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1 Pós Graduanda em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapia Manual
Estudo da padronização de um protocolo para avaliação
fotogramétrica objetiva do fibroedema gelóide utilizando um software
de análise de imagens
Cristiana Chusa Rocha Wanghon¹
Pós-graduação em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapia Manual –
Faculdade FAIPE
Sabe-se que a pele é alvo de muitas alterações patológicas, dentre estas se destaca o
Fibroedema Gelóide (FEG). Esta patologia produz alterações que podem ser observadas a
olho nu e na maioria das vezes avaliada de maneira subjetiva e interpretativa na prática
clínica. Sendo assim, este trabalho foi elaborado na tentativa de se estabelecer um novo
método de avaliação, objetivando desenvolver um protocolo avaliativo por meio da análise
fotogramétrica. Para isso foram escolhidas alunas da UEPA, que possuíam FEG na região
glútea, sendo estas submetidas a um processo de captura de imagens, onde se buscou
padronizar variáveis ambientais, tais como distância, altura, iluminação, fundo de imagem,
vestimenta e posicionamento da paciente, que pudesseminterferir na captura destas e,
depoisfoi realizada uma análise dessas imagens no software, Pixcavator 6.0. Na análise
foram detectadas variáveis que poderiam ser utilizadas em uma avaliação objetiva, como a
tonalidade de cinza, contraste, espessura e circunferência de objetos.Porém, como o software
conseguiu reconhecer oscilações corporais durante a captura das imagens, neste estudo não
foi possível quantificar de maneira fidedigna as dimensões do FEG em momentos diferentes,
sendo necessários novos estudos buscando novosmétodos para uma avaliação objetiva de
Fibroedema gelóide.
Palavras-chave: Avaliação, Fibroedema gelóide, Software.
1 Introdução
A pele é uma estrutura complexa que tem como função principal o revestimento do organismo
e proteção das estruturas internas do corpo humano. É dividida em três camadas: epiderme,
com camadas de células escamosas estratificadas; derme, composta por fibras elásticas e
colágenas; e hipoderme, que possui um coxim de gordura subcutânea (BRAVIM & LIMURA,
2007).
A aparência, assim como, a proporção das camadas da pele, varia de acordo com fatores
diversos, como idade, sexo, clima, alimentação e estado de saúde do indivíduo. Nas mulheres,
independentemente de sua faixa etária, existe uma maior quantidade de gordura corporal do
que nos homens. Esta se acumula no corpo nas regiões de seios, abdômen, glúteos, quadris e
coxas, causando modificações na consistência do tecido epitelial, o fibroedema gelóide,
conhecido popularmente como celulite, que pode ser visível a olho nu, gerando certo
incômodo para quem o possui (GUIRRO, 2002).
Hoje já existem muitas áreas capazes de tratar este comprometimento tecidual. A Fisioterapia
Dermato-Funcional é uma delas e, atua na manutenção da integridade do sistema tegumentar
como um todo, incluindo as alterações superficiais da pele, podendo o fisioterapeuta manter e
promover uma ótima função física, o bem estar e a qualidade de vida do paciente (MILANI et
al, 2006).
Apesar de o FEG ser alvo de muitos tratamentos estéticos, este ainda é avaliado de maneira
subjetiva e interpretativa, por meio de questionários de satisfação pessoal, imagens que
nãoseguem parâmetros padronizados para captura, escalas de dor e de satisfação pessoal,
formas estas que nem sempre são capazes de quantificar o número, a extensão, o tamanho e o
diâmetro das depressões presentes no tecido epitelial, ocorridas no FEG.
Atualmente, a fotogrametria computadorizada é um recurso que pode ser utilizado na
avaliação para diagnóstico físico-funcional pelos fisioterapeutas, das diversas áreas da
Fisioterapia, por esta ter desenvolvido a aplicação dos princípios fotogramétricos às imagens
fotográficas obtidas em movimentos corporais, onde nessas imagens foram aplicadas bases de
fotointerpretação, o que acabou gerando uma nova ferramenta de estudo da cinemática
(BARAÚNA, 2006).
Porém, sabe-se que esta ainda é muito pouco utilizada nas clinicas de Fisioterapia, assim
como, os softwares de análise de imagens, dotados com recursos como: contagem de objeto,
medição de variáveis, estatísticas da imagem, análise da cor, entre outras funções que podem
ser aplicáveis a vários ramos da ciência, dentre os quais se encontram a Microscopia, a
Ciência material, a Medicina e a Biologia (SALIVIEV, 2011).
Portanto, devido a essa escassez de métodos objetivos de avaliação para esta afecção, cuja
subjetividade e a falta de parâmetros metodológicos interferem na sua
interpretação,dificultando a evolução investigativa acerca da terapêutica utilizada nesta área
quanto à avaliação prognóstica na clínica, este estudo se fez necessário, pois buscou-se o
desenvolvimento de uma metodologia confiável e reprodutível para avaliar quantitativamente
o FEG, a fim de complementar a avaliação detalhada da patologia em questãoatravésda
padronização de uma avaliação com análises objetivas, através de imagens com parâmetros de
captura padronizáveis, que possam ser reproduzidas por diferentes avaliadores.
Sendo assim, este estudo objetivou o desenvolvimento de um protocolo de avaliação por meio
de análise fotogramétrica que forneça dados objetivos sobre o FEG; descrever variáveis
ambientais que devem ser controladas para que não influenciem no resultado de um
fotograma de FEG; desenvolver um protocolo para obtenção de fotogramas para a avaliação
de FEG; avaliar a efetividade de um programa de computador para a detecção de objetos,
quantificação e análise de imagens para detectar e analisar o FEG.
