Estudo de áreas protegidas e degradadas na Ilha Grande

download Estudo de áreas protegidas e degradadas na Ilha Grande

of 11

Transcript of Estudo de áreas protegidas e degradadas na Ilha Grande

  • 8/9/2019 Estudo de reas protegidas e degradadas na Ilha Grande

    1/11

    Geografia Fsica e Geotecnologias: aplicabilidade no estudo de reas protegidas e degradadas na Ilha Grande (Angra dos Reis, Rio de Janeiro Brasil)

    1

    GEOGRAFIA FSICA E GEOTECNOLOGIAS:

    APLICABILIDADE NO ESTUDO DE REAS PROTEGIDAS E DEGRADADASNA ILHAGRANDE (ANGRA DOS REIS, RIO DE JANEIRO - BRASIL)

    Mateus da Silva Rosa1

    [email protected]

    Thalita, Shamyra Alves Dantas Pinheiro

    Raquel, Lima Fernandes

    Carla, Maciel Salgado

    Gilberto, Pessanha Ribeiro

    1 Universidade do Estado do Rio de Janeiro, IGEOG, UERJ.

    Abstract:

    The present article deals with the studies of the environment in development in the Great Island (RIO DE JANEIRO)for the Ncleo de Ensino e Pesquisa em Planejamento Territorial (NEPPT) tied with Instituto de Geografia daUniversidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Here, aspects of the vegetation and topography are key componentsin the analysis, with the aid of geo, subsidize the planning and environmental management of different categories ofconservation units (APA, PARQUE, Reserve Biologic) and the various administrative responsibilities (PREFEITURA ,STATE BODIES) in the Ilha Grande. This is the 5th district of the city of Angra dos Reis and is located between thecoordinates 23 05 'and 23 14' south latitude and 44 5 'and 44 23' west longitude in the Bay of Ilha Grande, thesouthern state of Rio de Janeiro, with approximately 193 square kilometers of area. The island falls within a single

    category of conservation units (UC), the Area of Environmental Protection Tamoios area which includes the mainlandin the Bay and the village. This, overrides are two categories of CUs that unfold in three other units: the State Park ofIlha Grande (PEIG), the Biological Reserve of South Beach and Marine Park of adventurers. The objective is tohighlight the different types of vegetation cover and links them to the different geomorphological features to identifychanges or human impacts in protected areas - APA and PEIG. The cut space is limited to watersheds of the creeks thatconverge to the Two Rivers (PEIG) and Abraham (APA), as both have been in government for a feasibility study for thedeployment of the Management Plan and Master Plan, at a time that major environmental changes are occurring in theuse and occupancy of land, mainly depending on the current progress of tourism in protected areas. The methodologythat this research is the basis of environmental analysis in the design of Santos (2004) that from other methods andtechniques assists the integrated environmental diagnosis. In a protected area such as the Big Island, where theenvironmental analysis is focused on the deepening of academic knowledge and scientific evidence suggests that thelocal dynamics, the interdisciplinalidade is increasingly used as information to plan the search for a proper diagnosis .Thus, the geographic and cartographic sciences are present in view of the environmental analysis generating reliable

    products that balizaro the planning and management in this sector of the state with production of geographicinformation not yet fully known and indicative thematic maps of land use and environmental zoning. The instrumentschosen - assessment of environmental impacts and environmental zoning are more appropriate for the proposedprotected areas in question, and the techniques - survey data in the field (topographical profiles, profiles of vegetation,the mesh points for georeferencing of sensory images, measurements on degraded areas, among others) and in digitalmapping and treatment office supported by Geographic Information System (base mapping and linking of informationwith support for images, IKONOS/2006) with scales appropriate to the environmental planning. The main productsobtained allow the identification of anthropogenic changes in protected areas, identification of structures, vegetation,topographic and subdivision of the watershed whose spatialization created a set of thematic maps and the generation ofa digital terrain model able to provide visibility the environmental context of the island.

    Keywords: unities of conservation; environmental impacts, digital cartography, environmental projection

    1 Bolsista NEPPT Ncleo de Ensino e pesquisa em Planejamento Territorial

  • 8/9/2019 Estudo de reas protegidas e degradadas na Ilha Grande

    2/11

    Geografia Fsica e Geotecnologias: aplicabilidade no estudo de reas protegidas e degradadas na Ilha Grande (Angra dos Reis, Rio de Janeiro Brasil)

    2

    Resumo:

