Estudos sobre a utilização de alvenaria estrutural em obras da ...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
EMILLY HIRT
KEROLYN POSTIGO MARANGONI
ESTUDOS SOBRE A UTILIZAÇÃO DE ALVENARIA ESTRUTURAL EM OBRAS DA
REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA
CURITIBA
2013
EMILLY HIRT
KEROLYN POSTIGO MARANGONI
ESTUDOS SOBRE A UTILIZAÇÃO DE ALVENARIA ESTRUTURAL EM OBRAS DA
REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA
CURITIBA
2013
Trabalho de conclusão de curso apresentado à disciplina Trabalho Final de curso como requisito parcial à conclusão do Curso de Engenharia Civil, Setor de Tecnologia, Universidade Federal do Paraná. Orientador: Prof. José de Almendra Freitas Jr.
TERMO DE APROVAÇÃO
EMILLY HIRT
KEROLYN POSTIGO MARANGONI
ESTUDOS SOBRE A UTILIZAÇÃO DE ALVENARIA ESTRUTURAL EM OBRAS DA
REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA
Trabalho de conclusão de curso aprovado como requisito parcial para a obtenção do
grau de Graduado em Engenharia Civil, Setor de Tecnologia da Universidade
Federal do Paraná, pela seguinte banca examinadora:
Orientador:
____________________________________
Prof. José de Almendra Freitas Junior
Departamento de Construção Civil – UFPR
Examinadores:
____________________________________
Prof. Carlos Gustavo Nastari Marcondes
____________________________________
Prof. Eduardo Pereira
Curitiba, 18 de março de 2013.
AGRADECIMENTOS
Aos nossos pais, Joana Angelina Hirt (Emilly), Neusa Postigo Marangoni e
José Marcelo Marangoni (Kerolyn), pelo apoio e amor incondicional.
Ao nosso orientador, José Freitas de Almendra Jr, pela orientação, apoio,
tempo dedicado a este trabalho e conhecimentos transmitidos.
Aos nossos namorados, Guilherme Brandolin Gubert (Emilly) e Luiz
Henrique da Rocha (Kerolyn) pelo apoio, compreensão e pelo auxílio prestado em
todos os momentos.
Às nossas amigas de curso de Engenharia Civil, em especial à Cibele
Maggioni Martins, Débora Harmel, Giselle de Fátima Gronovicz e Mayara Arboite
Joaquim, pelo apoio durante o desenvolvimento deste trabalho.
A todos que contribuíram de alguma forma para a conclusão deste trabalho.
5
RESUMO
A alvenaria estrutural é um sistema construtivo racionalizado, no qual a própria alvenaria desempenha função estrutural. Outra particularidade do sistema é a utilização de blocos de concreto e blocos cerâmicos modulares, a fim de agilizar o processo de construção, reduzindo custos com material e mão de obra, e gerando maior velocidade na execução. Por todas estas razões, a alvenaria estrutural tem sido largamente empregada na indústria da construção civil brasileira, abrangendo edificações de todos os padrões de acabamento. Neste sentido, o presente trabalho busca obter um quadro geral dos atributos da alvenaria estrutural em obras da região metropolitana de Curitiba. Para realizar o levantamento de dados, foi elaborado um questionário constituído por 34 perguntas, que aborda tópicos como fundações, cumprimento do cronograma, materiais de construção, mão de obra e treinamentos, revestimentos internos e externos, mercado imobiliário, pré-moldados, controle de qualidade dos materiais, justificativas pela escolha do sistema alvenaria estrutural, projetos, manifestações patológicas, e esquadrias. Também se comparam a alvenaria estrutural com a tecnologia convencional do concreto armado quanto a cronograma, dimensões do canteiro de obra, e economia. A pesquisa foi realizada em onze obras, as quais utilizavam o sistema de alvenaria estrutural. Na análise dos dados, para justificar as preferências por determinado item, consultou-se referências bibliográficas. A partir da análise dos dados, foi possível identificar as características comuns das obras executadas no alcance da região metropolitana de Curitiba.
Palavras-chave: Alvenaria estrutural. Racionalização. Características das obras. Economia.
6
ABSTRACT
The structural masonry is a streamlined building system, in which masonry itself performs structural function. Another peculiarity of the system is the use of modular concrete blocks and ceramic blocks in order to hasten the construction process, reducing material and labor costs, and generating greater speed of execution. For all these reasons, structural masonry has been widely used in Brazilian construction industry, covering buildings of all standards of workmanship. Therefore, this work aims to obtain an overview of structural masonry attributes of works in metropolitan region of Curitiba. To perform data collection, a questionnaire was designed consisting of 34 questions, addressing topics such as foundations, compliance schedule, construction materials, manpower training, internal and external coatings, housing market, precast, control of materials quality, justifications for the choice of structural masonry system, projects, pathological manifestations, and frames. It’s also compared the structural masonry system to conventional technology of reinforced concrete as to timeline, size of building site, and economy. This research was conducted in eleven works, which used the system of structural masonry. To analyze data and to justify preferences for a particular item, the references were consulted. From data analysis, it was possible to identify common characteristics of the works executed in metropolitan region of Curitiba.
Keywords: Structural masonry. Rationalization. Characteristics of works. Economy.
7
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01 - PIRÂMIDE DE QUÉOPS (PIRÂMIDE DE QUÉOPS) .......................... 19
FIGURA 02 - EDIFÍCIO MONADNOCK (MONADNOCK).......................................... 20
FIGURA 03 - USO DE GRAMPO PARA ENCONTRO DE PAREDES (MANZIONE,
2004, p. 22) ............................................................................................................... 26
FIGURA 04 - DIMENSÕES DE UMA UNIDADE (RAMALHO E CORRÊA, 2003, p.13)
.................................................................................................................................. 31
FIGURA 05 - FAMÍLIA DE BLOCOS 29 (ABCP, PR-02, 2004) ................................. 32
FIGURA 06 - FAMÍLIA DE BLOCOS 39 (ABCP, PR-02, 2004) ................................. 33
FIGURA 07 - DIMENSÕES REAIS E DIMENSÕES NOMINAIS (RAMALHO;
CORRÊA, 2003, p. 17) .............................................................................................. 34
FIGURA 08 - EXEMPLO PRIMEIRA FIADA (TAIUL; NESE, 2010, P.70) ................. 35
FIGURA 09 - FIADAS 1 E 2 E ELEVAÇÃO DE UMA PAREDE SEM JUNTAS A
PRUMO (RAMALHO; CORRÊA, 2003, p. 18) ........................................................... 35
FIGURA 10 - MODULAÇÃO DE PISO A TETO (RAMALHO; CORRÊA, 2003, p.22)
.................................................................................................................................. 37
FIGURA 11 - MODULAÇÃO DE PISO A PISO (RAMALHO; CORRÊA, 2003, p. 23)
.................................................................................................................................. 37
FIGURA 12 - SAPATA CORRIDA (TAUIL; NESE, 2010, p. 88) ................................ 38
FIGURA 13 - RADIER (TAUIL; NESE, 2010, p. 88) .................................................. 39
FIGURA 14 - ESTACAS OU BROCAS (TAUIL; NESE, 2010, p. 89) ........................ 40
FIGURA 15 - LAJE ALVEOLAR APOIADA NA PAREDE ESTRUTURAL (TAUIL;
NESE, 2010, p. 73) ................................................................................................... 41
FIGURA 16 - LAJE EM PAINEL TRELIÇADO (TAUIL; NESE, 2010, p. 75) ............. 41
FIGURA 17 - MARCOS DE CONCRETO PRÉ-MOLDADO (MANZIONE, 2004, p. 80)
.................................................................................................................................. 42
FIGURA 18 - VERGA EXECUTADA COM BLOCO CANALETA (TAUIL; NESE, 2010,
p.107) ........................................................................................................................ 43
FIGURA 19 - VERGA PRÉ-MOLDADA (MAMEDE, 2001, p.20) ............................... 44
FIGURA 20 - PERSPECTIVA ISOMÉTRICA DA ESCADA DE CONCRETO
ARMADO IN LOCO (TAUIL; NESE, 2010, p. 118) .................................................... 45
8
FIGURA 21 - PERSPECTIVA ISOMÉTRICA DA ESCADA TIPO ‘JACARÉ’ (TAUIL;
NESE, 2010, p. 120) ................................................................................................. 46
FIGURA 22 - PERSPECTIVA ISOMÉTRICA DA ESCADA PRÉ-MOLDADA DE
CONCRETO (RAUBER, 2005, p. 78) ........................................................................ 46
FIGURA 23 - EXEMPLO DA UTILIZAÇÃO DE SHAFTS (ROMAN; MUTTI; ARAÚJO,
1999, p. 47) ............................................................................................................... 47
FIGURA 24 - REVESTIMENTO INTERNO E EXTERNO (TAUIL; NESE, 2010, p.
112) ........................................................................................................................... 48
FIGURA 25 - TELHADO EM DUAS ÁGUAS COM CLARABOIA (MANZIONE, 2004,
p.86) .......................................................................................................................... 49
FIGURA 26 - SISTEMA DE TELHADO EM SHED (MANZIONE, 2004, p. 87) .......... 50
FIGURA 27 - MAPA (http://www.meuclub.net/wp-
content/uploads/2012/03/mapas_de_curitiba_transporte) ......................................... 64
9
LISTA DE FOTOGRAFIAS
FOTOGRAFIA 01 – RESIDENCIAL ÁGUAS BELAS I .............................................. 66
FOTOGRAFIA 02 – LE CHATEAU RESIDENCE ...................................................... 67
FOTOGRAFIA 03 – PETIT CHATEAU RESIDENCIAL ............................................. 68
FOTOGRAFIA 04 – SELF CONDOMÍNIO CLUBE .................................................... 69
FOTOGRAFIA 05 – RESIDENCIAL PALMA DE OURO II......................................... 70
FOTOGRAFIA 06 – RESIDENCIAL GRAND CHATEAU .......................................... 71
FOTOGRAFIA 07 – RESIDENCIAL QUATRO BARRAS .......................................... 72
FOTOGRAFIA 08 – RESIDENCIAL SANTA CLARA ................................................ 73
FOTOGRAFIA 09 – RESIDENCIAL ALZIRA BERTON PAULETTO ......................... 74
FOTOGRAFIA 10 – RESIDENCIAL MORADAS DO SÍTIO....................................... 75
FOTOGRAFIA 11 – RESIDENCE UP LIFE ............................................................... 76
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 01 - PARÂMETROS PARA ESCOLHA DA AE ........................................ 79
GRÁFICO 02 - RESTRIÇÃO PARA O PROJETO ARQUITETÔNICO ...................... 79
GRÁFICO 03 - PROBLEMAS COM FALTA DE COMPATIBILIZAÇÃO DE
PROJETOS ............................................................................................................... 80
GRÁFICO 04 - PISO ZERO ...................................................................................... 80
GRÁFICO 05 - REDUÇÃO DE CUSTOS QUANDO COMPARADO COM CA .......... 81
GRÁFICO 06 - CRONOGRAMA DE OBRAS DE AE COMPARADO COM CA ......... 83
GRÁFICO 07 - CUMPRIMENTO DE CRONOGRAMA PREVISTO .......................... 84
GRÁFICO 08 – ORGANIZAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS ................................. 85
GRÁFICO 09 - DIMENSÕES DO CANTEIRO DE OBRA COMPARADO AO CA ..... 85
GRÁFICO 10– CONTROLE DE QUALIDADE ........................................................... 88
GRÁFICO 11 - DISPONIBILIDADE DE MÃO DE OBRA NO MERCADO ................. 89
GRÁFICO 12 - TIPO DA CONTRATAÇÃO DE MÃO DE OBRA ............................... 90
GRÁFICO 13 - FORNECIMENTO DE TREINAMENTO AOS OPERÁRIOS ............. 90
GRÁFICO 14 - UTILIZAÇÃO DE BLOCOS ............................................................... 92
10
GRÁFICO 15 - UTILIZAÇÃO DE GRAUTE ............................................................... 93
GRÁFICO 16 - UTILIZAÇÃO DE PRÉ-MOLDADOS ................................................. 97
GRÁFICO 17 - ESTRUTURA INICIAL ...................................................................... 99
GRÁFICO 18 - PRAZO DE OCORRÊNCIA ............................................................ 101
11
LISTA DE TABELAS
TABELA 01 - RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO E ABSORÇÃO DOS BLOCOS,
SEGUNDO A NBR 6136 (ABCP, PR-01, 2004) ........................................................ 23
TABELA 02- DIMENSÕES PADRONIZADAS (NBR 6136, 1994) ............................. 32
TABELA 03 - DESEMPENHO DE ARGAMASSA E GRAUTE (NOTAS DE AULA
FRANCO, S/D) .......................................................................................................... 53
TABELA 04 - RESTRIÇÃO OU DIFICULDADE DE ACEITAÇÃO DO MERCADO
DOS COMPRADORES DE IMÓVEIS ....................................................................... 82
TABELA 05 - CONFIABILIDADE DOS FORNECEDORES ....................................... 87
TABELA 06 - REVESTIMENTOS .............................................................................. 95
TABELA 07 - ESQUADRIAS ..................................................................................... 97
TABELA 08 - TIPO DE FUNDAÇÃO ......................................................................... 99
TABELA 09 – MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS FREQUENTES ....................... 100
12
LISTA DE SIGLAS
ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland
ABNT – Associação Brasileiras de Normas Técnicas
AE – Alvenaria Estrutural
CP 111 - Structural recommendation for Load bearing Walls
EPS – Poliestireno Expandido
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
LTDA - Limitada
NBR – Norma Brasileira
NCMA - National Concrete Masonry Association
NEPAE - Núcleo de Ensino e Pesquisa da Alvenaria Estrutural é um Centro de
Pesquisa do Departamento de Engenharia Civil da UNESP
NR – Norma Regulamentadora
PBQP-H - Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat
PIB – Produto Interno Bruto
PMBOK - Project Management Body of Knowledge
PMI - Project Management Institute
PR-01 – Prática Recomendada 01
RMC – Região Metropolitana de Curitiba
SindusCon – Sindicato da Indústria da Construção Civil
SP – São Paulo
SPDA – Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
LISTA DE ABREVIATURAS
a. C. – antes de Cristo
mm – milímetros
MPa – mega pascal
S/D – sem data
fbk – resistência à compressão característica
13
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 16
1.1 IMPORTÂNCIA DA PESQUISA ...................................................................... 16
1.2 OBJETIVOS .................................................................................................... 17
1.2.1 Objetivo Geral ...................................................................................................................... 17
1.2.2 Objetivos Específicos ........................................................................................................ 17
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 18
2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS ............................................................................. 18
2.1.1 Histórico Geral ..................................................................................................................... 18
2.1.2 Histórico do Brasil ............................................................................................................... 21
2.2 CONCEITUAÇÃO ........................................................................................... 21
2.3 COMPONENTES ............................................................................................ 22
2.3.1 Blocos ..................................................................................................................................... 22
2.3.2 Argamassa ............................................................................................................................ 23
2.3.3 Graute ..................................................................................................................................... 25
2.3.4 Armadura ............................................................................................................................... 26
