivas quan to de fens ivas .

Pa lavras -chaves : Go le i ro . Pe r fo rmance técn ica .

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LISTA DE ANEXO

Pág.

ANEXO A – P lan i lha de co le ta de dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .56

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LISTA DE GRÁFICOS

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GRÁFICO 1 - Va r iáve is re lac ionadas com ações de fens ivas . . . . . . . 38

GRÁFICO 2 - Ações do adve rsá r io . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .39

GRÁFICO 3 - De fesas de bo las chu tas ao go l . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .42

GRÁFICO 4 - In te rvenções fo ra do go l . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .44

GRÁFICO 5 - Ações o fens ivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45

GRÁFICO 6 - O r ien tação da f ina l i zação do a taque adve rsá r io . . . .47

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LISTA DE T ABELAS

Pág .

TABELA 1 - Resu l tados das va r iáve is re lac ionadas com ações

de fens ivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38

TABELA 2 - De fesas de bo las chu tas no go l . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .41

TABELA 3 - In te rvenções fo ra do go l (sa ídas de go l ) . . . . . . . . . . . . . . . . .43

TABELA 4 - Resu l tado das var iáve is re lac ionadas com ações

o fens ivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11

2 REVIS ÃO DE LITERATURA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14

2.1 Técn icas bás icas do go le i ro de fu tebo l . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14

2 .2 Ações f í s icas do go le i ro de fu tebo l duran te um jogo . . . . . . . . . . .18

2 .3 Carac te r ís t i cas soma to -moto ras do go le i ro de fu tebo l . . . . . . . . . .20

2 .4 Métodos para aná l i se da pe r fo rmance de jogadores de

fu tebo l . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27

3 METODOLOGIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .32

3.1 ca rac te r i zação da inves t igação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .32

3 .2 popu lação e amos t ra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .32

3 .3 ins t rumen tos e ma te r ia i s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33

3 .4 ope rac iona l i zação das va r iáve is . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33

3 .4 .1 va r iáve is re lac ionadas com as ações o fens ivas . . . . . . . . . . . . . . . .33

3 .4 .2 va r iáve is re lac ionadas com as ações de fens ivas . . . . . . . . . . . . . .34

3 .4 .2 .1 de fesas de bo las no go l . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34

3 .4 .2 .2 In te rvenções fo ra do go l . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34

3 .4 .2 .3 Go ls so f r idos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35

3 .4 .3 Ações da equ ipe adve rsár ia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35

3 .5 p lano de co le ta de dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36

3 .6 t ra tamen to es ta t ís t i co . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36

4 DISCUSS ÃO DOS RESULT ADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37

5 CONCLUS ÃO E RECOMENDAÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49

REFERÊNCI AS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .51

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1 INTRODUÇÃO

O fu tebo l é um espo r te no qua l a v i t ó r ia é o seu ob je t i vo ,

den t ro de uma pa r t ida , pa ra tan to , temos que nos assegu ra r de

que a percen tagem de acer tos se ja a ma io r poss íve l . O g rau de

hab i l idade técn ica , o a l to n íve l de ap t idão f ís ica e a apu rada

d isc ip l ina tá t ica que o fu tebo l a t ing iu ge ram a inda mu i ta

con t rovérs ia sobre os reque r imentos f i s io lóg icos e n íve is ó t imos

de t re inamen to , segundo TUMILTY (1993 ) as poss íve is razões

pa ra ta l inc luem desde ên fases em demas ia à hab i l idade técn ica

do fu tebo l is ta , neg l i gênc ia no desenvo lv imen to das qua l idades

f ís icas impo r tan tes pa ra o j ogado r , d i f i cu ldade de ace i t ação da

in t rodução de metodo log ias c ien t í f i cas e o conse rvado r ismo

exage rado de a lguns p reparado res f í s i cos e técn icos que t re inam

sem c r i té r io ou fundamentação c ien t í f i ca . BARBANTI (1988 ) d i z

que os me lho res en tend imentos das ex igênc ias f í s i cas , que

oco r rem du ran te o jogo , ce r tamen te do ta rão os t re inado res e

p repa rado res de uma v i são ma is rac iona l pa ra a o rgan ização dos

seus p lanos de t re inamento , de fo rma a to rná - lo ma is econôm ico ,

ma is e f icaz e menos sub je t i vo .

A espec i f i c idade da função de go le i ro se dá a par t i r da

p róp r ia le i do jogo que , em 1871 , c r iou es ta função , a quem e ra

dada à opo r tun idade de usa r as mãos pa ra pega r a bo la . O

t raba lho do go le i ro passou por duas fases , uma que cab ia aos

p repa rado res f ís icos ou aux i l ia res técn icos o t re inamento desse

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j ogado r . E ce rca de 30 anos a t rás passou a se r execu tado por

t re inado res espec ia l i zados em t re inamen to de go le i ros

p ropo rc ionando um grande desenvo lv imento do n íve l técn ico dos

nossos go le i ros (LEAL, 2000 ) .

Po is uma cond ição ind ispensáve l pa ra a fo rmação de

go le i ros de sucesso é que es tes p reencham a lguns p ré - requ is i tos

a n íve l f ís ico e técn ico . Cer tamente são possu ido res des tas

carac te r ís t i cas go le i ros bem suced idos nac iona l e

i n te rnac iona lmente , os qua is ob têm ou ob t i ve ram êx i t o em se rv i r

seus respec t i vos c lubes ou se leções . De aco rdo com FONSECA

(1998 ) , LOPES (1999 ) , CARLESSO (1981 ) , L INEKER (1994) e

DOMINGUES (1997 ) , des taca -se o bom pos ic ionamen to no go l , a

capac idade de execução dos d i ve rsos t i pos de pegada, a

hab i l idade de execução das d i f e ren tes quedas , boa repos ição de

bo la tan to com a mão quan to com os pés , des locamento e f icaz,

capac idade de sa i r do go l tan to pa ra segu ra r f i rme quan to para

soca r a bo la , den t re ou t ras qua l idades técn icas .

A ana l ise quan t i ta t i va do jogo é um processo fundamenta l

na exp l i cação dos fa to res que in f luem no êx i to espo r t i vo , sendo

esse , um método vá l ido , v iáve l e ob je t i vo , tan to do pon to de v i s ta

do jogador , como do pon to de v i s ta da equ ipe na ava l iação da

pe r fo rmance a t ravés dos ind icado res encon t rados no jogo

(SAMPAIO, 1998 ) . O con t ro le da a t i v idade compet i t i va é d i r i g ido à

descober ta dos lados fo r tes e f racos da p reparação do despo r t is ta

pa ra p romove r seu pos te r io r aper fe i çoamento (PLATONOV, 2002) .

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O p ropós i to des te es tudo é ve r i f i ca r , den t ro de uma

aná l ise quan t i t a t i va , a pe r fo rmance compet i t i va do go le i ro de

fu tebo l em s i tuação rea l de jogo , de te rm inado a t ravés do

mon i to ramento em campo po r aná l ise de p lan i lha de co le ta de

dados . E t raze r a t ravés dessa aná l ise , in fo rmações que possam

qua l i f i ca r me lhor as necess idades de t re inamento e o

ape r fe i çoamento do desempenho técn ico dos go le i ros de fu tebo l

de campo.

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2 REVIS ÃO DE LITERATURA

2.1 Técn icas bás icas do gole i ro de fu tebol

Para o adve rsár io , o go le i ro é a me ta de a taque ma is

impo r tan te , enquan to pa ra o p róp r io t ime mu i tas vezes o an jo

sa lvado r . Mu i tas vezes depende da sua ag i l idade , da sua

capac idade de reação e concen t ração , da qua l idade de suas

de fesas , que o adve rsá r io f aça ou não um go l . Po r i sso suas

capac idades nes ta á rea devem ser mu i to bem t re inado (MAIER,

1978 ) .

O go le i ro t a l vez tenha um dos papé is que ma is ex igem de

um jogado r de fu tebo l . A á rea de pêna l t i é de seu domín io e e le

tem que dec id i r como responder aos desa f ios . O go le i ro f az mu i to

ma is do que de te r os chu tes , e le é pa r te f undamenta l da equ ipe .

E le deve en tão , nos t re inamentos d iá r ios e ao longo do deco r re r

de sua a t i v idade desenvo lve r sua técn ica (L IN IKER, 1994 ) .

O go le i ro tem que es ta r bem pos ic ionado para que as

de fesas se jam fe i tas com o m ín imo de es fo rço (CARLESSO,

1981 ) . Sempre que o go le i ro t i ve r um pos ic ionamento co r re to

poss ib i l i ta a d im inu ição do ângu lo pa ra o chu te do a tacan te ao go l

(LOPES, 1999 ) .

Des locamentos ráp idos pa ra f ren te , pa ra t rás e

l a te ra lmente fac i l i tam a rea l i zação de uma poss íve l de fesa . O

des locamen to pa ra f ren te oco r re com a f ina l idade de an tec ipa r um

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l ançamento p ro fundo do adve rsá r io , d im inu i r o ângu lo de chu te do

a tacan te ou co r ta r um c ruzamento sob re sua á rea . No rma lmen te

quando o go le i ro es tá ad ian tado e le mov imenta -se pa ra t rás

ten tando ev i ta r que se ja encober to po r um chu te . O go le i ro

p rocura des loca r -se la te ra lmente a f im de buscar uma me lhor

co locação pa ra a de fesa e pa ra d im inu i r a d i s tânc ia que o sepa ra

da bo la , a f im que sua impu lsão poss ib i l i te a de fesa ou desv io

(CARLESSO, 1981 ) .

