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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC GABRIELA ANDRE GONÇALVES DE ANDRADE MYLLENA DE ALMEIDA ALVES ESTUDO COMPARATIVO TÉCNICO, ECONÔMICO E AMBIENTAL ENTRE O ASFALTO-BORRACHA E O ASFALTO CONVENCIONAL MACEIÓ-AL 2019/2

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

GABRIELA ANDRE GONÇALVES DE ANDRADE

MYLLENA DE ALMEIDA ALVES

ESTUDO COMPARATIVO TÉCNICO, ECONÔMICO E

AMBIENTAL ENTRE O ASFALTO-BORRACHA E O

ASFALTO CONVENCIONAL

MACEIÓ-AL 2019/2

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GABRIELA ANDRE GONÇALVES DE ANDRADE

MYLLENA DE ALMEIDA ALVES

ESTUDO COMPARATIVO TÉCNICO, ECONÔMICO E

AMBIENTAL ENTRE O ASFALTO-BORRACHA E O

ASFALTO CONVENCIONAL

Trabalho de conclusão de curso apresentado como

requisito final, para conclusão do curso de

Engenharia Civil do Centro Universitário CESMAC,

sob a orientação do Prof. Me. Zeferino José Alencar

Bezerra.

MACEIÓ-AL 2019/2

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GABRIELA ANDRE GONÇALVES DE ANDRADE

MYLLENA DE ALMEIDA ALVES

ESTUDO COMPARATIVO TÉCNICO, ECONÔMICO E

AMBIENTAL ENTRE O ASFALTO-BORRACHA E O

ASFALTO CONVENCIONAL

Trabalho de conclusão de curso apresentado como

requisito final, para conclusão do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário CESMAC, sob a orientação do Prof. Me. Zeferino José Alencar Bezerra.

___________________________________

Me. Zeferino José de Alencar Bezerra Orientador

___________________________________

Me. Davi Pereira Pradines Avaliador

___________________________________

Ma. Roseneide Honorato dos Santos Avaliadora

___________________________________

Me. Zeferino José de Alencar Bezerra Orientador

___________________________________

Me. Davi Pereira Pradines Avaliador

___________________________________

Ma. Roseneide Honorato dos Santos Avaliadora

___________________________________

Me. Zeferino José de Alencar Bezerra Orientador

___________________________________

Me. Davi Pereira Pradines Avaliador

___________________________________

Ma. Roseneide Honorato dos Santos Avaliadora

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaríamos de agradecer a Deus por não nos deixar desistir

nos momentos de desespero e por tornar nosso sonho real. Ao nosso orientador

Msc. Zeferino Alencar por toda paciência e conhecimento repassado a nós, pois ele

foi fundamental para a elaboração deste trabalho. Ao professor Msc. Davi Pradines

por ter nos ajudado na reta final do TCC e a todos os docentes do CESMAC que

durante esses cinco anos contribuíram para o nosso aprendizado. Ao nosso

professor de inglês Felipe Duarte pela ajuda essencial na tradução do resumo.

Por Gabriela Andre Gonçalves de Andrade...

Minha eterna gratidão aos meus pais e maiores incentivadores, Val e Bete,

por todo o amor, por sempre me apoiarem e por me proporcionar a realização desse

sonho; ao meu irmão Arthur e à minha vó Silú pelo carinho; por quem esteve me

guiando do céu: meus avós Elías, Sebastião e Benedita e meu tio Erinaldo; e a toda

minha família por torcerem pelo meu sucesso. Ao meu namorado João Victor pela

paciência e motivação; aos meus amigos que estiveram ao meu lado e

acompanharam esta caminhada de perto e aos amigos que fiz através da

engenharia, os de trabalho na SEMED e a todos da minha turma, principalmente ao

meu grupo que esteve comigo desde o começo dessa jornada: Myllena, minha dupla

de TCC e de todos os trabalhos, James, João e Natan; sem vocês para me ajudar

com certeza teria sido mais difícil. A todos, meu sincero muito obrigada!

Por Myllena de Almeida Alves...

A caminhada até aqui foi longa, mas realizo mais um sonho em minha vida e

serei eternamente grata aos meus pais Joselito e Josefa por proporcionarem tudo o

que foi necessário para eu concluir este curso e me incentivarem a dar sempre o

meu melhor em tudo. Agradeço as minhas irmãs Mariana e Marília por terem me

ajudado quando puderam e presenteado com os melhores ajudantes de trabalho,

meus sobrinhos Arthur e Bernardo. A todos meus familiares que me apoiaram e

torceram por mim em muitos momentos durante essa etapa. Aos amigos que

presenciaram meus momentos de estresse e entenderam minha ausência em

alguma ocasião; A Gabriela, que foi minha dupla desde o início da faculdade, e ao

meu grupo: James, João e Natan que mesmo com as diferenças sempre estivemos

juntos. Enfim, sou muito grata a todos vocês!

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ESTUDO COMPARATIVO TÉCNICO, ECONÔMICO E AMBIENTAL ENTRE O ASFALTO-BORRACHA E O ASFALTO CONVENCIONAL

TECHNICAL, ECONOMIC AND ENVIRONMENTAL COMPARATIVE STUDY BETWEEN RUBBER ASPHALT AND CONVENTIONAL ASPHALT

Gabriela Andre Gonçalves de Andrade Graduanda do Curso de Engenharia Civil

[email protected] Myllena de Almeida Alves

Graduanda do Curso de Engenharia Civil [email protected]

Zeferino José de Alencar Bezzera Mestre em Análise de Sistemas Ambientais

[email protected]

RESUMO O aumento na produção de veículos interfere diretamente na quantidade de pneus inservíveis e descartados sem finalidade de uso no Brasil. Com isso, surgiram alternativas para reciclagem da borracha, como a utilização no setor de pavimentação, incorporando a mesma ao ligante asfáltico aplicado na camada de revestimento. Visando isso, o presente trabalho demonstra uma análise comparativa técnica, econômica e ambiental entre o asfalto-borracha e o asfalto convencional, sendo esse o CAP 50/70. Utilizou-se como metodologia uma revisão bibliográfica acerca do tema, analisando as características dos ligantes e apresentando as propriedades dos processos de incorporação da borracha por via úmida e seca, especificando também com essa revisão possíveis impactos causados ao meio ambiente e através das composições de custos unitários fornecidas pelo SICRO de Alagoas inseriram-se esses dados em modelos de quadros elaborados pela Greca Asfaltos. Por meio dessa comparação, identificou-se uma melhora significativa no desempenho do asfalto modificado por borracha e comprovou que com esse ligante há uma maior economia no custo total de execução de uma obra, além da quantidade de pontos positivos dos impactos gerados evidenciarem sua viabilidade. Logo, observou-se que de acordo com os benefícios encontrados no asfalto-borracha, ele se torna uma alternativa viável em substituição ao convencional.

PALAVRAS-CHAVE: Pavimentação. Asfalto. CAP. Borracha. Sustentabilidade. ABSTRACT The increase in the production of vehicles directly interferes with the number of unusable tires discarded without purpose of use in Brazil. Thereat, there are alternatives for rubber recycling, such as the use in the paving sector, incorporating it into the asphalt binder applied in the coating layer. In view of this, the present work demonstrates a technical, economic and environmental comparative analysis between rubber asphalt and conventional asphalt, being the later registered under the CAP 50/70. The methodology used was a literary review on the subject, analyzing the characteristics of the binders and presenting the properties of the incorporation processes of rubber through wet and dry techniques, also specifying with this review possible impacts caused to the environment. Through the composition of unit costs provided by SICRO of Alagoas, the data found were inserted in frames models prepared by Greca Asfaltos. Through this comparison, significant improvement was identified in the performance of rubber modified asphalt, proving that with this binder there are greater savings in the total cost of execution of a construction, in addition to the number of positive points of the impacts evidencing its viability. Therefore, it was observed that, according to the benefits found in rubber asphalt, it becomes a viable alternative to the conventional one.

