Estudo de Efésios Capítulos 1 a 3

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O Eterno Propósito de Deus – Ideval G. Pereira Júnior O ETERNO PROPÓSITO DE DEUS Estudo da Carta de Paulo aos Efésios capítulos 1 a 3 Esta é uma transcrição revisada das fitas de áudio geradas durante o estudo da carta de Paulo aos efésios, ministrada entre novembro de 2000 e julho de 2001, na Escola Bíblica Dominical para jovens e adultos no Ministério Evangélico Cristo é a Vida em Praia Grande. Em tempo oportuno divulgaremos os capítulos 4 a 6 sob o título “A VIDA PRÁTICA DA IGREJA”. Introdução Perfil histórico. Já era a 3ª viajem missionária de Paulo. As bíblias que contém um apêndice com mapas ajudam a identificar a sua passagem por Éfeso. Pode-se observar o circuito que ele fez. Edições Beréia: Conhecimento a serviço do Reino 1

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Esta é uma transcrição revisada das fitas de áudio geradas durante o estudo da carta de Paulo aos efésios, ministrada entre novembro de 2000 e julho de 2001, na Escola Bíblica Dominical para jovens e adultos no Ministério Evangélico Cristo é a Vida em Praia Grande.

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O ETERNO PROPSITO DE DEUS

O Eterno Propsito de Deus Ideval G. Pereira Jnior

O ETERNO PROPSITO DE DEUS

Estudo da Carta de Paulo aos Efsios captulos 1 a 3Esta uma transcrio revisada das fitas de udio geradas durante o estudo da carta de Paulo aos efsios, ministrada entre novembro de 2000 e julho de 2001, na Escola Bblica Dominical para jovens e adultos no Ministrio Evanglico Cristo a Vida em Praia Grande.

Em tempo oportuno divulgaremos os captulos 4 a 6 sob o ttulo A VIDA PRTICA DA IGREJA.IntroduoPerfil histrico.

J era a 3 viajem missionria de Paulo. As bblias que contm um apndice com mapas ajudam a identificar a sua passagem por feso. Pode-se observar o circuito que ele fez.

Quando chegou a feso, encontrou doze homens, no era uma grande igreja ainda, eram apenas alguns discpulos que conheciam apenas o batismo de Joo, para arrependimento. Paulo ficou ali uns trs meses (Atos 19:8). Entrando na sinagoga, tentava aproveitar o conhecimento que eles j tinham da lei para convenc-los que Jesus era o Cristo, uma vez que Paulo havia estudado com Gamaliel, reconhecido mestre em Israel, tentava mostrar pelas escrituras que tudo o que se havia aprendido era direcionado para Jesus. Assim ele procurava afinar o ensinamento da sinagoga com a verdade revelada que recebera na manifestao do Senhor no caminho de Damasco. Mas como era tendncia do povo Judeu ser duro para a mudana, mostraram-se empedernidos, e desta forma Paulo apartou-se com os discpulos para a escola de Tirano, onde por dois anos ensinou e o evangelho alcanou toda a sia.

Comparando-se com os mapas atuais, a regio chamada de sia menor corresponde regio da Turquia.

Para termos uma noo da posio privilegiada de feso, basta mencionar que era a Quarta cidade em importncia no imprio Romano, sendo um porto comercial muito forte. Era uma cidade da magnitude da cidade de So Paulo no mundo de hoje. Paulo tinha uma viso missionria, quando ele saiu de Corinto ele levou Priscila e quila, que tinham o mesmo ofcio dele (manufatura de tendas) para prepararem o campo pra que eles pudessem trabalhar; visto que era um porto comercial o negcio seria uma fonte de renda para sustentar a obra missionria, contrariando o romantismo com que alguns encaram a realizao da obra de Deus no se preparando adequadamente e depois sofrendo os revezes inevitveis da desorganizao. Deus d estratgias para as pessoas, partindo do que elas j tm em suas mos (como no caso do azeite da viva), pois este negcio de trabalho secular e trabalho eclesistico ou sacro, s leva a uma confuso de que a vida se divide neste aspecto e na realidade a vida de cada um nica, devendo cada aspecto dela ser dedicada a glorificar a Deus obedecendo-O. A profisso de cada um deve ser um dos meios de se estender o reino de Deus. Com essa base comercial dando o apoio necessrio ao sustento de Paulo, houve a possibilidade de estabelecer um ponto forte de disseminao do evangelho. Na escola de Tirano, foram formados obreiro tais como Epafrodito, Tquico e quem sabe at o prprio Timteo. Em Atos 20:26 ele diz que no deixou de anunciar todo o desgnio de Deus, dando a entender que naquela escola/igreja foram tratados assuntos profundos, formando pessoas versadas na Palavra e no verso 31 ele cita o tempo de 3 anos.

Localizao geogrfica

feso fica na Turquia ao lado da atual cidade de Aiasluch, no existindo mais como cidade, havendo apenas as runas como atrao turstica, dentre as quais se destaca o templo da deusa Diana ou rtemis e neste templo se praticava vrias orgias em culto fertilidade.

Havia vrios tipos de escritas de magia negra, chamadas ephesiagrammatha, que era a documentao dos rituais ali realizados visando ensinar aos outros a pratica dos rituais. Foram livros como este que em Atos19:18-19 foram queimados no valor de 50 mil denrios.

O templo tambm alimentava o comrcio local, com rplicas e nichos de Diana e foi nesta localidade, envolta em densas trevas, que Paulo foi conduzido pelo Esprito Santo a implantar uma igreja que brilhasse com a luz de Cristo. Por vezes procuramos locais adequados para implantar igrejas levando em considerao fatores tais como facilidade de estacionamento e bom ambiente externo, Paulo no pensava assim, ia onde era preciso ir.

Os efsios

Originalmente composta por doze judeus, Paulo estabeleceu a igreja e foi adiante, na passagem por Mileto a caminho de Jerusalm, chama os presbteros, dando a entender que j era uma comunidade bem avolumada com lideranas variadas s quais ele conclama a permanecer na palavra que havia ensinado sabendo que dentre eles haveria de se levantar aqueles que no olharam por si ou entre si, ou seja, no permitiram que se aferisse o prprio estado espiritual e possivelmente se tornaram alvos de ataques do inimigo sucumbindo tentao de ter prestgio e arrastando muitos com eles; atitude corriqueira hoje, mas que tem suas razes bem antigas. Foi preso em Jerusalm e levado a Roma e de l escreve para os efsios por volta do ano 62 e ele comeou a se preocupar e decidiu escrever para eles e atravs de uma carta ficava mais fcil explanar o que ele tinha em mente do que em uma preleo ao vivo que podia sofrer interrupes e interaes que tenderiam desviar o curso da mesma. Creio que Paulo meditou muito para escrever a eles sobre o tema que os telogos costumam denominar como Eterno Propsito de Deus ele tinha todo o tempo disponvel, estava preso, e podia discorrer sobre algo muito maior no qual, os efsios precisavam saber, estavam inseridos.

Por vezes a igreja local perde a viso do todo e acaba se atarefando apenas com aquilo com o que se ocupa esquecendo-se do plano geral, no qual ela apenas uma pequena frao. Ns lidamos com os problemas medida que eles surgem; Deus no tem essa dificuldade, creio que a soluo vem at primeiro; como o cordeiro morto desde a fundao do mundo e anunciado no den. Paulo queria mostrar o todo para os efsios e assim enche-los de esperana e glria; e assim comea a mostrar desde o incio.

A carta aos efsios difere das demais por no conter referncia direta igreja em feso, parecendo-se mais com uma ministrao escrita, no se nota o tratamento de pontos especficos tais como a lei e a graa de Glatas ou o gnosticismo dos Colossenses.

Alguns especulam que possivelmente fosse uma carta circular para a regio e no especfica para a cidade.Captulo 1

Saudao

Paulo apstolo de Cristo: o cargo/ttulo vem depois do nome dando a entender que a pessoa que tem a ocupao mais importante que a ocupao em si. Nosso costume, influenciado pela mdia da sociedade mundana acabou assimilando esse formato em que as pessoas ficam ocultas pelos cargos. Deus chama pessoas e isso pode acabar levando as pessoas a receber um cargo ou ttulo, mas isso apenas um meio para a realizao da vontade de Deus na vida da igreja. Por vezes sem conta deixamo-nos iludir com o glamour do ttulo e perdemos a viso da funo para a qual fomos chamados. No caso de Paulo era apstolo que significa apenas enviado, contudo enviado pelo prprio Cristo que o comissionou em Damasco pelas mos de Ananias, porm confirmado atravs do conselho de mestres em Antioquia em Atos 13:1 e 2. O apstolo o primeiro que chega e acaba fazendo vrias funes, atuando praticamente em todas as reas sendo um ministrio multidisciplinar e assim tem a primazia nos ministrios. H que se diferenciar os Apstolos do Cordeiro dos demais apstolos. Muitos querem fazer de apstolo uma patente a ser atingida, mas neste caso em particular, entendemos que o importante ser enviado a algum lugar por algum que pode dar respaldo ao trabalho e assim torna-se o apstolo um subordinado e no um chefo. A igreja foi estabelecida debaixo de muita luta, sangue, suor e lgrimas. E isso, o apostolado, foi por vontade de Deus (Atos 9:15) e no por esforo humano; instrumento (vaso) escolhido para uma finalidade especfica na qual os efsios estavam includos como parte daqueles a quem Paulo foi enviado.

Porm ele qualifica os leitores da carta; Santos e Fiis, como se quisesse dizer: se voc no dos tais essa carta no para voc.

Por vezes somos santos pelo fato de sermos separados do mundo e desta forma nos tornamos santos por esse aspecto. Mas no basta somente ser santo, preciso ser tambm fiel em Cristo, alguns sabem da sua separao do mundo, mas no fazem questo de ser fiis ao novo cdigo de conduta ao qual devem aderir com firmeza.

No adianta escrever algo profundo a algum que sendo quem (santo) no faz questo de ser fiel a essa nova vida que recebeu.

a essa qualidade de pessoas que Paulo deseja graa e paz. Graa traduz a essncia da nova aliana, fomos alcanados pela graa de Deus, seu favor imerecido por ns, mas gratuitamente estendido mediante o sacrifcio voluntrio de Cristo Jesus. Paz o resultado deste sacrifcio que justificou todo aquele que cr Rm 5:1 mostra isso claramente que temos paz com Deus. Muitos que no tem essa paz sabem de seu estado, mas no tem foras para dizer no ao pecado por serem escravos daquele que os venceu Rm 6:16.

Deus no antigo testamento era conhecido como Adonai, Senhor de tudo e todos, Jeov, Todo-Poderoso. O cuidado com o nome de Deus era tanto que acabou se perdendo a pronncia original de sua revelao no Sinai. Isso levou a um afastamento em relao pessoa de Deus.

Paulo aplica na saudao aos efsios o ttulo que Jesus usava para o Senhor Deus, trazendo-O para o mbito familiar cotidiano, Aba, Pai; passamos a ser uma famlia como Rm 8:29 explana com muita clareza. A graa e a paz que Paulo desejava aos seus santos e fiis leitores tinham a trindade como fonte: da parte de Deus, nosso Pai e da do Senhor Jesus Cristo, onde Senhor representa o Adonai, Jesus o filho Unignito encarnado e Cristo a uno possvel apenas mediante a presena indispensvel do Esprito Santo.

