ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DO CIRCUITO...

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RESUMO NÃO TÉCNICO Fevereiro de 2017 ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DO CIRCUITO HIDRÁULICO DE CUBA-ODIVELAS E RESPETIVO BLOCO DE REGA

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  • RESUMO NO TCNICO

    Fevereiro de 2017

    ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DO CIRCUITO

    HIDRULICO DE CUBA-ODIVELAS E

    RESPETIVO BLOCO DE REGA

  • NDICES

  • Estudo de Impacte Ambiental do Circuito Hidrulico de Cuba-Odivelas e respetivo Bloco de Rega

    Resumo No Tcnico

    I

    ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DO CIRCUITO HIDRULICO

    DE CUBA-ODIVELAS E RESPETIVO BLOCO DE REGA

    NDICE DE VOLUMES

    RELATRIO

    VOLUME 1 PEAS ESCRITAS

    TOMO 1 CAPTULOS INTRODUTRIOS

    TOMO 2 CARACTERIZAO DA SITUAO DE REFERNCIA

    TOMO 3 AVALIAO DE IMPACTES

    TOMO 4 MITIGAO, MONITORIZAO E CONCLUSES

    VOLUME 2 PEAS DESENHADAS

    RELATRIOS TCNICOS

    VOLUME 1 PROJETO DE ENQUADRAMENTO PAISAGSTICO DA REDE DE DRENAGEM

    VOLUME 2 SISTEMA DE GESTO AMBIENTAL

    RESUMO NO TCNICO

  • Estudo de Impacte Ambiental do Circuito Hidrulico de Cuba-Odivelas e respetivo Bloco de Rega

    Resumo No Tcnico

    II

    ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DO CIRCUITO HIDRULICO

    DE CUBA-ODIVELAS E RESPETIVO BLOCO DE REGA

    RESUMO NO TCNICO

    NDICE

    TEXTO Pg.

    1 O QUE O RESUMO NO TCNICO ........................................................................... 1

    2 QUEM PROPE E QUEM LICENCIA O PROJETO ....................................................... 2

    3 PORQUE NECESSRIO O CIRCUITO HIDRULICO DE CUBA-ODIVELAS E RESPETIVO BLOCO DE REGA..................................................................................... 3

    4 ONDE SE LOCALIZA O PROJETO ............................................................................... 4

    5 COMO O PROJETO .................................................................................................... 5

    6 QUAIS SO OS ELEMENTOS AFETADOS PELO PROJETO ...................................... 9

    7 O BALANO FINAL ..................................................................................................... 15

    FIGURAS

    FIGURA 1 - Enquadramento Regional.

    FIGURA 2 - Circuito Hidrulico de Cuba-Odivelas e respetivo Bloco de Rega.

  • TEXTO

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    Resumo No Tcnico

    1

    1 O QUE O RESUMO NO TCNICO

    O presente documento faz parte do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) referente ao Projeto

    de Execuo do Circuito Hidrulico de Cuba-Odivelas e respetivo Bloco de Rega, tendo este

    estudo sido realizado entre junho de 2015 e maio de 2016.

    O Resumo No Tcnico um documento sntese, adaptado para divulgao do projeto e

    dos principais impactes ambientais associados, na fase de participao do pblico (consulta

    do pblico). Este documento reproduz sucintamente os aspetos mais relevantes do EIA,

    numa linguagem no tcnica e de acordo com os critrios de boa prtica definidos para a

    sua elaborao no stio da internet da Agncia Portuguesa do Ambiente (APA).

    No caso de pretender obter informaes mais aprofundadas sobre os efeitos que o presente

    projeto poder ter sobre o ambiente, dever consultar o EIA que se encontra disponvel na

    Cmara Municipal de Alvito, na Cmara Municipal de Cuba, na Cmara Municipal de

    Ferreira do Alentejo, na Comisso de Coordenao e Desenvolvimento Regional do Alentejo

    (CCDR-Alentejo), em vora e na Agncia Portuguesa do Ambiente, em Lisboa.