KEYWORDS: Paving. Asphalt. CAP. Rubber. Sustainability.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 6 1.1 Considerações iniciais .................................................................................... 6 1.2 Objetivos ........................................................................................................... 7 1.2.1 Objetivo geral .................................................................................................. 7 1.2.2 Objetivos específicos ...................................................................................... 7 2 METODOLOGIA ................................................................................................... 8 3 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 9 3.1 Estrutura do pavimento flexível ...................................................................... 9 3.2.1 Subleito ......................................................................................................... 10 3.1.2 Camada de reforço do subleito ..................................................................... 11 3.1.3 Camada de sub-base .................................................................................... 12 3.1.4 Camada de base ........................................................................................... 12 3.1.5 Camada de revestimento .............................................................................. 12 3.2 Agregados na pavimentação ......................................................................... 13 3.2.1 Tipos de agregados quanto ao tamanho ....................................................... 13 3.2.1.1 Agregados graúdos .................................................................................... 13 3.2.1.2 Agregados miúdos ..................................................................................... 13 3.2.1.3 Material de enchimento (fíler) ..................................................................... 13 3.3 Cimento Asfáltico de Petróleo – CAP ............................................................. 14 3.4 Asfalto modificado por borracha de pneus inservíveis ............................... 15 3.4.1 Histórico do uso de borracha na pavimentação no Brasil e no mundo .......... 16 3.4.2 Composição dos pneus inservíveis ............................................................... 17 3.4.2.1 Gerenciamento da reciclagem e reutilização .............................................. 18 3.4.3 Tipos de processos para incorporação da borracha ao asfalto ...................... 21 3.4.3.1 Por via úmida ............................................................................................. 22 3.4.3.2 Por via seca ............................................................................................... 24 3.5 Composição orçamentária ............................................................................ 24 3.5.1 SICRO (Sistemas de Custos Referenciais de Obras) .................................... 25 3.6 Reciclagem dos pneus inservíveis ............................................................... 25 3.7 Impactos ambientais ...................................................................................... 26 3.7.1 Meio físico ..................................................................................................... 27 3.7.2 Meio biótico ................................................................................................... 27 3.7.3 Meio socioeconômico ..................................................................................... 27 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................ 28 4.1 Viabilidade técnica ......................................................................................... 28 4.1.1 Características técnicas gerais do asfalto-borracha ...................................... 28 4.1.1.1 Características técnicas por via úmida ....................................................... 29 4.1.1.2 Características técnicas por via seca ......................................................... 29 4.1.1.3 Variáveis de mistura ................................................................................... 30 4.1.2 Comparação técnica entre o asfalto-borracha e o CAP .................................. 32 4.2 Viabilidade econômica ................................................................................... 34 4.3 Análise ambiental ............................................................................................ 38 5 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 42 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 43 ANEXOS ................................................................................................................ 49 ANEXO A – COMPOSIÇÃO DE CUSTOS DO CAP .............................................. 50 ANEXO B – COMPOSIÇÃO DE CUSTOS DO ASFALTO-BORRACHA ............... 52

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Considerações iniciais

Ao longo dos anos com a evolução dos meios de transportes terrestres, fez-

se necessário desenvolver estudos nas vias e assim cada vez mais realizar

melhorias no caminho por onde se desejava passar. Desta forma, uma das

melhorias encontrada através de estudos, foi a pavimentação rodoviária. Assim,

entende-se por pavimento uma estrutura capaz de resistir aos esforços verticais

advindo do tráfego de veículos e das condições climáticas do local, o qual tem como

finalidade proporcionar boas condições de segurança e conforto aos usuários,

durante um determinado tempo de vida útil (SENÇO, 2007).

Os pavimentos rodoviários geralmente precisam de uma extensa área para

serem executados, nesse caso podendo alterar a fauna e a flora dos lugares por

onde passarão (SPEGLICH, 2004). Para isso, foram elaboradas algumas normas e

leis que instruem essas construções, as quais devem ser seguidas.

Um dos métodos de pavimentação existente é o pavimento flexível, que

normalmente é conhecido como pavimento asfáltico. Segundo Bernucci et al. (2006),

esta nomenclatura está atrelada ao seu revestimento ser uma mistura constituída de

agregados e ligantes asfálticos.

Entre essas diversas categorias de ligantes, tem-se o Cimento Asfáltico de

Petróleo – CAP, que conforme Senço (2007) é um material desenvolvido

particularmente com o intuito de apresentar capacidade e consistências próprias

para a utilização direta na construção de pavimentos.

Os asfaltos podem também sofrer modificações, sendo uma destas por

borracha, conhecido como Asfalto-Borracha. Esse tipo de ligante utiliza pneus

inservíveis na forma de borracha moída ou em pó e pode ser feito pelo processo de

via úmida ou via seca (BERTOLLO et al., 2002).

O uso excessivo dos recursos naturais não renováveis, que podem ser

reutilizados ou reciclados, tais como os agregados que compõem a pavimentação

das vias constitui-se um dos problemas ambientais, mas que têm algumas soluções.

“O macro complexo da construção civil é um dos maiores consumidores de matérias-

primas naturais. Estima-se que a construção civil utiliza algo entre 20 e 50% do total

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de recursos naturais consumidos pela sociedade” (SJÕSTRÖM, 1992 apud TICIANI,

2005, p. 12).

Sendo assim, torna-se necessário buscar alternativas nas quais a reutilização

desses recursos seja possível e assim colaborar o máximo por medidas mais

sustentáveis. Demonstrando que a construção civil pode ser uma área a qual

também pode estar aliada às questões ambientais e não somente vê-la como a que

envolve principalmente o bem-estar da população sem se preocupar com o meio

ambiente.

Diante do apresentado, a fim de buscar meios sustentáveis, melhorias e baixo

custo no setor da pavimentação, considerou-se analisar um pavimento com a

utilização de borracha de pneus inservíveis no revestimento asfáltico.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Desenvolver um estudo que analise a viabilidade do uso de borracha de

pneus inservíveis no setor de pavimentação, fazendo uma análise bibliográfica

acerca de suas técnicas de produção, características, economia e sustentabilidade.

1.2.2 Objetivos específicos

● Realizar um estudo bibliográfico exploratório;

● Analisar a viabilidade técnica em relação a incorporação da borracha de

pneus inservíveis ao ligante asfáltico em comparação ao asfalto convencional;

● Fazer levantamento de dados orçamentários dos dois ligantes, comparando a

viabilidade econômica dos mesmos;

● Demonstrar os benefícios ou danos relacionados ao meio ambiente através

de uma análise de impactos ambientais.

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2 METODOLOGIA

Inicialmente o trabalho consta de revisão bibliográfica em periódicos capes,

artigos, teses, dissertações, livros e revistas acerca do tema, através de bancos de

dados e indexadores, visando ter um maior aprofundamento e levantamento de

dados.

Através dos estudos bibliográficos elaborados, analisou-se a viabilidade

técnica do uso da borracha, através dos processos de via úmida e seca, mostrando

as características apresentadas no asfalto após a incorporação da mesma. Foi

analisado também o Concreto Betuminoso Usinado à Quente – CBUQ com a

utilização do CAP como ligante, deste modo efetivando uma comparação técnica

dos dois tipos de ligantes.

Efetuou-se um estudo econômico comparativo entre o asfalto-borracha e o

asfalto convencional ao longo de uma faixa de 1 km de comprimento em uma

rodovia hipotética no estado de Alagoas. Para isso, foi realizada uma coleta de

dados do custo unitário direto total dos revestimentos utilizados nesta pesquisa, o

CAP 50/70 e o asfalto-borracha, encontrados no programa Sistema de Custos

Referenciais de Obras – SICRO, denominados respectivamente como: Usinagem de

concreto asfáltico - faixa B - areia e brita comerciais e Usinagem de concreto

asfáltico com borracha - faixa B - brita comercial, tendo como referência as planilhas

de Alagoas em abril de 2019. Em sequência, esses dados foram inseridos em um

modelo de tabela da Greca Asfaltos, que foi adaptada pelas autoras deste trabalho,

descrevendo os custos de execução e os cálculos necessários para determinar o

custo total da obra e posteriormente a comparação entre os valores dos dois

revestimentos e a porcentagem da redução de custo do CBUQ com asfalto-borracha

em substituição ao CAP 50/70.

