ESTUDO DE SISTEMAS MAGNÉTICOS UNIDIMENSIONAIS VIA …
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ESTUDO DE SISTEMAS MAGNÉTICOS UNIDIMENSIONAIS
VIA TEORIA DE CAMPO
Sérgio Luiz Talím
Tese apresentada â Universidade
Federal de Minas Gerais, como requisito
parcial para obtenção do Grau de DOUTOR EM
CIÊNCIAS.
Abril de 1988 UFMG
"Qualquer caminho é apenas um caminho e não cons
titui insulto algum - para si mesmo ou para os
outros - abandoná-lo quando assim ordena o seu
coração. (...) Olhe cada caminho com cuidado e
atenção. Tente-o tantas vezes quantas julgar ne
cessárias... Então, faça a si mesmo e apenas a
si mesmo uma pergunta: possui esse caminho um
coração? Em caso afirmativo, o caminho é bom.
Caso contrário, esse caminho não possui impor
tância alguma".
Carlos Castafieda, "Os Ensinamentos de Dom Juan".
Agradecimentos
- Ao meu orientador ANTONIO SERGIO TEIXEIRA PIRES pela sua
orientação segura, e pela paciência com que suportou as inú
meras discussões que tivemos sobre este trabalho, sobre a
física, e sobre o trabalho de um pesquisador. Estas discus
sões trouxeram luz onde antes haviam dúvidas e perplexidade.
- A MARIA ELISABETH GOUVEIA pelas discussões, pelos comentá
rios e pela amizade.
- A BISMARK VAZ DA COSTA pela ajuda para "dominar" o computa
dor, e as várias discussões sobre este trabalho.
- A SABINO JOSÉ FERREIRA e EDUARDO DE CAMPUS VALADARES, por
aguçarem minha consciência profissional.
A todas estas pessoas e a várias outras, o meu agrade
cimento por me ajudarem a encontrar o meu caminho.
RESUMO
Este trabalho apresenta um estudo de sistemas ma<j
néticos unidiroensionais utilizando métodos de Teoria de Campo.
Foi estudado o efeito da rede discreta no antife£
romagneto anisotrópico unidimensional clássico em campo magné
tico, e concluiucs que, para o TMMC, este efeito é pequeno na
região de temperaturas e campos magnéticos utilizados nas expe
riências.
A M-cessidade das excitações tipo sóliton no anti
ferromagneto uniciiasnsional coro duas anisopropias foi estabe
lecida, e cale liamos a densidade de sólitons para este siste_
ma.
As jj*:rjções quânticas para mãgnons e sólitons no
antiferromagneto os duas anisotropias e para o sóliton no
ferromagneto com dujs anisotropias foram feitas. Embora as co£
reções quânticas pars os ntágnons sejam apreciáveis, para os só
litons elas são pequenas desde que as constantes de anisotro-
pia sejam renornalizadis.
COITO conseqüência deste trabalho e de outros,
o papel das exci .ações nãc-lineares em antiferromagnetos como
TMMC é hoje bem compreendi-Io.
ABSTRACT
_We present a study of one-dimensional magnetic
systems using Field Theory methods.
We studied the discreteness effects in a classical
anisotropic one dimensional antiferromagnet in an external
magnetic field. It is shown that for TMMC, at the temperatures
and magnetic fields where most experiments have been done, the
corrections are small and can be neglected."/
The necessity of soliton excitations in a
classical one-dimensional antiferromagnet with two aniso
tropics has been established, and the soliton density for this
has been calculated.
The quantum corrections to the magnons and
solitons in an antiferromagnet with two anisotropics, and to
the solitons in a ferromagnet with two anisotropics have been
calculated. There is a considerable quantum correction for the
magnons, but the correction for the soliton are small if we use
renormalized anisotropics values.
As a consequence of this and others works, we may
claim that the role of non-linear excitation in a antiferromagnet
like TMMC is now well understood.
ÍNDICE
CAPITULO I - Introdução x CAPÍTULO II - Efeito da rede discreta no Antiferromagneto
Clássico Unidimensíonal 5
1 - Introdução 5
2 - Hamiltoniano e Equações de Movimento 5 3 - Solução das Equações de movimento não-corri-
gidas 12
i\ - Solução das Equações de movimento corrigidas.. 13 5 - Aplicação ao TMMC 18 6 - Conclusão .. .. 22
CAPÍTULO III - Sóiitons no Antiferromagneto Unidimensíonal com duas anisotropias 27
1 - Introdução 27
2 - Modelo e Equações de Movimento 27 3 - Mecânica Estatística e Densidade de Sólitons.,29 Í» - Conclusão 37
CAPÍTULO IV - Correções Quanticas no Antíferromagento Unidimensíonal - Mágnons. 40
1 - Introdução ....40
2 - Aproximação harmônica 41
2.1 Espectro de energia das ondas de spin 45
2.2 Valores médios de magnetização 46
2.3 Funções correlação estáticas 49
2.4 Funções correlação dinâmicas 50
3 - Renormalízaçâo do espectro de energia de onda de spin para H'= H^ 53
4 - Renormalízaçâo de função correlação estática para H' = H'2 59
5 - Conclusão 62
CAPÍTULO V - Correções quânticas no TMMC- Sólitons 74
5.1 Introdução 7 4
5.2 Aproximação semi-clãssica 75
5.3 Correção quântica da massa do sõliton . . . .78
5.4 Efeito da temperatura nas correções quãn
tíCaS 88
5.5 Densidade de sólitons 90
5.6 Conclusão 92
CAPÍTULO VI - Energia do sõliton no Ferromagneto Quantico com duas anisotropias 94
1 - Introdução 94
2 - Formalísmo semi-clássico para T = 0 95
3 - Temperatura finíta 104
4 - Conclusões 107
CONCLUSÕES GERAIS 109
APÊNDICE - Equação de sine-Gorden m
REFERÊNCIAS 115
1
CAPITULO I
Introdução
Grande tem sido o interesse nos últimos anos em sis
temas de matéria condensada descritos por um campo escalar uni-
dimensional e governados por uma Hamiltoniana que suporta exci
tações não lineares.As equações de movimento clássicas deriva
das deste Hamiltoniano freqüentemente admitem soluções localiza
das de grande amplitude, que são fisicamente distintas das solu
ções obtidas pela superposição linear de ondas de pequena ampli
tude, encontradas pela linearização do Hamiltoniano.
Comumente estas excitações localizadas de grande am
plitude podem propagar-se pelo sistema sem distorcer sua forma,
quando então são chamadas de ondas solitárias, ou kinks. Se a-
lém disto mantém sua identidade após o choque entre elas, são
chamadas de sólitons (1'2) . Por causa de sua estabilidade e por
serem localizadas no espaço (propriedades de partículas), kinfcs
e sólitons têm sido usados como modelo de partículas em teoria
quântica de campos unidimensionais (3) , deslocamentos em cris
tais (4) , paredes de domínios em sistemas magnéticos (5) , propa
gação de fluxon em junções supercondutoras (6) , no superfluido 3He (7) , entre outros sistemas.
Os sistemas magnéticos unidimensionais, por apresen
tarem modelos teóricos tratáveis e pela facilidade de medidas
experimentais com parâmetros variáveis (o campo magnético, por
exemplo), são os sistemas ideais para o estudo destas excita
ções não-lineares (8) . Um composto muito estudado é o
(CH3).NMnCl3 (chamado de TMMC), que é um antiferromagneto quase
-unidimensional (9) (tem temperatura de transição TN * 0,85K). + 2 m
Os íons Mn responsáveis pela magnetização do sistema estão ali
nhados em uma cadeia, estando as cadeias muito separadas uma
2
+2 das outras. O Mn tem spin S = 5/2 e momento angular orbital
L » 0, não tendo então interação spin-ôrbita. Isto significa
que a interação de exchange será isotrõpica do tipo JS .S ,,.
Existe no entanto, uma anisotropia dipolar provocada pela in
teração entre os dipolos magnéticos que tende a manter os
spins em um plano fácil perpendicular à linha dos ions magné
ticos (10) , e uma pequena anisotropia de campo cristalino que
quebra a simetria do plano fácil<n) .
0 Hamiltoniano para o TNMC na presença de um cam
po magnético externo perpendicular ã direção da cadeia, pode
ser escrito como (12>
H " "Çfè-^n+l + &(Sn>2+b(Sí>2] " *«BH¥'Sn>' '^
onde J = 6,5K,£ = 0,019 e b = 10~ . A anisotropia provoca
no sitema um cruzamento (crossover) do estado Heisenberg (i-
sotrópico) para o estado XY (planar) em temperaturas abaixo
de 20K , e o campo externo ou anisotropia b alinha os
spins antiparalelamente na direção Y.
Vários trabalhos publicados recentemente (Mikejs
ka (13) , Leung et ai (1*} , MaXi (15) ), mostraram que o Hamilto
niano (1-1) devido ao alto valor de seu spin (S=5/2) pode
ser reduzido a um Hamiltoniano de sine-Gordon clássico (16), o
qual tem solitons como uma das soluções (veja apêndice). A
presença de solitons no TNMC foi comprovada por experiências
feitas por Boucher et ai <17) através de medidas de espalha-
mento de neutrons e NMR, encontrando resultados compatíveis
com a teoria proposta por Mikeska.
Certas discrepãncias entre o modelo teórico de
Mikeska e os dados das experiências feitas por Boucher, fo
ram explicadas como sendo causadas pelo movimento dos spins
fora do plano fácil (plano XY) em um trabalho de Gouveia e
3
Pires • O efeito deste deslocaaento fora do plano fácil nas
equações de movimento do antiferromagneto foi estudada por Vaz
da Costa (19> , a partir de soluções numéricas.
Nosso trabalho está incluído no esforço para se en
tender o papel destas excitações não-lineares no comportamento
de sistemas magnéticos unidimensionais, visando à aplicação ao
THHC. Ênfase será dada no estudo da adequação do modelo e das
aproximações usadas (aproximação do continuo, e aproximação
clássica), ao sistema real que é discreto e quãntico.
O capítulo II trata do efeito da rede discreta no
THHC. Mostramos que, para a faixa de temperaturas e campos mag
néticos usados nas experiências, o efeito é pequeno e não preci_
sa ser considerado.
O capituloin mostra um tratamento fenomenológico pa
ra a densidade de sólitons em um antiferromagneto com duas ani-
sotropias. Os resultados encontrados são compatíveis com os cal
culados pelo método de matriz de transferência, apenas se consi_
derarmos o sóliton como uma outra excitação elementar do siste
ma.
0 capítulo IV trata das correções quânticas dos má<j
nons no TMMC, e mostra que as flutuações fora do plano (provoca
das pelas flutuações do ponto zero) são importantes e devem ser
levadas em conta. Esta conclusão é importante para o cálculo da
correção quântica da massa de sóliton, que deperde das paquenas
oscilações em torno do sóliton.
No Capítulo V estudamos a mecânica estatística, em
baixas temperaturas, do Hamiltoniano (I'D para o caso H=0. No
limite de acoplamento fraco, determinamos a dependência com a
temperatura da massa do sóliton e da densidade de sólitons. Pa
ra T»uJ 2 (onde^2 e a energia do mágnon de maior massa) a den
sidade de sólitons concorda com o resultado da mecânica estatis,
tica clássica, se a energia do sóliton na teoria clássica é
4
substituída pela energia renormalizada de nossa teoria.
No capitulo VI estudamos a correção quântica na ma£
sa do sóliton para o ferromagneto com duas anisotropias. Fomos
motivados a este estudo pelo fato de que do ponto de vista ter
modinâmico, o antiferromagneto com campo e anisotropia ê equi
valente ao ferromagneto com duas anisotropias (20) . Podemos uti
lizar esta equivalência para estudarmos pelo menos em princí
pio, os efeitos quânticos no TMMC com campo externo.
Finalmente devemos mencionar que apesar de nossos
esforços, fomos incapazes de calcular a densidade de sólitons
ou as correções quânticas para o sóliton do Hamiltoniano (1-1)
com todos os termos.
o
CAPÍTULO II
Efeito da rede no Antiferromagneto Clássico tridimensional
1 - Introdução
A maneira usada comumente para se estudar excita-
ções não lineares em ferromagnetos e antiferromagnetos com
spin grande, é considerar as coordenadas angulares dos spins
como campos clássicos.Estes campos no limite do contínuo satis
fazem equações diferenciais não lineares que tem soluções ti.
po sóliton. No entanto, os sistemas magnéticos unidimensionais
reais são discretos, e tratá-los como um contínuo é uma aproxji
mação cuja validade deve ser estudada com maior cuidado. Este
estudo será o objetivo deste capítulo para o caso do antiferro
magneto, já que o ferromagneto foi estudado por Riseborough et
ai (21> .
2 - Hamiltoníano e Equações de Movimento
Vamos considerar uma cadeia linear antiferromagné
tica clássica anisotrópica descrita pelo Hamiltoniano (1-1) .
A configuração clássica de menor energia será aquela onde os
spins estarão alinhados antiparalelos na direção Y.
Seguindo Mikeska(22) podemos escrever as coordena
das de spin como
S* = <-l)nsen[0n+(-l)v 1 cos [*+(-l)n£ ]. n n n n n
sJJ = (-l)nsen|6 +(-l)Vf, ] sen [• +(-i)n£ ]. (2-1) n n n n p
Sn s <-l>ncos[0n+(-l)vn J,
6
onde © e • são as coordenadas de cada sub-rede e v e £ são n n n n os desvios do alinhamento antiparalelo perfeito, considerados
pequenos. Estes ângulos serão eliminados do Hamiltoniano usan
do as equações de movimento clássicos na aproximação continua,
deixando-nos apenas com os ângulos 0 e • .
O procedimento padrão agora, seria levar as coor
denadas de spin (2-1) no Hamiltoniano (1-1), derivar as equa
ções de movimento e fazer o limite do contínuo levando em con
ta agora termos de ordem superiores nas derivadas espaciais.
Isto levaria a correções nas equações obtidas por Kikeska(22), e
o efeito da rede poderia ser estudado. Existe no entanto, uma
maneira bem mais simples e direta de se conseguir estas equa
ções, como será explicado abaixo.
As equações de movimento para o Hamiltoniano(1-1)
com H=0, são as mesmas da de uma cadeia de pêndulos esféricos
acoplados movendo-se em um potencial externo da forma(23)
V (9 * ) = 2JS2(bsen20 cos2* + Scos20J. (2-2) n, n n n n
0 termo de energia cinética é
T = J I m <0n + *n s e n 2 £n >' (2_3)
e a energia elástica é
ü = n í l ^ l - ^ n l 2 ' < 2" 4 )
2 "* onde temos m = X /$7, K • 2JS , |r | = 1, 0n»in indicam deri
vadas em relação ao tempo.
0 Hamiltoniano total é a soma destes 3 termos
7
H « T + 0 + S V(6 , • ) . (2-5) n n n
Agora o limite do continuo é feito a partir da sé rie de Taylor dos ângulos no sitio "n+1" em torno dos angu los no sitio "n". Sendo z=na ("a" é a constante de rede), temos que no limite do continuo © =6(z) e * = *(z) e,
^ n n
o - fií,4.*\ - AÍ,» + * 30<z> + »Í 32Q(z) , a3 330(z) en+l= 9(z+a) " eí2) + a li + T" a 2 .+ "T ~7T~
dz dZ
A - *!.*.» s *,.,» . a3*(z) . a2 32»(z) , a3 33<Hz) *n+l = *(2+a) *(z) +"—5T" + "T ~^2— + X -^3~ '
(2-6)
Levando (2-6) no Hamiltoniano (2-5) teremos
H-2JS2 í-1* í - 3 I »| + — T - P^ J + k *C9,*) ' S sen 0 v
bsen20cos2* + ÓCOB 20 } , (2-7)
onde
U(0,*)= a2[02 + sen20 <fr2]+a3(0„ fl + sen20 * * „ +sen0 cos0 0„ 4?) z z z z z z z z , z z
• fV HT + eí, - •! - 202*2 + 2cos20 02*2 + sen20*2
4 3 ZZ 3 Z Z Z Z Z ZZ
+2sen0cos0 0z^2+4sen0cos0 0zí>2O2Z+ 40zôzzz + 48 e n 2 0Vzzz ] '
(2-8)
8
• 2 e PA =m0 , P^= msen 0 • , e o índice "z* significa derivada
em relação a z (0 = —1~ , etc).