2.4 PROJETO ....................................................................................................... 26
2.4.1 Projeto arquitetônico .......................................................................................................... 27
2.4.2 Projetos complementares ................................................................................................. 28
2.4.3 Projeto de layout do canteiro de obras ........................................................................ 28
2.4.4 Compatibilização de projetos .......................................................................................... 29
2.4.5 Cronograma .......................................................................................................................... 29
2.5 MÉTODO CONSTRUTIVO ............................................................................. 30
2.5.1 Modulação ............................................................................................................................. 31
2.5.2 Blocos Usualmente Utilizados ........................................................................................ 32
2.5.3 Escolha da Modulação ...................................................................................................... 33
2.5.4 Modulação Horizontal ........................................................................................................ 34
2.5.5 Modulação Vertical ............................................................................................................. 36
2.5.6 Fundação............................................................................................................................... 38
2.5.7 Laje .......................................................................................................................................... 40
2.5.8 Esquadrias ............................................................................................................................ 42
2.5.9 Escadas ................................................................................................................................. 44
14
2.5.10 Instalações ............................................................................................................................ 47
2.5.11 Revestimentos ..................................................................................................................... 48
2.5.12 Cobertura............................................................................................................................... 49
2.6 CONTROLE DE QUALIDADE ........................................................................ 50
2.6.1 Controle de Projeto ............................................................................................................ 51
2.6.2 Controle de materiais......................................................................................................... 51
2.6.3 Blocos de Concreto ............................................................................................................ 52
2.6.4 Blocos Cerâmicos ............................................................................................................... 52
2.6.5 Argamassa e Graute .......................................................................................................... 53
2.6.6 Controle do Concreto......................................................................................................... 54
2.6.7 Controle dos serviços ........................................................................................................ 54
2.7 MÃO DE OBRA .............................................................................................. 55
2.7.1 Falta mão de obra qualificada no mercado ................................................................ 55
2.7.2 Treinamentos ....................................................................................................................... 56
2.8 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS............................................................... 57
2.9 FORNECEDORES ......................................................................................... 58
2.10 ASPECTOS TÉCNICOS E ECONÕMICOS .................................................... 59
2.10.1 Parâmetros a serem considerados ............................................................................... 59
2.10.2 Principais vantagens do sistema.................................................................................... 60
2.10.3 Principais desvantagens do sistema............................................................................. 61
3 METODOLOGIA ................................................................................................... 62
3.1 POPULAÇÃO E AMOSTRA ........................................................................... 63
3.1.1 Residencial Águas Belas I ............................................................................................... 66
3.1.2 Le Chateau Residence ...................................................................................................... 67
3.1.3 Petit Chateau Residencial ................................................................................................ 68
3.1.4 Self Condomínio Club ........................................................................................................ 69
3.1.5 Residencial Palma de Ouro II ......................................................................................... 70
3.1.6 Residencial Grand Chateau ............................................................................................ 71
3.1.7 Residencial Quatro Barras ............................................................................................... 72
3.1.8 Residencial Santa Clara ................................................................................................... 73
3.1.9 Residencial Alzira Berton Pauletto ................................................................................ 74
3.1.10 Residencial Moradas do Sítio ......................................................................................... 75
3.1.11 Residence Up Life .............................................................................................................. 76
15
3.2 INSTRUMENTO DE OBTENÇÃO DOS DADOS ............................................ 77
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................ 78
4.1 PREFERÊNCIA POR ALVENARIA ESTRUTURAL ........................................ 78
4.2 MERCADO IMOBILIÁRIO ............................................................................... 81
4.3 CRONOGRAMA ............................................................................................. 83
4.4 CANTEIRO DE OBRAS .................................................................................. 84
4.5 FORNECEDORES ......................................................................................... 86
4.6 CONTROLE DE QUALIDADE ........................................................................ 87
4.7 MÃO DE OBRA .............................................................................................. 89
4.8 MATERIAIS .................................................................................................... 92
4.9 REVESTIMENTOS ......................................................................................... 95
4.10 PRÉ-MOLDADOS E ESQUADRIAS ............................................................... 96
4.11 ESTRUTURA INICIAL .................................................................................... 98
4.12 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS............................................................. 100
5 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 102
REFERÊNCIA ......................................................................................................... 105
ANEXO 01............................................................................................................... 110
16
1 INTRODUÇÃO
1.1 IMPORTÂNCIA DA PESQUISA
De acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro fechou 2012 com
crescimento de apenas 0,9%, pior desempenho desde 2010. Comparando o PIB
brasileiro com o do setor de construção civil, o qual cresceu 1,4% em 2012, ainda
sustenta-se o conceito de que o setor de construção civil possui crescimento acima
da média nacional.
Apesar do baixo crescimento do PIB na construção civil em 2012, a
estimativa para o ano de 2013 é que haja um aumento de até 4%, segundo previsão
do SindusCon - SP. Este crescimento pode ser explicado pelo financiamento
imobiliário, bem como pelo ambiente de redução de taxas de juros.
A partir dessas informações, nota-se que, cada vez mais, novos
empreendimentos surgirão em abundância. Dessa maneira, o mercado de imóveis
se torna um excelente setor de investimento. Sendo assim, como todo bom
investimento, o empreendimento deve apresentar o máximo rendimento no mínimo
período de tempo possível. Este é um dos fatores pelos quais se procura novas
tecnologias, pois se busca o melhor custo versus benefício.
Com base em novos sistemas construtivos, destaca-se a alvenaria
estrutural. Ramalho e Corrêa (2003, p.06) destacam que o sistema construtivo em
alvenaria estrutural não armada de blocos vazados de concreto “parece ser um dos
mais promissores, tanto pela economia proporcionada como pelo número de
fornecedores já existentes”.
De acordo com Roman, Mutti e Araújo (1999, p.13), a grande vantagem
deste sistema é a união dos conceitos de racionalização, produtividade, qualidade e
economia.
Em complemento, Coêlho (1998, p.13) ressalta que a execução da alvenaria
estrutural caracteriza-se por ser um método simples e eficiente, levando-se em conta
a simplicidade de projeção e de dimensionamento.
17
Diante das grandes vantagens encontradas, destacando-se aquelas de
origem econômica, é cada vez maior o interesse pelo sistema construtivo de
alvenaria estrutural. As construtoras vêm descobrindo na alvenaria estrutural uma
alternativa muito competitiva para a construção de edificações, principalmente
quando comparada ao sistema tradicional de concreto armado.
Por tudo isto, é importante que se tenha uma visão abrangente de como está
sendo empregada a alvenaria estrutural na região metropolitana de Curitiba,
atualmente.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Como objetivo geral deste estudo, pretende-se obter as principais
características construtivas das obras em alvenaria estrutural executadas na região
metropolitana de Curitiba, visando contribuir para o conhecimento aprofundado das
especificidades das mesmas.
1.2.2 Objetivos Específicos
Em termos de objetivos mais específicos, procura-se:
Realizar um levantamento das características construtivas das obras
em alvenaria estrutural na região metropolitana de Curitiba;
Obter um quadro geral de como as obras de alvenaria estrutural estão
sendo executadas;
Realizar uma análise dos resultados, justificando-os com a pesquisa
realizada e referências bibliográficas.
18
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS
2.1.1 Histórico Geral
Considerado como um sistema construtivo tradicional, a Alvenaria Estrutural
é utilizada desde o inicio da atividade humana, para diversos fins (RAMALHO;
CORRÊA, 2003, p.2). Ela surgiu pela necessidade de abrigo, proteção e conforto
dos povos nômades.
Com o passar do tempo, os materiais e as formas construtivas foram se
aperfeiçoando. Os egípcios, gregos e romanos utilizavam pedra bruta
encaixada como um quebra-cabeça na construção de fortalezas, igrejas e
pirâmides. Temos exemplos como o Farol de Alexandria, no Mediterrâneo, o
Templo de Efésio, o Coliseu de Roma, a Muralha da China e as Catedrais
Góticas. (SILVA; COSTA, 2007, p.32)
Além dos citados acima, encontramos inúmeros outros em toda a história.
Coêlho (1998, p.14) discursa sobre a Torre de Babel que foi construída com tijolos
queimados, e sobre casas edificadas com pedras preparadas nas pedreiras no ano
de quatrocentos e oitenta a.C.
Ramalho e Corrêa (2003, p.2) citam as Pirâmides de Guize, grandes
monumentos da antiguidade, que mobilizaram inúmeras pessoas para sua execução
utilizando blocos de pedra. A maior entre as três pirâmides, é o túmulo do faraó
Quéops, com 146 metros de altura e 230 metros de lado.
19
FIGURA 01 - PIRÂMIDE DE QUÉOPS (PIRÂMIDE DE QUÉOPS)
“As primeiras alvenarias, em pedra ou em tijolo cerâmico seco ao sol,
apresentavam grandes espessuras em suas obras mais imponentes, face
ao desconhecimento das características resistentes dos materiais e de
procedimentos racionais de cálculo. Valeu por muitos séculos a prática
adquirida pelos construtores” (CAVALHEIRO, S/D, p.1).
Apenas próximo a 1950 que passaram a surgir normas para calcular a
resistência das alvenarias e a espessura das paredes.
No século XVIII, com os novos ideais da Revolução Industrial, houve
incentivo à industrialização e à otimização dos processos construtivos. A partir de
então, a alvenaria estrutural se apresentou como um sistema de fácil industrialização
por permitir a padronização e modulação dos projetos, organização e limpeza do
canteiro com a utilização dos pré-moldados, além de alta produtividade, qualidade e
economia de obras, quando utilizada técnicas adequadas. (SILVA; COSTA, 2007,
p.33)
No auge da aplicação e desenvolvimento da alvenaria estrutural, citado
como símbolo clássico da alvenaria moderna por Ramalho e Corrêa (2003, p.4), o
Edifício Monadnock, em Chicago, construído entre 1889 e 1891 tem 16 pavimentos
e 65 metros de altura. Suas paredes tem base de 1,80 metros, devido à utilização de
métodos empíricos para seu dimensionamento. Utilizando-se o conhecimento que se
tem nos dias de hoje, acredita-se que suas paredes teriam, no máximo, uma
espessura de trinta centímetros.
20
FIGURA 02 - EDIFÍCIO MONADNOCK (MONADNOCK)
Em 1948, na Inglaterra, foi elaborada a CP 111 “Structural recommendation
for Load bearing Walls”, a primeira norma consistente de cálculo de alvenaria
estrutural, e foi reformulada, posteriormente, em 1970. Nesse mesmo ano, foi
publicada a norma norte americana “Specification for the Design” pela “National
Concrete Masonry Association – NCMA” que teve grande influência na evolução da
alvenaria estrutural no Brasil. (SILVA; COSTA, 2007, p.33)
Pesquisas experimentais e aprimoramento dos cálculos matemáticos
marcaram os anos 60 e 70, objetivando-se obter projetos resistentes às cargas
estáticas e dinâmicas, e também às ações de caráter excepcional (explosões e
retiradas de paredes estruturais).
Hoje, nos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha e muitos outros países, a
alvenaria estrutural atinge níveis de cálculo, execução e controle, similares
aos aplicados nas estruturas de aço e concreto, constituindo-se num
econômico e competitivo sistema racionalizado, versátil e de fácil
industrialização, face as diminutas dimensões do componente modular
básico empregado (bloco). (CAVALHEIRO, S/D, p. 8)
21
2.1.2 Histórico do Brasil
A alvenaria é utilizada no Brasil desde o início do século XVI, quando os
portugueses desembarcaram, mas a alvenaria com blocos estruturais demorou a
encontrar o seu espaço. (RAMALHO; CORRÊA, 2003, p.4-5)
Iniciou-se com o emprego de pedra, tijolo de barro cru e taipa de pilão. Em
1950 acontecem os primeiros avanços da técnica construtiva com a utilização de
tijolo de barro cozido, possibilitando construções mais resistentes e com maiores
vãos. (CAVALHEIRO, S/D, p. 9).
Coêlho (1998, p.14) cita que são vários os exemplos da utilização de
alvenaria estrutural após o surgimento da técnica de fabricação de blocos de
concreto e normas de construção. Um dos destaques é o edifício Murity, em São
José dos Campos/SP, com dezesseis pavimentos executados em alvenaria armada
de blocos vazados de concreto de 19 centímetros de espessura.
A primeira construção em alvenaria estrutural não armada foi construída no
ano de 1977, em São Paulo. O edifício Jardim Prudência possui 9 pavimentos com
paredes resistentes de 24 centímetros de alvenaria em blocos sílico-calcários.