2 Metodologia
O presente estudo caracterizou-se como descritivo, por observar, registrar e analisar
fenômenos sem modificar o seu conteúdo; quantitativo por considerar que os dados e
informações obtidos podem ser quantificáveis, podendo ser traduzidos em números de
maneira que possam ser analisados e classificados por recursos estatísticos (MENEZES &
SILVA, 2001).
É um estudo observacional, sem que seja realizada qualquer intervenção que possa interferir
no curso natural e/ou desfecho dos mesmos; e transversal, por ser realizado em um
determinado momento, em um curto período de tempo (FONTELLES, 2010).
Este foi realizado no período de julho a novembro de 2011, na UEPA, Campus XII –
Santarém, no laboratório de Recursos Terapêuticos Manuais (RTM) e de Mecanoterapia,
desta instituição de ensino,sendo reavaliado, corrigido e reescrito de abril a outubro de 2015.
Por meio deste estudo buscou-se a padronização de variáveis ambientais que poderiam
interferir na captura de imagens fotográficas e na posterior análise dessas imagens em um
programa de computador, sendo avaliada a eficiência deste programa e sua possível utilização
em um protocolo de avaliação objetiva.
Para isso, a pesquisa passou pelo Comitê de Ética da IES acima mencionada, a qual depois de
aprovada, contou com a participação de acadêmicas da UEPA/Santarém, que após a leitura e
assinatura do TCLE, foram devidamente informadas sobre os objetivos e métodos deste
estudo, além de terem livre acesso aos resultados parciais e ao resultado final do mesmo,
tendo seus dados pessoais mantidos com seguridade e confidencialidade somente para fins de
pesquisa. Com isso,as imagens seriam utilizadas somente para a análise de dados pelos
pesquisadores e seriam arquivadas por cinco anos e ao término de todos os estudos seriam
apagadas. Não houve qualquer espécie de remuneração para as participantes desta pesquisa.
Para que a pesquisa tivesse seus objetivos correspondidos, apesar de as modelos possuírem
tonalidades diferentes de pele, sendo branca e parda, buscou-se então a padronização de uma
vestimenta utilizada pelas mesmas. Desta forma, todas deveriam estar trajando roupa mínima
na parte inferior do corpo, sendo utilizadas como vestimenta padrão neste trabalho calcinhas
em cores branca, bege e preta, de maneira que estas pudessem mostrar grande parte da região
glútea da modelo, com exposição do FEG, objeto de estudo nesta pesquisa, contido nesta
região. As mesmas também deveriam ter mais de 18 anos, não poderiam está utilizando
medicações na região glútea, tais como cremes, hidratantes etc.; e deveriam ter diagnóstico
fechado para FEG nos graus I, II e/ou III na região glútea.
Para a captura de imagens foi utilizada uma câmera digital General Eletrors (GE), 14.1 MP,
zoom óptico 5x, que era sustentada em um tripé para câmera digital. Após obtidas as imagens,
estas passaram por um tratamento no programa Corel Photo-Paint, versão X4 e X3, e
posteriormente foram analisadas no softwarePixcavator 6.0, com a utilização de um notebook
Semp Toshiba 14”, 2 GB RAM, 320 GB SATA II, Pentium T4500.
Primeiramente foi realizado um estudo no computador acerca das ferramentas do
SoftwarePixcavator 6.0 para análise das imagens, onde foi possível conhecer todas as
ferramentas disponibilizadas por este programa, onde se elegeu como ferramenta de estudo, a
janela de análises, na qual o programa detecta objetos na imagem e faz marcações coloridas
ao redor destes, exibindo uma planilha em Excel, com todas as características do objeto, tais
como tamanho, perímetro, contraste e extensão dos objetos. Tais funções foram utilizadas
para avaliar as modificações que o FEG causa na superfície da pele.
Após a familiarização com estas ferramentas buscou-se controlar as variáveis inerentes a
realização da captura de imagem sendo elas: modo de captura da imagem, distância e altura
da câmera, iluminação do ambiente, fundo da imagem, vestuário e posicionamento da
modelo. Isso se fez necessário para que as imagens obtidas pudessem sofrer poucas variações
quando analisadas, tanto em um mesmo momento de uma mesma modelo quanto em
momentos diferentes e com modelos diferentes.
Após a padronização da captura das imagens, estas passaram por um tratamento no programa
Corel Draw X4 e X3, para realização da remoção dos espaços adjacentes à região da pele da
paciente, possibilitando assim reduzir o tempo de análise da imagem, sem interferir na análise
realizada pelo programa. Sendo utilizado neste tratamento ferramentas de recorte, máscaras e
borracha, de forma que não interferisse na qualidade da imagem e nem alterasse as
características da pele obtidas na imagem original.
Depois de realizado o tratamento pelo Corel Draw, as imagens passaram por análises no
programa Pixcavator 6.0, onde foram utilizadas as ferramentas de contraste máximo e médio,
tamanho (em pixels) e intensidade clara para executar a detecção ideal dos objetos desejados
para a análise.
O resultado das variáveis analisadas dos objetos, tais como, quantidade de objetos (depressões
na pele), mensuração de área dos objetos e condições de contraste e brilho dos objetos foram
analisados de forma aleatória para o FEG nos graus I, II e III, em tabelas de percentil, média
aritmética e desvio padrão, e depois foram analisados de maneira descritiva pelo pesquisador.