Ao de graas vs 3 a 14

interessante perceber como as palavras brotavam do interior de Paulo fluindo como um jorrar de uma represa que estava trasbordante das grandezas de Deus. Quando nos aproximamos do Senhor e procuramos nos encher das suas coisas, cada vez torna-se mais fcil tratar dos assuntos espirituais, e Paulo se aproximou a ponto de ser arrebatado e ouvir palavras inefveis que ao homem no lcito referir; e essas revelaes j digeridas eram agora manifestadas atravs de uma ao de graas que brota como que espontaneamente enquanto Paulo, imagino eu, descansa a pena sobre o pergaminho que acaba absorvendo essas verdades eternas e maravilhosas.

Bendito, abenoou e bno, derivam da mesma palavra grega que significa elogiar e a existe um princpio espiritual importante de ser observado: quando louvamos, elogiando a Deus, somos abenoados e isso uma realidade na vida de quem reconhece a paternidade de Deus e d incio a um ciclo que semelhante ao da chuva onde a gua que cai acaba voltando para o cu em forma de vapor. Da mesma forma o louvor que brota do reconhecimento daquilo que Deus tem feito, alimenta o ciclo de beno que o Senhor j iniciou em Cristo.

Porm vale ressaltar que as bnos a que Paulo se refere so de cunho espiritual que so eternas e no podemos distorcer isso dando um carter material a esta colocao. Em Mateus 6:33 Jesus ordena buscar primeiro o reino de Deus e s sua justia e as demais coisas seriam acrescentadas. Deus sabe das coisas materiais que necessitamos; que pode chegar a ser muito diferente daquilo que queremos. Essa coisa de Ele satisfar o desejo do teu corao mais profundo que meras promessas vazias para acalentar coraes cobiosos.

Outro fato interessante que o local da beno no o interior dos templos e sim nas regies celestiais que mais que uma localizao geogrfica uma dimenso espiritual, a esfera onde as coisas espirituais acontecem podendo estar mais perto de ns geograficamente que qualquer estrela visvel no cu. Equivocadamente pensamos no cu como sendo algo muito alto tal como o espao sideral, porm isto tambm mundo fsico.

A esfera espiritual o nosso lugar de direito e de atuao; em Efsios 3:10, vemos que nela que devemos atuar demonstrando a multiforme sabedoria de Deus. Vemos tambm no livro de J 1:6 que Satans se apresentou diante do Senhor vindo da terra, sendo notria a diferena de dimenses.

As bnos com as quais fomos abenoados em Cristo so as da esfera onde Ele est assentado, de carter eterno, por serem espirituais. A partir do verso quatro Paulo comea a relacionar quais so as bnos espirituais. At o verso 14 aparecem 11 vezes as referncias em Cristo, em Quem, no Qual. Precisamos tomar conscincia de que todas as coisas so dele por ele e para ele; a centralidade de Cristo a tnica dominante em toda a bblia e no podemos nos afastar desta verdade. O humanismo trouxe uma distoro no foco do evangelho ps reforma e hoje precisamos estar alertas para no sermos enredados por essa perda de foco.

As riquezas materiais sem as espirituais por vezes tm a sua origem no maligno; elas nos tomam tempo, esforo ansiedade e acaba por se tornar um dolo, o que nos leva a ficar de fora do reino de Deus. Deus criou o homem nu sem necessidade de correr atrs de nada; o pecado colocou as coisas em desordem; Jesus veio restaurar a ordem e a prioridade das coisas.

Buscai, pois em primeiro lugar o seu reino... Quando Ele olha o homem, v um esprito com o qual Ele quer se relacionar. Jesus disse: a carne para nada aproveita o interesse dele nesta rea de atuao.

Passando adiante no verso 4 Paulo coloca a ponte de ligao para enunciar as bnos com as quais fomos abenoados , destacando a eleio eterna em Cristo com uma finalidade: sermos santos e irrepreensveis. Vemos a grandeza desta escolha e isso chega a assustar, pois como podemos ser irrepreensveis diante de um Deus que chega a atribuir loucura ou imperfeio aos seus anjos J 4:18. Mas a chave aqui que s seremos irrepreensveis em Cristo, somente nele que podemos ser aquilo para o qual o Senhor nos chamou para ser, fomos batizados (imersos) no seu corpo e hoje para efeito espiritual somos um com Cristo.

Temos uma dificuldade de traduo neste final de verso 4 para o incio do verso 5, pois no original no h a palavra e; a traduo mais prpria seria difcil de compreender no nosso vocabulrio. O termo em amor tanto pode fazer referencia forma como fomos predestinados quanto maneira em que devemos nos portar por causa da eleio. O amor a essncia de Deus e tanto a eleio quanto o caminhar dos eleitos devem ser com base nesta essncia. Precisamos nos entender como inseridos no plano eterno de Deus que nos escolheu segundo o seu beneplcito que quando est relacionado a pessoas, tem a caracterstica de boa vontade e quando est relacionado ao plano geral denota propsito.

Ainda no verso cinco h uma palavra que tem causado muita confuso e at divises no meio do povo de Deus, que a predestinao. Muitas vezes nas escrituras h uma dificuldade em se traduzir o pensamento ou a revelao que se recebe espiritualmente, faltando-nos palavras para traduzir o entendimento e depois surge a dificuldade de interpretao do grego koin para os dias de hoje. De acordo com I Pedro 1:2 Eleitos segundo a prescincia podemos notar que a suposta predestinao feita com base na Oniscincia de Deus que presciente de tudo o que h de acontecer. Desta forma, podemos entender a eleio em Cristo da seguinte maneira:

Deus, no eterno passado, olha para Cristo e v a obra redentora de seu filho e escolhe todos os que esto inseridos nela por terem crido Nele. Em Romanos 8:28-30 vemos mais uma vez o carter de pr-conhecimento do Senhor, porm ele enviou o seu Filho ao mundo (todos) no excluindo ningum. O propsito repetido no para serem conforme a imagem do seu Filho que o retrato fiel do que Deus anseia ver no homem. Quando estamos em Cristo somos vistos de uma forma diferenciada por sermos parte do seu corpo. H ainda no verso 5 o carter de adoo figura inexistente na cultura hebraica porm bem presente cultura romana. A adoo traz consigo algo de maravilhoso que o favor; o filho natural pode vir sem o desejo ou programao dos pais (acontece), mas a adoo fruto de sentimentos que podem ser reavaliados e redirecionados e acabam na direo do adotado. Foi assim conosco, uma ao deliberada de amar e escolher todos quantos esto nele, o Amado Mt 3:17 e Mt 17:5. Jo 17:24.

No verso 6 vemos a finalidade da eleio- louvor da glria da SUA GRAA- que por sua vez foi dada, concedida de acordo com o consentimento (beneplcito) da vontade de Deus de forma gratuita, ou seja, graa dada gratuitamente que a mesma palavra dada a Maria Lc 1:28 echaritosen traduzida por favorecida ou cheia de graa. Assim tambm ns fomos favorecidos com a graa de Deus dada gratuita e propositadamente a ns por meio de Cristo em quem temos o pagamento da nossa dvida ou o resgate da nossa condio de escravos do pecado. Jesus resgatou a cdula que constava contra ns e quitou a dvida da humanidade com Deus. Assim como na figura de Boaz estava o remidor, no livro de Rute, Jesus nos comprou para seu Deus e Pai.

Quando chegamos ao verso 8 podemos fazer uma retrospectiva daquilo que Paulo vem realizando ao descrever a graa de Deus para conosco desde o verso 5 sobrepondo as idias e ampliando o seu sentido: graa gloriosa dada voluntariamente, rica e derramada abundantemente sobre ns. E mesmo assim, temos dificuldade em entender a graa de Deus para conosco. Isso fruto de vivermos em uma sociedade onde tudo tem seu preo, sendo fruto de merecimento. Na realidade ns jamais seremos capazes de fazer por merecer o que a graa de Deus nos proporciona gratuitamente. Creio que h o fruto da justia envolvido nesta questo, pois como podemos observar l em Romanos 5:17-19 que um pecou e muitos se tornaram culpados; um foi justo e muitos podem ser justificados atravs dele.

Tambm interessante comentarmos que esta graa derramada em sabedoria e prudncia para que haja coerncia no caminhar cristo; graa sem sabedoria e prudncia tende libertinagem. A prudncia a faculdade de se escolher entre o bem e o mal, entre o prprio e o imprprio, que busca o que deve ser buscado e se aparta daquilo que perverso e pervertido, chegando a fugir da aparncia do mal. Este dispositivo vem disciplinar o uso da graa de Deus e visa valorizar algo que glorioso e muito rico como a sua graa, a qual foi em derradeira anlise o motivo que levou o Senhor a desvendar alguns mistrios, dentre os quais o principal deles o de fazer convergir em Cristo todas as coisas em um determinado tempo do futuro, chamado por Paulo de dispensao da plenitude dos tempos, onde tempo no cronolgico mas sim kairs, uma conjuno de oportunidades previamente preparadas para chegar a um fim determinado pela soberania de Deus. necessrio conhecer um pouco da doutrina dispensacionalista para entender os blocos-dispensaes claramente notados atravs do estudo histrico das Escrituras

Muitos tm orientado a sua teologia atravs da existncia da igreja, como se a igreja fosse o foco central da vontade de Deus. Chamo isso de eclesiolatria, onde a igreja passa a ser um dolo e tudo e todos tm que se adequar a ela. Fase mais profunda deste equvoco se d quando h uma confuso entre igreja e entidade religiosa/denominacional, onde os lderes passam a ser verdadeiros semideuses e todos devem concordar com eles sob a ameaa de serem decretados rebeldes murmuradores, confinados na maldio correspondente a este grave pecado. Este erro de focar a teologia na igreja histrico e se repete desde a era medieval onde a igreja dominava os ignorantes da Palavra da verdade. O plano de Deus no se encerra no perodo eclesistico, a terra ainda durar pelo menos 1000 anos alm da igreja terrestre.

A revelao que Deus deu a Paulo profunda e est muito resumida nestas poucas palavras que necessitam do apoio de outros textos tais como Romanos 1:20, Efsios 3:10 e ainda o mapa do Plano divino atravs dos sculos - de Lawrence Olson - para uma melhor compreenso. A criao foi e continua sendo ento uma expresso dos atributos invisveis e do eterno poder, como da prpria divindade do Senhor, sendo tambm que dele, por ele e para ele so todas as coisas. Tudo teve sua origem na vontade de Deus, tendo Cristo como motivo e meio da criao. Deus olhando para Cristo, decide se expressar atravs da criao e tambm formar uma famlia com muitos filhos semelhantes ao seu Unignito. As coisas criadas, ou recriadas (aps a queda de Lcifer), foram mais uma vez atingidas quando da queda do homem; a criao ficou sujeita vaidade depois da queda, o homem ficou afastado da presena de Deus, dando incio s mais loucas formas de pecado e transgresses; Deus ento providencia o meio de resgate para o homem e d incio ao que decidiu: fazer tudo voltar ao original, convergindo, ou seja, dirigindo-se para o mesmo ponto de referncia - CRISTO. Diante de tudo isso podemos afirmar que Deus no eterno passado, decidiu recriar a terra, supostamente tornada catica na queda de Lcifer, tendo decidido ento chamar existncia cada coisa utilizando a Palavra do seu poder. Essa Palavra Criadora de Deus saiu de dentro de Deus por isso continha a essncia de vida, a palavra usada foi sempre um verbo: Haja, e houve; faamos, e foi feito. O verbo sempre indica ao e neste caso ao criadora. No grego, verbo mais que ao; motivo, razo... Esse o Verbo Vivo que se fez carne, o prprio Cristo que estava na criao revela o por meio DELE de Colossenses 1:16 e esta criao que estava sendo reorganizada j tinha um propsito: convergir para Cristo na dispensao da plenitude dos tempos. Convergir, neste caso, tem a mesma funo de um ttulo de uma obra literria ou filosfica onde em apenas uma frase descreve-se ou tem-se uma idia do contedo. Fazendo o caminho inverso, a criao e principalmente o homem deveriam apontar para o Cristo, parte da Trindade que quis expressar-se atravs da criao com o propsito de fazer conhecidos os seus atributos invisveis e demais caractersticas intrnsecas da divindade. Da a variedade das obras de Deus como descritas no Salmo 104:24. Na teoria da recriao ps-queda de Lcifer, sustenta-se a tese de que houve uma srie de separaes: luz das trevas, terra da gua at chegar-se separao da mulher do homem, ou seja, a mulher estava dentro do homem e foi separada dele quando da retirada da costela. Desta forma todas as nossas aes e intenes devem apontar para Cristo, como um alvo, e cada vez que no conseguimos fazer mira corretamente, seja por qual interferncia ou motivo, errando-se o alvo, na realidade comete-se um pecado, mas isto apenas para se ter uma idia de que tudo estava em Cristo e por meio DELE e para Ele foram criadas todas as coisas com o propsito de expressar suas caractersticas, vindo mais tarde a tornar a congregar ou convergir para Ele.