O go le i ro tem a van tagem de usa r as mãos, e deve usá - la

reservando os pés e o res to do corpo pa ra casos de emergênc ia .

Do mesmo modo que os jogado res das dema is pos ições ap rendem

a con t ro la r com os pés , o go le i ro t em de dominar a técn ica de

aga r ra r a bo la (DIET RICH, 1978 ) . O impo r tan te sempre é de fende r

a bo la com s imp l ic idade e segu rança . (FONSECA, 1998 ) .

Cons ide ra -se uma de fesa ras te i ra de f ren te , quando a

bo la é chu tada ren te ao so lo em d i reção ao go le i ro . Em bo las

ras te i ras a d i s tânc ia supe r io r ou igua l a um met ro , com re lação ao

corpo , denomina-se uma de fesa ras te i ra la te ra l , em que cons is te

num mergu lho la te ra l do co rpo em d i reção à bo la . A de fesa méd ia

de f ren te é uma de fesa em que a bo la vem da c in tu ra a té a a l tu ra

do pe i to , quando a bo la vem a essa a l tu ra , denom inamos essa

de fesa de enca ixa r a bo la , sendo que o mov imen to de

amor tec imento deve rá se r s inc ron izado en t re b raços e t ronco .

Uma de fesa em que a bo la vem na a l tu ra do t ronco na d i reção dos

can tos da meta denom ina -se de de fesa méd ia ou a l ta la te ra l ,

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quando necessá r io o sa l to ex ige e las t i c idade e impu lsão , u t i l i za -

se o desv io pa ra o l ado da go le i ra quando não fo r poss íve l pegar

a bo la f i rme . A de fesa a l ta é um t ipo de de fesa que deve se r

execu tado quando a bo la va i da l inha do pe i to pa ra c ima, também

nes te t ipo de bo la pode -se desv ia r po r c ima da go le i ra com a

pa lma das mãos ou a pon ta dos dedos . A de fesa com o pé oco r re

ge ra lmente em s i tuações em que o go le i ro es tá em desequ i l íb r io

ou em des locamento e o pouco tempo não pe rmi te a u t i l i zação das

mãos pa ra a técn ica de de fesa , es te t i po de de fesa oco r re também

em chu tes ras te i ros de cu r t í ss ima d is tânc ia e em bo las desv iadas

(MAIER, 1978 ; CARLESSO, 1981 ; L INIKER, 1994 ; DOMINGUES,

1997 ; FONSECA, 1998 ; ARAÚJO, 1999 ; LOPES, 1999 ;

BRUGGMANN, 1999 ; LEAL , 2000 ; ANTUNES, 2002 ) .

O go le i ro tem grande impo r tânc ia do pon to de v i s ta tá t i co ,

po r es ta r de f ren te pa ra o jogo possu i o p r i v i lég io de te r amp la

v i são da par t i da , sendo ass im, tem a incumbênc ia de comanda r

sua de fesa e se poss íve l à equ ipe toda pa ra i sso deve te r um

grande en t rosamen to com os co legas de equ ipe (LOPES, 1999 ;

LEAL, 2000 ; ANTUNES, 2002 ) .O go le i ro deve dom ina r to ta lmente

sua á rea de meta , sua p resença deve impo r respe i to e con f iança a

seus companhe i ros , e le deve es ta r em cond ições de de fender

todas as bo las que fo rem sob re a sua á rea , sob pena de f racasso

to ta l na sua função (CARLESSO, 1981 ) .

Os lançamentos do go le i ro devem se r uma in i c iação do

a taque . Ge ra lmente se tem ma is p rec isão com as mãos que com

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os pés . Deve busca r o d inamismo em todos os lançamentos e

p rocura r a r remessar a bo la em um companhe i ro , sendo que a bo la

chegue em d i reção dos membros in fe r io res de le , j á que se fo r

mu i to a l ta es ta rá p ropo rc ionando a d i spu ta de bo la com os

adve rsá r ios . Nas bo las pa radas se u t i l i za o pé , com a bo la nas

mãos du ran te o j ogo u t i l i za -se o vo le io ou sem ivo le io ou o

a r remesso com a mão (SANTOS, 1998 ) .

Em bo las c ruzadas deve se ganhar o máx imo de a l tu ra , o

go le i ro tem que faze r o sa l to depo is de uma co r r ida cur ta pa ra a

bo la . Tan to os b raços do go le i ro e os dedos são lançados para

c ima ten tando a l cança r a bo la , os o lhos devem es ta r f i xados ne la .

Rea lmente , f i xa r e mante r os o lhos na bo la ao longo da sucessão

comple ta é a chave a sucesso . Uma vez o go le i ro é comet ido ao

mov imento , e le não deve pe rm i t i r qua lque r desv io que possa

d is t ra i r as ações de o lha r e pegar (ou socar ) a bo la

(HARGREAVES, 1990 ) .

Numa abo rdagem espec í f i ca , a técn ica é a p r ime i ra e ma is

impo r tan te den t re todos os requ is i tos pa ra um bom go le i ro , os

fundamentos técn icos devem es ta r sempre p ron tos a se rem

ex ig idos em cond ições favoráve is (DOMINGUES, 1997 ) .

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2.2 Ações f ís icas do gole i ro de futebol durante um jogo

Quando fa lamos em quan t i f i ca r as ações f ís icas de um

go le i ro de fu tebo l é de te rm inan te conhece rmos a du ração de suas

a t i v idades , essas d i v id idas em fases a t i vas e pass ivas ( IGLESIAS,

1992 ) . Po r f ase a t i va en tendemos como sendo o pe r íodo em que a

ação oco r re em tempo rea l , tan to f ís ica quan to técn icas , e a f ase

pass iva é o momen to de pausa en t re as pa r t i c ipações a t i vas do

go le i ro , ou se ja , o momen to de descanso do jogador .

O go le i ro du ran te a pa r t ida rea l iza uma seqüênc ia de

a t i v idades d i s t r ibu ídas em in te rvenção – pausa – repouso –

in te rvenção , ind icando que o me tabo l ismo p redominan te em suas

a t i v idade se dá pe los p rocessos anae rób icos a lá t icos , e o

p rocesso ae rób ico a tua na função de res tabe lec imento ene rgé t ico

du ran te as pausas (SAINS & ORTEGA, 2002) .

Nas ações f ís icas podemos eng loba r os des locamen tos ,

sa l tos e quedas, sendo que as quedas têm um sa l to que p recede

sua ação , sendo essas ações f í s i ca que rea lmente o go le i ro u t i l i za

pa ra execu ta r as de fesas (LAGO y co ls , 1996 ; PAUL IS, 1997) . Nos

des locamen tos podemos d iv id i r em f ron ta l , la te ra l e de cos tas .

No es tudo de SAINS & ORTEGA (2002 ) ana l isando os

go le i ros que a tua ram na Eu ro 2000 ob teve como méd ia nos

des locamen tos po r pa r t ida um to ta l de 18 ,63 + 2 ,76 , sendo o

f ron ta l o ma is u t i l i zado (9 + 3 ,94) , segu ido pe lo la te ra l (8 + 2 ,90)

e em menos quan t idade o de cos tas (1 ,63 + 1 ,45 ) , em ou t ro

es tudo SAINS & SERRATO (2000 ) ana l isando a Copa do Mundo da

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1 9

França 1998 e le ob teve como méd ia to ta l de 30 des locamentos po r

pa r t ida , mas levando em con ta as ações de fens ivas e o fens ivas e

sua d i reção ( f ron ta l , la te ra l e de cos tas ) .

Com re lação aos sa l tos o t raba lho de SAINS & ORT EGA

(2002 ) encon t rou uma méd ia de 4 ,84 + 3 ,16 e a méd ia de quedas

po r par t ida fo i de 6 ,18 + 3 ,24 , l ige i ramente supe r io r à méd ia de

sa l tos que SAINS & SERRATO (2000 ) ob teve , e les ap resen tam

uma méd ia de 3 ,86 sa l tos e 3 ,62 quedas po r pa r t ida ana l isando a

Copa do Mundo 1998 , em ou t ro es tudo SAINS & FERRER (2000 )

encon t ra uma méd ia de 8 ,5 + 4 sa l tos po r pa r t ida no Campeonato

Espanho l de 1999 . As méd ias de sa l tos e quedas var iam bas tan te

de es tudo p ra es tudo dev ido ao fa to de que cada campeonato o

número de de fesas pode va r ia r , e também cada go le i ro tende a te r

ações d i f e ren tes en t re s i , podemos exempl i f i ca r no caso da Eu ro

2000 em que os go le i ros Rustu e V ic to r Ba ia f o ram os que ma is

rea l i za ram sa l tos du ran te o jogo (9 + 3 e 7 + 3 ,8 ) e no ou t ro

ex t remo os go le i ros Van de Sar e Cañ iza res como os que menos

sa l tos rea l i za ram (2 ,5 + 1 e 3 + 1 ,7 ) .