Após a padronização da captura da imagem, da análise da mesma através do Software, foi
elaborado um protocolo para captura de imagens para avaliação de FEG, ficando o mesmo
disponível para ser utilizado nas avaliações clínicas e em caráter de pesquisa acerca de
protocolos de tratamento para o FEG.
3 Resultados e discussões
3.1 Avaliação do Software – Funções
O software utilizado Pixcavator, versão 6.0, tem a capacidade de capturar contornos de
objetos em uma imagem e produzir uma planilha em Excel com a localização e medidas
destes. Este programa aceita formatos de imagens em JPEG, BMP, GIF, TIFF, PNG. Quanto
maior o tamanho da imagem maior será a complexidade da análise, pois o programa
reconhece todos os pontos relevantes e irrelevantes da imagem, para isso o mesmo possui um
fator redutor de dimensões e do tempo de análise das imagens, sem reduzir a qualidade da
mesma.
Ao iniciar o programa o mesmo, fornece três janelas distintas. São elas: a janela de análises,
que permite carregar a imagem e reduzi-la se necessário, lançando essa imagem para análise;
a janela de ferramentas, que permite utilizar ferramentas de manipulação da imagem, por
meio de efeitos especiais e a janela de saída, que permite a visualização e o arquivamento dos
dados e da imagem analisada.
O trabalho em questão utilizou a janela de análises. A qual ao abri-la, fornecia três ícones com
controles ajustáveis para a execução ideal de análise das imagens. Sendo que o primeiro
ícone, INICIAR, possuía o controle de escolha/seleção de imagem, que servia para selecionar
imagens de arquivos preexistentes e abri-las para análise. O segundo, REVISÃO E
MODIFICAÇÃO DE ENTRADA, apresentava descrições sobre a imagem selecionada, tais
como identificação e dimensões da imagem e o tempo estimado de análise; além disso,
possuía um controle para reduzir dimensões e tempo de análise de imagens, se necessário, e
também, um controle para escolha da cor do canal (marcação) que será utilizada, sendo que
para este trabalho o fibroedema gelóide foi marcado com a coloração vermelha. E o terceiro
ícone, O CONTROLE DE EXECUÇÃO DE ANÁLISES.
Esta análise passa por três estágios. No primeiro, o estágio automático, uma estrutura de
dados gráficos é criada contendo todas as informações dos objetos marcados na imagem. No
segundo estágio, o semiautomático, o usuário pode mover controles correspondentes às
características do objeto e escolher a melhor segmentação destes, sendo os gráficos
atualizados instantaneamente. Já no terceiro estágio, o manual, os ruídos e detalhes
irrelevantes da imagem podem ser excluídos clicando sobre eles.
Inicialmente a imagem será analisada automaticamente, de acordo com as configurações
adequadas para o tamanho da imagem, porém, no reprocessamento das imagens as
configurações podem ser alteradas por meio de alguns comandos existentes no painel de
análise, sendo capazes de analisar duas medidas principais, tamanho (em pixels) e contraste
de cinza (reconhecendo o programa 256 tonalidades de cinza), sendo divididos da seguinte
maneira: tamanho do objeto; contraste máximo do objeto; contraste do contorno do objeto;
contraste médio do objeto; intensidade clara e intensidade escura; sendo que todos os objetos
que ficarem abaixo desses limiares de análise não serão marcados.
A partir desta análise o pesquisador pode realizar uma nova análise por meio da
movimentação dos seguintes controles: tamanho, contraste máximo, contraste da borda,
contraste médio, intensidade clara e intensidade escura dos objetos contidos na imagem.
Esses controles quando deslizados da esquerda para a direita aumentam a numeração variando
de 0 a 77760 para tamanho, de 0 a 100 para contraste de borda do objeto e de 0 a 255 para
contraste máximo e médio e, intensidade clara e escura dos objetos. A cada deslizamento
ocorrido nesses comandos o software gera instantaneamente uma planilha no painel de
análises mostrando os seguintes dados dos objetos marcados: localização em X e Y, tamanho
(em pixels), tipo de objeto (claro/escuro), o perímetro, o contorno, a intensidade de cinza, a
espessura, o contraste, o comprimento (extensão) e o número do objeto.
Além desses, o painel de análise possui outros controles que podem auxiliar na busca ou
isolamento de marcação de um ou mais objetos, são eles: objetos coloridos e isolamento de
objetos, os quais têm por objetivo facilitar a visualização de todos os objetos marcados na
imagem, sendo que o primeiro comando colore todos os objetos marcados na imagem e, o
segundo, isola os objetos, fazendo com que o restante da figura desapareça; ocultação de
contornos, que faz com que todos os contornos sejam desmarcados, mostrando a imagem
original, sem a identificação dos objetos; o canal de exibição, que mostra a análise da imagem
em preto e branco; e, por fim, os controles de desmarcações de objetos escuros e de objetos
claros, que servem para desmarcar os objetos escuros e claros respectivamente.
Para se estudar todas as análises realizadas tanto no modo automático como no modo manual,
o software disponibiliza um resumo sobre os dados dos objetos encontrados na imagem
mostrando: a quantidade de objetos claros e escuros encontrados na imagem, sendo o máximo
de 2000 objetos reconhecidos pelo programa; a área total desses objetos dentro da imagem,
podendo ser utilizada essa informação para subtrair os objetos claros dos objetos escuros, ou
vice-versa; os valores médios e desvio-padrão das principais características, tamanho e
contraste.
