Estudos Científicos Descobrem a Relação Entre cálcio e a Perda de Peso

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Estudos científicos descobrem relação entre o cálcio e a perda de peso – (e outros artigos) Agosto 2007 Rg Nutri – Newsletter Ingestão diária do mineral em quantidade recomendada produz importante diminuição da gordura corporal e ajuda no combate à obesidade Cada vez mais a obesidade tem sido reconhecida como um problema de origem multifatorial, onde estão envolvidos fatores ambientais, nutricionais, fisiológicos e genéticos. Dentro dessa complexidade, inúmeros estudos científicos atuais apontam para fatores cada vez mais específicos, na tentativa de encontrar saídas para esse grande problema de saúde pública. Foi durante um desses estudos que um efeito “antiobesidade” do cálcio proveniente nos laticínios foi observado. Essa investigação demonstrou que uma maior ingestão de cálcio (entre 400-1000mg/dia), através da ingestão de duas porções de leite ou derivados por dia, produzia uma importante diminuição da gordura corporal.

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Estudos científicos descobrem relação entre o cálcio e a perda de peso – (e outros artigos)

Agosto 2007

Rg Nutri – Newsletter

Ingestão diária do mineral em quantidade recomendada produz importante diminuição da gordura corporal e ajuda no combate à obesidade

Cada vez mais a obesidade tem sido reconhecida como um problema de origem multifatorial, onde estão envolvidos fatores ambientais, nutricionais, fisiológicos e genéticos. Dentro dessa complexidade, inúmeros estudos científicos atuais apontam para fatores cada vez mais específicos, na tentativa de encontrar saídas para esse grande problema de saúde pública. Foi durante um desses estudos que um efeito “antiobesidade” do cálcio proveniente nos laticínios foi observado. Essa investigação demonstrou que uma maior ingestão de cálcio (entre 400-1000mg/dia), através da ingestão de duas porções de leite ou derivados por dia, produzia uma importante diminuição da gordura corporal.

A explicação está na atuação dos hormônios do metabolismo do cálcio, que devido a menor ingestão deste mineral exercem efeitos no metabolismo, aumentando o depósito de gordura e diminuindo sua queima. No entanto, quando há aumento da ingestão de cálcio, a ação desses hormônios é suprimida, e assim, o acúmulo de gordura é inibido e a queima estimulada. Após tais descobertas, foram feitos estudos observacionais, relacionando a ingestão de cálcio e laticínios com a gordura corporal. Esses estudos foram

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realizados em diferentes populações (mulheres jovens, idosas, crianças, intolerantes a lactose e obesos).

De forma geral, as pesquisas mostraram que os grupos que ingeriam pouco cálcio sofreram ganho de peso e gordura corporal, enquanto que os grupos que ingeriram mais cálcio ou laticínios apresentaram perda de massa corporal em 26-40%. Notou-se ainda, que a queima de gordura foi ainda mais estimulada nos que ingeriram laticínios como fonte de cálcio, comparado com os que obtinham cálcio através de suplementos.

A presença de cálcio na dieta, principalmente através da ingestão de laticínios (3-4 porções diárias), gera um efeito “antiobesidade” através de diversas reações, inibindo ou estimulando o metabolismo de gordura. Esse novo dado reforça a importância do cálcio na nossa dieta, através da ingestão de leite e derivados, que são importantes fontes desse mineral.

Referencias Bibiográficas

PFEUFFER, M.; SCHREZENMEIR J. Milk and the metabolic syndrome. Obesity Reviews, v.8, n.10, p.109-118, 2007. SHI, H.; DIRIENZO, D.; ZEMEL, M.B. Effects of dietary calcium on adipocyte lipid metabolism and body weight regulation in energy-restricted aP2-agouti transgenic mice. Federation of American Societies for Experimental Biology Journal, v.15, n.2, p.291, 2000.

PHILLIPS, S.M.; BANDINI, L.G.; CYR, H. et al. Dairy food consumption and body weight and fatness studied longitudinally over the adolescent period. International Journal of Obesity, v.27, n.9, p.1106-1113, 2003.

ZEMEL, M.B.; SHI, H.; GREER, B. et al. Regulation of adiposity by dietary calcium. Federation of American Societies for Experimental Biology Journal. v..14, n.9, p.1132-8, 2000.

ZEMEL, M.B. Role of calcium and dairy products in energy partitioning and weight management. American Journal of Clinical Nutrition, v.79, n.5, p.907S-912S, 2004a.

ZEMEL, M.B. Dietary calcium and dairy modulation of adiposity and obesity risk. Nutrition Reviews, v.62, n.44, p.125–131, 2004b.