Observe que a série (2-6) foi feita até termos
de terceira ordem, sendo os termos de ordem superior a primei
ra a correção da rede discreta. No Hamiltoniano aparecem ter
mos dependentes da segunda e terceira derivadas, e teremos en
tão uma densidade Hamiltoniana com as seguintes variáveis inde
pendentes
Hl*e»V 0,*1= í d z H(pQ'p<J>'e'*'0x' <t> 0 * 0 d) \ :, x, xx, yxx, uxxx,*xxx).
(2-9)
H é agora um funcional, e as equações de movimento podem ser
encontradas como no caso discreto'2*"
á,*> " - § 0 u > •
(2-10)
*(z)=-6PA(z) 9
\M~ftM '
ÔH onde -Tfii7\ etc, são as derivadas funcionais.
Derivadas funcionais podem ser compreendidas como
uma generalização das derivadas comuns de funções de varias va
riáveis. Por exemplo, para uma função F(0,,02,... © N), temos
9
Para um sistema continuo as variáveis 6 se tornam um campo n
9(x) e a somatória uma integral
«F = I £zr,„i 60(x)dx. (2-12) ( 6F
" J 5S(x)
A derivada funcional é definida como sendo a função 73" (x> e m
(2-12). Para calcularmos a derivada funcional basta calcular a
variação do funcional em questão, e coletar os termos que apa
recem na integral.
0 cálculo áa variação H em (2-7) é direto, e te
mos
ia- ja* í-|f «e + -|f «•+ j|S «e, + -^Hz • <0„
+ jH, «<« + "TL. 5e- • -# «W + ^ Spe •
• #«V- (2-13)
Integrando por partes seguidamente temos
2 _ £ "z 3z" ~wzz az" v~zzz
6H= ídZ { l " i " T« < T8F , + ^ ^ " ^ 3 < # >J 60 I Z HZ 77 az 79T
. , 3H J L I ^ H I + J L _ /JJ i » a 3 ,3 H n 6 ò
+ ^ ) 6P© • ( gP) «Pd» ) . (2-14) •
10
Da equação (2-14) ê direto a identificação das derivadas fun
cionais, e levando em (2-10) teremos
2 3
p0u> - - [-35- - -re <ifr) + —i {IQ- > " 73 ( w > J » z 3z zz 3z zzz
(2-15)
()> 3* 3z -3*2 3z2 3f2z 3z3 3»z2z
Nas equações (2-14) e (2-15) foi feita a mudança de variável
z/a •+• z, sendo z agora adimensional. Calculando explicitamen
te os termos das equações (2-15) ficamos com
2 0 - -4y 6 = senOcos© (<J>2 K> <J> )+2 (bcos2*-5) senScos©
ZZ _i Z _2 c c
+ 1 [ . sen Ocos 0 e4 + s e n Q c o s Q ( ^ . s e n 2 0 O2 ^ + 2 c o s 2 0 0 2 2 * 2
+ 4cos20 <f> <f> + - |sen20 <J> <t> - | 0 + 20 2 0 z r z z 3 z zzz 3 zzzz z zz
+ 4 0 z * z * z z - 2 c o s 2 0 < 2 W Z Z - 0 z z * z n ' ( 2 " 1 6 )
(<J> ^ "* ) s e n 2 0 =-2sen0cos0(0 * i = ê í ) -2bsen 2 ©senf cos$ c c
1 4 1 2 + 4 [ -2sen0cos© ©„„<!> - •? sen0cos0 ©„•,.„,. - 4 sen 0 •
4 ZZ ZZ 3 Z ZZZ J ZZZZ
1 1
• I sen20(4G3<„2 . ^ ^ ^ | senQcosQQ2^ + 2sen2^zz
-2sen2e9 • + 4 s e n - 0 0 0 * + 2sen^00f* , ] , (2-17) 22 Z Z ZZ Z 2 22
con c = 4JS.
Note que a correção mais importante da rede discre
ta para as equações vem do termo de exchange, que é o mesmo pa
ra o caso com ou sem o campo. Com isto or termos de correção
da rede não irão mudar com a presença do campo, e a mudança i-
rá ocorrer apenas na parte não corrigida das equações, que são
as mesmas encontradas por Mikeska (13'.
Então para H#0 temos as seguintes equações de mo
vimento
6 -1 0* sen0cos0(í2 ~ *2 ) + l(2b + h2)c^>s24»-26]sen0cos0
c2
- -^ sen20cos* * + -| (...], (2-18)
1 1 0 > i^ * =- 2cot0(0 * ^ 0<J>) - (2b + h ) sen*cos* ZZ 2 Z Z 2 c c
+ -^ cos* 0 + ^ — [...]. (2-19) c 4sen^0
Acima temos n=9XRH/^4JS ' e o s t e r m o s entre colchetes são os
mesmos das equações (2-16) e (2-17). Como normalmente b é mui
to pequeno para os sistemas físicos de interesse como é o caso
do TMMC, vamos de agora em diante desprezá-lo.
12
3 - Solução das Equações de movimento não corrigidas
As equações (2-18) e (2-19) são muito complicadas
para se encontrar u:na solução geral, mas existem soluções par
ticulares para vários casos. Por exemplo, desconsiderando os
termos de correção da rede discreta temos duas soluções sõli
ton, sendo uma no plano yz com 4> = ir/_ e
0,, ^ 0 = - 26senGcos0. (2-20) zz QÍ
A equação (2-20) é conhecida como equação de sine-6ordon,e tem
como solução (veja apêndice)
éyz) = TT/2 + 2 tan1{expí»/2T y (z - vt)]} , (2-21)
com energia E = E v, onde E° = 4JS / 2 6 e ^ yz yz ' yz
2 2 - / 2 Y = (1-v /c ) .A outra solução e um soliton estático no
plano xy , com 0 = TT/2 e
* =-h senícos* . (2-22) zz
Observe que a equação (2-22) também é uma equação de sine-Gor-
don mas agora estática (todas as derivadas em relação ao tem
po são por definição nulas), e tem como solução
^(xy) = 5 + 2 tan"1 {exp[hz]} , (2-23)
com energia Ex*y = 4JS h. 0 problema dinâmico não tem uma solu
ção analítica exata e será tratado de maneira aproximada na
próxima seção.
2 Dependendo do valor de A = 26/h , teremos os se
guintes casos: l) A<1 o sõliton estático yz terá menor ene£ gia e teremos o plano yz como plano fácil; 2) X>1 o sõliton es_
13
tático xy terá menor energia e o plano xy será o plano fácil.
-1/2 Podemos tomar a largura do soliton como sendo Ç = k 2
(k = 26 para o soliton yz e k = h para o soliton xy). No li
mi te estático o campo magnético <? equivalente a um termo ani-
x 2 2 sotropico 2JbI (S ) com b = h /2. n n
H - Solução das Equações de Movimento Corrigidas
Estamos interessados no efeito dos termos de cor
reção da rede discreta em (2-18) e (2-19) nas soluções não
perturbadas encontradas na seção 3. Esperamos que a correção
seja pequena (não podemos esquecer que estes termos são de 0£ 4
dem a ).
Para isto é conveniente mudarmos o sistema de re
ferência, para um sistema que se move com o soliton. A trans
formação é do tipo Lorentz com
x = Y (z - r -r ), T* » Y < T - rz) f (2-24)
onde T = et e r = v/c. Podemos agora supor para (2-18) e
(2-19) soluções do tipo,
* (X,T')=<MX) + Y(X,T'), 0(X,T') =0O(X) + n(X,T')r (2-25)
onde *o (x) e ©o(x) são as soluções não perturbadas encontradas
na seção 3.
Para o soliton xy temos que ©0 -it/2, <Mx)=4> *xv'
dado por (2-23). Linearizando as equações em V e n teremos
14
^-| = - h2f (cos2*, - sen2*,) + ^ [2 (,_!)2 <i-il) - \ — r 1 ] , 3x* * * 3XZ * 3x*
(2-26Í
2 a* 2 ~~2 =" n(7]T)2" n<h2cos2*« - 26) - ^ sech2(hx), (2-27)
onde as derivadas em relação ao tempo não aparecem porque es
tamos interessados em soluções que corrigem a soluções não pe£
turbada, e que por isto são estáticas em relação ao sóiiton.
Substituindo a solução de *o(2-23) em (2-26) e (2-27) temos.
*2 4 4 —£ = - h 2 ¥[2sech 2 (hx)- l ] + —^- [sech(hx) tanh3(hx) -3x^ 1Z
- 11 sech3(hx) tanh(hx)], (2-28)
2 "* 2-& = - n [2h2sech2(hx)-2ó] - 2 — sech2(hx). (2-29) 3x
Observe que as funções ¥(X,T') e n(x,-r*) são su 4
postas ser de ordem a , a mesma ordem das correções de rede
discreta nas equações (2-18) e (2-19). Por isto todos os ter
mos em (2-28) tem a mesma ordem. Para a equação (2-29) a c&rre
ção de rede discreta é nula nesta ordem, mas consideramos
n(x,T') como sendo de ordem "v" para obter a correção dinâmica
(xv) do soliton XY (a solução anterior • ' encontrada na seção 3
é estática e n(x) neste caso nos dá solução dinâmica em ordem
v).
A equação (2-29) é a mesma obtida por Fluggen e
Mikeska <25), onde foi tratado apenas o caso com o campo. A solu
15
çao e,
n(x) = ^ sech2(hx) (26>>h2), (2-30)
onde
A. = — ^ (2-31) h c 26 -h2
A equação (2-28) pode ser escrita como:
ã_2 + T t l _ 2sech2(5)) = - ^ - [sech(x)tanh3(5)-dx
- 11 sech3(x)tanh(x)J , (2-32)
onde x = hx. Podemos desenvolver Y(x)em um conjunto completo de
funções f(x) que satisfazem a equação (26)
2 ^ (x) + (l-2sech2x)f(x) =XV.2f(x). (2-33) dir
As soluções normalizadas de (2-33) são
fbÜ) = -±r sech x , Si £ = 0 (2-34)
e
f. (x) = — - — exp (ikx) [k+i tanhx],ü2= 1+k2. (2-35)
Como f(x) forma um conjunto completo, podemos escrever fix) nes_
ta base como
Y(x) = *bfb (x) + fdk fk fk(x) , (2-36)
onde os coeficientes {¥. , Y. } devem ser determina
dos. Substituindo (2-36) em (2-32) e usando (2-33) junto com
16
as relações de ortonoraalidade
f fb(x) fb(x)dx=lr f fk(x) fk.(x) dx = ó(k-k') , - • -ao
Í fk ( x ) f b ( x ) d x = °' (2-37)
teremos
2 r-
^"b T b = ° = I fb ( í ) h<* ) d x ' (2-38)
2 r°°
~^k *k = j f^Cx)hCx)dãt , Í2-M) 3-3*5
onde h(x) é definido como a parte da direita da equação (2-32).
2 f" Como-A.. = 0 e f. (x) h(x)dx - 0, a equação (2-38) ê satis-—00
feita identicamente e ?. fica indeterminado. No entanto é fá
cil ver que ^(x) apenas provoca uma translação do sóliton, d* d*
pois * ( x +A) = • (x) + 4 T - e -s-p a sechx e ficamos com
• (x+A) = • (x)+Af. (x). Logo este termo não modifica a forma o o D
do sóliton e nenhuma de suas propriedades ( o sistema é homog£
neo), e portanto podemos escolher *b=0.
Usando a equação (2-39) em (2-36) temos
dk ,»'kfk(x) = J ^- fk(x)j dx'f*(x»)h(x»). (2-40) _<m _<«i «*"X
Resolvendo (2-10) encontramos
*(x) = Aa sech(hx) [3tanh (hx) - ^£ J , (2-41)
17
onde 2 4 4
1 = • = I •=• 1 -X— ( 2 - 4 2 1 Àa 12 l Ç ' 12 » u *Z|
Ç é a largura do sóliton definida antes.
Levando agora estas soluções na equação de ener
gia (2-7) encontramos
Exy " Exy Yll+ J2y* ( 24 -» + 4 5* 4 (1" 4>1' <2~43> * c c c
onde E° = 4JS h é a energia do sóliton não perturbado» e foi 2
considerado o liai te h « 26.
Para o sóliton yz , conhecemos a solução dinâmica
(2-21) e não temos componente fora do plano,* ~%lo ' A corre~
ção de rede discreta é a única correção neste caso.
Fazendo agora
9 = 0O + A (x, T') , • = ir/2 , (2-44)
onde 6 = 0 yz'(x) dado por (2-21), e seguindo o mesmo procedi
mento anterior, obtemos
A(x) =Aa sech(/26 x) [3tanh(/2T x) - J 5 p h , (2-45)
onde &J^
e 2 Eyz " B5z TH + í Y4 < T * 1,] ' (2"47)
18
E = 4JS / 26' ê a energia do sóliton não perturbada e Ç é
a largura do sóliton.
5 - Aplicação ao TMMC
0 sistema real (TMMC) não se comporta como um
sistema sine-Gordon porque o movimento dos spins não está con
finado no plano, e o sistema é discreto. 0 efeito do movimen
to dos spins fora do plano já foi estudado antes(25'27). 0 efe^
to da rede discreta no TMMC pode agora ser estudado usando os
resultados das seções anteriores.
Para o sóliton XY os resultados mais importantes
são a correção da solução tipo sóliton fix) e ri(x) equações
(2-30), (2-31), (2-41) e (2-42), e a correção para a energia
do sóliton,equação (2-43).
Como vimos na seção 3, apenas conseguimos resol
ver exatamente as equações de movimento para o sóltion XY, se
considerarmos um sóliton estático. Para o sóliton em movimen
to temos que 0 J4 n/2, e irá aparecer uma solução em que o sis
tema sai do plano XY. Em primeira ordem em v/c (sendo v a ve_
locidade do sóliton) esta solução é calculada para r\{x) equa
ção (2-30). Existem então duas correções para este sóliton:
(1) a correção da rede discreta 4*(x) que existe mesmo para ve
locidade do sóliton nula, e (2) a correção de componentes fo
ra do plano XY n(x), sendo esta correção nula para o sóliton
estático e com limite de validade para velocidade pequena
( <<1) onde a aproximação vale.
19
A figura (2-1) mostra a correção para a forma do
sõliton quando consideramos a rede discreta apenas, onde está
mostrado M como sendo a maior diferença entre a função corri
gida e a não corrigida. Como podemos ver, a mudança na forma
do sóliton é pequena para pequenas velocidades (- 10~ para
v=0), mas cresce muito para velocidades grandes (v - c). isto
indica que no limite v- c, as correções são grandes e a solu
ção aproximada encontrada aqui não pode mais ser usada. Este
efeito pode ser explicado qualitativamente percebendo-se que,
uma medida do efeito da rede discreta é a razão entre o tama
nho do sõliton Ç e o parâmetro de rede "a" (nas nossas coorde
nadas a = 1 ). Se Ç /a >>1 o efeito da rede é desprezível, mas
se Ç/a z 1 o efeito da rede é grande. Para o TMMC por exemplo
Uy) , Ç/a = T- e h = 0.19 para os maiores campos utilizados em
(vz) _L_ experiências, e £/' - /jr e 6 = 0.01 o que implica
que o efeito da rede discreta deve ser pequeno. Mas a medida
que o sóliton se movimenta a sua largura diminue por contração
de Lorentz (a equação de sine-Gordon tem "invariãncia relati-
vística"), e os efeitos da rede vão ficando cada vez mais im
portantes. Por isto a correção da forma do sóliton ( Mx)) fi
ca grande para v/ z 1. Resta saber se para os sistemas fís^
cos de interesse, a velocidade dos sólitons é grande na faixa
de temperatura em que são feitas as experiências. Esta pergun
ta será respondida para o TMMC.