Estes dados informados, tais como, tamanho, perímetro, comprimento, contraste, espessura,
desvio-padrão e os valores médios fornecidos pela análise do programa serão importantes
para avaliar a extensão do objeto marcado neste estudo, o FEG, onde por meio dessas
informações pode-se obter uma avaliação objetiva desta patologia, sendo possível de se
quantificar o grau de comprometimento da mesma.
3.2Avaliação das variáveis que influenciam na análise do fotograma
3.2.1 Variáveis da captura do fotograma – Modo de captura, Distância e altura da câmera,
iluminação do ambiente, fundo da imagem
Por ser um software capaz de diferenciar todos os objetos contidos na imagem, com o estudo
do programa foi possível obter parâmetros padronizáveis em uma captura de imagens para a
realização de uma análise objetiva.
O primeiro foi o modo de captura de imagem, realizado com e sem flash, no modo
automático. Com isso, notou-se que o uso do flash concentrava feixes luminosos sobre
determinada região da pele da paciente, dificultando assim a visualização adequada da área a
ser estudada. Já o uso do modo manual, sem o flash, mantém uma iluminação homogênea
sobre a pele da paciente sem a concentração de feixes luminosos.
O posicionamento da câmera influenciou na nitidez da imagem para análise por meio do
software. Quando esta se encontrava em uma distância longa, o software não reconhecia de
forma precisa os objetos contidos na imagem. No entanto, quando a câmera encontrava-se à
uma pequena distância da modelo, a imagem ficava embaçada, dificultando a análise pelo
programa.
Portanto, para a imagem não ficar muito distante e nem muito próxima, a câmera foi
posicionada em uma linha perpendicular ao solo por meio de um tripé para câmera
fotográfica, ajustado de forma que a lente da câmera pudesse englobar toda a região glútea da
paciente sem cortar as laterais do quadril da mesma. Os pontos de referência levados em
consideração na imagem foram as EIPS e o terço médio posterior da coxa.
Para esta paciente que tinha 1,54m de comprimento, a altura ideal encontrada foi de 90 cm
contados a partir da lente da câmera até o solo, de forma que a região supracitada pudesse ser
enquadrada na imagem. Já a distância câmera-paciente (região glútea) foi de 30 cm, de forma
que a imagem obtida tivesse uma boa resolução para uma análise posterior.
A iluminação do ambiente interferiu de dois modos na análise do fotograma. O primeiro: se o
ambiente estivesse muito iluminado a imagem ficava muito clara e, se estivesse com pouca
iluminação, a imagem ficaria escurecida, interferindo na nitidez necessária para a realização
da análise pelo programa. O segundo modo de interferência é que a iluminação inadequada
provocava sombreamentos ou reflexos na região da pele da paciente fazendo com que essas
interferências fossem capturadas na análise realizada pelo programa.
Para que essas interferências não ocorressem na análise foi utilizada uma sala com
comprimento e largura, respectivamente, de 4mx8m, possuindo uma iluminação homogênea
no teto, distribuída em seis lâmpadas fluorescentes comuns, sem interferência de qualquer
iluminação externa tomando-se o devido cuidado de vedar qualquer local que pudesse
interferir na iluminação da imagem obtida.
Da mesma maneira que a iluminação do ambiente interferiu na análise da imagem, o fundo da
imagem também mostrou diferenças durante esta análise.
As imagens com fundo preto apesar de realçarem a cor da pele da paciente, quando analisadas
tinham uma grande marcação de objetos nas regiões escuras que dificultavam a precisão da
análise das imagens. Isto fazia com que os objetos vermelhos, que deveriam reconhecer o
FEG, reconhecessem toda a região de cor preta.
Já a cor branca obteve melhores resultados quando analisada uma imagem com fundo nesta
coloração. Por absorver e refletir os feixes de luz, este tipo de fundo não reconhecia grandes
áreas de escuridão ou luminosidade dentro da imagem. Isso foi possível, também, à
associação deste fundo com a iluminação adequada do ambiente, onde foi possível observar
áreas menores em marcação vermelha, e se encontraram marcações relevantes na região
glútea.
3.2.2 Variáveis relacionadas ao paciente – Vestuário e Posicionamento da paciente
A cor da vestimenta utilizada pela paciente influenciou na imagem, isso foi possível de se
observar por meio da captura das imagens. A utilização de uma vestimenta preta por absorver
a luminosidade e não refleti-la de acordo com os princípios da Física, realça na imagem a
vestimenta e não a pele da paciente, fazendo com que toda a imagem ao redor fique com tons
mais claros, inclusive a pele da paciente, isso fez com que diminuísse a visualização das
depressões contidas na pele. Já a vestimenta bege, realçou melhor a pele da paciente, porém,
essa cor ficou muito próxima da tonalidade da paciente, se analisada de longe ou de forma
rápida poderia confundir o avaliador, além disso, ainda não deixou em evidência a pele da
paciente, como aconteceu com a vestimenta branca, onde esta contrastou de forma ideal com
a pele da paciente, realçando a tonalidade real da mesma, de forma que seja possível de se
visualizar de maneira mais precisa a presença de depressões na região glútea e proximal da
coxa e pelo branco ser uma cor neutra capaz de absorver e refletir feixes de luz, de forma que
não aconteçam muitas variações durante a análise da imagem.
Quanto ao posicionamento da paciente foram testados sete tipos de posicionamento onde em
três deles a paciente encontrava-se na posição em pé, com os pés no solo e apoio contra a
parede; um em decúbito ventral, outro em decúbito lateral, um sentado e outro pendurado na
Barra de Ling.