Visando a conscientização da sustentabilidade, realizou-se um estudo

baseado em literaturas sobre reciclagem de pneus inservíveis e os impactos

ambientais que podem ser causados por eles. Analisando e identificando assim, as

possíveis consequências que podem ocorrer nos três meios: físico, biótico e

socioeconômico, com a incorporação desses pneus no setor de pavimentação, mais

precisamente na camada de revestimento.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Estrutura do pavimento flexível

Como citado no Manual do DNIT (2006, p.95), o pavimento é constituído por

várias camadas, as quais geralmente possuem espessuras finitas assentadas em

um semiespaço infinito, chamado de subleito.

Define-se pavimento conforme a NBR 11170 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA

DE NORMAS TÉCNICAS, 1990):

Estrutura construída sobre o leito natural ou terrapleno de uma via,

constituída de uma ou várias camadas, capaz de resistir às tensões geradas pelas cargas dos veículos e pelas variações ambientais, distribuí-las minoradas no subleito, e dar condições de conforto e segurança de rolamento.

No pavimento flexível, esta estrutura recebe e transmite esforços as camadas

inferiores com o intuito de amenizar as pressões na fundação do terreno que recebe

estas cargas de forma aliviada, evitando que ocorra danos a estrutura fora do

aceitável e previsto (BALBO, 2007).

Ainda segundo Balbo (2007), cada camada existente em um pavimento tem

uma ou mais finalidades específicas. O comportamento mecânico de cada camada

irá implicar nos estados de tensões em que o pavimento estará exposto. As cargas

externas que são aplicadas através do tráfego de veículos e das condições

climáticas geram no pavimento esforços solicitantes verticais e horizontais. Essas

solicitações acarretam a escolha do material de cada camada, existindo materiais

que reduzem as solicitações de compressão e cisalhamento causadas pelos

esforços verticais. Já os esforços horizontais podem causar desgastes e, em alguns

materiais, causam solicitação à tração ou até mesmo agem confinando outros

materiais.

Como foi exposto anteriormente segundo Balbo (2007), o pavimento flexível é

composto por quatro camadas, sendo elas reforço de subleito, sub-base, base e

revestimento. A Figura 1 ilustra a estrutura do pavimento camada por camada.

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Figura 1 – Camadas de um pavimento flexível Fonte: Autoras (2019)

O comportamento estrutural de um pavimento decorre da espessura de cada

camada, assim como a interação entre estas diferentes camadas e a sua rigidez, e

da fundação da estrutura. Estas camadas são formadas por agregados, solos ou

misturas de solos e podendo conter também alguns aditivos como cimento, cal,

emulsão asfáltica, entre outros. Devendo-se ressaltar que cada camada é feita por

um tipo de material diferente das outras. Quanto mais profunda for a camada, o grau

de qualidade das características tecnológicas diminui (BERNUCCI et al, 2006;

SENÇO, 2007; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1990).

3.1.1 Subleito

O subleito na pavimentação é a camada com aproximadamente um a um

metro e meio de profundidade conhecido por ser o terreno de fundação de um

pavimento (SENÇO, 2007).

De acordo com Balbo (2007), o subleito será constituído de material natural

do terreno e sofrerá compactação. Normalmente, os esforços solicitantes após

passarem por todas as camadas e chegar até o subleito são recebidos de forma

aliviada e se dissipam no primeiro metro da fundação.

Senço (2007) informa que:

Se a terraplenagem é recente, o subleito deverá apresentar as

características geométricas definitivas. No caso de uma estrada de terra já em uso há algum tempo e que se pretende pavimentar, o subleito apresenta superfície irregular devido ao próprio uso e aos serviços de conservação.

Revestimento

Base

Sub-base

Reforço de subleito

Subleito

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Em alguns casos é necessário realizar uma operação de regularização do

subleito, com a finalidade de dar forma a superfície transversalmente e

longitudinalmente de acordo com o projeto. Utilizando-se de aterros ou cortes com

espessura até 20 cm e em seguida a compactação da camada (BERNUCCI, 2006;

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1990).

Pavimentos com subleitos de boa qualidade exigem uma estrutura de

pavimentação menos espessa e em consequência disso, poderá até dispensar a

execução de camadas como reforço do subleito e sub-base, a depender do valor de

California Bearing Ratio – CBR encontrado neste subleito. (SENÇO, 2007). O CBR é

um ensaio no qual permite determinar a capacidade de suporte de um solo

compactado, a expansibilidade do solo quando imerso em água (saturado) que está

relacionada com a durabilidade e assim definir a resistência a penetração da brita

padronizada que é dada em porcentagem, com esses dados será possível

determinar a espessura da camada de um pavimento flexível (DONISETE, 2016).

3.1.2 Camada de reforço do subleito

O reforço do subleito é executado em cima da camada de regularização, deve

ser realizado apenas quando necessário e em toda extensão sua espessura será

constante, podendo ser uma camada suplementar do subleito ou complementar da

sub-base (SENÇO, 2007).

Segundo Balbo (2007), a camada de reforço de subleito deve ser executada

quando o solo natural dele é composto por um material medíocre que necessita de

camada de suplementação que possa receber a magnitude dos esforços ou quando

o tráfego a passar por esta via irá ser de cargas muito pesadas, podendo ser

também de ambos os fatores combinados, fazendo com que o subleito receba forças

compatíveis com sua resistência.

Obrigatoriamente o material utilizado na camada de reforço deve ser mais

resistente do que o subleito do pavimento e é bastante utilizado em casos de uma

fundação de resistência baixa pelo fato do material utilizado ser mais econômico do

que os empregados nas camadas superiores. O reforço de subleito responde assim

por parte das funções do subleito, porém não absorve totalmente os esforços

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(BALBO, 2007). Um de seus objetivos, segundo a Associação Brasileira de Normas

Técnicas (1990), é reduzir a espessura da sub-base.

3.1.3 Camada de sub-base

A sub-base pode ser reconhecida como uma camada que complementa a

base por motivos de condições técnicas e econômicas. É uma camada com custo

unitário menor do que a base e, por este motivo, é utilizada para diminuir a

espessura da camada de base (SENÇO, 2007).

3.1.4 Camada de base

Em conformidade com Pessoa Júnior (2014), “A base é a camada de

pavimentação destinada a resistir aos esforços verticais oriundos dos veículos,

distribuindo-os adequadamente à camada subjacente”. O material utilizado na

camada de base tem como característica um CBR maior ou igual que 80%,

independente do tráfego estimado, e sua expansão deve ser menor ou igual a 0,5%.

3.1.5 Camada de revestimento

Conforme Balbo (2007), a camada de revestimento em um pavimento

asfáltico tem como função receber diretamente as cargas do tráfego, dinâmicas ou

estáticas, sem que sofra deformações elásticas ou plásticas consideráveis,

degradação de seus componentes ou até mesmo a perda de compactação.

O revestimento de um pavimento também pode ser conhecido como capa de

rolamento ou, simplesmente, capa e é a camada mais nobre de um pavimento,

sendo assim a de maior custo unitário. Deve atender a boas condições de conforto e

segurança do usuário, assim como ser o tanto quanto possível impermeável e

resistir ao desgaste também oriundo do tráfego e do clima (SENÇO, 2007).

Comparando com o método do pavimento rígido de concreto de cimento

Portland, os pavimentos flexíveis, construídos com ligantes asfálticos, expressam

menores custos de execução e podem proporcionar melhor conforto aos usuários

visto que não é necessário o uso de juntas de dilatação do concreto (ODA, 2000).

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3.2 Agregados na pavimentação

Os agregados podem ser oriundos de várias fontes e quando relacionados a

área da pavimentação, eles são classificados de acordo com sua natureza (natural,

artificial e reciclado), seu tamanho (graúdo, miúdo e material de enchimento) e sua

distribuição de grãos/granulação (bem-graduada, aberta, uniforme e descontínua).

De acordo com a classificação encontrada, será indicada a utilização que mais se

adequa ao agregado encontrado (BERNUCCI et al., 2006).

3.2.1 Tipos de agregados quanto ao tamanho

Para classificar qual o tipo de agregado utiliza-se o método de peneiramento,

que é aquele colocado em peneiras de tamanhos diferentes para posteriormente

definir o tamanho/granulometria.

3.2.1.1 Agregados graúdos

Quando a dimensão do material encontrado é maior que 2,0mm, sendo assim

retido na peneira número 10 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS

TÉCNICAS, 2011; BERNUCCI et al., 2006).

