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Ministério de Minas e Energia ESTUDOS PARA A LICITAÇÃO DA EXPANSÃO DA TRANSMISSÃO Análise Preliminar Técnico- Econômica das Alternativas Relatório R0 Estudo de Conexão das Centrais Geradoras Eólicas Vencedoras no LER 2009 nos Estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia

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Ministério de

Minas e Energia

ESTUDOS PARA A LICITAÇÃO DA EXPANSÃO DA TRANSMISSÃO

Análise Preliminar Técnico-Econômica das Alternativas

Relatório R0

Estudo de Conexão das Centrais Geradoras Eólicas Vencedoras no

LER 2009 nos Estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia

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GOVERNO FEDERAL MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA MME/SPE Ministério de Minas e Energia Ministro Edison Lobão

Secretário Executivo Márcio Pereira Zimmermann Secretário Adjunto de Planejamento e Desenvolvi-mento Energético Paulo Altaur da Costa Diretor do Departamento de Planejamento Energético Pedro Alves de Melo

ESTUDOS PARA A LICI-TAÇÃO DA EXPANSÃO

DA TRANSMISSÃO

Análise Preliminar Técnico-Econômica das Alternativas

Relatório R0

Estudo de Conexão das Centrais Geradoras

Eólicas Vencedoras no LER 2009 nos Estados do Ceará e Rio Grande

do Norte

.

Empresa pública, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, instituí-da nos termos da Lei n° 10.847, de 15 de março de 2004, a EPE tem por finalidade prestar serviços na área de estudos e pesquisas desti-nadas a subsidiar o planejamento do setor energético, tais como energia elétrica, petróleo e gás natural e seus derivados, carvão mineral, fontes energéticas renováveis e eficiência energética, dentre outras.

Presidente Mauricio Tiomno Tolmasquim

Diretor de Estudos Econômicos e Energéticos Amilcar Guerreiro

Diretor de Estudos de Energia Elétrica José Carlos de Miranda Farias

Diretor de Estudos de Petróleo, Gás e Biocombustível Elson Ronaldo Nunes Diretor de Gestão Corporativa Ibanês César Cássel

Coordenação Geral

Mauricio Tiomno Tolmasquim Amilcar Guerreiro

José Carlos de Miranda Farias

Coordenação Executiva Paulo Cesar Vaz Esmeraldo Ricardo Cavalcanti Furtado

Equipe Técnica

Andre Luiz Firmino Gonzaga Carolina Moreira Borges

Daniela Souza Flavia Pompeu Serran

Jurema Ludwig Marcelo Pires

Marcos Vinicius Amaral Roberto Rocha

Robson de Oliveira Matos Vanessa Stephan Lopes

URL: http://www.epe.gov.br

Sede

SAN – Quadra 1 – Bloco “B” – 1º andar 70051-903 - Brasília – DF

Escritório Central Av. Rio Branco, 01 – 11º Andar 20090-003 - Rio de Janeiro – RJ

No EPE-DEE-RE-009/2010-r0

Data: 11 de fevereiro de 2010

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PARTICIPANTES EMPRESAS

Andre Luiz Firmino Gonzaga EPE-STE

Carolina Moreira Borges EPE-STE

Marcelo Lourenco Pires EPE-STE

Marcos Vinícius Farinha EPE-STE

Vanessa Stephan Lopes EPE-STE

Robson de Oliveira Matos EPE-SMA

Marcos Vinicius Amaral EPE-SMA

COORDENAÇÃO

Daniela Florêncio de Souza EPE-STE

Roberto Rocha EPE-STE

Jurema Ludwig EPE-STE

Flavia Pompeu Serran EPE-SMA

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IDENTIFICAÇÃO DO DOCUMENTO E REVISÕES

Contrato/Aditivo Data de assinatura do contrato/Aditivo

Área de Estudo

ESTUDOS PARA LICITAÇÃO DA EXPANSÃO DA TRANSMISSÃO

Estudo

Estudo de Conexão das Centrais Geradoras Eólicas Vencedo-

ras no LER 2009 nos Estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia

Macro-atividade

Ref. Interna (se aplicável)

Revisões Data de emissão Descrição sucinta

r0 03.12.2010 Emissão original

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 7

2. OBJETIVO .................................................................................................. 7

3. PREMISSAS, CRITÉRIOS E DADOS UTILIZADOS ....................................... 8

3.1 Horizonte do Estudo .............................................................................. 8

3.2 Geração ................................................................................................. 8

3.3 Coletoras ............................................................................................. 10

3.4 Coletoras do Ceará .............................................................................. 11

3.5 Coletoras do Rio Grande do Norte ....................................................... 17

3.6 Coletora da Bahia ................................................................................ 24

4. ESCOLHA PRELIMINAR DAS LINHAS DE TRANSMISSÃO ASSOCIADAS ÀS COLETORAS ....................................................................................................... 28

4.1 LT 230 kV Sobral III – Acaraú II ......................................................... 29

4.2 LT 230 kV Massapê - Amontada ......................................................... 29

4.3 LT 230 kV Pecém II – Trairi ................................................................. 29

4.1 LT 230 kV Açu II – Galinhos ............................................................... 30

4.2 LT 230kV Extremoz - João Câmara ..................................................... 30

4.3 LT 230 kV Bom Jesus da Lapa II– Igaporã ......................................... 30

5. ESTABILIDADE DE TENSÃO ..................................................................... 31

5.1 Coletoras Acaraú II ............................................................................. 33

5.2 Coletoras Amontada ............................................................................ 33

5.3 Coletoras Trairi .................................................................................... 34

5.4 Coletoras Galinhos............................................................................... 37

5.5 Coletoras João Câmara ........................................................................ 39

5.6 Coletoras Igaporã ................................................................................ 41

6. ANÁLISE DE CURTO-CIRCUITO ............................................................... 44

7. ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL PRELIMINAR ............................................. 45

7.1 Introdução ........................................................................................... 45

7.2 Subestações Coletoras ........................................................................ 45

7.3 Caracterização Socioambiental ........................................................... 46

7.4 Análise Socioambiental das Coletoras ................................................. 48 7.4.1 SE Coletora Trairí (CE) 48 7.4.2 SE Coletora Galinhos (RN) 51 7.4.3 SE Coletora João Câmara (RN) 52 7.4.4 Coletora Igaporã (BA) 55

7.5 Conclusões e Recomendações das Análises Socioambientais .............. 58

8. CONCLUSÕES .......................................................................................... 62

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9. REFERÊNCIAS ......................................................................................... 65

ANEXO 1 – Dados das Instalações Existentes do PROINFA ............................... 65

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1. INTRODUÇÃO

O primeiro leilão de comercialização de energia eólica, realizado em 14/12/2009, com a contratação de 1.805 MW viabilizará a construção de 71 em-preendimentos em cinco estados das regiões Nordeste e Sul.

Estes empreendimentos assinarão contratos de compra e venda de energia com 20 anos de duração, válidos a partir de 1° de julho de 2012.

A maioria dos projetos se concentrou na região Nordeste, com destaque pa-ra Rio Grande do Norte e Ceará com 22 parques e Bahia com 18 parques, con-forme destacado na tabela abaixo.

Tabela 1 Resultado do Leilão de Energia Reserva (Eólica) – LER 2009

Estado Projetos Potência (MW)

Quantidade % Quantidade %

BA 18 25% 390,00 22%

CE 22 31% 572,70 32%

RN 22 31% 628,20 35%

RS 8 11% 186,00 10%

SE 1 1% 30,00 2%

Total 71 100% 1806,90 100%

Como estes empreendimentos estão localizados em regiões com pouca ou nenhuma capacidade de redes de transmissão e de subtransmissão é fundamen-tal a viabilização de Instalações de Transmissão de Interesse Exclusivo de Cen-trais de Geração para Conexão Compartilhada – ICG como objetivo de incentivo à inserção da energia eólica visando os benefícios ambientais, operacionais e so-cioeconômicos destes projetos.

2. OBJETIVO

O objetivo deste estudo é avaliar a oferta de energia a partir das usinas eóli-cas, vencedoras do leilão LER-2009, com a implantação de novas ICGs visando a sua integração ao sistema interligado.

Esta perspectiva resulta na necessidade de se avaliar o sistema de trans-missão existente e na definição de reforços na expansão deste sistema, permitin-do não só o escoamento da expansão da oferta, mas também possibilitando a operação dentro dos critérios definidos para o planejamento da transmissão.

O resultado deste estudo servirá de base para a ANEEL estabelecer a reali-zação da Chamada Pública, com o aporte de garantias financeiras, com vistas a apurar compromissos firmes dos empreendedores de geração interessados em

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participar de uma ICG. Além disso, servirá de subsídio para a adequação das ICGs, com base nos resultados da Chamada Pública e, consequentemente, para as análises de avaliação e definição de reforços ao sistema existente caso sejam necessários.

3. PREMISSAS, CRITÉRIOS E DADOS UTILIZADOS

As análises, de um modo geral, seguiram os critérios e procedimentos de planejamento consolidados nas referências [1] e [3].

3.1 Horizonte do Estudo

O estudo foi realizado considerando as projeções de demandas a serem consideradas adotadas no Plano Decenal - PDE, ciclo 2009-2018.

3.2 Geração

As usinas vencedoras do LER-2009, a serem consideradas no estudo, estão apresentadas na tabela abaixo.

Tabela 2 Dados dos empreendimentos ganhadores do LER 2009 - Estado Ceará

Município Usina Empreendedor

CGE Lagoa Seca - 19,5 MW Central Eolica Lagoa Seca S.A. 19.5

CGE Vento Do Oeste - 19,5 MW Central Eolica Vento do Oeste S.A. 19.5

CGE Araras - 30 MW Central Eolica Araras S.A. 30

CGE Coqueiros - 27 MW Central Eolica Coqueiros S.A. 27

CGE Garças - 30 MW Central Eolica Garças S.A. 30

CGE Cajucoco - 30 MW Central Eolica Cajucoco S.A. 30

CGE Buriti - 30 MW Central Eolica Buriti S.A. 30

CGE Icaraí I - 27,3 MW Central Eólica Icaraí I 27.3

CGE Icaraí II Ltda - 37,8 MW Central Eólica Icaraí II Ltda 37.8

CGE Icaraí - 14,4 Martifer Renovaveis 14.4

Paracuru CGE Dunas de Paracuru - 42 MW Ventos Brasil Comercio e representação Ltda 42

CGE Taíba Andorinha Ltda - 14,7 MW Central Eólica Taíba Andorinha Ltda 14.7

CGE Colônia Ltda - 18,9 MW Central Eólica Colônia Ltda 18.9

CGE Taíba Águia - 23,1 MW Central Eólica Taíba Águia Ltda 23.1

CGE Embuaca - 25,2 MW Eolica Embuaca Ltda 25.2

CGE Faisa I - 25,2 MW Eolica Faisa Ltda 25.2

CGE Faisa II - 25,2 MW Eolica Faisa Ltda 25.2

CGE Faisa III - 25,2 MW Eolica Faisa Ltda 25.2

CGE Faisa IV - 25,2 MW Eolica Faisa Ltda 25.2

CGE Faisa V - 27,3 MW Eolica Faisa Ltda 27.3

CGE Santa Clara II Ltda. - 30 MW Ventos Tecnologia Eletrica Ltda. 30

Aracati CGE Quixaba - 25,2 MW Usina Geradora Delta/Eólica Ltda. 25.2

572.7

São Gonçalo do

Amarante

Trairi

Total

Amontada

EmpreendimentoPotência MW

Acaraú

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Tabela 3 Dados dos empreendimentos ganhadores do LER 2009. Estado Ceará.

