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1 Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências Biológicas Laboratório de Limnologia Relatório Final Dezembro de 1998 Estudos limnológicos e sócio-econômicos na bacia de drenagem da Lagoa do Teobaldo (Antônio Dias, MG)

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Universidade Federal de Minas Gerais

Instituto de Ciências Biológicas Laboratório de Limnologia

Relatório Final

Dezembro de 1998

Estudos limnológicos e sócio-econômicos na bacia de drenagem da Lagoa do Teobaldo

(Antônio Dias, MG)

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Equipe técnica:

Prof. Dr. Francisco A. R. Barbosa- Coordenador geral Profa. Paulina M. Maia-Barbosa- Ecologia do Zooplâncton Rosa M. Menendez- Bióloga- Zooplâncton Dr. Cláudio B. Guerra- Eng.Ambiental-Imp.Ambientais/sócio- economia Dr. Marcos Callisto- Ecologia de Macroinvertebrados Bentônicos Pablo Moreno- estagiário - Macroinvertebrados Bentônicos Luis A. Rocha- Biólogo - Macroinvertebrados Bentônicos Fábio Vieira- Biólogo- Ictiofauna Viviane R. de Faria- estagiária- Fitoplâncton Marcelo A. Rezende Costa- Técnico- Análises físicas e químicas Dr. Millôr G. Sabará –Eng. Florestal : manejo da cobertura vegetal

A equipe técnica responsável pela pesquisa agradece ao apoio financeiro recebido da FAPEMIG( Fundo de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais), ao apoio logístico fornecido pela Prefeitura Municipal de Antônio Dias e à colaboração da comunidade local, especialmente Robert Martins, Ricardo Carvalho e Francisco Martins Barros ( Sr.Xéo).

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APRESENTAÇÃO

A Lagoa do Teobaldo, localizada no município de Antônio Dias-MG, não é apenas um “capital natural ” que se encontra ameaçado. Ela é um bem ambiental muito importante para a sobrevivência do ecossistema local e de dezenas de famílias de agricultores residentes naquela micro-bacia. Além disso, ela tem um valor social e religioso expressivo para as comunidades locais, isto é, existe uma satisfação social pela sua simples existência . Elas têm uma relação de afeto muito grande com esta Lagoa, que vem de décadas atrás, quando se celebrava uma missa anual nas suas margens, conforme depoimento de moradores antigos. Um cruzeiro de madeira ainda pode ser visto no local onde aquelas missas eram realizadas. O ecoturismo é uma alternativa econômica bastante viável para esta micro-região. A idéia dos hotéis-fazenda é interessante, uma vez que recursos naturais e a beleza da paisagem poderiam ser explorados tanto no inverno quanto no verão. Entretanto, esta alternativa depende diretamente da preservação dos recursos naturais locais, especialmente da qualidade da água da Lagoa e suas cachoeiras, além da manutenção da estrada que corta uma região muito montanhosa. Os resultados da pesquisa do ICB/U.F.M.G se constituem numa importante contribuição no sentido de preservar os recursos naturais, valorizar a sustentabilidade dos sistemas produtivos locais (pequena escala) e ao mesmo tempo o bem estar da sua população. Estes resultados, informações técnicas e recomendações práticas foram repassados à Prefeitura Municipal e comunidades locais através de: . Relatório Técnico e 1 Poster contendo a síntese dos resultados . Dois encontros na Câmara Municipal de Antônio Dias, quando foi discutido com as comunidades locais os resultados e possibilidades de criação de uma RPPN. Num desses encontros foram apresentadas recomendações práticas para a retirada do eucalipto do entorno da Lagoa e sua reabilitação com espécies nativas. A pesquisa do ICB/UFMG teve como principal produto um diagnóstico da situação atual da Lagoa e de suas potencialidades, além de recomendações técnicas que podem nortear as ações de sua recuperação. Desta forma, a Prefeitura Municipal e a comunidade local estão hoje em condições de negociar com a empresa CENIBRA a adoção de ações corretivas necessárias para uma efetiva recuperação e preservação dos recursos naturais desta micro-região. É importante divulgar as riquezas naturais, a beleza cênica e as potencialidades turísticas da micro-região do entorno da Lagoa do Teobaldo. Existe já um movimento pela preservação deste importante patrimônio de Antônio Dias, o qual luta para transformar esta Lagoa numa área de preservação, RPPN ou até mesmo num Parque.

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I. INTRODUÇÃO Os ecossistemas aquáticos, especialmente os lagos, são, em geral, bastante sensíveis às

alterações na cobertura vegetal existente no seu entorno, principalmente em função da introdução

do material alóctone que proporciona alterações na química da água e dos sedimentos e também na

estrutura e funcionamento das comunidades aquáticas.

No Brasil, especificamente no Estado de Minas Gerais, uma parte significativa da Mata

Atlântica foi substituída gradativamente desde a década de 20 por grandes áreas de exploração

comercial de Eucalyptus spp, utilizadas pelo setor siderúrgico e de produção de carvão vegetal

(Guerra, 1997). Nestas áreas, observa-se o carreamento para dentro dos ecossistemas aquáticos, de

fertilizantes (em média, 200 Kg/ha plantado) e agro-químicos, utilizados para manter os elevados

índices de produtividade dos plantios. Além disso, nesta região predomina uma topografia

extremamente acidentada, o que favorece o aumento do volume e velocidade das enxurradas após o

plantio e corte raso das árvores, carreando grandes quantidades de poluentes para os corpos d'água

resultando na diminuição da qualidade das águas e no assoreamento de córregos.

A monocultura de Eucalyptus sp é responsável pelo aporte de matéria orgânica de baixa

qualidade cujo litter contém cerca de 56% de galhos, enquanto que o litter de mata secundária

possui em torno de 79,2% de folhas, sendo o primeiro portanto de difícil decomposição no ambiente

aquático, devido à fração de parede celular e ao alto teor de polifenóis, geralmente possuindo baixo

conteúdo de nitrogênio orgânico (Barbosa et al., 1982; Barbosa & Coutinho, 1987; Bunn, 1988),

capaz de inibir o papel de macro e micro decompositores. À este respeito vale salientar o trabalho

recente de Sabará (1994), avaliando o impacto do plantio de Eucalyptus spp. em dois lagos do

médio rio Doce, encontrou que a contribuição da mata nativa é cerca de 2,5 vezes superior, em

termos da massa de material alóctone, em relação à contribuição do plantio de Eucalyptus spp.

Em ecossistemas aquáticos, o processo de eutrofização pode ser definido como um

aumento da biomassa e produção tanto ao nível dos produtores quanto consumidores (Margalef,

1983). Há uma paralela e crescente redução da capacidade metabólica dos organismos em se

adaptar às novas condições do ambiente o que acarreta inevitável redução da complexidade

biológica do ecossistema (Wetzel, 1983).

A eutrofização produz profundas mudanças quali e quantitativas nas comunidades aquáticas,

nas condições físicas e químicas do meio e no nível de produção do sistema, podendo ser

considerada uma forma de poluição (Esteves, 1988). Em geral alterações sutis na biota aquática são

mais facilmente identificáveis nas populações de níveis menos elevados da rede trófica do que nas

de níveis mais elevados. Em um lago tais modificações são mais facilmente detectadas em algas,

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por exemplo, do que em peixes. Porém dominância de espécies ou grupos de espécies somente são

identificadas através de um acompanhamento sazonal e sistemático (Sá-Junior, 1994).

O zooplâncton também tem um papel central na dinâmica de um ecossistema aquático,

principalmente com relação a ciclagem de nutrientes e ao fluxo de energia. Uma das suas

características mais importantes é a ocorrência de flutuações nas suas populações, influenciadas por

fatores ambientais.

Vários trabalhos foram realizados sobre a comunidade de peixes, em regiões próximas a

lagoa do Teobaldo, onde o cultivo de Eucalyptus se faz presente. Silva Santos (1978), estudando

lagos do médio Rio Doce, sugeriu que a comunidade de peixes tinha uma dependência direta das

matas ciliares e que o plantio de Eucalyptus spp poderia alterá-la e até mesmo levar a extinção de

peixes.

II. OBJETIVOS : O presente estudo teve como objetivos:

- Caracterizar a qualidade da água da Lagoa do Teobaldo através da análise de variáveis físicas e

químicas e da composição das comunidades planctônica (fito e zooplâncton), bentônica e da

ictiofauna, nos períodos de seca e chuva;

- Diagnosticar a situação dos recursos hídricos na micro-bacia do Ribeirão Severo, onde está

localizada a lagoa ;

- Avaliar os potenciais impactos do plantio de Eucalyptus spp na qualidade da água da lagoa e na

composição e estrutura das comunidades acima referidas;

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III. ÁREA DE ESTUDO :

Ocupando uma área em torno de 10 ha e a uma altitude de 900m, a Lagoa do Teobaldo está

localizada a 19º 30’828’’ S; 42º 47”274” W, no município de Antônio Dias-MG, na sub-bacia do

Ribeirão Severo, afluente do Rio Piracicaba. (Figura 1).Trata-se de uma lagoa em forma triangular ,

com profundidade máxima de 7 m na região central e 1,3 m nas margens.

Esta micro-região é caracterizada por um relevo muito acidentado e, hoje, pela pequena

presença da cobertura vegetal original (Complexo da Mata Atlântica ). Como consequência, é

bastante visível o acentuado estado de degradação de seus solos, os quais são pouco férteis,

apresentando um horizonte A muito raso.

O processo de ocupação da terra na região é bastante antigo, nela sendo tradicionalmente

desenvolvida uma agricultura e pecuária de subsistência, com uma fraca comercialização de seus

poucos excedentes agrícolas. A grande maioria dos agricultores locais trabalha com baixa

produtividade, causada pela falta de capital de giro para administrar a propriedade, dificuldades

com mão de obra e uso de tecnologias inadequadas. A partir dos anos 70 a monocultura de

Eucalyptus spp chegou à região, se expandiu rapidamente, passando a ocupar , hoje, grandes áreas

contínuas.