Para o TMMC pode-se esperar a presença do sóliton
de grande velocidade para temperaturas diferentes de zero. Va
ra pesquisar isto vamos considerar um modelo de gás de sóliton
relativístico. 0 modelo não relativístico, como feito por Mi-
20
keska(22) e outros, não pode ser utilizado neste caso onde se
espera a presença de sóliton de grande velocidade.
Vamos calcular a velocidade média quadrática de
um gás de sóliton ideal relativístico. Comecemos com
[ exp i-B&l + P2c2 ] p2dp J —CO
< D2 > = — . (2-48) P
r — 00
exp [-B»fe2 + p 2c 2 ] dp
onde 6 = l/„ e E é a energia de repouso do sóliton não 8 ~ 2
corrigido (E = 4JS h para o sóliton XY e E = 4JS / 26' para o sóliton YZ). Obtemos então
I „ / K?<eEo> ' v = < v
2 > 2 = — =- , (2-49) [0EoK1(6Eo) + K2(6Eo)p
onde Kn(^EQ) é a função de Bessel modificada de ordem n. No
limite T+ 0 0, v •*• c e para T -»• 0
v = — - — (2-50)
que é o resultado do gás de sólitons não relativístico.
Mostramos abaixo valores de v/c para
h - 0,08(H = 40 KOe) e 6= 0,01, para várias temperaturas.
T XY YZ H=0,08 6=0,01
2,5 4,2
5,0
10,0
0,44
0,56
0,65
0,79
0,34
0,43
0,47
0,65
TABELA - 2-1
21
Para h>>/2T (H > 68K0e) o sõliton YZ tem menor
energia, e a baixas temperaturas tem contribuição mais importan
te para a função partição. Então para qualquer valor do campo
H e temperaturas menores do que 10K vemos que a velocidade do
sóliton não é grande o suficiente para mudar de maneira apre
ciável a forma do sõliton. Isto fica claro observando as figu
ras (2-1) e (2-2), onde estão mostradas as correções da forma
do sóliton provocadas pela rede discreta.
Para o sõliton YZ conhecemos a solução dinâmica,
e mesmo sólitons em movimento permanecem no plano <t> = ir/2 .
Temos apenas a correção de rede discreta dado por A(x) equa
ção (2-44). A figura (2-1) mostra o efeito desta correção pa
ra vários valores de velocidade e 6 = 0,01. A diferença máxi
ma entre a forma corrigida e não corrigida para v = 0 não
passa de 0,05%.
A figura (2-3) mostra a razão E/E como função
de r = v/c para ambos os sólitons, com h = 0,08 e 6= 0,01 (e
quações (2-43) e (2-47)).
Em todos os casos as correções podem ser grandes
para temperaturas da ordem de 10K. Por exemplo a densidade de
sólitons em um gás de sine-Gordon relativístico para o sóli
ton XY é dado por (28«29)
n - ^ = { 6 E o [ K o ( 6 E o ) " K l ( e E o , 1 + K l ( *Eo)f (2"51)
/TT
ou desenvolvendo as funções de Bessel modificadas
22
n * nnr ( X + ! -a- >' (2~52»
onde n„_ ê o resultado do modelo não-relatinístico. Para nr
T = 10K obtemos para o sóliton yz n/n =1,27. Embora o efei-nr
to da rede discreta seja grande para temperaturas maiores,deve_
mos considerar neste caso outros efeitos como a interação en
tre os sólitons. Observe ainda que para E equação (2-43), a cor-
xy.
reção da energia para velocidade pequena (v/c << 1) é dada priri
cipalmente pela correção da rede discreta que é o segundo ter
mo entre colchetes. Este termo existe mesmo para v = 0, e não
pode ser desprezado como foi feito por Mikeska<25).
6 - Conclusão
Neste capítulo nós usamos uma teoria de perturba
ção para estudar correções no modelo de sine-Gordon, em um an-
tiferromagneto unidimensional clássico anisotrópico em campo
magnético externo. Esta teoria só tem validade para sólitons
com pequena velocidade, e chegamos a conclusão que para o TMMC
nas temperaturas onde a maioria das experiências são fei
ta s(17) , a correção da rede discreta é pequena e pode ser ães
prezada.
Comparando o nosso resultado com o encontrado pa
ra o ferromagneto(21) , vemos que o efeito da rede discreta no
ferromagneto é muito maior do que no antiferromagneto. Esta di
23
ferença pode ser entendida por um argumento físico simples. 0
sóliton em repouso no ferromagneto com plano fácil em um cam
po transverso H consiste em uma rotação dos spins de 2 * . Se
existem N spins no sóliton, sua formação custa em energia de
Zeeman aproximadamente gy_HNS, e o custo em energia de exchan
2 2 -ge é 2JS N(A0) , comA0 sendo o ângulo entre spins adjacentes.
Sendo AG - 2 TT/N, a energia do sóliton será minimizada quando
1/2 N = 2 TT (2JS/ „) - No C NiF, com H = 5K0e, o soliton mede gpBM s j
aproximadamente cinco constantes de rede. No antiferromagneto
com JS >> gwBHf pares de spins adjacentes estão quase antipara
leio. O custo em energia de Zeeman por par de spins será ago
ra gMBHS(gyBH/.JS). A energia de exchange por par será agora
2 2 4JS (VN) . Então o numero de pares de spins sera da ordem de
JS /gy H ; o sóliton no antiferromagneto é muito maior do que
no ferromagneto e portanto menos sensível aos efeitos da rede.
24
A f l x IO3)
<
FIGURA 2.1 - Mudança na forma do sólíton provocada pela correção discreta no de'svio máximo
em função da velocidade para alguns valores do campo magnético.
/
25
1
OI ro
i
i
i 00
05
-vk
- x .
^_
-
-
•
•
^ ^ ^ t \ >
•
eixf) 1 j 1 *
Oi
ro 4*
Oi x ro
O
FIGIJRA 2.2 - Forma do sóliton corrigida no sistema de referência em repouso
para 6 * 0,01.
26
FIGURA 2.3 - Energia do só liton como função da velocidade. A curva cheia
representa Exy/E para h xy 0,08(H = i»0K0e),e a curva tra-"J o x
cejada representa Evz/EyZ Para ° * 0,01. Estas energias
corrigidas não são corretas para grandes valores de v/c
onde a teoria de perturbação não é válida.
27
CAPÍTULO III
Solitons no antiferromagneto
unidimensional com duas anisotropias
1 - Introdução
Espera-se que as propriedades termodinâmicas de
muitos sistemas não-lineares unidimensionais a baixas tempera
turas, como são obtidas pelo método de matriz de transferência,
sejam reproduzidas por uma teoria fenômeno lógica usando ma<£
nons e solitons. Seria interessante verificar se isto acontece
para sistemas magnéticos unidimensionais.
0 objetivo deste capitulo será estudar a mecânica
estatística do Hamiltoniano (1-1) com H = 0 a partir de suas
excitaçoes elementares tipo mágnons e solitons, e estabelecer
para este sistema a existência dos solitons como uma forma de
excitação elementar deste sistema.
2 - Modelo e Equações de Movimento
0 antiferromagneto com duas anisotropia pode ser
descrito pelo seguinte Hamiltoniano
H = 2J Ç i r n . 7 n + 1 + 6<sj)2 + b ( s y ) 2 ] , (3-1)
28
que é essencialmente o mesmo que o Bamiltoniano (1-1) com H=0.
Utilizando o mesmo procedimento do capitulo I I , podemos encon
trar as equações de movimento do Bamiltoniano (3-1) que são
^ f - - 4 T& = s e n . c o s e [ < £ ) 2 - - l j ( ^ , 2 ] + "dz2 c 2 ^ t 2 ** c 2 **
+ 2sen0cos O ( b s e n \ - é ) , (3-2)
+ 2bsentcos^ , (3-3)
onde c = 4JS, e foi usada a mesma parametrização dos spins do
capitulo II, equação (2-1).
As soluções destas equações são parecidas com as
encontradas na seção 3 do capítulo II, e existem duas solu
ções sóliton de sine-Gordon dinâmica. Uma está confinada no
plano XZ com solução
0=T/ 2 + 2 tg"1 [exp(\/7r(z - vt)Y)], (3-4)
EXZ = E x z Y ' Exz - 4 JS* \f** ' (3-5)
A outra solução sóliton está confinada no plano XY e tem a
forma
29
-1 $ = 2 tg^Iexpív/^F» (z - vt)X)), (3-6)
Exy " Exy X '' Exy = ^S2\flb^ , (3-7)
2 2 — /2 com Y = (1-v /c ) • Vamos considerar o caso b<. & , e
Exy< Exz-
3 - Mecânica Estatística e Densidade de Sóiitons
Este modelo pode ser tratado pelo método de ma
triz de transferência e todas as suas propriedades termodinâmi
cas de equilíbrio são calculadas resolvendo numericamente as
equações. Este método no entanto, tem a desvantagem de "escon
der" a física do problema e nâo fornecer informações sobre a
dinâmica do sistema. Ê conveniente então derivar a mecânica e_s
tatistica do modelo, partindo de suas excitações elementares
(magnons e sôlitons).
Vamos considerar o modelo de um gás ideal de mag
nons e sôlitons, na região de temperaturas baixas tais que
K«T <S. E° , onde a densidade de sôlitons é pequena. Não se ob
tém uma boa concordância com os resultados do método de matriz
de transferência a não ser que a interação entre magnons e só
litons seja levada em conta. Para fazer isto vamos considerar
o sistema com apenas um sóliton presente, e achar a mudança na
densidade de estados e energia livre dos magnons. Para uma den
sidade de sôlitons pequena a distância entre os sôlitons é mui
to grande, e podemos considerar que a mudança total na densida
30
de de estados e energia livre dos mâgnons ê a soma das mudan
ças causada por cada sõliton.
Seguindo Currie et ai 28 estudaremos o comporta
mento das pequenas oscilações (mâgnons) na presença de um sóli
ton estático no plano XY. Vamos considerar que b«*, e então o
sõliton XZ tem um efeito desprezível para a função de partição
em temperaturas baixas. As soluções das equações (3-2) e (3-3)
serão do tipo
e(z,t) =tr/2 + é(2,t),- + (z,t) =4>Q(z)+ í(z,t) (3-8)
onde 4b (z) é a solução estática (v=0 em (3-7) e O ,Q são pe
quenas oscilações. Linearizando as equações em O e • e procu
rando soluções como
6>(z,t) = s(z) expUt^t), $(z,t)= r(z)exp(iU>2t)r (3-9)
temos as seguintes equações de autovalores
dz" c
A2* W? o =-| • — | r - 2b (l-2sechz^lb' z)r, (3-10)
A2 {J>,s 0
5-| + -Ar- = 2b (l-2sech^\/2bl z) s . (3-11) dz* c*
.12 onde Ld* » U)* - 2(6 -b) c .
Observe que as equações (3-10) e (3-11) são análo
gas a uma equação de Schrodinger descrevendo partículas espa
lhadas por potencial V(X),
31
2 - d Y* x ) + V(X)Y(X) « U)2Y(X) (3-12)
dX*
com V(X) = 1 - 2sech x,e x * yj2b* z . As soluções desta, e-
quação são conhecidas (J0) , sendo que existe um estado ligado
com solução
Yb(x) * -j^ sech x ; U)2, " °» (3-13)
e estados contínuos (espalhados) com solução
Y,.(x) = —± exp (ikx) [k + i tanhx];U)?= 1+k2 (3-14) * 2*U>k
Nos l imites de x—+±tx> o e f e i t o do só l i ton é desprezível , e
ficamos com
Y.(x) <X exp ( ikx+ÍA( lc ) )» (3-15)
onde A(k) - JTT ~ 2tan (k) é um desvio de fase. Temos então
que na presença de um sóliton, as pequenas oscilações (nagnons)
são espalhadas sem serem refletidas ' , e o efeito nas ondas
transmitidas é apenas mudar a fase das ondas.
Podemos agora calcular o efeito do sóliton na
densidade de estados e na energia livre dos mágnons. Para isto
vamos considerar uma cadeia linear de comprimento L , sujeita
a condições de contorno periódica nos estados contínuos. Esta
condição juntamente com (3-15) dão os seguintes valores permi
tidos para k
32
L k n + A ( k n ) = 2Hn (T>=0,+l,+2 ,...) . (3-16)
com isto a densidade de estados é mudada pela presença do sóli
ton
/>()c) = án = i_ + _L_ Mí*L /3-17)
sendo p (K) = ~~õrc a densidade de estados não perturbada. A mu
dança será então
4/>(k) =_/>(k) -/>0(k) = - 1 ^ ^ 1 * 1 (3-18)
A equação (3-18) descreve a mudança da densidade
de estados de mágnons pela presença de um sóliton estático. A
mudança na energia livre é simples de se calcular notando-se
que, cada grau de liberdade do magnon contribui com (Ç ln((iW.)
para a energia livre. Sem a presença do sóliton a energia li
vre total por unidade de comprimento será
V T Ç[ln»W<knH ; k n = ^ (3-19)
A presença do só l t ion muda F para F onde
F = ¥ nT0 U n f c W V 1 ' 1»' kn " ^ ' ( 3 - 2 0 )
e teremos
33
K T ^ • AF = F-Fo= _B_ ^ tln<0W(qn)) - In <&U>(kn))]
K T - -jr- In (3W(ko) . (3-21)
Observe que na presença do sóliton, não existe o estado n=0.
Tomando o limite do contínuo, e usando o resultado
„ „ = . £ « , - 4!£i l«f|l temos
K T / °° AF(T) = -2- -±- I dkt |ê l n (^U)^))I- <3"32)
Além disto, existem estados ligados que contri
buem também para a energia livre. Com isto teremos que a varia
ção da energia livre dos mágnons, provocada pela presença de
um sóliton será
Z(T) = L4F(T) + K_T i- ln (&V ), (3-23) D n n, D
onde U) . é a energia dos estados ligados.
Para o nosso caso, equações (3-10) e (3-11) , te-
mos dois conjuntos de magnons com energias
UÜ2<k) - (2b + k 2 ) c 2 , U)|C'K)=(2& + k 2 ) c 2 , (3-24)
e dois estados l igados com energias
° ° 2 , b = ° ' ^ l , b = ° ^ U 1 b = 2 ( * - b ) c 2 . (3-25)
Com i s t o temos
jç «j> f CD
£(T) = -£- \ dkí ^ 1 * 1 In [^(k)U) 2 (k) ] j + KBT ln[0ü£ b J ,
O* (3-26)
onde A(k) = 2 t g _ 1 ( - ^ | ^ ) .
Estamos agora em condições de calcular a função
de partição grande canõnica para um número variável de só li
tons ( e antisolitons), sabendo que o efeito de interação en
tre solitons e mágnons é provocar o aparecimento de uma corre
ção Z.(T) na energia livre para cada sóliton. A função de parti
ção Z pode ser desacoplada em
Z = Z°Zc - , (3-27) m s, s
-ftLF onde Z = 6 é a função partição grande canõnica dos ma£
nons livres, e Z - é a função partição grande canõnica para S i S
um gás de solitons e antisolitons. No nosso caso de solitons
sine-Gordon, não existe restrição na ordem de criação de soli
tons e anti-sólitons e portanto temos
Ze c = Z Z- , (3-28) s,s s s
onde
*s 4-_e zs (Ng) , (3-29)
N5»0
com
J 3
L ' " 2 Ü » « ^ fjdqsjdpsexp{-/>[(p; |« * -CD
V V - TitT I J dqs J dp* expl ^ I ( ps c + V
+ Z ( T ) ] I . (3-30)
Uma expressão similar existe para os antisólitons (Z-) com
N- ,M. - • Observe que Z (T) entra como uma correção na ener-s s
gia dos sólitons.
