ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

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1 SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO SMA UNIDADE DE COORDENAÇÃO DO PROJETO DE RECUPERAÇÃO DE MATAS CILIARES UCPRMC ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM ESPÉCIES NATIVAS COMERCIAIS NO ESTADO DE SÃO PAULO Produto 1 Relatório sobre a Caracterização do Mercado, Seleção de Espécies e Macrolocalização Potencial em São Paulo 05 SSP0110 R03 CURITIBA - PR ABRIL / 2011

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SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO – SMA

UNIDADE DE COORDENAÇÃO DO PROJETO DE RECUPERAÇÃO DE MATAS

CILIARES –UCPRMC

ESTUDO DE VIABILIDADE DE

PLANTIO FLORESTAL COM

ESPÉCIES NATIVAS

COMERCIAIS NO ESTADO DE

SÃO PAULO

Produto 1 – Relatório sobre a Caracterização do Mercado, Seleção de

Espécies e Macrolocalização Potencial em São Paulo

05 SSP0110 R03

CURITIBA - PR ABRIL / 2011

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SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO – SMA

UNIDADE DE COORDENAÇÃO DO PROJETO DE RECUPERAÇÃO DE MATAS CILIARES – UCPRMC

ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM ESPÉCIES NATIVAS COMERCIAIS NO ESTADO DE SÃO PAULO

Produto 1 – Relatório sobre a Caracterização do Mercado, Seleção de Espécies e Macrolocalização Potencial em São Paulo

05 SSP0110 R03

CURITIBA – PR

ABRIL/2011

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CONTEÚDO

LISTA DE ANEXOS ........................................................................................................ 6

LISTA DE TABELAS ....................................................................................................... 7

LISTA DE SIGLAS E ACRÔNIMOS ................................................................................ 10

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 14

1.1 Antecedentes ....................................................................................................... 14

1.2 Produto................................................................................................................. 15

2 METODOLOGIA .......................................................................................................... 17

2.1 Abordagem metodológica ..................................................................................... 17

2.2 Abrangência geográfica ........................................................................................ 18

2.3 Mercado ............................................................................................................... 19

2.4 Seleção de espécies ............................................................................................ 20

2.5 Macrolocalização .................................................................................................. 24

3 MERCADO REGIONAL ............................................................................................... 29

3.1Considerações iniciais ........................................................................................... 29

3.2 Produtos Florestais Não Madeireiros - PFNM....................................................... 31

3.2.1Conceitos e principais produtos ..................................................................... 31

3.2.2 Caracterização .............................................................................................. 32

3.2.3 Oferta ............................................................................................................ 37

3.2.4 Demanda ...................................................................................................... 42

3.2.5 Preços .......................................................................................................... 46

3.3 Produtos Florestais Madeireiros - PFM................................................................. 50

3.3.1 Conceito, principais produtos e caracterização ............................................. 50

3.3.2 Informações do mercado regional de são paulo baseadas no sistema DOF . 51

3.3.3 Informações do mercado regional de são paulo baseadas nos levantamentos de campo ...................................................................................................... 59

3.4 Espécies da amazônia legal mais utilizadas em são paulo potencialmente substituíveis por espécies da mata atlântica paulista ........................................... 65

3.5 Exigências e entraves legais ................................................................................ 66

3.6 Outros aspectos ................................................................................................... 71

3.6.1Certificação florestal ...................................................................................... 71

3.6.2 Cadeia produtiva ........................................................................................... 74

4 SELEÇÃO DE ESPÉCIES ........................................................................................... 78

4.1Pré-seleção e caracterização preliminar das espécies com potencial econômico . 78

4.2 Seleção das espécies aptas para a implantação de projetos de exploração econômica ........................................................................................................... 83

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4.2.1Monocultura e plantios mistos ........................................................................ 83

4.2.2 Recomposição de APPS e RLS .................................................................... 93

4.3 Seleção das espécies para a composição dos modelos de manejo e análise econômica e financeira ........................................................................................ 96

4.3.1Monocultura e plantios mistos ........................................................................ 96

4.3.2 Recomposição de APPS ............................................................................... 103

4.3.3 Recomposição de RLS ................................................................................. 107

5 MACROLOCALIZAÇÃO............................................................................................... 116

5.1 Aplicação de critérios de exclusão ........................................................................ 116

5.1.1Bioma cerrado ............................................................................................... 116

5.1.2 Remanescentes de floresta nativa no bioma Mata Atlântica ......................... 117

5.1.3 Unidades de conservação e terras indígenas ............................................... 118

5.1.4 Centros urbanos ........................................................................................... 120

5.2 Áreas prioritárias para plantios de espécies comerciais nativas da Mata Atlântica 120

5.2.1Incremento da conectividade ......................................................................... 121

5.2.2 Densidade da biomassa florestal potencial no Estado de São Paulo ............ 122

5.2.3 Resultado final .............................................................................................. 123

5.3 Mapas complementares ....................................................................................... 124

ANEXOS ......................................................................................................................... 156

Anexo 01 Lista de instituições e empresas visitadas .................................................. 157

Anexo 02 Listas utilizadas para a pré-seleção de espécies vegetais com potencial econômico .................................................................................................. 160

Anexo 03 Potenciais usos madeireiros e não madeireiros das espécies pré-selecionadas .............................................................................................. 169

Anexo 04 Fichas das espécies selecionadas para monocultura e plantios mistos ...... 234

Anexo 05 Anexo da resolução SMA N° 008/08 .......................................................... 336

Anexo 06 Mapas complementares ............................................................................. 337

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LISTA DE ANEXOS

ANEXO 01 LISTA DE INSTITUIÇÕES E EMPRESAS VISITADAS

ANEXO 02 LISTAS UTILIZADAS PARA A PRÉ-SELEÇÃO DE ESPÉCIES VEGETAIS COM POTENCIAL ECONÔMICO

ANEXO 03 POTENCIAIS USOS MADEIREIROS E NÃO MADEIREIROS DAS ESPÉCIES PRÉ-SELECIONADAS

ANEXO 04 FICHAS DAS ESPÉCIES SELECIONADAS PARA MONOCULTURA E PLANTIOS MISTOS

ANEXO 05 ANEXO DA RESOLUÇÃO SMA Nº 008/08

ANEXO 06 MAPAS COMPLEMENTARES

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LISTA DE TABELAS

Tabela 2.01 Classes de Prioridade para os Projetos com Essências Nativas da Mata Atlântica Segundo o Incremento da Conectividade.......................... 26

Tabela 2.02 Classes de Prioridades para os Projetos com Essências Nativas da Mata Atlântica Segundo a Densidade de Biomassa ................................. 26

Tabela 2.03 Classes Finais de Prioridade para as Áreas Disponíveis para a Implantação dos Projetos com Essências Nativas da Mata Atlântica ....... 27

Tabela 3.01 Principais PFNM Considerados no Estudo de Mercado Segundo seus Usos ............................................................................................... 31

Tabela 3.02 Principais Usos do Óleo-Resina de Copaíba Comprovados e Autores ................................................................................................... 36

Tabela 3.03 Evolução Histórica da Produção de Palmito no Brasil e em São Paulo (2004 – 2009) ................................................................................ 38

Tabela 3.04 Importações de Palmito Realizadas por São Paulo em 2009 por Estado de Origem .................................................................................... 38

Tabela 3.05 Comparativo da Evolução das Exportações de Óleo de Pau-Rosa e

Óleo de Eucalipto Realizadas pelo Brasil (1996 – 2010) .......................... 45

Tabela 3.06 Preços Médios Unitários de Compra de Palmito Praticados por São Paulo nas Compras de Produtos Industrializados Provenientes de Outros Estados / Regiões do Brasil (2009)............................................... 47

Tabela 3.07 Preços Atuais (janeiro/11) de Frutos da Aroeira Pimenteira na Cidade de São Paulo ............................................................................... 48

Tabela 3.08 Preços Pagos aos Extrativistas do Baixo São Francisco pelas Empresas Beneficiadoras (R$/kg in natura) ............................................. 48

Tabela 3.09 Preços Atuais (janeiro/11) de Óleo de Copaíba na Cidade de São Paulo (Direto ao Consumidor ................................................................... 49

Tabela 3.10 Principais Produtos Contemplados no Estudo, Caracterização e Principais Dimensões ............................................................................... 51

Tabela 3.11 Produção, Consumo, Importação e Exportação de Produtos Florestais

Madeireiros de Nativas Registrados no Sistema DOF em São Paulo em 2008 .................................................................................................. 52

Tabela 3.12 Principais Espécies de Madeira Serrada Consumida em São Paulo, Proveniente da Amazônia Legal e de Outros Estados da Federação (2008) ...................................................................................................... 53

Tabela 3.13 Síntese das Importações de Produtos Madeireiros de Nativas Realizadas por São Paulo, Segundo o DOF, 2009 ................................... 54

Tabela 3.14 Principais Espécies de Madeira em Tora Importada por São Paulo, Proveniente da Amazônia Legal e de Outros Estados da Federação (2009) ...................................................................................................... 55

Tabela 3.15 Principais Espécies de Madeira Serrada Importada por São Paulo, Proveniente da Amazônia Legal e de Outros Estados da Federação (2009) ...................................................................................................... 56

Tabela 3.16 Principais Subprodutos de Madeira Serrada Importada por São Paulo, Proveniente da Amazônia Legal e de Outros Estados da Federação ................................................................................................ 57

Tabela 3.17 Preços Unitários de Madeira em Tora Importada por São Paulo, Proveniente da Amazônia Legal e de Outros Estados da Federação (2009) ...................................................................................................... 58

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Tabela 3.18 Preços Unitários de Madeira Serrada Importada por São Paulo, Proveniente da Amazônia Legal e de Outros Estados da Federação

(2009) ..................................................................................................... 58

Tabela 3.19 Principais Produtos e Dimensões de Madeira Serrada Tropical Demandada em São Paulo ...................................................................... 60

Tabela 3.20 Principais Players Demandantes de Madeira Tropical e Localização em São Paulo .......................................................................................... 60

Tabela 3.21 Principais Espécies de Madeira Tropical Comercializadas em São Paulo com Base nos Levantamentos de Campo por Empresa ................. 61

Tabela 3.22 Principais Espécies de Madeira Tropical Nativas do Brasil Comercializadas em São Paulo com Base nos Levantamentos de Campo ..................................................................................................... 62

Tabela 3.23 Volumes de Madeira Tropical Comercializados em São Paulo ................. 63

Tabela 3.24 Preços de Revenda de Madeira Serrada Verificados em Estado de São Paulo ................................................................................................ 64

Tabela 3.25 Principais Espécies Nativas Tropicais da Amazônia Legal Utilizadas no Mercado de São Paulo e Potencial Substituta Ocorrente na Mata Atlântica Paulista ..................................................................................... 65

Tabela 3.26 Principais Exigências e Entraves Legais Identificados ............................. 69

Tabela 4.01 Caracterização das Espécies Pré-Selecionadas ...................................... 71

Tabela 4.02 Aplicação de Critérios para Verificação das Espécies Aptas para Monocultura e Plantios Mistos.................................................................. 84

Tabela 4.03 Lista de Espécies Aptas para Monocultura e Plantios Mistos ................... 89

Tabela 4.04 Caracterização Detalhada das Espécies Selecionadas para Monocultura e Plantios Mistos.................................................................. 91

Tabela 4.05 Resultado da Aplicação do Critério de Aptidão das Espécies para Recomposição de APPs e RLs................................................................. 93

Tabela 4.06 Exemplos de Espécies Substitutivas para Recomposição de APPs e RLs, por Tipologia Vegetal da Mata Atlântica e Região de Ocorrência de São Paulo ......................................................................... 94

Tabela 4.07 Seleção das Espécies para Composição dos Modelos de Manejo e Análise Econômica e Financeira– Monocultura e Plantios Mistos ............ 98

Tabela 4.08 Espécies Selecionadas: Monocultura ....................................................... 101

Tabela 4.09 Espécies Selecionadas: Plantios Mistos ................................................. 103

Tabela 4.10 Seleção das Espécies para a Composição dos Modelos de Manejo e Análise Econômica e Financeira – Recomposição de APPs ................ 104

Tabela 4.11 Seleção Final de Espécies para a Composição de Modelos e Cenários para Recomposição APPs, por Tipologia Vegetal ...................... 107

Tabela 4.12 Seleção das Espécies para a Composição dos Modelos de Manejo e Análise Econômica e Financeira – Recomposição de RLs ................... 108

Tabela 4.13 Aplicação de Critérios Complementares para a as Espécies Selecionadas para Recomposição de RLs ............................................... 112

Tabela 4.14 Seleção Final de Espécies e Elementos a Serem Considerados na Composição de Modelos e Cenários para Recomposição RLs ................ 114

Tabela 5.01 Preços de Terra por Macrorregião (R$/ha) ............................................... 125

Tabela 5.02 Critérios de Classificação de Terras Prioritárias ....................................... 125

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.01 Abordagem Geral do Estudo ........................................................................ 17

Figura 2.02 Bioma Mata Atlântica no estado de São Paulo e suas Tipologias Florestais ..................................................................................................... 19

Figura 2.03 Abordagem Metodológica para a Seleção de Espécies ............................... 24

Figura 3.01 Evolução Histórica da Produção de Óleo de Copaíba no Brasil (2004 – 2009) ..................................................................................................... 41

Figura 3.02 Evolução das Exportações de Pimenta Rosa da Indústria Capixaba Agrorosa (2000 – 2007) ............................................................................ 44

Figura 3.03 Evolução Histórica dos Preços de Palmito ao Consumidor (2009 e 2010) ........................................................................................................ 47

Figura 3.04 Valores Unitários Obtidos nas Exportações Brasileiras de Óleo de Pau-Rosa (US$/kg FOB)........................................................................... 50

Figura 3.05 Etapas Envolvidas no Processo de Certificação do Manejo Florestal ....... 72

Figura 3.06 Área Certificada pelo FSC no Brasil, por Tipo de Floresta ........................ 73

Figura 3.07 Área Certificada pelo FSC no Brasil, por Tipo de Manejo Florestal ........... 74

Figura 3.08 Fluxo da Cadeia Produtiva dos Produtos Florestais Madeireiros e Não Madeireiros ....................................................................................... 75

Figura 5.01 Área de Ocorrência Original do Bioma Cerrado no Estado de São Paulo ....................................................................................................... 117

Figura 5.02 Remanescentes de Floresta Nativa do Bioma Mata Atlântica no Estado de São Paulo ............................................................................... 118

Figura 5.03 Unidades de Conservação e Terras Indígenas no Estado de São Paulo ....................................................................................................... 119

Figura 5.04 Centros Urbanos no Estado de São Paulo ............................................... 120

Figura 5.05 Áreas Prioritárias para o Incremento da Conectividade no Estado de São Paulo ................................................................................................ 122

Figura 5.06 Densidade de Biomassa Florestal Potencial ............................................ 123

Figura 5.07 Resultado Final: Áreas Prioritárias para Plantios de Espécies Comerciais Nativas da Mata Atlântica em São Paulo ............................... 124

Figura 5.08 Áreas Prioritárias para a Implantação do Projeto X Macrorregiões do Estado de São Paulo por Classes de Preços de Terras ...................... 126

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LISTA DE SIGLAS E ACRÔNIMOS

Cm Centímetros

DA Densidade

FO Floresta Ombrófila

FES Floresta Estacional Semidecidual

FOB Free On Board

g/cm³ Gramas por centímetros cúbicos

Ha Hectare

Kg Kilos

Km² Kilômetros quadrados

M³ Metros cúbicos

Mdc Metros de carvão

Ml Mililitros

N° Número

R$ Reais

spp. Espécie

st. Estéreo

US$ Dólares

t Tonelada

ABRAF Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas

AKARUI Associação para Cultura, Cidadania e Meio Ambiente

AM Amazonas

APP(s) Área(s) de Preservação Permanente

DEPRN Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais

DOF Documento de Origem Florestal

CADMADEIRA Cadastro Estadual das Pessoas Jurídicas que Comercializam Produtos e Subprodutos de Origem Nativa da Flora Brasileira

CBRN Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais

CITES Convention on International Trade in Endangered Species

EIA/RIMA Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

ESALQ/LERF Escola Superior de Agricultura/ Laboratório de Ecologia e Restauração

Florestal da Universidade de São Paulo

GEF Global Environment Facility

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

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IBDF Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal

IEA Instituto de Economia Agrícola

IEMI Instituto de Estudos e Marketing Industrial Ltda.

IF Instituto Florestal

IMAZON Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia

IN Instrução Normativa

INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

INPA Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

IPEF Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais

IPEMA Instituto de Permacultura e Ecovilas da Mata Atlântica

IPT/SP Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

IUCN International Union for Conservation of Nature

MDIC Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

MEA Massa Específica Aparente

MEB Massa Específica Básica

MMA Ministério do Meio Ambiente

MT Mato Grosso

NMC Nomenclatura do Mercado Comum

OIMT Organização Internacional de Madeiras Tropicais

PA Pará

PEFC Programme for the Endorsement of Forest Certification Schemes

PESM Parque Estadual da Serra do Mar

PI Piauí

PR Paraná

PRMC Projeto de Recuperação de Matas Ciliares no Estado de São Paulo

PSA Pagamento por Serviços Ambientais

RL(s) Reserva(s) Legais

RPPN Reservas Particulares do Patrimônio Natural

PFM Produtos Florestais Madeireiros

PFNM Produtos Florestais Não Madeireiros

PMFS Plano de Manejo Florestal Sustentável

SECEX Serviço de Comércio Exterior

SC Santa Catarina

SCDB Secretary of the Convention on biological Diversity

SP São Paulo

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SMA Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo

TI Terras Indígenas

TIPI Tabela do Imposto sobre Produtos Industrializados

TNC The Nature Conservancy

UC (´s) Unidade(s) de Conservação

UCPRMC Unidade de Coordenação do Projeto de Recuperação de Matas Ciliares

UFRRJ Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

UNITAU Universidade de Taubaté

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1 – INTRODUÇÃO

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1 – INTRODUÇÃO

1.1 – Antecedentes

Baseado nos últimos dados publicados, o estado de São Paulo possui aproximadamente 3,45 milhões de hectares cobertos com vegetação nativa, representando cerca de 14% da área total do estado (SMA/IF 2005).

O processo de fragmentação dos remanescentes na maior parte do estado ainda persiste, de forma que extensas áreas encontram-se praticamente desprovidas de vegetação nativa, apresentando fragmentos remanescentes isolados na paisagem. O isolamento dos remanescentes florestais tem se constituído em uma ameaça real à estrutura, funções e estabilidade dos ambientes naturais, em especial da Mata Atlântica.

Neste contexto, é notadamente grave a situação das áreas ciliares, que em sua maioria encontram-se desmatadas e degradadas. A reversão desta situação, com a restauração florestal em áreas ciliares, possibilitaria a criação de uma extensa rede de corredores que contribuiria para aumentar a conectividade entre os fragmentos de vegetação remanescente, apoiando a conservação da biodiversidade, e para a proteção dos recursos hídricos e do solo.

Sendo assim, o Projeto de Recuperação de Matas Ciliares no Estado de São Paulo (PRMC), uma iniciativa da Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo (SMA) com financiamento do Global Environment Facility (GEF), tendo como agência implementadora o

Banco Mundial, tem como objetivo central desenvolver instrumentos, metodologias e estratégias que viabilizem a recuperação de matas ciliares em larga escala. O projeto tem prazo de implantação de quatro anos (iniciado em 2005), podendo ser estendido até 2011, e sua estrutura compreende cinco componentes: (i) desenvolvimento de políticas (PSA); (ii) apoio à restauração sustentável de florestas ciliares; (iii) investimentos em práticas de uso sustentável do solo e restauração florestal; (iv) capacitação, educação ambiental e treinamento; e (v) gestão, monitoramento, avaliação e disseminação de informações.

No âmbito do PRMC, uma das atividades previstas é a execução de serviços de consultoria para estudos de viabilidade de plantio florestal com espécies nativas comerciais no Estado de São Paulo. A STCP Engenharia de Projetos Ltda. foi selecionada dentre as empresas que manifestaram interesse em executar os serviços em apreço, tendo sido convidada através do Ofício UCPRMC n° 20/2010 a apresentar proposta técnica e financeira com vistas ao fornecimento dos serviços descritos nos Termos de Referência n° 14/2010, anexo ao Ofício supracitado.

Como resultado do contato mantido, foi solicitada à STCP a apresentação de uma proposta para a realização dos serviços necessários à consecução do referido estudo, a qual é intitulada por “Estudo de Viabilidade de Plantio Florestal com Espécies Nativas Comerciais no Estado de São Paulo”.

Após aprovação da proposta deu-se início às atividades de contratação com a elaboração, pela STCP, do Plano de Trabalho, o qual foi enviado à SMA em 23/11/10.

Aprovado o Plano de Trabalho, os levantamentos de campo foram iniciados, seguidos da compilação dos dados colhidos e da elaboração do Produto 1.

O Produto 1 – Relatório sobre a Caracterização do Mercado, Seleção de Espécies e Macrolocalização Potencial em São Paulo, inclui a metodologia adotada no

estudo, o diagnóstico das principais informações primárias e secundárias coletadas e os resultados obtidos.

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1.2 – Produto

O presente documento é o Produto 1 – Relatório sobre a Caracterização do Mercado, Seleção de Espécies e Macrolocalização Potencial em São Paulo, revisado (R03).

Após a primeira versão do documento ser submetida à consideração da SMA, em 31 de janeiro de 2011, foram efetuadas análises internas (SMA/SP) e externas por parceiros da SMA/SP (TNC e outros), em que surgiram valiosas contribuições ao documento. Tais contribuições foram discutidas e validadas em uma reunião técnica realizada em 22/02/2011 na sede da STCP em Curitiba/PR, presentes representantes da SMA/SP e da TNC. As contribuições validadas com a STCP foram incorporadas ao produto, resultando no documento (R02). Após essa revisão, foram ainda solicitados ajustes finais, os quais resultaram no presente documento (R03).

A estrutura básica do relatório não foi alterada, onde estão incluídos os seguintes capítulos:

– Capítulo 1 – Introdução – Apresenta os antecedentes do projeto e o conteúdo

do produto contratado;

– Capítulo 2 – Metodologia – Inclui a abrangência do estudo, as fontes de

informações utilizadas e a abordagem metodológica utilizada em cada um dos capítulos subseqüentes - mercado regional, seleção de espécies e macrolocalização;

– Capítulo 3 – Mercado Regional – Apresenta a caracterização do mercado

regional de São Paulo, bem como as principais exigências e entraves legais existentes no plano federal e estadual para a exploração econômica de espécies nativas da Mata Atlântica, além de outros aspectos considerados relevantes, relacionados à certificação e cadeia produtiva;

– Capítulo 4 – Seleção de Espécies – Apresenta os critérios utilizados para a

seleção de espécies, destacando as espécies pré-selecionadas com potencial econômico; as aptas para os plantios florestais na Mata Atlântica, de acordo com sua finalidade (monocultura/ plantios mistos e recuperação de Áreas de Preservação Permanente e Reservas Legais); e as espécies selecionadas para fins de viabilizar a composição dos modelos e da análise econômica (Produtos 2

e 3 desse estudo).

– Capítulo 5 – Macrolocalização - Apresenta a macrolocalização potencial, a qual resultou da exclusão de áreas que não são de interesse do presente estudo (bioma Cerrado, remanescentes de Mata Atlântica, Unidades de Conservação e Terras Indígenas, hidrovias, rodovias e centros urbanos, bem como da aplicação de critérios complementares, para fins de eleição das áreas prioritárias para implantação deste projeto (incremento da conectividade e densidade de

biomassa florestal).

Adicionalmente, esse estudo é composto pelos seguintes Anexos: (i) Anexo 01 - Lista de instituições e empresas visitadas; (ii) Anexo 02 - Listas utilizadas para a pré-seleção de espécies vegetais com potencial econômico; (iii) Anexo 03 - Potenciais Usos Madeireiros e Não Madeireiros das Espécies Pré-Selecionadas; (iv) Anexo 04 - Fichas das espécies selecionadas para monocultura e plantios mistos; (v) Anexo 05 - Anexo da Resolução SMA n° 008/08; (vi) Anexo 06 - Mapas Complementares; e (vii) Anexo 07 - Bibliografia consultada.

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2 - METODOLOGIA

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2 – METODOLOGIA

2.1 – Abordagem metodológica

Neste item é apresentada a abordagem geral do estudo, a área de abrangência e a metodologia utilizada na realização deste trabalho no que concerne a:

i. Mercado;

ii. Seleção de Espécies;

iii. Macrolocalização.

A abordagem geral apresentada, conforme Termo de Referência, foi mantida e ora é apresentada de forma esquemática na Figura 2.01.

Conforme se pode observar, até o presente momento, o estudo envolveu 2 fases: (i) mobilização e planejamento; (ii) coleta de informações, compilação e análises e resultados (produto 1). Adicionalmente serão levados adiante os próximos passos do projeto, os quais deverão resultar na elaboração dos produtos 2 e 3.

Figura 2.01 – Abordagem Geral do Estudo

Elaboração: STCP.

Fase 1 – Planejamento e Mobilização

Esta foi a primeira etapa dos trabalhos e, basicamente, envolveu 2 atividades: o Planejamento e Mobilização em si e um Meeting com a SMA/SP.

A primeira atividade envolveu a mobilização dos consultores envolvidos no estudo e o planejamento interno de forma a gerar um plano de execução do projeto. Após a mobilização inicial foi realizada uma reunião entre a equipe da STCP e da SMA/SP, para melhor orientar a execução das atividades.

Planejamento e Mobilização

Meeting – 24/11/10 – Discussão -

Coleta de Informações

Mercado / Espécies Macro localização

Compilação e Análises

Produto 1 – Espécies, Mercados e Macrorregiões

Etapas Cumpridas

Análises

- Técnica

- Econômica- Riscos e Oportunidades

Definição de Modelos

Produtos 2 e 3

Próximos Passos

Planejamento e Mobilização

Meeting – 24/11/10 – Discussão -

Coleta de Informações

Mercado / Espécies Macro localização

Compilação e Análises

Produto 1 – Espécies, Mercados e Macrorregiões

Etapas Cumpridas

Análises

- Técnica

- Econômica- Riscos e Oportunidades

Definição de Modelos

Produtos 2 e 3

Próximos Passos

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Fase 2 – Coleta de Informações, Análises e Produto 1

Após o planejamento executado na Fase 1, foi dado início às atividades da fase seguinte, quais sejam: (i) coleta de informações; (ii) análise dos dados; e (iii) elaboração do Produto 1. Uma breve descrição de cada atividade é apresentada a seguir:

a. Coleta de Informações

A coleta de dados foi realizada a nível de informações primárias e secundárias, relativas ao mercado regional, caracterização das espécies e macrolocalização. As informações primárias foram obtidas através de visita a campo e reunião com especialistas. As informações secundárias foram provenientes de consulta a literatura, banco de dados da STCP e ainda da experiência dos consultores envolvidos.

b. Análise dos Dados e Elaboração do Produto 1;

A partir dos dados adquiridos foram realizadas compilações e análises de forma a subsidiar a elaboração do Produto 1, o qual está composto pelos seguintes capítulos:

Caracterização do mercado regional de São Paulo de produtos madeireiros e não madeireiros;

Listas de espécies selecionadas, por modalidade de manejo;

Macrolocalização (áreas prioritárias para a implantação do projeto).

Próximos Passos

Para os próximos passos, estão previstas as atividades relativas aos Produtos 2 (Modelos Tecnicamente Viáveis) e 3 (Análise de Pré-Viabilidade Econômica e Financeira dos Modelos).

2.2 - Abrangência geográfica

O presente estudo teve caráter estadual, sendo definida como abrangência geográfica todo o estado de São Paulo, com ênfase no bioma Mata Atlântica, conforme pode ser observado na Figura 2.02.

Aqui vale ressaltar diferentes abrangências, de acordo com o componente do presente estudo, por exemplo: (i) mercado regional: considerou-se todo o Estado de São Paulo; (ii) seleção de espécies: considerou-se basicamente a área de abrangência da Mata Atlântica em São Paulo; e (iii) macrolocalização: consideraram-se diferentes níveis de exclusão de áreas (detalhada mais adiante no relatório), no entanto, a base de mapas foi a totalidade do Estado de São Paulo.

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19

Figura 2.02 – Bioma Mata Atlântica no Estado de São Paulo e suas tipologias florestais

Fonte: IBGE, adaptado por STCP.

2.3 – Mercado

A caracterização do mercado estadual (regional de São Paulo) de produtos madeiráveis e não madeiráveis considerando espécies da Mata Atlântica envolveu as seguintes atividades:

a. Levantamento de informação primária: O levantamento primário de informações foi realizado através de uma amostragem em campo, qual teve como foco principal a identificação da oferta e da demanda por produtos madeireiros e não madeireiros de espécies nativas no Estado de São Paulo.

Os dados referentes à oferta foram captados junto a produtores florestais de

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20

essências nativas no Estado (2 empresas em 2 municípios) enquanto que a demanda foi adquirida com a amostragem de 16% do total de distribuidores de madeira nativa serrada em bruto.

b. Levantamento de informações secundárias: Com o intuito de complementar as informações obtidas foi realizada uma pesquisa no banco de dados da STCP e revisão de literatura.

c. Informações do Sistema DOF: Para complementação de informações de mercado, foram ainda repassadas algumas informações do sistema DOF pela SMA/SP, passíveis de divulgação - dados de origem (oferta) e destino (demanda) de diferentes produtos (tora, madeira serrada e outros) em nível estadual (São Paulo).

d. Áudio conferência com SMA/SP: Por fim, foi realizada uma áudio conferência com a SMA/SP a fim de discutir as restrições e entraves legais relacionados à exploração econômica dos produtos madeireiros e não madeireiros.

Os itens abordados na caracterização do mercado fazem menção tanto a produtos provenientes da madeira quanto aos não madeireiros quais são dispostos a seguir:

a. Considerações gerais do mercado paulista acerca dos produtos provenientes de espécies nativas;

b. Oferta: Descrição do mercado de oferta no Estado por espécie. Foram coletados dados referentes à madeira e de PFNM, que neste trabalho englobou o óleo de copaíba, o palmito, a pimenta rosa e o pau-rosa.

c. Demanda: Descrição e quantificação (volume) dos produtos comercializados em São Paulo no que concerne a: (i) Madeira serrada em bruto; (ii) PFNM (copaíba, palmito, pimenta rosa e pau rosa1). A demanda por madeira foi abordada ainda pelos seguintes aspectos: origem da madeira e produtos, principais players e

localização e principais espécies tropicais comercializadas.

d. Preço: Precificação dos produtos levantados, ou seja, preço de madeira serrada em bruto por grupo de espécies e preço por produtos florestais não madeireiros;

e. Exigências e Entraves Legais: Abordagem quanto à legislação pertinente ao trabalho e análise das exigências e entraves legais existentes.

2.4 – Seleção de espécies

A seleção das espécies foi subdividida em três grandes grupos de atividades com a finalidade de resultar na lista de espécies selecionadas, as quais passam a ser descritas a seguir.

Coleta de Informações: Quanto à coleta de informações é apresentada uma breve

descrição de cada atividade envolvida. Esta etapa foi fundamental para o trabalho, visto a importância da riqueza de informações na escolha das espécies por modelo de manejo.

a. Reunião com a SMA/SP: Inicialmente foi realizada uma reunião entre

1 A escolha de tais espécies e de seus principais produtos não madeireiros ocorreu especialmente em razão de existirem informações acessíveis e disponíveis sobre elas e as mesmas aparecerem nas estatísticas de demanda e exportação pelo Estado de São Paulo.

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consultores da STCP e representantes da SMA/SP de forma a adquirir informações sobre bibliografia e contatos a serem utilizados no andamento do projeto;

b. Revisão de literatura: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica, a fim de pré-selecionar espécies nativas com potencial econômico, pertencentes ao bioma Mata Atlântica do estado de São Paulo. Para as espécies pré-selecionadas foram buscadas as seguintes informações: (i) estágio de sucessão (espécies pioneira e não pioneiras); (ii) caracterização ou não como zoocórica; (iii) ameaça de extinção; (iv) região de ocorrência no estado de São Paulo; (v) fisionomia; (vi) existência de dados sobre silvicultura e manejo; (vii) isenção de pragas/doenças; (viii) densidade absoluta (ind.ha); (ix) produção atual de mudas; (x) potencial de usos madeireiros e não madeireiros; e (xi) as outras informações relevantes para o trabalho.

c. Visitas a viveiros de produção de mudas nativas: Esta atividade envolveu a visita a 11 viveiros de mudas nativas a fim de observar a existência de produção em escala comercial destas mudas, garantindo que as espécies selecionadas apresentem material suficiente para a implantação dos plantios.

d. Visitas técnicas em experimentos e em plantios comerciais: As visitas técnicas foram realizadas em experimentos e plantios em diferentes regiões do estado de São Paulo com o intuito de aglutinar informações e tornar a escolha das espécies mais fidedigna.

e. Reuniões com especialistas: Adicionalmente, foram realizados encontros com especialistas da área (Eduardo Gusson, José Carlos Bollinger e Paulo Ernani Ramalho Carvalho), quais contribuíram com experiências e conhecimentos específicos, além de colaborarem nas discussões relativas à escolha ou não de determinadas espécies.

f. Áudio conferência com a TNC: Ainda de grande relevância para a seleção de espécies, cabe citar a realização de uma áudio conferência com a TNC (The Nature Conservancy), onde a mesma repassou material de grande valia para o

presente trabalho.

g. Reunião para contribuições: Foi realizada uma reunião presencial entre a consultora e representantes da SMA/SP e TNC, a fim de oportunizar contribuições e informações adicionais ao Produto 1.

Compilação e Análise dos Dados

Após a coleta das informações foi de suma importância efetuar uma triagem e análise dos dados coletados de forma a organizá-los para atender as atividades da etapa final, seleção de espécies.

Seleção das Espécies

A seleção das espécies propriamente dita foi efetuada em três etapas, as quais passam a ser brevemente descritas a seguir. Mais detalhes sobre a metodologia aplicada constam no capítulo 4 deste documento.

a. Etapa 1 – Pré-seleção e caracterização preliminar das espécies com potencial econômico

Num primeiro momento foi efetuada uma pré-seleção de espécies a serem

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22

caracterizadas como de interesse geral e ponto de partida do estudo. Para tanto, foram utilizadas previamente quatro listas de instituições idôneas (EMBRAPA, 2003, Sistema DOF (IBAMA) 2009, IPT/SP, 2009 e IDBF, 1982), com enfoque direto ou indireto em espécies vegetais nativas com potencial comercial.

As listas foram cruzadas e de acordo com os critérios de seleção estabelecidos - sendo o principal deles as espécies pertencentes ao bioma Mata Atlântica do estado de São Paulo - foram pré-selecionadas as espécies de interesse inicial para o estudo.

Adicionalmente, foram incluídas 3 espécies do bioma consideradas como de potencial econômico pelos especialistas consultados. Para todas as espécies pré-selecionadas foi efetuada uma caracterização geral.

b. Etapa 2 – Seleção das espécies aptas para a implantação de projetos de exploração econômica

Em uma segunda etapa, com base nas informações atuais existentes sobre cada espécie pré-selecionada, foram utilizados outros critérios de seleção, considerados indispensáveis para fins de viabilidade, no curto prazo, da exploração econômica de plantios com espécies nativas da Mata Atlântica no estado de São Paulo.

Para monocultura e plantios mistos os critérios eleitos e validados entre a consultora e a SMA/SP, foram: (i) disponibilidade de dados consistentes e idôneos sobre manejo e silvicultura; (ii) ausência de problemas com pragas/doenças; e (iii) densidade absoluta acima de 7 indivíduos/ha. Adicionalmente, considerando que a monocultura e os plantios mistos são as modalidades que apresentam as maiores oportunidades de negócio para a implantação do projeto, uma caracterização mais detalhada das espécies selecionadas para tais fins foi apresentada.

Já para fins de recomposição de Áreas de Preservação e Reservas Legais (APPs e RLs), o único critério utilizado nesta etapa foi o das exigências legais existentes, vinculadas à recomposição de áreas degradadas com reflorestamentos heterogêneos, as quais constam na Resolução SMA n° 08/08.

c. Etapa 3 – Seleção das espécies para a composição dos modelos de manejo e análise econômica

A terceira etapa de seleção de espécies proposta trata-se de etapa complementar do projeto, voltada exclusivamente a viabilizar a composição de modelos/ cenários e a análise econômica e financeira, objeto dos Produtos 2 e 3 do estudo.

Para monocultura e plantios mistos foram utilizados como critérios de seleção: (i) número de citações da espécie nas listas utilizadas para a pré-seleção; (ii) número de indicações por especialistas; (iii) crescimento da espécie a pleno sol (critério utilizado somente para monocultura); e (iv) maior potencial de mercado de produtos florestais não madeireiros (critério utilizado somente para plantios mistos).

Para os plantios mistos, ainda houve uma análise adicional das espécies selecionadas nesta etapa, qual seja, a da combinação exitosa das espécies segundo a literatura especializada. Como resultado foram selecionadas 9 espécies para a continuidade do estudo para o regime de monocultura e 9 espécies para plantios mistos, estas últimas agregadas em 4 grupos de 3

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espécies a serem trabalhadas, consideradas as espécies com maior chances de êxito e sobrevivência combinadas entre si.

Para a continuidade do estudo em relação à recomposição de APPs foi considerado um critério preliminar e outro complementar. O critério preliminar versou sobre a existência de informações sobre mercado e produção de produtos florestais não madeireiros (PFNM), único foco de exploração comercial em tais áreas, em razão das restrições legais existentes. O critério complementar, por sua vez, considerou as tipologias vegetais predominantes no bioma Mata Atlântica de São Paulo, a fim de observar as orientações contidas na Resolução SMA n° 008/08, e de orientar a composição de modelos e cenários de recomposição de APPs e RLs nos próximos produtos. O resultado final foi a seleção de 7 espécies (7 originárias da Floresta Ombrófila Densa, 3 da Floresta Ombrófila Mista e 6 da Floresta Estacional Semidecidual).

Para a recomposição de RLs considerou-se a possibilidade de exploração de produtos madeireiros (PFM) e não madeireiros (PFNM), bem como critérios preliminares e complementares. Os critérios preliminares considerados foram: (i) n° de citações nas listas utilizadas para a pré-seleção; (ii) número de indicações por especialistas; e (iii) existência de informações sobre mercado e produção para produtos florestais não madeireiros (PFNM). Como critérios complementares, por sua vez, foram considerados: (i) a observância das orientações contidas na Resolução SMA n° 008/08 (critério meramente orientativo para a criação de modelos e cenários para os próximos produtos); e (ii) a existência de espécies ameaçadas de extinção constantes em listas oficiais, como MMA e SMA/SP, selecionadas preliminarmente (critério excludente, em razão impedimento da exploração de tais espécies em RLs, preceituada pela IN MMA n° 04/09). A seleção final para a recomposição de RLs foi de 20 espécies (18 voltadas para PFM e 3 para PFNM;19 originárias da Floresta Ombrófila Densa, 3 da Floresta Ombrófila Mista e 19 da Floresta Estacional Semidecidual).

Para cada critério adotado nesta etapa foi dada uma justificativa, tendo sido alguns deles quantificados e outros considerados apenas qualitativamente, o que resultou na seleção final de espécies para cada modalidade, para fins de continuidade do estudo (mais detalhes vide capítulo 4 deste documento).

A Figura 2.03 apresenta a abordagem metodológica utilizada para a seleção de espécies.

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24

Figura 2.03 – Abordagem metodológica para a seleção de espécies

Elaboração: STCP.

2.5 – Macrolocalização

A metodologia para a seleção de áreas potenciais para a implantação do presente projeto envolveu três grandes grupos de atividades, os quais são descritos a seguir:

Coleta de Informações

A coleta de informações envolveu as seguintes atividades:

a. Levantamento secundário: O levantamento secundário teve como finalidade reunir material para subsidiar a seleção de áreas potenciais para a implantação do presente projeto, tais como shapes de áreas de interesse e dados de

mercado de terra (disponibilidade e preço). Tais informações foram obtidas através de edição dos mapas recebidos SMA/SP, consulta ao banco de dados STCP e consulta a anuários de preços e outras bibliografias. A relação completa das referências bibliográficas utilizadas neste estudo está disponível no capítulo 5 deste documento.

M – Monocultura

PM – Plantios Mistos

FO – Floresta Ombrófila

FOD – Floresta Ombrófila Densa

FOM – Floresta Ombrófila Mista

FES – Floresta Estacional Semidecidual

* - Critério orientativo, não excludente

Etapa 1 – Pré-Seleção das Espécies com Potencial Econômico

Etapa 3 – Seleção para Composição de Modelos e para Análise Econômica e Financeira

1) EMBRAPA (85 spp.)

2) IBAMA (157 spp.)

3) IPT/SP (55 spp.)

4) IBDF (80 spp.)

Listas de Espécies Nativas com Potencial Comercial

1) EMBRAPA (42 spp.)

2) IBAMA (30 spp.)

3) IPT (14 spp.)

4) IBDF (51 spp.)

5) Ind. especialistas (3 spp.)

Espécies de Ocorrência na Mata Atlântica de SP

PRÉ-SELEÇÃO 92 spp.

Critério: Exigências Legais

Resolução SMA n° 08/08

RECOMPOSIÇÃO DE APPs e RLsCritérios:

1) Dados Manejo e Silvicultura

2) Pragas/Doenças

3) DA > 7 ind.ha.

MONOCULTURA E PLANTIOS MISTOS

Lista de Espécies Aptas 92 spp (87 FO e 79 FES)

Etapa 2 – Seleção de Espécies Aptas

Caracterização Geral

Caracterização Detalhada

Lista de Espécies Aptas 28 spp.

Critérios Preliminares:

1) N° Citações Listas Pré-Seleção

2) N° Indicações por Especialistas

3) Existência de Informações sobre Mercado e Produção

para PFNM

RECOMPOSIÇÃO DE RLsCritérios:

1) N° Citações Listas Pré-Seleção

2) N° Indicações por Especialistas

3) Crescimento Espécie a Pleno Sol (M)

4) > Potencial de Mercado PFNM (PM)

MONOCULTURA E PLANTIOS MISTOS

20 spp.

18 PFM e 3 PFNM

19 FOD, 3 FOM e 19 FES

M

9 ssp.

PM

14 spp.

9 spp.

4 grupos de3 spp.

Seleção final para continuidade do estudo

Combinações

> Êxito

RECOMPOSIÇÃO DE APPs

Critério Preliminar:

Existência de Informações sobre Mercado e Produção

para PFNM

Critério Complementar:

Observância das Tipologias Vegetais*

Critérios Complementares:

1) Observância das Tipologias Vegetais*

2) Existência de Espécies Ameaçadas de Extinção entre

as Selecionadas

7 spp.

7 FOD, 3 FOM e 6 FES

M – Monocultura

PM – Plantios Mistos

FO – Floresta Ombrófila

FOD – Floresta Ombrófila Densa

FOM – Floresta Ombrófila Mista

FES – Floresta Estacional Semidecidual

* - Critério orientativo, não excludente

Etapa 1 – Pré-Seleção das Espécies com Potencial Econômico

Etapa 3 – Seleção para Composição de Modelos e para Análise Econômica e Financeira

1) EMBRAPA (85 spp.)

2) IBAMA (157 spp.)

3) IPT/SP (55 spp.)

4) IBDF (80 spp.)

Listas de Espécies Nativas com Potencial Comercial

1) EMBRAPA (42 spp.)

2) IBAMA (30 spp.)

3) IPT (14 spp.)

4) IBDF (51 spp.)

5) Ind. especialistas (3 spp.)

Espécies de Ocorrência na Mata Atlântica de SP

PRÉ-SELEÇÃO 92 spp.

Critério: Exigências Legais

Resolução SMA n° 08/08

RECOMPOSIÇÃO DE APPs e RLsCritérios:

1) Dados Manejo e Silvicultura

2) Pragas/Doenças

3) DA > 7 ind.ha.

MONOCULTURA E PLANTIOS MISTOS

Lista de Espécies Aptas 92 spp (87 FO e 79 FES)

Etapa 2 – Seleção de Espécies Aptas

Caracterização Geral

Caracterização Detalhada

Lista de Espécies Aptas 28 spp.

Critérios Preliminares:

1) N° Citações Listas Pré-Seleção

2) N° Indicações por Especialistas

3) Existência de Informações sobre Mercado e Produção

para PFNM

RECOMPOSIÇÃO DE RLsCritérios:

1) N° Citações Listas Pré-Seleção

2) N° Indicações por Especialistas

3) Crescimento Espécie a Pleno Sol (M)

4) > Potencial de Mercado PFNM (PM)

MONOCULTURA E PLANTIOS MISTOS

20 spp.

18 PFM e 3 PFNM

19 FOD, 3 FOM e 19 FES

M

9 ssp.

PM

14 spp.

9 spp.

4 grupos de3 spp.

Seleção final para continuidade do estudo

Combinações

> Êxito

RECOMPOSIÇÃO DE APPs

Critério Preliminar:

Existência de Informações sobre Mercado e Produção

para PFNM

Critério Complementar:

Observância das Tipologias Vegetais*

Critérios Complementares:

1) Observância das Tipologias Vegetais*

2) Existência de Espécies Ameaçadas de Extinção entre

as Selecionadas

7 spp.

7 FOD, 3 FOM e 6 FES

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b. Levantamento de campo: O levantamento de campo incluiu a identificação da disponibilidade e preços de terra nas diferentes regiões do Estado de São Paulo.

c. Áudio conferência com a SMA/SP: Foram realizadas adicionalmente uma série de áudio conferências com a SMA/SP, onde foram validados pontos importantes sobre os critérios de exclusão de áreas, cruzamento de mapas temáticos e forma de apresentação dos resultados.

Compilação e Análise dos Dados

Após a coleta das informações foi realizada uma compilação e análise dos dados coletados / recebidos, de forma a organizá-los para atender as atividades da etapa seguinte.

A seguir segue a descrição da compilação e análise por tipo de informação:

a. Mapas: Foram reunidos todos os shapes recebidos / coletados, uniformizados e

separados aqueles de interesse para o projeto;

b. Preços e disponibilidade de terra: As informações obtidas em campo foram cruzadas com as informações do Agrianual 2010 de forma a compor em termos macro a localização das áreas por classes de preço e disponibilidade de áreas, estes dados foram incluídos no shape de municípios do IBGE 2010.

Seleção das Áreas Prioritárias para a Implantação do Projeto (Macrolocalização)

A metodologia utilizada para a seleção de áreas prioritárias para a implantação do projeto utilizou-se de critérios de exclusão de áreas que fogem do interesse ou propósito do presente trabalho.

Essa atividade foi realizada pela equipe de Geoprocessamento da STCP com apoio da SMA/SP, especialmente na validação dos critérios de exclusão, os quais passam a ser enumerados a seguir:

a. Área do bioma Cerrado, obtida a partir do mapa de vegetação do Estado de São Paulo (base IBGE, fornecido pela SMA/SP);

b. Área remanescente do Bioma Mata Atlântica no Estado de São Paulo, obtido a partir do mapa do Inventário realizado pelo Instituto Florestal de São Paulo em 2005 (SMA/IF 2005);

c. Áreas de Unidades de Conservação de Proteção Integral (federais e estaduais) e Terras Indígenas localizadas no Estado de São Paulo, obtidas a partir do mapa da Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo (fornecido pela SMA/SP); e

d. Centros urbanos e áreas urbanizadas no Estado de São Paulo, a partir do mapa base do IBGE (base STCP).

As áreas que sobraram das exclusões foram definidas como áreas disponíveis para implantação do projeto.

Com o intuito de refinar a informação, no entanto, o mapa resultante das exclusões foi confrontado (cruzado) com os seguintes shapes (mapas temáticos):

a. Mapa de Incremento da Conectividade: Este mapa fornece indicações de 8 grupos temáticos (1 a 8), os quais estão classificados por ordem de interesse, sendo quanto mais alto o valor, maior é a prioridade para a recuperação e, portanto para a implantação dos projetos requeridos pela SMA/SP. Este mapa também foi disponibilizado pela (SMA/IF 2005);

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b. Mapa da Densidade de Biomassa Florestal: O mapa de densidade de biomassa florestal utilizado (SMA/IF 2005), leva em consideração fatores climáticos, edáficos, pedológicos e consequentemente de crescimento florestal. O mapa estabelece cinco classes de densidade de biomassa, sendo aquelas de maior valor devem ser priorizadas para os projetos de implantação de essências nativas da Mata Atlântica requeridos pela SMA/SP. As áreas estão classificadas no mapa segundo um gradiente que varia entre 44 e 408 ton/ha, sendo que, conforme já mencionado quanto maior a quantidade de carbono (ton/ha) maior é a prioridade para o plantio.

O passo metodológico seguinte foi atribuir classes de prioridades para cada um desses mapas, antes de cruzá-los com as áreas disponíveis.

As Tabelas abaixo (2.01 e 2.02) apresentam as classes de prioridade, segundo cada categoria estabelecida, para os mapas de incremento da conectividade e densidade de biomassa, respectivamente.

Tabela 2.01 - Classes de Prioridade para os Projetos com Essências Nativas da Mata Atlântica Segundo o Incremento de Conectividade

Incremento de Conectividade (Grupos Temáticos)

Classe de Prioridade Valor

1 e 2 Baixa 1

3 e 4 Média 2

5 e 6 Alta 3

7 e 8 Muito Alta 4

Fonte: SMA/SP, adaptado pela STCP.

Tabela 2.02 – Classes de Prioridades para os Projetos com Essências Nativas da Mata Atlântica Segundo a Densidade de Biomassa

Densidade de Biomassa Classe de Prioridade Valor

44 – 180 ton/ha Baixa 1

180 – 280 ton/ha Média 2

280 – 408 ton/ha Alta 3

Fonte: SMA/SP, adaptado pela STCP.

A partir das classes definidas, o cruzamento (junção) dos dois elementos temáticos (incremento de conectividade e densidade de biomassa) gerou 12 combinações diferentes, as quais de acordo com determinados índices foram reclassificadas para os projetos em três classes de prioridade.

A Tabela 2.03 apresenta a síntese do resultado final. Para fins de simplificação da metodologia, os valores (classes resultantes) foram somados, obtendo-se números índices de 2 a 7. Os números índices a seguir foram reclassificados em uma escala numérica de 1 a 6, segundo seu respectivo número índice e foram novamente agrupados em 3 classes de prioridade para a obtenção do resultado final.

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Tabela 2.03 – Classes Finais de Prioridade para as Áreas Disponíveis para a Implantação dos Projetos com Essências Nativas da Mata Atlântica

Agrupamento das Classes de Prioridade Reclassificação

dos Valores

Resultado Final

Incremento Conectiv.

Dens. de Biomassa

Classe Resultante

Soma Área

(1.000 ha) Classe

Área (1.000 ha)

1 1 11 2 823,6 1

Baixa

7.839,7

1 2 12 3 4.338,9 2

2 1 21 3 2.677,3

1 3 13 4 234,2

3

Média

8.907,2

2 2 22 4 6.609,6

3 1 31 4 730,3

2 3 23 5 259,9

4 3 2 32 5 1.053,7

4 1 41 5 19,3

3 3 33 6 27,3 5

Alta

124,9

4 2 42 6 92,7

4 3 43 7 5 6

Total Geral 16.871,8 - - 16.871,8

Fonte: STCP.

De forma a atender ao Termo de Referência do projeto, bem como melhor orientar a implantação do mesmo, foram ainda gerados mapas complementares, resultantes da sobreposição do mapa final com as áreas prioritárias e outros aspectos considerados relevantes para a implantação do projeto. São eles: (i) áreas prioritárias para implantação do projeto vs. preços de terras; (ii) mapa com as regiões ecológicas do estado de São Paulo (fornecido pela SMA/SP e reeditado pela consultora); (iii) mapa das áreas prioritárias para implantação do projeto vs. tipologia vegetal do estado; e (iv) áreas prioritárias para implantação do projeto vs. cultivos de cana-de-açúcar e silvicultura.

O primeiro é apresentado no capítulo 5; já os demais são apresentados no Anexo 06.

Produto

1 – Espécie

s,

Mercad

os e Macrorr

egiões

Compila

ção e Análises

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3 – MERCADO REGIONAL

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29

3 – MERCADO REGIONAL

3.1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Conforme estabelecido pelos termos de referência do estudo em apreço, o diagnóstico para fins de mercado inclui dois grandes grupos de produtos florestais: (i) PFM – produtos florestais madeireiros e; (ii) PFNM – produtos florestais não madeireiros.

No caso dos PFM, o diagnóstico de mercado baseou-se em levantamentos de informações primárias (campo) junto a produtores florestais de essências nativas e distribuidores de madeira serrada em bruto de espécies nativas. Destaca-se que os levantamentos primários de informações para fins dos PFM ocorreram apenas no mercado regional do Estado de São Paulo. Os levantamentos junto a produtores florestais serviram para diagnosticar a oferta atual e perspectivas futuras de produtos florestais madeireiros (PFM) baseados em madeira nativa e aqueles realizados com os distribuidores serviram para o diagnóstico da demanda atual e futura dos Produtos Florestais Madeireiros (PFM), também de madeira nativa.

Adicionalmente, complementando o diagnóstico de mercado, dados secundários foram considerados. A base utilizada para tal foi o sistema DOF (Documento de Origem Florestal) do IBAMA, que disponibiliza dados de origem (oferta) e destino (demanda) de diferentes produtos (tora, madeira serrada e outros) em nível estadual. Neste caso, as informações volumétricas e de valor de venda dos principais produtos, considerando determinadas essências florestais foram disponibilizadas pela SMA.

Ainda com vistas a agregar dados ao diagnóstico de mercado dos PFM de essências nativas na região de São Paulo, foram também consideradas algumas outras fontes de informação secundárias, a saber:

a. Publicações técnicas especializadas:

Anuário Estatístico da ABRAF (ano base 2009);

Anuário Estatístico do IBGE (1996 – 2009);

Anuário Estatístico OIMT – Organização Internacional de Madeiras Tropicais (2008);

Estudo Setorial da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente – ABIMCI (2006-2007);

Relatório Setorial da Indústria de Móveis no Brasil (2008) – IEMI (Instituto de Estudos e Marketing Industrial Ltda.);

Relatório Anual (2009) do IPT – Instituo de Pesquisas tecnológicas do Estado de São Paulo;

Atividade Madeireira na Amazônia Brasileira – Produção, Receitas e Mercados – Serviço Florestal Brasileiro e IMAZON (2010).

b. Banco de Dados da STCP:

O Banco de Dados da STCP é possivelmente o mais completo existente no Brasil na sua área de especialidade. Inclui uma biblioteca especializada com mais de 7.000 títulos, cerca de 2.500 documentos gerados pela própria empresa, e o banco informatizado de dados (em rede com acesso exclusivo e imediato para todos os consultores). O Banco de Dados vem sendo constantemente atualizado,

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30

e é de entendimento da STCP que se trata de um instrumento de grande importância no atendimento eficiente das necessidades dos clientes, especialmente em estudos como o aqui proposto.

c. Internet (sites de instituições e empresas):

Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA-IBGE) – www.sidra.gov.br (acessos diversos);

Manual para Produção de Madeira na Amazônia (Apêndice 1) – www.imazon.org.br (acessos diversos);

Reflorestar – www.reflorestar.com.br (acessos diversos);

Arbórea Ambiental – www.arboreaambiental.com.br (site atualmente em reconstrução – acesso em janeiro de 2011);

Floresta Viveiro de Mudas Nativas – www.mudasnativas.com (acessos diversos);

Brasil Flora – www.brasilflora.com.br (acessos diversos);

Guanandí – Vale da Ribeira – www.guanandivaledaribeira.com.br (acessos diversos);

Bioflora – www.viveirobioflora.com.br (acessos diversos);

Eco Muda – www.ecomuda.com (acessos diversos);

Vidagua – www.vidagua.org.br (acessos diversos).

No caso dos produtos florestais não madeireiros (PFNM) as informações para fins do diagnóstico de mercado aqui apresentadas basearam-se essencialmente em dados secundários. As principais referências bibliográficas utilizadas neste estudo podem ser observadas em detalhes no capítulo 5 deste documento.

Além das referências bibliográficas utilizadas, foram pesquisadas informações de exportações de PFNM junto ao MDIC (Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio), SECEX (Secretaria de Comércio Exterior), através do Sistema AliceWeb (www.aliceweb.gov.br).

De forma que neste item são apresentados os resultados obtidos no diagnóstico do mercado de essências nativas no Estado de São Paulo, considerando em cada um dos casos os produtos florestais madeireiros (PFM), com base nos levantamentos primários e secundários de informações e não madeireiros (PFNM), baseados exclusivamente em dados secundários.

Além disso, analisaram-se com base na legislação ambiental e florestal nas esferas federal e estadual, possíveis exigências e entraves legais na exploração econômica dos produtos florestais madeireiros (PFM) e não madeireiros (PFNM) oriundos de espécies nativas.

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3.2 – Produtos Florestais Não Madeireiros - PFNM

3.2.1 – Conceitos e Principais Produtos

O termo “produto florestal não madeireiro” (PFNM) que em inglês pode ser sinônimo para "non-timber forest resources" ou "non-timber forest products", refere-se a uma diversidade de recursos naturais, excetuando-se produtos madeireiros, obtidos em ecossistemas naturais (SCDB, 2001). Wickens (1991) definiu PFNM como todo e qualquer material biológico, excetuando-se produtos madeiráveis (madeira serrada, aparas, painéis de madeira e celulose), extraído de ecossistemas naturais, utilizado para fins de subsistência, destinado ao mercado, ou ainda que possua significado cultural ou religioso. Chamberlain et al. (1998) complementam tal conceito, afirmando que PFNM podem ser obtidos de ecossistemas naturais, manejados ou degradados.

Alguns autores consideram como PFNM não só plantas inteiras, mas partes de plantas como raízes, tubérculos, folhas, cascas, galhos, troncos, frutos, sementes, fibras, resinas e outros, provenientes de exsudação (CHAMBERLAIN et al. 1998). A definição de PFNM muitas vezes pode ser tão abrangente de modo a incluir ainda produtos obtidos via coleta, caça ou pesca (NEUMANN; HIRSCH, 2000).

Estimativas indicam que há mais de 4.000 PFNM em uso para fins comerciais (IQBAL, 1993), mas é praticamente impossível estimar o número de espécies e PFNM usados para outros fins. Não obstante, estima-se que cerca de meio bilhão de pessoas em todo o mundo dependa diretamente de PFNM para sobrevivência, seja via comercialização ou subsistência (Marshall et al. 2006), havendo uma estreita correlação entre a dependência de PFNM e a pobreza (Neumann ; Hirsh 2000).

Um estudo da FAO (1996) identificou como comercialmente importantes 116 itens de PFNM, incluindo 26 óleos essenciais e plantas medicinais como um mesmo grupo. A informação disponível no mesmo estudo indica que 500 a 600 plantas medicinais diferentes entravam no comércio internacional naquela época.

O Brasil tem uma parte significativa no comércio internacional com importantes produtos de exportação tais como: castanhas, óleos essenciais, colorantes para alimentos, gomas, resinas, látex, palmitos e outros. Zamora (2001) em seu estudo relacionado a PFNM, apresenta para o Brasil alguns dos principais produtos industrializados, os quais incluem: erva-mate, palmito, plantas medicinais, óleos essenciais e resinas.

Considerando a extensa gama de PFNM e a extrema dificuldade em quantificar o volume atualmente extraído, bem como o tamanho dos respectivos mercados, haja vista a diversidade de produtos e usos, este estudo estabeleceu como produtos mais relevantes para a Mata Atlântica do Estado de São Paulo e região do entorno, aqueles apresentados na Tabela 3.01, segundo os principais usos. A escolha recaiu sobre tais produtos, especialmente por terem informações acessíveis e disponíveis e aparecerem nas estatísticas de demanda e exportação pelo Estado de São Paulo.

Tabela 3.01 – Principais PFNM Considerados no Estudo de Mercado Segundo seus Usos

Uso PFNM Espécie Ocorrência Natural

Alimentício Palmito Euterpe edulis Mata Atlântica

Alimentício-Medicinal Aroeira Pimenteira

(Pimenta Rosa) Schinus terebinthifolia Mata Atlântica

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Uso PFNM Espécie Ocorrência Natural

Medicinal Óleo de Copaíba Copaifera langsdorfii Amazônia e Mata Atlântica

Perfumaria (óleos essenciais)

Óleo de Pau-Rosa Ariba rosaeodora Amazônia

Fonte: Zamora, 2001. Adaptado e elaborado por STCP.

Além do exposto, vale ressaltar que na Mata Atlântica, diversos grupos de pesquisa têm desenvolvido estudos sobre o palmiteiro (Euterpe edulis), incluindo aspectos sobre demografia, dispersão de sementes, biologia reprodutiva, genética e economia. No caso da pimenta rosa (Schinus terebinthifolia), além de ser bastante apreciada na culinária nacional

e internacional também é atualmente importante fonte de goma-resina. O óleo de copaíba (Copaifera langsdorfii), embora tenha sua produção predominantemente proveniente da

Região Amazônica, também ocorre na Mata Atlântica e vem demonstrando aumento nas taxas de crescimento da produção. No caso do óleo essencial de pau-rosa (Aniba rosaeodora), espécie nativa da Amazônia, o mesmo aparece historicamente com

significativa importância nas estatísticas de exportação de São Paulo.

3.2.2 – Caracterização

Palmito

O palmiteiro ou palmito juçara é uma espécie de extrema importância para a biodiversidade da Mata Atlântica. Os seus frutos servem de alimento para dezenas de espécies de animais e aves, sendo considerada espécie chave para a conservação de florestas no bioma em questão. O alto valor comercial do palmito faz dele um dos PFNM mais explorados há séculos, e para sua obtenção é necessário o corte da palmeira. Devido ao extrativismo predatório e ilegal do palmito, a planta é cortada antes mesmo de se reproduzir, causando um grande impacto na regeneração natural. Hoje, a espécie passa por um momento crítico pela expressiva redução de suas populações naturais e está incluída na lista oficial de espécies ameaçadas de extinção (MMA, 2008).

Até os dias atuais o principal uso do palmito juçara é alimentício e largamente consumido em todo o Brasil. Os frutos exercem forte atração sobre pássaros, roedores e mamíferos e as sementes podem ser utilizadas em ração animal. Quanto à casca do fruto, esta fornece tinta para tingimento de tecidos. Entretanto, a exploração de frutos pode se tornar uma alternativa mais lucrativa do que a extração do palmito propriamente dito, além de contribuir para a conservação da espécie. O açaí obtido de frutos de juçara é usado na composição de bebidas energéticas, sucos, cosméticos de forma similar ao açaí produzido no Norte do Brasil.

O Box 3.01 a seguir apresenta alguns exemplos de projetos com o palmito juçara na Mata Atlântica em São Paulo e no Paraná, considerando o manejo sustentável da espécie visando à utilização do fuste e dos frutos.

(conclusão)

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Box 3.01 – Projetos com o Palmito Juçara

a) Casa do Palmito

Fundada em 1984, a Casa do Palmito foi a primeira empresa a oferecer o palmito juçara por meio de produção sustentada. Segundo alguns especialistas, o tempo mínimo de maturação do palmito juçara é de nove anos. Somente após este período ele obtém todas as qualidades que o colocam como mais nobre dos palmitos: sabor mais apurado, textura menos fibrosa, diâmetro com cerca de 30 mm e uma maciez inigualável dentro os diferentes tipos (pupunha e açaí).

Para cultivar a juçara, a Casa do Palmito tem uma parceria com uma entidade denominada Multiambiental, detentora da primeira propriedade particular na Mata Atlântica a implantar o manejo com rendimento sustentado do palmito juçara. A técnica de manejo foi desenvolvida pela Universidade Federal de Santa Catarina. A Multiambiental é patrocinada pela Casa do Palmito, que repassa 9% de sua renda bruta para a Casa do Palmito. Tanto a Multiambiental como a Casa do Palmito já receberam o Diploma Ação Verde, um reconhecimento concedido por consultores da ONU e por representantes da Fundação S.O.S. Mata Atlântica e outras entidades pelos trabalhos desenvolvidos com o palmito juçara.

O modelo de exploração sustentada implementada pela Multiambiental pode recuperar áreas semi degradadas de Mata Atlântica, em virtude das características próprias da espécie (Euterpe edulis), que produz o palmito juçara. Além de fornecer o mais nobre dos palmitos, esta espécie é uma rica fonte de alimentos, que atrai animais e insetos nativos que, por sua vez, distribuem vários tipos de sementes e trabalham em prol da biodiversidade.

Os produtos da Linha Nobre da Casa do Palmito são compostos apenas por palmitos do tipo juçara, extraídos de palmeiras com 9, 12 e 17 anos de idade. Sua maturação é verificada pelos anéis formados ao longo do tempo.

Fonte: www.casadopalmito.com.br

b) Projeto Juçara

O Projeto Juçara fundamenta-se na divulgação e expansão da utilização dos frutos da palmeira juçara para produção de polpa alimentar e seu uso na culinária; na consolidação de sua cadeia produtiva, por meio da difusão do manejo sustentável da juçara para geração de renda, associada às atividades de recuperação da espécie e da Mata Atlântica; e na reconversão produtiva de áreas, contribuindo com a fixação de carbono.

É fruto da construção conjunta com as comunidades rurais e tradicionais onde as instituições atuam, com apoio de parceiros locais, sendo elas foco deste projeto. O projeto tem objetivos de consolidação, recuperação e monitoramento da espécie, utilizando metodologias participativas e articulação em rede que envolve outras instituições em diversos estados brasileiros, além de diversas ações de divulgação e comunicação do projeto e seus resultados.

A metodologia proposta pelo projeto procura estimular a participação das comunidades e agricultores em todas as etapas dos projetos e dos empreendimentos, para que possuam uma visão completa de todas as fases da cadeia produtiva, bem como garantir as atividades produtivas e extrativistas tradicionais, problematizando as realidades de conservação dos recursos naturais (mercados, planejamento, formas de organização e de associativismo e contabilidade das atividades e resultados). O projeto procura ainda estabelecer uma visão sistêmica dos seus empreendimentos, subdivididos em 3 segmentos: a produção de matérias primas; a transformação dos produtos; e a comercialização.

O Projeto Juçara, proposto pelo IPEMA (Instituto de Permacultura e Ecovilas da Mata Atlântica) em parceria com AKARUI – Associação para Cultura, Cidadania e Meio Ambiente, é realizado nos municípios de Ubatuba, São Luiz do Paraitinga e Natividade da Serra, que integram áreas do Parque Estadual da Serra do Mar (PESM), nos Núcleos Picinguaba e Santa Virgínia.

Na região do Núcleo Picinguaba os participantes são predominantemente comunidades tradicionais (quilombolas e caiçaras). Na área do Núcleo Santa Virginia os participantes são predominantemente proprietários rurais (agricultores familiares, propriedades de veraneio, fazendas produtivas). O conjunto compõe a quase totalidade de situações de relações do Parque com seu entorno.

Para a concretização das ações propostas, além da parceria estreita com as comunidades, tem como parceiros: a Fundação Florestal, através da UC do Parque Estadual Serra do Mar;da

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Universidade de Taubaté (UNITAU), na pesquisa de fixação de carbono da espécie; das Prefeituras de Ubatuba e São Luiz do Paraitinga, entre outros que de diversas formas contribuem para o sucesso da iniciativa.

Fonte: www.projetojucara.org.br

c) Geração de Tecnologias para Produção Comercial de Polpa de Frutos de Juçara no Litoral do Paraná

O objetivo geral do projeto é contribuir para melhorar a qualidade de vida das pessoas e incentivar a preservação ambiental. O objetivo específico é que o conhecimento produzido nas instituições de pesquisa e de ensino superior sirva para melhorar a qualidade de vida das pessoas e também para aproveitar a riqueza da Mata Atlântica do Paraná.

O projeto pretende gerar emprego e renda aos agricultores familiares da região e contribuir com a conservação do palmito juçara, espécie hoje ameaçada de extinção. Através do Fundo Paraná, a SETI está investindo R$ 140 mil no projeto.

O coordenador do projeto e engenheiro agrônomo do IAPAR de Ponta Grossa, Francisco Paulo Chaimsohn, menciona que as indústrias farmacêuticas, de alimentos e de cosméticos demonstraram interesse pela polpa do fruto do palmito juçara.

O presidente da ASPRAN, Gabriel Flizikowski, também está satisfeito com os progressos conquistados após um ano de funcionamento do projeto. "Podemos dizer que 50% do projeto estão concretizados. O objetivo é a produção com qualidade da polpa do fruto da palmeira juçara, para entrar no mercado nacional e ser exportada".

O projeto beneficia diretamente nove propriedades da região. Entretanto, estão sendo trabalhadas novas parcerias, que devem beneficiar ainda mais a sociedade paranaense.

Após serem despolpados, os frutos fornecem como produto a polpa para ser consumida como alimento e uma grande quantidade de sementes usadas para o repovoamento de áreas onde o palmito foi extinto e não há mais capacidade de regeneração natural.

Um aspecto positivo do manejo da juçara, em relação à produção do açaí, é que a coleta de seu fruto pode ser feita ano após ano com a mesma planta, pois não é necessário cortá-la (enquanto o açaí, implica morte da planta, que leva de cinco a oito anos para chegar a um estágio de corte). A utilização do fruto do palmito juçara também tem se mostrado mais rentável aos agricultores do que a extração do palmito.

Fonte: www.agrosoft.org.br e Agência de Notícias do Paraná.

Aroeira Pimenteira (Pimenta Rosa)

A aroeira pimenteira/pimenta rosa (Schinus terebinthifolia) é conhecida principalmente pelo fato de seus frutos possuírem a aparência de uma pequena pimenta de coloração rosa-avermelhada, por isso, também chamados de pimenta-rosa (pink-pepper / poivre rose - LENZI; ORTH, 2004), entre outros nomes como aroeirinha e aroeira-vermelha.

Diversas pesquisas têm evidenciado várias propriedades medicinais (antiinflamatórias, antimicrobianas e cicatrizantes), ornamentais e alimentícias da aroeirinha. Guerra et al. (2000) comprovaram o efeito da aroeirinha sobre bactérias como Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e levedura como a Candida albicans. Amorim e Santos (2003) verificaram que o gel vaginal de aroeirinha foi

efetivo e seguro para tratamento da vaginose bacteriana, além de sugerir potencial efeito benéfico na flora vaginal. De acordo com Lorenzi (2002 a), os resultados dos ensaios farmacológicos registraram a existência de propriedades antiinflamatória, cicatrizante e antimicrobiana para fungos e bactérias incluindo nesta ação Monilia, Staphylococcus e Pseudomonas. Já existem fabricas produtoras de sabão, xampu e derivados de extrato de

aroeirinha (http://www.aroeira.siteonline.com.br).

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Também a aroeirinha é usada como ornamental (cerca-viva), muito procurada pela avifauna e devido ao seu pioneirismo e a sua agressividade de crescimento pode ser recomendada para recuperação de áreas degradadas e marginais (CARVALHO, 1994) ou em consorcio com outros cultivos. Citada por Barbosa et al. (2003), representa a segunda espécie mais usada em projetos de recuperação florestal, com 70% de utilização nos projetos do estado de São Paulo. E uma espécie indicada para o uso em programas de recuperação de áreas degradadas, devido ao fato de seus frutos serem atrativos para a fauna silvestre, apresentar altas taxas de crescimento e ser tolerante ao alagamento (MIELKE et al., 2005).

No entanto, a maior utilização atual da aroeirinha é na culinária como pimenta-rosa e sucedânea da pimenta-do-reino (LENZI; ORTH, 2004), tanto no Brasil, quanto no exterior (destacando-se como consumidores países como Alemanha, França e Itália), o que sinaliza uma nova frente de mercado, bastante promissora. Outro diferencial que tem ampliado o mercado da pimenta-rosa é o fato da mesma apresentar frutificação a partir do primeiro ano após o plantio (CARVALHO, 2007).

Óleo de Copaíba

O óleo da copaíba era bastante utilizado entre os índios brasileiros quando os portugueses chegaram ao Brasil. Acredita-se que a utilização deste óleo deve-se a observação do comportamento de certos animais que, quando feridos, esfregavam-se nos troncos das copaibeiras (DWYER, 1954). No uso popular o óleo de copaíba é utilizado tanto internamente, quanto topicamente, sendo que, em todos os tipos de aplicações, as principais ações são antiinflamatórias e anti-sépticas. São atribuídas a todas as espécies do gênero Copaifera as mesmas utilidades terapêuticas (CASCON, 2004).

Biondo (2002), em levantamento do uso de plantas medicinais no Parque Nacional do Jaú (AM), observou que as utilizações do óleo-resina de copaíba são para o tratamento de inflamações (bexiga, garganta e próstata) e para cicatrização de ferimentos em geral.

Na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé (AM), os moradores utilizam o óleo resina de copaíba para o tratamento de resfriados, tosses e para a cicatrização de ferimentos (BARBOSA, 2007). Os principais usos como antiinflamatório, analgésico, antitumoral, bactericida e fungicida do óleo-resina já foram comprovadas por diversos autores (vide Tabela 3.02).

O óleo de copaíba é encontrado facilmente em feiras, mercados e farmácias, sobretudo na região norte do país. Nos grandes mercados nas capitais da Amazônia como o Mercado Municipal Adolpho Lisboa em Manaus e o Mercado Ver-O-Peso em Belém, o óleo de copaíba é encontrado com grande facilidade. São vendidos envasados, muitas vezes em frascos plásticos e sem nenhuma identificação de procedência e validade. Vale lembrar que é muito comum a adulteração de óleo de copaíba, o que atrapalha na ação eficaz do produto. Sugere-se que se procurem produtos com origem conhecidos e vistoriados pelas agências de vigilância, para melhor obter os benefícios das atividades deste produto, tão largamente usado na região de São Paulo.

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Tabela 3.02 – Principais Usos do Óleo-Resina de Copaíba Comprovados e Autores

Uso / Atividade Testada Referência Autoral

Antiinflamatório VEIGA JR et al.,2001 / TEMBE et al. (1996)

Analgésico CARVALHO et al., 2005 / VEIGA JR et al. (2001)

Antitumoral LIMA et al. (2003)

Bactericida TINCUSI et al. (2002) / WILKENS et al. (2002)

Fungicida TINCUSI et al. (2002)

Fonte: Diversas, elaborada por STCP.

Óleo de Pau-Rosa

Os óleos essenciais são substâncias voláteis extraídas de plantas aromáticas, constituindo matérias-primas de grande importância para as indústrias de perfumaria, cosmética e farmacêutica. Essas substâncias orgânicas, puras e extremamente potentes são considerados os principais componentes bioquímicos de ação terapêutica das plantas medicinais e aromáticas. Segundo a Tabela do Imposto sobre Produtos Industrializados vigente - TIPI (2007), baseada na NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul), os óleos essenciais são definidos como óleos que ocorrem nas plantas, conferindo-lhes heiro agradável, a partir das flores, folhas e madeira. Tais óleos incluem uma gama de espécies de plantas bastante grande, incluindo essências nativas e exóticas.

Para fins deste estudo, no entanto, foi considerado apenas o óleo de pau-rosa, em função de ser regularmente exportado a partir de São Paulo, embora não tenha ocorrência na Mata Atlântica.

O óleo de pau-rosa destaca-se na produção de óleo essencial por seu aroma agradável, rico em linalol e muito utilizado na indústria de perfumaria como fixador. O óleo é obtido a partir da destilação de qualquer parte da planta (Ariba rosaeodora), porém a madeira tem sido sua fonte principal. Diferenças no rendimento, nas propriedades físico-químicas e no aroma foram encontradas em função da parte da planta utilizada e das variações intraespecíficas. O óleo das folhas possui aroma adocicado e o da madeira apresenta aroma semelhante à lavanda devido a maior concentração de linalol.

A exploração do pau-rosa começou na década de 1920, e o produto chegou a ser o terceiro colocado na pauta de exportações da Amazônia, atrás da borracha e da castanha. Nos anos 1960, a produção chegou a seu ápice, mas declinou com a chegada de uma versão sintética do linalol (principal substância aromática do pau-rosa) e da descoberta de outras espécies com essências semelhantes.

O que mais afetou a indústria, porém, não foi a concorrência comercial, mas o extermínio de sua matéria-prima. Para extrair o óleo essencial de pau-rosa é preciso derrubar a árvore, picotar seu tronco e fervê-lo numa caldeira, para que o óleo evapore com a água e condense (técnica chamada de arraste a vapor). Para obter 10 quilos de óleo, por exemplo, consome-se 1 tonelada de madeira.

A espécie foi quase que extinta. No Pará, praticamente não existe mais, segundo o especialista Paulo Sampaio, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). A produção, que hoje não chega a 10 toneladas/ano, ficou restrita ao Amazonas. E, mesmo lá, é preciso ir cada vez mais longe para encontrar uma árvore.

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Diante de tal cenário, o pau-rosa entrou para as listas de espécies ameaçadas do IBAMA e da União Mundial para a Conservação da Natureza (IUCN). No entanto, a espécie pode ser plantada, mas a maior parte da produção ainda provém do extrativismo - ou seja, de árvores naturais.

