Obtenção de Emulsões Asfálticas Polimerizadas Utilizando Resíduo Industrial
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ESTUDO DO COMPORTAMENTO DE FASES DE EMULSÕES: EFEITO
DE SAIS, NATUREZA DO ÓLEO E TEMPERATURA
Aluna: Gabriela Marta (IC)
Orientadora: Aurora Pérez Gramatges (PQ)
Rio de Janeiro, 16 de Julho de 2018
Departamento de Química
RESUMO
Com o propósito de estudar o comportamento das fases de emulsão estabilizadas por
nanopartículas e surfactantes em meios salinos, de acordo com a natureza dos óleos e a diferentes
temperaturas estes ensaios foram realizados. Os ensaios foram feitos durante um período de 30
minutos, os quais de 5 em 5 min foram avaliados a estabilidade das emulsões dentro das provetas.
Com tais experimentos foi possível obter os resultados para a estabilidade das emulsões de
acordo com as diferentes variáveis exemplificadas acima. Os resultados obtidos para a os
diferentes óleos, mostraram que a estabilidade é similar para ambos os óleos, enquanto a
salinidade do meio afeta significativamente a formação da emulsão. Os melhores resultados
foram obtidos na emulsão contendo nanopartículas de sílica modificadas com C16 agentes
silanizantes hexadecilmetoxisilano, C16 e SDS, em salmoura de NaCl (3,5% p/p), tanto em
temperatura ambiente quanto a 55ºC. Os sistemas contendo apenas nanopartículas de sílica,
NPSi, (sem SDS adsorvido) não se mostraram estáveis nas condições dos experimentos com
salinidade. Para o sistema água/decano e água/heptano as nanopartículas de sílica modificadas a
com C16 e SDS e com H20 tiveram as melhores respostas em temperatura ambiente, já em
temperatura alta foram as nanopartículas de sílica modificadas a com agentes silanizantes
trietiloctilsilano, C8. Logo, foi evidenciado que o fator que mais influencia na estabilidade das
emulsões é a salinidade, enquanto a temperatura e a natureza do óleo têm um papel menos
importante, na faixa de valores utilizados nos experimentos deste trabalho.
Departamento de Química
Introdução
Uma emulsão é um sistema heterogêneo, composto de pelo menos um líquido imiscível
disperso em outro em forma de gotas. Este líquido que contém as gotas dispersas é chamado de
fase contínua ou fase externa e a outra fase é chamada de fase descontínua, fase interna ou fase
dispersa. No caso das microemulsões, o tamanho das gotas é muito menor do que nas emulsões
convencionais, e apresentam uma alta estabilidade devido a utilização de grandes quantidades de
agentes ativos superficialmente [1].
O objetivo da presente pesquisa forma parte de um projeto maior que estuda a liberação
de surfactantes a partir de nanopartículas de sílica modificada para serem usadas como
nanocarreadores de surfactantes em recuperação avançada de petróleo. Por conta disso, é
necessário o estudo das emulsões formadas e de sua estabilidade em condições diversas,
simulando aquelas típicas de reservatórios.
Mediante ensaios de caracterização do comportamento de fase de emulsões é possível
conhecer se o sistema emulsionado está em equilíbrio com excesso tanto de óleo quanto de água,
formando um sistema trifásico. Esses sistemas podem ser classificados como Winsor I, II e III,
sendo que o comportamento tipo Winsor III (típico de microemulsão) é o sistema desejado nas
aplicações de recuperação de petróleo [2], Figura 1 - Classificação de Winsor.
Objetivo
O objetivo deste projeto foi estudar o comportamento de fase das emulsões formadas,
determinando o efeito de diferentes óleos, salinidades e temperatura.