    O presente artigo trata dos estudos do meio fsico em desenvolvimento na Ilha Grande (RJ) pelo Ncleo de Ensino ePesquisa em Planejamento Territorial (NEPPT) vinculado ao Instituto de Geografia da Universidade do Estado do Riode Janeiro (UERJ). Neste, os aspectos da vegetao e do relevo so componentes fundamentais na anlise que, com oauxlio de geotecnologias, subsidiar o planejamento e gesto ambiental das diferentes categorias de unidades deconservao (APA, PARQUE, RESERVA BIOLGICA) e das diferentes competncias administrativas (PREFEITURA,RGOS ESTADUAIS) presentes na Ilha Grande. Esta corresponde ao 5 distrito do municpio de Angra dos Reis eest localizada entre as coordenadas 23 05 e 23 14 de latitude sul e 44 5 e 44 23 de longitude oeste, na baa da IlhaGrande, ao sul do estado do Rio de Janeiro, com aproximadamente 193 km de rea. A ilha insere-se numa nicacategoria de Unidade de Conservao (UC), a rea de Proteo Ambiental Tamoios que integra rea o continente, nabaa e na vila. Nesta, sobrepe-se duas categorias de UCs que desdobram-se em trs outras unidades: o Parque Estadualda Ilha Grande (PEIG), a Reserva Biolgica da Praia do Sul e o Parque Marinho do Aventureiro. O objetivo evidenciar os diferentes tipos de cobertura vegetal e associa-los s diferentes feies geomorfolgicas para aidentificao de alteraes antrpicas ou impactos ambientais nas unidades de conservao APA e PEIG. O recorteespacial limita-se por bacias hidrogrficas que convergem para as enseadas de Dois Rios (PEIG) e Abrao (APA), poisambos tem sido alvo do governo para estudo de viabilidade de implantao de Plano de Manejo e Plano Diretor, nummomento em que importantes transformaes ambientais esto ocorrendo no uso e ocupao do solo, principalmente,em funo do avano corrente de atividade turstica em reas protegidas. A metodologia que fundamenta essa pesquisa a de anlise ambiental segundo a concepo de Santos (2004) que, a partir de outros mtodos e tcnicas integradosauxilia o diagnstico ambiental. Em um espao protegido como o da Ilha Grande, onde a anlise ambiental est voltadapara o aprofundamento do conhecimento acadmico-cientfico que nos apontem indcios da dinmica local, ainterdisciplinalidade cada vez mais utilizada como plano de informao para a busca de um diagnstico adequado.Desse modo, as cincias geogrfica e cartogrfica esto presentes na perspectiva da anlise ambiental gerando produtosconfiveis que balizaro o planejamento e a gesto neste setor do estado com produo de informaes geogrficasainda no completamente conhecidas e mapas temticos indicativos do uso da Terra e do zoneamento ambiental. Osinstrumentos escolhidos avaliao de impactos ambientais e zoneamento ambiental so os mais adequados para aproposta das reas protegidas em questo e, as tcnicas levantamento de dados em campo (perfis topogrficos, perfisde vegetao, malha de pontos para georreferenciamento de imagens sensoriais, medies sobre reas degradadas,dentre outras) e de mapeamento e tratamento digital em gabinete apoiado por Sistema de Informao Geogrfica (basecartogrfica e cruzamento de informaes com suporte de imagens, IKONOS/2006) com escalas adequadas aoplanejamento ambiental. Os principais produtos alcanados permitiro a identificao de alteraes antrpicas nas reasprotegidas, a identificao das estruturas de vegetao, da compartimentao topogrfica e de bacias hidrogrficas cuja

    espacializao gerou um conjunto de mapas temticos e, a gerao de um modelo digital de terreno capaz de darvisibilidade ao contexto ambiental da ilha.

    Palavras-chave: unidades de conservao; impactos ambientais, cartografia digital, planejamento ambiental.

    1. Consideraes Iniciais

    Este artigo trata dos estudos de reas protegidas e degradadas tendo como aporte o uso degeotenologias nos estudos da Geografia Fsica, subsidiando o planejamento e gesto ambiental dasdiferentes categorias de unidades de conservao (APA, PARQUE, RESERVA BIOLGICA) e dasdiferentes competncias administrativas (PREFEITURA MUNICIPAL, RGOS ESTADUAIS EFEDERAIS) presentes na Ilha Grande.

    A Geografia tem por tarefa: descrever, analisar e predizer os acontecimentos terrestres. Adescrio, anlise e predio geogrfica dos fenmenos so sempre realizadas tendo em vista a suacoordenada espacial. Deste modo, Castro (1995), esclarece que poderemos perceber as diferentesescalas para o controle e o estudo, neste caso, aplicadas aos estudos de reas degradas e protegidas.As escalas definem modelos espaciais de totalidades sucessivas e classificadoras e no umaprogresso linear de medidas e aproximaes sucessivas (CASTRO, 1995:136). Em termos

    geogrficos, a escala servir para apreender uma realidade fracionada, dada a complexidade emultidimensionalidade inerente no espao geogrfico, marcado por contrastes incomuns tanto noseu aspecto fsico quanto scio-econmico.