Fo i obse rvado nesses es tudos que mu i tas das de fesas

rea l i zadas pe los go le i ros são p reced idas de um des locamento , ao

qua l temos que cons ide ra r sua impo r tânc ia em todo o p rocesso de

t re inamen to , desde a c r iação dos exe rc íc ios e sua ava l iação

neu ro -moto ra . As ações de sa l to e de quedas são u t i l i zadas nas

de fesas de bo las a l tas , sendo uma técn ica de fundamenta l

impo r tânc ia pa ra o sucesso da de fesa . Podemos a inda a f i rmar que

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2 0

a po tênc ia anaerób ica a lá t ica é a qua l idade fundamenta l pa ra o

go le i ro du ran te as ações de máx ima in tens idade dec is i vas na

pa r t ida , po is essas ações em sua ma io r ia não passam de 10

segundos.

2.3 Carac te r ís t icas somato-motoras do gole i ro de fu tebo l

Dos es tudos fe i tos po r Godoy e Dua r te (1986 ) em

jogado res de fu tebo l p ro f i ss iona l , pode -se in fe r i r que a pos ição do

jogado r , sob re o campo de jogo mos t ra ce r tas ca rac te r ís t i cas :

a l tu ra ge ra lmente é ma io r nos go le i ros (COMAS e t a l , 1992) .No

fu tebo l a ma io r e f i c iênc ia dos go le i ros es tá nos a t le tas com a l tu ra

en t re 1 ,80m e 1 ,90m. O es tudo fe i to po r V icen te (2000 ) no C lub de

Fu tbo l Sa lamanca most ra que o go le i ro de fu tebo l , ao se r

comparado com os dema is jogado res , ap resen ta uma ma io r

es ta tu ra , na equ ipe p r inc ipa l (pa r t i c ipan te da 1º d i v isão do

Fu tebo l Espanho l ) ob tendo o va lo r méd io de 191 + 0 .7cm, e na

equ ipe amadora (pa r t i c ipan te da 3º d i v isão do Fu tebo l Espanho l )

de 188 + 0 .8cm. Fa to es te co r roborou com os es tudos de Ma l lén &

C lemente (1997 ) ao es tuda r 67 jogado res de fu tebo l pe r tencen tes

a qua t ro equ ipes espanho las d i f eren tes (Se leção Espanho la , 1 º

d i v i são , 2 º D iv isão e 2º D iv i são B ) e o de Snaz (1997 ) . Em

go le i ros ado lescen tes pe r tencen tes à Se leção Nac iona l da

Espanha sub -15 , também most ra es ta mesma tendênc ia , o va lo r

méd io fo i de 185 .3 + 4 .02cm, sendo s ign i f i ca t i vamente ma io r que

os jogado res de campo (ÁLVARES, 2000 ) . Porém, se o go le i ro

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2 1

est i ve r f o ra des tas med idas , mas t i ve r rend imen to igua l ou

supe r io r dos que se enquad ram nes te pe r f i l , t ambém te rá seu

luga r pa ra a pos ição (DOMINGUES, 1997 ) . Um jovem de ba ixa

es ta tu ra pode se to rnar um exce len te go le i ro se t raba lha r com

a f inco ou t ras va lênc ias f ís icas (ARAÚJO, 1999 ) . Mas em gera l , se

t ra tando de somato t ipo , os j ogado res de fu tebo l de a l to n íve l tem

a tendênc ia de te r um mesomor f ismo, sendo os segu in tes va lo res

pa ra os jogadores de campo : 2 .0 – 5 .3 – 2 .2 , pa ra todo o g rupo , e

os go le i ros 2 .1 – 5 .3 – 2 .1 (CÁMERA & GANINI , 2002) .

Em se t ra tando de jogado res de fu tebo l , S i l va & Romano

(1998 ) e Sanz (1997 ) co locam que na necess idade de t ranspo r ta r

seu peso , qua lque r ac résc imo de gordura d im inu i rá sua

capac idade de t raba lho , po is ex ig i rá ma io r consumo de ene rg ia e ,

p rovave lmente , f ad iga muscu la r p recoce . O go le i ro pa rece te r

ma is go rdu ra que os jogado res de campo, mos t rando um pe r f i l

an t ropomét r i co espec í f i co (SANZ, 1997 ) . O g rupo dos go le i ros

ap resen tou um pe rcen tua l de go rdu ra méd io de nove (9%) em um

es tudo fe i t o com fu tebo l i s tas p ro f i ss iona is da Espanha (MALLÉN &

CLEMENTE, 1997) , ou t ro es tudo ap resen ta o va lo r méd io de 7 .3%

na equ ipe p ro f iss iona l e 7 .3% na equ ipe amadora do CF

Sa lamanca (V ICENT E e t a l , 1999 ) . Em go le i ros ado lescen tes um

va lo r ma is a l to de 9 .4% na se leção espanho la sub -15 (RAMOS e t

a l , 1999 ) .

A po tênc ia ae rób ica é conhec ida como VO 2 m a x ou VO 2

p ico , tem s ido ace i ta como um dos parâme t ros f i s io lóg icos com os

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melho res ind icado res da capac idade pa ra o exe rc íc io de longa

du ração . En t re tan to , a lguns es tudos demonst ram que em

ind iv íduos saudáve is as d i f e renças gené t icas con t r i buem,

s ign i f i ca t i vamen te , pa ra sua var iab i l i dade . As van tagens de se te r

uma po tênc ia ae rób ia e levada é ap resen tada em vá r ios es tudos

(DONAVAN & BROOKS, 1983 ; MAC RAE & DENIS, 1992 ) , es tes

ve r i f i ca ram que n íve is e levados de ox igên io exe rcem impor tan te

pape l na recuperação ma is ráp ida da ene rg ia p roven ien te do

s i s tema fos fagên io (ATP-CP) , responsáve l po r f o rnec imento de

ene rg ia duran te pe r íodos de a l ta in tens idade .

K inde rmann /Schnabe l /Sch im i t (1981 ) (apud W e ineck ,

2000 ) most ram a lguns pa râmet ros f i s io lóg icos de te rm inan tes da

res i s tênc ia ae rób ica dos go le i ros pa r t i c ipan tes do Campeonato

Mund ia l de 1978 (n=4 ) , tendo um vo lume ca rd íaco de 961 .25 + 119

m l , um vo lume ca rd íaco re la t i vo de 12 .3 + 0 .97 e a capac idade

máx ima de cap tação de ox igên io o va lo r méd io de 56 .2

+1 .17ml . kg - 1 .m in - 1 . Quando comparados com jogado res de l inha ,

no es tudo pub l icado po r M ine , Lo tu fo , Ba r ros (1996 ) , os

resu l tados de VO 2 M a x ob t idos ind icam só have r d i f e rença

s ign i f i ca t i va en t re o g rupo de go le i ros (54 ,01 m l . kg - 1 .m in - 1 ) e o

g rupo de la te ra is (59 ,90 m l . kg - 1 .m in - 1 ) . Essa d i f e rença já e ra

espe rada pe los au to res , uma vez que os p r ime i ros du ran te uma

pa r t ida u t i l i zam quase que bas icamen te o metabo l ismo anae rób ico

a lá t ico como fon te de ene rg ia , enquan to que os ú l t imos dependem

mu i to do seu metabo l i smo ae rób ico , dev ido a cons tan te

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movimentação em campo . Fa to esse que co r robo rou com o es tudo

ap resen tado pe la Se leção Bras i l e i ra de Fu tebo l de 1970 (CHIROl

& PARREIRA, 1981 ) , que usando método ind i re to para

mensuração de VO 2 M a x ve r i f i cou-se como méd ia , pa ra os jogado res

de l inha , o va lo r de 56 ,38 m l . kg - 1 .m in - 1 e para os go le i ros o va lo r

méd io de 48 ,15 m l .kg - 1 .m in - 1 , e com o es tudo de Ba l ik ian e t a l

(2002 ) com jogado res da segunda d i v i são do Campeona to Pau l i s ta

com o va lo r méd io de 52 .68 m l . kg - 1 .m in - 1 s ign i f i ca t ivamente aba ixo

dos ou t ros jogado res (p<0 ,05 ) . Es ta tendênc ia t ambém se

ap resen ta em jogado res de fu tebo l de 12 anos , já que o g rupo de

go le i ros ob teve o va lo r méd io de 51 .4 m l . kg - 1 .m in - 1 aba ixo da

méd ia de todas as ou t ra pos ições no es tudo de Be l l (1988 ) (apud

W EINECK, 2000 ) .