Em Romanos 16: 25-26 Paulo enuncia o mistrio como sendo guardado em silncio nos tempos eternos e que agora (por volta de 60- 62 dC) se tornou manifesto para obedincia. Em Colossesses 1:24 a 2:3 mais uma vez ele explana o mistrio apontando para Cristo em ns/vs esperana da glria, em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento esto ocultos.

Pode-se entender melhor esta seo quando analisamos mais cuidadosamente os versculos de Colossenses 1:16 a 20, onde vemos a deciso de Deus fazer com que em Cristo habitasse toda a plenitude. A entra em cena a histria da redeno anunciada ao casal de cados ainda no den, estendendo-se por toda a Escritura at sua consumao com a morte e ressurreio de Jesus. Agora Paulo tenta explanar este plano a quem no conhecia toda a histria, os gentios, e corre-se o risco de se achar que o que est acontecendo encerra o plano de Deus, mas a realidade que o plano de Deus bem mais amplo. H alguns que pensam que Deus fez a terra para o homem, mas em ltima anlise a terra foi feita para Cristo, pois tudo foi feito para Cristo e por Ele.

At aqui viemos analisando a questo do qu haver de acontecer: convergncia para Cristo. Agora veremos a questo do quando - na dispensao da plenitude dos tempos - que tem por si s uma srie de implicaes relativas soberania de Deus. A palavra dispensao no grego oikonomia, onde oiko = casa e nomia = governo. Ento temos a doutrina da economia Divina ou dispensacionalismo em que se estuda que cada coisa tem seu tempo de acontecer (a seu tempo Eclesiastes 3) e seu tempo de durao. semelhante a uma pera ou pea teatral onde cada cena tem seu momento apropriado de acontecer e seu tempo de execuo j programado. Ento a dispensao da plenitude dos tempos indica que Deus, quando chegar o momento apropriado, dar destino a cada coisa. Em Atos 1:7 Jesus estando prestes a ser elevado aos cus, falou aos discpulos: No vos compete saber os tempos (kairos) que o Pai reservou pela a sua exclusiva autoridade. E neste ponto, h um esclarecimento que muito importante; cada dispensao teve o seu tempo determinado, bem como j est determinado o fim de todas as coisas, quando at a era do domnio do Filho ir ter o seu fim; de acordo com I Corntios 15:23 a 28, no fim, at o prprio Cristo entregar o domnio que recebeu (Sl 110:1) em Hebreus 2:8 diz que as coisas ainda no esto todas sujeitas , como Rm 8:18-23 diz 18 Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente no podem ser comparados com a glria a ser revelada em ns. A ardente expectativa da criao aguarda a revelao dos filhos de Deus. Pois a criao est sujeita vaidade, no voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperana de que a prpria criao ser redimida do cativeiro da corrupo, para a liberdade da glria dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criao, a um s tempo, geme e suporta angstias at agora. E no somente ela, mas tambm ns, que temos as primcias do Esprito, igualmente gememos em nosso ntimo, aguardando a adoo de filhos, a redeno do nosso corpo.

Ou seja, depois que tudo for convergido para baixo dos seus ps, o plano realizado e segue-se a parte no revelada da eternidade. nesta hora que ser atendida a orao de Jesus em Joo 17:24 que estejam comigo aqueles que me deste (a igreja) para que vejam a minha glria que me deste, porque me tens amado antes da fundao do mundo . Cristo transmitiu a sua glria aos discpulos para que eles fossem um como o Pai e Cristo o so. Para poderem iniciar a obra de anunciar e dar prosseguimento. Mais frente veremos que atravs da igreja que as coisas iro sendo colocadas sob os ps de Jesus (p faz parte do corpo e no da cabea); isso indica que havia e ainda h uma tarefa enorme a ser feita, porm a igreja tem realizado muito desde a assuno de Jesus. O princpio humano de quem realiza mais mais importante no encontra respaldo espiritual neste caso. Jesus em seu ministrio terreno esteve limitado como homem - ao tempo/espao e por isso s realizou a obra at certo ponto, arrebanhando uma quantidade de alguns milhares de discpulos. A igreja em 2000 anos tem realizado muito mais, e nem por isso Cristo perde a primazia, o poder ou a autoridade, porque sem Ele nada podemos fazer Jo 15:5. Tambm o prprio Senhor declarou que aqueles que cressem nele fariam as obras que ele fazia e outras maiores e ai entendemos que so maiores em questo de nmero pois as obras s quais se referem o texto so o empreendimento em que Ele estava envolvido (salvar o mundo). Somos muito tendenciosos a querer o espetculo de curar com a sombra ou com o leno e esquecemos que o mais importante a salvao das almas para que haja muitos filhos semelhantes ao modelo original, Cristo. H muito que fazer, mas muito j foi realizado tambm, pois Jesus foi revelado na plenitude dos tempos como parte da oikonomia de Deus de propiciar uma poca apropriada para a disseminao do evangelho, o que ele veio realizando desde a ascenso dos imprios antigos, descritos no sonho de Nabucodonosor no livro de Daniel onde cada imprio tinha uma caracterstica que serviu ao propsito temporal imediato e a um propsito para o futuro determinado por Deus. Os babilnicos foram usados para julgar Israel, os persas para restaurar Jerusalm e o templo, os gregos para unificar a lngua e os pensamentos, os romanos para abrirem as estradas com a pax romana, e assim o evangelho chegou na hora certa; na plenitude dos tempos e em poucos anos conseguiu invadir o mundo da poca. Vemos mais uma vez que as coisas no acontecem por acaso, mas h a soberana mo de Deus guiando a histria de forma a fazer a sua vontade acontecer. Ainda hoje temos que crer nisto: Deus est no controle de todas as coisas.

E neste Cristo, central no plano de Deus, que fomos feitos herana de acordo com o propsito de Deus que faz somente o que quer; isso que significa operar conforme o conselho da sua vontade, ou seja, no consulta mais ningum alm de si mesmo. Isso soberania. Cabe aqui um breve comentrio em relao a este tema de soberania: por vezes vemos a dedicao dos povos pagos aos seus falsos deuses, achando que eles tm direito at sobre suas vidas (da o aproveitamento ilcito de certos sacerdotes pagos) e chegamos concluso de que eles aceitam a soberania de seus deuses muito mais facilmente que os que descobrem o Deus vivo e tentam de vrias maneiras manipular a vontade daquele que deve ser o soberano, chegando a question-lo como se Deus fosse sujeito a erros como ns. preciso que ns, chamados filhos de Deus, assumamos o direito que Deus tem de reinar sobre ns. Por vezes atendemos a apelos para dedicarmos a nossa vida ao Senhor, depois de um culto com um sermo poderoso, mas quando chega a hora de Deus tocar no mais ntimo de cada um, l onde di, nas coisas ou atitudes que precisam mudar; ento comea uma negociao como a de Abrao, s que pela nossa prpria vontade, tentamos evitar a dor da entrega total que fizemos. Nesta hora preciso lembrar que a vontade de Deus boa, perfeita e agradvel como Paulo diz aos Romanos 12:2.

Quando nos entregamos verdadeiramente aos cuidados do Senhor, a ansiedade perde espao dentro de ns, pois no necessitamos mais estar preocupados com as decises soberanas que Deus ir tomar, pois como estamos vendo neste versculo onze, s podemos dar graas a Deus que no precisa de referendo popular para ratificar suas decises, que esta soberania decidiu nos fazer herana que uma palavra que no original significa escolher por lote. a partir deste entendimento que afirmamos que fomos escolhidos como, e enquanto, contidos na obra redentora de Cristo. Herana, via de regra, lembra duas coisas: deve haver primeiramente um trabalho prvio para angariar a herana e depois deve haver uma morte para que o herdeiro tome posse. Em Isaas 53:11 diz que Ele (Cristo) ver o fruto do penoso trabalho da sua alma e ficar satisfeito. Desta maneira fomos feitos herana tal qual Israel; em Zc 2:12 e Dt 4:20 vemos este povo como herana do Senhor.

Fomos escolhidos em Cristo porque estvamos (desde o eterno passado) e estamos contidos na obra redentora dEle. Ento esta escolha relativa e restrita aos que estiverem inseridos em Cristo e isto foi determinado pelo beneplcito (conselho) da vontade soberana de Deus.

O objetivo de ter sido feito herana aparece no verso 12, que ainda a continuao do enunciado no verso 3 toda sorte de beno espiritual, onde inserido um termo indicativo de propsito a fim de ou com o fim de sermos para o louvor da sua Glria.

Desta maneira eu me descubro sendo escolhido, sendo remido, recebendo graa gratuitamente, com um objetivo: ser para o louvor da Glria do Senhor.

Glria um termo que, de to utilizado, acabou perdendo o significado real e amplo que tem.

H trs aspectos relacionados Glria:

1. Relativos criao: Sl 19:1 os cus manifestam a glria de Deus e os cus so integrantes da criao. Mais uma vez podemos utilizar Rm 1:20 para determinar que a glria tambm pode ser percebida pela criao. Quem no tem a sua prpria definio de paisagem paradisaca? Isso glria!2. Relativos presena de Deus: onde Deus est a sua glria o acompanha. um equvoco frequente aliar a glria de Deus a efeitos pirotcnicos, como as festas de fim de ano na praia de Copacabana ou no 4 de julho dos norte-americanos. No que Ele no atue assim, mas no de forma constante e exclusivamente assim como do a entender alguns. Deus nos d sinais por causa da incredulidade de muitos. Em 1 Rs 8:6 a 12 vemos um destes sinais inequvocos da presena de Deus manifesta atravs de uma nuvem, que nem de longe se compara a idia criativa de glria que se tem corriqueiramente. Neste caso, era algo semelhante neblina ou fumaa, nada extraordinrio, exceto a MARAVILHOSA presena de Deus, e era esta presena que impedia os sacerdotes de estarem de p e no a nuvem.

3. Relativos aos sinais: Joo 2:11 mostra que a glria de Jesus foi manifesta com o milagre de transformao de gua em vinho. Os sinais so demonstraes claras da glria de Deus e em Mc 16:16 existe a promessa de que os sinais seguiro conosco, logo a glria do Senhor nos seguir.