No caso geral podemos ter N =fc N- , mas para sis
temas em que a criação de sólitons e antisólitons é apenas ter
mica, não há razão para que N seja diferente de N- na média. s s
Então N = N- e M =M.- em nosso caso. A partir de (3-29) e s s s s
(3-30) temos
2L fc^s Z s , i * e x P l < T T H e ] ' ( 3 _ 3 1 )
onde •* vem da integração sobre p ; é escrito em termo de fun
ções de Bessel K,(ÔE°. ) . No limite para (£E ) grande temos j . xy xy
E° OC= ~ F ( F c L ) 1 / 2 exp[-^(E° +Z(T))] . (3-32)
xy
O potencial grande canônico dado por
/K„T £1= - (KBT/L) In Z , (3-33)
ou usando as equações (3-27) , (3-31) e (3-32)
«T» -Jl= F - KBT - ^ - <-£-?-) e 6 7 . (3-34) o B he fiEo
xy
O número médio de sólitons e antisõlitons definido como
n = (N +N-)/L é dado por s s s
"s " - §Ç>T.L ' «3-35»
Sendo A = 0 (não existe nenhuma restrinção externa ao número
de sólitons) teremos
2Exv 2H 1/2 -»(Exv + r ( T , )
"s • -sF- <#-» e y (3-36' xy
Levando na equação (3-36) o valor E e Z (T) com (usando de xy
agora em diante h = 1):
f5l(T)=-ln[(/i/2B c)2]-JL ( lnü±2í!l d x - i f ^'* + * > ã x + l n &U » TTJ l + x2 TTJ i + x2 ^ ' b
(3-37)
onde X = k/^2i) e ^ 1 b = V^2(fi-b)' c , temos
n s - nsG 1 + N ^ 7 i ? 2 f ( 3 . 3 8 )
(1-b/S )
onde n ê a densidade de sõlitons para o modelo sine-Gorden pu sG
W (28) , K
B ro dado por (28) (K =1):
ns(, = 4v/|VjS2(2b) ( ^ ) 1 / 2 exp (-4JS2V2bVT). (3-39)
A densidade de sõlitons n i uma grandeza importante
porque pode ser medida por experiências de espalhamento de neu
trons.
4 - Conclusão
As propriedades termodinâmicas do Hamiltoniano (3-1)
podem ser obtidas usando o modelo equivalente do ferromagneto
com duas anisotropias .Em temperatura baixa este sistema
(32)
foi estudado por Sasaki , usando o método de matriz de trans
ferência. Vamos agora comparar o resultado deste método, com os
resultados obtidos aqui. , ,
0 inverso fln fnnnnn correlação K , que está relacio
nado com a densidade de sõliton por K^ =2n ê dado por(T<<E° ):
Kx = 8JS S2£o/T, (3-40)
onde
Zo= 4\|T A 3 / 4d+>/T) 1 / 2 exp(-E° /T) e~ I0(J), (3-41)
5 =[(l-V2T)/2tà*] (E°y/T), A = b/S (3-42)
38
I é a função de Bessel modificada.
Até ordem yb/S a equação (3-40) nos dá
n = n „ (1+/S), (3-43) S SG
que em ordem V 7 concorda com o resultado da equação (3-39) .Vemos
também que para A pequeno, a correção principal para densidade
de solitons do modelo sine-Gordon vem das flutuações fora do pia
no XY.
0 caso em que b » á é idêntico ao resultado anteri
or apenas permutando b e &.
Para b = S as equações (3-2) e (3-3) têm uma degene-
rescência rotacional. Isto é, temos um sóliton sine-Gordon dinâ
mico em um plano qualquer que passa pelo eixo x. Então, sendo T
o ângulo entre o plano do sóliton e o plano xy, a solução sóli
ton serã
= I 1- sech usen I (3—44) sen© = | 1- sech'usen"!*T' ' '
^ = sechu cos^ ^ (3-45) sen-s sen©
s
onde u (z-vt). Para 0 temos o sóliton no plano XY
(equação 3-6), e para'C's' j ° sóliton no plano XZ (equação 3-4).
No caso de temperaturas baixas, como está sendo tratado aqui, a
maioria dos solitons estão parados e o efeito da velocidade pode
ser desprezado como na seção 2. O calculo da densidade de sõli
tons serã então idêntico ao feito antes, mas agora U). -U*? e
U). = 0. Com isto temos
J 7
n = (32 JS2b/T) exp( -4JS 2 \ / 2F /T) , (3-46) s
que concorda com a equação (3-40) para 4 = 1. A diferença na de
pendência da temperatura nas equações (3-39) e (3-46) vem do fa
to de que para b = * o sistema tem um comportamento "tipo Ising"
com um eixo fácil, e para b f 8 o sistema tem um comportamento
"tipo planar" com um plano fácil.
Então a mecânica estatlsitca do Hamiltoniano (3-1)
como obtido pelo método de matriz de transferência, é reproduzi
do por um modelo fenomenologico usando sólitons emagnonsno liini
te de temperaturas baixas.
40
CAPÍTULO IV
Correções Quânticas no Antiferromagneto
Unidimensional - Mágnons
1 - Introdução
Grande parte dos trabalhos feitos sobre o TMMC
supõem que a aproximação clássica é válida para as condições
experimentais típicas; o caso quantico foi tratado por poucos
autores(33'3i*'35) . No entanto a solução exata (Beth ansatz) pre
diz uma sensível mudança no espectro de excitações magnéticas
para o antiferromagneto unidimensional com S = -= , provocada
por efeitos quanticos no sistema(36) . Não existe nenhuma solu
ção exata para S>-i mas mesmo a temperatura zero, devido às
flutuações de ponto zero, as flutuações fora do plano em um
sistema de plano fácil como o TMMC são grandes. Por isto o u
so da aproximação clássica é suspeita, já que os efeitos quãn
ticos podem ser grandes o suficiente para invalidarem os re
sultados obtidos.
Para verificar a validade da aproximação clássi
ca, será feito neste capítulo um estudo comparativo entre o
modelo clássico e modelo quantico para um antiferromagneto
unidimensional em temperaturas baixas. Ênfase será dada ao
cálculo das seguintes propriedades do sistema: valores médios
de magnetização, funções correlação estática e dinâmica e es
pectro de energia das ondas de spin. A partir da comparação
entre os valores clássicos e quanticos destas propriedades,te
remos informações do limite de validade do modelo clássico pa
ra este sistema.
2 - Aproximação harmônica
De modo análogo ao que foi explicado na introdu
ção, o Hamiltoniano do TNMC pode ser escrito como
H - 2J Ç T n.* n + 1 + D Ç (Sj)2 + H', (4-1)
onde temos para H' os seguintes casos:
H' • = H'x = B i (S*r , (4-2)
H' - H' = - g ^ B H Ç (S*> . (4-3)
Em comparação com (1-1) temos que D = 236 e B = 2Jb.
Para encontrar o espectro de energia das ondas de
spin, vamos escrever os operadores na representação de
Villain (37)
s* = e n [S(S+D-S^ (s* + D J 2 ,
(4-4)
1 z ,„z .,,,2 - i«>n
sn = [S(S+D - sj (s; +i)] e
onde A corresponde ao ângulo de orientação de spin no plano
fácil, e S* tem o papel de momento conjugado de é
*n. Sn. 1 - * * W - (4-5)
£ conveniente medir o ângulo no plano fácil a pair
tir da orientação dos spins no estado fundamental clássico, on
de S_ = (Sseim, Scos«C, 0) com n
«„..2£-S> . ««-6, 8JS 2
"2 e S =S(S+1). Com isto vamos escrever rib em cada subrede como
Í>n = (-Dn \ \ -<*] +-fn . (4-7)
É claro que se H' = H! no Hamiltoniano (4-1), °< = 0.
Segundo Riseborough e Reiter (33) consideramos o es
tado fundamental clássico (spin antiparalelos) como a aproxima
ção de ordem zero, e desenvolvemos o Hamiltoniano em potências de
^Sn^/S e ^ n * Para i s t o escrevemos os operadores de spin
S* e S* na representação de Villain usado (4-4), e levamos
estes operadores no Hamiltoniano (4-1). Com isto, obtemos:
H • E« + HA + H. + H0 + ... (4-8) O O 1 2
2 2
onde E = - 2JN.£ (1+2 senx ) é a energia do estado fundamen
tal clássico, H tem termos de 2 operadores, H, três operado
res, H2 quatro operadores, etc.
43
Vastos considerar que H' * H! em (4-1). Neste caso
eu (4-8) Hx « 0 e
rs% W i t J - tnfn+1 *ci^i ^ J í - • DZí-J H * 2JS
° " l ' * S- S' (4-9)
onde £, = D/-, e 6- = B/?J * C o m o veremos logo mais este ter
no nos dá as ondas de spin (magnons) do sistema.
O termo de quatro oeradores H_ é dado por
,z TI 2 „ z 2 J S T I n' w n '
4 n l § 4 "
, S n ^ + 1 + ^n- l> Sn 2i 2
w n * l ' . , 3 2 2 . l " n T . - n S« J " l S2
S n t n ^ n + 1 + <Pn-l>slí , - 2 2S^
• 6 2( V n ^ n Sn * Sn^n Sn n> 1
S2 J * (4-10)
Este termo junto com o termos de ordem superiores a ele são
responsáveis pela interação entre os magnons. Se desprezarmos
a interação entre os magnons (termo H, e ordem superiores) te
remos a aproximação harmônica, em que H * E + H .
44
O Hamiltoniano H pode ser diagonalizado por uma
transformação de Fourier dos operadores "^ e S* n n
q /F n n ex q n . (4-11)
sq " "77^" n 5n e rfF
e usando uma transformação canônica
% - °<a << + a-a>• q q
Sq - &<* <aq " *-q> •
(4-12)
onde ©C A = -Õ . Observe que as equações(4-11) e (4-12) nos q q
permitem escrever os operadores de spin em operadores de cria
çâo e destruição (a , a ). Levando isto no Hamiltoniano H (e-
quação 4-9) obtemos
o q 2 q q q q (4-13)
onde
t \ t ü = 4JS | [ ( !+$ ! )+ cosq] [ ( l + S 2 ) - c o s q j l VZ (4-14)
<*?- A 2S
1 + &j + cosq
1 +Ò2 " c o s q
lV2 (4-15)
« 3
ai- ! 1 + 8 2 " cosq 1 + £ + cosq
l*k (4-16)
Para o Hamiltoniano com o campo (H* = HI), os cál
culos são parecidos com os feitos até agora. Este caso foi es
tudado por Riseborugh P Reiter(33> usada uma transformada de
com constantes **i„ e a£Q'
Fourier como (4-11), e uma transformada canonica como (4-12)
!q
Teremos então
o q 2 q q q q (4-17)
com
KlO'q = 4JS í[ l+cosq + S^ [l-cos2<*Ccosq]J^2> (4.18)
« i > ^ -
<**
1 2S
S 2
X -r & , T L U S I j
1 - cos 2rçcosq
1 - cos2«l cosq; 1 + 5 , -(-cosq
] ' 1 2
(4-19)
(4 -20)
2.1 - Espectro de energia das ondas de spin.
A aproximação harmônica consiste em desprezar os
termos de ordem superior a H no Hamiltoniano (4-8). Com isto
temos um sistema de quase partículas (magnóns) como excitaçao
elementar do sistema, com espectro de energia dado por (4-13)
e (4-17).
O resultado da teoria clássica para o espectro de
energia das ondas de spins, é o mesmo encontrado para o caso
quântico com a única mudança de S para S nas equações (4-13) e
(4-17).
2.2 - Valores médios de magnetização
Vamos calcular vários valores médios do sistema pa_
ra H' = HI (caso com campo magnético). 0 caso com duas aniso-
tropias (H' = HJ) não será tratado.
A partir da equação (4-4) temos
Í-* cose -' n
S cos* S^ n Tn n -2 2S
(S*)2cosÒ (S*)2
n rn n -4 , (4-21)
Sn = "S sen$n -S*sené S* n Tn n
2S2
<S*)2sen4> (S*)2
n 'n n 8S4
+ .. (4-22)
A magnetização <S* é obtida da equação (4-21) sendo:
; X S ~* < S n > - S <cos* n > - < cos£ n > < ( S n } /
2S2 (4-23)
Usando agora a equação (4-7) temos que
< c o s * n > = <* exp [ - < t 2 > / 2 ] , (4-24)
e então obtemos
<S*> = *S [1 - X ° ' \ exp[-N "5 I . (4-25)
onde as médias sao termodinâmicas. Os valores médios <(S ) > e A n
C P n ^ podem ser calculados a partir das equações (4-19) e
(4-20), e são
<*n> " s Ç «q (2nq+1) ' (4"26)
< (sí )2> = è Ç w 2 ( 2 v l ) - (4"27)
K^'q/K^T B —1 onde n = ( e - 1) Cálculos similares podem ser fei-q
tos para outros valores médios, e temos
sic i V
<(sj)2> =^2 |1 I1+exp(-2<yn2) )] [!-< S2 > ]} , (4-28)
<(S nX) 2>=S 2{l fl-expí-^2))] [i.<Í^L>,J . (4-29)
O valores clássicos podem ser obtidos das médias
quãnticas, substituindo n_ + -x —* KQT/i^ . Isto quer dizer que q & D ' q
as médias quãnticas e clássicas tendem a um mesmo valor, no ljL
mite em que a temperatura é muito grande comparada ao valor
das energias dos mágnons U)'_• Como as médias quãnticas calcula,
das aqui só tem validade para temperatura baixa (aproximação
de ondas de spins), os valores clássicos obtidos desta maneira
também só tem validade para baixas temperaturas.
Os valores clássicos para 0 Sn* ^ e K,'n ^ são
então
< ^ n > c = — V ' (4-30)
^ n' c 4JS^h
^< sn> 2> „ = ^ S2 - (4-31)
^ n / c 4 VJF
A partir de (4-30) e (4-31) podemos calcular todas as médias
clássicas das equações (4-25), (4-28) e (4-29). Os valores
clássicos assim calculados concordam com os encontrados na
teoria clássica usando o método de matriz de transferên
cia , a menos da constante S que muda para S. Esta mudança
é uma importante correção ao resultado clássico.
A figura 4.-1 mostra < S^ e ^ S * \ como função da
temperatura para h = 0,05 (H=25KO para o TMMC) e
h = 0,15(H = 75KOe para o TMMC). Esta figura evidencia a ne
cessidade do modelo quãntico para o cálculo deste valor médio.
Isto pode ser visto mais claramente na figural-2 que mostra as
flutuações quânticas e clássica, (S^) / e>^ Sn^ se ' ®a~
serve que \ (S^) \ vai para zero em T=0, ao contrário de
^(S z) \ que é diferente de zero e se mantém quase constante
até 10K. 0 valor de ((Sz) ) em T=0 é próximo de 0,3, que é
comparável ao valor 0,5 para o modelo de Heisenberg isotrópi-
co. O nosso modelo está mais próximo do modelo de Heisenberg
isotrõpico do que do modelo XY, onde não há flutuação fora do
plano. Estes resultados mostram que o modelo planar não é bom
para o estudo do TMMC, mesmo a baixas temperaturas.
2.3 - Funções correlação estáticas
0 cálculo das funções correlação para o Hamiltoni
ano (4-1) com H' = HI (caso com o campo magnético)é simples ,
usando as equações (4-11) e (4-17) a (4-20) . Para a função
correlação z-z temos
S*z =/s ZS Z > =K2 (2n +1) , q \ q -q/ " q q ' ' (4-32)
e no l i m i t e c l á s s i c o
/s z s z > \ q - q / q * q / c
2 f t ' q T
(4-33)
Para q pequeno na equação (3-32) obtemos (h = 0)
zz c ->. 2\/jD"
\/D/J
(4+D/J ) -q ' • ! l /(4+D/J)-q^' ' (4-34)
e para q próximo de 7T temos ( q = l ^ - Q e h = 0)
Sq Z " 2 < ( S n ) 2 ) \/D/J"
D/J + 0/ * f 4-0/
D/J + Q" (4-35)
Os dois últimos temos nas equações (4-34) e (4-35) não exis
tem no limite clássico.