Como consequência, o ecossistema Lagoa do Teobaldo sofreu sensíveis alterações na cobertura

vegetal existente no seu entorno. As florestas secundárias, originalmente circundando esta lagoa,

foram substituídas por pastagens, culturas temporárias, e mais recentemente por florestas

renováveis de eucaliptos.

Fotografias tomadas nas décadas de 50 e de 80 comprovam que o entorno da Lagoa do

Teobaldo era completamente coberto pelos remanescentes da Mata Atlântica, se constituindo,

portanto, numa importante reserva genética, habitat para diversos animais e local de processos

naturais de ciclagem de materiais.

A Lagoa do Teobaldo tem um “valor não econômico” precioso e desempenha funções ecológicas

importantes nesta micro-bacia , dentre as quais destacamos :

a) em contraste com a presença de mais de uma centena de lagoas na região do Parque Estadual do

Rio Doce, este é o único lago isolado de toda a sub-bacia do rio Piracicaba, possuindo portanto, um

importante valor social e ambiental;

b) constitui-se numa das poucas áreas de lazer/recreação para a população local, destacando-se a

pesca desportiva;

c) saindo-se do perímetro urbano de Antônio Dias e se deslocando na direção da Lagoa do

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Teobaldo vamos encontrar um “corredor” ocupado por 15 propriedade rurais, o qual está

completamente circundado por plantios de eucaliptos. A Lagoa do Teobaldo desempenha, portanto,

um papel regulador do sistema hídrico desta micro-bacia, uma vez que é o principal tributário do

Córrego Santana, que drena o referido “corredor”.

Figura 1: Mapa de localização da Lagoa do Teobaldo e da rede hidrográfica da região do

baixo Rio Piracicaba.

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IV. MÉTODOLOGIA DE TRABALHO E MATERIAIS

Foram escolhidas três estações de amostragem na lagoa, mostradas na Figura 2:

- Estação I- localizada na porção central (zona limnética), com profundidade de 7m.

- Estação II- localizada na margem direita,onde predomina a vegetação natural (vegetação

secundária), com profundidade de 1,3m.

- Estação III- localizada na margem esquerda, onde predomina uma plantação de Eucalyptus spp.

de aproximadamente seis anos e meio, também com profundidade em torno de 1,3 m.

Variáveis ambientais

A caracterização das variáveis físicas e químicas foi feita “ in situ” e em laboratório nos

períodos de chuva ( novembro de 1995 e março de 1997) e seca (agosto de 1996 e agosto de 1997).

No local de coleta, foram medidas as seguintes variáveis:

transparência da água e radiação , através do disco de Secchi e de um radiômetro subaquático;

temperatura da água e do ar;

concentração de oxigênio dissolvido,

pH

condutividade elétrica.

A alcalinidade foi determinada em laboratório, através de titulação potenciométrica até pH

4,35, conforme descrito em Barbosa (1979). A transparência da água foi obtida através da fórmula

K= 1,7/ d (Poole, 1974).

Os principais nutrientes dissolvidos (sílica solúvel “reativa”, amônia, nitrito, nitrato, orto-

fosfato) além das concentrações de nitrogênio e fósforo total, foram obtidos de acordo com as

técnicas descritas em Golterman et al. (1978) e Mackreth et al. (1978).

As comunidades estudadas

- Fitoplâncton

A comunidade fitoplanctônica foi avaliada através de amostras quali e quantitativa. Para a

análise qualitativa as amostras foram coletadas com o auxílio de uma rede de plâncton com 20 µm

de abertura de malha, através de arrastos horizontais sucessivos, as quais foram fixadas com

solução de lugol acético e analisadas sob microscópio óptico, com aumento de 400 X.

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Para a análise quantitativa, as amostras foram coletadas ao longo de toda a coluna d’água

utilizando-se uma garrafa de van Dorn, com capacidade de 1,2 litros. As contagens foram feitas em

câmara de sedimentação em microscópio invertido, através da técnica de Utermöhl (1958).

O Índice de Diversidade de espécies de Shannon & Weaver (1949) foi obtido através da

seguinte fórmula:

-∑ log2 pi

onde pi= ni

n

ni= número da espécie i

n= número total de espécies na amostra

- Zooplâncton :

Para a análise quantitativa foram realizados arrastos verticais, integrando toda a coluna

d’água, utilizando-se uma rede de plâncton de 68 μm de abertura de malha. As amostras foram

coradas com Rosa de Bengala e fixadas em solução de formol 4% neutralizado.

Para a análise qualitativa foram feitos arrastos horizontais e verticais, com a mesma rede

especificada acima, e os concentrados, corados e preservados como foi descrito para as amostras

quantitativas; no laboratório, as contagens foram feitas através de sub-amostras em câmara de

Sedgewick Rafter (1ml), sob microscópio óptico Olympus CBA, com aumentos de 100x a 400x.

Os resultados foram expressos em número de indivíduos / m3.

A taxonomia dos organismos foi realizada segundo Chardez,1960; Elmoor-Loureiro,1997;

Reid, 1985b; Koste,1978, Koste & Robertson (1983).

A diversidade específica foi determinada segundo o índice de Shannon – Weaver, para cada

estação, nos períodos analisados.

- Macroinvertebrados Bentônicos

As amostras de sedimento foram coletadas com uma draga do tipo Eckman-Birge, fixadas

com formoldeído e acondicionadas em sacos plásticos. No laboratório foram lavadas sobre uma

peneira de 250 µm de diâmetro de malha e triadas sob microscópio estereoscópico.

Para avaliação da bentonofauna associada a macrófitas aquáticas, foram colhidas amostras

de Salvinia sp. Utilizando-se uma rede manual (30 cm X 45 cm) com diâmetro de malha de 250 µm

em uma área de aproximadamente 0,135 m2 nas duas margens da lagoa do Teobaldo. As amostras

foram fixadas com solução de formoldeído e acondicionadas em sacos plásticos. No laboratório,

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foram lavadas sobre um peneira de 250 µm e triadas sob microscópio estereoscópico. As larvas de

Chironomidae foram identificadas em microscópio com aumento de 400 vezes utilizando-se

lactofenol 10%. Os exemplares coletados estão depositados na Coleção de Macroinvertebrados

Bentônicos do Laboratório de Limnologia/Ecologia de Bentos do ICB/UFMG.

Foram calculados os índices de riqueza, número de indivíduos, diversidade de Shannon-

Wiever na base 2 para os gêneros identificados de Chironomidae.

- Ictiofauna ( Estudo dos Peixes)

Foram realizadas duas campanhas de amostragem (novembro de 1995 e agosto de 1996),

utilizando-se como área de amostragem toda a Lagoa, sem delimitação de estações específicas.

Foram utilizadas redes de espera com malhas de 3 a 12 centímetros (medidos entre nós opostos),

com 10 metros de comprimento e altura média de 1,6 metros. As redes foram armadas à tarde e

retiradas na manhã seguinte, permanecendo expostas na coluna d’água aproximadamente 14 horas.

O esforço empregado, número de redes e respectivas malhas foi registrado para cada amostragem.

Amostras complementares com o uso de peneiras foram realizadas junto às margens,

principalmente para captura de espécies de pequeno porte que não são normalmente retidas nas

redes de espera utilizadas.

Em campo, todos os exemplares capturados foram separados por malhas, tipo de

amostragem e acondicionados em sacos plásticos, sendo imediatamente fixados em formalina a

10%. Em laboratório, procedeu-se a identificação taxonômica e os exemplares foram medidos

(comprimento padrão - CP em mm) e pesados (precisão 1 g), sendo então transferidos para álcool

70° GL. A maior parte dos exemplares capturados foi dissecada para remoção do estômago e das

gônadas, que encontram-se estocados em formalina 4% para análises posteriores.

Exemplares testemunhos das espécies capturadas encontram-se depositados no Laboratório

de Ictiologia do Departamento de Zoologia do ICB/UFMG.

Aspectos ambientais e sócio- econômicos

Foi realizado um levantamento de campo dos aspectos ambientais da micro-região.

Quanto aos aspectos sócio-econômicos, os mesmos foram avaliados através de uma pesquisa

domiciliar com 24 agricultores ( utilizando-se questionário específico – em anexo) e também de

entrevistas gravadas em vídeo VHS com os 5 moradores mais antigos da região. O objetivo era se

ter uma melhor compreensão das relações entre o meio ambiente, a apropriação dos recursos

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naturais e a dinâmica populacional local, a partir dos “informantes privilegiados”, isto é os

habitantes da região.

Figura 2: Estações de amostragem na Lagoa doTeobaldo ( Estação I - Região limnética; Estação II-

Margem coberta por mata secundária; Estação III- Margem coberta por vegetação de

Eucalyptus spp.

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V. RESULTADOS E DISCUSSÃO

- A qualidade da água na Lagoa do Teobaldo

A tabela 1 sintetiza os valores encontrados para as variáveis físicas e químicas, nos períodos

amostrados.

A distribuição do oxigênio dissolvido mostrou um acentuado declínio em nov./95 (período de

chuvas), com valor máximo de 6,8 mg/l. No período de seca, foram encontrados teores de oxigênio

dissolvido de 10,25 mg/litro na superfície e 0,33 mg/litro na zona afótica. Entre as estações

amostrais, os valores de oxigênio dissolvido não apresentaram variações significativas.

A temperatura da coluna d’água oscilou entre 18,20C (período de seca) e 27,00C (período

chuvoso). A presença de micro-estratificações foi observada mesmo durante o período de seca,

particularmente na superfície da estação III. Observou-se ainda estratificação térmica na estação I,

no período chuvoso, estando a termoclina situada entre 1,5 e 3 m de profundidade (Figura 3).