3.2.1.2 Agregados miúdos

Menores que os graúdos (2mm) eles se classificam como um material com

dimensões maiores que 0,075mm. Consequentemente passando pela peneira

número 10 e ficando retido na de número 200 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

NORMAS TÉCNICAS, 2011; BERNUCCI et al, 2006).

3.2.1.3 Material de enchimento (fíler)

“É o material onde pelo menos 65% das partículas é menor que 0,075mm,

correspondente à peneira de número 200, e.g., cal hidratada, cimento Portland etc.”

(BERNUCCI, et al, 2006).

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3.3 Cimento Asfáltico de Petróleo – CAP

Os cimentos asfálticos são constituídos por 25 a 40% de petróleo e são

produzidos no processo de destilação. É um material com propriedades

impermeabilizantes e aglutinantes, possuindo características de durabilidade e

flexibilidade a baixas temperaturas (ROHDE, 2007).

Ao redor do mundo existem cerca de 1500 fontes de petróleo exploradas,

porém somente algumas destas são consideradas como um material de qualidade

para se produzir ligantes asfálticos. No Brasil e em outros países são incomuns as

produções de ligante asfáltico a partir de um único petróleo, sendo mais habituais as

refinarias produtoras de asfalto que utilizam a mistura de diversos petróleos. A sua

composição química influencia no desempenho físico e mecânico do CAP e pode

variar com a fonte do petróleo e com as modificações que podem ser realizadas

(BERNUCCI et al., 2006). São produzidas pela Petrobrás no Brasil

aproximadamente 2 milhões de toneladas de cimento asfáltico de petróleo por ano,

que são utilizados principalmente na construção de pavimentos (LEITE, 1999).

O CAP apresenta um comportamento com característica viscosa, sendo

conhecido por diminuir a rigidez após longos períodos de carga e exposição térmica,

a qual altera as propriedades do mesmo (ODA, 2000). Apresenta em sua

constituição de 90 a 95% de hidrocarbonetos e de 5 a 10% de heteroátomos, como

o oxigênio, enxofre, nitrogênio e metais. No Brasil, apresentam nessa mistura baixo

teor de enxofre e de metais, e alto teor de nitrogênio (LEITE, 1999; BERNUCCI et

al., 2006).

Por meio do Cimento Asfáltico de Petróleo é produzido o Concreto

Betuminoso Usinado a Quente, um revestimento flexível resultante da mistura a

quente, em usina apropriada, de agregado graúdo, agregado miúdo, eventualmente

um material de enchimento, como o fíler, e o ligante CAP, tendo como base

proporções definidas previamente em laboratório. Tem como característica a

operação de mistura ser antecedido pelo aquecimento de seus componentes a

temperaturas elevadas entre 140º C e 180º C, e sua disposição e compactação na

pista serem também precedidas de aquecimento (temperaturas entre 80º C e 140º

C) (BONET, 2002).

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15

Segundo como consta na norma DNIT 031, (BRASIL, 2006):

Podem ser empregados os seguintes tipos de cimento asfáltico de petróleo:

- CAP-30/45

- CAP-50/70

- CAP-85/100

A nomenclatura do CAP é indicada por o quanto em décimos de milímetros,

uma agulha padronizada penetra em uma amostra, para isso é feito um ensaio de

penetração de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2007) na

NBR 6576 na qual as condições são: agulha com 100g, a uma temperatura de 25 °C

e um tempo de 5 s. Para o CAP 50/70, esse par de números determina o limite

mínimo 50 e máximo 70 que são permitidos para a penetração (PIZZORNO, 2010).

A Figura 2 mostra uma via que utilizou o Cimento Asfáltico de Petróleo como

ligante em seu revestimento.

Figura 2 – Pavimento com revestimento em CAP Fonte: Braseq (2016)

3.4 Asfalto modificado por borracha de pneus inservíveis

O Asfalto-borracha é um tipo de camada preparada e aplicada a quente,

podendo ser executada como revestimento, acima de uma base, ou sobre um

pavimento antigo. Ele é composto por agregados, material betuminoso e o pó de

borracha, que é produzido a partir da reciclagem dos pneus. Para que a mistura seja

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16

elaborada, é necessário de um ligante que nesse caso será o CAP, ele terá a

finalidade de unir os agregados (brita e pó de brita), para que a função da camada

seja exercida (MENDES; NUNES, 2009).

3.4.1 Histórico do uso de borracha na pavimentação no Brasil e no mundo

Na década de 1930 foram realizadas as primeiras aplicações de borrachas

em materiais asfálticos na pavimentação, utilizados principalmente como selantes

para execução de reparos de conservação. Nos Estados Unidos, os engenheiros

Lewis e Welborn do Bureau of Public Roads – BPR, executaram um programa

laboratorial para realizar estudos do efeito de 14 tipos de borrachas, incorporando

em três asfaltos de petróleo (CALTRANS, 2003).

Nos Estados Unidos, Charles H. McDonald é considerado o pai do sistema de

asfalto-borracha. Em 1963 iniciou uma pesquisa com o objetivo de desenvolver,

através da incorporação de borracha moída, um material “altamente elástico” com

finalidade de aplicação na manutenção de pavimentos asfálticos. Este produto

desenvolvido por McDonald era composto de ligante asfáltico e 25% de borracha de

pneus, sendo utilizado em remendos e selante de trincas (ODA e FERNANDES

JÚNIOR, 2001).

De acordo com Specht e Ceratti (2003), em agosto de 2001 na Rodovia BR-

116 no Rio Grande do Sul foi realizada a primeira aplicação de concreto asfáltico

com asfalto borracha por via úmida no país. Com aproximadamente dois

quilômetros, localizados próximos a cidade de Guaíba entre os quilômetros 318 e

320 desta rodovia, esta aplicação foi realizada pela parceria entre a Metrovias, a

Greca Asfaltos e a UFRGS.

A Figura 3 mostra a execução de um pavimento com revestimento de asfalto-

borracha.

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17

Figura 3 – Pavimento com revestimento em asfalto-borracha Fonte: Betuseal (2015)

3.4.2 Composição dos pneus inservíveis

“O pneu tem como matérias-primas um misto de compostos tais como,

borracha natural e sintética, negro de carbono, têxteis, aço e alguns aditivos

químicos” (FEIO, 2013, p.9).

A Figura 4 demonstra a porcentagem de cada componente do pneu.

Figura 4 – Composição de pneus radiais para automóveis Fonte: BNDES (1998)

De acordo como consta na Resolução Nº 416 do CONAMA, o pneu usado é

considerado como usado quando já ocorreu uso e/ou desgaste. Já o pneu inservível,

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é o pneu usado que teve sua estrutura danificada impedindo assim que seja utilizado

para rodagem ou reforma (BRASIL, 2009).

3.4.2.1 Gerenciamento da reciclagem e reutilização

Os pneus tendem a serem utilizados e jogados fora, porém sabe-se que há

pontos de coletas para que seu descarte possa ser correto. Os pneus inservíveis

podem ser reutilizados na construção civil, como por exemplo, a inserção da

borracha triturada na pavimentação. Essa reciclagem do pneu em Alagoas é feita

pela RECICLANIP juntamente com o apoio da Prefeitura de cada município coletor.

Ela é uma entidade criada pelos fabricantes de pneus novos Bridgestone, Goodyear,

Michelin e Pirelli, a qual segue a resolução nº 416/09 do Conama que está

relacionada com a coleta e destinação dos pneus inservíveis (RECICLANIP, 2019;

ALVINO, 2018).

De acordo com a LEI Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, p.2 a qual institui a

Política Nacional de Resíduos Sólidos:

Reciclagem: processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos ou novos produtos, observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do Sistema Nacional do Meio Ambiente Sisnama e, se couber, do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa);

Abaixo, a reciclagem do pneu está sendo representada pela Figura 5 e na

Figura 6 uma demonstração da utilização da borracha reciclada.

Figura 5 – Reciclagem do pneu SEMARH-AL Fonte: SEMARH-AL - Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (s.d.)

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Figura 6 – Piso de borracha Fonte: SEMARH-AL - Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (s.d.)

