[ Viver e Pensar ] 101 Frases Inspiradoras Para Viver e Pensar
Estudo de Caso - Três Famílias Inspiradoras
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Estudo de caso
Trs famlias inspiradoras
A histria de trs famlias que entenderam a sua responsabilidade para com os
necessitados
Pr.Mark Greenwood
O pastor e a sua filha
No ltimo ano de faculdade, no estava claro para mim o que eu devia fazer com a vida depois da
formatura. Deus j me havia chamado para ser missionrio, mas a agncia missionria recomendou
que eu primeiro ganhasse experincia missionria na minha prpria terra. Na faculdade, um grupo da
ABU (Aliana Bblica Universitria) ministrava, de maneira informal, a moradores de rua. Um dia,
uma amiga, Heather, que fazia parte do grupo comigo, disse: Voc devia trabalhar com meu pai!. Eu no o conhecia. Ele liderava um ministrio bem estruturado entre moradores de rua, em uma
cidade ao norte da nossa e, de fato, a amiga tinha razo. Se entre irmos crentes pudssemos ter
heris, seres humanos que consideramos um pouco maiores que os anjos, ento este pastor, Don, seria o meu heri. No ano e meio que passei sob a sua tutela, presenciei o que servir com humildade
e amor, e sempre com um sorriso nos lbios. H muitos anos que este heri vive com os anjos, mas a
sua herana deixada minha amiga foi o grande exemplo, que ela via desde criancinha, de como viver
para Deus e para os outros, cuidando do prximo nas suas necessidades. H vinte anos Heather
missionria no Japo. Aquilo que Don a ensinou continua revelando o amor de Deus vida de outros.
O flanelinha e a corrida
Em uma igreja batista no Cear conheci o Henrique. Anos atrs, ele trabalhava como flanelinha perto
de uma repartio pblica, mas tambm era atleta, corria maratonas. Na sua vizinhana humilde ele
via os meninos sem nada a fazer, ento ele decidiu comear trein-los em atletismo. Ningum tinha
tnis, mas corriam. Isso o levou a organizar uma corrida no dia do Natal, pois ele queria dar um
presente para eles e, sem dinheiro, era o jeito que ele encontrou. Deu certo; a corrida tornou-se um
evento anual, mas no dava mais para organiz-la sozinho, ento a esposa, os filhos e irmos
comearam a se envolver. A corrida ganhou fama, e atletas de outros bairros e cidades, at chamando
a ateno de redes de televiso. Nos jogos Pan-americanos de 2011, um dos meninos da vizinhana
ganhou bronze para o Brasil. Nasceu tambm um projeto permanente, onde h cursos de informtica e
cidadania, e estudos bblicos. O mais bonito de tudo isso que, passado vinte e tantos anos, continua
essencialmente algo do bairro, da rua, da famlia. Passa l qualquer dia da semana e voc encontra
Henrique e a sua esposa, Cludia, com seus filhos, sobrinhos e sobrinhas, irmos e irms, cunhados e
cunhadas. Chega outubro, e l esto, organizando a propaganda, patrocnio, inscries e a logstica
para a corrida - toda a famlia engajada em trazer alegria e o amor de Deus para as crianas da
vizinhana.
Bnos de gerao a gerao
Trapi um distrito de A, no serto potiguar. As casas geralmente so espalhadas pela caatinga,
mas com alguns focos de populao aqui e acol, como assentamentos da Reforma Agrria, e um
centro pequeno. Nos anos oitenta, um casal missionrio chegou e l ficou, at 2012. Na poca em que eles mudaram para Trapi no havia igreja batista. De fato, no havia igreja de nenhum tipo que
funcionasse foi um padre catlico que falou para eles irem at l, compartilhar o amor de Cristo. Quando saram no s havia uma igreja batista, mas um seminarista de l dirigindo a igreja, uma
cooperativa de apicultura (isso : que produz mel), e vrios jovens que o casal havia treinado em
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misses. Tambm nasceram e foram criados l os seus trs filhos, em Trapi. Hoje, na Inglaterra, a
filha mais velha ministra de jovens na igreja de origem deles. O filho do meio est se preparando
para ser missionrio. A mais nova est pensando em fazer faculdade de enfermagem.
Conversei com o marido do casal, Mike, sobre esta experincia de vida, do ponto de vista da
responsabilidade da famlia para com os que passam necessidades.
- Por que que cuidar dos outros nas suas necessidades importante para vocs?
Mike: Jesus cuidou de mim na minha necessidade. Quero fazer as coisas como Jesus faz.
- Em quais maneiras vocs, como casal, tm nutrido nos seus filhos um desejo de estar ao lado dos
outros nas suas aflies?
Mike: A gente morou no meio dos 'outros aflitos' e os amigos dos nossos filhos so os filhos deles.
Acho que nossos filhos tm mais compaixo dos outros do que ns temos.
- Isso foi uma coisa que vocs planejaram ensinar aos filhos ao cri-los, ou aconteceu naturalmente,
sem muito planejamento? Explique um pouquinho
Mike: Foi natural.
- Quais coisas ou situaes ajudaram vocs a cultivar nos seus filhos este cuidado para com os outros?
Mike: Nossos filhos sempre foram amados pelo povo da comunidade em que morvamos, a
aprenderam do povo e tambm da gente.
- Neste processo, os filhos ensinaram tambm algo para vocs?
Mike: Nossos filhos so melhor que ns na prtica de aceitar as pessoas do jeito que eles so, eu tento
ser mais como eles nisso.
- Dar alguns exemplos (ou um exemplo significativo) de quando, como famlia, vocs tm expressado
esta responsabilidade.
Mike: Certo natal, resolvemos no trocar presentes entre a famlia, mas sim convidar pessoas que
jamais comeriam uma refeio de natal normalmente. Foi muito bom, cada um tinha seu convidado
especial e deu um presente, a comemos juntos.
- H alguma passagem Bblica especfica que tem inspirado vocs nesta responsabilidade? Qual?
Mike: A histria toda da Bblia, de Deus se envolvendo com o povo e vindo em Jesus para conviver
conosco.