No primeiro posicionamento em pé a paciente encontrava-se de frente para a parede com os
MMII totalmente unidos, com uma distância de 10 cm do primeiro pododáctilo até a parede;
as mãos espalmadas contra a parede, os cotovelos flexionados na altura da cintura e o tronco
alinhado com a cintura pélvica e cintura escapular na mesma direção.
Neste posicionamento como os MMII estavam bastante unidos, acabaram exercendo uma
pressão um contra outro o modificando, a estruturação da pele na região proximal médio-
posterior da coxa causando também um sombreamento nesta região. Além disso, como a
paciente não se apoiava na parede, o tronco desta sofria um desalinhamento devido à sua
instabilidade.
No segundo posicionamento utilizado, a paciente foi colocada em pé, de frente para a parede,
com a região posterior do corpo voltada para a iluminação do ambiente; os pés foram
posicionados à uma distância de 10 cm da parede calculados a partir dos primeiros
pododáctilos direito e esquerdo; os MMII ficaram afastados à uma distância de 45 cm, para
que um não pressionasse o outro formando sombreamentos na região posterior medial
proximal da coxa na imagem devido a esta pressão. Os MMSS eram apoiados contra a parede
de forma que as mãos ficassem espalmadas e os epicôndilos mediais ficassem apoiados contra
a parede. Porém, este posicionamento também trazia muita instabilidade à paciente.
A terceira posição em pé foi semelhante à primeira, porém, diferenciando apenas no
posicionamento dos MMII. Nesta, os pés encostavam-se à parede por meio dos primeiros
pododáctilos direito e esquerdo, a distância entre o MIE e MID, também era de 45 cm
contados a partir da borda medial do pé, sendo que nesta posição os joelhos e quadris
deveriam permanecer pressionados contra a parede durante a captura das imagens de forma
que se pudesse obter uma maior estabilidade para a paciente; os MMSS ficavam apoiados da
mesma maneira relatados na posição anterior. A problemática desta posição era que, ao
pressionar os quadris contra a parede, a paciente realizava uma pequena contração na região
glútea, não conseguindo sustentar essa mesma contração durante toda a captura de imagens o
que também não serviria para analisar FEG grau 3 já que nesse estágio, para se diagnosticar,
os músculos necessitam estar devidamente relaxado.
Em decúbito ventral a paciente era colocada sobre uma maca a qual ficava contra a
iluminação para poder minimizar os problemas de reflexos e sombreamentos acima citados. A
posição em DV deveria ser a mais confortável possível para que a paciente pudesse ficar
totalmente relaxada de forma que a mesma não se movimentasse muito interferindo assim na
captura da imagem. Porém, nesta posição, a força da gravidade atuando sobre a região glútea
é mínima e também, desta forma os tecidos sofrem uma modificação na sua estrutura física
espalhando-se uns sobres os outros se tornando difícil de visualizar o aspecto rugoso do FEG
nessa região.
Em decúbito lateral, a paciente encontrava-se com uma flexão de 140° de quadris, com os
joelhos apoiados contra a parede fazendo uma flexão de 108° nesta articulação. Foram feitas
duas marcações na região posterior da paciente, uma sobre o processo espinhoso de S2 e outra
sobre o processo espinhoso de T12 onde estas ficavam a uma distância da borda da maca de
19,5 cm, ou seja, ficavam alinhadas de forma que o tronco da paciente pudesse ficar alinhado;
o MS que se encontrava em contato direto com a maca era mantido sob a cabeça da paciente
para que a mesma pudesse posicioná-la de maneira confortável. Desta forma era mais fácil
controlar o posicionamento da paciente, impedindo com que ela se movimentasse muito.
Porém, assim como na posição anterior, em DV, é difícil de visualizar o FEG em uma análise
realizada pelo software, o qual nesta posição consegue capturar somente pequenas
manchinhas presentes na região glútea da paciente.
Na posição sentada, a paciente sentou-se em uma cadeira comum com encosto de 75 cm de
comprimento por 58 cm de largura, com a região anterior do corpo voltado para o encosto,
com a região glútea à 4 cm da borda final do assento tendo como ponto de referência a crista
sacral; a paciente debruçava-se sobre o encosto mantendo uma inclinação de 45° de quadril.
Nesta posição, dois pontos se tornaram problema:o primeiro era que, ao sentar-se, o tecido
adiposo, assim como a pele e demais tecidos moles, sofreu diferenciação na sua conformação
estrutural, ou seja, “espalhou-se” fazendo com que o FEG observado na posição em pé
diminuísse ou se tornasse invisível; o segundo, por não se conseguir controlar muitos pontos
de referência nesta posição, a modelo tinha grande instabilidade, sofrendo muitas oscilações,
o que dificultava o bom enquadramento da imagem para uma posterior análise.
Na posição pendurada em uma Barra de Ling, a paciente se encontrava em uma barra com 2m
de altura e 90 cm de largura, acoplada na parede a uma altura de 20 cm do chão, composta por
10 bastões de 80 cm de largura cada e 6 cm de diâmetro dispostos horizontalmente um sobre o
outro em uma distância de 10 cm, tendo também um bastão superior disposto anteriormente
aos demais. A modelo ficava em pé sobre o primeiro bastão, próximo ao solo, com os MMII
abduzidos a uma distância de 40 cm um do outro, os joelhos pressionados contra o bastão e os
quadris livres; as mãos seguravam o último bastão com uma distância de 15 cm da região
hipotenar às bordas laterais do bastão, de forma bilateral, e uma distância de 30 cm entre a
mão esquerda e a direita. Nesta posição, a modelo sofreu oscilações mínimas mesmo sendo
esta uma posição desconfortável, já que a modelo precisava fazer um esforço de médio a
grande para manter-se pendurada. Portanto, quando realizada análise, esse posicionamento foi
o que melhor pode capturar os pontos de FEG na região glútea da modelo.