Ento temos, inseridos em nossa existncia a trplice confirmao da glria de Deus: somos criao de Deus, temos a presena dEle em ns e, os sinais nos seguem. Porm o que Deus quer nos fazer entender que glria um processo resultante de relacionamento.

com perplexidade que vemos hoje em dia a igreja deixando-se levar pelo frenesi em que a sociedade tem se atolado. Tudo tem que ser rpido, fast-food, disk-tudo, macarro instantneo... Tudo tem que ficar pronto em 3 minutos. Mas no relacionamento com Deus, as coisas acontecem no tempo de Deus que por misericrdia d tempo para amadurecermos. Em 2 Co 3:18 somos transformados de glria em glria quando contemplamos o Senhor: atravs da Palavra, atravs da adorao em esprito e em verdade.

No ano de 1991, durante um encontro de msicos e dirigente de louvor na cidade de Jundia, eu pude ter uma experincia com a glria de Deus. Depois de uma madrugada de louvor e adorao, onde era vetado pedir algo a Deus, sendo apenas permitido o louvor e adorao, o Senhor se manifestou com muita glria e eu pude tocar algo muito parecido com uma bola de gs entre minhas mos e enquanto adorvamos, recebi uma revelao em meu esprito. O Senhor me disse apenas 2 palavras isso. Traduzindo aquele momento com uma clareza tamanha que numa frao de segundo entendi o que telogos no conseguiram me fazer entender em anos de estudo. Fui transformado: em meu entendimento e percepo do que seria glria; em relao finalidade da existncia humana, e quanto ao resultado da comunho com Deus.

necessrio regressar ao Gnesis para rever a finalidade da criao do homem. Ele foi colocado no den para lavrar e guardar e no para ficar ansioso, como muitos hoje esto relativamente s coisas terrenas. Era comtemplar a Deus que, a cada dia passava pelo Jardim. Na comunho Ado seria aperfeioado.

freqente abrirmos os cultos com frases tais como Vamos nos colocar na presena de Deus. Mas a verdade que sempre estamos na presena dele, a diferena est em nossa conscincia de que Ele est presente, e o mais grave que sua presena interior desde que o Esprito Santo veio habitar em ns. Carregamos Deus em ns onde quer que formos. Ele enche cus e terra e sonda os coraes.

Quando nos posicionamos na presena dele ento somos transformados pela ativao da sua glria em ns, pela contemplao que fazemos dEle. No podemos esquecer esta presena constante em ns e devemos procurar estabelecer esta conscincia de forma a aproveitar ao mximo o tempo. Por vezes parece que se estabelece uma cota de atividades religiosas por semana e quando essa cota atingida geralmente 3 vezes por semana- parece haver uma sndrome do preciso de um tempo pra mim, quero dormir at mais tarde, dedicar um bom tempo ao lazer. Tempo este que poderia ser investido na contemplao da glria (em seus 3 aspectos), o que resultaria em profundas mudanas para mais semelhantes a Jesus.

desta maneira que Deus nos vai transformando para sermos para o louvor da sua glria

No fim do verso 12 Paulo comea a traar uma diferena ntida entre Judeus e gentios, dizendo que eles j esperavam em Cristo antes dos gentios; porm destaca que todos agora podiam receber as mesmas bnos advindas da comunho com Deus que se inicia com o crer nele atravs da Palavra da verdade.Este relacionamento baseado na f nos leva a receber o selo do Esprito em nossa vida.

Ento ele estava falando :

_Olhem! Vocs tambm foram chamados, para o louvor da glria de Deus depois de ouvir a palavra da verdade. Lembrem que a f vem pelo ouvir o evangelho da vossa salvao a boa nova de Cristo que anuncia que voc no precisa mais andar perdido, voc no precisa mais andar angustiado; Cristo j resolveu todos os problemas; amm? Tendo nele crido fostes selados com o Esprito Santo da promessa e esse selo que equivale aquela marca que o proprietrio coloca no seu gado. Cada fazenda tem o seu smbolo com a sua inicial, sua sigla; as vezes feito uma marca em ferro, esse ferro esquentado em brasa, o animal amarrado e depois queimam a pele dele. Quando voc falar- Queima Jesus!, voc lembra disso ta? Estampado no nosso corao o Esprito Santo fala esse meu! ,esse se entregou a mim! Ento ns fomos selados com esse Esprito e como ele diz que esse mesmo Esprito no versculo 14 o qual o penhor da nossa herana, amm? O Esprito Santo havia sido prometido l em Joel 2:28 derramarei do meu Esprito sobre toda a carne. O sentido mais real da palavra penhor no exatamente esse de penhorar uma jia mas sim aquele que na relao imobiliria chamado de sinal, quando voc se compromete adquirir um imvel ento voc d uma quantidade que chamada de sinal s vezes uma boa quantidade que uma quantidade de tal forma que a pessoa se sente obrigada a fechar o negcio porque seno ela estaria colocando a perder aquele sinal. Eu mesmo passei por isso ao adquirir minha casa no Jd Samambaia. Eu iria compra uma casa na rua 14, dei um sinal e a corretora me garantiu que havia a possibilidade de passar para o meu nome; quando chegou a hora de concretizar a venda a proprietria da casa, que era uma irm disse que tinha passado uma informao que ela achava que era verdadeira, mas como no era ela me devolveria o sinal mas a corretora no abriu mo da comisso. Retomando a linha de pensamento: ento Paulo estava falando: quando voc prova da glria aqui; voc tem um pouquinho da idia do que voc sentir no cu , ento voc comea a ter uma idia de como que vai ser l. J recebi algumas vezes tanta uno que fiquei at dolorido, porque o seu corpo no agenta o tamanho da uno que vem sobre a sua vida. Muitas vezes eu tive que me segurar pra permanecer em p e continuar tocando o violo, os msculos voc contraiu pra estar em p ali depois voc vai pra casa e ficam todos doloridos. Ento voc fala: Senhor, se em um corpo limitado desses j muito bom imagina diante do Cordeiro, do Trono da Graa sem limitao fsica isso sim glria! Logo, temos hoje no Esprito Santo uma amostra grtis, Ele nos dado como amostra grtis, como penhor. Experimenta um pouquinho e lembra do provai e vede que o Senhor bom; quando voc experimenta desse Deus quando voc experimenta desse penhor do Esprito disso que Deus nos d gratuitamente voc QUER MAIS e a onde muitas vezes eu fico sem entender como que tem pessoas que conseguem receber tanta uno no templo e a sua vida l fora no tem alterao. A dificuldade minha mas eu creio que existe uma relao muito ligada entre o derramar do Esprito e a mudana de comportamento quando isso genuno, quando isso verdadeiro , quando isso nos toca a nossa mudana tem que vir de dentro pra fora .

Se Deus toca o nosso Esprito, nosso esprito manda na nossa alma e ela comea a ser transformada, ela comea a se adequar a palavra de Deus, comea a tomar a forma que a palavra de Deus diz que ela tem que ter; o nosso corpo tambm a nossa vontade tambm. Esse Esprito Santo veio para nos guiar a toda verdade, veio para nos trazer fruto, um fruto com vrias caractersticas mas o fruto do Esprito : amor alegria ,paz mansido longanimidade, benignidade, f , domnio prprio... Principalmente domnio prprio nesses ltimos dias ou daqui pra frente, at o final do vero, muito domnio prprio. As coisas no evangelho so prticas! H tempos mais difceis que outros e quando ns provamos desse Esprito e dizemos : Senhor muito bom ! Eu quero agir de tal forma que isso seja constante na minha vida e eu tenho uma boa notcia para te dar quando a gente criancinha no evangelho qualquer dose de uno nos pe no cho, depois vamos crescendo...Eu vou falar pra voc, vai alargando o tamanho do seu vaso voc vai conseguir receber dose de uno cada vez maior, suportar doses de uno cada vez maiores sem ter overdose; queira isso, busque isso e fale : Senhor ; eu quero mais ,eu tenho procurado alargar meu vaso e digo eu quero ver SENHOR quanto de uno precisa pra transbordar isso aqui por que eu sei que o Esprito Santo poderoso para isso agora , se queremos ficar como crianas o tempo todo, com um vasinho que quase do tamanho de um dedal mas no sai daquilo, precisamos crescer , o nosso objetivo ser obreiro que maneja bem a palavra da verdade e que no tem do que se envergonhar ns estamos aqui para crescer. Imaginem Jesus como que ele andava ali? Vasando uno pra tudo quanto era lado e bastava tocar com o p na orla de sua vestes que era curado de seu mal. Quanto de uno que ele carregava .Voc acha que algum de ns era capaz de suportar a uno que havia sobre a vida de Jesus ? Eu creio que ela me consumiria. Ento ns precisamos ter essa capacidade gradativa de absoro da uno que derramada sobre ns. como acostumar-se com uma comida com tempero diferente. Quem recm-casado compreende isso muito bem. At acostumar com o tempero da esposa, o organismo passa por um processo de adaptao. Na rea fsica semelhante; quem nunca bebeu, s com um copo de vinho j fica alto. J quem tem costume, toma um litro e ainda consegue ficar razoavelmente bem. De forma semelhante, podemos nos adaptar para receber cada vez mais uno sem ter que ficar estatelado no cho. Voc, quando cresce, consegue receber cada vez mais uno. Por vezes, ficamos mais impressionados com as manifestaes externas que a uno pode provocar: cair, chorar, rir, rodopiar, pular e outras. E ento se pode afirmar incorretamente que o tal recebeu muita uno, quando no se sabe o nvel de uno qual a pessoa est acostumada. A quantidade de uno que faz um cair de poder, pode ser a uno que um pregador carrega sempre consigo enquanto prepara uma nova mensagem. Eu mesmo tenho experimentado disso em minha vida. Quando cheguei a este ministrio e comecei a permitir que o Esprito Santo trabalhasse em mim, a uno me abalava muito fisicamente. Quando decidi receber mais do Senhor, comeando a buscar mais e mais; lembro-me de um dia ficarmos em sete pessoas orando at 1:30 da manh e quando voltei pra casa, ao deitar em minha cama, minha esposa que estava dormindo acordou e perguntou o que havia acontecido, dizendo que eu estava diferente. Deus pode e quer nos transformar, de glria em glria. Porm isso vai de quanto ns buscamos e quanto realmente queremos nos tornar mais parecidos com o Senhor. s vezes, quando a coisa fica muito profunda, a gente diz: -Senhor, a coisa est ficando meio esquisita; vamos dar um tempo. E neste momento, perdemos o terreno que j havia sido conquistado, ento retrocedemos; e a palavra diz que se retrocedermos a alma do Senhor no tem prazer em ns. Temos que buscar a cada dia mais deste penhor do Esprito. Temos que dizer: - Senhor, tu deste um penhor (o Esprito) da herana qual eu tenho direito; eu quero a totalidade que me reservada deste penhor. Por isso hoje vemos pessoas sendo uma beno nas mos de Deus. Pessoas que vo fundo nos mistrios de Deus e na Sua Palavra; vo alm no relacionamento com o Senhor, deixando o que vier a acontecer por conta do Senhor.

Ns j vimos no verso 11 que Ele faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade, segundo o que props no seu corao; vimos tambm que a sua vontade boa perfeita e agradvel... Ento eu vou temer por qu? Devemos nos lanar nos braos de Deus e deixar que Ele realize a sua vontade em ns e atravs de ns.

VERSOS 15 A 23

Este trecho uma orao para que se obtenha a vida crist verdadeira. Paulo ora pelos seus leitores, pelos destinatrios da carta.

