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UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE NUCLEO DE CIENCIAS EXATAS E TECNOLOGICAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL (BACHARELADO) LETICIA CAMARGO DE SOUZA ESTUDO DO PROJETO DE AMPLIAÇÃO DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES DE UMA INDUSTRIA FRIGORIFICA LAGES (SC) 2016

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UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE

NUCLEO DE CIENCIAS EXATAS E TECNOLOGICAS

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

(BACHARELADO)

LETICIA CAMARGO DE SOUZA

ESTUDO DO PROJETO DE AMPLIAÇÃO DA ESTAÇÃO DE

TRATAMENTO DE EFLUENTES DE UMA INDUSTRIA FRIGORIFICA

LAGES (SC)

2016

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LETICIA CAMARGO DE SOUZA

ESTUDO DO PROJETO DE AMPLIAÇÃO DA ESTAÇÃO DE

TRATAMENTO DE EFLUENTES DE UMA INDUSTRIA FRIGORIFICA

Relatório de Estágio Supervisionado

submetido à Universidade do Planalto

Catarinense para obtenção do grau em

Bacharel em Engenharia Civil e para

aprovação da disciplina de Estágio

Obrigatório do 10º semestre do Curso de

Engenharia Civil, pela Universidade do

Planalto Catarinense – UNIPLAC.

Supervisor de estágio: Prof. Carlos Eduardo

de Liz, Engº e Adm. Msc.

Orientação: Prof. Jackson Vidaletti Gabriel

MSc Engº Florestal

LAGES (SC)

2016

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TERMO DE AVALIAÇÃO

Leticia Camargo de Souza

ESTUDO DO PROJETO DE AMPLIAÇÃO DA ESTAÇÃO DE

TRATAMENTO DE EFLUENTES DE UMA INDUSTRIA FRIGORIFICA

Relatório apresentado como requisito para a aprovação do Estágio

Supervisionado, de acordo com o Regulamento de Estágio Supervisionado do

Curso de Engenharia Civil.

Avaliação: _______________________

Data: ____/____/____ __________________________________

Orientador: Msc. Engº Florestal Jackson Vidaletti Gabriel

Data: ____/____/____ __________________________________

Professor da disciplina: Msc. Carlos Eduardo de Liz

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Dedico este relatório especialmente a minha

família que nunca mediu esforços para

conclusão dos meus objetivos e aos meus

amigos e amigas, que ambos, sempre

incentivaram esse meu sonho.

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RESUMO

A expressão inovação nos remete de modo a praticamente automático a pensar em

tecnologia. Mas o conceito de inovação abrange também questões organizacionais

orientadas para melhorar a qualidade e eficiência do trabalho. A inovação deve se

utilizar de qualquer componente que afete o desempenho da empresa, de forma a

melhorar sua eficiência e qualidade de seus serviços, processos e produtos, ou seja, deve

de alguma forma agregar valor ao negócio de forma sustentável. Este relatório

apresentará o funcionamento da Estação de Tratamento de Efluentes da empresa Vossko

do Brasil, localizada na cidade de Lages (SC), bem como as propostas de alteração da

mesma, em busca de inovação e uma melhor qualidade do efluente gerado pela indústria

no meio ambiente.

Palavras chave: Efluente, resíduos, Estação de tratamento de efluentes (ETE), propostas,

tanque reator, lagoa de tratamento.

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ABSTRACT

The term innovation refers us in a way that is almost automatic to think about

technology. But the concept of innovation also encompasses organizational issues aimed

at improving the quality and efficiency of work. Innovation should be used for any

component that affects the performance of the company, in order to improve its

efficiency and quality of its services, processes and products, in other words, it must

somehow add value to the business in a sustainable way. This report will present the

operation of the Vossko do Brasil Effluent Treatment Station, located in the city of

Lages (SC), as well as the proposals to change it, in search of innovation and a better

quality of the effluent generated by the industry in the environment environment.

Key words: Effluent, waste, Effluent treatment plant (ETE), proposals, reactor tank,

treatment lagoon..