  • 8/9/2019 Estudo de reas protegidas e degradadas na Ilha Grande

    3/11

    Geografia Fsica e Geotecnologias: aplicabilidade no estudo de reas protegidas e degradadas na Ilha Grande (Angra dos Reis, Rio de Janeiro Brasil)

    3

    Santos (2004) define que, em uma escala espacial, torna-se necessrio interpretar no s aextenso territorial onde o objeto est, como tambm as circunstncias em que ele ocorre em cadaponto do espao. A literatura indica o espao detentor de uma relao direta com a sociedade. Suaproduo e organizao ocorrem atravs de um conjunto de prticas definidas como prticasespaciais. Para Corra (1997), as prticas espaciais podero ser entendidas como um conjunto deaes espacialmente localizadas que interferem diretamente sobre o espao, alterando-o no todo ou

    em parte ou preservando-o em suas formas e interaes espaciais. Terra (2009) apresenta as prticasespaciais como resultantes da conscincia do homem diante da heterogeneidade espacial e dosdiversos projetos relativos a cada tipo de sociedade (TERRA, 2009:18). Deste modo, o mapatorna-se um instrumento de excelente utilizao para avaliar a distribuio, juntamente com oslevantamentos e sistematizao dos campos, permitindo analisar e interpretar as condies doobjeto em questo no espao.

    Neste contexto, a Geografia Fsica entendida como sendo o estudo da organizao espacialdos geossistemas (RODRIGUES, 2001). Esta organizao apresenta-se pelo arranjo espacial doselementos que a compem, os quais resultam dos processos atuantes e das relaes entre oselementos. Neste bojo, confere-se como o estudo da dinmica da paisagem estudada, pelo potencialecolgico, explorao biolgica e atividades socioeconmicas e culturais. A Geografia Fsica busca

    auxilio em mtodos de sub-reas do conhecimento geogrfico (como biogeografia, geomorfologia,pedologia, hidrogeografia, climatologia, dentre outras) e de outras cincias, como Biologia,Meteorologia, etc. Em escala geral, a Geografia Fsica tem tentado trabalhar com a dialtica danatureza.

    Ab'Sber (1969) apresenta como cerne estrutural dos estudos da Geografia Fsica ageomorfologia, a compartimentaro topogrfica, a estrutura superficial e a fisiologia da paisagem,que constituem o ncleo estrutural dos estudos geomorfolgicos. Assim, a caracterizao do relevo,a identificao de compartimentos topogrficos, acompanhadas da anlise das modificaesambientais com a identificao de reas degradadas, a partir da ao humana, propicia uma anliseintegrada do meio fsico.

    No que tange a Cartografia (Cartografia digital, Cartografia automatizada, Cartografiatemtica, etc.) e o conjunto de geotecnologias como o Sensoriamento Remoto e os Sistemas deInformaes Geogrficas (SIG), estas esto cada vez mais interligadas. Suas aplicaes nosdiferentes campos do conhecimento tm aumentado. A princpio, em Geografia, essas tecnologiastm uma vasta aplicao, mas, como exposto por Florenzano (2005), o potencial delas nos estudosgeogrficos no tem sido suficientemente explorado. Isto ocorre em grande parte devido deficincia na formao inicial e falta de formao continuada de muitos profissionais, essencialpara acompanhar os crescentes avanos tecnolgicos.

    O uso de ambientes computacionais de SIG facilita a integrao de dados com aquelesprovenientes de outras fontes, bem como a anlise espacial e a modelagem dos ambientespermitindo realizar a projeo de cenrios futuros obtendo, de forma automtica, variveis

    morfomtricas (altitude, declividade, orientao de vertentes, etc.) que so essenciais nos estudosgeomorfolgicos, pedolgicos e ambientais. Assim, em qualquer cincia, o surgimento de novastcnicas no importante em si mesmo, mas sim por permitir novas descobertas que estimulam oprogresso cientfico.

    O conhecimento cientfico e temtico da rea de aplicao de fundamental importncia naexplorao de tcnicas de sensoriamento remoto e SIG. Sem este conhecimento, e um objetivo bemdefinido, os recursos destas geotecnologias podem ser mal ou subtilizados (FLORENZANO, 2005).No prximo tpico discorreremos sobre o contexto das reas degradas e reas protegidas na IlhaGrande, mas, antes de tudo, torna-se necessrio a apresentao do recorte espacial em questo.