Na Figura 7, está sendo demonstrado o ciclo que o pneu percorre para

chegar à reciclagem na Reciclanip.

Figura 7 – O ciclo do pneu Fonte: RECICLANIP (s.d.)

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De acordo com Kamimura, 2002:

A maioria dos pneus inservíveis estão em depósitos temporários para posterior reutilização e reciclagem, ocupando grandes espaços. Os depósitos de pneus inservíveis são planejados com base nas informações sobre as vendas de pneus automotivos, considerando que o consumidor deixará os pneus inservíveis no ato da compra de um pneu novo.

É necessário que se faça todo um plano de gerenciamento para que a

destinação final do pneu seja coerente. Pois uma má disposição desses podem

causar muitos prejuízos, tanto para o meio ambiente no geral quanto para a

população (através de doenças provocadas por mosquitos que tendem a se

proliferar nas águas que se acumulam nos pneus). Quando eles são considerados

como inservíveis, faz-se necessário à procura de meios para que eles possam ser

aplicados (BERTOLLO; FERNANDES JÙNIOR; SCHALCH, 2002).

De acordo com a Resolução Nº 416 do CONAMA, deve ser feito um plano de

gestão da coleta, armazenamento e destinação dos pneus inservíveis (PGP) por

todos os fabricantes e importadores de pneus novos. Nele deve conter todas as

descrições propostas na resolução, pontos de coleta e seus mecanismos,

disponibilizar os dados e resultados dos planos e atualizar sempre que houver

alguma mudança ou se o órgão ambiental licenciador exigir (BRASIL, 2009).

Segundo Bertollo, Fernandes Jùnior e Schalch (2002) a Figura 8 abaixo

representa tipos de disposição final que pode ser aplicada, na qual uma delas seria

a aplicação da borracha na pavimentação.

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Figura 8 – Destino final dos pneus inservíveis Fonte: Bertollo, Fernandes Jùnior e Schalch (2002)

Ainda segundo Bertollo, Fernandes Jùnior e Schalch, 2002:

A reciclagem de pneus envolve um ciclo que compreende a coleta, transporte, trituração e separação de seus componentes (borracha, aço e lona), transformando sucatas em matérias-primas que serão direcionadas ao mercado. Obtém-se borracha pulverizada ou granulada que vai ter diversas aplicações: utilização em misturas asfálticas, em revestimentos de quadras e pistas de esportes, fabricação de tapetes automotivos, adesivos etc. Quanto menor a granulometria maior o custo envolvido e esse custo pode inviabilizar o desenvolvimento de alguns mercados potenciais.

Um dos métodos mais vantajoso para a reciclagem da borracha é o da

trituração, no qual a borracha será triturada e separada do aço e da fibra do pneu,

para posteriormente ser utilizada em diversas aplicações, inclusive em misturas

asfálticas (SALINI, 2000).

3.4.3 Tipos de processos para incorporação da borracha ao asfalto

O fluxograma a seguir (Figura 9) demonstra os tipos de processos de

fabricação realizados através da incorporação da borracha de pneus inservíveis em

asfaltos.

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Figura 9 – Fluxograma dos tipos de processos de fabricação Fonte: Autoras (2019)

3.4.3.1 Por via úmida

No processo que se é reutilizado por via úmida, são misturados pequenos

pedaços finos de borracha ao ligante asfáltico já aquecido, produzindo assim o

ligante asfalto-borracha. Ao incorporar borracha em ligantes asfálticos se produz

diversas mudanças nas características deste asfalto. O material a ser modificado é o

Cimento Asfáltico de Petróleo – CAP, o qual é obtido por destilação de petróleo

(ANTT – AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES, 2017).

Por via úmida, a depender do processo de fabricação, pode-se obter o ligante

modificado estocável ou não-estocável. “Continuous blending” é o nome conhecido

pelo tipo não-estocável, produzido na própria obra com equipamento misturador.

Nesse estado, o asfalto modificado deve ser aplicado de imediato em virtude de sua

instabilidade, conferindo ao mesmo diferentes características do estocável

(BERTOLLO et al., 2002; MORILHA JÚNIOR, 2004).

De acordo com Departamento de Infraestrutura de Transportes (2009), diz

que ao realizar o processo por via úmida do tipo “Terminal Blending”, se obtém o

asfalto-borracha estocável, sendo os componentes misturados em um terminal

especial a altas temperaturas por agitação em alto cisalhamento, o que resulta em

ligantes estáveis e relativamente homogêneos. Deve possuir na incorporação ao

ligante asfáltico teor mínimo de borracha de 15% como referência em peso. Através

deste processo de fabricação, obtém-se a despolimerização e a desvulcanização da

borracha de pneu, permitindo assim a reação desta borracha com as moléculas do

CAP, que causa uma menor viscosidade do produto final (BERNUCCI, et al., 2006).

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Quando se compara os dois sistemas, o “terminal blending” confere uma

economia de tempo e de custos, visto que pode ser transportado para diversas

obras, além de ter o controle de qualidade mais acurado e confiável, enquanto o

“continuous blending” necessita que cada obra disponha de um equipamento de

fabricação do asfalto-borracha (BERTOLLO et al., 2002; MORILHA JÚNIOR, 2004).

O esquema a seguir (Figura 10) demonstra os passos seguidos na fabricação

do ligante asfáltico modificado por borracha no processo de via úmida.

Figura 10 – Esquema de fabricação do asfalto-borracha por via úmida Fonte: Bernucci et al. (2006)

Existe também o processo de via úmida imediato, chamado de não- estocável

ou “just-in-time”. Este processo é realizado antes da usinagem por meio de

equipamentos especiais acoplados às usinas de concreto asfáltico, adicionando a

borracha moída, que neste processo se permite utilizar em partículas de maior

tamanho, ao CAP minutos antes de ser incorporado ao agregado com agitação em

baixo cisalhamento, não ocorrendo assim a despolimerização e a desvulcanização

da borracha de pneu. Deste modo, o processo imediato proporciona um inchamento

superficial da borracha nos maltenos do CAP, aumentando assim a sua viscosidade

(BERNUCCI et al., 2006).

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3.4.3.2 Por via seca

No processo seco ou por via seca, a borracha que foi triturada, denominada

de agregado-borracha, vai substituir uma fração de 3 a 5% em relação à massa total

dos agregados, após a incorporação será adicionado o ligante asfáltico na mistura

posteriormente formando o concreto asfáltico modificado com adição de

borracha. (BERTOLLO; FERNANDES JÚNIOR; SCHALCH, 2002; ODA;

NASCIMENTO; EDEL, 2005).

Conforme cita Salini (2000):

O processo seco (do inglês “dry process”) pode ser usado para misturas asfálticas a quente, sejam elas do tipo aberta ou fechada. Ele não pode ser usado em outros tipos de pavimentos, como misturas asfálticas a frio, fechamento de trincas ou tratamentos superficiais.

Na Figura 11 é demonstrada a mistura da borracha que substitui parte do

agregado descontínuo.

Figura 11 – Ilustração de mistura (granulometria descontínua) com partículas sólidas

de borracha.

Fonte: Specht e Ceratti (2003)

3.5 Composição orçamentária

Para avaliar a viabilidade da execução de um empreendimento, faz-se

necessário que seja estimado previamente seu custo total. Esta estimativa é feita por

meio da elaboração do orçamento do empreendimento (ANDRADE, SOUZA, 2002).

Em geral, um orçamento é determinado somando-se os custos diretos (mão

de obra de operários, material, equipamento) e os custos indiretos (equipe de

supervisão e apoio, despesas gerais do canteiro de obras, taxa, etc) e por fim

adicionando-se impostos e lucro para se chegar no preço de venda (MATTOS,

2006).

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Desta forma, a mão de obra engloba a produtividade da equipe e seus

encargos sociais e trabalhistas, sendo o material o conjunto dos preços dos

insumos, os impostos, as perdas e o reaproveitamento, lembrando também que

atrelado aos equipamentos está o custo horário de uso e a produtividade (MATTOS,

2006).

3.5.1 Sistemas de Custos Referenciais de Obras – SICRO

Analisando o SICRO, foi observado ser constituído por composições que são

necessárias para a elaboração de um orçamento de uma obra. Cada uma tem sua

própria tabela de demonstração, basicamente ela possui um código de referência,

descrição, unidade utilizada, quantidade/coeficiente e custo unitário e/ou total.