A figura+4 mostra S como função de q para o ca_
so quãntico e clássico aplicado no TMMC. Observe que para T
abaixo de 10K a aproximação clássica não é boa para q próximo
de Tf , e melhora muito quando q é pequeno. Se h=0 (campo nu
lo) , S z z = (S qZ Z) c em q = 0.
3 U
Para a função correlação x-x temos
slx= <"S«- í>* 5 2 <*««*-*»>• (4-36'
ou
S q X - ^ « ' q + T T < 2 n q + 1 r + 1 > - <4"3 7>
y y
A figura -5. mostra o gráfico de S em função de q. Neste caso
a aproximação clássica funciona bem mesmo a baixas temperatu
ras.
2.4 - Funções correlações dinâmicas
Vamos calcular agora a função correlação dinâmica
/S*. S (t)^ , para o Hamiltoniano (4-1) com H' = H' . Um estudo
deste tipo foi feito por Riseborough e Reiter(33), para H! e
sem a preocupação dos autores em comparar com o resultado clãs
sico.
Usando o mesmo procedimento anterior vamos usar a
representação de Villain para os operadores de spin (equação
4-4), e desenvolver em (Sn yS . Com isto obtemos:
<irn.irr<t)> -<s; sj(t)) + (-Dn + r{i 2< c o s [ , 9n-^r ( t ) 1 -
- <S^cos[fn-'9 r(t)]Snz> - <S^(t)cos[^n- 'f r(t)}S r
2(t)>
5 1
^ S z cos(fn)S^S rz(t) cos(1^r(t)-]sJ(t)4>
4 S 2
<s£sen(9n) SnZ S r
z ( t ) s e n n i t ) ) S rZ( t)>
4S2
^(S z ) 2 c o . [ f n - 9 r ( t ) l (SZ)2> -
8S 2
^ [ S ^ í t í l ^ o s ^ - ^ í t ) ] [SZ( t ) ] 2^7+. . .
flf1 J (4 -38)
Desacoplando as médias acima temos
(rn. ?r(t)> ^s nzs z(t)> + (-i)n+rs2<cos[^n-fr(t)]) x
f < szsz \ i x Í 1- S y ' + ....} (4-39)
Na aproximação harmônica obtemos para (4-39)
r)a + O n ' X : ( t , ) = Í * Ç # q f [2n(U>q)+l]cos (ü)qt)+isen(ü)qt)l cosq(n-
,2 + ( - l ) n + r S 2 e x p í - Ç ^ g - [2n(^'q)+l] [l-cosdOgticosqin-rJalj x
x í l - _ 1 _ ÍL-. # 2 [2n(U>q)+l] + . . . j (4-40)
3 1
A primeira parte da equação (4-40) é a função cor
relação dinâmica z-z. A transformada de Fourier dela no espaço
e no tempo nos da a função correlação dinâmica S (q,U>) , que
descreve por exemplo o espalhamento de neutrons por criação ou
destruição de um mágnon.
A segunda parte da equação (4-40) é a função corre
lação dinâmica perpendicular ^SxSx(t) + S^S^(t) , cuja
transformada de Fourier no espaço e no tempo nós da a função
*- —• * X X V V
cor re lação dinâmica S^(q,u)) = S (q,v0) + SJI (q,«>). A e s t r u t u r a
de Sjjq,v0) e mais complicada do que S (q,U>), como pode ser
v i s t o desenvolvendo a exponencial em (4-40). 0 primeiro termo
da expansão (depois de (-1) S ) é
I x ( t ) = < - l ) n + r Í 2 e x p ^ - Ç í ^ _ [2n( t J )+ l ] l x
[* [2n(ü)') + l ] [ cosq( r -n )a costi>'t]\ . (4-41)
I,(t) descreve o espalhamento com criação ou destruição de um
mágnon, como se pode ver tomando a transformada de Fourier no
tempo de (4-41). 0 próximo termo no desenvolvemento será
I2(t) = (-l)n+r expí - £ * % - [2n(ü)q)+l]l
•2 ^'2 X<^7T" " ^ 5 a — cos[(q'+q")(r-n)a][l+2n(iO',)][l+2n(ü'w)] /^ q 2ir a — a —
x [cos(tt)' +U)'») t + cosiVAJq'-Vri'q-Jtll . (4-42)
I2(t) descreve o espalhamento com criação ou destruição de
dois mãgnons. Isto pode ser visto tomando a transformada de
Fourier no tempo de (4-42) (irá aparecer termos com
£(U+(fal'+»>,,)) e 6 (U>í(uJ,-vü ,,)). isto contribue para o apare
cimento do pico central em Sj_(q,v»>). Os outros termos dão con
tribuições de muiti-mãgnons para o espalhamento.
Os valores clássicos sao obtidos com a mudança » i
n( q) + ^—» KgTy., na equação (4-40). Os resultados obti-q
dos são análogos ao caso da função correlação estática já que,
/jq(2n(u)q)+l) = s " (equação 4-32) e <K* (2n(U)')+l) = S*_7 (equa
ção 4-37). Com isto a comparação entre os valores quânticos e
clássicos da função correlação dinâmica, leva às mesmas conclu
soes da seção 2-3.
3 - Renormalizaçao do espectro de energia de ondas de spin pa
ra H' = H[.
Os termos de interação entre mágnons na equação
(4-10), provocam uma mudança no espectro de energia como calcu
lado na aproximação harmônica, equação (4-13). 0 nosso objeti
vo nesta seção será calcular esta mudança (renormalizaçao) no
espectro de energia, a partir do uso da técnica da função de
(38)
Green e desenvolvimento em diagramas ate termos de 1 "loop"
Isto é equivalente a se ordenar normalmente o Hamiltoniano do
sistema(39) .
Seguindo Wright et ai vamos usar uma função de
Green de temperatura zero, na forma de matriz como
onde
D = W ^s Js* D s s
(4-43)
Dxv(q,t-f) = -i<T[<f£(t) ^ (f)J (4-44)
com H .V«4> OUS, *J-*q 'tq- S e T[A(t)B(t')] signi.
fica o produto ordenado no tempo(38). 0 valor médio (4-44) é
calculado no estado fundamental do Hamiltoniano total do siste_
ma (H=H +H-). As funções de Green não perturbadas são defini-
o das como as funções D^y calculadas com o Hamiltoniano nao per
turbado H , e são : o
lf(q,u» = <"l
- iu) *
i l l)
*£w, ytf - U)<J + i £ (4-45)
0 procedimento agora é calcular a função de Green
(4-43), a partir da função de Green não perturbada (4-45). Pa
ra isto utilizamos a teoria de perturbação padrão, usando a re
presentação interação para H_, e temos (38)
fl> , <P
P a v í q f t - f ) - ^ d t 2 . . . • 00 ÍOP
] d t n < T [ < t > q U ) < t » - V O H 2 ( t l , H 2 ( t 2 > " - W f c o n ' 4 -46 )
55
onde H_(t) está na representação interação e a soma é apenas so
bre os diagramas conectados. Utilizando o teorema de Wick pode
mos escrever o produto ordenado no tempo como uma soma de todas
as contrações possíveis entre os operadores, sendo cada contra
ção uma função de Green não perturbada. Cada um destes termos
pode ser representado por um diagrama*
A soma de todos os termos contraídos de (4-46) pode
ser escrita de maneira compacta, utilizando a equação de Dyson
para a matriz da função de Green
fD(q,U»] _1 =[D°(q,vi>)|"1 - X ( q » (4-47)
onde D é a matriz da função de Green não perturbada (equação
4-45), e E é a matriz de auto-energia. £_uV é a soma de todos
os vértices irredutíveis com as funçêos de Green livres (não-
perturbadas) iniciais(M) e finais(V) fatoradas.
Invertendo a matriz em (4-47) temos
2«2[jJ_ +X_ Íu)-£iH
D (q,U>) = q q ss
2/^Uq + L f f (-do)
onde
(4-48)
(-A2) = «i>+iXts) (uM^s*) - Ut>q+ 2«* !+*) (U^ + 2/3q^-ss) , (4-49)
(36) e2_jc»são os elementos da matriz de auto energia0"'.
A energia renormalizada dos mâgnons são dadas pe
los polos da função de Green D (q,U))
u> =uí 9sf~2**s + [ i+^ +ess ^»e s s ^s + es»)2| j , (4_50)
onde
T T ^q ^ q ^3 ^1
Para c a l c u l a r o s t e rmos de a u t o e n e r g i a Z_JUV vamos
e s c r e v e r o Hami l ton iano de i n t e r a ç ã o H_, usando a s e q u a ç õ e s
(4-11) como
H2= " qlIqÍqW «,,0 KW*,! V q j V ^ ^ f L ^ i ^ l
. y C , , , ' ^ ; ^ + vd(fqlSq2fq3Sq4 + S ql? q2Sq3 3 „ . , „
onde q = q l + q2 + q3 + q4 , e
"2 V2 í q ) = ^TTÍ~ í 2 + 6 c o s ( q 3
+ q 4 ) - 8cosq 4 +8$ 2 ] , (4-53)
-2 V 2 ( q ) = ^ Ü " H + cos(c 3 2 +q 3 ) - 2cosq 3 ] , ( 4 -5 4)
-2 V 2 ( q ) = 1 l Í - t l - c o s ( q 3 + q 4 ) ] , (4-55)
VÍ " TiTS2" (4"56)
O procedimento agora é levar o Hamiltoniano de inte
ração H_ (equação 4-52) em (4-46), e a partir do teorema de
Hick calcular todos os termos de auto energia de 1* ordem
Utilizamos agora a equação de Dyson
para somar sobre infinitos termos do tipo redutiveis ao termo
de 1 loop. Esta será a primeira contribuição para as auto-ener-
gias da equação de Dyson,
Teremos então:
t ^(p)=-JS2 j £S tcosp cosq+2sen2q/2 -cosq+2&2] <*q 0
j ÉS [2sen2p/2 + &21 Q>\ , (4-57) - 4J
o
•u) ' *
+ ^ \ ^ [1-cosq cospl/32 , (4-58)
er-U) _ ( 1 *-s4»= i-iàj i = 0. Termos de 2 "loops" contribuem para a auto-
energia com "»-j , e assim por diante. Utilizamos agora a equa
ção da energia renormalizada dos magnons (equação 4-50), e pode
mos calcular a correção de energia dos magnons em primeira or
dem.
Observe que os ternos de "1 loop" como escritos
nas equações (4-57) e (4-58) e na equação da energia (4-50)
são termos de ordem l/S. Para manter a consistência então, va
mos expandir a equação da energia até termos de ordem l/S.
Teremos
A equação (4-59) nos permite agora calcular a cor
reção em primeira ordem para a energia dos magnons, causada pe
Io termo de interação H_.
A figura^ mostra a renormalização da massa dos
magnons (ou seja, o valor da energia para p=0) em função da
anisotropia S~. Observe que a correção da massa é quase inde
pendente da anisotropia £,. A figura4/7 mostra a correção de e
nergia para o magnon em p = " . Nas duas figuras o parâmetro Â
é definido como,
U)= Lü (1-A)
Observe também que o valor de V A cresce com o valor da anisotro
pia.
A figura+8 mostra a renormalização da energia do
mágnon em toda zona de Brillouin(relação de dispersão do mág
non). Junto está o valor da energia não corrigüaM » Como se
vê hâ uma diminuição da energia em toda zona de Brillouin,pro
vocada pelo acoplamento não-linear entre os mâgnons.
4 - Renormalização da função correlação estática para H'= HJ
Os resultados da seção 2-2 para as funções estãti
cas são válidas na aproximação harmônica, onde o termo de in
teração entre os mâgnons é desprezado.
O efeito deste termo de interação pode ser calcu
lado usando o formalismo de função de Green como o apresenta
do na seção 3. Por exemplo, as funções de Green não perturba
da e a perturbada são
2(y2UV D L ^'^ - 2
S 2
q . <*-60> UÍ-V)'N-i€.
2fij2 <l+ô**)vií„ Ds íq») = — p _ 9- , (4-6D a» 2 — 2
^O-Vq + 3E
onde
ft'q-<SqS^>T=0=Gzz<9» • «"«>
••••-7J&-2* ' ô»= ^ - • « ! " * « • * ¥ »
O efeito da interação, então, é mudar a energia
dos mágnonsU)* , e o numerador da equação (4-60). Podemos en
tão aproximar o sistema com interação pela aproximação harmô
nica dele, onde a energia do mágnon e a função correlação es^
tática a temperatura zero $ --(Ç) s^° renormalizadas. A fun-
ção correlação renormalziada será então
Gzz(q) = &°zz(q) [l+e**(q)l- (4-63)
Para a função correlação \¥a r^(J0 procedimento
é o mesmo e temos
2«c'2 U)' D%* = -5-9—=-3— , (4-64)
üf-u)q2+ i£
2oC U)'(l+0ss) D f = —2^2 (4-65)
U3 ~ u)q + i £
onde
*q 2=<* qf-q>T=0 &°tt(q). (4-66)
Então a função correlação renormalizada G^^(q) será
Q^(q) = <^>(q) [1+€>SS]. (4-67)
As expressões para2. » » e 2- foram calculadas s s
por Wright et ai para o caso em que H'=H1, e são
bl
^f^(p) = - • 2N S~ q 2[sen2< + 4cos (2«t) sen2 (q/2) sen2 (p/2) +
+ 2sen?»< (l+4sen2q/2) (l-4sen2 (p/2)) ] <*' 2+2 [sen* +2eo.s(2«c) sen2 (p/2)
A'2
- 4senit (l-4sen2(p/2))]—%=— +0(o?), (4-68)
ss(p) = ~Í^ q 2[senl< + 2cos(2cC)sen2(q/2)]^q2 -
,2
[3-cos(2»0 (l+2cosq)] f=3^- +0(<\2) . (4-69)
s2
Para h = O (campo nulo) temos
,2 6 ^ = - A I{2sen2(q/2Mq
2+-íÜ_] ,
o qual para 8^ = 0.019 (valor do TMMC) nós dá^»f= - 0.436 e,
G íq) = 0 .56G° (q) • (4-70) zz ^ v z z
Para ô não temos o l imi te em que h = 0, mas para cam
po pequeno (hCtO.l) temos
Ei2Sen2(q/2>«<q2- ,1-c°s<5 o « p ] ô q / g 2 j e ^ , P » " " 1 •** 11 , S l t co.pl < 4 - 7 »
e para é i= 0.019 (valor do TMMC) temos
Ç**(q) = 1,22 G ^ (q) . (4-72)
Note que, para h M , <S* Sxq )^i
2 < ^ q + A q + í » ) '
Na figura^9 mostramos G_„ (q) , G_, (q) a temperatura £* £* Z Z
zero e a função correlação clássica (em T=1K e T=4K) como fun
ção do vetor de onda q. Na figura4-10 fazemos o mesmo para a
função correção x-x. 0 efeito da renormalização para O (q) é zz aproximá-la do resutlado clássico^ (q) .
Z Z
5 - Conclusão
Vemos então que os efeitos das correções quânticas
no TMMC não são desprezíveis. Eles mudam a forma e os valores
das propriedades clássicas do sistema.
(34)
Do nosso trabalho e do trabalho de Osano et ai e Wright et al(35>, vemos que os efeitos quânticos importantes
2
sao a mudança nas equações clássica de S para S(S+1), e a re
normalização da energia dos mágnons. Esta renormalização da í;
nergia pode ser interpretada como uma renormalização nos parâ
metros do Hamiltoniano clássico, como mostraremos abaixo.
O valor de £, calculado para o TMMC, pela soma de
Ewald para a interação entre dipolos magnéticos clássicos é
£i - 0.019. Nos encontramos, para q=0, o valor renormalizado
S,= 0.0086, que concorda com o valor de Osano (34) e Wright (35)
e o valor experimental de EPR a baixa temepratura (40). Para §_
o valor experimental (11) é S? - 2,6xl0~ , e neste caso o va
lor não renormalizado encontrado pelas nossas equações em q="
c -3 é Ô 2 * 10 (veja figuras 4-6, 4-7 e 4-8).