(SILVA, S/D, p.9)
Atualmente, a alvenaria estrutural teve um grande impulso, acelerando
as pesquisas e a utilização de novos materiais. (RAMALHO; CORRÊA, 2003, p.6)
2.2 CONCEITUAÇÃO
A alvenaria estrutural é um processo construtivo racionalizado, no qual os
elementos que desempenham a função estrutural são de alvenaria. A principal
estrutura de suporte do edifício são as paredes, as quais são projetadas segundo
modelos matemáticos pré-estabelecidos. (NEPAE, S/D)
Segundo Ramalho e Corrêa (2003, p. 01) O desenvolvimento do processo
construtivo da Alvenaria Estrutural surgiu através do empilhamento puro e simples
de tijolos ou blocos.
22
Atualmente, a AE é um dos métodos mais executados nas obras de
construção civil, devido à racionalização construtiva do sistema. Esta racionalização
se deve à simplicidade de projeção e dimensionamento do sistema, uma vez que o
método construtivo é um dos mais simples e eficientes. (COÊLHO, 1998, p.13)
2.3 COMPONENTES
Componente da alvenaria é algo que compõe os elementos, os quais irão
compor a estrutura. Os principais são: blocos ou unidades; argamassa; graute e
armadura. (RAMALHO; CORRÊA, 2003, p. 06)
2.3.1 Blocos
Segundo Ramalho e Corrêa (2003, p. 07), os blocos ou unidades “são as
principais responsáveis pela definição das características resistentes da estrutura”.
De acordo com a composição dos materiais, os blocos são divididos em três
grupos: blocos de concreto; blocos cerâmicos e blocos sílico-calcário. Neste
trabalho, iremos dissertar sobre os blocos com maior utilização em edificações de
alvenaria estrutural: cerâmicos e de concreto.
Com base na sua aplicação, a normalização brasileira define dois tipos de
blocos de concreto: Bloco vazado de concreto simples para alvenaria sem função
estrutural (NBR 7173), chamado “bloco de vedação”; e Bloco vazado de concreto
simples para alvenaria estrutural (NBR 6136), chamado “bloco estrutural”. (ABCP,
2004, PR-01)
A NBR 6136 - Bloco Vazado de Concreto Simples para Alvenaria Estrutural
especifica os limites para a resistência característica do bloco à compressão e à
absorção, como mostra a tabela 01.
23
TABELA 01 - RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO E ABSORÇÃO DOS BLOCOS, SEGUNDO A NBR 6136 (ABCP, PR-01, 2004)
Tipo de Bloco Resistência à compressão Absorção
Estrutural fck superior a 4,5 MPa, dividido
em classes de resistência menor ou igual a
10%
de Vedação média de 2,5 MPa, mínima
individual de 2,0 MPa
média menor ou igual a 10%, máxima
individual de 15%
Quanto aos blocos cerâmicos, Coêlho (1998, p.32) ressalta que a matéria-
prima dos blocos cerâmicos é a argila, e em sua produção são utilizados máquinas
extrusoras. Os blocos cerâmicos são submetidos à secagem e à queima em
temperaturas elevadas.
Em complemento, a NBR 7171 define bloco cerâmico como um componente
da alvenaria que possui furos prismáticos e/ou cilíndricos perpendiculares às faces
que contém. A norma ainda considera o valor mínimo da resistência característica à
compressão dos blocos cerâmicos estruturais, sendo a partir de 3,0 MPa, referida à
área bruta.
A qualidade dos blocos cerâmicos está diretamente ligada com a qualidade
da matéria-prima empregada na sua execução. Devido ás variações na qualidade, e
consequentemente, na resistência, é imprescindível que haja a realização de
ensaios de caracterização das unidades. (ROMAN; MUTTI; ARAÚJO; 1999, p.22)
2.3.2 Argamassa
A argamassa de assentamento é a responsável pela ligação dos blocos de
alvenaria. (FREITAS, NOTAS DE AULA, S/D).
De acordo com Coêlho (1998, p.41), a qualidade da argamassa está
diretamente ligada a uma boa resistência da estrutura, estanqueidade nas juntas dos
blocos, e aderência dos elementos utilizados.
Os objetivos básicos da argamassa de assentamento são: “solidarizar as
unidades, transmitir e uniformizar as tensões entre as unidades de alvenaria,
24
absorver pequenas deformações e prevenir a entrada de água e vento nas
edificações.” (RAMALHO; CORRÊA, 2003, p. 07)
Segundo Tauil e Nese (2010, p. 84), a composição da argamassa é
basicamente cimento, cal, água e areia. Cada componente reúne propriedades
necessárias para um bom desempenho de suas funções, como resistência,
durabilidade, trabalhabilidade, plasticidade, aumento do rendimento e minimização
da retração, e aderência.
Quanto à maneira de utilização da argamassa de assentamento em obra,
exemplificam-se dois tipos comuns: misturada na obra e industrializada.
a) Argamassa misturada no canteiro de obra
De acordo com o Manual de Revestimentos de Argamassa da ABCP
(S/D, p.25), a argamassa produzida em obra exemplifica o sistema
tradicional, “a fabricação resume-se em misturar mecanicamente os
constituintes em certa sequência e por um dado tempo”. Há necessidade
de alguns cuidados específicos: previsão de áreas de estocagem para as
matérias-primas; armazenagem adequada e separada por tipo de
material; controle de qualidade dos materiais constituintes; e correta
aplicação do traço.
b) Argamassa industrializada
O Manual de Revestimentos de Argamassa da ABCP (S/D, p.26) enfatiza
que argamassas industrializadas são compostas por agregados com
granulometria controlada, cimento Portland e aditivos especiais que
aperfeiçoam as propriedades das mesmas. Após o recebimento dos
sacos, o preparo da argamassa é feito apenas pela mistura com água.
25
2.3.3 Graute
Graute é um concreto com agregados miúdos e relativamente fluido,
utilizado eventualmente para preencher vazios de blocos especificados pelo
projetista. (TAUIL; NESE, 2010, p.88)
O graute, também conhecido como micro concreto, tem a seguinte
composição: cimento, cal hidratada, agregado miúdo, agregado graúdo e água.
Quanto ao lançamento, Tauil e Nese (2010, p.88) recomendam: “deve-se
vibrar o graute por camadas, (...) tomando-se os cuidados necessários para não
abalar a parede já erguida”.
Segundo Ramalho e Corrêa (2003, p. 08), o conjunto bloco, graute e
armadura devem trabalhar monoliticamente na estrutura. Portanto, o graute deve se
integrar completamente às armaduras e aos blocos, formando um sistema único.
Em relação ao modo de utilização do graute em obra, demonstram-se três
tipos comuns: misturado em obra, fornecido por central de concreto e industrializado.
a) Misturado em obra
A fabricação de grautes em obra é composta por diversas etapas, desta
forma solicita-se de tempo considerável em sua execução e
planejamento do traço. Oferece vantagens quanto ao fator econômico, e
quando se necessita de um grande volume. (TULA; FERREIRA
OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2002, p.03)
b) Fornecido por central de concreto
O graute pode ser produzido em centrais externas, e enviado para a obra
por meio de caminhões betoneira. (FREITAS, NOTAS DE AULA, S/D)
c) Graute industrializado
Tula, Ferreira Oliveira e Oliveira (2002, p.03) ressaltam que os grautes
industrializados possuem especificações das propriedades, e agregam
etapas tecnológicas no processo executivo, “com uma variabilidade bem
conhecida pelos fabricantes e, em geral, testada em obras”.
26
2.3.4 Armadura
Ramalho e Corrêa (2003, p. 08), ressaltam que as armaduras utilizadas nas
obras em concreto armado são as mesmas da alvenaria estrutural, porém sempre
envolvidos por graute, para garantir a integração do sistema. No caso de armaduras
posicionadas nas juntas das argamassas de assentamento, têm-se duas
recomendações: o diâmetro mínimo deve ser 3,8 mm; e não poderá ultrapassar a
metade da espessura da junta.
Manzione (2004, p. 22), exemplifica outra forma de utilização da armadura,
como elemento de amarração de paredes, o chamado ‘grampo’. Esta alternativa não
redistribui as tensões, podendo ocorrer manifestações patológicas. Portanto, “o uso
de grampos é desaconselhável – a não ser em casos especiais e sob condições
controladas”.
FIGURA 03 - USO DE GRAMPO PARA ENCONTRO DE PAREDES (MANZIONE, 2004, p. 22)
2.4 PROJETO
Existem inúmeras definições para projeto, uma das mais adequadas é
encontrada na Project Management Body of Knowledge (PMBOK) (2008, p.11)
publicado pelo Project Management Institute (PMI), que diz: “Projeto é um esforço
temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo”.
27
Tauil e Nese (2010, p.30) adéquam a definição ao processo de projeto de
arquitetura e particularizam ao processo de produção de alvenaria, percorrendo
todas as etapas de desenvolvimento de projeto. Para eles o projeto é um esforço
temporário praticado a partir da coleta de informações junto ao cliente, interpretação
dos dados, análise e adaptações técnicas efetuadas por uma gama de profissionais
que gerarão um resultado exclusivo para o edifício em alvenaria estrutural.
O projeto é dividido em três etapas bem definidas, que seria o estudo
preliminar, anteprojeto e projeto executivo. Essas etapas envolvem todas as
necessidades para execução de um edifício.
Ainda é necessário saber o que é um projeto em alvenaria estrutural. Pode
ser definido como o desenho exato de cada lâmina de parede responsável por
sustentar a edificação, trabalhando nas três direções. Esse projeto substitui a
estrutura de concreto que é formada por pilares e vigas, além de determinar os vãos
modulares (portas, janelas) e demais interferências na edificação (como shaft’s,
elevadores, caixas d’água, vagas de garagem, etc.). Tudo deve ser calculado para a
medida modular da alvenaria (TAUIL; NESE, 2010, p.30).
“A etapa de projeto é de fundamental importância para o sucesso de
qualquer empreendimento. Para tal, deve-se dedicar tempo e recursos suficientes
para se alcançar o melhor resultado.” (FIGUEIRÓ,2009, p.26)
2.4.1 Projeto arquitetônico
O projeto de arquitetura, especificamente o de alvenaria estrutural, é o
carro-chefe de um processo de desenvolvimento que possui escopo, prazo,
restrições financeiras, limitações tecnológicas, integração com outras
disciplinas, coordenação gráfica, risco e um produto final que deve ser
aprovado e fornecer à obra todo o subsídio necessário para a sua
construção. (TAUIL; NESE, 2010, p.59)
A partir do projeto arquitetônico todos os demais serão elaborados. Por isso,
deve-se ter em mente que um projeto arquitetônico mal concebido poderá trazer
problemas durante toda a vida útil da edificação. (FIGUEIRÓ, 2009, p.27)
28
Com isso, pode-se perceber a importância desta etapa. A partir dela saem
definições como disposição e dimensão dos ambientes, aberturas de vãos, previsão
de instalação de equipamentos, tipo de cobertura e escolha do sistema construtivo.
Tudo deverá ser analisado dentro da normalização, custos, durabilidade,
manutenção e disponibilidade dos materiais.
Outro ponto importante é a restrição da arquitetura na alvenaria estrutural.
Esse sistema construtivo não é considerado adequado para utilização de vãos
grandes (por exemplo, para edifícios comerciais ou residenciais de alto padrão), por
isso normalmente é utilizada em empreendimentos residenciais de padrão médio ou
baixo, onde os ambientes são relativamente pequenos (RAMALHO; CORRÊA, 2003,
p.10)
2.4.2 Projetos complementares
Considerados como todos os demais projetos de uma edificação, menos o
projeto arquitetônico, os projetos complementares podem ser divididos entre:
estrutural e instalações.
O projeto estrutural é o dimensionamento e detalhamento da estrutura que
sustentará o edifício, sendo responsável pela segurança da edificação, evitando
colapso e também ocorrência de manifestações patológicas. Compreende a
fundação e a superestrutura.
O projeto de instalações envolve inúmeros itens, onde podemos destacar
alguns principais como: SPDA, elétrico, telefônico, hidro-sanitário, e prevenção e
combate a incêndio. (FIGUEIRÓ, 2009, p.29)
2.4.3 Projeto de layout do canteiro de obras
O planejamento visa disponibilizar a equipe de produção todo material
facilitando a execução dos serviços, garantindo prazo, qualidade e custos.
29
No sistema de alvenaria estrutural é necessário ter-se estabelecido os
prazos, destinar recursos para que as tarefas sejam realizadas da maneira mais
eficiente possível. Isso garantirá um bom processo produtivo, melhores resultados e
competitividade do sistema.
A montagem do canteiro de obras é influenciada pelo transporte e circulação
do material e de pessoas. Essas rotas devem estar previstas no esboço do canteiro,
bem como as todas as dependências necessárias (entradas, almoxarifado,
escritório, etc.), facilitando o dia-a-dia na obra.
2.4.4 Compatibilização de projetos
A compatibilização de todos os projetos é fundamental. Para isso precisa-se
ter o conhecimento das necessidades de cada item na execução do projeto
arquitetônico, a fim de se evitar futuras interferências no mesmo.
Ao se escolher a utilização de alvenaria estrutural, deve-se considerar a
necessidade de integração de todos os projetos. O arquiteto deve conhecer as
limitações e potencialidades desse sistema para poder atuar em harmonia com os
demais projetistas. Isso significa, que aberturas de passagens para tubulações,
elevadores e escadas devem ser previstas com antecedência e informadas ao
projetista estrutural (DUARTE, 1999, p.37).
Um item importante a se levar em consideração é que as paredes de
alvenaria estrutural não devem ser rasgadas horizontalmente ou de forma inclinada.