Verso 15 : Por isso, tambm eu, tendo ouvido da f que h entre vs no Senhor Jesus e o amor para com todos os santos,

Ele faz uma colocao que por vezes nos passa despercebido: por isso, termo indicativo de motivo e mostra que por causa de tudo o que foi mencionado desde o verso 3 at o 14, ou seja a descrio da toda sorte de bnos espirituais . Pela profundidade de tudo isso que acabamos de ler, Paulo ora pelos efsios, colocando de forma clara que as notcias a respeito dos efsios chegavam at ele. Mais adiante ele dir- no vs 17- para qu ora. Quero fazer duas colocaes referentes aos vs 15 e 16. Paulo estava preso em Roma e mesmo assim as informaes chegavam at ele. Eu vejo com certa tristeza algo que foi chegando e se instalando no meio do povo de Deus, o que costumo chamar de poltica de presdio e de favela: A lei do silncio; Eu no vou falar nada de ningum. A palavra nos diz que devemos chamar o irmo que for surpreendido em alguma falta e acertar as coisas com ele, e se ele no ouvir, ento levar liderana. No caso dos efsios, o apstolo foi informado de uma coisa boa, mas h situaes em que a liderana precisa ser informada de coisas que precisam de correo. A liderana no pode ficar na dependncia apenas da revelao sobrenatural, sendo que somos uns membros dos outros e o que eu vejo e ouo deve , conforme o caso, ser dividido com os lderes para que se tenha uma noo clara do estado das ovelhas. Ns estamos irremediavelmente interligados. Devemos, de acordo com a Palavra de Deus, andar na luz como Ele na luz est.

Em 1 Co 1: 10-11 Rogo-vos, irmos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que no haja entre vs divises; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposio mental e no mesmo parecer.Pois a vosso respeito, meus irmos, fui informado, pelos da casa de Cloe, de que h contendas entre vs. Dos efsios ele ouviu o bem, mas dos corntios, escutou algo que precisava de correo; e o seu informante eram pessoas verdadeiras. Esse comportamento de dizer o que est errado e no dizer quem errou, ou no querer aparecer como quem denunciou o erro, me faz sentir como se eu estivesse em uma penitenciria e no em uma igreja. Levanta-se muita poeira e no se pode resolver muito por falta de andar na luz.

Quando algum me procura pra dizer algo que est fora dos padres, mas no quer ser identificado ou no que dizer quem fez o erro, eu logo pergunto qual o motivo do que est sendo confidenciado. A motivao dos comunicados to importante quanto o que aconteceu. A comunicao, tanto de algo bom ou algo ruim, deve ter como objetivo a edificao das vidas. O levar as informaes aos lderes deve ter como principal objetivo: colocar nas mos de quem deve ter: autoridade e interesse e responsabilidade em resolver da melhor maneira.

Outra observao importante a f no Senhor e o amor para com todos os santos: parecem duas coisas distintas, mas uma coisa leva outra. Tiago 2:14-17 resume que a f sem obras morta. A f no Senhor manifestada atravs de obras, servios, amor. Neste texto de Tiago, mencionado o necessrio para o corpo; que o mesmo que Jesus citou em Mt 6: 25 vss comida e vestes. No se fala de ajudar a viver no luxo (sorrateiramente tratado como conforto nos nossos dias). Se quisermos algo alm do que o que o Senhor garante ao justo, devemos transpirar um pouco mais e conseguir com nosso esforo.

No verso 16 ele escreve que no cessa de dar graas, o que demonstra que praticava o que o Senhor Jesus ensinou a orar primeiro louvor - e depois petio e tambm como ele diz aos Ts 5:17 orai sem cessar. Paulo comea a orao de acordo com o modelo do Pai Nosso ensinado por Jesus, que tambm se inicia com louvor pela igreja forte, pelos irmos que praticavam a Palavra. Depois ele passa para a intercesso, sabendo que louvor e intercesso so muito prximos. Ns entramos com aes de graas na presena de Deus. Veja como exemplo uma audincia com um presidente da repblica; voc no entra de qualquer maneira. Por vezes h at o oferecimento de um presente, um souvenir, ou coisa que o valha.

Tambm diante de Deus no se entra de qualquer maneira; Jesus forneceu o modelo de orao que nos mostra que primeiro devemos louvar a Deus e depois comear a pedir. necessrio que haja a prtica da reverncia diante do Deus de toda a terra. Ainda que seja nosso Pai, Ele continua sendo O SOBERANO. Paulo tinha plena noo disto e praticava de forma constante, pois conhecia tanto na letra, quanto na prtica.

Veja bem, notando o que foi estudado brevemente acima, no que diz respeito ao plano de Deus, ao seu eterno propsito; h motivos grandiosos de louvores a Deus que faz um plano to enorme, abrangente e ao mesmo tempo especfico, multiforme e centrado em uma nica pessoa, Cristo, e mesmo assim no se atrapalha, no atrasa e coordena cada movimento, situao ou circunstncia para que seu nome venha a ser glorificado... E consegue! E ns estamos inseridos neste plano para um propsito; eterno, local e individual. Deus est; sempre esteve e sempre estar no controle de tudo! Em Jeremias 10:23 Eu sei, SENHOR, que no cabe ao homem determinar o seu caminho, nem ao que caminha o dirigir os seus passos. Isso motivo de louvor!

Recentemente, recebi do Senhor um encargo, que firmar pessoas alicerando no amor conforme Efsios 3:17. E pude perceber que 1/3 do que Deus me conferiu j foi realizado... Foi-me dado ver que Ele nos coloca diante de pequenos planos que interligados completaro aquilo que Ele tem comandado desde a eternidade.

Na continuao da orao, ele afirma que faz meno dos efsios em suas oraes, e esta meno trazer lembrana, e isto muito mais do que citar ou recitar nomes, descrever caractersticas que lhe so bem conhecidas, com uma naturalidade tal que a outra pessoa consiga lembrar-se de quem voc est falando. Para isto necessrio que se conhea de verdade a pessoa da qual se faz meno, e assim seja possvel conseguir o que se intenta fazer; trazer memria. Muitos anseiam pela posio de liderana, mas esquecem-se deste detalhe muito importante: o peso e a preocupao com cada parte do rebanho consome. Em outra carta Paulo diz que Alm das coisas exteriores, h o que pesa sobre mim diariamente, a preocupao com todas as igrejas. 2 Corntios 11:28. A palavra pesa neste caso tem o sentido de uma multido importuna pedindo ajuda , conselho, conforto.

O lder alm da vida com Deus, deve ser exemplo para os seus liderados : Paul Young Cho, pastor da maior igreja do mundo, atualmente perto de 1 milho de crentes disse meu povo ora, porque meus pastores oram; meus pastores oram, porque eu oro. Pode parecer interessante ocupar o lugar de destaque na plataforma, mas estar diante do povo que no seu, falando em nome do Senhor do povo, responsabilidade muito grande para se pretender apenas para satisfao pessoal.

No verso 17 Paulo comea a explicar o para que esta orao: para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glria, vos conceda... e aqui veremos quais so os objetivos da orao. E tremenda esta orao porque determinadas coisas no so obtidas por esforo humano, esta uma das muitas coisas que a graa nos pode conceder e que nos deixa bastante intrigados; somente uma concesso divina pode nos permitir a obteno de privilgios espirituais tais como os que Paulo pede para os efsios , mostrando que at a capacidade para entender as coisas de Deus vem Dele. Deus no revela determinados mistrios a um recm-nascido no evangelho, como tambm no revela a quem no est interessado em buscar. necessrio maturidade e busca. Para se chegar ao topo de uma alta montanha, como o Everest ou o K2 (uma das dez montanhas mais altas do mundo), necessrio preparo; de cada 100 candidatos, 25 morrem. Isto nos d uma pista acerca das coisas espirituais mais elevadas: ou Deus nos concede, ou nosso esforo humano para conseguir pode at nos levar a conseqncias trgicas. Vamos utilizar a figura paterna que, de acordo com o desenvolver dos filhos, vai liberando atividades e autonomia at que os filhos estejam habilitados a caminharem e decidirem sozinhos; isto no ocorre logo aps o nascimento, um processo, um caminhar com o pai. Paulo sabendo desta necessidade pede ao Senhor que conceda o que necessrio para os efsios.

importante notar que Paulo usa o termo Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da Glria e neste ponto, pode ser que surja uma questo que precisa ser solucionada: Se Jesus Deus, por que Paulo chama Deus de O Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo? A resposta se encontra em Joo 20:17 Disse-lhe Jesus: No me detenhas, porque ainda no subi para meu Pai, mas vai para meus irmos e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus, mostrando que Jesus estava revelando sua natureza humana, sua condio de intercessor, sumo sacerdote capaz de substituir plenamente aqueles que Ele apresenta a Deus. Tambm devemos nos lembrar de que Deus realizou uma obra em Cristo, por meio de Cristo e para Cristo, mas no final de tudo o prprio Filho, depois que tudo lhe estiver debaixo dos ps, entregar tudo o que recebeu ao Pai, para que Deus seja tudo em todos. 1 Co 15:28. Tambm dito que Ele o Pai da Glria, glria esta que est relacionada com 3 aspectos: a criao, Ele criou tudo; os sinais, Ele quem realiza tudo em todos e Sua presena manifesta a Glria em qualquer lugar que estiver. Quem j desfrutou da glria de Deus sabe muito bem como operam estes dois ltimos aspectos da glria de Deus.

Veja bem que o que estamos tentando fazer aqui meditar na Palavra, passo a passo, detendo a nossa ateno para poder extrair o quanto conseguirmos do texto bblico. A conexo que acabamos de fazer (Pai da Glria) estava l atrs quando meditamos sobre a glria. necessrio sempre buscar a profundidade sem perder a direo. No se pode ter pressa na leitura para meditao. possvel ler o Novo Testamento em 20 horas, mas no se absorve muito, mas se meditarmos 20 minutos em um nico verso, podemos ir a guas nunca antes penetradas.

Vejamos o que Paulo pediu em sua orao: que Deus concedesse aos efsios e que, deveria sem chance de alternativa, pressupunha um pleno conhecimento dEle o que, por si s, exclui muitos que hoje em dia tem muita aparncia mas nunca tiveram uma experincia e quem dir, convivncia, com Aquele de quem procede toda boa ddiva e todo dom perfeito.

Vejamos ento:

Esprito de sabedoria e de revelao: uma qualidade de mente, de alma, como uma habilidade extra; concedida como graa da parte de Deus. diferente da sabedoria dada a Salomo, que possua um carter mais prtico, inquisitivo. Essa sabedoria aquela que auxilia na compreenso da revelao manifestada mediante a interpretao com base na meditao das Escrituras. Tem por base a iluminao dos olhos do vosso corao ou o vosso homem interior iluminao esta que feita atravs da prpria pessoa de Cristo que disse Eu sou a luz do mundo Jo 8:12 e em Mt 4:16 O povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na regio e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz.

E aqui podemos notar que Paulo, em sua orao pelos efsios, pede a Deus duas ddivas (sabedoria e revelao) com trs objetivos que vm a seguir no texto e que so de uma riqueza tremenda. Vejamos no verso 18, o que a iluminao do corao pode nos levar a saber:

Qual a esperana do Seu chamamento: durante muito tempo o evangelho era anunciado como um bilhete de passagem para o cu, transferindo para o porvir toda a esperana, fazendo parecer que Deus no se interessa em viver com o homem hoje, aqui na terra. Em 1Ts 5:24 diz que aquele que vos chama fiel e em 1Jo 3:2 ainda no se manifestou aquilo que havemos de ser; mas j desfrutamos do seu Reino que de acordo com o ensino de Jesus est no meio de vs. Todavia no podemos tambm esperar somente aqui nesta vida, pois seno seramos, como disse Paulo, os mais infelizes de todos os homens.