A condutividade mostrou-se maior ao longo da coluna d’água, na região limnética (estação

I), no período de seca (ago./97). Entretanto, deve-se ressaltar a ocorrência de chuvas no período de

coleta. Na superfície o valor da condutividade foi de 8,5 µS/cm, chegando a 59,5 µS/cm na zona

afótica. Este valor deve-se provavelmente a ocorrência de processos de decomposição e também às

contribuições de material alóctone da bacia hidrográfica, pela entrada de águas de chuva. Já no

perído de chuva (nov.95), observou-se também o aumento da condutividade nas margens da lagoa

(estações II e III) , nas quais os valores aumentaram de 11,2 μS/cm para 48,2 μS/cm, demonstrando

claramente o efeito das chuvas. Com relação aos pontos amostrais, a condutividade foi levemente

reduzida na região limnética (32,4 μS/cm), não sendo observada alterações significativas entre as

estações da região litorânea (47,0 μS/cm na margem com vegetação natural e 48,2 μS/cm na margem

coberta por Eucalyptus spp).

O pH no período chuvoso, na região limnética (estação I), mostrou-se levemente ácido (5,2 a

6,4) enquanto que na região litorânea, o pH variou de 5,6 a 7,0 (margem coberta por vegetação natural)

e 6,3 a 6,7 (na margem coberta por Eucalyptus), ou seja, nas margens, a variação foi de levemente ácido

para neutro. No período seco, o pH entre as estações litorâneas foi neutro com valores em torno de 7,0 e

o valor mínimo na estação I (limnética) foi de 5,5; caracterizando o pH como levemente ácido.

A alcalinidade no período chuvoso (nov./95), mostrou valores entre 1,69 e 0,95. Já no período

de seca (ago./96), os valores max. e min. foram respectivamente 0,044 e 0,4.

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A transparência da água, nas estações de amostragem não variou significativamente nos dois

peíodos (chuvoso e de seca), sendo que os valores variaram entre 1,0 e 1,31 m.

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Tabela 1: Características físicas e químicas da água, em três estações de amostragem nos períodos

de chuva (nov./95 e mar/97) e seca

( ago./96), na Lagoa do Teobaldo, município de Antônio Dias- MG (valores máximos e mínimos).

Oxigênio (mg/l)

Temperatura (0 C)

pH Condutividade (µS/cm)

Alcalinidade (μeq CO2/l)

Traia (

Novembro/95 Máx. Min. Máx. Min. Máx. Mín. Máx. Mín. Máx. Mín. MaxEstação I 6.6 0.3 24.6 23.1 5.4 5.2 32.4 11.0 1.694* 0.955* 1.,31Estação II 6.8 0.5 23.5 22.0 5.9 5.6 47.0 11.2 - - - Estação III 6.3 0.2 24.6 23.2 6.7 6.3 48.2 11.3 - - - Agosto/96 Estação I 6.3 5.7 19.0 18.2 8.6 5.5 18.4 10.1 0.044 0.040 1.31Estação II 6.6 20.0 19.3 6.8 11.0 0.042 1.31Estação III 5.9 19.2 19.3 7.0 10.5 0.039 1.31Março/97 Estação I - - 27.0 20.2 6.4 5.7 - - - - 1.00Estação II - - 24.7 24.4 7.0 - - - - 1.03Estação III - - 26.9 24.8 6.5 - - - - - Agosto/97 Estação I 10.2 0.3 19.6 18.4 7.2 6.4 59.5 8.5 - - 1.21Estação II 10.0 9.6 19.6 19.4 7.1 6.8 8.5 8.5 - - 1.13’Estação III 10.4 10.3 19.6 19.5 7.2 7.1 8.5 8.5 - - -

* = amostra integrada

- = coleta não realizada

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C)

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A tabela 2 mostra as concentrações dos principais nutrientes obtidos nas 3 estações de

amostragem, nos períodos de seca e de chuvas.

O nitrato apresentou concentração mais elevada no período de seca, estação III (coberta

por Eucalyptus spp- ago/96), cujo valor chegou a 81,8µg/litro. Entretanto, a maioria dos valores

encontraram-se abaixo de 11 mg/l, limite de detecção do métodolo utilizado. As concentrações

variaram muito entre os pontos amostrados, sendo o maior valor (118,5 µg/l), obtido na região

limnética (estação I- zona afótica), no período de seca, e a menor (5,3 µg/l) também na região

limnética (10% de radiação luminosa), no período chuvoso.

Quanto ao nitrito, os valores foram muito baixos em todos os períodos de coleta,

mostrando-se contudo, mais elevado na região limnética (zona afótica), no período chuvoso (5,7

µg/l). Segundo Wetzel (1982), a concentração de nitrito abaixo do limite de detecção do método

(11µg/l), deve-se provavelmente a presença de oxigênio dissolvido e predomínio de processos de

nitrificação, uma vez que as exigências ecológicas para a presença de bactérias como Nitrobacter

spp.(pH próximo a neutralidade e temperaturas elevadas) são satisfatórias na lagoa.

Dentre as formas inorgânicas de nitrogênio, a amônia foi a predominante nas três estações de

amostragem, nos períodos de seca e chuvas. A concentração máxima de amônia (221,8 μg/l),foi

encontrada na margem coberta por vegetação natural, no período chuvoso (ago./96). Estes valores

são muito baixos se comparados aos encontrados no lago Pedra, que tem sua bacia coberta também

por mata secundária. Sabará (1994) encontrou para este lago valores entre 8,4 µg/litro e 438 µg/litro.

A concentração de silicato em cada período de coleta, mostrou pequena variação. Nos

períodos de seca (ago./96 e ago/97) as maiores concentrações foram respectivamente 32,4 mg/l e

29,6 mg/l e as menores foram de 29,9 e 21,4 mg/l. No período chuvoso, a maior concentração foi de

34,5 mg/l e a menor alcançou o valor de 26,7 mg/l. Apesar dos altos valores de sílica obtidos, não foi

constatada a dominância de diatomáceas no fitoplâncton. Entretanto, vale ressaltar que apenas

diatomáceas planctônicas foram analisadas, não tendo sido realizada nenhuma coleta específica para

amostragem de algas bentônicas.

O maior valor de orto- fosfato (30,3 μg/litro) foi encontrado na região limnética (1% de

radiação luminosa), no período de seca, período em que a coluna d'água mostrou-se desestratificada.

Os valores de orto- fosfato obtidos para a Lagoa do Teobaldo (2,0- 30,3 μg/litro) são semelhantes aos

obtidos para a lagoa Carioca (1,5- 28,0 μg/litro) por Barbosa (1979).

Sabará (1994) estudou dois lagos do médio Rio Doce, o lago Pedra (bacia coberta por floresta

secundária) e o Lago Hortência (Bacia coberta om Eucalyptus spp.), que têm características

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semelhantes quanto a cobertura às margens direita (estação II) e esquerda (estação III) da lagoa do

Teobaldo. Foram encontrados valores aproximadamnete semelhantes para nitrito, nitrogênio total e

orto- fosfato, na estação II, comparando-se com os resultados obtidos por Sabará (1994) para o lago

Pedra. Para os demais nutrientes, os valores encontrados diferem daqueles descritos por Sabará

Comparando-se a estação III com o lago Hortência, somente a concentração de nitrito se assemelha,

já que se encontra abaixo do limite de detecção do método. Observou-se que as concentrações de

nitrogênio total, orto- fosfato, fósforo total e sílica estão com valores mais elevados que o lago

Hortencia. Os demais nutrientes apresentaram valores menores que os observados no referido lago.

Tabela 2: Concentração de nitrato (μg/litro), nitrito (μg/litro), amônia (μg/litro), nitrogênio

total, fosfatos dissolvidos (μg/l), fósforo total e sílica (mg/litro), nas estações de

amostragem nos períodos de chuva (nov./95 e mar/97) e seca ( ago./96), na Lagoa do

Teobaldo

Data/Estação de coleta

NO3- NO2

- NH4 N.T. PO4 P.T. SO3-

8/96- E I- (100%) 8.38* 0.08* 150.90 227.80 7.53 9.61 31.63 E I- (10%) 6.8* 0.44* 145.15 153.45 1.98 7.37 32.08 E I- (1%) 46.83 1.57* 130.85 270.10 30.26 9.95 31.79 E I (Afótica) 118.55 5.66* 6.04 480.45 2.08 8.06 29.94 E II 24.75 0.44* 221.80 270.05 6.04 14.96 32.39 E III 81.79 0.03* 8.82 285.10 11.29 10.99 31.72 03/97- E I- (100%) 9.63* 1.12* 116.95 257.40 5.74 29.02 30.30 E I- (10%) 5.33* 0.49* 89.40 125.00 3.60 20.14 28.29 E I- (1%) 8.80* 0.25* 271.05 739.45 1.92 19.36 30.68 E I (Afótica) 6.15* 0.29* 1138.50 1494.00 2.22 18.67 34.46 E II 50.30 0.33* 10.59 471.60 2.68 19.01 26.72 E III 10.62* 1.41* 39.67 455.20 7.73 27.12 29.38 08/97- E I- (100%) 8.49* 1.27* 8.82 248.70 8.15 10.13 29.63 E I- (10%) 6.37* 1.33* 5.93 194.60 6.81 7.80 23.16 E I- (1%) 9.54* 1.73* 12.24 266.35 8.25 14.44 22.50 E I (Afótica) 8.28* 1.73* 16.09 366.40 8.31 13.15 24.45 E II 9.65* 2.40* 25.82 276.50 9.74 13.58 22.68 E III 6.27* 2.72* 15.24 369.65 4.96 15.30 21.36 * Valores abaixo do limite de detecção (11μg/litro)

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18- Composição do fitoplâncton

Foram identificados um total de 58 taxa no fitoplâncton da Lagoa do Teobaldo, distribuídos em 7

classes, 7 ordens e 10 famílias (tabela 3; Anexo -lista1).

A tabela 4 apresenta a densidade do fitoplâncton. No período chuvoso, observou-se a predominância

de cianobactérias(Cyanophyceae), na região limnética (estação I), cujas densidades totais foram de 16,4 x

106 cél/l e 12,4 x 106cel./l. Já no período de seca, houve o predomínio, na região limnética, da Classe

Zignemaphyceae, cujas densidades totais foram de 13,7 x 106 cél/l e 5,7 x 106 cél/l.