Ou t ras d i f e renças são no tadas em re lação ao l im ia r

anae rób ico . O l im ia r anae rób io é uma zona metabó l ica a pa r t i r do

qua l oco r re o desequ i l íb r io en t re a p rodução e e l im inação do

ác ido lác t i co , Denada i (1995) e A lbuquerque (2000 ) most ram que

sua de te rm inação tem imp l icações d i re tas com a qua l idade de

t re inamen to . Em es tudo fe i t o para ana l isa r qua l f o i o impacto da

pos ição ado tada pe los jogado res em campo sob re o l im ia r

anae rób ico , cons ta tou que os la te ra is ou a las e os me io -camp is tas

ap resen ta ram va lo res seme lhan tes de l im ia r anae rób ico (15 ,9 e

15 ,0 km.h - 1 ) , po rém d i f e ren tes e s ign i f i ca t i vamente ma is e levados

em comparação com os go le i ros (13 ,8 km.h - 1 ) (Bangsbo , 1994 ) . No

es tudo de Ba l i k ian e t a l (2002 ) o va lo r méd io ap resen tado fo i de

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12 .6 km.m - 1 (+ 0 ,89 ) pa ra o g rupo dos go le i ros , s ign i f i ca t i vamente

meno r (p<0 ,05 ) que as ou t ras pos ições .

O t raba lho de ag i l idade pa ra o go le i ro es ta i n te i ramente

re lac ionado com o t raba lho f ís i co / técn ico rea l i zados quase que

d ia r iamente pe los a t le tas , po is os mov imentos de t roca e mudança

de d i reção são cons tan tes no seu t re inamento espec í f i co . No tes te

de ag i l idade de c inco (5 ) cones sem bo la , podemos no ta r que ao

longo do p rocesso de t re inamento temos uma me lho ra des ta

va lênc ia , sendo o resu l tado méd io pa ra go le i ros juven is de 10 .29s

p /d i re i ta e 12 .22s p /esque rda , jun io res 8 .99s e 9 .07s e em

p ro f i ss iona is de 8 .57s e 9 .01s . Os tes tes de ag i l i dade i rão

de te rm ina r também a capac idade de ve loc idade ac íc l i ca , sendo

execu tado em tes tes que oco r ram mudanças de d i reção , em

espaços pequenos e com cons tan tes ace le rações e

desace le rações (FRISSELL I & MANT OVANI , 1999 ) .

Pa ra o go le i ro de fu tebo l a ma is impo r tan te das

qua l idades pa rc ia is da ve loc idade é ve loc idade de reação

( resu l tan te da ve loc idade de an tec ipação , pe rcepção e de

dec isão ) onde que Joch & Hansbe rg (1990 ) , mos t ra que en t re

ve loc idade de reação e a per fo rmance de spr in t não ex is te

nenhuma co r re lação . Po r tan to , um jogado r ráp ido pode possu i r

reação len ta e um jogado r len to pode possu i r reação ráp ida .

Sendo impo r tan te sa l ien ta r que a pe rcepção óp t ica é de ma io r

impo r tânc ia pa ra o go le i ro , po is como most ra F re i t ag , S te inbach e

Tho l l (1969 ) , um jogador que reage ráp ido a s ina is acús t i cos pode

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reag i r p io r a es t ímu los óp t i cos , sendo o con t rá r io também

ve rdade i ro (apud W EINECK, 2000 ) . Tendo g rande impo r tânc ia

pa ra os go le i ros , j á que seu tempo de reação pode se r dec is i vo no

momento de rea l i za r de te rm inados t ipos de jogadas , podendo

tomar como exemp lo o de pa ra r a bo la em mov imento . O tempo de

reação ócu lo -manua l é meno r nos go le i ros quando comparado com

jogado res de l inha em d i f e ren tes ca tego r ias , de 9 a 11 anos a

méd ia dos go le i ros fo i de 0 .254 + / -0 .021s , de 12 a 14 anos 0 .218

+ / -0 .030s e de 15 a 20 anos 0 .177 + / -0 .047s . Mas em

con t rapa r t ida o tempo de reação ócu lo -bo la é ma io r do que nos

dema is jogadores . Es tas d i f e renças se devem ao fa to de que cada

um se exe rc i ta ma is em uma hab i l idade que na ou t ra (GIMENO e t

a l , 2000 ) .

Em um es tudo fe i to po r Ne te r , Te Poe l e S tandke (1987 )

mos t ra o s ign i f i cado da ve loc idade de an tec ipação pa ra a reação

do go le i ro na pena l idade máx ima . O go le i ro pa ra de fende r uma

cob rança bem fe i ta tem que necessa r iamente já te r dec id ido de

fo rma de te rm inada à ação a se r rea l i zada no momen to em que o

jogado r en t ra r em con ta to com a bo la . Po r me io de uma

obse rvação in tens iva do mov imento de chu te do cob rado r , pode

pe rcebe r a d i reção do chu te e an tec ipar -se com f reqüênc ia ma io r

do que ca rac te r iza r ia o acaso . Em ce rca de 77% dos casos o

go le i ro esco lhe o can to ce r to , e em jogado res ma is exper ien tes

essa quo ta é e 90%. A qua l idade das ações de de fesa do go le i ro

depende d i re tamen te da sua capac idade de obse rvação . Quando

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de te rm inados s ina is apa recem e o go le i ro pode co loca- los em

l i gação com o in tu i to de ação do cob rado r na pena l idade máx ima

e , ass im, encur ta r o comp l i cado e d ispend ioso p rocesso cogn i t i vo .

A capac idade e ve loc idade de pe rcepção e an tec ipação não são

t re inadas em sepa rados , mas de fo rma comp lexa (apud W EINECK,

2000 ) .

Tem s ido obse rvado que jogado res de fu tebo l , quando

comparados com ind iv íduos não a t le tas , ap resen tam ba ixos

índ ices de f lex ib i l i dade , com exceção do go le i ro . O va lo r méd io

encon t rado no g rupo de jogadores p ro f i ss iona is da Assoc iação

Po r tuguesa de Despo r tos fo i de 17 .5+/ -7 .2cm, no tes te de sen ta r e

a lcança r , os go le i ros fo ram quem ap resen ta ram os va lo res ma is

e levados (S ILVA, ROMANO, e t a l , 1998 ) . Fa to esse que co r robora

com o es tudo fe i to com jogadores da Se leção Jamaicana de

Fu tebo l em p repa ração pa ra a copa do mundo de 1998 (S ILVA,

ROXO e t a l , 1999) .

A re lação de fo rça pa ra ex tensores e f lexo res da

a r t i cu lação do joe lho em tes te de fo rça máx ima isoc iné t i ca (30º /s )

f o i de 271 pa ra os ex tensores e de 141 pa ra f lexo res (dados de

pe r fo rmance em Newtons po r met ro = Nm) ob tendo um índ ice

en t re os extensores / f lexo res (E /F ) de 1 ,92 mos t rando o

desequ i l íb r io muscu la r que a pos ição de go le i ro p rovoca (Eks t rand

e t a l , 1988 ) , como va lo r idea l se r ia vá l ido um índ ice en t re os

ex tenso res / f lexo res (E /F ) de 1 ,55 (Knebe r / Herbeck / Hamsen

1988 ) (apud W EINECK, 2000 ) .

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Os resu l t ados méd ios de fo rça ráp ida em go le i ros no tes te

de impu lsão ho r izon ta l f o ram de 2 ,62m na ca tego r ia Juven i l , de

2 ,43m no Jun io r e de 2 ,49m em jogado res p ro f i ss iona is . No tes te

de impu lsão ve r t i ca l os resu l tados méd ios fo ram de 55cm no

Juven i l , de 60cm no Jun io r e de 65 ,5cm em go le i ros p ro f iss iona is

(FRISSELL I & MANTOVANI , 1999) . Nes te t ipo de mensuração a

fo rça ráp ida é ava l iada ind i re tamente po r me io de suas d is tânc ias

e de suas a l t u ras ve r i f i cadas (W EINECK, 2000 ) . A fo rça ráp ida , ao

ser submet ida a um p rograma de t re inamen to ind iv idua l i zado de

aco rdo com a pos ição do jogado r den t ro da equ ipe , f o i somada um

s ign i f i ca t i vo inc remento (14%, p< 0 .01 ) obse rvado no coun te r

movement jump (CMJ) pe los go le i ros do g rupo expe r imenta l na

comparação com o g rupo con t ro le (D I SALVO & P IGOZZI , 1998) .

O go le i ro , em sua espec i f i c idade , é um a t le ta que não

cor re g randes d is tânc ias , pa r t i c ipam em méd ia de 20 jogadas

du ran te 90 m inu tos , pe rmanece pa rado du ran te aprox imadamen te

85% do tempo to ta l da pa r t ida (SALDANHA, 2002 ) .

2.4 Métodos para aná l ise da per formance de jogadores de

fu tebo l

Na h is tó r ia c ien t i f i ca e espo r t i va reg is t rou -se como

p r ime i ra ten ta t i va de ve r i f i ca r qua l à d i s tânc ia pe rcor r ida por

j ogado res de fu tebo l duran te uma par t i da fo i o es tudo fe i to po r

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W INTERBOTTON (1959 ) , ap resen tado por BANGSBO (1994 ) , cu jo

método não fo i c i tado ( in ANANIAS & KOKUBUN, 1998 ) .

KNOW LES & BROOKE (1974 ) , W INKLER (1985 ) e

EKBOLM (1986) ava l ia ram a d is tânc ia pe rcor r ida pe los jogado res

de fu tebo l a t ravés de ano tação manua l , u t i l i zando uma p ranche ta

com um campo de fu tebo l desenhado , e ass im desenhavam o

pe rcurso de co r r ida de um jogado r , sendo o campo t rocado a cada

c inco m inu tos . (ANANIAS & KOKUBUN, 1998 ; W EINECK, 2000) .