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 - Tratamento preliminar .......................................................................... 18

FIGURA 2 - Tratamento primário ............................................................................. 18

FIGURA 3 - Fluxograma ........................................................................................... 23

FIGURA 4 - Sistema controlador da ETE atual ......................................................... 24

FIGURA 5 - Planta baixa ETE atual .......................................................................... 25

FIGURA 6 - Tanque peneira ...................................................................................... 26

FIGURA 7 - Peneiras rotativas .................................................................................. 26

FIGURA 8 - Tanque equalizador ............................................................................... 27

FIGURA 9 - Tanque equalizador ............................................................................... 28

FIGURA 10 - Caixas d’agua ...................................................................................... 28

FIGURA 11 - Lagoa de aeração 1 e 2 ........................................................................ 29

FIGURA 12 - Decantador .......................................................................................... 29

FIGURA 13 - Fluxograma Atual ............................................................................... 30

FIGURA 14 - Fluxograma futuro .............................................................................. 32

FIGURA 15 - Proposta 1 ............................................................................................ 34

FIGURA 16 - Proposta 2 ............................................................................................ 35

FIGURA 17 - Proposta 3 ............................................................................................ 36

FIGURA 18 - Proposta Final ..................................................................................... 38

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Responsabilidade pelo gerenciamento conforme o resíduo ................. 16

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

SC – Santa Catarina

NBR – Norma Brasileira Regulamentadora

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ETE – Estação de Tratamento de Efluentes

BRC - British Retail Consortium

IFS - International Featured Standards

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 10

1.1 APRESENTAÇÃO .................................................................................................. 10

1.2 HISTÓRICO DA EMPRESA.................................................................................. 11

1.3 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA OU OPORTUNIDADE ....................................... 11

2 ELABORAÇÃO DO PROJETO............................................................................. 12

2.1 TEMA ...................................................................................................................... 12

2.2 PROBLEMÁTICA .................................................................................................. 12

2.2.1 Dados e/ou informações que dimensionem a problemática ............................................ 12 2.2.2 Limites do Projeto ........................................................................................................... 13

2.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 13

2.3.1 Oportunidade do Projeto .................................................................................................. 13

2.3.2 Importância do Projeto .................................................................................................... 13

2.4 OBJETIVO GERAL ................................................................................................ 13

2.5 OBJETIVOS ESPECIFICOS .................................................................................. 14

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 15

3.1 HISTÓRICO ............................................................................................................ 15

3.2 CONCEITOS E RESPONSABILIDADE ............................................................... 15

3.3 TIPOS DE RESÍDUOS ........................................................................................... 17

3.4 NÍVEIS DE TRATAMENTO DOS EFLUENTES ................................................. 17

4 METODOLOGIA ..................................................................................................... 20

4.1 DELINEAMENTO DE PESQUISA ....................................................................... 20

4.2 DEFINIÇÃO DA ÁREA ......................................................................................... 20

4.3 PLANO E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS .................................... 20

4.4 PLANO DE ANALISE DE DADOS ...................................................................... 21

5 DESENVOLVIMENTO ........................................................................................... 22

5.1 LEGISLAÇÃO ........................................................................................................ 22

5.2 TIPOS DE RESÍDUOS ........................................................................................... 24

5.3 FUNCIONAMENTO ATUAL DA ETE ................................................................ 24

5.4 PROPOSTAS DE MUDANÇAS ............................................................................ 31

5.4.1 Tanque para Reator Aeróbio ........................................................................................... 33

5.4.2 Tanque Decantador .......................................................................................................... 33 5.4.3 Tanque de distribuição .................................................................................................... 33

5.4.4 Proposta 1 ........................................................................................................................ 34 5.4.5 Proposta 2 ........................................................................................................................ 35 5.4.6 Proposta 3 ........................................................................................................................ 36

5.5 EFETIVAÇÃO E PLANEJAMENTO .................................................................... 37

6 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 40

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1 INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO

A produção de resíduos sólidos faz parte do cotidiano do ser humano. Não se pode

imaginar um modo de vida que não gere resíduos sólidos ou líquidos. Devido ao aumento da

população humana, à concentração dessa população em centros urbanos, à forma e ao ritmo de

ocupação desses espaços e ao modo de vida com base na produção e consumo cada vez mais

rápidos de bens, os problemas causados por esses resíduos tendem a se tornar mais visíveis.

Diante disso, este relatório apresentará o acompanhamento e análise dos projetos para

ampliação da ETE – Estação de Tratamento de Efluentes da empresa Vossko do Brasil

Alimentos Congelados Ltda., localizada na cidade de Lages-SC. O relatório também

apresentará a definição dos resíduos sólidos e líquidos gerados pela empresa, a problemática

que levou aos motivos de ampliação da ETE atual e as propostas de ampliação da mesma.

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1.2 HISTÓRICO DA EMPRESA

A empresa onde será realizado o estágio supervisionado atende pelo nome Vossko do

Brasil Alimentos Congelados LTDA.