A classe Euglenophyceae apresentou densidade muito baixa, tanto no período chuvoso quanto de seca,

sendo o maior valor observado na margem coberta com vegetação natural, no período chuvoso (0,4 x 106 cél./l)

e o menor na região limnética (0,04 x 106 cél./l), no mesmo período. No período de seca a maior densidade foi

0,2 x 106 cél./l e a menor 0,08 x 106 cél./l.

A Classe Bacillariophyceae apresentou maior densidade no período de seca, variando de 0,06 x106

células/litro (margem coberta por Eucalyptus) a 0,2 x 106 cél./l (margem coberta com vegetação natural). No

período chuvoso, a densidade tanto na região limnética quanto na litorânea foi de 0,04 x 106 cél./l.

No período chuvoso (mar/97), a densidade da classe Dinophyceae foi de 0,7 x 106 células/litro na região

litorânea e 0,3 x 106 cél./l na margem com cobertura de mata secundária.

A figura 4 apresenta a riqueza de espécies nas diferentes classes observadas. Os resultados mostram que

as classes Euglenophyceae, Bacillariophyceae e Dinophyceae apresentaram baixa riqueza de espécies.

A diversidade de espécies em todos os períodos coletados, foi baixa, variando de 1,7 bits/ind.(ago./97) a

2,6 bits/ind. (mar./97) como observado na figura 5.

Distribuição vertical das variáveis físicas e químicas e do fitoplâncton na coluna d’água, na região

limnética, em agosto de 1996 (período de seca).

A concentração de nitrogênio inorgânico (nas formas de nitrato, nitrito e amônia) e fósforo inorgânico

(sob a forma de orto-fosfato), diminuiu ao longo da coluna d'água, enquanto as concentrações de nutrientes

orgânicos foram aumentando, caracterizando os processos metabólicos de conversão de substâncias inorgânicas

para orgânicas.

Ocorreu uma diminuição na diversidade de espécies ao longo da coluna d'água, com valores entre 2,5 na

superfície a 2,1 na zona afótica.

A distribuição vertical do fitoplâncton na coluna d’água, no período de seca, apresentou alteração em

relação ao número de taxa. Assim, nas profundidades de 100%, 10%, 1% de radiação e zona afótica, foram

observados 9, 13, 9 e 11 taxa respectivamente (tabela 5).

A diversidade do fitoplâncton ao longo da coluna d'água mostrou-se variada, já que seus índices de

diversidade a 100%, 10%, 1% de radiação luminosa e zona afótica foram respectivamente 2,49; 2,32; 2,17 e

1,96 (Figura 6) Quanto a densidade, esta também foi diminuindo ao longo da coluna d'água (Figura 7).

A mudança na composição em espécies do fitoplâncton ao longo da coluna d'água pode ser assim resumida:

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19 Na superfície (100% de radiação luminosa), a densidade total foi de 24,5 x 106 cél./l, com o

predomínio da espécie Rhaphydiopsis sp.(9,5 x 106 cél/l), seguida da espécie Actinotaenium sp (8,3 x 106 cél/l).

A 10% de radiação luminosa a densidade total foi de 20,9 x 106 cél./l. Nesta região a predominância foi

de organismos da classe Zigophyceae (Actinotaenium sp) cuja densidade foi 8,9 x 106 células/litro seguidos da

cianobactéria Rhaphydiopsis sp ( 4,8 x 106 cél./l).

Já a 1% de radiação luminosa a densidade total foi 17,3 x 106 células/litro. Observou-se a predominância

da espécie Rhaphydiopsis sp (10,4 x 106 cél./l).

Na região afótica, das 15,9 x 106 cél./l encontradas, 9,6 x 106 cél./l foram da espécie Pseudanabaena sp.

A redução da densidade do fitoplâncton, no período de seca, na região limnética em agosto de 1996

provavelmente, deve-se ao fato de que a luminosidade, oxigênio, pH e condutividade apresentaram valores

decrescentes ao longo da coluna d'água, sendo estes fatores ambientais importantes para o desenvolvimento

do fitoplâncton.

Variáveis físicas e químicas e composição do fitoplâncton nas estações de amostragem

Comparando-se as três regiões da lagoa (limnética, margem coberta por vegetação natural e margem

coberta por Eucalyptus) em termos de diversidade de espécies, percebe-se valores ligeiramente maiores na

margem com Eucalyptus spp. Entretanto tais resultados devem ser vistos com cautela, já que uma revisão na

sistemática está sendo realizada, podendo ocorrer alterações nos valores apresentados.

O pH na margem coberta com Eucalyptus spp (estação III) foi ligeiramente mais elevado do que na

margem cercada por vegetação secundária (estaçào II). Segundo Komarek (1983) em pH neutro, tendendo a

alcalino, há o favorecimento do grupo Chorococcales (Eughlorophyceae), como foi observado na estação

coberta por Eucalyptus spp. no período de seca (ago./96) e no período chuvoso (mar./97), com 11 e 9 taxa

respectivamente.

Os valores de oxigênio, temperatura, condutividade mantiveram-se semelhantes tanto na margem com

vegetação secundária como na margem cercada por plantação de Eucalyptus spp.

A concentração de nitrato e nitrogênio total foi maior na margem cercada por Eucalyptus spp. Isto

explica-se pela provável entrada de material alóctone carreada de sua bacia e pela utilização de fertilizantes

agrícolas. A concentração de nitrito mostrou-se abaixo do limite de detecção de acordo com o método utilizado,

tanto na margem de mata secundária como na margem de Eucalyptus spp. Na margem cercada por mata

secundária houve uma maior concentração de nitrogênio inorgânico. Já na margem cercada por Eucalyptus spp.

houve uma maior concentração de nitrogênio orgânico, provavelmente em decorrência do manejo feito nas

plantações de Eucalyptus spp.

A concentração de amônia foi maior na margem de mata secundária e a concentração de orto-fosfato foi

maior na margem cercada por Eucalyptus spp.

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20Zooplâncton

A tabela 1 apresenta a listagem e densidade dos táxons identificados na lagoa em três

períodos (Nov/95, Ago/96 e Mar/97) .

Foram identificados na comunidade zooplanctônica, um total de 55 táxons, sendo 25 pertencentes a

Protozoa, 25 a Rotifera, 3 a Cladocera e 1 ao grupo Copepoda. Também foi registrado o grupo Nematoda.

Rotifera e Protozoa constituíram, portanto, os grupos mais representativos com relação a riqueza de espécies

encontrada na lagoa.

Dentre as 25 espécies de protozoários identificadas, os gêneros Arcellla, Euglypha e Centropyxis

foram os mais freqüentes entre as tecamebas. Os ciliados constituíram um grupo importante tanto na

ocorrência, quanto pelas suas elevadas densidades, principalmente no período chuvoso de mar/97, quando

atingiram concentrações máximas, variando de 1.997 a 18.961 indiv./m3. Neste mesmo período, os

protozoários foram dominantes na região limnética da lagoa (estação I), representando 42,4% do total do

zooplâncton, sendo os ciliados, responsáveis por 91% do total do grupo. Já as menores densidades totais de

Protozoa ocorreram na estação III (plantio de Eucaliptus) no período das chuvas de Nov/95 e na estação I

(região limnética), no período de seca de Ago/96, totalizando 4,8 indiv./m3 e 22,9 indiv./m3,

respectivamente. Modenuti (1987), estudando a composição faunística do rio Rodríguez (Buenos Aires), e

sua relação com o aporte de afluentes contaminantes, também verificou um incremento de indivíduos de

protozoários ciliados nos locais fortemente alterados.

As famílias encontradas para o grupo Rotífera foram: Brachionidae (9 táxons), Lecanidae (15

táxons), Colurellidae (13 táxons), Trichotriidae (1 táxon), Notommatidae (2 táxons), Testudinellidae (1

táxon), Proalidae (1 táxon) e Trichocercidae (2 táxons). O gênero Lecane apresentou o maior número de

espécies (5), seguido de Brachionus (4). Segundo Fernando (1980) a ocorrência destes táxons é comum em

regiões tropicais. Os maiores picos nas densidades de rotíferos foram registrados no período chuvoso

(Mar/97), nas três estações da lagoa, cujos valores oscilaram de 3.761,6 a 23.896 indiv./m3. Este grupo foi

dominante, neste período, nas estações II e III, com abundâncias relativas de 54% e 40,8%, respectivamente,

sobre o zooplâncton total. Ainda no período chuvoso de Mar/97, os táxons de rotíferos mais importantes

numericamente, foram, Keratella tropica, Pompholyx sulcata, Ptygura sp e Trichocerca pusilla.

Destacaram-se em abundância Keratella sp e Pompholyx sp, contribuindo, em média, respectivamente, com

43% e 34% sobre o total encontrado para o grupo. De acordo com Pejler (1983) e Gannon e

Stemberger(1978), a espécie Pompholyx sulcata está associada a condições tróficas dos ambientes,

chamando a atenção, portanto, para uma provável alteração na qualidade da água da lagoa.

Quanto aos cladóceros, de ocorrência esporádica e muito pouco abundantes, foram identificadas as

seguintes espécies: Bosminopsis deitersi, Ceriodaphnia cornuta e Disparalona dadayi.

O grupo Copepoda esteve representado pela espécie de Cyclopoida adulto Tropocyclops prasinus e

por formas jovens de náuplius e copepoditos. Este grupo esteve presente em todos os períodos e estações,

com densidades significativas. Da mesma forma, esta espécie também foi registrada por Sendacz (1982) e

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21Sendacz et all (1985), no estado de São Paulo, mostrando-se quantitativamente relevante em 14

reservatórios estudados. Na lagoa Teobaldo, Copepoda destacou-se como grupo dominante no períodos

seco/96 e chuvoso de 95. As densidades mais elevadas foram encontradas principalmente na seca, quando

atingiu o valor máximo de 32.597,3 indiv./m3, na estação III, com predomínio de náuplius, responsável por

65% deste total. A maior abundância relativa registrada para o grupo (96,3%) ocorreu na estação I

(limnética), coincidindo com uma diminuição da riqueza do zooplâncton (11 táxons) neste ponto.