Figura 1 - Classificação de Winsor
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Metodologia
Para que fosse possível a realização do ensaio e estudo da estabilidade do sistema
composto pela solução de surfactante e nanopartículas em água, em contato com uma fase oleosa,
foi realizado o teste de separação água/ óleo. Para isto foram realizados os ensaios de acordo com
o procedimento estabelecido pela Sociedade Americana para Testes e Materiais (ASTM) no
procedimento D1401. O método consiste em determinar a capacidade do óleo em se separar da
fase aquosa, para isso foi necessário a utilização de materiais e equipamentos tais como:
- Pipeta de 10 mL
- Proveta de 100 mL
- Bécher de 50 mL
- Espátula
- Erlenmeyer de 150 mL
- Ultra Turrax, IKA, T25 Digital (2,8 rpm X 1000)
- Bacia de aquecimento
- Balança analítica (Shimadzu)
- Pipeta variável
- Reagentes (SDS, Decano, Heptano, Sais da salmoura)
- Sais da Salmoura
NaCl......................24,54 g/L
MgCl2.6H2O ......... 11,10 g/L
CaCl2.2H2O .......... 1,54 g/L
KCl.......................0,69 g/L
NaHCO3..............0,20 g/L
Primeiramente, realizaram-se ensaios preliminares para que fosse possível estabelecer um
padrão para todos os ensaios feitos. Após ajustado o método, foram realizados ensaios para
verificar a estabilidade das emulsões formadas a partir do sistema nanopartículas de sílica (NPSi)
+ surfactante/ água/ óleo.
Uma vez definido o procedimento para análise, os passos seguintes foram medir a
estabilidade destas emulsões criadas em relação a variáveis de temperatura, salinidade e natureza
da fase orgânica oleosa. Para tal, o experimento contou com as seguintes amostras: NPSi+SDS,
NPSi-C8+SDS e NPSi-C16 + SDS, NPSi+H20, NPSi-C8+H20 e NPSi-C16+H20, SDS puro, e as
amostras de Si, C16 e C8, preparadas somente com água, para medir a interferência delas na
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formação de emulsões e posterior estabilização do sistema. Todas as amostras preparadas acima
foram medidas em temperatura de 25°C e 55°C, como também em água deionizada e salmoura
bem como foram utilizados os óleos decano e heptano.
Para o preparo do ensaio de emulsões foi medido 15 mL solução contendo a dispersão de
nanopartículas adsorvidas com SDS, este procedimento se deu pelas nanopartículas em um
agitador orbital em 200 rpm por 24h, com concentração adsorvida de 0,1% p/p, e 15 mL de água
deionizada. A esta solução foram adicionados 30 mL do hidrocarboneto, obtendo como volume
final 60 mL, sendo todo o conteúdo disposto em uma proveta graduada de 100 mL.
O conteúdo da proveta foi homogeneizado com o aparelho dispersor ultra turrax para que
ocorresse a formação da emulsão. Para isto, foi utilizada a velocidade de 2800 rpm. Ao preparar
as emulsões, o monitoramento das amostras ocorreu por um período de 30 minutos, onde de 5
em 5 minutos foi verificada a estabilidade da emulsão, e suas variações em relação às fases
aquosas, oleosas e emulsionadas ao longo deste período.
Para o ensaio com temperaturas elevadas, o mesmo preparo foi feito como se fosse a
temperatura ambiente, contudo, antes de inserir o conteúdo na proveta, as soluções e os
hidrocarbonetos foram aclimatados para que atingissem a temperatura do ensaio. Após atingir a
temperatura do ensaio, o conteúdo do teste foi vertido para a proveta e só então as provetas foram
levadas para o turrax sob a velocidade de 2800 rpm.
Para o ensaio com a salmoura, foi utilizada uma solução de água do mar artificial 10x
concentrada que foi diluída para 2x. A mesma foi composta por: NaCl(24,54 g/L), MgCl2.6H2O
(11,10 g/L), CaCl2.2H2O(1,54 g/L), KCl (0,69 g/L) e NaHCO3 (0,20 g/L). Para isso, a solução de
salmoura utilizada no experimento foi de 1:5 do volume da solução total. O mesmo procedimento
para o ensaio com a água em temperatura ambiente se repetiu assim como para o procedimento
para temperatura igual a 55oC.
Resultados e Discussão
Dando prosseguimento à análise dos efeitos sobre a interface água/óleo provocados pelas
nanopartículas com surfactantes adsorvidos em sua superfície, serão analisados os efeitos obtidos
com o surfactante SDS. Os resultados apresentados serão discutidos a seguir.