Tabela 4 Dados dos empreendimentos ganhadores do LER 2009. Estado Bahia.

Serão consideradas, adicionalmente, as usinas, contratadas no PROINFA, localizadas nos estados do Ceará e que estão conectadas na rede básica que per-fazem um montante de cerca de 368,5 MW.

Município Usina Empreendedor

CGE Areia Branca - 27,3 MW Eolica Bela Vista Ltda 27.3

CGE Mar E Terra - 23,1 MW Eolica Mar E Terra Ltda 23.1

CGE Aratuá 1 - 14,4 MW Aratua Central Geradora Eólica S/A 14.4

CGE Miassaba 3 - 50,4 MW Miassaba Geradora Eólica S/A 50.4

CGE De Mangue Seco 1 - 25,2 MW Petróleo Brasileiro S.A. 25.2

CGE De Mangue Seco 2 - 25,2 MW Petróleo Brasileiro S.A. 25.2

CGE De Mangue Seco 3 - 25,2 MW Petróleo Brasileiro S.A. 25.2

CGE De Mangue Seco 5 - 25,2 MW Petróleo Brasileiro S.A. 25.2

CGE Rei Dos Ventos 1 - 48,6 MW Eolo Energy S/A 48.6

CGE Rei dos Ventos 3 - 48,6 MW Eolo Energy S/A 48.6

CGE Morro Dos Ventos I S.A. - 28,8 MW Dobreve Empreendimentos E Participações Ltda. 28.8

CGE Morro Dos Ventos III S.A. - 28,8 MW Dobreve Empreendimentos E Participações Ltda. 28.8

CGE Morro Dos Ventos IV S.A. - 28,8 MW Dobreve Empreendimentos E Participações Ltda. 28.8

CGE Morro Dos Ventos VI S.A. - 28,8 MW Dobreve Empreendimentos E Participações Ltda. 28.8

CGE Cabeço Preto - 19,8 MW Gestamp Eólica Brasil Sa 19.8

CGE Eurus VI - 7,2 MW Eurus VI Energias Renováveis Ltda 7.2

CGE Morro Dos Ventos IX S.A - 28,8 MW Dobreve Empreendimentos e Participações Ltda. 28.8

CGE Santa Clara I - 28,8 MW Santa Clara I Energias Renováveis Ltda 28.8

CGE Santa Clara III - 28,8 MW Santa Clara III Energias Renováveis Ltda 28.8

CGE Santa Clara IV - 28,8 MW Santa Clara IV Energias Renováveis Ltda 28.8

CGE Santa Clara V - 28,8 MW Santa Clara V Energias Renováveis Ltda 28.8

CGE Santa Clara VI - 28,8 MW Santa Clara VI Energias Renováveis Ltda 28.8

628.2Total

Galinhos

EmpreendimentoPotência MW

Areia Branca

Guamaré

João câmara

Parazinho

Município Usina Empreendedor

CGE IGAPORA - 30MW RENOVA ENERGIA SA 30

CGE ILHEUS - 10,5MW RENOVA ENERGIA SA 10.5

CGE NOSSA SENHORA CONCEIÇÃO - 24MW RENOVA ENERGIA SA 24

CGE PORTO SEGURO - 6MW RENOVA ENERGIA SA 6

CGE PAJEU DO VENTO - 24MW RENOVA ENERGIA SA 24

CGE PLANALTINA - 25,5MW RENOVA ENERGIA SA 25.5

CGE SERRA DO SALTO - 15MW RENOVA ENERGIA SA 15

CGE GUANAMBI - 16,5MW RENOVA ENERGIA SA 16.5

CGE CANDIBA - 9MW RENOVA ENERGIA SA 9

CGE PINDAI - 22,5MW RENOVA ENERGIA SA 22.5

CGE GUIRAPÁ - 27MW RENOVA ENERGIA SA 27

CGE LICINIO DE ALMEIDA - 22,5MW RENOVA ENERGIA SA 22.5

CGE ALVORADA - 7,5MW RENOVA ENERGIA SA 7.5

CGE RIO VERDE - 30MW RENOVA ENERGIA SA 30

Sobradinho CGE PEDRA DO REINO - 30MW CONS PEDRA DO REINO 30

CGE MACAÚBAS - 30MW DESENVIX SA 30

CGE NOVO HORIZONTE - 30MW DESENVIX SA 30

CGE SEABRA - 30MW DESENVIX SA 30

390Total

Brotas de Macaúbas

EmpreendimentoPotência MW

Igaporã

Caetité

Guanambi

Caetité

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Tabela 5 Potência instalada das EOL existentes e previstas para entrada em 2012 (PROINFA).

EOL PROINFA P (MW) SE Conexão

(230 kV)

Icaraizinho 54,6 Sobral III

Praia Formosa 104,6 Sobral III

Volta Rio 42 Sobral III

P. Morgado 28,8 Sobral III

Enacel 31,5 Russas

Canoa Quebrada 57 Russas

Bons Ventos 50 Russas

3.3 Coletoras

A Resolução Normativa nº 320/2008, que definiu os critérios para classifica-ção das ICGs para o acesso à Rede Básica do Sistema Interligado Nacional, esta-belece no Art. 2° o abaixo transcrito:

“ Da Classificação de Instalação de Transmissão Como ICG

Art. 2° São classificadas como ICGs as instalações de transmissão, não integran-

tes da Rede Básica, destinadas ao acesso de centrais de geração em caráter compartilhado

à Rede Básica, definidas por chamada pública a ser realizada pela ANEEL e licitadas em

conjunto com as instalações de Rede Básica para duas ou mais centrais de geração.

§1° São consideradas ICGs os barramentos, linhas de transmissão, transforma-

dores de potência, inclusive aqueles com lado de alta tensão em nível de Rede Básica e

lado de baixa tensão com nível inferior a 230 kV e suas conexões, bem como equipamentos

de subestação não classificados como instalações de Rede Básica, outorgados na forma do

caput. “

Com base neste artigo, o montante de duas ou mais usinas que venham a acessar uma ICG deverá ser compatível com instalações de 230kV, menor nível de tensão atribuída a Rede Básica e, assumindo como referência, um montante de geração igual ou maior a 80 MW de potência instalada, como sendo necessário para expansão da rede básica das coletoras propostas

Com base no relatório [1] e nos critérios apresentados no item anterior, estão sendo propostas três coletoras para o estado do Ceará, duas para o estado do Rio Grande do Norte e uma no estado da Bahia, como apresentado a seguir.

As demais usinas, por opção ou por critério, deverão se conectar na rede bá-sica existente ou na distribuição.

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3.4 Coletoras do Ceará

Conexão em Sobral III

As usinas vencedoras do LER-2009, nesta região, poderão se utilizar da re-de de uso exclusivo das usinas eólicas do PROINFA, a LT 230kV Massapê-Icaraizinho da usina Icaraizinho e a LT 230kV Sobral III-Acaraú II das usinas Praia do Morgado e Volta do Rio, prevista para 2010.

Figura 1 Sistema de transmissão das usinas do PROINFA que se conectam na SE 230 kV Sobral III.

Porém, em função dos novos montantes de energia eólica, estas LTs deve-rão ser duplicadas com a implantação de uma nova LT em 230 kV entre as SEs Sobral III e Massapê.

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Figura 2 Localização das EOL do LER 2009 em relação às instalações existentes e previstas do PROINFA, que se conectam na SE 230 kV Sobral III.

295 MW – LER 2009

1

2

8

Conexão em Sobral III

Sobral III

Icaraizinho

Acaraú

Massapê

272,3 MW - Existente

12 km

42 MW

28,8 MW

159,3 MW

42,5 MW

5 km

109,5 MW

39 MW

147 MW

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Figura 3 Esquema de conexão da coletora Acaraú 2 e Amontada – Ceará.

Tabela 6 Plano de Obras em Subestação – Coletora Acaraú 2

Subestação Equipamento Tensão

Acaraú 2

2 TRs 3 230/69 kV de 100 MVA, com LTC 230/69 kV

1 EL 230 kV 230 kV

2 CT 230 kV 230 kV

2 CT 69 kV 69 kV

Sobral III 1 EL 230 kV 230 kV

Tabela 7 Plano de Obras de Linha de Transmissão – Coletora Acaraú 2

Origem Destino Tensão Configuração Distância

Acaraú Sobral III 230 kV CS - 1 x 794 MCM 94 km

Coletora Amontada

186 MW

Sobral III

ICG: 1 x 100 MVA 230/69 kV

Coletora Acaraú 2

Usina MW

1 Lagoa Seca (Cruz) 19.5

2 Vento do Oeste (Cruz) 19.5

3 Garças 30

4 Araras 30

5 Coqueiros 27

6 Cajucoco 30

7 Buriti 30

Coletora Acaraú 2

1

2

Massapê

3

67

4

5

11121079,5 MWICG: 2 x100 MVA 230/69 kV

Coletora Amontada

Usina MW

10 UEE Icaraí 14.4

11 Central Eólica Icaraí II 37.8

12 Central Eólica Icaraí I 27.3

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Tabela 8 Plano de Obras em Subestação – Coletora Amontada

Subestação Equipamento Tensão

Amontada

1 TR 3 230/69 kV de 100 MVA com LTC 230/69 kV

1 EL 230 kV 230 kV

1 CT 230 kV 230 kV

1 CT 69 kV 69 kV

Sobral III 1 EL 230 kV 230 kV

Tabela 9 Plano de Obras de Linha de Transmissão – Coletora Amontada

Origem Destino Tensão Configuração Distância

Amontada Sobral III 230 kV CS - 1 x 740,8 MCM 123 km

Conexão em Pecém II

Em função das distâncias entre as usinas vencedoras do leilão e os mon-tantes agora verificados na região, não há justificativa para duas coletoras, con-forme previsto em [1]. Sendo assim, com o objetivo de otimizar custos apenas a Coletora Trairi foi viabilizada com 61km de distância da SE licitada, leilão N° 005/2009-ANEEL, Pecém II.