Conhec ido , também, como técn ica do “pape l e láp is ” (REEP y

BENJAMIN, 1968 ) . As va r iáve is ana l isadas e ram: o pe rcurso com

bo la , o pe rcu rso do passe , o pe rcu rso da condução com bo la , o

con ta to e a pe rda de bo la , a caminhada , o t ro ta r , a co r r ida ráp ida

e a co r r ida mu i to ráp ida . Também se usa a comb inação das

técn icas de reg is t ro manua l com o re la to o ra l em um gravado r

(REILLY & THOMAS, 1976 ) (apud ORTEGA, 1999 ) . Também ma is

ta rde a u t i l i zação do computado r após a obse rvação , para

reg is t ro , a rmazenamento e t ra tamento es ta t ís t i co dos dados (AL I ,

1988 ) .

O mé todo ma is u t i l i zado em pesqu isas é o da

v ideo f i lmagem das a t i v idades rea l i zadas duran te uma pa r t ida

(SALTIN, 1973 ; W HITEHEAD, 1975 ; REILLY & THOMAS, 1976 ;

W ITHERS e t a l , 1982 ; SMAROS, 1985 ; MAYHEN & W ENGER,

1985 ; VAN GOOL e t a l , 1988 ; YAMANAKA e t a l , 1988 ; BANGSBO,

1991 ) . Metodo log ia essa , também u t i l i zada com Fu tsa l (BELLO,

1998 ) e com Handebo l (GRECO e t a l , 1990 ) . Os es tudos fe i tos

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com fu tebo l se d i f e rem pe las var iáve is es tudadas , po is a lguns

es tudos se d i rec iona ram em descob r i r o tempo gas to , o número de

des locamen tos ou a pe rcen tagem desses mov imen tos em

cond ições de ba ixa e a l ta in tens idade .

W HITEHEAD (1975 ) rea l i zou um es tudo no fu tebo l i ng lês

onde ana l isou os mov imentos de do is zague i ros e do is j ogado res

de me io campo, po rém e le obse rvou o resu l tado em apenas 10

m inu tos de cada me io tempo, ex t rapo lando os resu l tados pa ra o

j ogo in te i ro , o que ce r tamente l im i ta os resu l tados ap resen tados

(BARBANTI , 1986) .

Em 1978 , THOMAS & REILLY cons t ru í ram uma aná l ise do

mov imento du ran te todo o jogo de fu tebo l . A técn ica perm i t iu

reg is t ra r a extensão e a in tens idade dos mov imentos de cada

jogado r . O es tudo de MAYHEN & W ENGER (1985 ) f o i rea l i zado

pa ra ca lcu la r o tempo gas to po r t rês jogadores canadenses nas

d i f e ren tes a t i v idades do jogo e u t i l i zando um p rograma espec ia l

de computado r . W ITHERS e t a l (1982 ) rea l i za ram um es tudo no

fu tebo l aus t ra l iano ana l isando os pad rões de mov imentos de 5

zague i ros , 5 beques cen t ra is , 5 jogado res de me io de campo e 5

a tacan tes du ran te toda a pa r t ida . (BARBANTI , 1986 ) . A técn ica

empregada po r W ITHERS (1982 ) f o i u t i l i zada em jogado res de

fu tsa l na co le ta de dados sob re as a t i v idades de cor r idas de

longas d i s tânc ias , des tacando a fon te energé t i ca ae rób ica

(BELLO, 1998 ) .

Page 30: ESTUDO COMPARATIVO DA PERFORMANCE COMPETITIVA DE GOLEIROS DE FUTEBOL DE CAMPO: Profissionale Sub-17

3 0

O es tudo fe i to po r ANANIAS & KOKUBUN e t a l (1998 )

u t i l i zou -se para a ob tenção dos resu l tados um p rograma de

computado r , e a pos ição do jogador f o i t rans fo rmada em

coo rdenadas car tes ianas e as d i s tânc ias fo ram ca lcu ladas a t ravés

do teo rema de P i tágoras . E assoc iado aos cá lcu los fo i u t i l i zado a

co le ta d i re ta de lac ta to pa ra ve r i f i ca r a so l i c i tação metabó l i ca .

SA INZ y ORTEGA (2002 ) u t i l i za ram a metodo log ia da

obse rvação pa ra quan t i f i ca r , de forma g loba l , os compor tamen tos

que oco r rem em s i tuações não p repa radas ( jogo) , u t i l i zando o

v ídeo para reg is t ra r as d i f e ren tes ações rea l i zadas pe los go le i ros .

Os es tudos ma is mode rnos es tão u t i l i zando p rogramas de

computado r , na ve r i f i cação das d is tânc ias pe rco r r idas , po is pa ra

es ta f ina l idade , o pe rcen tua l de e r ro é bem d im inu ído (FRISSELLI

& MANTOVANI , 1999 ) . O s is tema ma is evo lu ído que se conhece é

o AMISCO que permi te d ig i ta l i za r sem i -au tomat i camente as ações

rea l i zadas pe los jogado res e pe las equ ipes , segu indo o jogo em

tempo rea l e v i sua l i zando todo o te r reno de jogo . Com base na

u t i l i zação de 8 , 10 ou 12 câmeras f i xas é poss íve l mon i to ra r e

reg is t ra r toda a a t i v idade dos jogado res (GARGANTA, 2001 ) .

Um s is tema que vem sendo desenvo lv ido é o da

in t rodução de dados no computado r a t ravés do reconhec imento de

ca tego r ias ve icu ladas pe la voz (vo ice -ove r ) (TAYLOR & HUGHES,

1988 ) , e que , segundo HUGHES (1993 ) , no fu tu ro pode rá fac i l i t a r

a reco lha de dados , mesmo po r não espec ia l i s tas . U t i l i zando Cd -

Page 31: ESTUDO COMPARATIVO DA PERFORMANCE COMPETITIVA DE GOLEIROS DE FUTEBOL DE CAMPO: Profissionale Sub-17

3 1

rom, para aumenta r a capac idade de a rmazenamento dos dados , é

ou t ra das poss ib i l i dades a exp lo ra r (apud GARGANTA, 2001 ) .

Ou t ra d i f e rença sob re a metodo log ia é ana l i sa rmos o

desempenho dos jogado res de aco rdo com a pos ição (de fenso r ,

a tacan te , go le i ro , me io -campo) como mos t ra os es tudos fe i tos por

EKBLON (1986 ) em jogado res p ro f i ss iona is da Suéc ia , po r VAN

GOOL (1988 ) em un ivers i tá r ios da Bé lg ica , em jogado res

p ro f i ss iona is do B ras i l (ANANIAS & KOKUBUN, 1998) .

Encon t rando d i f e rença na va r iação de mov imentos e na d is tânc ia

pe rcor r ida no f ina l do jogo .

Em s ín tese , pode-se d i ze r que a ana l ise da pe r fo rmance

nos jogos despo r t i vo tem poss ib i l i tado desde a con f igu ração de

mode los de a t i v idades dos jogado res , p romove r o desenvo lv imen to

de métodos de t re ino ma is espec í f i cos , a té ind ica r tendênc ias

evo lu t i vas do despo r to .

Page 32: ESTUDO COMPARATIVO DA PERFORMANCE COMPETITIVA DE GOLEIROS DE FUTEBOL DE CAMPO: Profissionale Sub-17

3 2

3 METODOLOGIA

3.1 Carac te r ização da inves t igação

O p resen te es tudo ca rac te r i za -se como sendo do t i po

desc r i t i vo t endo po r f ina l i dade observa r , reg is t ra r e ana l isa r a

pe r fo rmance compe t i t i va do go le i ro de fu tebo l em s i tuação rea l de

jogo , sem man ipu lá - los , e v i sa descob r i r e obse rva r os fenômenos

p rocurando descrevê- los , c lass i f i cá - los e in te rp re tá - los com o

p ropós i to de conhece r a sua na tu reza . Ass im, segu indo essas

carac te r ís t i cas , p re tendeu -se com a p resen te inves t igação

comparar os resu l tados ob t idos en t re a ca tego r ia p ro f i ss iona l e

sub -17 .

3.2 População e amostra

A amost ra des te es tudo é composta por v in te (20 ) j ogos

de fu tebo l onde fo ram ana l i sados dez (10 ) jogos do Campeonato

Cata r inense sé r ie A2 da ca tego r ia p ro f i ss iona l no ano de 2004 e

dez (10 ) jogos do Campeona to Gaúcho da ca tegor ia sub -17 no ano

de 2007 , ana l i sando a pe r fo rmance compet i t i va dos ind iv íduos do

sexo mascu l ino que a tua ram na pos ição de go le i ro nos respec t i vos

jogos de fu tebo l . Ind iv íduos es tes que p ra t icam suas a t i v idades de

go le i ros de fu tebo l nos c lubes SDR Un ião (p ro f i ss iona l ) e EC

Tamoio (sub -17 ) . A se leção da amos t ra ca rac te r i za -se como sendo

não -p robab i l í s t i ca i n tenc iona l . Os c r i té r ios pa ra se lec iona r os

ind iv íduos fo ram: per tencerem às equ ipes ; es ta rem no g rupo de

Page 33: ESTUDO COMPARATIVO DA PERFORMANCE COMPETITIVA DE GOLEIROS DE FUTEBOL DE CAMPO: Profissionale Sub-17

3 3

at le tas que pa r t i c ipem do jogo ; e a tuem na pos ição de go le i ros de

fu tebo l .