O químico Lauro Barata, da Universidade Estadual de Campinas, apóia a inclusão do pau-rosa na CITES, mas teme que para salvar a espécie seja preciso exterminar o que resta da indústria do óleo. Ele desenvolve uma técnica que permite extrair óleo essencial dos galhos e folhas da árvore, sem precisar cortá-la, e com características muito semelhantes ao óleo da madeira.

Já o IBAMA, aposta que a inclusão na CITES fortalecerá a indústria certificada, diminuindo a concorrência com produtores clandestinos. Um levantamento feito pela instituição revelou que o volume exportado de óleo de pau-rosa entre 2003 e 2008 foi 500% maior do que o volume que havia sido autorizado pelo instituto. Por isso, acredita-se que o futuro da indústria deverá ser mesmo o plantio, com produção de óleo das folhas e galhos.

Tais aspectos representam uma oportunidade para espécies da Mata Atlântica que possam substituir o pau-rosa no mercado.

3.2.3 – Oferta

Palmito

O Brasil é o maior produtor mundial de palmito. No entanto a oferta deste produto vem declinando de forma drástica nos últimos anos. A Tabela 3.03 apresenta informações históricas de produção de palmito disponibilizadas pelo IBGE entre 2004 e 2009 para o país e em destaque para o estado paulista.

Cabe ressaltar que a grande maioria do palmito produzido no Brasil é o chamado “pupunha“ (Euterpe oleraceae), originário da Amazônia brasileira e distinto do palmito

produzido na Mata Atlântica paulista. A diferença entre ambas é que a espécie juçara é reproduzida de uma semente constituindo um único fuste, enquanto as demais espécies originam diversos fustes (touceiras). Assim, ao se extrair o palmito, a palmeira juçara não é passível de rebrota, enquanto a pupunha rebrota com o corte do fuste principal.

Enquanto o palmito juçara demanda de 9 a 17 anos para produzir um fuste de qualidade superior, a pupunha pode ser extraída após 18 meses do plantio.

No período em análise a produção deste PFNM retraiu-se no país a uma taxa de aproximadamente 60%, enquanto que em São Paulo, a produção em 2009 praticamente inexistiu.

Como se pode observar na Tabela 3.03, para o Estado de São Paulo, a produção entre 2005 e 2007 foi exatamente a mesma, o que sugere ausência de informação consistente ano a ano, cabendo a repetição das quantidades de anos anteriores.

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Tabela 3.03 – Evolução Histórica da Produção de Palmito no Brasil e em São Paulo (2004 – 2009)

Item Ano / Produção em Toneladas Var.

(%) 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Brasil 12.124 7.893 6.524 6.037 5.873 5.076 - 58,1

- Pará 11.387 7.390 6.058 5.562 5.607 4.897 - 57,0

- São Paulo 95 105 105 105 31 1 - 98,9

- Outros 642 398 361 370 235 178 - 72,2

Participação de SP (%) 0,8 1,3 1,6 1,7 0,5 0,02 - 97,5

Fonte: IBGE (2010), adaptado pela STCP.

O mais importante é observar as quedas na produção em São Paulo. Tal aspecto decorre principalmente das pressões e fiscalizações das autoridades ambientais do estado que têm realizado esforços para combater a extração ilegal.

Segundo dados disponibilizados pela SMA/SP, baseados no sistema DOF do IBAMA, referentes apenas ao primeiro semestre de 2009 (dados consolidados para o total anual não estavam disponíveis), o Estado de São Paulo importou aproximadamente 4,6 toneladas de palmito do Paraná e de Santa Catarina (vide Tabela 3.04). Persistindo os números do primeiro semestre de 2009, estima-se que o Estado de São Paulo tenha importado pouco mais de 9 toneladas naquele ano, o que pode ser considerado bastante inexpressivo levando-se em conta as quantidades produzidas em nível nacional (5 mil toneladas) no

mesmo ano.

Tabela 3.04 – Importações de Palmito Realizadas por São Paulo em 2009 por Estado de Origem

Origem Quantidade (toneladas)

% 10 Semestre 2009 Anual (1)

Paraná 3,85 7,70 83,0

Santa Catarina 0,79 1,58 17,0

Total 4,64 9,28 100,0

(1) Quantidade semestral extrapolada para o ano de 2009 Fonte: Sistema DOF, disponibilizado pela SMA.

Aroeira Pimenteira (Pimenta Rosa)

Não existem estatísticas numéricas que apontem as quantidades produzidas de pimenta rosa no Brasil. Dados secundários (http://www.faes.org.br) dão conta que o Estado do Espírito Santo é o maior produtor nacional, sendo a extração média de 4 a 6 kg por árvore. Segundo o jornal A Gazeta, do estado do Espírito Santo, citado por Peppertrade Board (2007), já existem plantios comerciais no Norte e região serrana do estado, com mais

de 7 mil espécimes plantados e programa para o plantio de mais de 30 mil, tendo uma projeção inicial de uma oferta de quatro quilos de aroeirinha ou pimenta-rosa por arvore.

Seu plantio desponta como uma das alternativas para a diversificação agrícola, por ser um dos mais sofisticados condimentos da cozinha internacional e por seu sabor suave,

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adocicado e levemente apimentado. Os municípios capixabas de São Mateus, Linhares, Jaguaré e Nova Venécia são aqueles onde a produção da pimenta rosa ganha destaque. O mercado interno brasileiro desse produto é ainda bastante reduzido, mas tem grande expressividade internacionalmente.

O próprio cultivo de pimenta rosa no Espírito Santo é ainda uma novidade, sendo grande parte dele extrativista. Os principais produtores estaduais ainda não têm claros os protocolos de produção, e não desenvolveram tecnologias para isso. No entanto, alguns produtores já enxergam valor comercial no produto, vendido em sua maioria para o exterior.

Um dos principais produtores do condimento do município da Serra, no Espírito Santo (Fábio Merçom) destaca que para conseguir uma boa produção deve-se utilizar a muda correta, selecionando as melhores plantas produtivas e plantar pelo método da estaquia. O cultivo a partir de sementes, não tem trazido resultados satisfatórios. Segundo o mesmo produtor, ele produz cerca de seis quilos de pimenta rosa por árvore. A previsão para os próximos anos (a partir de 2010) é que sejam produzidos 50 mil quilos de pimenta rosa em sua propriedade, na Serra, entre maio e junho, meses da safra do produto.

Outra importante produtora no Espírito Santo (Marli Roldi) produz o condimento há sete anos e possui cerca de 5 mil pés plantados em sua propriedade, no município de Fundão. Ela enfatiza que a excelência da produção depende muito da colheita (apanha) correta. É necessária a conscientização dos “apanhadores” no sentido de não quebrar a planta, que é muito delicada. A produtora vende o condimento já seco para São Paulo, que faz a exportação. Na realidade, segundo a mesma produtora, a secagem reduz o peso, diminuindo a quantidade produzida, no entanto, o valor agregado aumenta. Deve-se tomar cuidados porque o mercado de pimenta-rosa não é elástico, ele não aumenta rapidamente com o aumento da produção. A maioria dos produtores de pimenta rosa do Espírito Santo vende o produto in natura para empresas terceirizadas que realizam o beneficiamento, a

secagem e a exportação.

Além dos principais produtores nacionais de pimenta rosa o Espírito Santo é ainda hoje o principal incentivador do extrativismo do produto, especialmente de Estados onde a espécie ocorre naturalmente e em escala econômica como o Sergipe e Alagoas (vide box 02).

Box 3.02 – Estudo de Caso - O extrativismo da pimenta rosa no Baixo São Francisco

No Baixo São Francisco, nos Estados do Sergipe e Alagoas há um contingente em torno de 500 pessoas nas comunidades, diretamente envolvidas na coleta da pimenta-rosa. A grande maioria são pescadores que aderem à prática do extrativismo, atividade sazonal. Na Figura abaixo se observa que em 2002, ainda no início do extrativismo, a coleta foi de apenas 450 kg. Os anos posteriores atingiram em 2003 (7,5 t), 2004 (13 t), 2007 (40 t), 2008 (30 t), porém com grande decréscimo em 2009 (3 t). Em termos percentuais houve um crescimento nos anos descritos, respectivamente de 0,5%, 8%, 14,%, 43%, 32%, contrário a 2009 com decréscimo de 3%.

Produção do extrativismo de pimenta-rosa no Baixo São Francisco de Sergipe e Alagoas, dos anos 2002 a 2009 (Obs.: Informações referentes aos anos de 2005-2006 não estiveram disponíveis)

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Fonte: Jesus, Nádia – Relações Sócio-Ambientais no Extrativismo da Aroeira no Baixo São Francisco Pesquisa de campo (2008 - 2009)

Alguns estados brasileiros contribuem para a cadeia produtiva da pimenta-rosa. Aqueles principalmente citados nas pesquisas de campo do estudo de caso em apreço foram: Rio Janeiro, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Ceará, além do Espírito Santo, local onde existem plantios. As pesquisas foram realizadas junto a empresários da indústria exportadora–processadora. Segundo empresários do segmento a participação por estado, obtida através do extrativismo por tonelada anualmente, é a seguinte: Espírito Santo 400 t; Rio de Janeiro 640 t; Bahia 200 t; Pernambuco 100 t; Ceará 100 t e; Sergipe - Alagoas 70 t (vide Figura abaixo).

Participação em Porcentagens por Estado no Extrativismo da Pimenta Rosa em 2008

Fonte: JESUS, Nádia – Relações Sócio-Ambientais no Extrativismo da Aroeira no Baixo São Francisco Pesquisa de campo (2008 - 2009)

Quanto aos dois últimos estados em 2009 a produção extrativista decresceu, chegando apenas a 2.500 toneladas, visto que o período de coleta se resumiu a semana entre 23.07.2009 a 05.08.2009. Com base na produção de 2008, no cenário nacional, Sergipe e Alagoas contribuem juntos com apenas 5%, embora as indústrias estejam a caminho de obter maior controle da produção e regularidade com o plantio da aroeira. Nessa perspectiva os estados com menor participação se tornam importantes para garantir o atendimento da demanda da indústria exportadora até que se adquira auto-suficiência por meio do estabelecimento de plantios

A cadeia produtiva da pimenta-rosa, com a participação por estado e locais de produção coordenados pelas indústrias do Espírito Santo, depende da demanda externa das indústrias importadoras. Essas importadoras dos países europeus realizam uma segunda fase do processamento, segundo um empresário do segmento. Nessa fase ocorre a liofilização entre 33 a 50 graus abaixo de zero. Essa etapa do processamento feita fora do Brasil agrega maior valor ao produto. Por outro lado, os empresários brasileiros vêm perspectivas de realizar essa etapa, tendo em vista ser de interesse das indústrias importadoras que esta seja feita pelos países exportadores, o que significa maior lucro para as empresas nacionais. Seus principais destinos, de acordo as pesquisas de campo realizadas pelo estudo de caso em questão, são os Estados Unidos, Canadá, os países membros da União Européia, como a Holanda e, principalmente a Alemanha, França e Itália.

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7.500

13.800

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2002 2003 2004 2007 2008 2009

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De acordo com empresários, o mercado interno ainda é pequeno, embora em crescimento, absorvendo em média 15 toneladas anuais. Há, no entanto, possibilidade do surgimento de novos mercados, inclusive internos.

Fonte: JESUS, Nádia. Relações Sócio-Ambientais no Extrativismo da Aroeira no Baixo São Francisco Pesquisa de campo

(2008 - 2009)

Óleo de Copaíba

Outro PFNM produzido no país é o óleo de copaíba. A Região Norte do Brasil é a maior produtora. Conforme mencionado anteriormente o óleo de copaíba é utilizado principalmente na indústria farmacêutica (uso medicinal).

As estatísticas do IBGE relacionadas à produção de óleo de copaíba no país entre 2004 e 2009 podem ser observadas na Figura 3.01. Tais estatísticas não apontam números para o Estado de São Paulo, sugerindo que no estado não há produção de óleo de copaíba, proveniente da Mata Atlântica. Vale ressaltar que na Região Norte do país o óleo de copaíba é extraído principalmente de espécies diferentes daquela que ocorre na Mata Atlântica paulista (Copaifera langsdorfii), no entanto, todas as espécies possuem a mesma indicação

medicinal.

No período em análise, salvo uma pequena oscilação observada em 2008, as quantidades de óleo de copaíba produzidas vêm crescendo a taxas anuais de 2,6%. Entre 2004 e 2009 a produção no país cresceu 17%. Mais recentemente as quantidades

produzidas ultrapassam as 530 toneladas anuais.

Figura 3.01 – Evolução Histórica da Produção de Óleo de Copaíba no Brasil (2004 – 2009)

Fonte: IBGE (2010), adaptado pela STCP.

Óleo de Pau-Rosa

De forma idêntica a maioria dos PFNM do país, estatísticas relativas à produção de óleo de pau-rosa são praticamente inexistentes.

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502523

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2004 2005 2006 2007 2008 2009

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Dados do Ministério da Indústria e Comércio (disponíveis em http://www.oeco.com.br) dão conta que, em 2009, o Brasil exportou 1,8 milhão de dólares, ou 17 toneladas do produto. Os maiores compradores foram, nessa ordem, Estados Unidos (1,3 milhão de dólares), França, Japão, Reino Unido e Alemanha. Nos dois primeiros meses de 2010, foram vendidas 3,2 toneladas, rendendo 379 mil dólares. O consumo interno é insignificante frente às exportações.

Outra fonte secundária utilizada (disponível em: http://www.amazonia.org.br/noticias), com o título de “Pau-rosa: Extração de óleo das folhas pode ser chave para salvação da espécie”, de 14/07/2002, menciona que naquela época a produção de óleo de pau-rosa não chegava a 10 toneladas/ano, ficando restrita ao Estado do Amazonas. Esta mesma fonte enfatiza um projeto entre a UNICAMP (pesquisador Prof. Lauro Barata) em parceria com o INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (pesquisador João Ferraz), e três produtores de óleo de pau-rosa que estudam as melhoras técnicas de plantio e extração do óleo das folhas. Dois produtores já plantaram mais de 20 mil árvores, antecipando resultados positivos do trabalho. O projeto, de R$ 650 mil, foi submetido ao MMA para financiamento. Os pesquisadores estão convencidos de que o pau-rosa, assim como outras espécies, podem contribuir para a valorização e preservação da floresta. Segundo o Professor Lauro Barata, há mais de mil tipos de plantas aromáticas na Amazônia, mas apenas o óleo do pau-rosa é explorado comercialmente. O projeto, na realidade visa a produção de Plantas Aromáticas, Extração e a Comercialização dos Óleos Essenciais, mercado este hoje em US$ 1,8 bilhões, e onde o Brasil participa com apenas 0,1%. O Brasil se posiciona como o 4º maior exportador, com aproximadamente US$ 98,5 milhões, depois dos EUA, França e Reino Unido. No entanto, deste volume, 80% consiste em óleo essencial de laranja, de baixo preço (US$0,90/kg). Fora os cítricos, o Brasil produz e exporta por ordem de importância limão, eucalipto, pau-rosa, lima e capim-limão. Apenas o pau-rosa é legitimamente brasileiro.

De maneira geral, os produtos exportados pelo país são caracterizados por grande volume, baixo preço de mercado e com pouco valor agregado. Enquanto o valor unitário médio dos produtos comercializados pelo Brasil é de US$ 1,34/kg, a França exporta para o Brasil óleos ao preço de US$ 33 /kg.

3.2.4 – Demanda

Palmito

Não existem informações precisas sobre o consumo nacional de palmito, não se encontrando dados estatísticos em publicações especializadas, bem como nas realizadas pelos órgãos governamentais brasileiros. Além disso, as poucas informações encontradas sobre consumo interno e externo do produto são conflitantes. Segundo informação pontual extraída do IBGE, o Estado de São Paulo responde por 70% do consumo nacional. Considerando-se que a produção do Estado em 2009, extraída do IBGE é irrelevante (apenas 1 tonelada), e que as importações formais estimadas a partir do sistema DOF para o mesmo ano também foram inexpressivas (9 toneladas), seguramente, a maior parte do consumo realizado por São Paulo é proveniente de outros Estados (Pará – principalmente), não captados pelo sistema DOF ou de origem ilegal, fazendo crer que esta segunda opção ainda é muito comum, embora os esforços da fiscalização estadual.

Embora as informações estejam defasadas, apenas para fins de ilustrar o capítulo, nas décadas de 40 e 50, segundo site http://www.portalsaofrancisco.com.br, São Paulo foi

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43

um dos maiores produtores nacionais de palmito juçara atingindo praticamente 50% da total. Atualmente o estado contribui com cerca de 2% do palmito consumido, evidenciando-se que nos últimos 30 anos o palmito nativo paulista foi praticamente extinto. Por ser um alimento nobre e muito apreciado, o grande consumo de palmito transformou o Brasil no maior exportador, responsável por 95% do palmito consumido em todo o mundo. No entanto, devido ao alto extrativismo do palmito juçara, que é muitas vezes retirado das florestas de forma clandestina, foi criada uma legislação no sentido de coibir tal prática. A ação dos palmiteiros clandestinos provocou sérios prejuízos ao equilíbrio da Mata Atlântica, com danos notadamente para a fauna que se alimenta daquelas espécies. Além disso, colocou em risco também a saúde dos consumidores, no momento em que estes adquirem produtos que muitas vezes foram "industrializados" sem condições mínimas de higiene necessárias.

Em função da quase extinção do palmito juçara, originário da Mata Atlântica e ecossistemas associados, atualmente 97% do palmito brasileiro comercializado, o pupunha e o açaí, é proveniente da Floresta Amazônica, originário do Estado do Pará, o que tem levado a indústria deste produto ao deslocamento para a Região Norte, para extrair e industrializar tais espécies. Diante desta situação de escassez e rigor, o próprio mercado obrigou-se a buscar uma alternativa ambientalmente correta e economicamente viável que atendesse este filão que cresce continuamente.

Os problemas do palmito brasileiro, entretanto, não se resumem à substituição da produção extrativista pelos cultivos e pela produção sustentada. Há também a questão do controle da qualidade do produto, essencial para se evitar episódios como o ocorrido em São Paulo, em 1998. Na ocasião, surgiram diversos casos de botulismo associados ao consumo de palmito impróprio. Apesar de o surto não ter se sido desencadeado apenas pelo palmito brasileiro (alguns casos foram causados por marcas de origem estrangeira), o produto nacional, com o ocorrido, sofreu efeitos negativos dentro do próprio país. O mercado, que já estava desorganizado pela concorrência da produção informal, sem controle sanitário e obtida a partir de matéria prima extraída clandestinamente, foi fortemente abalado.

Situações como aquela afetou a confiança do consumidor em relação à qualidade do produto. Medidas já estão sendo adotadas há algum tempo, por parte dos produtores, no sentido de recuperar a credibilidade do produto brasileiro tanto no mercado interno, quanto no externo, com destaque para o controle da extração do palmito e o aprimoramento do seu processo industrial. Casos como aqueles verificados anteriormente no box 3.01 (Projetos com o Palmito Juçara) são bastante favoráveis ao mercado consumidor de palmito.

Aroeira Pimenteira (Pimenta Rosa)

Da mesma forma que nos demais PFNM contemplados por este estudo, a pimenta rosa, extraída da aroeira pimenteira, praticamente não dispõe de informações precisas sobre o consumo nacional. A maioria dos dados é bastante disperso e dão conta que o mercado interno é bastante pequeno (15 toneladas anuais), sendo a maior parte consumida no Estado de São Paulo.

Segundo dados publicados pelo estudo Relações Sócio-Ambientais no Extrativismo da Aroeira no Baixo São Francisco (JESUS, Nádia - 2008/2009), relacionados às exportações da indústria Agrorosa (vide Figura 3.02), houve um crescimento de 12% entre os anos de 2000 e 2001, mantendo-se esse percentual até 2005. Entre 2005 e 2006 o crescimento foi de 20%; já em 2007 houve um decréscimo, com queda de 16% em relação

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ao ano anterior. Segundo o mesmo estudo, em 2009 foi obtida pimenta rosa para beneficiamento e processamento em torno de 800 t (nativa e plantios).

Figura 3.02 – Evolução das Exportações de Pimenta Rosa da Indústria Capixaba Agrorosa (2000 – 2007)

Fonte: JESUS, ano?

do Brasil nesse segmento.

Sobre esse aspecto, analisa-se que a ausência de dados sobre a pimenta rosa possa se relacionar ao uso da mesma codificação da TIPI-NCM (0904.11.00) da pimenta-do-reino, também usada para Em consulta ao estudo do Deser (2008), observa-se no segmento de pimentas, tanto a pimenta-do-reino, como a pimenta rosa, que as exportações são efetuadas para os mesmos países. Da mesma forma, a base produtiva da pimenta-do-reino em muitos casos, é quase toda extrativista, fato semelhante à situação da pimenta rosa atualmente. No entanto, o mercado de pimentas não indica a pimenta-rosa entre os produtos exportados ao mercado internacional. Ele identifica apenas três tipos de pimentas “para serem comercializadas no mercado internacional: a pimenta-preta, a pimenta branca e em pequena escala a pimenta verde”. Nesse sentido, essa análise surpreende, considerando os investimentos feitos com abertura de financiamento em agências do Estado do Espírito Santo e demonstrado nas experiências de plantio da espécie com o apoio do governo desse Estado.

Ao mesmo tempo, o estudo aponta que o estado do Espírito Santo se destaca como um dos grandes exportadores de pimentas, juntamente com o Pará e Minas Gerais, que detém 98% do total exportado identificar a pimenta-rosa para exportação. Essa dificuldade para levantar os dados oficiais da pimenta rosa não é singular, acontecendo igualmente em relação a outras espécies e outros PFNM.

Óleo de Copaíba

Informações relacionadas à demanda de óleo de copaíba no país e mais especificamente no mercado regional de São Paulo são praticamente inexistentes. Segundo o IBGE em 2003 foram comercializadas 463 toneladas de óleo, somando R$1,4 milhão com as vendas.

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A demanda de óleo de copaíba é realizada a partir de feiras, mercados e farmácias, sobretudo na região norte do país. Nos grandes mercados nas capitais da Amazônia como o Mercado Municipal Adolpho Lisboa em Manaus e o Mercado Ver o Peso em Belém, o óleo de copaíba é encontrado com grande facilidade.

O óleo de copaíba apresenta uma grande variação na tonalidade, viscosidade e intensidade de cor. A coloração é um fator importante para o mercado consumidor. As adulterações que sofre o óleo de copaíba estão relacionadas com a comercialização sem controle.

Devido às adulterações no produto, muitas empresas exigem amostras prévias para certificar a qualidade e definir preço. Esses preços dependem da presença ou não de impurezas como cascas, cinzas, terra, ou ainda de alterações causadas pela armazenagem em recipientes plásticos não adequados e exposição à luz solar.

Os óleos com característica incolor são os que possuem melhor valor de mercado, variando de acordo com o comprador, o lugar, o tipo de processamento, embalagem e composição do produto.

Óleo de Pau-Rosa

A demanda interna de óleo essencial de pau-rosa não está disponível, embora diferentes estudos façam referência às exportações. Estes mesmos estudos, inclusive dados do Ministério da Indústria e Comércio apontam valores expressivos nas exportações, não fazendo referência a demanda.

Em média, o Brasil entre 1996 e 2010 exportou ao redor de 31 toneladas anuais de óleo de pau-rosa, o que pode ser considerado praticamente inexpressivo frente à exportação de óleos essenciais de eucalipto, por exemplo, cuja comercialização externa no mesmo período alcançou quantidades superiores a 270 toneladas anuais, ou seja, quase 9 vezes o comércio internacional do primeiro produto.

Uma comparação histórica (quantidades exportadas de óleo de pau-rosa frente ao óleo de eucalipto) foi aqui apresentada como forma de demonstrar o tamanho de tais mercados, considerando uma espécie nativa (pau-rosa), de difícil obtenção e em processo de extinção (segundo a IUCN) e uma espécie exótica (eucalipto), largamente cultivada no país e de uso bastante variado (vide Tabela 3.05).

Tabela 3.05 – Comparativo da Evolução das Exportações de Óleo de Pau-Rosa e Óleo de Eucalipto Realizadas pelo Brasil (1996 – 2010)

Ano Óleo de Pau-Rosa Óleo de Eucalipto

Total

Quantidade (kg) % Quantidade (kg) %

1996 47.443 26,3 133.274 73,7 180.717

1997 45.954 19,7 187.808 80,3 233.762

1998 35.456 14,2 214.636 85,8 250.092

1999 39.901 15,2 223.359 84,8 263.260

2000 31.557 10,3 275.159 89,7 306.716

2001 29.980 9,9 274.100 90,1 304.080

2002 22.816 5,7 375.930 94,3 398.746

2003 32.398 8,8 335.296 91,2 367.694

2004 29.453 9,9 266.908 90,1 296.361

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Ano Óleo de Pau-Rosa Óleo de Eucalipto

Total Quantidade (kg) % Quantidade (kg) %

2005 38.528 11,3 303.109 88,7 341.637

2006 30.783 8,6 327.474 91,4 358.257

2007 36.119 8,8 376.410 91,2 412.529

2008 21.137 7,7 252.638 92,3 273.775

2009 16.955 5,8 273.895 94,2 290.850

2010 4.164 1,4 286.651 98,6 290.815

Média 30.843 10,1 273.776 89,9 304.619

Fonte: MDIC-SECEX, 2010, adaptado por STCP.

Pode-se observar no período em análise que as exportações de ambos os produtos declinaram; a de óleo de pau-rosa desde 2005 e de óleo de eucalipto a partir de 2007, quando as exportações dos respectivos produtos alcançaram o auge. No entanto, as quedas observadas nas exportações de óleo de pau-rosa foram mais significativas, corroborando com a diminuição da oferta mencionada anteriormente.

Outro aspecto importante a observar é que o óleo de pau-rosa em meados da década de 90 representava mais de 25% das exportações destes produtos e, atualmente (2009), a representatividade do óleo de pau-rosa nas exportações dos mesmos não alcança 10%.

Considerando o ano de 2010, a imensa maioria das exportações do óleo de pau-rosa foi realizada pelo Estado do Amazonas (97,7% do total). São Paulo representou os 2,3% restantes.

Por outro lado, o Estado de São Paulo foi o mais representativo nas exportações de óleo de eucalipto em 2010 (65% do total). O restante (35%) foi verificado pelo Estado de Minas Gerais.

3.2.5 – Preços

Palmito

Os preços de palmito praticados pelo Estado de São Paulo, considerando a aquisição destes produtos originários de outros Estados da federação podem ser observados na Tabela 3.06. Tais valores foram extraídos, no caso de compras realizadas na Amazônia Legal, no Paraná e em Santa Catarina, do sistema DOF disponibilizado pela SMA/SP (base 2009). Os valores unitários basearam-se no total negociado (quilos) e nos valores em R$ apropriados no sistema mencionado.

(conclusão)

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Tabela 3.06 – Preços Unitários de Compra de Palmito Praticados por São Paulo nas Compras de Produtos Industrializados Provenientes de Outros Estados / Regiões do Brasil (2009)

Origem do Produto Preço de Compra (R$/kg)

Amazônia Legal 3,50

Paraná 14,32

Santa Catarina 13,57

Médio 10,46

Fonte: Sistema DOF, disponibilizado pela SMA.

Embora as informações do sistema DOF não sejam claras no relativo à Figura (agente) comercial na origem do produto, acredita-se que tais preços sejam pagos diretos ao produtor.

Esta constatação é apoiada pelos valores históricos demonstrados na Figura 3.03, a qual mostra a evolução do preço do palmito para os anos de 2009 e 2010, diretos ao consumidor, ou seja, em média 3 vezes superior aos apresentados na Tabela anterior. Os valores originais, do Instituto de Economia Agrícola (IEA), foram informados para a embalagem (lata) de 300 gramas, extrapoladas para quilo, para ter a mesma base de comparação.

Figura 3.03 – Evolução Histórica dos Preços de Palmito ao Consumidor (2009 e 2010) Fonte: IEA - Instituto de Economia Agrícola (2010).

Mesmo assim, pode-se observar que o preço do palmito apresentou oscilações significativas no período de 2 anos, começando com R$ 30/lata de 1 quilo em janeiro de 2009 e atingindo o valor máximo de R$ 38/lata de 1 kg em março de 2010, voltando a patamares de R$ 33/lata de 1 quilo em dezembro de 2010. O crescimento nesse período foi de 9,6% e o preço médio foi de R$ 32,3/lata de 1 quilo nos 24 meses analisados.

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R$/lata

(1 k

g)

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Aroeira Pimenteira (Pimenta Rosa)

A comercialização dos frutos da Aroeira Pimenteira, a chamada pimenta-rosa, é feita de diferentes formas, podendo ser vendidos os frutos desidratados, frutos in natura e

também o óleo essencial do fruto.

Na Tabela 3.07 observa-se que o item mais caro é o fruto desidratado, que em janeiro de 2011 alcançou R$ 199,00/kg, enquanto os frutos in natura não passaram de R$

8,50/kg. Já o óleo essencial é comercializado a R$ 2,5/ ml (R$ 25,00 / frasco de 10 ml), sendo tais preços praticados na cidade de São Paulo, diretos ao consumidor.

Tabela 3.07 – Preços Atuais (janeiro/11) de Frutos da Aroeira Pimenteira na Cidade de São Paulo

Item Preço (R$)

- Frutos desidratados 199,00 / kg

- Frutos in natura (embalagens de 5 e 10 kg) 8,50 / kg

- Óleo essencial do fruto (frasco de 10 ml) 2,5 / ml

Fonte: www.peppertrade.com.

O valor de exportação chega a US$ 13,2/kg FOB (Peppertrade Board, 2005). O

Brasil não é o único produtor de pimenta-rosa, e concorre no mercado mundial com vários países das Ilhas do Pacífico (Peppertrade Board, 2005).

Tomando como referência o estudo denominado Relações Sócio-Ambientais no Extrativismo da Aroeira no Baixo São Francisco, Jesus, Nádia (2008 - 2009), a Tabela 3.08 apresenta os valores pagos pelas empresas aos extrativistas da pimenta rosa no Baixo São Francisco (2001-2009).

Tabela 3.08 – Preços Pagos aos Extrativistas do Baixo São Francisco pelas Empresas Beneficiadoras (R$/kg in natura)

Ano Preço (R$/kg in natura) Diferença (%)

2001 0,60 a 0,80 --

2002 2,00 185,7

2003 1,50 a 1,80 - 17,5

2004 1,50 a 2,00 6,1

2005 1,50 a 1,80 - 5,7

2006 1,50 a 2,00 6,1

2007 1,50 a 2,00 0

2008 1,50 a 2,00 0

2009 1,50 - 14,3

Médio 1,61 --

Fonte: JESUS, Nádia – Relações Sócio-Ambientais no Extrativismo da Aroeira no Baixo São Francisco Pesquisa de campo (2008 - 2009).

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Conforme se observa, os valores médios pagos aos extrativistas entre 2001 e 2009 foram de R$ 1,61/kg in natura, ou seja, bastante abaixo daqueles praticados no mercado de

São Paulo para produtos similares e apresentados na Tabela 3.07.

Ainda com base no mesmo estudo, quanto aos valores atuais pagos pela indústria processadora do Espírito Santo por quilo da aroeira de plantio, ao produtor rural, e da aroeira nativa, ao extrativista, são os mesmos, entre R$2,50 a R$3,00. De acordo com a mesma fonte, exportadores estimam um preço mínimo entre US$ 13,00 e 14,00 por quilo do produto nos Estados Unidos, Holanda, Alemanha, Itália e França, principais centros de consumo estrangeiros.

Óleo de Copaíba

O óleo de copaíba é comercializado (direto ao consumidor) em frascos que podem variar sua quantidade, conforme pode ser visto na Tabela 3.09 a seguir. Em janeiro de 2011, o frasco de 30 ml foi comercializado a R$ 12,00, sendo o mais caro comparativamente com outros, já que o frasco de 1 litro sai a R$ 110,00.

Tabela 3.09 – Preços Atuais (janeiro/11) de Óleo de Copaíba na Cidade de São Paulo (Direto ao Consumidor)

Tipo Preço (R$)

- Frasco com 30 ml 12,00

- Frasco com 100 ml 25,00

- Frasco com 250 ml 38,00

- Frasco com 500 ml 65,00

- Frasco com 1.000 ml (litro) 110,00

Fonte: www.copaiba.com.br.

Na preparação deste estudo não foram identificados preços de óleo de copaíba pagos diretamente aos produtores e tampouco preços de exportação. No entanto, segundo consulta informal na região do Acre, feita pela STCP em finais de fevereiro de 2010, o preço do óleo pago ao coletor varia entre R$ 3,00 e R$ 12,00 por litro (1.000 ml), ou seja, valores bastante inferiores àqueles praticados no mercado de São Paulo, direto ao consumidor (R$ 110,00 por litro).

Óleo de Pau-Rosa

Estatísticas relativas a preços de óleo de pau-rosa diretos ao produtor e ao consumidor nacional são praticamente inexistentes. Alguns valores de referência podem ser representados pela divisão das quantidades exportadas (quilos) pelo valor arrecadado com as exportações (US$ FOB). Os valores unitários, considerando este exercício podem ser observados na Figura 3.04, obtidos a partir do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio – SECEX historicamente entre 1996 e 2010.

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Figura 3.04 – Valores Unitários Obtidos nas Exportações Brasileiras de Óleo de Pau-Rosa (US$/kg FOB)

Fonte: MDIC-SECEX, 2010, adaptado por STCP.

Conforme se observa, ao longo do período em análise os valores unitários cresceram significativamente, principalmente após 2004. Um dos aspectos que pode ter influenciado nestas altas foi seguramente a diminuição da oferta, em função das dificuldades de obtenção do produto, a qual seguramente afetou as exportações.

Segundo informações dispersas, obtidas de diferentes fontes secundárias mencionadas no Anexo 07 deste documento, o preço de venda do óleo essencial das folhas do pau rosa devido ao apelo ecológico pode chegar a US$ 75/litro, embora os produtores que dependem de financiamento da rede local o vendam á US$ 30/kg. No mercado internacional o óleo pode custar até US$ 240,00/kg.

3.3 – Produtos Florestais Madeireiros - PFM

3.3.1 – Conceito, principais produtos e caracterização

Wickens (1991) ao definir PFNM como todo e qualquer material biológico, extraído de ecossistemas naturais, utilizado para fins de subsistência, destinado ao mercado, ou ainda que possua significado cultural ou religioso, excetuando-se os produtos madeiráveis, na realidade, também conceitua os PFM, como sendo todos os demais materiais biológicos, provenientes da madeira, a exemplo: toras, carvão vegetal, madeira serrada em suas diferentes dimensões que ganham denominações específicas, aparas, painéis de madeira, celulose e outros.

Este estudo, por enfatizar o mercado regional de São Paulo, considerando essencialmente espécies nativas, contempla apenas os seguintes principais produtos caracterizados através da Tabela 3.10.

20

40

60

80

100

120

140

19

96

19

97

19

98

19

99

20

00

20

01

20

02

20

03

20

04

20

05

20

06

20

07

20

08

20

09

20

10

US

$/k

g F

OB

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51

Tabela 3.10 – Principais Produtos Contemplados no Estudo, Caracterização e Principais Dimensões

Produto Caracterização

Tora / Torete Madeira roliça, com diferentes diâmetros e comprimentos de acordo ao uso

Lenha Porção de ramos, achas ou fragmentos de troncos de árvores e madeira em geral reservados para servirem de combustível (1)

Carvão Vegetal Substância de cor negra obtida pela carbonização da madeira ou lenha. É muito utilizado como combustível para aquecedores, lareiras, churrasqueiras e fogões a lenha (2)

Madeira Serrada em Geral

Madeira dimensionada, obtida a partir de toras com espessuras e larguras diferentes de acordo ao uso final

Espessura (cm) Largura (cm)

- Pranchões > 7,0 > 20,0

- Prancha 4,0 - 7,0 > 20,0

- Viga > 4,0 11,0 - 20,0

- Vigota 4,0 - 8,0 8,0 - 11,0

- Caibro 4,0 - 8,0 5,0 - 8,0

- Tábua 1,0 - 4,0 > 10,0

- Sarrafo 2,0 - 4,0 2,0 - 10,0

- Ripa < 2,0 < 10,0

(1) Definição obtida em: forum.wordreference.com/showthread.php?t (2) Definição obtida em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Carv%C3%A3o_vegetal Fonte: Levantamentos de Campo (2010) e Banco de Dados da STCP.

3.3.2 – Informações do mercado regional de São Paulo baseadas no sistema DOF

O Sistema DOF (Documento de Origem Florestal) do IBAMA foi instituído pela Portaria MMA n° 253, de 18 de agosto de 2006 e constitui-se licença obrigatória para o controle do transporte e armazenamento de produtos e subprodutos florestais de origem nativa, inclusive o carvão vegetal nativo. É gerado por sistema eletrônico e contém informações sobre a procedência e destino desses produtos e subprodutos, na forma do Anexo I da Instrução Normativa nº 112, de 21 de agosto de 2006. (http://servicos.ibama.gov.br).

Embora a STCP, conforme previa o Termo de Referência do estudo tenha realizado um estudo de mercado na região de São Paulo, baseado em dados primários (levantamentos de campo), em fase adiantada dos trabalhos, a SMA achou por bem incluir as informações adicionais para o Estado relativas ao mercado de produtos e subprodutos madeireiros de essências nativas, obtidas através do sistema DOF. Tal solicitação é atendida nesta seção do presente documento. Vale ressaltar que as informações disponibilizadas pela SMA, a partir do sistema em apreço, referem-se aos anos de 2008 e 2009, não contemplando os mesmos produtos, ou seja, em 2008, o sistema aponta dados consolidados para os seguintes PFM: madeira em tora, carvão, lenha e serrados. Já para 2009 o sistema apresenta informações apenas para madeira em tora e serrados. Além disso, para o ano de 2009, as informações do sistema DOF repassadas pela SMA à STCP estavam totalizadas apenas para o primeiro semestre do respectivo ano. Na apresentação

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dos resultados a STCP apresenta os dados estimados para o exercício completo de 2009, com base na extrapolação dos dados semestrais.

Outro aspecto a ser relevado é o de que para o ano de 2009, os dados do sistema DOF apenas computam entradas de produtos e subprodutos de madeira no Estado de São Paulo de outras regiões (Estados) do país, não considerando a produção própria do Estado. Aspecto que é levado em conta e consolidado para 2008. Adicionalmente, os dados de 2008 não são segregados por espécies e preços, o que é largamente disponibilizado para o ano de 2009.

Com base no exposto, conclui-se que as informações do sistema DOF, disponibilizadas pela SMA para o referido estudo não se mostram em uma mesma base homogênea para os diferentes anos, fato que faz com que nos resultados apresentados a seguir sejam verificadas algumas lacunas e sejam demonstrados para os anos de 2008 e 2009, individualmente.

Base 2008

Conforme mencionado anteriormente, os dados referentes ao sistema DOF, base 2008 para o Estado de São Paulo, contemplaram para cada diferente tipo de produto (tora, lenha, carvão e serrado) de madeira nativa, os seguintes registros:

a. Madeira produzida no próprio Estado de São Paulo (produção);

b. Madeira produzida no próprio Estado de São Paulo, destinada a outros Estados

da federação (exportação);

c. Madeira produzida em outros Estados da federação destinada a São Paulo

(importação);

d. Madeira produzida em São Paulo + em outros Estados da federação, destinadas a São Paulo (consumo de São Paulo).

Com base em tais registros, a Tabela 3.11 apresenta os resultados compilados de produção, consumo, importação e exportação por tipo de produto de madeira nativa registrado pelo sistema DOF em 2008 em São Paulo.

Tabela 3.11 – Produção, Consumo, Importação e Exportação de Produtos Florestais Madeireiros de Nativas Registrados no Sistema DOF em São Paulo em 2008

Produto Unidade Produção

em SP

Importação de Outros Estados

Exportação para Outros Estados Consumo

em SP Região Amaz.

Outros Total Região Amaz.

Outros Total

Tora mil m³ 1,7 0,1 0,3 0,4 -- -- -- 2,1

Lenha mil st 47,9 -- -- -- -- 0,4 0,4 47,5

Carvão mil mdc 7,5 2,9 8,6 11,5 -- 4,1 4,1 14,9

Serrado mil m³ 77,2 957,9 42,4 1.000,3 -- -- -- 1.077,5

Fonte: Sistema DOF, 2008, disponibilizado pela SMA, adaptado por STCP.

Com base na Tabela, nota-se que o Estado de São Paulo, considerando-se o sistema DOF para o ano de 2008, é auto-suficiente apenas para a lenha, sendo verificado uma produção levemente superior ao consumo interno.

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Para os demais produtos considerados o Estado de São Paulo realiza importações de outros Estados da federação. No entanto, destacam-se as importações de madeira serrada de nativas, as quais representam 92,8% do consumo estadual (1,077 milhão de m³ em 2008). Desse total, a imensa maioria (89%) é proveniente dos Estados localizados na Amazônia Legal.

Ainda com base nos elementos disponibilizados no sistema DOF, os seguintes comentários se fazem pertinentes, em nível de produto:

a. Tora: A produção de madeira em tora de nativas do Estado de São Paulo representa pouco mais de 80% do total. O restante (20%) em 2008 foi proveniente de diversos Estados da federação, com destaque para o Pará

(madeira nativa tropical) e Paraná (madeira nativa de araucária);

b. Lenha: Praticamente toda lenha de nativa produzida no Estado é consumida localmente. Volume inexpressivo em 2008 (450 st) foi destinado ao Estado de

Minas Gerais;

c. Carvão: O Estado de São Paulo produz praticamente a metade do carvão de nativas consumido no próprio Estado. No entanto, cerca de 46% do volume produzido é destinado a outros Estados da federação (Paraná, Minas Gerais e mato Grosso do Sul), levando ao mesmo ser um importador de carvão de nativas

com origem principalmente no Paraná e em Rondônia;

d. Serrados: A produção de madeira serrada de nativas no Estado de São Paulo é apenas 7% do que é consumido no próprio Estado. A Amazônia Legal é o principal fornecedor destes produtos, sendo destaques os Estados do Mato Grosso, Rondônia e Pará. Parte substancial ainda é obtida de outros Estados foram da Amazônia Legal, em especial o Paraná, Mato Grosso do Sul e

Maranhão.

Considerando apenas a madeira serrada, os dados do sistema DOF de 2008 dão conta que as principais espécies importadas da Amazônia Legal e do Paraná alcançam mais ou menos 10 tipos diferentes, de acordo a Tabela 3.12.

Tabela 3.12 – Principais Espécies de Madeira Serrada Consumida em São Paulo, Proveniente da Amazônia Legal e de Outros Estados da Federação (2008)

Origem Nome Científico Nome Comum

Amazônia Legal

Hymenaea courbaril Jatobá

Goupia glabra Copiúba

Couratari guianensis Tauari

Erisma uncinatum Cambará / Cedrinho

Schizolobium amazonicum NI

Tabebuia serratifolia Ipê

Simarouba amara Marupá

Hymenolobium petraeum Angelim

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Origem Nome Científico Nome Comum

Paraná Araucaria angustifolia Pinheiro-do-Paraná

NI – Informação Não Identificada. Fonte: Sistema DOF, 2008, disponibilizado pela SMA, adaptada por STCP.

Base 2009

Conforme mencionado anteriormente, o sistema DOF, base 2009 disponibiliza os seguintes registros, os quais serão ordenados e apresentados a seguir, no relativo ao mercado de produtos de nativas de São Paulo:

a. Madeira em tora e serrados produzidos em outros Estados da federação destinados a São Paulo (importação);

b. Principais tipos de produtos provenientes de serrados (caibros, tábuas, vigas e

outros);

c. Principais espécies;

d. Preços unitários (resultado das quantidades importadas e valores das

importações).

Importações por Região

As importações realizadas pelo Estado de São Paulo, segundo o DOF 2009, por tipo de produto (tora e serrado), considerando a origem da madeira (Amazônia Legal e outros Estados da federação), podem ser observadas através da Tabela 3.13.

Tabela 3.13 – Síntese das Importações de Produtos Madeireiros de Nativas Realizadas por São Paulo, Segundo o DOF, 2009

Produto Volume (m³)

Amazônia Legal Outros Estados Total

Tora / Torete (rolo resto) 893 1.394 2.287

Madeira Serrada 1.008.354 35.330 1.043.684

Total 1.009.247 (96,5%) 36.724 (3,5%) 1.045.971 (100%)

Fonte: Sistema DOF, 2009, disponibilizado pela SMA, adaptada por STCP.

Conforme se observa, do total das importações realizadas por São Paulo em produtos madeireiros, de acordo com o DOF, a grande maioria (96,5%) é proveniente da Amazônia Legal. Os volumes significativos são de madeira serrada e as importações de madeira em tora / toretes são inexpressivas.

Comparando-se com as importações realizadas em 2008 (vide Tabela 3.11, apresentada anteriormente), as importações em 2009 de madeira em tora cresceram quase 5 vezes e a madeira serrada aumentou em 4%. No entanto os volumes nos respectivos anos são bastante similares, o que demonstra em princípio um volume total médio de importações em São Paulo, considerando tais produtos da ordem 1,02 milhão de m³ anuais.

(conclusão)

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Principais Espécies

Madeira em Tora

As principais espécies importadas em madeira em tora (base sistema DOF, 2009), de acordo com a origem e estado, considerando seus volumes e representatividades podem ser observadas na Tabela 3.14.

Tabela 3.14 – Principais Espécies de Madeira em Tora Importada por São Paulo, Proveniente da Amazônia Legal e de Outros Estados da Federação (2009)

Origem Estados Espécie Volume (m³) %

Amazônia Legal

PA PA MT PA

Pouteria spp. (goiabão) 228 9,9

Ficus spp. (figueira) 144 6,3

Esebeckia spp. (mamoninha) 102 4,5

Sacoglotis amazonica 106 4,6

Outras (13 spp.) 313 13,6

Total 893 38,9

Outros

PR PI SC

Araucaria angustifolia (pinheiro) 928 40,5

Mimosa scabrella (bracatinga) 120 5,2

Dalbergia cearensis 172 7,5

Araucaria angustifolia (pinheiro) 152 6,6

Outras 22 1,3

Total 1.394 61,1

Total Geral 2.287 100,0

Fonte: Sistema DOF, 2009, disponibilizado pela SMA, adaptada por STCP.

Conforme se observa a principal espécie de madeira em tora importada em 2009 por São Paulo foi a Araucaria angustifolia (pinheiro), proveniente do Paraná e de Santa

Catarina, os quais em conjunto representaram 47% do volume total. A principal espécie proveniente da Amazônia Legal, especialmente do estado do Pará, foi a Pouteria spp (goiabão), que representou praticamente 10% do total das importações de 2009 feitas por São Paulo.

Madeira Serrada

De forma idêntica ao verificado para madeira em toras, a Tabela 3.15 apresenta as principais espécies de madeira serrada importada por São Paulo provenientes da Amazônia Legal e de outros Estados da federação (segundo o sistema DOF, 2009).

No caso da madeira serrada importada da Amazônia Legal, as espécies são provenientes na maior parte de Estados como Mato Grosso, Pará e Rondônia. Individualmente as principais espécies em termos de volume foram a Qualea spp (conhecida como cambará em determinadas regiões do norte do Brasil) e a Goupia glabra (copiúba).

No caso da madeira serrada de espécies importadas de outras regiões do país, o destaque continua sendo a exemplo da madeira em tora, a Araucaria angustifolia (pinheiro),

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proveniente especialmente do Paraná. No entanto os volumes provenientes de outras regiões do país são praticamente insignificantes àqueles originados na Amazônia Legal, conforme já mencionado anteriormente.

Tabela 3.15 – Principais Espécies de Madeira Serrada Importada por São Paulo, Proveniente da Amazônia Legal e de Outros Estados da Federação (2009)

Origem Estado Nome Científico Volume

(m³) %

Amazônia Legal

MT Dypteryx spp (cumaru) 16.908 1,6

MT/RO/PA Cedrelinga cateniformis (cedrorana) 23.032 2,2

AM/AC/MT/PA/RO Apuleia molaris (garapeira) 25.201 2,4

AM/AC/MT/PA/RO Couratari guianensis (tauari) 25.261 2,4

MT Trattinnickia spp. (amescla) 31.884 3,1

MT/RO/AM Cariniana micrantha (jequitibá) 36.392 3,5

MT/RO/PA Apuleia spp. (garapeira) 40.886 3,9

MT/PA/RO Erisma uncinatum (cedrinho / cambará) 82.769 7,9

AC/MT/PA/RO Qualea spp.(cambará) 119.615 11,5

AC/MT/PA/RO/AM Goupia glabra (copiúba) 165.630 15,9

Outras (600 spp) 440.776 42,2

Total 1.008.354 96,6

Outros Estados

PR/SC/RS

Araucaria angustifolia (pinheiro) 10.017

1,0

PR/SC Mimosa scabrella (bracatinga) 1.001 0,1

MS/PR Parapiptadenia rigida (angico gurucaia) 1.263 0,1

MS/PR Patagonula americana (guaiuvira) 1.068 0,1

MS/PR/SC Balfourodendron riedellianum (pau marfim) 1.583 0,2

MS/PR Chrysophyllum lucentifolium) 2.375 0,2

MS/PR Aspidosperma polyneuron (peroba) 1.678 0,2

Outras 16.345 1,6

Total 35.330 3,4

Total Geral 1.043.684 100

Fonte: Sistema DOF, 2009, disponibilizado pela SMA, adaptada por STCP.

Comparativamente, nos anos de 2008 e 2009, as espécies coincidentes mais representativas nas importações de madeira serrada proveniente da Amazônia Legal (madeiras tropicais) foram a copiúba (Qualea spp), o cambará / cedrinho (Erisma uncinatum), o tauari (Couratari guianensis) e o cumaru (Dypteryx spp.). No caso de outras

regiões do país a espécie predominantemente importada por São Paulo nos anos de 2008 e 2009 foi o pinheiro (Araucaria angustifolia).

Principais Produtos

De acordo ao sistema DOF (2009), a Tabela 3.16 apresenta os principais tipos de subprodutos originados da madeira serrada, segundo sua origem, volume e representatividade.

Conforme se pode notar, aqueles provenientes da Amazônia Legal, as vigas, tábuas e pranchas em conjunto representaram aproximadamente 85% do volume total

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importado por São Paulo em 2009. Os mesmos subprodutos, considerando a procedência de outros Estados da federação também formaram a maioria em conjunto.

O que se conclui que a grande maioria dos subprodutos importados por São Paulo das demais regiões do país é prioritariamente formada por madeira na forma de vigas, tábuas e pranchas.

Tabela 3.16 – Principais Subprodutos de Madeira Serrada Importada por São Paulo, Proveniente da Amazônia Legal e de Outros Estados da Federação

Origem Produto Volume (m³) %

Amazônia Legal

Viga 358.536 34,4

Tábua 314.088 30,1

Prancha 212.644 20,4

Caibro 85.846 8,2

Vigota 31.908 3,1

Pranchão 5.326 0,5

Outros 6 0,0

Total 1.008.354 96,6

Outros Estados

Viga 10.050 1,0

Tábua 15.344 1,5

Prancha 5.644 0,5

Caibro 3.328 0,3

Vigota 234 0,0

Pranchão 720 0,1

Outros 10 0,0

Total 35.330 3,4

Total Geral 1.043.684 100,0

Fonte: Sistema DOF, 2009, disponibilizado pela SMA, adaptada por STCP.

Preços

Os valores unitários de preços para madeira em tora e madeira serrada apresentados a seguir foram obtidos, conforme mencionado anteriormente, a partir dos registros de volume total destinado a São Paulo (m³) e valor monetário total da quantidade destinada a São Paulo (R$). Os registros foram obtidos do sistema DOF (ano de 2009), disponibilizados pela SMA.

Madeira em Tora

Os preços médios de madeira em tora por origem, estado e espécie, das importações realizadas por São Paulo em 2009 podem ser observados na Tabela 3.17.

Os registros demonstraram preços médios unitários de determinadas espécies provenientes da Amazônia Legal, a exemplo do goiabão, figueira e Sacoglotis amazonica

bastante altos (superiores a R$ 800/m³). Embora os registros do DOF indiquem tais produtos como madeira em tora, em função dos preços elevados e pela experiência da

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STCP, acredita-se que os mesmos sejam blocos (filés) desdobrados para obtenção de lâminas faqueadas, bastante comuns nas espécies mencionadas.

Tabela 3.17 – Preços Unitários de Madeira em Tora Importada por São Paulo, Proveniente da Amazônia Legal e de Outros Estados da Federação (2009)

Origem Estado Espécie Preço Unitário

(R$/m³)

Amazônia Legal

PA Pouteria spp (goiabão) 806,00

PA Ficus spp. (figueira) 805,00

MT Esenbeckia spp. 670,50

PA Sacoglotis amazonica 805,00

- Outras (1) 573,00

Outros Estados

PR Araucaria angustifolia 256,00

SC Mimosa spp. 110,00

PI Dalbergia brasiliensis 200,00 (1) Média das demais espécies Fonte: Sistema DOF, 2009, disponibilizado pela SMA, adaptada por STCP.

Madeira Serrada

Os preços médios de madeira serrada por origem, estado e espécie, das importações realizadas por São Paulo em 2009 podem ser observados na Tabela 3.18.

Tabela 3.18 – Preços Médios Unitários de Madeira Serrada Importada por São Paulo, Proveniente da Amazônia Legal e de Outros Estados da Federação (2009)

Origem Estado Espécie Preço Unitário

(R$/m³)

Amazônia Legal

MT Dypteryx spp (cumaru) 731,30

MT/RO/PA Cedrelinga cateniformis (cedrorana) 475,20

AM/AC/MT/PA/RO Apuleia molaris (garapeira) 465,67

AM/AC/MT/PA/RO Couratari guianensis (tauari) 411,20

MT Trattinnickia spp. (amescla) 416,50

MT/RO/AM Cariniana micrantha (jequitibá) 436,10

MT/RO/PA Apuleia spp. (garapeira) 554,80

MT/PA/RO Erisma uncinatum (cedrinho / cambará) 472,70

AC/MT/PA/RO Qualea spp.(cambará) 411,80

AC/MT/PA/RO/AM Goupia glabra (copiúba) 568,80

- Outras (600 spp) 370,30

Outros Estados

PR/SC/RS Araucaria angustifólia (pinheiro) 468,90

PR/SC Mimosa scabrella (bracatinga) 326,30

MS/PR Parapiptadenia rigida (angico gurucaia) 462,10

MS/PR Patagonula americana (guaiuvira) 695,30

MS/PR/SC Balfourodendron riedellianum (pau marfim) 719,00

MS/PR Chrysophyllum lucentifolium 339,00

MS/PR Aspidosperma polyneuron (peroba) 452,10

- Outras 537,60

Fonte: Sistema DOF, 2009, disponibilizado pela SMA, adaptada por STCP.

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Conforme se observa, no caso da madeira serrada proveniente da Amazônia Legal os preços médios unitários mais altos foram verificados para o cumaru (Dypteryx spp.), garapeira (Apuleia spp.) e a copiúba (Goupia glabra). As espécies de madeira serrada importada por São Paulo com origem em outros Estados da federação com maiores valores unitários o pau-marfim (Balfourodendron riedelianum) e a guaiuvira (Patagonula americana).

3.3.3 – Informações do mercado regional de São Paulo baseadas nos levantamentos de campo

A oferta de produtos florestais madeireiros de essências nativas observada no mercado regional de São Paulo, com base nos levantamentos de campo, atualmente é quase que exclusivamente de madeira proveniente da Região Amazônica. Tal fato pode ser explicado, pois até a presente data nenhum povoamento de espécies nativas em São Paulo e região de entorno tem condições de abastecer o mercado, devido a três aspectos principais:

a. Os plantios existentes (em pequeno número) são ainda jovens (idades médias de 4 anos e máximas de 7 anos);

b. Os plantios mais antigos são essencialmente testes de progênie (prioridade genética e sem escala comercial);

c. Ausência de manejo adequado.

Na realidade, as áreas atuais com espécies nativas plantadas em São Paulo e região são praticamente inexpressivas, o que seguramente limitará a oferta futura a partir de tais povoamentos. Salvo alguns casos bastante pontuais de plantações com essências nativas da Mata Atlântica com fins comerciais, as plantações atuais com nativas da Mata Atlântica no estado visam essencialmente a recuperação ambiental (sem fins comerciais).

Os levantamentos de campo indicaram uma grande preocupação de produtores locais quanto à possibilidade de proibição de exploração futura de plantios com espécies nativas da Mata Atlântica no estado, em função basicamente do desconhecimento da legislação.

Os principais elementos obtidos nos levantamentos de campo na região de São Paulo são detalhados a seguir.

Origem da Madeira e Produtos

Os produtos florestais madeireiros destinados ao mercado regional de São Paulo são originários, em sua grande maioria da Região Amazônica, em especial dos Estados do Pará, Mato Grosso e Rondônia, fato este corroborado pelas informações disponibilizadas pelo sistema DOF e apresentadas anteriormente. Estes três estados em conjunto, representaram mais de 90% da madeira nativa (tropical) processada internamente no país.

O Estado de São Paulo demanda basicamente serrado em bruto, isto é, peças com diferentes dimensões e denominações obtidas a partir da transformação primária da tora em serrado. Os principais produtos observados no mercado de São Paulo e suas dimensões mais frequentes, com base nos levantamentos de campo podem ser observados na Tabela 3.19.

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Tabela 3.19 – Principais Produtos e Dimensões de Madeira Serrada Tropical Demandada em São Paulo

Produto / Denominação Espessura (cm) Largura (cm)

Pranchões > 7,0 > 20,0

Prancha 4,0 - 7,0 > 20,0

Viga > 4,0 11,0 - 20,0

Vigota 4,0 - 8,0 8,0 - 11,0

Caibro 4,0 - 8,0 5,0 - 8,0

Tábua 1,0 - 4,0 > 10,0

Sarrafo 2,0 - 4,0 2,0 - 10,0

Ripa < 2,0 < 10,0

Fonte: Levantamentos de Campo STCP (2010).

Conforme se observa, praticamente toda a gama de produtos de madeira tropical obtido a partir da transformação primária da tora em serrado são demandados internamente em São Paulo, desde os pranchões, que são peças de maiores dimensões até as ripas, produtos de menores dimensões.

Em menor quantidade, considerando os levantamentos de campo, o mercado de São Paulo também recebe do Norte do país lascas, palanques e mourões.

Principais Players e Localização

Os levantamentos de campo realizados em São Paulo cobriram algumas das principais empresas distribuidoras de madeira tropical em diferentes regiões do estado. Tais empresas, além de madeira tropical, comercializam também material de construção em geral.

As principais empresas levantadas em campo, o município sede e o nome da pessoa de contato, podem ser observados através da Tabela 3.20.

Tabela 3.20 – Principais Players Demandantes de Madeira Tropical e Localização em São Paulo

# Empresa Município Contato Telefone

1 Espaço da Madeira Osasco Waldir Santos (11) 3608-5257

2 Madeireira Giomar Vargem Grande Paulista Marcos (11) 4158-7434

3 R D Madeireira Vargem Grande Paulista NI (11) 4158-2303

4 Madeireira Madealves São Paulo José Carlos Filho (11) 7892-5998

5 Madeireira San Diego Sorocaba NI (15) 3217-6701

6 Maderoa Sorocaba Rubens (15) 3227-8485

7 Soromadeiras Sorocaba Cláudio (15) 3233-8386

8 Ripema Madeiras São José do Rio Preto Pedro Wilson (17) 3219-9696

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# Empresa Município Contato Telefone

9 Madeireira Novo Rio São José do Rio Preto Muller (17) 3013-1276

10 Juara Madeiras São José do Rio Preto Gustavo Martins (17) 3224-7244

11 Madeireira Aroeira São José do Rio Preto Claudenir (17) 3218-5151

12 Madeireira Lourenção São José do Rio Preto José Lourenção (17) 3224-1571

13 Balau Madeiras São José do Rio Preto NI (17) 3354-8000

14 Madeiras Floresta São Paulo Mauricio (11) 3312-2488

16 Madeiras Pau Brasil São Paulo Selma (11) 3229-1300

17 Madeiras Paulista São Paulo Cláudio (11) 3227-1955

18 Magalhães Madeiras Ubatuba Guilherme (12) 3832-5194

NI – Informação Não Identificada. Fonte: Levantamentos de Campo STCP (2010).

Conforme se observa, o número de empresas cobertas nos levantamentos totalizou 18, localizadas em 6 municípios diferentes (Osasco, São Paulo, Sorocaba, São José do Rio Preto e Ubatuba).

Principais espécies observadas no mercado em São Paulo

As principais espécies tropicais comercializadas atualmente pelas empresas levantadas em campo na região de São Paulo podem ser observadas na Tabela 3.21.

Tabela 3.21 – Principais Espécies de Madeira Tropical Comercializadas em São Paulo com Base nos Levantamentos de Campo por Empresa

# Empresa Principais Espécies

1 Espaço da Madeira Tauari, Ipê, Cumaru

2 Madeireira Giomar Ipê, Garapeira, Itaúba, Cambará

3 R D Madeireira Cambará

4 Madeireira Madealves Guatambu, Garapeira, Ipê, Jatobá

5 Madeireira San Diego Garapeira, Cambará, Tauari, Cedrorana

6 Maderoa Copiúba, Cedro Mangue, Ipê, Roxinho, Cumaru, Cedrinho, Muiracatiara,

Angelim

7 Soromadeiras Copiúba, Cedro Mangue, Cedrinho, Cumaru, Angelim, Roxinho,

Garapeira

8 Ripema Madeiras Ipê, Garapapeira, Itaúba

9 Madeireira Novo Rio Garapeira, Tauari, Mescla, Cumaru

10 Juara Madeiras Mescla, Copiúba. Curupixá, Amapá, Cumaru, Marupá, Cambará

11 Madeireira Aroeira Aroeira, Copiúba, Garapeira, Itaúba

(conclsão)

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# Empresa Principais Espécies

12 Madeireira Lourenção Aroeira, Itaúba

13 Balau Madeiras Mescla

14 Madeiras Floresta Garapeira

16 Madeiras Pau Brasil Tauari, Cedrinho, Sucupira

17 Madeiras Paulista Tauari

18 Magalhães Madeiras Muiracatiara, Garapeira

Fonte: Levantamentos de Campo (2010) e Banco de Dados da STCP.

Conforme se observa, considerando apenas as 18 empresas cobertas, o número de espécies comercializadas é bastante grande. Da Tabela se pode extrair um total de 18 espécies diferentes, já que em alguns casos foram citados cambará e cedrinho e cedrorana e cedro mangue o que na realidade, são dois nomes diferentes para uma mesma espécie. As mais citadas, em ordem de importância, considerando o número de empresas foram: garapeira (9 empresas), cedrinho/cambará (6 empresas), tauari, ipê e cumaru (5 empresas), itaúba e copiúba (4 empresas). As demais espécies (13) foram menos citadas, sendo mencionadas por 3 empresas e algumas por apenas uma empresa.

Na realidade, os levantamentos de campo identificaram alguns aspectos importantes de serem mencionados, a exemplo: (i) as empresas (distribuidores), via de regra, adquirem a madeira tropical do Norte do país sem identificação clara da espécie (por exemplo: comercializam em SP uma espécie por outra - Corymbia sp. – exótica, por Peroba

- nativa); e, (ii) o número de espécies comercializadas em SP nos últimos anos aumentou significativamente. Isto trouxe uma leve diminuição nos preços (detalhados mais adiante neste documento).

Apenas para fins de ilustração, a Tabela 3.22 apresenta as 20 principais espécies identificadas nos levantamentos de campo no mercado regional de São Paulo, segundo sua denominação comum e científica.

Baseado nas informações disponibilizadas pelo sistema DOF (2009), vistas anteriormente, as espécies coincidentes com aquelas identificadas nos levantamentos de campo são inúmeras e aparecem em destaque na Tabela abaixo.

Tabela 3.22 – Principais Espécies de Madeira Tropical Nativas do Brasil Comercializadas em São Paulo

# Denominação Comum Denominação Científica

1 Amapá Parahancornia sp.

2 Angelim Hymenolobium nitidum

3 Aroeira Myracrodruon urundeuva (1)

4 Cambará / Cedrinho Erisma uncinatum

5 Cedro Mangue / Cedrorana Cedrela odorata

6 Copiúba Goupia glabra

7 Cumaru Dypteryx odorata

8 Curupixá Micropholis melinoniana

9 Garapeira Apuleia leiocarpa

10 Guatambu Aspidosperma olivaceum (1)

11 Ipê Tabebuia serratifolia

(conclusão)

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# Denominação Comum Denominação Científica

12 Itaúba Mezilaurus itauba

13 Jatobá Hymenaea courbaril

14 Marupá Simarouba amara

15 Mescla / Amescla Trattinnickia burseraefolia

16 Muiracatiara Astronium lecointei

17 Roxinho Peltogyne paniculata

18 Sucupira Bowdichia nitida

19 Tauari Couratari oblongifolia

Espécies coincidentes entre as do sistema DOF (2009) e levantamento de campo STCP (2010).

(1) Também com ocorrência na Mata Atlântica, porém, segundo os levantamentos provenientes da Amazônia

Fontes: Levantamentos de Campo (2010), Manual de Espécies da Amazônia e Banco de Dados da STCP.

Volumes

Considerando os principais produtos destinados a comercialização em São Paulo, baseados nos levantamentos de campo, provenientes de madeira tropical e apresentados anteriormente através da Tabela 3.19, a seguir podem ser observados os volumes individuais mensais informados pelas empresas cobertas em campo e uma estimativa das vendas anuais (Tabela 3.23).

Conforme se observa os levantamentos de campo cobriram um volume comercializado total da ordem de 9,4 mil m³ mensais de diferentes serrados em bruto, o que equivale a aproximadamente 113 mil m³ anuais.

Com base nos dados de 2009 disponibilizados pelo sistema DOF, ao Estado de São Paulo foi destinado um volume de madeira serrada, oriunda especificamente da Amazônia Legal da ordem de 1.008.354 m³. Considerando o volume anual de serrados em bruto os levantamentos de campo cobriram 11,2% do mercado paulista de 2009, amostragem considerada satisfatória para fins deste estudo.

Com base em dados publicados recentemente pelo IMAZON, em 2009 foi comercializado no mercado interno e externo um total de 4,2 milhões de m³ de madeira serrada em bruto proveniente do Norte do país. Do total comercializado naquele ano, 17% foram consumidos no Estado de São Paulo, ou seja, um volume de aproximadamente 715 mil m³, o qual é aproximadamente 30% inferior ao volume disponibilizado pelo sistema DOF no mesmo ano.

Realizando uma correlação com o volume coberto pelos levantamentos de campo (113 mil m³/ano) e a quantidade comercializada em 2009, segundo o IMAZON, se estima que o volume amostral represente 16% da quantidade de madeira tropical consumida no Estado de São Paulo em 2009, o que pode ser considerado ainda mais representativo.

Tabela 3.23 – Volumes de Madeira Tropical Comercializados em São Paulo

# Empresa Volume Mensal (m³) Volume Anual (m³)

1 Espaço da Madeira 600 7.200

2 Madeireira Giomar 1.000 12.000

(conclusão)

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# Empresa Volume Mensal (m³) Volume Anual (m³)

3 R D Madeireira 500 6.000

4 Madeireira Madealves 600 7.200

5 Madeireira San Diego 500 6.000

6 Maderoa 800 9.600

7 Soromadeiras 500 6.000

8 Ripema Madeiras 1.000 12.000

9 Madeireira Novo Rio 500 6.000

10 Juara Madeiras 800 9.600

11 Madeireira Aroeira 200 2.400

12 Madeireira Lourenção 200 2.400

13 Balau Madeiras 300 3.600

14 Madeiras Floresta 500 6.000

16 Madeiras Pau Brasil 500 6.000

17 Madeiras Paulista 600 7.200

18 Magalhães Madeiras 300 3.600

TOTAL 9.400 112.800

Fonte: Levantamentos de Campo STCP (2010).

Preços

De acordo com os levantamentos de campo realizado pela consultora, os preços médios de madeira serrada nos depósitos de madeira do estado de São Paulo, variam em função de sua densidade, ou como é comumente usado pelos vendedores, o “peso” da madeira. Assim, madeiras que são mais leves, ou seja, de baixa densidade apresentam os menores preços por metro cúbico, e vice versa, conforme mostra a Tabela 3.24 a seguir.

Vale ressaltar que os valores apresentados são preços de revenda ao consumidor final, por isso as diferenças em média de até 70% em relação aos preços unitários obtidos através do sistema DOF (2009) apresentados anteriormente.

Tabela 3.24 – Preços de Revenda de Madeira Serrada Verificados em Estado de São Paulo

Item Preço (R$) Unidade

Madeiras de baixa densidade (Ex: mescla, marupá) 700 m³

Madeiras de média densidade (Ex: cambará / cedrinho) 1.000 m³

Madeiras de alta densidade (Ex: garapeira, ipê) 1.500 m³

Lascas e Mourões (Ex: itaúba) 200-230 dúzia

Fonte: Levantamentos de Campo STCP (2010).

Observa-se que o preço médio das madeiras menos densas é de R$ 700,00/m³, enquanto que as de média densidade atingem R$ 1.000,00/m³ e R$ 1.500,00/m³ para as de

(conclusão)

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densidade mais alta. São comercializados ainda lascas e mourões, que variam entre R$ 200,00 e R$ 230,00 a dúzia.

Vale ressaltar também que para a madeira serrada em geral (pranchas e vigas), o valor do frete corresponde entre 20% e 30% do valor total. Já para a madeira em lascas e mourões, esse percentual pode atingir entre 40% e 50% do total. Tais valores são significativamente altos, e estão atrelados à grande distância em que se encontram os produtores de madeira e seus consumidores, no caso, do Norte do país para o estado de São Paulo.

Outro ponto a ser destacado, é que o número de espécies comercializadas em São Paulo nos últimos anos aumentou expressivamente, trazendo uma diminuição nos preços praticados.

3.4 – Espécies da Amazônia Legal mais utilizadas em São Paulo potencialmente substituíveis por espécies da Mata Atlântica paulista

Conforme visto anteriormente, as madeiras nativas (tropicais), provenientes da Amazônia Legal são as mais utilizadas atualmente no mercado do Estado de São Paulo. Em 2009, cerca de 97% da madeira serrada destinada ao mercado paulista foi representado por diferentes espécies de madeira nativa tropical ocorrentes na região norte do país.

Em virtude disso, a STCP avaliou as principais espécies nativas tropicais destinadas ao mercado paulista e baseado na similaridade de determinadas propriedades físicas (massa específica aparente e básica) e organolépticas (coloração da madeira) realizou uma correlação com espécies de ocorrência na Mata Aatlântica paulista, com potencial para a substituição das espécies tropicais.

A Tabela 3.25 apresenta as principais espécies tropicais demandadas em São Paulo, suas propriedades e as espécies da Mata Atlântica paulista potencialmente substitutas. Vale ressaltar que tal correlação baseou-se apenas na massa específica e cor e para se afirmar categoricamente a substituição deverão ser necessários testes de laboratório para se avaliar outras propriedades além da própria aceitação de mercado.

Tabela 3.25 – Principais Espécies Nativas Tropicais da Amazônia Legal Utilizadas no Mercado de São Paulo e Potencial Substituta Ocorrente na Mata Atlântica Paulista

# Ocorrência /

Tipo Nome

Comum Nome Científico

MEA (g/cm3)

MEB (g/cm3)

Cor

1

Amazônia Legal (ES)

Angelim-pedra

Hymenolobium petraeum

0,71 0,59 castanho-avermelhado a

castanho-pálido

Mata Atlântica (EP)

Jatobá Hymenaea courbaril

0,95 0,75 castanho-avermelhado

2

Amazônia Legal (ES)

Cedrinho Erisma uncinatum 0,59 0,48 castanho-avermelhado

Mata Atlântica (EP)

Copaíba Copaiba langsdorfii 0,69 0,58 castanho-avermelhado a

bege-rosado

3

Amazônia Legal (ES)

Cedrorana Cedrelinga cateniformis

0,52 0,44 bege-rosado

Mata Atlântica (EP)

Tapiá (Caixeta)

Alchornea triplinervia

0,44 0,37 bege-clara a bege-rosada

Mata Atlântica (EP)

Cedro Rosa Cedrela fissilis 0,56 0,44 bege rosado-escuro a castanho-avermelhado

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# Ocorrência /

Tipo Nome

Comum Nome Científico

MEA (g/cm3)

MEB (g/cm3)

Cor

4

Amazônia Legal (ES)

Cumaru Dipteryx odorata 1,09 0,91 castanho-claro-amarelado

Mata Atlântica (EP)

Guaritá Astronium graveolens

0,97 0,76 bege-rosado a branco-

amarelada

5

Amazônia Legal (ES)

Cupiúba Goupia glabra 0,87 0,71 castanho-avermelhado

Mata Atlântica (EP)

Canafístula (Gurucaia)

Peltophorum dubium

0,84 0,69 castanho-rosado a róseo-claro

6

Amazônia Legal (ES)

Garapeira Apuleia leiocarpa 0,83 0,67 bege-amarelado a castanho-

amarelado

Mata Atlântica (EP)

Pau Marfim Balfourodendron

riedelianum 0,84 0,71 branco-palha-amarelado

7

Amazônia Legal (ES)

Marupá Simarouba amara 0,44 0,37 esbranquiçado a levemente

amarelado

Mata Atlântica (EP)

Boleira Joannesia princeps 0,49 0,35 branco ou amarelado

8

Amazônia Legal (ES)

Tauari Couratari spp 0,61 0,5 branco-amarelado a bege-

amarelado-claro

Mata Atlântica (EP)

Boleira Joannesia princeps 0,49 0,35 branco ou amarelado

ES – Espécie Substituível. EP – Espécie Potencialmente Substituta.

Fonte: IPT (2009), adaptado por STCP.

3.5 – Exigências e entraves legais

As principais exigências e entraves legais para a exploração econômica de espécies nativas da Mata Atlântica em São Paulo derivam da legislação federal, especialmente do Código Florestal (Lei Federal n° 4.771/65), da Lei da Mata Atlântica (Lei Federal n° 11.428/06) e dos decretos que regulamentam tais leis (Decretos Federais n° 5.975/06 e n° 6.660/08, respectivamente).

Essas e outros regulamentos federais e estaduais relevantes sobre o tema passam a ser comentados a seguir.

Código Florestal

No Código Florestal e seu regulamento (Lei Federal n° 4.771/65 e Decreto Federal n° 5.975/06) destacam-se os conceitos de Reserva Legal (RL) e Área de Preservação Permanente (APP)2.

Tanto a RL como a APP são consideradas áreas especialmente protegidas. Na RL, que equivale a 20% da propriedade rural na região Sudeste do país, é admitido o manejo florestal sustentável (Art. 16, IV e § 2° da Lei Federal). Já na APP, a supressão da vegetação nativa é admitida apenas em caráter excepcional, nos casos de utilidade pública

(conclusão)

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67

ou interesse social, conforme definições contidas na própria lei (Art. 1°, IV e V c/c Art. 4° da Lei Federal)3.

Além disso, o Decreto Federal n° 5.975/06 dispõe expressamente sobre:A necessidade de Plano de Manejo Sustentável (PMFS) para exploração de florestas e formações sucessoras sob o regime de manejo florestal sustentável (Art. 2° do Decreto)4;

a. A necessidade de documento válido para o transporte e armazenamento de produtos e subprodutos florestais de origem nativa5 (Art. 20 do Decreto);

b. A obrigatoriedade de reposição florestal, nos casos de detenção de autorização de supressão de vegetação natural ou utilização de matéria-prima florestal oriunda de supressão de vegetação natural (Art. 14, I e II do Decreto), ficando isentos o pequeno proprietário rural ou possuidor familiar e àqueles que comprovadamente utilizem matéria-prima florestal oriunda de floresta plantada (Art. 15, alínea “c” do Decreto). O regulamento, porém, mesmo em caso de isenção, não desobriga o interessado da comprovação da origem do recurso florestal utilizado, junto à autoridade competente (Art. 15, § único do Decreto).

Como se pode observar, não resta clara nessa legislação a forma de comprovação da origem do recurso florestal nativo (natural X plantado), fato que fato dificulta a utilização adequada de outros instrumentos legais, como o documento de transporte e armazenamento (atual DOF) e o instituto da reposição florestal obrigatória (distinção entre casos de obrigatoriedade e de isenção).

Lei da Mata Atlântica

De acordo com a Lei da Mata Atlântica (Lei Federal n° 11.428/06), o corte ou supressão de vegetação primária e secundária em estágios avançado e médio de regeneração é considerado excepcional, sendo admitido apenas nos casos definidos pela lei como de utilidade pública ou interesse social (Art. 3°, VII e VIII c/c Art. 14, Art. 20, Art. 21, I e Art. 23, I da Lei Federal). Além disso, quando autorizado o corte ou supressão nessas hipóteses, há necessidade de compensação ambiental ou, alternativamente, reposição florestal (Art. 17 da Lei Federal).