Assim, tendo os dados suficientes para apresentar um orçamento base.

O código é utilizado no orçamento para referenciar o que está sendo utilizado

para que se possa fazer a pesquisa posteriormente, caso o mês de referência for

outro o valor pode ser que sofra algum ajuste.

Os insumos são elementos que vão compor a construção de uma obra, que

normalmente são indicados com os custos unitários (GONZALEZ, 2008).

Como cita Gonzalez (2008):

Existem basicamente três categorias de insumos: a) materiais (areia, aço, cimento, cerâmica, esquadrias, etc.); b) mão-de-obra (serventes, pedreiros, ferreiros, técnicos, mestres de obra, etc.); c) equipamentos (betoneiras, furadeiras, vibradores, elevadores e guinchos de obra, etc.)

Já as composições, são um conjunto de vários insumos com a sua

quantidade discriminada, que serão necessários para realizar um determinado tipo

de serviço. Elas vão determinar o cálculo dos custos unitários (GONZALEZ, 2008).

3.6 Reciclagem dos pneus inservíveis

A utilização de pneus inservíveis em ligantes asfálticos também está

diretamente relacionada a um método de sustentabilidade. O aumento crescente na

produção de carros no Brasil gerou incremento na produção de pneus, que nos

últimos seis anos produziram cerca de 70 milhões de unidades no país (ANTT –

AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES, 2017).

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Nos usos de suas atribuições, o Conselho Nacional do Meio Ambiente –

CONAMA, publicou a Resolução Nº 416 de 30 de setembro de 2009, a qual causa

prevenção à degradação do meio ambiente pelos pneus inservíveis, impondo assim

providências por parte dos seus fabricantes. Este decreto estimulou ainda mais o

uso de pneus inservíveis no setor de pavimentação no país.

No geral, a população começou a perceber que há um problema em relação

ao lixo que é gerado juntamente com a disposição final dele, assim iniciando a busca

de alternativas nas quais poderiam destinar e reaproveitar esses resíduos. Onde a

reciclagem vai contribuir para o desenvolvimento sustentável por utilizar um material

que seria descartado, dando um fim útil e ao mesmo tempo evitando poluição ao

meio ambiente (ANDRADE, 2007).

Conforme os dados do Relatório de pneumáticos do IBAMA - Instituto

Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (2018), houve um total

de 215.604,04 toneladas de pneus inservíveis que foram destinados para a

tecnologia de granulação, que é utilizada para a reciclagem desses pneus para

posteriormente ser inserida na mistura do asfalto-borracha. Segundo a Greca

Asfaltos (2006), em um quilômetro de uma rodovia são utilizados aproximadamente

1000 pneus e essa quantidade equivale a 150 kg de borracha triturada e granulada

para cada tonelada de asfalto produzido. Assim, percebe-se que há uma grande

capacidade para a execução de rodovias com a adição de borracha moída.

3.7 Impactos ambientais

De acordo com a Resolução 001 do CONAMA estão representados por três

meios (físico, biótico e socioeconômico), além de serem classificados como impactos

positivos (benéficos ao meio) e negativos (adversos ao meio) e podem ser definidos

(BRASIL,1986):

Artigo 1º - Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II - as atividades sociais e econômicas; III - a biota; IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V - a qualidade dos recursos ambientais.

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3.7.1 Meio físico

É considerado como “uma totalidade estruturada em equilíbrio dinâmico, com

seus vários aspectos guardando relações de interdependência em termos causais,

de gênese, evolução, constituição e organização” (LEITE; FORNASARI FILHO;

BITAR, 1990).

Faz parte do meio físico: “o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os

recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d'água, o

regime hidrológico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas” (BRASIL,

1986).

3.7.2 Meio biótico

Esse meio, relacionado com o meio biológico e os ecossistemas naturais,

segundo consta na resolução do CONAMA Nº 001, é composto por: “a fauna e a

flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico

e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação

permanente” (BRASIL, 1986).

3.7.3 Meio socioeconômico

É aquele que demonstra os aspectos referentes à economia ligados a

sociedade. Como citado pelo CONAMA na Resolução 001, pode-se designar esse

meio como (BRASIL, 1986):

O uso e ocupação do solo, os usos da água e a sócio economia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Viabilidade técnica

4.1.1 Características técnicas gerais do asfalto-borracha

Segundo Specht e Ceratti (2003) com o intuito de baratear as modificações

realizadas nos ligantes asfálticos e, juntamente a isto, dar fim aos pneus inservíveis,

surgiu o ligante modificado por borracha de pneus ou asfalto-borracha, que possui

as seguintes vantagens técnicas comparadas aos ligantes mais usuais (Figura 12):

Figura 12 – Fluxograma das vantagens técnicas do asfalto-borracha Fonte: Adaptado de Specht e Ceratti (2003)

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Segundo Oda e Fernandes Júnior (2001), o ligante asfáltico modificado por

borracha confere menor taxa de envelhecimento do revestimento devido à

antioxidantes e carbono encontrada na borracha dos pneus incorporada ao asfalto.

Quando o asfalto-borracha é utilizado juntamente com misturas especiais,

como Stone Mastic Asphalt – SMA e Camadas porosas de atrito – CPA, pode

proporcionar uma superfície que garante uma diminuição do ruído causado pelo

tráfego, além de ter uma melhora da drenagem superficial que vai implicar em um

menor risco de aquaplanagem (ODA; NASCIMENTO; EDEL, 2005).

4.1.1.1 Características técnicas por via úmida

Specht e Ceratti (2003) afirma que neste processo as partículas de borracha

aumentam muito em volume, absorvendo assim alguns óleos aromáticos contidos no

ligante asfáltico, assim como são transferidos ao asfalto algumas características

químicas das borrachas após sua vulcanização, proporcionando ao ligante

modificado as propriedades citadas abaixo:

Figura 13 – Propriedades estruturais do processo via úmida Fonte: Adaptado de Specht e Ceratti (2003).

4.1.1.2 Características técnicas por via seca

Apesar do método por via seca reduzir a quantidade de pneus descartados,

quando se fala diretamente da melhora das características do revestimento asfáltico

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não há mudança significativa nas mesmas, pois a borracha não vai transmitir suas

características ao ligante (ODA; NASCIMENTO; EDEL, 2005).

As vantagens mais marcantes da utilização deste processo são vistas através

da redução no nível de ruídos acentuados, contribuição na resistência à fadiga e

redução dos trincamentos térmicos. Embora os benefícios serem menores

comparados ao processo de via úmida, o custo inicial para aplicação do produto é

reduzido, visto que neste processo não se faz necessário modificações nas usinas

de asfalto (SPECHT; CERATTI, 2003).

Salini (2000) demonstra algumas propriedades estruturais da mistura asfáltica

relacionadas ao processo seco, que está representada na figura abaixo:

Figura 14 – Propriedades estruturais do processo via seca Fonte: Adaptado de Specht e Ceratti (2003)

4.1.1.3 Variáveis de mistura

Pode-se observar através do Quadro 1 que existem algumas variáveis de

mistura do asfalto-borracha, sendo elas a temperatura, tempo, percentual de

borracha e granulometria, encontradas na literatura utilizadas nas misturas de

asfalto-borracha. A granulometria da borracha altera diretamente o tempo e a

temperatura utilizados, já que quanto mais fina a borracha, maior a área superficial e

menor a temperatura e o tempo de mistura para se obter um material homogêneo

(SPECHT; CERATTI, 2003).

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Quadro 1 – Variáveis intervenientes na mistura asfalto-borracha e valores

encontrados na literatura

Fonte: Specht e Ceratti (2003)

Ao adicionar borracha ao cimento asfáltico, acarreta-se um aumento

significativo na viscosidade do ligante modificado. A temperatura em que ocorre a

reação de incorporação do asfalto e as partículas de borracha também influencia a

viscosidade. Um ligante com viscosidade elevada produz misturas asfálticas de

baixa trabalhabilidade e difícil compactação (EPPS, 1994 apud SALINI, 2000).