De origem alemã, está situada em Lages – SC, Rua Acy Aviano Varela Xavier – 105

- Bairro CDL | CEP: 88.517 – 625 | inscrita no CNPJ: 05.532.428/0001-07 | IE: 254.524.460 |

Fone: (49) 3221-2300.

Produz de peitos de frango a empanados, desde 2003 no Brasil, certificada pelas

normas globais de produção de alimentos BRC e IFS, tem como política de qualidade buscar a

melhoria contínua, quanto a processos, clientes, fornecedores e meio ambiente. Consolidada no

mercado Europeu de cortes de aves congeladas. Originou-se em uma empresa familiar do meio

rural de Münster, e desde então sua orientação esteve constantemente voltada para o cliente.

Hoje emprega mais de 500 funcionários só no Brasil.

1.3 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA OU OPORTUNIDADE

Saneamento industrial pode ser definido como práticas que visam proteger a saúde e

a segurança dos trabalhadores e em ambientes industriais, além de proteger o próprio ambiente

contra o acúmulo de resíduos industriais e a sua própria poluição.

Os resíduos industriais constituem um problema ambiental e o seu gerenciamento

deve ser conduzido de forma adequada, seja pelo tratamento, disposição final ou reciclagem.

Os resíduos sólidos gerados nas indústrias devem ser segregados de acordo com a NBR-10.004

da ABNT e serão tratados e/ou destinados adequadamente de acordo com as suas

características.

A empresa em questão terá futuramente um aumento de produção de alimentos

congelados e consequentemente um aumento de resíduos, sobrecarregando o sistema de

tratamento atual (ETE).

Tendo assim como oportunidade de ampliação do sistema de tratamento de resíduos,

uma maior segregação do mesmo e também uma destinação mais efetiva e benéfica ao

ambiente, bem como, a oportunidade de novas concepções de projetos e conhecimento na área.

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2 ELABORAÇÃO DO PROJETO

2.1 TEMA

Estudo do projeto de ampliação da Estação de Tratamento de Efluentes de uma

indústria frigorifica.

2.2 PROBLEMÁTICA

O grande funcionamento das indústrias gera, naturalmente, um grande número

de efluentes, que são resíduos, tratados ou não, jogados no meio ambiente. Com a falta de

tratamento e o seu descarte indevido poderá causar problemas ambientais. (PHILIPPI JR, 2005)

Em virtude disso e do aumento de uma das quatro linhas de produção de frangos

congelados da indústria em questão, a estação de tratamento de efluentes da mesma,

futuramente, não suportará este aumento na produção. Sendo assim necessária o estudo e

elaboração de projetos de ampliação da ETE visando um suporte maior e um melhor tratamento

de resíduos gerados.

2.2.1 Dados e/ou informações que dimensionem a problemática

Quantidade de resíduo produzido pela indústria;

Fases do tratamento desse resíduo (funcionamento da ETE);

Destinação final do resíduo;

Diferenças nas propostas de ampliação da ETE;

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2.2.2 Limites do Projeto

Limita-se o projeto à análise de funcionamento e eficiência da ETE da indústria em

questão, como também a análise e comparação dos projetos de ampliação juntamente com seus

objetivos e novas técnicas construtivas.

2.3 JUSTIFICATIVA

A escolha deste tema visa ampliar o conhecimento sobre a gestão correta de resíduos

industriais como também o conhecimento e estudo de novas formas de tratamentos mais

eficientes para uma indústria, bem como o funcionamento, conhecimento e construção de uma

estação de tratamento de efluentes.

2.3.1 Oportunidade do Projeto

O projeto tem como principal oportunidade auxiliar e acompanhar os colaboradores,

tendo um maior conhecimento da área em questão e visando melhorias para a empresa e para o

meio ambiente.

2.3.2 Importância do Projeto

Este projeto se torna importante, pois age na gestão de resíduos sólidos e líquidos da

indústria e no estudo de novas técnicas de tratamento de resíduos, agindo assim, diretamente

com o meio ambiente e a qualidade de vida da população.

2.4 OBJETIVO GERAL

Desenvolver habilidade e conhecimento na área de saneamento industrial,

principalmente no tratamento de resíduos industriais e funcionamento de uma ETE – Estação

de Tratamento de Efluentes.