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Tabela 1 – Volume das fases observadas em mL para sistemas Água/Decano em
temperatura ambiente (25 oC) para nanopartículas de sílica e nanopartículas de sílica
modificadas adsorvidas com SDS
Tempo (min) Fases (mL) NPSi+SDS NPSi-C8+SDS NPSi-C16+SDS SDS puro
5 Água 5 6 5 2
Emulsão 55 54 55 58
10 Água 10 10 8 4
Emulsão 47 50 52 56
Óleo 3 - - -
15 Água 14 14 13 5
Emulsão 41 46 47 55
Óleo 5 - - -
20 Água 18 18 13 8
Emulsão 37 42 47 52
Óleo 5 - - -
25 Água 19 19 18 10
Emulsão 36 41 42 50
Óleo 5 - - -
30 Água 20 20 19 10
Emulsão 34 40 40 50
Óleo 6 - 1 -
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Tabela 2 – Volume das fases observadas em mL para sistemas Água/Decano em
temperatura igual a 55 °C para nanopartículas de sílica e nanopartículas de sílica
modificadas adsorvidas com SDS
Tempo (min) Fases (mL) NPSi+SDS NPSi-C8+SDS NPSi-C16+SDS SDS puro
5 Água 10 10 10 4
Emulsão 50 50 50 56
10 Água 17 18 18 9
Emulsão 43 42 42 51
15 Água 20 20 20 10
Emulsão 40 40 40 50
20 Água 21 21 21 15
Emulsão 39 39 39 45
25 Água 22 22 22 16
Emulsão 38 38 38 44
30 Água 22 22 22 18
Emulsão 38 38 38 42
Observa-se que os sistemas compostos por nanopartículas de sílica modificadas +
surfactante/ água/ decano, quando expostos à temperatura ambiente, apresentam duas fases, fase
aquosa e a fase emulsionada, com boa estabilidade ao longo do tempo, sendo que no último
período apresenta um pequeno volume de óleo para o C16+ SDS.
O sistema nanopartículas de sílica sem modificação + surfactante/ água/ decano exibe
duas fases e com boa estabilidade também independente das temperaturas envolvidas no sistema,
os dois se comportam muito bem, com alta estabilidade.
É possível observar que o SDS tem uma estabilidade muito alta, nota-se que a influencia
das nanopartículas modificadas com SDS é muito baixa quando se trata da estabilidade das
emulsões.
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Tabela 3 – Volume das fases observadas em mL para sistemas Água/Decano em
temperatura ambiente (25°C) para nanopartículas de sílica e nanopartículas de sílica
modificadas, na ausência do surfactante SDS
Tempo (min) Fases (mL) NPSi+H2O NPSi-C8+H2O NPSi-C16+H2O SDS puro
5 Água 20 19 12 2
Emulsão 20 41 48 58
Óleo 20 - - -
10 Água 21 20 20 4
Emulsão 8 40 40 56
Óleo 31 - - -
15 Água 22 21 20 5
Emulsão 8 39 40 55
Óleo 31 - - -
20 Água 22 21 20 8
Emulsão 3 39 40 52
Óleo 35 - - -
25 Água 22 21 20 10
Emulsão 3 39 40 50
Óleo 35 - - -
30 Água 22 22 20 10
Emulsão 3 38 40 50
Óleo 35 - - -
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Tabela 4 – Volume das fases observadas em mL para sistemas Água/Decano em
temperatura igual a 55 °C para nanopartículas de sílica e nanopartículas de sílica
modificadas, na ausência do surfactante SDS
Tempo (min) Fases( mL) NPSi+H2O NPSi-C8+H2O NPSi-C16+H2O SDS puro
5 Água 21 21 20 4
Emulsão 20 39 40 56
Óleo 9 - - -
10 Água 21 22 21 9
Emulsão 7 38 39 51
Óleo 32 - - -
15 Água 22 22 22 10
Emulsão 3 38 38 50
Óleo 35 - - -
20 Água 22 22 22 15
Emulsão 3 38 38 45
Óleo 35 - - -
25 Água 23 22 22 16
Emulsão 2 38 37 44
Óleo 35 - 1 -
30 Água 23 23 23 18
Emulsão 1 37 34 42
Óleo 36 - 3 -
Ao testar o efeito das nanopartículas de sílica modificadas / água / decano e
nanopartículas de sílica sem modificação / água / decano em temperatura ambiente e em
temperatura igual a 55°C, é possível observar que ocorre o aparecimento de três fases, o óleo
surge como uma terceira fase, pois é possível notar uma baixa estabilidade nas emulsões
formadas. Já para as nanopartículas modificadas/ água / decano a estabilidade é muito boa. Para
a temperatura igual a 55°C com o sistema de nanopartículas modificadas observa-se também o
surgimento de uma terceira fase de óleo, porém com um volume muito pequeno para o C16. O
que é possível concluir em relação as nanopartículas sem adsorção de surfactante é que é possível
estabilizar as emulsões por si só, sem a presença do SDS.
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Ao comparar a estabilidade das nanopartículas modificadas + surfactante / água / decano
e modificadas + água / água / decano, é possível perceber que quando modificadas, a estabilidade
é bem parecida. Ao comparar as nanopartículas adsorvidas em água com a análise do
ensaio com SDS puro, é possível observar que independente da temperatura a estabilidade do
SDS é muito alta p que é o contrário das nanopartículas adsorvidas em água.
Tabela 5 – Volume das fases observadas em mL para sistemas Salmoura/Decano em
temperatura ambiente para nanopartículas de sílica e nanopartículas de sílica modificadas
com surfactante SDS
Tempo (min) Fases (mL) NPSi+SDS NPSi-C8+SDS NPSi-C16+SDS SDS puro
5 Salmoura 10 11 14 11
Emulsão 50 49 46 49
10 Salmoura 14 15 16 16
Emulsão 46 45 44 44
15 Salmoura 16 18 18 18
Emulsão 44 42 42 42
20 Salmoura 17 19 19 19
Emulsão 43 41 41 41
25 Salmoura 19 20 20 20
Emulsão 41 40 40 40
30 Salmoura 19 20 20 20
Emulsão 41 40 40 40
Como é possível observar nas Tabela 5 – Volume das fases observadas em mL para
sistemas Salmoura/Decano em temperatura ambiente para nanopartículas de sílica e
nanopartículas de sílica modificadas com surfactante SDS e Tabela 6 para sistemas com
salinidade elevada, é possível observar que a estabilidade das emulsões continua muito alta,
formando apenas duas fases, água e emulsão. É possível notar também que independente da
temperatura da solução as amostras permaneceram com uma estabilidade bem similar. Ao final,
no tempo 30 min, as duas fases água e emulsão ficaram com quase o mesmo volume para as
nanopartículas de sílica modificadas + surfactante / salmoura / decano.
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Tabela 6 – Volume das fases observadas em mL para sistemas Salmoura/Decano em
temperatura igual a 55 °C para nanopartículas de sílica e nanopartículas de sílica
modificadas com SDS
Tempo (min) Fases (mL) NPSi+SDS NPSi-C8+SDS NPSi-C16+SDS SDS puro
5 Salmoura 10 12 10 12
Emulsão 50 48 50 48
10 Salmoura 14 15 14 14
Emulsão 46 45 46 46
15 Salmoura 16 17 16 16
Emulsão 44 43 44 44
20 Salmoura 18 18 18 18
Emulsão 42 42 42 42
25 Salmoura 19 20 19 19
Emulsão 41 40 41 41
30 Salmoura 20 20 20 20
Emulsão 40 40 40 40
Já quando as nanopartículas de sílica modificadas/ salmoura / decano foram analisadas
nas duas temperaturas, ambiente e 55°C, o sistema continuou igual. Apesar da agitação
automática do turrax as emulsões duraram poucos segundos e no primeiro bloco do período
analisado já não havia mais emulsão alguma. Logo permaneceu 30 mL nanopartículas
modificadas / salmoura mais 30 mL de óleo. Os resultados não foram mostrados em tabela, pois
o sistema montado continuou o mesmo, sem alterações.
É possível observar que independente da temperatura do sistema composto por SDS /
salmoura / decano, quando expostos à temperatura de ambiente, apresentam duas fases, fase
aquosa e a fase emulsionada, nota-se que as nanopartículas não influenciam na estabilidade das
emulsões o que mostra-se um ótimo resultado para o ensaio.
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Tabela 7 – Volume das fases observadas em mL para sistemas Água/Heptano em
temperatura ambiente para nanopartículas de sílica e nanopartículas de sílica modificadas
com surfactante SDS
Tempo (min) Fases (mL) NPSi+SDS NPSi-C8+SDS NPSi-C16+SDS SDS puro
5 Água 0 0 0 1
Emulsão 60 60 60 59
10 Água 5 3 10 2
Emulsão 55 57 50 58
15 Água 10 5 14 4
Emulsão 50 55 46 56
20 Água 13 5 16 6
Emulsão 47 55 44 54
25 Água 15 8 18 8
Emulsão 45 52 42 52
30 Água 18 10 20 10
Emulsão 42 50 40 50
Tabela 7 – Volume das fases observadas em mL para sistemas Água/Heptano em
temperatura igual a 55 °C para nanopartículas de sílica e nanopartículas de sílica
modificadas com surfactante SDS
Tempo (min) Fases (mL) NPSi+SDS NPSi-C8+SDS NPSi-C16+SDS SDS puro
5 Água 10 9 11 2
Emulsão 50 51 49 58
10 Água 15 12 18 8
Emulsão 45 48 42 52
15 Água 19 19 20 10
Emulsão 41 41 40 50
20 Água 20 20 21 13
Emulsão 40 40 39 47
25 Água 21 20 22 15
Emulsão 39 40 38 45
30 Água 21 21 22 17
Emulsão 39 39 38 43
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Como é possível observar, houve a formação de duas fases para os dois experimentos
com nanopartículas modificadas + surfactante / água / heptano, para o ensaio com temperatura
ambiente, houve uma estabilidade maior, como se pode comparar nos volumes finais de emulsão
formada no último período de tempo, pois tem uma diferença bem significante quando se
compara os dados finais da NPSi-C8+SDS em relação aos demais na temperatura ambiente.
Observa-se que ao analisar as nanopartículas modificadas com SDS e o SDS puro a
estabilidade é muito similar independente das temperaturas. Este fato mostra que as
nanopartículas não influenciam na estabilidade das emulsões.
Tabela 9 – Volume das fases observadas em mL para sistemas Água/Heptano em
temperatura ambiente para nanopartículas de sílica e nanopartículas de sílica modificadas
com ausência de SDS
Tempo (min) Fases (mL) NPSi +H20 NPSi-C8+H20 NPSi-C16+H20 SDS puro
5 Água 31 20 20 1
Emulsão 1 30 40 59
Óleo 28 10 - -
10 Água 30 20 21 2
Emulsão 1 30 39 58
Óleo 29 10 - -
15 Água 30 25 22 4
Emulsão 1 25 8 56
Óleo 29 10 - -
20 Água 30 25 22 6
Emulsão 1 25 8 54
Óleo 29 10 - -
25 Água 30 26 22 8
Emulsão 1 23 8 52
Óleo 29 11 - -
30 Água 30 26 22 10
Emulsão 1 22 38 50
Óleo 29 12 - -
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Tabela 10 – Volume das fases observadas em mL para sistemas Água/Heptano em
temperatura igual a 55° C para nanopartículas de sílica e nanopartículas de sílica
modificadas com ausência de SDS
Tempo (min) Fases (mL) NPSi+H2O NPSi-C8+H2O NPSi-C16+H2O SDS puro
5 Água 30 22 23 2
Emulsão 1 11 27 58
Óleo 29 27 - -
10 Água 30 28 23 8
Emulsão 1 5 35 52
Óleo 29 27 2 -
15 Água 30 29 26 10
Emulsão - 4 16 50
Óleo 30 27 18 -
20 Água 30 30 26 13
Emulsão - 2 14 47
Óleo 30 28 20 -
25 Água 30 30 26 15
Emulsão - 2 14 45
Óleo 30 28 20 -
30 Água 30 30 26 17
Emulsão - 2 14 43
Óleo 30 28 20 -
Ao observar o ensaio com nanopartículas modificadas / água / heptano nota-se que a
estabilidade da nanopartícula não modificada / água / heptano é muito baixa. Ao olhar o volume
do período final do ensaio, é possível comparar esta discrepância de volumes. Já as
nanopartículas modificadas / salmoura / heptano a estabilidade foi extremamente baixa, as
emulsões não conseguiram ficar estáveis nem pelo primeiro período de tempo.
Já no ensaio em relação à nanopartículas modificadas / água / heptano em temperatura
igual a 55 °C nota-se que a estabilidade para a nanopartículas de sílica é muito baixa e durante o
período do ensaio acaba não tendo mais emulsão. Em relação as demais nanopartículas
modificadas e estabilidade da nanopartículas de sílica modificada com C16 foi bem alta quando
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comparada com a de C8, contudo ao longo período percebe-se que em somente as nanopartículas
não fazem com que a emulsão se torne estável.
Quando analisado o sistema SDS / água / heptano, quando expostos às duas temperaturas,
apresentam duas fases, fase aquosa e a fase emulsionada. Quando comparados a nanopartícula
de sílica modificada com SDS, a estabilidade independente das temperaturas é bem similar. Já
com as nanopartículas modificadas com água, a estabilidade delas é muito menor do que com o
SDS puro. O SDS tem uma estabilidade muito alta e acaba sendo mais eficiente quando em
emulsão com água.
Tabela 11 – Volume das fases observadas em mL para sistemas Salmoura/Heptano em
temperatura ambiente para nanopartículas de sílica e nanopartículas de sílica modificadas
com surfactante SDS
Tempo (min) Fases (mL) NPSi+SDS NPSi-C8+SDS NPSi-C16+SDS SDS puro
5 Salmoura 13 14 13 13
Emulsão 47 46 47 47
10 Salmoura 17 17 17 16
Emulsão 43 43 43 44
15 Salmoura 18 19 18 17
Emulsão 42 41 42 43
20 Salmoura 19 20 19 18
Emulsão 41 40 41 42
25 Salmoura 20 20 20 19
Emulsão 40 40 40 41
30 Salmoura 20 21 20 20
Emulsão 40 39 40 40
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Tabela 12 – Volume das fases observadas em mL para sistemas Salmoura/Heptano em
temperatura igual a 55 °C para nanopartículas de sílica e nanopartículas de sílica
modificadas com surfactante SDS
Tempo (min) Fases (mL) NPSi+SDS NPSi-C8+SDS NPSi-C16+SDS SDS puro
5 Salmoura 12 14 11 13
Emulsão 48 46 49 47
10 Salmoura 16 17 14 16
Emulsão 44 43 46 44
15 Salmoura 17 18 16 19
Emulsão 43 42 44 41
20 Salmoura 20 20 17 19
Emulsão 40 40 43 41
25 Salmoura 20 20 18 19
Emulsão 40 40 42 41
30 Salmoura 21 21 20 20
Emulsão 39 39 40 40
Neste ensaio é possível observar que em relação ao ensaio feito com água, a estabilidade
quando o sistema tem uma solução salina diminui. Quando comparado em relação às
temperaturas a estabilidade não é discrepante, contudo com algumas nanopartículas modificadas
+ surfactante é possível ver uma variação de volume de +/- 10 mL no período final do ensaio. Já
quando as nanopartículas de sílica modificadas/ salmoura / heptano foram analisadas nas duas
temperaturas, ambiente e 55°C, o sistema continuou igual. Apesar da agitação automática do
turrax as emulsões duraram poucos segundos e no primeiro bloco do período analisado já não
havia mais emulsão alguma. Logo permaneceu 30 mL nanopartículas modificadas / salmoura
mais 30 mL de óleo. Os resultados não foram mostrados em tabela, pois o sistema montado
continuou o mesmo, sem alterações.
Ao analisar o sistema SDS / salmoura / heptano, quando expostos às duas temperaturas,
apresentam duas fases, fase aquosa e a fase emulsionada. Quando comparados a nanopartícula
de sílica modificada com SDS, a estabilidade independente das temperaturas é bem similar. Já
com as nanopartículas modificadas com água, a estabilidade delas é muito menor do que com o
SDS puro.
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Conclusão
Os resultados obtidos para a os diferentes óleos, mostraram que a estabilidade das
emulsões não depende da característica dos óleos testados, visto que se tratam de óleos com
cadeias carbônicas similares, porém de comprimentos diferentes, C7 e C10, enquanto a salinidade
do meio afeta significativamente a formação da emulsão.Os melhores resultados foram obtidos
na emulsão contendo nanopartículas de sílica modificadas com C16 e SDS, em água do mar
artificial tanto em temperatura ambiente quanto a 55ºC. Os sistemas contendo apenas
nanopartículas de sílica (sem SDS adsorvido) não se mostraram estáveis nas condições dos
experimentos com salinidade. Para o sistema água/decano e água/heptano as nanopartículas de
sílica modificadas com C16 e adsorvidas com SDS bem como as não adsorvidas com surfactante
tiveram as melhores respostas em temperatura ambiente, já em temperatura alta foram as
nanopartículas de sílica modificadas com C8. Logo, foi evidenciado que o fator que mais
influencia na estabilidade das emulsões é a salinidade, enquanto a temperatura e a natureza do
óleo têm um papel menos importante, na faixa de valores utilizados nos experimentos deste
trabalho.
Referências
[1] MONTALVO, M.; Escoamento de Emulsões Óleo em Água através de Micro-
Capilares.Rio de Janeiro. Departamento de Engenharia Mecânica. 25, 2008
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Revista de CiênciasFarmacêuticasBásica e Aplicada. 13, 2010