O Decreto Federal n° 6.660/08, entretanto, possibilita o corte e exploração de espécies nativas comprovadamente plantadas, se houver cadastramento prévio6 junto ao órgão ambiental competente.

Esse cadastro deve ser instruído, entre outras informações, com: (i) a localização com a indicação das coordenadas geográficas dos vértices do imóvel e dos vértices da área

3 Tais excepcionalidades são regulamentadas pela Resolução CONAMA n° 369/06. Entre os casos excepcionais previstos, para os quais o órgão competente pode autorizar a intervenção ou supressão de vegetação em APP, destacam-se: (i) o manejo agroflorestal em pequenas propriedades e posses familiares; e (ii) a supressão e intervenção eventual e de baixo ambiental.

4 Complementarmente, as Instruções Normativas MMA n° 04 e 05/09 dispõem sobre os procedimentos técnicos e metodológicos para a restauração e recuperação de APPs e RLs, incluindo disposições sobre manejo florestal sustentável em RLs.

5 A Instrução Normativa IBAMA n° 112/06 regulamenta atualmente o tema, através da exigência do Documento de Origem Florestal – DOF.

6 O Cadastro em questão mencionado no regulamento é intitulado “Cadastro de Espécies Nativas Plantadas ou Reflorestadas” (Art. 14, § 1° do Decreto Federal n° 6.660/08).

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plantada ou reflorestada; (ii) o nome científico e popular das espécies plantadas e o sistema de plantio adotado; (iii) a data ou período do plantio; (iv) o número de espécimes de cada espécie plantada por intermédio de mudas; e (v) a quantidade estimada de sementes de cada espécie, no caso da utilização de sistema de plantio por semeadura (Art. 14 do Decreto).

Para a colheita, comercialização ou transporte dos produtos oriundos de tais florestas plantadas, deve haver preliminar notificação ao órgão competente, na qual conste: (i) a identificação do n° do cadastro; (ii) a identificação e quantificação das espécies a serem cortadas e os volumes a serem obtidos; e (iii) a indicação da área objeto de corte ou supressão e as coordenadas geográficas de seus vértices (Art. 15 do Decreto).

Para espécies ameaçadas de extinção plantadas é ainda exigida vistoria de campo para emissão de autorização de transporte (Art. 17, § único do Decreto) e para os produtos não madeireiros destinados à comercialização (tais como frutos, folhas ou sementes), autorização de transporte (Art. 28, § 1° do Decreto).

É fato que o Decreto da Mata Atlântica procura dar tratamento diferenciado entre os remanescentes florestais naturais e os plantios florestais com espécies nativas, destacando-se nesse sentido a previsão de cadastramento das áreas plantadas, que possibilita a exploração econômica dos mesmos. Contudo, não se pode ignorar um entrave relativo à necessidade de adequada regulamentação sobre o tema na esfera estadual, hoje inexistente7, e de implementação do cadastro de florestas nativas plantadas em um sistema informatizado, preferencialmente integrado com o sistema federal, que inclua entre outras informações relevantes, o georreferenciamento das áreas plantadas.

Estudo de Impacto Ambiental

De acordo com a Resolução CONAMA n° 01/86, recepcionada pelo ordenamento jurídico vigente, há necessidade de Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) para exploração econômica de madeira ou de lenha em áreas acima de 100 ha, ou em áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental (Art. 2°, XIV da referida Resolução), conforme disposto em regulamento.

Nesse sentido cabe salientar que a Portaria Estadual DEPRN n° 03/90 dispunha, ao estabelecer normas para a exploração de florestas nativas primárias ou em estágios médios e avançados de regeneração no estado de São Paulo, vinculando a exploração das mesmas à necessidade de Plano de Manejo Sustentável e de EIA/RIMA, para áreas acima de 100 ha (Art. 1° e 3° da Portaria).

Em que pese a Portaria Estadual em questão poder ser considerada tacitamente revogada pela lei posterior que dispôs sobre o tema (Lei da Mata Atlântica - Lei Federal n° 11.428/06)8, e a intenção da referida Portaria ter sido regulamentar à época o uso de remanescentes florestais naturais no estado, tal norma é indicativa da falta de regulamento atual claro, que distingua o tratamento a ser dado a esse remanescentes e as florestas plantadas com espécies nativas, passíveis de exploração comercial no estado.

7 Segundo informações da SMA/SP, a regulamentação do tema já está em curso.

8 A fim de otimizar a análise, no presente estudo, foram desconsiderados os regulamentos estaduais sobre Mata Atlântica anteriores a 2006 (ano de criação da Lei Federal de Mata Atlântica), considerando-se os mesmos tacitamente revogados pela nova lei.

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Outras disposições

Outros dispositivos que podem ser considerados entraves para a viabilidade da exploração econômica de espécies nativas da Mata Atlântica em São Paulo, passam a ser mencionadas a seguir:

a. Instrução Normativa MMA n° 04/09: De acordo com o Art. 13 dessa IN, que

dispõe sobre procedimentos técnicos para a utilização da vegetação da Reserva Legal sob regime de manejo florestal sustentável, ressalvada a existência de normatização específica, é vedada a exploração de espécies incluídas na Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção ou constantes de listas dos Estados, bem como aquelas constantes de listas de proibição de corte objeto de proteção por atos normativos dos entes federativos. Tal previsão, portanto, apresenta-se como uma limitação a exploração econômica de tais espécies em tais áreas.

b. Resolução SMA 086/09: Outro dispositivo estadual, que pode ser considerado entrave para a viabilidade da exploração econômica de espécies nativas da Mata Atlântica em São Paulo, é a Resolução SMA 086/09. Esta Resolução vincula a supressão de vegetação nativa em áreas prioritárias para incremento da conectividade à necessidade de estudo de fauna e flora (Art. 2°, § 1°) e a compensação ambiental de até 6 vezes a área utilizada (Art. 5°). Nota-se, portanto, o excesso de exigências para a supressão de vegetação nativa em tais áreas, o que igualmente acaba por ser um desincentivo a utilização econômica das mesmas.

A Tabela 3.26 apresenta uma síntese das principais exigências e entraves legais identificados.

Tabela 3.26 – Principais Exigências e Entraves Legais Identificados

Lei/ Norma Exigências/ Entraves

Código Florestal (Lei Federal 4.771/65 e Decreto

Federal 5.975/06)

RL: 20% da propriedade/ possibilidade de manejo

APP: possibilidade de supressão apenas excepcional (utilidade pública ou interesse social)

Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS)

Documento para o transporte e armazenamento de produtos e subprodutos florestais de origem nativa (DOF)

Obrigatoriedade de reposição florestal: utilização de matéria-prima florestal oriunda de vegetação natural ou detenção de autorização de supressão de vegetação natural

Isenção da reposição florestal àqueles que comprovadamente utilizem matéria-prima florestal oriunda de floresta plantada

Lei Mata Atlântica (Lei Federal 11.428/06 e Decreto

Federal 6.660/08)

Regra geral: Corte/ supressão de vegetação primária e secundária em estágios avançado e médio de regeneração é excepcional e necessita de compensação ambiental ou reposição florestal

Possibilidade de corte e exploração de espécies nativas plantadas, vinculados ao prévio cadastramento junto ao órgão ambiental competente, e necessidade de notificação para fins de colheita, comercialização e transporte

Necessidade de vistoria de campo para emissão de autorização de transporte para espécies ameaçadas de extinção plantadas

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Lei/ Norma Exigências/ Entraves

Necessidade de autorização de transporte para os produtos não madeireiros destinados à comercialização

Resolução CONAMA 01/86 EIA/RIMA: necessidade para exploração econômica de madeira ou de lenha (áreas acima de 100 ha), ou em áreas significativas em termos percentuais ou de importância ambiental

IN MMA n° 04/09 Veda a exploração de espécies ameaçadas de extinção, constantes em listas oficiais, em áreas de RL.

Resolução SMA 086/09 Dispõe sobre os critérios e parâmetros para compensação ambiental de áreas objeto de pedido de autorização para supressão de vegetação nativa em áreas rurais no Estado

Fontes: Governo Federal e Estadual, adaptadas por STCP.

Análise Crítica

De todo o exposto observou-se que são grandes as exigências para supressão de vegetação nativa na Mata Atlântica, bem como para a colheita, transporte, armazenamento e comercialização.

Apesar do tratamento específico dado pelo regulamento da Lei da Mata Atlântica (Decreto Federal n° 6.660/08) às florestas nativas comprovadamente plantadas e da indicação de instrumento de controle específico para as mesmas (Cadastro de Espécies Nativas Plantadas ou Reflorestadas), resta o desafio de implementar de forma adequada e integrada (âmbito federal e estadual) tal instrumento, o que é fundamental para o êxito de uma política estadual voltada ao incentivo de plantios florestais nativos, passíveis de exploração econômica no estado de São Paulo.

Nesse sentido deve-se ainda salientar a ausência de um regulamento estadual que distingua os remanescentes florestais naturais dos plantios florestais com espécies nativas na Mata Atlântica, bem como que procure melhor aproveitar os instrumentos legais federais e estaduais já existentes, o que merece ser efetuado, especialmente para fins de controle dos plantios com espécies nativas mistos.

Feitas essas observações, recomenda-se que a política estadual voltada ao incentivo de plantios comerciais com espécies nativas da Mata Atlântica no estado de São Paulo considere:

a. A criação de uma normativa estadual clara sobre o tema, que contemple especialmente: (i) os instrumentos de distinção das áreas com florestas nativas plantadas para fins comerciais dos remanescentes florestais naturais; (ii) a definição de “plantios com espécies nativas passíveis de exploração econômica”; (iii) a priorização de projetos em áreas já convertidas e desmatadas; e (iv) a criação de um procedimento de plantio, transporte e comercialização de espécies nativas plantadas simplificado, desde que garantida o controle da origem plantada de tais produtos e subprodutos florestais;

b. A realização de Inventários Florestais da Vegetação Natural9 do Estado de São Paulo e georreferenciamento das áreas naturais e plantadas passíveis de

9 O regulamento da Política Estadual de Mudanças Climáticas (Decreto Estadual n° 55.947/10) menciona em seu Art. 54 a realização a cada três anos, do “Inventário Florestal da Vegetação Natural do Estado de São Paulo”, o qual deve conter o “índice de cobertura vegetal nativa e dos remanescentes florestais”, o que reforça a necessidade de conceituação clara na legislação estadual de tais termos, distinguindo-se as áreas plantadas das demais.

(conclusão)

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exploração econômica, a fim de haver um controle e uma distinção entre as mesmas ao longo do tempo;

c. Melhor aproveitamento, regulamentação e integração em sistema eletrônico de outros instrumentos de controle disponibilizados pela legislação vigente, a exemplo do Cadastro de Espécies Nativas Plantadas ou Reflorestadas (Decreto Federal n° 6.660/08), do Cadastro de Remanescentes Florestais do Estado (Decreto Estadual n° 55.947/10), do Cadastro Estadual das Pessoas Jurídicas que Comercializam Produtos e Subprodutos de Origem Nativa da Flora Brasileira (CADMADEIRA - Decreto Estadual n° 53.047/08), do Sistema DOF (Decreto Federal n° 5.975/06) e do controle da Reposição Florestal Obrigatória (distinção entre os casos de obrigatoriedade e isenção, como para as florestas plantadas);

d. Criação de mecanismos de estímulo e fomento aos plantios com espécies nativas passíveis de exploração econômica na Mata Atlântica10 e aproveitamento/ aprimoramento dos mecanismos já existentes, a exemplo do pagamento por serviços ambientais (Lei Estadual n° 13.798/09 e Decreto Estadual n° 55.947/10) e do fomento a plantios que possam gerar créditos de reposição florestal (Decreto Federal n° 5.975/06, Instrução Normativa MMA n° 06/06 e Decreto Estadual n° 52.762/08).

3.6 – Outros Aspectos

3.6.1 – Certificação Florestal

A certificação florestal é um mecanismo não governamental e voluntário de controle social, com o intuito de identificar e garantir que a madeira, ou os processos e sua cadeia produtiva, sejam provenientes de um manejo ecologicamente adequado, socialmente justo e economicamente viável, além de cumprir todas as exigências legais vigentes. Através da certificação é possível ainda a agregação de valor do produto e abertura de novos nichos de mercado.

Atualmente existem dois sistemas atuantes no Brasil: (i) Conselho de Manejo Florestal - FSC (Forest Stewardship Council), e (ii) Programa Brasileiro de Certificação Florestal – Cerflor, vinculado ao INMETRO, o qual é reconhecido pelo PEFC (Programme for the Endorsement of Forest Certification Schemes).

No entanto, a maior parte da produção nacional de madeira certificada é destinada à exportação, sobretudo para os países da Europa e América do Norte. Por outro lado, há um crescente reconhecimento por parte do mercado doméstico da importância das florestas certificadas, que vem estimulando a competitividade no setor florestal do Brasil, em seus diversos níveis.

O processo de certificação do manejo florestal

10 Entre os Projetos de Lei em trâmite na Assembléia Legislativa de São Paulo, que se aprovados podem trazer novos mecanismos de estímulo e fomento a plantios com espécies nativas no estado, está o PL n° 506/08, que prevê o direito de participação dos municípios no produto da arrecadação do ICMS gerado na cadeia produtiva das florestas plantadas em seu território.

Page 72: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

72

As certificações definem ou traduzem a origem do produto florestal, baseado em princípios e critérios pré-estabelecidos pelos Sistemas de Certificação existentes no Brasil. Para obter a certificação florestal, a empresa ou comunidade é avaliada por uma equipe multidisciplinar, segundo os padrões de desempenho ambiental, social e econômico estabelecidos. Diante deste processo é possível identificar os principais problemas e pontos que precisam ser melhorados para se assegurar que o bem não degrada o meio ambiente e, ao mesmo tempo, contribui para o desenvolvimento social e econômico das comunidades florestais.

A certificação florestal possui validade de 5 anos, sendo que anualmente são realizadas ao menos uma avaliação de monitoramento.

A Figura 3.05 a seguir apresenta as etapas envolvidas no processo de certificação florestal.

Figura 3.05 – Etapas Envolvidas no Processo de Certificação do Manejo Florestal

Elaboração: STCP.

Benefícios da Certificação Florestal

Como a certificação florestal engloba de forma geral o ambiente organizacional de uma empresa, acaba trazendo benefícios dentro da própria empresa, além de influenciar na relação com concorrentes e com a comunidade. Além disso, abre possibilidades de atuação em novos nichos do mercado, bem como a manutenção dos atuais, conservando os empregos da comunidade e viabilizando os investimentos.

A certificação facilita ainda a credibilidade junto aos setores social e ambiental, além de garantir benefícios como financiamentos junto a bancos privados. Outro fator relevante no Brasil é o fato de a certificação melhorar a imagem institucional da empresa, que passa a destacar-se das demais e conquistar a simpatia do consumidor.

Desafios da Certificação Florestal

A certificação florestal busca enfrentar os diversos desafios que asseguram a procedência das florestas. Dentre esses fatores destacam-se: (i) problemas relacionados à posse da terra; (ii) ao sistema de inventário e planejamento adequado; (iii) exploração de

Contato com certificador

Avaliação da Pré Qualificação

Relatório com recomendações

Preparação para a avaliação completa

Contrato de avaliação para certificação

Consulta pré-avaliação de campo

Avaliações no campo

Relatório com resultado da avaliação

Consulta pós-avaliação de campo

Revisão de especialistas

Decisão de certificação

Page 73: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

73

baixo impacto ambiental; (iv) aos múltiplos usos de espécies e produtos madeireiros e não madeireiros; (v) conservação da biodiversidade natural; (vi) relação com as comunidades locais e indígenas; (vii) benefícios aos trabalhadores. (viii) a capacidade de rastreamento; e (ix) ao compromisso de sustentabilidade a longo prazo.

Riscos da certificação

Não existem somente benefícios na certificação florestal. Durante o processo de certificação, os produtores florestais estão sujeitos a alguns riscos, principalmente àqueles relacionados com o custo para o cumprimento das exigências do bom manejo. Estes custos, no entanto, não podem ser absorvidos, uma vez que na maioria das vezes, tal processo demanda mudanças estruturais significativas nas empresas. Além disso, existe a possibilidade da empresa não ser aprovada na avaliação ou ainda não conseguir manter-se certificada, já que para isto é necessário o acompanhamento dos processos a fim de balizar e conduzir na direção certa, evitando a exposição a críticas.

Custos da certificação

Os custos podem estar associados e relacionados ao nível necessário a ser alcançado para obter e manter a certificação. Além disso, podem ser decorrentes dos custos da certificadora para o processo de avaliação e monitoramento da certificação.

Os custos de certificação variam de certificadora para certificadora, cabe à organização contratante buscar a certificadora que mais atende às suas características e necessidades.

Certificação florestal no Brasil

Nos dias atuais, o FSC é o selo de certificação florestal mais disseminado no mundo, visto que está presente em aproximadamente 81 países. No total global, existem

aproximadamente 134,4 milhões de hectares de florestas certificadas no mundo, distribuídas no continente europeu (40,2%), norte-americano (40,4%) e sul-americano / Caribe (9,4%). O Brasil possui em torno de 6,25 milhões de hectares certificados pelo FSC (vide Figuras 3.06 e 3.07).

Figura 3.06 – Área Certificada pelo FSC no Brasil, por Tipo de Floresta

Fontes: WWF Brasil e Fundação Floresta, 2009.

Nativa56%

Plantada44%

Page 74: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

74

Figura 3.07 – Área Certificada pelo FSC no Brasil, por Tipo de Manejo Florestal

Fontes: WWF Brasil e Fundação Floresta, 2009.

3.6.2 – Cadeia Produtiva

A Figura 3.08 apresenta o fluxo da cadeia produtiva da madeira, a qual parte da produção florestal primária da madeira em tora, que através de diferentes processamentos industriais resulta em produtos madeireiros e não-madeireiros que se destinam ao consumidor final, no mercado interno, e em alguns casos no externo, que não é contemplado na Figura abaixo.

A cadeia produtiva florestal tem como base a silvicultura de florestas ou o manejo de florestas naturais, daquelas árvores de espécies comerciais adequadas ao processo industrial a que se destinam. No caso das florestas plantadas, após o plantio segue-se o cultivo, mediante o manejo florestal durante todo o ciclo de produção, e em seguida a colheita florestal, de acordo com o produto final ao qual a floresta se destina, sendo este madeireiro ou não madeireiro.

A partir da produção da matéria-prima florestal (plantada ou natural), dá-se seqüência à cadeia produtiva florestal através do processamento primário e da geração de produtos florestais. Tais produtos podem ser madeireiros, na forma de madeira em tora e de principal interesse para a indústria florestal, ou produtos não madeireiros.

Os produtos florestais não madeireiros são, entre outros, a borracha, gomas, sementes, ceras, fibras tanantes, aromáticos, medicinais e corantes, entre outras, obtidos em sua maioria através de extração não destrutiva. Assim, em grande parte dos casos onde esta atividade de extração é conduzida em larga escala, as árvores são mantidas em produção, ou seja, não são cortadas.

Já os produtos madeireiros são considerados mais importantes da cadeia florestal, do ponto de vista econômico. A partir do processamento primário, secundário ou terciário da madeira, as indústrias de base florestal produzem uma gama de produtos que se destinam a diferentes fins. No caso deste estudo, foram levados em consideração apenas os processamentos primário e secundário, visto que o objeto de interesse é a madeira em tora e seus produtos primários demandados pelo mercado, como pranchões, vigas, tábuas, entre outros.

Não Madeireiro

25%

Ambos4%

Madeireiro71%

Page 75: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

75

Figura 3.08 – Fluxo da Cadeia Produtiva dos Produtos Florestais Madeireiros e Não Madeireiros

Fonte: STCP 2011, baseado em VIEIRA, L. Setor Florestal em Minas Gerais: Caracterização e Dimensionamento. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2004.

Como já citado, o processamento da madeira na indústria se divide em primário, secundário e terciário, cada um com um fluxo próprio ao seu respectivo segmento. O processamento primário, também chamado de primeira transformação, se refere ao desdobro da tora, dando origem a produtos como madeira serrada, madeira laminada e lenha, além dos resíduos de madeira provenientes dos processos de transformação. Estes darão origem a outros produtos diferenciados, de acordo com o segmento industrial específico.

A fase seguinte é o processamento secundário, que consiste no beneficiamento dos produtos oriundos da primeira transformação em produtos finais, ou intermediários a outros

PRODUTOS NÃO

MADEIREIROS

PRODUTOS MADEIREIROS

PRODUÇÃO

FLORESTAL

M

E

R

C

A

D

O

PROCESSAMENTO

SECUNDÁRIO

PROCESSAMENTO

PRIMÁRIO

VIGAS

PRANCHÕES

PRANCHAS

TÁBUAS

SARRAFOS

RIPAS

COMPENSADOS

LÂMINAS

SERRADOS

PAINÉIS

RECONSTITUÍDOS

CARVÃO VEGETAL

ENERGIA

RESÍDUOS DE

MADEIRA

Siderurgia

Forjas Artesanais

Consumo Doméstico

Consumo Industrial

Consumo Doméstico

Usos Diversos

Sementes e

Mudas

Fertilizantes

Agroquímicos

Máquinas e

Equipamentos

Borracha

Gomas

Ceras

Fibras Tanantes

Aromáticos,

Medicinais e

Corantes

Outros

Sementes

Indústria Química,

Farmacêutica,

Automobilística,

Alimentícia, etc

PRODUTOS NÃO

MADEIREIROS

PRODUTOS MADEIREIROS

PRODUÇÃO

FLORESTAL

M

E

R

C

A

D

O

PROCESSAMENTO

SECUNDÁRIO

PROCESSAMENTO

PRIMÁRIO

VIGAS

PRANCHÕES

PRANCHAS

TÁBUAS

SARRAFOS

RIPAS

COMPENSADOS

LÂMINASLÂMINAS

SERRADOSSERRADOS

PAINÉIS

RECONSTITUÍDOS

CARVÃO VEGETAL

ENERGIA

RESÍDUOS DE

MADEIRA

Siderurgia

Forjas Artesanais

Consumo Doméstico

Consumo Industrial

Consumo Doméstico

Usos Diversos

Sementes e

Mudas

Fertilizantes

Agroquímicos

Máquinas e

Equipamentos

Borracha

Gomas

Ceras

Fibras Tanantes

Aromáticos,

Medicinais e

Corantes

Outros

Sementes

Indústria Química,

Farmacêutica,

Automobilística,

Alimentícia, etc

Page 76: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

76

processamentos. Um dos primeiros produtos base é a madeira serrada, a qual pode ser destinada diretamente ao consumidor final, sob forma de pranchões, vigas e tábuas.

De grande importância também são os resíduos de madeira, resultantes em todas as fases do processo produtivo, sendo considerados subprodutos e, via de regra, não são descartados no processo industrial ao longo da cadeia produtiva. O setor industrial atual, não somente o de base florestal preza pelo aproveitamento de resíduos, reintegrando-os ao processo produtivo, o que aumenta os rendimentos industriais e reduz os impactos ou potenciais passivos ambientais. Na indústria madeireira, os resíduos de processamento mecânico da madeira, incluindo casca, costaneiras, serragem, entre outros, são destinados à queima em caldeira para a produção de vapor utilizado no processo de secagem de madeira, ou em fornalhas para geração de gases quentes ou aquecimento de fluidos térmicos. Também ocorre o aproveitamento de resíduos através do cavaqueamento para posterior comercialização, constituindo um mercado em franca expansão.

Outra forma também observada para a reutilização dos resíduos é a utilização em processos industriais na forma de péletes e briquetes, e semi-industriais como utensílios de madeira, objetos de decoração de interiores, agregando valor ao resíduo e criando um mercado alternativo a material que seria descartado.

Page 77: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

77

4 – SELEÇÃO DE ESPÉCIES

Page 78: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

78

4 – SELEÇÃO DE ESPÉCIES

4.1 – Pré-seleção e caracterização preliminar das espécies com potencial econômico

Considerando o vasto número de espécies nativas pertencentes ao bioma Mata Atlântica, bem como o propósito deste trabalho - analisar a viabilidade do plantio florestal com espécies nativas comerciais da Mata Atlântica no estado de São Paulo - a consultora, em comum acordo com a SMA/SP, propôs uma seleção de espécies a serem caracterizadas como de interesse geral e ponto de partida para o presente estudo.

Para tanto, foi elaborada uma lista de espécies pré-selecionadas, composta a partir de listas oficiais de instituições idôneas, cujo enfoque, direto ou indireto, fosse espécies nativas com potencial comercial na Mata Atlântica, por ser este o tema central deste estudo.

Preliminarmente foram identificadas quatro listas de espécies de quatro instituições - Sistema DOF/ IBAMA 2009, EMBRAPA 2003, IPT/SP 2009 e IBDF 1982. Dessas listas, foram selecionadas as espécies de interesse, conforme descrito a seguir.

a. Lista EMBRAPA: Partiu-se da lista de crescimento de espécies arbóreas brasileiras para madeira, energia, revegetação e reflorestamento para recuperação ambiental (83 espécies nativas - lista disponível em http://www.cnpf.embrapa.br/pesquisa/efb/Tabela1.htm, base de dados de 2003). Dessa lista, foram pré-selecionadas as espécies pertencentes ao bioma Mata Atlântica e às seguintes categorias: (i) madeireira promissora; (ii) energia e revegetação; (iii) madeireira potencial e (iv) madeireira em extinção11. O resultado foi a pré-seleção de 43 espécies dessa lista;

b. Lista Sistema DOF: A lista do Sistema DOF (IBAMA), de madeiras comerciais

nativas do Brasil, foi fornecida pela própria SMA/SP, ano de 2009. Das 157 espécies, 30 foram pré-selecionadas, sendo excluídas somente as não pertencentes ao bioma Mata Atlântica;

c. Lista IPT/SP: Esta lista versa sobre as madeiras com uso potencial para a

construção civil (IPT/SP, 2009). Das 54 espécies que compõem a lista, foram excluídas as não pertencentes ao bioma Mata Atlântica, restando 14 espécies de interesse, pré-selecionadas;

d. Lista IBDF: A lista do IBDF foi extraída do Relatório Técnico do Estado de São

Paulo, integrante do Inventário de Florestas Nativas do referido órgão, realizado na década de 80 (publicação IBDF, 1982 - Projeto Inventário de Florestas Nativas: Relatório Técnico do Estado de São Paulo. Vol. III. p.474-477). A mesma versa sobre as espécies nativas utilizadas no estado de São Paulo à época, para móveis, marcenaria, serraria, carpintaria, construção civil, caixotaria, tacos, laminados, fraqueados e construção naval. De um total de 80 espécies, 51 foram pré-selecionadas, por pertencerem ao bioma Mata Atlântica.

Após esse levantamento, tais listas foram cruzadas, a fim de eliminar espécies equivalentes. Adicionalmente, foi realizada uma verificação da cobertura de todas as espécies indicadas como de potencial comercial pelos especialistas consultados (Eduardo Gusson, José Carlos Bollinger e Paulo Ernani Ramalho Carvalho), concluindo-se pela necessidade de inclusão de mais 3 espécies que possuem atualmente um potencial

11 Foram excluídas as espécies das categorias reflorestamento ambiental, madeireira pouco ou não tradicional e madeireira problemática, por se considerar que as mesmas teriam objetivo não comercial e/ou resultados não satisfatórios.

Page 79: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

79

comercial elevado: Esenbeckia leiocarpa (Guarantã), Euterpe edulis (Palmiteiro) e Guazuma ulmifolia (Mutambo).

O resultado preliminar obtido foi a pré-seleção de 92 espécies, as quais passam a ser caracterizadas a seguir, na Tabela 4.01. Ressalte-se que para tal caracterização foram consideradas as características mais relevantes para o presente projeto, validadas com a SMA/SP: (i) nome popular; (ii) estágio de sucessão (espécies pioneira e não pioneiras); (iii) caracterização ou não como zoocórica; (iv) ameaça de extinção; (v) região de ocorrência no estado de São Paulo; (vi) fisionomia; (vii) existência de dados sobre silvicultura e manejo; (viii) isenção de pragas/doenças; (ix) densidade absoluta (ind.ha)12; (x) produção atual de mudas e (xi) potencial de usos madeireiros e não madeireiros.

Mais detalhes sobre as listas utilizadas para a pré-seleção, sobre os potenciais usos não madeireiros de cada espécie pré-selecionada e sobre as regiões ecológicas de São Paulo podem ser observados nos Anexos 02, 03 e 06 desse documento, respectivamente.

12 A caracterização ou não como zoocórica e a ameaça de extinção foram características incluídas especialmente em razão das exigências da legislação vigente (Resolução SMA n° 008/08). Mais detalhes, vide item 4.2.2 desse capítulo.

Page 80: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

71

Tabela 4.01 – Caracterização das Espécies Pré-Selecionadas

#

Nome Científico Nome Popular

Estágio Sucessão¹

Dispersão Zoocórica

Ameaçada Extinção²

Região de Ocorrência SP³

Tipologia Vegetal4

Existência de Dados5

Isentas de

Pragas/ Doença6

DA (ind.ha)

Produção Mudas

Potenciais Usos7

PFM PFNM

1 Albizia pedicellaris Jaguarana P NI FOD, FES NI 4 NI NI

2 Alchornea triplinervia Tapiá NP X LS, LN, SE,

CE, SO

RES, FOD, FOM,FES,

MC, MP

X X 8 X X X

3 Anadenanthera

colubrina Angico Branco P

LS, SE, CE, SO

FOD, MC, FED

X X 83 X X X

4 Anadenanthera

macrocarpa Angico Preto P CE, NO FES, MC 33 X X X

5 Annona cacans Araticum P X LS, LN, SE, CE, NO, SO

FOD, FES, MC, MP

X 4 X X X

6 Apuleia leiocarpa Garapa NP X CE, SO FES, MC X X 5 X X X

7 Araucaria angustifolia Pinheiro do

Paraná NP X X SE FOD, FOM X X 20 X X X

8

Aspidosperma polyneuron

Peroba Rosa NP X LS, SE, CE,

SO, NO FOD, FES, MC, FED

X X 15 X X X

9

Aspidosperma ramiflorum

Guatambu NP LS, LN, SE,

CE, NO FOD, FES,

MC NI 2 X NI NI

Page 81: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

72

#

Nome Científico Nome Popular

Estágio Sucessão¹

Dispersão Zoocórica

Ameaçada Extinção²

Região de Ocorrência SP³

Tipologia Vegetal4

Existência de Dados5

Isentas de

Pragas/ Doença6

DA (ind.ha)

Produção Mudas

Potenciais Usos7

PFM PFNM

10 Aspidosperma tomentosum

Guatambu Vermelho/ Peroba-

do-campo NP SE, CE FOD, FES NI 1 X X X

11 Astronium graveolens Guaritá NP SE, CE, SO,

NO FOD, FES, MC, FED

X 9 X X X

12 Balfourodendron

riedellianum Pau Marfim NP X

SE, CE, SO, NO

FOD, FES, MC

X X 23 X X X

13 Bathysa meridionalis

Fumão/ Quina-de-santa-catarina

NP LS, LN, SE FOD NI 56 NI NI

14 Buchenavia kleinii Buchenavia NP X LS, LN, SE FOD NI 13 NI NI

15 Cabralea canjerana Canjerana NP X LS, LN, SE,

CE, SO

RES, FOD, FOM, FES,

MC, MP X X 18 X X X

16

Caesalpinia leiostachya Pau Ferro NP NI FOD, FES NI 2 X X

17 Calophyllum brasiliense Guanandi NP X

LS, LN, SE, CE, SO

RES, FOD, FES, MC,

MP X X 6 X X X

(continua)

Page 82: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

73

#

Nome Científico Nome Popular

Estágio Sucessão¹

Dispersão Zoocórica

Ameaçada Extinção²

Região de Ocorrência SP³

Tipologia Vegetal4

Existência de Dados5

Isentas de

Pragas/ Doença6

DA (ind.ha)

Produção Mudas

Potenciais Usos7

PFM PFNM

18 Cariniana estrellensis Jequitibá Branco NP X LS, LN, SE, CE, SO, NO

RES, FOD, FES, MC,

MP

X X 27 X X X

19 Cariniana legalis Jequitibá Rosa NP X SE, CE FOD, FES,

MC X X 1 X X X

20 Cecropia hololeuca Embaúba Vermelha

P X SE, CE FOD, FES X X 77 X X X

21 Cecropia pachystachya Embaúba Branca P LS, LN, SE, CE, SO, NO

RES, FOD, FES, MC,

MP

X 2 NI NI

22 Cedrela fissilis Cedro Rosa P X LS, LN, SE, CE, SO, NO

FOD, FOM,FES,

MC, MP X 5 X X X

23 Cedrela odorata Cedro do Brejo P X LS, SE, CE,

SO, NO FOD, FES,

MP NI 20 X X X

24

Centrolobium robustum Araribá Amarelo P SE FOD X X NI X X

25

Centrolobium tomentosum

Araribá P LS, SE, CE,

SO, NO RES, FOD, FES, MC

X X 59 X X X

(continua)

Page 83: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

74

#

Nome Científico Nome Popular

Estágio Sucessão¹

Dispersão Zoocórica

Ameaçada Extinção²

Região de Ocorrência SP³

Tipologia Vegetal4

Existência de Dados5

Isentas de

Pragas/ Doença6

DA (ind.ha)

Produção Mudas

Potenciais Usos7

PFM PFNM

26 Colubrina glandulosa Saguaraji NP LN, SE, CE,

SO, NO FOD, FES,

MC X X 12 X X X

27 Copaifera langsdorffii Copaíba NP X LS, LN, SE, CE, SO, NO

FOD, FES, MC, MP,

FED X X 95 X X X

28 Cordia sellowiana Chá de Bugre P X LS, LN, SE,

CE RES, FOD, FES, MC

NI 19 X NI NI

29 Cordia trichotoma Louro Pardo NP LS, SE,CE,

SO, NO FOD, FES,

MC X 19 X X X

30 Cryptocaria

mandiocanna Canela Batalha NP X NI FOD, FES X NI NI NI

31 Dalbergia brasiliensis Jacarandá/

Caroba-brava NP SE, CE

FOD, FES, MC

X X 12 X X X

32

Diatenopteryx sorbifolia Correeiro P SE, CE, SO,

NO FES, MC,

FED X 5 X X X

33 Esenbeckia febrifuga

Mamoninha do Mato

NP LS, SE, CE,

SO, NO

FOD, FES, MC, MP,

FED

NI 3 X NI NI

34 Esenbeckia leiocarpa Guarantã NP X SE, CE, NO FOD, FES NI 11 X NI NI

(continua)

Page 84: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

75

#

Nome Científico Nome Popular

Estágio Sucessão¹

Dispersão Zoocórica

Ameaçada Extinção²

Região de Ocorrência SP³

Tipologia Vegetal4

Existência de Dados5

Isentas de

Pragas/ Doença6

DA (ind.ha)

Produção Mudas

Potenciais Usos7

PFM PFNM

35 Euterpe edulis Palmiteiro NP X X LS, LN, SE,

CE, SO

RES, FOD, FES, MC,

MP

X X 543 X X

36 Ficus citrifolia Figueira NP LS, LN, SE,

CE

RES, FOD, FES, MC,

MP NI 10 X

37 Gallesia integrifolia Pau D’alho P SE, CE, SO,

NO FOD, FES,

MC X X 20 X X X

38 Guarea guidonia Marinheiro P X LS, LN, SE, CE, SO, NO

FOD, FES, MC, MP

X 1 X NI NI

39 Guazuma ulmifolia Mutambo P X LN, SE, CE,

SO, NO FOD, FES,

MC X X 37 X X X

40

Holocalyx balansae Alecrim de Campinas

NP SE, CE, SO,

NO FOD, FES,

MC X X 8 X X X

41

Hyeronima alchorneoides

Aracurana da Serra

P X LS, LN, SE,

CE RES, FOD, FES, MP

NI 7 X NI NI

42 Hymenaea courbaril Jatobá NP X LS, LN, SE,

CE, NO FOD, FES,

MC X X 4 X X X

(continua)

Page 85: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

76

#

Nome Científico Nome Popular

Estágio Sucessão¹

Dispersão Zoocórica

Ameaçada Extinção²

Região de Ocorrência SP³

Tipologia Vegetal4

Existência de Dados5

Isentas de

Pragas/ Doença6

DA (ind.ha)

Produção Mudas

Potenciais Usos7

PFM PFNM

43 Ilex paraguariensis Erva Mate NP X X LS, LN, SE,

CE FOD, FOM, FES, MC

3 X X X

44 Inga marginata Ingá Feijão P X LS, LN, SE,

CE, SO

RES, FOD, FES, MC,

MP X 41 X NI NI

45 Joannesia princeps Boleira P X NI FOD, FES 90 X X X

46 Lafoensia pacari Dedaleiro P X LN, SE, CE,

SO, NO

RES, FOD, FOM, FES, MC, MP,

FED

5 X X X

47 Lecythis pisonis Sapucaia NP X LN FOD NI 106 X X X

48

Lonchocarpus campestris

Embirinha P SE, CE, SO,

NO FOD, FES NI 5 X NI NI

49

Lonchocarpus guilleminianus

Embira de Sapo P LN, SE, CE,

SO FOD, FES,

MC NI 3 X NI NI

50 Lonchocarpus

muehlbergianus Embira de Sapo P

LS, LN, SE, CE, SO

FOD, FES, MC

NI 50 X NI NI

(continua)

Page 86: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

77

#

Nome Científico Nome Popular

Estágio Sucessão¹

Dispersão Zoocórica

Ameaçada Extinção²

Região de Ocorrência SP³

Tipologia Vegetal4

Existência de Dados5

Isentas de

Pragas/ Doença6

DA (ind.ha)

Produção Mudas

Potenciais Usos7

PFM PFNM

51 Luehea divaricata Açoita Cavalo P X SE, CE, SO,

NO

FOD, FES, MC, MP,

FED

X 14 X X X

52 Machaerium villosum Jacarandá

Paulista P X SE, CE

FOD, FES, MC, FED

NI 1 X NI NI

53 Melanoxylon brauna Braúna NP X ND FOD, FES NI NI X X

54 Mimosa scabrella Bracatinga P SE FOD, FOM X X 14 X X X

55 Myracrodruon

urundeuva Aroeira Verdadeira NP NO, CE FES, FED X X 20 X X X

56 Myroxylon peruiferum

Cabreúva Vermelha

NP X LS, SE, CE,

SO, NO

FOD, FES, MC, MP,

FED

NI NI X X X

57 Nectandra lanceolata Canela Amarela NP X SE, CE, SO

FOD, FOM, FES, MC,

MP X 27 X X

58 Ocotea aciphylla Ocotea NP X LS, LN, SE,

CE RES, FOD,

MC NI 20 NI NI

59 Ocotea odorifera Canela Sassafrás NP X X LS, LN, SE,

CE RES, FOD, FES, MC

X X 34 X X X

(continua)

Page 87: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

78

#

Nome Científico Nome Popular

Estágio Sucessão¹

Dispersão Zoocórica

Ameaçada Extinção²

Região de Ocorrência SP³

Tipologia Vegetal4

Existência de Dados5

Isentas de

Pragas/ Doença6

DA (ind.ha)

Produção Mudas

Potenciais Usos7

PFM PFNM

60 Ocotea porosa Imbuia NP X X LN, SE FOD X NI X X X

61 Ocotea puberula Canela Guaicá NP X X LS, LN, SE,

CE, SO

RES, FOD, FES, MC,

MP

X X 32 X X X

62 Ocotea pulchella Canela Preta NP X LS, LN, CE,

SE

RES, FOD, FOM, FES,

MC NI 1 X NI NI

63 Ormosia arborea Olho de Cabra NP X LS, LN, CE,

SO, NO RES, FOD, FES, MC

NI 1 X X X

64

Parapiptadenia rigida

Angico Vermelho Angico-da-mata /

Angico-rosa / Angico-amarelo

P SE, CE, SO,

NO FOD, FES, MC, FED

X X 8 X X X

65

Patagonula americana Guajuvira P SE, CE, SO,

NO FOD, FES, MC, FED

X X 14 X X X

66 Peltogyne angustiflora Roxinho NP NI FOD NI NI X NI NI

67 Peltophorum dubium Canafístula P SE, CE, SO,

NO FOD, FES, MC, FED

X X 27 X X X

(continua)

Page 88: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

79

#

Nome Científico Nome Popular

Estágio Sucessão¹

Dispersão Zoocórica

Ameaçada Extinção²

Região de Ocorrência SP³

Tipologia Vegetal4

Existência de Dados5

Isentas de

Pragas/ Doença6

DA (ind.ha)

Produção Mudas

Potenciais Usos7

PFM PFNM

68 Persea pyrifolia Abacateiro do

Mato NP X

LS, LN, CE, SE, SO

RES, FOD, FOM, FES,

MC, MP

NI 19 X NI NI

69 Piptadenia

gonoacantha Pau Jacaré P

LN, LS, SE, CE, NO, SO

FOD, FES, MC, MP

X X 18 X X X

70 Plathymenia reticulata Vinhatico NP SE FOD NI 66 X X X

71 Protium heptaphyllum Almecega NP X LS, LN, SE, CE, SO, NO

FOD, FES, MC, MP

X NI 1 X NI NI

72 Prunus brasiliensis Pessegueiro Bravo NP X NI FOM, FES X 22 X X X

73

Pterocarpus rohrii Aldrago P LS, LN, SE,

CE RES, FOD,

FES NI 9 NI NI

74

Pterodon pubescens Faveiro NP CE, SO FES NI 2 NI NI

75 Pterogyne nitens Amendoim Bravo P X SE, CE, SO,

NO FOD, FES,

MC X X 40 X X X

76 Rapanea ferruginea Capororoca P X LS, LN, SE, CE, SO, NO

RES, FOD, FOM, FES,

MC

NI 3 X NI NI

(continua)

Page 89: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

80

#

Nome Científico Nome Popular

Estágio Sucessão¹

Dispersão Zoocórica

Ameaçada Extinção²

Região de Ocorrência SP³

Tipologia Vegetal4

Existência de Dados5

Isentas de

Pragas/ Doença6

DA (ind.ha)

Produção Mudas

Potenciais Usos7

PFM PFNM

77 Rapanea guianensis Capororoca P X LS, LN, SE,

CE, SO RES, FOD, FES, MP

NI 34 X NI NI

78 Rheedia gardneriana Bacupari NP LS, LN, SE, CE, SO, NO

RES, FOD, FES, MC

NI 20 X NI NI

79 Rollinia sericea Araticum Alvadio P LS, LN, SE,

CE RES, FOD,

FES NI 5 NI NI

80 Roupala brasiliensis Carvalho Brasileiro NP LS, LN, SE, CE, SO, NO

RES, FOD, FES, MC,

MP

X 2 X X X

81

Savia dictyocarpa Guaraiúva NP LS, LN, SE, CE, SO, NO

FOD, FES, MC, MP

NI NI NI NI

82

Schinus terebinthifolius

Aroeira Pimenteira P X LS, LN, SE,

CE, SO FOD, FES,

MC, MP X X 110 X X X

83 Schizolobium parahyba Guapuruvu P LS, LN, SE,

CE RES, FOD, FES, MC

1 X X X

84 Tabebuia ochracea Ipê Amarelo do

Campo NP SE, NO FOD, FES NI 1 X X

85 Tachigali pilgeriana Tapassuaré P NI FOD NI NI NI NI

(continua)

Page 90: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

81

#

Nome Científico Nome Popular

Estágio Sucessão¹

Dispersão Zoocórica

Ameaçada Extinção²

Região de Ocorrência SP³

Tipologia Vegetal4

Existência de Dados5

Isentas de

Pragas/ Doença6

DA (ind.ha)

Produção Mudas

Potenciais Usos7

PFM PFNM

86 Talauma ovata Pinha do Brejo NP X LS, LN, SE, CE, SO, NO

FOD, FES, MP

NI 205 X X X

87 Tapirira guianensis Peito de Pomba P X LS, LN, SE, CE, SO, NO

FOD, FES, MC, MP

NI 46 X X X

88 Virola bicuhyba Bicuíba NP LS, LN, SE RES, FOD NI NI NI NI

89 Vitex polygama Tarumã NP LS, LN, SE,

CE, SO

FOD, FES, MC, MP,

FED

NI NI X NI NI

90

Vochysia tucanorum Pau Tucano NP SE, CE, SO,

NO FOD, FOM, FES, MC

NI 5 X X

91

Zeyheria tuberculosa Ipê Felpudo P X SE, CE, SO,

NO FOD, FES,

MC X NI X X X

92 Zollernia ilicifolia Zolernia NP LS, LN, SE,

CE

RES, FOD, FES, MC,

MP NI 5 NI NI

NI - Informação não identificada. ¹ NP - Não Pioneira, P - Pioneira. ² Fontes: IUCN (lista fornecida SMA/SP), CITES, Instrução Normativa MMA n° 06/08 e Resolução SMA n° 48/04. 3 LS - Litoral Sul, LN - Litoral Norte, SE - Sudeste, CE - Região Central, SO - Sudoeste, NO – Noroeste. Mais detalhes vide páginas 4.20 e 21. Fonte: Resolução SMA n° 008/08.

(conclusão)

Page 91: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

82

4 RES – Restinga, FOD - Floresta Ombrofila Densa, FOM - Floresta Ombrofila Mista, FOS - Floresta Estacional Semidecidual, MC – Mata Ciliar, MP – Mata Padulosa, FED – Floresta Estacional Decidual. Fontes: Anexo da Resolução SMA n° 008/08, EMBRAPA 2003, Jardim Botânico do Rio de Janeiro 2009 e IPEF 2011. 5 Existência de dados sobre silvicultura e manejo. 6 Existência de pragas e/ou doença que possa comprometer os plantios. Fontes: EMBRAPA (2003), DOF (2009), IPT/SP (2009), IPEF (2011), adaptadas por STCP

7 PFM - Produto Florestal Madeireiro, PFNM - Produto Florestal Não Madeireiro. * Regiões deduzidas a partir do ecossistema de ocorrência. Fontes: EMBRAPA 2003, IUCN 2011, Sistema DOF/ IBAMA 2009, MMA /CITES 2008, Resolução SMA n° 008/08, IPT/SP 2009, IPEF 2011, IBDF 1982, Rede Sementes do Cerrado 2011 e UFRRJ 2009 (monografia de MEDEIROS, Alexandre dos Santos) e Jardim Botânico do Rio de Janeiro 2009, adaptadas por STCP.

Page 92: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

83

4.2 – Seleção das espécies aptas para a implantação de projetos de exploração econômica

Todas as espécies nativas pré-selecionadas pertencentes ao bioma Mata Atlântica, apresentadas anteriormente, possuem potencial de utilização futura de para projetos e programas voltados à exploração comercial no estado de São Paulo.

Foram utilizados, todavia, outros critérios de seleção, considerados indispensáveis para fins de viabilidade, no curto prazo, da exploração econômica de plantios com espécies nativas da Mata Atlântica no estado de São Paulo.

Tais critérios, apresentados neste tópico, foram tratados em dois grupos: (i) monoculturas e plantios mistos; e (ii) recomposição de Áreas de Preservação Permanente e Reservas Legais - APPs e RLs.

4.2.1 – Monocultura e Plantios Mistos

Critérios de Seleção

Para a seleção das espécies para monocultura e plantios mistos foram considerados critérios silviculturais tidos como fundamentais para a viabilidade dos plantios e, portanto, para sua exploração econômica.

São eles: (i) disponibilidade de dados consistentes e idôneos sobre manejo e silvicultura; (ii) densidade absoluta acima de 7 indivíduos/ha; e (iii) ausência de problemas com pragas/doenças.

Como regra, foram excluídas as espécies que apresentaram problemas com um ou mais dos critérios estipulados.

A justificativa de inclusão de cada um deles é apresentada a seguir.

a. Disponibilidade de dados consistentes e idôneos sobre manejo e silvicultura: Esse critério foi incluído em razão da necessidade de um mínimo

de segurança sobre a viabilidade dos plantios de cada espécie em regime de monocultura ou em plantios mistos. Para tanto, verificou-se a consistência dos dados disponíveis sobre manejo e silvicultura em fontes idôneas, ou seja, a existência de experiências anteriores bem sucedidas com as espécies pré-selecionadas;

b. Densidade absoluta acima de 7 indivíduos/ha: Esse critério/ valor de referência foi considerado em plantios de espécies nativas como importante para assegurar o êxito do cultivo em altas densidades, tendo por base levantamentos fitossociológicos já realizados, tendo por base a opinião dos especialistas consultados (Eduardo Gusson, José Carlos Bollinger e Paulo Ernani Ramalho Carvalho). Cabe mencionar, que a espécie Calophyllum brasiliense, apesar de

ter apresentado densidade absoluta um pouco abaixo do limiar estipulado (6 indivíduos/ ha), foi considerada apta por esse critério. Não obstante, a não identificação de informações sobre esse critério foi considerado como causa de exclusão de espécies, dada a importância do mesmo para plantios em monocultura/ mistos;

Page 93: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

84

c. Ausência de problemas com pragas/doenças: Partindo da busca em

informações em fontes idôneas (EMBRAPA 2003 - disponível em: http://www.cnpf.embrapa.br/pesquisa/efb/temp/index_especies.htm e IPEF 2011 disponível em: http://www.ipef.br/identificacao/nativas/), de experimentos anteriores efetuados por pesquisadores e de sua expertise, a consultora analisou a existência de problemas de grande dimensão com pragas e doenças, que possam impedir a produção das espécies em escala. Ressalta-se a importância desse critério, em razão da alta taxa de mortalidade de algumas espécies, como a Cedrela fissilis (Cedro rosa), quando cultivadas em grande

densidade de indivíduos por unidade de área.

A Tabela 4.02 apresenta o resultado de aplicação de tais critérios, para as 92 espécies pré-selecionadas.

Tabela 4.02 – Aplicação de Critérios para Verificação das Espécies Aptas para Monocultura e Plantios Mistos

# Nome Científico Nome Popular Ausência

de Dados5

DA < 7

ind.ha

Existência de Praga/ Doença

Descrição Praga/ Doença

Exclusão/ Não

Aptas

1 Albizia pedicellaris Jaguarana X 4 NI NI X

2 Alchornea triplinervia Tapiá 8

3 Anadenanthera colubrina Angico Branco 83

4 Anadenanthera

macrocarpa Angico Preto X 33 X

"Serrador" Oncideres

dejeani (Coleóptera,

Cerambycidae) corta os ramos

da planta, prejudicando o

seu desenvolvi-

mento.

X

5 Annona cacans Araticum X 4 X

6 Apuleia leiocarpa Garapa 5 X

7 Araucaria angustifolia Pinheiro do

Paraná 20

8 Aspidosperma

polyneuron Peroba Rosa 15

9 Aspidosperma

ramiflorum Guatambu X 2 NI NI X

10 Aspidosperma tomentosum

Guatambu Vermelho/ Peroba-do-

campo

X 1 NI NI X

11 Astronium graveolens Guaritá X 9 X

12 Balfourodendron

riedellianum Pau Marfim 23

Page 94: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

85

# Nome Científico Nome Popular Ausência

de Dados5

DA < 7

ind.ha

Existência de Praga/ Doença

Descrição Praga/ Doença

Exclusão/ Não

Aptas

13 Bathysa meridionalis

Fumão/ Quina-de-santa-catarina

X 56 NI NI X

14 Buchenavia kleinii Buchenavia X 13 NI NI X

15 Cabralea canjerana Canjerana 18

16 Caesalpinia leiostachya Pau Ferro X 2 NI NI X

17 Calophyllum brasiliense Guanandi 6 *

18 Cariniana estrellensis Jequitibá Branco 27

19 Cariniana legalis Jequitibá Rosa 1 X

20 Cecropia hololeuca Embaúba Vermelha

77

21 Cecropia pachystachya Embaúba Branca

X 2 X

22 Cedrela fissilis Cedro Rosa 5 X

Hypsipyla grandela

x

Antaeotricha dissimilis

Diploschema Rotundicolle

Freysuila sp.

23 Cedrela odorata Cedro do Brejo X 20 NI NI X

24 Centrolobium robustum Araribá Amarelo NI X

25 Centrolobium tomentosum

Araribá 59

26 Colubrina glandulosa Saguaraji 12

27 Copaifera langsdorffii Copaíba 95

28 Cordia sellowiana Chá de Bugre X 19 NI NI X

29 Cordia trichotoma Louro Pardo 19 X Dictyla

monotropidia X

30 Cryptocaria

mandiocanna Canela Batalha X NI X

31 Dalbergia brasiliensis Jacarandá/

Caroba-brava 12

32 Diatenopteryx sorbifolia Correeiro X 5 X

33 Esenbeckia febrifuga Mamoninha do

Mato X 3 NI NI X

34 Esenbeckia leiocarpa Guarantã X 11 NI NI X

35 Euterpe edulis Palmiteiro 543

36 Ficus citrifolia Figueira X 10 NI NI X

37 Gallesia integrifolia Pau D’alho 20

38 Guarea guidonia Marinheiro 1 X

(continua)

Page 95: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

86

# Nome Científico Nome Popular Ausência

de Dados5

DA < 7

ind.ha

Existência de Praga/ Doença

Descrição Praga/ Doença

Exclusão/ Não

Aptas

39 Guazuma ulmifolia Mutambo 37

40 Holocalyx balansae Alecrim de Campinas

8

41 Hyeronima alchorneoides Aracurana da

Serra X 7 NI NI X

42 Hymenaea courbaril Jatobá 4 X

43 Ilex paraguariensis Erva Mate X 3 X

Ceroplastes grandis

X

Gyropsylla spegazziniana,

Thelosia camina

Hedypathes betulinus

44 Inga marginata Ingá Feijão X 41 X

45 Joannesia princeps Boleira X 90 X Sclerotium

rolfsii X

46 Lafoensia pacari Dedaleiro X 5 X

Plantios a pleno sol e em faixas abertas na capoeira alta, foram

afetados por coleópteros

cerambicídeos Oncideres

spp.,

X

47 Lecythis pisonis Sapucaia X 106 NI NI X

48 Lonchocarpus

campestris Embirinha X 5 NI NI X

49 Lonchocarpus guilleminianus

Embira de Sapo X 3 NI NI X

50 Lonchocarpus

muehlbergianus Embira de Sapo X 50 NI NI X

51 Luehea divaricata Açoita Cavalo X 14 X

Besouros da família

Scolytidae X

Serradores cerambicídeos

52 Machaerium villosum Jacarandá

Paulista X 1 NI NI X

53 Melanoxylon brauna Braúna X NI NI NI X

54 Mimosa scabrella Bracatinga 14

55 Myracrodruon urundeuva Aroeira

Verdadeira 20

56 Myroxylon peruiferum Cabreúva Vermelha

X NI NI NI X

(continua)

Page 96: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

87

# Nome Científico Nome Popular Ausência

de Dados5

DA < 7

ind.ha

Existência de Praga/ Doença

Descrição Praga/ Doença

Exclusão/ Não

Aptas

57 Nectandra lanceolata Canela Amarela X 27 X

58 Ocotea aciphylla Ocotea X 20 NI NI X

59 Ocotea odorifera Canela

Sassafrás 34

60 Ocotea porosa Imbuia NI X

Experimentos em faixas

abertas em capoeira alta, tiveram 11% das plantas

afetadas pelo serrador

cerambicídeo (Oncideres

spp.), comprometen-

do o crescimento

em altura

X

61 Ocotea puberula Canela Guaicá 32

62 Ocotea pulchella Canela Preta X 1 NI NI X

63 Ormosia arborea Olho de Cabra X 1 NI NI X

64 Parapiptadenia rigida

Angico Vermelho Angico-da-

mata / Angico-rosa / Angico-

amarelo

8

65 Patagonula americana Guajuvira 14

66 Peltogyne angustiflora Roxinho X NI NI NI X

67 Peltophorum dubium Canafístula 27

68 Persea pyrifolia Abacateiro do

Mato X 19 NI NI X

69 Piptadenia gonoacantha Pau Jacaré 18

70 Plathymenia reticulata Vinhatico X 66 NI NI X

71 Protium heptaphyllum Almecega 1 NI NI X

72 Prunus brasiliensis Pessegueiro

Bravo 22 X

Danificação de mentes por

larvas

X Besouros da

família Scolytidae

Orifícios/ anchas fúngicas

73 Pterocarpus rohrii Aldrago X 9 NI NI X

74 Pterodon pubescens Faveiro X 2 NI NI X

(continua)

Page 97: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

88

# Nome Científico Nome Popular Ausência

de Dados5

DA < 7

ind.ha

Existência de Praga/ Doença

Descrição Praga/ Doença

Exclusão/ Não

Aptas

75 Pterogyne nitens Amendoim Bravo 40

76 Rapanea ferruginea Capororoca X 3 NI NI X

77 Rapanea guianensis Capororoca X 34 NI NI X

78 Rheedia gardneriana Bacupari X 20 NI NI X

79 Rollinia sericea Araticum Alvadio X 5 NI NI X

80 Roupala brasiliensis Carvalho Brasileiro

X 2 X

81 Savia dictyocarpa Guaraiúva X NI NI NI X

82 Schinus

terebinthifolius

Aroeira Pimenteira

110

83 Schizolobium parahyba Guapuruvu X 1 X

"Broca da madeira" -

Acanthoderes jaspidea

(Coleóptera, Cerambycidae)

X

Micrapate brasilienses

Serrador Oncideres

dejeani

Serrador Oncideres

saga (Coleóptera,

Cerambycidae)

84 Tabebuia ochracea Ipê Amarelo do

Campo X 1 NI NI X

85 Tachigali pilgeriana Tapassuaré X NI NI NI X

86 Talauma ovata Pinha do Brejo X 205 NI NI X

87 Tapirira guianensis Peito de Pomba X 46 NI NI X

88 Virola bicuhyba Bicuíba X NI NI NI X

89 Vitex polygama Tarumã X NI NI NI X

90 Vochysia tucanorum Pau Tucano X 5 NI NI X

91 Zeyheria tuberculosa Ipê Felpudo X NI X

92 Zollernia ilicifolia Zolernia X 5 NI NI X

Critérios de exclusão.

NI – Informação não identificada.

* Espécie considerada apta excepcionalmente, em razão das experiências bem sucedidas verificadas nos levantamentos de campo pela consultora.

Fontes: EMBRAPA 2003, Sistema DOF/IBAMA 2009, IPT/SP 2009 e IPEF 2011, adaptadas por STCP.

(conclusão)

Page 98: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

89

Aplicados esses critérios, foi obtida uma lista de 28 espécies consideradas aptas para monocultura e plantios mistos, as quais são apresentadas da Tabela 4.03.

Tabela 4.03 – Lista de Espécies Aptas para Monocultura e Plantios Mistos

# Espécie Nome Popular

1 Alchornea triplinervia Tapiá

2 Anadenanthera colubrina Angico Branco

3 Araucaria angustifólia Pinheiro do Paraná

4 Aspidosperma polyneuron Peroba Rosa

5 Balfourodendron riedellianum Pau Marfim

6 Cabralea canjerana Canjerana

7 Calophyllum brasiliense Guanandi

8 Cariniana estrellensis Jequitibá Branco

9 Cecropia hololeuca Embaúba Vermelha

10 Centrolobium tomentosum Araribá

11 Colubrina glandulosa Saguaraji

12 Copaifera langsdorffii Copaíba

13 Dalbergia brasiliensis Jacarandá/ Caroba-brava

14 Euterpe edulis Palmiteiro

15 Gallesia integrifólia Pau d’alho

16 Guazuma ulmifolia Mutambo

17 Holocalyx balansae Alecrim de Campinas

18 Mimosa scabrella Bracatinga

19 Myracrodruon urundeuva Aroeira Verdadeira

20 Ocotea odorífera Canela Sassafrás

21 Ocotea puberula Canela Guaicá

22 Parapiptadenia rígida Angico Vermelho/ Angico-da-mata / Angico-rosa /

Angico-amarelo

23 Patagonula americana Guajuvira

24 Peltophorum dubium Canafístula

25 Piptadenia gonoacantha Pau Jacaré

26 Prunus brasiliensis Pessegueiro Bravo

27 Pterogyne nitens Amendoim Bravo

28 Schinus terebinthifolius Aroeira Pimenteira

Elaboração: STCP.

Para monocultura e plantios mistos, portanto, apenas as 28 espécies apresentadas na tabela anterior foram consideradas aptas, seja para a continuidade do presente estudo, seja para a condução no curto prazo de projetos e programas voltados à exploração econômica de espécies nativas no bioma Mata Atlântica em São Paulo.

Por essa razão e considerando que a monocultura e os plantios mistos em áreas que não sejam APPs e RLs são as modalidades que apresentam as maiores oportunidades para a implantação do projeto, uma caracterização mais detalhada das espécies selecionadas para tais fins é apresentada a seguir.

Page 99: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

90

Caracterização Detalhada

Para a caracterização detalhada das espécies selecionadas para monocultura e plantios mistos foram considerados os seguintes aspectos: (i) características naturais (fenologia/ aspectos da biologia reprodutiva - polinização, floração, frutificação e dispersão); e (ii) características da madeira (durabilidade/densidade da madeira).

Tal detalhamento teve por escopo informações obtidas foram extraídas da literatura e aspectos solicitados no Termo de Referência de contratação dos serviços, não abordados em outros tópicos desse relatório.

A Tabela 4.04 apresenta os principais aspectos relativos à caracterização detalhada das espécies selecionadas para monocultura e plantios mistos.

Mais detalhes sobre as espécies consideradas aptas para monocultura e plantios mistos podem ser observados nas fichas contendo a caracterização completa para cada uma das espécies, as quais são apresentadas no Anexo 04 desse documento.

Page 100: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

91

Tabela 4.04 – Caracterização Detalhada das Espécies Selecionadas para Monocultura e Plantios Mistos

# Espécie

Características Naturais Características da Madeira

Agente Polinizador

Floração¹ Frutificação¹ Síndrome de Dispersão²

MEA³ (g/cm³) MEB³ (g/cm³) Durabilidade

1 Alchornea triplinervia Abelhas/Insetos Out/Mar Abr/Ago OR 0,44 a 0,58 0,37 Baixa

2 Anadenanthera colubrina Abelhas/Insetos Out/Dez Jul/Nov AU 0,80 a 1,10 0,52 Alta

3 Araucaria angustifolia Vento Ago/Jan Abr/Ago AU 0,5 a 0,61 -- Baixa

4 Aspidosperma polyneuron Mariposas Set/Jan Jun/Nov AN 0,66 a 0,85 -- Baixa

5 Balfourodendron

riedellianum Insetos Set/Jan Mai/Set AN 0,80 a 0,90 0,71 Baixa

6 Cabralea canjerana Mariposas Set/Dez Ago/Jan ZO 0,61 a 0,75 0,55 Média/Alta

7 Calophyllum brasiliense Abelhas/Insetos Nov/Jul Abr/Out ZO 0,62 a 0,79 0,5 Média/Alta

8 Cariniana estrellensis Abelhas/Insetos Out/Fev Mai/Out AN/ZO 0,70 a 0,78 0,65 Baixa

9 Cecropia hololeuca Abelhas/Insetos Jul/Set Jul/Nov ZO 0,43 -- Baixa

10 Centrolobium tomentosum Abelhas Dez/Mar Mai/Out AN/AU 0,67 a 0,80 0,56 Alta

11 Colubrina glandulosa Insetos Nov/Mai Mai/Out AU 0,80 a 1,00 -- Alta

12 Copaifera langsdorffii Abelhas Out/Abr Ago/Out OR 0,64 a 0,86 -- Alta

13 Dalbergia brasiliensis Abelhas/Insetos Nov/Jan Abr/Out AN 0,60 a 0,91 -- --

14 Euterpe edulis Insetos Set/Jan Mai/Nov AU/ZO -- -- --

15 Gallesia integrifolia Abelhas/Insetos Jan/Jul Jul/Out AN 0,58 a 0,66 -- Baixa

16 Guazuma ulmifolia Abelhas/Insetos Set/Dez Ago/Out ZO 0,50 a 0,68 -- Baixa

17 Holocalyx balansae Abelhas/Insetos Mai/Out Set/Jan ZO 0,9 a 1,06 0,69 Baixa/Média

Page 101: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

92

# Espécie

Características Naturais Características da Madeira

Agente Polinizador

Floração¹ Frutificação¹ Síndrome de Dispersão²

MEA³ (g/cm³) MEB³ (g/cm³) Durabilidade

18 Mimosa scabrella Abelhas Jul/Set Nov/Fev AU 0,65 a 0,81 0,51 a 0,61 Baixa

19 Myracrodruon urundeuva Abelhas/Insetos Jul/Ago Ago/Nov AN 1 a 1,21 0,6 a 0,65 Média

20 Ocotea odorifera Abelhas/Insetos Ago/Set Mai/Nov ZOO 0,53 a 0,65 -- Baixa/Média

21 Ocotea puberula Insetos Mai/Out Dez/Fev ZOO 0,39 a 0,49 -- Baixa

22 Parapiptadenia rigida Abelhas Fev/Mar Jul/Nov AN/AU 0,75 a 1,00 0,6 Alta

23 Patagonula americana Abelhas/Insetos Jul/Out Dez/Jan AN/AU 0,75 a 0,9 0,64 Médio

24 Peltophorum dubium Abelhas/Insetos Set/Mar Mai/Dez AN/AU 0,75 a 0,90 0,6 Média

25 Piptadenia gonoacantha Abelhas Out/Jan Jul/Dez AN/AU 0,75 a 0,78 0,56 Média

26 Prunus brasiliensis Abelhas Ago/Fev Mar/Out ZO 0,76 a 0,92 -- Média

27 Pterogyne nitens Abelhas/Insetos Jan/Mar Mai/Ago AN/IC 0,70 a 0,87 -- Média

28 Schinus terebinthifolia Abelhas Ago/Mar Mar/Out ZO 0,8 0,49 Alta

¹ Relativo à ocorrência no Estado de São Paulo

² AN: Anemocoria, AU: Autocorica, IC: Ictiocorica, OR: Ornitocorica, ZO: Zoocorica

³ MEA: Massa Específica Aparente a 15% de umidade, MEB: Massa Específica Básica (Massa Seca)

Fontes: EMBRAPA 2003 e IPEF 2011, adaptadas por STCP.

(conclusão)

Page 102: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

93

4.2.2 – Recomposição de APPs e RLs

Em relação à recomposição de áreas de APPs e RLs foi utilizado, como único critério de verificação da aptidão para plantios com espécies comerciais da Mata Atlântica em São Paulo, no curto prazo, o atendimento, em linhas gerais, às exigências legais vigentes, mais especificamente às orientações técnicas para o reflorestamento heterogêneo de áreas degradadas, contidas na Resolução SMA n° 008/08.

Deste modo, as espécies pré-selecionadas foram submetidas aos parâmetros gerais trazidos por essa Resolução, a saber:

a. Mínimo de 80 espécies florestais nativas das formações de floresta ombrófila (FO) e de floresta estacional semidecidual (FES), de ocorrência regional;

b. Mínimo de 20% de espécies com dispersão zoocórica;

c. Mínimo de 5% de espécies nativas, enquadradas em alguma categoria de ameaça;

d. Mínimo de 40% para qualquer um dos grupos de espécies pioneiras e não pioneiras.

A Tabela 4.05 apresenta o resultado da aplicação do critério de aptidão de espécies para recomposição de APPs e RLs, por tipologia vegetal.

Tabela 4.05 – Resultado da Aplicação do Critério de Aptidão das Espécies para Recomposição de APPs e RLs

Exigência Legal*

Floresta Ombrófila (FO)¹ Floresta Estacional Semidecidual (FES)

N° Espécies % N° Espécies %

Dispersão Zoocórica 32 37 29 38

Ameaça de Extinção 22 25 19 24

Pioneiras 37 42 34 43

Não Pioneiras 50 58 45 57

Total 87 100,0 79 100,0

¹ lnclui Floresta Ombrófila Densa (FOD) e Mista (FOM).

Necessidade de complementação com 1 espécie adicional para fins de cumprimento da legislação.

Fonte: Resolução SMA n° 008/08, adaptada por STCP.

Como se pode observar, as espécies pré-selecionadas atendem, em termos gerais, às exigências legais estaduais para reflorestamento heterogêneo de áreas degradadas. Sob a perspectiva da aplicação da legislação por tipologia vegetal (FO e FES) foram consideradas aptas 87 espécies originárias da Floresta Ombrófila e 79 da Floresta Estacional Semidecidual. No caso do atendimento ao número de espécies mínimo exigido pela legislação (80) na Floresta Estacional Semidecidual, no entanto, verifica-se a necessidade de consideração de uma espécie adicional, indicando-se para tanto que seja utilizada uma das espécies pertencentes à tipologia vegetal correspondente, constantes no Anexo da Resolução SMA n° 008/08, a fim de cumprir com a função ambiental exigida pela norma.

Adicionalmente, cabe a menção de que a Resolução SMA n° 008/08 regionaliza cada umas das tipologias vegetais consideradas no presente estudo, o que consta no Anexo

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94

da normativa13. Em outras palavras, no caso concreto, as espécies selecionadas, com potencial econômico, para recomposição de APPs e RLs poderão não atender integralmente aos parâmetros constantes na Resolução, em uma determinada região. Cabe aqui ressaltar que tal constatação não representa afronta à legislação vigente, já que existe a possibilidade de substituição das espécies pré-selecionadas, se necessário, por outras espécies regionais, podendo-se utilizar a lista mais ampla e detalhada constante no Anexo da Resolução n° 008/08.

A fim de melhor corroborar este argumento e melhor orientar a utilização do estudo, a Tabela 4.06 apresenta exemplos de cruzamentos das tipologias vegetais da Mata Atlântica com espécies de ocorrências regionais que podem ser aproveitados, para fins de atendimento à função ambiental da recuperação das APPs e RLs, bem como para o pleno cumprimento da legislação em um determinado caso concreto (uma lista mais completa encontra-se no Anexo da Resolução SMA n° 008/08 – mais detalhes vide Anexo 05 deste documento).

Tabela 4.06 – Exemplos de Espécies Substitutivas para Recomposição de APPs e RLs, por Tipologia Vegetal da Mata Atlântica e Região de Ocorrência de São Paulo

Região de Ocorrência

Tipologia Vegetal/ Espécies

FOD FOM FES

Litoral Sul

Duguetia lanceolata (Pindaíva / Pindaíba), Guatteria australis (Pindaúva-preta) Porcelia macrocarpa (Louro-branco), Malouetia arborea (Pé-de-coelho), Tabernaemontana hystrix (Leiteiro / Jasmim-do-campo /Gancheira)

Litoral Norte

Syagrus pseudococos (Palmeira-coco-amargoso), Piptocarpha axillaris (Vassourão-branco), Stifftia chrysantha (Rabo-de-cotia-amarelo), Bactris setosa (Palmeira-coco-de-natal), Vernonia discolor (Vassourão-preto)

Sudeste

Cordia ecalyculata (Café-de-bugre / Claraíba), Protium heptaphyllum (Almecega / Almecegueira), Capsicodendron dinisii (Pau-para-tudo), Coussapoa microcarpa (Figueira / Figueira-mata-pau), Maytenus evonymoides(Maytenus)

Clethra scabra (Guaperô), Sloanea monosperma (Sapopema), Erythroxylum amplifolium

(Pimentinha), Sapium glandulatum (Pau-de-leite / Leiteira), Casearia decandra (Cafezeiro-do-

Endlicheria paniculata (Canela-frade), Bauhinia forficata (Unha-de-vaca / Unha-de-vaca branca- do-brejo / Pata-de-vaca/ Pata-de-vaca-da-mata), Enterolobium contortisiliquum (Tamboril / Timburi / Orelha-denegro), Machaerium nyctitans (Bico-de-pato /

13 De acordo com o Anexo da Resolução SMA n° 008/08 e considerando as tipologias vegetais existentes em São Paulo de interesse para o presente estudo, a Floresta Ombrófila Densa subdivide-se em Litoral Sul, Litoral

Norte e Sudeste; a Floresta Ombrófila Mista em Central e Sudeste; e a Floresta Estacional Semidecidual em Sudeste, Central, Sudoeste e Noroeste.

Page 104: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

95

Região de Ocorrência

Tipologia Vegetal/ Espécies

FOD FOM FES

mato) Jacarandá-bicode-pato), Bastardiopsis densiflora (Algodoeiro / Louro-branco /Jangada-bravo)

Central

Maytenus gonoclada (Maytenus), Rapanea umbellata (Capororoca / Capororoca-branca/ Tapororoca-açu / Capororocada-folha-grande), Daphnopsis racemosa Griseb. Embira-branca / Embira-de-sapo), Trema micrantha (Blume Crindiúva / Pau-pólvora /Candiúba / Pindaúva-vermelha), Drymis brasiliensis (Casca-d’água)

Nectandra grandiflora (Canela-sebo / Canela-fedida), Cassia leptophylla (Falso-barbatimão), Senna alata (Mata-pasto / Cássia-candelabro/ Maria pret), Inga edulis ( Ingá-de-metro), Andira anthelmia (Garacuí / Angelim-amargoso /Baga-de-morcego)

Sudoeste

Nectandra megapotamica(Canela-louro / Canelinha /Canela-preta), Cassia ferruginea (Cássia-fistula / Chuva-de-ouro /Cássia / Chuva-de-ouro-gigante/ Tapira-coina), Senna macranthera (Fedegoso / Manduirana), Machaerium hirtum (Barreiro), Sweetia fruticosa(Sucupirana / Sucupira-amarela)

Noroeste

Ocotea catharinensis (Canela-coqueiro), Acacia polyphylla (Monjoleiro / Espinho-de-maricá / Monjoleiro-branco / Monjoleiro vermelho), Albizia hassleri (Farinha-seca), Anadenanthera peregrina (Angico-do-morro / Angico-donorte/ Angico-vermelho), Inga laurina (Ingá-mirim / Ingá-do-pantanal /Ingá / Ingá-verde / Ingá-miúdo)

Cruzamento não aplicável.

FOD - Floresta Ombrofila Densa, FOM - Floresta Ombrofila Mista, FOS - Floresta Estacional Semidecidual

Fonte: Resolução SMA n° 008/08, adaptada por STCP.

Por fim, no que se refere à aptidão das espécies, foi verificada a existência atual de produção de mudas das espécies pré-selecionadas, a fim de se indicar a viabilidade da implantação imediata de projetos, o que foi avaliado de acordo com as informações coletadas em campo pela consultora. Tal questão foi considerada em razão de um dos componentes do Programa de Recuperação de Matas Ciliares no Estado de São Paulo ser a promoção do desenvolvimento de tecnologias de produção de mudas, o que inclusive pode vir a ser um estímulo à coleta de sementes e produção de mudas, para as espécies que se entender necessárias.

Central

(conclusão)

Page 105: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

96

A verificação da existência de produção de mudas demonstrou que 74 espécies pré-selecionadas (80%) possuem atualmente produção de mudas em viveiros no estado paulista; já as demais (18 espécies) não possuem produção de mudas no momento. Deste modo, é recomendável que a recomposição das APPs e RLs priorize espécies que possuam produção de mudas.

Não obstante, vale lembrar que a exploração econômica de tais áreas deve respeitar a legislação específica voltada a tais espaços especialmente protegidos. Tal aspecto torna-se importante na medida em que tais áreas possuem função ambiental, de acordo com a legislação vigente.

4.3 – Seleção das espécies para a composição dos modelos de manejo e análise econômica e financeira

Para ambas as modalidades em estudo - monocultutra/ plantios mistos e recomposição de APPs e RLs - foram aplicados outros critérios de seleção, com a finalidade de viabilizar a composição de modelos e cenários (Produto 2) e a análise de pré-viabilidade econômica e financeira dos mesmos (Produto 3).

O objetivo da seleção a seguir apresentada foi, portanto, tornar viável a continuidade do estudo, garantindo a qualidade das análises efetuadas e assegurando uma maior precisão de resultados. Significa dizer que a seleção em questão permite: (i) a redução dos riscos relativos a mercado, já que foram utilizados critérios adicionais para identificar e priorizar as espécies com maior potencial comercial dentre as selecionadas como aptas; e (ii) uma maior precisão na formação dos modelos/cenários e na análise econômica, considerando que um número menor de espécies permite um levantamento bibliográfico mais apurado e uma análise econômica mais precisa.

4.3.1 – Monocultura e Plantios Mistos

Critérios de Seleção

De forma a diversificar e otimizar a composição de modelos/ cenários para monocultura e plantios mistos, a principal premissa utilizada para essa etapa de seleção foi a consideração dos diversos estágios de sucessão ecológica, das 28 espécies consideradas aptas para o regime de monocultura e para plantios mistos.

Deste modo, as 28 espécies consideradas aptas foram agrupadas e pontuadas, de acordo com o grupo de estágio de sucessão e ritmo de crescimento a que pertencem (inicial/ rápido, médio e final/lento).