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    Resumo No Tcnico

    3

    3 PORQUE NECESSRIO O CIRCUITO HIDRULICO DE CUBA-ODIVELAS

    E RESPETIVO BLOCO DE REGA

    Os elementos que constituem este Projeto de Execuo fazem parte do Empreendimento de

    Fins Mltiplos de Alqueva (EFMA), que tem por objetivos o armazenamento e distribuio de

    gua para beneficiar uma rea de cerca de 112 000 ha [1 hectare (ha) = 10 000 metros

    quadrados (m2)] com regadio, bem como a produo de energia hidroeltrica e o

    armazenamento e distribuio de gua para consumo humano em diversos concelhos do

    Alentejo.

    A rea a regar divide-se em trs Subsistemas Alqueva, Ardila e Pedrgo sendo que o

    Circuito Hidrulico de Cuba-Odivelas e Respetivo Bloco de Rega pertence ao Subsistema

    de Alqueva.

    Efetivamente, a origem da gua que ser utilizada para regar os cerca de 60 000 ha deste

    Subsistema uma Estao Elevatria localizada na margem direita da albufeira de Alqueva,

    que bombear a gua armazenada nessa albufeira para um conjunto de albufeiras,

    interligadas por canais e condutas. Num destes canais (que liga as albufeiras do Alvito e do

    Piso) captada a gua que ir irrigar a rea a beneficiar pelo presente projeto.

    Assim, no canal Alvito-Piso tem origem o Circuito Hidrulico de Cuba-Odivelas, que

    alimentar com gua para rega o Bloco de Rega de Cuba-Odivelas (cerca de 2 790 ha),

    atravs da ramificao da Rede Secundria de Rega, ou seja, a rede de aproximao s

    parcelas a regar, tipicamente terminando em hidrantes.

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    4 ONDE SE LOCALIZA O PROJETO

    O Projeto do Circuito Hidrulico de Cuba-Odivelas e Respetivo Bloco de Rega insere-se

    administrativamente no distrito de Beja e abrange os concelhos de Alvito (freguesia de

    Alvito), Cuba (freguesias de Cuba e de Faro do Alentejo) e Ferreira do Alentejo (Unio das

    Freguesias de Alfundo e Peroguarda).

    A um nvel macro, o projeto insere-se na Regio Alentejo e na sub-regio do Baixo Alentejo

    (ver Figura 1).

    Figura 1 - Enquadramento Regional.

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    5

    5 COMO O PROJETO

    O Projeto Circuito Hidrulico de Cuba-Odivelas e Respetivo Bloco de Rega encontra-se

    representado cartograficamente na Figura 2.

    O Projeto inicia-se na Tomada de gua para o Circuito Hidrulico de Cuba-Odivelas,

    localizada no canal Alvito-Piso, prxima da derivao para o reservatrio de Cuba-Oeste.

    O canal Alvito-Piso, que j est construdo e em funcionamento, tem aproximadamente

    36 km de extenso e permite a ligao entre a albufeira da barragem do Alvito e albufeira da

    barragem do Piso. O canal divide-se em cinco trechos, com caractersticas tcnicas e de

    dimenso diferentes.

    A tomada de gua para o circuito hidrulico de Cuba-Odivelas localizar-se- na zona

    terminal do trecho 3, trecho capaz de transportar um volume de gua de 27,75 m3 [1 metro

    cbico (m3) = 1 000 000 de litros (L)] em cada segundo (s) entre o adutor da Vidigueira e a

    derivao para o reservatrio Cuba-Oeste.

    A tomada de gua ser inserida numa rampa de salvamento existente no canal Alvito-Piso,

    ficando implantada numa plataforma (que ocupar uma rea total de cerca de 700 m2) a

    construir para o efeito em zona anexa ao canal.

    A tomada de gua ser constituda por um conjunto de canais e comportas, associados a

    um sistema de filtrao que estar equipado com uma grelha mecnica de limpeza

    automtica, que retirar assim os detritos que possam existir na gua do canal Alvito-Piso.

    Esta estrutura possibilitar a passagem de alguma da gua transportada no canal Alvito-

    Piso para uma conduta enterrada (adutor) que faz igualmente parte (tal como a tomada de

    gua e o sistema de filtrao) das infraestruturas principais de Circuito Hidrulico de Cuba-

    Odivelas.