Quanto às flutuações do zooplâncton nos períodos amostrados, verificou-se que, em média, as

densidades foram mais elevadas na estação chuvosa (30.428 indiv/m3) de março/97, principalmente na

estação III (58.961 indiv./m3). Neste período os rotíferos foram dominantes, contribuindo com um

percentual médio de 40,7% do zooplâncton total. Um maior aporte de nutrientes para a lagoa, associado a

uma decomposição mais acelerada devido às altas temperaturas, poderiam estar contribuindo para um maior

enriquecimento do ambiente, explicando assim, os elevados valores das densidades, neste período. A

influência das precipitações nos picos de abundância dos organismos zooplanctônicos também foi

constatada por Burgis (1969), no lago George (África) e por Matsumura – Tundisi et all (1976), na represa

do Broa.

Já no período de seca (ago/97), Copepoda foi dominante nas três estações, representando, em média, 90% da

densidade total encontrada no período. Observações semelhantes foram registradas na represa do Broa, por

Matsumura – Tundisi et all (1976), verificando-se tendências de decréscimo do total do zooplâncton,

acompanhado de incremento das populações de Copepoda, nos períodos secos.

Estudos comparativos da comunidade zooplancônica, em dois lagos naturais do médio rio Doce,

foram realizados, de modo semelhante, por De López et all (1996), considerando-se os efeitos do plantio de

Eucalyptus spp nas margens do lago Hortência, e da mata Atlântica natural, sobre as margens do lago Pedra.

Os resultados mostraram que as maiores densidades totais, em ambos os períodos (seca e chuva), foram

encontradas no lago Hortência, coincidindo com os dados verificados neste estudo, com relação às maximas

densidades observadas na margem III, junto à cultura de Eucalyptus. Segundo os autores, as diferenças nas

abundâncias do zooplâncton verificadas entre os lagos, poderiam ser explicadas pela qualidade e quantidade

do material alóctone, e pelos efeitos da velocidade de sua decomposição.

Com relação a riqueza de espécies na lagoa, de uma maneira geral, foi mais elevada no período

chuvoso. Os maiores valores foram encontrados na estação III, na margem correspondente ao plantio de

Eucalyptus, nos períodos de seca/96 e chuva/97, ambos com 26 táxons. Os menores valores também foram

registrados na mesma estação, porém, na chuva de 95 (8 táxons) e na estação I (região limnética), no período

seco de 96 (11 táxons).

De acordo com o índice de diversidade calculado para as diferentes estações, observa-se que os

valores não mostraram-se diferentes entre as margens II (mata natural) e III (cultura de Eucalyptus). No

período chuvoso de Mar/97, para ambas, o valor foi de 2.9 bits/ind., enquanto que na seca de Ago/96, a

estação II foi ligeiramente superior em relação a estação III (1,2 bits/ind. e 0,7 ind./ind., respectivamente).

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22Macroinvertebrados Bentônicos

Chironomidae foi o grupo dominante nas três estações amostrais, representando entre 89,7 e 98,3 %

na região limnética, 98-99 % na região litorânea com mata secundária e 97,6-68,4 % na região litorânea com

Eucalyptus spp, respectivamente nos períodos de chuvas e seca. Foram também encontrados alguns

Heteroptera (Gerridae), Trichoptera (Oxyethira e Ochrotrichia), Ephemeroptera (Baetidae), Amphipoda

(Gamaridae) e Oligochaeta (Tabela 06)

Analisando-se a composição taxonômica e densidade das larvas e pupas de Chironomidae observam-

se marcadas diferenças entre as 3 estações amostrais (Figura 8). Ao todo, foram identificados 13 gêneros das

sub-famílias Tanypodinae (Ablabesmyia, Labrundinia e Larsia), Orthocladiinae (Nanocladius e Procladius)

e Chironominae (Chironomus, Cladopelma, Fissimentum, Goeldichironomus, Parachironomus,

Phaenopsectra, Polypedilum e Nimbocera). Além destes, cerca de 3 gêneros foram agrupados como

Tanytarsini genera varia.

Na estação limnética foram encontradas apenas exúvias de larvas pertencentes aos gêneros

Ablabesmyia, Nanocladius, Chironomus, Goeldichironomus, Parachironomus, Polypedilum e Tanytarsini

genera varia. As exúvias de larvas constituem-se em importante registro da biodiversidade, por refletirem a

composição taxonômica presente no ecossistema. Além disso, o elevado número de exúvias encontradas

sugere uma lenta taxa de decomposição da matéria orgânica no sedimento, relacionada a uma baixa

atividade microbiana. Em lagos onde esta atividade é intensa, observa-se alta taxa de decomposição, sendo

rara a ocorrência de exúvias de larvas. A presença de Oligochaeta junto com as exúvias de Chironominae

está relacionada com o sedimento rico em matéria orgânica e a morfometria da bacia da lagoa do Teobaldo,

localizada em um vale com forte declividade de suas margens e intenso aporte de matéria orgânica alóctone

no período de chuvas. Assim, o ecossistema aquático recebe elevada carga de fertilizantes utilizados na

monocultura de Eucalyptus, refletindo a principal atividade antrópica na bacia de drenagem.

Na margem com remanescente de mata atlântica a distribuição da macrofauna de Chironomidae foi

bem diferenciada entre os períodos de chuva e seca. No período de chuvas foi observada maior riqueza de

predadores, representados pelos gêneros de Tanypodinae. Este fato sugeriria condições de microhabitat mais

estáveis, provavelmente devido à um banco bem desenvolvido de macrófitas aquáticas flutuantes, com o

predomínio de Salvinia sp., refletindo um ecótone bem definido entre os ambientes aquático e terrestre

(Callisto et al., submetido).

Na região litorânea margeada com vegetação de Eucalyptus spp. foi observada baixa riqueza

taxonômica comparando-se com as demais estações amostrais. Além disso, somente no período de seca

foram encontradas exúvias de Ablabesmyia. A ausência de exúvias poderia sugerir uma certa “instabilidade”

local, refletindo em uma maior dificuldade de colonização pelas larvas de Chironomidae. Além disso, deve-

se destacar a ocorrência de ninfas de Odonata, carnívoras vorazes que poderiam estar exercendo um efetivo

controle das populações de Chironomidae e Oligochaeta.

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23 Chironomus e Goeldichironomus são típicos habitantes de sedimentos orgânicos, também

refletindo a abundância de matéria orgânica particulada grossa, formada principalmente por restos vegetais

(Nessimian, 1995; Nessimian & Sanseverino, 1995). Larvas de Goeldichironomus associadas a detritos de

macrófitas aquáticas são frequentes, vivendo no perifíton ou como minadoras de folhas (Callisto et al.,

1996).

Segundo Epler (1995), larvas de Nanocladius são generalistas e habitam lagos oligotróficos a

mesotróficos, e esporadicamente também em lagos moderadamente eutróficos. Na lagoa do Teobaldo foram

encontradas apenas exúvias de larvas de Nanocladius na estação limnética e na estação litorânea com

vegetação secundária. Larvas de Cladopelma, Phaenopsectra e Nimbocera são comuns em sedimentos

arenosos e com elevado conteúdo de matéria orgânica, resistindo a períodos de baixas concentrações de

matéria orgânica. Parachironomus e Polypedilum são dois taxa generalistas, com muitas espécies minadoras

em macrófitas aquáticas. Polypedilum possui um grande número de espécies no Brasil (Bidawid & Fittkau,

1994), sendo a grande maioria ainda desconhecida.

Analisando-se a estrutura da comunidade de macroinvertebrados bentônicos nas três estações

observou-se que a região litorânea com remanescente de mata atlântica secundária apresentou maior riqueza

taxonômica de larvas de Chironomidae e também maior diversidade, seguida pela estação limnética e pela

estação litorânea com mata de Eucalyptus spp. Por outro lado, os dados de equitabilidade apresentaram um

padrão inverso, comparando-se os períodos de chuva e seca (Figura 9).

A composição taxonômica das larvas de Chironomidae apresentou-se fortemente influenciada pelas

características dos habitats amostrados, e com o aporte de matéria orgânica alóctone, comparando-se uma

área com plantio de Eucalyptus spp. e outra área com remanescente de mata atlântica secundária.

Foi encontrada maior abundância de macroinvertebrados na rizosfera do que nas folhas de Salvinia

sp., aderidos aos detritos da planta, muitos dos quais alimentando-se provavelmente de microorganismos

como fungos, bactérias e leveduras. No stande de Salvinia sp. próximo à vegetação de Eucalyptus spp. havia

muitos restos de cascas e folhas de árvores não decompostas. Por outro lado, na margem com vegetação

natural os restos de matéria orgânica alóctone encontrava-se já em estado avançado de decomposição, na

forma de detritos orgânicos.

Numericamente, os principais grupos foram Oligochaeta e larvas de Chironomidae (Diptera), além

de Amphipoda Gamaridae e Odonata (tabela 7). Dentre as larvas de Chironomidae foram identificados 18

gêneros, não considerando-se os gêneros da tribo Tanytarsini, a grande maioria ainda não descrita para a

região Neotropical (Fittkau & Reiss, 1973).

As larvas de Chironomidae foram agrupadas segundo seu papel ecológico na macrofauna associada à

Salvinia sp. em cinco grupos principais: carnívoros, típicos minadores, organismos típicos de altitude,

indicadores de condições eutróficas e outros gêneros comuns. Dentre os carnívoros foram encontrados

Ablabesmyia, Labrundinia e Tanypus; como típicos minadores de detritos vegetais (Epler,1995),

Goeldichironomus, Beardius, Polypedilum, Nimbocera, Parachironomus, Asheum, Harnischia,

Phaenopsectra e Xestochironomus; como indicadores de condições eutróficas, adaptados a baixas

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24concentrações de oxigênio dissolvido (Wiederholm,1983), Cladopelma, Chironomus e Phaenopsectra;

como organismos típicos de altitude (Cranston,1995), Procladius e Nanocladius; e outros gêneros comuns

no sedimento do ecossistema, Rheotanytarsus, Orthocladius e Tanytarsini genera varia.