3.3 Tratamento do fotograma
Como mencionado acima, por ser um software capaz de detectar todos os diferentes objetos
contidos na imagem por meio de uma análise automática, fez-se necessário realizar um
tratamento nas imagens para que o menor número possível de objetos fosse marcado nas
imagens reduzindo, assim, a complexidade de análise nas imagens; para isso foram retiradas
as áreas adjacentes à pele da modelo deixando visível somente esta área.
Para isso, as imagens foram trabalhadas no Corel Photo-Paint x4 e x3, versão 13, ano 2005;
programa este, capaz de tratar, recortar e aperfeiçoar imagens por meio de ferramentas
variadas. Para o tratamento das imagens utilizadas neste trabalho as ferramentas utilizadas
foram: máscaras, ferramentas de corte e borracha.
As imagens passaram por um recorte inicial sendo retiradas da imagem todas as regiões que
ficavam adjacentes ao corpo da modelo, tais como o fundo e a vestimenta. Ao final do recorte
todas as imagens que passaram por essa ferramenta deveriam ter as mesmas dimensões para
que fossem avaliadas da mesma forma no Pixcavator.
Após o recorte, as imagens foram trabalhadas por meio da utilização de máscaras, ferramentas
que permitem isolar áreas marcadas e, ao mesmo tempo, proteger as outras regiões da imagem
das alterações realizadas nas áreas marcadas. Essas máscaras com suas combinações editáveis
e protegidas permitem modificar imagens com precisão. Nos fotogramas elas foram utilizadas
para excluir as áreas que contornavam toda a região do corpo da modelo sem que a região da
pele sofresse alterações. Por meio destas foram retiradas as áreas do fundo da imagem e da
vestimenta da paciente.
Por fim, para apagar todos os pontos restantes das regiões excluídas pelas máscaras, foi
utilizada a borracha a fim de minimizar todos os pequenos pontos e traços de imagem
deixados pelo uso das máscaras.
3.4Descrição do protocolo de avaliação fotogramétrica utilizando o Pixcavator 6.0 O programa captura instantaneamente todos os objetos contidos na imagem que são possíveis
de serem analisados. Porém, como nem todos os objetos marcados eram relevantes para esta
pesquisa, para fazer a marcação adequada, requerida neste trabalho, no caso os FEG’s, foram
utilizados alguns dos controles existentes no painel de análise. São eles: tamanho do objeto,
contraste máximo, contraste médio e intensidade clara.
Os fotogramas depois de tratados foram analisados de forma que a execução de análise
passava pela redução de fator, que variava entre 5 e 6, para acelerar o processo de análise,
onde este reduz as dimensões da imagem sem alterar a nitidez da mesma.
O canal de análise escolhido foi o de cor vermelha que capturou objetos em tonalidades mais
escuras, sendo o mesmo controlado pelos controles de contraste médio e máximo.
A primeira análise obtida foi no modo automático realizada pelo programa de acordo com as
dimensões da imagem; após esta análise, utilizaram-se os controles acima mencionados para
marcar os objetos de estudo desta pesquisa, o FEG. A partir do deslizamento dos controles da
menor para a maior numeração foi possível de se obter a marcação ideal dos objetos
escolhidos visualmente na imagem, sendo o FEG nos graus I, II e III.
Determinou-se, então, um limiar de marcação do objeto pretendido, onde a numeração para o
tamanho dos objetos era mantida entre o 0 e 385, para o contraste máximo, entre 2 e 12, pois
após essa numeração as marcações em vermelho, desapareciam da imagem, para o contraste
médio entre 0 e 4, pois além desta numeração as marcações também não podiam mais ser
vistas e, para intensidade clara, a numeração mantida era 0, pois assim, objetos com contornos
verdes não seriam marcados nas imagens.
3.5 Avaliação dos índices de variação das características analisadas em dois momentos
diferentes
Após a padronização das variáveis descritas anteriormente buscou-se verificar a existência de
uma diferença significativa entre as variações de posicionamento da paciente. Isso se fez
necessário para se obter um protocolo de avaliação objetiva fidedigno levando em
consideração que a avaliação fisioterapêutica divide-se em avaliação inicial e reavaliações.
Para reproduzir essas etapas da avaliação foi realizada a captura de imagens em momentos
distintos a fim de se verificar se existiria uma diferença significativa no posicionamento da
modelo em um primeiro momento e na reprodução deste mesmo posicionamento em um
segundo momento.
Por esse motivo, a captura de imagens foi realizada da seguinte forma: a modelo era
posicionada de acordo com as marcações indicativas dos segmentos corporais utilizados como
ponto de referência e, depois de estar devidamente posicionada, eram retiradas as fotos em um
primeiro momento, o antes. Após essa primeira captura de imagens, a paciente saía da
posição, dava duas voltas pela sala, onde estava sendo realizada a captura das imagens e
depois era posicionada novamente no local das marcações obedecendo ao posicionamento
realizado anteriormente, onde eram retiradas novas fotos, em um segundo momento, o depois.