    Este adutor ter um comprimento total de 3 631 m e ser construdo em beto, com um

    dimetro de 1,2 m, sendo capaz de transportar um volume de gua entre 1,87 e 1,95 m3 em

    cada segundo.

    A Rede de Rega far o transporte da gua aos blocos de rega e composta por vrias

    condutas enterradas (com extenso total de 29,2 km) que derivam da conduta principal e

    que levaro a gua at s parcelas, permitindo a ligao dos equipamentos de rega a partir

    dos hidrantes instalados.

    Essas condutas tero dimetros diferentes (variando entre os 50 cm e os 80 cm) e sero

    construdas de materiais igualmente diferentes, consoante o dimetro. Assim, os tubos de

    menores dimenses sero feitos de um tipo de plstico (Polietileno de Alta Densidade

    PEAD), os intermdios em ferro (ferro fundido dctil FFD) e os maiores sero em beto.

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    Finalmente, a rede de drenagem, prev a interveno em trs troos de duas linhas de

    gua, numa extenso total de aproximadamente 3,3 km. As intervenes propostas pelo

    projeto consistem no alargamento das linhas de gua no sentido de permitir uma circulao

    mais facilitada da gua (reperfilamento). No Quadro 1 apresentam-se as principais

    intervenes a realizar em cada linha de gua.

    A rea a beneficiar com regadio do Bloco de Rega de Cuba-Odivelas de 2 790 ha.

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    Quadro 1 Intervenes propostas na rede de drenagem.

    Linha de gua Interveno Extenso (km)

    Bco

    dos Assentes Reperfilamento 2,65

    Bco

    do Peneireiro Reperfilamento 0,61

    Total 3,26

    O quadro seguinte faz um resumo das reas, em hectares, que sero afetadas pelos vrios

    elementos que constituem o projeto.

    Quadro 2 reas afetadas pelos elementos de projeto.

    Infraestruturas

    Rede Principal Rede de Rega

    Tomada de gua e sistema

    de filtrao Adutor Rede de Rega Rede de drenagem

    rea (ha) 0,07 2,5 14,6 1

    A realizao das obras implicar a escavao dos terrenos onde as infraestruturas se

    implantaro, sendo que parte das terras escavadas no voltaro a ser colocadas nos

    espaos que passaro a estar ocupados pelas infraestruturas de projeto. Assim, prev-se

    que no final da obra sobre um volume aproximado de 51 500 m3 de terras, que tero de ser

    depositadas em reas previamente licenciadas para o efeito.

    A localizao dos estaleiros de apoio obra, bem como as reas de depsito definitivo das

    terras sobrantes tero de obedecer a um conjunto de restries, no se podendo instalar em

    zonas habitacionais, em reas sensveis para a conservao da Natureza ou junto a

    ocorrncias patrimoniais.

    As mquinas e veculos necessrios realizao da obra iro circular em caminhos j

    existentes na rea, no se prevendo a abertura de novos caminhos de acesso.

    Finalmente, prev-se que a construo das diferentes infraestruturas tenha a seguinte

    durao, toda contida num total de um ano de obra:

    Montagem do estaleiro 1 ms;

    Tomada de gua e adutor 7 meses;

    Rede de Rega 9 meses;

    Rede de drenagem 3 meses;

    Desmontagem do estaleiro 2 meses.

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    6 QUAIS SO OS ELEMENTOS AFETADOS PELO PROJETO

    A rea de estudo que, naturalmente, incluiu todos os elementos do Projeto apresentados no

    captulo anterior, bem como uma faixa de 200 m que os envolve, de cerca de 6 652 ha.

    Esta rea tem caractersticas essencialmente agrcolas, sendo dominada atualmente por

    grandes extenses de culturas de sequeiro, que podem ou no apresentar rvores

    dispersas (nomeadamente azinheiras), maioritariamente afetas explorao de gado

    bovino. Destaca-se ainda, embora com menos representatividade, a presena de montado

    de azinho, olival (de regadio e de sequeiro) e culturas anuais de regadio. As propriedades

    que o projeto beneficia so todas grandes propriedades.