Foi evidenciado que as larvas de Ablabesmyia e Labrundinia foram bastante numerosas e, devido ao

seu hábito alimentar carnívoro (comprovado por observações em microscópio com o material fixado, onde

foi possível observar outros organismos no seu interior, inclusive com ocorrência de canibalismo),

provavelmente exerceriam forte pressão ecológica sobre os demais organismos. Neste sentido, podemos

destacar o papel dos carnívoros no controle da biodiversidade da macrofauna associada. Isto deve-se ao fato

de que quando a abundância numérica de carnívoros foi elevada, a biodiversidade foi baixa. Por outro lado,

no período de chuvas, na região litorânea próxima à vegetação de Eucalyptus spp. foi evidenciada redução

na abundância dos carnívoros, com consequente aumento da biodiversidade de larvas de Chironomidae.

Neste período, os maiores valores dos índices de riqueza, equitabilidade e diversidade de Shannon

comprovaram esta afirmativa.(Figura 10).

Observações realizadas no laboratório evidenciaram que o aumento no input de matéria orgânica no

período de chuvas ocorreu juntamente com a diminuição na abundância das larvas carnívoras dos gêneros

Ablabesmyia e Labrundinia. Com menor pressão dos predadores, constatou-se um aumento na

biodiversidade de larvas de Chironomidae. Por outro lado, na região da lagoa margeada por vegetação

natural, onde observa-se um ecótono entre a vegetação terrestre e o extenso banco de macrófitas aquáticas

flutuantes, tem-se uma região litorânea com condições mais estáveis, protegida da ação de ventos e com

registros inclusive de estratificação térmica da coluna d'água, mantendo uma mesma diversidade biológica

de macroinvertebrados entre os períodos de chuvas e seca. Além disso, é muito provável que ocorra

intercâmbio gênico entre populações de insetos aquáticos e semi-aquáticos entre os dois ecossistemas

limítrofes (aquático/terrestre), devendo-se considerar ainda a presença de uma pequena cachoeira, onde

inúmeros Chironomidae vivem, sem a influência da presença do plantio de Eucalyptus spp. na região.

Papel dos Macroinvertebrados bentônicos associados a Salvinia sp

Os resultados obtidos sugerem uma relação entre a biomassa de Salvinia sp. e a biodiversidade de

macroinvertebrados associados. No caso da região litorânea com vegetação natural, foi observado que a

estrutura de comunidade associada era mais estável (sem grandes variações na composição taxonômica),

comparando-se os períodos de chuvas e de seca. Na outra margem, com vegetação de Eucalyptus spp., a

biomassa de Salvinia sp. era menor, além do fato de que os organismos eram menores e com

desenvolvimento aparentemente atrofiado, com menor número de folhas e rizosfera menos desenvolvida.

Uma outra explicação para esta diferença nos dois standes de Salvinia seria o fato de possuirem idades

diferentes. No entanto, nesta última situação foram encontrados maiores valores nos índices de riqueza,

equitabilidade e diversidade. Em suma, podemos inferir que um estande de Salvinia sp. maior, com

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25indivíduos mais desenvolvidos é capaz de alojar uma biodiversidade de macroinvertebrados associados

mais estável, sem grandes mudanças na estrutura de comunidade e distribuição de organismos ao longo do

ano.

Diante dos resultados obtidos, pode-se afirmar que a diversidade de larvas de Chironomidae

associadas a Salvinia sp. na margem com plantio de Eucalyptus spp. foi maior do que na margem com

vegetação natural. Desta forma, poderia-se imaginar que a influência do plantio de Eucalyptus spp. não

influenciaria um decréscimo da biodiversidade. No entanto, deve-se notar que houve uma alteração na

composição taxonômica e na estrutura da macrofauna associada a Salvinia, devido principalmente às

condições de microhabitat, devido à pressão exercida pelos carnívoros. Assim, foi observado que a

influência dos fatores abióticos não é tão importante na estruturação das comunidades de

macroinvertebrados associados a Salvinia sp., mas sim, as interações bióticas, considerando o papel dos

carnívoros na estruturação da comunidade.

As informações obtidas nesta pesquisa constituem-se em uma contribuição para o conhecimento da

biodiversidade de macroinvertebrados aquáticos em lagos de altitude. Além disso, foi possível identificar as

relações ecológicas entre o plantio de Eucalyptus spp. e a estrutura e distribuição da macrofauna associada a

Salvinia sp.. Os resultados aqui apresentados serão úteis no estabelecimento de estratégias e medidas

visando a conservação da biodiversidade aquática em ecossistemas influenciados por esta monocultura. No

futuro, deverão ser desenvolvidas pesquisas buscando aprofundar o entendimento das relações ecológicas

entre a dinâmica populacional de Salvinia sp. ao longo do ano, e biodiversidade de macroinvertebrados

associados.

Ictiofauna ( Peixes)

Foram registradas 5 espécies, pertencentes a 5 gêneros de 5 famílias e 3 ordens (tabela 9). Chama a

atenção a ausência de representantes da ordem Siluriformes1, que juntamente com os Characiformes

representam a maior parte da fauna de peixes encontrada na região Neotropical2. Embora os bagres estejam

ausentes de nossas amostragens, relatos de moradores do local e de pescadores indicam que estes são

encontrados na Lagoa. Pescadores também relataram a presença de carpas3 e de um outro lambari, os quais

não foram amostrados.

A espécie mais abundante nas capturas com redes de emalhar foi o cará (Geophagus brasiliensis)

(fotografia 1), seguida da traíra (Hoplias malabaricus) (fotografia 2). O lambari-bocarra (Oligosarcus

argenteus) (fotografia 3) e a corvina (Pachypops adspersus) (fotografia 4) ocorreram em menor número e

somente em novembro de 1995. O barrigudinho (Poecilia sp.) foi capturado com peneira junto as margens

na amostragem de novembro de 1995, período em que foi registrado com abundância relativamente alta.

1 = Na ordem Siluriformes estão incluídos os peixes de couro (bagres e cascudos). 2 = A região zoogeográfica Neotropical engloba os países da América do Sul e parte da América Central.

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26

Comparativamente à amostragem de novembro de 1995, a campanha de agosto de 1996 apresentou riqueza

de espécies, número de exemplares e biomassa 4 bem inferior (tabela 9). Peixes tropicais de água doce

apresentam, de modo geral, maior atividade durante o período quente e chuvoso, o qual foi representado

pelo mês de novembro de 1995. A maior atividade dos peixes durante este período reflete diretamente no

sucesso das capturas e pode explicar as diferenças no rendimento da pesca experimental entre os períodos

analisados.

Das espécies capturadas, a traíra é predominantemente piscívora5, o cará é um onívoro6, a corvina é

zoobentófaga7 e o lambari-bocarra um zoobentófago/piscívoro, dependendo do estágio de desenvolvimento

(Vieira, 1994). Os hábitos alimentares destas espécies indicam que existe uma forte relação de dependência

sobre recursos produzidos dentro da própria Lagoa, principalmente dos organismos zoobentônicos, padrão

também observado por Vieira (1994) em lagos do médio rio Doce. Embora os recursos alóctones8 possam

não ser a principal fonte de recursos alimentares para os peixes da lagoa do Teobaldo, a qualidade do

material carreado pelas chuvas para o seu interior é de fundamental importância para a manutenção da

integridade do sistema.

Os dados evidenciam uma ictiofauna relativamente pobre, reflexo direto da altitude e das

características da própria bacia do rio Piracicaba, conforme discutido em Vieira & Borges (em preparação).

O pequeno rendimento da pesca experimental (número de exemplares e biomassa) mostra que, dentro de um

programa mais amplo de aproveitamento da lagoa do Teobaldo, não existe grande potencial de utilização da

mesma para a pesca esportiva. Dentro deste contexto não é recomendado, em princípio, qualquer tentativa

de aumento da produção de peixes via introdução de espécies, quer sejam nativas ou exóticas, a exemplo do

que já foi feito com a carpa e provavelmente a corvina (Pachypops adspersus).

1= Na ordem Siluriformes estão incluídos os peixes de couro (bagres e cascudos). 2 = A região zoogeográfica Neotropical engloba os países da América do Sul e parte da América Central. 3= As carpas (a mais comum é Cyprinus carpio) são originárias do sudeste d9a Ásia e foram amplamente distribuídas através do país sendo, portanto, consideradas animais exóticos na fauna brasileira.abela 9 – 4 = Biomassa refere-se ao peso total dos peixes coletados 5= Espécie que se alimenta de peixes. 6= Espécie que

se alimenta tanto de organismos vegetais como animais. 7= Espécie que se alimenta de invertebrados que vivem

junto ao substrato (fundo) dos corpos d’água. 8= Recursos alimentares que são produzidos nos ambientes terrestres adjacentes aos corpos d’água e que são transportados por qualquer via (vento, chuva, etc.) até

estes 3 = As carpas (a mais comum é Cyprinus carpio) são originárias do sudeste da Ásia e foram amplamente 4 = Biomassa refere-se ao peso total dos peixes coletados. 5 = Espécie que se alimenta de peixes. 6 = Espécie que se alimenta tanto de organismos vegetais como animais. 7 = Espécie que se alimenta de invertebrados que vivem junto ao substrato (fundo) dos corpos d’água. 8 = Recursos alimentares que são produzidos nos ambientes terrestres adjacentes aos corpos d’água e que são transportados por qualquer via (vento, chuva, etc.) até estes. 9

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27

Lista das espécies de peixes capturadas na Lagoa do Teobaldo em de novembro/95 e agosto/96.

Ordem Characiformes Nome vulgar Família Characidae Subfamília Acestrorhynchinae Oligosarcus argenteus lambari-bocarra Família Erythrinidae Hoplias malabaricus traíra Ordem Perciformes Família Cichlidae Geophagus brasiliensis cará Família Sciaenidae Pachypops adspersus corvina Ordem Cyprinodontiformes Família Poeciliidae Poecilia sp. barrigudinho

Tabela 10 - Espécies de peixes capturadas na Lagoa do Teobaldo com suas respectivas abundâncias em número e biomassa, durante as campanhas de novembro/95 e agosto/96.