A popu lação do p resen te es tudo ca rac te r i zou -se po r

qua t ro go le i ros da ca tego r ia sub -17 , com méd ia de idade de 15 ,7

anos (+ 0 ,5 ) do EC Tamo io e um go le i ro da ca tego r ia p ro f iss iona l ,

com idade de 23 anos do SDR Un ião .

3.3 Ins trumentos e mater ia is

Os go le i ros se rão obse rvados por me io de p lan i lha de

ano tações (ANEXO A) du ran te sua a tuação na pa r t ida . A p lan i lha

será pad ron izada de mane i ra que pe rmi ta iden t i f i ca r f ac i lmen te as

ações rea l i zadas pe lo go le i ro e as dema is ações obse rvadas .

3 .4 Operac ional ização das var iáve is

As va r iáve is a se rem con t ro ladas nes te es tudo serão

d i v id idas em ações o fens ivas e de fens ivas execu tados pe lo

go le i ro du ran te uma pa r t ida de fu tebo l , d i v idas em:

3.4 .1 Var iáve is re lac ionadas com as ações o fens ivas

a ) Repos ição com a mão : quando o go le i ro em posse

da bo la co loca em jogo a t ravés de um passe fe i t o

com uma ou ambas as mãos .

b ) Repos ição com o pé : quando o go le i ro em posse da

bo la co loca em jogo a t ravés de um passe fe i to com o

pé .

Page 34: ESTUDO COMPARATIVO DA PERFORMANCE COMPETITIVA DE GOLEIROS DE FUTEBOL DE CAMPO: Profissionale Sub-17

3 4

c ) Repos ição em vo le io com o pé : quando o go le i ro em

posse da bo la co loca em jogo a t ravés de um passe

fe i t o com o pé , mas a bo la sa indo de suas mãos.

3.4 .2 Var iáve is re lac ionadas com as ações de fensivas

3 .4 .2 .1 De fesas de bolas no gol

Quando o adve rsá r io f ina l i za sua ação o fens iva na go le i ra .

Essa ação se rá d iv id ida em:

a ) F i rme: de fesa fe i ta sem so l ta r a bo la .

b ) Rebat ida : de fesa fe i t a em do is tempos, ou se ja , so l ta a

bo la e depo is pega novamen te .

c ) Espa lmada pa ra escan te io : de fesa fe i t a espa lmando a

bo la em d i reção a l inha de fundo .

d ) Espa lmada pa ra o l ado : de fesa fe i ta espa lmando a bo la

na d i reção la te ra l em re lação à pos ição da go le i ra .

e ) Espa lmada para f ren te : de fesa fe i ta espa lmando a bo la

na d i reção f ron ta l em re lação à pos ição da go le i ra .

f ) Com os pés : de fesa fe i ta com um ou ambos os pés .

3.4 .2 .2 In tervenções fora do gol

Quando o adve rsá r io f ina l i za sua ação o fens iva na á rea

de pêna l t i f o ra da go le i ra . Essa ação também pode se r chamada

de Sa ída de go l sendo d i v id ida em:

a ) Sa ída de go l com os pés : quando o go le i ro de fende a

bo la com o pé sem que es ta tenha s ido f ina l i za na

Page 35: ESTUDO COMPARATIVO DA PERFORMANCE COMPETITIVA DE GOLEIROS DE FUTEBOL DE CAMPO: Profissionale Sub-17

3 5

d i reção da go le i ra e s im um passe ou lançamento de

um adve rsár io a ou t ro .

b ) Sa ída de go l com as mãos: quando o go le i ro de fende

a bo la sem que es ta tenha s ido f i na l i za na d i reção

da go le i ra e s im um passe de um adve rsá r io a ou t ro .

c ) Sa ída de go l com as mãos pe lo a l to : quando o

go le i ro pega a bo la sem que es ta tenha s ido

f ina l i zada na d i reção da go le i ra e s im um passe a l to

f e i t o po r um adversá r io a ou t ro .

3.4 .2 .3 Gols sof r idos

Quando o go le i ro não de fende a bo la f ina l i zada ao go l e o

adve rsá r io o marca .

3.4 .3 Ações da equ ipe adversár ia

Ações que a equ ipe adversá r ia execu ta ram para as

in te rvenções do go le i ro du ran te a pa r t ida .

a ) Ação da equ ipe adve rsá r ia : se rá d i v id ido em

f ina l i zações em d i reção ao go l , e passes longos para

um companhe i ro den t ro da á rea do go le i ro que

também é chamado de c ruzamento .

b ) Loca l do campo de onde se e fe tuou o a taque : se rá

d i v id ido o campo em qua t ro se to res , d i re i ta ,

esque rda e cen t ro em re lação à pos ição da go le i ra e

den t ro da á rea de me ta .

Page 36: ESTUDO COMPARATIVO DA PERFORMANCE COMPETITIVA DE GOLEIROS DE FUTEBOL DE CAMPO: Profissionale Sub-17

3 6

3.5 P lano de cole ta de dados

Fo ram fe i tos con ta tos com os responsáve is pe las

equ ipes ana l isadas pa ra se ve r i f i ca r a poss ib i l i dade de ana l i sa r os

jogos de suas equ ipes a tuando nos seus respec t i vos

campeonatos .Os p roced imentos da co le ta de dados fo ram

o rgan izados da segu in te mane i ra :

a ) an tes de ana l isa r cada jogo os su je i t os f o i f e i to um

levan tamento de dados com o ob je t i vo de ob te r a idade dos

ind iv íduos pa ra ca rac te r i zação da popu lação .

b ) a ap l i cação da ana l i se fo i f e i ta no loca l dos jogos e

po r um ún ico ava l i ado r em todos os jogos ana l isados .

c ) após a co le ta de dados , f o i rea l i zada a ana l ise

es ta t ís t i ca de méd ia e desv io pad rão .

3.6 Tra tamento es ta t ís t ico

Os dados fo ram p rocessados e submet idos à aná l ise

u t i l i zando-se a es ta t ís t i ca usua l de méd ia e de desv io padrão ,

pa ra i sso u t i l i zou-se do p rograma de compu tado r Mic roso f t Exce l

2002 fo r W indows ve rsão 7 .0 .

Page 37: ESTUDO COMPARATIVO DA PERFORMANCE COMPETITIVA DE GOLEIROS DE FUTEBOL DE CAMPO: Profissionale Sub-17

3 7

4 DISCUSS ÃO DOS RESULT ADOS

Os dados ob t idos nes te es tudo fo ram co le tados a t ravés de

p lan i lha de ano tação no d ia e loca l das par t i das obse rvadas ,

nes ta p lan i lha cons tam às ações técn icas ana l isadas e também as

ações o fens ivas da equ ipe adve rsár ia . Os jogos p ro f i ss iona is

acon tece ram du ran te a temporada de 2004 , no Campeonato

Cata r inense sér ie A2 o rgan izado pe la Fede ração Cata r inense de

Fu tebo l (FCF) , en t re os meses de ma io a té ju lho , e somente um

go le i ro pa r t i c ipou das dez pa r t idas obse rvadas . Os jogos sub -17

acon tece ram duran te a temporada do ano de 2007 , no

Campeona to Gaúcho sub -17 o rgan izado pe la Federação Gaúcha

de Fu tebo l (FGF) , en t re os meses de ma io a té se tembro , e qua t ro

go le i ros pa r t i c ipa ram das dez pa r t idas obse rvadas .

Os t ra tamen tos es ta t ís t i cos aos qua is os dados fo ram

submet idos fo ram os cá lcu los usua is de méd ia e de desv io padrão ,

e apresen tados em fo rma de tabe las e g rá f i cos .

Na Tabe la 1 se rão ap resen tados os resu l tados das

va r iáve is re lac ionadas com ações de fens ivas do go le i ro , i s to é , as

de fesas de bo las chu tadas no go l , as in te rvenções fo ra do go l e

os go ls so f r idos , para os d i f e ren tes g rupos es tudados. Com o

p ropós i to de pode r i lus t ra r os va lo res encon t rados se p rocedeu a

sua rep resen tação g rá f i ca nos Grá f i cos 1 .

Page 38: ESTUDO COMPARATIVO DA PERFORMANCE COMPETITIVA DE GOLEIROS DE FUTEBOL DE CAMPO: Profissionale Sub-17

3 8

Tabela 1

Resultados das variáveis relacionadas com ações defensivas

Total Defesas de

Bolas no Gol

Intervenções

Fora do Gol

Gols Sofridos

Profissional 17,0

+3,37

6,8

+2,78

10,2

+1,62

1,1

+0,88

Sub-17 11,6

+4,06

3,6

+1,90

8,0

+2,58

1,9

+1,91

Os resultados representam a média e o desvio padrão

17,0

6,8

10,2

1,1

11,6

3,6

8,0

1,9

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

18,0

Total Defesas de Bolas no Gol Intervenções Fora do Gol Gols contra

PROFISSIONAL 2004 JUVENIL 2007

GRÁFICO 1 : va r iáve is re lac ionadas com ações de fens ivas

Page 39: ESTUDO COMPARATIVO DA PERFORMANCE COMPETITIVA DE GOLEIROS DE FUTEBOL DE CAMPO: Profissionale Sub-17

3 9

Após ap resen ta r as ações de fens ivas do go le i ro se rá

mos t rada as ações execu tadas pe las equ ipes adve rsá r ias no

Grá f i co 2 , onde pode remos ve r i f i ca r a quan t idade de ações

execu tadas pe lo adve rsá r io .