ZEMEL, M.B.; RICHARDS, J.; MATHIS, S, et al. Dairy augmentation of total and central fat loss in obese subjects. International Journal of Obesity, v.29, n.4, p.391–397, 2005.

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Fonte: http://www.rgnutri.com.br/sqv/saude/index.shtmlNewsletter – agosto 2007

24 de junho – Dia Internacional do Leite.

Conheça as Propriedades Nutricionais Deste Alimento!

Saúde & Qualidade de Vida - Saúde & Nutrição

O leite é um alimento complexo, que apresenta um balanço nutricional apreciável: contém proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais. O teor de água deste alimento é de aproximadamente 90%, e a diluição de nutrientes no meio líquido faz com que o conjunto nutricional do leite seja melhor do que as propriedades de cada nutriente, se consideradas isoladamente (VERRUMA & SALGADO, 1994).

O principal carboidrato do leite é a lactose, cuja concentração no leite é de aproximadamente 5% (4,7 a 5,2%). A lactose é um dos elementos mais estáveis do leite, isto é, menos sujeito as variações. Já as proteínas existentes no leite – dos mais diversos tipos -, representam entre 3% e 4% dos sólidos; a principal delas é a caseína, que apresenta alta qualidade nutricional e é muito importante na fabricação dos queijos. A maior parte da gordura do leite é constituída de triglicérides, que são formados por ácidos graxos ligados ao glicerol. Sua fração de gordura, cuja concentração varia entre 3,5 e 5,3%, serve de veículo para as vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K), colesterol e outras substâncias solúveis em gordura, como os carotenóides (pró-vitamina A), que dão ao leite a cor amarelo-creme. (AGÊNCIA DE INFORMAÇÃO EMBRAPA, 2007).

O leite é uma fonte excelente da maioria dos sais minerais necessários para o desenvolvimento dos indivíduos jovens. O cálcio e o fósforo contidos neste alimento apresentam alta disponibilidade, em parte porque se encontram associados à caseína. Por isso, o leite é a melhor fonte de cálcio para o crescimento do esqueleto dos indivíduos jovens e para a manutenção da integridade dos ossos dos adultos. É, também, importante fonte de vitaminas, sendo que algumas se associam com a gordura (A, D, E e K) e outras, com a

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parte aquosa. Mais de dez vitaminas diferentes do complexo B são encontradas no leite, entretanto, com exceção da vitamina B2 (riboflavina), as outras são encontradas em quantidades pequenas. É uma fonte importante de vitamina C (ácido ascórbico), mas esta é rapidamente oxidada na presença de cobre em um produto biologicamente inativo (AGÊNCIA DE INFORMAÇÃO EMBRAPA, 2007)

Além da associação, há muito tempo já conhecida, entre a maior quantidade de cálcio na dieta e um menor risco no desenvolvimento precoce da osteoporose, estudos científicos mostram outros benefícios importantes do consumo de leite. Um estudo recente de revisão publicado em um importante jornal de obesidade, o Obesity Reviews, e conduzido por Pfeuffer & Schrezenmeir, demonstrou uma importante relação entre o consumo de leite e o controle da síndrome metabólica. Outros estudos mostram um efeito “antiobesidade” do cálcio proveniente nos laticínios. Há referências, por exemplo, de que uma maior ingestão de cálcio (entre 400-1000mg/dia), através da ingestão de duas porções de leite ou derivados por dia, produz uma importante diminuição da gordura corporal. Já ZEMEL (2003) refere que os efeitos do cálcio na perda de peso são observados quando o consumo de cálcio é de pelo menos, 1000 mg/dia. Alguns autores chegaram a sugerir que a prevalências da obesidade (ou do ganho de peso) nas mulheres poderia ser reduzida em 60-80% se uma ingestão adequada de cálcio fosse realizada.

O alto teor de aminoácidos das proteínas do soro do leite podem favorecer o controle da glicemia e a ação da insulina, e por isso, é um importante coadjuvante no tratamento do diabetes, como mostram alguns estudos.  A relação do cálcio e a atividade física também é bastante citada na literatura, pois o cálcio do leite é essencial para o processo de contração muscular e, portanto representa um nutriente essencial na prática esportiva.

Propriedades como redução da pressão sanguínea, diminuição da absorção do colesterol, de ácidos biliares e de gorduras em geral são, também, associadas ao consumo de produtos lácteos.Estes estudos nos fazem concluir que o consumo de alimentos ricos em cálcio, com baixo índice de gordura, deve ser incentivado, não só para regular o peso corporal, mas também na prevenção de doenças crônico não transmissíveis como a obesidade, o diabetes e a hipertensão.