Podemos então obter os valores corretos da ene£
gia dos mãgnonsutilizando o modelo clássico, deste que utili
zemos em nossas equações os valores renormalizados dos parâme
tros S i e^2'
Para grandezas que dependem da função correlação
estática, os efeitos quânticos não são tão importantes, e mes
~ ~ zz mo para a função correlação z-z (S ) a diferença entre as
funções clássicas e quânticas que é grande na aproximação har
mônica, tende a diminuir quando consideramos interações anar-
mônicas entre os mágnons (figuras 4-4 e 4-9).
As flutuações fora do plano são grandes, como foi
mostrado na seção 2-2. O mapeamento que é comumente leito do
TMMC para o modelo planar não tem então nenhuma justificativa,
e em particular o mapeamento do Hamiltoniano (3-1) no modelo
de sine-Gordon é suspeito. 0 efeito da flutuação fora do pla
no em torno do sóliton no TMMC, deve ser levado em conta se
quisermos ter uma imagem verdadeira das propriedades deste
composto (veja figs. 4-1e 4-2). Correções quânticas para o só
liton serão consideradas no capítulo V.
*4
1.0
(O
0Q
<* — « .
5 T(K)
10
FIGURA U.l - Magnetizaçao reduzida <(S*)>/(XS versus T, para dois valores
do campo magnético. A linha cheia é o resultado quantico, e a
tracejada o resutlado clássico.
65
Zx2\ /tf»2 <tsnzr>/s
FIGURA it.2 -Dependência na temperatura para a flutuação fora do plano < ( S Z ) 2 >
para h » 0. Linha cheia: resutlado quantico. Linha tracejada :
resultado clássico.
0.6-
0.3-
0.Q
.
,
/
/ / /
/ ' 1 / s
/ / '
y y i
h=0.05
^^^^^™y - ^ ^
* ^
^'h=0.05 s
*
0.10 '
• #» * , '
S ' ^ ' ^
,' *' 0.15 • ' * .
' ' * ' / • •
/ ' ' • X
/ • • f ' '
• < • •
• ' • •
• •
0 T(K)
10
FIGURA i*.3 - Flutuação no piano <(S^) 2 > versus T, para vários valores do
campo magnético. Linha cheia: resultado quãntlco. Linha trace
jada: resultado clássico. <(S*)2> « S2(l-y).
<s,2 sü>
FIGURA U.i* - Função correlação estática z-z como função do número de onda q (Q-TT-q),
linha cheia: resultado quantico. Linha tracejada: resultado clássico.
<SqXS-X
q)/S
FIGURA A.5 - Função correlaçio estática X-X como função do número de onda q (Q »H - q ) .
Linha cheia: resultado quantlco. Linha tracejada: resultado clássico.
70
O o o o
to
o. OJ
ro 8
FIGURA i*. 7 - Energia do mágnon en q « T como função da
anisotropia ô., para vários valores da
anisotropia Ó-.
71
1.0
*
l(/> "^
tf ^ 0.5 O.
5
no
-
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TÍ/2 P
IT
FIGURA 4,8 - Relação de dispersão do mágnon para o caso en que ô 1 = 0,016,
6, * 0,001. Linha cheia: Aproximação harmônica. Linha trace-
' jada: Resultado renormalizado.
72
O \Sq S-q/
00 ^J
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V X
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ro FIGURA 4.9 Função correlação estática z-z como função do número de onda q. Linha cheia:
resultado quãntico renorealizado (em T » OK). Linha tracejada: resultado
quãntico harmônico (em T - OK). Linha pontilhada: resultado clássico em
T " IK, linha pontilhada e tracejada: resultado clássico em T » UK (Q » TT-q).
FICURft fc.10 - Função correlação estática X-X coao função do núarro de onda q. Linha cheia: resul
tado quãntico renoraalixado (ea T • OK). Linha tracejada: resultado quãntico haraõ
nico (en T « OK). Linha pontilhada: resultado clássico en T » IK. Linha pontilhada
e tracejada: resultado clássico en T • 4K (Q - W -q)'.
CM
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I t
CAPÍTULO V
Correções quãnticas no
TMMC - SO li tons
5.1 - Introdução
Como aconteceu no capítulo IV, os efeitos quânticos
podem mudar a massa do sóliton como calculado na aproximação
clássica. Para o sóliton sine-Gordon o cálculo das correções
quãnticas é bem conhecido e foi feito para ter eratura zero
por Coleman e Dashen et il , e para temperaturas maiores
do que zero por Maki ' .
Um sistema antiferromagnetico anisotrópico como o
TMMC, não é um sistema sine-Gordon puro. Como vimo< no capitu
Io IV as flutuações fora do plano fánil não são desprezíveis,
e devem ser levadas em conta em um cálculo realista da corre
ção quântica da massa dos tólitons deste sistema.
Este capítulo tem como objetivo calcular a correção
quântica da massa do sóliton e sua dependência com a tempera
tura em um antiferromagneto com plano fácil, tendo em vista a
aplicação ao TMMC como descrito pelo Hamiloniano 1-1. As flu
tuações fora do plano fácil serão consideradas e será ut:iiza
do o caso em que não há campo externo aplicado. 0 caso com o
campo não tem ainda solução conhecida.
/:>.
5.2 - Aproximação semi-clássica
O método de diagramas de Feynman utilizado no capítu
Io l\j, não pode ser aplicado para o cálculo da correção quânti-
ca da massa do sõliton. A razão ê que sendo o sõliton uma exci
tação topologicamente diferente das pequenas oscilações, não
se pode encontrar a solução sõliton a partir de uma série per-
turbativa nos propagadores de mágnons. A solução sõliton está
em um setor do espaço de Hilbert diferente das soluções de pe
quenas oscilações.
Existe no entanto, uma aproximação que parte das so-
luções clássicas para encontrar o valor dos autoestados quânti
cos. Este método é chamado de método WKB ou semi-clássico(2)
Uma maneira simples de se entender o método semi-
clássico é a seguinte . Considere um Hamiltoniano quântico
H(g,<í>) que descreve um sistema onde <f> é um operador de campo,
e g é um parâmetro que mede o acoplamento do sistema. Valores
de g<<l indicam um acoplamento fraco, e g>>l um acoplamento
forte. Escrevemos agora <J> ~ <í> (x)+n(x,t) onde ^(x) é a solu
ção estática da equação de movimento clássica do Hamiltoniano
H(g,<f> ), e n(x,t) é um novo campo quantizado. Levando agora es_
te <p no Hamiltoniano H(g,<J>) e considerando apenas os termos de
menor ordem em g(aproximação semi-clãssica) ficamos com um Ha
miltoniano H=E_ + H(g,n) que descreve pequenas oscilações em
torno da solução clássica <J> . 0 termo H(g,n) é a correção
quântica de primeira ordem ao estado clássico descrito pela so
lução • .
Como exemplo consideremos o Hamiltoniano de sine-
Gordon
H(g,0) = { dx{± (|*)2 + I(|i)2 - 2 ^ cosg*}. (5-1)
Observe que em (5-1) desenvolvendo em série cosg $ obteremos
- 4 o termo de interação, isto e, o termo em <j> :
nO n A 2 m
4r,2*4
(-) cosg 0 = 1 - —sp- + — 4 1 - / (5-2) 9
e vemos que g mede a interação (ou acoplamento) do sistema. 0
acoplamento é pequeno para g pequeno. Seja <Mx,t) = <{> (x) + Ti(x,t) ,
com <J> sendo uma solução estática da equação de movimento
clássica de (5-1). Com isto temos H = E + H onde c
H = dx 2 2 2
{ n [~ 1 A " 1 ~~2 ' T" cos^c^ } ' <5"3> Z 3tZ i 3xZ / C T
e E = H(g,<{> ) é a energia clássica da solução <j> . O Hamilto
niano (5-3) descreve pequenas oscilações em torno da solução
$ , e nos diz que a primeira correção para a energia clássica
vem da energia destas pequenas oscilações. Como a energia das
pequenas oscilações podem ser calculadas trivialmente da ener
gia clássica <E q u a n t i c o = \ (n+ §)hüJn, sendo o>n as ener
gias do sistema clássico), o problema se reduz ao problema
clássico análogo.
Resumindo, na aproximação semi-clássica utiliza
mos as soluções clássicas <f> e das pequenas oscilações em tor
no de <j> , para encontrar os auto-estados quânticos aproximados
do sistema. Para a eq(5-l) è é a solução sóliton da equação
de movimento, e a energia do sóliton estático na aproximação
semi-clássica (válida para g<<l) será
Es * Ec + I n hwn ' (5"4)
sendo u as freqüências das pequenas oscilações em torno do só
liton.
0 resultado acima ainda não é o que procuramos po£
que em um sistema quântico com o descrito pelo Hamiltoniano
(5-1), não nos interessa o valor absoluto da energia mas sim
o valor da energia em relação ao estado fundamental do sistema
que tem energia infinita. Isto e mais o ordenamento normal do
Hamiltoniano, renormalizam as divergências que aparecem nos
cálculos, levando a uma correção finita da energia clássica.
Temos então
E = E + 6E,rt + ôEnn , (5-5) s e zp no
onde ôE = - £ (w - w ) sendo u as freqüências das pe-zp 2 n n n n
quenas oscilações no estado fundamental do sistema (energia do
ponto zero), e ^Eno é um termo que vem do ordenamento normal
do Hamiltoniano e será discutido na próxima seção.
5.3 - Correção quântica da massa do sóiiton
Estamos interessados na massa do sóliton em um an
tiferromagneto com duas anisotropias, descrito pelo Hamiltoni
ano 1-1 com campo externo nulo. Como foi feito nos capítulos
anteriores, para se estudar as excitaçoes tipo sóliton nestes
sistemas faremos a aproximação do contínuo. Partindo direta
mente do Hamiltoniano 1-1 esta aproximação é difícil de ser
feita, mas este problema pode ser contornado. Primeiro encon
tramos o limite clássico e contínuo do Hamiltoniano 1-1, e ãe
pois quantizamos este Hamiltoniano.
0 Hamiltoniano 3-1 estudado no capítulo III descre
ve um antiferromagneto clássico com duas anisotropias, e pode
ser facilmente quantizado utilizando o método padrão de trans
formar as coordenadas canônicas em operadores.
Com isto temos o seguinte Hamiltoniano quântico
para o antiferromagneto ( x = z/a)
H = J S2 dx "GAF 2-cos 0 AF
+ 9êAF 2 2n ,HAF>2
2 2 2 + 26 sen ©._ + 2b cos §.„ sen 4> ,
(5-6)
©AP= 5 ' 6 AF lÔaP<X>' TT < * ' ) ] = ÍÔ(X-X»), [*AP(X) T U . p U ' ) ] = 'AF 2 VAF, l°AF 0AF AF' ' ,"4>AF
iô(x-x'),S = S(S+1) e todos os outros comutadores são nulos.
Ê conveniente transformar o Hamiltoniano (5-6) em um Hamiltoni
ano equivalente em teoria de campo
H -oí- j i -M!'2*^*1 + ^ ' i ' 2
2 2
-4- (cos g© - 1) Y~ (cos2g* + cos2gecOJ2g* -2) 9 9
, (5-7)
com [0(x), Tr0(x')]= iô(x-x'), l*(x) , TT^ÍX' ) ] = iô(x-x'), e onde
°AF - *® ; *AF - g* ; *0AF - V g ' V " "f
(5-8)
g2 = 2/g ; Eo = 4JS ; ^ - / f - § ; «2 - / f -
Observe que o limite clássico de (5-6) quando os operadores ©,
• etc, se transformam em funções e S-*-S, é exatamente o Hamil
toniano clássico do antiferromagneto com duas anisotropias, e-
quação 3-1.
Embora o sistema não esteja confinado no plano XY
sabemos, como resultado dos cálculos feitos no capítuloIIL que
as pequenas oscilações fora do plano fácil são mais importan
tes do que o movimento do sóliton fora deste plano. Vamos su
por que o sistema esteja no plano XY, e consideremos apenas pe
quenas oscilações fora deste plano. Com isto o Hamiltoniano do
sistema será
H = E o | dx ??_ + 1(30)2 + ÍÉÍ + 1 ( l i )2 2 2!3x' 2 + 2 l 8x '
2m-—=- (cos2g <J> -1 ) 9
+ [2mJ S 2 + 2m2 Cos<2g*) § 2 + g 2 ^ 0 2 - ^ (f£> 2 02] (5-9)
Observe que desprezando as flutuações fora do plano (§= 0 ) , te
remos o Hamiltoniano de sine-Gordon.
Para pequenas oscilações onde 0 e <f> são pequenos fi_
cantos com o seguinte Hamiltoniano
r „ „ ! * Z5_ t i ( |g ,2+ -4_ + 1 , 3 1 , 2 ^
2 2 - 2 + 2(m1 + m2) 0 (5-10)
que descreve pequenas oscilações no plano e fora do plano desa-
coplados.
Como é feito normalmente em teoria de campos, pode
mos escrever os operadores de campos como
0(x) = í dK
2TT 2ÜJ1(K)
1 2
a 1(K)Ii K x + aJ-(K) e
Í K X
vx ) = i |S (^(K) 2E. [ai(KUiKx - aJ(K)e
iKX] ,
• (x) í È* J 2 *
E o 2(^(10
2
a 2 ( K ) i i K x + a*(K)e i K X
(5-11)
TTfix) = 1 f dK
2ir
u 2 ( K )
~~2Ê" a , ( K ) i i K x - a+(K) *Kx
onde a,(K), a~(K), a,(K) e a_(K) são operadores de destruição
e criação. Os operadores de campo como escritos em (5-11) dia-
gonalizam o Hamiltoniano (5-10) desde que, <*). (K) e w (K) se
jam as energias das pequenas oscilações no plano fácil e fora
do plano respectivamente, que são:
u^íK) = EQ / K2 + 4(m2 + m 2 ) , (5-12)
a»2(K) = E 0 /PT 8 m; (5-13)
Para utilizar a aproximação semi-clássica teremos
de encontrar as energias do sóliton, e das pequenas oscila
ções em torno do sóliton no limite clássico. As equações de
movimento clássicas do Hamiltoniano (5-9) são
3x2 2 2
2 " 2 4m, 0 + 4m~(cos 2g»)ê + T-^ (|f)
2- <H> 2V Õ-
(5-14)
32j>
3x2
1 _3_í 2 2
Eo 9 t
4m, (sen2g<t>) (5-15)
A equação acima tem uma solução tipo soliton no plano XY onde
0 = 0 que é (veja apêndice)
•B<*'t) = | tg"1 exp [2 /2m2, ' (x-vt)Y ] (5-16Í
onde Y = (1 -v /p2) 2 , sendo v a velocidade do soliton. A
sua energia sera:
xy E° Y xy '
xy
4E
~2
0 AZ (5-17)
Vamos precisar agora da energia das pequenas osci-
laçoes na presença do soliton. Considerando 0(x,t) = 0(x,t)
e 4>(x,t) = •..(x) + n (x,t) onde 0 e n são pequenos, e levan
do estas funções nas equações de movimento (5-14) e (5-15) te
mos
2~ 2" -M; - - 5 - 2-4 = 8 m 2 ( l - 2 s e c h 2 o x » 0 + 4(m? - a^)ê , (5-18) 3 X
2 E^ 3t^ *
2 2 Í - 5 - - 5 - -^-5 = 8m2 (1 - 2 s e c h 2 a x ) n f (5-19) 3x^ E^ 3t^ *
/ T ~ - l w l t
com 0= K8m2 . Escrevendo 9 ( x , t ) = 5(x) e e
iu>_t n ( x , t ) = r (x) e , e levando em (5-18) e (5-19) obtemos
2 - 2
-2-f + ^ ~ s = a 2 [ l - 2 s e c h 2 o x ] s , (5-20) 3xz E^ o
2 Ü) 2
-Mf + — I r = a2 [ l - 2 s e c h 2 a x] r , (5-21) 3x2 E2
- 2 o 2 2 2 com w, = ai, - 4E (nu - m»). As equações (5-20) e (5-21)
são i d ê n t i c a s as equações (3-10) e ( 3 - 1 1 ) , tendo então as me£
mas s o l u ç õ e s . Existem d o i s e s tados l i gados com e n e r g i a s
ua = 0 ,
w. • 2E„ / m ? - m2 . (5-22) D O 1 2
Os outros estados são contínuos com a mesma energia das peque
nas oscilações sem o sóiiton, ou seja:
<•>, = E Q / K2 + 4(m2 + m2) ,
u< = E f*~l 8m„ (5-23)
sendo que para estes estados existe uma diferença de fase nas
soluções assintóticas em relação ãs soluções sem o sóiiton,que
tem o valor
Mq> = j|3- - 2 tg'1 (q/a) (5-24)
Vamos agora calcular o termo óE que nos dá a zp
diferença entre as energias das oscilações de ponto zero com
e sem o sõliton (h = 1):
6EzP=è | [vq>+Vq>]- i í [ V K , + V K ) ] + u (5-25)
sendo u. (q) os estados de energia com o sõliton e u (K) os es
tados de energia sem o sõliton. Como feito no capítulo m utili
zamos condições de contorno periódicas, e então KnL=2Trn e
q L + A (q ) = 2 fln sendo L o tamanho do sistema. Com isto ob-^n *n
temos (observe que não existe o estado q = 0):
6E = I £ ÔEzp 2 q=« u (q)+ (q) '2 k=0 W;L(K)+ÜJ2(K) H o)1(0)+u2(0)
1 u •»• j b . (5-26)
dtall Afk)
Desenvolvendo u.(q) = w (k) + -y^ ( —~) e tomando o limi
te do continuo em (5-26) temos
6E = E° 2p xy
í
j-g^-g2©^) «•if
2 '
o dk 00
tó2,0O (A^OC)
(5-27)
com
D, = 4ir
rir
-IT
dk Ujik) (5-28)
rH
D2 = T* dk
V*> -ir
(5-29)
Os termos D. e D 2 em (5-27) seriam divergentes em
uma teoria de campos. No caso da rede discreta, no entanto,não
temos problemas com divergências pois temos um corte natural
A= T"/a, onde a é o parâmetro da rede. Estes termos "divergen
tes" podem ser eliminados fazendo o ordenamento normal do Ha-
miltoniano (5-9).