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Figura 4 Localização das EOL do LER 2009 em relação a SE 230 kV Pecém II.

Figura 5 Esquema de conexão da coletora Trairi – Ceará

Pecém II

ColetoraTrairi

282 MW

183 MW

59 MW

40 MW

Coletora Trairi

183,3 MW

7

2 3

45

6

Pecém

ICG: 2 x 150 MVA 230/69 kV

1

Coletora Trairi

Usina MW

1 Embuaca 25.2

2 Faisa I 25.2

3 Faisa II 25.2

4 Faisa III 25.2

5 Faisa IV 25.2

6 Faisa V 27.3

7 Santa Clara II 30

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A Figura 6 apresenta o desempenho do sistema proposto analisando os transformadores com e sem regulação de tensão sobre carga (Load Tap Changer - LTC) de modo a reduzir variações de tensão em regime permanente. Nesta aná-lise foi considerada uma situação adversa, com tensões elevadas na rede coleto-ra, despacho reduzido dos geradores (cerca de 50%) e fator de potência 0,95 ca-pacitivo. Nesta situação, sob o ponto de vista de sobretensões, haveria dificuldade de controlar a tensão no sistema de 69 kV da ICG, sem a presença do LTC, com tensão de cerca 1,03 pu na SE Pecém II.

(a)

(b)

Figura 6 Despacho reduzido das EOL. (a) sem LTC e (b) com LTC.

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Tabela 10 Plano de Obras em Subestação – Coletora Trairi

Subestação Equipamento Tensão

Trairi

Módulo Geral – BD – Médio 230 kV

1 IB 230 kV 230 kV

2 TRs 3 230/69 kV de 150 MVA, com LTC 230/69 kV

1 EL 230 kV 230 kV

2 CT 230 kV 230 kV

2 CT 69 kV 69 kV

Pecém 1 EL 230 kV 230 kV

Tabela 11 Plano de Obras de Linha de Transmissão – Coletora Trairi

Origem Destino Tensão Configuração Distância

Pecém Trairi 230 kV CS - 2 x 954 MCM 61 km

3.5 Coletoras do Rio Grande do Norte

Conexão em Açu II

Da mesma forma, em função das distâncias entre as usinas vencedoras do leilão e os montantes agora verificados na região, não há justificativa para duas coletoras, conforme previsto em [1]. Sendo assim, com o objetivo de otimizar custos apenas a Coletora Galinhos foi viabilizada a cerca de 75 km da SE Açu II existente.

Figura 7 Localização das EOL do LER 2009 em relação a SE 230 kV Açu II.

Relatório Análise de Integração das Centrais Geradoras Eólicas - LER 2009

165,6 MW97,2 MW

262,8 MW

165,6 MW

97,2 MW

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Figura 8 Esquema de conexão da coletora Galinhos– Rio Grande do Norte

Coletora Galinhos

262,8 MW

Açu II

Coletora Galinhos

Usina MW

1 Miassaba 3 50.4

2 Aratuá 1 14.4

3 Mangue Seco 3 25.2

4 Mangue Seco 2 25.2

5 Mangue Seco 1 25.2

6 Mangue Seco 5 25.2

7 Rei dos Ventos 1 48.6

8 Rei dos Ventos 3 48.6

ICG: 2 x 150 MVA 230/69 kV

1

2

3

4

56

7

8

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A Figura 9 apresenta o desempenho do sistema proposto analisando os transformadores com e sem regulação de tensão sobre carga (Load Tap Changer - LTC) de modo a reduzir variações de tensão em regime permanente. Nesta aná-lise foi considerada uma situação adversa, com tensões elevadas na rede coleto-ra, despacho reduzido dos geradores (cerca de 60%) e fator de potência 0,95 ca-pacitivo. Nesta situação, sob o ponto de vista de sobretensões, haveria dificuldade de controlar a tensão no sistema de 69 kV da ICG, sem a presença do LTC, com tensão de cerca 1,04 pu na SE Açu.

(a) (b)

Figura 9 - Despacho reduzido das EOL. (a) sem LTC e (b) com LTC

Tabela 12 Plano de Obras em Subestação – Coletora Galinhos

Subestação Equipamento Tensão

Galinhos

Módulo Geral – BD – Médio 230 kV

1 IB 230 kV 230 kV

2 TRs 3 230/69 kV de 150 MVA, com LTC 230/69 kV

1 EL 230 kV 230 kV

2 CT 230 kV 230 kV

2 CT 69 kV 69 kV

Açu 1 EL 230 kV 230 kV

Tabela 13 Plano de Obras de Linha de Transmissão – Coletora Galinhos

Origem Destino Tensão Configuração Distância

Galinhos Açu 230 kV CS - 2 x 795 MCM 75 km

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Cabe ressaltar que a rede de distribuição local é em 69 kV, como pode ser observado na figura a seguir. Pode-se visualizar, também, a existência de uma rede em 138 kV de atendimento exclusivo ao consumidor Polo. Neste caso, o nível de tensão mais adequado para a ICG é em 69 kV, já que propiciará um novo pon-to de atendimento aos consumidores da rede local.

Figura 10 Malha de distribuição da região de Açu II.

Conexão em Extremoz

O atendimento a Região Metropolitana de Natal - RMN é feito através da transformação existente na subestação Natal II (4 x 100 MVA), atualmente no limi-te de sua capacidade e, provisoriamente, instalado um quinto transformador. Além, da nova subestação de Natal III, licitada no Leilão N° 001/2009-ANEEL, com duas unidades transformadoras de 150 MVA.

Dado que o crescimento da demanda na região metropolitana de Natal se apresenta de forma mais acentuada na região norte e há dificuldades operativas de transferência de cargas para a região sul, está em fase final um estudo com o objetivo de definir novo ponto de suprimento, localizado ao norte do litoral poti-guar.

Esse novo ponto de suprimento, SE Extremoz, que seccionaria a LT 230 kV Campina Grande-Natal ou a LT 230 kV Paraíso-Natal II, está localizado a 15 km do ponto de seccionamento em questão.

Sendo assim, a coletora proposta para a região de Natal, coletora João Câmara, se conectará no novo ponto de atendimento (SE 230 kV Extremoz), ao invés da SE Natal II, como previsto anteriormente em [1].

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Do mesmo modo, a rede de distribuição local é em 69 kV o que justifica o mesmo nível de tensão para as ICGs propiciando a expansão da região.

Figura 11 Vista da SE Extremoz II apresentando o seccionamento da LT 230 kV Campina Grande – Natal III ou da LT Paraíso-Natal II.

15 km

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Figura 12 Localização da Coletora João Câmara e a malha de distribuição da região de Natal.

Coletora João Câmara

Usina MW

1 Eurus VI 7,2

2 Santa Clara 6 28.8

3 Santa Clara 4 28.8

4 Santa Clara 1 28.8

5 Santa Clara 3 28.8

6 Santa Clara 5 28.8

7 Morro dos Ventos IX 28.8

8 Morro dos Ventos VI 28.8

9 Cabeço Preto 19.8

10 Morro dos Ventos IV 28.8

11 Morro dos Ventos III 28.8

12 Morro dos Ventos I 28.8

ICG: 3 x 150 MVA 230/69kV

315 MW

1

2 3

4

5

6

7

8

9

10 11

12

Extremoz

Natal III

Campina Grande

Coletora João Câmara

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Figura 13 Esquema de conexão da coletora João Câmara – Rio Grande do Norte.

A Figura 14 apresenta o desempenho do sistema proposto analisando os transformadores com e sem regulação de tensão sobre carga (Load Tap Chan-ger - LTC) de modo a reduzir variações de tensão em regime permanente. Nesta análise foi considerada uma situação adversa, com tensões elevadas na rede co-letora, despacho reduzido dos geradores (cerca de 50%) e fator de potência 0,95 capacitivo. Nesta situação, sob o ponto de vista de sobretensões, haveria dificul-dade de controlar a tensão no sistema de 69 kV da ICG, sem a presença do LTC, com tensão de cerca 1,025 pu na SE Extremoz.

(a)

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(b)

Figura 14 - Despacho reduzido das EOL. (a) sem LTC e (b) com LTC.

Tabela 14 Plano de Obras em Subestação – Coletora João Câmara

Subestação Equipamento Tensão

João Câmara

Módulo Geral – BD – Médio 230 kV

1 IB 230 kV 230 kV

3 TRs 3 230/69 kV de 150 MVA, com LTC 230/69 kV

1 EL 230 kV 230 kV

3 CT 230 kV 230 kV

3 CT 69 kV 69 kV

Extremoz 1 EL 230 kV 230 kV

Tabela 15 Plano de Obras de Linha de Transmissão – Coletora João Câmara

Origem Destino Tensão Configuração Distância

João Câmara Extremoz 230 kV CS - 2 x 954 MCM 67 km

3.6 Coletora da Bahia

Em função das distâncias entre as usinas vencedoras do leilão e os mon-tantes agora verificados na região, não há justificativa para duas coletoras, con-forme previsto em [1]. Sendo assim, com o objetivo de otimizar custos apenas a

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Coletora Igaporã foi viabilizada com 120 km de distância da SE existente Bom Je-sus da Lapa II.

Do mesmo modo, a rede de distribuição local é em 69 kV o que justifica o mesmo nível de tensão para as ICGs propiciando a expansão da região.

Figura 15 Localização das EOL do LER 2009 em relação a SE 230 kV Bom Jesus da Lapa II.

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Figura 16 Esquema de conexão da coletora Igaporã – Bahia

A Figura 17Tabela 9 apresenta o desempenho do sistema proposto anali-sando os transformadores com e sem regulação de tensão sobre carga (Load Tap Changer - LTC) de modo a reduzir variações de tensão em regime permanente. Nesta análise foi considerada uma situação adversa, com tensões elevadas na rede coletora, despacho reduzido dos geradores (cerca de 40%) e fator de potên-cia 0,95 capacitivo. Nesta situação, sob o ponto de vista de sobretensões, haveria dificuldade de controlar a tensão no sistema de 69 kV da ICG, sem a presença do LTC, com tensão de cerca 1,01 pu na SE Bom Jesus da Lapa II.

Coletora Igaporã

Bom Jesus da Lapa II

Coletora Igaporã

Usina MW

1 Igaporã 30

2 Porto Seguro 6

3 Ilhéus 10,5

4 Nossa Senhora da Conceição 24

5 Planaltina 25,5

6 Pajeu do Vento 24

7 Guirapá 27

8 Rio Verde 30

9 Alvorada 7,5

10 Guanambi 16,5

11 Pindaí 22,5

12 Licínio de Almeida 22,5

13 Candiba 9

14 Serra do Salto 15

1 2

3

4

5

6

78

910

11

121314

270 MW

ICG: 2 x 150 MVA 230/69kV

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(a)

(b)

Figura 17 - Despacho reduzido das EOL. (a) sem LTC e (b) com LTC.

Tabela 16 Plano de Obras em Subestação – Coletora Igaporã

Subestação Equipamento Tensão

Igaporã

Módulo Geral – BD – Médio 230 kV

1 IB 230 kV 230 kV

2 TRs 3 230/69 kV de 150 MVA, com LTC 230/69 kV

1 EL 230 kV 230 kV

2 CT 230 kV 230 kV

2 CT 69 kV 69 kV

Bom Jesus da Lapa

1 EL 230 kV 230 kV

Tabela 17 Plano de Obras de Linha de Transmissão – Coletora Igaporã

Origem Destino Tensão Configuração Distância

Igaporã Bom Jesus da Lapa 230 kV CS - 2 x 795 MCM 120 km

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4. ESCOLHA PRELIMINAR DAS LINHAS DE TRANSMIS-SÃO ASSOCIADAS ÀS COLETORAS

Para a escolha preliminar das linhas de Transmissão associadas às Coleto-ras, foram considerados alguns critérios à semelhança dos estudos de condutor econômico conforme descrito abaixo:

1- Foi considerado o fator de capacidade das usinas eólicas como sendo de 0,35. Contudo, informações cadastradas pelos empreendedores e análises energéticas consideraram o fator de capacidade das usinas eó-licas conforme Tabela 18. Essas informações serão consideradas nas avaliações mais detalhadas.

Tabela 18 Dados informados pelos empreendedores por coletora

Coletoras Potência Total

(MW) Energia (MW/h)

Fator de Capacidade

Coletora Galinhos 262,8 1.077.380,0 0,47

Coletora Acaraú 2 186,0 671.019,9 0,41

Coletora Amontada 79,5 340.553,0 0,49

Coletora João Câmara 315,0 1.240.405,0 0,45

Coletora Trairi 183,3 578.369,0 0,36

Coletora Igaporã 270,0 1.179.181,1 0,50

2- Base de custos da ELETROBRÁS de jun/2004 [4].

3- Ano de referência: 2012

4- Custo marginal de expansão da geração de 138,00 R$/MWh,

5- Taxa de atualização de 11% a.a

6- Tempo de vida útil das instalações de 30 anos.

7- Percentual entre os montantes vencedores do LER 2009 e aqueles que tiveram aporte de garantia para a incorporação de uma visão de longo prazo.

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Tabela 19 Montante previsto nas coletoras

Coletora Vencedoras

(MW) Com Aporte

(MW)

Estado: Ceará

Acaraú 2 186,0 215,36

Amontada 79,5 140,40

Trairi 183,0 634,30

Estado: Rio Grande do Norte

Galinhos 262,8 560,7

João Câmara 317,0 1.033,2

Estado: Bahia

Igaporã 270,0 300,0

4.1 LT 230 kV Sobral III – Acaraú II

O condutor utilizado para a LT associada à coletora Acaraú II será o mesmo da linha existente do PROINFA, ANEXO 1 – Dados das Instalações Existentes do PRO-

INFA, já que a mesma será duplicada para atender o montante vencedor do leilão nesta região.

4.2 LT 230 kV Massapê - Amontada

O condutor utilizado para a LT associada à coletora Amontada será o mes-mo da linha existente do PROINFA, ANEXO 1 – Dados das Instalações Existentes do

PROINFA, já que a mesma será duplicada para atender o montante vencedor do leilão nesta região.

4.3 LT 230 kV Pecém II – Trairi

Com o montante de usinas vencedoras no LER 2009, a escolha do condu-tor da LT associada à Coletora Trairi é a configuração de 1 x 954 MCM. Porém, de acordo com o critério que incorpora uma visão de longo prazo, ao considerarmos 50% das usinas que tiveram aporte de garantia, a alternativa mais econômica é a configuração de 2 x 954 MCM.

Tabela 20 Escolha preliminar do condutor das LT associada à ICG

Vencedoras (183,3 MW)

50% Aportaram (317,5 MW)

Cabo (MCM)

(VPL Ex-pansão)

% Glo-bal

SIL (MW)

Cabo (MCM)

(VPL Expansão)

% Glo-bal

SIL (MW)

1x1113 12389.65 100.10% 140.29

2x1113 16552.23 102.25% 148.87

1x954 12376.83 100.00% 138.59

2x954 16221.17 100.20% 334.21

1x900 12402.42 100.21% 137.94

2x900 16289.01 100.62% 229.64

1x795 12415.42 100.31% 137.82

2x795 16188.36 100.00% 230.62

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4.1 LT 230 kV Açu II – Galinhos

Com o montante de usinas vencedoras no LER 2009, a escolha do condutor da LT associada à Coletora Galinhos é a configuração de 2x 795 MCM. Porém, de acordo com o critério que incorpora uma visão de longo prazo, foi realizada uma sensibilidade 50% das usinas que tiveram aporte de garantia. Em ambas as situa-ções, a configuração mais adequada foi a de 2 x 795 MCM.

Tabela 21 Escolha preliminar do condutor das LT associada à ICG

4.2 LT 230kV Extremoz - João Câmara

Com o montante de usinas vencedoras no LER 2009, a escolha do condu-tor da LT associada à Coletora João Câmara é a configuração de 2x 954 MCM. Observando-se o critério que incorpora uma visão de longo prazo, foi realizada uma sensibilidade com 40% das usinas que tiveram aporte de garantia. Nas duas situações, a configuração mais adequada foi a de 2 x 954 MCM.

Tabela 22 Escolha preliminar do condutor da LT associadas às ICGs

4.3 LT 230 kV Bom Jesus da Lapa II– Igaporã

Com o montante de usinas vencedoras no LER 2009, a escolha do condu-tor da LT associada à Coletora Igaporã é a configuração de 2x 795 MCM. Neste caso, como a diferença entre o montante vencedor do leilão e o montante que tive-ram aporte de garantia é de apenas 30 MW não houve necessidade de realizar uma sensibilidade conforme os casos anteriores.

Tabela 23 Escolha preliminar do condutor da LT associadas à ICG

Vencedoras (270 MW)

Cabo (MCM)

(VPL Expansão) % Global SIL (MW)

2x954 29512,06 102,64% 223,89

2x900 29261,96 101,77% 223,84

2x795 28753,37 100,00% 223,93

2x666 29258,95 101,76% 223,70

2x636 29506,94 102,62% 192,74

Cabo

(MCM)

VPL

Expansão% Global SIL (MW)

Cabo

(MCM)

VPL

Expansão% Global SIL (MW)

2x900 18526.86 101.62% 225.48 2x954 19092.92 101.37% 226.87

2x795 18231.09 100.00% 223.93 2x795 18835.10 100.00% 223.93

1x1431 18495.09 101.45% 143.19 2x900 19079.66 101.30% 225.48

Vencedoras (262.8MW) 50% Aporte (280.35MW)

Cabo

(MCM)VPL Expansão % Global SIL (MW)

Cabo

(MCM)VPL Expansão % Global SIL (MW)

2x954 18719.96 100.00% 226.87 2x954 21469.38 100.00% 226.87

2x900 18846.00 100.67% 225.48 2x900 21823.32 101.65% 225.48

2x795 18794.44 100.40% 223.93 2x795 22047.59 102.69% 223.93

Vencedoras (336.6MW) 40% Aporte (413.2MW)

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5. ESTABILIDADE DE TENSÃO

O impacto da geração eólica é função das características da rede ao qual esta geração está conectada. O consumo de potência reativa é característica in-trínseca deste tipo de aerogerador. Em alguns casos específicos, sobretudo quando a potência de curto-circuito é baixa, poderão ocorrer níveis de tensão re-duzidos no ponto de conexão.

Sendo assim, foi realizada uma análise para avaliar a capacidade de trans-missão da expansão da rede básica proposta levando em conta os aspectos de estabilidade de tensão.

Tomando como base as informações disponibilizadas pelos empreendedo-res à época do LER 2009, o tipo de aerogerador mais utilizado é o gerador de in-dução (assíncrono) duplamente alimentado.

Tabela 24 Tipo de aerogeradores do LER 2009.

Tipo de Controle

Coletora Total

Acaraú 2 Amontada Trairí Galinhos João

Câmara Igaporã Unid. %

Geração de Indução Duplamente Alimentado

1

7 13 14 35 67%

Geração de Indução Direta (Pitch Variável)

2 7

9 17%

Gerador Sincrono 7 1

8 15%

Total geral 7 4 7 7 13 14 52

De modo a evitar degradação da qualidade da rede, os Procedimentos de Rede solicita requisitos para a conexão de eólicas como limites harmônicos e con-trole do fator de potência.

Contudo, devem também ser avaliadas as diversas capacidades dos limites de operação de potência ativa e reativa das turbinas eólicas, resultando na curva da Figura 18, que representa uma “curva de capabilidade”. As regiões ilustradas pelas retas em azul, cinza e ou vermelho podem ser alteradas de acordo com o tipo de gerador eólico a ser considerado.

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Figura 18 Possíveis limites de operação de potência ativa e reativa em turbinas eóli-cas.

A estabilidade de tensão é a capacidade de um sistema em manter as ten-

sões dentro de limites operacionais aceitáveis quando submetido a contingências ou aumento de carga. Um sistema elétrico operando muito carregado tem margem de manobra muito pequena, tornando-se muito sensível e vulnerável a perturba-ções.

Um sistema é considerado instável quando o aumento da demanda de car-ga e/ ou alterações nas condições de operação produzem uma progressiva e in-controlável queda de tensão, conduzindo o sistema ou parte deste a um perfil de tensões extremamente baixo. A estabilidade de tensão está relacionada à quanti-dade, localização e natureza das fontes de reativos disponíveis.

Um dos métodos utilizados para a determinação dos limites de carregamen-to em regime permanente relacionado com estabilidade de tensão é a determina-ção das curvas PxV.

Com o objetivo de verificar o impacto da inserção de geração eólica no limi-

te de estabilidade de tensão do sistema de transmissão foi considerado um cená-rio com a geração eólica operando como uma barra P-V, sem limite de reativo.

Para a elaboração da curva PxV foi feito um incremento uniforme de carga na barra de conexão da rede existente de acordo com seu fator de potência de tal modo que a barra de geração eólica absorve-se este acréscimo de carga. Porém, de modo a representar o consumo de reativo das turbinas eólicas na barra de co-nexão, foi realizado um incremento de potência reativa de mesma proporção do incremento de carga. Contudo, para atender às necessidades de potência reativa

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do gerador de indução, que poderia se dar através de instalação de banco de ca-pacitores fixo, na análise em questão, considerou-se, por simplicidade, um com-pensador estático fictício que forneceria todo o suporte de reativo necessário.

A seguir serão apresentadas as curvas de estabilidade para as coletoras propostas:

5.1 Coletoras Acaraú II

O limite de estabilidade de tensão da LT 230 kV SobrallI-Acaraú II pode ser verificado com o auxílio da curva PxV. Pode-se observar pela Figura 2 que a linha, sem compensação reativa adicional, suporta cerca de 90 MW com fp=0.95 induti-vo, considerando as EOLs de Praia Formosa e Volta Rio com geração plena (70,8 MW). Com o auxílio de um compensador estático verifica-se que o limite de estabi-lidade de tensão é alcançado com cerca de 160 MW.

Figura 19 Curva PxV considerando incorporação de parte das EOL que venceram o LER 2009 (90 MW) na coletora Acaraú, considerando fp dos aerogeradores de 0,95

indutivo.

5.2 Coletoras Amontada

De modo análogo ao item anterior, da LT 230 kV Sobral III-Massapê-Icaraizinho em transportar o montante de geração prevista nessas proximidades pode ser constatada com o auxílio da curva PxV. Observa-se que a LT 230 kV Sobral III-Massapê-Icaraizinho, sem compensação reativa adicional, suporta cerca de 64 MW, com fp=0.95 indutivo, considerando a EOL Icaraizinho com geração plena (54,4 MW ). Com o auxílio de um compensador estático verifica-se que o limite de estabilidade de tensão é alcançado com cerca de 108 MW.

≈ 90 MW

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Figura 20 Curva PxV considerando incorporação de parte das EOL que venceram o LER 2009 (64 MW) na coletora Amontada, considerando fp dos aerogeradores de 0,95

indutivo.

5.3 Coletoras Trairi

Neste caso, utilizou-se o recurso de suporte de tensão da região, para a si-mulação da curva P-V. Com a tensão de Pecém II 230 kV em 1,03 pu, observa-se que a LT 230 kV Pecém - Trairi, sem compensação reativa adicional, suporta transmitir cerca de 245 MW, com fp=0.95 indutivo, sendo suficiente para transmitir a energia contratada no LER 2009 (183,3 MW)

≈ 64 MW

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Figura 21 Curva PxV considerando incorporação de parte das EOL que venceram o LER 2009 (183,3 MW) na coletoraTrairi, sem suporte adicional de reativo, consideran-

do fp dos aerogeradores de 0,95 indutivo.

Contudo, para transmitir um montante de geração eólica equivalente à 50% do aporte de garantia (317,5 MW) será necessário suporte de reativo de cerca de 100 Mvar. Outra alternativa seria considerar um fator de potência dos aerogerado-res igual a 1, resultando numa capacidade de transmissão de cerca de 374 MW.

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Figura 22 Curva PxV na coletora Trairi.

Em função do fator de potência de operação das máquinas, a necessidade de suporte de reativo pode ser reduzida. Comparando a curva PxQ da Coletora Trairi com a curva de capabilidade mais flexível (eólicas contribuindo com suporte de reativo) observa-se que a necessidade de reativo adicional é suprida.

Figura 23 Curva PxQ na coletora Trairi comparada a uma curva de capabilidade que representativa ao montante das eólicas (330 MW).

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5.4 Coletoras Galinhos

Neste caso, utilizou-se o recurso de suporte de tensão da região, para a si-mulação da curva P-V. Considerando uma tensão em Açu 230 kV em torno de 1,04 pu, observa-se que LT 230 kV Açu-Galinhos, sem compensação reativa adi-cional, suportaria transmitir cerca de 150 MW, com fp=0.95 indutivo. Contudo, com uma injeção de 122 MW, já se observaria violação do limite de tensão na região.

Figura 24 Curva PxV considerando incorporação de parte das EOL que venceram o LER 2009 na coletora Galinhos, sem suporte adicional de reativo, considerando fp dos

aerogeradores de 0,95 indutivo.

Desta forma, será necessário suporte de reativo adicional para transportar o montante que venceu o LER 2009. Como sensibilidade, é apresentado o suporte de reativo necessário para permitir transportar 50% do montante que aportou ga-rantia na região desta coletora, sendo necessário à instalação bancos de capacito-res manobráveis, totalizando cerca de 200 Mvar.

122MW

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Figura 25 Curva PxV na coletora Galinhos, com suporte adicional de reativo, consi-derando fp dos aerogeradores de 0,95 indutivo e com suporte adicional de reativo.

Em função do fator de potência de operação das máquinas, a necessidade de suporte de reativo pode ser reduzida. Comparando a curva PxQ da Coletora Galinhos com a curva de capabilidade mais flexível (eólicas contribuindo com su-porte de reativo) observa-se que a necessidade de reativo adicional é reduzida. Entretanto, ainda existe necessidade significativa de suporte de reativo como pode ser observado pela interseção da curva PxQ da máquina com a curva de capabili-dade mais flexível.

Figura 26 Curva PxQ na coletora Galinhos comparada a uma curva de capabilidade que representativa ao montante das eólicas (330 MW).

0

25

50

75

100

-30 -8 13 35 56 78

Q (%)

Reativo Necessário Galinhos 230 kV

Curva Capabilidade (fp=0.95)

Curva Capabilidade (Mais Flexível)

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5.5 Coletoras João Câmara

Neste caso, utilizou-se o recurso de suporte de tensão da região, para a si-mulação da curva P-V. Considerando uma tensão em Extremoz 230 kV em torno de 0,98 pu, visto que essa região apresenta pouco recurso de suporte de reativo, observa-se que LT 230 kV Extremoz-João Câmara, sem compensação reativa adicional, suportaria transmitir cerca de 200 MW, com fp=0.95 indutivo. Contudo, com uma injeção de 67 MW, já se observaria violação do limite de tensão na regi-ão.

Figura 27 Curva PxV considerando incorporação de parte das EOL que venceram o LER 2009 na coletora João Câmara, sem suporte adicional de reativo, considerando fp

dos aerogeradores de 0,95 indutivo.

Desta forma, será necessário suporte de reativo adicional para transportar o montante que venceu o LER 2009. Como sensibilidade, é apresentado o suporte de reativo necessário para permitir transportar 40% (413 MW) do montante que aportou garantia na região desta coletora, sendo necessário à instalação bancos de capacitores manobráveis, totalizando cerca de 250 Mvar.

67MW

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Figura 28 Curva PxV na coletora João Câmara, com suporte adicional de reativo, considerando fp dos aerogeradores de 0,95 indutivo e com suporte adicional

Em função do fator de potência de operação das máquinas, a neces-sidade de suporte de reativo pode ser reduzida. Comparando a curva PxQ da Co-letora João Câmara com a curva de capabilidade mais flexível (eólicas contribuin-do com suporte de reativo) observa-se que a necessidade de reativo adicional é reduzida. Entretanto, ainda existe necessidade significativa de suporte de reativo como pode ser observado pela interseção da curva PxQ da máquina com a curva de capabilidade mais flexível.

Figura 29 Curva PxQ na coletora João Câmara comparada a uma curva de capabili-dade que representativa ao montante das eólicas (430 MW).

418MW

0

25

50

75

100

-30. -13.7 2.6 18.9 35.1 51.4

Q (%)

Reativo Necessário João Câmara 230 kV

Curva Capabilidade (fp=0.95)

Curva Capabilidade (Mais Flexível)

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5.6 Coletoras Igaporã

Neste caso, utilizou-se o recurso de suporte de tensão da região, para a simulação da curva P-V. Com a tensão em Bom Jesus da Lapa II 230 kV em 1,03 pu, observa-se que a LT 230 kV Bom Jesus da Lapa-Igaporã, sem compensação reativa adicional, suporta transmitir cerca de 242 MW, com fp=0.95 indutivo, con-siderando as eólicas da coletora Igaporã com geração plena (270 MW).

Figura 30 Curva PxV considerando incorporação de parte das EOL que venceram o LER 2009 (270 MW) na coletora Igaporã, sem suporte adicional de reativo, conside-

rando fp dos aerogeradores de 0,95 indutivo.

Porém, com suporte de reativo adicional, considerando fator de potência dos aerogeradores na situação mais adversa, fp=0,95 o limite de estabilidade po-deria ir até aproximadamente 380 MW com suporte de reativo da ordem de 200 Mvar. Cabe ressaltar que com fp=1, mesmo sem suporte adicional de reativo, o limite de estabilidade é maior do que com fp= 0,95.

0.9

0.917

0.933

0.95

0.967

0.983

1.

1.017

1.033

1.05

0 33 67 100 133 167 200 233 267

Carregamento (MW)

~242 MW

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Figura 31 Curva PxV considerando incorporação das EOLs na coletora Igaporã, com suporte adicional de reativo, considerando fp dos aerogeradores de 0,95 indutivo e

sem suporte adicional de reativo, considerando fp dos aerogeradores de 1.

Caso os limites de operação de potência reativa das turbinas eólicas aten-dam as solicitações impostas não haverá necessidade de suporte de reativo adi-cional, caso contrário será necessário à instalação bancos de capacitores mano-bráveis de cerca de 110 Mvar.

Em função do fator de potência de operação das máquinas, a necessidade de suporte de reativo pode ser reduzida. Comparando a curva PxQ da Coletora Igaporã com a curva de capabilidade mais flexível (eólicas contribuindo com su-porte de reativo) observa-se que a necessidade de reativo adicional é reduzida.

0.9

0.917

0.933

0.95

0.967

0.983

1.

1.017

1.033

1.05

0 48 96 144 192 240 288 335 383

Carregamento (MW)

0.9

0.917

0.933

0.95

0.967

0.983

1.

1.017

1.033

1.05

0 48 96 144 192 240 288 335 383

Carregamento (MW)

fp= 1.0

fp= 0.95 (ind.) CER

fp= 0.95 (ind.)

fp= 1.0

fp= 0.95(ind.) CER

fp=0.95(ind.)

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Figura 32 Curva PxQ na coletora Igaporã comparada a uma curva de capabilidade que representativa ao montante das eólicas (380 MW).

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6. ANÁLISE DE CURTO-CIRCUITO

Os efeitos da inclusão de usinas eólica no sistema elétrico podem ser bas-tante representativos ou até impeditivos em locais onde a potência de curto-circuito é muito baixa. Sendo assim, foi realizada uma análise de curto-circuito pa-ra verificar se a entrada em operação das usinas eólicas acarretaria em problemas nas subestações existentes.

A configuração de referência foi obtida da base de dados do ONS - Ano 2012, desconsiderando as usinas térmicas da região nordeste. Desta análise ob-temos os níveis de curto-circuito trifásico e monofásico, em MVA, para as princi-pais barras do sistema, mostrados na Erro! Fonte de referência não encontrada. para a configuração em 2012.

Tabela 25 Níveis de Curto-Circuito 2012 sem térmica na região nordeste

Níveis de Curto-circuito

Identificação das Barras Trifásico Monofásico

Nome Tensão Mod(MVA) X/R Mod(MVA) X/R

PECÉM 230 kV 230 4580 14.2 5334 11.35

PECÉM 500 kV 500 5243 12.4 6116 9.65

TRAIRI 230 kV 230 1279 8.1 1620 9.12

CAMPINA GRANDE 230 kV 230 5574 8.73 6179 11.56

NATAL III 230 kV 230 1954 6.88 2595 7.39

EXTREMOZ 230 kV 230 1797 7.02 2298 7.66

JOÃO CAMÂRA 230 kV 230 1066 7.6 906 4.92

AÇU II 230 kV 230 2056 6.46 2356 6.03

GALINHOS 230 kV 230 1088 6.87 1406 7.74

SOBRAL II 230 kV 230 3916 12.6 4496 12.87

SOBRAL III 230 kV 230 4534 14 5200 12.85

SOBRAL III 500 kV 500 5568 13 6451 11.87

MASSAPE 230 kV 230 3240 7.57 2943 5.84

ICARAIZINHO 230 kV 230 878 6.67 798 7.4

ACARAÚ 230 kV 230 916 6.76 920 7.93

BOM JESUS DA LAPA I 230 kV 230 2564 15.9 3230 16.29

BOM JESUS DA LAPA II 230 kV 230 2611 16.7 3302 17.36

IGAPORÃ 230 kV 230 937 8.99 1229 10.04

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7. ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL PRELIMINAR

7.1 Introdução

Em decorrência do leilão de energia eólica, realizado em dezembro de 2009, e a necessidade de integração das usinas eólicas vencedoras do leilão ao Sistema Interligado Nacional – SIN, tem-se a necessidade de construção de novas subestações coletoras, vinculadas as ICG (Instalação de Transmissão de Interes-se Exclusivo de Centrais de Geração para Conexão Compartilhada), nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia.

Esse item visa analisar os locais inicialmente propostos pelos estudos da Superintendência de Transmissão de Energia (STE) para quatro novas subesta-ções coletoras (denominadas nesse documento como SE Coletoras ou Coletoras), indicando os principais aspectos socioambientais a serem consideradas na esco-lha dos locais para implantação dos empreendimentos, assim como eventuais ne-cessidades de alteração dos locais inicialmente propostos.

7.2 Subestações Coletoras

As SE Coletoras objeto de análise desse estudo são apresentadas na Ta-bela 26, com as respectivas coordenadas geográficas originais propostas pela STE.

Tabela 26 Subestações coletoras analisadas

SE Coletora kV UF Latitude Longitude

Trairí 230 CE 03º17’12’’ S 39º15’47’’ W

Galinhos 230 RN 05º07’32’’ S 36º20’15’’ W

João Câmara 230 RN 05º20’13’’ S 35º28’57’’ W

Igaporã 230 BA 13°58'45" S 42°41'33" W

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7.3 Caracterização Socioambiental

A região de estudo abrange parte dos estados da Bahia, Ceará e Rio Gran-de do Norte entre as coordenadas 3°0’0” e 6°0’0” latitude sul, 35°30’0” e 39°0’0” longitude oeste (área de estudo em CE e RN); 14°30’0” e 15°30’0” S, 43°0’0” e 44°0’0” W (área de estudo na Bahia), perfazendo uma área total de 176.250 km2, conforme apresentado na Figura 33.

Em termos de vegetação a região está inserida nos biomas do Cerrado e Caatinga, encontrando-se ainda vegetações do tipo Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional Semidecidual e Savana, entremeadas pela presença de áreas agropecuárias. Observa-se ainda áreas de Vegetação Pioneira de Restinga, ca-racterística de regiões litorâneas, principalmente nos estados do Ceará e Rio Grande do Norte, com a presença de dunas, salinas, manguezais e praias. Em todos os estados, observa-se uma grande presença de APCB de importância ex-tremamente alta.

As principais atividades econômicas são a agricultura, pecuária e, em al-guns trechos, o turismo. Os acessos, na maioria dos casos, são realizados por rodovias estaduais.

Existem diversos projetos de reassentamento do INCRA em toda a região de estudo, incluindo projetos extrativistas e de quilombolas. Em toda a área de estudo, verifica-se, ainda, a presença de Unidades de Conservação das categori-as de Proteção Integral e Uso Sustentável, sem que, no entanto, exista interferên-cia direta das SE Coletoras com estas áreas.

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Figura 33 Área de Estudo e Principais Aspectos Socioambientais

Para cada uma das localizações propostas, foi realizada uma análise visan-do identificar as possíveis limitações de uso da área para a instalação de novas subestações coletoras. A área de estudo para cada uma das Coletoras foi definida como um círculo de, aproximadamente, 10 km de raio em escala 1:100.000.

Os aspectos socioambientais analisados foram:

presença de Unidades de Conservação;

presença de Terras Indígenas;

presença de Áreas Prioritárias para a Conservação da Natureza (APCB);

presença de Áreas Urbanas;

presença de Assentamentos do INCRA;

presença de Áreas Alagáveis; e,

presença de Avanço de Dunas.

Com o uso do Sistema de Informações Geográficas (SIG), foi feito o mape-amento dos aspectos socioambientais mais relevantes, sendo utilizada a seguinte base de dados:

Base Cartográfica Integrada do Brasil ao Milionésimo Digital (hidrografia e estradas) (IBGE/2004);

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Mapa de Unidades de Conservação Federais e Estaduais (MMA-PROBIO/2007);

Mapa das Áreas Prioritárias para a Conservação, Uso Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira – 2006 (MMA-PROBIO/2007);

Mapeamento da Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA-PROBIO/2007);

Mapa de Assentamentos Rurais (INCRA/2004);

Mapa de Terras Indígenas (FUNAI/2006); e,

Imagens de Satélite da biblioteca on-line (ERSI ArcGIS Online World User Imagery -2010).

7.4 Análise Socioambiental das Coletoras

7.4.1 SE Coletora Trairí (CE) A área de estudo para implantação da SE Coletora Trairí fica no município

de Trairí, e é drenada pelo rio que dá nome ao município. Trairí possui uma pe-quena área urbana situada às margens do rio, com uma população de 48.620 ha-bitantes (IBGE, 2007). Caracteriza-se por ser um município litorâneo, em região de belas praias e dunas litorâneas que exercem certa atração turística, apontada pelo Ministério de Meio Ambiente como sendo de grau de importância alta, denominada Litoral Trairí/Paracuru.

O acesso à região se dá pela rodovia CE-233 que, no sentido Sul-Norte, es-tá interligada a rodovia CE-085. Esta rodovia, conhecida como Rodovia Costa do Sol Poente, é o principal eixo rodoviário de apoio ao turismo regional. Outra forma de acesso se dá pelo Campo de Pouso de Trairí, situado à margem direita do rio Trairí (Figura 34).

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Figura 34 Imagem de satélite da área de estudo e localização da Coletora Trairí

Em termos de vegetação a região está inserida no bioma Caatinga, tendo suas fitofisionomias naturais alteradas pela ação antrópica. Atualmente, a área encontra-se ocupada por pastagens e agricultura, bases da economia local.

O local proposto para instalação da futura SE Coletora, à margem direita do rio Trairí se localiza, na área urbana de um pequeno distrito de Trairí onde está localizada a Igreja dedicada a São Francisco de Assis e o campo de pouso do município, de forma que a cabeceira da pista dista apenas 200 metros do local proposto (Figura 35).

Campo de Pouso

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Figura 35 Uso do solo e principais áreas de proteção e interesse ambiental (Coletora Trairí)

O local proposto para a Coletora não afeta Unidade de Conservação (UC), Terra Indígena e Assentamento do INCRA. Sendo que a UC mais próxima, a APA Dunas da Lagoinha e o Projeto de Assentamento INCRA Lagoa das Quintas dis-tam cerca de 10 km do ponto proposto.

Embora o ponto de instalação proposto para a Coletora Trairí não interfira diretamente com áreas legalmente protegidas e de interesse ambiental, foi avalia-do um novo local para sua implantação de forma a evitar as interferências com a área urbana de Trairí e com o aeródromo do município. As novas coordenadas propostas para a Coletora Trairí são apresentadas no item 0.

O novo local proposto permite, ainda, a interligação, sem maiores implica-ções ambientais, entre a nova Subestação Coletora e a SE Pecém II, situada a leste da área de estudo.

Campo de Pouso

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7.4.2 SE Coletora Galinhos (RN)

A área de estudo localiza-se no litoral norte do estado do Rio Grande do Norte na zona rural do município de Galinhos, região centro-norte do estado, ca-racterizada pela presença de dunas, salinas, manguezais e praias. A região é dre-nada pelo Riacho do Cabelo e Riacho Tubibau. Este último deságua na Lagoa Catanduba, onde há uma salina de grande relevância para a economia local.

A cidade de Galinhos possui uma pequena área urbana situada em uma península, que abriga uma população de 2.149 habitantes (IBGE, 2007). A região litorânea composta por dunas é apontada pelo Ministério de Meio Ambiente como sendo APCB de importância extremamente alta, denominadas de João Câmara e Complexo Estuário Amaré-Galinhos. O aceso é realizado pelas BR–406 e RN-402, ou pela RN-120, via Caiçara do Norte, e dista cerca de 166 km de Natal.

Em termos de vegetação, a região está inserida no bioma Caatinga, com-posta pelas fitofisionomias de Savana e Área de Vegetação Pioneira de Restinga, característica de regiões litorâneas, importantes para a fixação de dunas. Há tam-bém a ocorrência de pastagens e áreas agrícolas (Figura 36).