Há a necessidade de todas as tubulações, como elétrica, por exemplo, estarem
distribuídas na laje descendo ou subindo com dutos na vertical até os pontos de
utilização. (DUARTE, 1999, p.37)
2.4.5 Cronograma
O cronograma é uma ferramenta gráfica em que todas as atividades
desenvolvidas estão apresentadas no decorrer do tempo do projeto, e em que
30
momento existe as interações das mesmas. Ainda demonstra-se quando as
atividades ocorrem simultaneamente e quando acontecem independentes no tempo,
mas dependentes do término da ação imediatamente anterior. (TAUIL; NESE, 2010,
p.32)
Quando se inicia uma obra, deve-se saber quanto tempo os trabalhos irão
durar e quando vão acabar. Por isso, é importante planejar detalhadamente os
serviços que serão executados em cada etapa do projeto. (FARIA, S/D)
O grau de detalhamento de um cronograma é indefinido. Deve existir
clareza, compreensão e ser estabelecido pontos de controle em cada atividade para
conferir o seu andamento. Cada projeto é único e o cronograma deve adequar-se a
cada situação.
Quando o cronograma mostra também os valores que serão necessários ao
longo do tempo, recebe o nome de cronograma físico-financeiro. Além de organizar
as despesas e o tempo, este cronograma é utilizado para obtenção de
financiamentos.
No caso de alvenaria estrutural, pela eliminação da estrutura convencional,
há redução em algumas etapas da mão de obra, reduzindo o tempo de execução e
dando maior rigor ao cumprimento do cronograma. O sistema construtivo está
diretamente relacionado com os demais subsistemas da edificação, ocorrendo
simultaneidade das etapas, diminuindo encargos financeiros. (BERTINI, 2002, p.06)
O cronograma da obra também deve definir o planejamento de compra dos
materiais, contratação da mão de obra específica em cada etapa, ajuste da logística
do canteiro de obras, qualificação dos fornecedores, antecipação de possíveis
problemas futuros, resolução dos mesmos e por fim, e cumprimento dos prazos.
2.5 MÉTODO CONSTRUTIVO
De acordo com Sabbatini (1989, p. 25) método construtivo “é um conjunto de
técnicas construtivas interdependentes e adequadamente organizadas, empregado
na construção de uma parte (subsistema ou elemento) de uma edificação”.
Baseando-se no conceito proposto por Sabbatini (1989, p. 25), quando se
trata de um método construtivo específico, como exemplo a alvenaria estrutural,
31
objeto deste trabalho, desenvolve-se um conjunto sistemático de técnicas
particulares, as quais se relacionam e possuem sequências definidas.
2.5.1 Modulação
“Modular a alvenaria é projetar utilizando-se de uma ‘unidade modular’, que
é definida pelas medidas dos blocos, comprimento e espessura.” (ABCP, 2004, PR-
02)
FIGURA 04 - DIMENSÕES DE UMA UNIDADE (RAMALHO E CORRÊA, 2003, p.13)
Quando estas medidas não são múltiplas, faz-se o uso de ‘elementos
compensadores’, os quais são necessários para ajustes de vãos de esquadrias e
compensação da modulação em planta baixa.
Ramalho e Corrêa (2003, p. 13), enfatizam que o comprimento e a largura
definem o módulo horizontal, e a altura define o módulo vertical. No decorrer da
modulação do projeto arquitetônico devem adequar-se suas dimensões em função
das dimensões dos blocos, objetivando facilitar a execução e reduzir cortes ou
ajustes na edificação.
As principais vantagens do emprego da coordenação modular são: organizar
dimensionalmente a indústria; racionalizar o projeto e a execução; geração da
padronização; aumento da precisão; e contribuir para o acréscimo do nível de
desempenho e qualidade da construção. (FRANCO, NOTAS DE AULA, S/D)
32
2.5.2 Blocos Usualmente Utilizados
A NBR 6136 especifica duas larguras padronizadas: M-15 e M-20, como
mostra a tabela.
TABELA 02- DIMENSÕES PADRONIZADAS (NBR 6136, 2007)
Dimensões Nominais Designação Dimensões padronizadas (mm)
Largura Altura Comprimento
20 x 20 x 40 M-20
190 190 390
20 x 20 x 20 190 190 190
15 x 20 x 40 M-15
140 190 390
15 x 20 x 20 140 190 190
De acordo com Ramalho e Corrêa (2003, p. 14), os blocos mais empregados
no Brasil são os blocos com espessuras múltiplas de 15 e 20 cm. Especificamente
no Norte e Nordeste também se destacam os blocos múltiplos de 12 cm, geralmente
em edificações de até dois pavimentos.
A Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP, PR-02, 2004), destaca
as famílias de blocos mais utilizadas: a família 29 e a família 39.
A família 29 corresponde a blocos múltiplos de 15 cm, são eles: o bloco B29
(14 x 19 x 29 cm), o bloco B14 (14 x 19 x 19 cm) e o bloco B44 (44 x 19 x 14 cm).
FIGURA 05 - FAMÍLIA DE BLOCOS 29 (ABCP, PR-02, 2004)
Os blocos têm sempre 14 cm de largura, acrescentando-lhe 1,0 cm de
espessura das juntas. O comprimento dos blocos é sempre múltiplo da largura,
dispensando o uso dos elementos compensadores de dimensão.
33
A família 39 corresponde a blocos múltiplos de 20 cm, são eles: o bloco B39
(39 x 19 cm) e largura variável, o bloco B19 (19 x 19 cm) e largura variável e o bloco
B54 (54 x 19 cm) e largura variável.
FIGURA 06 - FAMÍLIA DE BLOCOS 39 (ABCP, PR-02, 2004)
As larguras dos blocos na família 39 podem ter 14 e 19 cm, acrescentando-
lhe 1,0 cm de espessura das juntas.
Os blocos com larguras de 14 cm necessitam de elementos compensadores,
pois seu comprimento não é múltiplo da largura; e, ainda, o emprego de um bloco
especial B34 (34 x 19 x 14 cm), para ajuste da unidade modular nos encontros em L
e em T.
2.5.3 Escolha da Modulação
Segundo Ramalho e Corrêa (2003, p. 15), a definição da modulação
horizontal está ligada ao arranjo arquitetônico. Porém, o principal parâmetro a ser
considerado na escolha da modulação horizontal é a largura do bloco a ser
empregado. Justifica-se pelo seguinte fato: “o ideal é que o módulo longitudinal dos
blocos a serem utilizados seja igual à largura a ser adotada”, dispensando o uso de
blocos especiais e elementos compensadores na ligação de duas paredes de canto,
por exemplo.
Para a definição da modulação vertical deve-se “ajustar a distância do piso
ao teto para que seja múltiplo do módulo vertical a ser adotado, normalmente 20
34
cm”. A escolha da modulação vertical não interfere abundantemente no projeto
arquitetônico.
2.5.4 Modulação Horizontal
Ramalho e Corrêa (2003, p. 16) ressaltam que, um módulo e uma junta, são
denominados M e J, respectivamente. M refere-se ao comprimento real do bloco
mais a espessura da junta. Desta forma, o comprimento real de um bloco inteiro será
2M – J e o comprimento real de meio bloco será M – J, como mostrado na figura
abaixo.
FIGURA 07 - DIMENSÕES REAIS E DIMENSÕES NOMINAIS (RAMALHO; CORRÊA, 2003, p. 17)
Conclui-se que as grandezas reais de uma edificação entre cortes dos
blocos, serão determinadas pelo número de módulos e juntas presentes no intervalo.
Em relação aos blocos de canto ou borda vizinhos: se a dimensão entre
blocos é um número par vezes o módulo M, estarão posicionados ‘paralelos’; porém,
se a dimensão entre blocos é um número ímpar vezes o módulo M, estarão
posicionados ‘perpendiculares’.
Incrementos submodulares são peças compensadoras, utilizadas sempre
que houver necessidade de um ajuste menor que o módulo. (TAUIL; NESE, 2010, p.
26)
35
De acordo com Figueiró (2009, p.36) após a definição do módulo básico a
ser utilizado, é possível definir a primeira fiada.
FIGURA 08 - EXEMPLO PRIMEIRA FIADA (TAIUL; NESE, 2010, P.70)
Nas demais fiadas deve-se evitar a utilização de juntas a prumo. Ou seja,
defasar as juntas a uma distância M.
FIGURA 09 - FIADAS 1 E 2 E ELEVAÇÃO DE UMA PAREDE SEM JUNTAS A PRUMO (RAMALHO; CORRÊA, 2003, p. 18)
36
O projeto da planta de primeira fiada tem como função básica a marcação da
alvenaria e execução das fiadas ímpares, em contrapartida o projeto da planta de
segunda fiada serve para determinar a marcação da alvenaria e execução das
fiadas pares.
Cantos e amarrações são pontos de transferência de cargas entre paredes e
de concentrações de tensões, por este motivo, exigem cuidados na disposição a ser
adotada. Utilizando blocos modulares as soluções a serem aplicadas podem ser
simples. (FIGUEIRÓ, 2009, p.41)
2.5.5 Modulação Vertical
Segundo Tauil e Nese (2010, p. 27), “tratando-se de blocos de concreto, a
modulação vertical é o multimódulo 2M atendendo à norma de coordenação modular
e a norma de especificação de blocos de concreto NBR 6136”.
A modulação vertical não exige mudanças significativas no projeto
arquitetônico. Pode-se realizar essa modulação por, basicamente, duas formas: a
primeira é aquela que a distância modular é aplicada de piso a teto; a segunda é a
aplicação da distância modular de piso a piso. (RAMALHO; CORRÊA, 2003, p. 21)
Distância Modular de Piso a Teto: As paredes de extremidade
acabarão com um bloco J, o qual tem uma das suas laterais com altura maior
que a convencional, desta forma, adaptando-se à altura da laje. Por outro
lado, a última fiada das paredes internas será composta por blocos canaleta.
37
FIGURA 10 - MODULAÇÃO DE PISO A TETO (RAMALHO; CORRÊA, 2003, p.22)
Distância Modular de Piso a Piso: As paredes de extremidade
comporão sua última fiada com um bloco J, o qual tem uma das suas laterais
com altura menor que a convencional, desta forma, adaptando-se à altura da
laje. Por outro lado, as paredes internas terminarão com blocos
compensadores, para ajustar a distância que não está modulada.
FIGURA 11 - MODULAÇÃO DE PISO A PISO (RAMALHO; CORRÊA, 2003, p. 23)
38
2.5.6 Fundação
A escolha do tipo de fundação depende, basicamente, de três itens:
propriedades geotécnicas do solo, qualidade do solo, e carga atuante na edificação.
(COÊLHO, 1998, p. 127)
Antes de escolher o tipo de fundação mais favorável, Velloso e Lopes (1998,
p. 214) ainda verificam a redução de custos e a diminuição do prazo de execução.
Usualmente utiliza-se para o sistema de alvenaria estrutural: sapata corrida,
radier, broca ou estaca. A seguir, apresenta-se um breve desenvolvimento das
principais fundações utilizadas em obras de alvenaria estrutural.
a) Sapata Corrida
Sapata corrida ou associada, é um elemento de fundação que recebe parte
da carga atuante nos pilares de uma edificação, sendo que estes pilares não são
alinhados. (VELLOSO; LOPES, 1998, p. 211)
FIGURA 12 - SAPATA CORRIDA (TAUIL; NESE, 2010, p. 88)
39
b) Radier
Radier é um elemento de fundação, o qual recebe a carga atuante em todos
os pilares da obra. (VELLOSO; LOPES, 1998, p. 211)
FIGURA 13 - RADIER (TAUIL; NESE, 2010, p. 88)
c) Broca ou Estaca
Estaca é um elemento de fundação profunda executado com assistência de
equipamentos especializados. A execução pode ser por: cravação a percussão;
prensagem; vibração; ou escavação.
40
FIGURA 14 - ESTACAS OU BROCAS (TAUIL; NESE, 2010, p. 89)
2.5.7 Laje
As lajes são placas que sustentam o piso das edificações. Quanto à
execução podem ser lajes maciças ou pré-moldadas. (COÊLHO, 1998, p. 114)
Segundo Manzione (2004, p. 51), “as lajes podem ser armadas em uma ou
em duas direções e devem ser apoiadas sobre paredes estruturais, (...) não podem
descarregar sobre paredes de vedação”.
Baseado na praticidade da montagem e na economia no custo final, as lajes
pré-moldadas são mais empregadas. (COÊLHO, 1998, p. 121)
41
Tauil e Nese (2010, p. 73), exemplificam as lajes pré-moldadas: laje alveolar,
laje treliçada com EPS, laje em painel treliçado, laje em steel deck, e laje treliçada
mista, como mostrado nas figuras a seguir.
FIGURA 15 - LAJE ALVEOLAR APOIADA NA PAREDE ESTRUTURAL (TAUIL; NESE, 2010, p. 73)
FIGURA 16 - LAJE EM PAINEL TRELIÇADO (TAUIL; NESE, 2010, p. 75)
42
2.5.8 Esquadrias
Manzione (2004, p.76) define que o processo de racionalização da produção
de esquadrias garante a precisão de medidas, e a modulação solicita estudos dos
vãos.
A escolha do tipo de esquadria deve ser feita durante o projeto, e de
preferência escolher aquelas que acompanhem a modulação vertical e horizontal,
desta forma evitando quebra ou enchimento de vão. (MANZIONE, 2004, p. 79)
Os vãos das janelas e portas são executados, usualmente, com:
contramarcos em quadro de concreto pré-moldado; vergas e contravergas moldadas
em blocos canaleta; e vergas e contravergas pré-moldadas.
a) Contramarcos em quadro de concreto pré-moldado
De acordo com Mamede e Corrêa (2006, p.21), o contramarco é um
componente delgado composto por concreto de granulometria fina que
constituirá um quadro rígido envolvente à parede, onde a janela ou porta
será fixada.
FIGURA 17 - MARCOS DE CONCRETO PRÉ-MOLDADO (MANZIONE, 2004, p. 80)
b) Vergas e contravergas moldadas em blocos canaleta
Segundo Taiul e Nese (2010, p.106), “as vergas são vigas especiais
sobre determinados vãos, como portas e janelas”. O assentamento de
blocos tipo canaleta é feito da mesma forma que os blocos
43
convencionais. Os pontos de grauteamento serão determinados e
preenchidos conforme projeto estrutural.