    Aspeto da rea de estudo

    Do ponto de vista das espcies de plantas e animais silvestres que ocorrem na rea de

    estudo (Ecologia), o Projeto vai ter consequncias negativas para as espcies mais tpicas

    dos terrenos agrcolas explorados segundo os mtodos tradicionais (searas e olivais

    antigos).

    A alterao deste uso do solo far diminuir a adequabilidade do territrio para a presena de

    diversas espcies de aves ameaadas (as chamadas aves esteprias, de que so exemplos

    o siso ou a abetarda). Este ser um efeito negativo do Projeto que perdurar no tempo.

    A construo deste Projeto implicar a destruio de exemplares dispersos de espcimes

    de vegetao caracterstica das margens das linhas de gua (vegetao ripcola). No

    entanto, na rea de estudo estas formaes vegetais no so muito importantes do ponto de

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    vista da conservao da natureza, uma vez que no constituem um habitat suficientemente

    desenvolvido e abundante para abrigar e ser utilizado por um grande nmero de espcies

    de animais terrestres (aves e mamferos), aquticos (peixes) e que usam quer o meio

    terrestre, quer o aqutico (anfbios e rpteis). Esta ao no produz, pois, efeitos negativos

    muito importantes. No entanto, ser concebido um Projeto de plantao de plantas prprias

    das linhas de gua afetadas pela obra, nomeadamente nos locais que constituiro a Rede

    de Drenagem.

    Por outro lado, na rea do Projeto existe um conjunto de pequenas depresses pouco

    profundas no terreno que, em parte do ano, se encontram alagadas. Estes locais, chamados

    Charcos Temporrios Mediterrnicos, so um habitat valioso e ameaado, onde aparece um

    conjunto de espcies de plantas e pequenos animais adaptados variao das condies

    de seca e de humidade ao longo do ano. Como se tratam de reas muito localizadas, foram

    alterados os traados de algumas condutas que interferiam com estes habitats, que foram

    tambm excludos das reas a regar. Note-se que os Charcos Temporrios Mediterrnicos

    constituem um dos mais notveis e singulares habitats de gua doce da Europa e so

    legalmente protegidos.

    Exemplo de charco temporrio mediterrnico inventariado

    Foi tambm confirmada a presena, na rea de estudo, de um ninho utilizado por uma

    espcie de guia ameaada. Como maneira de evitar a perturbao da criao durante a

    fase de construo, prev-se que no se realizaro obras durante a poca de reproduo da

    espcie na rea mais prxima do ninho.

    Para se conseguirem acompanhar os efeitos do projeto nas aves (que sero provavelmente

    o grupo biolgico mais afetado pela alterao das culturas de sequeiro para o regadio),

    proposto um conjunto de estudos que permitiro, de forma regular e peridica, acompanhar

    a evoluo das comunidades de aves na rea do bloco de rega (monitorizao).

    Uma vez que as infraestruturas deste Projeto se destinam a transporte de gua para rega,

    importa tentar perceber se a sua implantao e do regadio poder vir a produzir efeitos

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    adversos nos solos, nomeadamente contribuindo para o aumento da eroso do solo ou

    afetando a sua capacidade produtiva.

    Foi ento analisada a situao, no sentido de se perceberem estes potenciais efeitos

    negativos, tendo-se concludo que, na generalidade, as reas a afetar possuem solos de

    boa qualidade, que no apresentam grandes problemas de eroso ou que possam vir a ser

    prejudicados na sua capacidade produtiva pela agricultura de regadio.

    No sendo a situao dos solos muito negativa, ainda assim, por se considerar que este

    um recurso absolutamente essencial para a agricultura, prev-se que sejam realizadas

    aes de formao aos agricultores sobre as prticas agrcolas que melhor permitem

    conservar o solo e apresentam-se ainda medidas exequveis (por exemplo aumentar a gua

    de rega nos terrenos para lavar os solos), a implementar caso se detetem problemas nos

    solos. De forma a saber-se o estado do solo em cada ano, proposta uma metodologia

    (monitorizao) de acompanhamento da evoluo da situao deste recurso.