Esta forma de captura de imagens foi utilizada nos três tipos de posição em pé, nas posições
de decúbito ventral e lateral, sentada e pendurada na Barra de Ling. Com isso verificou-se que
todas as posições mencionadas obtiveram variações significantes nos dados dos objetos
marcados durante a análise das fotos.
As que mais sofreram variações entre os dados do primeiro e do segundo momento foram as
posições em pé e sentada. Em pé, acredita-se que pelo corpo sofrer pequenas oscilações
quando se está na posição ortostática por períodos demorados, estas variações devem ter
ocorrido durante a captura das imagens de maneira diferente entre o primeiro e o segundo
momento; e sentada, por ser difícil controlar a inclinação da modelo para frente ou para trás,
fazendo com que o tecido epitelial se estire na região glútea, tornou-se difícil a identificação
precisa do FEG presente nessa região.
Já nas posições de decúbito ventral e decúbito lateral não foi possível realizar uma análise da
imagem em nenhum dos dois momentos. Pois como já relatado anteriormente, nesta posição,
por ocorrer a diminuição da força da gravidade sobre a musculatura glútea e existir um
deslizamento da pele sobre os tecidos moles, o aspecto rugoso que caracteriza o FEG,
desaparece. Devido a esses fatores não foi possível realizar marcações nas áreas do FEG.
Sendo assim, o posicionamento que teve menor variação entre os dados dos objetos nos
momentos diferentes foi o da Barra de Ling onde a modelo ficava pendurada obedecendo às
devidas marcações colocadas nos bastões. Acredita-se que por este aparelho oferecer maior
estabilidade e apoio à modelo, as oscilações ocorridas normalmente na posição em pé foram
mínimas, favorecendo a reprodução do posicionamento em um segundo momento.
Os valores abaixo mostram as variações encontradas por meio dos dados obtidos de objetos
marcados e escolhidos aleatoriamente para serem analisados nos dois momentos diferentes,
sendo que estes objetos deveriam está marcando FEG nos grau I, II e III como mostrado a
seguir.
Tabela 01. Análise de variação do objeto 3, FEG grau 3
Tabela 02. Análise de variação do objeto 7 e 6, FEG grau 3
As tabelas acima mostram a variação ocorrida entre as características dos objetos marcados,
no caso FEG grau 3, nos dois momentos em que foram capturadas as imagens. Na Tabela 1, o
número de identificação do objeto permaneceu o mesmo variando apenas as demais
características, permanecendo, porém, o contraste, a tonalidade de cinza e a espessura da
marcação. Já a Tabela 2 mostra que o objeto, marcado em um primeiro momento, teve
modificação no seu número de identificação e, além disso, a variação entre as características
do antes e depois foi mais elevada que no primeiro objeto estudado permanecendo somente a
característica espessura da marcação com o mesmo valor numérico.
Antes Depois Variação (%)
Objeto analisado 3 3 -
Loc. X 137 138 0,73
Loc. Y 263 262 0,39
Tamanho (pixels) 495 499 0,89
Perímetro 269 258 4,08
Circunferência 9 9 =
Cinza 118 119 0,84
Contraste 2 2 =
Espessura 3 3 =
Comprimento
(ext.)
131 125 4,58
Fonte: Autora, 2011
Antes Depois Variação (%)
Objeto analisado 7 6 -
Loc. X 121 120 0,82
Loc. Y 487 485 0,41
Tamanho (pixels) 863 694 19,58
Perímetro 294 240 18,36
Circunferência 12 15 20
Cinza 83 82 1,20
Contraste 2 3 33,33
Espessura 6 6 =
Comprimento
(ext.)
141 114 19,14
Fonte: Autora, 2011
Tabela 03. Análise de variação do objeto 3 e 6, FEG grau 2
Tabela 04. Análise de variação do objeto 12 e 17, FEG grau 2
Tabela 05. Análise de variação do objeto 20 e 22, FEG grau 2
As tabelas acima mostram objetos analisados como FEG grau 2. Tanto a Tabela 3, quanto a 4
e a 5, sofreram modificação no número de identificação dos objetos captados em imagens
Antes Depois Variação (%)
Objeto analisado 3 6 -
Loc. X 574 574 =
Loc. Y 137 136 0,72
Tamanho (pixels) 86 101 14,85
Perímetro 77 93 17,20
Circunferência 18 14 22,22
Cinza 143 143 =
Contraste 1 2 50
Espessura 2 2 =
Comprimento
(ext.)
36 44 18,18
Fonte: Autora, 2011
Antes Depois Variação (%)
Objeto analisado 12 17 -
Loc. X 520 523 0,57
Loc. Y 218 218 =
Tamanho (pixels) 56 458 3,44
Perímetro 61 49 19,67
Circunferência 19 30 36,66
Cinza 128 129 0,77
Contraste 2 2 =
Espessura 1 2 50
Comprimento
(ext.)
37 22 59,45
Fonte: Autora, 2011
Antes Depois Variação (%)
Objeto analisado 20 22 -
Loc. X 57 58 1,72
Loc. Y 149 148 0,67
Tamanho (pixels) 93 77 17,20
Perímetro 82 91 9,89
Circunferência 17 12 29,41
Cinza 121 123 1,62
Contraste 2 1 50
Espessura 2 1 50
Comprimento
(ext.)
38 43 11,62
Fonte: Autora, 2011
diferentes. É possível notar que houve uma grande variação entre os dados da primeira
imagem com os da segunda onde as maiores variações ocorreram nas medidas de tamanho,
perímetro, comprimento e circunferência dos objetos, tendo uma menor variação nas Tabelas
3 e 4 na tonalidade de cinza e no contraste. Portanto, pode-se observar que, as variações foram
maiores que os objetos marcados para FEG grau 3.