Feito isso, foram aplicados os critérios de seleção e pontuação para a seleção das espécies, os quais são mencionados a seguir:

a. Critério 1 - Número de Citações da Espécie nas Listas Utilizadas para a Pré-Seleção: O primeiro critério utilizado foi o número de citações de cada espécie nas listas utilizadas para a pré-seleção das espécies com potencial econômico (listas EMBRAPA 2003, Sistema DOF/IBAMA 2009, IPT/SP 2009 e IBDF 1982). O entendimento da consultora é que um maior número de citações de uma determinada espécie indica uma maior segurança de seu potencial econômico, em relação às demais (ex: Araucaria angustifolia, citada por todas as listas).

Page 106: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

97

Quanto mais citada a espécie, portanto, maior sua pontuação em relação a esse critério (pontuação variável de 1 a 4). Esse critério foi aplicado tanto para monocultura quanto para plantios mistos e o peso arbitrado pela consultora para o mesmo foi 1.

b. Critério 2 - Número de Indicações por Especialistas: A consultora também

considerou como critério as experiências práticas bem sucedidas com as espécies citadas pelos especialistas consultados (Eduardo Gusson, José Carlos Bollinger e Paulo Ernani Ramalho Carvalho). Assim, as espécies indicadas pelos especialistas foram pontuadas de acordo com o n° de indicações (de 0 a 3). Esse critério foi aplicado tanto para monocultura quanto para plantios mistos e o peso arbitrado pela consultora para o mesmo foi 2.

c. Critério 3 - Crescimento da Espécie a Pleno Sol: Esse critério foi utilizado

apenas para monocultura, em razão de poder se apresentar como uma restrição silvicultural nesse regime. Para tanto, foram consultadas as bases de informação da EMBRAPA 2003 e IPEF 2011 (disponíveis em: http://www.cnpf.embrapa.br/pesquisa/efb/temp/index_especies.htm e http://www.ipef.br/identificacao/nativas/, respectivamente), sobre as 28 espécies consideradas aptas para monocultura. As espécies com restrições não pontuaram (0) e as que não possuem pontuaram por esse critério (1). O peso dado a tal critério foi 1.

d. Critério 4 - Maior potencial de Mercado de Produtos Florestais Não Madeireiros: Esse critério foi utilizado apenas para plantios mistos e incluído em

razão da abordagem dos produtos florestais não madeireiros ser aspecto importante no presente estudo. Deste modo, considerando que todas as 28 espécies aptas para plantios mistos possuem algum potencial não madeireiro, conforme se pode melhor observar no Anexo 03 desse documento, elegeu-se como critério de seleção para essa etapa um maior potencial de mercado, de acordo com os levantamentos de campo efetuados no presente estudo e com a expertise da consultora. A pontuação variou entre 1 (potencial para produtos não madeireiros) e 2 (maior potencial para produtos não madeireiros). O peso dado a tal critério foi 1.

O resultado final foi obtido da seguinte forma:

a. Para Monocultura: Para cada espécie somou-se o resultado dos critérios 1 e 2 (número de citações da espécie nas listas de pré-seleção e de indicação de especialistas) e multiplicou-se pelo critério 3 (crescimento da espécie a pleno sol). Foram selecionados os 2 melhores resultados para cada estágio de sucessão ecológica/ ritmo de crescimento, totalizando 9 espécies selecionadas por esse critério;

b. Para Plantios Mistos: Para cada espécie somou-se o resultado dos critérios 1 e

2 (número de citações da espécie nas listas de pré-seleção e de indicação de especialistas) e multiplicou-se pelo critério 4 (maior potencial de mercado de produtos florestais não madeireiros). Foram selecionados os 3 melhores resultados para cada estágio de sucessão ecológica/ ritmo de crescimento, totalizando 14 espécies selecionadas por esse critério.

Uma melhor visualização dos critérios de seleção e da metodologia adotada voltada à composição dos modelos de manejo e análise econômica e financeira para monocultura e

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98

plantios mistos pode ser observada na Tabela 4.07, apresentada a seguir.

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98

Tabela 4.07 – Seleção das Espécies para a Composição dos Modelos de Manejo e Análise Econômica e Financeira – Monocultura e Plantios Mistos

# Estágio/

Cresc.¹ Nome Científico

Nome Popular

Monocultura Plantios Mistos

C1² C2 C3

Resultado

C1 C2 C4

Resultado N° Citações Listas Pré-

Seleção

N° Indicações

Especialistas

Cresc. Pleno Sol

N° Citações

Listas Pré-

Seleção

N° Indicações

Especialistas

Maior Mercado

PFNM3

Peso (x1) Peso (x2) Peso (x1) (C1+C2) x

C3 Peso (x1) Peso (x2) Peso (X1)

(C1+C2) x C4

1 I/R Alchornea triplinervia

Tapiá 1 0 1 1

1 0 1

1

2 I/R Anadenanthera

colubrina Angico Branco

2 2 1 6

2 2 1

6

3 I/R Colubrina

glandulosa Saguaraji 1 2 1

5 1 2

1 5

4 I/R Parapiptadenia

rigida

Angico

Vermelho/ Angico-da-

mata / Angico-rosa

/ Angico-amarelo

2 3 1

8

2 3 1 8

5 I/R Peltophorum

dubium Canafístula 2 2 1

6 2 2

1 6

6 I/R Piptadenia

gonoacantha Pau Jacaré 2 0 1

2 2 0

1 2

7 I/R Schinus

terebinthifolius

Aroeira Pimenteira

1 2 1 5

1 2 2

7

8 I/R* Cecropia hololeuca

Embaúba vermelha

1 0 1 1

1 0 1

1

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99

# Estágio/

Cresc.¹ Nome Científico

Nome Popular

Monocultura Plantios Mistos

C1² C2 C3

Resultado

C1 C2 C4

Resultado N° Citações Listas Pré-

Seleção

N° Indicações

Especialistas

Cresc. Pleno Sol

N° Citações

Listas Pré-

Seleção

N° Indicações

Especialistas

Maior Mercado

PFNM3

Peso (x1) Peso (x2) Peso (x1) (C1+C2) x

C3 Peso (x1) Peso (x2) Peso (X1)

(C1+C2) x C4

9 I/R* Guazuma ulmifolia Mutambo 1 2 1 5 1 2 1 5

10 I/R* Mimosa scabrella Bracatinga 1 0 1 1 1 0 1 1

11 M Balfourodendron

riedellianum Pau Marfim 2 2 0 0 2 2 1 6

12 M Calophyllum brasiliense

Guanandi 3 1 1 5 3 1 1 5

13 M Centrolobium tomentosum

Araribá 1 0 1 1 1 0 1 1

14 M Gallesia integrifolia Pau d’alho 2 1 1 4 2 1 1 4

15 M Holocalyx balansae

Alecrim de campinas

2 0 0 0 2 0 1 2

16 M Patagonula americana

Guajuvira 1 0 0 0 1 0 1 1

17 M Prunus brasiliensis Pessegueiro

Bravo 1 1 1 3 1 1 1 3

18 M Pterogyne nitens Amendoim

Bravo 2 3 0 0 2 3 1 8

19 M* Dalbergia

brasiliensis Jacarandá/

Caroba/brava 2 1 1 4 2 1 1 4

20 F/L Aspidosperma

polyneuron Peroba rosa

3 1 0 0 3 0 1 3

21 F/L Cabralea canjerana

Canjerana 2 1 0 0 2 1

1 4

(continua)

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# Estágio/

Cresc.¹ Nome Científico

Nome Popular

Monocultura Plantios Mistos

C1² C2 C3

Resultado

C1 C2 C4

Resultado N° Citações Listas Pré-

Seleção

N° Indicações

Especialistas

Cresc. Pleno Sol

N° Citações

Listas Pré-

Seleção

N° Indicações

Especialistas

Maior Mercado

PFNM3

Peso (x1) Peso (x2) Peso (x1) (C1+C2) x

C3 Peso (x1) Peso (x2) Peso (X1)

(C1+C2) x C4

22 F/L Cariniana

estrellensis Jequitibá Branco 2 2 1 6 2 2

1 6

23 F/L Copaifera langsdorffii

Copaíba 2 1 0 0 2 1

2 6

24 F/L Euterpe edulis Palmiteiro 1 2 0 0 1 2 2 7

25 F/L Myracrodruon

urundeuva Aroeira

verdadeira 2 2 0 0 2 2 1 6

26 F/L Ocotea odorifera Canela

sassafrás 2 1 0 0 2 1 1 4

27 F/L* Araucaria

angustifolia Pinheiro do

paraná 4 1 1 6 4 1 1 6

28 F/L* Ocotea puberula Canela guaicá 2 1 1 4 2 1

1 4

Espécies selecionadas. ¹ I/ R - Inicial/ Rápido, M - Médio, F/L- Final/ Lento. ² C1 - Critério 1, C2 - Critério 2, C3 - Critério 3, C4 - Critério 4. 3 PFNM - Produtos Florestais Não madeireiros * Espécies cuja classificação foi efetuada pela própria consultora, de acordo com sua expertise. Fontes: ESALQ/LERF 2009, EMBRAPA 2003, IPEF 2011, Sistema DOF/IBAMA 2009, IPT/SP 2009, IBDF 1982 e levantamentos de campo, adaptados por STCP.

(conclusão)

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101

Considerações Complementares

Conforme disposto no Art. 17 do Decreto Federal 6.660/08, o corte ou supressão de espécies nativas plantadas ameaçadas de extinção está condicionado a vistoria prévia e análise do órgão ambiental competente.

Visando identificar as espécies ameaçadas de extinção, foram consultas 4 fontes - CITES, IUCN, IN MMA n° 06/08 e Resolução SMA n° 48/04. Das 9 espécies selecionadas para compor os modelos de monocultura e plantios mistos, 3 estão enquadradas em uma ou mais fontes com algum grau de vulnerabilidade ou como ameaçadas de extinção. São elas: Araucaria angustifolia (Pinheiro do paraná), Euterpe edulis (Palmiteiro) e Balfourodendron riedellianum (Pau Marfim)14.

Cabe observar que tal constatação não impede a utilização de tais espécies para a composição de modelos/ cenários para monocultura e plantios mistos.

Finalmente, cabe citar que todas as espécies selecionadas para a composição dos modelos de monocultura e plantios mistos possuem produção atual de mudas. Vale lembrar que tal aspecto encontra-se contemplado por espécie na Tabela 4.01 deste capítulo.

Composição de Modelos/ Cenários

i. Monocultura

Para monocultura, será utilizado um modelo com diversos cenários. Os cenários para monocultura equivalem as 9 espécies selecionadas para tal finalidade, as quais foram classificadas de acordo com seu estágio de sucessão/ ritmo de crescimento (inicial/rápido, médio e final/lento).

Saliente-se desde já que o foco da abordagem do regime de monocultura, nos Produtos 2 e 3, será a exploração madeireira, apesar de todas as espécies selecionadas possuírem algum potencial para produtos não madeireiros.

Complementarmente, foi indicada a região de ocorrência de cada uma das espécies selecionadas para monocultura, a fim de orientar os futuros plantios.

Na Tabela 4.08 são apresentadas as espécies por grupo e região de futura implantação. Como se pode observar, as espécies selecionadas são originárias das diversas regiões do estado de São Paulo.

Tabela 4.08 – Espécies Selecionadas: Monocultura

Grupo Nome Científico Nome Popular Região de Ocorrência em SP

Inicial/ Rápido

Anadenanthera colubrina Angico Branco LS, SE, CE, SO

Parapiptadenia rígida

Angico Vermelho/ Angico-da-mata / Angico-rosa / Angico-

amarelo

Exceto Litoral

Peltophorum dubium Canafístula Exceto Litoral

14 É de se mencionar que somente as duas primeiras espécies encontram-se nas listas oficiais do MMA e da SMA/SP.

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102

Grupo Nome Científico Nome Popular Região de Ocorrência em SP

Médio Calophyllum brasiliense Guanandi Exceto Noroeste

Dalbergia brasiliensis Jacarandá/ Caroba-brava SE, CE

Gallesia integrifólia Pau d’alho Exceto Litoral

Final/ Lento

Araucaria angustifólia Pinheiro do Paraná SE

Cariniana estrellensis Jequitibá Branco Todas as regiões

Ocotea puberula Canela Guaicá Exceto Noroeste

LS - Litoral Sul, SE - Sudeste, CE - Região Central, SO - Sudoeste. Fonte: Resolução SMA n° 008/08, adaptada por STCP.

ii. Plantios Mistos

Para plantios mistos, igualmente será utilizado um modelo com diversos cenários. Para os plantios mistos foram criados quatro cenários, cada um composto por três espécies. Em que pese terem sido selecionadas 14 espécies para continuidade do estudo, no que se refere aos plantios mistos, a consultora entendeu ser importante ainda considerar as combinações de espécies que possuam precedentes e, portanto, maiores chances de sobrevivência e êxito, de acordo com a literatura especializada. Esta análise adicional resultou na utilização de 9 espécies das 14 selecionadas para a composição dos cenários.

Adicionalmente, considerou-se para a composição dos cenários para plantios mistos todos os estágios de sucessão ecológica/ ritmos de crescimento e o atendimento a todas as regiões do estado de São Paulo.

A consideração de tais aspectos resultou nos seguintes cenários, cujas combinações de espécies são justificadas a seguir:

a. Cenário 1: A combinação feita no primeiro cenário foi balizada na citação de Veiga, 1964, que versa sobre o sucesso da associação do Balfourodendron riedellianum com uma espécie pioneira agressiva, neste caso a Schinus terebinthifolia;

b. Cenário 2: No segundo cenário optou-se por adotar o Euterpe edulis consorciado com a Schinus terebinthifolia, visto que nas informações sobre espécies florestais brasileiras disponibilizadas pela EMBRAPA (disponível em: http://www.cnpf.embrapa.br/pesquisa/efb/temp/index_especies.htm), cita-se a combinação da aroeira com palmáceas;

c. Cenário 3: A formação deste cenário está ancorada na afirmação de um bom desempenho da combinação do gênero Anadenanthera com a Myracrodruon urundeuva (Kageyama et al., 1990);

d. Cenário 4: Finalmente, para a formação do cenário 4 teve por fundamento a citação de Kageyama et al., 1990, a qual expõe que a Gallesia integrifolia serve

como tutora no crescimento de espécies clímax, como a copaíba.

Assim como nos modelos de monocultura, de forma complementar, os cenários para plantios mistos levaram em conta o local de ocorrência natural das espécies integrantes.

Como se pode observar na Tabela 4.09, os cenários propostos atendem a todas as regiões do estado de São Paulo, inclusive se consideradas as regiões de ocorrência comum

(conclusão)

Page 113: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

103

das espécies combinadas. É importante esclarecer, no entanto, não haver impedimento para implantação e êxito dos plantios mistos em regiões que não sejam de ocorrência originária das espécies a serem plantadas. De qualquer modo, a região de ocorrência comum das espécies que forma cada cenário pode melhor orientar a priorização da implantação deste regime silvicultural no âmbito do projeto.

Tabela 4.09 – Espécies Selecionadas: Plantios Mistos

Cenário Inicial Médio Final Região de Ocorrência

Comum

1 Aroeira Pimenteira *

(Schinus terebinthifolius )

Pau Marfim (Balfourodendron

riedellianum)

Jequitibá Branco (Cariniana estrellensis)

Exceto Sudoeste e Litoral

2 Aroeira Pimenteira *

(Schinus terebinthifolius ) Guanandi

(Calophyllum brasiliense) Palmiteiro*

(Euterpe edulis) Exceto Noroeste

3 Angico Branco

(Anadenanthera colubrina)

Guanandi (Calophyllum brasiliense)

Aroeira verdadeira (Myracrodruon

urundeuva) CE

4

Angico Vermelho/ Angico-da-mata / Angico-rosa /

Angico-amarelo (Parapiptadenia rigida)

Pau d'alho (Gallesia integrifolia)

Copaíba * (Copaifera langsdorffii)

Exceto Sudoeste e Litoral

CE - Região Central. * Maior potencial de mercado para produtos não madeireiros, de acordo com a classificação constante na Tabela 4.07. Fonte: Resolução SMA n° 008/08, adaptada por STCP.

4.3.2 – Recomposição de APPs

Critérios preliminares

Considerando que de acordo com a legislação vigente o corte e exploração de áreas de APPs é excepcional, a consultora acordou com a SMA/SP que não será considerada para o projeto a exploração madeireira em tais áreas.

Deste modo, após a verificação da aptidão das espécies de acordo com a legislação vigente, foram criados critérios de seleção para continuidade do estudo, partindo das seguintes premissas: (i) consideração das 92 espécies pré-selecionadas para o estudo, a fim garantir um maior número de espécies para tal fim, inclusive para cada uma das tipologias vegetais predominantes da Mata Atlântica de São Paulo consideradas (Floresta Ombrófila – Densa e Mista – e Floresta Estacional Semidecidual); e (ii) somente o aproveitamento de produtos florestais não madeireiros (PFNM) e o seqüestro/ crédito de carbono em tais áreas.

Considerando o nicho mais restrito para os PFNM e seqüestro/ crédito de carbono e a necessidade de informações sobre mercado e produção dos mesmos para a continuidade do estudo, a verificação de existência de informações desta natureza foi o principal critério considerado para a seleção de espécies voltada a tal fim. A Tabela 4.10 apresenta a aplicação de tal critério para as espécies pré-selecionadas, visando a recomposição de APPs.

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104

Tabela 4.10 – Seleção das Espécies para a Composição dos Modelos de Manejo e Análise

Econômica e Financeira – Recomposição de APPs

# Espécie Nome Popular

PFNM e Carbono

C1

Informações (mercado + produção)

Existência

1 Albizia pedicellaris Jaguarana

2 Alchornea triplinervia Tapiá

3 Anadenanthera colubrina Angico Branco

4 Anadenanthera macrocarpa Angico preto

5 Annona cacans Araticum

6 Apuleia leiocarpa Garapa

7 Araucaria angustifolia Pinheiro do paraná X

8 Aspidosperma polyneuron Peroba rosa

9 Aspidosperma ramiflorum Guatambu

10 Aspidosperma tomentosum Guatambu Vermelho/ Peroba-do-

campo

11 Astronium graveolens Guaritá

12 Balfourodendron riedellianum Pau Marfim

13 Bathysa meridionalis Fumão/ Quina-de-santa-

catarina

14 Buchenavia kleinii Buchenavia

15 Cabralea canjerana Canjerana

16 Caesalpinia leiostachya Pau-ferro

17 Calophyllum brasiliense Guanandi

18 Cariniana estrellensis Jequitibá Branco

19 Cariniana legalis Jequitibá Rosa

20 Cecropia hololeuca Embaúba vermelha

21 Cecropia pachystachya Embaúba branca

22 Cedrela fissilis Cedro rosa X

23 Cedrela odorata Cedro do brejo

24 Centrolobium robustum Araribá amarelo

25 Centrolobium tomentosum Araribá

26 Colubrina glandulosa Saguaraji

27 Copaifera langsdorffii Copaíba X

28 Cordia sellowiana Chá de bugre

29 Cordia trichotoma Louro Pardo

30 Cryptocaria mandiocanna Canela batalha

31 Dalbergia brasiliensis Jacarandá/ Caroba-brava

32 Diatenopteryx sorbifolia Correeiro

33 Esenbeckia febrifuga Mamoninha do Mato

34 Esenbeckia leiocarpa Guarantã

35 Euterpe edulis Palmiteiro X

Page 115: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

105

# Espécie Nome Popular

PFNM e Carbono

C1

Informações (mercado + produção)

Existência

36 Ficus citrifolia Figueira

37 Gallesia integrifolia Pau d’alho

38 Guarea guidonia Marinheiro

39 Guazuma ulmifolia Mutambo

40 Holocalyx balansae Alecrim de campinas

41 Hyeronima alchorneoides Aracurana da serra

42 Hymenaea courbaril Jatobá

43 Ilex paraguariensis Erva Mate X

44 Inga marginata Ingá feijão

45 Joannesia princeps Boleira

46 Lafoensia pacari Dedaleiro

47 Lecythis pisonis Sapucaia

48 Lonchocarpus campestris Embirinha

49 Lonchocarpus guilleminianus Embira de sapo

50 Lonchocarpus muehlbergianus Embira de sapo

51 Luehea divaricata Açoita Cavalo

52 Machaerium villosum Jacarandá paulista

53 Melanoxylon brauna Braúna

54 Mimosa scabrella Bracatinga

55 Myracrodruon urundeuva Aroeira verdadeira

56 Myroxylon peruiferum Cabreúva vermelha

57 Nectandra lanceolata Canela-amarela

58 Ocotea aciphylla Ocotea

59 Ocotea odorífera Canela sassafrás

60 Ocotea porosa Imbuia

61 Ocotea puberula Canela guaicá

62 Ocotea pulchella Canela preta

63 Ormosia arborea Olho de cabra

64 Parapiptadenia rigida

Angico Vermelho/ Angico-da-mata / Angico-rosa / Angico-

amarelo

65 Patagonula americana Guajuvira

66 Peltogyne angustiflora Roxinho

67 Peltophorum dubium Canafístula

68 Persea pyrifolia Abacateiro do mato

69 Piptadenia gonoacantha Pau Jacaré X

70 Plathymenia reticulata Vinhatico

71 Protium heptaphyllum Almecega

72 Prunus brasiliensis Pessegueiro Bravo

73 Pterocarpus rohrii Aldrago

74 Pterodon pubescens Faveiro

(continua)

(conclusão)

Page 116: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

106

# Espécie Nome Popular

PFNM e Carbono

C1

Informações (mercado + produção)

Existência

75 Pterogyne nitens Amendoim Bravo

76 Rapanea ferruginea Capororoca

77 Rapanea guianensis Capororoca

78 Rheedia gardneriana Bacupari

79 Rollinia sericea Araticum alvadio

80 Roupala brasiliensis Carvalho Brasileiro

81 Savia dictyocarpa Guaraiúva

82 Schinus terebinthifolius Aroeira Pimenteira X

83 Schizolobium parahyba Guapuruvu

84 Tabebuia ochracea Ipê amarelo do campo

85 Tachigali pilgeriana Tapassuaré

86 Talauma ovata Pinha do brejo

87 Tapirira guianensis Peito de pomba

88 Virola bicuhyba Bicuíba

89 Vitex polygama Tarumã

90 Vochysia tucanorum Pau Tucano

91 Zeyheria tuberculosa Ipê-felpudo

92 Zollernia ilicifolia Zolernia

Espécies preliminarmente selecionadas. 1 C1 - Critério. Fonte: EMBRAPA 2003, Sistema DOF/IBAMA 2009, IPT/SP 2009, IBDF 1982 e levantamentos de campo, adaptados por STCP.

Critério complementar e composição de modelos/ cenários

Partindo-se da necessidade de observância da legislação vigente e de algumas peculiaridades nelas contidas, foi considerado como critério complementar para a recomposição de APPs, para as 7 espécies selecionadas preliminarmente, a observância das tipologias vegetais predominantes na Mata Atlântica de São Paulo. Para tanto, foram consideradas as tipologias vegetais predominantes (e, portanto, de maior interesse para o projeto) na Mata Atlântica de São Paulo - Floresta Ombrófila (Densa e Mista) e Floresta Estacional Semidecidual - a fim de serem observadas as exigências da Resolução SMA n° 008/08, que orienta o reflorestamento heterogêneo de áreas degradadas. Esclarece-se que tal critério não foi excludente, mas sim orientativo, a fim de que nos próximos produtos, as peculiaridades relativas às tipologias vegetais predominantes na Mata Atlântica de São Paulo sejam consideradas. Das 7 espécies, as 7 ocorrem originalmente n Floresta Ombrófila Densa, 3 na Floresta Ombrófila Mista e 6 na Floresta Estacional Semidecidual.

A Tabela 4.11 apresenta a seleção final das espécies para a composição de modelos e cenários para recomposição de APPs, por tipologia vegetal.

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107

Tabela 4.11 – Seleção Final de Espécies para a Composição de Modelos e Cenários para Recomposição APPs, por Tipologia Vegetal

# Espécie Nome Popular Tipologia Vegetal

FOD FOM FES

1 Araucaria angustifolia Pinheiro do paraná X X

2 Cedrela fissilis Cedro rosa X X X

3 Copaifera langsdorffii Copaíba X X

4 Euterpe edulis Palmiteiro X X

5 Ilex paraguariensis Erva Mate X X X

6 Piptadenia gonoacantha Pau Jacaré X X

7 Schinus terebinthifolius Aroeira Pimenteira X X

Fontes: Resolução SMA n° 008/08, Jardim Botânico RJ 2009, EMBRAPA 2003 e IPEF 2011, adaptadas por STCP.

4.3.3 – Recomposição de RLs

Critérios Preliminares

Após a verificação da aptidão das espécies de acordo com a legislação vigente e considerando que nas RLs há possibilidade de manejo florestal, foram criados critérios de seleção para continuidade do estudo, partindo das seguintes premissas: (i) consideração das 92 espécies pré-selecionadas para o estudo, a fim garantir um maior número de espécies para tal fim, inclusive para cada uma das tipologias vegetais predominantes da Mata Atlântica de São Paulo consideradas (Floresta Ombrófila – Densa e Mista – e Floresta Estacional Semidecidual); e (ii) aproveitamento de produtos florestais madeireiros (PFM) e não madeireiros (PFNM) em tais áreas.

Os principais critérios eleitos foram os seguintes:

a. Critério 1 - Número de Citações da Espécie nas Listas Utilizadas para a Pré-Seleção: O primeiro critério utilizado foi o número de citações de cada espécie

nas listas utilizadas para a pré-seleção das espécies com potencial econômico (lista EMBRAPA 2003, Sistema DOF/IBAMA 2009, IPT/SP 2009 e IBDF 1982). O entendimento da consultora é que um maior número de citações de uma determinada espécie indica uma maior segurança de seu potencial econômico, em relação às demais, inclusive para fins de manejo em RLs.

Quanto mais citada a espécie, portanto, maior sua pontuação em relação a esse critério (pontuação variável de 1 a 4). O peso arbitrado pela consultora para esse critério foi 1.

b. Critério 2 - Número de Indicações por Especialistas: A consultora também considerou como critério a indicação das espécies pelos especialistas consultados (Eduardo Gusson, José Carlos Bollinger e Paulo Ernani Ramalho Carvalho). Assim, as espécies indicadas pelos especialistas foram pontuadas de acordo com o n° de indicações (de 0 a 3). O peso arbitrado pela consultora para esse critério foi 2.

c. Critério 3 - Existência de Informações sobre Mercado e Produção para Produtos Florestais Não Madeireiros: Também foi utilizado como critério para

Page 118: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

108

seleção das espécies voltadas à PFNM a existência de informações sobre mercado e produção, já que sem tais informações, a continuidade do estudo seria inviabilizada, sob esta perspectiva. Cabe esclarecer que tal critério foi utilizado de forma complementar e não excludente e que considerou ainda a expertise da consultora, para uma seleção mais apurada, objetivando a continuidade do estudo15.

O resultado foi obtido através da soma dos dois primeiros critérios, para produtos madeireiros, e da existência de informações suficientes, para produtos florestais não madeireiros, o que pode ser melhor observado na Tabela 4.12.

Esclarece-se ainda que as espécies não foram agrupadas por estágio sucessional/ ritmo de crescimento ou por região de ocorrência no estado de São Paulo, por se entender que a composição dos modelos de plantio para fins de recomposição de RLs é suficientemente diversificado, em termos florestais e ambientais, para ser replicado com êxito em qualquer região do estado. De qualquer modo, tais informações sobre as espécies selecionadas encontram-se disponíveis na Tabela 4.01.

Tabela 4.12 – Seleção das Espécies para a Composição dos Modelos de Manejo e Análise Econômica e Financeira – Recomposição de RLs

# Espécie Nome Popular

PFM PFNM

C1¹ C2

Resultado

C3

N° Citações Listas Pré-

Seleção

N° Indicações

Especialistas

Informações (mercado + produção)

Peso (x1) Peso (x2) C1+C2 Existência

1 Albizia pedicellaris Jaguarana 1 0 1

2 Alchornea triplinervia Tapiá 1 0 1

3 Anadenanthera colubrina Angico Branco 2 2 6

4 Anadenanthera

macrocarpa Angico preto 1 0 1

5 Annona cacans Araticum 1 0 1

6 Apuleia leiocarpa Garapa 3 0 3

7 Araucaria angustifolia Pinheiro do paraná 4 1 6

8 Aspidosperma

polyneuron Peroba rosa 3 1 5

9 Aspidosperma

ramiflorum Guatambu 1 0 1

10 Aspidosperma tomentosum

Guatambu Vermelho/ Peroba-

do-campo 1 1 3

11 Astronium graveolens Guaritá 2 0 2

12 Balfourodendron

riedellianum Pau Marfim 2 2 6

13 Bathysa meridionalis Fumão/ Quina- 1 0 1

15 Para a seleção das RLs foram consideradas apenas as espécies com informações de produção dos produtos florestais não madeireiros propriamente ditos (ex: folha, óleo), enquanto para a recomposição de APPs foram consideradas adicionalmente outras espécies, com informações disponíveis apenas para produção de sementes, a fim de tornar a recomposição de APPs mais atrativa, já que sua exploração restringe-se aos PFNM.

Page 119: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

109

# Espécie Nome Popular

PFM PFNM

C1¹ C2

Resultado

C3

N° Citações Listas Pré-

Seleção

N° Indicações

Especialistas

Informações (mercado + produção)

Peso (x1) Peso (x2) C1+C2 Existência

de-santa-catarina

14 Buchenavia kleinii Buchenavia 1 0 1

15 Cabralea canjerana Canjerana 2 1 4

16 Caesalpinia leiostachya Pau-ferro 1 0 1

17 Calophyllum brasiliense Guanandi 3 1 5

18 Cariniana estrellensis Jequitibá Branco 2 2 6

19 Cariniana legalis Jequitibá Rosa 2 0 2

20 Cecropia hololeuca Embaúba vermelha

1 0 1

21 Cecropia pachystachya Embaúba branca 1 0 1

22 Cedrela fissilis Cedro rosa 4 1 6

23 Cedrela odorata Cedro do brejo 3 0 3

24 Centrolobium robustum Araribá amarelo 2 0 2

25 Centrolobium tomentosum

Araribá 1 0 1

26 Colubrina glandulosa Saguaraji 1 2 5

27 Copaifera langsdorffii Copaíba 2 1 4 X

28 Cordia sellowiana Chá de bugre 1 0 1

29 Cordia trichotoma Louro Pardo 2 0 2

30 Cryptocaria

mandiocanna Canela batalha 1 0 1

31 Dalbergia brasiliensis Jacarandá/

Caroba-brava 2 1 4

32 Diatenopteryx sorbifolia Correeiro 2 0 2

33 Esenbeckia febrifuga Mamoninha do

Mato 1 0 1

34 Esenbeckia leiocarpa Guarantã 1 0 1

35 Euterpe edulis Palmiteiro 1 2 5

36 Ficus citrifolia Figueira 1 1 3

37 Gallesia integrifolia Pau d’alho 2 1 4

38 Guarea guidonia Marinheiro 2 0 2

39 Guazuma ulmifolia Mutambo 1 2 5

40 Holocalyx balansae Alecrim de campinas

2 0 2

41 Hyeronima

alchorneoides Aracurana da serra 1 0 1

42 Hymenaea courbaril Jatobá 4 1 6

43 Ilex paraguariensis Erva Mate 1 0 1 X

44 Inga marginata Ingá feijão 1 0 1

45 Joannesia princeps Boleira 1 0 1

46 Lafoensia pacari Dedaleiro 1 0 1

(continua)

Page 120: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

110

# Espécie Nome Popular

PFM PFNM

C1¹ C2

Resultado

C3

N° Citações Listas Pré-

Seleção

N° Indicações

Especialistas

Informações (mercado + produção)

Peso (x1) Peso (x2) C1+C2 Existência

47 Lecythis pisonis Sapucaia 2 0 2

48 Lonchocarpus

campestris Embirinha 1 0 1

49 Lonchocarpus guilleminianus

Embira de sapo 1 0 1

50 Lonchocarpus

muehlbergianus Embira de sapo 1 0 1

51 Luehea divaricata Açoita Cavalo 2 0 2

52 Machaerium villosum Jacarandá paulista 1 0 1

53 Melanoxylon brauna Braúna 1 0 1

54 Mimosa scabrella Bracatinga 1 0 1

55 Myracrodruon urundeuva Aroeira verdadeira 2 2 6

56 Myroxylon peruiferum Cabreúva vermelha

1 1 3

57 Nectandra lanceolata Canela-amarela 1 0 1

58 Ocotea aciphylla Ocotea 1 0 1

59 Ocotea odorífera Canela sassafrás 2 1 4

60 Ocotea porosa Imbuia 2 0 2

61 Ocotea puberula Canela guaicá 2 1 4

62 Ocotea pulchella Canela preta 1 0 1

63 Ormosia arborea Olho de cabra 1 0 1

64 Parapiptadenia rigida

Angico Vermelho/ Angico-da-mata /

Angico-rosa / Angico-amarelo

2 3 8

65 Patagonula americana Guajuvira 1 0 1

66 Peltogyne angustiflora Roxinho 1 0 1

67 Peltophorum dubium Canafístula 2 2 6

68 Persea pyrifolia Abacateiro do

mato 1 0 1

69 Piptadenia gonoacantha Pau Jacaré 2 0 2

70 Plathymenia reticulata Vinhatico 2 0 2

71 Protium heptaphyllum Almecega 2 0 2

72 Prunus brasiliensis Pessegueiro Bravo 1 1 3

73 Pterocarpus rohrii Aldrago 1 0 1

74 Pterodon pubescens Faveiro 1 0 1

75 Pterogyne nitens Amendoim Bravo 2 3 8

76 Rapanea ferruginea Capororoca 1 0 1

77 Rapanea guianensis Capororoca 1 0 1

78 Rheedia gardneriana Bacupari 1 0 1

79 Rollinia sericea Araticum alvadio 1 0 1

80 Roupala brasiliensis Carvalho Brasileiro 1 0 1

(continua)

(conclusão)

Page 121: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

111

# Espécie Nome Popular

PFM PFNM

C1¹ C2

Resultado

C3

N° Citações Listas Pré-

Seleção

N° Indicações

Especialistas

Informações (mercado + produção)

Peso (x1) Peso (x2) C1+C2 Existência

81 Savia dictyocarpa Guaraiúva 1 0 1

82 Schinus

terebinthifolius Aroeira Pimenteira 1 2 5 X

83 Schizolobium parahyba Guapuruvu 1 1 3

84 Tabebuia ochracea Ipê amarelo do

campo 1 0 1

85 Tachigali pilgeriana Tapassuaré 1 0 1

86 Talauma ovata Pinha do brejo 2 0 2

87 Tapirira guianensis Peito de pomba 2 0 2

88 Virola bicuhyba Bicuíba 2 0 2

89 Vitex polygama Tarumã 1 0 1

90 Vochysia tucanorum Pau Tucano 1 0 1

91 Zeyheria tuberculosa Ipê-felpudo 1 1 3

92 Zollernia ilicifolia Zolernia 1 0 1

Espécies preliminarmente selecionadas. 1 C1 - Critério 1, C2 - Critério 2, C3 - Critério 3. Fonte: EMBRAPA 2003, Sistema DOF/IBAMA 2009, IPT/SP 2009, IBDF 1982 e levantamentos de campo, adaptados por STCP.

Como se pode observar, ao todo foram selecionadas preliminarmente 23 espécies para a recomposição de RLs, das quais 22 foram selecionadas para a exploração de produtos florestais madeireiros (PFM) e 3 para a exploração de produtos florestais não madeireiros (PFNM).

Critérios Complementares

Considerando a necessidade de observância da legislação vigente e de algumas peculiaridades nelas contidas, que podem ter influência na seleção de espécies efetuada, foram adotados critérios complementares para a recomposição de RLs, os quais foram considerados para as 23 espécies selecionadas preliminarmente nesta etapa e passam a ser apresentados a seguir.

a. Critério Complementar 1 - Observância das Tipologias Vegetais Predominantes na Mata Atlântica de São Paulo: Complementarmente foram consideradas as tipologias vegetais predominantes (e, portanto, de maior interesse para o projeto) na Mata Atlântica de São Paulo - Floresta Ombrófila (Densa e Mista) e Floresta Estacional Semidecidual - a fim de serem observadas as exigências da Resolução SMA n° 008/08, que orienta o reflorestamento heterogêneo de áreas degradadas. Esclarece-se que tal critério não foi excludente, mas sim orientativo, a fim de que nos próximos produtos, as peculiaridades relativas às tipologias vegetais predominantes na Mata Atlântica

Page 122: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

112

de São Paulo sejam consideradas.

b. Critério Complementar 2 - Existência de Espécies Ameaçadas de Extinção entre as Selecionadas Preliminarmente: De acordo com o Art. 13 da IN MMA n° 04/09, que trata dos procedimentos técnicos para a utilização da vegetação da RL, é vedada a exploração de espécies incluídas em listas oficiais da flora brasileira ameaçadas de extinção, ressalvada a existência de normativa específica em contrário. Deste modo, foram identificadas as espécies ameaçadas de extinção nas listas oficiais do MMA e SMA/SP, tendo-se considerado este critério complementar como excludente, em razão da mencionada disposição legal. Dentre as espécies selecionadas, as espécies Araucaria angustifolia (Pinheiro do paraná), Euterpe edulis (Palmiteiro) e Ocotea odorífera (Canela Sassafrás) são consideradas ameaçadas de extinção pelas

listas oficiais do MMA e/ou SMA/SP. Assim sendo, tais espécies foram excluídas.16

A Tabela 4.13 apresenta a aplicação dos critérios complementares aplicados às espécies selecionadas para a recomposição de RLs.

Tabela 4.13 – Aplicação de Critérios Complementares para a as Espécies Selecionadas para Recomposição de RLs

# Espécie Nome Popular Tipologia Vegetal¹ Ameaça de Extinção²

FO FES

1 Anadenanthera colubrina Angico Branco X

2 Araucaria angustifolia Pinheiro do paraná X X

3 Aspidosperma

polyneuron Peroba rosa X X

4 Balfourodendron

riedellianum Pau Marfim X X

5 Cabralea canjerana Canjerana X X

6 Calophyllum brasiliense Guanandi X X

7 Cariniana estrellensis Jequitibá Branco X X

8 Cedrela fissilis Cedro rosa X X

9 Colubrina glandulosa Saguaraji X X

10 Copaifera langsdorffii* Copaíba X X

11 Dalbergia brasiliensis Jacarandá/

Caroba-brava X X

12 Euterpe edulis Palmiteiro X X X

13 Gallesia integrifolia Pau d’alho X X

14 Guazuma ulmifolia Mutambo X X

15 Hymenaea courbaril Jatobá X X

16 Ilex paraguariensis* Erva Mate X X

17 Myracrodruon urundeuva Aroeira verdadeira X

18 Ocotea odorífera Canela sassafrás X X X

16 A avaliação contida na Tabela 4.01 sobre a ameaça de extinção das espécies considerou ainda a consulta a outras duas fontes - CITES e IUCN.

(conclusão)

Page 123: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

113

# Espécie Nome Popular Tipologia Vegetal¹ Ameaça de Extinção²

FO FES

19 Ocotea puberula Canela guaicá X X

20 Parapiptadenia rigida

Angico Vermelho/ Angico-da-mata /

Angico-rosa / Angico-amarelo

X X

21 Peltophorum dubium Canafístula X X

22 Pterogyne nitens Amendoim Bravo X X

23 Schinus

terebinthifolius* Aroeira Pimenteira X X

Total 22 21 3

Espécies excluídas da seleção, em razão da restrição legal contida no Art. 13 da IN MMA n° 04/09.

* Espécie selecionada para PFNM.

¹ Critério orientativo para os próximos produtos.

² Para a aplicação de tal critério complementar, foram consideradas apenas as espécies ameaçadas constantes em lista oficiais (MMA e SMA/SP).

Fontes: IUCN (lista fornecida SMA/SP), CITES, Instrução Normativa MMA n° 06/08, Resolução SMA n° 48/04, Resolução SMA n° 008/08, Jardim Botânico RJ 2009, EMBRAPA 2003 e IPEF 2011, adaptadas por STCP.

Como se pode observar, excluindo-se as espécies ameaçadas de extinção, restaram 20 espécies selecionadas para tal fim, apenas uma não ocorre na Floresta Ombrófila e outra na Floresta Estacional Semidecidual.

Além disso, é de se mencionar que todas as espécies selecionadas para a composição dos modelos de recomposição de RLs possuem produção atual de mudas. Tal aspecto encontra-se contemplado por espécie na Tabela 4.01 deste capítulo.

Composição de modelos/ cenários

Os modelos/ cenários para a recomposição de RLs serão compostos pelas 20 espécies selecionadas. Na Tabela 4.14 pode-se observar o resultado final da seleção de espécies para tal fim e demais elementos a serem considerados na composição de modelos e cenários para recomposição de RLs.

Importante salientar a importância da consideração das tipologias vegetais predominantes na Mata Atlântica de São Paulo (critério complementar orientativo), para fins de consolidação dos modelos e cenários de recomposição de RLs no Produto 2. Note-se que ao desagregar a Floresta Ombrófila em Densa e Mista, 19 espécies ocorrem na primeira tipologia e 3 na segunda.

Não obstante, vale lembrar mais uma vez que essa seleção teve por objetivo somente a continuidade do presente estudo (criação de modelos e análise da pré-viabilidade econômica e financeira do manejo em RLs) e que consideração de outras espécies da Mata Atlântica do estado de São Paulo, para fins de recomposição de tal área, é igualmente de fundamental importância.

Page 124: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

114

Tabela 4.14 – Seleção Final de Espécies e Elementos a Serem Considerados na Composição de Modelos e Cenários para Recomposição RLs

# Espécie Nome Popular PFM PFNM Tipologia Vegetal

FOD FOM FES

1 Anadenanthera colubrina Angico branco X X

2 Aspidosperma polyneuron Peroba rosa X X X

3 Balfourodendron riedellianum Pau marfim X X X

4 Cabralea canjerana Canjerana X X X X

5 Calophyllum brasiliense Guanandi X X X

6 Cariniana estrellensis Jequitibá branco X X X

7 Cedrela fissilis Cedro rosa X X X X

8 Colubrina glandulosa Saguaraji X X X

9 Copaifera langsdorffii Copaíba X X X X

10 Dalbergia brasiliensis Jacarandá/ Caroba-brava X X X

11 Gallesia integrifolia Pau d’alho X X X

12 Guazuma ulmifolia Mutambo X X X

13 Ilex paraguariensis Erva Mate X X X

14 Hymenaea courbaril Jatobá X X X X

15 Myracrodruon urundeuva Aroeira verdadeira X X

16 Ocotea puberula Canela guaicá X X X

17 Parapiptadenia rigida Angico vermelho/ Angico-da-mata / Angico-rosa /

Angico-amarelo X X X

18 Peltophorum dubium Canafístula X X X

19 Pterogyne nitens Amendoim bravo X X X

20 Schinus terebinthifolius Aroeira pimenteira X X X X

Fontes: Resolução SMA n° 008/08, Jardim Botânico RJ 2009, Rede de Sementes do Cerrado 2011, IPT/SP 2009, UFRRJ, 2009 (monografia de MEDEIROS, Alexandre dos Santos), Embrapa 2003 e IPEF 2011, adaptadas por STCP.

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5 – MACROLOCALIZAÇÃO

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5 – MACROLOCALIZAÇÃO

Neste capítulo são apresentados os resultados da macrolocalização para implantação do projeto em estudo - plantio florestal com espécies nativas do bioma Mata Atlântica no estado de São Paulo. Para tanto, são demonstrados, através de mapas, os critérios de exclusão de áreas que fogem do interesse do trabalho e, posteriormente, a localização das áreas prioritárias para a implantação deste projeto.

5.1 – Aplicação de critérios de exclusão

Conforme apresentado no capítulo 2 do presente estudo - Metodologia - foram aplicados critérios de exclusão a fim de selecionar as áreas passíveis à implantação dos modelos de manejo florestal para as espécies selecionadas.

Os critérios de exclusão utilizados foram propostos de modo a estar de acordo com o objetivo do presente projeto, que engloba a implantação de florestas com essências nativas em áreas do bioma Mata Atlântica, para fins de recomposição (APPs e RLs) e comercialização (demais áreas).

Assim, áreas localizadas no bioma cerrado e as atualmente cobertas por vegetação nativa são exemplos de espaços que foram excluídos. Áreas de Unidades de Conservação de Proteção Integral, Terras Indígenas e as ocupadas por centros urbanos e corpos d'água também foram excluídas.

A seguir são apresentados, um a um, os critérios de exclusão, bem como o mapa de localização de cada um deles.

Posteriormente são apresentadas as áreas prioritárias para a implantação do projeto, as quais resultaram da consideração dos seguintes critérios: (i) áreas prioritárias para incremento da conectividade; e (ii) densidade de biomassa florestal.

5.1.1 – Bioma Cerrado

O estado de São Paulo é composto por dois biomas, o bioma Mata Atlântica, foco deste trabalho, e o bioma Cerrado, que ocupa cerca de 17% (42.498 km²) da área total do estado e está localizado principalmente em sua porção central.

Conforme enfatizado, apenas áreas localizadas dentro do polígono da Mata Atlântica entraram no escopo deste projeto e, portanto a área compreendida pelo Cerrado foi excluída.

Como se pode observar na Figura 5.01, com a exclusão do Cerrado, a área de interesse ficou dividida em duas grandes regiões, leste e oeste, sobre a qual seguirão as demais exclusões.

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Figura 5.01 – Área de Ocorrência Original do Bioma Cerrado no Estado de São Paulo

Fonte: IBGE, adaptado por STCP.

5.1.2 – Remanescentes de floresta nativa no bioma Mata Atlântica

Originalmente, de acordo com dados do IBGE, o bioma Mata Atlântica cobria em torno de 82% da área total do Estado de São Paulo, correspondendo a cerca de 204.301 km². Entretanto, a cobertura remanescente atual é de apenas 34.688 km² (17% do bioma original da Mata Atlântica, de acordo com informações da SMA/SP).

Dado o objetivo do projeto em questão - implantação de plantios comerciais com espécies nativas - as áreas que permanecem com cobertura vegetal no bioma Mata Atlântica em qualquer estágio não foram consideradas prioridade para o presente estudo.

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A localização das áreas remanescentes, excluídas por ocasião do projeto em apreço, pode ser observada na Figura 5.02.

Figura 5.02 – Remanescentes de Floresta Nativa do Bioma Mata Atlântica no Estado de São Paulo

Fonte: SMA/IF 2005, adaptado por STCP.

5.1.3 – Unidades de conservação e terras indígenas

As unidades de conservação do grupo de proteção integral de domínio federal e estadual também foram excluídas, já que o seu objetivo é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, o que indica a incompatibilidade

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dessas UCs com o objetivo do projeto em estudo, nos termos da legislação vigente (Art. 7°,

§ 1° da Lei Federal 9.985/00).

Da mesma forma, as Terras Indígenas foram excluídas, já que os recursos florestais localizados em tais terras somente podem ser utilizados para atender à subsistência das comunidades indígenas (Art. 3°-A do Código Florestal), o que igualmente confronta o objetivo comercial do projeto em estudo.

As unidades de conservação de uso sustentável, no entanto, por possuírem objetivo de compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais, foram consideradas para fins de implementação do projeto (Art. 7°, § 2° da Lei Federal 9.985/00).

A área total excluída por este critério é 10.826 km² e a disposição das mesmas pode ser observada na Figura 5.03.

Figura 5.03 – Unidades de Conservação e Terras Indígenas no Estado de São Paulo Fonte: SMA/SP, adaptado por STCP.

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5.1.4 – Centros urbanos

Por São Paulo se tratar de um estado bastante urbanizado, uma outra exclusão expressiva foi a referente a áreas urbanizadas. Só a grande São Paulo e região metropolitana somam 214 mil ha de área urbanizada. A Figura 5.04 mostra a localização de tais áreas no estado de São Paulo.

Figura 5.04 – Centros Urbanos no Estado de São Paulo

Fonte: IBGE, adaptado por STCP.

5.2 –Áreas prioritárias para plantios de espécies comerciais nativas da Mata Atlântica

Com o intuito de refinar a informação, indicando as áreas de prioridade baixa, média e alta, o mapa resultante das exclusões foi confrontado (cruzado) com os seguintes mapas temáticos, conforme a metodologia já apresentada no capítulo 2 desse documento: (i) Mapa de Incremento da Conectividade; e (ii) Mapa da Densidade de Biomassa Florestal

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Potencial.

A seguir é apresentado cada um destes critérios através de mapas e, posteriormente, o mapa final, com as áreas prioritárias.

5.2.1 - Incremento da conectividade

As áreas prioritárias para o incremento da conectividade no estado de São Paulo foram obtidas de um documento elaborado pela SMA/SP em conjunto com a FAPESP, como parte da primeira parte do programa Biota, o qual estabelece diretrizes para a conservação e restauração da biodiversidade no Estado de São Paulo (SMA/FAPESP

2005).

Conforme já mencionado no capítulo 2 (Metodologia), este mapa fornece indicações de 8 grupos temáticos (1 a 8 ), os quais estão classificados por ordem de interesse. Quanto mais alto o valor, maior é a prioridade para a recuperação e, portanto, para a implantação dos projetos requeridos pela SMA/SP. A Figura 5.05 apresenta tais

áreas, consideradas prioritárias para o incremento da conectividade.

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Figura 5.05 – Áreas Prioritárias para o Incremento da Conectividade no Estado de São Paulo

Fonte: SMA/FAPESP, 2005, adaptado por STCP.

5.2.2 - Densidade da biomassa florestal potencial no Estado de São Paulo

Este critério levou em consideração fatores climáticos, edáficos, pedológicos e, consequentemente, de crescimento florestal.

O mapa estabelece cinco classes de densidade de biomassa potencial, sendo que aquelas de maior valor devem ser priorizadas para os projetos de implantação de essências nativas da Mata Atlântica.

Como se pode observar na Figura 5.06, as áreas estão classificadas no mapa segundo um gradiente que varia entre 44 e 408 ton/ha. Quanto maior a quantidade de carbono (ton/ha), maior é a prioridade para os plantios florestais.

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Figura 5.06 – Densidade de Biomassa Florestal Potencial

Fonte: SMA/SP, adaptado por STCP.

5.2.3 - Resultado final

O mapa final é composto pelas áreas disponíveis (não excluídas), para as quais se efetuou uma classificação conforme o grau de prioridade existente em todo o estado de São Paulo.

Partiu-se das classes de prioridade utilizadas para cada categoria estabelecida de prioridade - mapa de incremento da conectividade e mapa de densidade de biomassa - podem ser observadas em detalhes no capítulo 2 (metodologia).

Os números índices a seguir foram reclassificados em uma escala numérica de 1 a 6, segundo seu respectivo número índice e foram novamente agrupados em 3 classes de prioridade para a obtenção do resultado final, quais sejam: (i) 1 e 2 - baixa prioridade; (ii) 3 e 4 - média prioridade; e (iii) 5 e 6 - alta prioridade para a implantação dos projetos com

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essências nativas da Mata Atlântica.

O mapa final é apresentado a seguir, na Figura 5.07. Como se pode notar, as áreas de alta prioridade para implantação desse projeto concentram-se nas regiões leste (serra do mar) e centro-oeste do estado de São Paulo.

Figura 5.07 – Resultado Final: Áreas Prioritárias para Plantios de Espécies Comerciais Nativas da Mata Atlântica em São Paulo

Elaboração: STCP.

5.3 – Mapas complementares

De forma a atender ao Termo de Referência do projeto, bem como melhor orientar a implantação do mesmo, foram gerados mapas complementares, os quais são resultado da sobreposição do mapa final com as áreas prioritárias e outros aspectos considerados relevantes para a implantação do projeto.

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Entre eles destaca-se o mapa complementar gerado que sobrepõe as áreas prioritárias para implantação do projeto com os preços de terras, de acordo com as macrorregiões de São Paulo. Entendeu-se que esse mapa pode ser orientativo, na medida em que nas macrorregiões onde o preço de terra é mais baixo, a atratividade e interesse pelo projeto pelos proprietários de terras tende a ser maior.

As regiões foram agrupadas em um mapa de acordo a 5 faixas de preços, sendo priorizadas aquelas menos valorizadas. As faixas de preços foram obtidas a partir dos levantamentos de campo, balizados em fontes secundárias, a exemplo do Agrianual e Mercado de Terras.

Os preços médios, mínimo e máximo por macrorregião, bem como por tipo de uso são apresentados na Tabela 5.01.

Tabela 5.01 – Preços de Terra por Macrorregião (R$/ha)

Macrorregião Pastagem

Baixo Suporte

Terra Agrícola

Mínimo Médio Máximo Baixa Produtiv.

Alta Produtiv.

Cana-de-Açúcar

Araçatuba 7.200 9.200 13.500 11.500 7.200 10.350 13.500

Araraquara 13.000 - 20.000 18.000 13.000 17.000 20.000

Bauru 6.000 10.000 19.500 19.500 6.000 13.750 19.500

Campinas 8.700 - 23.000 20.000 8.700 17.233 23.000

Itapetininga 3.000 4.400 11.100 11.100 3.000 7.400 11.100

Marília 5.900 10.600 12.500 12.500 5.900 10.375 12.500

Ourinhos 8.500 - 12.600 12.600 8.500 11.233 12.600

Piracicaba 7.500 12.500 20.500 20.500 7.500 15.250 20.500

Pirassununga 7.600 - 16.000 18.000 7.600 13.867 18.000

Pres. Prudente 5.000 5.250 8.000 6.500 5.000 6.188 8.000

Ribeirão Preto 7.300 - 19.000 19.000 7.300 15.100 19.000

São J. Rio Preto 9.200 - 18.300 18.300 9.200 15.267 18.300

Vale do Paraíba 4.800 10.800 - - 4.800 7.800 10.800

Vale do Ribeira 2.500 6.400 13.300 13.300 2.500 8.875 13.300

Fonte: Agrianual, 2010.

Tendo por base tais resultados, as macrorregiões apresentadas na Tabela acima foram agrupadas com base no preço médio por hectare, conforme apresentado na Tabela 5.02.

Cabe esclarecer que o custo de implantação florestal não foi incluído no estudo, haja vista a dificuldade em agregar as informações por região.

Tabela 5.02 – Critérios de Classificação de Terras

Grupo Faixa de Preço Definição Macrorregiões

I R$ 5.000 - 8.000 / ha Menos valorizadas Itapetininga, Presidente Prudente e

Vale do Paraíba

II R$ 8.000 - 11.000 / ha Medianamente

valorizadas Araçatuba, Marília e Vale do Ribeira

III R$ 11.000 - 14.000 / ha Mais valorizadas Bauru, Ourinhos e Pirassununga

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Grupo Faixa de Preço Definição Macrorregiões

IV R$ 14.000 - 17.000 / ha Muito valorizadas Araraquara, Piracicaba, Ribeirão Preto

e São José do Rio Preto

V Acima de 17.000 / ha Extremamente

valorizadas Campinas

Fonte: Agrianual 2010, adaptada por STCP.

As áreas agrupadas em rosa e lilás são as mais valorizadas e as menos valorizadas são as agrupadas em azul, como se pode observar na Figura 5.08.

Figura 5.08 – Áreas Prioritárias para plantios de espécies comerciais nativas da Mata Atlântica e Macrorregiões por Classes de Preços de Terras no Estado de São Paulo

Elaboração: STCP.

Adicionalmente, no Anexo 06, são apresentados outros mapas: (i) mapa com as regiões ecológicas do estado de São Paulo; (ii) mapa das áreas prioritárias para implantação do projeto e tipologia vegetal do estado; e (iii) áreas prioritárias para plantios de

espécies comerciais nativas da Mata Atlântica vs. cultivos de cana-de-açúcar e silvicultura.

(conclusão)

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ANEXOS

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ANEXO 01 – LISTA DE INSTITUIÇÕES E EMPRESAS VISITADAS

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LISTA DE INSTITUIÇÕES E EMPRESAS VISITADAS

# Empresa / Instituição Contato

1 ESALQ Paulo Kageyama

2 ESALQ Ricardo Rodrigues

3 Especialista/ ESALQ Eduardo Gusson

4 Especialista (Ex-Horto de Bauru) José Carlos Bollinger

5 The Nature Conservancy Aurélio Padovezi

6 The Nature Conservancy Diogo Rossi

7 The Nature Conservancy Nino Amazonas

8 The Nature Conservancy Ricardo A. Gorne Viani

9 SMA - SP Andrea Mayumi Chin Sendoda

10 SMA - SP Rafael Chaves

11 SMA - SP Daniela Petenon Kuntschik

12 Especialista (ex EMBRAPA) Paulo Ernani Ramalho Carvalho

13 Instituto Florestal - SP Giselda Durigan

14 Instituto de Botânica José Mauro

15 Instituto Agronômico de Campinas Wilson Barbosa

16 Refloresta João C.S. Nagamura

17 Horto Florestal de Pederneiras Aida

18 Tropical Flora Mudas Alessandro de Magalhães

19 Balau Madeiras Aline

20 Verde Rio Mudas Amilton Casado

21 Camará Mudas Carlos Nogueira

22 Madeireira Aroeira Claudenir

23 Soromadeiras Cláudio

24 Madeireiras Paulista Cláudio

25 Madeiras Paulista Cláudio

26 Dagoberto Mudas Dagoberto

27 Vidagua Mudas Fernanda Ribeiro

28 Ecomuda Flávio Luis

29 Magalhães Madeiras Guilherme

30 Juara Madeiras Gustavo Martins

31 Viveiro Nossa Flora João Bosco de Castro

32 Madeireira San Diego José

33 Madeireira Madealves José Carlos Filho

34 Madeireira Lourenção José Lourenção

35 Agriflora Mudas José Zani Filho

36 Léo Madeiras Marcello

37 Madeireira Giomar Marcos/Cleber

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# Empresa / Instituição Contato

38 Madeireiras Floresta Maurício

39 Bioflora Natália Munhoz

40 J Dias Mudas Nego

41 Ripema Madeiras Pedro Wilson

42 Gasômetro Madeiras Rosa Maria

43 Maderoa Rubens

44 Madeireira Novo Rio Samadhi Müller

45 Eucalyptus s.s. Mudas Samuel

46 Madeireiras Pau Brasil Selma

47 Espaço da Madeira Waldir Luiz dos Santos

Fonte: Levantamentos de Campo STCP (2010).

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ANEXO 02 – LISTAS UTILIZADAS PARA A PRÉ-SELEÇÃO DE ESPÉCIES VEGETAIS COM POTENCIAL ECONÔMICO

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LISTAS UTILIZADAS PARA A PRÉ-SELEÇÃO DE ESPÉCIES VEGETAIS COM POTENCIAL ECONÔMICO

1) Lista de crescimento de espécies arbóreas brasileiras para madeira, energia, revegetação e reflorestamento para recuperação ambiental

# Nome Científico Nome Popular Categoria

1 Alchornea triplinervia Tapiá Reflorestamento ambiental

2 Amburana cearensis Cumaru Madeira problemática

3 Anadenanthera colubrina Angico Branco Energia e revegetação

4 Anadenanthera peregrina Angico Cascudo Energia e revegetação

5 Annona cacans Ariticum Cagão Reflorestamento ambiental

6 Apuleia leiocarpa Grápia Madeira pouco tradicional

7 Araucaria angustifolia Pinheiro do Paraná Madeira promissora

8 Aspidosperma polyneuron Peroba Rosa Madeira pouco tradicional

9 Ateleia glazioveana Timbó Energia e revegetação

10 Balfourodendron riedelianum Pau Marfim Madeira potencial

11 Bastardiopsis densiflora Louro Branco Reflorestamento ambiental

12 Bauhinia forficata Pata De Vaca Reflorestamento ambiental

13 Cabralea canjerana Canjarana Madeira potencial

14 Caesalpinia echinata Pau Brasil Reflorestamento ambiental

15 Caesalpinia leiostachya Pau Ferro Madeira potencial

16 Calophyllum brasiliense Guanandi Madeira potencial

17 Cariniana estrellensis Jequitibá Branco Madeira promissora

18 Cariniana legalis Jequitibá Rosa Madeira promissora

19 Cassia grandis Cássia Rósea Reflorestamento ambiental

20 Cecropia hololeuca Imbaúba Prateada Reflorestamento ambiental

21 Cedrela fissilis Cedro Madeira problemática

22 Centrolobium microchaete Araribá Amarelo Madeira potencial

23 Centrolobium robustum Araribá Rosa Madeira promissora

24 Centrolobium tomentosum Araruva Madeira promissora

25 Chorisia speciosa Paineira Reflorestamento ambiental

26 Citharexylum myrianthum Tarumã Branco Reflorestamento ambiental

27 Colubrina glandulosa Sobrasil Madeira potencial

28 Copaifera langsdorffii Copaíba Madeira pouco tradicional

29 Copaifera trapezifolia Pau Óleo Madeira problemática

30 Cordia trichotoma Louro Pardo Madeira promissora

31 Croton floribundus Capixingui Reflorestamento ambiental

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# Nome Científico Nome Popular Categoria

32 Dalbergia brasiliensis Jacarandá Madeira pouco tradicional

33 Dalbergia nigra Jacarandá da Bahia Madeira promissora

34 Diatenopteryx sorbifolia Maria Preta Madeira pouco tradicional

35 Dipteryx alata Baru Reflorestamento ambiental

36 Enterolobium contortisiliquum Timbaúva Reflorestamento ambiental

37 Gallesia integrifolia Pau D´Alho Reflorestamento ambiental

38 Genipa americana Jenipapeiro Reflorestamento ambiental

39 Gleditsia amorphoides Sucará Reflorestamento ambiental

40 Gochnatia polymorpha Cambará Reflorestamento ambiental

41 Holocalyx balansae Alecrim Madeira problemática

42 Hymenaea courbaril Jatobá Madeira potencial

43 Inga sessilis Ingá Ferradura Reflorestamento ambiental

44 Jacaranda micrantha Caroba Reflorestamento ambiental

45 Joannesia princeps Boleira Madeira promissora

46 Lafoensia pacari Dedaleiro Reflorestamento ambiental

47 Lamanonia ternata Guaraperê Reflorestamento ambiental

48 Luehea divaricata Açoita Cavalo Madeira pouco tradicional

49 Machaerium scleroxylon Caviúna Madeira pouco tradicional

50 Miconia cinnamomifolia Jacatirão Açu Energia e revegetação

51 Mimosa bimucronata Maricá Energia e revegetação

52 Mimosa scabrella Bracatinga Energia e revegetação

53 Myracrodruon balansae Pau Ferro do Sul Madeira potencial

54 Myracrodruon urundeuva Aroeira Verdadeira Madeira em extinção

55 Myrocarpus frondosus Cabriúva Madeira problemática

56 Myrsine ferruginea Capororoca Reflorestamento ambiental

57 Nectandra lanceolata Canela Amarela Madeira potencial

58 Ocotea odorifera Canela Sassafrás Madeira problemática

59 Ocotea porosa Imbuia Madeira pouco tradicional

60 Ocotea puberula Canela Guaicá Madeira pouco tradicional

61 Parapiptadenia rigida Angico Gurucaia Madeira potencial

62 Patagonula americana Guajuvira Madeira pouco tradicional

64 Peltophorum dubium Canafístula Madeira promissora

65 Piptadenia gonoacantha Pau Jacaré Energia e revegetação

66 Piptadenia paniculata Angico Energia e revegetação

67 Piptocarpha angustifolia Vassourão Branco Reflorestamento ambiental

68 Podocarpus lambertii Pinheiro Bravo Reflorestamento ambiental

69 Poecilanthe parviflora Coração de Negro Madeira não tradicional

70 Prunus brasiliensis Varoveira Madeira potencial

(continua)

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# Nome Científico Nome Popular Categoria

71 Pterogyne nitens Amendoim Madeira potencial

72 Quillaja brasiliensis Saboneteira Reflorestamento ambiental

73 Roupala brasiliensis Carvalho Brasileiro Reflorestamento ambiental

74 Salyx humboldtiana Salseiro Reflorestamento ambiental

75 Schefflera morototoni Mandiocão Madeira promissora

76 Schinus terebinthifolius Aroeira Vermelha Energia e revegetação

77 Schizolobium paraybae Guapuruvu Reflorestamento ambiental

78 Sclerolobium paniculatum Taxi Branco Energia e revegetação

79 Sebastiania commersoniana Branquinho Reflorestamento ambiental

80 Senna multijuga Pau Cigarra Reflorestamento ambiental

81 Tabebuia alba Ipê Amarelo Madeira problemática

82 Tabebuia heptaphylla Ipê Roxo Madeira pouco tradicional

83 Tabebuia impetiginosa Ipê Rosa Madeira pouco tradicional

84 Talauma ovata Baguaçu Madeira promissora

85 Zeyheria tuberculosa Ipê Felpudo Madeira promissora

Fonte: EMBRAPA Florestas 2003.

2) Lista de Madeiras Comerciais Nativas do Brasil

# Espécies # Espécies

1 Albizia pedicellaris 80 Handroanthus impetiginosus

2 Alexa grandiflora 81 Handroanthus incanus

3 Allantoma decandra 82 Handroanthus ochraceus

4 Allantoma lineata 83 Handroanthus serratifolius

5 Amburana acreana 84 Handroanthus umbellatus

6 Amburana cearensis 85 Hevea brasiliensis

7 Anacardium spruceanum 86 Hura crepitans

8 Anadenanthera colubrina 87 Hymenaea courbaril

9 Apeiba echinata 88 Hymenaea oblongifolia

10 Apuleia leiocarpa 89 Hymenaea parvifolia

11 Arapatiella psilophylla 90 Hymenolobium excelsum

12 Araucaria angustifolia 91 Hymenolobium heterocarpum

13 Aspidosperma desmanthum 92 Hymenolobium modestum

14 Aspidosperma dispermum 93 Hymenolobium petraeum

15 Aspidosperma macrocarpon 94 Hymenolobium pulcherrimum

16 Aspidosperma polyneuron 95 Hymenolobium sericeum

17 Aspidosperma pyrifolium 96 Iryanthera grandis

18 Astronium gracile 97 Jacaranda copaia

19 Astronium graveolens 98 Joannesia heveoides

20 Astronium lecointei 99 Laetia procera

21 Astronium ulei 100 Lecythis lurida

22 Bagassa guianensis 101 Lecythis pisonis

23 Balfourodendron riedelianum 102 Lueheopsis duckeana

(conclusão)

Page 174: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

164

24 Bertholletia excelsa 103 Manilkara bidentata

25 Bixa arborea 104 Manilkara cavalcantei

26 Bowdichia nitida 105 Manilkara huberi

27 Bowdichia virgilioides 106 Maquira sclerophylla

# Espécies # Espécies

28 Brosimum acutifolium 107 Martiodendron elatum

29 Brosimum parinarioides 108 Melanoxylon brauna

30 Brosimum potabile 109 Mezilaurus itauba

31 Brosimum rubescens 110 Mezilaurus lindaviana

32 Buchenavia grandis 111 Micropholis melinoniana

33 Caesalpinia echinata 112 Mora paraensis

34 Calophyllum brasiliense 113 Myracrodruon urundeuva

35 Caraipa densifolia 114 Myroxylon peruiferum

36 Carapa guianensis 115 Ocotea fragrantissima

37 Cariniana legalis 116 Ocotea porosa

38 Cariniana micrantha 117 Onychopetalum amazonicum

39 Caryocar glabrum 118 Osteophloeum platyspermum

40 Caryocar villosum 119 Parahancornia fasciculata

41 Cedrela fissilis 120 Paratecoma peroba

42 Cedrela odorata 121 Parkia multijuga

43 Cedrelinga cateniformis 122 Parkia pendula

44 Ceiba pentandra 123 Paulownia tomentosa

45 Centrolobium robustum 124 Peltogyne maranhensis

46 Chrysophyllum lucentifolium 125 Peltogyne subsessilis

47 Clarisia racemosa 126 Pinus elliottii

48 Commiphora leptophloeos 127 Piptadenia gonoacantha

49 Copaifera duckei 128 Plathymenia reticulata

50 Copaifera reticulata 129 Platymiscium trinitatis

51 Cordia bicolor 130 Protium heptaphyllum

52 Cordia goeldiana 131 Pseudopiptadenia suaveolens

53 Cordia oncocalyx 132 Pterocarpus rohrii

54 Cordia sagotii 133 Pterogyne nitens

55 Couratari guianensis 134 Qualea dinizii

56 Couratari macrosperma 135 Qualea gracilior

57 Couratari multiflora 136 Qualea paraensis

58 Couratari oblongifolia 137 Roupala montana

59 Couratari stellata 138 Savia dictyocarpa

60 Curatella americana 139 Schefflera morototoni

61 Dalbergia nigra 140 Schizolobium parahyba

62 Diclinanona calycina 141 Sextonia rubra

63 Dinizia excelsa 142 Simarouba amara

64 Diplotropis purpurea 143 Spondias mombin

65 Diplotropis racemosa 144 Sterculia excelsa

66 Dipteryx alata 145 Swietenia macrophylla

67 Dipteryx magnifica 146 Symphonia globulifera

68 Dipteryx odorata 147 Tachigali aurea

69 Dipteryx polyphylla 148 Tachigali glauca

70 Enterolobium maximum 149 Tachigali pilgeriana

71 Enterolobium schomburgkii 150 Tapirira guianensis

72 Eriotheca longipedicellata 151 Terminalia amazonia

73 Erisma uncinatum 152 Trattinnickia burserifolia

(continua)

Page 175: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

165

74 Eschweilera coriacea 153 Vataireopsis araroba

75 Eucalyptus grandis 154 Virola bicuhyba

76 Euxylophora paraensis 155 Virola surinamensis

77 Gallesia integrifolia 156 Vitex polygama

# Espécies # Espécies

78 Goniorrhachis marginata 157 Vochysia maxima

79 Goupia glabra

Fonte: Sistema DOF/ IBAMA 2009 e SMA/SP, 2009.

3) Espécies de madeira nativa com uso para a construção civil

# Nome Científico Nome Popular

1 Apuleia leiocarpa Garapa

2 Peltogyne spp. Pau Roxo

3 Calophyllum brasiliense Jacareúba

4 Vochysia spp. Quaruba

5 Aspidosperma polyneuron Peroba Rosa

6 Araucaria angustifolia Pinheiro do Paraná

7 Platonia insignis Bacuri

8 Pouteria pachycarpa Goiabão

9 Mezilaurus itauba Itaúba

10 Hymenolobium spp. Angelim Pedra

11 Erisma uncinatum Cedrinho

12 Nectandra rubra Louro Vermelho

13 Couratari spp. Tauari

14 Trattinnickia spp. Amesclão

15 Qualea spp. Cambará

16 Cedrelinga cateniformis Cedrorana

17 Micropholis venulosa Curupixá

18 Dinizia excelsa Angelim Vermelho

19 Goupia glabra Cupiúba

20 Enterolobium schomburgkii Fava Orelha de Negro

21 Anadenanthera macrocarpa Angico Preto

22 Parapiptadenia rígida Angico Vermelho

23 Platymiscium ulei Macacaúba

24 Manilkara spp. Maçaranduba

25 Astronium lecointei Muiracatiara

26 Euxylophora paraensis Pau Amarelo

27 Calycophyllum spruceanum Pau Mulato

28 Terminalia spp. Tanibuca

(conclusão)

Page 176: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

166

# Nome Científico Nome Popular

29 Bagassa guianensis Tatajuba

30 Piptadenia suaveolens Timborana

31 Endopleura uchi Uxi

32 Cedrela sp. Cedro

33 Cordia goeldiana Freijó

34 Ocotea spp. Louro Canela

35 Guarea spp. Marinheiro

36 Tachigali spp. Taxi

37 Moronobea coccinea Bacuri de Anta

38 Peltophorum vogelianum Canafístula

39 Laetia procera Pau Jacaré

40 Parkia spp. Faveira

41 Simarouba amara Marupá

42 Amburana cearensis Cerejeira

43 Grevillea robusta Grevílea R

44 Clarisia racemosa Guariúba

45 Micropholis guianensis Rosadinho

46 Bagassa guianensis Tatajuba

47 Plathymenia spp. Vinhático

48 Aspidosperma desmanthum Araracanga

49 Vatairea spp. Faveira Amargosa

50 Lecythis jarana Jarana

51 Lecythis pisonis Sapucaia

52 Terminalia spp. Tanibuca

53 Piptadenia suaveolens Timborana

54 Endopleura uchi Uxi

Fonte: IPT/SP 2009.

4) Lista de espécies nativas utilizadas no estado de São Paulo para móveis, marcenaria, serraria, carpintaria, construção civil, caixotaria, tacos, laminados, fraqueados e construção naval

# Nome Científico Nome Popular

1 Anadenathera colubrina Angico Branco

2 Annona cacans Araticum

3 Araucaria angustifolia Pinheiro do Paraná

4 Aspidosperma ramiflorum Guatambu

5 Aspidosperma tomentosum Guatambu Vermelho

(conclusão)

Page 177: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

167

# Nome Científico Nome Popular

6 Bathysa meridionalis Fumão

7 Buchenavia kleinii Buchenavia

8 Cabralea canjerana Canjerana

9 Cariniana estrellensis Jequitibá Branco

10 Cecropia hololeuca Embaúba Vermelha

11 Cecropia pachystachya Embaúba Branca

12 Cedrela fissilis Cedro Rosa

13 Cedrela odorata Cedro do Brejo

14 Copaifera langsdorffii Copaíba

15 Cordia sellowiana Chá de Bugre

16 Cordia trichotoma Louro Pardo

17 Cryptocaria mandiocanna Canela Batalha

18 Dalbergia brasiliensis Jacarandá

19 Diatenopteryx sorbifolia Correeiro

20 Esenbeckia febrifuga Mamoninha do Mato

21 Ficus citrifolia Figueira

22 Guarea guidonia Marinheiro

23 Holocalyx balansae Alecrim de Campinas

24 Hyeronima alchorneoides Aracurana da Serra

25 Hymenaea courbaril Jatobá

26 Inga marginata Ingá Feijão

27 Lafoensia pacari Dedaleiro

28 Lonchocarpus campestris Embirinha

29 Lonchocarpus guilleminianus Embira de Sapo

30 Lonchocarpus muehlbergianus Embira de Sapo

31 Luehea divaricata Açoita Cavalo

32 Machaerium villosum Jacarandá Paulista

33 Ocotea aciphylla Ocotea

34 Ocotea odorifera Canela Sassafrás

35 Ocotea puberula Canela Guaicá

36 Ocotea pulchella Canela Preta

37 Ormosia arborea Olho de Cabra

38 Persea pyrifolia Abacateiro do Mato

39 Protium heptaphyllum Almecega

40 Pterodon pubescens Faveiro

41 Pyptocarpha rotundifolia Candeia

42 Rapanea ferruginea Capororoca

43 Rapanea guianensis Capororoca

(continua)

Page 178: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

168

# Nome Científico Nome Popular

44 Rheedia gardneriana Bacupari

45 Rollinia sericea Araticum Alvadio

46 Roupala brasiliensis Carvalho Brasileiro

47 Tabebuia ochracea Ipê Amarelo do Campo

48 Talauma ovata Pinha do Brejo

49 Tapirira guianensis Peito de Pomba

50 Vernonia ferruginea Vassourão Branco

51 Virola bicuiba Bicuíba

52 Vochysia tucanorum Pau Tucano

53 Zollernia ilicifolia Zolernia

Fonte: IBDF, 1982.