14,0

12,6

9,1

2,9

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

Chutes no Gol Cruzamentos

PROFISSIONAL 2004 JUVENIL 2007

GRÁFICO 2 : Ações do adve rsár io

No Grá f ico 1 e na Tabe la 1 podemos ana l isa r e compara r

os resu l tados ob t idos na ca tego r ia p ro f iss iona l e sub -17 du ran te

os jogos ana l isados com re lação as de fesas den t ro e f o ra do go l .

O número de de fesas execu tadas em bo las chu tadas ao go l nos

jogos p ro f iss iona is f o i de 6 ,8 de fesas (+2 ,78) e no sub -17 fo i de

3 ,6 de fesas (+1 ,90 ) , o número de in te rvenções fo ra do go l f o i de

10 ,2 (+1 ,62 ) de ações nos p ro f iss iona is e de 8 ,0 (+2 ,58) de ações

no sub -17 .

Page 40: ESTUDO COMPARATIVO DA PERFORMANCE COMPETITIVA DE GOLEIROS DE FUTEBOL DE CAMPO: Profissionale Sub-17

4 0

Podemos obse rvar que o to ta l de in te rvenções de fens ivas

execu tadas pe lo p ro f i ss iona l f o i ma io r que no sub -17 , o

p ro f i ss iona l execu tou 17 ,0 (+3 ,37 ) de fesas e o sub -17 execu tou

11 ,6 (+4 ,06) , mas quando comparado com ou t ros es tudos

execu tou menos in te rvenções , po is na Eurocopa de 2000 (SAIZ Y

ORTEGA, 2002 ) os go le i ros execu ta ram em méd ia 28 ,31 (+ 6 ,20 )

ações de fens ivas . O número de in te rvenções execu tadas pe lo

p ro f i ss iona l também fo i ma io r em re lação a de fesas execu tadas

den t ro do go l quan to nas in te rvenções fo ra da go le i ra .

A d i f e rença no número de ações execu tadas pe los

go le i ros quando comparados pode mu i to bem se r exp l i cado na

aná l ise do Grá f i co 2 , que most ra as méd ias de f ina l i zações dos

adve rsá r ios e as méd ias de passes em d i reção da á rea

execu tadas du ran te as par t i das , po is como comenta Sa iz e Or tega

(2002 ) g rande pa r te das ações de fens ivas de um go le i ro são

subo rd inadas ao a taque da equ ipe con t rá r ia sendo ass im

in te ressan te ana l i sa r esse a taque como comp lemento de sua

ação . Pe rcebemos que no jogo p ro f i ss iona l o adversá r io execu ta

ma is ações de f ina l i zação e de c ruzamen tos pa ra á rea .

Encon t ramos uma méd ia to ta l de 14 ,0 (+4 ,62 ) de chu tes no go l

execu tados pe lo adve rsá r io enquanto que no sub -17 ap resen ta

uma méd ia in fe r io r no va lo r de 9 ,1 (+3 ,70 ) chu tes . Em re lação aos

passes do adve rsár io no p ro f i ss iona l encon t ramos a méd ia to ta l

de 12 ,6 (+6 ,19 ) c ruzamentos pa ra á rea , bem ac ima dos 2 ,9

(+1 ,91 ) c ruzamentos execu tados no sub -17 .

Page 41: ESTUDO COMPARATIVO DA PERFORMANCE COMPETITIVA DE GOLEIROS DE FUTEBOL DE CAMPO: Profissionale Sub-17

4 1

Na Tabe la 1 e Grá f i co 2 , a lém do numero de in te rvenções

execu tadas pe los go le i ros , t ambém apa rece o número de go ls

so f r i dos pe los do is g rupos , o p ro f iss iona l so f reu menos go ls

quando comparado com o sub -17 , e les so f rem uma méd ia de 1 ,1

(+0 ,88 ) go ls po r pa r t ida enquanto que o sub -17 uma méd ia de 1 ,9

(+1 ,91 ) go ls po r pa r t ida .

Tabela 2

Resultados das variáveis relacionadas com ações defensivas

Defesas de bolas chutas no gol

firme Rebatida esp/esc esp/lad esp/fnt c/pés

Profiss. 3,4

+1,71

0,2

+0,42

1,4

+1,51

1,0

+1,05

0,4

+0,52

0,4

+0,52

Sub-17 1,5

+0,85

0,5

+0,71

0,6

+0,84

0,3

+0,48

0,5

+0,71

0,2

+0,42

Os resultados representam a média e o desvio padrão

Page 42: ESTUDO COMPARATIVO DA PERFORMANCE COMPETITIVA DE GOLEIROS DE FUTEBOL DE CAMPO: Profissionale Sub-17

4 2

3,4

0,2

1,4

1,0

0,4 0,4

1,5

0,50,6

0,3

0,5

0,2

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

Firme Rebatida Esp p/Escanteio Esp p/Lado Esp p/Frente Com os pés

PROFISSIONAL 2004 JUVENIL 2007

GRÁFICO 3 - De fesas de bo las chu tas ao go l

Na Tabe la 2 e no Grá f i co 3 podemos v isua l i za r de fo rma

ma is de ta lhadas as de fesas de bo las chu tadas no go l , vemos que

as de fesas f i rmes rep resen ta ram 3 ,4 (+1 ,71 ) de fesas execu tadas

nos jogos p ro f i ss iona is e 1 ,5 (+0 ,85 ) nos jogos sub-17 . As de fesas

reba t idas encon t radas fo ram 0 ,2 (+0 ,42 ) no p ro f i ss iona l e 0 ,5

(+0 ,71 ) no sub-17 , e as de fesas espa lmadas , que fo ram

subd iv id idas con fo rme a d i reção da bo la após a de fesa , ob temos

os resu l tados de 1 ,4 (+1 ,51 ) das bo las espa lmadas pa ra escan te io

no p ro f iss iona l e 0 ,6 (+0 ,84) no sub -17 , pa ra o l ado fo i de 1 ,0

(+1 ,05 ) no p ro f i ss iona l e 0 ,3 (+0 ,48) no sub-17 e 0 ,4 (+0 ,52 ) pa ra

f ren te no p ro f i ss iona l e 0 ,5 (+0 ,71) no sub -17 . E as de fesas com

os pés fo ram de 0 ,4 (+0 ,52 ) no p ro f i ss iona l e de 0 ,2 (+0 ,42 ) no

sub -17 .

Page 43: ESTUDO COMPARATIVO DA PERFORMANCE COMPETITIVA DE GOLEIROS DE FUTEBOL DE CAMPO: Profissionale Sub-17

4 3

Percebesse que apesa r de o sub -17 execu ta r menos

ações de fens ivas , essas de fesas seguem a mesma tendênc ia que

o p ro f i ss iona l , onde o ges to ma is u t i l i zado nos do is g rupos fo i à

de fesa f i rme , co r robo rando com a aná l ise da Eurocopa 2000 (SAIZ

Y ORTEGA, 2002) , onde fo ram execu tadas 16 ,33 (+ 5 ,54) de fesas

desse t ipo , o segundo ges to ma is execu tado nos do is g rupos é a

espa lmada, ( somando os t rês t ipos : escan te io , f ren te e lado) ,

d i f e ren te do es tudo an te r io r que o segundo t ipo de ges to ma is

execu tado fo i à de fesa com os pés , sendo execu tado 6 ,61 (+3 ,76)

vezes e a de fesa espa lmada fo i a te rce i ra ma is execu tada com

uma méd ia de 4 ,28 (+1 ,48 ) ações po r pa r t ida .