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2.5 OBJETIVOS ESPECIFICOS

a) Descrever o tipo de resíduo gerado na indústria;

b) Conhecer e apresentar o funcionamento atual da ETE;

c) Apresentar as propostas de ampliação da ETE atual;

d) Apresentar os benefícios no tratamento de resíduos da empresa após a ampliação;

e) Conhecer a gestão de resíduos da empresa;

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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 HISTÓRICO

A área de saneamento constitui política emblemática da relação Estado-Sociedade

do período da ditadura militar brasileira, e seu processo de constituição desencadeia-se a partir

do final da década de 1970 e pode ser assim resumido:

1968: criação do Banco Nacional de Habitação (BNH): agente financeiro

oficial da política de habitação e saneamento, responsável pelo repasse de

recursos;

1969: Instituição do Sistema Financeiro de Saneamento (SFS), composto por

recursos a fundo perdido destinados ao setor pela União;

1971: lançamento de Plano Nacional de Saneamento (PLANASA); proposta

para gerar expansão da oferta de serviços de água e esgoto na área urbana,

definia as Companhias Estaduais de Saneamento como instrumento

operacional da proposta que deveria objetivar a auto sustentação financeira.

Quando um esgoto é lançado sem o devido tratamento, pode modificar as

características do solo e da água, aumentando o risco à saúde da população. Cada vez mais, as

empresas estão se conscientizando, e buscando saídas como a reutilização resíduos, reuso de

água, comercialização de material reciclado e o tratamento adequado de efluentes.

As industrias bem repensando as suas atitudes perante o uso dos bens naturais, sendo

assim, criadas leis com o objetivo de proteger a natureza, garantindo o limite adequado à

atividade industrial.

3.2 CONCEITOS E RESPONSABILIDADE

Segundo a definição da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), resíduos

sólidos são:

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[...] resíduos nos estados sólido e semissólido, que

resultam de atividades da comunidade de origem:

industrial, domestica, comercial, agrícola, de

serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta

definição os lodos provenientes dos sistemas de

tratamento de água, aqueles gerados em

equipamentos e instalações de controle de poluição,

bem como determinados líquidos cujas

particularidades tornem inviável o lançamento na

rede pública de esgotos ou corpos de água, ou

exijam para isso soluções técnica e economicamente

inviável face à melhor tecnologia prática disponível

(1987, p.1-2)

Segundo Philippi (2005), os resíduos sólidos manejados inadequadamente oferecem

alimento e abrigo para muitos vetores de doenças, especialmente roedores como ratos, ratazanas

e camundongos, e insetos como moscas, baratas e mosquitos. Atualmente está demonstrada de

forma clara a relação entre a proliferação de certas doenças e o manejo inadequado de resíduos

sólidos.

Além disso, a decomposição desses resíduos pode levar a contaminação do solo e das

águas subterrâneas com substancias orgânicas e inúmeros contaminantes químicos presentes

nos diversos tipos de resíduos.

A legislação brasileira estabelece responsabilidades para cada tipo de resíduo. Há

algumas lacunas e alguns casos em que municípios assumem responsabilidades adicionais.

TABELA 1 - Responsabilidade pelo gerenciamento conforme o resíduo

Tipo de resíduo Responsável

Domiciliar Município

Industrial Gerador

Comercial Gerador (grande porte)

Município (pequeno porte)

Institucional Município (resíduos não perigosos)

Serviços de saúde Gerador

Construção civil Gerador ou município

Fonte: PHILIPPI JR (2005)

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Segundo Philippi (2005), as instalações de tratamento e disposição final de resíduos

sólidos, de acordo com a legislação brasileira, estão sujeitas a licenciamento ambiental. Durante

muitos anos, profissionais da área questionaram a necessidade de licenciamento desse tipo de

empreendimento, uma vez que se destina à proteção do meio ambiente.

3.3 TIPOS DE RESÍDUOS

Podemos classificar os resíduos sólidos pela sua origem de acordo com as seguintes

categorias:

Resíduos sólidos domiciliares;

Resíduos sólidos industriais;

Resíduos sólidos comerciais;

Resíduos sólidos de serviços de saúde;

Resíduos sólidos de serviços de transporte;

Resíduos sólidos de construção civil;

A norma técnica NBR 10004 estabelece três categorias dos resíduos de acordo com sua

periculosidade:

Resíduos perigosos: podem trazer riscos graves ao meio ambiente ou a saúde

pública;

Resíduos não inertes: não apresentam características de periculosidade nem

são inertes;

Resíduos inertes: quando em contato com a água resultam em material

solubilizado com características potáveis;

3.4 NÍVEIS DE TRATAMENTO DOS EFLUENTES

O funcionamento de uma ETE pode ser basicamente separado em quatro etapas,

sendo elas:

Tratamento preliminar;

Tratamento primário;

Tratamento secundário;

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Tratamento pós-tratamento;

O tratamento preliminar tem como objetivo principal a eliminação de sólidos

grosseiros com finalidade de proteger as próximas unidades de tratamento, bem como as

bombas e tubulações e uma maior facilidade do transporte do liquido.