  • 8/9/2019 Estudo de reas protegidas e degradadas na Ilha Grande

    4/11

    Geografia Fsica e Geotecnologias: aplicabilidade no estudo de reas protegidas e degradadas na Ilha Grande (Angra dos Reis, Rio de Janeiro Brasil)

    4

    2. Conhecendo a Ilha Grande: Angra dos Reis (RJ)

    A Ilha Grande corresponde ao 5 distrito do municpio de Angra dos Reis e est localizadaentre as coordenadas 23 05 e 23 14 de latitude sul e 44 5 e 44 23 de longitude oeste, na baa daIlha Grande, ao sul do estado do Rio de Janeiro, com aproximadamente 193 km de rea. A ilha

    insere-se numa nica categoria de Unidade de Conservao (UC), a rea de Proteo AmbientalTamoios. Nesta, sobrepe-se duas categorias de UCs que desdobram-se em trs outras unidades: oParque Estadual da Ilha Grande (PEIG), a Reserva Biolgica da Praia do Sul e o Parque Marinho doAventureiro (Mapa 1).

    Mapa 1 - Localizao da Ilha Grande, municpio de Angra dos Reis, no Estado do Rio de Janeiro.

    A Ilha Grande constitui-se num macio residual, a exemplo da Ilha da Marambaia e dosMacios da Tijuca e da Pedra Branca, pertencendo escarpa sul da Serra do Mar no Estado do Riode Janeiro. Esta separada da escarpa sul da Serra do Mar pela Baa da Ilha Grande (a oeste), pelaBaa de Sepetiba (a leste) e pelo estreito canal central (ao norte), poro mais prxima docontinente. Apresenta encostas ngrimes que so drenadas por canais fluviais encaixados, queapresentam seus baixos cursos e foz, geralmente associados s plancies costeiras. A maior parte doterritrio insular situa-se abaixo da cota altimtrica de 500 metros e, as elevaes superioresconcentram-se nas pores central e leste, onde esto os pontos culminantes, a Pedra Dgua com1.011m e o Pico do Papagaio com 989m.Estes separam a Ilha em duas vertentes: a vertente norte,voltada para o continente e vertente sul, voltada para o oceano.

    No que tange a vegetao, apresenta-se como um dos biomas nacionais mais ameaados, aMata Atlntica, isso se deve, principalmente, ao modelo de uso e ocupao do solo e s

    interferncias antrpicas que a mesma sofreu, a partir da chegada dos europeus em 1503. Taisinterferncias e seus sucessivos ciclos econmicos, e porque no sociais, atingiramconsideravelmente a floresta ali presente. A vegetao foi retirada para a instalao de reas de

  • 8/9/2019 Estudo de reas protegidas e degradadas na Ilha Grande

    5/11

    Geografia Fsica e Geotecnologias: aplicabilidade no estudo de reas protegidas e degradadas na Ilha Grande (Angra dos Reis, Rio de Janeiro Brasil)

    5

    cultivo e pastoreio e, mais tarde, o complexo presidirio que passou a orientar a ocupao e aeconomia da Ilha, movimentando um contingente populacional considervel (VALLEJO, 2007).

    Nas idias de Gregory (1985), o efeito da atividade humana sobre o ambiente terrestre temsido muito evidente e cada vez maior. Entretanto, ate a dcada de 1950 a 1960 o significado daatividade humana no despertava muito a ateno dos gegrafos que, pelo contrrio, optavam peloestudo da mudana ambiental antes do homem, para buscar conhecer os processos no modificadospor ele, ou, quando muito, incluir o homem como elemento secundrio ou aparente.

    Com vistas degradao, este termo tem sido associado s conseqncias ambientaisnegativas ou adversas, e que decorrem, em geral, de atividades ou intervenes humanas.Raramente o termo se aplica a eventos decorrentes dos processos naturais. Salgado (2004) consideraa ao das intervenes humanas e processos naturais em dois eixos de anlises da eroso:

    (a) a dimenso temporal: as atividades humanas impem um novo ritmo de alteraes,diferentes dos demais agentes causadores da eroso; e

    (b) as interaes espaciais: provem da interao das formas, processos e fatores quefuncionam como um todo complexo.

    No campo agronmico, Lal et al. (1989) diferenciam processos e fatores de degradao dosolo onde o primeiro responde por aes qumicas, fsicas e biolgicas que afetam a capacidade dealto-regulao do solo (soil) e sua produtividade, e o segundo compreende os agentes ecatalisadores naturais ou induzidos pelo homem, colocando em movimento os processos quecausam alteraes nas propriedades do solo, bem como aos atributos de sustentao vida. Destemodo, os processos de degradao do solo que so induzidos pelo homem esto entre acompactao ocasionada por pisoteio, a eroso acelerada, causada pelo desmatamento bem como alixiviao, acidificao, e salinizao, dentre outros. Dentre os fatores que promovem estesprocessos podemos mencionar a agricultura, a urbanizao, a industrializao e o ecoturismo. Oaumento dos problemas ambientais contribui na crescente preocupao de estudos relacionados s

    analises ambientais, principalmente no que diz respeito a esse novo cenrio ambiental, onde sebusca cada vez mais o contato com a natureza.