Tabela 3

Resultados das variáveis relacionadas com ações defensivas

Intervenções fora do gol (saídas de gol)

Pés

certo

Pés

errado

Mão

certo

Mão

Errado

Mão p/cima

certo

Mão p/cima

errado

Profiss. 1,5

+1,35

0,2

+0,42

3,9

+2,15

Ñh 4,5

+2,07

0,5

+0,71

Sub-17 0,8

+0,79

Ñh 4,6

+0,84

0,3

+0,48

2,0

+1,76

0,3

+0,48

Os resultados representam a média e o desvio padrão

Page 44: ESTUDO COMPARATIVO DA PERFORMANCE COMPETITIVA DE GOLEIROS DE FUTEBOL DE CAMPO: Profissionale Sub-17

4 4

1,5

0,2

3,9

0,0

4,5

0,5

0,8

0

4,6

0,3

2

0,3

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

Pés certo Pés errado Mão certo Mão errado Mão p/cima certo Mão p/cima errado

PROFISSIONAL 2004 JUVENIL 2007

GRÁFICO 4 - In te rvenções fo ra do go l

O Grá f i co 4 e a Tabe la 3 represen tam os dados de

va r iáve is re lac ionadas com ações de fens ivas de in te rvenções fo ra

do go l (sa ída de go l ) . Foram execu tadas 1 ,5 (+1 ,35 ) sa ídas de

go ls com pés ce r tos nos jogos p ro f iss iona is e 0 ,2 (+0 ,42) e r rados ,

e nos jogos sub-17 fo ram 0 ,8 (+0 ,79) ce r tas e não houveram

sa ídas de go l e r radas com os pés . As sa ídas de go l com a mão no

p ro f i ss iona l f o ram uma méd ia de 3 ,9 (+2 ,15 ) ce r tas e não houve

e r ros , e no sub -17 fo ram 4 ,6 (+0 ,84 ) sa ídas com as mãos ce r tas e

de 0 ,3 (+0 ,48 ) e r radas . Nos p ro f iss iona is f o ram execu tadas 4 ,5

(2 ,07 ) sa ídas de go l por c ima cer tas e 0 ,5 (0 ,71 ) e r rada , já no

sub -17 fo ram 2 ,0 (+1 ,76 ) ce r tas e 0 ,3 (+0 ,48 ) e r rada . Quando

comparamos o p ro f iss iona l com o sub -17 , pe rcebemos que as

sa ídas de go l com a mão po r c ima são as ma is execu tadas no

p ro f i ss iona l , enquan to que a sa ída de go l com a mão é ma is

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4 5

execu tada no sub -17 . As sa ídas de go l com os pés apesa r de

oco r re rem em menores quan t idades nos mos t ram que esse é um

fundamento ma is execu tado pe lo go le i ro p ro f iss iona l .

2,2

0,0

11,9

1,1

5,6

0,7

2,6

0,1

4,7

1,2

3,3

0,7

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

Lanç c/mão certo Lanç c/mão errado Lanç c/pés certo Lanç c/pés errado Voleio certo Voleio errado

PROFISSIONAL 2004 JUVENIL 2007

GRÁFICO 5 - Ações o fens ivas

Tabela 4

Resultado das variáveis relacionadas com ações ofensivas.

Mão

Certo

Mão

Errado

Pés

certo

Pés

Errado

Voleio

certo

Voleio

errado

Profiss. 2,2

+1,62

Ñh 11,9

+5,26

1,1

+1,10

5,6

+2,32

0,7

+0,95

Sub-17 2,6

+1,58

0,1

+3,27

4,7

+3,27

1,2

+1,14

3,3

+1,89

0,7

+0,82

Os resultados representam a média e o desvio padrão

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4 6

As ações técn icas o fens ivas , Tabe la 4 e Grá f ico 5 ,

rep resen tam a par t i c ipação do go le i ro no in i c io de um novo a taque

de sua p róp r ia equ ipe , sendo essa ações em fo rma de bo la

pa rada , após uma de fesa execu tada , ou a inda depo is de recebe r

um passe de um companhe i ro de sua equ ipe , d i v id idas em ações

com as mãos, com os pés e repos ição com vo le io . Nos jogos

p ro f i ss iona is f o ram execu tadas uma méd ia de 2 ,2 (+1 ,62)

repos ições com as mãos cer tas e não houveram repos ições

e r radas , no sub -17 a méd ia fo i de 2 ,6 (+1 ,58 ) repos ições cer tas

com a mão e 0 ,1 (+3 ,27) e r rada . Nas repos ições com os pés fo i

encon t rada uma méd ia de 11 ,9 (+5 ,26) repos ições ce r tas e 1 ,1

(+1 ,10 ) e r rada , e no sub -17 a méd ia de 4 ,7 (+3 ,27 ) repos ições

cer tas e 1 ,2 (+1 ,14 ) e r rada . Na repos ição em vo le io a méd ia de

3 ,6 (+2 ,32 ) repos ições ce r tas nos jogos p ro f i ss iona is e 0 ,7 (+0 ,95 )

de repos ições e r rada , no sub-17 a méd ia de 3 ,3 (+1 ,89 )

repos ições cer tas e 0 ,7 (+0 ,82 ) e r rada .

A g rande d i f e rença de ações é no tada quando

comparamos as repos ições com os pés , onde o p ro f i ss iona l

execu ta um número ma io r de repos ições , mos t rando c la ramente

uma ma io r par t i c ipação do go le i ro p ro f iss iona l em s i tuações que

ex i jam de le a u t i l i zação dos pés duran te a par t ida , podemos ass im

d ize r que es te é um fundamento que é ma is t raba lhado num

segundo momento no p rocesso de t re inamento do go le i ro onde

que o go le i ro na base ap r imora ma is os fundamen tos com as mão

e depo is os fundamentos com os pés . Po is como co loca Sa iz y

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4 7

Ortega (2002 ) em seu es tudo que o fu tebo l p ro f iss iona l a tua l es tá

ex ig indo do go le i ro ma io r par t i c ipação na o rgan ização das jogadas

de a taque de sua equ ipe ind icando que esse deve dom ina r as

técn icas com os pés pa ra se to rna r ma is um jogado r em campo.

0,20,6

5,3

7,9

0,2 0,2

3,9

4,8

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

Direita Esquerda Centro Área de Meta

PROFISSIONAL 2004 JUVENIL 2007

GRAFICO 6 - o r ien tação da f ina l i zação do a taque adve rsá r io

No Grá f ico 6 obse rvasse que a á rea de meta é o se to r de

campo onde ma is se e fe tuam as f ina l i zações das equ ipes

adve rsá r ias tan to no p ro f i ss iona l com o va lo r de 7 ,9 (+3 ,73)

f ina l i zações quan to no sub -17 com 4 ,8 (+3 ,05 ) , segu ido pe lo

cen t ro com o va lo r de 5 ,3 (+2 ,26) f ina l i zações no p ro f i ss iona l e de

3 ,9 (+1 ,66 ) f ina l i zações no sub -17 , co r roborando com o

ap resen tado na Eu rocopa 2000 (SA IZ Y ORTEGA, 2002 ) onde a

méd ia fo i de 13 ,12 (+3 ,67 ) f ina l i zações pe las zonas cen t ra is do

campo. E po r f im nas la te ra i s , com 0 ,2 (+0 ,42 ) f ina l i zações na

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l a te ra l d i re i ta dos jogos p ro f i ss iona is e também 0 ,2 (+0 ,42 ) no

sub -17 , e com 0 ,6 (+0 ,70 ) na la te ra l esquerda do p ro f i ss iona l e de

0 ,2 (+0 ,42 ) no sub -17 . Podemos ass im d ize r que as zonas cen t ra i s

são as ma is u t i l i zadas pe los a tacan tes adve rsár ios .

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4 9

5 CONCLUS ÃO E RECOMENDAÇÕES

Após ana l ise dos resu l t ados pe rcebemos que na

ca tego r ia p ro f i ss iona l execu tasse um ma io r número de ações tan to

o fens ivas quan to de fens ivas quando comparados com os dados da

ca tego r ia sub -17 , i sso pode se r exp l i cado pe lo f a to de que no

p ro f i ss iona l a equ ipe adve rsá r ia execu ta ma is f ina l i zações que no

sub -17 , tendo ass im uma, o go le i ro p ro f iss iona l , uma ma io r

pa r t i c ipação du ran te as pa r t idas .

O ges to técn ico ma is execu tado em bo las no go l f o i a

de fesa f i rme, tan to nos jogos p ro f i ss iona is quan to nos sub -17 ,

mos t rando esse como um fundamen to mu i to impo r tan te pa ra o

go le i ro em d i f e ren tes idades .

Fo i encon t rada uma d i f e rença nas in te rvenções fo ra da

go le i ra , onde que a sa ída de go l po r c ima fo i à ação ma is

execu tada na ca tego r ia p ro f i ss iona l enquanto que a sa ída de go l

com a mão fo i a ma is execu tada na ca tegor ia sub -17 .

Nos jogos p ro f i ss iona is f o ram execu tados ma is ações

com os pés que na ca tegor ia sub-17 tan to nas ações o fens ivas

quan to nas de fens ivas onde podemos conc lu i r que esse é um

fundamento apr imorado ao longo da ca r re i ra de go le i ro most rando

que ao longo da ca r re i ra o go le i ro começa a u t i l i za r ma is os pés .

O levan tamento espec í f i co da pe r fo rmance do go le i ro

pode nos ind ica r caminhos jun to à p repa ração f í s i ca e t écn ica que

pe rm i tam, na a l te rnânc ia de mov imentos , cons t ru i r os p r inc ipa is

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5 0

e lementos em busca da a l ta per fo rmance e da me lho ra nos

métodos de t re inamen to pa ra que nossos a t le tas a t in jam à

rea l i zação de um jogo de a l to n íve l .

Te rm ino esse t raba lho com o dese jo que os resu l tados

des te es tudo s i r vam e fe t i vamen te como re fe rênc ia de comparação

e de es tudo pa ra t re inado res e dema is p ro f iss iona is que a tuem na

á rea do t re inamento técn ico de go le i ros , que a inda es ta um pouco

pob re de pub l icações c ien t i f i cas em nosso pa ís .

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