FIGURA 1 - Tratamento preliminar

Fonte: Material acadêmico (2015)

O tratamento primário tem como objetivo principal a remoção de sólidos em

suspensão sedimentáveis, materiais flutuantes (óleos e graxas) e parte da matéria orgânica em

suspensão.

FIGURA 2 - Tratamento primário

Fonte: Material acadêmico (2015)

O tratamento secundário tem como objetivo a remoção da matéria orgânica

dissolvida e da matéria orgânica em suspensão não removida no tratamento primário, e pode se

subdividir em:

Lagoas de estabilização;

Disposição de efluentes no solo;

Tratamento Anaeróbico;

Sistema de lodos ativados;

Reatores Aeróbicos;

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O pós-tratamento tem como objetivo a remoção de poluentes específicos e/ou

remoção complementar de poluentes não suficientemente removidos no tratamento secundário.

Tendo como exemplo, nutrientes ou organismos patogênicos.

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4 METODOLOGIA

Segundos os objetivos anteriormente citados, a metodologia do relatório ocorrerá da

seguinte forma:

4.1 DELINEAMENTO DE PESQUISA

Através de estudo, observação em campo e acompanhamentos com encarregados da

área, compreende-se os problemas que serão gerados pelo aumento de produção,

consequentemente os problemas destinados à ETE.

Deste modo compreende-se o estudo e a necessidade de melhorias para a estação de

tratamento da indústria e principalmente para a qualidade de vida da população e do meio

ambiente.

4.2 DEFINIÇÃO DA ÁREA

A área em questão é a unidade de tratamentos de efluentes (ETE) da indústria acima

citada, envolvendo principalmente a área de saneamento e gestão de resíduos industriais. Toda

e qualquer ampliação da indústria, necessita de aprovação da matriz alemã, a qual estuda e

viabiliza os projetos a serem executados na filial em questão no Brasil.

4.3 PLANO E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Tem como foco principal o diálogo entre responsáveis da área, bem como aprovação e

novas concepções vindas da diretoria e também da matriz alemã, a qual aprova o projeto. Tendo

como auxilio bibliografias, projetos e informações designadas dos próprios encarregados da

área.

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4.4 PLANO DE ANALISE DE DADOS

Concomitante as visitas realizadas in loco e perante as informações geradas e

coletadas, objetiva-se apresentar o que foi analisado, bem como as várias concepções e ideias

de projetos, exaltando a importância do saneamento e do tratamento de resíduos de uma

indústria de grande porte. Por fim, através de registros fotográficos, pode-se ser demonstrado o

funcionamento e conhecimento da atual estação de tratamento e dos resíduos antes e após o

tratamento.

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5 DESENVOLVIMENTO

A Vossko do Brasil segue um programa de industrialização de carne de aves, visando

a qualidade dos produtos europeus, desenvolvidos pela matriz alemã, sendo necessário a

capacitação da planta para as demandas do mercado.

As transformações decorrentes da exploração dos recursos pelo espaço da fábrica

demandam atenção prévia, com incorporação ao conjunto arquitetônico de sistemas que são

destinados a proteção ambiental. Sendo assim, o setor de frigoríficos obtém um relativo

conhecimento sobre os impactos resultantes da sua atividade.

O setor segue com a implantação de diversos processos para controle das emissões

liquidas em meio natural, sendo assim, um item relevante no debate ambiental em função das

elevadas vazões e cargas poluentes típicos desse tipo de atividade.

5.1 LEGISLAÇÃO

O primeiro documento legal ao nível federal que regulava o lançamento de efluentes

em corpos de água, é o decreto 23.777 de 23 de janeiro de 1934 e dispunha sobre o lançamento

de resíduo industrial das usinas açucareiras nas águas fluviais. (CAVALCANTI, 2011)

O licenciamento ambiental é o procedimento pelo qual o órgão ambiental competente

licencia a localização, a instalação, a ampliação e a operação de empreendimentos ou atividades

utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores, ou

daqueles que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as

disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.