FIGURA 18 - VERGA EXECUTADA COM BLOCO CANALETA (TAUIL; NESE, 2010, p.107)
c) Vergas e contravergas pré-moldadas
As vergas e contravergas pré-moldadas podem ser produzidas pela
construtora no próprio canteiro de obras com as armaduras e dimensões
previstas em projeto. Após a execução, as peças pré-moldadas são
simplesmente assentadas na alvenaria, da mesma maneira que os
blocos. (MAMEDE; CORRÊA, 2006, p.20)
44
FIGURA 19 - VERGA PRÉ-MOLDADA (MAMEDE, 2001, p.20)
2.5.9 Escadas
Escadas são elementos destinados a permitir o acesso entre pisos com
níveis diferentes. (COÊLHO, 1998, p. 124)
Quanto ao dimensionamento, Coêlho (1998, p.126) classifica as escadas
em:
Escadas armadas transversalmente, quando apoiadas sobre vigas ou
paredes;
Escadas armadas longitudinalmente, quando o apoio permanece nas
extremidades, sejam em piso, vigas ou paredes;
Escadas armadas em cruz, quando houver apoios nas duas direções;
Escadas curvas, as quais diferem dos projetos tradicionais.
Para efeito de execução, Rauber (2005, p.76) enfatiza três tipos de escadas:
(a) escada de concreto armado moldada in loco; (b) escadas tipo ‘jacaré’; e (c)
escada pré-moldada de concreto.
45
a) Escada de concreto armado in loco: durante a execução não
utiliza equipamentos especiais, porém faz-se uso de escoramentos e fôrmas,
diminuindo a produtividade.
FIGURA 20 - PERSPECTIVA ISOMÉTRICA DA ESCADA DE CONCRETO ARMADO IN LOCO (TAUIL; NESE, 2010, p. 118)
b) Escada tipo ‘jacaré’: composta por vigas dentadas ‘jacaré’, onde
os degraus são pré-moldados. A principal vantagem é rapidez na montagem,
mas só é viável quando se utiliza parede central de apoio entre os lances.
46
FIGURA 21 - PERSPECTIVA ISOMÉTRICA DA ESCADA TIPO ‘JACARÉ’ (TAUIL; NESE, 2010, p. 120)
(c) Escada pré-moldada de concreto: instalação rápida, porém,
necessita de guindaste para movimentação das peças.
FIGURA 22 - PERSPECTIVA ISOMÉTRICA DA ESCADA PRÉ-MOLDADA DE CONCRETO (RAUBER, 2005, p. 78)
47
2.5.10 Instalações
As instalações interferem nos outros subsistemas da edificação, implicando
em baixa produtividade e patologias. O percurso de todas as tubulações deve ser
previsto em projeto, pois as paredes de alvenaria estrutural não podem ser
quebradas. (MANZIONE, 2004, p. 64)
Segundo Roman, Mutti e Araújo (1999, p.46), quebras em paredes resultam
em retrabalho, desperdício, maior consumo de material e mão de obra. Os autores
sugerem as seguintes opções, para impedir este problema:
Utilização de paredes não estruturais para embutir as
tubulações;
Aberturas de passagens tipo shafts para a passagem das
tubulações;
Utilização de blocos especiais, como os blocos hidráulicos e
elétricos;
Colocação de tubulação aparente.
Dentre estas opções, a melhor solução é a utilização de shafts. O projetista
arquitetônico deve prevê-los horizontalmente e verticalmente, e agrupar ao máximo
as instalações, assim, reduzindo a quantidade de shafts. (ROMAN; MUTTI;
ARAÚJO, 1999, p.46)
FIGURA 23 - EXEMPLO DA UTILIZAÇÃO DE SHAFTS (ROMAN; MUTTI; ARAÚJO, 1999, p. 47)
48
2.5.11 Revestimentos
Segundo Tauil e Nese (2010, p. 112), há diversas opções de revestimentos.
Os revestimentos internos podem ser: caiação, látex, gesso direto no bloco, massa
fina direto no bloco, massa fina industrializada, epóxi, azulejo colado, e textura.
Quanto aos revestimentos externos, podem ser: látex, caiação, silicone, tintas
acrílicas, revestimento sintético, verniz acrílico, tintas à base de cimento, monocapa,
cerâmica com junta projetada, e textura sobre chapisco acrescentando o reboco.
FIGURA 24 - REVESTIMENTO INTERNO E EXTERNO (TAUIL; NESE, 2010, p. 112)
49
De acordo com Manzione (2004, p. 82), nos revestimentos externos
trabalha-se com a espessura de 20 e 30 mm. Nos revestimentos internos,
usualmente utiliza-se o gesso aplicado direto no bloco, com espessuras próximas de
5 mm. Em ambientes úmidos deve-se fazer a uso de revestimentos de massa única.
2.5.12 Cobertura
A cobertura de uma edificação tem função importante, pois a última laje de
um deve receber atenção exclusiva, já que sofre os efeitos térmicos da dilatação.
Manzione (2004, p. 85) destaca os principais tipos de coberturas usuais, são eles:
(a) telhado em duas ou quatro águas; e (b) sistema de cobertura em shed.
a) Telhado em duas ou quatro águas: possui claraboia para iluminação
vertical de banheiros. Esta solução para telhados não é aconselhável, pois:
faz-se necessário a utilização de domus; deve-se executar uma chaminé em
alvenaria sobre o recorte da laje, bem como instalar rufos metálicos de
proteção, o que em longo prazo causa infiltrações e defeitos.
FIGURA 25 - TELHADO EM DUAS ÁGUAS COM CLARABOIA (MANZIONE, 2004, p.86)
50
b) Sistema de cobertura em shed: a partir do desencontro dos panos de
telhado cria-se uma faixa de iluminação. Esta solução de telhados é
aconselhável, pois: amplia-se a iluminação no interior da edificação; a própria
alvenaria é suporte para o telhado, simplificando o processo de execução;
utilizam-se caixilhos simples e de baixo custo; e por fim, é um sistema que
não oferece grandes riscos quanto ao aparecimento de patologias e quanto à
manutenção.
FIGURA 26 - SISTEMA DE TELHADO EM SHED (MANZIONE, 2004, p. 87)
A cobertura pode ser executada em soluções de estrutura metálica ou
madeira. “Qualquer que seja o material a ser utilizado para a estrutura do telhado, é
fundamental que o processo de produção seja racionalizado”, ressalta Manzione
(2004, p. 87).
2.6 CONTROLE DE QUALIDADE
O hábito de se trabalhar em sistemas ruins tinha a compensação de permitir a
muitos trabalhadores incorporar o seu próprio senso de ruindade no sistema...
Embora odiando o seu trabalho, o sistema tinha uma maneira estranha de
prendê-los. (Eric Trist, 1950) (ABCP, PR- 2, 2004)
51
O conceito de qualidade vem sofrendo modificações ao longo do tempo e
são inúmeros os autores que discorrem sobre isso. Richter (2007, p.29), por
exemplo, define a qualidade como um produto ou serviço que atende de forma
excepcional, confiável e no tempo determinado às necessidades do cliente. Ele cita
também a NBR ISO-9000 (ABNT, 2000), a qual ressalta que “qualidade é o grau no
qual um conjunto de características inerentes satisfaz a requisitos”.
O controle de qualidade é definido por Franco (NOTAS DE AULA, S/D),
como técnicas e atividades operacionais para atender às necessidades
especificadas. Ele ainda faz a distinção entre atendimento a clientes externos
(desempenho adequado, inexistência de patologias, etc.) e a clientes internos
(redução de custos, aumento da produtividade, etc.).
A verificação da execução da alvenaria estrutural deve ser referente tanto ao
recebimento dos materiais, quanto à aceitação da alvenaria. A seguir, será descrito
alguns itens que devem ser controlados para garantir a qualidade do produto.
2.6.1 Controle de Projeto
Deve-se verificar: se a proposta atende a todas as necessidades, os
desenhos, especificações técnicas construtivas, memoriais, padrões gráficos,
especificações da empresa, e também, a compatibilização dos projetos. (FRANCO,
S/D)
2.6.2 Controle de materiais
Desde o recebimento, armazenagem e transporte até a identificação das
resistências e separação das unidades defeituosas, envolvem o conceito do controle
de materiais.
Freire em seu livro, ‘Sistema construtivo em alvenaria estrutural de bloco de
concreto’ (2007, p.24), diz: “as padronizações e controles efetuados pela construtora
52
dos materiais utilizados na construção permitem a garantia da qualidade e o
rastreamento de qualquer material utilizado na obra”.
2.6.3 Blocos de Concreto
Os blocos devem ser armazenados de acordo com sua resistência. Seu
recebimento pode ser organizado de acordo com o pavimento que será levantado.
De acordo com a NBR 6136, o controle de qualidade deve ser executado
com uma amostra de 12 unidades a partir de lotes com 10000, e mais duas
unidades a cada 10000 a mais. Avalia-se:
Dimensão: as paredes devem ter espessura ≥ 25mm (parede
longitudinal ≥ 32mm para blocos de 19x19x39mm). Tolerâncias de ±
2mm para a largura e ± 3mm para altura e cobrimento.
Retração: ≤ 0,065%
Absorção: ≥ 10% em qualquer bloco
Resistência à compressão característica do bloco: calculado de
acordo com NBR6136. O fbk não deve ser menor que o de projeto e
sempre maior ou igual a 4,5 MPa.
Ensaio: seco ao ar, capeado.
2.6.4 Blocos Cerâmicos
Deve ser executado com 8 exemplares para lotes de 1000 à 3000 unidades,
e 13 para lotes de 3001 à 8500 unidades. (FRANCO, S/D)
Dimensão: tolerância de ±3 mm
Ensaio: capeamento com pasta de cimento
Resultado:
- Aceita com dois resultados abaixo para 13 unidades;
- Rejeita com cinco resultados abaixo para 13 unidades;
53
- Aceita com seis resultados abaixo para 26 unidades;
- Rejeita com sete resultados abaixo para 26 unidades.
2.6.5 Argamassa e Graute
No controle de qualidade das argamassas de graute, verifica-se a
armazenagem dos materiais, dosagem, características físicas e tempo de utilização.
A dosagem pode ser feita da forma experimental.
Ensaios:
- Argamassa: deve ser ensaiado segundo a NBR 7215 (ABNT, 1996).
Resistência de aderência, trabalhabilidade, retenção de água e resistência à
compressão.
- Graute: ensaios de prismas cheios. Segundo a NBR 8798 (ABNT, 1985) o
parâmetro de controle deve ser executado a partir da resistência de compressão
obtido pelo ensaio de corpos de prova cilíndricos.
Desempenho
TABELA 03 - DESEMPENHO DE ARGAMASSA E GRAUTE (NOTAS DE AULA FRANCO, S/D)
PROPRIEDADE ARGAMASSA GRAUTE
EXIGÊNCIA MÉTODO EXIGÊNCIA MÉTODO
CONSISTÊNCIA 230 +/- 10mm NBR 7215 20 +/- 3 cm NBR 7223
RETENÇÃO DE
ÁGUA
>75% ASTM C91 - -
RESISTÊNCIA A
COMPRESSÃO
9,0 Mpa* ou
fakj
NBR 7215 > 14,0 Mpa ou
fgkj
NBR 5738
NBR 5739
* Segundo o Professor José de A. Freitas Junior (NOTAS DE AULA, S/D,
p.23), a argamassa de assentamento deve ter de 40 a 70% da resistência média do
material do bloco. Esse valor inferior da resistência do bloco é justificado pela
necessidade da argamassa de absorver as deformações da alvenaria estrutural.
54
2.6.6 Controle do Concreto
A qualidade do concreto depende tanto das suas propriedades no estado
fresco quando no seu estado endurecido (GEYER; SÁ, 2006, p.01).
Os procedimentos para controle de qualidade do concreto estão descritos na
NBR6118. (RICHTER, 2007, p.59)
2.6.7 Controle dos serviços
O controle da execução dos serviços visa manter a qualidade dentro dos
limites satisfatórios. Richter (2007, p.60) descreve alguns itens que devem ser
compreendidos:
Qualidade dos componentes de alvenaria: integridade, resistência
mecânica e regularidade dimensional;
Controles geométricos: nível, prumo, planeza das paredes,
posicionamento de vãos, espessura e preenchimento de juntas;
Bitola e disposição das armaduras;
Grauteamentos;
Vergas e contravergas;
Posicionamento de eletrodutos.
Além dos itens acima, a NBR8798 (1985, p.13) estabelece valores para
controle de juntas verticais e horizontais.
A qualidade da mão de obra é fundamental nessa etapa para garantir a
resistência necessária. Fatores como prumo, uniformidade, verticalidade, resistência
de aderência, entre outros, depende da habilidade do pedreiro. Duarte (1999, p.16)
acentua que “o engenheiro não deve descuidar da fiscalização na construção das
paredes, principalmente na etapa inicial da obra, quando as paredes do térreo estão
sendo construídas”, pois, são as paredes que recebem todas as cargas verticais da
construção.
55
Para garantir o controle, devem-se definir todos os parâmetros, métodos de
medição (incluindo equipamentos), limites, frequência do controle, registros e
circulação das informações, incluindo prazos e ter definido o responsável pelo
controle, para que este seja informado de qualquer incoerência no decorrer da obra.
Seguir o planejamento e manter sempre atualizado é de fundamental
importância em todas as etapas. Isso auxilia na tomada de decisões e orientações
que podem ser dadas as equipes de trabalho.
2.7 MÃO DE OBRA
Atualmente, a mão de obra especializada é fator decisivo para produtividade
do setor da construção civil, especialmente na alvenaria estrutural.