Tabela 06. Análise de variação do objeto 285 e 309, FEG grau 1
Tabela 07. Análise de variação do objeto 306 e 326, FEG grau 1
Tabela 08. Análise de variação do objeto 62 e 75, FEG grau 1
Antes Depois Variação (%)
Objeto analisado 285 309 -
Loc. X 220 227 3,08
Loc. Y 293 297 1,36
Tamanho (pixels) 39 27 30,76
Perímetro 52 36 30,70
Circunferência 18 26 30,76
Cinza 94 95 1,05
Contraste 1 1 =
Espessura 1 1 =
Comprimento
(ext.)
24 16 33,33
Fonte: Autora, 2011
Antes Depois Variação (%)
Objeto analisado 306 326 -
Loc. X 191 194 1,54
Loc. Y 335 335 =
Tamanho (pixels) 42 50 16
Perímetro 57 48 15,78
Circunferência 16 27 40,74
Cinza 79 82 3,65
Contraste 1 2 50
Espessura 1 2 50
Comprimento
(ext.)
24 21 12,15
Fonte: Autora, 2011
Antes Depois Variação (%)
Objeto analisado 62 75 -
Loc. X 76 79 3,79
Loc. Y 161 158 1,86
Tamanho (pixels) 23 26 11,53
Perímetro 34 31 8,82
Circunferência 24 34 29,41
Cinza 121 125 3,2
Contraste 1 1 =
Espessura 1 1 =
Comprimento
(ext.)
15 13 20
Fonte: Autora, 2011
Já as Tabelas 6, 7 e 8 mostram a variação ocorrida nos objetos analisados como FEG grau 1.
Sendo as maiores variações as medidas de tamanho, perímetro, circunferência. Na Tabela 8
houve, também, uma variação relevante na tonalidade de cinza e no contraste. As demais
variações se equilibram com as marcações do FEG grau 2, porém, ainda são maiores que as
do FEG grau 3.
Tabela 09. Análise de variação dos objetos Grau 3, Grau 2, Grau 1
Na tabela 09, mostrada acima temos a comparação entre as variações dos resultados de cada
grau de FEG, onde podemos perceber que quanto menor o tamanho do objeto, quanto menor o
grau da patologia torna-se mais difícil de avaliar de maneira objetiva e precisa as dimensões
do FEG.
3.6 Resumo da padronização da captura dos fotogramas
Modo de captura
Modo manual, sem flash, cor automática;
Distância e altura da câmera
30 cm entre a região glútea e a lente da câmera de forma que
seja englobada as EIPS e o terço médio posterior da coxa;
Iluminação do ambiente
Iluminação distribuída de forma homogênea no local sem
interferência de iluminação externa;
Fundo da imagem
Branco;
Vestuário
Branco;
Posicionamento da paciente
Pendurada na Barra de Ling;
Fonte: Autora, 2011.
Tabela 10. Tabela de padronização das variáveis estudadas
FEG grau 3 FEG grau
2
FEG grau 1
Objetos analisados 3/3 3/6 285/309
Tamanho (pixels) 0,89 14,85 30,76
Perímetro 4,08 17,20 30,70
Circularidade = 22,22 30,76
Cinza 0,84 = 1,05
Contraste = 50 =
Espessura = = =
Comprimento
(ext.)
4,58 18,18 33,33
FEG grau 3 FEG grau 2 FEG grau 1
Objetos analisados 3/3 3/6 285/309
Fonte: Autora, 2011
4 Considerações Finais
Neste trabalho foram relatadas, estudadas e descritas todas as variáveis capazes de interferir
na análise de um fotograma. Porém, foi mostrado que é possível de se padronizar variáveis
que modificam a captura adequada de imagens em momentos diferenciados, como ocorre nas
clínicas de Fisioterapia, já que as avaliações fisioterapêuticas são compostas de uma avaliação
inicial e de reavaliações nem sempre realizadas no mesmo dia ou horário.
Com este trabalho foi possível mostrar que variáveis que influenciam na qualidade das
imagens, tais como, modo de captura, distância e altura da câmera, iluminação do ambiente,
fundo da imagem e vestuário da paciente são possíveis de serem padronizadas para se realizar
uma avaliação mais objetiva e com menores alterações entre os resultados de antes e depois
do tratamento fisioterapêutico.
Porém, o ponto-chave, para que essa avaliação possa realmente ter um resultado objetivo
mensurado numericamente, está no posicionamento da paciente. Pois, como mostrado, é
muito difícil reproduzir a mesma posição em momentos distintos mesmo que sejam marcados
locais no ambiente e em pontos de referência nos segmentos corporais da paciente. Sempre
ocorre uma pequena alteração de uma posição em um primeiro momento, para essa mesma
posição em um segundo momento. Isso foi possível de se observar por meio da análise das
imagens realizadas pelo Pixcavator 6.0.
Sendo assim, apesar de haver a possibilidade de se realizar uma avaliação objetiva do
Fibroedema gelóide através do programa estudado, em virtude da dificuldade de padronizar
um posicionamento buscando diminuir as variações entre antes e depois, ainda não foi
possível neste estudo obter um protocolo definitivo para avaliação clínica desta afecção,
sendo necessário que mais estudos sejam realizados nesta área a respeito do assunto.
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Disponível em projetos.inf.ufsc.br
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