Estudo de um caso concreto truman

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ESTUDO DE UM CASO CONCRETO – o lançamento da bomba atómica sobre Hiroxima No dia 6 de agosto de 1945, os Estados Unidos lançaram uma bomba atómica sobre Hiroxima. O hoje esquecido relatório do representante da Cruz Vermelha, Marcel Junot, descreve assim aquele dia: «Ao fim da tarde, o fogo começou a baixar, e não tardou a extinguir-se. Nada mais havia a queimar. Hiroxima tinha deixado de existir». Morreram imediatamente 140 000 pessoas. A maioria dos mortos eram civis. Vários milhares viriam a morrer posteriormente em virtude das radiações atómicas. Como explicar a decisão do Presidente Harry S. Truman? Tentemos perceber o que ditou tão cruel decisão. Harry Truman, sucessor de Franklin Roosevelt, tinha noção da importância dos números. Apesar dos triunfos americanos no Pacífico, o preço em número de vidas perdidas, dada a mentalidade japonesa de preferir a morte à rendição, tinha sido terrível. Um estudo do seu gabinete estimara que uma guerra convencional poderia durar até 1946, ano de eleições para o Congresso. E quanto mais a guerra durasse mais americanos morreriam e maior o descontentamento popular. Pediu às altas patentes do exército um plano de invasão do Japão acompanhado por uma estimativa das previsíveis baixas. Previsão: 220 000 soldados mortos e 150 mil feridos. Houve quem previsse 500 000 mortos. Os japoneses lutavam encarniçadamente até ao último homem, e a rendição era para os altos comandos militares uma vergonha

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ESTUDO DE UM CASO CONCRETO –

o lançamento da bomba atómica sobre Hiroxima

No dia 6 de agosto de 1945, os Estados Unidos lançaram uma bomba atómica sobre Hiroxima.

O hoje esquecido relatório do representante da Cruz Vermelha, Marcel Junot, descreve assim aquele dia: «Ao fim da tarde, o fogo começou a baixar, e não tardou a extinguir-se. Nada mais havia a queimar. Hiroxima tinha deixado de existir». Morreram imediatamente 140 000 pessoas. A maioria dos mortos eram civis. Vários milhares viriam a morrer posteriormente em virtude das radiações atómicas.

Como explicar a decisão do Presidente Harry S. Truman?

Tentemos perceber o que ditou tão cruel decisão. Harry Truman, sucessor de Franklin Roosevelt, tinha noção da importância dos números. Apesar dos triunfos americanos no Pacífico, o preço em número de vidas perdidas, dada a mentalidade japonesa de preferir a morte à rendição, tinha sido terrível. Um estudo do seu gabinete estimara que uma guerra convencional poderia durar até 1946, ano de eleições para o Congresso. E quanto mais a guerra durasse mais americanos morreriam e maior o descontentamento popular. Pediu às altas patentes do exército um plano de invasão do Japão acompanhado por uma estimativa das previsíveis baixas. Previsão: 220 000 soldados mortos e 150 mil feridos. Houve quem previsse 500 000 mortos. Os japoneses lutavam encarniçadamente até ao último homem, e a rendição era para os altos comandos militares uma vergonha inadmissível. A esperança de Truman era a de que o uso de tão terrível arma pudesse finalmente convencer o Alto-Comando japonês a pedir o cessar-fogo. Já sob pesado bombardeio e bloqueio naval há quase um ano, o Japão recusava teimosamente a aceitar a derrota. Depois de uma segunda bomba atómica lançada sobre Nagasáqui, o Japão rendeu-se sem condições.

Questão:

Consideras que Truman agiu de forma moralmente corretamente?

E segundo a ética deontológica e consequencialista?

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