A fim de melhorar a qualidade e produtividade da obra, as empresas têm
proporcionado treinamentos do sistema construtivo, equipamentos e ferramentas
adequados, e equipamentos de proteção individual e coletivo. (ABCP, 2004, PR-03)
2.7.1 Falta mão de obra qualificada no mercado
A escassez de mão de obra qualificada se tornou uma preocupação para
muitas empresas da construção civil. Com o intuito de evitar a falta de mão de obra
qualificada nas obras, muitas empresas brasileiras, como concreteiras, pré-
fabricados, artefatos de cimento e construtoras, passaram a investir em cursos
profissionalizantes aos funcionários.
“A qualidade começa pela educação e acaba na educação. Uma empresa
que progride em qualidade é empresa que aprende a aprender” (ISHIKAWA, 2010)
A qualificação dos funcionários precisa ser estimulada. “O ideal é que seja
uma ação conjunta entre empresas, governo e profissionais”, afirma o engenheiro
civil, Marcelo Ulsenheimer, gerente técnico comercial de grande empresa de
artefatos de cimento.
56
Além do resultado final da obra ser comprometido, a falta de qualificação da
mão de obra prejudica o próprio trabalhador. “Ele acaba sendo um simples fazedor
de tarefas. Quando passa por uma formação ele conhece o processo construtivo e
pode até questionar os métodos de trabalho, e assim a probabilidade de cometer um
erro grave na obra é menor”, afirma Luiz Roberto Gasparetto, coordenador técnico
da escola Senai em São Paulo.
2.7.2 Treinamentos
Através dos treinamentos propostos pelas empresas e/ou pelas instituições
de ensino, os participantes adquirem uma visão geral sobre o sistema, os processos
de execução, metodologia, controle da alvenaria, parâmetros do projeto estrutural, e
entendimento do gerenciamento e a compatibilização dos projetos. (ABCP, PR-3,
2004)
Roman, Mutti e Araújo (1999, p. 74), ressaltam algumas recomendações
para a execução do treinamento de mão de obra: podem-se reunir os trabalhadores
em uma sala de aula preparada; estipular o horário com base a não causar prejuízos
à obra e aos participantes; utilizar material didático adequado para o nível cultural
dos trabalhadores, podendo conter muitas ilustrações.
Quando não for possível o treinamento da mão de obra qualificada por
instituições de ensino, o aprendizado e o treinamento podem ser feitos com
profissionais mais experientes dentro da obra. (RIVERS, ABCP, S/D)
O treinamento de mão de obra envolve investimentos e constitui-se num
desafio para ambos os lados. Desta forma, “ao atuar para que os operários dominem
as técnicas de execução, consequentemente ter-se-á um produto final de melhor
qualidade, e a execução dos serviços provavelmente será mais rápida”.
57
2.8 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
O termo ‘patologia’ é derivado do grego (pathos - doença, e logia - ciência,
estudo) e significa "estudo da doença". Na construção civil pode-se atribuir patologia
aos estudos dos danos ocorridos em edificações.
As manifestações patológicas em alvenaria estrutural ocorrem a partir de
deficiências de projetos, falta de especificação de material, execução da edificação
em desacordo com as normas de qualidade, ausência ou inadequação da
manutenção do edifício finalizado. (BAUER, 2005, p. 34)
De acordo com Manzione (2004, p.106), as principais manifestações
patológicas que ocorrem em obras de alvenaria estrutural são:
(a) Fissuras por recalque: a alvenaria estrutural tem alta
sensibilidade aos deslocamentos sofridos nas fundações.
(b) Cantos de aberturas: devido à concentração de tensões
existentes nestes locais, surgirão trincas a um ângulo de 45º, exceto se forem
executadas vergas e contravergas.
(c) Retração por secagem: ocorre em painéis extensos; para evitá-
las devem ser executadas juntas de controle.
(d) Fissuras térmicas: “ocorrem no último pavimento, aparecendo
como uma fissura horizontal abaixo da canaleta de apoio, ou com inclinações
de 45º nas paredes transversais”; para evitá-las deve-se permitir a
movimentação da laje através do desprendimento dos apoios, inserir
isolamento térmico em EPS, e permitir a ventilação através dos oitões.
(e) Interface na transição: a partir das deformações das estruturas
de transição, a alvenaria passará a trabalhar pelo efeito de arco,
apresentando como consequência o aparecimento de fissuras.
(f) Fissuras por cargas concentradas: quando existem peças de
concreto armado apoiado sobre a alvenaria, devem-se implantar coxins de
apoio para redistribuição das tensões.
(g) Fissuras por juntas a prumo: tende-se a aparecer fissuras
quando ocorrem juntas a prumo; portanto, no projeto e na execução as juntas
a prumo devem ser extintas.
58
(h) Fissuras por grampeamento de alvenarias: são fissuras verticais,
e ocorrem quando as paredes estruturais são amarradas com grampos
metálicos; este método não é recomendável.
(i) Fissuras na interface alvenaria e borda de laje: nesta região
deverá haver revestimento com aplicação de tela galvanizada, especialmente
no primeiro e último pavimentos, e também previsão de junta horizontal de
trabalho.
2.9 FORNECEDORES
Com o crescimento da utilização da alvenaria estrutural, há uma tendência de
aumento nos fornecedores, mas isto nem sempre significa a entrega de produtos de
qualidade.
Os fornecedores devem ser definidos no início da obra, junto com todas as
especificações, com a finalidade de se obter um material que atenda as
necessidades da obra. Isso traz garantia de qualidade. Além disso, o construtor
deverá ter conhecimento para avaliar as condições de fornecimento de cada material
(ROMAN, H. R. et al.,2002, p.32).
A Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) fornece um selo de
qualidade com o intuito de certificar a conformidade dos produtos com as normas
brasileiras, contribuindo para a melhoria dos sistemas construtivos que utilizam
como base o cimento.
Os blocos certificados têm vantagens refletidas na qualidade final da
edificação, e para comprovar esta qualidade devem apresentar:
Boa aparência;
Boa durabilidade;
Dimensões regulares;
Resistência adequada a sua aplicação.
O selo qualifica os fabricantes a fim de atender obras financiadas pelo
governo, obras que exijam atendimento ao PBQP-H (Programa Brasileiro de
59
Qualidade e Produtividade do Habitat) e ao código de defesa do consumidor (ABCP,
S/D).
2.10 ASPECTOS TÉCNICOS E ECONÕMICOS
Antes da escolha de um sistema construtivo, é necessário discutir os
aspectos técnicos e econômicos que serão envolvidos. Para isso, devem-se
considerar as vantagens e desvantagens para cada um desses itens.
Ramalho e Corrêa (2003, p.9) ressaltam no livro ‘Projeto de edifícios de
alvenaria estrutural’ que em edifícios residenciais a utilização de alvenaria estrutural
transforma a função exclusiva de vedação da alvenaria na própria estrutura. Assim,
não há a necessidade de vigas e pilares, que seriam o suporte de uma construção
convencional.
Sendo definidas estas duas funções para a alvenaria estrutural, vedação e
suporte para a edificação, num primeiro momento, isso é bom para a economia.
Mas, é necessário que a resistência seja perfeitamente controlada, o que demanda
uma execução mais cuidadosa e utilização de materiais mais caros, elevando o
custo da produção.
2.10.1 Parâmetros a serem considerados
Na maioria dos casos, o acréscimo que a utilização do sistema de alvenaria
estrutural causa no custo, é compensado com certa folga pela retirada dos pilares e
vigas. Contudo, é necessário ter cuidado para não inverter está situação, tornando a
produção da estrutura um processo mais oneroso.
Para a escolha do melhor sistema construtivo é necessário estudar cada
caso. A seguir, apresentam-se três características importantes que devem ser
consideradas na escolha do sistema descritas por Ramalho e Corrêa. (2003, p.9-10)
60
a) Altura da edificação
No Brasil, atualmente, a altura máxima adequada para edifícios deste sistema
é de 15 ou 16 pavimentos. A resistência à compressão dos blocos disponíveis
no mercado torna necessário um esquema de grauteamento generalizado
para a utilização em obras maiores, o que encarece a obra. Mesmo utilizando
blocos com maior resistência em relação à compressão, as tensões de tração
geradas a partir das ações horizontais passariam a ser muito significativas,
exigindo a utilização de graute e também de armaduras, comprometendo
ainda mais a economia da obra.
b) Arranjo arquitetônico
Para arranjos arquitetônicos diferentes dos usuais, a situação pode variar
para melhor ou pior. É necessário considerar uma densidade entre 0,5 a 0,7m
de paredes estruturais por m² de pavimento. Com esses limites pode-se
considerar a densidade das paredes como usual e também as condições de
seu dimensionamento.
c) Tipo de uso
A alvenaria estrutural é indicada para ambientes e vãos pequenos, no caso,
edifícios residenciais de padrão médio ou baixo.
No caso de edifícios comerciais, pela frequente necessidade de modificação
das paredes externas, este sistema construtivo é desaconselhável por não
permitir flexibilidade e até podendo ser perigoso se o proprietário fizer
modificações sem conhecer os riscos.
2.10.2 Principais vantagens do sistema
Um item de destaque na execução de alvenaria estrutural é uma alta
racionalização do sistema construtivo, reduzindo o consumo e desperdício de
materiais. A seguir são listadas algumas das vantagens:
Economia de fôrmas, reduzindo o custo;
61
Redução significativa nos revestimentos pelo maior controle na
execução;
Redução nos desperdícios de material e mão de obra;
Redução do número de especialidades, como armadores e
carpinteiros;
Flexibilidade no ritmo de execução da obra. Se utilizado lajes pré-
moldadas não há a necessidade de se esperar o tempo de cura;
Padronização e nivelamento da obra com menos desvios;
Menor custo em instalações hidráulicas e elétricas (sem necessidade
de quebrar paredes);
Diminuição da quantidade de armadura;
Aumento da produtividade devido à repetição e padronização dos
serviços;
Desconto no CND (Certidão Negativa de Débitos) da obra.
2.10.3 Principais desvantagens do sistema
Pode-se ressaltar que a grande desvantagem desse sistema é a dificuldade
de adaptar a arquitetura para um novo uso. Suas paredes tem função estrutural, fato
que não permite alteração de suas posições. Serão listadas a baixo outras
desvantagens da alvenaria estrutural:
Interferência entre projetos de arquitetura/estrutura/instalações;
Necessidade de uma mão de obra bem qualificada;
Exige controle de qualidade eficiente;
Limite arquitetônico;
Dificuldade na execução de grandes vãos e balanços excessivos;
Pouca disponibilidade de matéria-prima fora de grandes centros.
62
3 METODOLOGIA
Como metodologia da pesquisa, necessária para realização deste trabalho,
optou-se por tipologias de delineamento de pesquisa incorporadas em três grupos:
quanto aos objetivos, quanto aos procedimentos e quanto à abordagem do
problema.
No que se refere à pesquisa, com foco principalmente nos objetivos
relacionados a este estudo, caracteriza-se como descritiva. De acordo com Gil
(2007, p.42), este tipo de pesquisa “[...] tem como objetivo primordial a descrição das
características de determinada população ou fenômeno, ou então, o
estabelecimento de relações entre variáveis”. Em complemento, Fonseca (2007,
p.31), expõe que os estudos descritivos procuram responder questões do tipo “o que
ocorre” na vida social, política e econômica.
No que se refere ao procedimento adotado para esta pesquisa científica,
enquadra-se o método de levantamento ou survey, tendo em vista que a pesquisa
se desenvolve por intermédio de questionário aplicado junto a engenheiros
responsáveis, por obras executadas com o sistema em Alvenaria Estrutural,
possuindo assim uma amostra definida e não a análise em profundidade. Para
Baptista e Campos (2010, p.82), o método de levantamento “objetiva-se chegar à
descrição, explicação e exploração do fenômeno proposto”.
De acordo com Gil (2007, p.50), as pesquisas de levantamento:
“[...] se caracterizam pela interrogação direta das pessoas cujo
comportamento se deseja conhecerem. Basicamente, procede-se à
solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do
problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa,
obterem-se as conclusões correspondentes aos dados coletados”.
O levantamento em geral serve para pesquisas descritivas que pretendem
expor através da população selecionada, quantas pessoas têm determinados
atributos, ou até mesmo explorar aspectos de uma situação, procurar explicações,
entre outros. No caso deste estudo, são exploradas as obras executadas em
Alvenaria Estrutural, buscando identificar as características mais relevantes das
mesmas.
63
Quanto à abordagem adotada para o problema apontado por este trabalho,
desenvolveu-se através do método quantitativo. Segundo Malhotra (2007, p.155), a
pesquisa quantitativa “procura quantificar os dados e, geralmente, aplica alguma
forma de análise estatística”.
Para Fonseca (2007, p.45), o método quantitativo “busca analisar a
frequência de ocorrência para medir a veracidade ou não daquilo que está sendo
investigado”. Este método utiliza, frequentemente, questionários com respostas de
múltipla escolha.
3.1 POPULAÇÃO E AMOSTRA
Malhotra (2006, p.321) define população-alvo como uma “coleção de
elementos ou objetos que possuem a informação procurada pelo pesquisador e
sobre os quais devem ser feitas inferências”.
A população-alvo deste estudo compreende as empresas do ramo de
Construção Civil que executam obras com o sistema de alvenaria estrutural na
Região Metropolitana de Curitiba. As obras que fazem parte do estudo estão
detalhadas no próximo item.
O mapa a seguir demonstra a expansão da pesquisa na RMC. Os círculos
vermelhos representam as obras pesquisadas.
64
FIGURA 27 - MAPA (http://www.meuclub.net/wp-content/uploads/2012/03/mapas_de_curitiba_transporte)
65
Devido a não existência de um levantamento exato das obras executadas na
RMC em Alvenaria Estrutural, foi utilizado o bom senso na escolha do número de
amostras para garantir a veracidade das informações coletadas.
Foram acessados e localizados alguma forma de contato de 23 (vinte e três)
escritórios de Engenharia Civil que executam obras em Alvenaria Estrutural. Deste
total contatado, somente 11 (onze) retornaram positivamente.