(conclusão)

Page 179: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

169

ANEXO 03 – POTENCIAIS USOS MADEIREIROS E NÃO MADEIREIROS DAS ESPÉCIES PRÉ-SELECIONADAS

Page 180: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

170

Page 181: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

172

# Nome Científico Nome Comum

Potenciais Usos

MADEIREIROS¹

NÃO MADEIREIROS

Óleo/Goma Resina

Tanino Alimento Humano

Medicinal Fibra/

Corante/ Sabão

Outros²

1 Albizia pedicellaris Jaguarana NI NI NI NI NI NI NI

2 Alchornea triplinervia Tapiá X X

3 Anadenanthera colubrina Angico Branco X X X X

4 Anadenanthera macrocarpa Angico Preto X X X X

5 Annona cacans Araticum X X X

6 Apuleia leiocarpa Garapa X X X X

7 Araucaria angustifolia Pinheiro do

Paraná X X X X X

8 Aspidosperma polyneuron Peroba Rosa X X X X

9 Aspidosperma ramiflorum Guatambu NI NI NI NI NI NI NI

10 Aspidosperma tomentosum Guatambu Vermelho3

X X

11 Astronium graveolens Guaritá X X X

12 Balfourodendron

riedellianum Pau Marfim X X X

13 Bathysa meridionalis Fumão NI NI NI NI NI NI NI

14 Buchenavia kleinii Buchenavia NI NI NI NI NI NI NI

15 Cabralea canjerana Canjerana X X X X X

16 Caesalpinia leiostachya Pau Ferro X X X

Page 182: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

173

# Nome Científico Nome Comum

Potenciais Usos

MADEIREIROS¹

NÃO MADEIREIROS

Óleo/Goma Resina

Tanino Alimento Humano

Medicinal Fibra/

Corante/ Sabão

Outros²

17 Calophyllum brasiliense Guanandi X X X X X

18 Cariniana estrellensis Jequitibá Branco

X X X X

19 Cariniana legalis Jequitibá Rosa X X X X X

20 Cecropia hololeuca Embaúba Vermelha

X X X X X

21 Cecropia pachystachya Embaúba Branca

NI NI NI NI NI NI NI

22 Cedrela fissilis Cedro Rosa X X X X X

23 Cedrela odorata Cedro do

Brejo3 X X X

24 Centrolobium robustum Araribá Amarelo

X X X

25 Centrolobium tomentosum Araribá X X X X X

26 Colubrina glandulosa Saguaraji X X

27 Copaifera langsdorffii Copaíba X X X X

28 Cordia sellowiana Chá de Bugre NI NI NI NI NI NI NI

29 Cordia trichotoma Louro Pardo X X X

30 Cryptocaria mandiocanna Canela Batalha NI NI NI NI NI NI NI

31 Dalbergia brasiliensis Jacarandá X X

32 Diatenopteryx sorbifolia Correeiro X X

(continua)

Page 183: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

174

# Nome Científico Nome Comum

Potenciais Usos

MADEIREIROS¹

NÃO MADEIREIROS

Óleo/Goma Resina

Tanino Alimento Humano

Medicinal Fibra/

Corante/ Sabão

Outros²

33 Esenbeckia febrifuga Mamoninha do

Mato NI NI NI NI NI NI NI

34 Esenbeckia leiocarpa Guarantã NI NI NI NI NI NI NI

35 Euterpe edulis Palmiteiro X X

36 Ficus citrifolia Figueira4 X

37 Gallesia integrifolia Pau D’alho X X X X

38 Guarea guidonia Marinheiro NI NI NI NI NI NI NI

39 Guazuma ulmifolia Mutambo X X X X X X

40 Holocalyx balansae Alecrim de Campinas

X X X

41 Hyeronima alchorneoides Aracurana da

Serra NI NI NI NI NI NI NI

42 Hymenaea courbaril Jatobá X X X X X

43 Ilex paraguariensis Erva Mate X X X X

44 Inga marginata Ingá Feijão NI NI NI NI NI NI NI

45 Joannesia princeps Boleira X X X X

46 Lafoensia pacari Dedaleiro X X X

47 Lecythis pisonis Sapucaia4 X

48 Lonchocarpus campestris Embirinha NI NI NI NI NI NI NI

(continua)

Page 184: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

175

# Nome Científico Nome Comum

Potenciais Usos

MADEIREIROS¹

NÃO MADEIREIROS

Óleo/Goma Resina

Tanino Alimento Humano

Medicinal Fibra/

Corante/ Sabão

Outros²

49 Lonchocarpus guilleminianus

Embira de Sapo

NI NI NI NI NI NI NI

50 Lonchocarpus

muehlbergianus Embira de

Sapo NI NI NI NI NI NI NI

51 Luehea divaricata Açoita Cavalo X X X X X X

52 Machaerium villosum Jacarandá

Paulista NI NI NI NI NI NI NI

53 Melanoxylon brauna Braúna3 X X X X X

54 Mimosa scabrella Bracatinga X X X X X

55 Myracrodruon urundeuva Aroeira

Verdadeira X X X X X X

56 Myroxylon peruiferum Cabreúva Vermelha3

X X X X

57 Nectandra lanceolata Canela

Amarela X X

58 Ocotea aciphylla Ocotea NI NI NI NI NI NI NI

59 Ocotea odorifera Canela

Sassafrás X X X X

60 Ocotea porosa Imbuia X X X

61 Ocotea puberula Canela Guaicá X X X X

62 Ocotea pulchella Canela Preta NI NI NI NI NI NI NI

63 Ormosia arborea Olho de Cabra5 X X

(continua)

Page 185: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

176

# Nome Científico Nome Comum

Potenciais Usos

MADEIREIROS¹

NÃO MADEIREIROS

Óleo/Goma Resina

Tanino Alimento Humano

Medicinal Fibra/

Corante/ Sabão

Outros²

64 Parapiptadenia rigida Angico

Vermelho X X X X

65 Patagonula americana Guajuvira X X X X

66 Peltogyne angustiflora Roxinho NI NI NI NI NI NI NI

67 Peltophorum dubium Canafístula X X X X X

68 Persea pyrifolia Abacateiro do

Mato NI NI NI NI NI NI NI

69 Piptadenia gonoacantha Pau Jacaré X X X

70 Plathymenia reticulata Vinhático3 X X X X

71 Protium heptaphyllum Almecega NI NI NI NI NI NI NI

72 Prunus brasiliensis Pessegueiro

Bravo X X X

73 Pterocarpus rohrii Aldrago NI NI NI NI NI NI NI

74 Pterodon pubescens Faveiro NI NI NI NI NI NI NI

75 Pterogyne nitens Amendoim

Bravo X X X X

76 Rapanea ferruginea Capororoca NI NI NI NI NI NI NI

77 Rapanea guianensis Capororoca NI NI NI NI NI NI NI

78 Rheedia gardneriana Bacupari NI NI NI NI NI NI NI

79 Rollinia sericea Araticum Alvadio

NI NI NI NI NI NI NI

(continua)

Page 186: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

177

# Nome Científico Nome Comum

Potenciais Usos

MADEIREIROS¹

NÃO MADEIREIROS

Óleo/Goma Resina

Tanino Alimento Humano

Medicinal Fibra/

Corante/ Sabão

Outros²

80 Roupala brasiliensis Carvalho Brasileiro

X X X

81 Savia dictyocarpa Guaraiúva NI NI NI NI NI NI NI

82 Schinus terebinthifolius Aroeira

Pimenteira X X X X X

83 Schizolobium parahyba Guapuruvu X X

84 Tabebuia ochracea Ipê Amarelo do

Campo4 X

85 Tachigali pilgeriana Tapassuaré NI NI NI NI NI NI NI

86 Talauma ovata Pinha do Brejo3 X X X X

87 Tapirira guianensis Peito de Pomba3

X X

88 Virola bicuhyba Bicuíba NI NI NI NI NI NI NI

89 Vitex polygama Tarumã NI NI NI NI NI NI NI

90 Vochysia tucanorum Pau Tucano4 X

91 Zeyheria tuberculosa Ipê Felpudo X X

92 Zollernia ilicifolia Zolernia NI NI NI NI NI NI NI

Elaboração: STCP.

NI - Informação não identificada.

¹ Inclui usos para construção civil, móveis, energia e outros usos madeireiros.

² Inclui outros usos como paisagismo, arborização urbana, artesanato e/ou indicação para fins de recuperação ambiental.

(conclusão)

Page 187: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

178

3 Fonte: Rede de Sementes do Cerrado. Disponível em: http://www.rededesementesdocerrado.com.br/Especies/ 4 Fonte: IPT. Informações disponíveis restritas ao uso madeireiro. Disponível em: http://www.ipt.br/consultas_online/informacoes_sobre_madeira/busca 5 Fonte: MEDEIROS, Alexandre dos Santos. Leguminosas arbóreas da Marambaia – RJ. Monografia para conclusão do curso de Engenharia Florestal: UFRJ. Disponível em: http://www.if.ufrrj.br/inst/monografia/2009ii/alexandre.pdf

Principais Fontes: Espécies Florestais Brasileiras/Embrapa e Identificação de Espécies Florestais/IPEF. Disponíveis em: http://www.cnpf.embrapa.br/pesquisa/efb/temp/index_especies.htm e http://www.ipef.br/identificacao/nativas/, respectivamente.

Page 188: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

234

ANEXO 04 – FICHAS DAS ESPÉCIES SELECIONADAS PARA MONOCULTURA E PLANTIOS MISTOS

Page 189: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

235

TAPIÁ

Nome Científico

Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll. Arg.

Família

Euphorbiaceae

Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: espécie secundária inicial (VILELA et al., 1993; VACCARO et al., 1999).

Características sociológicas: o tapiá é encontrado em associações subclímax. Prefere as florestas mais abertas, onde comumente é encontrado em clareiras e bordas. Observa-se boa regeneração natural debaixo das árvores adultas, depois de roçada. Em local devastado da Serra dos Órgãos, foi registrada regeneração ativa em meio a gramíneas invasoras (OLIVEIRA et al., 1988). Nas florestas primárias da costa atlântica de Santa Catarina, geralmente só se encontram árvores de tapiá adultas ou velhas, indicando que se trata de espécie de série anterior e que agora está sendo substituída por espécies mais tolerantes à sombra (SMITH et al., 1988).

Regiões fitoecológicas: Alchornea triplinervia apresenta alta plasticidade ecológica,

ocorrendo naturalmente em ecossistemas tão diversificados quanto a Floresta Ombrófila Densa (Atlântica), nas formações Terras Baixas, Submontana e Montana, onde é bastante comum (BIGARELLA, 1978; KLEIN, 1979/1980; SIQUEIRA, 1994) e na chamada Floresta de Tabuleiro, no norte do Espírito Santo (PEIXOTO et al., 1995; RIZZINI et al., 1997); Floresta Ombrófila Densa (Amazônica), onde não é tão comum; Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária), na formação Montana (GALVÃO et al., 1989; SILVA; MARCONI, 1990); Floresta Estacional Semidecidual, nas formações Aluvial, Submontana e Montana (Carvalho et al., 1996); Floresta Estacional Decidual Baixo-Montana (KLEIN, 1985; TABARELLI, 1992; VACCARO et al., 1999); Cerradão, onde é rara (DURIGAN et al., 1999); Campos de altitude, na Bahia (HARLEY; SIMMONS, 1986; STANNARD, 1995) e em Minas Gerais (GIULIETTI et al., 1987), e Matas alagadas de Tabebuia em Restingas (HENRIQUES et al., 1986; ROÇAS et al., 1995).

Biologia Reprodutiva e Fenologia

Sistema sexual: planta dioica, raro monoica.

Vetor de polinização: principalmente por diversos insetos pequenos (KUHLMANN; KUHN, 1947) e abelhas (STEINBACH; LONGO, 1992).

Floração: de outubro a janeiro, no Paraná; de outubro a março, em São Paulo; de novembro a fevereiro, no Rio de Janeiro; de dezembro a março, em Santa Catarina e Rio Grande do Sul; de janeiro a fevereiro, no Rio de Janeiro e de maio a junho, na Bahia.

Frutificação: os frutos amadurecem de dezembro a maio, no Rio de Janeiro; de janeiro a março, no Paraná e em Santa Catarina, e de abril a agosto, em São Paulo. O processo reprodutivo inicia por volta dos cinco anos de idade, em plantios. Dispersão de frutos e sementes: principalmente ornitocórica (GORCHOV et al., 1993). Participa do banco de sementes do solo.

Características da Madeira

Massa específica aparente: a madeira do tapiá é leve (0,40 a 0,51 g/cm3), a 12% de umidade (PARANÁ, 1979) e 0,44 a 0,58 g/cm3 a 15% de umidade (JANKOWSKY et al., 1990).

Page 190: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

236

Massa específica básica: 0,37 g/cm3 (JANKOWSKY et al., 1990).

Cor: o alburno e o cerne não são diferenciados, de coloração bege-clara ou bege-rosada uniforme.

Características gerais: superfície lisa ao tato e sem brilho; textura média para grossa; grã direita a irregular, reversa ou entrecruzada e aparência suave. Cheiro e gosto imperceptíveis.

Durabilidade natural: alta susceptibilidade ao apodrecimento e baixa resistência ao ataque de organismos xilófagos, sendo facilmente atacada por insetos e cupim.

Secagem: reportada como sendo madeira de fácil secagem, sem ocorrência de defeitos.

Preservação: madeira de alta permeabilidade às soluções preservantes, quando submetida à impregnação sob pressão (MAINIERI; CHIMELO, 1989).

Trabalhabilidade: madeira ruim de serrar, produzindo "cabelo", sendo o acabamento superficial muito prejudicado por áreas de grã. É madeira de fácil trabalhabilidade nas várias operações com máquinas, aplainar ou lixar (PARANÁ, 1979; JANKOWSKY et al., 1990).

Outras Características: a descrição anatômica da madeira desta espécie pode ser encontrada em PARANÁ (1979).

Características Silviculturais

O tapiá é uma espécie heliófila; não tolera baixas temperaturas, nos dois primeiros anos de implantação.

Hábito: apresenta acamamento do caule, com forma tortuosa, ramificação pesada, bifurcações e tronco curto. Não apresenta desrama natural, necessitando de poda frequente e periódica.

Métodos de regeneração: o tapiá pode ser plantado a pleno sol, em plantio puro, com crescimento satisfatório, porém com forma inadequada; em plantio misto a pleno sol, associado com espécies de crescimento em altura superior, e em vegetação matricial arbórea, em linhas abertas no centro de faixas, em vegetação secundária. Esta espécie brota da touça, após corte.

Sistemas agroflorestais: espécie recomendada na arborização de culturas e para arborização de pastos. Nesses sistemas, prevê-se uma rotação de dez a quinze anos, para desdobro (BAGGIO; CARVALHO, 1990).

Na Tabela 01 podem ser observadas as características de crescimento em diferentes experimentos realizados no estado do Paraná.

Tabela 01 - Crescimento de Alchornea triplinervia em experimentos no Paraná

Local Idade (anos)

Espaça mento

(m)

Plantas vivas (%)

Altura média

(m)

DAP médio (cm)

IMAV (a) Classe de solo

(b) Referências

Adrianópolis 2 4x2,5 93,3 3,98 - - PVA Embrapa Florestas

Campo Mourão 12 4x2 30,0 12,70 20,2 6,35 LVdf Embrapa Florestas

Cianorte 12 3x3 83,3 11,02 18,9 12,00 LVd Embrapa Florestas

Colombo (c) 10 10x4 8,3 5,70 6,0 - CHa Embrapa Florestas

Colombo (d) 11 10x1,5 76,2 2,36 2,0 - PVA Embrapa Florestas

Page 191: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

237

Local Idade (anos)

Espaça mento

(m)

Plantas vivas (%)

Altura média

(m)

DAP médio (cm)

IMAV (a) Classe de solo

(b) Referências

Foz do Iguaçu 4 4x3 86,6 7,33 14,2 - LVdf Embrapa Florestas / Itaipu

Binacional

Irati 2 3x2 52,8 0,83 - - CXa Embrapa Florestas

Laranjeiras do Sul

6 3x3 62,0 4,85 9,5 2,00 LVdf Embrapa Florestas

Paranaguá (e) 8 3x2 83,3 8,10 13,3 9,75 PVAd Embrapa Florestas

Ponta Grossa 4 3x2 12,5 3,50 - - LVd Embrapa Florestas

Rolândia 5 3x2,5 92,8 5,98 10,4 - LVdf Embrapa Florestas / Fazenda

Bimini

Legenda: (a) Incremento médio anual em volume sólido com casca (m3/ha.ano-1), calculado com valores médios de altura e DAP; (b) PVA = ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO; LVdf = LATOSSOLO VERMELHO Distroférrico; LVd = LATOSSOLO VERMELHO Distrófico; CHa = CAMBISSOLO HÚMICO Alumínico; CXa = CAMBISSOLO HÁPLICO Alumínico; PVAd = ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico; (c) Abertura de faixas em capoeira alta e plantio em linhas; (d) Abertura de faixas em povoamento de Pinus sp. e plantio em linhas; (e) Pantio em meia-encosta, na face norte.

Fonte: Embrapa Florestas

Ocorrência Natural

Distribuição geográfica: Alchornea triplinervia é encontrada de forma natural no Estado de São Paulo nas regiões sudeste, sudoeste, central, litoral norte e litoral sul.

Produtos e Utilizações

Madeira serrada e roliça: a madeira de tapiá não apresenta grande valor comercial, mas é indicada para peças que não exijam grande duração ou resistência, como caixotaria leve, miolo de portas, lâminas para compensados, brinquedos e cabos de vassoura. Ela, também pode ser usada em obras leves de construção civil, tabuados em geral, forros, persianas, marcenaria, móveis populares, embalagem em geral, palitos de dentes e de fósforo, ceparia (tamancos e sapatos), urna funerária, cadeiras e aparelhos topográficos. É indicada para muletas, por ter módulos de elasticidade e de compressão baixos e ser leve (SMITH et al., 1988). Madeira não indicada para obras externas.

Energia: produz lenha de baixa qualidade.

Celulose e papel: espécie adequada para o fabrico de papel. O Comprimento das fibras é 1,22 mm e lignina com cinzas de 32,4% (WASJUTIN, 1958).

Constituintes químicos: foram encontrados na casca, alcaloides, saponinas e taninos em pequenas quantidades (NAKAOKA; SILVA, 1982).

Outros Usos

Apícola: as flores do tapiá são melíferas (RAMOS et al., 1991; STEINBACH; LONGO, 1992).

Reflorestamento para recuperação ambiental: as folhas desta espécie fazem parte da alimentação dos bugios e seus frutos são procurados por aves e pelo mono-carvoeiro, Brachyteles arachnoides (MORAES, 1992). A espécie é recomendada para reposição de mata ciliar em terrenos com ou sem inundação (SALVADOR, 1987; TORRES et al., 1992).

(conclusão)

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ANGICO BRANCO

Nome Científico

Anadenanthera colubrina var. colubrina (Vell.) Brenan

Família

Fabaceae

Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: espécie pioneira (NAVE et al., 1997) a secundária inicial (FERRETTI et al., 1995) ou clímax exigente de luz (PINTO, 1997).

Características sociológicas: é comum na vegetação secundária, formando, às vezes capões puros. Não é árvore longeva (NOGUEIRA, 1977).

Regiões fitoecológicas: Anadenanthera colubrina var. colubrina é encontrada naturalmente,

preferencialmente, na Floresta Estacional Semidecidual Montana e Submontana, onde é mais freqüente. É menos frequente na Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária), onde ocorre principalmente na mata ciliar nos campos rupestres ou de altitude, em Minas Gerais (GIULIETTI et al., 1987) e na Bahia (HARLEY; SIMMONS, 1986); na Floresta Estacional Decidual Submontana, no baixo Paranaíba (CARVALHO et al., 1999); no Pantanal Mato-grossense (DUBS, 1994), e no Cerradão, onde é rara (NAVE et al., 1997; DURIGAN et al., 1999).

Fora do Brasil ocorre no Peru, no Bosque Tropical Seco (ENCARNÁCION, 1983).

Biologia reprodutiva e fenologia

Sistema sexual: planta hermafrodita.

Vetor de polinização: principalmente as abelhas e diversos insetos pequenos.

Floração: de setembro a outubro, no Rio de Janeiro; de outubro a dezembro, em São Paulo e de novembro a fevereiro, no Paraná.

Frutificação: os frutos amadurecem de junho a novembro, no Paraná, e de julho a novembro, em São Paulo. O processo reprodutivo tem início por volta dos cinco anos de idade. Os frutos permanecem na árvore até a próxima floração.

Dispersão de frutos e sementes: autocórica, principalmente barocórica, por gravidade.

Características da Madeira

Massa específica aparente: a madeira do angico-branco é densa (0,80 a 1,10 g/cm3), a 15% de umidade (MAINIERI, 1973).

Massa específica básica: 0,52 g/cm3, aos cinco anos de idade.

Cor: alburno e cerne castanhos, com reflexos dourados e com manchas largas quase pretas.

Características gerais: superfície lisa ao tato e lustrosa; textura média; grã irregular para reversa. Gosto levemente adstringente.

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Outras características

Apesar de madeira resistente, é pouco aproveitada porque demora muito para secar, chegando a brotar durante o processo (FERRETTI et al., 1995). Madeira de grande durabilidade quando exposta, mas racha com facilidade. Apresenta belos efeitos decorativos, com presença de raios escuros.

Características silviculturais

O angico-branco é uma espécie heliófila e medianamente tolerante a geadas, quando jovem.

Hábito: irregular, geralmente apresenta acamamento do caule e bifurcações desde a base. Apresenta desrama natural deficiente, necessitando de poda de condução e dos galhos.

Métodos de regeneração: o plantio puro do angico-branco em pleno sol é recomendado, apresentando comportamento satisfatório. Contudo, em Dois Vizinhos-PR, o comportamento da espécie sob plantio misto foi muito superior ao plantio puro, principalmente em relação ao DAP (Tabela 02).

Observou-se, em plantio heterogêneo, onde a espécie foi utilizada como elemento sombreador de outras espécies, árvores morrendo com gomos e, após alcançar DAP de 40 cm (NOGUEIRA, 1977). Essa morte com gomos também foi observada em plantios puros, aos quinze anos. Apresenta brotação após corte.

Sistemas agroflorestais: espécie recomendada para arborização de pastos.

Tabela 02 - Crescimento de Anadenanthera colubrina var. colubrina em experimentos, no Sul e Sudeste do Brasil

Local Idade (anos)

Espaçamento (m)

Plantas vivas (%)

Altura média

(m)

DAP médio (cm)

IMA V (a)

Classe de

solo (b)

Referências

Adrianópolis-PR 2 4x2,5 20,0 2,00 -- -- PVAd Embrapa Florestas

Campo Mourão-PR 5 3x3 85,5 8,25 14,3 12,60 LVdf Silva; Torres, 1992

Corupá-SC 2 4x3 100,0 4,20 -- -- CHd Embrapa Florestas

Cosmópolis-SP 20 -- -- 24,90 47,1 -- LVdf Nogueira, 1977

Dois Vizinhos-PR 10 2,5x2,5 97,6 15,50 16,5 25,90 LVdf Silva; Torres, 1992

Dois Vizinhos-PR (c) 12 2,5x2,5 97,6 16,11 17,4 -- LVdf Silva; Torres, 1993

Dois Vizinhos-PR (d) 12 2,5x2,5 97,3 19,92 38,6 -- LVdf Silva; Torres, 1993

Foz do Iguaçu-PR 3 4x3 100,0 3,35 3,4 -- LVdf Embrapa Florestas / Itaipu

Binacional

Foz do Iguaçu-PR 9 4x2,5 91,6 10,73 18,7 15,00 LVdf Embrapa Florestas / Itaipu

Binacional

Foz do Iguaçu-PR 9 3x3 50,0 13,25 13,8 6,10 LVdf Embrapa Florestas / Itaipu

Binacional

Pinhão–PR 15 2,5x2,5 93,3 16,27 22,2 31,35 LVdf Silva; Torres, 1992

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Local Idade (anos)

Espaçamento (m)

Plantas vivas (%)

Altura média

(m)

DAP médio (cm)

IMA V (a)

Classe de

solo (b)

Referências

Rolândia–PR 5 3x2,5 100,0 7,66 13,8 -- LVdf Embrapa Florestas /

Fazenda Bimini

Santa Helena-PR 6 4x4 62,5 6,90 10,1 1,80 LVef Embrapa Florestas / Itaipu

Binacional

Santa Helena-PR 6 4x4 90,0 12,22 17,0 13,20 Lvef Zelazowski et al., 1991

Legenda: (a) Incremento médio anual em volume sólido com casca (m3 ha.ano-1), calculado com valores médios de altura e DAP; (b) PVAd = ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico; LVdf = LATOSSOLO VERMELHO Distroférrico; CHd = CAMBISSOLO HÚMICO Distrófico; LVef = LATOSSOLO VERMELHO Eutroférrico; (c) Plantio puro e (d) Plantio misto.

Fonte: Embrapa Florestas.

Ocorrência natural no Estado de São Paulo

Distribuição geográfica: Anadenanthera colubrina var. colubrina é encontrada de forma natural no Estado de São Paulo nas regiões sudeste, sudoeste, central, litoral norte e litoral sul.

Produtos e utilizações

Madeira serrada e roliça: a madeira de angico-branco é indicada para tabuado, tacos, marcenaria, desdobro, obras internas, ripas, implementos, embalagens, construção civil e

naval.

Energia: lenha e carvão de boa qualidade. Lignina com cinzas de 28% (WASJUTIN, 1958). Segundo Ferretti et al. (1995), por ser uma árvore robusta, um exemplar chega a fornecer mais de 5 m3 de lenha.

Celulose e papel: espécie inadequada para este uso. Comprimento das fibras de 0,66 mm (WASJUTIN, 1958).

Outros produtos

Goma-resina: produz abundante goma-resina, mediante ferimento do tronco, considerada sucedânea da goma-arábica.

Substância tanante: presença intensa de tanino na casca e muito intensa no lenho (SAKITA; VALLILO, 1990). O angico-branco é, entre os angicos, a espécie que possui o maior teor de tanino na casca, até 32%.

Outros usos

Alimentação animal: as folhas murchas são tóxicas ao gado. Porém, fenadas ou secas, constituem boa forragem.

Apícola: o angico-branco é uma planta melífera, que fornece pólen e néctar (PIRANI; CORTOPASSI-LAURINO, 1993), com até 33% de açúcar, apresentando mel com qualidade superior (BARROS, 1960).

(conclusão)

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Medicinal: o angico-branco é usado na medicina popular em infusão, maceração e tinturas, como antidiarreico e expectorante, sendo básico em algumas fórmulas de xarope farmacêutico. Muito usado nas afecções pulmonares e das vias respiratórias, bronquites, tosses, faringites e asma. Ajuda a expectoração do catarro (BALBACH, 1992). A casca, de sabor amargo, apresenta propriedade adstringente, depurativa, hemostática, além de ser útil nas doenças sexuais, com ação sobre as fibras do útero (LOPES, 1986; RODRIGUES, 1996).

Paisagístico: a árvore tem floração exuberante, com grande beleza, sendo usada na arborização de estradas, parques e ruas, como em Curitiba-PR (RODERJAN, 1989). Entretanto, devido ao porte grande e vida mais ou menos curta, a utilização em ruas não é comum, e nem deve ser encorajada.

Reflorestamento para recuperação ambiental: espécie recomendada para recuperação de terrenos depauperados e erodidos, bem drenados, e para reposição de mata ciliar em terrenos com inundação (DURIGAN; NOGUEIRA, 1990).

PINHEIRO DO PARANÁ

Nome Científico

Araucaria angustifolia (Bertoloni) Otto Kuntze, Revisio Generum Plantarum 3(2):375, 1898.

Família

Araucariceae

Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: espécie secundária longeva, mas, de temperamento pioneiro (Imaguire, 1979). Segundo Reitz; Klein (1966), o pinheiro-do-paraná é uma espécie pioneira e heliófila, avançando e irradiando-se sobre os campos de modo a formar continuamente novos capões, cuja composição varia de acordo com condições edáficas e climáticas.

Características sociológicas: espécie emergente e marcadora da fisionomia da vegetação. Apresenta regeneração natural fraca em ambientes pouco perturbados. Segundo Backes (1973), numerosos levantamentos feitos mostraram que essa espécie não se regenera no interior da floresta; as plântulas não conseguem desenvolver-se devido aos baixos índices de luminosidade do interior da floresta. É colonizadora dos campos, inclusive em solos rasos (HUECK, 1961). Forma todo o estrato superior da floresta conhecida como mata-de-araucária ou pinheiral, em associação principalmente com espécies dos gêneros Ilex, Ocotea e Podocarpus, componentes do estrato logo abaixo das copas dos pinheiros,

segundo estrato (HERTEL, 1980). O pinheiro-do-paraná, mesmo na condição de dominante nas formações onde ocorre, apresenta freqüência muito variável. É árvore longeva, atingindo, em média, entre 140 e 250 anos, existindo exemplares, de acordo com os anéis de crescimento, com até 386 anos de idade (GOLFARI, 1971), porém são raros. Reitz; Klein (1966) e Backes; Nilson (1983), baseados na contagem dos anéis de crescimento, afirmam que a idade média de pinheiros adultos, com diâmetros superiores a 1,50 m, está entre 140 e 200 anos, ultrapassando raramente os 300 anos. Assim, a araucária com DAP de 2,40 m e volume aproximado de madeira de 120 m3, em Canela - RS, cuja idade é estimada entre 500 a 700 anos (BACKES; NILSON, 1983) deve ser vista com reserva. Lisi et al., (1999) examinando 21 árvores desta espécie através da análise dos anéis de crescimento, de uma

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242

população natural em Camanducaia - MG, encontraram que as árvores de araucária apresentaram idades variando de 35 a 373 anos, com média de 157 anos, em função do estágio sucessional da população analisada. Árvores adultas do pinheiro-do-paraná apresentam tolerância aos incêndios fracos (incêndios de piso, como nos campos, não de copa) devido ao papel isolante e térmico da casca grossa..

Regiões fitoecológicas: Araucaria angustifolia é espécie característica e exclusiva da

Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária), nas formações Aluviais (galeria), Submontana, Montana e Alto-Montana (VELOSO et al., 1991). A espécie é também encontrada nas áreas de tensão ecológica, com a Floresta Estacional Semidecidual e com a Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica). As diversas manchas de pinhais, em plena Mata Atlântica, no Estado de Santa Catarina (Municípios de São João Batista, Antonio Carlos, Lauro Müller, Uruçanga e Sombrio) provavelmente se devem considerar como vegetação relicta duma vegetação que predominava anteriormente e que ainda não foi totalmente deslocada em virtude da relativa recente imigração da Floresta Pluvial para esta região, o que parece poder-se deduzir pela composição das associações e seus fortes estágios sucessionais (REITZ; KLEIN, 1966). A Floresta com Araucária apresenta disjunções florísticas em refúgios situados nas Serras do Mar e da Mantiqueira, muito embora no passado tenha se expandido bem mais ao Norte, pois a família Araucariaceae apresentava dispersão paleogeográfica diferente da atual (IBGE, 1992). Constatou-se, recentemente, a ocorrência de fósseis (fragmentos de caules) em terrenos Jurássico-cretáceo no Nordeste brasileiro, evidenciando que dentro da plataforma brasileira encontravam-se Coniferales; estes fósseis são também encontrados em pontos isolados da borda sul do Planalto Meridional, como em Santa Maria da Boca do Monte - RS (IBGE, 1992). Registros de pólen do Quaternário, no Município de São Paulo, indicam a ocorrência de Araucaria e outros elementos florísticos da Floresta Montana há 32.480 ± 330 anos AP (antes do presente), indicando, um período de condições climáticas mais frias e úmidas (TAKYIA, 1997; GARCIA, 1999).

Densidade: em uma floresta primária são encontrados de cinco a 25 exemplares por hectare (KLEIN, 1960). Inventário conduzido em Caçador - SC, em uma Floresta tipo I, acusou um volume comercial médio de pinheiros de 596 m3/ha, variando entre 195 a 888 m3/ha (CROCE, 1991), sendo sua participação de aproximadamente 30% do volume comercial da composição total. Em área inventariada na Selva Misionera, em Misiones, Argentina, o pinheiro-do-paraná representou valores entre zero a 48 exemplares por hectare (MARTINEZ-CROVETTO, 1963).

Biologia reprodutiva e fenologia

Sistema sexual: planta dióica, raramente planta monóica, por trauma ou doenças. Esta espécie apresenta suas estruturas reprodutoras organizadas em estróbilos masculinos e femininos. Geralmente, há maior percentagem de pinheiros de sexo masculino que pinheiros do feminino, por área considerada. Levantamentos em povoamentos naturais não desbastados revelaram uma proporção estatisticamente significativa de 52,4% a 55,2% de árvores masculinas para 44,8% a 47,6% de árvores femininas (BANDEL; GURGEL, 1967; Mattos, 1972). A proporcionalidade dos sexos desta espécie em povoamentos plantados, não obedece a relação 1:1, havendo maior ocorrência de árvores masculinas (PINTO, 1982).

Sistema reprodutivo a dioicia do pinheiro-do-paraná já o identifica como espécie alógama.

Vetor de polinização: o pinheiro-do-paraná é polinizado principalmente pelo vento. O amadurecimento do pólen e a subseqüente polinização efetuam-se de agosto a outubro, no

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sul do Brasil e de outubro a dezembro, em Minas Gerais (SHIMOYA, 1962). O estróbilo masculino, nesta fase, passa da cor verde para acastanhado. Normalmente, dois anos após a polinização, as pinhas ficam maduras. Porém, o ciclo evolutivo completo do pinheiro-do-paraná, do carpelo primordial à semente, dá-se num período de quatro anos, aproximadamente (SHIMOYA, 1962). A ave conhecida por grimpeirinho (Leptasthenura setaria) também age como polinizador, transportando pólen de um pinheiro para o outro, durante a procura de alimento entre as folhas das árvores (BOÇON, 1995).

Floração: estróbilo masculino, de agosto a janeiro, e estróbilo feminino visível o ano todo.

Frutificação: as pinhas amadurecem desde fevereiro até dezembro, conforme as diversas variedades. As sementes (pinhões) são encontradas no Brasil, de março a setembro, no Paraná (a época principal é de abril a junho); de abril a julho, em São Paulo e em Santa Catarina, e de abril a agosto, no Rio Grande do Sul. Quando plantado, árvores isoladas iniciam a produção de sementes entre dez e quinze anos, porém, em povoamentos, a produção de sementes dá-se a partir de 20 anos. Em Cascavel - PR, parcelas pequenas apresentaram sementes e plântulas de árvores na bordadura já a partir de onze anos, após plantio. Há grande diferença individual quanto à idade de floração do pinheiro-do-paraná. Em um povoamento de 26 anos de idade já desbastado, 54,7% das árvores não se encontravam em floração. A espécie apresenta ciclos de produção, com anos de contra-safra após dois ou três anos consecutivos de alta produção de sementes. A frutificação é anual e a abundância, em cada ano, varia entre locais. O pinheiro-do-paraná leva mais de 200 anos em produção (MATTOS, 1972). Em termos médios, um pinheiro produz 40 pinhas por árvore, chegando a atingir individualmente até 200 pinhas.

Dispersão de frutos e sementes: geralmente é apenas por autocoria, principalmente barocórica, limitada (60 a 80 m) à vizinhança da árvore-mãe, devido ao peso das sementes. Algumas vezes é zoocórica, feita por aves e roedores. Entre os roedores, citam-se: camundongos, pacas, cutias, ouriços e esquilos (KUHLMANN; KUHN, 1947; MÜLLER, 1990; ALBERTS, 1992). A cutia (Dasyprocta azarae), como grande apreciadora que é do pinhão e pelo costume que tem de enterrar as sementes, para comê-las depois, talvez seja, graças a este comportamento, uma das disseminadoras mais importantes do pinheiro (CARVALHO, 1950). É tradição no Sul do Brasil, principalmente no Paraná, considerar a gralha-azul (Cyanocorax caeruleus) como o principal dispersor do pinheiro-do-paraná.

Porém, ela raramente desce ao solo, vivendo o tempo todo no alto das árvores, na floresta. Quem esconde o pinhão no chão, para possivelmente vir buscá-lo mais tarde, é a gralha-picaça ou gralha-amarela, Cyanocorax chrysops (ANJOS, 199-). Outra ave que atua como dispersora do pinheiro-do-paraná é o papagaio-de-peito-roxo, Amazona vinacea

(SOLÓRZANO-FILHO; KRAUS, 1999). Na Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais, entre os principais dispersores desta espécie podem ser mencionados os aiurus, os tucanos, as tiribas e os macacos (BUSTAMANTE, 1948). O homem, que também utiliza o pinhão na sua alimentação, pode, em certos casos, funcionar como agente dispersor (MONTEIRO; SPELTZ, 1980). A relação do pinheiro com o homem, com os animais da floresta, com a paisagem, com os fenômenos naturais e tantos outros aspectos, motivou a existência de muitas lendas e estórias sobre essa planta fantástica (SANQUETTA; TETTO, 2000).

Características da Madeira

Massa específica aparente: a madeira do pinheiro-do-paraná é moderadamente densa (0,50 a 0,61 g/cm3), a 15% de umidade (PEREIRA; MAINIERI, 1957; JANKOWSKY et al., 1990).

Cor: o alburno é pouco diferenciado do cerne, de coloração branca-amarelada, uniforme.

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Características gerais: superfície lisa ao tato e medianamente lustrosa; textura fina e uniforme; grã direita. Cheiro pouco intenso e agradável, de resina e gosto pouco acentuados.

Durabilidade natural: madeira com baixa resistência ao apodrecimento e ao ataque de cupins de madeira seca.

Preservação: madeira com alta permeabilidade às soluções preservantes, quando submetida a impregnação sob pressão.

Secagem: sua secagem natural é difícil, por apresentar tendência à distorção e rachaduras. O processo de secagem artificial deve ser controlado cuidadosamente, para que se possa obter madeira de qualidade.

Outras características: Caracteres anatômicos da madeira desta espécie podem sem encontrados em Mainieri; Chimelo (1979) e em Paula; Lima (1997). Araucaria angustifolia forma anéis de crescimento anuais com nítidos lenhos inicial e tardio, identificados macroscopicamente, no xilema (LISI et al., 1998), o que permite a determinação da idade da árvore. Pela análise dos anéis de crescimento, Nogueira (1989), concluiu que para a determinação da idade e estudos de crescimento é necessário usar seções transversais de tronco e não amostras retiradas com trado de incremento. Os nós do pinheiro, devido a sua elevada densidade e grande teor de resinas, são muito resistentes ao apodrecimento. O nó-de-pinho é originário da inversão dos galhos dos pinheiros, isto é: a parte que fica engastada no tronco, envolvida pelas camadas lenhosas. Tem-se visto de 1,20 m de comprimento, sobre 40 cm de largura. O rendimento de um pinheiro de porte grande, adulto, apresenta a seguinte produção: toco que permanece no chão: 3,5%; serragem residual na indústria: 4,40%; casca: 14,17%; ponta do fuste: 14,98%; galhos: 25,18%; aparas e costaneiras: 14,15% e tabuado, área nobre da madeira: 23,62% (THOMÉ, 1995).

Características silviculturais

O pinheiro-do-paraná apresenta adaptabilidade fisiológica às condições de luminosidade do ambiente, sendo alcançadas as maiores taxas de capacidade fotossintética por mudas cultivadas sob sombreamento (INOUE; TORRES, 1980). Em plantios, tolera sombra no período juvenil, porém não tolera sombreamento lateral quando plantado em faixa em capoeira alta. Na fase adulta, é heliófila. Contudo, Imaguire (1979) considera o pinheiro-do-paraná espécie essencialmente heliófila. É espécie tolerante a temperaturas baixas. Mas, em algumas ocasiões, as mudas nascidas no campo, com semeadura direta, foram afetadas por temperaturas inferiores a - 5ºC. Foram observados também pequenos danos nos brotos de plantas de dois ou três anos.

Hábito: apresenta crescimento monopodial e forma cônica quando jovem, com os galhos distribuídos em pseudo-verticilos. Segundo Hosokawa (1976), poda não é necessária, dada a boa desrama natural. Todavia, o pinheiro apresenta desrama natural deficiente, devendo ser realizada poda dos galhos para obter-se madeira de melhor qualidade, sem nós. A poda pode ser feita a partir do terceiro ano (poda verde), quando plantado em sítios adequados e sua madeira destinar-se para laminação, ou quando o tronco atingir 10 cm de DAP na altura de inserção dos galhos.

Métodos de regeneração o pinheiro-do-paraná pode ser plantado a pleno sol, em plantio puro, satisfatoriamente, principalmente em solos de boa fertilidade química. A semeadura direta em campo é o método mais adequado; é usual uma superlotação inicial (6 a 12 mil sementes/ha), com seleção posterior, deixando as plantas mais vigorosas. Bom et al. (1994) preconizam, no sudoeste do Paraná, um espaçamento de 3 m x 0,60 m, com a população

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inicial, já descontadas as falhas, de aproximadamente 5.000 indivíduos por hectare; em vegetação matricial arbórea (plantio de conversão ou transformação), como em capoeiras adultas formadas, principalmente, pela bracatinga (Mimosa scabrella) e pela taquara (Chusquea sp.). O preparo inicial dessas áreas consiste na abertura de faixas na direção

leste- oeste e coveamento; deve haver liberação gradual da vegetação matricial, de maneira a se obter a exposição total das plantas até a idade de sete anos, quando a capoeira transforma-se em plantio puro com o pinheiro-do-paraná. Usando-se o espaçamento de 3 m entre as linhas de plantio e 2 m dentro da linha, a capoeira é totalmente eliminada ao sétimo ano após o plantio do pinheiro (CARVALHO, 1985). Brota após corte, mas não se recomenda o manejo pelo sistema de talhadia. Em programas de regeneração natural, a abertura gradual do dossel oferece melhores condições para o pinheiro sobrepujar a vegetação concorrente (INOUE; TORRES, 1980).

Sistemas agroflorestais: os três primeiros anos de plantio, o pinheiro-do-paraná pode ser consorciado com culturas agrícolas, o milho e algumas vezes o feijão, o arroz e a aveia (BOM et al., 1994). Estes consórcios, além de não prejudicarem o crescimento do pinheiro-do-paraná, fornecem sombreamento, condição importante para o início de implantação, e possibilitam uma renda extra que cobre os custos de manutenção da cultura florestal (HOEFLICH ET AL., 1990).

Ocorrência natural no Estado de São Paulo

Distribuição geográfica: Araucaria angustifolia ocorre naturalmente no Estado de São Paulo

na região sudeste.

Produtos e utilizações

Madeira serrada e roliça a madeira do pinheiro-do-paraná apresenta boas características físicas e mecânicas em relação à sua massa específica, sendo indicada para construções em geral, caixotaria, móveis, laminados e vários outros usos, entre os quais: tábuas para forro, ripas, caibros, fôrmas para concreto, palitos para fósforo, lápis, carpintaria comum, marcenaria, tanoaria, molduras, guarnições, compensado, mastros de navios, pranchões, postes, cabos de vassouras, tabuinhas para telhados, entre inúmeros usos (MAINIERI; CHIMELO, 1989). O uso da madeira de pinho para tábua de ressonância dos pianos é praticamente insubstituível. O pinheiro-do-paraná, sob a forma de madeira serrada e laminada foi, por um longo período, um dos produtos mais importantes na exportação brasileira. Em 1765, um decreto real autorizou o corte de pinheiros de Curitiba - PR, para ser construída a nau São Sebastião, um dos primeiros barcos da futura Marinha brasileira. Feita inteiramente de pinho, a nau São Sebastião durou mais de 50 anos, e acabou sendo deixada na África, no curso de uma missão oficial da Coroa portuguesa (Quem..., 1986).

Energia a lenha do pinheiro não é de boa qualidade, mas os nós de pinho são famosos, substituindo até o coque. É excelente combustível, de poderoso efeito calorífico, excedendo a 8.000 calorias (BOITEUX, 1947). Foi muito empregado nas locomotivas, na navegação marítima e fluvial, em substituição ao carvão mineral e em indústrias particulares. A casca de indivíduos adultos é grossa, esponjosa e resinosa, e indicada para energia, principalmente nos fogões domésticos, pois queima facilmente e com poder calorífico considerável.

Celulose e papel: produz celulose de fibra longa, produzindo papel de excelente qualidade. Teor de celulose de 58,3% e teor de lignina de 28,5%.

Outros Produtos

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Constituintes químicos: Maciel; Andrade (1996) encontraram compostos fenólicos nas amêndoas e nos tegumentos desta espécie.

Resina: é exsudada principalmente da casca e fornece subprodutos úteis à indústria e à medicina. A resina destilada fornece alcatrão, óleos, terebintina, breu, vernizes, acetona e ácido pirolenhoso para variadas aplicações industriais, e outros produtos químicos

Outros usos

Alimentação animal: as folhas do pinheiro-do-paraná apresentam 6,7% de proteína bruta e 8% de tanino (Leme et al., 1994), não sendo muito procuradas pelos animais em virtude de serem espinhentas. O pinhão é alimento para inúmeros animais silvestres, que também são seus dispersores (CARVALHO, 1950). Entre estes, destacam-se a gralha-picaça ou gralha-amarela (Cyanocorax chrysops), a gralha-azul (Cyanocorax caeruleus), o serelepe (Sciurus aestuans), o ouriço, a cutia e os porcos-do-mato (queixada e cateto). Entre os animais

domésticos, destaca-se o porco.

Alimentação humana: os pinhões constituem um alimento muito valioso, embora de composição um pouco desequilibrada; o endosperma das sementes se torna farinhoso pelo cozimento, tendo gosto que lembra castanha cozida (ANDERSEN; ANDERSEN, 1988). Eles são fontes importantes de proteína, no Brasil e na Argentina (RAGONESE; MARTINEZ CROVETTO, 1947), sendo alimentos nutritivos e fortificantes, servindo para a alimentação humana, de animais domésticos e da fauna silvestre. Podem ser consumidos crus, cozidos em água ou leite ou assados. A amêndoa, seca ao calor e reduzida a pó, produz fécula branca e delicada, nutritiva e de fácil conservação. Por esses atributos, foi durante um longo período um importante alimento para alguns grupos indígenas e para os primeiros colonos (HUECK, 1972). Ainda hoje, observa-se entre março e julho, principalmente no Paraná e em Santa Catarina, muitas famílias vendendo pinhãonas margens das rodovias.

Artesanato: o nó-de-pinho é aproveitado para obras de torno, de ornamentação para artefatos caseiros e muito utilizado em peças artesanais e artísticas de real beleza, em virtude de sua coloração e formas atraentes. No sul de Minas Gerais, no Município de Munhoz, o Engenheiro Agrônomo e Designer Ricardo Barros Afiune, desenvolveu projeto visando à produção de galhos que se desprendem naturalmente desta espécie, como matéria prima para a produção de móveis rústicos.

Medicinal: o pinhão combate a azia, a anemia e a debilidade do organismo. O cozimento das folhas é eficiente contra a anemia e tumores que surgem devido às disfunções dos gânglios linfáticos - escrófulas (FRANCO; FONTANA, 1997). A casca em infusão no álcool cura cobreiros, reumatismo, varizes e distensões musculares. O nó, a casca do caule e os brotos são usados na medicina popular pelos índios de várias etnias do Paraná e de Santa Catarina nas afecções do reumatismo, dores causadas por quedas durante a gravidez, machucado nos olhos, catarata, cortes, feridas, dor nos rins e doenças venéreas (MARQUESINI, 1995).

Paisagístico: pela beleza de sua copa nos vários estágios de crescimento, a espécie é de grande efeito ornamental e paisagístico. No sul do Brasil, o pinheiro é plantado em viveiros especiais e manejado para produção de árvore-de-natal. É comum ver em Curitiba - PR, no mês de dezembro, nas esquinas de ruas, plantas de cinco anos de idade e cerca de 1 a 2 m de altura prontas para venda.

Reflorestamento para recuperação ambiental: esta espécie também é usada na reposição de mata ciliar, para locais sem inundação. Bündchen; Alquini (2000) encontraram diferenças significativas nos níveis de clorofila entre uma área poluída e outra área não poluída; as

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folhas provenientes da área poluída apresentaram os estômatos parcial ou totalmente obstruídos por material particulado. O pinheiro-do-paraná apresenta boa deposição de resíduos orgânicos (serapilheira), com uma produção média de 6,9 t/ha/ano em floresta natural (BACKES et al., 2000) e entre 5,0 t/ha/ano a 6,4 t/ha/ano em floresta cultivada (KOEHLER et al., 1987; BACKES et al., 2000).

PEROBA ROSA

Nome Científico

Aspidosperma polyneuron Mueller Argoviensis; Mart. Fl. Bras. v.6, n.1, p.57, 1860.

Família

Apocynaceae

Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: espécie secundária tardia (DURIGAN et al., 1996) ou clímax tolerante à sombra.

Características sociológicas: peroba-rosa apresenta regeneração natural satisfatória sob o dossel, ocorrendo em todos os estratos na floresta, com a mesma importância relativa, chegando a formar agrupamentos densos, perobais, que outrora cobriam áreas extensivas, (atualmente diminuídas pela exploração intensiva), permitindo a extração de até 400 m3 de peroba por alqueire (FACCHINI, 1970). No estrato superior, os indivíduos apresentam-se com distribuição aleatória, enquanto nos estratos inferiores ocorrem agregados (DURIGAN et al., 1996). Não ocorre em pastos ou em terrenos abertos. É árvore longeva, podendo ultrapassar 1.200 anos de idade.

Regiões fitoecológicas: Aspidosperma polyneuron é espécie característica da Floresta Estacional Semidecidual, na formação montana e submontana (VELOSO et al., 1991). A floresta situada em solos provenientes do Arenito Caiuá do oeste e noroeste do Paraná e do sudeste de Mato Grosso do Sul era visivelmente dominada por A. polyneuron, que perfazia aproximadamente 30 a 60% da cobertura do estrato emergente (LEITE et al., 1986). Nas florestas situadas em terra roxa estruturada, no norte do Paraná, A. polyneuron desempenhava papel relevante, dominando de forma evidente, constituindo, não raro, de 60 a 80% da cobertura do estrato emergente (KLEIN, 1985). Também encontrada na Floresta Estacional Decidual; na Floresta Ombrófila Densa (Floresta Amazônica) no extremo noroeste de Mato Grosso (CHIMELO et al., 1976); em menor escala na Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária) no sul do Paraná, onde é rara (GALVÃO et al., 1989); esporadicamente no domínio da Caatinga, em Minas Gerais (BRANDÃO; GAVILANES, 1994), no Pantanal, e nas matas de tabuleiro (NASCIMENTO et al., 1996). junto ao rio e 14 árvores/ha, na encosta da área.

Densidade: em levantamento fitossociológico realizado à margem do Rio do Peixe, no Estado de São Paulo, foram encontradas 36 árvores/ha, na encosta da área, desta espécie (TOLEDO FILHO et al., 2000).

Biologia Reprodutiva e Fenologia

Sistema sexual: planta hermafrodita.

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Sistema reprodutivo

Vetor de polinização: espécie provavelmente polinizada por mariposa (MORELLATO, 1991).

Floração: de setembro a janeiro, em São Paulo; em novembro, em Minas Gerais, e de novembro a dezembro, no Paraná.

Frutificação: os frutos amadurecem em maio, em Minas Gerais; de junho a novembro, em São Paulo; de julho a setembro, no Espírito Santo e de julho a outubro, no Paraná. Na Região de Bauru - SP foram observados frutos durante quase todo o ano (KOCH; KINOSHITA, 1999), contudo, no Estado de São Paulo é comum haver anos sem frutificação, sendo produzidas grande quantidade de sementes apenas a cada dois a quatro anos (KAGEYAMA et al., 1991). No Paraguai, a floração e a frutificação dessa espécie ocorre a cada dois a três anos (BRACK ; WEIK, 1993). O processo reprodutivo inicia por volta de 20 a 30 anos de idade (DURIGAN et al., 1997).

Dispersão de frutos e sementes: anemocórica, pelo vento.

Características da Madeira

Massa específica aparente: a madeira da peroba-rosa é moderadamente densa (0,66 a 0,85 g/cm3), a 15% de umidade (PEREIRA; MAINIERI, 1957; LABATE, 1975, MAINIERI; CHIMELO, 1989) e 650 a 870 kg/m3, com madeira seca ao ar (CHIMELO et al., 1976).

Cor: o alburno é de coloração amarelada, quando exposto ao sol, e o cerne varia do róseo-amarelado ao amarelo queimado, levemente rosado, mais freqüentemente vermelho-rosado, uniforme ou com veios ou manchas escuras.

Características gerais: superfície sem lustre e lisa ao tato; textura fina; grã direita ou reversa. Quando rajada de preto, é bem reversa, sendo conhecida por peroba-mirim. Cheiro imperceptível e gosto ligeiramente amargo. É flexível, mas racha facilmente.

Durabilidade natural: madeira com baixa resistência ao ataque de organismos xilófagos. Estacas de cerne desta espécie mostraram ser não resistente a fungos e resistente a cupins (CAVALCANTE et al., 1982). A vida média da madeira da peroba-rosa em contato com o solo é inferior a nove anos (ROCHA et al., 2000).

Preservação: madeira de baixa permeabilidade às soluções preservantes, em tratamentos sob pressão.

Secagem:

Outras características: É, sem dúvida, a espécie de maior valor econômico entre as espécies de Aspidosperma. Atualmente, toda a madeira de peroba-rosa utilizada no Brasil é importada do Paraguai, onde ainda é abundante, mas pouco utilizada. Pode substituir a madeira da teca (Tectona grandis) na construção naval, porque depois da teca, é a que

menos oxida os metais com os quais esteja em contato Devido à grã reversa, a madeira de peroba-rosa tende a rachar ao ser pregada. Para evitar isso, os carpinteiros empregam artifícios tais como amassar a ponta do prego antes de pregar; e furar no local, com broca mais fina, até dois terços da espessura da peça, e só depois pregar.

Características silviculturais

A peroba-rosa é uma espécie semi-heliófila (LOPEZ et al., 1987). Inicialmente, necessita de sombreamento com intensidade moderada e, com o passar dos anos, tolera luz. É espécie

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medianamente tolerante a baixas temperaturas, quando jovem. Em florestas naturais, árvores adultas toleram temperaturas mínimas de até - 6ºC, no Centro-Sul do Paraná.

Hábito: seu crescimento em altura dá-se sempre através de três brotos, sendo que dois são suprimidos e apenas um deles prevalece; este emite também três brotos, e até nas plantas adultas os galhos terminam em três pequenos ramos. Apresenta desrama natural e cicatrização boas, principalmente em plantio denso. Sob espaçamentos mais largos (3m x 3m), necessita de desrama artificial, já que apresenta bifurcações próximas ao solo.

Métodos de regeneração a peroba-rosa é inadequada para plantio puro a pleno sol, mesmo em solo de boa fertilidade química, chegando em alguns plantios a apresentar 100% de mortalidade (Tabela 15). Recomenda-se plantio misto, associado com espécies pioneiras. Há resultados bem-sucedidos de plantio de peroba-rosa com grevílea (Grevillea robusta), de peroba-rosa com calabura (Muntigia calabura) ambos no Estado de São Paulo (GURGEL

FILHO et al., 1982b; MORA et al., 1980) e com outras pioneiras. Vale salientar que nesses plantios as plantas de peroba-rosa, circundadas pelas plantas dessas espécies, apresentam maior crescimento em relação aos plantios homogêneos de peroba. Em função de sua exigência ecológica, parece necessitar de uma espécie estimuladora como vizinha para ter seu crescimento e tronco favorecidos (KAGEYAMA; CASTRO, 1989). Ela também pode ser estabelecida em vegetação matricial arbórea em capoeira, capoeirão ou em floresta secundária, com a abertura de faixas e plantio em linhas. Não brota dos tocos após o corte.

Sistemas agroflorestais:

Ocorrência natural no Estado de São Paulo

Distribuição geográfica: Aspidosperma polyneuron é encontrada de forma natural no Estado

de São Paulo nas regiões sudeste, sudoeste, central, noroeste, litoral norte e litoral sul.

Produtos e utilizações

Madeira serrada e roliça a madeira de peroba-rosa, por ser de resistência mecânica e retratibilidade médias, era muito usada na indústria de móveis e indicada, principalmente, em construção civil, como caibros, ripas, forro, marcos de portas e janelas, venezianas, portões, rodapés, molduras, tábuas; construção naval e canoas (o tronco todo), vigamentos, esquadrias, obras externas, construção de vagões, móveis escolares, carrocerias, cabo de ferramentas, produção de folhas faqueadas e parquê. É de uso quase irrestrito em carpintaria, para a fabricação, entre outros objetos, de vigas, escadas, tacos e também de móveis pesados. Os dormentes dessa madeira, sem tratamento preservante, apresentam uma vida útil média de seis anos (MUCCI et al., 1992).

Energia lenha de boa qualidade, com poder calorífico de 4.750 kcal/kg.

Celulose e papel: espécie inadequada para este uso. Comprimento das fibras de 1,35 mm e lignina com cinzas de 26,47% (WASJUTIN, 1958).

Outros produtos

Constituintes químicos: foram encontrados, na casca e no lenho, alcalóides e cumarina (SAKITA; VALLILO, 1990).

Óleos essenciais: pouca presença no lenho (SAKITA; VALLILO, 1990).

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Saponinas: apresenta maior quantidade no lenho e menor quantidade na casca (SAKITA; VALLILO, 1990).

Outros usos

Medicinal: a casca, amarga e adstringente, é usada na medicina popular em chás para combater a febre (CORREA, 1978).

Paisagístico: é usada em paisagismo, principalmente em parques (CESP, 1988; TOLEDO FILHO; PARENTE, 1988).

Reflorestamento para recuperação ambiental: é recomendada para a recuperação de ecossistemas e reposição de matas ciliares em locais sem inundação.

PAU MARFIM

NOME CIENTÍFICO

Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl.

Família

Rutaceae

Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: espécie secundária tardia (DURIGAN; NOGUEIRA, 1990).

Características sociológicas: o pau-marfim é frequente em capoeirão e na floresta secundária. Não raro, surge no meio da pastagem. É árvore longeva. GONZALES (1994) encontrou 480 plantas/ha em regeneração natural, na Selva Misionera.

Regiões fitoecológicas: Balfourodendron riedelianum é encontrado, principalmente, na

Floresta Estacional Semidecidual, na formação Submontana, onde ocupa o estrato superior, e na Floresta Estacional Decidual. Na Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária), onde é menos frequente, atinge o sul do Paraná, e penetra até próximo a Curitiba - PR, no alto da bacia do rio Ribeira, na Floresta Ombrófila Densa - Floresta Atlântica (PARANÁ, 1995). Em Santa Catarina, ocorre como elemento raro e estranho no Vale do Itajaí, domínio da Floresta Atlântica (REITZ et al., 1978).

Densidade: em três áreas inventariadas da Floresta Estacional Semidecidual, o pau-marfim representou 16,8% da distribuição das essências de maior valor econômico, no Parque Nacional do Iguaçu, no Brasil, sendo superado pelas canelas (PARANÁ, 1968); 9,3% do volume comercial de madeira da selva oriental, no Paraguai (LOPEZ et al., 1987), e valores entre cinco a 23 exemplares por hectare em Misiones, Argentina (MARTINEZ-CROVETTO, 1963).

Biologia reprodutiva e fenologia

Sistema sexual: planta hermafrodita.

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Vetor de polinização: provavelmente diversos insetos pequenos (MORELLATO, 1991).

Floração: de agosto a dezembro, no Paraná; de setembro a janeiro, em São Paulo; de setembro a fevereiro, no Rio Grande do Sul; de outubro até janeiro, em Santa Catarina, e de março a abril, em Minas Gerais.

Frutificação: os frutos amadurecem de maio a setembro, em São Paulo; em junho, no Rio Grande do Sul; de junho a outubro, no Paraná, e de novembro a dezembro, em Minas Gerais. O processo reprodutivo inicia por volta dos quatro anos de idade, em plantios, em solo fértil, ou ao redor dos quinze anos de idade (DURIGAN et al., 1997).

Dispersão de frutos e sementes: os frutos do pau-marfim são disseminados pela ação do vento, apresentando uma grande dispersão (EIBL et al., 1990).

Características da Madeira

Massa específica aparente: a madeira do pau-marfim é densa (0,80 a 0,90 g/cm3), a 15% de umidade (PEREIRA; MAINIERI, 1957; LABATE, 1975; MAINIERI; CHIMELO, 1989; JANKOWSKY et al., 1990).

Massa específica básica: 0,69 a 0,73 g/cm3 (JANKOWSKY et al., 1990).

Cor: alburno não nitidamente demarcado, de cor branca, levemente amarelada. Cerne branco-palha-amarelado, escurecendo para amarelo-pálido uniforme.

Características gerais: superfície lisa ao tato e medianamente lustrosa; textura fina; grã geralmente regular, às vezes irregular a reversa. Gosto levemente amargo e odor imperceptível.

Durabilidade natural: baixa resistência natural ao apodrecimento e ao ataque de organismos xilófagos.

Preservação: boa permeabilidade às soluções preservantes, quando submetida a tratamento sob pressão.

Secagem: moderada. Normalmente não apresenta defeitos na secagem ao ar. A secagem artificial deve ser lenta, para evitar empenamento e endurecimento superficial.

Trabalhabilidade: pode ser serrada e trabalhada sem dificuldades. Apresenta fácil acabamento e colagem satisfatória.

Características silviculturais

O pau-marfim é uma espécie semi-heliófila (LOPEZ et al., 1987), ou esciófila (ORTEGA, 1995), ainda que em seus primeiros estágios, tolere sombreamento de intensidade média; medianamente tolerante ao frio, quando jovem. Em florestas naturais, árvores adultas toleram temperaturas de até - 8ºC.

Hábito: apresenta crescimento monopodial na fase jovem, mesmo a pleno sol, constituindo, por conseguinte, fustes bem definidos. Os galhos são distribuídos em pseudoverticilos. A desrama natural é plenamente satisfatória em plantios mistos e razoável em plantios puros. Porém, para obter toras para laminação, recomenda-se, principalmente, poda dos galhos.

Métodos de regeneração: o pau-marfim pode ser plantado a pleno sol, em pequenos plantios puros, em áreas isenta de geadas, em solos férteis, com comportamento satisfatório; a pleno sol, em plantio misto, associado com espécies pioneiras, de crescimento inicial maior. Veiga (1964) menciona o pau-marfim plantado em consorciação com o Pinus

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taeda, demonstrando crescimento médio regular, ou em vegetação matricial arbórea, em

faixas de 2 a 3 m de largura abertas na vegetação secundária e plantado em linhas, em locais com ocorrência de geadas severas (sul do Paraná). Sobrevive bem nesse sistema, embora com crescimento menor (VALE et al., 1974; CARVALHO, 1982) do que nos sistemas de plantios acima descritos. O pau-marfim brota da touça, após corte.

O crescimento do pau-marfim é lento a moderado. A maior produtividade volumétrica obtida em plantios foi 12 m3/ha.ano-1 aos 26 anos (GARRIDO et al., 1982; GURGEL FILHO et al., 1982d). Higuchi (1978) elaborou equações volumétricas para volume comercial com e sem casca, para os municípios paranaenses de Foz do Iguaçu e Guaíra.

Para Machado (2000), o reflorestamento com pau-marfim é viável economicamente para taxas de juros menores do que 9% ao ano. Acima disto, devem-se estudar soluções alternativas para a melhoria do indicador Relação Custo/Benefício (RBC). Segundo o autor, duas soluções melhoraram as estimativas: a doação de mudas pelo governo ao invés da compra pelo fazendeiro e o arrendamento da terra pelo fazendeiro ao invés da compra desta.

Ocorrência natural no Estado de São Paulo

Distribuição geográfica: o Balfourodendron riedellianum ocorre naturalmente no Estado de

São Paulo nas regiões sudeste, sudoeste, central e noroeste.

Produtos e utilizações

Madeira serrada e roliça: a madeira de pau-marfim é indicada para fabricação de móveis de luxo, partes internas na construção civil como vigas, caibros, ripas, rodapés, forros, tacos e tábuas para assoalho, lambris; marcenaria, molduras e guarnições internas; cabos de ferramentas, compensados, chapas, laminas faqueadas decorativas, peças torneadas; artefatos decorativos em geral, cutelaria etc. Segundo ensaios realizados pelo Instituto de Pesquisa Tecnológica de São Paulo, esta essência foi considerada uma das melhores madeiras da nossa flora para o fabrico de hélices de avião (KUHLMANN; KUHN, 1947).

Energia: produz lenha de qualidade variável.

Celulose e papel: espécie inadequada para este uso. Comprimento das fibras de 1,18 mm; lignina mais cinzas de 26,16% (WASJUTIN, 1958).

Outros Usos

Alimentação animal: a forragem do pau-marfim apresenta 22% de proteína bruta e 1,6% de tanino (LEME et al., 1994).

Paisagístico: essa espécie é usada em arborização de praças e parques (LORENZI, 1992; TOLEDO FILHO; PARENTE, 1988).

Reflorestamento para recuperação ambiental: o pau-marfim é usado na reposição de mata ciliar, nos solos bem drenados ou com inundações periódicas de rápida duração.

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CANJARANA

Nome Científico

Cabralea canjerana (Vell.) Mart.

Família

Meliaceae

Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: espécie pioneira (SOUSA-SILVA et al., 1999), secundária tardia (DURIGAN; NOGUEIRA, 1990; VACCARO et al., 1999) ou clímax tolerante à sombra (RONDON Neto et al., 1999).

Características sociológicas: a canjarana se faz presente na vegetação secundária, principalmente capoeirões e na floresta secundária, tanto em clareiras com menos de 60 m2, como em clareiras com mais de 100 m2 (COSTA; MANTOVANI, 1992). É árvore longeva, podendo ultrapassar 300 anos de idade.

Regiões fitoecológicas: Cabralea canjerana é espécie com ocorrência na Floresta Ombrófila

Densa (Floresta Atlântica), nas formações Terras Baixas/Baixo-Montana, Submontana, Montana e Altomontana/Montana (GUIMARÃES et al., 1988; RODERJAN; KUNIYOSHI, 1988; RODERJAN, 1994) e na Floresta de Tabuleiro, no norte do Espírito Santo (RIZZINI et al., 1997); na Floresta Ombrófila Densa (Floresta Amazônica); na Floresta Estacional Semidecidual, nas formações Aluvial (mata ciliar), Submontana e Montana; na Floresta Estacional Decidual, na formação Baixo-Montana e Montana (TABARELLI, 1992; VACCARO et al., 1999); na Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária), nas formações Submontana e Montana (GALVÃO et al., 1989; SILVA; MARCONI, 1990).

Eventualmente nos campos rupestres ou de altitude; no Cerradão (Brandão; Gavilanes, 1992); na Caatinga Arbórea Aberta ao longo dos rios Verde e São Francisco, no norte de Minas Gerais (BRANDÃO; GAVILANES, 1994), e na Restinga (De GRANDE, 1981). A canjarana ocupa posição intermediária na floresta, raramente é dominante ou emergente. Na Bolívia é encontrada no bosque amazônico até bosque montano úmido (KILLEAN et al., 1993).

Densidade: numa área inventariada da Floresta Estacional Semidecidual, a canjarana representou 3,92% da distribuição das essências de maior valor econômico, no Parque Nacional do Iguaçu, no Brasil, sendo encontradas 6,3 árvores por hectare (PARANÁ, 1968). Na Selva Misionera, Argentina, ocorre com uma frequência de 0,75 a seis árvores por hectare (GARTLAND et al., 1997), mas, em outra área inventariada, em Misiones, essa espécie representou valores entre dez a 20 exemplares por hectare (MARTINEZ-CROVETTO, 1963). Em levantamento fitossociológico realizado à margem do Rio do Peixe, no Estado de São Paulo, foram encontradas 18 árvores/ha, na encosta da área, desta espécie (TOLEDO FILHO et al., 2000).

Biologia reprodutiva e fenologia

Sistema sexual: planta hermafrodita ou dioica (PENNINGTON, 1981).

Vetor de polinização: provavelmente mariposas (MORELLATO, 1991).

Floração: em agosto, no Distrito Federal; de setembro a dezembro, em São Paulo; de setembro a janeiro, no Paraná; de outubro a dezembro, em Santa Catarina; de outubro a

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janeiro, no Rio de Janeiro; em novembro, em Minas Gerais; e de fevereiro a março, no Rio Grande do Sul.

Frutificação: os frutos amadurecem de junho a outubro, no Rio de Janeiro; de junho a janeiro, no Paraná; de julho a agosto, na Bahia; de julho a dezembro, no Rio Grande do Sul; de agosto a janeiro, em São Paulo; de setembro a dezembro, no Distrito Federal e em dezembro, em Minas Gerais.

No Paraná, plantada em solos férteis, a frutificação iniciou-se aos três anos de idade. Uma característica desta subespécie é ter flores e frutos maduros na mesma época (PENNINGTON, 1981). Entretanto, Rizzini (1977), observou no Itatiaia - RJ, frutos temporões, amadurecidos oito meses antes da época própria, cujas sementes provaram possuir as mesmas características germinativas que se observaram com sementes de frutos normalmente maduros.

Dispersão de frutos e sementes: zoocórica, principalmente por aves, atraídas pela cor alaranjada do arilo. Pizo (1997) relata que o número de aves dispersoras das sementes desta espécie está relacionado com o tamanho dos fragmentos. Assim sendo, num fragmento florestal maior, ele assinalou 35 espécies de aves, sendo Tityra cayana,

Tirannidae o principal dispersor, e no fragmento menor, quatorze espécies de aves, sendo Vireo olivaceus, Vireonidae, o mais importante dispersor.

Por outro lado, Pizo (1995), também constatou que as sementes de canjarana no solo são intensamente atacadas por roedores e insetos predadores e formigas Ponerinae podem atuar como dispersores secundários das sementes ariladas que caem sob as copas.

Características da Madeira

Massa específica aparente: a madeira da canjarana é leve (0,45 a 0,56 g/cm3), a 12% de umidade (PARANÁ, 1979), e moderadamente pesada (0,61 a 0,75 g/cm3) a 15% de umidade (PEREIRA; MAINIERI, 1957; MAINIERI; CHIMELO, 1989; JANKOWSKY et al., 1990).

Massa específica básica: 0,55 g/cm3 (JANKOWSKY et al., 1990).

Cor: o alburno é de coloração branca ou róseo-amarelada e o cerne castanho a castanho-avermelhado ou vermelho-escuro, uniforme.

Características gerais: superfície irregularmente lustrosa, atraente, com vivos reflexos nas faces radiais; textura média e lisa ao tato; grã direita a irregular. Cheiro agradável, pouco acentuado, quando verde e ausente, quando seca; gosto imperceptível.

Durabilidade natural: apresenta resistência satisfatória ao ataque de organismos xilófagos em condições favoráveis ao apodrecimento, apresentando durabilidade natural de média a alta.

Preservação: apresenta baixa permeabilidade às soluções preservantes sob pressão.

Secagem: observa-se, mesmo após a laminação e secagem das lâminas, exsudação de material resinoso, depositado sobre a superfície da lâmina (PARANÁ, 1979). Não há conclusões sobre as características de secagem da madeira de canjarana (JANKOWSKY et al., 1990).

Trabalhabilidade: fácil, proporcionando bom acabamento.

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Outras características

A canjarana fornece madeira com qualidades próximas às do cedro (Cedrela fissilis), sendo

mais durável.

A descrição anatômica da madeira desta espécie pode ser encontrada em Mello (1950) e Paraná (1979).

Características silviculturais

A canjarana é uma espécie umbrófila na fase juvenil (GALVÃO, 1986) ou esciófila (ORTEGA, 1995); entretanto segundo Sousa-Silva et al. (1999) ela demonstra ter plasticidade suficiente para tolerar ampla variedade de ambientes luminosos. Esta espécie não tolera baixas temperaturas, no estágio juvenil.

Hábito: apresenta crescimento monopodial na fase jovem, boa forma de fuste, com poucas ramificações laterais até a metade da altura. Apresenta desrama natural até metade da altura, necessitando de poda dos galhos para aumento da altura útil.

Métodos de regeneração: a canjarana pode ser plantada: a pleno sol, em plantio misto, associada com espécies pioneiras, ou em vegetação matricial arbórea, em mistura com outras espécies, em faixas largas abertas na vegetação secundária e plantadas em linhas ou em grupos. Apresenta brotação vigorosa após corte, com numerosos brotos no colo e pelo tronco, desenvolvendo troncos múltiplos.

Sistemas agroflorestais: espécie recomendada na arborização de culturas ou na arborização de pastos (BAGGIO; CARVALHO, 1990).

A canjarana tem comportamento silvicultural superior ao do cedro (Cedrela fissilis),

principalmente por ser menos danificada pela broca-dos-ponteiros (EMBRAPA, 1988). Seu crescimento é bastante variável, desde lento a moderado. A maior produtividade volumétrica obtida nos plantios foi 13,50 m3/ha.ano-1, aos dez anos. Observou-se em plantios com seis anos em Santa Helena - PR, certa superioridade em todos os parâmetros medidos, do plantio misto a pleno sol, sob o plantio puro a pleno sol. Em mata secundária nativa do Rio Grande do Sul, Durlo; Denardi (1998) encontraram para esta espécie, Fator de Forma entre 0,40 a 0,94.

Ocorrência natural no Estado de São Paulo

Distribuição geográfica: a canjarana é encontrada de forma natural no Estado de São Paulo nas regiões sudeste, sudoeste, central, litoral norte e litoral sul.

Produtos e utilizações

Madeira serrada e roliça: a madeira de canjarana é indicada para confecção de estruturas de móveis, marcenaria, carpintaria, caixas, embalagens, esteios, cabos de vassoura, obras de entalhe como estatuetas e imagens de santos e tornearia. Em construção civil, é usada para acabamentos internos; molduras, rodapés, venezianas, ripas, esquadrias, caibros, miolo de compensados etc. Como madeira roliça é utilizada principalmente em mourões.

Energia: produz lenha de qualidade razoável.

Celulose e papel: espécie inadequada para este uso (WASJUTIN, 1958).

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256

Outros produtos

Constituintes químicos: Gottlieb; Mors (1980) encontraram para essa espécie Ocotillol e outros produtos.

Inseticida: o suco dos frutos tem ação inseticida, devendo, pois, ser tóxico aos animais.

Matéria tintorial: extrai-se, da casca, um corante vermelho, utilizado na indústria de tinturaria, principalmente para tingir pelegos de lã.

Óleos essenciais: presença muito intensa no lenho (SAKITA; VALLILO, 1990).

Perfume: extraído das flores, usado na indústria de perfumaria, devido ao seu intenso aroma.

Saponinas: presença intensa no lenho (SAKITA; VALLILO, 1990).

Substâncias tanantes: a casca apresenta tanino em pequena porcentagem (MAINIERI; CHIMELO, 1989), porém, no lenho, a presença de tanino é intensa (SAKITA; VALLILO, 1990).

Outros usos

Alimentação animal: a forragem desta espécie apresenta 14,4% a 14,8% de proteína bruta e 5,4% a 6,5% de tanino (LEME et al., 1994).

Apícola: a canjarana produz flores melíferas (RAMOS et al., 1991), produzindo pólen e néctar (REIS et al., 1992).

Medicinal: na medicina popular, é empregada como poderoso reconstituinte nos estados anêmicos. Do suco leitoso, que escorre da casca, faz-se um chá para combater doenças de pele, diarreias, prisão de ventre, febres e hidropisias. O decoto da casca, principalmente o da raiz, é tido como purgativo, antidispéptico, febrífugo, adstringente, emético e abortivo, devendo ser usado em doses moderadas. As folhas também têm propriedades febrífugas (KLEIN, 1984).

Para os índios de várias etnias do Paraná e de Santa Catarina, as sementes e a casca do caule da canjarana são indicadas no tratamento de manchas brancas da pele (micose), meningite, dor de cabeça, primeiro banho do bebê - para prevenir problemas de febre (MARQUESINI, 1995). É adstringente, o chá da casca é fortificante na convalescença (recuperação da saúde), combate disenterias e artrites. O uso externo da casca fervida pode ser aplicado em feridas e inflamação dos testículos (FRANCO; FONTANA, 1997). O cozimento das cascas serve para combater dispepsias, febres, prisão de ventre, diarreias, hidropisias e afecções da pele (KÖRBES, 1995).

Paisagístico: pelo aspecto atraente de sua folhagem e dos frutos, é recomendada para plantio em praças, parques, jardins, canteiros centrais de avenidas, rodovias, áreas para estacionamento de veículos e arborização de represas (SANCHOTENE, 1985; SALVADOR; OLIVEIRA, 1989). Contudo, não deve ser utilizada em calçadas, em virtude do elevado porte que adquire e, principalmente, do sistema radicular superficial de que é dotada.

Reflorestamento para recuperação ambiental: o arilo que envolve as sementes da canjarana é consumido e disseminado pelas aves e por pequenos mamíferos, entre os quais o mono-carvoeiro - Brachyteles arachnoides (MORAES, 1992). Em mata ciliar, a espécie suporta inundação (DURIGAN; NOGUEIRA, 1990).

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257

GUANADÍ

Nome Científico

Calophyllum brasiliense Cambess.

Família

Callophylaceae

Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: espécie secundária tardia (DURIGAN; NOGUEIRA, 1990; VILELA et al., 1993) ou clímax tolerante à sombra (RONDON NETO et al., 1999). Todavia, no litoral paranaense há casos de Formação Pioneira de influência fluvial; onde se observam guanandizais quase puros em condições pioneiras (CARVALHO, 1996).

Características sociológicas: o guanandi apresenta regeneração natural abundante na sombra, mostrando ser uma espécie que está em expansão em matas que não sofrem pressão antrópicas (KAWAGUICI; SCHIAVINI, 1995). Observou-se regeneração natural sob povoamento de Pinus sp. no litoral do Paraná. A capacidade das sementes desta espécie de

manterem a viabilidade submersas e das plantas crescerem normalmente em solo encharcado mostram que C. brasiliense é espécie para a qual a saturação hídrica do solo

não interfere de forma negativa em seu ciclo de vida (MARQUES; JOLY, 2000).

Estas características associadas à diversidade de mecanismos de dispersão justificam a ampla distribuição da espécie, que contribui significativamente para a estrutura e a fisionomia das florestas que ocorrem em áreas sujeitas a inundações (chamada árvore-dos-alagadiços).

Regiões fitoecológicas: Calophyllum brasiliense ocorre em todas as bacias brasileiras,

sempre em planícies inundadas temporariamente, na Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica), nas formações Aluvial, das Terras Baixas e Baixo-Montana (GUIMARÃES et al., 1988), onde é bastante comum, e Floresta Ombrófila Densa (Floresta Amazônica), onde é frequente nas Terras baixas, sobretudo nos igapós; na Floresta Estacional Semidecidual, nas formações Aluvial (CARVALHO et al., 1996; VELOZO et al., 1991) e Montana. Também é encontrada no Cerradão, em São Paulo (DURIGAN et al., 1997); nas matas de galeria do Brasil Central (SILVA JUNIOR et al., 1998), nos Campos rupestres ou de altitude; no Pantanal Mato-grossense (POTT; POTT, 1994; PASA et al., 2000), e na Restinga (DE GRANDE, 1981; HENRIQUES et al., 1986).