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Os principais organismos oficiais afetos a meio ambiente:

FIGURA 3 - Fluxograma

Fonte: CAVALCANTI (2011)

Cabe destacar que construções, reformas, ampliações, instalações ou funcionamentos,

em qualquer parte do território nacional de estabelecimentos, obras, ou serviços potencialmente

poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientai competentes ou contrariando

normas legais e regulamentares pertinentes, é considerado crime ambiental, incidindo as

penalidades sobre a pessoa física responsável pela atividade ou empreendimento.

Finamente deve ser considerado que o processo de licenciamento ambiental gera

elementos que possibilitam ao empreendedor definir estratégias de gestão ambiental de seu

negócio, de forma a atuar com maior racionalidade e economicidade, almejando uma melhoria

e sustentabilidade das atividades desenvolvidas.

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5.2 TIPOS DE RESÍDUOS

Os resíduos tratados na ETE da Vossko do Brasil podem ser definidos basicamente em

águas residuais da indústria, ou seja, efluentes compostos por:

Carboidrato

Gorduras

Proteínas

Detergentes

Sanitalizantes

Desinfetantes

5.3 FUNCIONAMENTO ATUAL DA ETE

Atualmente, a indústria apresenta um sistema composto por etapas primárias e

secundárias com desempenhos variados, apresentando então uma certa insegurança quanto a

questão operacional. Os efeitos implicam em possíveis perdas de qualidade dos despejos

tratados, com cargas adicionais indesejados.

A ETE segue a configuração de uma etapa primaria para separação de fases seguida

de dois reatores em séria, que operam em vazão média de 20 m³/h, resultando em volume

reacional de tempo de detenção hidráulico de aproximadamente 65 horas.

FIGURA 4 - Sistema controlador da ETE atual

Fonte: Vossko do Brasil LTDA (2016)

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FIGURA 5 - Planta baixa ETE atual

Fonte: Vossko do Brasil LTDA (2016)

O efluente provido da fábrica vem bombeado da mesma até a ETE, através de duas

tubulações, uma por cada lateral da construção, compreendendo numa distância linear de

aproximadamente 200 metros.

O efluente que vem da fábrica passa por um tanque peneira, com capacidade de 5m³ e

logo após o efluente é distribuído em três peneiras rotativas, as quais após o processo de

peneiramento, são bombeadas para um tanque de equalização com capacidade de 300m³ através

de uma tubulação com 150mm de diâmetro, demonstradas abaixo:

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FIGURA 6 - Tanque peneira

Fonte: Autora (2016)

FIGURA 7 - Peneiras rotativas

Fonte: Autora (2016)

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FIGURA 8 - Tanque equalizador

Fonte: Autora (2016)

Através de uma tubulação de PVC com 100mm de diâmetro, o efluente é bombeado

para o flotador, onde há a ação de insumos químicos, tais como:

Cloreto férrico

Ácido

Cal

Os mesmos são inseridos no flotador, de acordo com a vazão decorrente, tendo seu

controle através de dosadores. Entre esse processo, encontra-se medidores de pH antes e depois

das soluções serem inseridas no efluente.

O flotador pode ser considerado com 3 saídas de efluente. A primeira seria por um

dreno no fundo, que volta para o tanque equalizador, pois não consegue ser clarificado. A

segunda saída para um tanque de descarte de lodo com capacidade de 40m³. E a terceira saída,

a qual o efluente sai clarificado e segue para o tanque de estoque, ou ainda com a possibilidade

de voltar para o equalizador, através de válvula na tubulação.

O tanque de estoque possui uma capacidade de 600m³, mas diariamente opera em

média com 240m³ e a tubulação que chega até ele, compreende-se em diâmetros de 150mm.

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FIGURA 9 - Tanque equalizador

Fonte: Autora (2016)

Após a saída do efluente do tanque de estoque, se destina através de uma tubulação de

diâmetro 100mm para três caixas d’agua de 20000 Litros cada, as quais criam um ambiente de

“estresse” para as bactérias, e logo após se destina para as duas lagoas de tratamento.

FIGURA 10 - Caixas d’agua

Fonte: Autora (2016)

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FIGURA 11 - Lagoa de aeração 1 e 2

Fonte: Autora (2016)

As lagoas de aeração podem ser definidas como lagoas que mantem o líquido

(efluente) com a finalidade de aumentar a quantidade de ar dentro dele.