Quanto ao método de abordagem ao entrevistado este estudo abrangeu
entrevista pessoal e entrevista por e-mail. De acordo com Fonseca (2007, p.47), a
entrevista “é uma comunicação verbal entre duas ou mais pessoas, com grau de
estruturação previamente definido, cuja finalidade é a obtenção de informações de
pesquisa”. Em complemento, Malhotra (2006, p.189) aponta que nas entrevistas por
e-mail as respostas dos entrevistados, a questões fechadas ou abertas, são
introduzidas como dados, e a seguir, são tabeladas.
66
3.1.1 Residencial Águas Belas I
O Residencial Águas Belas I possui 02 blocos de edifícios, com 04
pavimentos cada bloco. Totalizando 56 apartamentos.
O edifício localiza-se na Rua Padre Antônio Darius, 1281, no bairro Afonso
Pena, em São José dos Pinhais.
Responsabiliza-se pelo empreendimento a empresa Engecon Engenharia e
Consultoria LTDA, e engenheiro residente Jeverson Luis M. Leitão.
FOTOGRAFIA 01 – RESIDENCIAL ÁGUAS BELAS I
67
3.1.2 Le Chateau Residence
O Le Chateau Residence possui 01 bloco de edifício. Este bloco dispõe de 08
pavimentos, totalizando 56 apartamentos.
O edifício localiza-se na Rua Vinte Cinco de Agosto, 430, no bairro Centro,
em Pinhais.
Responsabiliza-se pelo empreendimento a empresa Casa Alta Construções
LTDA, e engenheiro residente Alexsandro Cesconetto.
FOTOGRAFIA 02 – LE CHATEAU RESIDENCE
68
3.1.3 Petit Chateau Residencial
O Petit Chateau Residencial possui 10 blocos de edifícios. Cada bloco dispõe
de 04 pavimentos, totalizando 160 apartamentos.
O edifício localiza-se na Av. Iraí, 476, no bairro Weissópolis, em Pinhais.
Responsabiliza-se pelo empreendimento a empresa Casa Alta Construções
LTDA, e engenheiro residente Dereck Roscamp.
FOTOGRAFIA 03 – PETIT CHATEAU RESIDENCIAL
69
3.1.4 Self Condomínio Club
O Self Condomínio Club possui 02 blocos de edifícios. Cada bloco dispõe de
10 pavimentos, totalizando 130 apartamentos.
O edifício localiza-se na Al. Augusto Stellfeld, 1050, no bairro Batel, em
Curitiba.
Responsabiliza-se pelo empreendimento a empresa Baú Construtora, e
engenheiro residente Guilherme Fleury de Freitas.
FOTOGRAFIA 04 – SELF CONDOMÍNIO CLUBE
70
3.1.5 Residencial Palma de Ouro II
O Residencial Palma de Ouro II possui 13 blocos de edifícios. Cada bloco
dispõe de 05 pavimentos, totalizando 282 apartamentos.
O edifício localiza-se na Rua David Bodziak, 1180, no bairro Cachoeira, em
Curitiba.
Responsabiliza-se pelo empreendimento a empresa G. Ferdinandi
Construção e Incorporação, e engenheiro residente João Felipe Benedetti Moura.
FOTOGRAFIA 05 – RESIDENCIAL PALMA DE OURO II
71
3.1.6 Residencial Grand Chateau
O Residencial Grand Chateau possui 04 blocos de edifícios. Cada bloco
dispõe de 10 pavimentos, totalizando 360 apartamentos.
O edifício localiza-se na Rodovia Deputado João Leopoldo Jacomel, 13328,
em Pinhais.
Responsabiliza-se pelo empreendimento a empresa Casa Alta Construções
LTDA, e engenheira residente Fernanda C. Buarque Costa.
FOTOGRAFIA 06 – RESIDENCIAL GRAND CHATEAU
72
3.1.7 Residencial Quatro Barras
O Residencial Quatro Barras possui 01 bloco de edifício. Este bloco dispõe de
04 pavimentos, totalizando 16 apartamentos.
O edifício localiza-se na Av. Dom Pedro II, 1291, no bairro Centro, em Quatro
Barras.
Responsabiliza-se pelo empreendimento a empresa Campina Construção
Civil LTDA, e engenheiro residente Januário Trevisan.
FOTOGRAFIA 07 – RESIDENCIAL QUATRO BARRAS
73
3.1.8 Residencial Santa Clara
O Residencial Santa Clara possui 01 bloco de edifício. Este bloco dispõe de
03 pavimentos, totalizando 06 apartamentos.
O edifício localiza-se na Rua das Camélias, 1369, no bairro Campina da
barra, em Araucária.
Responsabiliza-se pelo empreendimento a empresa Construtora Ciennge, e
engenheiro residente Ricardo Stival Bronholo.
FOTOGRAFIA 08 – RESIDENCIAL SANTA CLARA
74
3.1.9 Residencial Alzira Berton Pauletto
O Residencial Alzira Berton Pauletto possui 26 blocos de edifícios. Cada
bloco dispõe de 04 pavimentos, totalizando 416 apartamentos.
O edifício localiza-se na Rua Alzira Berton Pauletto, 1245, no bairro Del Rey,
em São José dos Pinhais.
Responsabiliza-se pelo empreendimento a empresa AMS Construções LTDA,
e engenheiro residente Alexandre do E. S. Guilherme.
FOTOGRAFIA 09 – RESIDENCIAL ALZIRA BERTON PAULETTO
75
3.1.10 Residencial Moradas do Sítio
O Residencial Moradas do Sítio possui 05 blocos de edifícios. Cada bloco
dispõe de 05 pavimentos, totalizando 70 apartamentos.
O edifício localiza-se na Rua Mandirituba, 1320, no bairro Sítio Cercado, em
Curitiba.
Responsabiliza-se pelo empreendimento a empresa Dória Construções, e
engenheiro residente Roberto Ravaglio.
FOTOGRAFIA 10 – RESIDENCIAL MORADAS DO SÍTIO
76
3.1.11 Residence Up Life
O Residence Up Life possui 02 blocos de edifícios. Cada bloco dispõe de 12
pavimentos, totalizando 576 apartamentos.
O edifício localiza-se na Rua Reinaldo Stocco, 191, no bairro Pinheirinho, em
Curitiba.
Responsabiliza-se pelo empreendimento a empresa Cyrela Construtora, e
engenheiro residente Milede Manoel Neto.
FOTOGRAFIA 11 – RESIDENCE UP LIFE
77
3.2 INSTRUMENTO DE OBTENÇÃO DOS DADOS
Como instrumento de pesquisa foi elaborado um questionário, presente na
íntegra no Anexo 01, contendo 34 perguntas fechadas e abertas, abrangendo
tópicos que se deseja obter as características gerais.
De acordo com Malhotra (2006, p.290), questionário é um conjunto de
perguntas, o qual objetiva-se extrair informações dos entrevistados. Em
complemento, Fonseca (2007, p.49), exprime que o questionário “é a forma mais
usada para coletar dados, pois possibilita medir com exatidão o que se deseja”.
Quanto ao tipo de perguntas elas podem ser fechadas ou abertas. As
perguntas fechadas, também chamadas de estruturadas, destinam-se a obter
respostas mais precisas, pois contém respostas com alternativas pré-estabelecidas
(MALHOTRA, 2006, p.297). Fonseca (2007, p.4) complementa ressaltando que, as
respostas no formato estruturadas são padronizadas, portanto de fácil aplicação,
codificação e análise.
Em contra partida, as perguntas abertas, também chamadas de não
estruturadas, destinam-se a obter uma resposta livre (FONSECA, 2007, p.48).
Malhotra (2006, p.298) acrescenta que, as perguntas abertas “permitem ao
entrevistado expressar atitudes e opiniões gerais que irão ajudar o pesquisador a
interpretar suas respostas a perguntas estruturadas”.
78
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Os resultados deste estudo são apresentados através de tabelas, gráficos e
comentários a partir dos questionários respondidos. O tratamento de dados constitui
em, basicamente, levantar a frequência das respostas dos entrevistados, estas
sendo representadas em porcentagem.
Criaram-se tópicos gerais para unir questões correlacionadas, são eles:
preferência por alvenaria estrutural; mercado imobiliário; cronograma; fornecedores;
controle de qualidade, mão de obra; materiais; revestimentos; pré-moldados e
esquadrias; e manifestações patológicas.
Na sequência, portanto, apresentam-se os dados relativos ás questões
levantadas, com comentários, citações e justificativas de autores renomados, acerca
da significância dos resultados encontrados em cada questionamento.
4.1 PREFERÊNCIA POR ALVENARIA ESTRUTURAL
Na escolha da alvenaria estrutural como sistema construtivo, o critério
econômico é o que vem com maior destaque, já que 73% dos entrevistados
marcaram essa opção. Além do fator econômico, outras características mostraram-
se ser levadas em consideração, como arranjo arquitetônico com 36% e altura da
edificação com 27%. O tipo de uso não foi considerado como parâmetro de escolha,
apesar de se encontrar no livro ‘Projeto de edifícios de alvenaria estrutural’ de
Ramalho e Corrêa (2003, p.10). Os autores ressaltam que para edifícios comerciais
ou de alto padrão, que necessitam de vãos grandes e maior flexibilidade, não é
adequado. Estes valores são representados no gráfico abaixo.
79
GRÁFICO 01 - PARÂMETROS PARA ESCOLHA DA AE
Em contrapartida, a alvenaria estrutural aparece como restrição para o
projeto arquitetônico em 18% das obras, e os outros 82% considera-se como
restrição média.
GRÁFICO 02 - RESTRIÇÃO PARA O PROJETO ARQUITETÔNICO
Com relação à compatibilização de projetos, há a necessidade do
conhecimento da potencialidade e limitação de cada sistema, onde os projetistas
devem trabalhar em sintonia (DUARTE, 1999, p.37). De acordo com o gráfico
27%
36%
73%
Altura da edificação Arranjo Arquitetônico Economia
Parâmetros para escolha da Alvenaria Estrutural
Altura da edificação Arranjo Arquitetônico Economia
Sim 18%
Médio 82%
Restrição para o projeto arquitetônico
80
abaixo, apenas 27% consideraram existência de problemas com a falta de
compatibilização, e 73% definem como pouco problemático.
GRÁFICO 03 - PROBLEMAS COM FALTA DE COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS
Um dos itens que está sendo utilizado juntamente com a alvenaria estrutural
é o piso zero. Este tipo de sistema traz economia nos contra pisos, mas ao mesmo
tempo necessita de maior controle na superfície e tubulações. No gráfico 04 estão
mostradas as porcentagens das obras que utilizam piso zero.
GRÁFICO 04 - PISO ZERO
73%
27%
Problemas com falta de compatibilização de projetos
Pouco
Muito
82%
18%
PISO ZERO
Sim Não
81
4.2 MERCADO IMOBILIÁRIO
A engenharia tem se desenvolvido continuamente desde a sua criação. As
formas de construção necessitavam de estudos e pesquisa, tornando-a essencial
nas nossas vidas.
Essa busca por novas alternativas construtivas, baseadas no mercado cada
vez mais exigente, procuram economia e racionalização sem a perda de qualidade.
Esses itens vêm sendo explorados na alvenaria estrutural (FERNANDES, S/D, p.2).
Quanto questionados em relação a custos, 36% dos entrevistados
consideraram que a alvenaria estrutural não gera resultados relevantes quando
comparado com o concreto armado, ou não quiseram opinar, como demonstrado no
gráfico abaixo.
GRÁFICO 05 - REDUÇÃO DE CUSTOS QUANDO COMPARADO COM CA
Os outros 64% que responderam positivamente à questão, declaram uma
média de 16% em economia.
O mercado imobiliário não busca apenas redução de custos, mas também a
rapidez e facilidade de execução. A aceitação no mercado mostrou ter boas
perspectivas. Destaca-se que 90% das opiniões com relação a restrições ou
dificuldades de aceitação no mercado imobiliário se concentraram em nenhuma ou
pouca existência delas, conforme tabela 04.
Não 36%
Sim 64%
Redução de custos quando comparado com o concreto armado
82
TABELA 04 - RESTRIÇÃO OU DIFICULDADE DE ACEITAÇÃO DO MERCADO DOS COMPRADORES DE IMÓVEIS
Restrição ou dificuldade de aceitação do mercado dos compradores de imóveis
%
Nenhuma 45%
Pouca 45%
Média 10%
Muita 0%
Total 100%
Segundo Coelho (1998, p.20), a barreira para aceitação no mercado
imobiliário é consequência da falta de informações das pessoas, necessitando então
da divulgação das novas tecnologias.
O engenheiro Arnoldo Wendlerna (S/D) na reportagem “A opção do mercado
imobiliário” expõe que os juros dos financiamentos habitacionais caíram, e a
instituição de garantias às construtoras causam a explosão do mercado imobiliário e
vem estimulando o uso da alvenaria estrutural em todas as regiões do Brasil.
As opiniões dos entrevistados, apesar de serem distintas, convergem para
um mesmo ponto. Os engenheiros acreditam que com o aumento dos fornecedores
de blocos e maior disponibilidade de mão de obra qualificada, a tendência é de
expansão, não apenas para edifícios residenciais de baixo e médio padrão, mas
também para construções de casas térreas e sobrados. Fato que se explica tanto
pela economia, como pela limpeza de obra e agilidade no cronograma. A mão de
obra ainda é um item questionável entre os engenheiros, alguns consideram
escassa no mercado.
Há também perspectivas futuras para novas tecnologias, que substituirão a
alvenaria estrutural, como a execução com paredes de concreto.
Acredita-se que pelos próximos anos, o sistema de alvenaria estrutural seja
muito empregado em prédios residenciais de até sete pavimentos. O Professor Dr.