Densidade: em certos locais, em Santa Catarina, nos solos brejosos ou muito úmidos, não raro é uma das dominantes; a frequência é tanta que são chamados olandizais (REITZ et al., 1978).

Biologia reprodutiva e fenologia

Sistema sexual: planta hermafrodita ou monóica.

Vetor de polinização: principalmente as abelhas e diversos insetos pequenos.

Floração: o guanandi apresenta floração variável, em virtude de sua ampla área de ocorrência: floresce de setembro a outubro, no Distrito Federal; de novembro a junho, em São Paulo; em dezembro, na Paraíba, e de janeiro a março, no Paraná.

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258

Frutificação: os frutos amadurecem de março a junho, em Minas Gerais; de abril a maio, no Rio de Janeiro; de abril a outubro, no Estado de São Paulo; de maio a junho, no Distrito Federal; de maio a fevereiro, no Paraná, e de julho a novembro, em Santa Catarina. O processo reprodutivo inicia aos três anos de idade em plantio, em solo fértil e bem drenado, e normalmente aos dez anos de idade.

Dispersão de frutos e sementes: parece predominar dispersão zooccoria: a quiropterocoria (GALETTI, 1995) é uma forma importante de dispersão das sementes de guanandi, principalmente morcegos frugívoros (Chiroptera - Phyllostomatidae) como Platyrrhinus lineatus e Artibeus lituratus (MARQUES; FISCHER, 1996). Também o macaco bugio (Alouatta fusca) (GALETTI, 1992), e por aves (ornitocoria), como a gralha-azul (Cyanocorax caeruleus - Corvidae), no sul do Brasil. Os morcegos alimentam-se do epi e mesocarpo dos

frutos do guanandi, e depois regurgitam as sementes com restos do endocarpo.

Hidrocoria, devido a sua ocorrência frequente junto aos cursos de água. Contudo, as sementes do guanandi não germinam quando submersas, mas mantêm-se viáveis e flutuam (LOBO et al., 1995), a dispersão aquática a longa distância é dificultada pela estagnação da água de inundação (RIBEIRO et al., 1995).

Autocoria, principalmente barocórica (por gravidade), os frutos caem diretamente no solo. Geralmente, seus frutos com sementes ficam disponíveis nas árvores-mães durante cerca de dez meses e em grande quantidade os frutos liberados pelas árvores-mães formam um banco de sementes no solo (KAWAGUICI et al., 1995).

Características da madeira

Massa específica aparente: a madeira do guanandi é moderadamente densa (0,60 a 0,67 g/cm3), a 12% de umidade (PARANÁ, 1979a; PAULA, 1981) e (0,62 a 0,79 g/cm3) a 15% de umidade (PEREIRA; MAINIERI, 1957; CHIMELO et al., 1976; MAINIERI; CHIMELO, 1989 e JANKOWSKY et al., 1990). Em Honduras, 0,49 kg/cm3 (BENITEZ RAMOS; MONTESINOS LAGOS, 1988), e no Paraguai, 550 kg/m3 (LOPEZ et al., 1987).

Massa específica básica: 0,49 a 0,51 g/cm3 (AROSTEGUI, 1982; JANKOWSKY et al., 1990).

Cor: alburno mais claro, bege-rosado. Cerne variável, do róseo-acastanhado ao bege-rosado, tendendo para o castanho. Tábuas da espécie, recém-cortadas, unicamente com a cor de vinho tinto fosco.

Características gerais: a superfície é ligeiramente lustrosa e áspera ao tato; textura média a grossa; grã irregular (entrecruzada). Cheiro e gosto imperceptíveis.

Durabilidade natural: depende da época de corte; durável a moderadamente durável à podridão-branca e marrom. Madeira considerada imputrescível dentro da água.

Preservação: apresenta baixa permeabilidade às soluções preservantes em tratamento sob pressão, pois apresenta os poros parcialmente preenchidos por óleo-resina. O alburno é moderadamente fácil, porém, o cerne é difícil de preservar pelos métodos banho quente-frio e a pressão (BENITEZ RAMOS; MONTESINOS LAGOS, 1988).

Secagem: a madeira é de secagem moderadamente difícil, apresentando alta incidência de rachaduras e empenamentos durante a secagem ao ar, dado a presença de gomas em seus espaços celulares. Na secagem em estufa, devem ser empregados programas moderados.

Trabalhabilidade: retém pregos e parafusos com firmeza, e não apresenta grandes dificuldades na colagem.

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259

Outras características

Madeira ainda pouco utilizada no Brasil, em contraste com sua popularidade em outros países da América do Sul e do Caribe, podendo substitui o mogno (Swietenia spp.) e o cedro (Cedrela spp.) esteticamente.

Características anatômicas da madeira desta espécie podem ser observadas em Loureiro (1968), Paraná (1979) e Paula; Alves (1997).

Características silviculturais

O guanandi é uma espécie heliófila com grande agressividade sobre a vegetação brejosa mais esparsa (REITZ et al., 1978). Entretanto, Lopez et al. (1987), consideram-no espécie esciófila, que se regenera abundantemente à sombra. Por isso, necessita de sombreamento de intensidade média na fase juvenil. Esta espécie não é tolerante a baixas temperaturas, mesmo sob plantio em vegetação matricial arbórea.

Hábito: apresenta crescimento monopodial com galhos finos. A desrama natural do guanandi é fraca, necessitando de poda dos galhos.

Métodos de regeneração: deve ser evitado plantio puro, a pleno sol. Recomenda-se: plantio misto a pleno sol, associado com espécies pioneiras e secundárias; e em vegetação matricial arbórea em faixas abertas na floresta e plantado em linhas. Brota da touça após corte.

Sistemas agroflorestais: o guanandi é usado para arborização de culturas perenes, como o café e o cacau no México e para arborização de pastos em Cuba. Nesses sistemas, pode ser usado no Sul do Brasil, produzindo madeira para desdobro, com rotação provável para corte de 35 a 40 anos (BAGGIO; CARVALHO, 1990). Na Bolívia é recomendado seu uso em quebra-ventos, como componente das fileiras centrais das cortinas de três ou mais fileiras ou para o enriquecimento de cortinas naturais (JOHNSON; TARIMA, 1995). É mais recomendável combinar com outras espécies na fileira central. Nas cortinas, plantar de 4 a 5 m entre as árvores.

Na Tabela 3 podem ser observadas as características de crescimento em diferentes

experimentos realizados no Brasil e exterior.

Tabela 3 - Crescimento de Calophyllum brasiliense em experimentos no Brasil e na Costa Rica

Local Idade

(anos)

Espaçamento

(m)

Plantas vivas

(%)

Altura média

(m)

DAP médio

(cm)

Classe de solo

(a) Referências

Adrianópolis-PR (b) 2 4x2,5 81,2 2,00 - PVAd Embrapa Florestas/Berneck

Adrianópolis-PR 5 4x4 56,2 3,33 3,8 PVAd Embrapa Florestas

Costa Rica 3 - 81,0 4,20 3,8 Espinosa; Butterfield, 1989

Foz do Iguaçu-PR (b)

3 3x3 87,0 2,54 3,3 LVdf Embrapa Florestas/Itaipu

Binacional

Foz do Iguaçu-PR 4 4x3 80,0 3,35 4,2 LVdf Embrapa Florestas/Itaipu

Binacional

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Local Idade

(anos)

Espaçamento

(m)

Plantas vivas

(%)

Altura média

(m)

DAP médio

(cm)

Classe de solo

(a) Referências

Foz do Iguaçu-PR 11 4x4 68,7 9,18 11,0 LVdf Embrapa Florestas/Itaipu

Binacional

Manaus-AM 7 - - 7,81 10,0 LAd Volpato et al., 1973

Manaus-AM 8 3x2 96,0 8,38 11,3 LAd Schhmidt; Volpato, 1972

Manaus-AM (c) 8 5x5 - 3,99 - LAd Volpato et al., 1973

Manaus-AM 19 4,5x4,5 74,0 12,91 19,9 LAd Silva; Canto, 1994

Moji Mirim-SP (d) 33 3x3 70,0 - 21,0 LVAd Pires, 1965/1966

Paranaguá-PR (e) 8 3x2 75,0 4,44 4,0 LVA Embrapa Florestas

Paranaguá-PR (e) 7 3x1,5 100,0 4,68 3,7 LVA Embrapa Florestas

Rolândia-PR 5 3x2,5 100,0 3,06 2,8 LVdf Embrapa Florestas/Fazenda

Bimini

Santa Helena-PR 6 4x4 6,2 3,00 4,0 LVef Embrapa Florestas/Itaipu

Binacional

Legenda: (a) PVAd = ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico; LVdf = LATOSSOLO VERMELHO Distroférrico; LAd = LATOSSOLO AMARELO Distrófico; LVAd = LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico; LVA = LATOSSOLO VERMELHO- AMARELO Distrófico argissólico; LVef = LATOSSOLO VERMELHO Eutroférrico; (b) Plantio de comprovação; (c) Plantio de enriquecimento em linhas; (d) Área basal com 38,43 m2/ha (Pires, 1965/66); (e) Plantio em meia-encosta, na face Norte.

Fonte: Embrapa Florestas

Ocorrência natural no Estado de São Paulo

Distribuição geográfica: o guanandi ocorre naturalmente no Estado de São Paulo nas regiões sudeste, sudoeste, central, litoral norte e litoral sul.

Produtos e utilizações

Madeira serrada e roliça: a madeira de guanandi é indicada para fabricação de móveis e usada em construção civil como caibros, ripas, rodapés, molduras, tábuas e embalagens; cabos de vassoura, cabo de ferramentas, implementos agrícolas; construção naval em mastros para navios; construção pesada, parquete, carroçarias, marcenaria, carpintaria; dormentes, mourões, estacas, pontes, postes, embarcações, chapas e lâminas faqueadas decorativas. A madeira do guanandi tem ótima aceitação na indústria de barris para depósito de vinho (LOUREIRO, 1968). Na Bolívia, é amplamente utilizada na fabricação de canoas, instrumentos caseiros e vigas para a construção de casas (KILLEAN et al., 1993).

Energia: madeira com teor moderadamente baixo de lignina, produzindo álcool, coque e carvão de qualidade regular (PAULA, 1982).

Celulose e papel: madeira boa para produção de papel (PAULA, 1982). Comprimento das fibras varia de 0,60 e 1,27 mm, sendo mais frequente entre 0,90 a 1,20 mm (CHIMELO et al., 1976).

(conclusão)

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261

Outros produtos

Goma-resina: é exsudada pela casca. É amarela, espessa, aromática, de sabor acre e amargoso, com aplicações na veterinária.

Óleo: do fruto extrai-se óleo industrial com 44% de pureza (BOITEAUX, 1947).

Saponina: há presença de saponina nas folhas.

Substâncias tanantes: folhas e casca dão tanino.

Outros usos

Alimentação animal: a forragem desta espécie apresenta 7% de proteína bruta e 6 a 12% de tanino (LEME et al., 1994).

Apícola: as flores do guanandi são melíferas.

Medicinal: a casca e o látex do guanandi são usados na medicina popular e na veterinária. O chá de folhas e a infusão da casca do guanandi são muito empregados no tratamento do diabetes (FIGUEIREDO, 1979). No preparo do chá da casca, deve-se retirar a resina que vem flutuando na água (BERG, 1982). O látex ou resina do tronco (exsudado odorífero), chamado de bálsamo-de-landim, é vesicante e energizante, sendo também indicado como antirreumático, e mesmo no tratamento de tumores e úlceras crônicas (PASA et al., 2000).

O guanandi é indicado também como antisséptico, em decocção para uso externo (BRANDÃO, 1991). Em Mato Grosso, chás e banhos preparados com a casca do caule, são utilizados como anti-inflamatórios e mesmo no tratamento de varizes e hemorroidas (PASA et al., 2000). Paisagístico: espécie usada em arborização de praças, ruas e avenidas; em países da América Central, é utilizada na arborização rodoviária. Os galhos são usados para sustentação de orquídeas.

Reflorestamento para recuperação ambiental: os frutos do guanandi são muito procurados pela fauna (tucanos, veados e morcegos), seus principais dispersores, além de serem disseminados por hidrocoria (levados pelas águas pluviais e fluviais). É indicado, principalmente, para reposição de mata ciliar em locais sujeitos a inundações periódicas de média a longa duração, bem como em solo encharcado por períodos que variam entre três a quatro meses anualmente (MARQUES, 1994).

É também indicado para plantio em áreas com o solo permanentemente encharcado (TORRES et al., 1992). Em experimentos no Estado de São Paulo, a porcentagem de falhas nos solos periodicamente úmido-inundáveis foi abaixo de 5%, enquanto nos solos permanentemente úmidos e brejosos foi de 25% (KAGEYAMA, 1992).

JEQUITIBÁ BRANCO

Nome Científico

Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze

Família

Lecythidaceae

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Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: espécie secundária tardia (DURIGAN; NOGUEIRA, 1990) ou clímax exigente de luz (RONDON NETO et al., 1999).

Características sociológicas: o jequitibá-branco ocorre em capoeirões e na floresta secundária. É árvore longeva, compondo as florestas clímax. Nunes; Petrere Junior (2000), estudando a estrutura e dinâmica de uma população natural desta espécie numa reserva em Belo Horizonte - MG, observando a alta taxa de produção de sementes e a baixa taxa de crescimento e mortalidade dos indivíduos estabelecidos, sugerem que a espécie investe na formação de banco de plântulas como estratégia reprodutiva.

Regiões fitoecológicas: Cariniana estrellensis é encontrada naturalmente, na Floresta Ombrófila Densa (Floresta Amazônica), onde ocupa os estratos arbóreos dominante e codominante (IBDF, 1984), e principalmente, na Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica), nas formações das Terras baixas e Submontana (KLEIN, 1979/1980; RODERJAN; KUNIYOSHI, 1988; SIQUEIRA, 1994) e na Floresta de Tabuleiro, no norte do Espírito Santo (RIZZINI et al., 1997); e na Floresta Estacional Semidecidual, nas formações Submontana, onde costuma ser emergente e Montana. Pelo interior penetra até o Brasil Central, onde é encontrado na Floresta Ciliar.

Densidade: em levantamento fitossociológico realizado à margem do Rio do Peixe, no Estado de São Paulo, foram encontradas 27 árvores/ha junto ao rio e quatorze árvores/ha, na encosta da área, desta espécie (TOLEDO FILHO et al., 2000). Silva et al. (1990), encontraram quatro árvores/ha, numa mata de galeria, no Distrito Federal.

Biologia reprodutiva e fenologia

Sistema sexual: planta hermafrodita.

Vetor de polinização: principalmente por diversos insetos pequenos (KUHLMANN; KUHN, 1947) e por abelhas (MORELLATO, 1991).

Floração: de setembro a outubro, no Distrito Federal; outubro a novembro, em Minas Gerais; de outubro a janeiro, no Paraná e em Santa Catarina; de outubro a fevereiro, em São Paulo; de outubro a abril, em Goiás; de dezembro a março, no Rio de Janeiro; de fevereiro a maio, na Bahia e de março a abril, no Espírito Santo.

Frutificação: os frutos amadurecem de maio a outubro, em São Paulo; de junho a julho, no Distrito Federal; de julho a setembro, em Santa Catarina; de agosto a outubro, no Paraná, no Espírito Santo e em Minas Gerais, e de setembro a novembro, no Rio de Janeiro. O processo reprodutivo inicia a partir dos dez anos de idade, em plantios.

Dispersão de frutos e sementes: anemocórica; em condições de vento forte, pode ultrapassar 100 m da árvore porta-semente (BUSTAMANTE, 1948). Contudo, são principalmente os macacos que retiram o opérculo (tampa) do fruto, facilitando a dispersão das sementes pelo vento.

Características da madeira

Massa específica aparente: a madeira do jequitibá-branco é moderadamente densa (0,70 a 0,78 g/cm3), a 15% de umidade (MAINIERI; CHIMELO, 1989; JANKOWSKY et al., 1990).

Massa específica básica: 0,60 a 0,69 g/cm3 (JANKOWSKY et al., 1990).

Cor: o alburno é de coloração branca-encardida e o cerne levemente rosado.

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263

Características gerais: superfície lisa ao tato e com pouco brilho; textura média; grã direita. Cheiro e gosto imperceptíveis.

Durabilidade natural: baixa resistência natural ao apodrecimento.

Preservação: madeira com alta permeabilidade às soluções preservantes, quando submetida à impregnação sob pressão.

Secagem: a secagem natural é rápida, com alguma tendência ao empenamento e rachaduras. Na secagem artificial, esses defeitos podem ser eliminados, se o processo for bem controlado.

Trabalhabilidade: responde satisfatoriamente às operações de corte e usinagem, embora tenha um teor de sílica em torno de 0,05% (JANKOWSKY et al., 1990). A produção de lâminas é fácil.

Outras características

Caracteres anatômicos, propriedades físicas e mecânicas da madeira desta espécie podem ser encontrados em MAINIERI; CHIMELO (1989). Madeira parecida com o mogno (Swietenia macrophylla), sendo conhecida nos Estados Unidos como brazilian mahogany - mogno-brasileiro. É de qualidade inferior ao jequitibá-rosa (Cariniana legalis). Com resistência a serra igual à do olmeiro americano (Ulmus americanus).

Características silviculturais

O jequitibá-branco é uma espécie heliófila, que tolera sombreamento na fase juvenil; não é tolerante a baixas temperaturas. Sob geadas leves, torna-se medianamente tolerante ao frio, depois do terceiro ano após plantio.

Hábito: variável: pode ser sem dominância apical, com ramificação irregular e galhos grossos ou com boa forma, com ramificação lateral leve. Às vezes apresenta desrama natural, com boa cicatrização. Contudo, geralmente necessita de poda verde dos galhos, apresentando boa cicatrização.

Métodos de regeneração: o jequitibá-branco pode ser plantado a pleno sol, em plantio puro, com espaçamento de 3 x 1 m para, com raleios após a segunda estação de crescimento, passar para espaçamento 3 x 3 m, e a pleno sol, em plantio misto, associado com espécies pioneiras ou secundárias. Brota do toco após corte e, também, das raízes.

Sistemas agroflorestais: espécie recomendada para arborização de culturas e arborização de pastos (BAGGIO; CARVALHO, 1990). Na Bolívia é recomendado seu uso em quebra-ventos de três ou mais fileiras como componente da fileira central; também no enriquecimento de cortinas naturais (JOHNSON; TARIMA, 1995). Nas cortinas, plantar de 4 a 5 m entre as árvores.

Tabela 04 - Crescimento de Cariniana estrellensis em experimentos, no sudeste e sul do Brasil

Local Idade (anos)

Espaçamento (m)

Plantas vivas (%)

Altura média

(m)

DAP médio (cm)

IMA V (a)

Classe de

solo (b)

Referências

Adrianópolis-PR (c) 5 4x4 25,0 4,27 5,0 -- PVAd Embrapa Florestas

Belo Horizonte-MG 29 -- -- 30,00 58,0 -- -- Golfari, 1975

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264

Local Idade (anos)

Espaçamento (m)

Plantas vivas (%)

Altura média

(m)

DAP médio (cm)

IMA V (a)

Classe de

solo (b)

Referências

Campo Mourão-PR 12 4x2 90,0 12,28 13,3 8,00 LVdf Embrapa Florestas

Corupá-SC 2 4x3 25,0 0,33 -- -- CHa Embrapa Florestas

Cosmópolis-SP 22 -- -- 18,20 17,3 -- LVdf Nogueira, 1977

Dionísio-MG 25 2x2 49,2 14,40 23,7 17,20 LVAd Mendes et al., 1982

Dois Vizinhos-PR 10 2x2 96,3 7,98 9,3 11,60 LVdf Silva; Torres, 1992

Dois Vizinhos-PR 10 3x2 100,0 12,00 16,4 21,10 LVdf Silva; Torres, 1992

Dois Vizinhos-PR 14 2x2 100,0 10,84 11,4 10,00 LVdf Silva; Torres, 1992

Foz do Iguaçu-PR (h) 3 4x3 100,0 3,02 4,2 -- LVdf Embrapa Florestas / Itaipu

Binacional

Foz do Iguaçu-PR (d,e)

7 3x1 82,0 7,18 7,8 6,70 LVdf Embrapa Florestas / Itaipu

Binacional

Foz do Iguaçu-PR (d) 9 4x2,5 91,6 10,50 16,8 11,85 LVdf Embrapa Florestas / Itaipu

Binacional

Foz do Iguaçu-PR (d) 9 3x3 77,1 11,80 14,6 9,40 LVdf Embrapa Florestas / Itaipu

Binacional

Foz do Iguaçu-PR 11 4x4 56,2 12,61 20,1 6,40 LVdf Embrapa Florestas / Itaipu

Binacional

Ilha Solteira-SP 1 3x3 -- 1,96 1,7 -- -- Santarelli, 1990

Moji Mirim-SP (f) 8 2x2 93,0 3,84 2,8 -- LVAd Toledo Filho; Parente (1982)

Paranaguá-PR (g) 8 3x2 75,0 8,97 11,9 8,00 LVAda Embrapa Florestas

Quedas do Iguaçu-PR 8 4x3 76,9 9,58 15,1 -- LVdf Embrapa Florestas / Araupel

Rio de Janeiro-RJ 16 3x8 -- 13,89 19,1 -- -- Almeida, 1943

Santa Helena-PR (d) 9 4x3 80,0 13,29 17,9 12,35 LVef Embrapa Florestas / Itaipu

Binacional

Santa Helena-PR (c) 10 4x4 6,2 8,33 13,3 -- LVef Embrapa Florestas / Itaipu

Binacional

Legenda: (a) Incremento médio anual em volume sólido com casca (m3/ha.ano-1), calculado por valores médios de DAP e altura; (b) PVAd = ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico; LVdf = LATOSSOLO VERMELHO Distroférrico; CHa= CAMBISSOLO HÚMICO Alumínico; LVAd = LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico; LVAda = LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico argissólico; LVef = LATOSSOLO VERMELHO Eutroférrico; (c) Origem das sementes: Terra Boa – PR; (d) Origem das sementes: Mundo Novo – MS; (e) Plantio comprobatório, com 2.912 árvores plantadas, originárias de Mundo Novo - MS de cinco árvores; (f) Plantio sob povoamento de Pinus sp; (g) Plantio em meia-encosta, na face Norte e (h) Origem das sementes: Viçosa - MG.

Fonte: Embrapa Florestas.

Ocorrência natural no Estado de São Paulo

Distribuição geográfica: Cariniana estrellensis ocorre naturalmente no Estado de São Paulo

nas regiões sudeste, sudoeste, central, noroeste, litoral norte e litoral sul.

(conclusão)

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265

Produtos e utilizações

Madeira serrada e roliça: a madeira do jequitibá-branco é indicada para estruturas de móveis, molduras e guarnições internas, peças torneadas, cabos de ferramentas, implementos, tanoaria, saltos para calçados, fósforos; em construção civil, como vigas, esquadrias, forros, caibros, ripas, tabuado, fôrmas de concreto etc. É também usada na fabricação de contraplacados (madeira compensada). A madeira, quando preservada, pode ser usada em aplicações externas.

Energia: produz lenha de qualidade inferior.

Celulose e papel: produz celulose para papel de boa qualidade. Teor de celulose de 58,7% e teor de lignina de 24,2%.

Outros produtos

Constituintes químicos: foi encontrada pouca presença de cumarina no lenho e presença muito intensa de saponina na casca (SAKITA; VALLILO, 1990).

Fibras: a casca desta espécie fornece boa estopa, empregada na calefação de embarcações (BOITEAUX, 1947).

Óleos essenciais: pouca presença na casca e no lenho (SAKITA; VALLILO, 1990).

Substâncias tanantes: presença de tanino nas folhas; todavia, mais intensamente na casca e no lenho (SAKITA; VALLILO, 1990).

Outros usos

Artesanato: os frutos do jequitibá-branco, conhecidos popularmente por pitos, são usados para confeccionar cachimbos rústicos.

Apícola: as flores desta espécie apresentam interesse apícola (SALVADOR; OLIVEIRA, 1989).

Forrageiro: a forragem do jequitibá-branco apresenta 9% de proteína bruta e 21,6% de tanino (LEME, 1994).

Medicinal: as utilidades terapêuticas do jequitibá-branco são inúmeras, inclusive na medicina popular, na forma de chás. Sua casca é um poderoso adstringente e tem grande poder desinfetante, sendo por isso recomendada para as inflamações das mucosas e faringite (CORREA, 1969). É útil, ainda, nas diarreias, anginas e em lavagens vaginais, nos casos de flores-brancas, metrites e outras doenças do útero e ovários (SALVADOR; OLIVEIRA, 1989).

Paisagístico: espécie recomendada para arborização de praças públicas (LORENZI, 1992).

Reflorestamento para recuperação ambiental: frutos jovens e sementes são apreciados pelos bugios e macacos (MORAES, 1992). É recomendado para reposição de mata ciliar para solos bem drenados ou com inundações periódicas de rápida duração (DURIGAN; NOGUEIRA, 1990).

EIMBAÚBA PRATEADA

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266

Nome Científico

Cecropia hololeuca Miquel; Martius, Fl. Bras. 4(1):148, 1853.

Família

Cecropiaceae

Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: espécie pioneira (CASTRO JUNIOR et al., 1997).

Características sociológicas: a imbaúba-prateada é uma das árvores mais belas da nossa flora, emprestando aspecto característico à fisionomia das matas onde ocorre, em virtude de sua folhagem prateada que sobressai no meio do verde. Ocorre tanto na floresta primária como nas formações secundárias, capoeiras e capoeirões.

Regiões fitoecológicas: Cecropia hololeuca é encontrada na Floresta Ombrófila Densa

(Floresta Atlântica), na formação Baixo-Montana (GUIMARÃES et al., 1988) e na Floresta de Tabuleiro, no norte do Espírito Santo (RIZZINI et al., 1997); na Floresta Estacional Semidecidual, na formação Baixo-Montana (BRANDÃO et al., 1989) e no domínio da Caatinga, em Minas Gerais (BRANDÃO; GAVILANES, 1994).

Densidade:

Biologia reprodutiva e fenologia

Sistema sexual: planta dióica.

Vetor de polinização: principalmente as abelhas e diversos insetos pequenos.

Floração: os frutos amadurecem de julho a setembro, em São Paulo, e de julho a novembro, em Minas Gerais. Introduzida no Paraná, a frutificação iniciou-se aos seis anos, sendo de maio a junho.

Frutificação: os frutos amadurecem de março a setembro, no Paraná; de maio a julho, no Rio Grande do Sul; de maio a agosto, em Santa Catarina; de junho a novembro, em São Paulo e, de outubro a novembro, em Minas Gerais. O processo reprodutivo inicia a partir de três anos após plantio, em solos férteis.

Dispersão de frutos e sementes: zoocórica: por morcegos, principalmente Artibeus lituratus (COSTA; PERACCHI, 1996) e aves (GALETTI, 1995).

Características da Madeira

Massa específica aparente: a madeira da imbaúba-prateada é leve (0,43 g/cm3).

Cor: o alburno e o cerne não são diferenciados, de coloração branco-palha-claro, uniforme.

Características gerais: superfície lisa ao tato e lustrosa, textura grossa; grã direita. Cheiro e gosto imperceptíveis.

Durabilidade natural: madeira extremamente suscetível ao ataque de organismos xilófagos em condições adversas.

Preservação: madeira bastante permeável às soluções preservantes em tratamento sob pressão.

Outras características

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267

A madeira da imbaúba-prateada é oca por dentro, sendo o oco dividido em câmaras, por lamelas transversais.

Características silviculturais

A imbaúba-prateada é uma espécie heliófila; não tolerante a baixas temperaturas.

Hábito: apresenta crescimento monopodial, e desrama natural satisfatória.

Métodos de regeneração: o plantio a pleno sol é o recomendado. brota do colo após, danos por geadas.

Ocorrência natural no Estado de São Paulo

Distribuição geográfica: Cecropia hololeuca ocorre naturalmente no Estado de São Paulo

nas regiões sudeste e central.

Produtos e utilizações

Madeira serrada e roliça: a madeira da imbaúba-prateada pode ser usada na confecção de objetos leves, palitos de fósforo, caixotaria leve, lápis, brinquedos, peças para aeromodelismo, tamancos, salto de calçados, flutuadores, jangadas, compensados. No interior de Minas Gerais, os caules novos eram empregados como calhas para conduzir água.

Energia: produz lenha de baixo poder calorífico e é recomendada para fabricação de carvão químico.

Celulose e papel: a espécie é apta para produzir polpa para celulose e papel, apresentando resistência e rendimento satisfatórios.

Outros produtos

Constituintes químicos: a embaúba-prateada contém o alcalóide cecropina, o glucóside ambaína, ácido gálico e resina.

Fibras: da casca extrai-se estopa, para fabricação de cordas.

Outros usos

Alimentação: os frutos da imbaúba-prateada são comestíveis, tanto para o homem como para diversos animais.

Apícola: as flores dessa espécie são melíferas (BRANDÃO et al., 1993).

Medicinal: esta espécie apresenta algumas propriedades terapêuticas: diurético enérgico, tônico, adstringente e emenagogo (CORREA, 1969). É empregada inclusive no tratamento da leucorréia, amemorréia, dismenorréia e disenteria. Aconselhada também nas afecções respiratórias agudas, asma e coqueluche.

Paisagístico: em virtude de sua folhagem prateada, é importante para o paisagismo, onde encontra ampla aplicação. Esta espécie não é mirmecófila, ou seja não apresenta associação com formigas (SPÓSITO; SANTOS, 1999).

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268

Reflorestamento para recuperação ambiental: os frutos são muito apreciados por pássaros, morcegos e outros animais, seus dispersores. Recomenda-se sua utilização em reflorestamentos heterogêneos para o sombreamento de espécies de estágios sucessionais posteriores.

ARARIBÁ

Nome Científico

Centrolobium tomentosum Guillemin ex Benth.

Família

Fabaceae

Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: comporta-se como espécie secundária inicial, ocupando clareiras e bordas de matas a espécie secundária tardia (PIÑA-RODRIGUES et al., 1997), ou clímax exigente em luz (PINTO, 1997).

Características sociológicas: às vezes, esta espécie ocorre com baixa densidade, outras vezes em maciços quase puros, pois tende a se concentrar em reboleiras em capoeirões, uma vez que rebrota de troncos novos e de raízes. É árvore moderadamente longeva. Prefere matas mais secas.

Regiões fitoecológicas: Centrolobium tomentosum ocorre na Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica); na Floresta Estacional Semidecidual Submontana (CARVALHO et al., 1996) e na Floresta Estacional Decidual Submontana, no oeste da Bahia. Esporadicamente, no Cerradão (DURIGAN et al., 1999).

Densidade: em levantamento fitossociológico realizado à margem do Rio do Peixe, no Estado de São Paulo, foram encontradas 9 árvores/ha junto ao rio e 59 árvores/ha, na encosta da área, desta espécie (TOLEDO FILHO et al., 2000).

Biologia reprodutiva e fenologia

Sistema sexual: planta hermafrodita.

Vetor de polinização: principalmente as abelhas grandes, generalistas de voo longo e de alto de copa (MORELLATO, 1991; AIDAR; JOLY, 1995).

Floração: de novembro a março, no Rio de Janeiro; de dezembro a junho, em São Paulo; de dezembro a abril, no Paraná; de janeiro a fevereiro, na Bahia, em Goiás, em Minas Gerais e no Distrito Federal.

Frutificação: os frutos amadurecem de abril a outubro, em Minas Gerais e em São Paulo; em junho, na Bahia; de junho a outubro, no Paraná; de julho a agosto, no Espírito Santo; de julho a setembro, no Rio de Janeiro. Plantado em Pernambuco, apresentou frutos maduros de agosto a outubro (CARVALHO, 1976). No Paraná, iniciou o processo reprodutivo a partir dos dois anos de idade, em plantios em sítios adequados.

Dispersão de frutos e sementes: anemocoria. As sâmaras são carregadas pelo vento a curtas distâncias. Os frutos de C. tomentosum, portadores de frágeis espinhos sobre o

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269

núcleo seminífero, são ocasionalmente transportados por pequenos roedores, que parecem atuar apenas como predadores (LIMA, 1989; 1990). Germina, mas não se desenvolve sem presença de luz, formando banco de plântulas (DURIGAN et al., 1997).

Características da madeira

Massa específica aparente: a madeira de araribá é moderadamente densa (0,67 a 0,80 g/cm3) a 15% de umidade (PEREIRA; MAINIERI, 1957; PAULA; ALVES, 1997).

Massa específica básica: 0,55 a 0,58 g/cm3 (SILVA et al., 1983; CRESPO et al., 1995).

Cor: cerne com vários tons de amarelo ou rosa, frequentemente com veios ou manchas vermelho-escuras e reflexos alaranjados.

Características gerais: superfície lustrosa e moderadamente lisa; textura média, desigual; grã direita ou irregular. Cheiro característico.

Durabilidade: madeira durável, sendo considerada imune ou muito resistente ao cupim (ALMEIDA, 1946). Estacas de cerne desta espécie mostraram-se ser altamente resistente a fungo e resistente ao cupim (CAVALCANTE et al., 1982). Estacas soterradas por 20 anos indicam que a vida média da madeira desta espécie é inferior a quinze anos (ROCHA et al., 2000).

Secagem: a madeira racha com facilidade.

Trabalhabilidade: a madeira, quando trabalhada, tem um cheiro característico.

Características silviculturais

Grupo sucessional: a araribá é uma espécie heliófila, que tolera sombreamento na fase juvenil. Na fase adulta, é exigente em luz. Espécie suscetível a baixas temperaturas, mas rebrota vigorosamente a partir do colo.

Hábito: a grande maioria das plantas apresenta crescimento monopodial e poucos indivíduos com bifurcação. C. tomentosum apresenta modelo arquitetônico com eixo

compondo uma sucessão simpodial de módulos (AIDAR; JOLY, 1995). Apresenta desrama natural e cicatrização satisfatórias, necessitando apenas de poda de condução para corrigir bifurcações.

Métodos de regeneração: a araribá pode ser plantada a pleno sol, em plantio puro, com comportamento satisfatório, apresentando boa deposição de folhedo e regeneração natural razoável; a pleno sol, em plantio misto, associado com espécies pioneiras ou no tutoramento de espécies que variam de secundárias a clímax, e em vegetação matricial arbórea, em faixas abertas em capoeirões, em locais com ocorrências de geadas não muito severas. Brota intensamente da touça de troncos novos e através de raízes gemíferas (PENHA; RODRIGUES, 1998).

Sistemas agroflorestais: espécie usada na arborização de culturas, como no sombreamento do cacau no sul da Bahia e recomendada para arborização de pastos. Na Bolívia, é usada em sistemas agroflorestais e na produção de madeira (CRESPO et al., 1995).

Na Tabela 05 podem ser observadas as características de crescimento em diferentes experimentos realizados no Brasil e exterior.

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270

Tabela 05 - Crescimento de Centrolobium tomentosum em experimentos, no Brasil e na Bolívia

Local Idade (anos)

Espaçamento (m)

Plantas vivas (%)

Altura média

(m)

DAP médio

(cm)

IMAV

(a)

Classe de solo

(b) Referências

Assis – SP 7 3x2 75,5 3,23 4,6 0,50 LVd Nogueira et al. (1982b)

Campo Mourão – PR 8 3x2 98,0 6,95 10,5 6,15 LVdf Embrapa Florestas

Chapare – Bolívia 3 - 61,0 5,30 3,7 - LVd Crespo et al., 1995

Cianorte – PR 7 3x2 96,0 6,93 7,5 4,20 LVd Embrapa Florestas

Cosmópolis – SP 20 - - 17,40 23,3 - LVdf Nogueira, 1977

Dois Vizinhos – PR 14 2x2 98,2 14,70 13,8 19,30 LVdf Silva; Torres, 1992

Foz do Iguaçu – PR 4 4x3 80,0 6,50 8,0 - LVdf Embrapa Florestas/Itaipu

Binacional

Foz do Iguaçu – PR 11 4x4 81,2 13,96 19,6 9,70 LVdf Embrapa Florestas/Itaipu

Binacional

Laranjeiras do Sul-PR

6 3x3 100,0 6,57 10,9 - LVdf Embrapa Florestas/Araupel

Lorena – SP 12 2x2 - 8,90 11,6 - Bastos, 1952

Luiz Antonio – SP 7 3x2 93,3 9,51 11,0 10,60 LVAd Nogueira et al. (1982b)

Moji Guaçu-SP 4 2x2 - 5,40 5,0 - LVAd Lima et al. (1990)

Paraibuna-SP (c) 7 - - 6,10 10,7 - LVAd Kageyama, 1992

Paraibuna-SP (d) 7 - - 7,00 10,2 - LVAd Kageyama, 1992

Paranaguá-PR (e) 8 3x2 83,3 5,34 4,5 - LVA Embrapa Florestas

Pederneiras-SP 7 3x 1,5 100,0 9,98 8,8 11,40 LVAd Nogueira et al., 1982a

Pederneiras-SP 7 3x2 94,5 6,46 7,8 4,55 LVAd Nogueira et al., 1982a

Rio Formoso-PE 7 3x3 100,0 2,30 3,0 - LVAd Carvalho, 1987

Rio de Janeiro-RJ 19 5x5 93,3 13,35 19,8 4,00 Almeida, 1943

Rolândia – PR 5 3x2,5 100,0 7,20 7,5 - LVdf Embrapa Florestas/Fazenda

Bimini

Santa Helena-PR 10 4x4 100,0 13,94 14,7 11,80 LVef Embrapa Florestas/Itaipu

Binacional

Santa Rita do Passa

Quatro – SP 24 - - 23,00 20,0 15,00 LVd Gurgel Filho et al., 1982b

Legenda: (a) Incremento médio anual em volume sólido com casca (m3/ha.ano-1), calculado com valores médios de altura e DAP; (b) LVd = LATOSSOLO VERMELHO Distrófico; LVdf = LATOSSOLO VERMELHO Distroférrico; LVAd = LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico; LVA = LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico argissólico; LVef = LATOSSOLO VERMELHO Eutroférrico; (c) Plantio misto a pleno sol; (d) Plantio misto sob sombra; (e) Plantio em meia-encosta, na face Norte.

Fonte: Embrapa Florestas

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Ocorrência natural no Estado de São Paulo

Distribuição geográfica: ocorre naturalmente no Estado de São Paulo nas regiões sudeste, sudoeste, central, noroeste e litoral sul.

Produtos e utilizações

Madeira serrada e roliça: a madeira de araribá pode ser usada em construção civil e naval, obras externas, hidráulicas, tacos, carpintaria, marcenaria de luxo, móveis finos, torneados, lambris, postes, mourões, esteios, vigamentos para pontes, cercas, hélice de pequenos aviões, cabos de ferramentas e enxada (quando nova). Para o dormente, dá-se a durabilidade de onze anos (BASTOS, 1952). Espécie recomendada para tanoaria; no interior do Paraná, a aguardente conhecida com o nome de araribá é acondicionada em barris feitos dessa madeira (BASTOS, 1952).

Energia: produz lenha e carvão de boa qualidade. Poder calorífico da madeira de 4.339 kcal/kg e poder calorífico da casca de 4.511 kcal/kg (SILVA et al., 1983).

Celulose e papel: espécie inadequada para este uso.

Outros produtos

Matéria tintorial: as raízes e as cascas fornecem corante.

Substâncias tanantes: apresenta 28 a 43% de tanino na casca (BASTOS, 1952). Entre as 142 plantas tanantes conhecidas no mundo, entre elas a acácia-negra (Acacia mearnsii), a

araribá é que apresentou a mais alta porcentagem de tanino na casca. Apenas o quebracho fêmea de Schinopsis balansae Engl., o superou, porquanto o teor de tanino, 28%, é extraído

do lenho (BASTOS, 1952).

Alimentação humana: as sementes da araribá são apreciadas pelo homem do campo, que a compara ao gosto do amendoim.

Medicinal: as cascas e as folhas desta espécie são usadas em medicina popular; as cascas agem como forte adstringente e as folhas novas, pisadas ou maceradas, servem como emplastro na cobertura de feridas e contusões (CORREA, 1926; DIAZ, 1992). A infusão da casca é ótimo remédio contra o berne.

Paisagístico: árvore recomendada para paisagismo e arborização de parques e jardins (CESP, 1988; LIMA et al., 1991; LORENZI, 1992; TOLEDO FILHO; PARENTE, 1988).

Reflorestamento para recuperação ambiental: espécie de enorme potencial na recuperação funcional e estrutural de mata ciliar em locais com ou sem inundação temporária (DURIGAN; NOGUEIRA, 1990) e em faixa recuada da margem (SALVADOR; OLIVEIRA, 1989). A espécie é grande produtora de folhedo, tendo atingindo cerca de 430 kg.ha-1ano-1 e contribuído para o enriquecimento do solo (em kg.ha-1 ano-1): 6,0 N (nitrogênio); 0,4 P (fósforo); 2,3 K (potássio); 7,0 Ca (cálcio) e 1,2 S (enxofre). A decomposição do folhedo gasta 2,4 anos devido à sazonalidade (AIDAR; JOLY, 1995).

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272

SAGUARAJI

Nome Científico

Colubrina glandulosa var. reitzii (M.C. Johnst.) M.C. Johnst.

Família

Rhamnaceae

Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: espécie secundária inicial (DURIGAN; NOGUEIRA, 1990). Características sociológicas: o saguaraji é frequentemente observado na vegetação secundária e capoeirões, aonde chega a formar pequenos agrupamentos. Não ocorre em pastagens. Não participa do estrato dominante nas associações onde ocorre.

Regiões fitoecológicas: Colubrina glandulosa var. reitzii ocorre, principalmente, na Floresta

Ombrófila Densa (Floresta Atlântica), na formação Submontana, onde no vale do Itajaí, em Santa Catarina é uma espécie rara (KLEIN, 1979/1980); na Floresta Estacional Semidecidual, na formação Submontana (SILVA, 1990). Esparsamente no Cerradão (DURIGAN et al., 1997); na restinga, e nos encraves vegetacionais na Região Nordeste (LIMA, 1985).

Biologia reprodutiva e fenologia

Sistema sexual: planta hermafrodita.

Vetor de polinização: principalmente diversos insetos pequenos (KUHLMANN; KUHN, 1947; MORELLATO, 1991).

Floração: de novembro a maio, em São Paulo; de dezembro a maio, no Paraná; de fevereiro a julho, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina; em março, em Minas Gerais; de abril a junho, no Rio de Janeiro e, de julho a setembro, em Pernambuco.

Frutificação: os frutos amadurecem de abril a outubro, em Santa Catarina; de maio a setembro, no Paraná; de maio a outubro, em São Paulo; de agosto a outubro, no Rio Grande do Sul; em setembro, em Minas Gerais e, de outubro a dezembro, em Pernambuco. O processo reprodutivo inicia a partir dos três anos de idade, em plantios, em solos férteis.

Dispersão de frutos e sementes: autocórica, principalmente barocórica, de maneira explosiva. Suas sementes não são dispersas por animais (KAGEYAMA et al., 1991).

Características da madeira

Massa específica aparente: a madeira do saguaraji é densa (0,80 a 1,00 g/cm3), a 15% de umidade (MELLO, 1950; PEREIRA; MAINIERI, 1957; MAINIERI, 1970).

Cor: alburno branco levemente amarelado ou branco, matizado de rosa; cerne amarelado, uniforme, quando recém-cortado, escurecendo para róseo-alaranjado com exposição ao ar.

Características gerais: superfície medianamente lisa ao tato; textura média, uniforme; grã direita. Cheiro indistinto e gosto ligeiramente adstringente.

Durabilidade: madeira resistente à deterioração e ao apodrecimento nos ambientes úmidos e alagados.

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273

Outras características

Madeira semelhante à do pau-brasil (Caesalpinia echinata).

A descrição anatômica da madeira desta espécie pode ser encontrada em Mello (1950).

Características silviculturais

O saguaraji é uma espécie heliófila, que tolera sombreamento na fase jovem; não é tolerante a baixas temperaturas, em todas as fases da vida. Geadas mais severas chegam a ocasionar danos em plantas de até 10 m de altura, mesmo na floresta. A temperatura limitante ao seu desenvolvimento inicial é - 1ºC.

Hábito: o saguaraji apresenta crescimento monopodial, com galhos finos, boa forma, e como característica marcante, desrama natural satisfatória, através da formação de tecido de abscisão. Os ramos inferiores, geralmente finos, vão secando e desprendendo-se gradualmente, nos plantios densos. Mas para se obter ganho na qualidade da madeira, recomenda-se a poda dos galhos (poda verde).

Métodos de regeneração: o saguaraji pode ser plantado a pleno sol, em plantio puro, em áreas isentas de geadas; a pleno sol, em plantio misto, associado com espécies pioneiras, como o jacatirão-açu (Miconia cinnamomifolia) e a licurana (Hieronyma alchorneoides) (SOUZA CRUZ, 1992); e em vegetação matricial arbórea, em faixas abertas na vegetação secundária e plantado em linha, em locais com ocorrência de geadas não muito severas. Esta espécie apresenta gemas dormentes na base do fuste, que em alguns casos conservam-se por até 20 anos (VASCONCELOS, 1954). Apresenta brotação após o corte, sendo o seu manejo recomendado pelo sistema de talhadia, bem como presença de brotações basais, dando um aspecto de multitroncos.

Sistemas agroflorestais: espécie recomendada para arborização de cultura perene. Nesse sistema, pode ser usado no Sul do Brasil, produzindo madeira para desdobro e poste, com rotação provável para corte de 35 a 40 anos (BAGGIO; CARVALHO, 1990). É também apta para quebra-ventos. Wandelli et al. (1998) demonstraram aptidão ecológica desta espécie para sistemas agroflorestais em áreas de pastagens degradadas no Amazonas.

O crescimento do saguaraji é moderado. A produtividade volumétrica máxima obtida em plantios foi 12,90 m3/ha.ano-1.

Ocorrência natural no Estado de São Paulo

Distribuição geográfica: o saguaraji ocorre naturalmente no Estado de São Paulo nas regiões sudeste, sudoeste, central, noroeste e litoral norte.

Produtos e utilizações

Madeira serrada e roliça: a madeira do saguaraji é usada em construção civil, em caibros, vigamentos, tabuados e construção naval; obras externas e hidráulicas, como pontes, dormentes, postes telegráficos e de rede elétrica (reto, durável e resistente); palanques de cerca (retém bem os grampos), esteios, estacas e cabos de ferramentas.

Energia: produz lenha de boa qualidade.

Celulose e papel: espécie inadequada para este uso.

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274

Outros usos

Apícola: as flores do saguaraji são melíferas, com produção de pólen (REIS et al., 1992).

Paisagístico: árvore recomendada para paisagismo e arborização de praças públicas (TOLEDO FILHO; PARENTE, 1988).

Reflorestamento para recuperação ambiental: espécie importante para recuperação de ecossistemas degradados, não podendo faltar na composição de florestas heterogêneas de preservação permanente (GARRIDO, 1981). Folhas, brotos, flores e frutos desta espécie fazem parte da dieta alimentar de Alouatta fusca (Primata, Cebidae) (HOELTGEBAUM et al.,

1999).

COPAÍBA

Nome Científico

Copaiba langsdorfii (Desf.) Kuntze

Família

Fabaceae

Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: espécie secundária tardia (DURIGAN; NOGUEIRA, 1990) a clímax (MOTTA et al., 1997) ou clímax tolerante à sombra (PINTO, 1997). Contudo, Davide; Faria (1997), a consideram como espécie clímax exigente de luz.

Características sociológicas: é frequente encontrar-se exemplares jovens de copaíba, regenerando-se à plena luz e colonizando áreas abertas e na vegetação secundária, em capoeira, em clareiras com menos de 60 m2 (COSTA; MANTOVANI, 1992). É árvore longeva.

Regiões fitoecológicas: Copaifera langsdorffii é espécie com grande plasticidade ecológica,

sendo encontrada em vários habitat, principalmente no Cerrado e Cerradão; Caatinga/Mata-Seca (FERNANDES, 1992), na Floresta Estacional Semidecidual, nas formações Aluvial, Submontana e Montana (CARVALHO et al., 1996), e na Floresta Estacional Decidual, no Vale do Rio Paranã, em Goiás (SEVILHA; SCARIOT, 2000). A espécie é também encontrada em menor frequência nos Campos Gerais e em campos rupestres ou de altitude (CARVALHO, 1992), onde sua frequência é rara a ocasional; na Campinarana, em Rondônia (LISBOA; LISBOA, 1990); na Floresta Ombrófila Densa - Floresta Atlântica, na formação Submontana (OLIVEIRA ;, 2000), e na Floresta de Tabuleiro, no norte do Espírito

Santo (RIZZINI et al., 1997); nos encraves vegetacionais no Nordeste (Fernandes, 1992), e nos últimos remanescentes de savana (cerrado) no Paraná (UHLMANN et al., 1998). Fora do Brasil, ocorre no Campo Alto Arbóreo, no Paraguai (LOPEZ et al., 1987).

Densidade: na Chapada do Araripe foram encontradas 90 árvores por hectare Campelo et al. (2000). Em levantamento fitossociológico realizado à margem do Rio do Peixe, no Estado de São Paulo, foram encontradas 95 árvores/ha junto ao rio, e cinco árvores na encosta da área, desta espécie (TOLEDO FILHO et al., 2000). SILVA et al. (1990), encontraram 20 árvores/ha, numa mata de galeria, no Distrito Federal.

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Biologia reprodutiva e fenologia

Sistema sexual: planta hermafrodita.

Sistema reprodutivo: de acordo com as estimativas dos parâmetros do sistema de reprodução, OLIVEIRA (2000) verificou que a copaíba é uma espécie de reprodução mista predominantemente alógama.

Vetor de polinização: evidencia, em vários níveis, as características de melitofilia, indicando que provavelmente haja grande participação de Apis mellifera e Trigona sp. como vetores de polinização (KUHLMANN; KUHN, 1947; CRESTANA, 1989; MORELLATO, 1991).

Floração: entre os meses de outubro a abril, em São Paulo; de novembro a março, em Minas Gerais; de dezembro a janeiro, em Goiás e no Distrito Federal; de janeiro a março, no Paraná; de março a abril, no Rio de Janeiro e de junho a julho, no Ceará e em Pernambuco. Em São Paulo, seu florescimento não é anual (CRESTANA, 1989). Na região de Alfenas, MG, cada árvore de copaíba permanece florida, em média, por dois meses (POLO; FELIPPE, 1995a).

Frutificação: os frutos amadurecem de junho a agosto, no Distrito Federal e no Espírito Santo; de julho a setembro, em Minas Gerais; de julho a setembro, no Paraná; de agosto a setembro, no Rio de Janeiro e de agosto a outubro, em São Paulo. Embora Durigan et al. (1997) relatem que o processo reprodutivo inicia entre 20 e 30 anos, a espécie apresentou, em plantios, no centro-oeste do Paraná, frutificação a partir dos cinco anos de idade.

Dispersão de frutos e sementes: zoocórica. As aves são importantes dispersores das sementes desta espécie. Motta Junior; Lombardi (1987) constataram dez espécies de aves, como o tucanuçu (Ramphastos toco, Rhamphastidae), a gralha-do-campo (Cyanocorax cristatellus, Corvidae) e a sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris) atuando como dispersores de

sementes de copaíba, engolindo o arilo e regurgitando a semente. Também, macacos, como o muriqui (Eriodes arachnoides) abrem o fruto para retirar o arilo das sementes, que muitas

vezes são engolidas e liberadas nas fezes, representando um tipo de dispersão endozoocórica (MENDONÇA FILHO, 1996) e o macaco-prego (Cebus apella nigritus) (PEDRONI ; GALETTI, 1995). PEDRONI (1995) apresenta uma lista de mamíferos e aves, como dispersores ou mesmo predadores de frutos e sementes da copaíba. É hidrocórica, devido a sua ocorrência frequente junto aos cursos de água.

Características da madeira

Massa específica aparente: a madeira da copaíba é moderadamente densa (0,64 a 0,86 g/cm3), a 15% de umidade (PEREIRA; MAINIERI, 1957; PAULA, 1981; MAINIERI; CHIMELO, 1989).

Cor: o alburno, diferenciado do cerne, é de coloração bege-clara-rosada. Cerne castanho-avermelhado-escuro, frequentemente com veios sombrios e manchas irregulares.

Características gerais: superfície lisa ao tato e lustrosa; textura média e uniforme; grã direita ou irregular. Cheiro imperceptível e gosto ligeiramente adstringente.

Durabilidade natural: madeira durável e de alta resistência ao ataque de organismos xilófagos. Contudo, estacas soterradas por 20 anos, indicam que a vida média da madeira desta espécie é inferior a 3,5 anos (ROCHA et al., 2000).

Preservação: madeira com baixa permeabilidade às soluções preservantes, quando submetida a tratamentos sob pressão.

Secagem: madeira sujeita ao empenamento e com forte tendência ao rachamento.

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Outras características: no começo da década de 90, o preço de mercado da madeira serrada em Linhares - ES valia US$ 350 por metro cúbico (JESUS et al., 1992).

Características silviculturais

A copaíba é uma espécie de caráter semi-heliófilo a heliófilo (SALGADO et al., 1997), com comportamento tolerante ao sombreamento (NAVES et al., 1994). Ela é medianamente tolerante às baixas temperaturas; tolera geadas fracas, no Estado de São Paulo (DURIGAN et al., 1997) e é sensível à temperatura de 0ºC na Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais (BUSTAMANTE, 1948).

Hábito: apresenta crescimento simpodial, com fuste principal não claramente evidenciado, com acamamento do caule, muitas bifurcações e forte ramificação lateral desde a base. Sua desrama natural é deficiente, necessitando de poda frequente e periódica de condução e dos galhos.

Métodos de regeneração: a copaíba pode ser plantada em plantio misto a pleno sol, associado com espécies pioneiras (KAGEYAMA et al., 1990), e em vegetação matricial, em faixas abertas em vegetação secundária e plantada em linhas. Brota da touça após corte, bem como de raízes.

Sistemas agroflorestais: na Bolívia é recomendado seu uso em quebra-ventos, como componente de fileiras centrais nas cortinas de três ou mais fileiras, e no enriquecimento de cortinas naturais (JOHNSON; TARIMA, 1995). Nesses casos, recomenda-se plantar de 4 a 5 m entre árvores.

O crescimento da copaíba é lento a moderado. A produtividade volumétrica máxima obtida em plantios foi 6,60 m3/ha.ano-1, aos 14 anos.

Ocorrência natural no Estado de São Paulo

Distribuição geográfica: Copaifera langsdorffii ocorre naturalmente no Estado de São Paulo

nas regiões sudeste, sudoeste, central, noroeste, litoral norte e litoral sul.

Produtos e utilizações

Madeira serrada e roliça: a madeira de copaíba é indicada em construção civil, como vigas, ripas, caibros, marcos de portas e janelas, tábuas em geral; peças torneadas, coronhas de armas, cabos de ferramentas, cabos de vassoura, implementos agrícolas, carroçarias, miolo de portas, marcenaria em geral, móveis inferiores, tabuados em geral, revestimentos, laminação, torneados, folhas para compensados; construção naval.

Energia: lenha de qualidade regular. Madeira com alto teor de lignina, muito boa para produção de álcool, coque e carvão (PAULA, 1981). Lignina e cinzas com 28,57% (WASJUTIN, 1958). A espécie tem sido tradicionalmente explorada irracionalmente como carvão vegetal na Região do Cariri, sul do Ceará (HOLANDA; BATISTA, 1997).

Celulose e papel: espécie inadequada para este uso. Comprimento das fibras de 1,105 mm (WASJUTIN, 1958).

Outros produtos

Constituintes químicos: as sementes de copaíba apresentam alto conteúdo de um polissacarídeo constituído de glucose, xilose e galactose, que é característico de

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xiloglucanos (BUCKERIDGE; DIETRICH, 1990), bem como presença de compostos fenolicos cumarínicos (POLO et al., 1988).

Óleo essencial: a copaíba fornece bálsamo ou óleo extraído por meio de incisões ou perfurações feitas em seu tronco. O óleo flui de forma tão pura que é possível ser utilizado em seu estado natural (sem refinamento), principalmente como combustível caseiro e em barcos a motor. O uso do óleo foi comprovado como combustível em motores diesel. Uma árvore de copaíba pode produzir até cinco galões de óleo em duas ou três horas ou até 50 litros de bálsamo (PAWLETT, 1980). O óleo é muito utilizado pela indústria de cosméticos, plásticos e aditivos para resina, tintas e vernizes.

Outros usos

Apícola: as flores da copaíba são melíferas, apresentando néctar e grande quantidade de pólen (KUHLMANN; KUHN, 1947; CRESTANA, 1989; BRANDÃO; FERREIRA, 1991; RAMOS et al., 1991; BASTOS et al., 1993).

Medicinal: da copaíba são usadas, em medicina popular, a resina, a casca e o óleo, na forma de chá (CORREA, 1978). A espécie tem como ação antisséptica, cicatrizante, carminativa, expectorante, diurética, laxativa, estimulante, emoliente e tônica (BARROS, 1982; TESKE; TRENTINI, 1997). Como indicações fitoterápicas podem ser citadas problemas pulmonares como tosses e bronquites, disenteria, incontinência urinária, cistite e leucorreia, para uso adulto ou pediátrico (TESKE; TRENTINI, 1997).

Como antisséptico em feridas, eczemas, na psoríase e urticária, e como cicatrizante de pequenas irritações do couro cabeludo. É importante auxiliar no tratamento da caspa e acne. O óleo é usado em infusão para curar resfriados (BRANDÃO, 1991; RODRIGUES, 1998) junto com a casca, misturado à cachaça por uma semana, no tratamento de bronquites (GAVILANES; BRANDÃO, 1992). Na zona rural, principalmente no Nordeste, o óleo de copaíba desempenha papel cicatrizante no corte do umbigo dos recém-nascidos (AMARO et al., 1997).

Paisagístico: pode ser utilizada também em arborização, principalmente arborização de rodovias (CESP, 1988; TOLEDO FILHO; PARENTE, 1988). É usada na arborização de Brasília - DF (JACINTO; IMAÑA-ENCINAS, 2000).

Reflorestamento para recuperação ambiental: apesar do crescimento lento, trata-se de espécie prioritária para reflorestamentos protetivos. A espécie é recomendada para reposição de mata ciliar em locais com inundações periódicas de média a longa duração (DURIGAN; NOGUEIRA, 1990; SALVADOR; OLIVEIRA, 1989). É também indicada para plantio em áreas com o solo permanentemente encharcado (TORRES et al., 1992).

JACARANDÁ

Nome Científico

Dalbergia brasiliensis Vogel

Família

Bignoniaceae

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Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: espécie secundária inicial.

Características sociológicas: o jacarandá é comum na vegetação secundária, em capoeiras, capoeirões, capões do campo e florestas secundárias, principalmente as localizadas em encostas úmidas.

Regiões fitoecológicas: Dalbergia brasiliensis ocorre na Floresta Ombrófila Mista Montana (Floresta com Araucária), onde ocupa o estrato codominante, sendo comum no sul do Paraná (OLIVEIRA; ROTTA, 1982; GALVÃO et al., 1989; SILVA; MARCONI, 1990); na Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica), nas formações Terras Baixas e Submontana, onde ocupa o estrato dominante e onde apresenta frequência baixa e com dispersão descontínua ao longo da faixa de distribuição (RODERJAN; KUNIYOSHI, 1988); na Floresta Decidual Baixo-Montana (TABARELLI, 1992) e na Floresta Estacional Semidecidual (GANDOLFI, 1991; MORELLATO et al., 1989).

Densidade: em área de Floresta Atlântica, no Estado de São Paulo, Nastri et al. (1992) encontraram 12 árvores por hectare.

Biologia reprodutiva e fenologia

Sistema sexual: planta hermafrodita.

Vetor de polinização: principalmente as abelhas e diversos insetos pequenos.

Floração: de novembro a janeiro, em São Paulo e, de novembro a abril, no Paraná.

Frutificação: os frutos amadurecem de abril a agosto, no Paraná e de abril a outubro, em São Paulo. O processo reprodutivo inicia aos três anos de idade, em plantios, em solos férteis.

Dispersão de frutos e sementes: anemocórica.

Características da madeira

Massa específica aparente: a madeira do jacarandá é moderadamente densa (0,60 a 0,91 g/cm3), a 15% de umidade.

Cor: alburno pouco diferenciado do cerne. Cerne amarelo-pálido a bege, mesmo em árvores velhas, ou com cerne irregularmente demarcado de cor marrom-rosada, com listras mais escuras (BURGER, 1979).

Características gerais: grã direita; textura média; superfície brilhante nas faces longitudinais; sem odor e sabor característicos.

Características silviculturais

O jacarandá é uma espécie semi-heliófila, que tolera sombreamento de intensidade baixa a média na fase jovem; tolerante a baixas temperaturas.

Hábito: geralmente apresenta tronco curto com bifurcações e brotações basais, tipo multitroncos e inclinação do fuste. Tem desrama natural deficiente, devendo sofrer podas frequentes e periódicas, principalmente poda de condução.

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Métodos de regeneração: o jacarandá pode ser plantado a pleno sol, em plantio puro, com crescimento satisfatório, mas forma inadequada; em plantio misto a pleno sol, associado com espécies pioneiras, principalmente para corrigir a forma inicial do fuste, e em vegetação matricial arbórea, em faixas abertas em vegetação secundária e plantado em linhas. O jacarandá brota da touça, após corte.

Sistemas agroflorestais: espécie recomendada para arborização de pastos.

Na Tabela 06 podem ser observadas as características de crescimento em diferentes experimentos realizados na região sul e Sudeste.

Tabela 06 - Crescimento de Dalbergia brasiliensis em experimentos no Paraná e em Minas Gerais

Local Idade

(anos)

Espaçamento

(m)

Plantas vivas

(%)

Altura média

(m)

DAP médio

(cm)

IMAV

(a)

Classe de solo

(b) Referências

Adrianópolis-PR 2 4x2,5 60,0 2,36 - - PVAd Embrapa Florestas

Campo Mourão-PR 4 2x2 100,0 2,41 3,0 - LVdf Silva; Torres, 1992

Campo Mourão-PR 8 4x2 83,3 9,29 13,0 8,00 LVdf Embrapa Florestas

Cianorte-PR 7 3x3 100,0 7,53 7,6 2,70 LVd Embrapa Florestas

Colombo-PR (c) 7 8x3 41,6 4,68 3,9 - CHa Embrapa Florestas

Dionísio-MG 6 3x2 86,0 4,20 4,8 1,80 LVAd Mendes, 1983

Foz do Iguaçu - PR 4 4x3 80,0 5,08 5,2 - LVdf Embrapa Florestas/Itaipu

Binacional

Laranjeiras do Sul-PR

1 3x2 98,0 1,23 - - LVdf Carvalho, 1987

Laranjeiras do Sul-PR

6 3x3 46,0 5,97 7,6 1,15 LVdf Embrapa

Florestas/Araupel

Legenda: (a) Incremento médio anual em volume sólido com casca (m3/ha.ano-1), calculado com valores médios de altura e DAP; (b) PVAd = ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico; LVdf = LATOSSOLO VERMELHO Distroférrico; LVd = LATOSSOLO VERMELHO Distrófico; CHa = CAMBISSOLO HÚMICO Alumínico; LVAd = LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico; (c) Abertura de faixas em capoeira alta e plantio em linha.

Fonte: Embrapa Floresta

Ocorrência Natural no Estado de São Paulo

Distribuição geográfica: o jacarandá ocorre naturalmente no Estado de São Paulo nas regiões sudeste e central.

Produtos e utilizações

Madeira serrada e roliça: por apresentar belos efeitos decorativos, a madeira do jacarandá é usada na fabricação de móveis finos, folhas faqueadas e painéis decorativos. Também é

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usada em carpintaria, marcenaria, tabuado, obras externas, esteios, vigas, mourões e cabos de ferramenta.

Energia: lenha de boa qualidade.

Celulose e papel: espécie inadequada para este uso.

Outros usos

Apícola: as flores do jacarandá são melíferas, com produção de néctar e pólen.

Artesanato: é usado em peças torneadas de vários tipos, principalmente na região de Irati, no sul do Paraná.

Paisagístico: é recomendado para arborização e paisagismo, pela beleza e perfume de suas flores.

Reflorestamento para recuperação ambiental: a espécie é recomendada para a recuperação de ecossistemas degradados e para reposição de matas ciliares para locais sem inundação.

PALMITEIRO

Nome Científico

Euterpe edulis Mart.

Família

Arecaceae

Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: espécie clímax (DURIGAN; NOGUEIRA, 1990).

Características sociológicas: o palmiteiro apresenta grande frequência e densidade mesmo nas formações secundárias. Nos locais onde a presença de água superficial é acentuada, a concentração de palmiteiros é maior. A regeneração natural da espécie é intensa, sendo caracterizada pela estratégia de banco de plântulas. Numa área de Floresta Ombrófila Densa em sucessão secundária localizada em Ibirama - SC, foram encontrados uma média de 609 indivíduos adultos/ha, sendo 131 indivíduos reprodutivos, e regeneração natural de 20.500 plantas por hectare (CONTE et al., 1999).

Regiões fitoecológicas: Euterpe edulis é espécie característica da Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica), nas formações Aluvial, Baixo-Montana, Montana e Submontana (BIGARELLA, 1978; KLEIN, 1979/1980; RODERJAN; KUNIYOSHI, 1988; SILVA, 1989; SIQUEIRA, 1994; OLIVEIRA et al., 2000), onde aparece no estrato médio como espécie dominante (REIS et al., 1992a), na Floresta de Tabuleiro, no norte do Espírito Santo (PEIXOTO et al., 1995; RIZZINI et al., 1997), e na restinga (HENRIQUES et al., 1986). Pode, também, ocorrer em outras tipologias florestais: na Floresta Estacional Semidecidual ocorre apenas em matas ciliares ou em pequenas manchas onde o lençol freático é pouco profundo, principalmente no Brasil Central, até os vales dos rios Paraná e Iguaçu (MAACK, 1968; KLEIN, 1985); na Bacia do Rio Jacuí e Uruguai, na Floresta Estacional Decidual Baixo Montana (RAMBO, 1980; REITZ et al., 1983), e na região dos Campos e do Cerrado, onde ocorre somente nas matas ciliares.

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Densidade: Reis et al. (1992a) observaram, em média, 543 indivíduos/ha, em Santa Catarina.

Biologia reprodutiva e fenologia

Sistema sexual: planta monoica.

Vetor de polinização: principalmente os insetos (MORELLATO, 1991).

Floração: de setembro a dezembro, no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, e de setembro a janeiro, no Estado de São Paulo.

Frutificação: os frutos amadurecem de abril a novembro, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul; de maio a outubro, no Paraná e, de maio a novembro, no Estado de São Paulo. O processo reprodutivo inicia ao redor dos seis anos de idade, em plantio. A frutificação é, em geral abundante, podendo uma planta em condições favoráveis, produzir 216 a 528 cachos/ha (FISCH; NOGUEIRA JUNIOR, 1997) e de 6 a 8 kg de frutos por ano, o que equivale entre 8.000 e 10.000 sementes (GUERRA et al., 1984) ou média de 5 kg (SOUZA CRUZ, 1992). Em Candelária - RS, Charão; Vaca (2000), observaram que cada indivíduo adulto, produz em média dois a três cachos por ano, cada cacho contendo de 750 até 2.000 frutos.

Dispersão de frutos e sementes: Autocórica, ocorrendo predominantemente em um raio de 5 m da planta mãe, ocasionando um acúmulo de sementes em pequenas áreas (CHARÃO; VACA, 2000). Como consequência, a regeneração natural ocorre em "manchas de alta densidade" com até 400 plântulas por m2; sendo a taxa de sobrevivência de plântulas baixa, em torno de 0,3%.

Zoocórica: vários mamíferos, entre os quais, morcegos, porcos-do-mato, serelepes; e aves: sabiás (Turdus spp.), jacus, tucanos (Família Ramphastidae), macucos, jacutingas (KUHKMANN; KUHN, 1947; REIS, 1995; ZIMMERMANN, 1999). Os dispersores, principalmente vertebrados, apresentam um papel importante, pois ao removerem a polpa que envolve a semente, podem estar aumentando a probabilidade de germinação das sementes (LOPES et al., 1998b).

Características da madeira

Não há estudos tecnológicos sobre as propriedades físicas e mecânicas do palmiteiro.

Características silviculturais

O palmiteiro é uma espécie esciófila. Não tolera insolação direta quando jovem, necessitando de sombreamento temporário de intensidade média. Espécie suscetível a geadas. Apresenta adaptação ao frio, em microclimas.

Hábito: apresenta crescimento monopodial.

Métodos de regeneração: o plantio do palmiteiro, a pleno sol, não é viável. O lento retorno financeiro é um dos principais fatores de desestímulo ao seu cultivo. A espécie é adequada para plantio de enriquecimento em vegetação secundária, podendo o sombreamento ser definitivo ou temporário. A distribuição de frutos/sementes na superfície do solo é o sistema recomendado para a implantação do palmiteiro em floresta secundária, pela sua eficiência e baixo custo.

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Contudo, plantio por mudas apresentaram índices de sobrevivência acima de 90%, quando plantados sob reflorestamento de Araucaria angustifolia e mata secundária densa

(capoeirão) e índices abaixo de 70%, quando plantados em mata secundária aberta, capoeira e capoeirinha (MOURA NETTO, 1986; YAMAZOE et al., 1990b).

Mudas de até três anos não suportam sombreamento excessivo nem sol direto. Em plantio sob mata nativa raleada nas condições do Vale do Ribeira - SP, Bovi et al. (1986, 1990), recomendam espaçamentos de 1,5 x 1 m e 1 x 1 m, para a obtenção da maior produção de palmito por área. Zelazowsky; Lopes (1993), conseguiram bons resultados plantando em faixas abertas em povoamentos densos espontâneos de leucena, em Santa Helena-PR.

Há plantios mistos bem-sucedidos com o palmiteiro, em São Paulo, sob Pinus pinaster (YAMAZOE et al., 1990a) bem como com pinus tropicais; sob canafístula (Peltophorum dubium) em Engenheiro Beltrão, centro-oeste do Paraná, com grevílea (Grevillea robusta) em Jussara - PR (EMBRAPA, 1986) e com Eucalyptus sp., em Santa Catarina (SOUZA

CRUZ, 1992).

Segundo Macedo et al. (1975), com o manejo sustentado, numa mesma área, pode-se anualmente proceder-se a uma semeadura de palmiteiros proporcionando no local um povoamento dissetâneo. O palmiteiro é uma planta não estolonífera, não rebrota da base, como o açaí (Euterpe oleraceae). A coleta de cada palmito implica necessariamente na

morte da planta.

Sistemas agroflorestais: espécie usada em sistema silviagrícola, com espécies perenes, como cafeeiro (Coffea arabica) no norte do Paraná, Erythrina fusca no sul da Bahia, plantada no espaçamento 15 x 15 m, e com o cacau (Theobroma cacao). Segundo Mageste

et al. (2000), o sistema onde o cacaueiro é circundado pelo palmiteiro (plantado a 4 m da cova de cacau), apresenta excelente produtividade para o cacau, após seis anos de implantação.

No entanto, as árvores do palmiteiro precisam ser podadas, retirando-se os rebentos que se direcionam para o lado do cacau, para evitar o abafamento por estes. Plantios do palmiteiro associado com bananeiras, plantadas a um espaçamento de 2 x 2 m, não surtiram bons resultados, pois as bananeiras fazem apenas sombreamento temporário e a pequena altura do bananal retarda o crescimento do palmital.

Não obstante, Maixner; Ferreira (1976), propõem a transformação de bananais antieconômicos, utilizando-se a bananeira como sombreamento inicial, em palmitais viçosos. A introdução do palmiteiro em sistemas agroflorestais em Lavras - MG, deve ser realizada preferencialmente em consórcio com plantios homogêneos de Pinus caribaea var. hondurensis Barr. Et Golf. (TSUKAMOTO FILHO, 1999).

Crescimento e produção

Os poucos dados disponíveis sobre o crescimento do palmiteiro indicam um incremento anual máximo em altura de até 0,75 m e médio de 0,45 m. Demora aproximadamente de oito a doze anos para alcançar tamanho comercial no Brasil, e de dez a quinze anos, no Paraguai (LOPEZ et al., 1987). Posteriormente, o palmital permite cortes a cada três ou quatro anos, para possibilitar a regeneração natural da espécie.

A produtividade dos palmitais nativos é variável, estando muito relacionada ao tipo e estágio da floresta. Numa Floresta Ombrófila Densa Montana (Blumenau - SC) estimou-se o volume de palmiteiro disponível em 160 m3/ha com área basal de 1,3 m2/ha. No entanto, já foram encontradas florestas com área basal de até 3,5 m2/ha de palmiteiro (REIS et al., 1989).

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Nesta mesma floresta, para se alcançar uma produção sustentada, com um ciclo de corte previsto para seis anos, estimativas indicam que a espécie é capaz de produzir até 102 kg de produto comercial (palmito) por hectare (REIS et al., 1992), sendo o diâmetro limite de corte de 9 cm (REIS et al., 1988). Numa outra floresta em Ibirama – SC, considerando que a permanência de 50 árvores reprodutivas/ha garante a manutenção da estrutura genética e demográfica da espécie, com a exploração dos indivíduos acima de 8,3 cm, Conte et al. (1999) obtiveram um rendimento estimado de 152 kg de palmito/ha.

Por meio de análise de regressão, Conte et al. (1999), obtiveram um modelo de incremento em DAP (ICADAP = 0,078289DAP - 0,004736DAP2, para uma área manejada em Ibirama - SC, sendo considerado como limite de corte 8,3 cm. Em áreas que denotam que as influências antrópicas, outrora, deixaram sequelas, Mello; Ferreira (1998) sugerem para esses fragmentos florestais priorizar a manutenção do banco de plântulas, e a conservação ao invés do manejo sustentado.

Para Fantini (2000), a programação linear mostra-se uma eficiente ferramenta para otimizar sistemas de manejo do palmiteiro, permitindo simular qualquer cenário de manejo, e estimar o impacto da variação e da interação de parâmetros biológicos, econômicos, e mesmo legais sobre o resultado da atividade. Aspectos relativos à regeneração artificial são pouco conhecidos e também pouco divulgados.

Ocorrência Natural no Estado de São Paulo

Distribuição geográfica: Euterpe edulis ocorre naturalmente no Estado de São Paulo nas

regiões sudeste, sudoeste, central, litoral norte e litoral sul.

Produtos e utilizações

Madeira serrada e roliça: o palmiteiro não produz madeira para desdobro. O estipe serve como madeira, sendo esta usada principalmente na construção civil, em taipas, paióis, ranchos, tulhas; como caibro, ripa e mourões. Para estes fins, a tradição popular recomenda, enfaticamente, a utilização de estipes de árvores abatidas na lua minguante.

Celulose e papel: espécie adequada para produção de celulose.

Ração: suas folhas são usadas em cobertura, servem para ração animal e as sementes podem ser utilizadas em ração ou adubo.

Outros usos

Alimentação humana: embora diversas palmeiras forneçam o palmito comestível, apenas duas espécies dominam o mercardo: Euterpe. edulis e E. oleracea, nativa da Região Norte,

que responde, hoje, por cerca de 90% da produção brasileira. O valor comercial do palmiteiro consiste, principalmente, na utilização do palmito no preparo de conservas, produto alimentício com larga aceitação no mercado nacional e internacional.

O palmito, parte comestível, é a parte compreendida entre o ápice da palmeira e o lugar de inserção da inflorescência, correspondendo a 50% do broto (MATTOS; MATTOS, 1976). Também são usadas as bainhas, principalmente as mais internas (em pastas, sopas e molhos), e os botões florais (em doces e para enfeitar e dar gosto a saladas finas).

Apícola: as flores do palmiteiro são melíferas, produzindo pólen abundante (REIS et al., 1992; STEINBACH; LONGO, 1992).

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Artesanato: as folhas são usadas em artesanato para a confecção de cadeiras de palha.

Paisagístico: apresenta grande potencial ornamental, ainda pouco explorado.

Reflorestamento para recuperação ambiental: em virtude da copiosa produção de frutos e da forte atração que exerce sobre a fauna (aves, roedores e mamíferos), o palmiteiro atrai e mantém polinizadores, dispersores e predadores de sementes, sendo importante para a fixação de animais e para a dispersão das espécies da floresta. A espécie é recomendada para mata ciliar, em locais com inundações de média a longa duração (SALVADOR, 1987).