Através destes resultados encontrados, pode-se ter em vista que não existem

receitas formadas no que se diz respeito ao tempo das reações, das temperaturas e

da quantidade de borracha utilizada, podendo cada parte desta mistura influenciar

no resultado final do ligante.

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4.1.2 Comparação técnica entre o asfalto borracha e o CAP

O primeiro ponto a ser observado é a viscosidade dos ligantes. O asfalto-

borracha tem como vantagem ser mais viscoso do que o ligante convencional,

apesar disto, não perde a ductibilidade e não acaba se tornando frágil a baixas

temperaturas. Por sua consistência a altas temperaturas não reduzir tanto como nos

asfaltos convencionais, permite diminuir a possibilidade de trincamento a baixas

temperaturas, assim como a de afundamento de trilhas de rodas em temperaturas

elevadas (SPECHT; CERATTI, 2003).

A Figura 15 a seguir demonstra a maior consistência do asfalto-borracha em

comparação ao asfalto convencional no momento da usinagem.

Figura 15 – Exemplo de consistência do asfalto-borracha Fonte: Bernucci et al. (2006)

A Greca Asfaltos (2009) em maio de 2003, na Universidade Federal do Rio

Grande do Sul – UFRGS em Porto Alegre, construiu duas pistas experimentais

mostradas na Figura 16 abaixo, onde a da esquerda tem como ligante o asfalto-

borracha e a da direita feita de CBUQ com CAP-20. Nos dois revestimentos foi

aplicado o simulador de tráfego linear DAER/UFRGS, com intuito de resultados em

curto prazo. Utilizando uma carga de eixo de 10 toneladas força, a imagem mostra a

pista com asfalto convencional após 90.303 ciclos desta carga trincada por completo

enquanto a pista com asfalto-borracha após 123.356 ciclos apresenta apenas uma

trinca.

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Figura 16 – Pistas do simulador de tráfego Fonte: Greca Asfaltos (2009)

Ainda segundo Greca Asfaltos (2009), estudos sobre ensaios de deformação

permanente realizados na Universidade de São Paulo – USP através do simulador

Laboratoire Central des Ponts et Chaussées – LCPC mostram que o asfalto-

borracha, comparado ao asfalto convencional, apresenta menor suscetibilidade para

formação de trilhas de roda. Na Figura 17 a seguir, observa-se a placa da esquerda

confeccionada com o ligante convencional apresentando deformação de 13% após

somente 10.000 ciclos de carga na simulação e que a placa da direita com o asfalto-

borracha deformou apenas 5% após 30.000 ciclos.

Figura 17 – Placas após serem submetidas ao simulador de tráfego Fonte: Greca Asfaltos (2009)

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Como pode ser observado através das características técnicas do asfalto-

borracha mencionadas e também dos estudos comparativos encontrados, o

desempenho técnico elevado do asfalto modificado por borracha em relação ao

asfalto convencional pode ser visto por o mesmo levar mais tempo para desenvolver

trincas e trilhas de rodas, tendo assim uma maior vida útil, o que implica também em

o asfalto-borracha necessitar de menos serviços de manutenção do que o ligante

convencional.

4.2 Viabilidade econômica

Para realizar o estudo de comparação da viabilidade econômica dos dois

tipos de asfalto, fez-se uma análise de um trecho com extensão de 1 km de uma

rodovia hipotética em Alagoas. A largura da pista, sem considerar o acostamento, foi

de 7 m, sendo duas faixas com 3,5 m cada. Segundo os dados retirados do Projeto

CREMA (2018) de Alagoas, foi considerada para os dois revestimentos uma

densidade de 2,425 t/m³.

De acordo com Greca Asfaltos (2009) estudos nacionais e internacionais

comprovam que pode ser realizada a redução de até 50% na espessura da camada

de revestimento no asfalto-borracha em relação ao CAP convencional e tomando

isso como base, nesta comparação foi reduzida 30% obtendo um valor de 3,5 cm.

Os dados utilizados nos pavimentos com CBUQ e com Asfalto-borracha, que

serão necessários para os cálculos, estão dispostos na Quadro 2.

Quadro 2 – Dados

DADOS CBUQ ASFALTO-BORRACHA

ESPESSURA 5 cm 3,5 cm

EXTENSÃO 1 km 1 km

LARGURA 7 m 7 m

DENSIDADE 2,425 t/m³ 2,425 t/m³

Fonte: Autoras (2019)

Para se calcular a quantidade de massa asfáltica fez-se necessário converter

as unidades de cada dado em metros e posteriormente multiplicar esses valores,

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assim obtendo a quantidade em tonelada para cada tipo de revestimento, como

consta no Quadro 3.

Quadro 3 – Quantidade de massa asfáltica

Revestimento - CBUQ (convencional) Revestimento - asfalto-borracha

1000m x 7m x 0,05m x 2,425t/m³ = 848,75 toneladas de massa asfáltica de

CBUQ

1000m x 7m x 0,035m x 2,425t/m³ = 550,02 toneladas de massa asfáltica de

asfalto-borracha

848,75 toneladas 550,02 toneladas

Fonte: Autoras (2019)

Foram utilizados os dados do SICRO com base em abril/2019 do estado de

Alagoas, dos custos unitários de referência, foram coletados dos itens Usinagem de

concreto asfáltico - faixa B - areia e brita comerciais e Usinagem de concreto

asfáltico com borracha - faixa B - brita comercial, os valores necessários. Utilizou-se

a faixa B por possuir um material com a granulometria adequada para aplicação em

camada de rolamento, de acordo com a Norma DNIT 031 (BRASIL, 2006). No

Quadro 4, estão apresentados os custos horários referentes aos equipamentos

utilizados e a mão de obra, juntamente com o teor dos ligantes, esse sendo o

mesmo nas duas composições com 5,66%, porém uma com 15% desse teor

composta por borracha, ou seja aproximadamente 0,85%. Já no Quadro 5, os custos

unitários totais por tonelada, que é composto por todos os insumos e o serviço de

aplicação da massa, observando-se nele que o custo unitário do asfalto borracha é

aproximadamente 16,70% mais caro que o CAP 50/70.

Quadro 4 – Custos horários total de execução

Preço CAP 50/70 (R$/ tonelada)

Preço Asfalto-borracha (R$/ tonelada)

Teor de Ligante (%)

1.285,64 1.285,50 5,66

Fonte: Adaptado do SICRO (2019)

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Quadro 5 – Custos unitários direto totais

CBUQ – CAP 50/70 (R$/tonelada) 119,80

CBUQ – Asfalto-borracha (R$/tonelada) 139,82

Fonte: Adaptado do SICRO (2019)

O Quadro 6, elaborado de acordo com um modelo encontrado no manual da

Greca Asfaltos (2009), define o custo total da obra de cada revestimento para 1 km

de extensão, de acordo com os dados obtidos acima.

Quadro 6 – Descrição de Custos

Dados Calc. Und. CAP 50/70 Asfalto- borracha

1 Qntd. de massa asfáltica CBUQ

(produzida)

- ton 848,75 550,02

2 Custo de Usinagem/Aplicação

por tonelada de CBUQ aplicado

- R$/ton 119,80 139,82

3 Qntd. de massa x custo de

usinagem/aplicação

1x2 R$ 101.680,25 76.903,80

4 Teor de asfalto - % 5,66 5,66

5 Custo de asfalto por tonelada

- R$/ton 1.285,64 1.285,50

6 Custo asfalto no CBUQ

1x4x5 R$ 61.761,18 40,019,07

7 Custo total da Obra 3+6 R$ 163.441,43 116.922,87

Fonte: Adaptado do SICRO (2019)

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Para analisar a porcentagem de redução de custo (Rc) do asfalto-borracha

comparado ao CAP 50/70, utilizou-se da equação (1) a seguir:

𝑅𝑐 =(((𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑜𝑏𝑟𝑎 𝐶𝐴𝑃)−(𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑜𝑏𝑟𝑎 𝐴𝑠𝑓𝑎𝑙𝑡𝑜−𝐵𝑜𝑟𝑟𝑎𝑐ℎ𝑎))∗100)

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑜𝑏𝑟𝑎 𝐶𝐴𝑃 (1)

𝑅𝑐 =(((163.441,43)−(116.922,87))∗100)

163.441,43= 28,46%

Abaixo se encontra o Quadro 7, o qual se refere à economia de substituição

do CAP pelo asfalto-borracha.

