Estudo Dirigido Produtividade Primaria 2015
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Curso de Engenharia Ambiental
Disciplina: Ecologia Básica BB048
Professor: DATA:
Estudo dirigido - Produtividade Primária:
A produtividade primária refere-se à fixação de carbono inorgânico, e à produtividade primária
líquida (PPL), ou bruta (PPB) de matéria orgânica a partir do processo da fotossíntese. Os organismos
produtores são capazes de fixar o carbono inorgânico (CO2 e bicarbonatos dissolvidos na água) em
hidrocarbonetos. Isto pode acontecer por duas vias metabólicas: a fotossíntese e a quimiossíntese. A
fotossíntese é uma sequência de reações químicas característica das plantas clorofiladas cuja função é
transformar energia luminosa em energia química. A quimiossíntese refere-se à redução do carbono
graças a oxidação de substâncias tais como NH3, NO2,S-2
, Fe+2
, realizadas por organismos que não
precisam da luz para reduzir o carbono como algumas bactérias de vida livre. Vários fatores afetam as
taxas de produtividade primária nos ecossistemas. Os fatores biológicos estão relacionados às próprias
taxas metabólicas de cada espécie, bem como à possível influência de outros organismos sobre o
desenvolvimento dos organismos produtores. Quanto aos fatores físico-químicos, os principais são: a
luminosidade, a temperatura, a salinidade e a disponibilidade de nutrientes.
Ecólogos estimam que as atividades humanas desperdiçam e destroem cerca de 27% do total de
PPL potencial da Terra, cerca de 10% a 55% de PPL dos ecossistemas terrestres. Este é um dos
principais argumentos dos ecólogos para se evitar a degradação progressiva dos biomas e recursos de
naturais no planeta. Deste modo, a avaliação da produção primária nos ecossistemas é uma importante
ferramenta para a caracterização do ambiente e para o uso sustentável dos recursos vivos, como, por
exemplo, capacidade de recarga e sustentação de um determinado ecossistema.
Método da garrafa (consultem Ricklefs 2010, para maiores detalhes)
Para avaliar a produtividade primária em ecossistemas aquáticos, um dos métodos mais
utilizados é a técnica da garrafa claro-escura. Com este método as alterações das concentrações de
oxigênio dissolvido são utilizadas para medir a fotossíntese e a respiração. Uma amostra de água é
colocada em uma garrafa de vidro transparente e outra é colocada numa garrafa de vidro protegida da
luz (no escuro). Em ambas o oxigênio dissolvido é medido inicialmente, durante a coleta, com o auxílio
do oxímetro. As garrafas são tampadas e incubadas por um período de 30 minutos a 24 horas. Após o
término do período de incubação, o oxigênio dissolvido de todas as garrafas é medido e os resultados
avaliados através das fórmulas:
PPB = c + R– i
PPL = c – i
R = i – e
Onde:
R = respiração
PPB= Produção Primária bruta
PPL = Produção Primária líquida
c = oxigênio dissolvido nos frascos claros
e = oxigênio dissolvido nos frascos escuros
i = oxigênio dissolvido inicial
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1. Exercício com dados secundários:
Seguindo o mesmo critério e metodologia, foram coletadas amostras de água de um reservatório
e obtidos os valores iniciais de oxigênio dissolvido (OD). Após 10 horas de incubação, foram obtidos
os valores de OD nas garrafas clara e escura, conforme o conjunto de dados apresentado abaixo. A
partir destes valores, calcule PPB, PPL, R e discuta os aspectos biológicos que poderiam estar
relacionados ao padrão de produtividade neste ecossistema. Para tanto construindo um gráfico da
variação da PPB, da R e da PPL ao longo do ano para os valores calculados (eixo x - mês, eixo y –
valores calculados). Ao final discuta qual o possível processo ecológico pode ter afetado o reservatório
no fim do ano e faça inferências sobre a comunidade local de plantas (fitoplâncton) e animais antes e
depois do evento ecológico.
Quadro 1. Síntese dos dados obtidos ao longo de um ano em um reservatório:
Mês Produção OD (mg/L) PPB R PPL
Jan
C 5,758
E 5,660
I 5,66
Fev
C 6,629
E 6,529
I 6,53
Mar
C 5,300
E 5,299
I 5,3
Abr
C 6,030
E 6,029
I 6,03
Mai
C 5,800
E 5,700
I 5,7
Jun
C 6,040
E 6,030
I 6,03
Jul
C 5,970
E 5,960
I 5,96
Ago
C 5,940
E 5,739
I 5,74
Set
C 6,389
E 6,380
I 6,38
Out
C 1,999
E 1,001
I 1,3
Nov
C 2,601
E 2,598
I 2,6
Dez
C 4,050
E 4,049
I 4,05
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2. Estudo dirigido: Fluxo de energia nos ecossistemas
As relações entre os organismos em um ecossistema podem ser compreendidas em termos de
suas relações tróficas e da constante transformação de massas entre os componentes, governada de
acordo com as leis termodinâmicas da entropia e da conservação de energia. As complexas relações
entre diferentes níveis tróficos podem ser representadas graficamente em cadeias alimentares, teias
alimentares ou pirâmides tróficas, onde é possível ilustrar as relações de consumo e o fluxo de energia
de modo quantitativo.
Quando um organismo adquire energia (através da fotossíntese ou do consumo de alimento)
uma grande parte é utilizada para o metabolismo basal, outra não é aproveitada e uma pequena parte é
incorporada (assimilada). Somente a última poderá ser utilizada pelos organismos no próximo nível
trófico superior. Desta forma, à medida que se passa de um nível trófico inferior (basal) para um
superior (topo) verifica-se uma grande variação na quantidade de energia. É sobre estas relações entre
os níveis tróficos que versam as seguintes questões:
1. Produção primária: trata-se da assimilação de energia solar pelos organismos autótrofos. A produção
primária bruta (PPB) é a energia total assimilada pela fotossíntese e a produção primária líquida (PPL),
a energia acumulada na biomassa vegetal. Portanto, PPB – respiração = PPL.
Questão para discussão: por que uma cultura de milho na região nordeste do Brasil, comumente,
é menos produtiva que no sul ou no sudeste?
2. Para medir a taxa de fluxo de energia através de uma comunidade, o tempo de residência é um
importante elemento. Trata-se da medida do tempo em que a energia permanece em um nível trófico
antes de ser transferida para outro nível.
Questão para discussão: porque o tempo de residência é menor em um habitat úmido
comparado com um habitat seco?
3. Quando a produção de energia (P) de um nível trófico (ou ecossistema como um todo) é igual ao
consumo (R = respiração), diz-se que está em equilíbrio energético, ou seja, P=R. Numa comunidade
onde há predomínio de organismos autótrofos, P>R, e numa onde predominam heterótrofos, P<R. A
tabela abaixo mostra o fluxo de energia (Kcal.m-2
.ano-1
) em duas florestas:
Aspectos ecológicos Floresta imatura Floresta madura
Fotossíntese total 12.200 45.000
Respiração vegetal 4.700 32.000
Produção de biomassa 7.500 13.000
Respiração de heterótrofos 4.600 13.000
Produção líquida 2.900 0
P/R 1.3 1
Questão para discussão: Como poderia ser definida cada floresta em termos de equilíbrio
energético? O que deve acontecer com as duas florestas com o passar do tempo?
4. O fluxo de energia num ecossistema varia em termos de energia disponível, produtividade e
eficiência ecológica.