Qual a riqueza da sua herana nos santos: esta mais uma parte da revelao que exige sabedoria do alto para conseguir entender o que significa e no que implica to profunda questo. No livro de Atos 20:32 Agora, pois, encomendo-vos ao Senhor e palavra da sua graa, que tem poder para vos edificar e dar herana entre todos os que so santificados.. No mundo h disputas pela diviso da herana, em certos casos mesmo em volta do caixo do falecido. Mas graas a Deus, nosso testador j ressuscitou e mesmo assim a herana est disponvel, s tomar posse. Quando Paulo em Atos 26:18, contando ao rei Agripa, relata a apario de Jesus no caminho para Damasco, ele revela que o Senhor lhe incumbiu de abrir os olhos dos gentios para que se convertessem e recebessem herana entre os que so santificados pela f em Jesus. Desvendando o mistrio que mais na frente declarar de forma definitiva: que os gentios so herdeiros com os judeus da mesma aliana e promessas em Cristo.

Qual a suprema grandeza do seu poder: esta a terceira parte da revelao, j no verso 19, que necessita demais de sabedoria para que se saiba lidar com ela. Paulo diz que este poder para os que crem, dentre os quais ele se coloca afirmando para conosco, os que cremos. Tambm revela com a caracterstica que lhe peculiar, de sobrepor os adjetivos e superlativos de maneira que a idia seja ampliada e bem fixada nas mentes e coraes dos leitores, que a grandeza deste poder segundo a eficcia da fora do seu vigor.

E aqui que a riqueza do texto grego se manifesta: h quatro palavras neste texto que so sinnimos do poder em pauta:

1. dunamiv (dunamis) = poder: este poder o poder gerador como que um dnamo que produz corrente eltrica com a qual se pode realizar obras.

2. energeia energeia = energia: que a maneira ou modo como se opera uma fora; para se ter uma idia do que essa energia capaz de gerar vejamos Fp 3:21b capaz de subordinar a si todas as coisas; e em Cl 1:29 opera eficientemente em mim (Paulo.)3. iscuv ischus= vigor; dando a noo de fora fsica, habilidade, poder latente.4. kratov kratos = Que poder ou fora plenamente efetiva em relao a um fim a ser atingido ou um domnio a ser exercido.

Isto nos daria uma traduo interessante: a grandeza do seu poder de acordo com a energia do vigor do seu domnio (rea de influncia). E toda esta carga de poder para com os crentes. Para ter uma ideia da potncia deste poder, Paulo nos indica que foi este mesmo poder que Deus exerceu em Cristo trazendo-o dos mortos. Se pudssemos ter uma noo das implicaes espirituais envolvidas na ressurreio de Jesus, saberamos que o poder disponvel para ns algo inimaginvel. Ele estava morto desde a sexta feira tarde e na manh de domingo houve uma das mais espetaculares demonstraes de poder que a face da terra havia presenciado at ento. Em Mt 27:53 diz que depois da ressurreio de Jesus, os santos que ressuscitaram com ele, saram dos tmulos, entraram na cidade e foram vistos por muitos, ou seja, foi um poder contagiante que se espalhou geograficamente e que tambm esteve presente na sua ascenso fsica da terra e posicional em relao s demais potestades e autoridades, tanto espiritual quanto terrena. Em Fp 2:9 Pelo que tambm Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que est acima de todo nome, e em Ap 19:12 Os seus olhos so chama de fogo; na sua cabea, h muitos diademas; tem um nome escrito que ningum conhece, seno ele mesmo nos indica que Jesus recebeu no apenas um nome, mas possui hoje O nome.

O nome que Jesus possui resultado de trs aspectos: nome que Deus lhe deu, nome que ele conquistou pelas vitrias e consumao da obra que lhe foi confiada e nome que foi herdado por direito de gerao. Quando se menciona o nome de Jesus, necessrio que se tenha a plena convico do que esse nome representa: a obra completa da redeno, a destruio das obras do diabo e a mais completa autoridade existente nesta dispensao.

A partir da Paulo amplia o conceito, envolvendo os leitores na participao deste mistrio, afirmando que para que Jesus fosse Senhor sobre tudo, ele foi dado igreja como cabea, sendo assim, ela o corpo da maior autoridade existente. Todas as coisas esto debaixo dos ps e isto parte do corpo. uma indicao que a igreja possui a autoridade de Cristo hoje e que tudo esta sujeito a ela, enquanto ligada Cabea. No Salmo 110:1 vemos que os inimigos esto sendo colocados debaixo dos ps de Cristo (igreja) pelo prprio Deus Rm 16:20 a nossa parte apenas permanecer como corpo de Cristo

Jesus foi apenas um homem, ns hoje somos milhes e somos ns que ganharemos o mundo todo, porque somos um com Ele que comanda o corpo.

Quando nos deparamos com a afirmao do verso 23 do captulo 1, a mente fica aturdida com o peso dado igreja. A igreja chamada de a plenitude de Cristo, e isso tremendo demais para a nossa capacidade de assimilao. Mas simplificando, como se houvesse uma interdependncia entre Cristo e a igreja que no pode fazer nada sem Ele que sendo cabea precisa de um corpo para se expressar e agir. Porm quero declarar a minha incompreenso total deste significado e apelar para Efsios 5:32 onde o mesmo Paulo diz que o mistrio entre Cristo e a igreja grande.

Captulo 2

A partir daqui, Paulo comea a mostrar a condio primeira do homem sem Deus, pintando um quadro muito grave para depois mostrar a soluo divina para o problema.

A primeira frase Ele vos deu vida foi antecipada para que servisse de introduo, adiantando o que vir l na frente, porm no original ele s aparece no verso cinco. Esse foi um recurso escolhido pelos editores para dar uma melhor interpretao do texto com base na linha de raciocnio ocidental.

Neste trecho ele faz uma distino entre ns e vs, traando uma clara diferena entre judeus (dos quais ele era um) e os gentios (para quem escrevia), porm colocando a todos debaixo do mesmo estado de pecado e servido da vontade da carne e dos pensamentos.

Aquele que est sem Deus est morto, e para entender esta morte necessrio nos voltarmos para o livro de Gnesis e verificar do que se trata este estado. Quando Ado e Eva comeram do fruto, desobedeceram a Deus e isto foi o fator determinante da separao entre eles e Deus. Da podemos afirmar que a morte um estado de separao espiritual de Deus. Em Is 59:2 Vemos que os pecados fazem separao entre os homens e Deus e este fato vlido para todos, mesmo os convertidos; toda vez que pecamos, nossa comunho com o Senhor fica prejudicada. Glria a Deus pelo sangue de Jesus que pode nos limpar.

Escrevendo aos colossenses Paulo, que estava j treinado, define de forma semelhante o estado do homem cado.

E a vs outros tambm que, outrora, reis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, porm, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpveis e irrepreensveis, Cl 1:21-22

A maravilha do evangelho (boas notcias) anunciar esta reconciliao voluntria de Deus atravs do sacrifcio de Jesus Cristo, seu filho. A verdadeira boa notcia para as pessoas anunciar que a sua dvida espiritual j foi paga. No h mais necessidade de se pagar penitncias nem sacrificar a entidades msticas; o caminho j est aberto e a porta de entrada Jesus, o meio de acesso o seu sangue que fala mais alto do que o de Abel. Coisa terrvel pagar uma conta que j est quitada! Avise isso para as pessoas! Deixe que o Esprito Santo e a verdade as convenam e libertem.

No verso 2 a palavra andastes um termo essencialmente hebraico que denota o modo de proceder de algum ou a sua maneira de agir. Ns temos o costume de dizer: temos que andar na linha. Para os judeus, o conjunto das regras recebidas por tradio e que pautavam o seu modo de vida, at porque era ditado pela Torah (Pentateuco), era chamado halachah no hebraico. Paulo se utiliza deste exemplo para mostrar que a carne e os pensamentos exerciam tanta influncia quanto as leis ditadas de gerao em gerao pelos judeus. Em Romanos 7:14 em diante Paulo afirma ser isto uma lei que ele chama de a lei do pecado e da morte; dos quais a lei do Esprito da Vida nos libertou. Se por Ele somos libertos, temos uma condio nova para manter fazendo morrer a natureza terrena da qual fomos libertados. Em Cl 3:5 instrui imperativamente os leitores a no alimentarem a carne com atitudes que na realidade trazem a ira de Deus sobre os filhos da desobedincia. Tambm em Romanos 8:13 Paulo afirma que pelo Esprito devemos mortificar os feitos do corpo.

A rea da carne mais visvel porm os pensamentos precisam da Palavra de Deus para sofrer uma metania, ou seja, uma mudana de mente operada pela atuao do Logos divino. A partir da podemos escolher no que pensar, escolher se damos ou no prosseguimento linha de raciocnio iniciada nem sempre por ns; pode ter sido ateada por um dardo inflamado do maligno ou brotar do maligno corao humano.

Quando conseguimos ter intimidade e sensibilidade para ouvir Deus em nosso interior, os pensamentos passam a ser uma importante ferramenta na meditao dos rumos que deveremos tomar e na absoro dos conselhos divinos, venham de que fonte Ele escolher.

Precisamos sempre utilizar Hebreus 4:12, deixando que a Palavra viva e eficaz penetre em nossa vida de tal forma que os propsitos e intenes do corao sejam manifestados. Em Salmos 19:7-9 temos as reas de atuao da palavra no corao dos homens.

Atravs da Palavra os homens podem desvendar os mistrios que Deus tem escondido para revelar na intimidade daqueles que o temem Sl 25:14.

Ainda em Efsios 4:23 Paulo afirma que podemos nos renovar no esprito do vosso entendimento, ou seja, atravs da Palavra podemos mudar a maneira de perceber o mundo ao nosso redor. Pra isso necessrio passarmos por um processo de renovao. Havia um processo interessante utilizado nos odres de vinho. Quando eles estavam j ressecados pela ao do tempo e da fermentao do vinho em seu interior, eles eram mergulhados em gua e depois de hidratados, era aplicado azeite para devolver a elasticidade e resistncia. Sabemos que gua um dos smbolos da Palavra e que leo um dos smbolos do Esprito Santo; logo a renovao depende de se mergulhar nas Escrituras e ser ungido com o Esprito Santo. Esta renovao vai impedir que a carne e os pensamentos voltem a dominar o nosso padro de procedimento, o nosso modo de agir deve sempre estar debaixo do ensino das Escrituras e da uno do Esprito Santo. Noutro texto Paulo incita a levar todo pensamento cativo obedincia de Cristo, submetendo-o a uma autoridade superior. E o melhor que, depois de se obedecer, os resultados positivos aparecem e as bnos resultantes acabam por tornar a obedincia leve e voluntria. Tornamos-nos como aqueles servos que uma vez libertos, fazem a opo de continuar na casa de seu senhor por amor e oferecem a orelha direita para ser furada na ombreira da porta (ver Ex 21:5-6). Fazendo assim evitaremos andar conforme o padro deste mundo

Pode ocorrer de se descuidar deste sentimento e l se vai a meditao da Palavra e o tempo de orao, a uno decai e comea a degenerao de tudo o que foi recebido. A vida com Deus um caminhar. Se pararmos, perdemos terreno, desperdiamos tempo e a possibilidade de retrocesso acontece, o que conforme a Escritura no agrada a Deus (Hb 10 :38).