Novembro/1995 Agosto/1996 Espécies Número Biomassa

(kg) Número Biomassa

(kg) Hoplias malabaricus 17 3,20 3 0,69 Geophagus brasiliensis 11 1,38 10 1,54 Oligosarcus argenteus 9 0,35 - - Pachypops adspersus 1 0,53 - - Poecilia sp. • • - -

• = abundância em número e biomassa não mensurada;

- = indica ausência na coleta.

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28Aspectos ambientais e sócio- econômicos do entorno da Lagoa

A Lagoa do Teobaldo encontra-se hoje bastante impactada, principalmente pelo fato dos plantios de

eucaliptos e das culturas temporárias ( pequena escala) estarem localizados muito próximos do seu corpo

dágua. As estradas de rodagem e os aceiros dentro das áreas de eucaliptos têm funcionado como calhas de

carreamento de material alóctone para dentro do lago, principalmente por ser esta uma região muito

montanhosa. Em consequência, tem ocorrido um assoreamento significativo do lago, alteração de suas

margens, superfertilização de suas águas pela entrada de nutrientes provenientes do uso intensivo de

fertilizantes nos plantios de eucaliptos..

Além disso, a expansão da monocultura intensiva de eucaliptos num regime de cortes sucessivos a cada 7

anos da empresa CENIBRA FLORESTAL tem trazido uma série de consequências negativas ao meio

ambiente desta micro-região, entre as quais vale destacar :

. Concentração da posse das terras nas mãos da empresa reflorestadora. Com isso, houve uma intensificação

do êxodo rural, já que dezenas de famílias desta região venderam suas terras e se mudaram para a área

urbana de Antônio Dias ou para o Aglomerado Urbano do Vale do Aço.

. Interferência negativa na economia agrária tradicional de pequeno porte da região com a consequente

redução nas áreas de culturas como o arroz, milho, feijão etc.

. Redução da biodiversidade regional( fauna e flora) pelo “desmatamento legalizado” de enormes áreas de

matas secundárias( ricas em biodiversidade) com a finalidade específica de se plantar as florestas renováveis

de eucaliptos (pobres em biodiversidade)

. A monocultura intensiva de eucaliptos é grande consumidora de fertilizantes e de pesticidas

(especialmente os herbicidas e formicidas). Sendo esta uma região de topografia montanhosa estes são

facilmente carreados para os corpos dágua indo com isso reduzir sua qualidade. Além disso, a presença o

litter de decomposição mais lenta e uma maior presença de polifenóis, que também são carreados para

dentro do lago, contribuem para uma queda na qualidade de sua água, a qual vai ser usada pelos agricultores

que vivem e trabalham no “corredor”, como também na biodiversidade dos organismos que vivem no fundo

da lagoa (bentonofauna).

A partir da pesquisa domiciliar realizada através da aplicação de questionários chegamos às seguintes conclusões quanto aos aspectos sócio-econômicos da população da micro-região:

• A grande maioria dos proprietários rurais, tanto do entorno da Lagoa quanto do “corredor” vive

nesta região há mais de 30 anos.

• A estrutura fundiária mostra a predominância da pequena propriedade( somente um agricultor

tem área de 100 ha )

• Há um predomínio marcante da atividade de agricultura e pecuária de subsistência, sendo as

principais culturas o milho e o feijão.

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29• Todos os agricultores declararam se utilizar do fogão a gás em casa, embora o fogão a lenha

continue também a ser usado

• Nesta micro-região estão localizadas apenas 2 escolas rurais:

1 escola multi-seriada com 28 alunos, localizada no entorno da Lagoa

1 escola seriada 50 alunos, no distrito de São José da Barrinha, no chamado “corredor”.

Na região, existe apenas 1 Posto de Saúde em São José da Barrinha, mesmo assim com um atendimento

esporádico, o que é motivo de reclamação da maioria dos agricultores locais.

• Todas as residências consomem água sem tratamento, geralmente originária de nascentes na

propriedade

• Em torno de 80% dos entrevistados criticou o reflorestamento com eucaliptos, atribuindo a ele a

redução no volume das águas, secagem de nascentes, redução da fauna, ressecagem dos solos,

etc

• Não existe uma organização social por parte dos proprietários rurais, que não têm nenhum poder

de barganha e experiência em negociação política para mudar o cenário sócio-econômico e

ambiental daquela micro-região.

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30

Anexos

1. Questionário utilizado na pesquisa domiciliar

2. Proposta de manejo e conservação da cobertura vegetal no entorno da Lagoa,

elaborada pelo Eng. Millôr G. Sabará

3. Matéria publicada no jornal Diário do Aço, em 12/08/97

4. Tabelas

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31Tabela 3: Distribuição das espécies do fitoplâncton na Lagoa do Teobaldo, município de Antônio Dias, MG, em três

estações de amostragem nos períodos de chuva ( nov. 95 e mar. 97) e seca (agos.96).

nov.95 ago. 96 mar.97 ago.97 Classe Euchlorophyceae Est.

I Est. II

Est. III

Est. I

Est. II

Est. III

Est. I

Est. II

Est. III

Est. I

Est. II

Est. III

Actinotaenium sp. x X x x x x x x x Aphanocapsa sp x Botryococcus sp. x x x x

Clamydomonas sp x x Coelastrum sp1. x X Coelastrum sp2. x

Colônia 1(?) x X x x x x x Colônia 2(?) X Colônia 3(?) x x X x x x x x Colônia 4(?) X x x x Colônia 5(?) x

Croococcus sp x x x x x Desmidium sp. x

Dicthyospharium sp. X Euastrum sp x x x

Gloeothece sp. Monorraphydium sp. x X x x x x x x x x

Oedogonium sp x x Oocystis sp X

Pediastrum sp X Scenedesmus sp1 x X x Scenedesmus sp2 x x Scenedesmus sp3 x x Tetraëdron sp. X x x x x Tetrastrum sp x Xanthidium sp. x x X x x x x x x x

Classe Zignemaphyceae Cosmarium sp x x X x x x x x x x

Staurastrum sp1 x x X x x x x x x Staurastrum sp2 X x

Staurodesmus sp1 x x X x x x x x x x x Staurodesmus sp2 x X x x x x x

Classe Euglenophyceae Granulochloris sp. x

Phacus sp. x x x Trachelomonas sp1 (?) x X x x x x Trachelomonas sp2 (?) x x

Classe Bacillariophyceae Amphiprora sp.(?) x x

Frustulia sp. x x X x x x x x x x Gyrosigma sp. x x x Gonialax sp. x Nitzschia sp x

Pinularia x X x x x x Surirela sp. x

Diatomácea sp1 (?) X x Diatomácea sp3 (?) x Diatomácea sp4 (?) x Diatomácea sp5 (?) x Diatomácea sp6 (?) x X x x Diatomácea sp7 (?) x x

Classe Dinophyceae Peridinium sp1 X x x x x x

Peridinium sp2 (?) x x x x x x x x Gimnodinium sp x x x x Cyanobacteria Anabaena sp. x x

Nannochloris sp x Oscillatoria sp. (?) x Pseudanabaena sp. x x X x x x x x x x x

Raphydiopsis (?) X x x x x x x x Synechococcus sp x x Filamentosa sp1 x x x Filamentosa sp2 x x x

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32

Tabela 4: Densidade do fitoplâncton (x 106 células/litro) e diversidade de espécies, nas 3 estações de amostragens nos períodos de chuvas e seca, na

Lagoa do Teobaldo, município de Antônio Dias- MG.

Classes/Estações nov./95 ago./96 mar./97 ago./97

I II III I II III I II III I II III

Zignemaphyceae 5,1 5,7 5,2 9,7 11,2 - 13,7 2,8 9,5

Chlorophyceae 0,2 - - - 0,3 0,1 0,1 0,4 - 0,4 0,1 0,5

Euglenophyceae - - - - - 0,2 0,04 0,4 - 0,08 - -

Bacillariophyceae - - - - 0,2 0,06 0,04 0,04 - - - 0,4

Dinophyceae - - - - 0,2 0,02 0,7 0,3 - - 0,02 -

Mixophyceae 16,4 - - - 2,2 4,7 12,4 5,3 - 5,0 1,0 5,8

Total 21,7 8,6 10,3 23,0 17,6 19,2 3,9 16,2

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33

0

5

10

15

20

25

I II III I II III I II III I II IIInov.95 ago.96 mar.97 ago.97

núm

ero

de e

spéc

ies Dinophyceae

Euglenophyceae

Bacillariophyceae

Cyanobacteria

Zigophyceae

Euchlorophyceae

Figura 4- Riqueza de espécies por classe observada em três estações de amostragem nos períodos de chuva ( nov./ 95 e mar./ 97) e seca

(ago./96), na Lagoa do Teobaldo, município de Antônio Dias, MG.

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I(C/95) II III I(S/96) II III I(C/97) II III I(S/97) II III0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

I(C/95) II III I(S/96) II III I(C/97) II III I(S/97) II III

Figura 5: Diversidade de espécies encontrada nas 3 estações de amostragem nos períodos de seca(S) echuvas (C) na Lagoa do Teobaldo, município de Antônio Dias, MG.

I(C/95)

II

III

I(S/96)

II

III

I(C/97)

II

III

I(S/97)

II

III

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35 Tabela 5: Distribuição das espécies do fitoplâncton na Lagoa do Teobaldo, município de Antônio Dias, MG, na estação I (zona limnética) em quatro faixas de radiação luminosa, no período de seca (agos.96).

Ago./96 Ponto I 100% 10% 1% Afótica

Classe Euchlorophyceae Actinotaenium sp. X Botryococcus sp.

Clorofícea sp Coelastrum sp1. x

Colônia 1(?) x x X Colônia 2(?) Colônia 3(?) Colônia 4(?) Colônia 5(?)

Croococcus sp x Desmidium sp.