Luiz Sérgio Franco (NOTAS DE AULA, S/D) considera que o emprego de alvenaria
estrutural no Brasil aumentará, não só pelas qualidades citadas anteriormente, mas
também por ter papel fundamental na resolução do problema social de habitação no
Brasil.
83
4.3 CRONOGRAMA
O cumprimento do cronograma construtivo é um marco importante para as
construtoras, contribuindo também da conquista de futuras obras. A eliminação da
estrutura convencional diminui algumas etapas, como diminuição do tempo de
execução da mão de obra, desta forma possibilitando maior exatidão no
cumprimento do cronograma. A alvenaria estrutural permite que várias etapas
ocorram simultaneamente, trazendo economia de tempo e reduzindo encargos
financeiros. Segundo Alexandre Pires Bertini (2002), a empresa de construção
deverá fazer a programação de compras juntamente com as necessidades da obra,
qualificar os fornecedores, antecipar a resolução de problemas futuros antes de seu
acontecimento, acompanhar a obra e cumprir prazos. Os itens citados anteriormente
garantirão confiabilidade de entrega.
Comparando a tecnologia de alvenaria estrutural com concreto armado em
relação ao tempo previsto para execução das obras, 82% responderam que o tempo
é mais curto, contra 18% que consideraram muito mais curto ou semelhante.
GRÁFICO 06 - CRONOGRAMA DE OBRAS DE AE COMPARADO COM CA
Um dos itens responsável pela redução do cronograma é a utilização de pré-
moldados, mas eles não estão presentes em todas as obras. Em entrevista ao “O
9%
82%
9%
Cronograma de obras de AE comparado ao concreto armado
Muito mais curto Mais curto Semelhante
84
portal do engenheiro”, Carlos Alberto Tauil (2011) confirma que a utilização de pré-
moldados atribui às obras maior produtividade, mas a logística tem papel
fundamental no canteiro.
Com relação ao desempenho no cumprimento do cronograma, a maioria das
obras não apresentou a melhor verificação. De acordo com os dados, 64%
avaliaram o cumprimento do cronograma bom, conforme o gráfico 07.
GRÁFICO 07 - CUMPRIMENTO DE CRONOGRAMA PREVISTO
4.4 CANTEIRO DE OBRAS
Uma infraestrutura eficiente para a execução das tarefas permite a obtenção
de um nível mais elevado de racionalização e produtividade (ROMAN; FILHO, S/D).
O canteiro de obras tem a função de disponibilizar para a equipe de trabalho
todos os recursos necessários para a execução dos serviços de forma organizada,
garantindo transporte e circulação de materiais e pessoas. Deve abranger a obra
como um todo, atendendo as necessidades de cada fase.
A alvenaria estrutural, de acordo com a pesquisa, disponibiliza canteiro de
obra mais organizado, como se demonstra no gráfico 08.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Muitobom
Bom Médio Difícil Muitodifícil
18%
64%
9% 9%
Cumprimento do cronograma previsto
Muito bom
Bom
Médio
Difícil
Muito difícil
85
GRÁFICO 08 – ORGANIZAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS
Quanto ás dimensões do canteiro em comparação à alvenaria convencional,
45% dos entrevistados consideram a necessidade de canteiros semelhantes, 27%
que alvenaria estrutural necessita de canteiros maiores e apenas 18% consideram a
necessidade de canteiros menores. Um não trabalhou com alvenaria convencional
anteriormente à obra pesquisada.
GRÁFICO 09 - DIMENSÕES DO CANTEIRO DE OBRA COMPARADO AO CA
Canteiro de obrasorganizado
Necessita de canteirosmaiores
Canteiro de obrasdesorganizado
64%
27%
9%
Organização do Canteiro de Obras
18%
27%
45%
9%
Permite canteiros menores
Necessita canteiros maiores
Os canteiros são semelhantes emtamanho
Nunca trabalhou com CA
Dimensões do canteiro comparado ao concreto armado
86
4.5 FORNECEDORES
Os prováveis fornecedores dos insumos necessários à obra devem estar
definidos na fase inicial. Essa especificação garante que os materiais que serão
utilizados tenham qualidade garantida. Juntamente com fornecedores capacitados, o
construtor deverá ter conhecimento para avaliação das condições do fornecimento,
tendo controle dos parâmetros, como variação da dimensão, integridade das peças,
porosidade e outras especificações de cada material (ROMAN, H. R. et al.,2002,
p.32).
Na reportagem publicada no site da BRASVIGA (S/D), cita-se que as
barreiras que ainda existem para o desenvolvimento da alvenaria estrutural não
estão ligadas a fatores técnicos. Trata-se de um sistema simples que exige cuidados
de execução e projeto como todas as obras. Os problemas vêm da “ausência de
tradição do sistema no meio técnico nacional”. Apenas o bloco de concreto possui
um contexto para cálculo da estrutura, os demais blocos, como cerâmicos, sílico-
calcários e concreto celular autoclavado tem apenas normas internacionais. As
normas de ensaios de paredes estruturais servem para todos os tipos de blocos.
Outro item que ainda é considerada uma barreira para a alvenaria estrutural
é a grande concentração dos fornecedores de blocos estruturais na região sudeste
do país (BRASVIGA, S/D).
Quando questionados em relação aos fabricantes confiáveis, 18% dos
entrevistados admitiram existir apenas um fornecedor confiável de blocos, e 55%
disseram que existe apenas um fornecedor confiável de argamassa industrializada.
As demais respostas se situaram entre três a quatro fornecedores confiáveis de
blocos, e dois a três confiáveis de argamassa industrializada.
Apesar das respostas sobre argamassa se situar na sua maioria em apenas
um fornecedor confiável, com relação à confiabilidade dos fornecedores os dois
materiais apresentaram a característica de muito confiável, representando 64% das
respostas para blocos e 100% para argamassa industrializada, conforme tabela 05.
87
TABELA 05 - CONFIABILIDADE DOS FORNECEDORES
Confiabilidade dos fornecedores
Blocos Argamassa Industrializada
Pouco confiável 0 0
Médio 37% 0
Muito confiável 67% 100%
Segundo o entrevistado Guilherme Fuevry de Freitas existe “qualidade ruim
mesmo de boas empresas”.
A ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) fornece um selo de
qualidade para empresas em que os produtos estejam em conformidade com as
normas técnicas da ABNT ou de um órgão semelhante de normalização técnica. O
selo de qualidade tem o intuito de assegurar a conformidade dos produtos e, assim,
“contribuir para a melhoria a qualidade dos sistemas construtivos à base de
cimento”.
É importante dar preferência a fornecedores que cumprem as especificações
da ABNT. Isso proporciona maior rapidez na aplicação, economia e garantia de
qualidade. O selo proporciona ao consumidor segurança em um produto com
qualidade garantida e permite ao fabricante atender mercados mais exigentes
(ABCP).
4.6 CONTROLE DE QUALIDADE
“Alvenaria é a união de conhecimento estrutural, materiais de qualidade e
processo adequado de construção.” (ROMAN, H. R. et al.,2002, p.12)
Por se tratar de um processo construtivo mais industrializado, a alvenaria
estrutural detém menos etapas construtivas do que o concreto armado. Com isso, é
possível se dar mais ênfase aos detalhes do controle de qualidade, obtendo-se um
desempenho superior (CONTROLE, S/D).
O controle de qualidade deve fazer parte de todas as etapas: projeto,
recebimento de materiais e execução dos serviços. Segundo Cristiano Richter
(2007), a qualidade do projeto é garantida no processo de construção por ações de
controle durante sua execução.
88
Os fabricantes de materiais também efetuam controle, garantindo que, caso
haja algum problema do fornecimento do material, seja possível a sua localização na
estrutura e, se necessário, substituição deste material (FREIRE, 2007).
Para garantia da qualidade é necessário integração de todos os
departamentos envolvidos (projetos, compras, produção). Devem-se ter as
especificações técnicas de forma clara e controle de recebimento dos
materiais.(CONTROLE, S/D)
Nas obras visitadas, todos os engenheiros admitiram realizar ensaio para
controle de qualidade dos blocos e concreto. Já para argamassa e graute, 82%
realizam os ensaios, de acordo com gráfico 10, abaixo.
GRÁFICO 10–CONTROLE DE QUALIDADE
A execução dos ensaios garante que o produto utilizado seja de qualidade,
atenda as necessidades do cliente e aos requisitos de norma.
A utilização de materiais com qualidade inferior pode resultar em
assentamento fora do prumo, nível e alinhamento, além de não atender as
resistências necessárias. (ROMAN, H. R. et al.,2002, p.12)
Blocos Argamassa Graute Concreto
100% 82%
100% 82%
CONTROLE DE QUALIDADE DE MATERIAIS
89
4.7 MÃO DE OBRA
A desqualificação da mão de obra tem afetado todos os setores na
construção civil, principalmente, as áreas que exigem melhor conhecimento dos
trabalhadores, como é o sistema construtivo em alvenaria estrutural. Neste tópico
abordam-se as questões da disponibilidade de mão de obra no mercado, maneira de
contratação e execução de treinamentos. Com base na pesquisa executada,
desenvolveram-se os gráficos 11, 12 e 13 a seguir, a fim de exemplificar as
informações quanto à mão de obra.
GRÁFICO 11 - DISPONIBILIDADE DE MÃO DE OBRA NO MERCADO
18%
27%
55%
Sim Médio Não
Disponibilidade de mão de obra no mercado
Sim Médio Não
90
GRÁFICO 12 - TIPO DA CONTRATAÇÃO DE MÃO DE OBRA
GRÁFICO 13 - FORNECIMENTO DE TREINAMENTO AOS OPERÁRIOS
De acordo com os dados levantados, observou-se que 18% das obras
pesquisadas consideram que há disponibilidade de mão de obra no mercado, 27%
avaliam esta disponibilidade como média, e 55% descrevem que não existe força de
trabalho disponível no mercado.
Em entrevista fornecida ao jornal “O Estado do Paraná”, a coordenadora de
estudos de Construção Civil do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) Ana Maria
Castelo, afirma que a escassez de mão de obra qualificada se deve à competição
18%
82%
Tipo da contratação de mão de obra
Operários fichados Empreiteiros com equipe
Sim 91%
Não 9%
Fornecimento de treinamento aos operários
91
dentro do setor e ao custo da mão de obra. Ana Maria ressalta ainda, que o mercado
de trabalho está sendo pressionado, afirmando que a construção civil vive uma
atividade bastante aquecida.
Quanto ao tipo de contratação, 18% dos operários são contratados
individualmente através da assinatura da carteira de trabalho, e 82% são
contratados por intermédio de empreiteiros com equipe formada.
Um dos motivos relevantes na escolha do tipo de contratação da força de
trabalho é a qualidade final da obra. Segundo Ussan (2005) “ao contratar empresas
terceirizadas que fornecem mão de obra especializada, a construtora possui a
certeza de que esta mão de obra é qualificada”. Por sua vez, o emprego do operário
da empresa terceirizada garante-se por longos períodos, atendendo diversas
construtoras. Este fato não aconteceria se o empregado fosse contratado
individualmente pela construtora, pois este seria demitido ao final da obra.
Em relação aos treinamentos, oferecidos para os trabalhadores iniciantes no
sistema em Alvenaria Estrutural, 91% das empresas responderam positivamente, e
9% não dispõem nenhum tipo de treinamento.
Vivenciando a escassez da mão de obra qualificada no mercado, diversas
empresas na região de Curitiba passaram a investir em programas de capacitação
para seus operários, ampliando seus processos de qualificação até mesmo dentro
de canteiro de obras.
Roman, Mutti e Araújo (1999, p.75) incentivam o treinamento de mão de
obra no processo executivo da alvenaria estrutural, pois a principal característica
deste sistema é o alto grau de racionalização. Os autores ressaltam “[...] na
implantação da alvenaria estrutural, o treinamento torna-se uma necessidade, já que
nem o sistema nem os projetos são convencionais”. Portanto, ao incentivar que os
operários dominem a técnica de execução, consequentemente se obterão
edificações de melhor qualidade.
92
4.8 MATERIAIS
Os principais componentes da alvenaria estrutural são blocos, argamassa,
graute e armadura. Com base nesta informação, este estudo abrangeu os materiais:
blocos, graute e argamassa, a fim de avaliar suas utilizações nas obras da RMC.
Buscou-se ressaltar nos gráficos 14 e 15, os dados gerais da pesquisa
quanto aos materiais blocos e graute. Para a argamassa, não foi preciso
desenvolver um gráfico, pois a escolha pela argamassa industrializada foi unânime.
GRÁFICO 14 - UTILIZAÇÃO DE BLOCOS
91%
9%
Utilização de Blocos
Blocos de concreto Blocos cerâmicos
93
GRÁFICO 15 - UTILIZAÇÃO DE GRAUTE
De acordo com as respostas levantadas pelos questionários, o bloco com
maior utilização é o de concreto, representando 91% das obras avaliadas. Em
contra partida, encontra-se o bloco cerâmico, com apenas 9% das obras totais.
Um dos fatores relevantes na escolha entre blocos de concreto e blocos
cerâmicos é a resistência característica à compressão. A NBR 15207-2 expressa
que a resistência característica à compressão dos blocos cerâmicos estruturais deve
ser considerada a partir de 3,0 Mpa. Por outro lado, a NBR 6136 demonstra que a
mínima resistência característica à compressão dos blocos de concreto estruturais é
de 4,5 Mpa.
Em estudo de ‘Desempenho Comparado entre Blocos Cerâmicos x Blocos
de Concreto’ para a revista Construção Mercado, Carlos Alberto Taiul afirma que os
blocos cerâmicos têm melhor desempenho térmico, porém, são, normalmente,
geometricamente irregulares, necessitando de maior volume de revestimento. Por
outro lado, os blocos de concreto são mais regulares geometricamente, gerando
economia nos revestimentos. Os blocos de concreto podem receber revestimento
interno com apenas uma demão de argamassa ou gesso, e ainda, cerâmica
diretamente sobre sua superfície. