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Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Araçatuba SP Estudo do potencial energético eólico para geração de energia elétrica descentralizada na Região Administrativa de Araçatuba no Oeste Paulista Angélica Luana Linhares Araçatuba SP 2012

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Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – Araçatuba SP

Estudo do potencial energético eólico para

geração de energia elétrica descentralizada na

Região Administrativa de Araçatuba no Oeste

Paulista

Angélica Luana Linhares

Araçatuba – SP

2012

Estudo do potencial energético eólico para

geração de energia elétrica descentralizada na

Região Administrativa de Araçatuba no Oeste

Paulista.

Trabalho de Conclusão de Curso de

Engenharia de Telecomunicações, sob

orientação Prof. Msc. José Vital Ferraz Leão e

co-orientador PhD. Miguel Edgar Morales

Udaeta no UniSALESIANO – Araçatuba

Araçatuba – SP

2012

LINHARES, Angélica L., – 2012

Estudo de potencial energético eólico para geração de energia elétrica

descentralizada na Região Administrativa de Araçatuba no Oeste Paulista

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Araçatuba/SP

Monografia (GRADUAÇÃO) UniSalesiano

1. Ondas eletromagnéticas

2. Energia eólica

3. Energia renovável

Estudo de potencial energético eólico para geração de energia elétrica

descentralizada na Região Administrativa de Araçatuba no Oeste Paulista

Acadêmico: Angélica Luana Linhares

Trabalho de Conclusão de Curso de

Engenharia de Telecomunicações, sob

orientação Prof. Msc. José Vital Ferraz Leão

co-orientador PhD. Miguel Edgar Morales

Udaeta no UniSALESIANO – Araçatuba

Prof. Msc. José Vital Ferraz Leão

Centro Universitário Católico Auxilium – UniSALESIANO

Data: 10/11/2012

Prof. José Fernando Zanon

Centro Universitário Católico Auxilium – UniSALESIANO

Data: 10/11/2012

Prof. Nelson Hitoshi Takiy

Centro Universitário Católico Auxilium – UniSALESIANO

Data: 10/11/2012

DEDICATÓRIA

A Deus, por tudo que me proporciona na vida.

Ao meu pai José Bonifacio e minha mãe Joana, os quais amo muito, pelo

exemplo de vida que sempre foram.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus em primeiro lugar, pelo fôlego de vida, pela fidelidade e

misericórdia renovadas dia a dia.

Agradeço aos meus pais pela paciência, investimento e amor dedicado a mim

durante toda caminhada acadêmica, onde sem o apoio deles não poderia ter conseguido

chegar até aqui.

Ao Profº Msc. José Vital Ferraz Leão, orientador, professor, amigo, um muito

obrigado pela dedicação e ajuda durante não somente este ano, mas nos anos anteriores,

como docente sempre presente.

Um muito obrigado ao co-orientador PhD. Miguel Edgar Morales Udaeta pelo

aprendizado, atenção, disposição, compreensão e profissionalismo desempenhado nesta

caminhada, sempre apostando e acreditando. Ao MSc. Eng. Jonathas Bernal pelas dicas

e conselhos durante esses anos. A Professora Simone pelas palavras de ânimo no

momento de mais tensão.

Um forte abraço aos meus amigos Alessandra Boito e Fabio Otero, e riqueza

Fernanda por todos os momentos partilhados, pela compreensão, pelo amor empregado

durante esses cinco anos de graduação. Agradecimento a amigos e mais amigos:

Keilita, Ana Carolina, Ana Claudia, Giovana e Adilson pelos momentos de

descontração que partilhamos em meio as minhas lutas acadêmicas. Aos amigos de

projetos Eduardo Fcamidu, Thais e Jorge pela cooperação, dedicação e por não

desistirem nunca, e persistirem em tudo, o muito obrigado.

A minha irmã Geisa pelos presentes dado, meus sobrinhos Pedro e pequeno

Miguel ainda em gestação.

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo por acreditar em

meu projeto de iniciação cientifica.

E finalmente, agradeço a todos que me ajudaram direto ou indiretamente para o

desenvolvimento deste projeto.

Um MUITO OBRIGADO a todos vocês!

“Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos

pérolas únicas no teatro da vida e entender que não existem

pessoas de sucesso e pessoas fracassadas. O que existem são pessoas

que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles.”

Augusto Cury

RESUMO

Este projeto tem como objetivo discriminar e elucidar o uso da energia eólica de

maneira descentralizada, na Região Administrativa de Araçatuba, que conta com 43

municípios, fazendo um levantamento do potencial através da medição de velocidade do

vento e direção, de um sistema meteorológico que se encontra na cidade de Araçatuba, e

está vinculado ao projeto FAPESP nº 03/06441-7, fazendo uma inter-relação entre

transmissão e recepção dos dados coletados através de ondas eletromagnéticas, e

produzindo o tratamento dos dados, verificando qual o potencial eólico para geração de

energia elétrica, tanto em um sistema isolado como também em hibrido, para

proporcionar o desenvolvimento e a formação de conceitos das formas de conversão

desta fonte energética natural, visando o desenvolvimento sustentável desta região

devido à falta registros oficiais da utilização desta fonte para geração de energia elétrica

na região, tendo carência com relação a pesquisas cientificas e estudos.

Palavras-chaves: Ondas eletromagnéticas, energia eólica, energia renovável.

ABSTRACT

This project aims to distinguish and clarify the use of wind energy in a

decentralized way, in Araçatuba Administrative Region, which comprises 43

municipalities, making a survey of the potential by measuring wind speed and direction,

of a weather system that located in the city of Araçatuba, and is linked to FAPESP No.

03/06441-7, making an inter-relationship between transmission and reception of data

collected over the air waves, producing and processing of the data, verifying that the

potential for wind power generation electricity, both in an isolated system as well as in

hybrid, to provide development and training concepts of the forms of conversion of this

natural energy source, aiming at sustainable development of this region due to the lack

of official records use this source for power generation power in the region, having

shortage with respect to scientific research and studies.

Keywords: Electromagnetic waves, wind energy, renewable energy.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Perpendicularidade dos campos elétrico e magnético. Fonte: Deltateta.......... 19

Figura 2. Comprimento de onda e amplitude. Fonte: RIBEIRO, 2004. ......................... 21

Figura 3. Polarização. Fonte: RIBEIRO, 2004. .............................................................. 23

Figura 4. Propagação atmosfera. Fonte: Foto própria ..................................................... 26

Figura 5. Onda Celeste e Terrestre. Fonte: HUGUENIN, 2006. .................................... 26

Figura 6. Mapa eólico brasileiro. Fonte: Atlas Eólico Brasileiro, 2008. ........................ 40

Figura 7. Moinhos de vento na Pérsia. Fonte: CRESESB. ............................................ 42

Figura 8. Turbina eólica alemã Growian instalada em 1982. Fonte: CRESESB. ........... 45

Figura 9. Formação dos ventos devido ao deslocamento das massas de ar. Fonte:

CRESESB. ............................................................................................................... 51

Figura 10. Perfil do vento para diferentes comprimentos de rugosidade. Fonte: GOIS,

2009. ........................................................................................................................ 53

Figura 11. Fluxo de massa de ar. Fonte: Windpower. .................................................... 59

Figura 12. Exemplo de energia distribuída utilizando pequenos aerogeradores. Fonte:

Quietrevolution, 2010. ............................................................................................. 65

Figura 13. Torre com sistema meteorológico em Araçatuba, São Paulo. ....................... 67

Figura 14. Anemomêtro Met One 034B Wind. Fonte: Campbell Scientific. ................. 68

Figura 15. Antena Yagi 9 dBd ........................................................................................ 69

Figura 16. RF401/900 MHz, Campbell Scientific® ....................................................... 70

Figura 17. Gráfico de irradiação da antena Yagi. Fonte: PCTEL (2012). ...................... 71

Figura 18. Mapa Região Administrativa de Araçatuba ................................................... 72

Figura 19. Gráfico da média velocidade dos ventos - AVG ........................................... 76

Figura 20. Gráfico de Velocidade do vento classificado por estações do ano - Max. .... 77

Figura 21. Histograma Anual AVG - Ano 2011 ............................................................. 78

Figura 22. Gráfico das médias da velocidade do vento - Max ........................................ 78

Figura 23. Gráfico de Velocidade do vento classificado por estações do ano Max........ 80

Figura 24. Anormalidade mês de abril/2011 ................................................................... 82

Figura 25. Histograma Anual MAX - Ano 2011 ............................................................ 83

Figura 26. Média velocidade dos ventos - Estações do ano AVG .................................. 84

Figura 27. Média velocidade dos ventos - Estações do ano MAX ................................. 85

Figura 28. Gráfico da media desvio padrão mensal. ....................................................... 86

Figura 29. Histograma WS30 AVG - Setembro/2011 .................................................... 89

Figura 30. Histograma WS10 AVG - Setembro/2011 .................................................... 90

Figura 31. Histograma WS30 MAX - Setembro/2011.................................................... 90

Figura 32. Histograma WS10 MAX - Setembro/2011.................................................... 90

Figura 33. Incidência de ventos AVG - Set/2011 ........................................................... 91

Figura 34. Fator de forma k e fator de escala c da função Weibull ................................ 94

Figura 35. Potência Eólica .............................................................................................. 98

Figura 36. Interface do software EoluSoft. ................................................................... 101

LISTA DE ABREVIATURAS

A.C Antes de Cristo

BWE Bundesverband WindEnergie

CA Corrente Alternada

CC Corrente Continua

CEPEL Centro de Pesquisa de Energia Elétrica

CRESESB Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo

Brito

ELETROBRÁS Centrais Elétricas Brasileiras S.A.

GD Geração Distribuída

GHz Giga Hertz

IEC International Electrotechnical Commission

IEEE Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos

KW Kilo Watts

MW Mega Watts

MHz Mega Hertz

NUTEMA Núcleo Tecnológico de Energia e Meio Ambiente

OCDE Organização para Cooperação E Desenvolvimento Econômico

RAA Região Administrativa de Araçatuba

UHF Ultra High Frequency,

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Influência de fatores físicos e atmosféricos sobre a onda eletromagnética

Fonte: Huguenin, 2006. ........................................................................................... 28

Tabela 2. Espectro Eletromagnético. Fonte: Miguens, 2000. ......................................... 28

Tabela 3. Espectro Radiofrequência. Fonte: Miguens, 2000. ......................................... 30

Tabela 4. Classificação de aerogeradores de pequeno porte. Fonte: BWE

(Bundesverband WindEnergie e.V.) - Associação de Energia Eólica Alemã - 2010.

................................................................................................................................. 46

Tabela 5. Fator n para diferentes tipos de superfície Fonte: Irata, 1985 apud Dutra, 2007

................................................................................................................................. 55

Tabela 6. Valores de comprimento de rugosidade Fonte: Adaptado de Manwell et al

2004. ........................................................................................................................ 56

Tabela 7.Especificações Anemômetro Met One 034B Windset. Fonte: Adaptação

CampbellScientific................................................................................................... 68

Tabela 8.Especificação antena Yagi 9 dBd. Fonte: Adaptação Campbell Scientific. ..... 71

Tabela 10. Velocidade dos ventos mínima e máxima - Média AVG.............................. 76

Tabela 11. Média velocidade dos ventos mensais - AVG .............................................. 77

Tabela 12. Velocidade do ventos minima e maxima – Média MAX .............................. 79

Tabela 13. Média da velocidade dos ventos mensais - MAX ......................................... 79

Tabela 14. Registro de velocidade dos ventos nulo ........................................................ 81

Tabela 15. Correção do registro de velocidade dos ventos nulo ..................................... 83

Tabela 16. Desvio padrão classificados por estações do ano – AVG ............................. 86

Tabela 17. Desvio Padrão classificados por estações do ano - MAX ............................. 87

Tabela 18. Analise dos histogramas mensais .................................................................. 89

Tabela 19. Percentagem de velocidades dos ventos – WS30 AVG ................................ 92

Tabela 20. Percentagem de velocidade dos ventos - WS10 AVG .................................. 92

Tabela 21. Velocidade do vento - Função estatística Weibull ........................................ 94

Tabela 22. Lei da Potência .............................................................................................. 95

Tabela 23. Densidade de Potência .................................................................................. 97

Tabela 24. Densidade de potência - Estações do ano...................................................... 97

Tabela 25. Especificações aerogeradores Inclin ............................................................. 98

Tabela 26. Potência eólica............................................................................................... 99

Tabela 27. Média radiação solar global em kWh/m² .................................................... 101

Tabela 28. Consumo residencial básico rural ............................................................... 102

Tabela 29. Relação energia anual gerada e energia anual requerida. ............................ 103

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 17

Capítulo I ......................................................................................................................... 19

TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO ONDAS ELETROMAGNETICAS .......................... 19

1.1. Ondas eletromagnéticas .................................................................................... 19

1.2. Características da onda eletromagnética ........................................................... 20

1.2.1. Período e Comprimento de onda ............................................................... 20

1.2.2. Velocidade de propagação ........................................................................ 21

1.2.3. Frente de onda ........................................................................................... 22

1.2.4. Polarização ................................................................................................ 23

1.3. Equações de Maxwell ....................................................................................... 23

1.4. Propagação na atmosfera .................................................................................. 25

1.5. Antenas ............................................................................................................. 30

1.5.1. Tipos de antenas ........................................................................................ 30

1.5.2. Antenas Isotrópicas ................................................................................... 31

1.5.3. Antenas Omnidirecionais .......................................................................... 31

1.5.4. Antenas Diretivas ...................................................................................... 32

1.6. Intensidade de irradiação .................................................................................. 32

1.7. Diagrama de radiação ....................................................................................... 32

1.8. Eficiência da antena .......................................................................................... 33

1.9. Densidade de potência irradiada ....................................................................... 34

1.10. Irradiação e diretividade ............................................................................ 34

1.11. Ganho ........................................................................................................ 35

1.12. Recepção ................................................................................................... 36

1.13. Atenuação .................................................................................................. 36

Capítulo II ....................................................................................................................... 38

ENERGIA EÓLICA........................................................................................................ 38

2.1. Cenário do setor eólico ..................................................................................... 38

2.2. Potencial Brasileiro ........................................................................................... 39

2.3. Breve histórico da evolução de energia eólica .................................................. 40

2.3.1. Moinhos de ventos .................................................................................... 41

2.3.2. Aerogeradores ........................................................................................... 43

2.4. Tipos de aerogeradores para geração de energia elétrica de pequeno porte ..... 45

2.4.1. Rotores de Eixo horizontal ........................................................................ 46

2.4.2. Geradores Elétricos e Alternadores ........................................................... 46

2.4.2.1. Maquina de indução de rotor gaiola de esquilo ........................................ 47

2.4.2.2. Geradores síncronos .................................................................................. 47

2.4.3. Leme direcionador .................................................................................... 47

2.4.4. Torre .......................................................................................................... 48

2.4.5. Pás ............................................................................................................. 48

2.4.6. Inversores .................................................................................................. 48

2.5. Desempenho e rentabilidade das turbinas de pequeno porte ............................ 49

2.6. Recursos eólicos................................................................................................ 49

2.7. Modelos de circulação dos ventos .................................................................... 51

2.8. Variação no perfil vertical do vento .................................................................. 52

2.8.1. Obstáculos próximos ao local de medição ................................................ 52

2.8.2. Rugosidade do terreno............................................................................... 53

2.8.3. Orografia ................................................................................................... 53

2.9. Parâmetros que influenciam no perfil do vento ................................................ 54

2.10. Caracterização dos dados dos ventos ........................................................ 56

2.10.1. Velocidade media .................................................................................. 57

2.10.2. Desvio padrão ..................................................................................... 57

2.10.3. Densidade media de potencia ............................................................. 57

2.11. Estimativa do potencial eólico .................................................................. 58

2.12. Potencia extraída de um conversor eólico ................................................. 60

2.12.1. Potencia extraída do vento ........................................................................ 60

2.13. Distribuição de frequência do vento ......................................................... 63

2.14. Aplicação de energia eólica na geração de energia distribuída................. 64

2.15. Legislação ................................................................................................. 65

Capitulo III ...................................................................................................................... 67

ANALISE DOS RESULTADOS .................................................................................... 67

3. Analise de propagação do sinal e analise do potencial eólico ............................. 67

3.1. Sistema meteorológico ...................................................................................... 67

3.1.1. Anemômetro .............................................................................................. 68

3.2. Sistema de Transmissão .................................................................................... 69

3.2.1. Antena transmissão Yagi 9 dBd ................................................................ 70

3.2.1.1. Diagrama de irradiação Yagi 9 dBd .......................................................... 71

3.3. Análise do potencial eólico para aerogeradores de pequeno porte. .................. 71

3.4. Região Administrativa de Araçatuba ................................................................ 72

3.5. Análise do regime dos ventos ........................................................................... 73

3.5.1. Tratamento dos dados estatísticos ............................................................. 73

3.5.2. Media dos ventos ...................................................................................... 75

3.5.2.1. Velocidade do vento – Média Avg............................................................ 75

3.5.2.2. Velocidade do vento – Média máxima...................................................... 78

3.6. Variação conforme estações do ano .................................................................. 84

3.7. Desvio padrão da velocidade dos ventos. ......................................................... 85

3.8. Distribuição de frequência ................................................................................ 87

3.9. Distribuição de Weibull .................................................................................... 93

3.10. Lei da potência .......................................................................................... 95

3.11. Densidade de Potência do vento ............................................................... 96

3.12. Potência ..................................................................................................... 97

3.13. Analise do potencial eólico para geração de energia usando software

Eolusoft - Estação meteorológica em Araçatuba ................................................... 100

3.13.1. Software Eolusoft .................................................................................... 100

3.14. Contribuição da energia eólica em um sistema híbrido segundo médias na

estação meteorológica na cidade de Araçatuba. .................................................... 102

CONCLUSÃO ........................................................................................................... 104

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 105

17

INTRODUÇÃO

A questão energética é um dos temas mais discutidos e de grande importância na

atualidade. A qualidade de vida de uma sociedade esta extremamente ligada ao

consumo de energia. Com o desenvolvimento dos países emergentes, a demanda

energética tem crescimento exponencialmente, trazendo uma preocupação com relação

à política e planejamento energético. Dentre elas, a preocupação com a segurança no

suprimento de energia necessária para um desenvolvimento social e econômico de um

país e os custos causados ao meio ambiente para atender a demanda necessária.

A energia eólica tem ganhado mais espaço dentre as formas de geração de

energia devido o potencial brasileiro ser significativo, Acunha (2006) cita que ela pode

ser utilizada para conversão em energia elétrica em locais que possuam bons regimes de

vento, podendo ser utilizada de forma isolada ou conectada à rede elétrica local.

Segundo Fadigas (2011) pode se considerar que a área eólica é recente no país,

apenas a partir de 2002 o Brasil começou a olhar com outros olhos este recurso tão

abundante. A maior parte da energia eólica produzida no Brasil esta concentrada em

grandes parques eólicos espalhados pelo Brasil onde são esperados 3,4 GW em

operação para este ano, onde aerogeradores de até 100 metros de altura e com

capacidade de geração de energia que pode chegar a 5 MW.

Além destes super aerogeradores, vale lembrar nos pequenos aerogeradores que

podem chegar a produzir 100KW de potência em condições favoráveis de ventos, estão

chegam ao mercado brasileiro.

A RAA em estudo neste presente trabalho possui 43 municípios vastos em

recursos energéticos, onde o foco principal é a geração de energia descentralizada para

áreas rurais, que utilizam de energia elétrica para as atividades domesticas cotidiana

além de usar para irrigação de plantações diversas.

O presente trabalho aborda a analise de dados de medições da velocidade dos

ventos e direção coletados do sistema meteorológico instalado na cidade de Araçatuba

para geração de energia elétrica visando áreas rurais da RAA. O texto é constituído,

além desta introdução, de três capítulos e conclusão. No capítulo um é apresentada a

base para ondas eletromagnéticas e suas características além de sua propagação na

atmosfera, a temática de antenas também é explorada expressando os tipos e

características próprias.

18

No capítulo dois é descrito uma abordagem sobre energia eólica com breve

histórico, discriminando a forma de tratamento de dados para análise de potencial

eólico, além de mostrar as partes que formam um aerogerados de pequeno porte.

O capítulo três trata-se da análise dos resultados desenvolvidas para potencial

eólico visando áreas rurais, retratando o modo de tratamento para velocidade dos ventos

e a quantificação de energia gerada através de três tipos de aerogeradores.

Por fim, na conclusão é apresentada uma discussão dos resultados obtidos e

sugestões para trabalhos futuros.

19

Capítulo I

TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO ONDAS ELETROMAGNETICAS

1.1. Ondas eletromagnéticas

As ondas eletromagnéticas se formam a partir da propagação das variações

periódicas dos campos elétricos Ε e magnético Η, por meio da matéria ou do vácuo.

Elas se propagam no sentido perpendicular entre si e perpendicular ao sentido da

propagação da onda.

Figura 1. Perpendicularidade dos campos elétrico e magnético. Fonte: Deltateta

O desenvolvimento da teoria eletromagnética foi sintetizado por James Clerk

Maxwell, dando a mais significativa contribuição à ciência do eletromagnetismo. O que

lhe deu mais notoriedade foi à descoberta da natureza da luz. Segundo Hewitt (2008,

p.441) Maxwell descobriu que a luz é simplesmente radiação eletromagnética cuja

frequência cai dentro de uma faixa particular de frequências, de 4.3 x 1014

a 7 x 1014

20

vibrações por segundo. Essas ondas ativam as “antenas elétricas” que existem na retina

do olho. Maxwell percebeu simultaneamente que a radiação eletromagnética de

qualquer frequência se propaga com a rapidez da luz.

Onde a velocidade da luz c, as quantidades e , respectivamente

permissividade elétrica e permeabilidade magnética do vácuo, através de:

√ (

) 1.1

A primeira comprovação experimental foi realizada pelo alemão Heinrich Hertz

entre 1886 e 1889, ele conseguiu produzir ondas eletromagnéticas em laboratório, e

constatou que a velocidade de propagação é igual à velocidade da luz no vácuo, e ela

comporta-se semelhantemente a da luz, provando que estas possuem características de

reflexão, refração, difração e interferência iguais ao da luz. Confirmando assim que as

ondas da luz são radiações eletromagnéticas obedecendo às equações de Maxwell.

Estas equações proporcionam a base teórica do eletromagnetismo e com seu

emprego podem ser resolvidos os problemas de campos eletromagnéticos e de

irradiação. São elas: a Lei de Ampère para circuitos, o Teorema de Gauss para campos

elétricos, o Teorema de Gauss para campos magnéticos e a Lei de Faraday sobre a força

eletromotriz. A teoria de Maxwell facilita o cálculo da propagação eletromagnética.

(MIGUENS, 2000, p. 1226)

1.2. Características da onda eletromagnética

As ondas eletromagnéticas possuem características próprias das quais são de

suma importância para o entendimento de seu comportamento.

1.2.1. Período e Comprimento de onda

21

O período Τ de uma onda eletromagnética trata-se de um intervalo de tempo

existente para que os vetores de campo elétrico Ε e campo magnético Η dessa onda

voltem a se repetir. O período Τ é expresso por

( ) 1.2

Onde é a frequência da onda (numero de ciclos por segundo, em ).

O comprimento de onda λ é a distancia horizontal de crista a crista. Portanto a

distancia de pico a pico de uma onda senoidal. Com sua amplitude que vai do eixo de

equilíbrio a uma crista ou vale. Sendo expressa por

( ) 1.3

A Figura 2 ilustra o comprimento de onda e sua amplitude.

Figura 2. Comprimento de onda e amplitude. Fonte: RIBEIRO, 2004.

1.2.2. Velocidade de propagação

A velocidade de propagação depende do meio do qual ela se propaga e é

determinada por

√ ( ) 1.4

22

Onde é a permeabilidade do meio e é a permissividade do meio, sendo que

no vácuo é a mesmo que a velocidade da luz.

√ ⁄ 1.5

Em que ( ⁄ ) e

( ⁄ ). Em quaisquer

outros meios é especificado da permissividade relativa

⁄ e da permeabilidade relativa = ⁄ .

1.2.3. Frente de onda

Dada uma onda qualquer se propagando em um meio, denomina-se frente de

onda ou superfície equifásica, o lugar geométrico onde todos os pontos da onda

possuem a mesma fase. (RIBEIRO, 2004)

A frente de onda seria uma superfície imaginaria formada por pontos em que os

campos tem fase constante. Se, além da fase constante, os campos tem a mesma

magnitude em qualquer ponto da frente de onda, ela é uniforme. Nesse caso, os valores

máximos e mínimos dos vetores campo elétrico e campo magnético, ocorrem no mesmo

instante de tempo e são independentes do ponto de observação na frente de onda. Ondas

eletromagnéticas no espaço livre caminham como uma onda plana não uniforme.

(SOARES; SILVA, 2003)

Quando a escala de tempo é fixada, conclui-se que a projeção do vetor posição

de um ponto no espaço sobre direção de propagação da onda eletromagnética será

constante. Logo, de acordo com essa descrição, a frente de onda é um plano normal à

direção de propagação. Portanto o campo eletromagnético obtido pra um meio ilimitado

estabelece uma onda plana. E se em todos os pontos desse plano as amplitudes dos

campos elétrico e magnético forem constantes, conclui-se que será uma onda plana

uniforme.

23

1.2.4. Polarização

O campo elétrico e magnético de uma onda alterna-se no espaço e tempo, na

proporção que avançam em um meio. Em um plano normal a direção de propagação,

com uma distancia qualquer da origem da onda, sobre o qual serão projetados os valores

instantâneos do campo elétrico. Juntando nesse plano os pontos da extremidade do

vetor, obtém-se uma figura geométrica onde seu formato define a polarização da onda

eletromagnética como mostrado na Figura 3.

Figura 3. Polarização. Fonte: RIBEIRO, 2004.

Logo define-se de maneira simples que, a polarização de uma onda

eletromagnética é a direção do plano onde oscila o campo elétrico.

Se as sucessivas projeções resultarem em um segmento de reta, diz-se que a

onda possui uma polarização linear. Quando for uma circunferência de circulo, tem-se a

polarização circular e quando a figura for uma elipse, significa que a onda possui uma

polarização elíptica. (RIBEIRO, 2004)

1.3. Equações de Maxwell

24

Através das equações de Maxwell provou e modelou matematicamente a relação

entre a teoria elétrica e magnética, que em sua forma diferencial.

( ) 1.6

( ) 1.7

( ) 1.8

( ) 1.9

Sendo o campo magnético, o campo elétrico, o deslocamento elétrico, a

indução magnética, a condutividade do meio, a permissividade elétrica, a

permeabilidade magnética do meio e a densidade volumétrica.

A onda eletromagnética pode ter direções distintas de deslocamento, estando

sujeito às características de sua fonte e das propriedades do meio. O seu deslocamento é

conhecido por propagação e sustenta a transferência de energia eletromagnética de um

para outro meio. As equações de Maxwell asseguram que o inicio do processo pode ser

gerado por uma corrente elétrica que varia no tempo, como, por exemplo, a corrente

vinda de uma fonte alternada e circulando por um meio condutor qualquer. A onda

gerada terá a mesma frequência da corrente da fonte que a produziu e é uma situação

característica da irradiação produzida por uma antena que recebe sinal vindo de um

circuito eletrônico. Para caso particular de grandezas que variam harmonicamente no

tempo com uma frequência angular ω, as equações anteriores sofrem alterações. As

operações que abrangem derivadas no espaço mantêm as mesmas formas originais,

como rotacional e divergente. As operações com derivadas no tempo devem ser

reescritas substituindo o operador ⁄ pelo fator , sendo a unidade imaginaria nas

operações com grandezas complexas. As novas expressões serão:

( ) ( ) 1.10

( ) 1.11

( ) 1.12

( ) 1.13

25

Onde as letras maiúsculas indicam os fasores representativos das varias

grandezas associadas ao campo eletromagnético.

1.4. Propagação na atmosfera

O estudo da propagação de ondas eletromagnéticas considera principalmente as

propriedades e efeitos do meio real no qual as ondas caminham entre as antenas

transmissora e receptora. Como a atmosfera da terra não é uniforme, variando com a

altura e localização geográfica, ou mesmo com o tempo (dia, noite, estação, ano), a falta

de uniformidade influencia apreciavelmente a passagem das ondas eletromagnéticas

através dela. (SOARES; SILVA, 2003)

Para compreender como as ondas se propagam no espaço, convém conhecer a

composição da atmosfera terrestre e os fatores que a afetam. A atmosfera é dividida em

três camadas. A camada inferior é a troposfera, com uma altura de até 12 km. Sua

influência na propagação se dá por meio de atenuações devido a chuva, neve, vapor

d'água, etc. A camada intermediária é a estratosfera, que alcança uma altura de 50 km,

tendo efeito desprezível na propagação. A camada superior é a ionosfera, estendendo-se

até aproximadamente 400 km de altura em relação à superfície terrestre.

As ondas que se propagam na superfície da Terra são chamadas de ondas

terrestres. As ondas que são irradiadas, fazendo ângulo com a superfície terrestre, ou

seja, dirigidas para o céu, são denominadas de ondas celestes.

A Figura 4 ilustra a propagação na atmosfera terrestre.

26

Figura 4. Propagação atmosfera. Fonte: Foto própria

Ondas ionosfera ou ondas celestes existem dois modos principais de propagação

das ondas eletromagnéticas entre o transmissor e o receptor: a onda terrestre, que se

propaga diretamente do transmissor para o receptor, e a onda celeste, que caminha ate a

camada eletricamente condutora da atmosfera (a ionosfera) e é refletida de volta para a

terra. Comunicações em longas distâncias ocorrem principalmente por meio das ondas

celestes, e transmissões em curtas distancia e todas as comunicações em UHF ocorrem

por meio das ondas terrestres. (SOARES; SILVA, 2003)

Figura 5. Onda Celeste e Terrestre. Fonte: HUGUENIN, 2006.

27

Além das interferências produzidas pelo próprio equipamento, ou por uma fonte

externa, a propagação de ondas eletromagnéticas pela atmosfera terrestre submetesse

também a fenômenos como de refração, reflexão, difração, absorção e além da própria

atenuação já visto. Estes fenômenos são incutidos as ondas de maneiras diversas,

influenciando diretamente na qualidade do sinal propagado.

A refração é variação na direção de propagação da onda, na sua passagem

através de massas de ar distintos, influenciando diretamente na frequência da onda, ou

seja, ondas de maior frequência sofrem refração mais rapidamente.

Toda onda eletromagnética sofre reflexão ao encontrar obstáculos em sua

trajetória, sejam montanhas, prédios ou até mesmo a superfície terrestre e a chuva.

Ondas de baixa frequência tem grande poder de penetração e sofrem pouca

reflexão.

A difração, a absorção e a atenuação influenciam o alcance das ondas rádio.

Onda a difração é a perda de potência devido à onda passar junto a um obstáculo,

absorção sendo a perda de potência para o próprio ambiente que ela atravessa, e a

atenuação a diminuição da potência inversamente proporcional à distância percorrida

pela onda.

Fora estes fenômenos citados, temos ainda a influencia da Ionosfera, que é a

região da atmosfera terrestre onde encontramos um maior número de íons. Esta camada

tem influencia superior sobre ondas de baixa frequência, trazendo inclinação, alterando

suas trajetórias de volta a terra, aumentando o alcance destas ondas. As características

desta camada alteram-se conforme o período do dia e a atividade solar.

Existe uma característica importante para a transmissão de dados via rádio que é

a largura de banda. A largura de banda determina a quantidade máxima de informação

que uma onda pode transportar. Quanto maior for à frequência, mais alta será a taxa de

dados enviados.

Na Tabela 1, podemos visualizar a influência destes fatores nas ondas

eletromagnéticas, conforme a variação da frequência. Ressalta-se que esta tabela

apresenta a influencia de forma simplificada, e não estamos levando em consideração as

faixas de frequência em que os efeitos são maximizados ou minimizados.

(HUGUENIN, 2006)

28

Tabela 1. Influência de fatores físicos e atmosféricos sobre a onda eletromagnética Fonte:

Huguenin, 2006.

A largura de banda é a faixa de faixa de frequências do sinal que pode ser

transmitida com uma fidelidade razoável, medida em Hz. O conjunto das frequências

das radiações eletromagnéticas constitui o espectro eletromagnético.

A faixa das frequências apropriadas para utilização em transmissões de rádio é

denominada de espectro das ondas de rádio ou faixa de radiofrequências, estendendo- se

de 10 kHz (10.000 ciclos/segundo) a 300.000 MHz (300.000 megaciclos/segundo),

sendo, também, conhecida como Faixa de Rádio e de Micro-ondas (MIGUENS, 2000).

A Tabela 2 nos mostra as faixas espectro eletromagnéticos, e a Tabela 3 nos

mostra as faixas Radiofrequência e suas subdivisões.

Tabela 2. Espectro Eletromagnético. Fonte: Miguens, 2000.

Para facilidade de referência, o espectro das ondas de rádio é dividido nas oito

faixas de frequência antes descritas:

29

VLF – (Very Low Frequency = frequência muito baixa): nesta faixa estão

incluídas todas as frequências de radio menores que 30 kHz. A principal aplicação é a

navegação de longas distancias e comunicações submarinas.

LF – (Low Frequency = baixa frequência): nesta faixa estão incluídas todas as

frequências de 30 a 300 kHz. A principal aplicação navegação de longas distancias e

radio farol marítimo.

MF – (Medium frequency = media frequência): nessa faixa abrange as

frequências de 300 a 3000 kHz. A sua aplicação estende-se a Am comercial, radio

marítimo e frequências de emergências.

HF – (High frequency = alta frequência): essa faixa compreende a frequência de

3 MHz a 30 MHz. A aplicação dessa faixa é radio amador, comunicações militares,

broadcasting internacional, comunicações com aviões e navios em grandes distancias.

VHF – (Very high frequency = frequência muito alta): nesta faixa abrange-se as

frequências de 30 MHz a 300 MHz. É aplicada para comunicação televisão VHF, radio

FM, comunicação AM área e auxílio á navegação.

UHF – (Ultra high frequency = frequência ultra-alta): essa faixa de frequência

vai de 0,3 GHz a 3 GHz. Sua aplicação esta destinada a televisão UHF, radar, enlaces

microondas e auxilio á navegação.

SHF – (Super high frequency = frequência super alta): essa faixa abrange as

frequências de 3 GHz a 30 GHz, e é aplicada no uso de comunicação por satélite,

enlaces de microondas e auxilio a navegação.

EHF – (Extra high frequency = frequência extra alta): nesta faixa esta as

frequências que vão de 30 GHz a 300 GHz. A aplicação é para radar e satélite

experimental.

E a frequência mais alta que vai de 103

a 107

GHz, aplicada em comunicações

ópticas como infravermelho, luz visível e ultravioleta.

30

Tabela 3. Espectro Radiofrequência. Fonte: Miguens, 2000.

1.5. Antenas

Antena é qualquer dispositivo que irradia campos eletromagnéticos pelo espaço,

com os campos se originando a partir de uma fonte que alimenta a antena através de

uma linha de transmissão. Assim a antena serve como uma interface confinante e o

espaço quando usado como transmissor – ou entre o espaço e a linha quando usada

como um receptor. (HAYT, BUCK, 2003)

Heinrich Hertz construiu a primeira antena em meados de 1886. Ele estabeleceu

uma antena dipolo para o primeiro transmissor de radio e uma antena para o primeiro

receptor de radio. No entanto, uma diversidade de antenas vem sido projetadas.

1.5.1. Tipos de antenas

Os tipos de antenas são vários, toda antena desempenha um importante papel na

cadeia de sistemas de telecomunicações. É através delas que ocorre a transferência da

31

energia a partir do transmissor para meio onde se propagará a onda eletromagnética, e,

consequentemente daquele meio ao receptor. A eficácia do sistema de telecomunicações

depende do desempenho dos sistemas irradiantes ou de recepção a ele conectados, para

isso se desenvolveram diversos modelos de antenas, atendendo assim a necessidade da

comunicação.

1.5.2. Antenas Isotrópicas

Um irradiador isotrópico é um tipo de antena que tem como característica a

capacidade de irradiar igualmente em todas as direções. Seu diagrama de radiação é

uma esfera com centro na fonte.

A antena isotrópica é um modelo ideal e é bastante utilizada para cálculos de

engenharia devido a sua simplicidade. Os ganhos das antenas comercialmente vendidas

inclusive as utilizadas nos padrões IEEE 802.11(comunicação Wi-Fi) são geralmente

referenciadas ao irradiador isotrópico, como por exemplo, uma antena do padrão

802.11b que tenha um ganho de 6 dBi, significa que ele tem um ganho de 6 decibéis em

relação ao irradiador isotópico que tem ganho de 0 dB. (CAMPISTA, 2003).

1.5.3. Antenas Omnidirecionais

Apresentam maiores facilidades de uso porque não precisam ser direcionadas,

facilitando sua instalação. São usadas tanto nas estações base quanto nas placas de

acesso. Entretanto não funcionam bem para enlaces longos, a não ser que sejam

utilizados amplificadores externos que nem sempre são legalizados. Esse tipo de antena

é principalmente utilizado para broadcast, por isso é a mais utilizada em ambientes de

redes sem fio (CAMPISTA, 2003).

32

1.5.4. Antenas Diretivas

Concentram a energia de irradiação numa dada direção, é utilizada

principalmente em enlaces ponto a ponto. Possuem alcances bem maiores do que as

omnidirecionais com configuração de alto ganho. Se o uso de amplificador for

permitido a distância máxima é limitada pela linha de visada (CAMPISTA, 2003).

1.6. Intensidade de irradiação

A intensidade de radiação ou potencia radiada, em uma determinada direção e

definida como sendo a potencia radiada pela antena por unidade de angulo solido. Em

termos matemáticos, tem-se

( )

( ) 1.14

Sendo Ω é o ângulo solido e densidade potencia radiada pela antena

Onde a potência total irradiada é encontrada através da aplicação de uma

integral de linha de ( ) pela

∮ ( ) ( ) 1.15

E ângulo solido

∫ ∫

1.16

1.7. Diagrama de radiação

33

É um diagrama utilizado para visualizar a variação do modulo do campo elétrico

irradiado em diversas direções.

Normalmente utiliza-se um sistema de coordenadas esférico com a antena

posicionada na origem, pelo que o diagrama de radiação é uma função de r, θ e φ.

1.8. Eficiência da antena

Somando a energia que é irradiada pela antena, a potencia total pode ser

dissipada por diversos resultados: Resistência da antena e do solo; Descarga; Perdas em

dielétricos imperfeitos muito próximos a antena; Corrente em curto-circuito induzidas

em objetos metálicos do campo de indução da antena, exemplo cabos, fios ou outras

antenas.

A eficiência de uma antena é a razão entre a potência que lhe e entregue e a que

é convertida em radiação, ou seja:

1.17

é a potência aplicada aos terminais da antena e é a potência radiada (ou

transferida para o espaço livre), defini-se numericamente Eficiência de Radiação.

A energia irradiada pode ser considerada como absorvida por uma resistência de

radiação ( ).

1.18

1.19

Descrevendo como resistência de radiação, resistência de perdas,

intensidade de corrente.

34

Por ação das perdas apresentadas pela antena, deduz-se que sempre será menor

do que 1.

1.9. Densidade de potência irradiada

O mecanismo mais elementar de propagação de uma onda eletromagnética

corresponde à condição de espaço livre, onde nada afeta a trajetória da energia entre o

transmissor e o receptor. Obviamente, trata-se de uma condição idealizada, pois é

intuitivo concluir sobre os efeitos que o relevo do terreno, a vegetação, as construções

em áreas urbanas e suburbanas das cidades, podem causar na energia em propagação.

(SILVA, 2004)

Portanto se P for à potência irradiada por uma antena isotrópica, irradiando

igualmente em todas as direções, a densidade de potencia irradiada com distancia r será:

( ⁄ ) 1.20

Esta expressão revela-se em um ambiente desobstruído e sem perdas nenhuma.

1.10. Irradiação e diretividade

Para antenas reais sobreveem direções nas quais se tem uma maior densidade de

potência irradiada e outras direções, nas quais, essa grandeza admitem valores menores

tendo a nulos. Porem, para um irradiador real, prever-se que a densidade de potência

seja uma função da direção (θ,φ) no espaço onde a onda é emitida. Em vista disso, em

geral usa-se essa forma:

( ) ( ) 1.21

35

Onde ( )é a função espacial que descreve a distribuição de potencia e

é a máxima densidade de potência irradiada.

Pode-se representar esta função através de gráficos tridimensionais, chamada de

diagrama de irradiação. Comparando densidade máxima de potencia e a

densidade média irradiada, que é a densidade de potência da antena isotrópica, podemos

determinar a diretividade de uma antena, que define sua capacidade de concentrar a

energia irradiada numa determinada direção. Ou seja

( ) 1.22

1.11. Ganho

Uma consideração importante para irradiadores reais são as perdas, ou seja a

densidade real de potência irradiada é ligeiramente inferior a esperada em condições

ideais. A relação entre a densidade esperada e a densidade real define eficiência de

irradiação da antena. Quando divido a densidade máxima pela densidade media de

potência, temos o ganho da antena em relação à antena isotrópica. Então chamamos

de , escrevendo a partir da equação anterior temos

( ) 1.23

Conclui-se que uma antena de ganho irradiando uma potência P produz a

mesma densidade de potência máxima que uma antena isotrópica irradiando uma

potência. Por esta razão, o produto é conhecido como potência equivalente de

irradiada isotropicamente ou potencia equivalente de irradiação isotrópica, identificada

pela sigla EIRP. (RIBEIRO, 2004)

36

1.12. Recepção

Se uma onda eletromagnética incide em uma antena receptora, possuirá indução

de corrente elétrica e uma potencia é propagada nos terminais da linha de transmissão.

A ralação entra a potência desenvolvida e a densidade da onda incidente é chamada de

abertura efetiva da antena. Dada por

( ) 1.24

Onde é a densidade de potência que chega a antena e é a potência

desenvolvida nos terminais.

Ajustando a antena receptora para máxima potência desenvolvida em seus

terminais, esta relação alcança o valor máximo, conhecido como área efetiva da antena,

ou seja,

( ) 1.25

Quanto maior for a diretividade e o ganho da antena, maior será a densidade de

potência em uma determinada região. Simetricamente, a antena será também capaz de

captar maior potência para uma mesma densidade de potência incidente. Portanto,

quanto maior for a diretividade, maior será sua área efetiva. (RIBEIRO, 2004)

1.13. Atenuação

A propagação da onda direta no espaço livre pode ser considerada

principalmente em frequência elevadas (entre 30 MHz e 300 MHz). Entre essas faixas

do espectro eletromagnético, conseguem-se antenas de boa diretividade, torna possível

uma análise do caso mais simples, em que efeitos de reflexões tornam-se irrelevantes. A

37

equação que modela o fenômeno de transmissão em meios livres, também conhecida

como equação das telecomunicações ou fórmula de transmissão de Friis.

( ) 1.26

Onde é o ganho da transmissora em relação a isotrópica, potência da

transmissora isotrópica, área efetiva.

A atenuação devido á propagação no trajeto é dada pela razão entre a potencia

liberada pela antena transmissora e a potência na entrada do receptor.

1.27

Se ambas as antenas forem isotrópicas, tanto na transmissão como na recepção,

tem-se para atenuação no espaço livre,

( ) ( ) ( ) 1.28

Sendo potência recebida, é frequência em GHz e distância em metros.

38

Capítulo II

ENERGIA EÓLICA

2.1. Cenário do setor eólico

A questão energética é um dos tópicos de maior importância na atualidade. A

qualidade de vida de uma sociedade está intimamente ligada ao seu consumo de energia.

O crescimento da demanda energética mundial em razão da melhoria dos padrões de

vida nos países em desenvolvimento traz a preocupação com alguns aspectos essenciais

para a política e planejamento energético de todas as economias emergentes. Dentre

eles, podemos citar a segurança no suprimento de energia necessária para o

desenvolvimento social e econômico de um pais e os custos ambientais para atender a

esse aumento no consumo de energia. (GOLDEMBERG J, VILLANUEVA L.D., 2003)

O mercado mundial de energia eólica cresceu cerca de 6% em relação a 2010 e

40,5 GW de energia eólica nova colocada em linha em 2011 representa investimentos

de mais de € 50 bilhões (cerca de US $ 68 mil milhões). O novo total mundial no final

de 2011 é de 238 GW, o que representa crescimento de mercado acumulada de mais de

20%, uma taxa de crescimento excelente indústria, dado o clima econômico, mesmo que

seja menor do que a média dos últimos 10 anos, que é de cerca 28%. O Brasil está

começando a crescer, e junto com o México serão os mercados de maior crescimento

nos próximos anos (GWEC, 2012).

A inserção de recursos complementares na matriz energética de um paıs, com a

adoção de fontes renováveis, deve minimizar os impactos causados por crises

internacionais que afetam o mercado de combustíveis fosseis ou por instabilidades na

geração hidroelétrica em épocas de estiagem.

Em razão dos fatos expostos acima, a pesquisa cientıfica e o desenvolvimento

tecnológico vem recebendo grande incentivo em todo mundo.

Dentre as fontes energéticas renováveis, ditas “limpas” – fontes de energia que

não acarretam a emissão de gases do efeito estufa (GEE) – a energia mecânica contida

no vento vem se destacando e demonstra potencial para contribuir significativamente no

39

atendimento dos requisitos necessários quanto aos custos de produção, segurança de

fornecimento e sustentabilidade ambiental.

A experiência dos países líderes do setor de geração eólica mostra que o rápido

desenvolvimento da tecnologia e do mercado, que possui grandes implicações

socioeconômicas.

O desenvolvimento tecnológico fez com que a energia eólica pudesse ser

utilizada em bases competitivas numa ampla faixa de potência, de alguns kW (para

bombeamento de água, aquecimento e iluminação doméstica) até vários MW (para

irrigação em grande escala e geração de eletricidade para injeção na rede elétrica)

(SILVA, 1999)

2.2. Potencial Brasileiro

O Brasil é um país rico em recursos energéticos renováveis. Com a exceção da

energia geotérmica, cujo potencial é inexpressivo, e da energia hidráulica, que já é bem

explorada, fontes como solar, eólica, biomassa, oceânica e de hidrogênio, podem ser

exploradas em maior escala por meio de políticas de incentivo, no sentido de criar

condições para que essas fontes tenham uma maior participação na matriz energética, de

modo que o desenvolvimento do país ocorra de forma sustentável. (FADIGAS E. A. F.

A, 2011)

Apesar de existir muitos postos de coletas de dados meteorológicos no país,

atualmente faltam estações apropriadas para monitoramento eólico voltado para geração

elétrica. Uma tentativa de contornar este problema foi a divulgação do Atlas Eólico

Brasileiro. Com as informações do atlas, é possível ter uma noção prévia dos locais com

maior potencial eólico para geração (OLIVEIRA, 2011)

Estimativas constantes do Atlas do Potencial Eólico de 2001 (último estudo

realizado a respeito) apontam para um potencial de geração de energia eólica de 143 mil

MW no Brasil, volume superior à potência instalada total no país, de 105 mil MW em

novembro de 2008 (Atlas da energia Elétrica no Brasil, 2008).

O Atlas do Potencial Eólico Brasileiro cobre todo o território nacional. O seu

objetivo é fornecer informações para capacitar tomadores de decisão na identificação de

40

áreas adequadas para aproveitamentos eólio-elétricos (Atlas do Potencial eólico

Brasileiro, 2001). Ele é um forte indicativo da existência ou não de ventos, entretanto

ele pode conter erros em algumas regiões. Em média do Atlas apresenta um erro que

varia de 10% a 15% em velocidade, o que incorre em um erro de 20% a 35%, em

média, na energia (SILVA, 2006).

Pode ser usado em uma pré-identificação das melhores áreas para projetos de

aproveitamentos eólio-elétricos. O valor do potencial tem cálculos para aerogeradores

instalados a 50 metros de altura.

Segundo Atlas Eólico Brasileiro, mostrado na Figura 6 é observado o potencial

existente no Brasil.

Figura 6. Mapa eólico brasileiro. Fonte: Atlas Eólico Brasileiro, 2008.

2.3. Breve histórico da evolução de energia eólica

41

No começo do segundo milênio, as fontes energéticas como o vento, a água e a

lenha dominavam a produção de calor e de força motriz. Em épocas mais recentes, as

novas fontes – o carvão, o petróleo, o gás e o nuclear – substituíram estas fontes

tradicionais, em particular nos países que se foram industrializando.

O ressurgimento das energias renováveis dá-se a partir dos choques petrolíferos

da década de 70. E com a necessidade de assegurar a diversidade e segurança no

fornecimento de energia e, a obrigação de proteger o ambiente, cuja degradação é

acentuada pelo uso de combustíveis fósseis, motivou o renovado interesse pelas

renováveis.

A energia eólica é hoje em dia vista como uma das mais promissoras fontes de

energia renováveis, caracterizada por uma tecnologia madura baseada principalmente na

Europa e nos EUA. As turbinas eólicas, isoladas ou em pequenos grupos de quatro ou

cinco, e, cada vez mais, em parques eólicos com quarenta e cinquenta unidades, são um

elemento habitual da paisagem de muitos países europeus, nomeadamente a Alemanha,

Dinamarca, Holanda e, mais recentemente, o Reino Unido e a Espanha. Nos EUA, a

energia eólica desenvolveu-se principalmente na Califórnia (Altamont, Tehachapi e San

Gorgonio) com a instalação massiva de parques eólicos nos anos 80 (CASTRO, 2003).

2.3.1. Moinhos de ventos

Em um olhar para o passado, o uso da energia eólica não é recente. Antigamente

esse tipo de energia exercia um papel considerável no cotidiano das pessoas.

Não existe uma exatidão quando onde e quando a energia eólica começou a ser

usada. Especula-se que os moinhos de ventos foram usados no Egito, há

aproximadamente 3.000 anos, sendo que os povos mais desenvolvidos como os

egípcios, romano s e gregos realmente já conheciam os moinhos de ventos.

O primeiro registro histórico de utilização da força motriz do vento para

bombeamento de água e moagem de grãos através de cata-ventos remonta à

Pérsia(Iraque/Irã), conforme Figura 7, e por volta do ano 200 AC, sendo que máquinas

semelhantes têm sido utilizadas continuamente na Europa há muitos séculos.

42

Figura 7. Moinhos de vento na Pérsia. Fonte: CRESESB.

Os tradicionais moinhos de ventos de eixo horizontal provavelmente foram

inventados na Europa. A primeira informação documentada registra o seu aparecimento

no ano de 1180, em Duchy, Normandia. As maquinas primitivas de eixo vertical

persistiram até o século XII, quando os moinhos de vento de eixo horizontal do tipo

holandês começaram a ser usados em larga escala em vários países da Europa.

Na Holanda, entre os séculos XVII a XIX, o uso de moinhos de vento em grande

escala esteve amplamente relacionado com a drenagem de terras cobertas pelas águas.

Os moinhos de vento na Holanda tiveram uma grande variedade de aplicações.

O primeiro moinho de vento utilizado para a produção de óleos vegetais foi construído

em 1582. Com o surgimento da imprensa e o rápido crescimento da demanda por papel,

foi construído, em 1586, o primeiro moinho de vento para fabricação de papel. Ao fim

do século XVI, surgiram moinhos de vento para acionar serrarias para processar

madeiras provenientes do Mar Báltico. Em meados do século XIX, aproximadamente

9.000 moinhos de vento existiam em pleno funcionamento na Holanda. (WADE, 1979

apud CHESF-BRASCEP, 1987)

Já no início do século XX, existiam apenas 2.500 moinhos de ventos em

operação, caindo para menos de 1.000 no ano de 1960(CHESF-BRASCEP, 1987).

Preocupados com a extinção dos moinhos de vento pelo novo conceito imposto pela

Revolução Industrial, foi criada, em 1923, uma sociedade holandesa para conservação,

melhoria de desempenho e utilização mais efetiva dos moinhos holandeses. (CRESESB,

2008)

Acredita-se que desde a segunda metade do século XIX, mais de seis milhões de

cata-ventos já teriam sido fabricados e instalados somente nos Estados Unidos para o

43

bombeamento d’água em sedes de fazendas isoladas e para abastecimento de

bebedouros para o gado em pastagens extensas.

Os cata-ventos de múltiplas pás foram usados também em outras regiões como a

Austrália, Rússia, África e América Latina. O sistema se adaptou muito bem às

condições rurais tendo em vista suas características de fácil operação e manutenção.

Toda a estrutura era feita de metal e o sistema de bombeamento era feito por meio de

bombas e pistões, favorecidos pelo alto torque fornecido pela grande número de pás.

Até hoje esse sistema é largamente usado em várias partes do mundo para

bombeamento d’água. (CRESESB, 2008)

Na Dinamarca, em 1890, começou-se a utilizá-los para a produção de energia

elétrica. Em 1908, várias centenas de sistemas de conversão de energia eólica de 5 a 25

KW pontilhavam a Dinamarca. Esses cataventos, providos de rotores de pás

aerodinâmicas, generalizaram-se pelos Estados Unidos onde proveram energia elétrica

até os anos 30, quando o Ato de Eletrificação Rural americano os desativou, fornecendo

energia a preços mais baixos (ELETROBRÁS, 1977).

O interesse pela energia dos ventos reapareceu, na década de 70, por dois

motivos principais: a alta dos preços do petróleo nesse período e as dificuldades

encontradas na operação segura das centrais nucleares. Essas razões fizeram com que

muitos países se lançassem à procura de novas fontes de energia, como alternativas

viáveis às fontes tradicionalmente utilizadas. A energia eólica apresentou-se como uma

das mais viáveis e vários países formularam programas muito bem elaborados para o

aproveitamento racional dessa fonte de energia. (SILVA, P. C., 1999)

2.3.2. Aerogeradores

Com o avanço da rede elétrica foram feitas também no início do século XX

várias pesquisas para o aproveitamento da energia eólica em geração de grandes blocos

de energia. A primeira utilização de turbinas eólicas para a geração de energia elétrica

se deu no fim do século XIX, através de um aerogerador desenvolvido na Dinamarca

por LaCour e construído por Brush nos Estados Unidos. No ano de 1941 houve a

construção do aerogerador Smith-Putnam, o mais notável até então. Tratava-se de uma

44

máquina com diâmetro do rotor de 53m, uma torre de 35,6 m de altura e duas pás de aço

com 8 toneladas cada. Possuía um gerador síncrono de 1.250 KW com rotação

constante de 28 RPM, que funcionava em corrente alternada, conectada diretamente a

rede elétrica local.

Pouco antes de 1950, Andrea Enfield do Reino Unido, constrói um aerogerador

de 100KW cujo rotor apresentava 24m de diâmetro e design pneumático, pás ocas e

abertas na ponta. As pás eram usadas para retirar o ar através da torre onde outra turbina

acionava o gerador. Em 1956, na Dinamarca, Gedser constrói uma máquina de 200KW

e 24m de rotor. Em 1963 a empresa Electricité de France testava um aerogerador de

1,1MW e 35m de diâmetro do rotor. Entre os anos de 1950 e 1960, Hutter apresentava

uma inovação: aerogeradores leves. (GOIS, W. P., 2009)

Durante o período entre 1955 e 1968, a Alemanha construiu e operou um

aerogerador com o maior número de inovações tecnológicas na época. Os avanços

tecnológicos desse modelo persistem até hoje na concepção dos modelos atuais,

mostrando o seu sucesso de operação. Tratava-se de um aerogerador de 34 metros de

diâmetro operando com potência de 100KW, a ventos de 8m/s (HÜTTER, 1973, apud

DIVONE, 1994). Esse aerogerador possuía rotor leve em materiais compostos, duas pás

a jusante da torre, sistema de orientação amortecida por rotores laterais e torre de tubos

estaiada; operou por mais de 4.000 horas entre 1957 e 1968. As pás, por serem feitas de

materiais compostos, aliviaram os esforços em rolamentos, diminuindo assim os

problemas de fadiga. Essa inovação mostrou ser muito mais eficiente comparada aos

modelos até então feitos de metais. Em 1968, quando o modelo foi desmontado e o

projeto encerrado por falta de verba, as pás do aerogerador apresentavam perfeitas

condições de uso (DIVONE, 1994). (CRESESP, 2008)

Na década de 1970 a economia mundial ficou severamente afetada devido às

crises do petróleo provocadas pelas altas sucessivas no preço desse combustível.

A partir de 1974 com a proposta feita pelos países membros da Organização para

Cooperação E Desenvolvimento Econômico (OCDE) algumas diretivas foram

elaboradas para uma diminuição de consumo do petróleo em abastecimento de vários

países, tendo três objetivos gerais:

Diversificar as fontes de importação do petróleo

Substituir o petróleo por outras fontes de energia

Utilizar energia de forma mais racional

45

Estudos sobre turbinas na faixa de megawatts (MW) de potencia foram

impulsionados no final da década de 70, tendo primeiro projeto instalado em 1979 nos

Estados Unidos da America nas montanhas de Boone, Carolina do Norte.

Pesquisas com turbinas eólicas de eixo vertical foram iniciados no Centro de

Pesquisa Langley, da Nasa, no começo das década de 70.

Os alemães também desenvolveram modelos para fins de pesquisa, onde em

1982 construíram a maior turbina até então instalada: o Growian, como ilustrada na

Figura 8. Tratava-se de um modelo que representava as mais altas tecnologias

disponíveis até o momento. A turbina tinha uma torre tubular flexível com 100 metros

de altura e 100 metros de diâmetro de rotor, com duas pás e capacidade para gerar 3.000

KW a ventos de 11,8 m/s. mesmo sendo um projeto de elevada relevância, o

funcionamento não foi muito satisfatório, que levou ao encerramento do projeto após o

período de testes.

Figura 8. Turbina eólica alemã Growian instalada em 1982. Fonte: CRESESB.

2.4. Tipos de aerogeradores para geração de energia elétrica de pequeno porte

A International Electrotechnical Commission discriminou aerogeradores de

pequeno porte na norma IEC-NORM 61400-2:2006 como sendo os aerogeradores onde

a área varrida pelo rotor da turbina é igual ou menor do que 200 m².

46

Instalações com uma capacidade inferior a 100 kW são, portanto, consideradas

pequenas turbinas eólicas. Esta definição é representada pelas associações eólicas de

grande geração de energia na Alemanha, EUA e Reino Unido.

De acordo com um estudo realizado pelo Bundesverbands Windenergie

(Associação de Energia Eólica Alemã), a seguinte classificação de turbinas eólicas de

pequeno porte, propõe-se:

Designação Atuação Aplicação

Micro turbinas eólicas 0-5 kW - Casa e casas unifamiliares acoplada à fonte de alimentação por bateria ou sistema hibrido.

Mini turbinas eólicas 5-30 kW - As empresas e agricultores

Média turbinas eólicas

30-100 kW - As empresas e agricultores o acesso à rede de média tensão

Tabela 4. Classificação de aerogeradores de pequeno porte. Fonte: BWE (Bundesverband

WindEnergie e.V.) - Associação de Energia Eólica Alemã - 2010.

Os aerogeradores, dependendo da sua classificação, podem ter diferentes

componentes. Os pequenos aerogeradores de eixo horizontal basicamente são

compostos de rotor, leme ou rabeta direcionadora, gerador ou alternador elétrico, torre e

inversores elétricos.

2.4.1. Rotores de Eixo horizontal

O rotor é o principal elemento de uma máquina eólica, e tem como função

transformar a energia cinética do vento em energia mecânica de eixo rotativo. O rotor é

formado do cubo e pás.

Para a utilização como máquina de produção de energia elétrica, os

aerogeradores têm normalmente duas ou três pás, com perfil aerodinâmico, podendo

elas ser construídas em madeira, fibra de vidro e outros compósitos (MELO, 2009).

2.4.2. Geradores Elétricos e Alternadores

47

A conversão da potência mecânica no eixo do rotor de um aerogerador para a

potência elétrica é feita por um dos seguintes tipos de máquinas elétricas: máquinas

síncronas, máquinas de indução e máquinas de corrente contínua (MELO, 2009).

O princípio de funcionamento dessas máquinas é o efeito eletromagnético. A

mesma máquina pode ser usada como um motor, usando a energia elétrica e

transformando-a em energia mecânica ou, como gerador, convertendo a energia

mecânica em energia elétrica. (CASTRO, FERREIRA, 2004)

2.4.2.1. Maquina de indução de rotor gaiola de esquilo

Máquina de indução de rotor gaiola de esquilo, com sua ligação a rede de forma

direta. E em virtude da variação da velocidade admissível da máquina em relação à

velocidade de sincronismo ser muito pequena, na prática, esta máquina comporta-se

como tendo velocidade constante, independente da velocidade do vento. Tais

equipamentos são sempre equipados com bancos de capacitores para corrigir o fator de

potência (MELO,2009)

2.4.2.2. Geradores síncronos

A máquina síncrona é ligada à rede de distribuição através de um sistema de

conversão CA-CC-CA, já que a frequência elétrica da energia produzida pela máquina é

diferente da frequência elétrica da rede. Esse sistema tem a vantagem de dispensar o uso

dos multiplicadores de velocidade (MELO, 2009)

2.4.3. Leme direcionador

48

O leme tem a função de manter o plano do rotor sempre perpendicular a direção

do vento, de modo a maximizar a retirada da sua energia. A maioria dos pequenos

aerogeradores utiliza apenas o leme para essa função (MELO, 2009).

2.4.4. Torre

As torres das turbinas eólicas podem ser de três tipos: treliças, tubulares

estaiadas e tubulares livres. Os materiais empregados são de concreto e o aço. Para

turbinas eólicas de pequena e médias, as torres são na sua maioria de aço (CAMARGO,

2005).

Para dar maior mobilidade e segurança para sustentar toda a nacele em alturas

cada vez maiores, tem-se utilizado torres de metal tubular ou de concreto que podem ser

sustentadas ou não por cabos tensores (CRECESP, 2008).

2.4.5. Pás

As pás dos aerogeradores têm perfis aerodinâmicos variados, de forma a

aumentar a sua eficiência, na retirada da energia em determinada faixa de velocidade do

vento. Elas podem ser constituídas de um único ou uma combinação de vários perfis

(MELO, 2009).

2.4.6. Inversores

São equipamentos eletrônicos que possuem a função de converter a energia com

a tensão e frequência elétrica variável produzida pelo aerogerador para corrente

49

contínua e então para a tensão e frequência adequadas para uso de equipamentos, ou

para a tensão e frequência da rede elétrica (MELO, 2009).

2.5. Desempenho e rentabilidade das turbinas de pequeno porte

Para avaliar a eficiência de uma turbina eólica de pequeno porte, além de custos,

é um o fator decisivo, é o retorno. O rendimento da turbina é geralmente indicada pela

quantidade de eletricidade em kWh. Uma pessoa consome, em 1500 kWh estimado de

eletricidade por ano, uma família de quatro pessoas cerca de 4.500 kWh. (BWE, 2010)

A tendência é quanto maior a eficiência da turbina e maior a velocidade do vento

média anual, maior a retorno de um investimento. Desde que as condições de vento em

locais individual variem de maneira considerável, afirmações em geral sobre o retorno

de um investimento são difíceis, pois vários fatores podem influenciar no rendimento de

uma turbina eólica.

A BWEA (British Wind Energy Association) - Associação Britânica de Energia

Eólica propôs o cálculo da renda anual com a seguinte fórmula:

Renda anual (kWh) = Sistema de Potência (kW) x fator de capacidade x 8760.

O número 8760 refere-se ao número de horas por ano, e é um valor fixo.

O fator de capacidade é Energia produzida divido pela Energia nominal, varia

com a medida da velocidade do vento de um local. O fator de capacidade pode ser

muito diferente e há a incertezas quanto à equação (BWEA, 2010).

2.6. Recursos eólicos

A energia eólica provém da radiação solar uma vez que os ventos são gerados

pelo aquecimento não uniforme da superfície terrestre. Uma estimativa da energia total

disponível dos ventos ao redor do planeta pode ser feita a partir da hipótese de que,

50

aproximadamente, 2% da energia solar absorvida pela Terra são convertidas em energia

cinética dos ventos. Este percentual, embora pareça pequeno, representa centena de

vezes à potência anual instalada nas centrais elétricas do mundo. (CRESESB, 2008)

Usualmente, a geração elétrica inicia-se com velocidades de vento da ordem de

2,5 a 3,0 m/s; abaixo desses valores, o conteúdo energético do vento não justifica

aproveitamento (ATLAS DO POTENCIAL EOLICO BRASILEIRO, 2001).

Velocidades superiores a aproximadamente de 12,0 m/s a 15,0 m/s ativam o

sistema automático de limitação de potência da máquina, que pode ser por controle de

ângulo de passo das pás ou por estol aerodinâmico, dependendo do modelo de turbina.

Em ventos muito fortes (v > 25 m/s), atua o sistema automático de proteção. Ventos

muito fortes têm ocorrência rara e negligenciável em termos de aproveitamento e a

turbulência associada é indesejável para a estrutura da máquina; nesse caso, a rotação

das pás é reduzida (passo ou estol) e o sistema elétrico do gerador é desconectado da

rede elétrica (ATLAS DO POTENCIAL EOLICO BRASILEIRO, 2001).

Turbinas eólicas de grande porte têm controle inteiramente automático, por meio

de atuadores rápidos, software e microprocessadores alimentados por sensores duplos

em todos os parâmetros relevantes. Usualmente, utiliza-se telemetria de dados para

monitoramento de operação e auxílio a diagnósticos/manutenção (ATLAS DO

POTENCIAL EOLICO BRASILEIRO, 2001).

O recurso eólico é caracterizado por meio de um conjunto de parâmetros,

incluindo fatores geográficos específicos de cada local, informações a respeito dos

dados de velocidade do vento, coletados em forma de médias temporais, e variabilidade

do vento, que são de extrema importância para o levantamento desse recurso energético.

(MACÊDO, 2002)

A fonte eólica e a informação necessária a respeito de suas medidas são

definidas pelos seguintes parâmetros: velocidade média do vento medida em

determinado intervalo; intervalo de tempo usado pela base de dados; altura dos

instrumentos usados na aquisição dos dados de vento; e variabilidade da velocidade do

vento. A variabilidade da velocidade do vento pode ser caracterizada, por exemplo,

através do desvio padrão da velocidade do vento em cada intervalo. (MACÊDO, 2002)

Os parâmetros relacionados com a geografia do local também afetam a natureza

dos ventos locais. A lei exponencial de potência, velocidade de referência,

características do terreno e, em casos de cálculos mais sofisticados, a intensidade de

turbulência, podem ser necessários para determinar a potência eólica em um dado local.

51

A densidade do ar é um fator geográfico que influência na potência eólica e pode ser

considerada como um valor fixo, ou obtida a partir da temperatura, pressão e elevação

do local. (WALKER, JENKINS, 1997)

O relevo do terreno, a variação da distribuição da velocidade do vento durante o

ano, e o fato de que todo local diverge notavelmente com respeito à disponibilidade de

vento e demanda elétrica, sendo necessário analisar cada caso em particular.

2.7. Modelos de circulação dos ventos

As regiões tropicais, que recebem os raios solares quase que

perpendicularmente, são mais aquecidas do que as regiões polares. Consequentemente,

o ar quente que se encontra nas baixas altitudes das regiões tropicais tende a subir,

sendo substituído por uma massa de ar mais frio que se desloca das regiões polares. O

deslocamento de massas de ar determina a formação dos ventos. (CRESESB, 2008)

Existem locais no globo terrestre nos quais os ventos jamais deixam de suscitar,

pois os mecanismos que os geram (aquecimento no equador e resfriamento nos polos)

estão em todo tempo presentes na natureza.

A Figura 9 apresenta esse mecanismo da formação dos ventos.

Figura 9. Formação dos ventos devido ao deslocamento das massas de ar. Fonte: CRESESB.

52

Nas altitudes mais altas, o ar se move ao longo das linhas de mesma pressão.

Esse movimento do ar aliado a uma alta altitude, de mais de 600 metros é conhecido

como ventos geotrópicos. A essa altitude o fluxo de ar esta livre da influencia sofrida

pela superfície. Nas altitudes mais baixas, as diferentes superfícies da terra, composta

por massa de ar, terra e vegetação, afeta de modo significante o fluxo de ar devido a

variações de pressão, absorção da quantidade de radiação e umidade, efeitos climáticos

que influenciam próximo a superfície. Essa parte da atmosfera onde os ventos são

influenciados pela superfície é conhecida como camada livre.

2.8. Variação no perfil vertical do vento

A potência contida no vento é a função da densidade do ar. Já a densidade do ar

é a função da temperatura e pressão, sendo estes parâmetros variáveis com a altura em

relação ao solo (FADIGAS, 2011).

2.8.1. Obstáculos próximos ao local de medição

Os obstáculos influenciam no perfil de escoamento da velocidade dos ventos,

provocando o efeito de sombreamento. Deve-se analisar a posição do obstáculo relativo

ao ponto de interesse, suas dimensões (altura, largura e comprimento) e sua porosidade,

esta ultima definida como a relação entre a área livre e a área total do obstáculo. Como

exemplo de obstáculo destacam-se edifícios, silos e arvores, entre outros. (FADIGAS,

E. A. F. A., 2011)

Para obstáculos construídos pelo homem, é comum representa-los com uma

caixa retangular, bem como considerar o fluxo como sendo bidimensional. Nota-se que

os obstáculos não somente obstruem o movimento das partículas de ar, como também

acabam modificando a distribuição de velocidade dos ventos.

53

2.8.2. Rugosidade do terreno

Um fato curioso ocorre em locais cuja rugosidade do terreno é baixa, caso haja

um projeto de central eólica em terrenos com baixas rugosidades os aerogeradores

podem ser projetados com uma torre de altura inferior àquelas usadas em terrenos com

rugosidades altas. Isso se deve ao fato de não haver considerável variação da velocidade

do vento em alturas diferentes em terrenos que apresentam baixas rugosidades. (GOIS,

2009, p.36)

A Figura 10 a seguir mostra o perfil do vento para vários comprimentos de

rugosidade.

Figura 10. Perfil do vento para diferentes comprimentos de rugosidade. Fonte: GOIS, 2009.

A rugosidade está associada ao tipo de cobertura da superfície do terreno. Os

menores valores de rugosidade estão associados a superfícies que apresentam água,

areia e grama. Já superfícies com muitas casas e florestas densas apresentam valores

elevados de rugosidade. (GOIS, 2009, p.35)

2.8.3. Orografia

54

Variações na altura do terreno, como presença de colinas, vales e depressões,

provocam um aumento na velocidade e considerável mudança de direção. Para

descrever o relevo de uma superfície normalmente são utilizadas curva de nível

(FADIGAS, 2011).

2.9. Parâmetros que influenciam no perfil do vento

Os ventos locais sofrem a influencia de diversos parâmetros do lugar, e devem

ser conhecidos quando se deseja estimular o regime de ventos em um determinado local

por meio do conhecimento dos dados de vento de outros locais. (FADIGAS, 2011)

A variação da velocidade do vento com a altura em relação ao solo influencia

não apenas na avaliação do recurso eólico, como também no projeto da turbina eólica.

(FADIGAS, 2011)

Geralmente os anemômetros instalados nos sistemas meteorológicos são

instalados a uma altura diferente da altura do cubo da turbina eólica. Logo, há

necessidade de corrigir a velocidade do vento com a altura.

Existem duas formas de aproximação para estimar a velocidade do vento de

acordo coma altura: a Lei de Potência, mais usada na America do Norte, e a Lei

Logarítmica, comum na Europa.

A Lei de Potência representa um modelo mais simples e é resultado de estudos

da camada limite sobre a placa plana. É mais simples de ser aplicada, porém sem uma

precisão muito apurada (FADIGAS, 2011).

A Lei de Potência é expressa por:

(

)

( ⁄ ) 2.1

Onde velocidade do vento na altura, velocidade do vento na altura

referencia (medida), altura desejada, altura de referencia e expoente da lei de

potencia.

55

O expoente representa a influencia da natureza do terreno no perfil vertical da

velocidade do vento. Esse expoente não é constante e pode variar com alteração

ambiental ao longo dos meses. A Tabela 5 apresenta alguns valores de para diferentes

terrenos planos.

DESCRIÇÃO DO TERRENO FATOR n

Superfície lisa, lago ou oceano. 0.10

Grama baixa 0.14

Vegetação rasteira (até 0,3 m), árvores ocasionais. 0.16

Arbustos, árvores ocasionais. 0.20

Árvores, construções ocasionais. 0,22 - 0,24

Áreas residenciais 0,28 - 0,40

Tabela 5. Fator n para diferentes tipos de superfície Fonte: Irata, 1985 apud Dutra, 2007

O modelo baseado na lei logarítmica, usado para conhecimento do perfil vertical

do vento, é mais complexo e realístico, pois considera que escoamento na atmosfera é

altamente turbulento. (TROEN, 1989, apud FADIGAS, 2011)

Para velocidade elevadas, usando a lei logarítmica, o perfil vertical do vento e

dado por:

( )

2.2

Onde ( ) é velocidade do vento na altura , é o comprimento de rugosidade

(característica a rugosidade do terreno), é a constante de Von Kárman ( = 0,4) e o

é a velocidade de atrito relacionada com a tensão de cisalhamento na superfície τ e a

massa especifica do ar ρ pela expressão .

A velocidade de atrito, que varia com a rugosidade do solo, com a velocidade do

vento e com forças que se desenvolvem na atmosfera, é difícil de calcular.

Para abreviar essa dificuldade, é usada uma equação que é a extrapolação para

alturas diferentes de dados medidos a uma altura de referência.

( )

( )

2.3

56

Onde é altura de referência e altura desejada

A Tabela 6 mostra valores de comprimento de rugosidade para diferentes tipos

de terreno.

DESCRIÇÃO DO TERRENO z0 (mm)

Liso, gelo, lama 0.01

Mar aberto e calmo 0.20

Mar agitado 0.50

Neve 3.00

Gramado 8.00

Pasto acidentado 10.00

Campo em declive 30.00

Cultivado 50.00

Poucas árvores 100.00

Muitas árvores, poucos edifícios, cercas 250.00

Florestas 500.00

Subúrbios 1500.00

Zonas urbanas com edifícios altos 3000.00

Tabela 6. Valores de comprimento de rugosidade Fonte: Adaptado de Manwell et al 2004.

2.10. Caracterização dos dados dos ventos

Informações sobre os parâmetros que caracterizam os ventos podem estar

disponíveis e diferentes formas e volumes.

Os dados obtidos nesse estudo são fornecidos pela estação meteorológica

instalada na cidade de Araçatuba, no Centro Universitário Católico Unisalesiano

Aulixium, com latitude 21º12'32" e longitude 50º25'58", estando a uma altitude de 390

m.

Portanto estações meteorológicas fornecem uma serie de dados coletados e

amostrados em um determinado período de medição. Os dados de velocidade e direção

dos ventos são fornecidos a cada intervalo de tempo a cada 10 minutos. Assim

considerando somente a velocidade do vento teremos em um ano 52.560 dados de

velocidade de vento, um volume muito grande de dados.

57

A série de dados obtidos pela estação meteorológica pode ser tratada e

compactada para que, de uma forma mais rápida e direta, seja possível avaliar o

potencial eólico.

Os dados serão tratados levando em conta alguns parâmetros básicos: velocidade

media, desvio padrão e densidade de potencia.

2.10.1. Velocidade media

A velocidade media de um determinado período, no caso deste estudo os dados

analisados serão de julho de 2010 a julho de 2012.

[ ⁄ ] 2.4

Em que é numero de registros de velocidade de vento e é valor médio da

velocidade do vento.

2.10.2. Desvio padrão

O desvio padrão representa a variabilidade de um determinado conjunto de

valores da velocidade do vento. A variabilidade é definida como a media dos quadrados

dos desvios padrões.

√∑ ( )

2.5

2.10.3. Densidade media de potencia

58

A energia elétrica gerada por um aerogerador depende da energia proveniente do

vento que passa através da área varrida pela pá do rotor da turbina eólica por unidade de

tempo. Este fluxo de energia é chamado de densidade de potência de vento (AMARO,

2008).

(

)

2.6

2.11. Estimativa do potencial eólico

O potencial eólico é um aspecto de grande importância para o estudo da

viabilidade da instalação, pois através dele é possível determinar a potência disponível

no vento, capaz de ser convertida por uma turbina eólica. O potencial eólico é definido

como a energia cinética, passando por unidade de tempo em uma coluna de ar com a

mesma área de seção transversal de varredura das pás em rotação, viajando a uma

velocidade V. (MELLO, SILVA, 2003)

A energia contida no vento é a energia cinética, ocasionada pela movimentação

dos ventos. Energia cinética E é dada pela seguinte equação:

[ ] 2.7

Onde é a massa de uma particula de ar em kg, e velocidade do ar em metros

por segundo.

Energia por unidade de tempo é igual a potencia.

[ ] 2.8

Onde é o fluxo de massa que é a massa de ar que se move por uma

determinada área na unidade de tempo.

59

O fluxo de massa é dado por

[ ] 2.9

Em que massa especifica do ar, é a área varrida pelo rotor em m2 e a

velocidade em m/s.

Figura 11. Fluxo de massa de ar. Fonte: Windpower.

Logo temos que Potencia é

[ ] 2.10

A potência captada por qualquer sistema de conversão de energia eólica é

expressa pelo produto da potencia disponível pelo rendimento de captação. Este

rendimento é geralmente expresso sob a forma de um coeficiente de potencia,

(CAMARGO, 2005).

[ ] 2.11

Onde é o coeficiente de potencia.

60

Este coeficiente de potência é adimensional, e depende do regime de ventos e

da velocidade rotacional do rotor eólico. Tem um limite máximo teórico de 59% ou

0.593. Este valor é conhecido como Limite de Betz, formulado pela primeira vez em

1919, e aplicado para todos os tipos de turbinas eólicas. Projetos modernos de turbinas

eólicas para geração de eletricidade chegam a um valor de igual a 40%. As maiores

perdas de eficiência existente em uma turbina eólica real surgem do arraste viscoso nas

pás e das perdas de potência na transmissão e no sistema elétrico (CAMARGO, 2005)

2.12. Potencia extraída de um conversor eólico

A produção de energia em um conversor eólico ou aerogerador depende da

interação do rotor eólico com os ventos.

Estudos mostram que um dos principais aspectos ligados a eficiência de uma

turbina eólica são ordenados pelas forças aerodinâmicas geradas pela velocidade média.

2.12.1. Potencia extraída do vento

A potência contida nos ventos ou potencia eólica, a qual é função da massa

especifica do ar, área captada e a velocidade do vento ao cubo. A velocidade refere-se

ao vento não perturbado, ou seja, aquele que se aproxima das pás do rotor antes de

atingi-lo. Esse vento, ao encontrar um obstáculo ao seu fluxo (no caso, as pás do rotor),

terá o seu perfil modificado. Nessa passagem pelo aerogerador, parte da potencia do

vento será transformada em potencia mecânica no eixo da turbina, como também

resultado da criação de um torque e rotação do eixo (FADIGAS, 2011).

[ ] 2.12

61

A lei de continuidade de fluxo estabelece que o fluxo de massa é sempre o

mesmo. Assim, como a velocidade do vento após passar pela turbina diminui, a área

ocupada pelo fluxo de ar aumenta (FADIGAS, 2011).

Pela lei de continuidade de fluxo:

[

⁄ ] 2.13

Ou seja, todo fluxo de massa de ar que chega até o conversor eólico é igual ao

que dele sai. Se a velocidade do ar é menor na saída, esse ar ocupará uma secção

transversal maior (FADIGAS, 2011).

A potência mecânica que o conversor extrai do fluxo de ar corresponde a

diferença entre a potencia do fluxo de ar antes e após sua passagem pelo conversor:

(

) [ ] 2.14

Substituindo a equação 2.8 na equação 2.9 chegamos

(

) [ ] 2.15

Onde é a potência mecânica extraída pelo conversor eólico.

Através desta equação, podemos dizer que, a potencia atingiria o seu valor

máximo quando for igual à zero, ou seja, quando o fluxo de ar é for interrompido pelo

conversor. Mas esse resultado acaba não tendo sentido fisicamente, pois se o fluxo de

ar atrás do conversor é nulo, logo a velocidade do fluxo antes do conversor também

deverá ser nula, implicando que não deveria haver fluxo de ar atrás do conversor. Em

um resultado físico consiste em uma razão entre e , quando extração de potencia

encontra o seu ponto máximo.

Usando a lei de conversão do momento para expressar a potência mecânica do

conversor, temos então a seguinte expressão:

62

( ) [ ] 2.16

Conforme o principio da “Ação é igual a Reação”, essa força precisa ter uma

força igual agindo contra si exercida pelo conversor imerso no fluxo de ar. Esse empuxo

empurra a massa de ar em uma velocidade presente no plano de fluxo de ar na

passagem do conversor. A potência requerida seria então:

( ) [ ] 2.17

Logo a potencia mecânica extraída do fluxo pode será derivada da energia ou

diferença de potencia e após o conversor, por outro lado, e do outro, do empuxo e da

velocidade do fluxo. Igualando as equações 2.14 e 2.16, chegamos a uma nova equação

da velocidade de fluxo:

(

) ( ) [ ] 2.18

Lembrando que a velocidade do luxo de ar através do conversor igual á media

aritmética de e .

[ ⁄ ] 2.19

O fluxo de massa ficando

( ) [

⁄ ] 2.20

E a potência mecânica fica

( )

(

) [ ] 2.21

63

2.13. Distribuição de frequência do vento

O estudo do potencial eólico de uma região é realizado a partir de medições do

vento no local. Os dados de velocidade de vento recebem tratamento estatístico e são

normalmente apresentados na forma de valores médios e curvas de distribuição. A

distribuição do vento pode ser representada por uma função probabilística (CUSTODIO

2002)

Para as séries completas de dados coletados, a indicação técnica é a análise pelo

cálculo de Weibull. A função Weibull é a distribuição contínua que usualmente mais se

aproxima à distribuição discreta representada nos histogramas de velocidade, porque

tem maior precisão na descrição das circunstâncias do vento é a empregada nos

trabalhos de avaliação de potenciais eólicos (PETRY, MATTUELLA, 2007).

A função de Weibull leva em conta o desvio padrão dos dados coletados, este é

um importante parâmetro estatístico, pois introduz uma informação acerca das

incertezas com que podem ocorrer as velocidades previstas a partir dos dados coletados

no período (PETRY, MATTUELLA, 2007).

A função de Weibull é definida pela seguinte equação:

( )

(

)

[ (

)

] 2.22

A distribuição de Weibull é normalmente representada na forma de k e c, onde k

é o fator de forma de distribuição dos ventos, e c é fator de escala que depende da

velocidade media dos ventos.

(

)

2.23

( ) 2.24

Em que é a função gama.

64

A função Gama, representado pela letra grega , é uma extensão do modelo

exponencial. Ela esta ligada a alguns problemas da física, engenharia e estatística

matemática.

Embora a função gama é definida para todos os números complexos, exceto os

inteiros não positivos, é definido através de uma integral imprópria que converge apenas

números complexos com parte positiva:

( ) ∫

2.25

A função Gama tem como domínio o conjunto de todos os reais positivos,

embora seja possível estender seu domínio a todo o conjunto real, com exceção dos

inteiros negativos e do zero. Devemos ressaltar que esta extensão não é feita através da

definição, pois a integral diverge, mas sim através de propriedades (CARDONA, 2005)

Para determinadas localidades e em certos períodos do ano a distribuição de

Weibull ajusta-se razoavelmente bem ao histograma de velocidade, apresentando

melhores resultados do que aqueles fornecidos pela distribuição de Rayleigh

(TERCIOTE, 2002).

2.14. Aplicação de energia eólica na geração de energia distribuída

A forma como consumimos energia pode contribuir para aliviar a pressão

ambiental que exercemos sobre a natureza. Hoje em dia, é possível que cada um de nós

utilize fontes alternativas de energia capazes de assegurar o bem-estar, sem

comprometer o futuro. Estamos a entrar numa nova era energética.

Uma alternativa para fazer face á procura crescente de energia elétrica observada

nas últimas décadas é a utilização de geração distribuída. Geração distribuída (GD) está

relacionada com a utilização de pequenas unidades geradoras (10MW ou menos)

instaladas em pontos estratégicos do sistema elétrica e, principalmente, próximos dos

centros de consumo. As tecnologias aplicadas em GD compreendem pequenas turbinas

a gás, micro turbinas, células combustíveis, geradores eólicos, energia solar, etc. A GD

65

pode ser utilizada de modo isolado, suprindo a procura local do consumidor, ou de

modo integrado, fornecendo energia ao restante do sistema elétrico (GDEE, 2005).

O uso de geração distribuída ou descentralizada apresenta vantagens sobre a

geração centralizada, como a economia em investimentos em transmissão e redução de

perdas nestes sistemas, melhorando a estabilidade do serviço de energia elétrica.

Também permite à implantação de unidades geradoras adaptadas as necessidades locais,

minimizando o impacto ambiental e a mobilização de capital (BORGES, 2010).

Figura 12. Exemplo de energia distribuída utilizando pequenos aerogeradores. Fonte:

Quietrevolution, 2010.

É importante lembrar que tanto para consumo próprio, como para venda dos

excedentes da produção de energia, a situação nova para o campo como gerador de

energia deve necessariamente ser reconhecida e oficializada para todo país.

(GALINKIN, BLEY, 2009).

2.15. Legislação

Produção distribuída ou microprodução é a geração de energia pelo próprio

consumidor (empresa ou particular) utilizando equipamentos de pequena escala,

nomeadamente painéis solares, microturbinas, microeólicas ou outro tipo de tecnologia.

A energia produzida pode ser aproveitada para o aquecimento de águas

sanitárias ou para a produção de energia elétrica, que é depois vendida à rede de

distribuição.

66

A Portaria n.º 201/2008 de 22 de Fevereiro fixa as taxas a cobrar pelos serviços

previstos no n.º 1 do artigo 23.º do Decreto-Lei n.º 363/2007, de 2 de Novembro, que

estabelece o regime jurídico aplicável à produção de eletricidade por intermédio de

unidades de microprodução.

O Decreto Legislativo Regional n.º 16/2008/M adapta à Região Autônoma da

Madeira o Decreto-Lei n.º 363/2007, de 2 de Novembro, que estabelece o regime

jurídico à produção de eletricidade por intermédio de instalações de pequena potência,

designadas por unidades de microprodução.

O Decreto-Lei nº 118-A/2010, de 25 de Outubro, simplifica o regime jurídico

aplicável à produção de eletricidade por intermédio de instalações de pequena potência,

designadas por unidades de microprodução, e procede à segunda alteração ao Decreto-

Lei nº 363/2007, de 2 de Novembro, e à segunda alteração ao Decreto-Lei nº 312/2001,

de 10 de Dezembro.

67

Capitulo III

ANALISE DOS RESULTADOS

3. Analise de propagação do sinal e analise do potencial eólico

3.1. Sistema meteorológico

Com o objetivo de realizar medições da velocidade do vento e sua direção (m/s),

radiação solar global (W/m²), quantidade de chuva (mm), Temperatura (°), umidade

relativa do ar (%). A cidade de Araçatuba, estado de São Paulo, conta com um sistema

meteorológico instalado no Centro Universitário Católico UniSalesiano Auxilium desde

o ano de 2007.

O sistema meteorológico mostrado na Figura 13 esta vinculado ao projeto

FAPESP nº 03/06441-7, intitulado Novos instrumentos de Planejamento Energético

Regional visando o desenvolvimento sustentável, vigência de 2004 a 2009, onde foram

gerados vários estudos na RAA visando um detalhamento na área energética

abrangendo dimensões ambientais, sociais, políticas e técnico-econômicas visando um

desenvolvimento sustentável.

Figura 13. Torre com sistema meteorológico em Araçatuba, São Paulo.

68

3.1.1. Anemômetro

O anemômetro é usado para medição de dados de velocidade e direção dos

ventos é um modelo Met One 034B Windset, fornecido pela Campbell Scientific®. O

034B combina um anemômetro três copos e palhetas em um único pacote integrado

para medir a velocidade e direção do vento, como mostrado na Figura 14.

Figura 14. Anemomêtro Met One 034B Wind. Fonte: Campbell Scientific.

As especificações do Anemômetro estão ilustradas na Tabela 7

Anemômetro Met One 034B Windset Especificação

Temperatura de operação: -30 ° a 70 ° C

Precisão para velocidade inferior a 10,1 m/s: 0,12 m/s

Precisão para velocidade superior a 10,1 m/s: 1,1 % da velocidade

medida

Resolução: 0,5 º

Limite mínimo de velocidade: 0 m/s

Limite maximo de velocidade: 49 m/s

Limite de inicio de operação: 0,4 m/s

Tabela 7.Especificações Anemômetro Met One 034B Windset. Fonte: Adaptação

CampbellScientific.

69

3.2. Sistema de Transmissão

O sistema meteorológico conta com sistema de transmissão de dados completa,

os equipamentos geram os sinais de medição e enviam para o Datalogger CR1000

instalado em um gabinete a 10 metros de altura, onde ficam armazenados os dados, e

são enviados por uma antena Yagi 9 dBd de 900MHz, instalada a 30 metros de altura.

O receptor fica no prédio da universidade Unisalesiano, onde possui um Radio

Frequência RF401/900MHz, ligado a um CPU, que recebe o sinal emitido e através do

software PC400 gerando arquivos que tratados são disponibilizados em tabelas.

A Figura 15 ilustra uma foto da antena Yagi 9 dBd/900MHz.

Figura 15. Antena Yagi 9 dBd

O RF401 reduz a susceptibilidade a interferências de outros dispositivos de

propagação, fornecendo opção selecionável pelo usuário com salto de frequência

padrões. Rádios Spread Spectrum espalha o sinal de informação geralmente de banda

estreita em uma faixa relativamente ampla de frequências. Este processo permite que a

comunicação seja mais imune a ruídos e a interferências de fontes de RF, tais como

pagers e telefones celulares.

RF401/900 MHz rádio modem tem faixa de frequência de operação: 910-918

MHz suporta ponto a ponto e ponto a multiponto com o datalogger de comunicações.

A Figura 16 representa o modelo de RF usado pelo sistema de transmissão.

70

Figura 16. RF401/900 MHz, Campbell Scientific®

Antena OMNI 1/2 Wave Whip acoplada ao RF pode ser substituída por qualquer

outra frequência da antena compatível de acordo com a necessidade faixa de

transmissão.

3.2.1. Antena transmissão Yagi 9 dBd

Uma das antenas mais utilizadas em sistemas de telecomunicações é a antena

Yagi-Uda. Este tipo de antena foi primeiramente descrita e analisada em um artigo do

professor japonês S. Uda, em março de 1926. Entretanto, estas antenas só se tornaram

mundialmente conhecidas depois da publicação, em 1928, de um artigo em inglês

assinado por H. Yagi, colega do professor Uda (BRITTAIN, 1993).

Uma antena Yagi-Uda convencional consiste em dipolos lineares paralelos dos

quais somente um, normalmente o segundo elemento, é energizado por uma fonte, os

demais são elementos parasitas. O primeiro elemento funciona como refletor, o qual

possui tamanho maior que o elemento energizado. Do terceiro até o n-ésimo são

elementos diretores e são menores que o elemento fonte (FARIAS et al, 2007).

A Tabela 8 mostra especificação da antena Yagi 9 dBd, fornecida pela Campbell

Scientific.

Antena Yagi 9 dBd Especificação

Tipo Yagi (direcional) com hardware de

montagem Banda de frequência 900 MHz

Ganho 9 dBd

Conector Tipo N fêmea

71

Peso 0,73 kg

Comprimento maior elemento 16 cm

Dimensões do suporte 11,5 x 9 x 0,6 cm

Tabela 8.Especificação antena Yagi 9 dBd. Fonte: Adaptação Campbell Scientific.

3.2.1.1. Diagrama de irradiação Yagi 9 dBd

O diagrama de irradiação representa graficamente a distribuição espacial de

energia eletromagnética em torno da antena, conforme ilustra a Figura 17

Figura 17. Gráfico de irradiação da antena Yagi. Fonte: PCTEL (2012).

3.3. Análise do potencial eólico para aerogeradores de pequeno porte.

O presente estudo visa analisar o potencial eólico na região de Araçatuba,

colocando em foco a geração de energia elétrica por aerogeradores de pequeno porte,

propondo a geração de energia em áreas rural da Região Administrativa de Araçatuba.

72

Na RAA foi observado que algumas localidades rurais ainda não possuem

energia elétrica, dificultando assim o cultivo e produção de moradores, e qualidade de

vida dos mesmos visando à produção sustentável de energia.

Através dos dados coletados pelo Anemômetro Met One 034B Windset,

instrumento do sistema meteorológico, é possível produzir o tratamento desses dados

através de cálculos estatísticos, gerando o potencial eólico da RAA, verificando a

mensuração da contribuição da energia eólica, tanto em sistema isolado como num

sistema hibrido.

Estudos econômicos chegaram à conclusão de que as turbinas eólicas de

pequeno porte podem ser econômicas. Ela depende da qualidade da instalação, a

localização, tamanho e o consumo de energia.

3.4. Região Administrativa de Araçatuba

A Região Administrativa de Araçatuba é uma das regiões administrativas do

estado brasileiro de São Paulo. A RAA é formada pela junção de 43 municípios e a

cidade de Araçatuba é a cidade sede, com população de 183.441 habitantes, além de ser

a 2ª maior cidade do oeste paulista. Localiza-se a uma latitude 21º12'32" sul e a uma

longitude 50º25'58" oeste, estando a uma altitude de 390 m.

A Figura 18 ilustra o mapa do estado de São Paulo e em destaque a Região

Administrativa de Araçatuba e sua cidade sede Araçatuba.

Figura 18. Mapa Região Administrativa de Araçatuba

73

3.5. Análise do regime dos ventos

O ideal de medição das condições de velocidade e direção do vento é se realizar

em diversos pontos da zona considerada ao longo de vários anos para que se possa obter

com precisão a média de velocidade dos ventos, índices de dispersão, e um mapeamento

do potencial eólico em todo o espaço de estudo (BERNAL, 2009).

Porém a segundo a proposta de obtenção dos potenciais para um rápido

aproveitamento energético, levou a elaboração de modelos para que se possa realizar tal

medição em um único ponto de referencia durante um único período, que na proposta

desse trabalho corresponde a um ano.

3.5.1. Tratamento dos dados estatísticos

Os dados usados da estação meteorológica compreendem medições de 1 de

janeiro a 31 de dezembro de 2011, foram coletados 52.546 registros de velocidade de

vento no período em coletas 24 horas.

A medição da velocidade e direção do vento na RAA é feita com anemômetros

Met One Wind Set modelos 034B – L30 – NM e 034B – L90 – NM, sendo a diferença

entre os modelos ocorre por conta da altura em que são instalados (30 e 90 pés). Seu

registro acontece de 10 em 10 minutos.

Os dados coletados são compostos dos seguintes parâmetros: Velocidade do

vento Avg, média; e velocidade instantânea e Velocidade do vento Max, máxima.

Serão utilizados para analise os dados de velocidade Avg que se trata da média feita

entre a velocidade instantânea e a velocidade máxima e Max, é velocidade máxima

registrada no momento, ambas medidas em metros por segundo.

Médias dos ventos com anemômetro a 30 metros ou 90 pés de altura são

nomeadas como WS30, e com anemômetro a 10 metros ou 30 pés de altura, como

WS10.

Através do Excel, foram feitas tabelas e gráficos para uma melhor visualização.

Com dados de cada mês foram feito o seguinte tratamento:

74

Número de registros;

Dados aproveitados em %;

Média, Média da Variância, Média da Direção dos ventos, Media do Desvio

padrão, Função gama, Função Weibull, Fator de forma k, Fator de escala c.,

Média da temperatura;

Tabela com média da velocidade do dia, com velocidade dos ventos AVG e

MAX a 30 e 10 metros de altura;

Lei da potencia com torres de 13 e 32 metros de altura com velocidade dos

ventos AVG e MAX a 30 e 10 metros de altura;

Frequência de ventos, com quantidade de ocorrências e porcentagem, com

velocidade dos ventos AVG e MAX a 30 e 10 metros de altura;

Maior incidência de ventos de 0 a 2 m/s, 3 a 5 m/s, 6 a 9 m/s e maior 9 m/s;

Densidade do ar, Área do rotor, Densidade de potência e Potencia, com

aerogeradores Inclin de 600W, de 1000W e de 1500W.

Gráfico histograma com velocidade dos ventos AVG e MAX a 30 e 10 metros

de altura;

Gráfico de Incidência de frequência dos ventos;

Gráfico de Quantidade de ocorrência.

Para analise da mudança que ocorrem na velocidade dos ventos com as estações

do ano, foram gerados no Excel:

Tabela com velocidade dos ventos das estações do ano Verão, Outono, Inverno

e Primavera;

Media de Frequência dos ventos com velocidade dos ventos AVG e MAX a 30

e 10 metros de altura;

Gráficos de Histograma das estações do ano Verão, Outono, Inverno e

Primavera, com velocidade dos ventos AVG e MAX a 30 e 10 metros de

altura;

Foram realizadas analises com a média mensal, para calculo da media anual

contendo:

Média anual da velocidade do vento com velocidade dos ventos AVG e MAX

a 30 e 10 metros de altura;

75

Maior e menor velocidade dos ventos AVG e MAX a 30 e 10 metros de altura;

Média anual das estações do ano Verão, Outono, Inverno e Primavera, com

velocidade dos ventos AVG e MAX a 30 e 10 metros de altura;

Função velocidade anual;

Diferença da velocidade do vento AVG e MAX entre os meses do ano;

Diferença da velocidade do vento AVG e MAX entre estações do ano Verão,

Outono, Inverno e Primavera;

Gráfico media velocidade dos ventos AVG e MAX a 30 e 10 metros de altura;

Gráfico media da velocidade dos ventos nas estações do ano AVG e MAX a 30

e 10 metros de altura;

Gráfico de comparação entre AVG e MAX a 30 e 10 metros de altura;

Gráficos dos fatores de forma e escala com meses do ano da velocidade do

AVG e MAX a 30 e 10 metros de altura;

Gráficos dos fatores de forma e escala conforme estações do ano, com

velocidade do vento AVG e MAX a 30 e 10 metros de altura;

Gráfico da temperatura nos meses do ano;

Gráfico da Variância com velocidade do vento AVG e MAX a 30 e 10 metros

de altura;

Gráfico do Desvio padrão com velocidade do vento AVG e MAX a 30 e 10

metros de altura;

3.5.2. Media dos ventos

Para os cálculos da media das velocidades dos ventos não foram desprezados os

registros nulos, que identificam momentos em que não houve incidência de ventos, pelo

motivo que estes registros nulos não deixam de serem resultados da velocidade do

vento.

3.5.2.1. Velocidade do vento – Média Avg

76

As médias do vento ficaram a 30 metros em 3.676 m/s, e para 10 metros em

2.447 m/s, conforme Tabela 10.

As médias mensais do ano de referencia estão visíveis na Figura 19, com

medições a 30 e 10 metros de altura.

Figura 19. Gráfico da média velocidade dos ventos - AVG

A Tabela 9 ilustra as velocidades mínimas e máximas que foram atingidas

durante o período de pesquisa:

Mínima (m/s) Máxima (m/s)

30 m. 2.749 4.879

10 m. 1.794 3.413

Tabela 9. Velocidade dos ventos mínima e máxima - Média AVG.

Em medições a 30 metros nos meses de julho, agosto, setembro, outubro e

novembro notam-se um crescimento progressivo nas medias acima de 3.5 m/s, sendo

que os meses dezembro, janeiro, fevereiro e abril as médias não atingem 3.5 m/s.

Medições a 10 metros nos meses de março, abril, setembro e outubro a

velocidade do vento esteve entre 3.0 e 3.41 m/s. Em janeiro, fevereiro, julho, agosto e

novembro as médias ficaram entre 2.08 e 2.84 m/s. Nos meses de maio, junho e

dezembro a média não passou de 1.96 m/s.

A Tabela 10 mostra as médias mensais da velocidade dos ventos Avg a 30 e 10

metros de altura.

3,05 2,75

3,88

3,10 3,49

3,45 3,74 3,96

4,90 4,50

4,19

3,10

2,39 2,14

3,04

2,23 1,92 1,97 2,09

2,40

3,41 3,13

2,84

1,79

0

1

2

3

4

5

6

Ve

loci

dad

e d

os

ven

tos

(m/s

)

Média Velocidade do vento Avg - Araçatuba

WS30 (m/s) WS10 (m/s)

77

Média Velocidade do vento - Avg - Araçatuba

Mês 30 m. (m/s) 10 m. (m/s)

Jan 3.054 2.392

Fev 2.749 2.138

Mar 3.876 3.042

Abr 3.100 2.230

Mai 3.492 1.921

Jun 3.447 1.966

Jul 3.741 2.088

Ago 3.965 2.401

Set 4.897 3.413

Out 4.502 3.132

Nov 4.191 2.842

Dez 3.097 1.794

MÉDIA ANUAL 3.676 2.447

< velocidade do vento 2.749 1.794

> velocidade do vento 4.897 3.413

Tabela 10. Média velocidade dos ventos mensais - AVG

Como a temperatura tem influencia direta com as correntes de ar analisa-se as

variações da intensidade dos ventos durante as estações do ano, averiguando em qual

estação houve uma intensidade maior de ventos.

Conforme mostrado na Figura 20, visualiza-se que a estação do Inverno e

Primavera a intensidade dos ventos são mais elevadas ultrapassando 3.5 m/s na média a

30 metros.

Figura 20. Gráfico de Velocidade do vento classificado por estações do ano - Max

2,97

3,49

3,72 4,53

2,11 2,40 2,15

3,13

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

Verão Outono Inverno Primavera

Ve

loci

dad

e d

o v

en

to (

m/s

)

Estações do ano - Avg - 2011

WS30 WS10

78

Através do software Statistica Trial, foi gerado o histograma do ano de 2011,

com curva da Função de Weibull e desvio padrão 0.688 conforme Figura 21.

Figura 21. Histograma Anual AVG - Ano 2011

3.5.2.2. Velocidade do vento – Média máxima

As médias da velocidade dos ventos máxima ficaram para 30 metros em 4.80

m/s, e para 10 metros em 3.63 m/s.

A Figura 22 ilustra a média da velocidade dos ventos Max a 30 e 10 metros de

altura no período proposto pelo estudo.

Figura 22. Gráfico das médias da velocidade do vento - Max

4,22 3,76

5,10

4,11 4,52 4,48

4,84 5,18

6,27 5,91

5,57

4,30

3,60 3,18

4,31 3,22

2,87 2,93 3,18

3,62

4,86 4,58

4,29

3,02

0

1

2

3

4

5

6

7

Ve

loci

dad

e d

o v

en

to (

m/s

)

Média Velocidade do vento - Máxima - Araçatuba

WS30 (m/s) WS10 (m/s)

79

Segundo Bernal (2009), a média da velocidade dos ventos Max a 30 metros de

altura com dados de 2008, coletados do sistema meteorológico em Araçatuba ficou em

4.74 m/s.

A Tabela 11 mostra as velocidades mínimas e máximas do ano em analise.

Mínima (m/s) Máxima (m/s)

30 m. 3.761 6.274

10 m. 2.867 4.861

Tabela 11. Velocidade do ventos minima e maxima – Média MAX

Medições a 30 metros nos meses de maio, junho, julho e agosto um crescimento

significativo na velocidade dos ventos entre 4.48 e 5.185 m/s, seguido dos meses de

setembro, outubro e novembro onde obteve o registro das velocidades mais elevadas do

ano entre 6.136 e 5.566 m/s. Sucedendo um decaimento em dezembro, janeiro e

fevereiro de 4.303 a 3.761 m/s.

Medições a 10 metros nos meses de fevereiro, abril, maio, junho, julho e

dezembro as médias não atingiram 3.5 m/s. Com recorde nos meses de setembro,

outubro e novembro entre 4.736 e 4.288 m/s.

A Tabela 12 mostra a média das velocidades dos ventos Max mensais no ano de

2011.

Média Velocidade do vento - Máxima - Araçatuba

Mês 30 m. (m/s) 10 m. (m/s)

Jan 4.223 3.596

Fev 3.761 3.182

Mar 5.102 4.307

Abr 4.106 3.220

Mai 4.518 2.867

Jun 4.485 2.928

Jul 4.836 3.175

Ago 5.185 3.624

Set 6.136 4.736

Out 5.911 4.585

Nov 5.566 4.288

Dez 4.303 3.019

MÉDIA ANUAL 4.856 3.627

< velocidade do vento 3.761 2.867

> velocidade do vento 6.274 4.861

Tabela 12. Média da velocidade dos ventos mensais - MAX

80

Seguindo a tendência das médias Avg analisadas anteriormente, as estações do

ano com maior incidência de ventos são Inverno e Primavera. Notando uma curva

exponencial crescente de verão a primavera, conforme Figura 23.

Figura 23. Gráfico de Velocidade do vento classificado por estações do ano Max.

Na analise das médias das velocidades dos ventos mensais, não se desprezou os

dias sem registros de ventos, para diagnosticar os meses do ano na qual a quantidade de

velocidade dos ventos nula. Foram ranqueados os cinco meses com maiores índices de

zero contendo número de registros sem ventos e a percentagem correspondente,

comparando com medições feitas a 10 e 30 metros de altura.

Nas medições com a velocidade dos ventos a 30 metros de altura o mês de abril

detectou 18.59% do total de registros foi em velocidade nula, seguido de dezembro com

10.57% e agosto com 2.84%, sendo redundantes nas medições a 10 metros os meses de

dezembro com 39.96%, maio com 37.19%, e agosto com 33.96% conforme mostrado na

Tabela 13.

WS30 WS10

Mês Nº de registros Porcentagem Mês Nº de registros Porcentagem

1º Abril 803 18.59% Dezembro 1784 39.96%

2º Dezembro 472 10.57% Julho 1668 37.37%

3º Agosto 127 2.84% Maio 1660 37.19%

4,10 4,58

4,84 5,92

3,27 3,46 3,24

4,58

0

1

2

3

4

5

6

7

Verão Outono Inverno Primavera

Ve

loci

dad

e d

o v

en

to (

m/s

)

Estações do ano - Max - 2011

WS30 WS10

81

4º Novembro 87 2.01% Junho 1556 36.06%

5º Maio 78 1.79% Agosto 1516 33.96%

6º Fevereiro 72 1.75% Outubro 1142 25.63%

7º Março 59 1.32% Novembro 1108 25.65%

8º Outubro 52 1.16% Setembro 872 20.19%

9º Junho 42 0.97% Abril 862 19.95%

10º Janeiro 31 0.69% Março 415 9.30%

11º Julho 27 0.60% Fevereiro 272 6.76%

12º Setembro 25 0.58% Janeiro 219 4.91%

Tabela 13. Registro de velocidade dos ventos nulo

Mas com analise visual feita no tratamento dos dados pode-se observar uma

anomalia quando gerado os gráficos da velocidade dos ventos dia a dia no mês de abril

com anemômetro a 30 metros de altura. É possível observar uma semelhança

geométrica nos picos dos dados coletados através de gráficos, onde o anemômetro

instalado a trinta metros de altura a velocidade é maior do que anemômetro instalado a

dez metros de altura, destacando a semelhança em seus picos.

E no mês de abril, durante os dias 11 e 17, há um declínio na velocidade dos

ventos referente aos dados do anemômetro a trinta metros de altura, chegando a zero

nos dias 13, 14 e 15, ficando visível erro, pois nos mesmos dias há registros de

velocidade dos ventos no anemômetro a dez metros de altura, como mostrado na Figura

24.

82

Figura 24. Anormalidade mês de abril/2011

Conforme constatado erro os três dias onde os dados foram nulos serão ignorar,

fazendo da seguinte forma: a cada dia é obtido 144 registros, sendo de dez em dez

minutos cada registro, e se multiplicar pelos três dias nulos, o resultado são 432

registros desconsiderados devido erro. Conforme Tabela 14 corrigida tem-se uma

modificação na classificação dos meses com maiores registros de velocidade dos ventos

nulos.

Com a correção a 30 metros em 1º lugar fica o mês dezembro com 10.57% dos

registros são nulos, seguidos de abril com 8.56% e agosto com 2.84%. Novembro em 4º

com 2.01% e maio em 5º com 1.79% dos registros nulos. Nas medições a 10 metros

alguns meses se repetem, ficando dezembro em 1º com 39.96%, julho em 2º com

37.37%, maio em 3º com 37.19%, junho em 4º com 36.06% e agosto 5º com 33.96%.

A Tabela 14 mostra a correção feita com os dados de velocidade dos ventos no

mês de abril.

WS30 WS10

Mês Nº de registros Porcentagem Mês Nº de registros Porcentagem

1º Dezembro 472 10.57% Dezembro 1784 39.96%

2º Abril 371 8.57% Julho 1668 37.37%

3º Agosto 127 2.84% Maio 1660 37.19%

4º Novembro 87 2.01% Junho 1558 36.06%

83

5º Maio 78 1.79% Agosto 1516 33.96%

6º Fevereiro 72 1.75% Outubro 1142 25.67%

7º Março 59 1.32% Novembro 1109 25.58%

8º Outubro 52 1.16% Setembro 872 20.19%

9º Junho 42 0.97% Abril 864 20.00%

10º Janeiro 31 0.69% Março 415 9.30%

11º Julho 27 0.60% Fevereiro 272 6.76%

12º Setembro 25 0.58% Janeiro 219 4.91%

Tabela 14. Correção do registro de velocidade dos ventos nulo

Nas medições feitas com velocidade do vento a 30 e 10 metros de altura,

percebesse que a 10 metros possui numero de registros sem ventos mais elevados, em

virtude de sua altura mais baixa, aonde nos meses de dezembro chega-se quase 40% dos

registros do total de registros. E os meses de janeiro, fevereiro e março constitui menor

que 9.30% dos registros.

Essa porcentagem de registros sem incidência de ventos é um valor muito

elevado, na qual durante cinco meses visualiza-se um comprometimento de

aproximadamente 30% na geração de energia devido à ausência de precipitação dos

ventos, comprometendo portanto a geração de energia em aerogeradores de pequeno

porte.

A Figura 25 mostra o histograma gerado com dados média mensal Max, teve

desvio padrão de 0.811, e curva de Weibull.

Figura 25. Histograma Anual MAX - Ano 2011

84

3.6. Variação conforme estações do ano

Através dos gráficos mostrados na Figura 27 e Figura 27 nota-se que nas medias

Avg e Max a 30 metros, a velocidade dos ventos vai aumentando a partir do verão, sem

quedas, mas a 10 metros o inverno tem uma diminuição de intensidade do vento

voltando a elevar na estação seguinte à primavera.

As médias Avg nas estações de inverno têm 3.718 m/s e primavera ficaram com

4.530 m/s, a 30 metros de altura. E mas medições a 10 metros de altura, o inverno tem a

menor velocidade média, com 2.152 m/s, onde segundo Tabela 14 percebe-se que os

meses do inverno estão entre os que possuem maiores registros de velocidade nula

gerando assim velocidade média menor abrangendo tanto medições a 30 como 10

metros de altura.

As médias Max nas estações do ano segue a mesma abordagem das médias Avg,

tendo suas médias mais elevadas no inverno com 4.853 m/s e na primavera com 5.871

m/s em altura de 30 metros. E a 10 metros com menor média de velocidade está

inverno com 3.243 m/s.

Figura 26. Média velocidade dos ventos - Estações do ano AVG

2,967

3,489 3,718

4,530

2,108 2,398

2,152

3,129

Verão Outono Inverno Primavera

Média velocidade dos ventos - Avg - Estações do ano 2011

WS30 WS10

85

Figura 27. Média velocidade dos ventos - Estações do ano MAX

3.7. Desvio padrão da velocidade dos ventos.

O desvio padrão ( ) é uma ferramenta estatística importantíssima quando

falamos de analise de dados, ela nos indica como os valores se comportam quando

distantes da média, ou seja, seu grau de dispersão e sua probabilidade de acontecer a

certa distância da média. Na analise do , quanto mais próximo de zero, a distribuição

dos valores possuem características mais homogêneas.

Nos meses de janeiro, fevereiro, março e abril o é bem próximo para 30 e 10

metros de altura, indicando então os meses em que a dispersão não varia muito com a

altura. Mas nos meses maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro, novembro e

dezembro a 10 metros de altura o se diferencia mostrando uma dispersão maior do

que a 30 metros de altura, conforme ilustra a Figura 28.

4,095 4,575

4,835

5,917

3,266 3,465

3,243

4,578

Verão Outono Inverno Primavera

Média velocidade dos ventos - Max - Estações do ano 2011

WS30 WS10

86

Figura 28. Gráfico da media desvio padrão mensal.

Com analise da velocidade dos ventos Avg por estações do ano, conclui que a

estação que apresenta menos dispersão é o Verão (dezembro a fevereiro), com 1.647

(m/s) a 30 metros, e com 1.601 (m/s) a 10 metros.

Conforme Tabela 15 a estação da Primavera aparece com valor mais elevado,

de 2.202 (m/s) em medições a 30 metros, e 2.542 (m/s) a 10 metros.

AVG

Desvio Padrão (m/s)

30 m

Dez/Fev (Verão) 1.647

Mar/Mai (Outono) 1.870

Jun/Ago (Inverno) 1.851

Set/Nov (Primavera) 2.202

Desvio Padrão (m/s)

10 m

Dez/Fev (Verão) 1.601

Mar/Mai (Outono) 1.890

Jun/Ago (Inverno) 2.145

Set/Nov (Primavera) 2.542

Tabela 15. Desvio padrão classificados por estações do ano – AVG

Com analise da velocidade dos ventos Max, conforme estações do ano verificou-

se que os valores de são mais elevados.

O segue a mesma tendência mostrada na velocidade Avg as medias de desvio

padrão para Max, onde o Verão (Dezembro a fevereiro) o tem valor de 2.174 m/s a

30 metros, e 2,252 m/s a 10 metros. E a estação de maior dispersão como sendo

Primavera com de 2.760 m/s a 30 metros, e 3.332 m/s a 10 metros, conforme Tabela

16

87

MAX

Desvio Padrão (m/s)

30 m

Dez/Fev (Verão) 2.174

Mar/Mai (Outono) 2.334

Jun/Ago (Inverno) 2.401

Set/Nov (Primavera) 2.760

Desvio Padrão (m/s)

10 m

Dez/Fev (Verão) 2.252

Mar/Mai (Outono) 2.543

Jun/Ago (Inverno) 2.977

Set/Nov (Primavera) 3.332

Tabela 16. Desvio Padrão classificados por estações do ano - MAX

3.8. Distribuição de frequência

A distribuição de frequência é um método de se agrupar dados em classes de

modo a fornecer a quantidade (e/ou a percentagem) de dados em cada classe. A

distribuição de frequência representada por um gráfico de barras é denominada

histograma, ele resumi informações de um conjunto de dados, visualizando a forma da

distribuição desses dados, a localização do valor central e a dispersão dos dados em

torno do valor central, o qual é muito usado para na analise da velocidade dos ventos

para calculo eólico.

Para analise de histograma é necessário à verificação de sua forma, ela pode ser:

Simétrica, o valor médio está localizado no centro do histograma e a

frequência é mais alta no meio e diminui gradualmente na direção dos

extremos. Processo: geralmente sob controle, somente causas comuns

estão presentes, usualmente está estável.

Assimétrica, o valor médio está localizado fora do centro do histograma

e a frequência diminui gradativamente em um dos lados e de modo um

tanto inesperado do outro lado. Ocorre quando não é possível que a

variável de controle assuma valores mais altos (ou mais baixos)

Processo: em que o limite inferior (superior) é controlado.

88

Despenhadeiro, o valor médio está localizado fora do centro do

histograma e a frequência diminui abruptamente de um dos lados e

suavemente em direção ao outro. Processo: não atende às especificações

e uma inspeção é necessária por haver defeituosos e/ou anormalidades.

Pico Isolado, parte do gráfico é relativamente simétrica com o acréscimo

de algumas classes mais afastadas de menores frequências. Processo:

anormalidades, ou erro de medição e/ou registro de dados, ou inclusão de

dados de um processo diferente.

Dois Picos, a frequência é mais baixa no centro do histograma e existe

um pico em cada lado. Processo: Ocorre quando dados de duas

distribuições, com médias muito diferentes, são misturados.

Achatado, todas as classes possuem mais ou menos a mesma frequência,

exceto aquelas das extremidades. Processo: Ocorre quando dados de duas

distribuições, com médias não muito diferentes, são misturados.

Para este estudo foi desenvolvidos 4 gráficos histogramas mensais, grafando a

velocidade do vento 30 e 10 metros de altura, tanto Avg e Max, com intervalo de 0 m/s

até 19 m/s, definida segundo um critério que não haja nenhuma perda quando aos

registros efetuados na RAA.

Através da analise dos histogramas mensais verifica-se que o mês de março,

abril e dezembro os 4 histogramas gerados foram classificados como picos isolados,

diagnosticando um processo com anormalidade de velocidade dos ventos. E o mês de

julho com 3 histogramas classificados com picos isolados, diagnosticado 75% do

processo com anormalidades, onde os 2 gráficos a 10 metros apresentam números

elevados de registros nulos e 1 gráfico a 30 metros com uma variação muito grande

entre as velocidades.

Os meses de maio, junho, agosto, setembro, outubro e novembro foram

classificados os 2 histogramas assimétricos e 2 histogramas de picos isolados. Em

janeiro e fevereiro possuem somente 1 histograma de picos isolados, com 25% dos

dados com anormalidades.

Essas anormalidades em 75% dos casos são causadas pelo número elevado de

registros nulos, e em 25 % dos casos é devido uma variação grande entre as velocidades

dos ventos.

89

A Tabela 17 mostra as analises feita para os histogramas gerados nos meses em

estudo

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho

AVG

30 m Assimétrico Assimétrico Picos

isolados Picos

isolados Assimétrico Assimétrico

10 m Assimétrico Assimétrico Picos

isolados Picos

isolados Assimétrico Picos isolados

MAX

30 m Assimétrico Assimétrico Picos

isolados Picos

isolados Picos

isolados Assimétrico

10 m Picos isolados Picos

isolados Picos

isolados Picos

isolados Picos

isolados Picos isolados

Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

AVG

30 m Assimétrico Assimétrico Assimétrico Assimétrico Assimétrico Picos isolados

10 m Picos isolados Picos

isolados Picos

isolados Picos

isolados Picos

isolados Picos isolados

MAX

30 m Picos isolados Assimétrico Assimétrico Assimétrico Assimétrico Picos isolados

10 m Picos isolados Picos

isolados Picos

isolados Picos

isolados Picos

isolados Picos isolados

Tabela 17. Analise dos histogramas mensais

A forma mais comum de histograma foi 2 histogramas assimétricos e 2

histogramas picos isolados, para exemplo o mês de setembro deixa visível esse

característica, onde os dois gráficos de a 10 metros são isolados devido os valores de

velocidades nula serem valores elevados conforme Figura 30 e Figura 32, e os dois

gráficos a 30 metros são assimétricos, mantendo uma simetria na velocidade dos ventos

conforme Figura 29 e Figura 31.

Figura 29. Histograma WS30 AVG - Setembro/2011

0,58% 0,74%

6,53%

13,19%

15,49%

17,18% 15,67%

13,61%

9,75%

4,26%

1,81% 0,69% 0,28% 0,14% 0,00% 0,02% 0,02% 0,00% 0,02% 0,02%

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

Po

rce

nta

gem

(%

)

Velocidade do vento (m/s)

Frequência dos ventos - WS30 AVG - Setembro/2011

90

Figura 30. Histograma WS10 AVG - Setembro/2011

Figura 31. Histograma WS30 MAX - Setembro/2011

Figura 32. Histograma WS10 MAX - Setembro/2011

20,19%

6,23% 5,19%

9,79%

14,12% 14,51%

14,00%

9,26%

4,26%

1,44% 0,63% 0,30% 0,00% 0,02% 0,02% 0,00% 0,02% 0,00% 0,02% 0,00%

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

Po

rce

nta

gem

(%

)

Velocidade do vento (m/s)

Frequência dos ventos - WS10 AVG - Setembro/2011

0,58% 0,05%

2,04%

7,75%

11,20%

13,91% 13,45%

12,64% 12,01%

11,34%

7,15%

4,44%

1,32% 1,23% 0,30% 0,28% 0,19% 0,02% 0,02% 0,00%

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

Po

rce

nta

gem

(%

)

Velocidade do vento (m/s)

Frequência dos ventos - WS30 MAX- Setembro/2011

20,19%

1,37% 1,00%

4,68%

9,61%

12,41% 11,34% 11,25%

10,49%

8,52%

5,16%

2,29% 0,81% 0,44% 0,23% 0,09% 0,05% 0,02% 0,02% 0,00%

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

Po

rce

nta

gem

(%

)

Velocidade do vento (m/s)

Frequência dos ventos - WS10 MAX- Setembro/2011

91

Para aerogeradores de pequeno porte a velocidade de arranque está entre 3 e 3.5

m/s, quando a velocidade do vento é inferior à velocidade de arranque da máquina, o

sistema de controlo coloca as pás a um ângulo de 45º que proporcionará o arranque.

Com o aumento da velocidade do vento, aumenta a velocidade do rotor e ângulo das pás

diminui, até que se alcancem as condições necessárias para que o gerador iniciar seu

funcionamento, portanto toda velocidade abaixo desse valor não são plausível para

geração de energia elétrica.

A Figura 33 mostra como foram gerados os gráficos que deixam nítida a

percentagem de velocidade do vento abaixo da velocidade de arranque, e quanto do total

será aproveitado para geração de energia, tomando como exemplo o mês de setembro.

Figura 33. Incidência de ventos AVG - Set/2011

A percentagem das velocidades dos ventos mês a mês com medições a 30 metros

de altura, tendo classificação de 0 a 2 m/s, 3 a 5 m/s, 6 a 9 m/s e maior que 9 m/s os

meses de abril, fevereiro e dezembro possuem os maiores índices de ventos descartados,

com 32.86%, 28.43% e 23.34% dos ventos a 30 metros de altura.

Por dezembro e fevereiro estarem na mesma estação do ano, no verão contatou-

se um comprometimento bem grande na geração de energia onde uma media de 25.21%

dos ventos não são aproveitados.

Os meses onde há menor descarte de ventos é setembro, agosto e outubro com

ventos aproveitados de 92.16%, 90.17% e 86.27% de, meses entre inverno e primavera.

A Tabela 18 mostra os valores de porcentagem dos ventos, e a quantidade de

velocidade aproveitadas, considerando velocidades do vento maior que 3 m/s.

7,85%

45,86% 43,29%

3,01%

31,60%

38,43%

28,96%

1,02%

0 a 2 3 a 5 6 a 9 > 9

Velocidade do vento (m/s)

Incidência de Frequência dos Ventos AVG - Set/2011

WS30 WS10

92

WS30 Avg

0 a 3 3 a 5 5 a 9 > 9 % aproveitados

Janeiro 23.34% 67.54% 8.65% 4.70% 80.89%

Fevereiro 32.86% 60.61% 6.36% 1.70% 68.67%

Março 19.60% 49.17% 30.78% 4.50% 84.45%

Abril 36.53% 52.08% 11.00% 3.90% 66.98%

Maio 17.72% 65.66% 16.42% 2.00% 84.08%

Junho 22.25% 60.21% 16.06% 1.48% 77.75%

Julho 16.64% 59.18% 24.15% 2.00% 85.33%

Agosto 14.53% 57.28% 27.69% 5.20% 90.17%

Setembro 7.85% 45.86% 43.29% 3.01% 92.16%

Outubro 13.71% 47.40% 35.24% 3.63% 86.27%

Novembro 14.54% 53.56% 29.14% 2.75% 85.45%

Dezembro 28.43% 55.87% 15.34% 3.60% 74.81%

Tabela 18. Percentagem de velocidades dos ventos – WS30 AVG

Nas medições feitas a 10 metros, os valores de velocidade dos ventos entre 0 e 2

m/s são maiores, onde os meses de dezembro com 58.78%, junho com 53.96% e maio

com 51.95% dos ventos, esses foram meses onde mais de 50% dos ventos possuem

velocidade menor que velocidade de arranque.

Os meses com menor incidência de ventos entre 0 e 2 m/s são setembro com

31.60%, março com 32.26% e outubro com 36.54% dos ventos.

A Tabela 19 mostra a percentagem dos ventos a 10 metros de altura

WS10 Avg

0 a 2 3 a 5 6 a 9 > 9 % aproveitados

Janeiro 39.47% 56.50% 3.88% 1.60% 61.98%

Fevereiro 48.78% 48.31% 2.83% 0.70% 51.84%

Março 32.26% 50.67% 17.05% 0.02% 67.74%

Abril 48.43% 44.95% 6.39% 2.30% 53.64%

Maio 51.95% 43.23% 4.82% 0.00% 48.05%

Junho 53.96% 37.69% 7.78% 5.80% 51.27%

Julho 51.30% 38.60% 10.10% 0.00% 48.70%

Agosto 46.62% 38.28% 15.08% 0.02% 53.38%

Setembro 31.60% 38.43% 28.96% 1.02% 68.41%

Outubro 36.54% 37.97% 24.24% 1.25% 63.46%

Novembro 40.81% 39.26% 18.54% 1.39% 59.19%

Dezembro 58.78% 33.29% 7.91% 0.02% 41.22%

Tabela 19. Percentagem de velocidade dos ventos - WS10 AVG

93

As estações de maior aproveitamentos de ventos são primavera que possui

63.69% dos ventos acima de 3 m/s, seguido de outono com 56.48% dos ventos

aproveitados

3.9. Distribuição de Weibull

A distribuição Weibull é o método de analise probabilístico mais usado e de grande

importância para corrigir dados eólicos, pois introduz uma informação acerca das incertezas

com que podem ocorrer as velocidades previstas a partir dos dados coletados no período.

O fator de forma (K) de Weibull está relacionado com a variância da velocidade

média e representa à regularidade dos ventos, os valores da velocidade concentram-se em

uma faixa, entre 1,5 e 3, segundo Martinez (2003) ), e nos dá a ideia da regularidade dos

ventos, ou seja, quanto maior o valor de k , maior será a regularidade dos ventos em

termos de velocidade, mais estreita será a curva de distribuição.

O fator de escala (C) de Weibull está relacionado com o valor da velocidade média,

pois quanto maior o fator de escala mais larga é a banda de variação representando um

nível baixo de confiabilidade,

Na RAA segundo dados coletados o fator de forma k anual para velocidade Avg a

30 metros de altura ficou em 2.06, e o fator de escala c teve sua média em 3.70 m/s sendo

dois centésimos maiores que velocidade média com 3.68 m/s. A 10 metros o fator k ficou

em 1.25, e fator c em 1.66 m/s sendo considerável menor que a média da velocidade dos

ventos 2.45 m/s.

Na velocidade Max a 30 metros a média do fator k ficou em 2.18 e fator c em 4.962

m/s, o fator c está acima do valor da velocidade média Max que teve registro de 4.856 m/s,

demonstrando uma variação maior. A 10 metros de altura o fator k teve média de 1.37 e

fator c ficou em 2.82 m/s. O fator c teve registro menor do que velocidade do vento Max 3.4

m/s, aumentando confiabilidade.

Como é notado na Figura 34 temos os valores médios do fator de forma k, fator de

escala c e a velocidade média, nas medições a 30 metros de altura o fator c na maioria dos

meses estão acima da velocidade média, comprometendo confiabilidade, e nas medições a

10 metros na maioria maciça os valores de fator c estão abaixo da velocidade média,

aumentando confiabilidade dos dados dos ventos com relação à média.

94

Figura 34. Fator de forma k e fator de escala c da função Weibull

Através da função Weibull pode-se reajustar a velocidade média, através dos

fatores k e c.

Na Tabela 20 podemos visualizar a velocidade mês a mês a 30 e 10 metros de

altura, tanto para velocidade média Avg e Max segundo função Weibull.

Velocidade do vento Weibull

Avg Max

30 m. 10 m. 30 m. 10 m.

Janeiro 3.272 2.134 4.626 3.451

Fevereiro 2.724 1.745 3.859 2.792

Março 3.928 2.512 5.458 3.812

Abril 2.487 1.362 3.434 2.129

Maio 4.126 0.973 5.745 1.598

Junho 3.295 0.930 4.353 1.503

Julho 4.343 1.043 5.602 1.741

Agosto 4.327 1.272 5.638 2.107

Setembro 6.022 2.357 8.028 3.724

Outubro 4.693 1.914 6.296 3.088

Novembro 4.262 1.644 6.124 2.919

Dezembro 2.543 0.781 3.827 1.584

Tabela 20. Velocidade do vento - Função estatística Weibull

95

3.10. Lei da potência

Para a RAA o índice n médio foi obtido a partir de observações e

georeferenciamento de usos do solo que possibilitaram descrever o terreno como um

todo e como partes isoladas, obtida a partir de observações de viagens de campo

vinculadas ao projeto FAPESP nº 03/06441-7, a projeção do índice n para o perfil da

curva de velocidades para a RAA é de 0,2, ou seja, o índice para áreas cultivadas, pois a

presença maciça de cultivo de cana e consideráveis áreas de cultivo de cítricos,

considerando ainda que não haja possibilidade de aproveitamento onde exista mata

secundária a fim de evitar maiores degradações ambiental (BERNAL, 2009).

Como ênfase deste trabalho são os aerogeradores de pequeno porte suas torres

de instalações de variam de 7 a 32 metros de altura. Para cálculos foi usado altura de 13

metros, uma média de altura de instalação da maioria de aerogeradores e 32 metros de

altura, altura máxima segundo recomendações de fabricantes.

Foi usada a velocidade dos ventos aplicando a função estatística Weibull

mostrada na Tabela 21.

Através da correção da Lei de Potência, temos a velocidade dos ventos para cada

altura de instalação de aerogeradores, conforme proposto na Tabela 21.

Média AVG Média MAX

Torre 32 m. Torre 13 m. Torre 32 m. Torre 13 m.

Janeiro 3.314 2.249 4.686 3.637

Fevereiro 2.784 2.253 3.810 3.353

Março 3.979 2.647 5.529 4.018

Abril 2.519 1.435 3.479 2.243

Maio 4.180 1.026 5.820 1.685

Junho 3.338 0.980 4.409 1.584

Julho 4.400 1.100 5.675 1.835

Agosto 4.384 1.340 5.712 2.221

Setembro 6.100 2.484 8.132 3.925

Outubro 4.754 2.017 6.378 3.254

Novembro 4.318 1.733 6.203 3.076

Dezembro 2.576 0.823 3.877 1.670

Tabela 21. Lei da Potência

96

3.11. Densidade de Potência do vento

Uma maneira de se compreender o potencial eólico de uma determinada

região é a partir da densidade de potência. É uma maneira de se avaliar o local antes de

ter definir o tamanho do aerogerador a ser instalado. Este cálculo é feito sem que se leve

em consideração quaisquer características do aerogerador, e sim unicamente a potência

disponível no vento.

A 30 metros de altura os meses recordes de densidade de potencia foi setembro

com 436.83 W/m², outubro com 206.78 W/m² e 154.90 W/m². Os meses com menor

densidade de potencia foram abril com 12.44 W/m², dezembro com 32.91 W/m² e

fevereiro com 41.54 W/m².

A 10 metros de altura os meses recordes foram março com 35.70 W/m²,

setembro com 29.50 W/m² e fevereiro com 22 W/m². Tendo uma baixa muito grande

onde os meses de dezembro, maio e junho a média fica 1.65 W/m².

De acordo com Santos et. al (2009) apud Souza (1993), a densidade de potência

eólica acima de 15 W/m² torna viável o uso de energia eólica na agricultura e nas

médias a 30 metros de altura nenhum mês teve densidade menor que 15 W/m², e nas

médias a 10 metros de altura os meses de janeiro, fevereiro, março, setembro e outubro

são pautadas como aproveitadas para bombeamento de água, os meses de dezembro,

maio e junho com média bem baixas não passando de 2.08 W/m², e abril, julho, agosto,

novembro não passam de 10.01 W/m² as médias de densidade de potência.

A Tabela 22 mostra a densidade de potência calculada para cada mês analisado.

Densidade de Potência (W/m²)

Mês WS30 WS10

Janeiro 70.04 21.88

Fevereiro 41.54 22.00

Março 121.24 35.70

Abril 30.77 5.69

Maio 140.53 2.08

Junho 71.56 1.81

Julho 163.89 2.56

Agosto 162.09 4.63

Setembro 436.83 29.50

97

Outubro 206.78 15.80

Novembro 154.90 10.01

Dezembro 32.91 1.07

Anual 136.09 12.73

Tabela 22. Densidade de Potência

Analisando a densidade de potencia de acordo com as estações do ano, a estação

que mais contribuiu foi à primavera com média de 266.17 W/m² e a com densidade de

potencia menor ficou o verão com 48.16 W/m², conforme Tabela 23

Tabela 23. Densidade de potência - Estações do ano

Densidade de Potência (W/m²)

Verão Outono Inverno Primavera

WS30 48.16 91.40 132.51 266.17

WS10 14.99 14.49 3.00 18.44

3.12. Potência

Para analise de potencia foi usado 3 de aerogeradores de pequeno porte, com

600W, 1500W e 3000W. O aerogerador selecionado é o Inclin, da fabricante Bornay

empresa espanhola, é concebido para trabalhar também em conjunto com as instalações

solares.

A Tabela 24 mostra as especificações técnicas dos aerogeradores que foram

usados para analise de potencia dos ventos na RAA.

Características técnicas

Especificações Inclin 600W

Especificações Inclin 1500W

Especificações Inclin 3000W

Número de hélices 2 2 2

Diâmetro 2 metros 2.86 metros 4 metros

Material Fibra de vidro/carbono Fibra de vidro/carbono Fibra de vidro/carbono

Sentido de rotação Sentido horário Sentido horário Sentido horário

98

Sentido de controle Regulador eletrônico, Passivo por inclinação

Regulador eletrônico, Passivo por inclinação

Regulador eletrônico, Passivo por inclinação

Potência Nominal 600 Watts 1500 Watts 3000 Watts

Tensão 24, 48, 120 V 24, 48, 120 V 24, 48, 120 V

Velocidade de arranque 3,5 m/s 3,5 m/s 3,5 m/s

Velocidade para potência nominal

12 m/s 11 m/s 11 m/s

Velocidade de freio automático

14 m/s 13 m/s 13 m/s

Tabela 24. Especificações aerogeradores Inclin

A potência foi calculada com os dados da velocidade dos ventos interpolados

com a Lei de Potência para altura de torres com 13 e 32 metros, segundo valores

especificados na Tabela 21 que mostram velocidade média mês a mês.

A potência calculada dos 3 aerogeradores de potência nominal diferentes

seguem os mesmos parâmetros devido serem calculados com a mesma média dos

ventos mudando somente a área de abrangência de cada aerogerador, proporcionando

um aumento gradativo na potência gerada, como mostra a Figura 35.

Figura 35. Potência Eólica

Com o aerogerador Inclin de potência nominal de 600 W a 30 metros de altura, a

potência média anual ficou em 80.70 W, os meses de maior quantidade de energia

0

200

400

600

800

1000

1200

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Wat

ts

Potência Eolica - Paramêtro aerogedores Inclin de 600, 1500 e 3000 W

Inclin600 - 30m. Inclin600 - 10m. Inclin1500 - 30m. Inclin1500 - 10m. Inclin3000 - 30m. Inclin3000 - 10m.

99

concedida são setembro com 259.04 W, outubro com 122.62 W e julho com 97.19 W. O

mês de dezembro ficou com a média mais baixa com 19.51 W. E com medições a 10

metros de altura, a média anual ficou com 7.55 W, os meses de recorde foram os meses

de março com 21.17 W, setembro com 17.49 W e fevereiro com 13.05 W e o mês de

menor potencia foi dezembro com 0.64 W.

Com o aerogerador Inclin de potência nominal 1500 W a 30 metros de altura a

potência média anual ficou em 165.03 W, com setembro gerando 529.71 W, outubro

com 250.74 W e julho com 198.74 W recordes de potência e abril com menor índice de

potencia com 37.32 W. Com medições a 10 metros com média anual de 15.43 W, os

meses de março com 43.30 W, setembro com 35.77 W e fevereiro com 26.68 W sendo

os maiores registros de potência e dezembro com a menor potência de 1.30 W.

Com o aerogerador Inclin de potência nominal 3000 W, a 30 metros de altura a

potência média anual ficou em 322.80 W, com setembro tendo 1036.16 W, outubro com

490.48 W e julho com 388.75 W com recordes de potência e abril com menor índice de

potencia com 73 W. Com medições a 10 metros março com 84.69 W, setembro com

69.97 W e fevereiro com 52.19 W e dezembro com a menor potência de 6.90 W.

A Tabela 25 mostra os valores anual e mensal de potência dos ventos segundo

parâmetro para aerogeradores.

Potência (W)

Inclin 600W Inclin 1500W Inclin 3000W

30 m. 10 m. 30 m. 10 m. 30 m. 10 m.

Janeiro 41.54 12.97 84.94 26.53 166.14 51.90

Fevereiro 24.63 13.05 50.37 26.68 98.54 52.19

Março 71.89 21.17 147.01 43.30 287.57 84.69

Abril 18.25 3.37 37.32 6.90 73.00 13.49

Maio 83.33 1.23 170.41 2.52 333.33 4.92

Junho 42.43 1.08 86.77 2.20 169.74 4.30

Julho 97.19 1.52 198.74 3.10 388.75 6.07

Agosto 96.12 2.75 196.55 5.61 384.47 10.98

Setembro 259.04 17.49 529.71 35.77 1036.16 69.97

Outubro 122.62 9.37 250.74 19.16 490.48 37.47

Novembro 91.86 5.94 187.84 12.14 367.43 23.74

Dezembro 19.51 0.64 39.90 1.30 78.05 2.54

Média Anual 80.70 7.55 165.03 15.43 322.80 30.19

Tabela 25. Potência eólica

100

3.13. Analise do potencial eólico para geração de energia usando software

Eolusoft - Estação meteorológica em Araçatuba

A finalidade deste estudo é verificar utilizando do aerogeradores com potência

de 600, 1500 e 3000 Watts de uso rural, possibilidades viáveis considerando a utilização

de um único aerogerador para a geração de eletricidade para consumo residencial e/ou o

bombeamento de água visando irrigação em sistema isolado e hibrido com energia

solar, através de placas fotovoltaicas.

3.13.1. Software Eolusoft

O Eolusoft é uma ferramenta computacional desenvolvida pelo Núcleo

Tecnológico de Energia e Meio Ambiente - NUTEMA para o dimensionamento de

sistemas eólicos e fotovoltaicos autônomos. A programação foi feita em Delphi, e

possibilita a visualização de gráficos para ressaltar o comportamento das variáveis em

questão e também para facilitar o entendimento dos métodos utilizados. São divididos

em módulos chamados Módulo de Consumo, Recursos Energéticos, Sistema Eólico,

Sistema Fotovoltaico, Baterias, Cabos. Com acréscimo de um módulo para

dimensionamento de sistemas híbridos, denominado Módulo Híbrido. Outras

características do Eolusoft são o banco de dados de cidades e mapas de distribuição de

energia no estado do Rio Grande do Sul (Cardoso, 2003), além de ter espaço para

acréscimo de demais cidades, possibilitando o uso do software em varias regiões do

Brasil.

Para análise com dados coletados na cidade de Araçatuba foi criado no banco de

dados do software com as velocidades do vento Avg a 30 metros de altura, sendo que as

médias a 10 metros de altura não foram utilizadas para análise porque a velocidade

média dos meses não chegou a 3.5 m/s, velocidade de arranque dos aerogeradores.

Para obter a contribuição da energia eólica em sistema hibrido foi preciso incluir

no software Eolusoft a média da radiação solar incidente na cidade de Araçatuba, as

medições são feitas pelo Piranomêtro CMP3 que disponibiliza os dados da radiação

solar global em kJ/m² e para uso no software é necessário transformar para kWh/m²*dia,

101

para isso basta multiplicar o valor obtido por 2.78x10-4 e o resultado multiplicar por 24,

referente ao numero de horas em um dia, que se obtêm kWh/m².

A Tabela 26 mostra os valores médios de radiação solar na cidade de Araçatuba.

Radiação Solar

Mês KWh/m²*dia Jan 6.48

Fev 5.76

Mar 4.32

Abr 5.04

Mai 5.04

Jun 4.32

Jul 4.32

Ago 4.8

Set 6.24

Out 5.52

Nov 6.96

Dez 6.96

Tabela 26. Média radiação solar global em kWh/m²

Após todas as especificações pedidas pelo software a interface do programa terá

banco de dados completos.

A Figura 36 ilustra a interface do software.

Figura 36. Interface do software EoluSoft.

102

As especificações usadas pra o sistema fotovoltaico com placa Siemens de

100W, tensão nominal de 12V, tensão de carga de 17V e corrente de carga 5.9A, com

sistema de bateria de 127V, marca Reifor de tensão nominal de 12V e corrente bateria

de 110Ah.

Foi especificado o consumo básico em kWh/dia para calcular a demanda

necessária para a residência rural.

A Tabela 27 mostra o modulo de consumo básico de uma residência rural

especificado para o Eolusoft.

Consumo básico de residência em área rural

Aparelho Quantidade Horas/dia Dias/semana

Televisão 1 3 5

Radio 1 4 3

Bomba de água 1 3 3

Geladeira 1 24 7

Freezer 1 24 7

Ventilador 2 6 5

Computador 1 4 4

Fax 1 3 3

Lâmpadas 7 5 7

Consumo total em kWh/dia 11.445

Tabela 27. Consumo residencial básico rural

3.14. Contribuição da energia eólica em um sistema híbrido segundo

médias na estação meteorológica na cidade de Araçatuba.

Os resultados apurados que foram apresentados pelo software foram

representados na Tabela 28, analisando a energia anual gerada e anual requerida.

Demanda (Wh/dia) 11445.3

Energia Anual Gerada Energia Anual Requerida

600 W Isolado

437.99 4177.55

Hibrido 807.67

1500 W Isolado

1628.1 4177.5

Hibrido 807.67

3000 W Isolado 2851.55 4177.5

103

Hibrido 807.67

Tabela 28. Relação energia anual gerada e energia anual requerida.

A contribuição da energia eólica em um sistema híbrido foi de 19.3%, com a

solar tendo maior parte de contribuição de 80.7%. O valor de contribuição da energia

eólica em um sistema híbrido não muda com o aumento da potência dos aerogeradores

por esta estar mais ligado diretamente com a velocidade dos ventos, e por maior que

seja minha potência não será viável se a velocidade não for consideravelmente maior do

que a média obtida na estação meteorológica de Araçatuba.

Segundo a demanda calculada que foi de 11445.3 Wh/dia, 2212.8 será suprida

com energia gerada pela turbina eólica e 9232.6 Wh/dia será gerada pelas placas

fotovoltaicas.

104

CONCLUSÃO

Ao longo deste trabalho foi desenvolvida uma análise minuciosa para cálculos

de potencial eólico na RAA, fazendo levantamento dos dados de velocidade e direção

dos ventos do sistema meteorológico na cidade de Araçatuba, no oeste paulista.

Ainda na investigação teórica foram apresentados os procedimentos e as

condições necessárias para elaborar o potencial eólico de uma região onde é necessário

fazer um trabalho de tratamentos dos dados devido a grande variação que há na

velocidade dos ventos, onde calculo estatístico da função de Weibull que corrigem

dados e a Lei da Potência que faz uma transposição da velocidade do vento medida para

velocidade do vento na altura de instalação dos aerogeradores com geração de vários

gráficos para uma melhor análise.

Com análise e tratamentos dos dados foi constatado que a média anual em nossa

região com velocidade dos ventos AVG a 10 metros de altura não são suficientes para

acionamento das turbinas eólicas que possuem velocidade de arranque menor que 3.5

m/s onde sua média anual ficou em 2.447 m/s, nas medições a 30 metros de altura um

potencial para geração de energia elétrica onde média anual ficou em 3.676 m/s. E com

velocidade dos ventos MAX a 10 metros de altura chega a 3.638 m/s, e nas medições a

30 metros de altura a média ficou em 4.856 m/s. Para cálculos de potencial eólico não

há problemas quanto ao uso da velocidade dos ventos ser usada máxima, mas quando

visualizamos uma análise mais próxima do real a velocidade avg é mais recomendada.

A estação do ano onde há uma incidência de ventos maior é o inverno e

primavera, e a primavera é a estação do ano que há mais proveito da velocidade dos

ventos com o menor número registros de velocidade dos ventos nulos.

Na análise de geração de energia elétrica não foi possível a geração proposta

com aerogeradores a 12 metros, pois a velocidade média não ultrapassa 3.5 m/s,

velocidade de arranque. E para aerogeradores com 32 metros de altura tornasse viável

tendo sua contribuição em um sistema hibrido com energia solar de 19.3%.

Por fim fica clara que para geração de energia elétrica visando áreas rurais o

proveito é melhor somente para aerogeradores menores que seja suficiente para auxílio

de bombeamento de água e irrigação.

105

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