Nos versos 4 a 7 Paulo afirma: Mas Deus, que riqussimo em misericrdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando ns ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graa sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; para mostrar nos sculos vindouros as abundantes riquezas da sua graa, pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus., dando a entender que apesar de toda aquela situao mostrada no incio do captulo 2, na qual estavam tanto gentios quanto judeus; Deus tinha um plano de vivificar juntamente com Cristo. A misericrdia de Deus nos revelada desde o Gnesis, quando Ele afirma que no contenderia para sempre com o homem, e em Isaas 57:16, mostra mais uma vez seu conhecimento da fragilidade humana como fala tambm Davi no Salmo 103:14 sabe que somos p.

Outra caracterstica do estilo literrio de Paulo que ele usa com bastante freqncia e intensidade os superlativos, como que querendo esgotar as possibilidades de expresso em relao s magnficas qualidades de Deus. E neste trecho, Ele afirma que o Senhor riqussimo em misericrdia. Misericrdia, por si s, j uma qualidade tremenda, quanto mais ser riqussimo dela! Deus consegue colocar o seu Sacrossanto corao na misria das situaes pelas quais passamos freqentemente como resultado de rebelio expressa Palavra. Mesmo assim Ele consegue colocar-se neste quadro catico e utilizando-se da experincia humana de Cristo que pode compadecer-se de seus irmos, estende a soluo juntamente com o problema.

A misericrdia de Deus disparada por causa da sua essncia: amor. Joo narra a conversa de Jesus com Nicodemos e nela percebe-se a revelao deste amor de tal maneira que deu o seu Filho Unignito. Ou seja, entendemos o valor da expresso tal maneira, quando compreendemos o ato de doao de Deus em Cristo. Paulo, conhecedor profundo das Escrituras do antigo testamento, precisou de uma revelao pessoal de Jesus Cristo para adequar seu conhecimento realidade do amor incondicional e inter-racial do Senhor.

O melhor disso que este amor teve endereo certo. Se por um lado mundo pode ser muito abrangente, inserido nele, tornamo-nos alvos particulares do amor de Deus. Quando diludos na massa afastada e contrria vontade de Deus, fica confortvel citar o Isaas 53:6 o Senhor fez cair sobre ele a iniqidade de ns todos. Porm quando levamos para o pessoal e intransfervel, fica muito desconcertante afirmar que Jesus foi ferido pelas minhas transgresses e modo pelas minhas iniqidades... Talvez por isso afirma-se que o amor dEle constrange. E se por um lado isso constrangedor, por outro motivo de alegria extrema: sou alvo de um amor to imenso que no posso medir. Antes de Cristo ser morto por causa do meu pecado, Ele j havia sido entregue e entregado a si mesmo quando decidiu fazer-se carne e habitar entre ns. O rei da Glria, Senhor do Universo, torna-se um de ns, sujeitos s mesmas paixes e limitaes. Vemos em Romanos 5:8 Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por ns, sendo ns ainda pecadores. que prova definitivamente que o amor de Deus tinha endereo certo: eu e voc. Por ns Deus foi capaz de negar o pedido de Jesus para que o clice fosse afastado e mais uma vez podemos perceber em Isaas 53 que a Deus agradou o mo-lo, fazendo-o enfermar. Inconcebvel na mente humana, mas traado desde a fundao do mundo, o cordeiro de Deus foi morto para poder atrair todos para Ele.

No verso 5 Paulo retoma o assunto do verso 1, mostrando a situao anterior do homem e a atual que a salvao por meio da graa. Geralmente falamos de salvao como um todo, dando uma significao muito abrangente conforme nos faz entender a palavra grega sozo . Mas a salvao expressa em trs atitudes de Deus para com o homem outrora cado: vivificao, ressurreio e elevao do homem ao seu estado de importncia na criao. Deus mais que salvar, quer dar vida ao homem. Ado foi avisado que no dia que ele comesse do fruto, morreria. Esta morte que era na realidade a separao da comunho de Deus, comunho que era agora novamente disponibilizada ao homem. Em Joo 17:3, enquanto Jesus ora, ele declara diante de Deus o que a vida eterna: E a vida eterna esta: que conheam a ti s por nico Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste.

H pessoas na igreja que apenas receberam esta vida de Deus, este conhecimento de Jesus Cristo, mas esto sem a atividade de quem foi vivificado. As palavras vivificar e ressuscitar so sinnimos, mas tm diferenas interessantes. H algo profundo neste ponto e que devemos perceber. Lembremo-nos de quando Moiss estava falando ao povo e disse: Deus vai suscitar um outro profeta, semelhante a mim, a ele ouvi. Suscitar levantar, ativar para expor. Podemos ento concluir que ressuscitar suscitar de novo e aqueles que foram ressuscitados devem se levantar para expor esta vida que receberam. Por isso afirmamos que muitos s receberam a vivificao, mas no demonstram a atuao do poder da ressurreio de Cristo. Quando Ele ressuscitou a Lzaro, poderia ter dito apenas Reviva! Porm Ele foi enftico e reiterou sua ordem Sai, para fora!! Essa aparente repetio desnecessria tem na realidade implicaes espirituais interessantes. Ele precisava sair do estado de morte fsica e do estado de inrcia tambm, deveria mover-se, ainda que enfaixado, at o lado de fora do sepulcro; isso Jesus no faria por ele. Antes de ser desembaraado de tantas faixas e de um leno que lhe atrapalhava a viso, ele deveria movimentar-se dando sinal de vida ressuscitada. Assim tambm ns devemos, depois de vivificados, dar mostras de ressurreio atravs de atitudes de vida. Recebemos vida do Senhor e ela precisa ser expressada para ter validade. Vimos em Efsios 1:19-20 a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, e que este poder foi exercido sobre Jesus para o levantar de entre os mortos. O detalhe aqui este poder s se manifesta aos que crem, e isso deixa muitos fora deste grupo porque no querem arriscar acreditar nas coisas espirituais. As coisas de Deus so alcanadas mediante a f e este poder envolvido na ressurreio j est disponvel para ns nos cus, e por isso Deus nos faz assentar nos lugares celestiais juntamente com Cristo. H pessoas que passam pelas duas primeiras etapas, mas no permitiram, no entenderam e por esta razo no conseguem desfrutar do lugar de direito que possuem que estar reinando com Cristo. Quando uma situao adversa se apresenta, tais pessoas se desesperam, se perdem, entram em crises. Tem poder e no sabem como, quando e onde o podem (e devem) usar. Precisamos ser elevados at onde Cristo est para que tenhamos uma mesma viso com Ele, ter o mesmo ponto de vista. Agindo dentro desta plataforma trplice: vivificao, ressurreio e elevao, poderemos agir como reis e sacerdotes que fomos feitos.

As pessoas que esto na U.T.I. tambm tm vida, mas a qualidade de vida delas precria e h o risco iminente de morte, ainda que a famlia tenha esperana, a realidade dura e triste. No desta maneira que a vida deve operar em ns. Devemos receber do Senhor a vida em abundncia para ser expressa no meio de uma gerao m e pervertida onde devemos resplandecer. Estando assentado junto com Cristo , nas regies celestiais, fica mais fcil fazer uma reunio estratgica com ele e definir os rumos e o curso de ao para nossas vidas e tambm daqueles que, vendo o resultado em ns, nos procuram para orientao. s vezes nestas reunies podemos escutar orientaes que vo contra a nossa maneira de agir ou pensar. Ele pode nos indicar o silncio como resposta a uma afronta, o perdo em resposta a uma ofensa... Muitos querem tomar as suas atitudes, mas ele o maior interessado em que os homens vejam a vossa boa obra.

Quando tentamos do nosso jeito, samos do trono em que estvamos assentados e fora do trono, nos tornamos menores, pois l o lugar de destaque, prestgio e autoridade. Ao tentarmos pelos nossos prprios esforos reinar em vida, acabamos por perder o lugar privilegiado em Cristo e no conseguimos enxergar a soluo de vrias situaes.

Nos ltimos cinco anos aproximadamente, tenho tido o prazer de almoar na casa de meus pais. Depois daquele almoo simples, mas delicioso, fico com sono e acabo tirando um breve cochilo. As dificuldades esto l fora me esperando, mas naquela sala eu tenho paz, estou saciado e sinto-me abrigado.

Como seria bom podermos agir assim em relao a Deus, estar a seu lado vivificado, ressuscitado, mas no mesmo plano espiritual. preciso clamar a Deus para que Ele nos ajude a galgar estes degraus espirituais, a estar sempre perto dEle, assentado com Cristo.

Jesus quando esteve aqui na terra dependia do Pai para tudo, por isso ele passava tempos em orao. Por vezes Jesus no reagia 1 Pe 2:23 mas sempre se entregava a Deus, aconteceu at de ele demorar-se e as pessoas acharem que ele se atrasou mas quando a situao se resolve, percebemos que ele j havia tratado do caso com o Pai (ver Jo 11:41) Tiraram, pois, a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o cu, disse: Pai, graas te dou, por me haveres ouvido.

Muitos de ns damos as situaes por perdidas como Marta e Maria consideravam a respeito de seu irmo Lzaro. Mas aqueles que esto no mesmo plano que Ele podem descansar e aguardar o mover da mo de Deus.

No verso 5 Paulo nos diz que a salvao pela graa. Contudo, outras ddivas tambm so pela graa, e isso confunde a muitos de ns que fomos acostumados a merecer as coisas. Vivemos numa sociedade mercantil onde tudo tem seu preo e levamos este pensamento terreno para o nosso relacionamento com Deus.

Este tipo de pensamento est arraigado desde a infncia quando os pais estimulam os filhos com presentes: - Arrume a casa que eu te dou um doce!; - Seja aprovado na escola que te dou um brinquedo. Programamos as nossas vidas neste campo e nos tornamos inaptos para desfrutar de algo que seja dado de graa e de boa vontade. Nossa mente rege nossas decises, quando o que deveria nos reger a Palavra que gera f. As coisas de Deus so alcanadas mediante a f e no atravs do intelecto; por isso que temos poucos intelectuais na igreja.

No entendemos como um Deus to santo pode perdoar um pecador que o rejeita e ainda depois de aproxim-lo com preo to caro como foi o sacrifcio de Jesus, ainda o abenoa com tantas ddivas com descrito em Ef 1:3. Se entendssemos a profundidade desta declarao, empenharamos toda a nossa diligncia nisto.

preciso que se olhe para o verso 7 onde declarado o motivo de toda esta operao de Deus na igreja: mostrar nos sculos vindouros a suprema grandeza de sua graa em bondade para conosco. Deus quer exibir, manifestar seus atributos atravs de suas atitudes benignas para conosco. Mais adiante Paulo dir em Ef 3:10 que agora pela igreja seja manifestada a multiforme sabedoria de Deus aos principados e potestades . Este agora de Paulo significa presente (objetivo) imediato indicando que os sculos vindouros incluem toda a vida que a igreja pode desfrutar com Deus desde a consumao da obra de Cristo at a concluso de todas as coisas.

Explorando a questo da graa, lemos em Salmos 145:9 O SENHOR bom para todos, e as suas misericrdias so sobre todas as suas obras, bondade uma caracterstica de Deus, faz parte do amor que a sua essncia. Ele faz chover sobre bons e maus bem como o sol tambm brilha para todos. Porm para conosco, Paulo ressalta que a sua bondade suprema, extraordinria. mais que o demonstrado corriqueiramente. algo especfico e proposital, intenso, profundo e acima de tudo voluntrio.