Figura 36 Imagem de satélite da área de estudo e localização da Coletora Galinhos

O local proposto para instalação da futura SE Coletora próximo ao limite municipal de Caiçara do Norte é de difícil acesso, podendo ser realizado por 12 km

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de estrada de chão natural, a partir da rodovia estadual RN-120, na cidade de Caiçara do Norte.

A área proposta não afeta Unidade de Conservação (UC), Terra Indígena e Assentamento do INCRA, sendo que a principal preocupação ambiental para a área consiste na proximidade com áreas de dunas (aproximadamente 2,5 km) e em possíveis interferências em áreas de vegetação de restinga (Figura 37).

Figura 37 Uso do solo e principais áreas de proteção e interesse ambiental (Coletora Galinhos)

7.4.3 SE Coletora João Câmara (RN)

A área de estudo está inserida na mesorregião Agreste Potiguar, segundo o IBGE, na região conhecida como Baixa Verde, situada em torno de 75 km a Noro-este de Natal. A região engloba, segundo o IBGE/2007, os municípios de João Câmara, o maior município da região em estudo, com 30.423 hab., Parazinho (4.772 hab.) e Pedra Grande (3.918 hab.), na mesoregião Agreste Potiguar e Tou-ros (29.436 hab.), São Miguel do Gostoso (8.810 hab.) e Pureza (8.030 hab.), na mesorregião Leste Potiguar (Figura 38).

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Figura 38 Imagem de satélite da área de estudo e localização da Coletora João Câ-mara

Em termos de vegetação a região está inserida no Bioma Caatinga. Os principais usos de solo são a cobertura por Savana Estépica e a agropecuária. As principais rodovias da área em estudo são: a BR-406, que interliga a capital Natal ao núcleo urbano de João Câmara, situado a Sul da área de estudo; a RN-120, que interliga a BR-406 ao litoral; e as RN-022 e RN-023. A RN -120, que tem ori-entação Sul-Norte, eixo central da área mapeada. Distribuídos a Oeste e Leste desta via são observados uma APCB e 14 Projetos de Assentamento do INCRA.

As áreas mais sensíveis, sob o ponto de vista socioambiental, são a APCB João Câmara, classificada como de Importância Extremamente Alta, e os Assen-tamentos do INCRA localizados nos seguintes municípios:

município de João Câmara os projetos Marajó, Serra Verde, Brinco de Ouro, Boa Sorte, Lageado, Laginha, Modelo e Xoá;

município de Touros os projetos Zabel, Chico Mendes e Quilombo dos Palmares;

município de São Miguel do Gostoso o projeto Arizona;

município de São Bento do Norte o projeto São Miguel; e,

município de Pedra Grande o projeto Bonsucesso.

Nove dos 14 PA mapeados estão situados na margem Leste da RN-120, apresentando grande concentração deste tipo de interferência no local. Além dis-

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so, estes estão dispostos quase que de forma contínua, como demonstra o mapa. Os situados na margem oeste da rodovia estão dispostos de forma mais espaçada na área.

Na região em estudo, não são observadas áreas legalmente protegidas tais como: APP; Unidades de Conservação ou Terras Indígenas (Figura 39)

Figura 39 Uso do solo e principais áreas de proteção e interesse ambiental (Coletora João Câmara)

Uma questão interessante da região é que o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília mapeou dois significativos tremores de terra recentemen-te. Os eventos ocorreram no município de Taipú, distante 25 km de João Câmara, nos dias 9 e 11 de janeiro de 2010 – respectivamente 3,5 e 4,3º na escala Richter. Esses eventos demonstram que a região pode ter algum tipo de falha geológica e esta característica merece maiores investigações em fases futuras de estudo.

O local proposto para instalação da futura SE Coletora João Câmara é loca-lizado no município de mesmo nome, às margens da RN-120. Neste local, não foram observadas interferências diretas em áreas legalmente protegidas como APA, UC ou TI. Da mesma forma, não há áreas urbanas expressivas nas suas proximidades. No entanto, observa-se que o local proposto está inserido no Proje-to de Assentamento Brinco de Ouro.

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Devido à interferência com o Projeto de Assentamento, e potencial necessi-dade de indenizações e reassentamento de famílias para a instalação da Coletora, foi analisado um novo ponto para a localização da SE Coletora João Câmara. As novas coordenadas são apresentadas no item 0.

O novo local proposto permite a interligação sem maiores implicações am-biental entre a nova Subestação Coletora e a SE Extremoz, situada a leste desta área de estudo, na Região Metropolitana de Natal.

7.4.4 Coletora Igaporã (BA)

A área proposta para o ponto de instalação da SE Coletora Igaporã fica no município de Malhada - BA. A coletora está situada na margem direita do rio São Francisco, entre a calha do rio e a rodovia BA-160. A área de estudo está inserida nos biomas do Cerrado e da Caatinga, em que se encontram vegetações do tipo Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional Semidecidual e Savana, todos entremeados pela presença de áreas agropecuárias (Figura 40).

Figura 40 Imagem de satélite da área de estudo e localização da Coletora Igaporã

Verifica-se no mapa que a principal interferência ambiental apresentada pe-la Coletora está na sua inserção na Área de Proteção Permanente (APP) do rio São Francisco, já que, segundo o Art.3º da RESOLUÇÃO CONAMA nº 303, de 20 de março de 2002:

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“ Art. 3o Constitui Área de Preservação Permanente a área situada:

I - em faixa marginal, medida a partir do nível mais alto, em projeção horizontal, com lar-

gura mínima, de:

a) trinta metros, para o curso d’água com menos de dez metros de largura;

b) cinquenta metros, para o curso d’água com dez a cinquenta metros de largura;

c) cem metros, para o curso d’água com cinquenta a duzentos metros de largura;

d) duzentos metros, para o curso d’água com duzentos a seiscentos metros de largura;

e) quinhentos metros, para o curso d’água com mais de seiscentos metros de largura;”

(grifo nosso)

Como neste trecho a largura do rio São Francisco é superior a 600 metros, sua APP é de 500 metros, a partir do ponto mais alto de sua margem. Além de ocupar uma área sujeita a alagamentos decorrentes das variações do nível d’água do rio São Francisco e uma APP, a Coletora também está inserida na APCB do Médio São Francisco, de importância alta que, embora não seja protegida por Lei, é uma área considerada de grande relevância ambiental para a conservação da biodiversidade.

Apesar de não interferir diretamente com projetos de assentamento do IN-CRA (PA), há cinco PA localizados na área de estudo, todos situados a Norte da Coletora a uma distância que varia entre 7 e 25 km da área proposta para sua im-plementação, são eles: o PA Farinha/Marrequeiro, que dista aproximadamente 7 km da área proposta para a construção da nova subestação, o PA Proj. Esp. Qui-lombola Rio das Rãs, a 22 km, o PA Rio das Rãs II, que fica a 24 km deste ponto e o PA Extrativista São Francisco, que fica a 18 km da coletora.

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Figura 41 Uso do solo e principais áreas de proteção e interesse ambiental (Coletora Igaporã)

O local proposto para a construção da Coletora não possui influência direta com nenhuma Unidade de Conservação ou Terra Indígena. A área em seu entor-no encontra-se em um razoável grau de antropização, sendo utilizada, em especi-al para a agropecuária. Não foram observadas interferências com áreas urbanas ou com movimentação de dunas.

Posto que as principais interferências são relacionadas à proximidade ao rio São Francisco, recomenda-se um novo local para a Coletora Igaporã. Estudos em fontes secundárias indicam que um deslocamento, no sentido Sudeste, que diste entre 8 a 10 km do ponto original, seria o suficiente para evitar as interferências ambientais tanto na APCB como também em APP. Um deslocamento com essas características facilitaria sua futura implantação, pois sua instalação ocorreria às margens da BA-160, ou de alguma de suas estradas vicinais, facilitando o trans-porte de equipamentos.

Adicionalmente, o deslocamento da Coletora evitaria que o empreendimen-to estivesse sujeito às variações decorrentes do regime hídrico do rio São Francis-co, que, no ano de 2007, teve a sua maior cheia em 15 anos, com seu nível d’água alcançando 6,5 metros acima do seu nível normal. As novas coordenadas propostas para a SE Coletora Igaporã são apresentadas no item 0.

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7.5 Conclusões e Recomendações das Análises Socioambientais

As análises socioambientais realizadas indicaram a necessidade de altera-ção da localização das seguintes SE Coletoras:

SE Coletora Trairí – o novo local proposto situa-se dentro de um raio de 5 km do ponto original, no sentido Sul, seguindo o eixo da rodovia CE-233, e visa evitar as interferências com a área urbana de Trairí e com o aeródromo do município. A Figura 42 apresenta o novo ponto proposto;

SE Coletora João Câmara - o novo local proposto evita a interferên-cia direta da Coletora com assentamentos do INCRA, além de favo-recer sua interligação com a referida SE Extremoz e, como conse-quência, ao SIN;

SE Coletora Igaporã – a nova localização visa evitar a interferência com APP, APCB e com a potencial variação do regime hídrico do rio São Francisco.

Não foram observadas restrições ambientais para a localização pro-posta para a SE Coletora Galinhos. No entanto, recomenda-se o a-profundamento dos estudos para o local proposto devido a possível presença áreas de preservação permanentes (dunas, restinga e às margens dos cursos d’água rios). O acesso ao local também poderá necessitar de melhorias a fim de permitir a melhor logística dos equi-pamentos necessários.

A Tabela 27 apresenta as coordenadas originais e a novas localizações propostas.

Tabela 27 Coordenadas originais e coordenadas propostas para as SE Coletoras

Coordenadas originais Coordenadas propostas

SE Coletora UF Latitude Longitude Latitude Longitude

Trairí CE 03º17’12’’ S 39º15’47’’ W 3°18'59"S 39°16'24"O

João Câmara RN 05º20’13’’ S 35º28’57’’ W 5°15’31”S 35°50’31”O

Igaporã BA 13°58'45" S 42°41'33" W 14°1'9" S 43°33'95" W

A Figura 42, Figura 43 e Figura 44, apresentam as novas localizações pro-postas das SE Coletoras de Trairí, João Câmara e Igaporã, respectivamente.

Campo de Pouso

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Figura 42 Localização do novo local indicado para instalação da Coletora Trairí

Campo de Pouso

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Figura 43 Localização do novo local indicado para instalação da Coletora João Câ-mara

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Figura 44 Localização do novo local indicado para instalação da Coletora Igaporã

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8. CONCLUSÕES

Considerando as análises descritas nos itens anteriores, foram propostas as coleto-ras e ICGs para escoar a geração das usinas eólicas vencedoras do LER 2009.