    Quanto gua (Recursos Hdricos Superficiais), grande parte da rea de estudo

    caracterizada por ribeiras e barrancos sem caudal a maior parte do ano e sem vegetao

    tpica das margens das linhas de gua.

    Exemplo de linha de gua na rea de estudo

    Assim, no se prev que o projeto contribua para uma degradao da qualidade da gua

    quando ela inexistente. Sero, no entanto, promovidas as boas prticas agrcolas, de

    modo a reduzir a carga de agroqumicos (pesticidas e fertilizantes) na gua uma vez que

    quando chove estes elementos entram em circulao nos meios naturais.

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    Na rea de estudo verifica-se a presena de um nmero considervel de poos, algumas

    charcas e pequenas albufeiras que, pela sua proximidade s habitaes, apresentam um

    uso agrcola (rega e abeberamento de gado) e domstico.

    Exemplo de pequena albufeira presente na rea de estudo

    Como forma de se conseguir medir de forma mais rigorosa os efeitos do projeto sobre as

    linhas de gua proposto um conjunto de aes de medio da qualidade da gua dos

    ribeiros que transportaro as guas que escorrero dos terrenos agrcolas. Este seguimento

    (monitorizao) permitir avaliar regularmente se a qualidade das linhas de gua ou no

    afetada de forma expressiva pelo Projeto.

    No que diz respeito aos Recursos Hdricos Subterrneos, a rea de implantao do

    projeto muito pobre em lenis de gua subterrnea (aquferos), pelo que as afetaes

    esperadas sobre estes recursos so muito reduzidas.

    Com o aumento da rea regada, aumenta a quantidade de fertilizantes e pesticidas

    qumicos usada na agricultura que, quando em excesso, podero infiltrar-se nos solos e

    chegar at aos referidos aquferos. Esta circunstncia pode conduzir a um aumento

    considervel da poluio desta gua subterrnea. Na fase de construo do projeto, os

    poos situados nas proximidades dos trabalhos sero devidamente vedados, de modo a

    limitar a aproximao dos equipamentos a utilizar em obra, evitando assim a sua possvel

    contaminao com substncias perigosas. Refere-se, ainda, que os lenis de gua

    subterrnea que ocorrem na rea de estudo no so passveis de serem contaminados

    facilmente.

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    De todo o modo, proposto um conjunto de estudos que permitiro medir de forma mais

    rigorosa os efeitos do projeto sobre a qualidade da gua dos lenis de gua. Este

    seguimento (monitorizao) permitir avaliar regularmente se a qualidade da gua

    subterrnea ou no afetada de forma expressiva pelo Projeto.

    Toda a rea onde sero construdos os elementos que constituem o Projeto foi percorrida

    por Arquelogos, na tentativa de encontrarem vestgios da ocupao humana passada

    neste territrio (Patrimnio Cultural). Foram encontradas diversas evidncias stios

    patrimoniais com baixo valor, que, contudo, no devero ser afetadas ou destrudas pelo

    presente Projeto.

    Prev-se, ainda, voltar a realizar esta busca intensiva de vestgios (prospeo arqueolgica

    sistemtica), durante a obra, nos locais onde no foi possvel ter a certeza da ocorrncia dos

    referidos vestgios. Se, nesta fase, vierem a ser encontrados novos indcios, ento, os

    mesmos tero de ser estudados e analisados, antes da sua afetao pelas obras. Esta

    tarefa de seguimento das obras, tendo por preocupao a garantia de identificao de

    vestgios, executada por uma equipa formada por especialistas em Arqueologia que

    acompanha os trabalhos de construo no terreno. A esta equipa caber ainda a funo de

    assegurar que todas as aes previstas para estudo e conservao dos indcios sejam

    levadas a cabo com elevada qualidade tcnica.