Em Romanos 5:2 pelo qual tambm temos entrada pela f a esta graa, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperana da glria de Deus. A graa alcanada pela f e at mesmo a prpria f repartida a ns por Deus, ou seja, Ele quem faz todas as coisas, nossa parte apenas escolher estar com Ele. O Senhor preparou as bnos que esto nas regies celestiais, nos reparte a f, que a chave que abre a porta da graa onde tudo est armazenado e antes de tudo isso Ele nos envia a Sua Palavra que ativa a nossa f. graa sobre graa, beno sobre beno; de que podemos nos queixar? Em Romanos 8:32 declarado Aquele que nem mesmo a seu prprio Filho poupou, antes, o entregou por todos ns, como nos no dar tambm com ele todas as coisas?, indicando que a graa abrange tudo o que se pode receber de Deus. Que coisa maravilhosa a graa divina . No necessrio tanto esforo para se conseguir algo do Senhor, s ouvir a Palavra e crer. A graa disponibiliza tudo para os filhos de Deus.

Estudamos sobre f e a graa passa despercebida, a f tornou-se como que o meio de pagamento das bnos recebidas. Alguns chegam a se ensoberbecer por terem f: - Recebi as bnos porque eu tenho f! E outros que ouvem isto, ficam apreensivos porque no sabem onde podero adquirir f, como se fosse um produto em falta no mercado. Lendo Hb11:5 Pela f, Enoque foi trasladado para no ver a morte e no foi achado, porque Deus o trasladara, visto como, antes da sua trasladao, alcanou testemunho de que agradara a Deus. Apesar de o verso 6 ser a mxima da f, no contexto podemos perceber que o fato em questo no a f e sim o agradar a Deus. Quando lemos em Gnesis 5:22, a histria de Enoque, o texto nos diz que ele andou com Deus e isso foi o que agradou ao Senhor. Perceba que foi para isso que Deus criara o homem, tanto que na virao do dia Ele vinha procura do homem, para que pela comunho, a imagem e semelhana de Deus pudessem ser desenvolvidas. O termo j no era, um indicativo de que Enoque esteve tanto com Deus que deixou de ser ele mesmo, perdeu sua identidade, comeou a parecer com Deus.

Retornando o raciocnio sobre f, notamos que todos ns possumos uma f natural nas coisas que so certas: cremos que nosso carro nos levar at o destino proposto, cremos que o motorista do nibus no se perder, cremos que o avio que passa sobre ns no cair, que nossa geladeira ir gelar o suco e assim por diante. Essa f vem da observao e experimento destas relaes nossas com estes fatos. Quando estas relaes passam a ser pessoais, com humanos, ficamos analisando as pessoas para ver se elas so confiveis ou no.E quando este relacionamento com Deus? No podemos crer que Ele far o que diz? No temos observado a sua Palavra que jamais falha? No temos provas inequvocas de sua confiabilidade?

A verdade que temos toda teoria a respeito de Deus, mas no temos andado com Ele a ponto de observ-Lo, no havemos atendido ao seu chamado e isso nos impede de saber na prtica como Ele e como age. Enoque andava com Deus e travava um relacionamento com Ele. Isso foi o que agradou a Deus e continua agradando at hoje. O termo utilizado por Davi no salmo to badalado o 37:4 Agrada-te do Senhor, mais que gostar de ir igreja. estar habituado a mimar, estar feliz com; ter um prazer requintado em relao a Deus.

Quando voc conhece algum confivel, qual o seu sentimento em relao a esta pessoa? No to bom saber que existem ainda pessoas nas quais se podem confiar? E Deus, que nunca falhou? Por que se duvida tanto? A culpa do departamento de marketing celeste, que no faz a propaganda correta? Ou ser que ns mal conhecemos a teoria e menos ainda a prtica de conhecer e andar com Deus?

Deus to confivel que o nascimento de Jesus foi predito com 700 anos de antecedncia por Isaas e quando Ele nasceu, fez questo de cumprir tudo o que a seu respeito estava escrito. Velando sobre a sua palavra para cumpri-la. Por isso, crer se torna algo indispensvel no relacionamento com Deus. Crer valorizar a Palavra do meu companheiro chamado Deus; eu ando com Ele , tenho observado o seu modo de agir e me entrego aos seus desgnios porque confio, creio, tenho f nEle.

Quando chegamos ao verso 8 Paulo nos leva a concluso do pensamento iniciado no verso 4 repetindo que somos salvos pela graa. Acontece com certa freqncia o esquecimento da abrangncia desta graa extraordinria, ficamos restritos rea da salvao quando o Senhor tem muito mais para o seu povo.Ser que mais difcil pra Deus nos dar coisas ou salvar a nossa alma? Temos costumes que precisam ser avaliados luz da Palavra. Dizemos que pra receber do Senhor, preciso pagar o preo e se eu pago, excluda a graa porque eu fiz por merecer o que recebi. bem verdade que apenas uma expresso idiomtica peculiar ao nosso meio, mas capaz de direcionar os pensamentos e esforos de muitas pessoas para um relacionamento mercantilista com Deus. Preciso meditar mais a respeito deste assunto da graa que alcanada mediante a f. O est consumado dito por Cristo na cruz sacramentou a sua obra. Se eu creio com o corao e declaro com a boca a respeito da salvao, estou salvo; e se eu creio nas demais palavras de Deus a meu respeito, elas no acontecero? Por que consegui crer que estou salvo mediante a f e no consigo crer que a cura me pertence, que os espritos malignos no tm poder contra mim?

Temos que olhar a nossa situao e reconhecer a carncia da graa e crer que o Senhor tem prazer em nos salvar de situaes difceis e tambm projeta uma vida que glorifique o seu nome. Em I Pe 1:3 e 4 lemos que nos foram doadas todas as coisas que conduzem vida e piedade e tambm as suas ricas promessas que nos tornam participantes da natureza divina. Isso uma graa tremenda! A promessa (palavra) que nos torna co-participantes da natureza divina foi doada, dada gratuitamente. Antes me foi feito saber que, pelo poder de Deus, todas as coisas que conduzem vida e piedade tambm me foram doadas. Ento tudo o que eu preciso para ser bom, honesto, piedoso e possuir uma vida com Deus, j me foi providenciado por Ele, logo o meu nico esforo vlido o crer.

No verso 9 Paulo afirma que no de obras para que ningum se glorie, no pode depender do empenho humano. Ampliando para reas alm da salvao, quando lemos em Rm 12:3 que no devemos pensar de ns mesmos alm da medida de f que deus repartiu a cada um, percebemos que at a f para conseguir crer naquilo que Deus quer que eu faa, vem dEle. Eu no devo ir alm da f que Deus me deu e tentar ser aquilo que eu no creio que Deus quer pra mim. Eu posso estudar e me tornar um telogo, mas isso no faz de mim um pastor; s a graa de Deus faz isso, dar um corao que vela pelas almas como quem tem de prestar contas. Posso me tornar um gerente de uma entidade religiosa, mas jamais serei ministro se Deus no me conceder que seja.

As coisas que recebemos de Deus vm pela graa. Os homens confundem a ordem de acontecimento das coisas de Deus com freqncia. Algum comea a trabalhar na igreja e ento algum diz:- Vamos coloc-lo em tal e tal posio! Como se fosse um prmio pelos bons servios prestados. Mas a realidade que quando a referida ovelha comeou a trabalhar, ela j havia recebido de Deus a graa de desempenhar aquele ofcio ou incumbncia. Os homens apenas verificam algo que j havia acontecido. Em Romanos 14:18 o mesmo Paulo escreve que Aquele que deste modo serve a Cristo agradvel a Deus e aprovado pelos homens. Atestando que primeiramente o relacionamento de dar e receber comea com a divindade e depois que ns correspondendo, seremos em ltima instncia aprovados pelos homens. Ou seja, o que objetivamente se v, fruto de uma atitude primeira originada em Deus que o dar todas as coisas que conduzem vida e piedade e em segundo lugar entendida e correspondida com atitudes que vo levar os homens a aprovar aquele que est fazendo algo porque algo j foi feito dentro dele (a palavra gerou f que deu acesso graa) e somente depois os homens, que vem apenas o exterior, vo perceber e aprovar.

Passando ao verso 10, Paulo utiliza uma palavra que muitos tem romantizado demasiadamente que o vocbulo poima que no grego significa algo que foi criado originalmente por Deus. Isto nos leva a entender que em Cristo somos levados ao estado de criao original como descrito em 2 Corntios 5:17 Assim que, se algum est em Cristo, nova criatura : as coisas velhas j passaram; eis que tudo se fez novo.Esta mesma palavra aparece em Romanos 1:20 quando se fala das coisas criadas. como se retornssemos ao estado original de Ado. H uma diferena entre obras (ergon) e feitura (poima ).

E essa feitura que somos, em Cristo e possui um objetivo: para as boas obras que, em sua extrema sabedoria, Deus j havia preparado para que hoje ns as faamos ou como o pensamento judaico oriental entende andemos nelas. como se o modo de proceder das pessoas fosse um caminho a percorrer e cada uma segue o seu caminho. No evangelho de Joo mais de uma vez Jesus deixa isso bem claro (Jo 5:19; 14:10). Mostrando que o que devemos fazer aqui na vida nova que recebemos, na ressurreio pela qual passamos, estando assentados juntamente com Ele, o que Ele mesmo faria ou melhor, j fez e ns s precisamos imit-Lo. Devemos nos deixar guiar pelo Esprito que habita em ns para que Ele, por seu poder, produza o Seu fruto em ns.

H ainda em nosso meio resqucios do pensamento Catlico Romano Medieval onde se devia fazer por merecer. Martinho Lutero, antes de entender a f e a graa, chegava aos extremos da severidade e autopunio buscando merecer o perdo. E este pensamento ainda permeia a mente de muitos no cristianismo evanglico hoje em dia. Em Romanos 3:20 diz Por isso, nenhuma carne ser justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado. E no verso 28 Conclumos, pois, que o homem justificado pela f, sem as obras da lei. E ainda pode-se verificar o mesmo tema em Romanos 4:1-8; Glatas 2:16; e para terminar 2 Timteo 1:9 que nos salvou e nos chamou com uma santa vocao, no segundo as nossas obras, mas segundo o seu propsito e segundo a graa que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos,. Se parece que isto s vlido para a salvao, o texto de Timteo deixa claro que inclui a vocao, o que freqentemente identificado como chamado.

Esse chamado antes de ser especfico, genrico a todos conforme j visto em Efsios 1:4 que para todos os crentes. Muitos querem fazer parecer que so usados por Deus porque so super-hiper-mega-master-blaster-plus-advanced-crentes que se consagram ao extremo e por isso so assim to eficientes. A verdade que sem o chamado em primeira instncia, ningum consegue sequer chegar a consagrar-se de forma que possua alguma validade. No chamado j est contido o santos e irrepreensveis e tambm o perante Ele. No famoso texto sobre f de Hebreus 11:6, o escritor afirma que ... necessrio que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, em Tiago 4:8 diz chegai-vos a Deus e Ele se chegar a vs outros. Perante estar prximo, estar perto, ao alcance de quem se deseja relacionar. Devo estar pronto para atender este chamado que estar perante Ele, diante dEle. Por isso que nos chegamos a Deus durante o culto percorrendo o novo e vivo caminho aberto por Jesus. A Palavra de Deus quem nos leva at Ele e nos indica o caminho que Jesus Cristo. No devemos ficar sem a Palavra porque ela poderosa para salvar as nossas almas de sofismas e outras armadilhas que h em nossa caminhada.

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