Após a passagem do efluente pelas lagoas, ele destina-se para o decantador através

de uma tubulação de 100mm de diâmetro, o qual sedimenta os flocos formados no tanque de

aeração e são encaminhados para um poço central que está interligado ao poço de sucção com

uma elevatória de retorno do lodo que, através de uma canalização volta para circulação

(tratamento) ou descarte do efluente industrial tratado.

FIGURA 12 - Decantador

Fonte: Autora (2016)

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Simplificadamente, a ETE atual pode ser descrita pelo seguinte fluxograma:

FIGURA 13 - Fluxograma Atual

Fonte: Autora (2016)

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5.4 PROPOSTAS DE MUDANÇAS

O estudo das propostas geradas, começaram com a aplicação de sondagens em áreas

distintas, para que fosse determinado a altura de aterro.

Os trabalhos foram realizados pelo sistema S.P.T. utilizando-se tubos de

revestimentos de 2 ½. Foram medidas as resistências expressas pelo número de golpes

necessários à penetração de 45cm do amostrador no terreno, provocada pela queda de um peso

de 65kg, da altura constante de 75cm, bem como nível de água.

As propostas de mudança variam entre as seguintes novas instalações:

Dois reatores aeróbios

Um segundo tanque de distribuição

Um segundo decantador

A principal mudança na ETE, será a retirada das duas lagoas existentes, sendo elas

substituídas por os dois reatores aeróbios e a instalação de um segundo tanque de distribuição

e um segundo decantador os quais suprirão a nova demanda de efluentes da indústria.

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Sendo assim, o cenário proposto para o sistema de tratamento fica da seguinte forma:

FIGURA 14 - Fluxograma futuro

Fonte: Autora (2016)

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5.4.1 Tanque para Reator Aeróbio

O reator apresenta as seguintes características conceituais:

Operação dos reatores em paralelo, com fluxo contínuo, para oxidação de matéria

orgânica e amônia sob condição aeróbica, mantendo-se controles sobre concentrações

de álcali (leitura de ph) e de oxigênio dissolvido;

Possibilidade de operação com escoamento em série;

Operação com aeração intermitente, independente da agitação do meio reacional,

possibilitando reações de redução de nitrato sob condição anóxica, mantendo-se

controle sobre potencial de oxi-redução;

Alguns dados técnicos podem ser descritos, como diâmetro dos tanques referente a17,60

metros com uma altura de 6,50 metros e um volume útil de 1498m³.

5.4.2 Tanque Decantador

Para cada conjunto reator/decantador, segue a aplicação de até 20 m³/h de vazão

afluente. Deste modo, a ampliação posterior do processo com a inserção de reator/decantador

adicionais é facilitada pela conexão com os tanques de distribuição.

O decantador secundário permite o funcionamento do processo biológico através da

retenção da biomassa. Proveniente do reator, a corrente de alimentação do decantador é

submetida à separação de fases (decantação), para sedimentação do lodo e retorno ou descarte.

Alguns dados técnicos podem ser descritos, como diâmetro de 6 metros com altura

aproximada de 4,20 metros tendo um volume útil de 107,50m³.

5.4.3 Tanque de distribuição

Adicionalmente à simplificação das instalações para a ampliação de capacidade, os

tanques de distribuição apresentam as funções:

Homogeneização das correntes de alimentação dos reatores e decantadores, com

operações em escoamento paralelo;

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Operação como reator de contato (para o caso de tanque a montante dos reatores),

favorecendo adsorção de nutrientes em flocos de biomassa e otimizando processo

oxidativo subsequente. O caráter anóxico deste tanque também auxiliam na prevenção

de bulking;

Facilidade de adição de insumos e controle de dosagem de reagentes químicos

específicos (soda para manutenção do pH e coagulante para precipitação de fósforo).

Alguns dados técnicos podem ser descritos, como diâmetro de 4,25 metros com altura

aproximada de 3,70 metros tendo um volume útil de 47 m³.

5.4.4 Proposta 1

A primeira proposta tem como mudança a desativação das lagoas de tratamento e a

instalação dos dois tanques para reação aeróbia paralelos ao tanque de estoque e o equalizador

atual.