    Sendo o Projeto de natureza Hidroagrcola, naturalmente que afetar diversas reas

    integradas na Reserva Agrcola Nacional (RAN). No entanto, o facto de se irem afetar

    algumas reas de RAN (Ordenamento do Territrio) ser mais do que compensado pela

    valorizao agrcola que o Projeto trar s reas a regar nos blocos de rega.

    De compensao mais difcil a afetao de reas classificadas como Reserva Ecolgica

    Nacional (REN), que existem um pouco por toda a rea de estudo.

    Importa referir, no entanto, que desde 1998 existe legislao especfica que permite a

    afetao de reas classificadas como REN para a implementao do Empreendimento de

    Fins Mltiplos de Alqueva, no qual se insere o Circuito Hidrulico de Cuba-Odivelas e

    Respetivo Bloco de Rega, pelo que as aes previstas no so ilegais ou irregulares.

    Refere-se, ainda, que a rea de implementao do Projeto, no abrange reas classificadas

    para conservao da natureza.

    Por fim refira-se que, no estudo, foi considerado que o Projeto vir acarretar efeitos

    extremamente positivos para a agricultura da regio (Agrossistemas), possibilitando o

    aumento do rendimento (Socioeconomia) daquela que a atividade primordial do territrio

    analisado. De facto, estes efeitos positivos sero particularmente importantes por esta ser

    uma regio muito empobrecida e com populao decrescente e cada vez mais envelhecida,

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    onde existem solos de boa qualidade, mas onde a crnica ausncia de gua tem limitado a

    competitividade da agricultura aqui praticada.

    Estima-se igualmente que o preo da terra suba consideravelmente com o regadio, o que

    poder contribuir para a dinamizao das mudanas de propriedade de vrios terrenos,

    conduzindo ento a alteraes nas caractersticas do uso da terra.

    Relativamente ao Ambiente Sonoro, podero ser afetados pelas obras de construo um

    conjunto de habitaes dispersas (nomeadamente montes), onde poder ser sentido,

    durante as obras, mais rudo do que aquele habitualmente experimentado nesta regio.

    Contudo, no s estas habitaes integram as propriedades que iro beneficiar do regadio

    como se verifica que nenhuma delas se situa a uma distncia inferior a 170 m das obras

    mais prximas.

    Exemplo de habitao rural (monte) presente na rea de estudo

    De todo o modo, sero utilizados equipamentos que originem o menor rudo possvel,

    garantindo que as operaes mais ruidosas se efetuam durante o dia e com a respetiva

    autorizao da cmara municipal. Estas atividades sero previamente comunicadas s

    autoridades bem como aos habitantes mais prximos sempre que se averiguar necessrio.

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    7 O BALANO FINAL

    A implementao no terreno do Circuito Hidrulico de Cuba-Odivelas e Respetivo Bloco de

    Rega acarretar um conjunto de efeitos sobre o ambiente que tero o seu incio na fase de

    obra e, nalguns aspetos, se prolongaro durante a explorao prtica do regadio.

    Por outro lado, tendo em conta que a rea em estudo apresenta atualmente caractersticas

    essencialmente agrcolas, a implementao do Projeto originar alteraes pouco

    significativas na paisagem.

    No entanto, muitas das afetaes, embora possam ser negativas, so possveis de serem

    reduzidas, ou so, logo partida, relativamente pouco relevantes. Os principais efeitos

    negativos que ficaro por atenuar prendem-se com a perda de rea importante para

    espcies de aves de elevado valor conservacionista, que se originar pela rega dos terrenos

    atualmente de sequeiro, onde estes animais habitam.

    Apesar disto e em contrapartida, o Projeto contribuir fortemente para o desenvolvimento da

    agricultura da regio, aumentando de forma substancial o seu rendimento, o que,

    inegavelmente, ser muito positivo para os agricultores, para as populaes locais e mesmo

    para a economia regional.

    Como balano, o estudo realizado considera que, desde que devidamente reduzidos e

    acompanhados, os efeitos negativos gerados pelo Projeto no tero importncia suficiente

    para superar os seus efeitos muito positivos, pelo que se defende a autorizao para a

    construo do Circuito Hidrulico de Cuba-Odivelas e Respetivo Bloco de Rega.