Tabela 28 Coletoras e ICGs propostas frente ao resultado do LER 2009

Coletora km Cabo

(MCM)

ICG (transformador

230/69 kV)

Estado: Ceará

Acaraú 2 94 2x636 2 x 100 MVA

Amontada 123 2 x 636 1 x 100 MVA

Trairi 61 2 x 954 1 x 150 MVA

Estado: Rio Grande do Norte

Galinhos 75 2 x 795 2 x 150 MVA

João Câmara 67 2 x 954 3 x 150 MVA

Estado: Bahia

Igaporã 129 2 x 795 2 x 150 MVA

Nas tabelas a seguir são apresentadas as eólicas que serão contempladas com uma proposta de conexão através de ICG.

Coletoras Acaraú

Tabela 29 Dados dos empreendimentos conectados na coletora Acaraú II

Empreendimento Potência MW Coletora Usina Empreendedor

Acaraú II

CGE Lagoa Seca - 19,5 MW Central Eolica Lagoa Seca S.A. 19.5

CGE Vento Do Oeste - 19,5 MW Central Eolica Vento do Oeste S.A. 19.5

CGE Araras - 30 MW Central Eolica Araras S.A. 30

CGE Coqueiros - 27 MW Central Eolica Coqueiros S.A. 27

CGE Garças - 30 MW Central Eolica Garças S.A. 30

CGE Cajucoco - 30 MW Central Eolica Cajucoco S.A. 30

CGE Buriti - 30 MW Central Eolica Buriti S.A. 30

Total 186

Coletoras Amontada

Tabela 30 Dados dos empreendimentos conectados na coletora Amontada

Empreendimento Potência MW Coletora Usina Empreendedor

Amontada

CGE Icaraí I - 27,3 MW Central Eólica Icaraí I 27.3

CGE Icaraí II Ltda - 37,8 MW Central Eólica Icaraí II Ltda 37.8

CGE Icaraí - 14,4 Martifer Renovaveis 14.4

Total 79,5

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Coletoras Trairi

Tabela 31 Dados dos empreendimentos conectados na coletora Trairi

Empreendimento Potência MW Coletora Usina Empreendedor

Trairi

CGE Embuaca - 25,2 MW Eolica Embuaca Ltda 25.2

CGE Faisa I - 25,2 MW Eolica Faisa Ltda 25.2

CGE Faisa II - 25,2 MW Eolica Faisa Ltda 25.2

CGE Faisa III - 25,2 MW Eolica Faisa Ltda 25.2

CGE Faisa IV - 25,2 MW Eolica Faisa Ltda 25.2

CGE Faisa V - 27,3 MW Eolica Faisa Ltda 27.3

CGE Santa Clara II Ltda. - 30 MW Ventos Tecnologia Eletrica Ltda. 30

Total 183,3

Coletoras Galinhos

Tabela 32 Dados dos empreendimentos conectados na coletora Galinhos

Empreendimento Potência MW Coletora Usina Empreendedor

Galinhos

CGE Aratuá 1 - 14,4 MW Aratua Central Geradora Eólica S/A

14.4

CGE Miassaba 3 - 50,4 MW Miassaba Geradora Eólica S/A 50.4

CGE De Mangue Seco 1 - 25,2 MW Petróleo Brasileiro S.A. 25.2

CGE De Mangue Seco 2 - 25,2 MW Petróleo Brasileiro S.A. 25.2

CGE De Mangue Seco 3 - 25,2 MW Petróleo Brasileiro S.A. 25.2

CGE De Mangue Seco 5 - 25,2 MW Petróleo Brasileiro S.A. 25.2

CGE Rei Dos Ventos 1 - 48,6 MW Eolo Energy S/A 48.6

CGE Rei dos Ventos 3 - 48,6 MW Eolo Energy S/A 48.6

CGE Aratuá 1 - 14,4 MW Aratua Central Geradora Eólica S/A

14.4

CGE Miassaba 3 - 50,4 MW Miassaba Geradora Eólica S/A 50.4

CGE De Mangue Seco 1 - 25,2 MW Petróleo Brasileiro S.A. 25.2

CGE De Mangue Seco 2 - 25,2 MW Petróleo Brasileiro S.A. 25.2

CGE De Mangue Seco 3 - 25,2 MW Petróleo Brasileiro S.A. 25.2

CGE De Mangue Seco 5 - 25,2 MW Petróleo Brasileiro S.A. 25.2

Total 262,8

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Coletoras João Câmara

Tabela 33 Dados dos empreendimentos conectados na coletora João Câmara

Empreendimento Potência MW Coletora Usina Empreendedor

João

Câmara

CGE Morro Dos Ventos I S.A. - 28,8 MW Dobreve Empreendimentos e Participações Ltda

28.8

CGE Morro Dos Ventos III S.A. - 28,8 MW Dobreve Empreendimentos e Participações Ltda

28.8

CGE Morro Dos Ventos IV S.A. - 28,8 MW Dobreve Empreendimentos e Participações Ltda

28.8

CGE Morro Dos Ventos VI S.A. - 28,8 MW Dobreve Empreendimentos e Participações Ltda

28.8

CGE Cabeço Preto - 19,8 MW Gestamp Eólica Brasil Sa 19.8

CGE Eurus VI - 7,2 MW Eurus VI Energias Renováveis Ltda

7.2

CGE Morro Dos Ventos IX S.A - 28,8 MW Dobreve Empreendimentos e Participações Ltda.

28.8

CGE Santa Clara I - 28,8 MW Santa Clara I Energias Reno-váveis Ltda

28.8

CGE Santa Clara III - 28,8 MW Santa Clara III Energias Reno-váveis Ltda

28.8

CGE Santa Clara IV - 28,8 MW Santa Clara IV Energias Reno-váveis Ltda

28.8

CGE Santa Clara V - 28,8 MW Santa Clara V Energias Reno-váveis Ltda

28.8

CGE Santa Clara VI - 28,8 MW Santa Clara VI Energias Reno-váveis Ltda

28.8

Total 315

Coletoras Igaporã

Tabela 34 Dados dos empreendimentos conectados na coletora Igaporã

Empreendimento Potência MW Coletora Usina Empreendedor

Igaporã

CGE IGAPORA - 30MW RENOVA ENERGIA SA 30

CGE ILHEUS - 10,5MW RENOVA ENERGIA SA 10.5

CGE NOSSA SENHORA CONCEIÇÃO - 24MW RENOVA ENERGIA SA 24

CGE PORTO SEGURO - 6MW RENOVA ENERGIA SA 6

CGE PAJEU DO VENTO - 24MW RENOVA ENERGIA SA 24

CGE PLANALTINA - 25,5MW RENOVA ENERGIA SA 25.5

CGE SERRA DO SALTO - 15MW RENOVA ENERGIA SA 15

CGE GUANAMBI - 16,5MW RENOVA ENERGIA SA 16.5

CGE CANDIBA - 9MW RENOVA ENERGIA SA 9

CGE PINDAI - 22,5MW RENOVA ENERGIA SA 22.5

CGE GUIRAPÁ - 27MW RENOVA ENERGIA SA 27

CGE LICINIO DE ALMEIDA - 22,5MW RENOVA ENERGIA SA 22.5

CGE ALVORADA - 7,5MW RENOVA ENERGIA SA 7.5

CGE RIO VERDE - 30MW RENOVA ENERGIA SA 30

Total 270

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9. REFERÊNCIAS

[1] Análise de Integração das Centrais Geradoras Eólicas - LER 2009. No EPE-DEE-RE-063/2009-r0. 06 de Novembro de 2009

[2] Critérios e Procedimentos para o Planejamento da Expansão dos Sistemas de Transmissão – Volume 2 – CCPE (Nov/2002).

[3] Diretrizes para Elaboração dos Relatórios Técnicos Referentes às Novas Instalações da Rede Básica.

[4] Custos Modulares Referenciais da Eletrobrás – junho de 2004, revisão de dezembro.

ANEXO 1 – Dados das Instalações Existentes do PROINFA

Coletora Linha de Transmissão Cabo

Nome: MASSAPÊ - ICARAIZINHO 230KV

Cap (Normal )/(emerg): 206/300 MVA

R1(%)/X1(%)/B1(%):1,99/10,25/18,57

R0(%)/X0(%) : 9,71/31,89

Massapê II ( SECCIONADORA)

SE Icaraizinho

34,5/230kV

1 x 50MVA (ONAN)

x = 12% (50MVA)

SE Praia Formosa

34,5/230kV

1 x 100/120MVA (ONAN/ONAF)

Nome: RUSSAS II – ARACATI II 230 kV

Cap (normal)/(emerg): 200/318 MVA

R1 (%)/ X1 (%)/ B1 (%): 0,694/ 5,274/ 9,502

R0(%)/X0(%) : 5,79/ 17,787

Cabo 794 MCM (código TERN)

Cabo CAL 740,8 MCM (código FLINT)

Cabo CAL 740,8 MCM (código FLINT)

Cabo 927,2 MCM (código GREELEY)

Cabo CAL 740,8 MCM (código FLINT)

Cabo CAL 740,8 MCM (código FLINT)

Nome:SOBRAL III - MASSAPÊ 230KV

Cap (Normal )/(emerg): 264/330 MVA

R1(%)/X1(%)/B1(%): 0,315/1,041/1,885

R0(%)/X0(%) :0,985/3,236

Nome: MASSAPÊ - P.FORMOSA 230KV

Cap (Normal )/(emerg): 206/300 MVA

R1(%)/X1(%)/B1(%):1,954/10,06/18,23

R0(%)/X0(%) : 9,529/31,3

Nome: Acaraú II

69/230kV

1 x 55/75MVA (ONAN/ONAF)

x = 12% (75MVA)

Tap-changer = +/- 2x2,25%

Nome:SOBRAL III – ACARAU II 230 kV

Cap (Normal )/(emerg): 286/XXX MVA

R1(%)/X1(%)/B1(%):1,44/ 8,60/ 16,650

R0(%)/X0(%) : 7,81/ 29,93

Nome: Alegria

34,5/230kV

2x50/65/80MVA

x = 16% (80MVA)

Tap change = 230 +/-8x1,25%

Nome : Açu II- Alegria ( Futura)

Cap (Normal )/(emerg): 200/320 MVA

R1(%)/X1(%)/B1(%):1,776/ 8,600/ 15,058

R0(%)/X0(%) : 8,177/ 26,802

Nome: Aracati II

34,5/230kV

2 x 50/65/80MVA

x = 16% (80MVA)

Tap-changer = Taps fixos (+1/-3