Ordenar normalmente um Hamiltoniano significa es
crevê-lo com todos os operadores de criação ã esquerda dos ope
radores de destruição, e isto elimina os termos divergentes
que aparecem no desenvolvimento dos diagramas de Feynman deste
Hamiltoniano. Como vimos no capitulo IV, correções de "1 loop"
para a massa do mágnon ê equivalente ao ordenamento normal do
Hamiltoniano. Isto é, o efeito do ordenamento normal ê o de mu
dar as freqüências dos mágnons reais, para os valores renorma-
lixados ou os valores medidos (por exemplo em uma experiência
de EPR).
Ordenando normalmente o Bamiltoniano (5-9), obte-
mos
N[H]= E * [4 *Hf '2 •* <w2V *? • W»1><£>2
- 2 J-(l + g'D^g'D ) (cos2g *-1) + e (2*T -,2,. 2 * S2 g R,
1 2
2 2 - 2 2 + 2m0(l+2g D,)0 cos 2g$ + g A *• §2- <£>2 s (5-30)
onde
So =
R, =
E O 17
E O
4 ir
u)2(k) dk ,
-TI (5-31)
K u2(k)
dk
-Tf
O valor de 6E é calculado levando-se em N[H] , que é agora no
o Bamiltoniano que descreve o sistema, o valor do campo clássi
c o • = * e 0= 0. Teremos então s
6En =3dlHl-H no (5-32)
calculado com os campos clássicos. O seu valor será
ÔE = E° (g2D. + g2D0) no xy ' 1 ^ 2 (5-33)
»/
A energia do sôliton (equação 5-5) será então
E = E" s xy i - í - - 2ir
f TT
dk u>,(k) 1
2 ,., ~ w. (k) u)2(k) 1
uib
2
(5-34)
Nos parâmetros do antiferromagneto obtemos
r ir
E = E° s xy 1 -TTS
1
ITS
2(6-b)
(k2+2b)/k2+2S dk +
2 S / b
(5-35)
onde 6 e b são os valores renormalizados como calculados no ca
pítuloft/.
Se desconsideramos as flutuações fora do plano, te
remos um modelo sine-Gordon com a seguinte energia para o sõli
ton:
ES& = E° s xy 1 -
TTS (5-36)
b
0,0005
0,0001
0,003
0,005
0,008
0,009
A
0,11
0,11
0,12
0,14
0,14
0,17
TABELA 51 - Cooreção quãntica para a energia do sôliton
88
A tabela 5-1 mostra o valor da correção quantica
para 6 = 0,01 (valor do TMMC) e b variando de 0,0005 a 0,009,
sendo A definido de maneira que E = E (1 - A) . Observe
que a medida que b se aproxima de 6 , aumenta-se a correção
quantica da massa do sôliton, e para b << ô o resultado se a-
proxima do resultado do modelo de sine-Gordon, equação (5-36),
que ê A =0,11
5.4 - Efeito da temperatura nas correções quânticas
Os efeitos quânticos também modificam as proprieda
des termodinâmicas do antiferromagneto.
Para estudar este efeito partimos do potencial ter
modinâmico para o sôliton dado por
" ^ = E C l + Ã M - A M + 6E no b (5-37)
, - 1 . onde Ecl é a e n e r g i a c l á s s i c a do s ô l i t o n , I"t = 6 ln^2senh
sendo <*> a e n e r g i a do e s t a d o l i g a d o (equação 5 - 2 2 ) , e
|3(*
* M -e " 1 ,z ln< 2senh k
PCi (k) /
'+ 6 - 1 i ta< 2senh £G>2(k)
>/
(5-38)
vy
n„ = B"1 E In q
< 2senh F (j\(q)
B"1 2 In q
2senh 'Boijíq) -5
(5-39)
Acima ilM e ü M são os potenciais termodinâmicos para os mãgnons
(ou pequenas oscilações) com e sem o sõliton respectivamente, e
ÔE é o termo de ordenamento normal definido em (5-33). no
Seguindo um procedimento similar ao da seção ante
rior onde transformamos as somatórias em integrais, obtemos
2 cxE
A = E - -5-° s s TTBY
dk _6ul _ÍJü>2
ln(l-e ) + In (1-e ) u_ (u> + vkj
Bwv ,-1 + B In (1 - e ) . (5-40)
Podemos definir uma massa térmica para o soliton ,
que pode ser calculada como
E =Jl - T s s
d s dT
8ils - • " . • ' [ n ] (5-41)
Utilizando a equação (5-40) temos que
T 2 a E o S S 7TY
2 .ir
dk
b
u)-,n(u).)+ o>2 ntojj) + ubn(ü)b) , (5-42)
onde n(<»y<) = ( 3 ^-1) . Observe que para T = 0 temos E g = E g.
90
5.5 - Densidade de sõlitons
Para T = 0 a energia de um sóliton em movimento
é dado pela transformação de Lorentz (c = E ):
V v> =Es ( 1 - ^ > " 2 =Es ( 1 + ^ > (5^3)
Para temperaturas finitas isto não é necessaria
mente verdade pois os mágnons térmicos estabelecem um sistema
preferencial (i.e., v = 0). Aqui seguiremos Mikeska e Frahm
escrevendo para o potencial termodinâmico de um sóliton movendo
-se com velocidade v, a seguinte expressão:
Bils(v) = 0Eg(v) + Z (T) (5-<ft)
com
2a E' I(T) dk
_Bw -Bw lT)(l-e 1) + ln(l-e 2)
(JÜ-
-Bw + ln(l - e b) . (5-45)
Usamos os desvios de fase e as freqüências dos mágnons em
v = 0, embora elas pudessem ser calculadas para v ? 0 usando
a transformação de Lorentz. A diferença é de ordem superior
em E°/T. s
A probabilidade de encontrar um sóliton com velo-
91
cidade v é dado por
ng(v) = e -pJVv)
(5-46)
no limite do gás de solitons diluído. A probabilidade total de
encontrarmos um sóliton (i.e. a densidade de solitons) é então
dada por
S 2TT dp ng (v)
Das equações (5-49), (5-^5) e (5-?í») obtemos
(5-47)
» . = * dp exp -6E° ( 1 - 4 4 >2 Z (T) (5-48)
que pode ser escrita como
-
s - e MT) *s
c 1 TT exp[-BE°( 1 + x 2 ) 2 ] dx. (5-49)
A integral pode ser calculada dando
- £(T) n s - - r < 6 E s [ K o ( B v - K i ( B E s ) ] + K i ( B S «» r e > (5-S0)
onde K e k. são funções de Bessel modificadas. No limite não
relativístico (B E° >>1) a equação (5-50) fica
í n- =
_ IB E^ + E(T)J
e
m (5-51)
92
Para altas temperaturas T >> w.. e T >><*>_, podemos tomar
1 - e = Bua em (5-^5) e ficamos com o limite clássico:
2 2a E *- t
rcl(T, = - 2 - < dk
rin(|A;1a).
Levando (5-5Z) em (5-51) obtemos
+ lnBiDv.
(5-52)
n =, s
2*8
exp[- BE° - Zcl(T)] (5-53)
que é o resultado calculado no capítulo]H.
_ &u>i Para temperaturas baixas (T <<w,), tomando
(1 - ê ) 0 tal que Z(T) = 0, a equação (5-51) fica sen
do:
n = s
2 TTB
. BE,
Í5-5D
5.6 - Conclusão
Calculamos a correção quãntica da massa do sóliton
em temperaturas nula e diferente de zero, para o antiferromag-
neto com duas anisotropias. Para temperatura nula chegamos à
conclusão que as flutuações fora do plano aumentam a correção
quãntica como calculada na aproximação de sine-Gordon, e que
para b < < 6 temos correção idêntica ao modelo planar. A maior
correção vem da renormalizaçao dos parâmetros do Hamiltoniano.
93
O cálculo do potencial termodinâmico quântico foi
feito na seção 5-4, e a densidade de solitons concorda com o re
sultado da mecânica estatística clássica, se a energia do soli-
ton na teoria clássica é substituída pela energia renormalizada
encontrada na seção 5-3.
94
CAPITULO VI
Energia do Sóiiton no Ferromagneto
Quântico com duas Anisotropias
1. Introdução
Neste capítulo iremos estudar as correções quãnti-
cas para a energia do sóliton em uni ferromagneto unidimensional
com plano fácil, descrito pelo seguinte Hamiltoniano
H =-2j2Is*, .~s + A 2 L ( S * ) 2 + B Z Z ( S * ) 2 . (6-1) n n n+l n n n n
Na aproximação c l á s s i c a e continua as equações de
movimento do Hamiltoniano (6-1) são dadas por (A6'35'Zf7)
^ | = c o s © ^ - | - 2 s e n e ( | | ) ( | f ) - cosesen4>cos<|> , (6-2)
| ^ = ( c o s © ) ' 1 ^ _ | . í ( | f ) 2 - | + s e n ^ l s e n © , (6-3) Q7.
com soluções
c o s 0 g = Í c o s $0 + sen $Q tanh t u ( z - v t ) ] l , (6-4)
c o s ^ s = t a n h [ u ( z - v t ) ] / c o s d , (6-5)
95
onde j
u = (1 + Xsen2* ) 2 , (6-6)
e X = A/ -i . Nós parametrizamos o vetor de spin como
S - S (cos*cos^ , cos0sen^ , sen©), onde 6 e • são os ângu
los dos vetores de spin clássicos em coordenadas esféricas, e
A é uma constante.
A mecância estatística clássica do Hamiltoniano
(6-1) foi estudada em detalhes por Sasaki(33) e Etrich e Mike£
ka . Aqui iremos estudar os aspectos quãnticos da energia das
excitações tipo sóliton, usando o método semiclássico de
Dashen, Hasslacher, e Neveu( . Vamos seguir de perto o traba-
lho de Mikeska , que estudou o ferromagneto unidimensional
com plano fácil com campo magneto externo.
Na seção 2 vamos aplicar a aproximação semiclássi-
ca ao Hamiltoniano (6-1) e obter a correção do modelo planar ,
feita pelas flutuações fora do plano, em ordem J/A (B«A). Ire
mos calcular também a correção da energia do sóliton a tempera
tura zero (T=0). Na seção 3 estudaremos a mecânica estatísti
ca quântica do nosso modelo.
2 . Formalismo semiclássico para T = 0
Usando a representação de operadores de Villain
(veja cap.]V)
96
s ; = c * 0 [ i2 - s* <s2 + 1 ) ] ^
Jn = ^2 " Sl ( Sn + "l^
(6-7)
com S = S(S+1), e fazendo uso das seguintes aproximações ('*> :
a) desenvolvendo o Hamiltoniano na constante de cede a e man
tendo apenas termos finitos no limite a —• 0 (aproximação contí
nua);
b) desenvolvendo em S/S e mantendo apenas termos até segunda
ordem (aproximação planar ou XY) ;
c) desenvolvendo em S e mantendo termos até segunda ordem (a
próximação semi-clássica), podemos escrever o Hamiltoniano
(6-1) como:
H=-2JS2N + 2JS2 ( dz ( a 2 .> i*) 2 +
2§2 ,3sV S2T
* faz 2 <*z'
B
S! + _A_ <S 2) 2 + _B_
g 2J -2 + 2J sen
4JS2
2 < * .
sen($)Szsen ($) S2 + S2 sen($)Szsen($) )
(6-8)
Para calcular a correção quântica da energia do só
liton para o hamiltoniano (6-1), devemos notar que (6-1) é d£
finido na rede discreta, e portanto a sua versão contínua tem
um corte natural no momentum A = lT/a. Seguindo Mikeska <5) po
demos mapear a equação (6-8) diretamente na seguinte teoria de
campo:
97
"í g 2* (S , 2 i r ~ ~fj <sen^>^sen(gt)ir+Tsen(gt)Tsen(g*))] I ,
onde
(6-9)
I ?- = 9(x)2ir ; *=gi ) ; x = z/a, (6-10) s A
1
92 - <§> i ' Eo = 2ji2 ' (6.11)
rf(X>' 1f(x')] • i S (x-x«). (6-12)
No limite h—%00, o último termo em (6-9) pode ser desprezado e
obtemos o Hamiltoniano de sine-Gordon.
De (6-9) obtemos as equações de movimento clássi
cas do Hamiltoniano
g - Eo92{ir - u \0 • ,2ir ig»2 • ^ ( r f n j j , .6-13)
«H 3 • ^ -«"» -f^gfr^B1 • 22 . E „*í Ü? ">t O
- m2g2lT sen(g?)cos(çrf»)l 1 , (6-14)
onde X = J/A e m2 = B/J.
Vamos agora calcular a energia da solução do sõli
ton estático das equações (6-13)e (6-14) para **C pequeno. Para
» = 0 temos a teoria de sine-Gordon. O sõliton s& estático
continua a ser uma solução exata de (6-13) e (6-14), com
*^s " | tg"1 [exp(mx)] , (6-15)
tT = 0, (6-16)
, 8mE E c l = s
mE _ j-2 » 4Í2 \JJB . (6-17)
Como vimos no capítulo V, para calcularmos a cor
reção quântica devemos antes estudar o comportamento das pequ£
nas oscilações na presença de um sõliton estático "^ (x). Con
siderando
• - ^ s • <P , V - Hs • »l , (6-18)
subs t i t u indo nas equações (6-13) e (6-14) e l i nea r i zando em
e temos
I 2 Í = _ >( l k + m2Y|l-2sech2inxJ«n • (l-m2Y)"l , (6-19) c »* }x 2
I £ L . 2?4 - m 2 ^ [i-2sech2mx] , (6-20) c " 7 t > x 2
99
2 onde c = E a o
As soluções de (6-19) e (6-20) sio bem conheci
das(w). Existe uma solução de estado ligado com freqüência ze
ro, relacionada com a invariância translacional que é
"itX't) = D sech(mx) (6-21)
ip(x,t) « [E + D(bct)] sech(mx)
onde D e E são constantes. Os estados restantes são contínuos
V~~~~2 2 J""1 (m +k )(1+Vk ) e desvio de fase a£
sintótico
Á(K) = 2 tg"1 <£) , (6-22)
com soluções
«lkC*,t> = £k(«) lPMt ' (6~23)
c? k (x , t ) = gk(mx) e " 3 ^ ^ '
onde fk(mx) = [Jj + i t a n h ( m x ) ] e
l K X » (6-24)
9k(mx) = £ fk(mx) , (6-25)
Como discutimos antes para as correções quânticas,
devemos ter muito cuidado para contar corretamente os estados
e subtrair a energia do vácuo para cada estado. Nós calculamos
a diferença entre o estado fundamental do vácuo normal, e o es
tado fundamental do sistema com o sóliton. Na ausência de sõli_
tons, a energia do vácuo vem dos estados contínuos (mágnons) .