Dicthyospharium sp. x Euastrum sp

Gloeothece sp. Monorraphydium sp. x

Oocystis sp x x Pediastrum sp x

Scenedesmus sp1 x Scenedesmus sp2 Scenedesmus sp3 Tetraedrum sp. Xanthidium sp. x x X

Classe Zignemaphyceae Cosmarium sp x x X x

Staurastrum sp1 x x Staurastrum sp2

Staurodesmus sp1 x x X x Staurodesmus sp2 x

Classe Euglenophyceae Granulochloris sp.

Phacus sp. x Trachelomonas sp1 (?) Trachelomonas sp2 (?)

Classe Bacillariophyceae Amphiprora sp.(?)

Frustulia sp. Girosigma sp. Gonialax sp.

Pinularia x Surirela sp.

Diatomácea sp1 (?) x Diatomácea sp2 (?) Diatomácea sp3 (?) Diatomácea sp4 (?) Diatomácea sp5 (?) Diatomácea sp6 (?) x Diatomácea sp7 (?)

Classe Dinophyceae Peridinium sp1 x x

Peridinium sp2 (?) x x Gimnodinium sp x Cyanobacteria Anabaena sp.

Oscillatoria sp. (?) Pseudanabaena sp. x x x x

Raphydiopsis (?) x x x Filamentosa sp1

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36Filamentosa sp2

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37

100% 10% 1% Afótica0,00

5000,00

10000,00

15000,00

20000,00

25000,00

Org

anis

mos

/ml

100% 10% 1% Afótica

Penetração de luz

Figura 7: Densidade fitoplanctônica encontrada ao longo da coluna d'água na região limnética da lagoa do Teobado em agosto de 1996

100% 10% 1% Afótica0

0,5

1

1,5

2

2,5

bits

/ind.

100% 10% 1% Afótica

Penetração de luz

Figura 6: Diversidade de espécies ao longo da coluna d'água, na região limnética na lagoa do Teobaldo em agosto de 1996

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Tabela 6 : Ocorrência e densidade (número de indivíduos/ m3) do zooplâncton nas três

estações de amostragem, nos períodos de seca e chuvas, na lagoa do Teobaldo, município

de Antônio Dias- MG Períodos nov/95 ago/96 mar/97

Táxons / Estações I II I II III I II III

PROTOZOA Arcellidae Arcella mitrata 10,8 - - 32,5 173,2 37,2 243,5 974,0 Arcella vulgaris

- - - - 21,7 - - -

Centropyxidae Centropyxis aculeata 32,4 - 5,7 227,3 974,0 334,5 881,7 2467,5 Centropyxis platystoma - - - - - - 27,6 - Centropyxis sp - - - - - 7,4 48,7 - Cyclopyxis sp - - - - - - 81,2 - Difflugidae Difflugia sp - - - - - - - 64,9 D. difficilis - - - - 21,7 - - - D. bacillariarum

- - - - 21,7 7,4 - 65,0

D. elegans - - - - 21,7 - 27,6 129,9 D. globulosa - - - - - - 27,6 - D. litophila - - - - - - - 64,9 D. lobostoma - - - - - - 27,6 - D. oblonga - - - 48,7 21,7 11,9 - - Suiadifflugia multipora - - - - 64,9 - - - Eugyphidae Euglypha acanthophora 5,4 - - 16,2 151,5 59,5 48,7 454,6 Trinema enchelys - - - - 43,3 11,9 53,6 194,8 Nebellidae Lesquereusia gibbosa - - - - - - - 64,9 L. modesta - - - - 21,7 - 134,7 - L. spiralis - - - - 129,9 7,4 134,7 324,7 Nebela sp - - - - - - 27,6 - Quadrulella tubulata 7,4 - 64,9 Ciliophora Lionotus sp - - - - - - - 64,9 Vorticella sp 167,6 - - - 43,3 - - - Ciliado ni 1060,0 4,8 17,2 178,6 43,3 5.046,6 1.996,8 18.961,0 Sub-total 1.276,2 4,8 22,9 503,3 1.753,6 5.531,2 3.761,6 23.896,0

ROTIFERA Bdelloidea 556,8 - - 32,5 130,0 52,0 162,3 389,6 Brachionidae Anuraeopsis sp 37,8 11,3 - 16,2 - 7,4 53,6 259,7 Brachionus angularis - - 5,7 16,2 43,3 - - 194,8 B. calyciflorus - - 40,2 178,6 70,3 52,0 81,2 324,7 B. falcatus 10,8 - - 32,5 - - - - B. rubens - - 11,5 48,7 - 7,4 - 194,8 Keratella americana 16,2 - - - - - - - K. cochlearis 10,8 - - 16,2 - - - - K. tropica 113,5 - 68,9 649,4 259,7 1.248,7 5.081,2 7.987,0 Plationus macracanthus - - - - - 7,4 - 194,8

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Continuação da tabela 6 Lecanidae Lecane sp - - - - 21,7 - - - L. bulla - - - - - 7,4 - - L. leontina 5,4 - - - - - - - L. luna 5,4 1,6 - - - - - - L. undulata - - - 21,7 - - - - Colurellidae Lepadella sp 5,4 - - - - - - - L. ovalis - - - - - 7,4 - - L. cristata 5,4 - - - - - - - Trichotriidae Macrochaetus collinsi 16,6 - - - 21,7 7,4 - - Notommatidae Cephalodella sp - - - - - 7,4 - - Notommata sp - - 5,7 - 64,9 - - - Testudinellidae Pompholyx sulcata - 1,6 97,6 454,6 606,1 906,8 3.084,5 9.220,8 Proalidae Ptygura sp - - - - - 48,3 1.165,6 3.961,0 Trichocercidae Trichocerca (D.) similis - - - 16,2 - - - - T. pusilla 27,0 - - - - 356,8 974,0 1.688,3 Sub-total 254,3 14,5 229,6 1.450,3 1.217,7 2.664,4 10.440,1 24.025,9

CLADOCERA Chydoridae Disparalona dadayi - - 5,7 - 21,7 - - - Bosminidae Bosminopsis deitersi - 1,6 - - - - - - Daphnidae Ceriodaphnia cornuta - 1,6 - - - - - - Sub-total 0 3,2 5,7 0 21,7 0 0 0

COPEPODA Cyclopidae Tropocyclops prasinus 773,0 - 781,1 405,8 1.839,8 483,1 1.996,8 1.428,6 Copepoditos 1908,1 11,3 1.948,1 1.753,3 9.632,0 1.404,7 1.514,6 4.675,3 Nauplius 2.935,1 25,8 3.900,8 6.850,7 21.125,5 2.958,1 1.542,2 4.805,2 Sub-total 5.616,2 37,1 6.630,0 9.009,8 32.597,3 4.845,9 5.053,6 10.909,1

NEMATODA 5,4 - - 32,5 108,2 - 27,6 129,9 Sub-total 5,4 - - 32,5 108,2 - 27,6 129,9

TOTAL (DENSIDADE) 7.152,1 59,6 6.888,2 10.995,9 35.698,5 13.041,5 19.282,9 58.960,9 TOTAL (TAXA) 20 6 11 18 25 24 23 25

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Tabela 7:Porcentagem de indivíduos na comunidade deObs.: Não insetos: Amphipoda Gamaridae e

Limnética Natural EucalyptusTaxa chuvas seca chuvas seca chuvas seca

Não insetos 3,45 - 0,65 1,04 - 15,79Odonata - - - - - 10,53Lepdoptera - - 0,65 - - -Ephemeroptera - 1,72 0,65 - 2,38 -Heteroptera 3,45 - - - - -Trichoptera 3,45 - - - - 5,26Diptera - - - - - -

Chironomidae larvae - - 5,19 4,17 97,62 57,89Chironomidae exuvia 89,66 98,28 92,86 94,79 - 10,53

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Tabela 8: Lista dos taxa da macrofauna associada a Salvinia sp. nas margens de vegetação natural e plantação de Eucalyptus spp. nos períodos de chuvas e seca de 1997 (ind./m2). Vegetação natural Plantação de Eucalyptus Taxa Chuvas Seca Chuvas Seca Planaria 7 Oligochaeta 1918 273 798 315 Hidracarina 7 7 14 Aracnida (terrestrial) 7 7 Amphipoda Gamaridae 273 420 49 280 Ephemeroptera 42 56 364 7 Lepidoptera 7 Coleoptera 35 21 28 28 Odonata 329 42 406 42 Trichoptera Polycentropodidae 21 Polycentropus (larvae) 7 49 14 Heteroptera Belostomatidae Belostoma (ninphae) 14 63 7 Belostoma (adult) 7 Naucoridae 42 14 21 7 Notonectidae 21 42 21 Gerridae 7 7 14 Diptera 7 7 Ceratopogonidae 56 224 791 Culicidae 21 Stratiomyidae 14 7 28 Tipulidae 7 Pupae of Chironomidae 77 35 112 77 Chironomidae (larvae) Orthocladiinae Nanocladius 14 Orthocladius 7 Procladius 21 Tanypodinae Ablabesmyia 1645 1043 644 1120 Labrundinia 1057 203 392 343 Tanypus 14 98 Chironominae Asheum 7 Beardius 21 175 28 Cladopelma 609 Chironomus 21 735 Goeldichironomus 154 35 77 28 Harnishia 28 7 Parachironomus 14 21 Phaenopsectra 7 42 Polypedilum 28 42 98 21 Xestochironomus 7 Nimbocera 7 154 7 Rheotanytarsus 21 14 Tanytarsini genera varia 112 147

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Limnética -

0100200300400500600700

Abla

Nano

Chir

Goel

Tany

Ind./m

Limnética -

0200400600800

10001200140016001800

Abla

Chir

Para

Poly

Ind./m

Natural -

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

Abla

Labr

Lars

Chir

Clad

Fiss

Goel

Para

Poly

Ind./m

Natural -

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

Abla

Nano

Proc

Chir

Clad

Goel

Para

Phae

Poly

Ind./m

Eucalyptus -

0200400600800

1000120014001600

Abla

Chir

Clad

Nimb

Ind./m

Eucalyptus -

0

50

100

150

200

250

Abla

Labr

Chir

Tany

Ind./m

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