Essa proposta define também a instalação de um tanque mixador e um novo

decantador, como mostra a figura abaixo:

FIGURA 15 - Proposta 1

Fonte: Autora (2016)

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5.4.5 Proposta 2

A segunda proposta tem como única diferença em relação a primeira, a locação dos

tanques para reação aeróbia que será transversalmente ao tanque de estoque e ao equalizador

existentes, definindo a mesma instalação dos equipamentos citados anteriormente, e mostrado

na figura abaixo:

FIGURA 16 - Propost

Fonte: Autora (2016)

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5.4.6 Proposta 3

Como as propostas anteriores, a terceira proposta define a instalação dos mesmos

equipamentos, porem em locais diferentes, bem como os tanques para reação aeróbia que será

transversalmente ao tanque de estoque e ao equalizador, já existentes, e os decantadores, na

parta de trás do tanque de estoque.

FIGURA 17 - Proposta 3

Fonte: Autora (2016)

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5.5 EFETIVAÇÃO E PLANEJAMENTO

As propostas anteriores, foram estudadas e analisadas pela equipe alemã, onde

encontra-se a indústria matriz, trazendo eles a Vossko do Brasil, para um levantamento e

elaboração de uma nova proposta, a qual trará uma melhor qualidade do efluente tratado

proveniente do aumento de demanda na ETE.

Essa proposta efetiva a total retirada das lagoas de tratamento existentes, tornando o

espaço ocupado por elas, um caminho de passagem para caminhões e carregadeiras até o tanque

de estoque e o equalizador, que não serão movidos de lugar. Os dois tanques para reação aeróbia

tomam sua posição transversalmente aos tanques que não serão movidos, e paralelos a eles, será

locado os dois decantadores.

A nova posição dos tanques e a retirada das lagoas para um caminho de passagem,

resultará em uma grande movimentação de terra, a qual será estudada de uma forma geral, como

anteriormente por sondagens, para uma melhor precisão dos cálculos e locação dos

equipamentos.

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FIGURA 18 - Proposta Final

Fonte: Autora (2016)

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6 CONCLUSÃO

O estágio supervisionado proporciona ao engenheiro, ao decorrer de seu

desenvolvimento, a oportunidade de participar de problemas e propostas que serão encontrados

no seu cotidiano.

Diante a Estação de Tratamento de Efluentes existente na empresa e sua capacidade

de tratamento, ela suportaria a nova demanda de efluente, decorrente da instalação de um novo

equipamento (giroforno).

Atualmente a empresa trabalha com uma vazão média de 20m³/h de efluente tratado

de um único decantador, tendo como mudança, a capacidade de tratamento com uma vazão de

até 40m³/h, sendo ela dividida entre os dois decantadores novos.

Visando a qualidade do tratamento do efluente da própria ETE e de um possível

aumento futuro de outras instalações, a decisão de ampliação da mesma, vem de forma efetiva

e positiva.

Esse novo cenário proporcionará uma melhor qualidade do efluente que sai da

empresa, bem como a capacidade de tratamento sem riscos que poderiam afetar de forma

drástica o meio ambiente, como por exemplo, o vazamento no lençol freático de algumas das

lagoas de tratamento existentes.

Os objetivos propostos no início deste relatório foram concluídos, mostrando o

funcionamento atual da ETE, bem como suas propostas de mudanças e quais aspectos serão

melhorados perante ao efluente tratado.

Com a oportunidade de estágio na área de saneamento e tratamento de efluentes

industrias, pode-se adquirir novos conhecimentos, até mesmo normas e aspectos internacionais

através de reuniões e participações, as quais pode-se demonstrar o conhecimento adquirido

durante o período acadêmico.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004:1987 - Resíduos

sólidos: Classificação.

CAVALCANTI, José Eduardo W. de A. Manual de Tratamento de Efluentes Industriais/

José Eduardo W. de A. Cavalcanti, editor.- 2011

DELTA. Saneamento Ambiental: Informativo Técnico. Disponível em:

<(http://www.deltasaneamento.com.br/noticia/32/tratamento-de-efluentes-

industriais#.V9DH4JgrLIW)>. Acesso: 04 de setembro de 2016.

MANUTENÇÃO E SUPRIMENTOS. Segurança do Trabalho: Informativo Técnico.

Renata Branco, 2010. Disponível em:

<(http://www.manutencaoesuprimentos.com.br/conteudo/2427-saneamento-industrial-e-

exigencia-em-seguranca-do-trabalho/)>. Acesso: 02 de setembro de 2016.

PHILIPPI JÚNIOR, Arlindo. Saneamento, saúde e ambiente: fundamentos para um

desenvolvimento sustentável/ Arlindo Philippi Jr., editor.- São Paulo: Manole, 2005.

SANEAS. Revista SANEAS. Ano IX. Edição 58. Abril a Julho de 2016.