O palmiteiro também é indicado para plantio em áreas com o solo permanentemente encharcado (TORRES et al., 1992). Estudando a estrutura de populações desta espécie em áreas com diferentes graus de impactação na Floresta da Tijuca - RJ, Marcos; Matos (2000), assinalaram a presença do palmiteiro nas áreas mais impactadas, mostrando que a população estudada se encontra em fase de recuperação já que está conseguindo se regenerar e estabelecer. Esses autores concluem que a provável presença desta espécie em áreas degradadas não esteja relacionada com a cobertura de dossel, mas com a quantidade de serapilheira que ajuda a manter a umidade do solo.

PAU D’ALHO

Nome Científico

Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms

Família

Phytolaccaceae

Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: a posição do pau-d’alho nos grupos ecológicos é discutida por vários autores: espécie pioneira (RODRIGUES, 1996), secundária inicial (JESUS, 1997) a secundária tardia (PIÑA-RODRIGUES et al., 1997).

Características sociológicas: o pau-d’alho é comum na vegetação secundária, em terrenos abertos, sendo particularmente frequente na planície aluvial e início de encostas situadas em solos férteis e mesmo em baixadas úmidas. Rebrota tanto que se torna invasora na floresta secundária. É árvore longeva.

Regiões fitoecológicas: Gallesia integrifolia é espécie característica da Floresta Estacional

Semidecidual, na formação Submontana, onde ocupa o estrato emergente da floresta (MAACK, 1968). No norte do Paraná, o pau-d'alho com a peroba-rosa (Aspidosperma polyneuron) eram as espécies responsáveis pela fisionomia da floresta (KLEIN, 1985). A espécie é também encontrada na Floresta Estacional Semidecidual Aluvial (LEITÃO FILHO, 1995a) e Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica), na formação Baixo-Montana (SOARES; ASCOLY, 1970; GUIMARÃES et al., 1988). Na Região Nordeste, ocorre nos encraves vegetacionais (FERNANDES, 1992), nas serras cristalinas e serras sedimentares (FERNANDES, 1990), onde ocupa o segundo estrato arbóreo. Em Minas Gerais, é observada no domínio da Caatinga (BRANDÃO; GAVILANES, 1994). Fora do Brasil, é encontrada na Bolívia, no Bosque Húmido e Bosque Montano Estacional (KILLEAN et al., 1993).

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Densidade: no Estado de São Paulo, podiam ser encontrados até 20 exemplares desta espécie por hectare (NOGUEIRA, 1977).

Biologia reprodutiva e fenologia

Sistema sexual: planta hermafrodita.

Vetor de polinização: principalmente as abelhas e diversos insetos pequenos (MORELLATTO, 1991).

Floração: de janeiro a junho, em São Paulo; em abril, na Bahia; de abril a junho, no Paraná e, de maio a julho, em Minas Gerais.

Frutificação: os frutos amadurecem de maio a setembro, no Paraná; de junho a outubro, em São Paulo; de agosto a setembro, no Espírito Santo; em setembro, em Minas Gerais e, em outubro, em Mato Grosso do Sul. O pau-d'alho não produz sementes todos os anos. Há árvores estéreis que não florescem nem frutificam (HERINGER, 1947). O processo reprodutivo inicia entre dez e 20 anos de idade, em plantios.

Dispersão de frutos e sementes: anemocoria, pelo vento.

Características da madeira

Massa específica aparente: a madeira do pau-d’alho é moderadamente densa (0,58 a 0,66 g/cm3), a 15% de umidade (MAINIERI; CHIMELO, 1989).

Cor: alburno pouco diferenciado, levemente mais claro do que o cerne. Cerne branco, levemente amarelado.

Características gerais: superfície ligeiramente áspera ao tato e com brilho refletindo irregularmente; textura média a grossa; grã irregular. Cheiro e gosto imperceptíveis na madeira seca, mas, com cheiro característico de alho na madeira verde.

Durabilidade natural: baixa resistência ao ataque de organismos xilófagos, quando exposta às intempéries.

Preservação: madeira bastante permeável às soluções preservantes quando submetida a tratamentos sob pressão.

Outras características

O odor de alho é perdido quando a madeira seca. Apresenta estrutura laminada, com tecido esponjoso alternando com o lenhoso.

As toras devem ser serradas logo após o corte, pois são suscetíveis ao ataque de fungos e carunchos, apodrecendo rapidamente.

Características silviculturais

O pau-d’alho é uma espécie heliófila; não tolera baixas temperaturas.

Hábito: apresenta crescimento monopodial e com galhos finos, quando jovem. A desrama natural é boa, mas deve sofrer desrama artificial periódica (poda dos galhos) quando apresenta cicatrização regular.

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Métodos de regeneração: o pau-d'alho pode ser plantado a pleno sol, em plantio puro, onde apresenta comportamento satisfatório, ou em plantio misto, associado com espécies pioneiras ou no tutoramento de espécies secundárias e clímax (KAGEYAMA et al., 1990). Brota da touça, após corte.

Sistemas agroflorestais: espécie recomendada para sistemas silvipastoris, como árvore de sombra para o gado, pois os insetos não gostam de seu cheiro.

Na Tabela 07 podem ser observadas as características de crescimento em diferentes experimentos realizados na região sul.

Tabela 07 - Crescimento de Gallesia integrifolia em experimentos, no Paraná e no Estado de São Paulo

Local Idade (anos)

Espaçamento (m)

Plantas vivas (%)

Altura média

(m)

DAP médio

(cm)

IMAV (a)

Classe de solo

(b) Referências

Campo Mourão-PR 5 3x3 35,4 3,44 6,7 LVdf Silva; Torres, 1992

Cosmópolis-SP 20 - - 15,00 25,8 - LVdf Nogueira, 1977

Dois Vizinhos-PR 10 3x2 100,0 13,39 13,3 15,50 LVdf Silva; Torres, 1992

Ilha Solteira-SP 1 3x3 - 3,46 - - LVd Santarelli, 1990

Mandaguari-PR 1 2x1,5 94,4 1,86 - - LVdf Zelazowski, 1986

Mandaguari-PR 4 2x1,5 77,0 4,11 5,5 - LVdf IAP (c)

Legenda: (a) Incremento médio anual em volume sólido com casca (m3/ha.ano-1), calculado com valores médios de altura e DAP; (b) LVdf = LATOSSOLO VERMELHO Distroférrico; LVd = LATOSSOLO VERMELHO Distrófico; (c) Dados fornecidos pelo Instituto Ambiental do Paraná - IAP.

Fonte: EMBRAPA Florestas

Ocorrência natural no Estado de São Paulo

Distribuição geográfica: ocorre naturalmente no Estado de São Paulo nas regiões sudeste, sudoeste, central e noroeste.

Produtos e utilizações

Madeira serrada e roliça: a madeira de pau-d´alho é de uso restrito, devido às camadas de tecido conjuntivo que não permitem um acabamento uniforme (MAINIERI ; CHIMELO, 1989). Tem aplicação generalizada em construções rústicas (galpões e paióis), na construção civil, em casas de madeira, caixotaria, barcos, forro e revestimento; caixas de concreto, tábuas e sarrafos, construção temporária, embalagens leves, cangas para bois e artefatos semelhantes. A madeira desta espécie tinha pequeno uso até a bem pouco tempo, mas atualmente é largamente empregada em substituição ao pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia).

Energia: produz lenha de qualidade regular, queimando com dificuldade.

Celulose e papel: espécie adequada para este uso (PAULA; ALVES, 1997), principalmente se usada a madeira recém-cortada (WASJUTIN, 1958).

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Outros Produtos

Constituintes químicos: presença pequena de cumarina na casca e no lenho (SAKITA; VALLILO, 1990).

Sabão: as cinzas, ricas em potassa cáustica, são usadas no fabrico de sabão doméstico, de coloração preta (BRAGA, 1976).

Outros Usos

Alimentação animal: a forragem do pau-d’alho apresenta 12,76% de proteína bruta na primavera, atingindo até 22,45% no verão e 1,4 a 2,8% de tanino (LEME et al., 1994).

Medicinal: a casca do pau-d’alho é rica em glândulas produtoras de essência aliácea (CORREA, 1952). O chá das folhas é usado no combate à gripe (CAMPELO; RAMALHO, 1989). As folhas, na forma de cataplasma, são indicadas no tratamento de tumor da próstata, para resolver abcessos e aliviar dores reumáticas (RODRIGUES, 1996). Na medicina popular, o decoto das raízes, cascas e folhas, é empregado em banhos contra reumatismo e no tratamento de úlceras (CAMPELO; RAMALHO, 1989), sendo também vermífugo (LOPES, 1986). O decoto das folhas é indicado como antiblenorrágico de efeito rápido e certo, vermífugo, anti-hemorrágico e antidartroso (BALBACH, 1992).

Paisagístico: recomendada para arborização de parques, praças e jardins (CESP, 1988; TOLEDO FILHO; PARENTE, 1988; LORENZI, 1992).

Reflorestamento para recuperação ambiental: a casca do pau-d'alho é apreciada por certos roedores, como a paca (Cuniculus paca). A espécie é, também, indicada para plantio em

áreas com o solo permanentemente encharcado (TORRES et al., 1992) e para recuperação de mata ciliar (SALVADOR ; OLIVEIRA, 1989). O pau-d´alho se destaca ainda pelo grande potencial aos reflorestamentos protetivos, pela facilidade de produção de mudas e crescimento rápido. Esta espécie tem-se mostrado relativamente tolerante à chuva ácida (pH = 3,0), entretanto é sensível ao flúor (TINÔCO et al., 2000).

MUTAMBO

Nome Científico

Guazuma ulmifolia Lamarck

Família

Sterculiaceae

Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: espécie pioneira (ROZZA, 1997), secundária inicial (FERRETTI et al., 1995) ou clímax exigente em luz (PINTO, 1997).

Características sociológicas: espécie característica das formações secundárias e capoeiras abertas. Cresce em lugares abertos, margens de arroios e rios, florestas exploradas e ambientes alterados. Por isso, tem sido classificada como espécie invasora e indesejável. É rara na floresta primária. Sua dispersão é ampla, mas irregular e descontínua. Árvore

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comum nas orlas de cerradão e mesmo no Pantanal ou à margem de pequenos cursos d’água.

Regiões fitoecológicas: Guazuma ulmifolia é encontrada de forma natural, principalmente, na Floresta Estacional Decidual (Floresta Tropical Caducifólia), na subformação Submontana, em Goiás e em Minas Gerais (CARVALHO et al., 1999; NASCIMENTO et al., 2004); Floresta Estacional Semidecidual (Floresta Tropical Subcaducifólia), nas formações Submontana e Montana, no Distrito Federal, em Minas Gerais, na Paraíba (AGRA et al., 2004), no Estado de São Paulo (VIEIRA et al., 1989; OLIVEIRA-FILHO et al., 1994; VILELA et al., 1994; IVANAUSKAS et al., 1999; CARVALHO et al., 2000; MORAIS et al., 2000;

RODRIGUES, 2001); Floresta Ombrófila Densa (Floresta Tropical Pluvial Atlântica), nas subformações das Terras Baixas, Submontana e Montana, no Ceará (CAVALCANTE, 2001), em Pernambuco (TAVARES, 1995b; NASCIMENTO, 1998) e no Estado do Rio de Janeiro (SILVA ; NASCIMENTO, 2001); Vegetação com Influência Marinha (Restinga), na Paraíba (BARROSO et al., 1993); Contato Floresta Estacional Semidecidual / Floresta Ombrófila Mista, no sul de Minas Gerais; Floresta Ombrófila Densa (Floresta Tropical Pluvial Amazônica) de Várzea, no Amazonas (AYRES, 1995); Savana ou Cerrado latu sensu, em

Minas Gerais (GAVILANES et al., 1996) e no Estado de São Paulo (BERTONI et al., 2001); Savana Florestada ou Cerradão, na Bahia (MENDONÇA et al., 2000) e no Estado de São Paulo (DURIGAN et al., 1999); Bioma Caatinga; Savana-Estépica ou Caatinga, em Minas Gerais (BRANDÃO; GAVILANES, 1994); Pantanal Mato-Grossense (POTT; POTT, 1994); Ambiente fluvial ou ripário, no Distrito Federal (PROENÇA et al., 2001), em Goiás (SILVA JÚNIOR et al., 1998), em Mato Grosso (GUARIM NETO et al., 1996) e em Minas Gerais (VILELA et al., 1995; BRANDÃO et al., 1996; GOMIDE, 2004; MEYER et al., 2004); Brejo de altitude ou floresta serrana, no Ceará (MARTINS et al., 1981), na Paraíba (AGRA et al., 2004; BARBOSA et al., 2004) e em Pernambuco (MOURA; SAMPAIO, 1997); Campo rupestre, em Minas Gerais (GAVILANES et al., 1996); Contato Floresta Ombrófila Densa (Floresta Amazônica) / Savana ou Cerrado, em Mato Grosso (FELFILI et al., 1998); Ecótono Savana / Restinga, na Paraíba (OLIVEIRAFILHO; CARVALHO, 1993).

Densidade: em inventários realizados em diversos locais, especialmente em São Paulo, foram registrados de 1 a 37 indivíduos por hectare (CARVALHO et al., 1999; NASCIMENTO et al., 2004).

Biologia reprodutiva e fenologia

Sistema sexual: espécie monóica.

Vetor de polinização: essencialmente abelhas (DEUS et al., 1993; MORELLATO, 1991) e diversos insetos pequenos (KUHLMANN; KUHN, 1947).

Floração: acontece de fevereiro a outubro, em Mato Grosso do Sul; de setembro a dezembro, no Estado de São Paulo e em Minas Gerais (BRANDÃO; GAVILANES, 1990; BRINA, 1998); de novembro e abril em Pernambuco e de janeiro a agosto, no Amazonas.

Frutificação: os frutos amadurecem de junho a novembro, em Minas Gerais (BRINA, 1998), de julho agosto, no Ceará e no Paraná, e de agosto a outubro, no Estado de São Paulo, e de outubro a novembro, na Paraíba (BARROSO et al., 1993). Entretanto permanecem na árvore por mais algum tempo. É frequente observar flores, frutos imaturos e frutos maduros na mesma árvore. O processo reprodutivo inicia em média por volta de 5 anos de idade.

Dispersão de frutos e sementes: essencialmente zoocórica (BRINA, 1998), principalmente aves e peixes; também são dispersas por mamíferos, incluindo-se o gado e, possivelmente cavalos e outros animais (LOPEZ et al., 1987).

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Características da madeira

Massa específica aparente: a madeira de mutambo é moderadamente densa (0,50 g.cm3 a 0,68 g.cm3) (LOPEZ et al., 1987; BENITEZ RAMOS; MONTESINOS LAGOS, 1988).

Cor: madeira branco-amarelada a bege-rosada, com algumas linhas mais escuras, com ligeira diferença entre alburno e cerne; o alburno é marrom-claro e o cerne é marrom-rosado. Características gerais: odor e sabor ligeiramente característicos; grã entrecruzada; textura fina a mediana; brilho mediano, com veteado suave.

Durabilidade natural: madeira muito susceptível ao ataque de cupins e das térmites de madeira seca e pouco durável. Contudo, é de boa durabilidade quando protegida da chuva e da umidade.

Preservação: é moderadamente difícil de preservar pelos sistemas de banho quente-frio e de vácuo. Sua penetração é aceitável.

Secagem: de rapidez moderada na secagem ao ar livre, apresentando ligeiros defeitos; dimensionamento estável. Na secagem convencional, recomendam-se programas moderados.

Trabalhabilidade: fácil de ser serrada e de ser trabalhada com máquinas de carpintaria. Apresenta um bom acabamento.

Outras características: apresenta consistência do olmo americano (Ulmus pumila).

Apresenta anéis de crescimento bem definidos (BENITEZ RAMOS; MONTESINOS LAGOS, 1988).

Características silviculturais

A mutambo é uma espécie heliófila, que cresce rapidamente quando não tem competição; não tolera baixas temperaturas.

Hábito: apresenta crescimento monopodial com galhos finos, sem desrama natural.

Métodos de regeneração: por sua autoecologia, a mutambo é apta para ser utilizada em plantios homogêneos em pleno sol; nesse sistema, na América Central, verificou-se que aos 12 meses já ocorria fechamento de copas, em espaçamento 2 x 2 m. A mutambo também pode ser plantada em plantio misto, com espécies secundárias. Apresenta brota vigorosa da touça.

Sistemas agroflorestais: um dos maiores usos potenciais para essa espécie é em consórcios agrosilvopastoris (CENTRO, 1986). Em Porto Rico, a mutambo é utilizada para arborização de pastos. O gado vacum e cabalar comem os frutos novos e a folhagem, especialmente em períodos de seca. O fruto alimenta cerdos. Na Bolívia, a mutambo é recomendada para cortinas de uma só fileira e para fileiras laterais das cortinas quebra-ventos naturais (JOHNSON; TARIMA, 1995).

Na Tabela 08 podem ser observadas as características de crescimento em diferentes experimentos realizados na região sul e sudeste.

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Tabela 08 - Crescimento de Guazuma ulmifolia em experimentos no Paraná e no Estado de São Paulo

Local Idade (anos)

Espaçamento (m)

Plantas vivas (%)

Altura média

(m)

DAP médio (cm)

Classe de solo

(a) Referências

Ilha Solteira-SP 1 -- 100,0 4,77 6,4 -- Santarelli (1991)

Rolândia-PR 5 5x5 100,0 9,13 19,6 LVdf Embrapa Florestas / Fazenda

Bimini

Rolândia-PR 8 3x2,5 100,0 11,86 20,3 LVdf Embrapa Florestas / Fazenda

Bimini

Santa Helena-PR 8 4x3 100,7 13,77 19,9 LVef Embrapa Florestas / Itaipu

Binacional

Legenda: (a) LVdf = LATOSSOLO Vermelho Distroférrico; LVef = LATOSSOLO Vermelho Eutroférrico.

Fonte: Embrapa Florestas.

Ocorrência natural no Estado de São Paulo

Distribuição geográfica: Guazuma ulmifolia ocorre naturalmente no Estado de São Paulo nas

regiões sudeste, sudoeste, central, noroeste e litoral norte.

Produtos e utilizações

Madeira serrada e roliça: a madeira de mutambo pode ser empregada de várias maneiras, como em obras internas, carpintaria em geral, forro para interiores, marcenaria, caixotaria, saltos para sapatos, caixão de defunto e em laminado; em tanoaria - confecção de tonéis (BERG, 1986), em coronhas de armas, cabos de ferramenta, postes e violinos. Em Porto Rico, é usada principalmente para postes.

Celulose e papel: serve para pasta celulósica, produzindo até 44 % de celulose.

Energia: espécie com possibilidades para plantios energéticos, sendo considerado um excelente combustível, principalmente para lenha. A lenha é fácil de secar e de rachar, resiste à podridão, com boa produção de brasas, calor e pouco humo (CENTRO, 1986). Apresenta poder calorífico de 18.400 kJ/kg, com um teor de cinzas de 0,98 %. O lenho produz ótimo carvão, que pode ser transformado em pólvora de excelente qualidade.

Outros produtos

Constituintes fitoquímicos: foram encontrados alcalóides isoquinólicos, saponinas triterpênicas, taninos e amidos.

Fibras: a casca dessa planta produz líber fibroso resistente, de elevada qualidade e de largo emprego na cordoaria e na a fabricação de tecidos.

Óleo: os frutos, embora não sejam oleaginosos, são usados no nordeste do Brasil para preparação de um óleo para cabelo, reputado excelente para impedir sua queda, o “óleo-de-mutambo”, obtido por fervura dos frutos em óleo comestível ao qual se junta, posteriormente, uma essência perfumada.

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Substâncias tanantes: a casca é tanífera.

Outros usos

Medicinal: as folhas e as raízes da mutambo são empregadas na medicina caseira em todas as regiões onde esta planta é encontrada, com base na tradição popular, mas sua eficácia e segurança não foram, ainda, comprovadas cientificamente (LORENZI; MATOS, 2002). Contudo, é amplo o emprego desta planta nas práticas caseiras da medicina popular e como fornecedora de mucilagem de modo artesanal.

No México, esta planta tem uma longa história de uso indígena, sendo o chá da casca empregado para facilitar o parto, para aliviar as dores gastrintestinais, para tratar asma, febre, diarreia e disenteria (GUÁZUMA, 2001). Na medicina tradicional do Peru, o chá de sua casca e folhas é empregado no tratamento de doenças renais e hepáticas e para disenteria. Na Guatemala, é usada principalmente para o tratamento de problemas gastrintestinais, o que já foi clinicamente provado num estudo conduzido em 1990. A ação farmacológica compreende as propriedades adstringente, depurativa, cicatrizante, antisséptica, diaforética, antissifilítica, desobstruente do fígado e sudorífica (TESKE; TRENTINI, 1997).

Paisagístico: a mutambo pode ser usada, com sucesso, na arborização de ruas, avenidas, parques e jardins, por apresentar boa ramificação e bela copa, que proporcionam bom sombreamento (BRAGA, 1960; LORENZI, 1992). Em Mato Grosso, essa espécie é usada na arborização de ruas (BERG, 1986; GUARIM NETO, 1986).

Plantios em recuperação e restauração ambiental: os frutos da mutambo são muito apreciados por macacos e outros animais; por essa qualidade e pelo rápido crescimento, é planta de grande importância para os programas de recuperação de áreas degradadas e indispensável nos plantios heterogêneos destinados à recomposição de áreas de preservação permanente.

Essa espécie pode ser utilizada em programas de conservação de solos em terrenos com pendente forte. É recomendada, também, para revegetação natural de voçorocas (FARIAS et al., 1993).

ALECRIM

Nome Científico

Holocalyx balansae Micheli; Mém. Soc. Phys. Hist. Nat. Genéve 28 (7): 41, 1883.

Família

Caesalpiniaceae

Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: espécie clímax (FERRETTI et al., 1995).

Características sociológicas: o alecrim é espécie característica do interior da floresta primária, não sendo comum na vegetação secundária. É árvore longeva.

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Regiões fitoecológicas: Holocalyx balansae é encontrada naturalmente na Floresta Estacional Semidecidual (KLEIN,1985), na formação Submontana (CARVALHO et al., 1996), onde ocupa o estrato dominante (RODERJAN, 1990); na Floresta Estacional Decidual (RAMBO, 1980), ocupando o estrato intermediário, e nas florestas de galeria no Brasil Central (SILVA JÚNIOR et al., 1998).

Densidade: numa área inventariada da Floresta Estacional Semidecidual, o alecrim representou 6,14% da distribuição das essências de maior valor econômico, no Parque Nacional do Iguaçu, no Brasil (PARANÁ, 1968) e valores entre duas a seis exemplares por hectare, na Selva Misionera, em Misiones, Argentina (MARTINEZ-CROVETTO, 1963). Em levantamento fitossociológico realizado à margem do Rio do Peixe, no Estado de São Paulo, foram encontradas nove árvores desta espécie, na encosta da área (TOLEDO FILHO et al., 2000).

Biologia reprodutiva e fenologia

Sistema sexual: planta hermafrodita.

Vetor de polinização: principalmente as abelhas e diversos insetos pequenos.

Floração: de maio a outubro, em São Paulo; em setembro, no Paraná; de setembro a outubro, no Rio Grande do Sul; de setembro a dezembro, no Rio de Janeiro, e em outubro, em Minas Gerais.

Frutificação: os frutos amadurecem de setembro a janeiro, em São Paulo; de novembro a janeiro, em Minas Gerais; de janeiro a junho, no Rio de Janeiro; de março a abril, no Rio Grande do Sul e, de abril a maio, no Paraná. O processo reprodutivo inicia por volta dos quinze anos de idade, em plantios.

Dispersão de frutos e sementes: zoocórica, morcegos entre outros e ornitocórica, principalmente o periquito baitaca.

Características da madeira

Massa específica aparente: a madeira do alecrim é densa (0,90 a 1,06 g/cm3), a 15% de umidade (Mainieri, 1970; Stillner, 1980).

Massa específica básica: 0,69 g/cm3.

Cor: alburno branco-amarelado claro. Cerne róseo-avermelhado, com tons amarelados ou pardo-amarelado a castanho, com numerosas estrias mais escuras, arroxeadas.

Características gerais: superfície lisa ao tato, brilho pouco acentuado; textura fina; grã direita ou irregular. Cheiro e gosto indistintos.

Durabilidade natural: alburno pouco durável, apesar de resistente; cerne com extraordinária resistência e durabilidade.

Outras características: presença de saliências e depressões na base do tronco, o que lhe confere perdas por ocasião do desdobro. O alecrim apresenta cerne reduzido e alburno abundante, por apresentar tronco irregular. Às vezes, constata-se falso cerne (coloração anormal no alburno).

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Características silviculturais

O alecrim é uma espécie esciófila (ORTEGA, 1995), necessitando sombreamento de intensidade média na fase juvenil; esta espécie é tolerante a baixas temperaturas.

Hábito: irregular; sem dominância apical, com acamamento do caule e tronco curto. Não apresenta desrama natural. Necessita de podas periódicas de condução e dos galhos.

Métodos de regeneração: o plantio puro do alecrim, a pleno sol, deve ser evitado, em função de sua exigência lumínica. Plantado em Dois Vizinhos – PR (Tabela 09), a espécie apresentou melhor desempenho sob plantio misto do que em plantio puro. O alecrim pode ser plantado em plantio misto, com espécies pioneiras para favorecer a forma, ou em vegetação matricial arbórea, em aixas abertas, na vegetação secundária e plantado em linhas. Não brota da touça, após corte.

Tabela 09 - Crescimento de Jacaranda micrantha em experimentos no Paraná e no Estado de São Paulo

Local Idade (anos)

Espaçamento (m)

PlantasVivas Altura Média

(m)

DAP Médio (cm)

Classe de Solo

Fonte

Foz do Iguaçu - PR

9 4x4 93,7 3,28 4,4 LATOSSOLO VERMELHO Distroférrico

Embrapa Florestas /

Itaipu Binacional

Ilha Solteira - SP

1 3x3 - 1,59 - LATOSSOLO VERMELHO

Distrófico

Santarelli, 1990

Santa Helena - PR

9 4x3 86,6 5,04 6,8 LATOSSOLO VERMELHO Eutroférrico

Embrapa Florestas /

Itaipu Binacional

Sistemas agroflorestais: o alecrim não deve ser utilizado como árvore de sombra para o gado, por ser espécie tóxica (BAGGIO; CARPANEZZI, 1988). A ingestão de folhas na proporção de 6g/kg de animal, apresentou quantidade de cianeto letal para bovinos (ROCHA; SILVA, 1940).

Ocorrência natural no Estado de São Paulo

Distribuição geográfica: Holocalyx balansae ocorre naturalmente no Estado de São Paulo nas regiões sudeste, sudoeste, central e noroeste.

Produtos e utilizações

Madeira serrada e roliça: a madeira do alecrim pode ser usada em marcenaria de luxo, tacos de bilhar, bengalas, construção pesada, tabuado, vigamento, caibros, dormentes, eixos, esquadrias, estacas, forro, móveis, mourões, postes, ripas, cabos de ferramenta e peças torneadas.

Energia: produz lenha e carvão de boa qualidade, queimando até verde; lignina e cinzas de 24,35% (WASJUTIN, 1958).

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Celulose e papel: espécie inadequada para este uso; comprimento das fibras de 0,74 mm (WASJUTIN, 1958).

Outros usos

Artesanato: os índios da tribo Xavante, do Mato Grosso e os índios da tribo Guarani, do Paraguai, fazem tacapes e pontas de flechas do cerne do alecrim (SOARES, 1990).

Medicinal: as sementes são tidas como tóxicas. As folhas, talos foliáceos e sementes encerram glucósidos cianogênicos, que podem ser tóxicos ou medicamentosos, de acordo com a sua dose. Usa-se em forma de banhos para combater o reumatismo. O chá serve para tosse e afecções das vias respiratórias. Afina o sangue e pode baixar a pressão (FRANCO, 1997).

Paisagístico: é espécie largamente utilizada na arborização de parques, praças e ruas (Toledo FILHO et al., 1988; LORENZI, 1992). Sua copa é compacta e mantém-se sempre verde, assumindo formato arredondado, mais desenvolvida quando isolada. O diâmetro médio da copa atinge 6 m (CESP, 1988). O alecrim é usada em arborização urbana, a exemplo de Botucatu - SP (SOUSA et al., 1990) e de Campinas - SP.

Reflorestamento para recuperação ambiental: o fruto, cuja polpa madura é suculenta, adocicada e um tanto ácida, serve de alimento para vários animais silvestres, como veado, anta e o periquito maitaca, que também são seus principais dispersores. O alecrim é também, recomendado para reposição de mata ciliar em locais sem inundação (SALVADOR, 1987; SALVADOR; OLIVEIRA, 1989; DURIGAN; NOGUEIRA, 1990) e para plantio em margem de represa com piscicultura (1973).

BRACATINGA

Nome Científico

Mimosa scabrella Bentham; Hook. Journ. Bot. 4:387, 1842.

Família

Mimosaceae

Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: espécie pioneira.

Características sociológicas: a bracatinga destaca-se por colonizar terrenos nus, via sementes. Muito comum na vegetação secundária, principalmente em capoeira e capoeirões e na floresta secundária, às vezes formando associações puras, conhecidas por bracatingais, formações secundárias que exprimem a capacidade invasora da espécie, após ação antrópica. Só em toda a Região Metropolitana de Curitiba – PR, a superfície ocupada por bracatingais é estimada em 60 mil hectares (BAGGIO et al., 1995). Embora sejam escassos os levantamentos botânicos realizados nos bracatingais (KLEIN, 1962, CARVALHO, 1981; PATON, 1984; BAGGIO et al., 1986 e 1995), ocorrem cerca de 100 espécies lenhosas. A bracatinga é uma árvore de baixa longevidade, alcançando até 25 anos. Árvores plantadas em Colombo – PR, com 20 anos de idade, apresentavam 25% de sobrevivência. Contudo, as sobreviventes apresentavam sinais de decrepitude.

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Regiões fitoecológicas: Mimosa scabrella é espécie característica do planalto sul-brasileiro e exclusiva da vegetação secundária da Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária), nas formações Montana e Alto-Montana. Nos pinheirais primários não-pertubados, a bracatinga é pouco abundante.

Biologia reprodutiva e fenologia

Sistema sexual: planta hermafrodita.

Sistema reprodutivo: espécie preferencialmente alógama ou de fecundação cruzada (FONSECA, 1982).

Vetor de polinização: principalmente as abelhas dos gêneros Apis e Trigona (CATHARINO et al., 1982).

Floração: o aparecimento dos botões florais da bracatinga dá-se em março e o florescimento de junho a setembro, no Paraná e em Santa Catarina; em julho, em São Paulo, de julho a outubro, no Rio Grande do Sul, e em menor intensidade, até janeiro (BACKES; NARDINO, 1998).

Frutificação: os frutos amadurecem de novembro a fevereiro, no Rio Grande do Sul e em São Paulo; em dezembro, em Minas Gerais, e de dezembro a março, no Paraná e em Santa Catarina. A floração e a frutificação iniciam a partir de dois anos em plantios.

Dispersão de frutos e sementes: autocórica, principalmente barocórica, por gravidade. As sementes desta espécie são encontradas no banco de sementes do solo, onde forma banco de sementes permanente (CARNEIRO et al., 1982; CARPANEZZI et al., 1997). Carpanezzi (1997) verificou que algumas sementes permaneceram viáveis no solo por ao menos 54 meses. Entretanto, a queimada de resíduos de exploração, no início de cada rotação do sistema agroflorestal tradicional de cultivo, causa exaurimento ou redução muito acentuada do banco de sementes, por morte ou por indução da germinação (CARPANEZZI et al., 1997).

Características da madeira

Densidade básica: 0,51 a 0,61 g/cm3 (SILVA et al., 1982; STURION; SILVA, 1989). A variedade vermelha apresenta densidade superior à variedade branca (STURION; SILVA, 1989).

Massa específica aparente: a madeira da bracatinga é moderadamente densa (0,65 a 0,81 g/cm3), entre 12 a 15% de umidade (MATTOS; MATTOS, 1980; JANKOWSKY et al., 1990; PAULA; ALVES, 1997), em povoamentos adultos.

Cor: alburno ligeiramente mais claro do que o cerne. Cerne bege-rosado, um tanto irregular, com nuanças mais escuras.

Características gerais: superfície ligeiramente áspera ao tato e com brilho pouco acentuado; textura grosseira; grã direita. Cheiro e gosto imperceptíveis. A madeira seca, quando recém-cortada, exala um odor semelhante ao do alho.

Durabilidade natural: em condições adversas, é considerada de durabilidade natural muito baixa.

Preservação: madeira permeável a moderadamente permeável às soluções preservantes, em tratamento sob pressão.

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Secagem: a madeira da bracatinga fica sujeita a contrações e expansões, se não for secada de modo adequado.

Trabalhabilidade: quanto ao corte, é considerada, como uma espécie de comportamento comum.

Outras características: a anatomia da madeira desta espécie, em seus aspectos gerais, macroscópicos e microscópicos, pode ser encontrada em Paraná (1979); Marchiori (1980) e em Mainieri; Chimelo (1989).

Características silviculturais

A bracatinga é uma espécie essencialmente heliófila (INOUE; GALVÃO, 1986). Ela não é, generalizadamente, tolerante às geadas. Em bracatingais com menos de um ano, após geadas severas, constatam-se plantas totalmente ou parcialmente queimadas inclusive plantas não afetadas. No Sul do Brasil, plantios feitos por mudas após março são afetados por geadas precoces. Há também o fenômeno, "canela-de-geada", muito conhecido na cultura do café, que ocorre na base do caule, em terrenos de acúmulo de ar frio (Embrapa, 1988). Para evitar danos por geadas severas no primeiro ano, os plantios devem ser feitos na primavera.

Hábito: reto e sem ramificação lateral em regeneração natural, e irregular, com ramificação pesada em regeneração artificial. Sob plantio denso, apresenta desrama natural. Contudo, em plantios, apresenta-se bifurcada e com ramificação lateral pesada.

Espaçamento: recomenda-se espaçamento mínimo de 1m2 e máximo de 3 m2 por planta, para fins energéticos ou para revegetação. No estágio inicial, a bracatinga é mais sensível à competição com outras espécies invasoras, que a competição intra-específica, mesmo acentuada. Por isso, desaconselha-se espaçamentos iniciais amplos como 3 m x 3 m.

Métodos de regeneração: a indução da germinação do banco de sementes pelo fogo, para implantar povoamentos de regeneração natural, adotada nos municípios próximos a Curitiba - PR, originou-se no início do século e ocupa, hoje, uma área estimada de 50.000 ha (EMBRAPA, 1988). O cultivo agrícola associado é feito também na implantação por semeadura direta no campo, método muito usado. No primeiro ano da regeneração natural, é fundamental controlar plantas invasoras e diminuir a densidade de plantas de bracatinga. Tonon (1998), sugere deixar quatro mil plantas/ha como densidade inicial para novos povoamentos. Há indícios de que a bracatinga responde favoravelmente ao preparo convencional do terreno, por aração e gradagem. Sem dúvidas, mudas podem ser plantadas, também, em terrenos não preparados, entre os resíduos queimados da vegetação anterior (EMBRAPA, 1988). A bracatinga pode ser usada no tutoramento de espécies secundárias-clímaces. Geralmente não rebrota da cepa após corte ou fogo ou apresenta rebrota rara no estágio jovem.

Sistemas agroflorestais: um dos sistemas agroflorestais mais tradicionais no Sul do Brasil, é o cultivo da bracatinga associada a culturas agrícolas no ano de implantação (BAGGIO et al., 1986; EMBRAPA, 1988a; LAURENT et al., 1990; BAGGIO et al., 1992; BAGGIO, 1994; CARPANEZZI, 1994). Este sistema agroflorestal tradicional de cultivo é praticado há cerca de 90 anos nos arredores de Curitiba - PR (HOEHNE, 1930; MARTINS, 1944). Em Biguaçu, no litoral de Santa Catarina, há cerca de 40 anos, a bracatinga participa de um sistema agroflorestal com mandioca (EMBRAPA, 1988a). No sistema agroflorestal da bracatinga, a queima dos resíduos após a exploração é uma prática tradicional que objetiva limpar o terreno e facilitar a regeneração da floresta. No entanto, a queima implica na eliminação de subprodutos aproveitáveis, deterioração dos sítios e contaminação ambiental. Baggio ;

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Carpanezzi (1995) estudando cinco bracatingais da Região Metropolitana de Curitiba - PR, logo após a exploração por corte raso, estimaram a quantidade média de resíduos em 9,8 t/ha de lenha remanescente (peças com diâmetro superior a 3,0 cm, incluindo tocos), 15,1 t/ha de galhos e 15,9 t/ha de serapilheira. Outro aspecto importante que atualmente está sendo estudado é a exportação de nutrientes pela lenha da bracatinga; esta representa ao menos 10,3% da renda bruta obtida por sua produção (BAGGIO; CARPANEZZI, 1997). Segundo esses autores, a reposição dos fertilizantes é considerada, hoje, inviável do ponto de vista econômico; há necessidade de introduzir mudanças profundas nas práticas do sistema, no sentido de permitir equilibrar o balanço de nutrientes. A espécie é usada para sombra de cafezais na Guatemala, desde 1940 (STANDLEY; STEYERMARK, 1946); na Costa Rica, desde 1983 (PICADO, 1985; CENTRO-... , 1990) e no México, desde 1984 (Sampieri, 1988; Angel Musálem, 1995), com comportamento satisfatório. No Sul do Brasil, principalmente nos campos, é também utilizada como proteção contra ventos (SOUZA CRUZ, 1992). É usada também em cercas vivas.

Ocorrência natural no Estado de São Paulo

Distribuição geográfica: Mimosa scabrella ocorre naturalmente no Estado de São Paulo na região sudeste.

Produtos e utilizações

Madeira serrada e roliça: a madeira de bracatinga pode ser usada, principalmente, em vigamentos, escoras em construção civil, partes não aparentes de móveis, em caixotaria, embalagens leves; compensados, laminados e aglomerados. O sub-bosque dos bracatingais tradicionais tem potencial para produzir madeira para cabos de ferramentas e utensílios domésticos, além de peças para artesanato e marcenaria em geral (BAGGIO; CARPANEZZI, 1998).

Energia: a madeira de bracatinga proporciona uma lenha muito boa e um carvão de excelente qualidade. Há diferenças entre as variedades branca e vermelha; a lenha da bracatinga-vermelha é melhor e o carvão da bracatinga-branca é também melhor. Poder calorífico da madeira de 4.569 a 4.830 Kcal/kg (SILVA et al., 1982); teor de lignina de 25,8 a 28,0%; carvão com rendimento de 32,6 a 35,0%; carbono fixo de 83,2 a 84,9; poder calorífico do carvão de 7.239 a 7.554 Kcal/kg. A secagem da madeira de bracatinga, destinada à lenha, propicia um ganho substancial em termos de produção energética, decorrente da perda de umidade (STURION; TOMASELLI, 1990). A secagem por quatro meses, pode reduzir a área de corte em aproximadamente 60%, o que representa uma grande contribuição para a preservação das florestas. Em Curitiba - PR, e arredores, o cultivo da bracatinga para produção de lenha remonta à primeira década deste século (MARTINS, 1944). Atualmente, com poucas modificações, ele estende-se por cerca de 60.000 ha na Região Metropolitana de Curitiba, tendo importantes papéis econômico, social e ambiental (CARPANEZZI; CARPANEZZI, 1992).

Celulose e papel: espécie adequada para celulose, no processo sulfato branqueado, destinada a papéis de escrita e impressão que não requerem alta resistência física (BARRICHELO; BRITO, 1982). Deve ser considerada como uma fonte alternativa de fibras curtas em regiões onde o plantio do eucalipto apresenta fatores limitantes (BARRICHELO; FOELKEL, 1975). Comprimento da fibra de 0,84 a 1,17 mm e lignina e cinza de 28,27% (WASJUTIN, 1958).

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Outros produtos

Goma: das sementes da bracatinga, se obtêm açúcares e um novo composto, o trigalactosil pinitol e um alto teor de galactomanana, o que possibilita sua aplicação racional na melhoria da qualidade de produtos industrializados, como alimentos, fármacos, cosméticos, explosivos e outros (GANTER, 1991; BUCKERIDGE et al. , 1995).

Substâncias tanantes: a bracatinga apresenta tanino na casca, em quantidades variáveis, desde baixa a alta concentração (KÖRBES, 1995).

Outros usos

Alimentação animal: a forragem de bracatinga apresenta 13 a 22% de proteína bruta e 8% de tanino (MATTOS; MATTOS, 1980; LEME et al., 1994). Sua qualidade como forragem não é alta, sendo de baixa digestibilidade. Contudo, as folhas são consumidas por animais domésticos e particularmente valiosas nos períodos frios, quando os pastos secam. O uso intensivo da bracatinga como espécie forrageira tem como restrição a ausência de rebrota.

Apícola: importante espécie apícola, fornecendo néctar e pólen no inverno e produzindo mel rico em glicose, com cristalização muito rápida (BARROS, 1960; EMBRAPA, 1988; PIRANI ; CORTOPASSI-LAURINO, 1993). A concentração média de açúcar do néctar, encontrada por Pegoraro (1988), para a espécie, foi 24,16% e a produção média do mel de 119 kg/ha. A bracatinga é uma boa opção para a produção de pólen, já que seu mel é de cor escura e de difícil comercialização, atualmente.

Medicinal: os índios de várias etnias do Paraná e de Santa Catarina, usam a casca do caule da bracatinga para combater coceiras (MARQUESINI, 1995).

Paisagístico: a árvore é bastante ornamental, principalmente quando há presença de flores. Pode ser empregada, com sucesso, no paisagismo, principalmente na arborização de ruas estreitas (LORENZI, 1992). Como restrição, apresenta baixa longevidade.

Reflorestamento para recuperação ambiental: como espécie facilitadora, a bracatinga, por regeneração natural ou sendo plantada, recobre rapidamente terrenos queimados, inibindo a vegetação herbáceo-arbustiva e criando condições de microclima favoráveis para espécies tolerante ao sombreamento (CARPANEZZI, 1997). Esta espécie é empregada há anos, por grandes empresas, na revegetação de terrenos profundamente alterados, em regiões frias, com efeitos comprovadamente benéficos sobre o solo. Ela é recomendada para a conservação de solos e na recuperação e reabilitação de solos degradados, tais como: solos com superfícies alteradas pela terraplenagem, solos modificados pela exploração do xisto betuminoso (POGGIANI; MONTEIRO, 1990) e pela exploração da bauxita, solos erodidos e área de empréstimo, às margens de reservatório de hidroelétrica, já que, através da deposição de biomassa e de nutrientes, fertiliza o solo. Chega a depositar até 8.490 kg de matéria orgânica seca, 253 kg de nitrogênio e 15 kg/ha.ano de potássio (CARPANEZZI et al., 1984). Em solo alterado pela exploração do xisto betuminoso, o povoamento de bracatinga depositou sob o solo 6.300 kg/ha.ano de folhedo, enquanto no de eucalipto foi de apenas 3.000 hg/ha.ano-1 (CHIARANDA et al., 1983). Segundo Carpanezzi (1997) a deposição anual de folhedo total nos arredores de Curitiba – PR, situou-se entre 4.800 kg/há e 7.2000 kg/ha. Contudo, nos três exemplos citados, as quantidades depositadas variam muito com a idade. Testada no Departamento de Eldorado, na Argentina, ela apresentou aos quatro anos de idade um rendimento de 364 t/há de peso de material seco (VOLKART et al., 1998). O reflorestamento com bracatinga é eficiente para a reocupação do solo por microorganismos e vegetação autóctones, que constituem elos importantes de cadeias

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biológicas (MASCHIO et al., 1992). A espécie é recomendada para reposição de mata ciliar em locais com ausência de inundação e encharcamento (FERREIRA, 1983).

AROEIRA VERDADEIRA

Nome Científico

Myracrodruon urundeuva Freire Allemão; Trab. Comm. Sc. Expl. Secç. Bot. 1:3, 1862.

Família

Anacardiceae

Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: espécie secundária inicial (MOTTA et al., 1997) a secundária tardia (KAGEYAMA et al., 1990), ou clímax exigente de luz (PINTO, 1997).

Características sociológicas: a aroeira-verdadeira é comum tornar-se bastante freqüente na vegetação secundária por rebrota, com grande quantidade de plantas de todas as idades, formando, por vezes, bosques quase puros (GUARIM NETO, 1986). Esta espécie invade pastagens, onde sobrevive ao fogo. É árvore longeva.

Regiões fitoecológicas: Myracrodruon urundeuva possui ampla distribuição, ocorrendo em várias regiões fitoecológicas: na Floresta Estacional Semidecidual Submontana (CARVALHO et al., 1996); na Floresta Estacional Decidual, no oeste da Bahia (SILVA et al., 1983), na formação Submontana, no baixo Paranaíba, em Minas Gerais (CARVALHO et al., 1999), e na formação das Terras Baixas e Submontana, em Mato Grosso do Sul (POTT et al., 2000); no Cerradão, onde é freqüente, surgindo nos afloramentos calcários; na Caatinga/Mata-Seca (LIRA et al., 1987; FERNANDES, 1992; BRANDÃO; GAVILANES, 1994; LIMA; LIMA, 1998); no Chaco Sul-Mato-Grossense e, no Pantanal Mato-Grossense (CONCEIÇÃO; PAULA, 1986). A espécie também tem sido observada nos bosques de galeria (IMAÑA-ENCINAS ; PAULA, 1994) e na flora de áreas erodidas de calcário bambuí, no sudoeste da Bahia (LIMA, 1977). Fora do Brasil, ocorre na Selva Tucumano-Boliviana e na Região Chaquenha, onde forma uma parte do estrato superior do bosque alto (LOPEZ et al., 1987).

Densidade: numa área de Caatinga, na Bahia, foram encontrados 115 indivíduos/ha (LIMA; LIMA, 1998), e na Bacia do Rio Piranhas, na Paraíba, entre duas a onze árvores/ha e no Rio Grande do Norte, entre duas a três árvores (TAVARES et al., 1975). Sá (1998), em inventário florestal de Pernambuco, encontrou entre onze a 48 árvores/ha desta espécie, na formação florestal do sertão, e entre 19 a 99 árvores/ha, no agreste.

Biologia reprodutiva e fenologia

Sistema sexual: planta dióica (SANTIN; LEITÃO FILHO, 1991) ou monóica.

Sistema reprodutivo: planta de fecundação cruzada (NOGUEIRA et al., 1982).

Vetor de polinização: principalmente as abelhas e diversos insetos pequenos.

Floração: ampla e variável: em janeiro, em Pernambuco; de março a abril, no Ceará; de maio a julho, em Minas Gerais; de junho a agosto, em São Paulo; de julho a agosto, no

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Distrito Federal; de agosto a setembro, no Mato Grosso do Sul e em outubro, no Rio Grande do Norte.

Frutificação: os frutos amadurecem de janeiro a fevereiro, em Minas Gerais; de junho a agosto, em Pernambuco e no Maranhão; de agosto a setembro, no Piauí; de agosto a novembro, em São Paulo; em setembro, no Ceará; de setembro a outubro, na Bahia, no Distrito Federal, em Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul. Quando plantada, o processo reprodutivo tem início aos três anos de idade nas condições de Petrolina - PE com 67% das árvores apresentando flores e frutos (LIMA, 1982). Já em Selvíria - MS, o florescimento se iniciou aos três anos e meio de idade, sendo encontradas flores em 34,7% das plantas, com maior floração nas plantas com florescimento masculino (MORAES et al., 1992), e em São Paulo, entre oito e quinze anos (SIQUEIRA; FIGLIOLIA, 1998).

Dispersão de frutos e sementes: anemocórica, pelo vento.

Características da madeira

Massa específica aparente: a madeira da aroeira-verdadeira é muito densa (1,00 a 1,21 g/cm3), a 15% de umidade (MAINIERI; CHIMELO, 1989).

Massa específica básica: 0,60 a 0,65 g/cm3 (SILVA et al., 1983).

Cor: alburno branco ou levemente rosado. Cerne bege-rosado ou castanho-claro, quando recém-cortado, escurecendo para castanho-escuro ou castanho-avermelhado-escuro, quando velha, chegando ao negro.

Características gerais: superfície um tanto lustrosa e lisa ao tato; textura média e uniforme; grã irregular. Cheiro e gosto imperceptíveis.

Durabilidade natural: cerne durável, imputrescível, sendo considerada a madeira mais resistente do Brasil. É tida, na prática, como madeira de alta resistência ao apodrecimento, pelo teor de tanino e ao ataque de cupins de madeira seca. Segundo dito popular no interior de Goiás, "dura a vida toda, mais cem anos" (RIBEIRO, 1989). Entretanto, o alburno é facilmente atacado por insetos.

Preservação: apresenta permeabilidade extremamente baixa às soluções preservantes.

Trabalhabilidade: apresenta fácil polimento.

Outras Características:·A madeira é furada por larva de besouro, mas não se laminada verde. A descrição anatômica da madeira desta espécie é encontrada em Paula (1982); Mainieri; Chimelo (1989) e em Flörsheim; Tomazello Filho, 1994. Propriedades físicas e mecânicas da madeira desta espécie, podem ser encontradas em Mainieri; Chimelo (1989).

Características silviculturais

A aroeira-verdadeira é uma espécie heliófila; medianamente tolerante às baixas temperaturas. Mudas afetadas por geadas apresentam boa recuperação, devido à presença do tecido de reserva do sistema radicial.

Hábito: geralmente apresenta forma péssima em plantio, com fuste curto, crescimento simpodial, não formando fuste principal, e com muitas ramificações mesmo sob espaçamento apertado. Bifurca-se a cerca de 2 a 3 m do solo, não adquirindo forma vertical e tornando-se muito esgalhada. Não forma fuste principal em plantio sem intervenção artificial, tendo necessidade de desbrota e desrama para a formação de fuste. Apresenta cicatrização ruim.

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Métodos de regeneração: o plantio da aroeira-verdadeira, a pleno sol, não é compatível com sua auto-ecologia. Recomenda-se plantio misto, associado com espécie pioneira de crescimento rápido, como Trema micrantha, para forçar melhoria em sua forma. Em São Paulo, a aroeira apresentou melhor desempenho quando plantada em consórcio com Anadenanthera macrocarpa, espécie secundária inicial (KAGEYAMA et al., 1990). Em Assis - SP, houve diferença estatística em altura, em favor do plantio misto comparado ao puro (GARRIDO, 1981; GARRIDO et al., 1990). Garrido et al. (1997) consorciaram a aroeira com Pinus caribaea var. caribaea, concluindo que o consórcio foi, de forma geral, benéfico ao desenvolvimento da aroeira em altura. Os mesmos autores recomendam o plantio da aroeira um ano após o de Pinus, na proporção de 20 a 40% de aroeira no espaçamento de 3 por 2 m. Tarsitano et al. (1994) estudaram o custo de implantação de aroeira em sete sistemas de plantio. Os resultados encontrados indicaram que os custos de um sistema de plantio estão diretamente relacionados, com a quantidade de mudas e espécies envolvidas. Assim, o sistema aroeira, candiúba (Trema micrantha) e palmeira-jerivá (Arecastrum romanzoffianum) foi aquele que apresentou o maior custo de implantação, cerca de US$

2.500.00/ha e o de aroeira e eucalipto o menor custo, aproximadamente US$ 950.00/ha. Brota da touça, após corte, podendo ser manejada pela talhadia simples. Também apresenta rebrota da raiz (POTT; POTT, 1994).

Sistemas agroflorestais: espécie tradicionalmente deixada em pastagens, para fornecer sombra ao gado. Na Bolívia é recomendado seu uso em quebra-ventos, como componente das fileiras centrais das cortinas de três fileiras ou para o enriquecimento de cortinas naturais (Johnson ; Tarima, 1995). É mais recomendável combinar com outras espécies na fileira central. Nas cortinas, plantar de 4 a 5 m entre as árvores.

Ocorrência natural no Estado de São Paulo

Distribuição geográfica: Myracrodruon urundeuva ocorre naturalmente no Estado de São

Paulo nas regiões central e noroeste.

Produtos e utilizações

Madeira serrada e roliça: a madeira de aroeira-verdadeira é indicada para construções externas, como vigamentos de pontes, pinguelas, postes, esteios, curral e dormentes; em construção civil, como vigas, caibros, ripas, tacos para assoalhos; móveis torneados e peças torneadas; rodas, moenda e pisos. É a madeira preferida para cercas no interior do Brasil, seja como mourão, esticador, batente, estaca, palanque ou balancim e obras de entalhe. Dormentes comuns de aroeira apresentam uma duração média de 25 anos (HERINGER; FERREIRA, 1973). Aborígenes brasileiros fabricavam suas lanças com o cerne da aroeira (CORREA, 1975). Na região oriental do Ceará, na zona sertaneja, onde devido à escassez de água existem muitos poços (cisternas ou cacimbões), usam-se degraus de aroeira-verdadeira fixos, desde a borda até o fundo do poço, à guisa de escada. Esses degraus podem ficar submersos e também para medir o volume ou nível da água. No leito dos rios temporários, durante a seca, os ribeirinhos cavam cacimbas na areia e usam caixotes vazados feitos de aroeira-verdadeira, à guisa de manilha, para evitar o desbarrancamento das paredes arenosas.

Energia: madeira para carvão e lenha de boa qualidade (PAULA, 1982), mas a lenha não queima bem (POTT; POTT, 1994). Poder calorífico da madeira de 4.582 Kcal/kg (SILVA et al., 1983). Também, indicada para a produção de álcool (PAULA, 1982). Na região oriental do Ceará, na zona sertaneja, os oleiros ou loiceiros utilizam a madeira desta espécie como

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combustível nas caeiras (fornos), porque segundo eles, é uma lenha de queima lenta, mas de alto poder calorífico e as peças de barro não racham e nem se quebram durante a queima.

Celulose e papel: espécie inadequada para este uso.

Outros produtos

Resina: a casca da aroeira-verdadeira fornece resina por lesão. Sabão: na região oriental do Ceará, na zona sertaneja, as pessoas de baixa renda extraem a diquadra (espécie de xarope das cinzas da aroeira-verdadeira) para fazer sabão caseiro. Substâncias tanantes: a casca contém até 17% de tanino, usado no curtimento de couros (LOPEZ et al., 1987). Espécie tradicionalmente utilizada para extração do tanino, na Chapada do Araripe, sul do Ceará (PINHEIRO, 1997).

Outros usos

Alimentação animal: as folhas desta espécie são usadas como forragem na Região Nordeste, principalmente na época da seca.

Apícola: suas flores produzem pólen e apresentam interesse para a apicultura. Na Chapada do Araripe, no sul do Ceará, é considerada uma das espécies apícolas mais importantes (BATISTA et al., 1997).

Medicinal: a casca, folha e raiz da aroeira-verdadeira são usadas tradicionalmente na medicina caseira, em forma de chá e de infusão, como balsâmica e hemostática. A casca é balsâmica e tônica, também utilizada no tratamento das doenças respiratórias e urinárias, nas hemoptises, hemorragias, metrorragias (CAMPELO, 1988), diarréia e para aplicar em feridas rebeldes e quando fervida, em forma de emplastro e aplicada em pano com suporte de tala de bambu, pode substituir o gesso em caso de fratura óssea (POTT; POTT, 1994). Outros usos são mencionados, como no combate à inflamação de garganta, para curar gastrite e como regulador menstrual. O uso da aroeira tem comprovado efeito antiinflamatório e cicatrizante, em casos de úlceras e alergia. Como é rica em tanino, a aroeira tem propriedade adstringente, daí seu efeito de contrair, fechar e cicatrizar (MATOS, 1982; BERG; SILVA, 1986).

Paisagístico: recomendada como árvore ornamental para arborização de ruas e praças, por fornecer boa sombra (GUARIM NETO, 1986; LORENZI, 1992). É utilizada na arborização de Brasília - DF (JACINTO; IMAÑA-ENCINAS, 2000).

Reflorestamento para recuperação ambiental: espécie recomendada para solos compactos, consorciada com gramíneas (SILVA, 1978) e para matas ciliares (SALVADOR, 1987). Os frutos são comidos por periquitos e papagaios (POTT; POTT, 1994). Em Piracicaba - SP, esta espécie apresentou maior consumo médio de água no decorrer da primavera, reduzindo-o no verão e outono aos níveis mais baixos do ano (MELLO, 1961).

CANELA SASSAFRÁS

Nome Científico

Ocotea odorifera

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Família

Lauraceae

Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: espécie secundária tardia (DURIGAN; NOGUEIRA, 1990) ou clímax tolerante a sombra.

Características sociológicas: observa-se regeneração natural satisfatória da canela-sassafrás em vários estratos, na floresta primária. Na floresta primária explorada, encontram-se plantas jovens poupadas da extração ou brotações de tocos ou raízes. Não se constata regeneração na vegetação secundária. A dispersão é irregular e descontínua, chegando, em determinadas áreas, a constituir densos povoamentos. Em outras áreas, é rara e até inexistente.

Regiões fitoecológicas: Ocotea odorifera ocorre, principalmente, na Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica), nas formações Baixo-Montana, Submontana, Montana e Alto-Montana (KLEIN, 1979;1980; GUIMARÃES et al., 1988) e na Floresta de Tabuleiro, no norte do Espírito Santo (Rizzini et al., 1997), onde ocupa o estrato intermediário e na Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária). Ela também é encontrada, em menor número, na Floresta Estacional Semidecidual, nas formações Aluvial e Montana; na Floresta Estacional Decidual, e nos campos rupestres ou de altitudes da Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais (MAGALHÃES, 1956).

Densidade: em levantamento fitossociológico realizado à margem do Rio do Peixe, no Estado de São Paulo, foram encontradas 18 árvores/ha desta espécie (TOLEDO FILHO et al., 2000).

Biologia reprodutiva e fenologia

Sistema sexual: planta hermafrodita.

Vetor de polinização: principalmente as abelhas e diversos insetos pequenos.

Floração: de agosto a setembro, em São Paulo; de agosto a dezembro, em Minas Gerais; de outubro a dezembro, no Rio Grande do Sul; de dezembro a fevereiro, em Santa Catarina e de dezembro a abril, no Paraná.

Frutificação: os frutos amadurecem de maio a junho, em Minas Gerais; de maio a novembro, em São Paulo; de junho a setembro, no Paraná e em Santa Catarina e de junho a dezembro, no Rio Grande do Sul. Sua frutificação entre anos é irregular; raramente é abundante, pois no longo período de maturação dos frutos, estes caem precocemente. Sanchotene (1985) relata que em algumas regiões do Paraná e de Santa Catarina, houve dificuldade se observar a floração e a frutificação desta espécie por três anos; fato este possivelmente devido a fenômenos meteorológicos causados pela neve de 1975. Observou-se, em alguns locais no Paraná e em Santa Catarina, que sementes coletadas em 1992 estavam vazias. A floração e a frutificação iniciam aos 20 anos de idade, em plantios. Contudo em plantios experimentais em Campo Mourão, centro-oeste do Paraná, em solo de boa fertilidade química, iniciou a frutificação, onze anos após o plantio.

Dispersão de frutos e sementes: zoocórica, principalmente aves, macacos e roedores.

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Características da madeira

Massa específica aparente: a madeira da canela-sassafrás é moderadamente densa (0,70 a 0,80 g/cm3), a 15% de umidade (PEREIRA; MAINIERI, 1957; MAINIERI; CHIMELO, 1989).

Massa específica básica: 0,531 a 0,65 g/cm3 (JANKOWSKY et al., 1990; PAULA; ALVES, 1997). Cor: alburno e cerne muito variáveis, do pardo-claro-amarelado ao castanho-claro ou escuro, chegando a quase negro; são freqüentes veios longitudinais ou sombras mais escuras.

Características gerais: superfície lustrosa, brilhante e lisa; textura média e uniforme; grã direita, eventualmente diagonal. Cheiro forte, agradável e característico, e gosto levemente picante.

Durabilidade natural: madeira muito durável na água. Contudo, sob condições favoráveis ao apodrecimento, apresenta durabilidade natural reduzida, com resistência baixa ao ataque de organismos xilófagos.

Preservação: madeira com baixa permeabilidade às soluções preservantes, quando submetida a tratamentos sob pressão.

Secagem: apesar de sua densidade e retratibilidade média, a secagem da madeira é lenta, em virtude da presença de óleos essenciais.

Trabalhabilidade: fácil. Aceita bem o verniz.

Outras características: descrição anatômica, bem como propriedades físicas e mecânicas da madeira desta espécie podem ser encontradas em MAINIERI; CHIMELO (1989).

Características silviculturais

A canela-sassafrás é uma espécie esciófila, que exige sombreamento de baixa a média intensidade quando jovem. Ela é medianamente tolerante a baixas temperaturas, nos primeiros cinco anos de implantação, sofrendo intensamente com temperaturas negativas.

Hábito: apresenta crescimento monopodial, com os galhos distribuídos, na fase jovem em pseudo-verticilos, e inseridos em ângulos de 90 graus. A desrama natural é deficiente, necessitando-se da desrama artificial, principalmente poda dos galhos.

Métodos de regeneração: as tentativas de plantio puro a pleno sol de canela-sassafrás não tiveram êxito. Todavia, em plantio misto a pleno sol, em solo fértil, a espécie mostra crescimento, forma e sobrevivência satisfatórias. Recomenda-se plantio em em linhas ou em grupos vegetação matricial em faixas abertas em capoeirões e matas semidevastadas (CARVALHO, 1983). Há exemplo bem-sucedido sob povoamentos de Pinus de região temperada em Santa Catarina (EMBRAPA, 1988). Brota nos tocos e nas raízes, após corte.

Ocorrência natural no Estado de São Paulo

Distribuição geográfica: Ocotea odorífera ocorre naturalmente no Estado de São Paulo nas regiões sudeste, central, litoral norte e litoral sul.

Produtos e utilizações

Madeira serrada e roliça: a madeira de canela-sassafrás é indicada para fabricação de móveis, marcenaria, em construção civil, como vigas, caibros, ripas, tacos e tábuas para

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assoalho, portas trabalhadas, venezianas, painéis, paredes divisórias, rodapés, molduras, embalagens, caixotaria, miolo de portas, esquadrias, caixilhos, embarcações; produção de folhas faqueadas decorativas e acabamento interno. Madeira muito apreciada para tanoaria.

Energia: lenha de qualidade aceitável.

Celulose e papel: espécie inadequada para este uso.

Outros produtos

Constituintes químicos: foram detectados óleo volátil contendo safrol, pireno, felandreno e eugenol; taninos, mucilagens e resinas (TESKE; TRENTINI, 1997).

Óleo essencial: foi no ano de 1940, que o industrial Otto Grimm iniciou na localidade de Ribeirão do Tigre, Município de Rio do Sul – SC, em escala industrial, a produção de uma essência obtida por destilação a vapor dos troncos de árvores, denominadas naquela localidade de canela-sassafrás (GEMBALLA, 1955). Desde esta data a madeira da canela-sassafrás foi largamente empregada para obtenção de óleo essencial, mediante destilação não só do tronco como das raízes, casca e folhas. Este óleo possui entre os seus constituintes, o safrol, com largo emprego na perfumaria, medicina, como combustível nas naves espaciais e outros setores industriais. No Brasil, o safrol só é encontrado na Região Sul e no sul de Minas Gerais. O teor de óleo essencial no sul de Minas encontra-se em torno de 0,65% (TEIXEIRA; BARROS, 1992) e o encontrado em Santa Catarina é de 1%. Nas outras regiões, a espécie apresenta, sob o ponto de vista químico, variedades fisiológicas, gerando óleo essencial contendo metil-eugenol (MORS et al., 1959; GOTTLIEB et al., 1962; RIZZINI; MORS, 1976) bem como a presença de cânfora em algumas amostras de folhas e ausências em outras (TEIXEIRA; BARROS, 1992). Neste caso, ela é utilizada somente como madeira. O safrol é utilizado na produção de substâncias sudoríferas, anti-reumáticas, anti-sifilíticas e diuréticas. É também empregado, como repelente contra mosquitos. O safrol brasileiro é substituto do óleo sassafrás norte-americano, extraído de Sassafras albidum, descoberto pelos espanhóis, na Flórida em 1538, quando os índios da América já prezavam muito suas virtudes medicinais (TESKE; TRENTINI, 1997). O Brasil já foi o maior produtor mundial de safrol, que era extraído da canela-sassafrás, principalmente em Santa Catarina. Em 1991, o Institituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - Ibama, proibiu o corte e a exploração de plantas nativas, como a canela-sassafrás. A partir desta data, o Brasil tornou-se importador de safrol. Por tudo isso, passou-se a estudar uma outra espécie para a obtenção do safrol; Piper hispidinervium, conhecida por pimenta longa, uma

planta aromática produtora de safrol de ocorrência Amazônica, vislumbra-se como espécie altamente promissora.

Outros usos

Alimentação animal: a forragem da canela-sassafrás apresenta 13% a 15,5% de proteína bruta e 6% a 7,3% de tanino (LEME et al., 1994).

Artesanato: no Paraná e em Santa Catarina, a utilização da canela-sassafrás é muito difundida na confecção de peças artesanais, principalmente de garrafas e barricas para armazenamento de aguardente de cana-de-açúcar, para a qual transfere o seu odor e gosto característico, tornando-a agradável e procurada pelos apreciadores dessa bebida.

Medicinal: as cascas e as flores da canela-sassafrás apresentam ação estimulante, sudorífera, diurética, carminativa, rubefasciente, analgésica, aromática e depurativa do sangue e por isso são utilizadas na medicina popular (TESKE; TRENTINI, 1997). A

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decocção ou infusão das flores é tida como depurativa e sudorífica, faz transpirar, é estimulante e auxilia na digestão. É usada também no tratamento de dermatoses e da gota. O decoto ou cozimento das cascas é usado no tratamento de artrite reumatóide (FRANCO; FONTANA, 1997; KÖRBES, 1995), e é útil também no tratamento de dermatose, fragilidade no sistema nervoso, no tratamento da sífilis e combate ainda a halitose (mau hálito). Os índios de várias etnias do Paraná e de Santa Catarina usam a casca retirada do tronco da canela-sassafrás para tratar de dores em geral e de contusões (machucaduras) (MARQUESINI, 1995). É indicada também no tratamento de afecções da pele (eczemas e psoríases), picadas de insetos, infestações do couro cabeludo (pediculose) e em casos de astenia psíquica e intelectual (TESKE; TRENTINI, 1997). O óleo extraído por destilação, principalmente do tronco, tem emprego terapêutico (CORREA, 1926; BOITEUX, 1947).

Paisagístico: pelo formato característico da copa, apresenta efeito paisagístico e ornamental, sendo recomendada para arborização urbana de praças e parques (SILVEIRA; KIRIZAWA, 1986; CESP, 1988; TOLEDO FILHO ; PARENTE, 1988; LORENZI, 1992).

Reflorestamento para recuperação ambiental: a espécie é recomendada para recuperação de ecossistemas degradados e para revegetação de matas ciliares (SALVADOR, 1987; SALVADOR; OLIVEIRA, 1989; VILELA et al., 1993). Em Minas Gerais, a canela-sassafrás produziu 1,7 t/ha de biomassa (DRUMOND et al., 1997).

CANELA GUAICÁ

Nome Científico

Ocotea puberula (Nees et Martius) Nees, Syst. Laurin. 472, 1836.

Família

Lauraceae

Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: a canela-guaicá é, sem dúvida uma das espécies secundárias iniciais mais comuns no Planalto Sul-brasileiro, presente nas fases intermediárias e avançadas de uma sucessão secundária.

Características sociológicas: essa espécie invade clareiras na floresta primária ou em matas exploradas. Chega a dominar em determinadas formações secundárias; em povoamentos de Pinus elliottii, após o primeiro desbaste, ocupando de forma quase pura o segundo andar do dossel. Em Misiones – Argentina, O. puberula é uma das poucas espécies que regeneram naturalmente em pastos abandonados (GONZALEZ, 1994). É rara na floresta primária inalterada.

Regiões fitoecológicas: Ocotea puberula a canela-guaicá é encontrada, principalmente, na Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária), na formação Montana (SILVA ; MARCONI, 1990) e na Floresta Estacional Semidecidual, onde ocupa o estrato codominante (RODERJAN, 1990). Também é encontrada na Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica), nas formações Submontana e Montana (KLEIN, 1979; 1980; RODERJAN, 1994) e na Floresta Estacional Decidual, nas formações Montana e Baixo-Montana (TABARELLI, 1992; VACCARO et al., 1999). No Distrito Federal essa espécie habita a mata ciliar (WALTER; SAMPAIO, 1998).

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Densidade: numa área inventariada na Selva Misionera, em Misiones, Argentina, a canela-guaicá representou valores entre doze a 18 exemplares por hectare (MARTINEZ-CROVETTO, 1963).

Biologia reprodutiva e fenologia

Sistema sexual: planta dióica (SOUZA; MOSCHETA, 1991).

Sistema reprodutivo: planta alógama ou de fecundação cruzada.

Vetor de polinização: as flores desta espécie são visitadas por diversos insetos pequenos pertencentes às ordens Hymenoptera, Lepidoptera, Diptera, Thysanoptera e Hemyptera (SOUZA; MOSCHETA, 1991). O inseto freqüentemente observado é a abelha Apis mellifera.

Floração: em março, em Santa Catarina; de março a setembro, no Rio Grande do Sul e, de maio a outubro, no Paraná. O processo reprodutivo inicia a partir de dez anos de idade, em plantios.

Frutificação: os frutos amadurecem de dezembro a janeiro, no Rio Grande do Sul e, de dezembro a fevereiro, no Paraná.

Dispersão de frutos e sementes: zoocórica, principalmente por aves, que são atraídas pela coloração vermelha da cúpula que envolve a semente.

Características da madeira

Massa específica aparente: a madeira da canela-guaicá é leve (0,39 a 0,49 g/cm3), entre 12 a 15% de umidade (CASTIGLIONI, 1975; CELULOSA ARGENTINA, 1975; LABATE, 1975; PARANÁ, 1979).

Cor: alburno com coloração branco-amarelada. Cerne variando do pardo-amarelado ao castanho-rosado.

Caracteristicas gerais: superfície medianamente lisa e com brilho pouco acentuado; textura média e heterogênea; grã direita a irregular. Cheiro e gosto indistintos.

Durabilidade natural: madeira facilmente atacada por fungos em meio úmido.

Preservação: madeira permeável às soluções preservantes, quando submetida a tratamento sob pressão.

Trabalhabilidade: apesar de não ser difícil de aplainar e de lixar, o acabamento superficial é ruim, áspero e felpudo, em conseqüência do tipo de grã, limitando o uso desta espécie.

Outras Características: · Informações obtidas em indústrias relatam a possibilidade de se fazer a laminação sem a vaporização (tora crua), o que implica em redução dos custos.·A descrição anatômica da madeira desta espécie pode ser encontrada em Paraná (1979).

Características silviculturais

A canela-guaicá é uma espécie semi-heliófila (ORTEGA, 1995), que tolera sombreamento de baixa a média intensidade na fase juvenil. Gonzalez (1994) sugere que a canela-guaicá seja adaptada a menores intensidades de luz, por apresentar pequenas folhas grossas, o que pode indicar um aspecto morfológico importante na resistência ao estresse hídrico. Esta espécie é tolerante a baixas temperaturas. Em florestas naturais, árvores adultas toleram temperaturas de até -10ºC.

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Hábito: quando em plantio, apresenta crescimento monopodial com ramificação leve. Apresenta desrama natural sob espaçamento denso, em regeneração natural.

Métodos de regeneração: a canela-guaicá pode ser plantada a pleno sol, em plantio puro; em plantio misto, associada com espécies pioneiras, e em vegetação matricial arbórea em faixas abertas na vegetação secundária e plantada em linhas ou em grupos. A canela-guaicá apresenta boa regeneração natural na vegetação secundária e desenvolvimento satisfatório em altura. O manejo da regeneração natural é viável, conforme observa-se em povoamentos de Pinus elliottii após o primeiro desbaste, com a formação do segundo

estrato, quase puro, de canela-guaicá. A canela-guaicá brota da touça, após corte.

Ocorrência natural no Estado de São Paulo

Distribuição geográfica: Ocotea puberula ocorre naturalmente no Estado de São Paulo nas

regiões sudeste, sudoeste, central, litoral norte e litoral sul.

Produtos e utilizações

Madeira serrada e roliça: por apresentar baixa resistência mecânica, a madeira da canela-guaicá é indicada principalmente para construções interna e construção civil leve; também é usada em marcenaria e carpintaria, estrutura de móveis, caixas, móveis populares, portas, painéis, uso doméstico em geral, forro, tabuado, embalagens em geral; laminação, compensado de base para lâminas nobres e revestimento para interiores (MAINIERI, 1973).

Energia: lenha de péssima qualidade.

Celulose e papel: madeira adequada. Comprimento das fibras: curta, de 0,72 a 1,19 mm; lignina com cinzas de 25,51% (WASJUTIN, 1958).

Outros produtos

Constituintes químicos: foi isolado da casca da canela-guaicá, um alcalóide de fórmula C21H23O5N, denominado ocoteína, do grupo da aporfina (IACOBUCCI, 1954). Goma: exsuda goma ou resina pegajosa da casca interna.

Outros usos

Alimentação animal: a forragem da canela-guaicá apresenta 17% a 20% de proteína bruta e 6% a 9% de tanino (LEME et al., 1994).

Medicinal: os índios de várias etnias do Paraná e de Santa Catarina usam a parte interna do caule da canela-guaicá (quanto mais velha melhor) e a casca do caule, no tratamento de furúnculo (puxa, fura e acaba com a secreção) (MARQUESINI, 1995). A seiva da casca dá um emplastro para puxar espinhos ou estrepes; o chá é usado no combate às diarréias e disenterias (KÖRBES, 1995).

Reflorestamento para recuperação ambiental: a canela-guaicá é espécie muito procurada pela avifauna, sendo as aves seus principais dispersores. É também usada para reposição de mata ciliar em locais com ausência de inundação (SALVADOR, 1987).

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ANGICO VERMELHO

Nome Científico

Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan

Família

Fabaceae

Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: espécie pioneira (KLEIN, 1965; SIQUEIRA; FIGLIOLIA, 1998); secundária inicial (DURIGAN; NOGUEIRA, 1990; VACCARO et al., 1999) a precursora-tardia (LONGHI, 1995).

Características sociológicas: o angico vermelho é espécie agressiva, comum em terrenos abandonados e frequentemente observada nas associações secundárias, ocupando posição importante nas capoeiras e nos capoeirões. Apresenta regeneração natural abundante em clareiras abertas na floresta e sob povoamentos implantados. Não raras vezes se torna uma verdadeira praga nas roças, sobretudo em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, onde crescem milhares de pequenas plantas desta árvore (KLEIN, 1965). É árvore longeva.

Regiões fitoecológicas: Parapiptadenia rigida é espécie característica da Floresta Estacional

Semidecidual Submontana (KLEIN, 1985; SOUZA et al., 1997) e da Floresta Estacional Decidual austral, na formação Baixo-Montana e Montana (KLEIN, 1984; TABARELLI, 1992; VACCARO et al., 1999), onde ocupa o estrato emergente, com penetração na Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária), onde ocorre em menor escala, no sul do Paraná, na Região de Irati (GALVÃO et al., 1989).

Como elemento raro, ocorre também no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, na Floresta Ombrófila Densa - Floresta Atlântica (KLEIN, 1979; 1980), na Floresta Atlântica, no Nordeste (SIQUEIRA, 1994) e na Floresta Estacional Decidual Submontana, no baixo Paranaíba, em Minas Gerais (CARVALHO et al., 1999).

Densidade: na Região de Missiones, na Argentina, sua frequência como integrante da Selva Misionera varia entre dois a oito exemplares por hectare (MARTINEZ-CROVETTO, 1963; GARTLAND et al. 1994).

Biologia reprodutiva e fenologia

Sistema sexual: planta hermafrodita.

Vetor de polinização: principalmente por abelha pequena (CAVALHEIRO; AMEIXEIRO, 1992).

Floração: de outubro a dezembro, no Paraná, em menor escala, até março; de outubro a janeiro, no Rio Grande do Sul; de novembro a dezembro, em Santa Catarina e de fevereiro a março, em Minas Gerais e em São Paulo. A floração é intensa e anual.

Frutificação: os frutos amadurecem de março a setembro, no Paraná; de maio a julho, no Rio Grande do Sul; de maio a agosto, em Santa Catarina; de junho a novembro, em São Paulo e, de outubro a novembro, em Minas Gerais. O processo reprodutivo inicia a partir de três anos após plantio, em solos férteis.

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Dispersão de frutos e sementes: autocórica, principalmente barocoria, por gravidade; anemocórica, pelo vento e hidrocoria, devido a sua ocorrência frequente junto aos cursos de água (BURKART, 1979).

Características da madeira

Massa específica aparente: a madeira do angico vermelho é densa (0,75 a 1,00 g/cm3), a 15% de umidade (PEREIRA; MAINIERI, 1957; CELULOSA ARGENTINA, 1973; MAINIERI; CHIMELO, 1989; JANKOWSKY et al., 1990).

Massa específica básica: 0,54 a 0,69 g/cm3 (SILVA et al., 1982).