    Neste aspecto, a referida degradao da Mata Atlntica, no que tange Ilha Grande, decorrede diferentes usos, que foram sendo estabelecidos ao longo do tempo e implicaram considerveisinterferncias antrpicas datadas a partir de 1503, com a chegada dos europeus no local (FREIRE,2008). Em um segundo momento, a Ilha Grande abrigou um Complexo Presidirio CndidoMendes, localizado em Dois Rios. Este, por sua vez, passou a dinamizar a rea, determinando demaneira expressiva a forma com que a ocupao ocorreu, movimentando um considervelcontingente populacional, orientando os fluxos, bem como a prpria economia (GAMA ET AL,2007; LEAL FILHA, 2005). No entanto, em 1994, o Complexo Presidirio foi desativado e seusprdios foram demolidos. Gama et al (2006) retrata que com a desativao deste, a Ilha passou a ter

    seu uso destinado proteo ambiental, atravs de instrumento legal, destinada para a criao deUnidades de Conservao (Ucs) - A rea de Proteo Ambiental dos Tamoios - APA, criada em1986, com Plano Diretor institudo em 1994, criada pelo Decreto Estadual no. 9.452 de 05/12/1986, sob gerenciamento da FEEMA. Nesta, sobrepe-se duas categorias de UCs quedesdobram-se em trs outras unidades: o Parque Estadual da Ilha Grande (PEIG), a ReservaBiolgica da Praia do Sul e o Parque Marinho do Aventureiro.

    Area de Proteo Ambiental Tamoios APA composta de duas partes, uma Continentale uma Insular: A parte continental abrange todos os terrenos de marinha e seus acrescidos deconformidade com Decreto-Lei Federal n 9.760, de 05 de setembro de 1946. A parte insular -abrange todas as terras emersas da Ilha Grande e de todas demais ilhas que integram o Municpio de

    Angra dos Reis, na baas da Ilha Grande, da Ribeira e da Jacuecanga. AReserva Biolgica da Praiado Sul possui uma rea de mais de 3.600 hectares ocupa 18,2% da rea da Ilha Grande entreParnaioca e Aventureiro. O Parque Estadual Marinho do Aventureiro, tem seus limites definidos a

  • 8/9/2019 Estudo de reas protegidas e degradadas na Ilha Grande

    6/11

    Geografia Fsica e Geotecnologias: aplicabilidade no estudo de reas protegidas e degradadas na Ilha Grande (Angra dos Reis, Rio de Janeiro Brasil)

    6

    partir da ponta do Drago, prosseguindo pela linha do preamar mdia de 1831, no sentido nordeste,pela linha de costa, at encontrar a ponta do Aventureiro. Desse ponto, prossegue em sentido horrioat o ponto mais a sudoeste da Ponta da Tacunduba, incluindo costes rochosos, mataces, e aelevao existente na desembocadura das lagunas do Leste e Sul, e as praias do Aventureiro, Demo,Sul e Leste. A partir da Ponta da Tacunduba, prossegue acompanhando a isbata de profundidade de30 (trinta) metros at o ponto mais a sudoeste da Ponta do Drago, englobando basicamente todo o

    volume de mar do espelho dgua daquela reentrncia natural da ilha, bem como os meios fsicos ebiticos existentes da superfcie at o fundo do mar que naquela regio varia na profundidade zeroat 30 (trinta) metros. O Parque Estadual da Ilha Grande possui aproximadamente 15.000 ha(quinze mil hectares), abrangendo terras situadas na Ilha Grande, Municpio de Angra dos Reis,visando implantao de Zona de Apoio Turstico e a preservao de Reserva Florestal (Amorim,2007).

    A partir de 2006, algumas medidas governamentais tm favorecido a Ilha Grande, nocontexto das polticas pblicas ambientais. A rea do Parque Estadual da Ilha Grande (PEIG) foiampliada, a reviso do Plano Diretor Municipal est em fase final, com diretrizes adequadas Ilha(e no somente a continente, pois a Ilha distrito de Angra dos Reis), o Plano de Manejo do PEIGest em sua primeira fase de elaborao, estudos tcnicos esto em elaborao num esforo

    conjunto de suprir lacunas no planejamento e minimizar conflitos de gesto.No prximo tpico do estudo apresentaremos alguns dos resultados alcanados atravs dos

    dados j coletados e trabalhados das principais alteraes antrpicas nas reas protegidas, bemcomo da compartimentao topogrfica e de bacias hidrogrficas cuja espacializao gerou umconjunto de mapas capazes de dar visibilidade ao contexto ambiental da ilha.