Quadro 7 – Redução de custo

Redução de Custo do

CBUQ com o Asfalto-

borracha em substituição

ao CAP 50/70

R$ 46.518,56

% 28,46

Fonte: Autoras (2019)

Quando esses valores foram analisados através da equação (1), percebeu-se

que a obra com asfalto-borracha é mais econômica 28,46% em relação ao CAP

50/70, representando um valor de 46.518,56 reais a cada quilômetro executado.

Assim, quando em obras de maiores extensões, esse número se torna bastante

expressivo.

Como foi dito, a possibilidade de diminuir a espessura do revestimento

quando utilizado o asfalto-borracha em sua composição, faz com que haja uma

maior economia no valor total da obra. De acordo com Greca Asfaltos (2009), ao

reduzir a espessura da camada de revestimento, o que interfere diretamente na

quantidade de massa asfáltica a ser utilizada, irá propiciar também a diminuição do

uso dos recursos naturais, tais como os agregados e o combustível que seria

necessário para a usinagem e transporte da massa.

Além da economia encontrada na fase de execução, como foi citado

anteriormente o asfalto-borracha se mostra mais resistente a trincas e trilhas de

rodas que o asfalto convencional, isso eleva a sua vida útil fazendo com que se leve

mais tempo para que seja necessária ocorrer alguma manutenção. Como afirma

Greca Asfaltos (2009), esse tipo de ligante propõe a redução dos custos de

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conservação por possuir um menor envelhecimento e suportar maiores

deformações, assim aumentando a durabilidade do revestimento, havendo também

uma diminuição dos intervalos de reparos e restauração do pavimento.

4.3 Análise ambiental

Como citado anteriormente, os impactos podem atingir diversos meios

podendo ser positivos ou negativos. Através do estudo realizado, percebeu-se que a

utilização do asfalto-borracha na camada de revestimento quando comparado ao

convencional realmente pode ocasionar vários impactos positivos aos meios, como:

a) Economia de recursos naturais:

- Proporcionada pela reciclagem dos pneus (SANTOS; BOTINHA; LEAL, 2013);

- Devido ao poder calorífico do pneu, seria necessário menos combustível não renovável (ex: carvão e óleo), implicando em uma diminuição do consumo do mesmo (SANTOS; BOTINHA; LEAL, 2013);

- Redução da demanda de petróleo e asfalto: ao substituir uma parte do asfalto por borracha e por ter uma maior durabilidade a sua vida útil se torna maior, evitando muitas manutenções (NOHARA et al, 2005).

b) Economia de recursos energéticos gastos na fabricação de borracha, aço e fibra têxteis, de acordo com Santos, Botinha e Leal (2013):

- A reciclagem do pneu, propõe um gasto de apenas 25% de material na produção de um pneu novo;

- Diminuindo por exemplo o consumo de petróleo.

c) Geração de empregos (SANTOS; BOTINHA; LEAL, 2013): - Por surgir novas empresas e fortalecer as existentes no ramo de

reciclagem de pneus para transformar em asfalto-borracha (NOHARA et al, 2005).

d) Diminuição de focos de insetos: - Evitando doenças na sociedade, como a Dengue (CURY et al,

2002); - Implicando na economia, por necessitar de um alto investimento

que será utilizado dos cofres públicos, para manter o programa de combate aos mosquitos da dengue (BEDUSCHI, 2014).

e) Redução dos riscos de incêndio e desastres ambientais:

- Provavelmente causado pelo descarte em locais irregulares (CURY et al, 2002);

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- Esse descarte vai implicar também em uma diminuição das obstruções que podem ocorrer em rios, lagos etc. (BEDUSCHI, 2014).

f) Redução do ruído:

- O asfalto-borracha proporciona essa diminuição na passagem dos veículos nas vias, o que nas travessias urbanas é um importante benefício (OLIVEIRA JUNIOR, 2018).

g) Decréscimo no número de acidentes de trânsito:

- Causado pela diminuição da aquaplanagem, por o asfalto-borracha proporcionar uma redução do filme de água na superfície e uma boa aderência entre o pneu e o pavimento (OLIVEIRA JUNIOR, 2018).

Além dos positivos foram encontrados alguns negativos, que normalmente é

previsto em qualquer estudo de impactos ambientais. De acordo com Fortes (2014), demonstra-se abaixo alguns impactos provenientes do asfalto-borracha:

a) Maior emissão de gases poluentes e nocivos à saúde humana, demonstrado na Figura 18:

- Elementos que podem ser mutagênicos e cancerígenos; - Causando doenças na população.

Figura 18 – Colaborador recebendo diretamente a emissão dos gases poluentes

Fonte: Fortes (2014)

b) Produz um forte odor:

- Provocado pela digestão da borracha, no processo de modificação do CAP com borracha e na aplicação do produto na pista.

c) Emissão de muita fumaça pelos materiais, representada nas Figuras

19 e 20: - Gerada pela alta temperatura; - Podendo provocar uma série de efeitos à saúde.

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Figura 19 – Fumaça sendo dispersa no meio

Fonte: Fortes (2014)

Figura 20 – Emissão da fumaça

Fonte: Fortes (2014)

d) Aumento de consumo de derivados de petróleo, combustível e asfalto: - Devido ao aumento da temperatura manipulação e da

consistência.

Foram encontrados impactos tanto positivos quanto negativos em relação à

utilização do asfalto-borracha como camada de revestimento, como consta nos

objetivos da pesquisa. O estudo confirmou isso através dos dados referenciados

acima, além de demonstrar que a proporcionalidade dos impactos positivos

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encontrados foi superior em relação aos negativos. Isso propicia a utilização desse

tipo de asfalto quando analisado ambientalmente, tendo em vista também que esses

danos podem ser evitados ou revertidos quando realizado um Estudo de Impactos

Ambientais da obra.

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5 CONCLUSÃO

Percebe-se que ao incorporar a borracha de pneus inservíveis ao CAP 50/70

as características técnicas do asfalto foram aperfeiçoadas proporcionando maior

resistência e durabilidade quando comparadas às do asfalto convencional.

Tendo em vista os argumentos que foram apresentados, há uma grande

vantagem econômica quando se compara os custos totais das obras entre os dois

tipos de revestimento. Mesmo com o valor do custo unitário direto por tonelada do

asfalto-borracha ser maior que o do convencional, ele se mostra consideravelmente

mais econômico no valor total, visto que por possuir resistência elevada, torna-se

possível a redução da espessura da camada de revestimento, além de futuramente

proporcionar um maior intervalo entre as manutenções devido sua durabilidade.

Levando-se em conta o que foi observado em relação ao meio ambiente, a

destinação dos pneus inservíveis é muito importante, pois o descarte incorreto pode

causar problemas. Logo, quando eles são reciclados e utilizados no ligante asfáltico,

diminui a quantidade de pneus descartados sem finalidade de uso, o número de

focos de insetos, riscos de incêndios e desastres ambientais, o que torna uma

alternativa com boa influência para o meio. Apesar do asfalto-borracha também

possuir alguns aspectos negativos quanto a sua utilização, esses são previamente

identificados para assim evitar ou diminuir os danos.

Assim, o asfalto-borracha se mostra mais viável quando comparado ao asfalto

convencional e espera-se que as análises apresentadas neste trabalho possam

contribuir para conscientizar a sociedade a respeito da destinação inadequada dos

pneus inservíveis e posteriores estudos e projetos acerca dos asfaltos com a adição

de borracha.

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SPEGLICH, Érica. Rodovias são obras de grande impacto. 2004. Disponível em: <http://www.comciencia.br/dossies-1-72/200404/reportagens/08.shtml> Acesso em: 25 ago. 2019.

TICIANI, Ermínio. Racionalização de Projetos e Redução dos Custos Ambientais na Construção Civil: O Caso da Universidade das Américas – UNIAMÉRICA. 124f. 2005. Dissertação. (Mestrado em Engenharia de Produção). Programa de Pós- Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005.

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ANEXOS

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ANEXO A – COMPOSIÇÃO DE CUSTOS DO CAP

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ANEXO B – COMPOSIÇÃO DE CUSTOS DO ASFALTO-BORRACHA

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