Cor: o alburno é de coloração branca-amarelada e o cerne castanho ou castanho-amarelo, escurecendo para o castanho-avermelhado.

Características gerais: superfície irregularmente lustrosa; textura média a grosseira; grã direita a irregular. Cheiro imperceptível e gosto levemente adstringente.

Durabilidade natural: madeira de alta durabilidade, em condições favoráveis ao apodrecimento. É considerada madeira imune ou muito resistente ao cupim. Nos solos muito úmidos, ocorre uma deterioração prematura da madeira, a partir do centro.

Preservação: madeira com baixa permeabilidade às soluções preservantes.

Secagem: lenta e difícil, passível de empenamentos e rachaduras.

Trabalhabilidade: média a difícil, em todas as operações com máquinas.

Outras características

Entre as espécies de madeira semelhantes à do angico vermelho, mencionam-se Calophyllum brasiliense; Lecythis pisonis, conhecida por sapucaia e Pterodon pubescens,

conhecida por faveiro (TORTORELLI, 1956).

A descrição anatômica da madeira desta espécie pode ser encontrada em Prates (1990) e em Gartland et al. (1995).

Características silviculturais

O angico vermelho é uma espécie semi-heliófila (ORTEGA, 1995); tolerante a baixas temperaturas. Árvores adultas na floresta nativa suportam temperatura mínima absoluta de até - 11ºC.

Hábito: a espécie apresenta ramificação precoce e inclinação inicial da planta que se torna menos acentuada com o passar dos anos, havendo gradativo endireitamento do caule. Aconselha-se, na fase inicial do plantio, colocar um tutor, geralmente taquara de 2 m de altura, para a muda ficar ereta. Sem essa proteção, a planta fica quase acamada no solo. Não apresenta desrama natural; necessita de poda de condução e dos galhos, frequente e periódica. A desrama pode ser feita a partir de dois anos de idade (poda verde).

Métodos de regeneração: o angico vermelho pode ser plantado a pleno sol, em plantio puro, por mudas ou por semeadura direta no local definitivo de plantio. Para corrigir a tortuosidade do fuste (característica desta espécie) que tem tendência a entortar-se e a ramificar-se, aconselha-se usar espaçamento inicial apertado com posterior raleio; plantio misto com acácia-negra (Acacia mearnsii), bem-sucedido, no Rio Grande do Sul (LAZZARI; MATTOS,

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1980) e plantio em linha em faixas abertas na direção Norte - Sul, em povoamentos densos espontâneos de Leucaena leucocephala (ZELAZOWSKI ; LOPES, 1993).

A Capacidade de rebrota desta espécie é fraca ou inexistente.

Sistemas agroflorestais: espécie recomendada para sistema silviagrícola, para sombreamento de pastagens, por apresentar copa ampla.

Na Tabela 10 podem ser observadas as características de crescimento em diferentes experimentos realizados na região sul.

Tabela 10 - Crescimento de Parapiptadenia rigida em experimentos no Sul do Brasil

Local Idade (anos)

Espaçamento

(m)

Plantas Vivas (%)

Altura média

(m)

DAP médio (cm)

IMAV (a) Classe de solo

(b) Referência

Campo Mourão-PR 8 3x2 44,0 4,33 6,0 - LVdf Embrapa Florestas

Campo Mourão-PR 12 3x3 95,0 13,93 16,1 13,40 LVdf Embrapa Florestas

Cantagalo-PR 2 3x2 29,6 0,41 - - LVd Embrapa Florestas

Chapecó-SC 2 3x2 77,0 0,34 - - LVdf Embrapa Florestas

Colombo-PR (c) 6 7x1 84,0 1,38 - - CHa Embrapa Florestas

Colombo-PR (c) 10 10x4 33,3 5,15 4,5 - CHa Embrapa Florestas

Colombo-PR (c) 8 7x1,5 75,0 3,86 - - CHa Embrapa Florestas

Corupá-SC 2 4x3 100,0 2,94 - - CHa Embrapa Florestas

Dois Vizinhos-PR 10 2,5x2,5 91,7 8,10 10,0 4,65 LVdf Silva ; Torres, 1992

Dois Vizinhos-PR 14 2x2 51,9 9,08 9,8 3,20 LVdf Silva ; Torres, 1992

Foz do Iguaçu-PR 3 4x3 100,0 3,61 3,9 - LVdf Embrapa Florestas/Itaipu

Binacional

Foz do Iguaçu-PR 9 4x2,5 83,3 6,50 6,6 1,00 LVdf Embrapa Florestas/Itaipu

Binacional

Foz do Iguaçu-PR 9 3x3 90,6 6,17 7,8 1,65 LVdf Embrapa Florestas/Itaipu

Binacional

Foz do Iguaçu-PR 9 4x4 100,0 8,72 12,2 3,55 LVdf Embrapa Florestas/Itaipu

Binacional

Irati-PR (c) 7 3x1 10,7 2,00 - - PVAd Carvalho, 1982

Laranjeiras do Sul-PR 6 3x3 83,3 7,58 10,0 - LVdf Embrapa

Florestas/Araupel

Mandaguari-PR 8 2x1,5 85,0 7,00 8,5 7,00 LVd IAP (d)

Pinhão–PR 10 2,5x2,5 85,3 9,37 13,6 9,30 LVdf Silva ; Torres, 1992

Santa Helena-PR (e) 5 4x2 80,5 5,64 4,2 - LVef Zelazowski ; Lopes, 1993

Santa Helena-PR (f) 5 4x2 100,0 5,73 3,8 - LVef Zelazowski ; Lopes, 1993

Santa Helena-PR 7 4x4 - 14,09 18,5 - LVef Zelazowski et al., 1991

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312

Local Idade (anos)

Espaçamento

(m)

Plantas Vivas (%)

Altura média

(m)

DAP médio (cm)

IMAV (a) Classe de solo

(b) Referência

Santa Helena-PR (g) 10 3x3 93,7 12,25 18,4 LVef Itaipu Binacional

Toledo-PR 82 (h) 4x4 100,0 10,91 13,6 - LVdf Embrapa Florestas

Legenda: (a) Incremento médio anual em volume sólido com casca (m3/ha.ano-1), calculado com valores médios de altura e DAP; (b) LVdf = LATOSSOLO VERMELHO Distroférrico; LVd = LATOSSOLO VERMELHO Distrófico; CHa = CAMBISSOLO HÚMICO Alumínico; PVAd = ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico; LVef = LATOSSOLO VERMELHO Eutroférrico; (c) Abertura de faixas em capoeira alta e plantio em linha; (d) Dados

fornecidos pelo Instituto Ambiental do Paraná IAP; (e) Abertura de faixas e plantio em linhas na direção Leste Oeste em povoamentos densos espontâneos de Leucaena leucocephala; (f) Abertura de faixas e plantio em

linhas na direção Norte Sul em povoamentos densos espontâneos de Leucaena leucocephala; (g) Em plantio misto; dados fornecidos pela Itaipu Binacional; (h) Idade em meses.

Fonte: Embrapa Florestas

Ocorrência natural no Estado de São Paulo

Distribuição geográfica: o angico ocorre naturalmente no Estado de São Paulo nas regiões sudeste, sudoeste, central e noroeste.

Produtos e utilizações

Madeira serrada e roliça: a madeira do angico vermelho, por ser de durabilidade natural alta e resistência mecânica e retratibilidade médias, é indicada para construção rural e civil, como vigas, caibros, ripas, marcos de portas, janelas, tacos e tábuas para assoalhos e caixilharia; é indicada também para carpintaria em geral, carroçarias, parquetes, vigamentos de pontes, bolas de boliche; dormentes, mourões, estacas, esteios, chapas compensadas; e ainda postes e peças torneadas.

Energia: lenha e carvão, considerados de muito boa qualidade. A madeira desta espécie é muito difícil de rachar com machado. Poder calorífico da madeira de 5.324 Kcal/Kg (SILVA et al., 1983); lignina com cinzas de 32,24% (WASJUTIN, 1958).

Celulose e papel: espécie inadequada para este uso.

Outros produtos

Goma: quando novo, o angico vermelho apresenta uma goma amarelada vinda da casca, que pode substituir a goma arábica. Sua casca é rica em goma-resina.

Saponinas: pouca presença na casca e presença intensa no lenho (SAKITA; VALLILO, 1990).

Substâncias tanantes: pouca presença de tanino na casca e presença intensa no lenho (SAKITA ; VALLILO, 1990). No Paraguai, reporta-se à casca contendo 6 a 20% de tanino (LOPEZ et al., 1987).

Outros Usos

Forrageiro: a forragem do angico vermelho apresenta 18,9% de proteína bruta e 9,3% de tanino (LEME et al., 1994).

(conclusão)

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313

Medicinal: na medicina popular, o chá da casca é empregado como tônico amargo e depurativo, no tratamento de disenterias. É usado no combate ao raquitismo, inapetência, debilidade, etc. Como hemostático é usado nas hemorragias uterinas, como nas dismenorreias e hemorragias em geral. Externamente, o decoto é usado no tratamento da leucorreia (corrimento vaginal) e da blenorragia (gonorreia) e indicado também para lavagens vaginais (KÖRBES, 1995).

A tintura da casca é indicada no tratamento de reumatismo, contusões, golpes (ferimento ou pancada com instrumento cortante ou contundente), pois fortalece os ossos. A tintura é usada também no tratamento da sinusite e da tosse (FRANCO, 1997).

A goma é emoliente e peitoral, sendo empregada nas afecções bronco-pulmonares, nas afecções catarrais, e na desobstrução das vias respiratórias, como calmante da tosse e da asma, facilitando a expectoração; é muito usada em forma de xarope, de sabor agradável. Dissolvendo-se a goma em água morna ou em infusão de flores de malva e adoçando-se este preparado com mel ou açúcar, obtém-se um remédio útil na cura de bronquites (REITZ, 1950).

Paisagístico: espécie usada em arborização de ruas em várias cidades brasileiras, entre as quais, Curitiba - PR (RODERJAN, 1989), Foz do Iguaçu – PR (COSTA; KAMINSKI, 1990) e Santa Maria – RS (SANTOS; TEIXEIRA, 1990), possuindo características ornamentais que a recomendam para o paisagismo em geral (LORENZI, 1992), bem como arborização de rodovias, praças e parques.

Reflorestamento para recuperação ambiental: o angico vermelho é recomendado para reposição de mata ciliar em locais com ausência de inundação ou com inundações periódicas de rápida duração (FERREIRA, 1983; SALVADOR, 1987; DURIGAN; NOGUEIRA, 1990), e ainda na recuperação de áreas degradadas (SOUTO, 1984). Nos plantios, apresenta boa deposição de folhedo, que dificulta o aparecimento de vegetação invasora e da biodiversidade, devendo-se investigar possível efeito alelopático.

Esta espécie não apresenta restrições no uso da água do solo no decorrer do inverno, assinalando mesmo sua maior média de consumo nesse período; seu maior consumo foi na primavera (MELLO, 1961).

GUAJUVIRA

Nome Científico

Patagonula americana L.

Família

Boraginaceae

Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: espécie secundária inicial (VACCARO et al., 1999) a secundária tardia (DURIGAN; NOGUEIRA, 1990).

Características sociológicas: a guajuvira invade as capoeiras e roças em tal abundância, que por vezes, se torna uma verdadeira praga para os colonos no Sul do Brasil. Nas

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314

capoeiras, se desenvolve normalmente, formando associações quase puras, demonstrando crescimento relativamente rápido. É árvore longeva.

Regiões fitoecológicas: Patagonula americana é encontrada de forma natural, principalmente, na Floresta Estacional Semidecidual, onde ocupa o estrato superior (KLEIN, 1985); na Floresta Estacional Decidual, na bacia dos rios Uruguai e Jacuí, nas formações Montana e Baixomontana (TABARELLI, 1992; VACCARO et al., 1999), e na zona de contato desta com a Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária).

Fora do Brasil, ocorre na Argentina, na Selva Misionera, Selva Tucumano-Boliviana e no Parque Chaqueño e no Paraguai, no Bosque Alto Chaqueño (LOPEZ et al., 1987).

Densidade: em área inventariada na Selva Misionera, em Misiones, Argentina, a guajuvira representou valores entre dois a 14 exemplares por hectare (MARTINEZ-CROVETTO, 1963).

Biologia reprodutiva e fenologia

Sistema sexual: planta hermafrodita.

Vetor de polinização: principalmente as abelhas e diversos insetos pequenos.

Floração: de julho a outubro, em São Paulo; de setembro a outubro, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul e, de outubro a novembro, no Paraná.

Frutificação: frutos maduros ocorrem de outubro a dezembro, no Rio Grande do Sul; de novembro a fevereiro, no Paraná; de novembro a dezembro, em Santa Catarina e, de dezembro a janeiro, em São Paulo. O processo reprodutivo inicia por volta dos cinco anos de idade, em plantio.

Dispersão de frutos e sementes: principalmente anemocórica, pelo vento, e também, autocórica, notadamente barocórica, por gravidade.

Características da madeira

Massa específica aparente: a madeira da guajuvira é densa (0,75 a 0,90 g/cm3) a 15% de umidade (PEREIRA; MAINIERI, 1957; CELULOSA ARGENTINA, 1973; MAINIERI; CHIMELO, 1989).

Massa específica básica: 0,64 g/cm3 (JANKOWSKY et al., 1990).

Cor: o alburno é abundante, de coloração amarelada ou ocrácea. Cerne pardo-escuro-castanho ou preto, às vezes com reflexos rosados, geralmente com abundantes veios pretos, formando belos desenhos. Pode apresentar falso cerne ou apresentar abundante alburno.

Características gerais: superfície um tanto lustrosa e lisa ao tato; textura média e uniforme; grã direita a irregular. Cheiro e gosto imperceptíveis. Aparência agradável, demarcada e atrativa nos cortes longitudinais.

Durabilidade natural: o cerne é durável quando exposto às intempéries, sendo muito resistente ao apodrecimento quando em contato com a terra. Em contrapartida, o alburno de toras deixadas na mata deteriora-se.

Preservação: cerne de alta permeabilidade às soluções preservantes, quando a madeira é submetida à impregnação sob pressão.

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315

Secagem: madeira de secagem moderada a difícil, com acentuada tendência a rachaduras, se as condições forem drásticas.

Trabalhabilidade: madeira dura, o que dificulta um pouco o seu processamento com ferramentas manuais ou máquinas. Ás vezes pode surgir fibras arrepiadas após o aplainamento (JANKOWSKY et al., 1990). A madeira desta espécie oferece bela superfície para o envernizamento, parecendo reunir as qualidades do carvalho-europeu (Quercus sp.) e da nogueira-americana (Juglans sp.) (CORREA, 1952).

Outras características: a descrição anatômica da madeira desta espécie pode ser encontrada em Garcia et al. (1979) e em Moglia; Gimenez (1998).

Características silviculturais

A guajuvira é uma espécie semi-heliófila (ORTEGA, 1995), que tolera sombreamento de baixa a média intensidade na fase jovem. É tolerante a baixas temperaturas. Árvores adultas toleram temperaturas mínimas de até - 11ºC.

Hábito: variável, desde copa irregular, com demasiada ramificação da base ou em vários pontos da altura e sem definição de fuste, ou com forma razoável. Espécie com desrama natural deficiente, necessitando de poda de formação e de poda de galhos. Sem poda frequente e periódica, seu aproveitamento madeireiro fica comprometido.

Métodos de regeneração: a guajuvira pode ser plantada em plantio misto, associada com espécies que possibilitem sombreamento lateral para estímulo da gema apical, possibilitando melhor forma, e plantio em linhas estreitas em faixas abertas de 1 a 2 m de largura, na vegetação secundária; deve haver liberações lentas nas faixas de vegetação remanescentes. Brota da touça, após corte.

Sistemas agroflorestais: na Região Sul, pode-se observar ainda exemplares isolados em meio às pastagens mais antigas, possivelmente mantidos para fornecer sombreamento para o gado. Esta espécie apresenta ótima “pega” com estacas altas (NOGUEIRA, 1977).

Na Tabela 11 podem ser observadas as características de crescimento em diferentes experimentos realizados na região sul e sudeste.

Tabela 11 - Crescimento de Patagonula americana em experimentos, no Paraná, em Santa Catarina e no Estado de São Paulo

Local Idade (anos)

Espaçamento (m)

Plantas vivas (%)

Altura média

(m)

DAP médio (cm)

Classe de

solo (a)

Referências

Adrianópolis-PR 5 4x4 100,0 4,40 5,2 PVAd Embrapa Florestas

Campo Mourão-PR 12 3x2 32,0 3,39 5,2 LVdf Embrapa Florestas

Cianorte-PR 12 3x2 44,0 5,53 6,6 LVd Embrapa Florestas

Colombo-PR 8 3x3 80,0 1,50 - CHa Embrapa Florestas

Corupá-SC 2 4x3 58,3 1,41 - CHa Embrapa Florestas

Dona Ema-SC 3 4x3 6,7 0,35 - -- Embrapa Florestas

Foz do Iguaçu-PR 9 4x4 100,0 6,34 9,9 LVdf Embrapa Florestas/Itaipu

Binacional

Foz do Iguaçu-PR 11 4x4 93,7 11,53 17,7 LVdf Embrapa Florestas/Itaipu

Binacional

Jundiaí-SP 12 3x3 -- 8,94 10,0 LVdf Andrade, 1961

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316

Local Idade (anos)

Espaçamento (m)

Plantas vivas (%)

Altura média

(m)

DAP médio (cm)

Classe de

solo (a)

Referências

Jundiaí-SP 45 3x3 -- 21,80 31,0 LVdf Andrade, 1961

Laranjeiras do Sul-PR 6 3x3 97,3 6,43 9,1 LVdf Embrapa Florestas/Araupel

Paranaguá-PR 6 3x2 75,0 2,95 3,0 CHa Embrapa Florestas

Quedas do Iguaçu-PR 8 4x4 100,0 7,78 14,9 LVdf Embrapa Florestas/Araupel

Santa Helena-PR (b) 5 4x2 77,7 2,84 3,9 LVef Zelazowski ; Lopes, 1993

Santa Helena-PR (c) 5 4x2 91,6 2,45 2,3 LVef Zelazowski ; Lopes, 1993

Santa Helena-PR (d) 10 4x4 93,7 7,63 10,9 LVef Embrapa Florestas / Itaipu

Binacional

Santa Helena-PR (e) 10 3x3 93,7 8,03 11,0 LVef Itaipu Binacional

Legenda: (a) PVAd = ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico; LVdf = LATOSSOLO VERMELHO Distroférrico; LVd = LATOSSOLO VERMELHO Distrófico; CHa = CAMBISSOLO HÚMICO Alukmínico; LVef = LATOSSOLO VERMELHO Eutroférrico; (b) Abertura de faixas e plantio em linhas povoamentos densos espontâneos de Leucaena leucocephala; (c) Abertura de faixas e plantio em linhas na

Leucaena leucocephala; (d) Em plantio misto; (e) Em plantio puro.

Fonte: Embrapa Florestas.

Ocorrência natural no Estado de São Paulo

Distribuição geográfica: Patagonula americana ocorre naturalmente no Estado de São Paulo nas regiões sudeste, sudoeste, central e noroeste.

Produtos e utilizações

Madeira serrada e roliça: a madeira de guajuvira é indicada para construção civil, em vigas, caibros, ripas, batentes de portas e janelas, tacos e tábuas para assoalhos; em obras externas, mourões, estacas, dormentes e cruzetas; cabos de ferramentas, peças torneadas e carroçarias; formas para calçados; móveis de luxo e folhas faqueadas decorativas. Esta madeira apresenta boa elasticidade e flexibilidade, sendo recomendada para peças curvadas.

Energia: madeira de fácil combustão, podendo ficar queimando durante muitos dias (MAIXNER; FERREIRA, 1976). Produz lenha de boa qualidade (NOGUEIRA, 1977).

Celulose e papel: espécie adequada para este uso. Comprimento das fibras de 1,14 mm e lignina com cinza de 32,99% (WASJUTIN, 1958).

Outros produtos

Constituintes químicos: foram encontrados taninos nas folhas, quinonas na madeira do tronco, aldeído cinâmico (SIMÕES et al., 1998) e cumarina na casca e no lenho (SAKITA; VALLILO, 1990).

Substâncias tanantes: presença intensa na casca e no lenho (SAKITA; VALLILO, 1990).

Outros usos

Apícola: as flores da guajuvira são melíferas.

Artesanato: a guajuvira é empregada pelos índios caingangues na confecção de arcos para caça, por apresentar o cerne flexível (MARTINS, 1944). Os galhos desta espécie, além de

(conclusão)

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317

serem muito procurados como cabos de ferramenta, são usados também na confecção de cangas para o atrelamento dos animais nos carros de boi (NOGUEIRA, 1977).

Medicinal: em medicina popular, as folhas desta espécie são usadas na preparação de decoctos que apresentam propriedades emolientes (SMITH, 1970). O chá da casca fortifica os nervos, combate o colesterol, os males do fígado, as diarreias e os tumores intestinais (FRANCO, 1997). A cataplasma das folhas, aplicado externamente, funciona como um antibiótico natural em feridas sifilíticas e cancerosas (CORREA, 1952; KÖRBES, 1995).

Paisagístico: planta decorativa, utilizada em arborização, parques e passeios.

Reflorestamento para recuperação ambiental: a guajuvira suporta inundações periódicas de rápida duração e é recomendada para proteção das barrancas dos rios, devido ao vasto sistema radicular.

CANAFÍSTULA

Nome Científico

Peltophorum dubium (Spreng.) Taub.

Família

Fabaceae

Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: espécie secundária inicial (DURIGAN; NOGUEIRA, 1990), mas com característica de pioneira (MARCHIORI, 1997).

Características sociológicas: a canafístula é abundante em formações secundárias, mas com poucos indivíduos, geralmente de grande porte, ocupando o estrato dominante do dossel em floresta primária. Desempenha papel pioneiro nas áreas abertas, em capoeiras e em matas degradadas. É comumente encontrada colonizando pastagens, ocupando clareiras e bordas de mata. É árvore longeva.

Regiões fitoecológicas: Peltophorum dubium é frequente em todo o domínio da Floresta Estacional Semidecidual Submontana e Montana, onde ocupa o estrato dominante (RODERJAN, 1990). É também encontrada em outras tipologias florestais, como Floresta Estacional Decidual austral, na bacia do rio Jacuí, onde ocupa o estrato emergente (KLEIN, 1984); Cerradão (BERTONI et al., 1987; DURIGAN et al., 1999); Chaco Sul–Mato–Grossense (CONCEIÇÃO, 1991); Encraves vegetacionais na Região Nordeste (TIGRE, 1964; FERNANDES, 1992); Caatinga (LIMA; LIMA, 1998), e Pantanal Mato–Grossense, onde ocorre nas áreas de transição entre as partes úmidas e secas (CONCEIÇÃO; PAULA, 1986). A espécie também tem sido observada na flora de áreas erodidas de calcário bambuí, no sudoeste da Bahia (LIMA, 1977). Fora do Brasil, é encontrada na Selva Misionera na Argentina e parte do Chaco no Paraguai.

Biologia reprodutiva e fenologia

Sistema sexual: planta hermafrodita.

Vetor de polinização: principalmente as abelhas e diversos insetos pequenos.

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318

Floração: de setembro a março, em São Paulo; de outubro a março, no Rio de Janeiro e em Santa Catarina; em novembro, no Mato Grosso do Sul; de dezembro a março, no Rio Grande do Sul e no Paraná e, de março a agosto, em Pernambuco.

Frutificação: os frutos amadurecem de abril a outubro, no Rio Grande do Sul; de abril a agosto, no Paraná; em maio, no Distrito Federal; de maio a dezembro, em São Paulo e, de junho a agosto, em Santa Catarina. O processo reprodutivo inicia entre sete e doze anos de idade, em plantio.

Dispersão de frutos e sementes: autocórica, principalmente barocórica, por gravidade, e anemocórica: os frutos são lentamente dispersos pelo vento. As sementes da canafístula são encontradas no banco de sementes do solo.

Características da Madeira

Massa específica aparente: a madeira da canafístula é densa (0,75 a 0,90 g/cm3), a 15% de umidade (BRAGA, 1960; STILLNER, 1980; MAINIERI; CHIMELO, 1989).

Massa específica básica: 0,53 a 0,65 g/cm3 (SILVA et al., 1983).

Cor: alburno róseo–claro levemente amarelado; cerne com alternâncias irregulares de colorido róseo–acastanhado e de bege rosado–escuro, frequentemente com veios escuros irregulares.

Características gerais: superfície irregularmente lustrosa e um tanto grosseira ao tato; textura médio–grosseira; grã fortemente revessa e diagonal. Cheiro e gosto imperceptíveis.

Durabilidade natural: resistência moderada ao apodrecimento. Estacas de cerne desta espécie mostraram–se ser altamente resistente a fungos e resistente a cupins (CAVALCANTE et al., 1982). Contudo, a vida média da madeira de canafístula em contato com o solo é inferior a nove anos (MUCCI et al., 1992; ROCHA et al., 2000).

Preservação: madeira com baixa permeabilidade às soluções preservantes em tratamentos sob pressão.

Outras características

Apresenta certa semelhança com a madeira do amendoim (Pterogyne nitens), mas inferior a

esta. É sujeita ao empenamento. A descrição anatômica da madeira desta espécie pode ser encontrada em Mello (1950).

Características silviculturais

A canafístula é uma espécie heliófila (FERREIRA, 1977; INOUE ; GALVÃO, 1986); medianamente tolerante a baixas temperaturas. Sofre lesões por geadas com temperatura mínima de - 1ºC (EMBRAPA, 1986). Em florestas naturais, árvores adultas toleram temperaturas de até - 7ºC. No Estado de São Paulo é considerada tolerante às geadas (DURIGAN et al., 1997), e tolera perfeitamente as baixas temperaturas do inverno gaúcho (MAIXNER; FERREIRA, 1976).

Hábito: variável, geralmente irregular, com perda de dominância apical, com bifurcação desde a base ou com formação de galhos grossos, ainda que não seja rara a forma monopódica. Há ocorrência de desrama natural. Não obstante a característica ramificação dicotômica do tipo ortotrópica, a canafístula deve sofrer poda corretiva como complemento e desramas periódicas para aumentar a altura comercial. A espécie rebrota dos pontos de poda.

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319

Métodos de regeneração: recomenda–se o plantio da canafístula a pleno sol, em plantio puro, com bom crescimento, porém forma inadequada. Na maioria dos plantios, apresenta sobrevivência superior a 80%, mas com heterogeneidade entre as plantas no crescimento em altura e diâmetro e na forma. Em plantio misto, associado com espécies pioneiras, apresenta poucos ramos, boa desrama e cicatrização natural, formando fuste alto e livre de nós (KAGEYAMA et al., 1990). Brota vigorosamente da touça, após corte.

Sistemas agroflorestais: em sistema silviagrícola, na arborização de culturas perenes, como o chá (Thea sinensis) na Argentina. A espécie também é recomendada para sombreamento

de pastagens, abrigos para o gado e em quebra-ventos, por apresentar copa ampla. Mudas grandes com 2 a 3 m podem ser transplantadas com sucesso com as raízes nuas (MAIXNER; FERREIRA, 1976). Resiste a ventos fortes, sem quebra de galhos ou tombamento da árvore.

Na Tabela 12 podem ser observadas as características de crescimento em diferentes experimentos realizados na região sul e sudeste.

Tabela 12 - Crescimento de Peltophorum dubium em experimentos na região sul

Local Idade (anos)

Espaçamento (m x m)

Plantas Vivas (%)

Altura média

(m)

DAP médio (cm)

IMAV (a)

Classe de

solo (b)

Referências

Assis-SP 7 3x2 68,9 4,90 6,9 2,90 LVd Nogueira et al., 1982

Campo Mourão–PR 11 3x1 73,2 8,86 9,3 7,50 LVdf Embrapa Florestas

Cascavel–PR 10 3x2 96,0 12,11 13,7 14,30 LVdf Embrapa Florestas

Cianorte–PR 7 3x3 100,0 9,12 13,0 – LVd Embrapa Florestas

Concórdia–SC 4 3x2 66,4 1,61 – – Nvef Embrapa Florestas

Cosmópolis–SP 20 – – 28,40 39,5 – LVdf Nogueira, 1977

Dois Vizinhos–PR 10 2,5x2,5 97,6 6,45 8,9 3,15 LVdf Silva; Torres, 1992

Foz do Iguaçu–PR 9 4x2,5 100,0 10,42 16,3 12,10 LVdf Embrapa Florestas / Itaipu

Binacional

Laranjeiras do Sul–PR

6 3x3 90,0 7,08 10,8 5,40 LVdf Embrapa Florestas /

Araupel

Luiz Antonio–SP 7 3x2 91,0 11,53 13,8 19,60 LVAd Nogueira et al., 1982

Mandaguari–PR 8 2x1,5 90,0 11,00 10,9 19,25 LVdf IAP (c)

Mogi Guaçu–SP 8 3x2 – 6,25 6,1 – LVd Coelho et al., 1982

Pinhão–PR 10 2,5x2,5 96,0 9,01 14,6 11,60 LVdf Silva; Torres, 1992

Quedas do Iguaçu–PR

8 4x3 84,6 11,13 18,0 – LVdf Embrapa Florestas /

Araupel

Santa Helena–PR (d) 5 4x2 91,6 7,13 5,9 – LVef Zelazowski; Lopes, 1993

Santa Helena–PR (e) 5 4x2 91,6 6,47 4,5 – LVef Zelazowski; Lopes, 1993

Santa Helena–PR 10 3x3 81,5 13,58 16,7 – LVef Itaipu Binacional

Santa Helena–PR 10 4x4 87,5 13,43 18,1 – LVef Embrapa Florestas / Itaipu

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320

Local Idade (anos)

Espaçamento (m x m)

Plantas Vivas (%)

Altura média

(m)

DAP médio (cm)

IMAV (a)

Classe de

solo (b)

Referências

Binacional

Santa Rita do Passa Quatro–SP

26 – – 21,19 21,4 14,00 LVd Gurgel Filho et al., 1982

Toledo–PR 7 4x4 41,7 12,40 19,0 – LVdf Embrapa Florestas

Legenda: (a) incremento médio anual em volume sólido com casca (m3/ha.ano–1), calculado com valores médios de altura e DAP; (b) LVd = LATOSSOLO VERMELHO Distrófico; LVdf = LATOSSOLO VERMELHO Distroférrico; NITOSSOLO HÁPLICO Eutroférrico; LVAd = LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico; LVd = LATOSSOLO VERMELHO Distrófico; LVef = LATOSSOLO VERMELHO Eutroférrico; (c) dados fornecidos pelo Instituto Ambiental do Paraná – IAP; (d) abertura de faixas na direção Leste – Oeste em povoamentos densos espontâneos de Leucaena leucocephala e plantio em linhas; (e) abertura de faixas na direção Norte – Sul em povoamentos densos espontâneos de Leucaena leucocephala e plantio em linhas.

Fonte: Embrapa Florestas.

Ocorrência natural no Estado de São Paulo

Distribuição geográfica: Peltophorum dubium ocorre naturalmente no Estado de São Paulo

nas regiões sudeste, sudoeste, central e noroeste.

Produtos e utilizações

Madeira serrada e roliça: essa essência constitui–se, atualmente, numa madeira de alto valor econômico, uma vez que há alguns anos atrás era desprezada comercialmente. Por isso permanecia nas derrubadas sem aproveitamento econômico imediato, como é o caso das queimadas do oeste do Paraná, feitas há alguns anos (PEREIRA, 1978).

A madeira de canafístula é indicada em construção civil para vigas, caibros, ripas, marcos de portas, janelas, assoalhos; em usos externos como mourões, dormentes, cruzetas; em indústria de móveis e guarnições; em construção naval e militar; em marcenaria e carpintaria para fabricar carroçarias, chapas e peças para decorações de interiores e parquetes.

Energia: produz lenha e carvão de qualidade regular; poder calorífico da madeira de 4.755 Kcal/kg (SILVA et al., 1982).

Celulose e papel: espécie viável para produção de papel (PAULA; ALVES, 1989).

Outros produtos

Carboidratos: das sementes da canafístula se obtém açucares e galactomanana com teor de 3,8% (MAYWORM; BUCKERIDGE, 1997).

Constituintes químicos: pequena porcentagem de saponina nas folhas (MAINIERI; CHIMELO, 1989), presença intensa na casca e muito intensa no lenho (SAKITA; VALLILO, 1990).

Substâncias tanantes: presença muito intensa de tanino na casca com teores de 6 a 8% e presença intensa no lenho (SAKITA; VALLILO, 1990).

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321

Outros usos

Alimentação animal: a forragem da canafístula apresenta 11,2% de proteína bruta e 7,8% de tanino (LEME, 1994).

Apícola: as flores da canafístula são melíferas, com produção de néctar, mas, comenta–se que seriam nocivas às abelhas (CORREA, 1952).

Medicinal: as raízes, folhas, flores e frutos possuem propriedades medicinais e são usadas na medicina popular (CORREA, 1952; CELULOSA ARGENTINA, 1973). Os índios de várias etnias do Paraná e de Santa Catarina usam a casca do caule desta espécie, na forma de chá, como anticoncepcional (MARQUESINI, 1995).

Paisagístico: é cultivada para ornamentação de áreas amplas, em arborização de avenidas, rodovias, praças, parques e jardins (TOLEDO FILHO ; PARENTE, 1988; LORENZI, 1992), de várias cidades brasileiras, entre as quais Curitiba – PR (RODERJAN, 1989); Foz do Iguaçu – PR (COSTA; KAMINSKI, 1990); Rio de Janeiro – RJ (OCCHIONI, 1974) e Santa Maria – RS (SANTOS; TEIXEIRA, 1990). Trata–se de árvore de grande efeito ornamental, pela beleza de suas grandes panículas amarelas, sobressaindo de grandes folhas delicadamente penadas, produzindo belo efeito decorativo; a canafístula apresenta sistema radicular bem desenvolvido, sendo dificilmente tombada pelo vento. Os ramos são resistentes à ruptura. Entretanto, esta espécie não é indicada para arborização urbana, por apresentar porte grande.

Reflorestamento para recuperação ambiental: espécie recomendada para reposição de mata ciliar, mas não tolera terrenos encharcados, ainda que sobreviva a inundações periódicas (FERREIRA, 1983; KAGEYAMA, 1986; SALVADOR, 1987; SALVADOR; OLIVEIRA, 1989; DURIGAN et al., 1997). É indicada também para recuperação de áreas degradadas (CARVALHO, 1988) e utilizada no reflorestamento de encostas no Município do Rio de Janeiro (PORTELA et al., 1999).

PAU JACARÉ

Nome Científico

Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr.

Família

Fabaceae

Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: espécie pioneira (DAVIDE; FARIA, 1997; NAVE et al., 1997; RONDON NETO et al., 1999). Entretanto, LEITE; TAKAKI (1994), sugerem que esta espécie não se comporta como planta pioneira, mas que se trata de uma secundária inicial.

Características sociológicas: o pau-jacaré é comum na vegetação secundária: capoeira, capoeirão e floresta secundária; invade terrenos abandonados. É espécie tipicamente gregária.

Regiões fitoecológicas: Piptadenia gonoacantha é encontrada naturalmente, principalmente, na Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica), nas formações Terras Baixas e Submontana (KLEIN, 1979; 1980; RODERJAN; KUNIYOSHI, 1998), e na Floresta

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322

Estacional Semidecidual, onde ocupa o estrato intermediário da floresta. Na zona de contato da Floresta Ombrófila Densa com a Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária), onde é menos frequente, e no Cerradão, onde é rara (NAVE et al., 1997; DURIGAN et al., 1999). Na região de Caratinguetá - SP, essa espécie ocorre na transição entre a Floresta Estacional Semidecidual e a Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica) (CAVALCANTI et al., 1998).

Densidade: em levantamento fitossociológico realizado à margem do Rio do Peixe, no Estado de São Paulo, foram encontradas 18 árvores.ha-1, na encosta da área, desta espécie (TOLEDO FILHO et al., 2000).

Biologia reprodutiva e fenologia

Sistema sexual: planta hermafrodita.

Vetor de polinização: principalmente por abelha pequena (CAVALHEIRO; AMEIXEIRO, 1992) e borboletas e mariposas (MORELLATO, 1991).

Floração: de agosto a janeiro, no Distrito Federal; de agosto a fevereiro no Rio Grande do Sul; de setembro a janeiro, no Paraná; de outubro a janeiro, em São Paulo; de novembro a janeiro, em Minas Gerais e de dezembro a março, no Rio de Janeiro.

Frutificação: os frutos amadurecem de maio a setembro, no Paraná; de maio a outubro, em Minas Gerais; de junho a novembro, no Rio de Janeiro; de junho a dezembro, em São Paulo e de julho a agosto, no Distrito Federal. O processo reprodutivo do pau-jacaré inicia a partir de três anos de idade, em plantios, em solos de boa fertilidade química.

Dispersão de frutos e sementes: autocórica, principalmente barocórica e anemocórica.

Características da madeira

Massa específica aparente: a madeira do pau-jacaré é moderadamente densa (0,75 a 0,78 g/cm3), a 15% de umidade (MELLO, 1950; MAINIERI; CHIMELO, 1989).

Massa específica básica: 0,54 a 0,58 g/cm3 (SILVA et al., 1983).

Cor: o alburno e o cerne não são diferenciados, de coloração bege, levemente rosado.

Características gerais: superfície lisa ao tato e ligeiramente lustrosa; textura grossa; grã irregular. Cheiro e gosto imperceptíveis.

Durabilidade natural: resistência média ao ataque de organismos xilófagos.

Preservação: madeira permeável às soluções preservantes, em tratamentos sob pressão.

Outras características: a descrição anatômica da madeira desta espécie é encontrada em PRATES (1990).

Características silviculturais

O pau-jacaré é uma espécie heliófila; não tolera baixas temperaturas.

Hábito: variável e irregular, apresentando multitroncos e acamamento do caule. OSSE (1958), ao analisar o comportamento de um povoamento desta espécie, encontrou 41,3% das árvores com fuste único, 37,3% com bifurcação, 15,8% com quatro troncos, 0,9% com cinco troncos e 0,2% com seis troncos, na altura do DAP. A desrama artificial não é

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323

exequível economicamente, para a obtenção de madeira para uso mais nobre (VEIGA, 1964).

Métodos de regeneração: o plantio puro, a pleno sol é recomendado. O pau-jacaré pode ser plantado em plantio misto, a pleno sol, associado com espécie de mesmo padrão de crescimento, para melhorar a forma do fuste, conforme plantio bem-sucedido com grevílea (Grevillea robusta) no norte do Paraná, e para proteção e tutoramento de espécies nativas secundárias-climácicas, como por exemplo, o guarantã (Esenbeckia leiocarpa) (PINHEIRO et al., 1982). Brota com vigor da touça, após corte, podendo ser manejado pelo sistema de talhadia, em vários cortes.

Sistemas agroflorestais: a espécie pode ser utilizada em sistemas silviagrícolas, para sombreamento de cafezais (CORREA, 1969), para arborização de culturas, barreiras vivas e cercas vivas (BAGGIO; CARVALHO, 1990).

Na Tabela 13 podem ser observadas as características de crescimento em diferentes experimentos realizados na região sul e Sudeste.

Tabela 13 - Crescimento de Piptadenia gonoacantha em experimentos no Sul e Sudeste

Local Idade (anos)

Espaçamento

(m)

Plantas vivas

(%)

Altura média

(m)

DAP médio

(cm)

IMAV

(a)

Classe de solo

(b) Referência

Adrianópolis–PR 5 4x4 100,0 8,66 10,5 - PVAd Embrapa Florestas /

Berneck

Campo Mourão–PR

8 4x2 50,0 10,65 17,2 9,65 LVdf Embrapa Florestas

Cianorte–PR 12 3x3 100,0 15,05 16,7 15,25 LVd Embrapa Florestas

Colombo-PR (c) 10 10x4 41,6 5,78 6,4 - CHa Embrapa Florestas

Dionísio–MG 12 2x2 53,8 12,50 12,0 9,35 LVAd Mendes et al. (1982)

Dois Vizinhos–PR 10 2x2 76,0 9,29 11,3 8,85 LVdf Silva ; Reichmann Neto,

1986

Dois Vizinhos–PR 14 2x2 70,4 12,78 13,2 11,002 LVdf Silva ; Torres, 1992

Foz do Iguaçu–PR 11 4x4 68,7 17,36 34,0 30,80 LVdf Embrapa Florestas /

Itaipu Binacional

Jaboticabal–SP 4 2,8x2 90,5 6,90 7,6 6,30 LVd Fonseca et al., 1974

Jundiaí–SP 18 - - 23,30 30,0 - LVdf Andrade, 1961

Paraibuna-SP (d) 7 - - 9,30 18,5 - LVd Kageyama, 1992

Paranaguá-PR (e) 7 3x1,5 91,7 11,63 14,2 - LVA Embrapa Florestas

Pinhão–PR 10 2,5x2,5 83,3 11,28 12,0 8,502 LVdf Silva ; Torres, 1992

Santa Barbara–MG 18 2x2 69,6 - - 5,153 LVd Osse, 1959

Santa Helena–PR 8 4x3 93,3 12,82 22,5 24,65 LVef Embrapa Florestas / itaipu

Binacional

Santa Helena-PR (f)

10 3x3 50,0 16,08 25,9 LVef Itaipu Binacional

Santa Helena-PR 10 4x4 93,7 17,73 22,6 20,80 LVef Embrapa Florestas /

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Local Idade (anos)

Espaçamento

(m)

Plantas vivas

(%)

Altura média

(m)

DAP médio

(cm)

IMAV

(a)

Classe de solo

(b) Referência

Itaipu Binacional

Telêmaco Borba-PR

8 2x2 81,9 13,42 13,5 25,00 LVdf Speltz, 1968

Toledo-PR 7 4x4 58,3 16,50 23,9 - LVdf Embrapa Florestas

Legenda: (a) Incremento médio anual em volume sólido com casca (m3/ha.ano-1), calculado com valores médios de altura e DAP; (b) PVAd = ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico; LVdf = LATOSSOLO VERMELHO Distroférrico; LVd = LATOSSOLO VERMELHO Distrófico; CHa = CAMBISSOLO HÚMICO Alumínico; LVAd = LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico; LVA = LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico argissólico; LVef = LATOSSOLO VERMELHO Eutroférrico; (c) Abertura de faixa em capoeira alta e plantio em linha; (d) Plantio em sombra parcial; (e) Plantio em meia-encosta, na face Norte; (f) Em plantio misto; dados fornecidos pela Itaipu Binacional;1 volume calculado pelos valores individuais de altura e DAP; 2 volume calculado pelos valores médios de altura e DAP; 3 metro estéreo/ha.ano.

Fonte: Embrapa Floresta

Ocorrência natural no Estado de São Paulo

Distribuição geográfica: o pau jacará ocorre naturalmente no Estado de São Paulo nas regiões sudeste, sudoeste, central, noroeste, litoral norte e litoral sul.

Produtos e utilizações

Madeira serrada e roliça: a madeira de pau-jacaré pode ser usada localmente em acabamentos internos, armações de móveis, brinquedos, entalhes, embalagens, miolo de portas, painéis, construção civil em vigamentos, caibro, forro, tabuado de segunda categoria, em obras não expostas, e mourões para cercas, porém com baixa durabilidade (LELLES, 1978).

Energia: madeira boa para lenha e carvão vegetal em siderurgia. Queima bem ainda verde. É considerada uma das melhores essências brasileiras para lenha e carvão. O pau-jacaré possui algumas qualidades que o tornam preferido a outras madeiras nativas como facilidade para queimar, durabilidade da combustão, facilidade para rachar e durabilidade nos depósitos (HERINGER, 1947). Poder calorífico da madeira de 4.622 a 4.962 Kcal/kg (SILVA et al., 1983).

Celulose e papel: espécie adequada para este uso. Comprimento das fibras de 0,83 mm e lignina com cinzas de 29,08% (WASJUTIN, 1958).

Substâncias tanantes: o pau-jacaré apresenta rendimento em tanino na madeira de 7,1% e na casca de 11,4% (GONÇALVES; LELIS, 2000), que é empregado em curtume.

Outros usos

Alimentação animal: a forragem do pau-jacaré apresenta 15,1% a 25% de proteína bruta (GOMES, 1977b; LEME et al., 1994) e 7% a 11% de tanino (LEME et al., 1994).

Apícola: o pau-jacaré produz flores melíferas (KUHLMANN; KUHN, 1947), apresentando alto potencial apícola, com produção de néctar e pólen (BARROS, 1960; REIS et al., 1992; PIRANI; CORTOPASSI-LAURINO, 1993).

(conclusão)

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Paisagístico: espécie com atributos ornamentais (CESP, 1988; LORENZI, 1992).

Reflorestamento para recuperação ambiental: o pau-jacaré tem sido utilizado tradicionalmente para recuperação de terrenos erodidos e de baixa fertilidade. É também recomendado para reposição de mata ciliar, em solos não sujeitos a inundação (SALVADOR; OLIVEIRA, 1989; RIBEIRO; FERREIRA, 2000). O sistema radicial desta espécie é profundo, permitindo obter água e nutrientes nos diversos horizontes do solo, explicando sua capacidade para viver em terras fracas (HERINGER, 1947). Em LATOSSOLO VERMELHO Eutroférrico (LATOSSOLO ROXO eutrófico) em Santa Helena – PR observou-se sistema radicial superficial, com muitas árvores tombadas.

PESSEGUEIRO-BRAVO

Nome Científico

Prunus brasiliensis (Cham. ; Schltdl.) D. Dietr.

Família

Rosaceae

Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: espécie secundária inicial (DURIGAN; NOGUEIRA, 1990; VACCARO et al., 1999) ou clímax exigente de luz (RONDON NETO et al., 1999).

Características sociológicas: o pessegueiro-bravo é uma espécie comum, encontrada na vegetação secundária. Apresenta regeneração natural boa (superior a 50%).

Regiões fitoecológicas: Prunus brasiliensis é encontrado naturalmente, sobretudo na

Floresta Ombrófila Mista Montana (Floresta com Araucária), onde ocupa o estrato intermediário da floresta, sendo por vezes bastante comum (SILVA; MARCONI, 1990); na Floresta Estacional Semidecidual Submontana (CARVALHO et al., 1996), e na Floresta Estacional Decidual, na formação Baixomontana e Montana (TABARELLI, 1992; VACCARO et al., 1999). Em menor escala, ocorre na Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica), nas formações Altomontana/Montana, Montana e submontana (KLEIN, 1979; 1980; RODERJAN, 1994); nos últimos remanescentes de savana (cerrado) no Paraná (UHLMANN et al., 1998);

nos campos rupestres ou de altitude em Minas Gerais (PERON, 1989), e na restinga. Apesar de esta espécie ser típica de mata mesófila, sua estrutura foliar permite uma distribuição mais ampla, incluindo ambientes xéricos (PAOLI; TAKEBAYASHI, 1987).

Densidade: em área inventariada na Selva Misionera, em Misiones, Argentina, essa espécie representou valores entre seis a 22 exemplares por hectare (MARTINEZ-CROVETTO, 1963).

Biologia reprodutiva e fenologia

Sistema sexual: planta hermafrodita.

Vetor de polinização: principalmente as abelhas (FUKS; VALENTE, 1981).

Floração: de agosto a fevereiro, em São Paulo; de setembro a outubro, no Rio Grande do Sul; de novembro a março, no Paraná e, de janeiro a fevereiro, no Rio de Janeiro.

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Frutificação: os frutos amadurecem de janeiro a abril, no Rio Grande do Sul; de março a julho, no Paraná; de março a outubro, em São Paulo; de maio a agosto, no Rio de Janeiro e, de setembro a outubro, em Minas Gerais. O processo reprodutivo inicia a partir dos dois anos de idade, em plantios.

Dispersão de frutos e sementes: zoocórica: mamíferos, notadamente o macaco-bugiu ou guariba (Alouatta fusca) (KUHLMANN, 1975) e aves, principalmente o sabiá-laranjeira (Turdus sp.).

Características da madeira

Massa específica aparente: a madeira do pessegueiro-bravo é moderadamente densa: 0,69 a 0,76 g/cm3 com 12% de umidade (PARANÁ, 1979) e 0,76 a 0,92 g/cm3 a 15% de umidade (LABATE, 1975; MAINIERI; CHIMELO, 1989).

Cor: o alburno e o cerne são pouco diferenciadas de coloração róseo-amarelado-claro, levemente rosado, com estrias longitudinais geralmente curtas e avermelhadas.

Características gerais: superfície lisa ao tato e lustrosa; textura fina; grã direita a irregular. Cheiro e gosto imperceptíveis.

Durabilidade natural: resistência moderada ao ataque de organismos xilófagos.

Preservação: madeira impermeável a pouco permeável às soluções preservantes, em tratamento sob pressão.

Trabalhabilidade: apresenta desdobro fácil e pode ser aplainada e lixada sem problemas. A superfície é lisa, com desenhos bonitos, mas prejudicada pela presença de orifícios de insetos e pelo aparecimento de inúmeras rachaduras durante a secagem (PARANÁ, 1979).

Outras características

Apresenta estrias esparsas e curtas com abundante óleo-resina proveniente dos canais secretores longitudinais; madeira com alta anisotropia de inchamento e contração tangencial alta.

A descrição anatômica da madeira desta espécie pode ser encontrada em PARANÁ (1979) e em Mainieri; Chimelo (1989).

Características silviculturais

O pessegueiro-bravo é uma espécie heliófila, que tolera sombreamento de intensidade leve na fase juvenil; tolerante a baixas temperaturas.

Hábito: variável, desde crescimento monopodial até com bifurcações a partir de várias alturas e, em alguns casos, brotos ladrões e presença de galhos grossos e ramificação pesada. Não apresenta desrama natural; necessita de poda periódica, de condução e dos galhos, para garantir aproveitamento comercial.

Métodos de regeneração: o pessegueiro-bravo pode ser plantado a pleno sol, em plantio puro, onde apresenta crescimento satisfatório, mas com heterogeneidade de crescimento em altura e forma, dentro e entre locais ou em plantio misto, associado com espécies pioneiras, para solucionar problemas de forma. Brota da touça, após corte ou do colo e de várias alturas. Pode ser manejada pelo sistema de talhadia.

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Sistemas agroflorestais: deve-se evitar o uso desta espécie como árvore de sombra em sistema silvipastoril, por ser tóxica ao gado.

Na Tabela 14 podem ser observadas as características de crescimento em diferentes experimentos realizados na região sul.

Tabela 14 - Crescimento de Prunus brasiliensis em experimentos no sul do Brasil

Local Idade (anos)

Espaçamento (m)

Plantas vivas (%)

Altura média

(m)

DAP médio (cm)

IMAV

(a)

Classe de

solo (b)

Referências

Campo Mourão-PR 7 3x3 64,4 8,18 13,2 5,70 LVdf Silva ; Torres, 1992

Campo Mourão-PR 12 3x3 72,0 12,09 14,9 7,40 LVdf Embrapa Florestas

Canta Galo-PR 4 3x3 36,5 3,75 4,9 - LVd Carvalho; Cardoso, 1984

Cianorte-PR 7 3x3 8,3 6,93 6,0 - LVd Embrapa Florestas

Colombo-PR (c) 8 7x1,5 26,4 4,08 - - CHa Embrapa Florestas

Corupá-SC 2 4x3 25,0 2,24 - - CHa Embrapa Florestas

Dois Vizinhos-PR 10 2,5x2,5 80,5 11,84 14,0 11,75 LVdf Silva; Torres, 1992

Dois Vizinhos-PR (d) 12 2,5x2,5 58,7 12,58 18,5 - LVdf Silva; Torres, 1993

Dona Ema-SC 3 4x3 80,0 3,48 - - Embrapa Florestas

Foz do Iguaçu-PR 9 3x3 55,2 10,58 14,7 6,10 LVdf Embrapa Florestas / Itaipu

Binacional

Irati-PR 5 2,5x2,5 25,0 4,66 4,5 - LVd Carvalho, 1981

Laranjeiras do Sul-PR 6 3x3 72,0 7,55 10,4 4,30 LVdf Embrapa Florestas /

Araupel

Paranaguá-PR 6 3x2 14,2 9,70 12,0 - CHa Embrapa Florestas

Pinhão-PR 10 2,5x2,5 80,0 10,58 16,5 14,45 LVdf Silva; Torres, 1992

Ponta Grossa-PR 4 3x2 52,1 2,04 - - LVd Embrapa Florestas

Quedas do Iguaçu-PR (e)

8 4x3 69,2 12,32 24,6 - LVdf Embrapa Florestas /

Araupel

Quedas do Iguaçu-PR (f)

8 4x3 23,0 11,86 25,5 - LVdf Embrapa Florestas /

Araupel

Santa Helena-PR (g) 9 3x2 49,2 12,97 15,6 11,30 LVef Embrapa Florestas / Itaipu

Binacional

Teixeira Soares-PR (c) 7 3x1 35,7 4,61 4,5 - PVAd Carvalho, 1982

Telêmaco Borba-PR 8 2x2 90,9 11,42 9,5 11,90 LVdf Speltz, 1968

Legenda: (a) Incremento médio anual em volume sólido com casca (m3/ha.ano-1), calculado com valores médios de altura e DAP; (b) LVdf = LATOSSOLO VERMELHO Distroférrico; LVd = LATOSSOLO VERMELHO Distrófico; CHa = CAMBISSOLO HÚMICO Alumínico; PVAd = ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico; LVef = LATOSSOLO VERMELHO Eutroférrico; (c) Abertura de faixas em capoeira alta e plantio em linha; (d) Plantio misto: modelo de plantio misto denominado de "semicírculos em raios incompletos"; (e) Como substrato para o recipiente foi usado solo coletado debaixo das árvores adultas, com baixo teor de alumínio; (f) Como substrato para o recipiente foi usado solo usual para o viveiro da Embrapa Florestas, com alto teor de alumínio; (g) Plantio de comprovação, com 1.450 árvores plantadas.

Fonte: Embrapa Florestas.

Ocorrência natural no Estado de São Paulo

Distribuição geográfica: Prunus brasiliensis ocorre naturalmente no Estado de São Paulo

nas regiões sudeste, sudoeste, central, noroeste, litoral norte e litoral sul.

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Produtos e utilizações

Madeira serrada e roliça: a madeira de pessegueiro-bravo pode ser usada em construção civil, móveis inferiores, tacos e tábuas para assoalhos, artigos de esporte, acabamentos internos, cabos de ferramentas, vigamentos, lambris, laminados, dormentes de segunda categoria, folhas faqueadas decorativas e peças torneadas.

Energia: madeira com razoável poder energético.

Celulose e papel: espécie inadequada para este uso (WASJUTIN, 1958).

Constituintes químicos: a casca apresenta saponina em pequena quantidade (NAKAOKA; SILVA, 1982).

Outros usos

Alimentação animal: a forragem do pessegueiro-bravo apresenta 12,5% de proteína bruta e 7% a 9% de tanino (LEME et al., 1994). Contudo, deve-se evitar o uso desta espécie como forrageira, por ser tóxica ao gado.

Apícola: as flores desta espécie são melíferas. Em São Paulo, ele floresce em agosto, mês de escassez de floradas, sendo suas flores avidamente frequentadas pelas abelhas (KUHLMANN; KUHN, 1947), que são atraídas pelo néctar abundante que exsuda do nectário, um espessamento anular laranja-amarelado situado na superfície da parede do receptáculo com mais ou menos 3 a 4 mm de comprimento, localizado abaixo da inserção dos estames.

Medicinal: a infusão das folhas e da casca do pessegueiro-bravo é calmante para tosses e acessos asmáticos. As sementes são consideradas venenosas. Os índios de várias etnias do Paraná e de Santa Catarina usam as folhas e a casca do caule no tratamento de dor de dentes, dor de cabeça, febre e tosse (MARQUESINI, 1995).

Paisagístico: a espécie é recomendada principalmente para arborização nas margens das rodovias. Restrição ao seu uso: espécie considerada altamente cianogênica; a ingestão de folhas e de galhos causa morte rápida em bovinos e caprinos (SAAD; CAMARGO, 1967).

Reflorestamento para recuperação ambiental: os frutos, quando maduros, são procurados pela avifauna, seus principais dispersores, principalmente pelo sabiá. Na Região Metropolitana de Curitiba - PR era comum a população de origem italiana, na época de frutificação do pessegueiro-bravo, ficar nas proximidades das árvores desta espécie para caçar sabiás, atraídos em grande quantidade pelos seus frutos maduros. O sabiá é componente de um prato típico da colônia italiana, polenta com sabiá. O pessegueiro-bravo é também recomendado para arborização de represas e para reposição de mata ciliar em locais sem inundação.

AMENDOIM BRAVO

Nome Científico

Pterogyne nitens Tul.

Família

Fabaceae

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Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: espécie secundária inicial (DURIGAN; NOGUEIRA, 1990), com papel pioneiro em sítios arenosos e degradados (LOPEZ et al., 1987), a espécie secundária tardia (FERRETTI et al., 1995).

Características sociológicas: o amendoim está presente na vegetação secundária, em capoeiras, e frequentemente como árvore isolada em pastagens (NOGUEIRA, 1977). Regenera-se intensamente nas áreas abertas e é planta invasora de pastagens (PINTO, 1980).

Regiões fitoecológicas: Pterogyne nitens ocorre naturalmente, sobretudo na Floresta

Estacional Semidecidual Submontana, onde ocupa o dossel superior ou emergente; na Floresta Estacional Decidual, na bacia do rio Uruguai (KLEIN, 1982; MARCHIORI, 1997) e na formação Aluvial, em Mato Grosso do Sul (POTT et al., 2000); na Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica); no Cerradão e ocasionalmente, no Cerrado; no domínio da Caatinga/Mata Seca (LIMA et al., 1979; LIMA; LIMA, 1998) e na Caatinga Arbórea Aberta ao longo dos rios Verde e São Francisco, no norte de Minas Gerais (BRANDÃO; GAVILANES, 1994). A espécie é também encontrada na Bahia, na transição da Caatinga com a mata de Cipó (LEWIS, 1987), no Pantanal Mato-Grossense, onde é frequente nas partes secas calcárias (CONCEIÇÃO; PAULA, 1986), nos brejos de altitude, em Pernambuco (PEREIRA et al., 1993). Fora do Brasil, ocorre na Selva Misionera e Selva Tucumano-Boliviana.

Biologia reprodutiva e fenologia

Sistema sexual: planta monoica.

Sistema reprodutivo: espécie alógama ou de fecundação cruzada (NOGUEIRA et al., 1986).

Vetor de polinização: principalmente as abelhas (PAULA; ALVES, 1997) e diversos insetos pequenos.

Floração: de setembro a outubro, no Ceará; de janeiro a fevereiro, no Rio de Janeiro; de janeiro a março, em São Paulo; de janeiro a abril, no Paraná e, de fevereiro a maio, no Mato Grosso do Sul.

Frutificação: os frutos amadurecem em maio, no Rio de Janeiro; de maio a agosto, no Paraná e em São Paulo e, de agosto a novembro, no Mato Grosso do Sul. O processo reprodutivo inicia por volta dos dez anos de idade, em plantios.

Dispersão de frutos e sementes: autocórica, principalmente barocórica, por gravidade; anemocórica, pelo vento, e ictiocórica, pelo peixe Pterodoras granulosus, na bacia do Rio

Paraná (SOUZA-STEVAUX et al., 1994).

Características da madeira

Massa específica aparente: a madeira do amendoim é moderadamente densa (0,70 a 0,87 g/cm3), a 15% de umidade (TORTORELLI, 1956; PEREIRA; MAINIERI, 1957; MAINIERI; CHIMELO, 1989; JANKOWSKY et al., 1990).

Cor: alburno distinto do cerne, bege-claro levemente amarelado. Cerne bege-rosado-escuro, ou castanho-claro, uniforme.

Características gerais: superfície brilhante e irregular, lisa ao tato e lustrosa a algo áspera; textura média; grã direita a irregular. Cheiro pouco perceptível, às vezes com odor de amendoim cru e gosto ligeiramente amargo.

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330

Durabilidade natural: resistência moderada ao apodrecimento, não devendo estar em contato com o solo ou umidade prolongada. Estacas de cerne desta espécie mostraram-se ser altamente resistente a fungo e resistente ao cupim (CAVALCANTE et al., 1982). Estacas soterradas por 20 anos indicam que a vida média da madeira desta espécie é inferior a quinze anos (ROCHA et al., 2000).

Preservação: madeira com baixa permeabilidade às soluções preservantes; apresenta os vasos parcialmente obstruídos por óleo-resina e fibras de lume reduzido.

Secagem: com tendência a apresentar rachaduras. O processo conduzido em estufa deve ser rigorosamente controlado para evitar alta incidência de defeitos.

Trabalhabilidade: fácil, recebendo um bom acabamento. É considerada de fácil colagem.

Outras características

Apresenta certa semelhança com o mogno (Swietenia macrophylla), porém mais pesada e menos bela (RIZZINI, 1971), e comparável, mas inferior à cabriúva (Myrocarpus frondosus).

É madeira elástica, tenaz e resistente, utilizada em peças curvas (CORREA, 1975). Caracteres anatômicos, propriedades físicas e mecânicas da madeira desta espécie são encontrados em MAINIERI; CHIMELO (1989) e em MATTOS (1999).

Características silviculturais

O amendoim é uma espécie heliófila. Apresenta tolerância variável às baixas temperaturas, desde medianamente tolerante a tolerante. As mudas de amendoim, quando atingidas pelas geadas, apresentam recuperação muito boa.

Hábito: geralmente tortuoso, muito ramificado, sem dominância apical e às vezes com multitronco, a regular. A desrama natural só se realiza quando as plantas estão sob sombra ou bastante adensadas. Necessita de poda frequente e periódica, poda de condução e dos galhos, durante os primeiros anos. As podas são feitas com dificuldade e a cicatrização é difícil.

Métodos de regeneração: o amendoim não se desenvolve bem em povoamentos puros a pleno sol. Recomenda-se plantio misto associado com espécies pioneiras ou plantio em linhas com faixas abertas em vegetação matricial arbórea. A espécie tem boas perspectivas para plantios de enriquecimento de bosques (LOPEZ et al., 1987). Brota da touça após corte, podendo ser manejada pelo sistema de talhadia.

Na Tabela 15 podem ser observadas as características de crescimento em diferentes experimentos realizados na região sul, sudeste e nordeste.

Tabela 15 - Crescimento do Pterogyne nitens em experimentos no Ceará, Paraná e no Estado de São Paulo

Local Idade (anos)

Espaçamento (m)

Plantas vivas (%)

Altura média

(m)

DAP médio

(cm)

IMAV (a)

Classe de solo

(b) Referências

Campo Mourão-PR 5 3x3 87,5 2,80 4,8 - LVdf Silva; Torres, 1992

Cosmópolis-SP 20 - - 18,00 18,0 - LVdf Nogueira, 1977

Dois Vizinhos-PR 10 3x3 100,0 9,15 10,9 4,75 LVdf Silva; Torres, 1992

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331

Local Idade (anos)

Espaçamento (m)

Plantas vivas (%)

Altura média

(m)

DAP médio

(cm)

IMAV (a)

Classe de solo

(b) Referências

Foz do Iguaçu-PR 9 4x4 81,2 7,54 9,6 - LVdf Embrapa Florestas /Itaipu

Binacional

Ilha Solteira-SP 1 3x3 - 3,60 - - LVd Santarelli, 1990

Jaboticabal-SP 4 2,8x2 98,4 3,78 3,6 - LVd Fonseca et al., 1974

Santa Helena-PR (c) 5 4x2 94,4 4,21 2,6 - LVef Zelazowski; Lopes, 1993

Santa Helena-PR (d) 5 4x2 91,6 3,68 1,9 - LVef Zelazowski; Lopes, 1993

Santa Helena-PR 9 4x3 100,0 7,70 8,3 1,95 LVef Embrapa Florestas / Itaipu

Binacional

Santa Helena-PR (e) 10 3x3 100,0 11,31 11,4 6,40 LVef Itaipu Binacional

Santa Helena-PR (f) 10 3x3 100,0 7,41 8,3 2,25 LVef Itaipu Binacional

São Simão-SP 14 2x2 94,7 9,02 10,7 7,00 LVdf Gurgel Filho et al., 1982a

Sobral-CE 11 2x2 - 1,40 - - Silva et al., 1980

Legenda: (a) Incremento médio anual em volume sólido com casca (m3/ha.ano-1), calculado com valores médios de altura e DAP; (b) LVdf = LATOSSOLO VERMELHO Distroférrico; LVd = LATOSSOLO VERMELHO Distrófico; LVef = LATOSSOLO VERMELHO Eutroférrico; (c) Abertura de faixas e plantio em linhas na direção Leste-Oeste em povoamentos densos espontâneos de Leucaena leucocephala; (d) Abertura de faixas e plantio em linhas na direção Norte-Sul em povoamentos densos espontâneos de Leucaena leucocephala; (e) Em plantio misto; dados fornecidos pela Itaipu Binacional; (f) Em plantio puro, dados fornecidos pala Itaipu Binacional.

Fonte: Embrapa Florestas.

Ocorrência natural no Estado de São Paulo

Distribuição geográfica: Pterogyne nitens ocorre naturalmente no Estado de São Paulo nas

regiões sudeste, sudoeste, central e noroeste.

Produtos e utilizações

Madeira serrada e roliça: a madeira de amendoim é indicada para móveis finos, lambris, carpintaria em geral, tacos e tábuas para assoalho, carroçaria, construção civil, vigas, caibros, ripas, forro e esquadrias; caixas de rádio, interiores de vagões ferroviários e de embarcações, tanoaria, escadas extensíveis, obtenção de folhas faqueadas, decorações internas, revestimentos decorativos, chapas e lâminas ornamentais; dormentes, mourões, postes e estacas; implementos agrícolas, cabos de ferramenta, artigos de tornearia, talas e molduras (GHILARDI; MAINIERI, 1964; CELULOSA ARGENTINA, 1975). A madeira desta espécie tem larga aplicação na fabricação de tonéis, barris, corotes e tanques para bebidas e produtos ácidos (MAINIERI ; CHIMELO, 1989). A espécie é recomendada para construção de barcos e de casas na zona rural e cidades do interior (PAULA et al., 1995).

Energia: espécie produtora de lenha de boa qualidade (NOGUEIRA, 1977). No Pantanal Mato-Grossense, produz lenha para uso em fornos e caldeiras, e para carvão (CONCEIÇÃO; PAULA, 1986).

Celulose e papel: espécie inadequada para este uso.

(conclusão)

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332

Outros produtos

Constituintes químicos: presença intensa de alcalóides na casca e no lenho e presença intensa de cumarinas na casca (SAKITA; VALLILO, 1990).

Matéria tintorial: o amendoim apresenta seiva rósea. O extrato aquoso do seu pó de serra tem cor roxa e é usado em tinturaria.

Saponina: presença intensa na casca (SAKITA; VALLILO, 1990).

Substâncias tanantes: presença intensa na casca (SAKITA; VALLILO, 1990).

Outros usos

Paisagístico: como árvore ornamental, tem um valor muito grande, não só pela beleza e odor das flores como também pela folhagem brilhante e pela frutificação que apresenta tons cambiantes à medida que amadurece. É recomendada para vias urbanas e arborização de rodovias (CESP, 1988; LORENZI, 1992). É ainda plantada em muitas cidades brasileiras, entre as quais, Foz do Iguaçu – PR (COSTA; KAMINSKI, 1990).

Reflorestamento para recuperação ambiental: a espécie é recomendada para reposição de mata ciliar em locais com inundações periódicas de rápida duração e para revegetação em sítios arenosos e degradados; suporta encharcamento leve.

AROEIRA-PIMENTA

Nome Científico

Schinus terebinthifolia Raddi

Família

Anacardiaceae

Aspectos Ecológicos

Grupo sucessional: trata-se de uma espécie pioneira.

Características sociológicas: espécie comum na vegetação secundária, nos estágios de capoeirinha, capoeira, capoeirão e floresta secundária.

Regiões fitoecológicas: ocorre de forma natural na Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica), na formação Baixo-Montana; Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária), nas formações Aluviais (galeria e mata ciliar) e Montana; Floresta Estacional Semidecidual, na formação Baixo-Montana; Floresta Estacional Decidual, na formação Baixomontana; esporadicamente, no Cerrado e Cerradão e Sistemas Edáficos de Primeira Ocupação, "restinga", onde é abundante.

Biologia reprodutiva e fenologia

Sistema sexual: dioica.

Vetor de polinização: principalmente abelhas.

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333

Floração: floresce de agosto a junho, às vezes irregularmente ou duas vezes no ano: de agosto a março em São Paulo, outubro a março no Paraná, de novembro a março no Rio Grande do Sul, de março a junho no Rio de Janeiro e de maio a junho na Bahia. A floração da aroeira é precoce, a partir do primeiro ano, ainda no viveiro.

Frutificação: frutos maduros de janeiro a outubro: de janeiro a fevereiro no Rio de Janeiro, de janeiro a maio no Paraná, em março no Espírito Santo, de março a outubro em São Paulo, de maio a junho no Rio Grande do Sul e em julho em Sergipe. Os frutos persistem por um longo tempo na planta; ademais, há grande variabilidade entre plantas, sendo, portanto, impossível precisar épocas de floração e frutificação. Quando plantada, apresenta frutificação a partir do primeiro ano após o plantio.

Dispersão de frutos e sementes: zoocoria, principalmente por aves.

Características da madeira

Massa específica aparente: madeira pesada (0,80 g/cm3) a 12% de umidade.

Massa específica básica: 0,49 g/cm3.

Cor: alburno róseo-claro pardacento com manchas levemente diferenciadas; cerne branco-rosado-claro.

Características gerais: superfície lisa ao tato e de brilho pouco acentuado; textura fina; grã direita. Cheiro indistinto e gosto levemente adstringente.

Durabilidade natural: prolongada.

Características silviculturais

Hábito: espécie heliófila. O desempenho fotossintético da aroeira confirma a característica heliófila dessa espécie. A tolerância às geadas é variável em função da intensidade do inverno, de tolerante a sensível no primeiro ano, com queima dos brotos terminais. Apresenta forma ruim, tortuosa, sem dominância apical definida, com ramificação pesada, bifurcações e com multitroncos.

Métodos de regeneração: em função de suas exigências ecológicas, a aroeira deve ser plantada a pleno sol.

Sistemas agroflorestais: espécie recomendada em sistema silvipastoril, para sombreamento e arborização de pastos. A aroeira pode ser plantada, com mudas gigantes ou estacas, para fins de sombreamento aos animais, sendo também recomendada para palanques com árvores vivas, para cerca.

Na Tabela 16 podem ser observadas as características de crescimento em diferentes experimentos realizados na região sul.

Tabela 16 - Crescimento de Schinus terebinthifolia em experimentos na região sul

Local Idade (anos)

Espaçamento (m x m)

Plantas Vivas (%)

Altura média

(m)

DAP médio (cm)

IMAV (a)

Classe de

solo Referências

Campo Mourão–PR 8 3x2 94,0 6,86 9,6 4,85 LVd CNPFlorestas / Embrapa

Campo do Tenente-PR

7 4x2,5 100,0 3,56 -- -- -- CNPFlorestas / Embrapa

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334

Local Idade (anos)

Espaçamento (m x m)

Plantas Vivas (%)

Altura média

(m)

DAP médio (cm)

IMAV (a)

Classe de

solo Referências

Corupá-SC 2 4x3 100,0 3,92 2,6 -- -- CNPFlorestas / Embrapa

Dois Vizinhos-PR 14 2x2 92,6 11,0 10,8 8,30 LVd Carvalho (1994)

Foz do Iguaçu-PR 4 3x3 100,0 5,47 7,3 -- LVd CNPFlorestas / Embrapa

Foz do Iguaçu-PR 4 4x2,5 90,0 3,02 5,1 -- LVd CNPFlorestas / Embrapa

Irati-PR 4 3x2 66,6 0,99 -- -- -- CNPFlorestas / Embrapa

Laranjeiras do Sul-PR

6 3x3 96,0 6,24 7,2 2,25 LVd CNPFlorestas / Embrapa

Paranaguá-PR 6 3x2 85,7 6,14 5,3 -- -- CNPFlorestas / Embrapa

Pinhão-PR 10 2,5x2,5 97,4 9,63 14,3 12,00 LVd Carvalho (1994)

Santa Helena-PR 1 4x4 93,7 1,36 -- -- LVe CNPFlorestas / Embrapa

Santa Helena-PR 7 4x4 92,0 10,41 16,1 8,70 LVd Carvalho (1994)

Teixeira Soares-PR (b)

4 10x10 100,0 3,00 -- -- -- CNPFlorestas / Embrapa

Teixeira Soares-PR 5 2,5x2,5 93,8 3,25 2,8 0,30 -- Carvalho (1994)

Legenda: (a) incremento médio anual em volume sólido com casca (m3/ha.ano–1), calculado com valores médios de altura e DAP; (b) abertura de faixas em capoeira alta e plantio em grupo de Anderson; LVd = LATOSSOLO VERMELHO Distrófico; LVe = LATOSSOLO VERMELHO Eutrófico.

Fonte: Carvalho, 1994.

Ocorrência natural no Estado de São Paulo

Distribuição geográfica: Schinus terebinthifolia ocorre naturalmente no Estado de São Paulo nas regiões sudeste, sudoeste, central, litoral norte e litoral sul.

Usos

Madeira serrada e roliça: com pouco valor comercial, a madeira da aroeira é usada principalmente como mourões de cerca.

Energia: produz lenha e carvão de boa qualidade.

Celulose e papel: espécie inadequada para este uso.

Outros produtos

Constituintes químicos: Tem, como restrição em quantidade excessiva, a presença de mimosina (aminoácido não proteico), que pode causar perda de peso e aborto.

Óleos e Resinas: das sementes extrai-se um óleo volátil, com atividade inseticida comprovada em Musca domestica. Extrai-se da casca resina terebintácea aromática,

conhecida por mastigue.

(conclusão)

(conclusão)

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Substâncias tanantes: a casca, por ser rica em tanino, é utilizada localmente, em curtume e para fortalecer redes de pescas. A presença de taninos limita o seu uso para outros animais, mas parece não ser limitante para as cabras.

Outros usos

Alimentação: Como fruto produz a pimenta rosa, bastante comercializada especialmente no mercado externo.

Apícola: suas flores são nectaríferas, sendo espécie de valor apícola para a produção de mel de qualidade e pólen.

Medicinal: a aroeira é muito empregada na medicina doméstica. Sua casca tem propriedades depurativas, febrífugas e contra afecções uterinas em geral. Ela serve para bronquites e doenças das vias urinárias. O chá feito com a casca serve para curar diarreias e hemoptises, também é utilizada, em banhos com 25 g/litro de água, contra a dor ciática, a gota, o reumatismo e bactérias que se manifestam sob a forma de edema do tipo erisipela. As folhas são antirreumáticas e um valioso remédio na cura de úlceras e feridas. Dos folíolos obtém-se substância cicatrizante, antiblenorrágica, também utilizada para cólicas intestinais. Aos frutos atribuem-se propriedades diuréticas.

Recomenda-se precaução no uso da planta, devido às suas propriedades tóxicas, apesar de não haver dúvidas quanto as suas qualidades antinevrálgicas, adstringentes, tônica e estimulante.

Paisagístico: pela beleza da folhagem, floração prolongada e frutificação persistente, a aroeira é utilizada com frequência como ornamental, sendo muito cultivada em praças e parques. Tem, como restrição, o fato de principalmente as folhas apresentar propriedades alergênicas para pessoas sensíveis, mesmo não havendo contato direto, ocasionando intoxicações, alergias, feridas, lesões, edema e inflamações. Não fosse essa restrição, ela poderia ser utilizada, mesmo sob redes de distribuição de energia elétrica, pelo fato de não tocar na fiação

Reflorestamento para recuperação ambiental: a aroeira é uma das espécies mais procuradas pela avifauna em nosso meio, que são os seus maiores disseminadores. A espécie é recomendada para recuperação de áreas degradadas e marginais, devido ao seu caráter de pioneirismo e agressividade, e para reposição de mata ciliar para áreas com inundações periódicas de rápida duração e com períodos de encharcamento moderado; todavia, é sensível a encharcamentos prolongados. Na costa atlântica do Brasil, é plantada para estabilização de dunas.

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ANEXO 05 – ANEXO DA RESOLUÇÃO SMA N° 008/08

Page 291: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

337

ANEXO 06 – MAPAS COMPLEMENTARES

Page 292: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

338

Regiões Ecológicas do Estado de São Paulo

Fonte: SMA/SP, adaptado por STCP.

Page 293: ESTUDO DE VIABILIDADE DE PLANTIO FLORESTAL COM …

339

Áreas Prioritárias para plantios de espécies comerciais nativas da Mata Atlântica e Tipologia Vegetal do Estado de São Paulo

Fonte: SMA/SP, adaptado por STCP.

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340

Áreas Prioritárias para plantios de espécies comerciais nativas da Mata Atlântica e Cultivos de Cana-de-Açúcar e Silvicultura no Estado de São Paulo

Fonte: SMA/SP, adaptado por STCP.