    3. Aplicabilidade na Ilha Grande Angra dos Reis RJ

    Em um espao protegido como o da Ilha Grande, onde a anlise ambiental est voltada parao aprofundamento do conhecimento acadmico-cientfico que nos apontem indcios da dinmicalocal, a interdisciplinaridade cada vez mais utilizada como plano de informao para a busca deum diagnstico adequado. A concepo de Santos (2004) fundamenta que, a partir de outrosmtodos e tcnicas integrados auxilia o diagnstico ambiental. Relacionar formao de retratos darea que quando comparados, somados e interpolados, ressaltam as principais caractersticas efornecem indcios da dinmica da regio.

    O mtodo da compartimentao topogrfica aplicado na Ilha Grande foi aplicado a partir do

    mapa topogrfico em escala de semi-detalhe de 1:25.000 (Prefeitura Municipal de Angra dos Reis,1996). Consistiu no mapeamento de classes (ou compartimentos) de desnivelamento topogrfico debacias de drenagem de at 2 ordem, onde o desnivelamento topogrfico a diferena altimtricaentre as cotas mais altas e mais baixas das bacias. Deste modo, as classes de compartimentostopogrficos mostram a variao de amplitude do relevo, indicando, por exemplo, reas deplancies, colinas, morros e degraus montanhosos, fornecendo informaes a respeito do gradientedo relevo (suave, intermedirio, ngreme) e reas preferenciais de eroso/transporte de sedimentos ede reas deposicionais (Mapa 2). Esse mtodo foi idealizado por Meis et al (1982), que delimitaramno Vale do Paraba do Sul, feies de degraus escarpados, degraus reafeioados, morros, colinas eplancie flvio-marinhas, que orientaram a definio das unidades de relevo, regies e domniosmorfoestruturais. Os autores consideram o conceito de bacias de drenagem como unidadebsica para clculo do desnivelamento altimtrico onde, as bacias de drenagem correspondem a umcorte espacial fundamental para compreenso das relaes entre rea-fonte, zona de transporte ezona de deposio em ambientes geodinmicos distintos.

  • 8/9/2019 Estudo de reas protegidas e degradadas na Ilha Grande

    7/11

    Geografia Fsica e Geotecnologias: aplicabilidade no estudo de reas protegidas e degradadas na Ilha Grande (Angra dos Reis, Rio de Janeiro Brasil)

    7

    Mapa 2:

    Neste contexto, o uso das geotecnologias foi de fundamental importncia. Para tal, foramutilizadas ferramentas SIG, tanto para aquisio como para o tratamento de informao geogrfica eelaborao de mapas. Os SIGs oferecem um conjunto de potencialidades no que se refere cartografia ambiental, uma vez que a partir de toda a aquisio, manipulao e integrao deinformao, tornam-se possvel a gerao de cartas ou mapas, possibilitando a relao doselementos caractersticos do meio fsico com os elementos socioeconmicos da bacia hidrogrfica(FARIA, 2005).

    Neste caso, utilizando de tcnicas de levantamento de dados em campo, balizados por umaestao total com GPS para marcao de pontos de referenciamento, foi possvel o cruzamentodestas informaes sobre uma imagem IKONOS/2006, utilizando o software ArcGis verso 9.2,gerando a plotagem da estrada, em escala adequada, que liga as duas principais vilas da ilha, Vila deAbrao, considerada a capital da ilha e Vila Dois Rios, enseada cortada pelos crregos dasAndorinhas e D'ouro, que formam a Barra Grande e a Barra Pequena respectivamente, situada naporo ocenica da ilha, ambas inseridas nos limites do PEIG.

    A estrada Abrao-Dois Rios possua manuteno peridica por presos do Complexo Penal,mas, com a desativao do respectivo, essa manuteno ficou a cargo do gestor municipal, este porsua vez no vem cumprindo seu papel. No mapa que se segue podemos observar a estrada da antigaColnia e algumas das principais bacias hidrogrficas, bem como as enseadas de Abrao e DoisRios (Mapa 3).

  • 8/9/2019 Estudo de reas protegidas e degradadas na Ilha Grande

    8/11

    Geografia Fsica e Geotecnologias: aplicabilidade no estudo de reas protegidas e degradadas na Ilha Grande (Angra dos Reis, Rio de Janeiro Brasil)

    8

    Mapa 3 Estrada da Antiga Colnia e as Enseadas de Abrao e Dois Rios Angra dos Reis - RJ

    A sucesso de usos e atividades econmicas ao longo desses sculos responsvel peloestado de degradao ambiental que a Ilha Grande se encontra, a exemplo, a vegetao encontra-seem processo de sucesso, que pode ser encontrada em nveis diferentes de acordo com a magnitudeda ao humana e seus impactos, visto que encontraremos em reas mais antropizadas (FREIRE,2008), neste caso na estrada que liga as duas principais vilas e na trilha que corta. Exemplificandoas principais atividades que nos dias atuais ainda deixam suas marcas, teramos as fbricas desardinhas abandonadas, fazendas abandonadas, os escombros do presdio implodido, as runas dolazareto, o aqueduto, o britador, a usina hidreltrica, o lixo, a estrada da Colnia, dentre outros.Com a decadncia dessas atividades, a desativao do presido e a criao de legislaes restritivass atividades agrcolas e pesqueiras, ocorre um crescimento gradativo do turismo ecolgico na Ilha.