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Referências Bibliográficas

AGÊNCIA DE INFORMAÇÃO EMBRAPA. Agronegócio do leite. Disponível em <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia8/AG01/arvore/AG01_128_21720039243.html> Acesso em 11 de maio de 2007.

M. Pfeuffer, J. Schrezenmeir (2007) .Milk and the metabolic syndrome. Obesity Reviews 8 (2), 109–118.

VERRUMA, M.R.; SALGADO, J.M. Análise química do leite de búfala em comparação ao leite de vaca. Sci Agric, v.51, n.1, p.131-137, 1994.

Zemel MB. Mechanisms of dairy modulation of adiposity. Journal of Nutrition, 133(1):252S-256S. 2003

A Nutrição e o Funcionamento Cerebral

Saúde & Qualidade de Vida - Saúde & Nutrição

Apesar dos amplos estudos e dos avanços científicos, o funcionamento do cérebro humano ainda precisa ser bastante estudado. Um dos mistérios remanescentes é a maneira pela qual o próprio cérebro se controla. Ele é um órgão vital e, assim como todos os órgãos, necessita de energia para exercer suas funções.

O cérebro é responsável por grande parte das reações químicas que ocorrem no organismo e algumas delas têm por objetivo tornar a energia dos alimentos disponível para os diversos sistemas fisiológicos. Isso acontece após o processo de digestão dos alimentos, tendo como resultado a produção de ATP (trifosfato de adenosina) que é armazenado em todas as células e utilizado como combustível para que as reações químicas necessárias ocorram.

A energia gerada é necessária para ativar a atividade muscular, a secreção pelas glândulas, a manutenção de potenciais de membrana nas fibras nervosas e musculares, a síntese de substâncias intracelulares e a absorção dos alimentos pelo trato gastrintestinal. O trato digestivo fornece ao organismo um suprimento contínuo de água, eletrólitos, substâncias e nutrientes.

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Isso exige movimentação do alimento ao longo do trato digestivo, secreção de sucos digestivos e digestão do alimento, absorção dos produtos da digestão, de água e dos vários eletrólitos, circulação de sangue pelos órgãos gastrintestinais e o controle de todas essas funções é feito pelo sistema nervoso e hormonal.

Sem uma fonte contínua de energia as células deixam de funcionar e morrem. Sabe-se que o carboidrato é a melhor fonte energética e que um grama de carboidratos fornece 4 kcal, sendo o produto final de sua desintegração, a glicose, molécula simples que rapidamente fornece energia.

Os carboidratos são essenciais para o bom funcionamento do sistema nervoso central, uma vez que a glicose é o principal combustível para o cérebro. É ela que irá manter a integridade funcional dos tecidos nervosos.

Os sintomas de uma redução moderada na glicose sangüínea (hipoglicemia) incluem sensações de fraqueza, fome e vertigens. Uma queda contínua e profunda pode causar dano cerebral irreversível.

Assim como o resto do organismo, o cérebro necessita de uma alimentação balanceada, com cereais, frutas ricas em vitamina C (laranja), legumes, carnes magras, leite desnatado ou iogurte, e, principalmente, de carboidratos, como o pão.

O cérebro tem 2% do peso de uma pessoa, mas consome diariamente 30% das calorias ingeridas. Além de ser energético, o carboidrato possui outras funções: são ativadores do metabolismo das gorduras e poupa a queima de proteínas com finalidade energética.

Entretanto, se a quantidade de carboidratos é insuficiente devido a uma dieta inadequada ou pelo excesso de exercícios, o corpo mobiliza as gorduras para o consumo energético e ao esgotarem as reservas lipídicas, o organismo passa a utilizar a proteína em maior quantidade como fonte de energia. Isso pode resultar no acúmulo de substâncias ácidas (cetoácidos ou corpos cetônicos), que são prejudiciais ao organismo, pois tornam o PH sanguíneo mais ácido.

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Por um período prolongado pode ocorrer uma acidose metabólica, ausência de substrato energético para funcionamento normal do cérebro, falência dos órgãos e até morte.

Referências:

http://www.jennerssa.hpg.ig.com.br/carbo.htm

http://www.terra.com.br/saude/boaforma/alimentacao/2002/08/26/002.htm

FOSS. F.B., Bases fisiológicas da educação física e dos desportos, Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 1991.

GUYTON, A.C, HALL, J.E., Fisiologia Humana e mecanismos das doenças, Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1998.