Quando o sóliton é introduzido, o primeiro estado contínuo de
saparece para se tornar um estado ligado com freqüência zero
(modo translacional do sóliton). A contribuição deste estado
para a energia do sóliton será então
Eb = I ( 0 -^(^=0)) (6-27)
A contribuição dos outros estados, que continuam a ser contí
nuos na presença do sóliotn, será
;cont=I £ 1 (^qn)-U)(kn)), (6-28) E
onde q é o número de onda do modo n do estado contínuo na n
presença do sóliton e ]< é o número de onda do estado de vácuo.
Numa caixa Deriódica de comprimento L, q e \ estão relaciona n n ~~
dos pela condições de contorno periódica
Lqn + (qn) - 2n «KnL. (6-29)
Da eq (6-29) oLuemos
u ) ( q , =u)<K) -AJÜLL ^
101
No l im i t e a soma em (6-28) se torna uma i n t e g r a l . In tegran
do por p a r t e s , adicionando (6-27) e fazendo algumas manipula
ções encontramos
W(q)||dq |. (6-30)
(42)
Seguindo Dashen et ai , a energia do soliton na a-
proximação semi-clássica pode ser escrita como
Es = K1 + * Ezp + * Eno' (6"31)
$E é a diferença das flutuações de ponto zero como calcula
das em (6-30), e £E é a diferença da energia vinda do orde
namento normal do Hamiltoniano (6-9). 0 ordenamento normal evi
ta as divergências ultravioletas que vem dos termos de um "loop"
nos diagramas de Feynman, e o seu efeito é renormalizar os pa
râmetros do Hamiltoniano(z>8) (isto é, os parâmetros reais são
substituídos pelos parâmetros experimentais como os obtidos em
uma experiência de EPR, por exemplo).
2 0 ordenamento normal de (6-9) em ordem g sera
N[H]= E o g 2 j d x U [ l + g 2 U í 7 2 > ] < | | ) 2 + l [ i + g 2Y<( | f ) 2 ) ] l I 2 -
2 2 _ 2» [1+ 2g2/<92>]cos(2gt) + " * ^ (2g2<1I2>)sen2 (g<P) +
4gz 4gz
+ V < I < Ü ) 2 - b 2 ^ ) 2 7 ' 4 <sen(g*)l7sen(g1»)ir+
+1Tsen(g1')tfsen<çtf) - 2 g 2 f l 2 ^ 2 > ) ] \ . (6-32)
J.02
Agora obtemos $ E inserindo as soluções clássicas (6-15) e
(6-16) em N[H]-H, e subtraindo a contribuição do estado funda
mental :
+ Yg2<*2>] (l-cos2g?sA , (6-33)
ou
SEnn = E a 2 2m [<*2> + Y<V2» . (6-34) no o
Os valores esperados são
<•*> " T E ¥ < "Ri > • <6-35'
<ff2> - -k ¥ <V • (6-36»
onde
2 2 — = [m + * ] 2 . (6-37) ^ K = l — k
Finalmente a energia do sóliton na aproximação se-
mi-clássica é dado por
Es = E^1 (1-A) (6-38)
onde
103
t-&*7{* - r « ^ 4 - , * } . u-3„
A figura 6.1 mostra A como função da anisotropia B,
para dois valores de A. Note que a presença das flutuações fo
ra do plano diminuem a correção quântica da energia, e para
B/j-*0 obtemos o resultado do modelo de sine-Gordon (planar).
A correção quântica para a energia do sóliton na
fig. 6.1 é pequena porque nós usamos os parâmetros renormaliza
dos (como os obtidos de valores experimentais). Se usarmos os
parâmetros reais podemos mostrar, como foi feito por Mikeska
que, as correções vindas do ordenamento normal não irão ocor
rer. A correção quântica irá consistir apenas do termo de flu
tuação de ponto zero, e a energia do sóliton será dada por
E = E c l + ÍE ou E c l (1-i') com 4'=+ g , + q24.V2>. Por S S Zp, S £ '
exemplo, para A/_ = 0,2 e B,j = 0,05 obtemos
A' = 0,76,
que é uma correção muito grande.
cl Observe também que a energia do sóliton E na eq.
(6-38) é o valor renormalizado, e em termos da energia real e-
la pode ser escrita usando (6-32), como
Ecl = Ebare (1 _ g 2 < ^ . q2i<a?) ) . (6-40)
104
3 - Temperatura Finita
Para calcular a termodinâmica do Hamiltoniano (6-1)
na aproximação semi-clássica, seguimos o mesmo procedimento do
capítulo V, isto é, começamos com o potencial termodinâmico no
setor do sõliton dado por
,C1 ,_t . „-lf V „ ,„ ^ V Sls(v) = E ^ (v) + (b'M ^ [ln(2senh'--y"T1-- ) -
- InUsenh — - y ^ )] - ln(2senh^^-)] + éEnQ(/i) , (6-41)
onde nos já subtraímos o potencial termodinâmico do setor dos
cl magnons, e E (v) e a energia <
limite de sine-Gordon (Y=0):
cl -magnons, e E (v) e a energia clássica do soliton calculado no
E^ív) = E^1 (1- v2/c2) 2 . (6-42) 5 5
cl O termo de ordenamento normal SE (ft) e E sao os mesmos cal no s —
culados antes nas equações (6-34) e (6-49), mas agora os valo
res esperados são dependentes da temperatura:
<*2>/> " I Ç ST [1 + 2n (k)], (6-43)
onde n(k) = (Ê W(k)- l)"1-
105
(28)
Como no trabalho de Currie et ai , nós usamos o
desvio de fase para o sóiiton estático. Seguindo então um pro
cedimento semelhante ao usado na seção 2, obtemos
ils(v) = Ef (v) - Bj1 A + _L. Ç ma.*"»*, 5 % l dk • f(ft).
(6-45)
onde A foi definido em (6-38), A(k) ê o desvio de fase, e
A
(k)dk] . (6-46)
o
Em temperaturas finitas, podemos extrair aenergia
do sóliton deJl^ por
Es • -*. - «TH 8» • «6-47>
Então das equações (6-45) e (6-46) temos
E = EC
s s i r1 „2v fA
(vJ-E^lA - 2__i_ \ «K. k n(k) dk]. (6-48)
No limite de sine-Gordon (Y=0), este resultado concorda com o
de Maki^3).
Como vimos no capítulo V, a densidade de sólitons
no limite de gás diluido é dado por
ns = Tf") dp ns ( v ) ' (6"49)
106
onde n (v) e s
n Iv) = e _ r i J l í í v ) (6-50)
Partindo das equações (6-42) , (6-45) e (6-49) obtemos
n s = k \ d p e xPÍ"^Es<1 + P 2 C 2 / ( E ° ) 2 , 2 ~*3 ' ( 6 " 5 1 )
onde E° = E^ÍO) , e
= - / J E f ü + A f l n ( l - e f t U ) ( k ) ) §£ dk + / i f ( / i ) . (6-52)
A i n t e g r a l (6-51) pode ser e s c r i t a como 1
-* Es 1 (°° -^Ej(l+x2)2
ns = e 7 JJo e dx- (6-53)
(29)
Esta integral pode ser calculada extamente dando
E° 1 2-ns - - % { K [ko^Es> - ki^)l + *1<K>J« ' <6"54>
onde K e K, são funções de Bessel modificadas.
No limite não-relativístico (ftE°y)l) a equação
(6-54) se torna
s*t f+e ] nB = \ f ^ , H ^ ? • <6"55'
107
2 No limite clássico de (6-55) (g-*0, ou 5"*°°) # a densidade de
sólitons pode ser escrita como
"S1 - n f (1 + \ ff > ' (6"56)
st -onde n_ e a densidade de sólitons no limite de sine-Gordon .
IB
Este resutlado concorda até ordem W— , com o encontrado por
Sasaki*33' v.sando o método de matriz de transferência.
4 - Conclusões
Os resultados da seção 2 mostram que usando os pa
rametros renormalizados (como os encontrados pelo ordenamento
normal do Hamiltoniano), a correção quântica da energia do só
litons será pequena. O efeito das flutuações fora do plano é
diminuir a correção quântica.
Mostramos também que para o cálculo da densidade
de sólitons, a correção das flutuações fora do plano para a me
cânica estatística clássica é mais importante do que a corre
ção feita pela solução sóliton fora do plano. Podemos então no
limite B£<A usar a solução dinâmica do sóliton do modelo pia-
B" nar, e o resultado sera exato ate ordem
A
109
Conclusões Gerais
O nosso objetivo neste trabalho foi estudar siste
mas magnéticos unidimensionais como o TMMC, do ponto de vista
da Teoria de Campo. A adequação das várias aproximações então
utilizadas no estudo destes sistemas, como a aproximação do
contínuo e a aproximação clássica, pode então ser verificada.
O efeito da rede discreta para o TMMC calculado
no capitulo II é desprezível na faixa de temperaturas e cam
pos magnéticos utilizados nas experiências. Este efeito no en
tanto, é maior do que o provocado pelo movimento dos sólitons
fora do plano fácil como calculado na aproximação de pequenas
velocidades.
As propriedades termodinâmicas do antiferromagne-
to com duas anisotropias como calculadas pelo método da ma
triz de transferência, podem ser reproduzidas por uma teoria
fenomenológica usando mágnons,sólitons e interação entre e-
les. 0 capítulo III mostrou ainda que as flutuações fora do
plano fácil são as responsáveis pela primeira correção na den
sidade de sólitons calculada utilizando a aproximação planar.
Os efeitos quânticos calculados nos capítulos IV,
V, e VI são grandes para os mágnons. Mas para os sólitons e-
les são pequenos desde que os valores das anisotropias sejam
renormalizados. Como o caso do antiferromagneto com campo
magnético externo não pode ser resolvido, as conclusões ante
riores sobre a correção quãntica do sóliton talvez não sejam
válidas neste caso. Existem, no entanto, evidências de que es_
ta correção deve ser pequena para o TMMC com campo, como mos
traremos abaixo,
Como conseqüência dos inúmeros trabalhos feitos
sobre excitações não lineares em sistemas magnéticos unidimen
sionais, e em particular sobre o TMMC, o papel dos sólitons no
comportamento deste composto está agora bem entendido. Entre
estes trabalhos, gostaríamos de salientar os realizados por Ma li») ti»
ria Elisabeth Gouvea e Bismark Vaz da Costa que juntamen
te com o nosso trabalho estudaram um amplo espectro das pro
priedades do sõliton no TMMC.
Vaz da Costa estudou várias das propriedades do
TMMC do ponto de vista numérico estabelecendo a relação de dis
persão para o sólitons neste sistema. Gouvea estudou a termo
dinâmica clássica do TMMC com campo externo considerando as
flutuações fora do plano fácil. A inclusão destas flutuações é
suficiente para se obter um excelente acordo com os resultados
experimentais, sendo esta uma evidência forte do valor despre
zível das correções quânticas para o sõliton neste composto.
Para o TMMC então, o efeito dos sólitons pode ser
bem compreendido a partir de uma teoria clássica que use os va
lores renormalizados para as anisotropias. A inclusão das pe
quenas oscilações fora do plano fácil é essencial, mas todos
os outros efeitos (rede discreta, correção quantica do sóliton,
etc) não precisam ser considerados. Embora o problema do efei
to das pequenas oscilações fora do plano fácil para o TMMC com
campo não tenha sido resolvido ainda,não se espera que isto mo
difique de maneira acentuada a compreensão que temos hoje dos
sólitons neste composto.
Ill
Apêndice Equação de sine-Gordon
Como foi dito nos capítulos anteriores, o Hamilto
niano de um sistema antiferromagnético pode ser mapeado em um
Hamiltoniano de sine-Gordon, que é do tipo
H r. = sG dx4 1 , 3 ^ 2 2 (3Tt) + ± <-g>2 • 2 m 2 s e n 2 ( ^ > (A-l)
onde m é um parâmetro.
Este Hamiltoniano tem a seguinte equação de movi
mento
2 2 — í - -2—i - m sen $ , 3x^ 3t^
(A-2)
queéconhecida como equação de sine-Gordon.
A equação de cine-Gordon tem três tipos de solu
ções (2)-A solução de pequena amplitude obtida pela lineariza-
ção da equação de movimento, a solução sóliton, e a solução
breather.
A solução de pequena amplitude é obtida da equa
ção
Sx^ 3t^ (A-3)
sendo do tipo exp [i (wt-kx)] com
2 - v2 * «2 u = k + m (A-4)
Em um sistema magnético estas soluções descrevem mágnons com
relação de dispersão dada por (A-4).
A solução sóliton da equação (A-2) é facilmente encon
trada, e é
• = 4 tg"1^ exp [i mY (x-ut • xQ)] ^ , (A-5)
2 --com Y = (1-u ) 2 , e os sinais + descrevem o soliton ou o
antisoliton. Esta é uma solução localizada em torno x-ut, com
largura de orden l/mY . Substituindo (A-5) em (A-l) encontra
mos a energia deste sóliton como sendo
E = 8m Y (A-6)
Esta solução representa uma torção dos spins em torno da ca
deia magnética, ligando dois estados de mínimo degenerados em
um sistema magnético unidimensional.
? Q
Figura 1 " Sóliton sine-Cordon CM uma cadeia ferrowagnetica
113
Figura 2 - Sóliton sine-Gordon em uma cadeia antiferromagnética.
Existem também soluções de vários sólitons,e as ca
racterísticas mais importantes destas soluções são: i) sóli-
ton mantém sua forma mesmo depois da colisão com outros sóli
tons, ii) existe uma interação entre dois sólitons dada por
-d e
Vd
, d
, d +0
(A-7)
onde d é a distância entre os sólitons. A interação é repuls_i
va neste caso, mas será atrativa e terá a mesma forma para o
par sóliton-antisóliton. Vemos então que quando dois sólitons
estão bem separados , a interação entre eles é pequena e po
de ser desprezada.
Por últimos temos as soluções de breathers,
tema seguinte forma:
, sen[w Y(t - ux - to ) ] <Mx,t) = 4 tg'x J tgO D
cosh[mYsen0 (x-ut-x ) ]
Ela
(A-8)
114
onde w. = ÜJ cos0 , u> = m, tg0 = (1 wv/u) ) 2 . A solução D O O D o
breather tem energia
E = 16msenG y . (A-9)
Existem dois limites interessantes para esta solução. No linti
te io. + iii , a largura do breather tende para infinito e sua
energia tende para zero, sendo que a solução (A-8) torna-se
uma onda plana. No limite w_+ 0, E-»-2(8mY) que é a energia
de dois solitons, e a solução (A-8) torna-se a solução de um
par sóliton-antisÓliton(19).
Devemos salientar que do ponto de vista clássico
não se conhece o papel dos breathers nos sistemas magnéticos
unidimensionais. Uma descrição completa destes sistemas compa
tível com o método de matriz de transferência, pode ser obti
da considerando-se apenas solitons, mágnons, e interações en
tre estes modos.
Do ponto de vista quântico os breather podem ser
interpretados como estados ligados de mágnons, e são estados
do mesmo setor dos estados de mágnons (51).
115
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