    Amorim (2007) salienta que a histria da Vila Dois Rios inicia-se de forma independente a

    partir da primeira dcada do sculo XX. No ano de 1903 foi instalada a sede da ColniaCorrecional de Dois Rios onde as pessoas julgadas por crimes comuns ficavam cumprindo pena.Mais tarde, em 1940 instituda a Colnia Penal Cndido Mendes, onde abrigava presos polticos.Cinqenta anos aps a instituio ocorre a extino do Complexo Penal com sua imploso no anode 1994, que culminou com a transferncia dos presos para o municpio do Rio de Janeiro(Complexo do Presdio Bangu, hoje denominado Gericin). Em 1995, a Vila Dois Rios passa a teroutro uso institucional com a chegada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) queimplementou um Campus Avanado com a fundao do CEADS (Centro de Estudos Ambientais eDesenvolvimento Sustentvel), cuja finalidade de realizar pesquisas acadmico-cientficas estprevista na legislao ambiental.

    No mapa que se segue podemos observar a rea do presdio Cndido Mendes e a rea do

    Centro Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentvel CEADS (Mapa 4). Vale ressaltar que,todas essas atividades citadas anteriormente esto inseridas na APA Tamoios ou nos limites doPEIG.

  • 8/9/2019 Estudo de reas protegidas e degradadas na Ilha Grande

    9/11

    Geografia Fsica e Geotecnologias: aplicabilidade no estudo de reas protegidas e degradadas na Ilha Grande (Angra dos Reis, Rio de Janeiro Brasil)

    9

    Mapa 4 Presdio Cndido Mendes e CEADS Vila Dois Rios Ilha Grande Angra dos Reis - RJ

    4. Concluindo

    Ilha Grande o principal atrativo desta regio (Costa Verde), e enquadra-se em categoriasdistintas de proteo ambiental com visitao intensa durante todo o ano necessitando de umplanejamento e manejo mais adequado de suas reas para minimizao dos impactos e a formaode reas degradadas. No desenvolvimento deste trabalho podem ser constatados os esforos feitos afim de melhorar a qualidade das pesquisas voltadas para o planejamento.

    A utilizao de ferramentas de Sistemas de Informaes Geogrficas SIG tem inmeraspotencialidades no que diz respeito aquisio de informao geogrfica e seu tratamento eposterior elaborao de cartografia. Os SIGs so elementos de grande interesse no que diz respeitoao diagnstico dos processos de degradao ambiental e estudo de reas protegidas, em particular, eao planejamento e ordenamento de territrio, oferecendo vrias potencialidades na gesto deinformao. Ressalta-se que, para o uso adequado dessas informaes foi necessrio combinar oconhecimento metodolgico da pesquisa (diagnstico ambiental) com a eficincia no uso dosrecursos computacionais (ArcGis 9.2). Deve-se ressaltar que foram utilizados conhecimentosgeogrficos, matemticos e computacionais na produo deste material, o que enfatiza a

    interdisciplinaridade, devido s relaes presentes no espao e a diversidade. No caso particular daIlha Grande, o SIG surge como instrumento para anlise espacial para os estudos de reasdegradadas e reas protegidas, fornecendo produtos confiveis que balizaro o planejamento e a

  • 8/9/2019 Estudo de reas protegidas e degradadas na Ilha Grande

    10/11

    Geografia Fsica e Geotecnologias: aplicabilidade no estudo de reas protegidas e degradadas na Ilha Grande (Angra dos Reis, Rio de Janeiro Brasil)

    10

    gesto neste setor do Estado, com produo de informaes geogrficas ainda no completamenteconhecidas e mapas temticos de indicativos do uso da Terra e do zoneamento ambiental.

    Neste contexto que essa pesquisa est inserida, no sentido de fornecer subsdios aoPlanejamento a partir dos estudos do meio fsico consolidados at o momento com dados primrios.Ressalta-se que este artigo faz parte do Sub-projeto de pesquisa Anlise geomorfolgica dasbacias hidrogrficas nas enseadas de Abrao e Dois Rios Ilha Grande (Angra dos Reis RJ)

    para fins de planejamento ambiental desenvolvido pelo Ncleo de Ensino e Pesquisa emPlanejamento Territorial NEPPT do Instituto de Geografia da Universidade do Estado do Rio deJaneiro UERJ.

    Referncias

    ABSABER, A. N. Um conceito de geomorfologia a servio das pesquisas sobre o Quaternrio. Geomorfologia, SoPaulo, IGEO-USP, n.18, 1969, 23p.

    AMORIM, N. M. Et al. Conflitos de gesto: o meio fsico como orientador do uso e ocupao do solo em reasprotegidas as Vilas de Abrao e Dois Rios na Ilha Grande, Angra dos Reis (RJ). In: XII Simpsio de Geografia FsicaAplicada, 2007, Natal. Caderno de resumos do XII Simpsio de Geografia Fsica Aplicada. Natal: UFRN, 2007.

    CORRA, R. L. Sobre a Geografia Cultural. Textos NEPEC, Rio de Janeiro, NEPEC/UERJ, n.3, 2007.

    FARIA, R.Aplicao SIG na elaborao de cartografia temtica de base na bacia hidrogrfica do rio Uma SantaMaria da Feira.Anais do XI Simpsio Brasileiro de Geografia Fsica Aplicada. Universidade de So Paulo, 2005.

    FLORENZANO, T. G. Geotecnologias na Geografia Aplicada: Difuso e Acesso. Revista do Departamento deGeografia,n. 17, p. 24-29, 2005.

    FREIRE, I. S. M. Et al. A Relao entre a ao antrpica e os impactos na vegetao do parque Estadual da IlhaGrande (RJ). In: XV Encontro Nacional de Gegrafos, 2008. So Paulo. O Espao no Para. Por uma AGB emmovimento. 2008.

    GAMA, S. V. G.; LEAL FILHA, S. M.; ROCHA, I. C. Os impactos ambientais e o processo de gesto integrada:experincia na Vila de Abrao- Ilha Grande, Angra dos Reis (RJ)/ The Environmental Impacts and The Process of

    Integrated Management: Experiences in The Vila de Abrao Ilha Grande, Angra dos Reis (RJ) . Sociedade & Natureza,v. 18, p. 131-149, 2006.

    GAMA, S. V. G.; DANTAS, et all. A identificao de impactos ambientais decorrentes da atividade turstica emunidades de conservao: os atuais conflitos de gesto na Ilha Grande - Angra dos Reis (RJ). In: Encontro Nacional deTurismo com Base Local (ENTBL), 2007, Joo pessoa.Anais X ENTBL. Joo Pessoa: Editora da Universidade, 2007.

    GREGORY, K. J.A Natureza da Geografia Fsica. Copyright, 1985. 367 p.

    LAL. R., HALL, G. F. MILLER, F. P. Soil degradation: I. Basic processes. Land degradation & Rehabilitation,London, v. 1, n. 1, p 51-69, Jul/Aug. 1989.

    LEAL FILHA, S. M. Recursos hdricos e os desafios da gesto ambiental: microdrenagens da Vila de Abrao- IlhaGrande (RJ). 205 f. Dissertao (Mestrado em Geografia)- Instituto de Geocincias, Universidade do Estado do Rio deJaneiro, Rio de Janeiro, 2005.

    MEIS, M.R.M; MIRANDA,L.H.G; FERNANDES,N.F. Desnivelamento de altitude como parmetro para acompartimentao do relevo: bacia do mdio-baixo Paraba do Sul. In: CONGR. BRAS. GEOL., 32, Salvador (BA),1982.Anais..., Salvador, SBG, v.4:1498-1509. 1982.

  • 8/9/2019 Estudo de reas protegidas e degradadas na Ilha Grande

    11/11

    Geografia Fsica e Geotecnologias: aplicabilidade no estudo de reas protegidas e degradadas na Ilha Grande (Angra dos Reis, Rio de Janeiro Brasil)

    11

    RODRIGUES, C. A teoria geossitemica e sua contribuio aos estudos geomorfolgicos e ambientais. Revista doDepartamento de Geografia, n. 14, p. 69-77 (2001).

    SALGADO, C. M.A influncia da eroso linear na dinmica evolutiva de bacias de drenagem Paty do Alfeles (RJ).Tese (Doutorado em geografia) Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ, Programa de Ps-Graduao emGeografia PPGG. Rio de Janeiro, 2004.

    SANTOS, R. F. Planejamento ambiental: teoria e prtica / Rosely Ferreira dos Santos. So Paulo: Oficina de texto,2004.

    CASTRO, I. E. O problema da escala In: CASTRO, I. E. / GOMES, P. C. C. / CORRA, R. L. (orgs.) Geografia:conceitos e temas 1 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 1995.

    TERRA, A C. L.Rede diocesana nos territrios fluminense e capixaba: a lgica espacial da Igreja Catlica ApostlicaRomana hoje no Brasil. 105 f. Monografia (Bacharel e Licenciatura) Instituto de Geografia, Universidade do Estadodo Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 2009.

    VALLEJO, L. R. Conflitos Territoriais em Parques Estaduais no Rio de Janeiro: Uma Avaliao Luz das Polticas deGoverno. Revista Geo-Paisagem (on line), v. 4, n. 7, 2005.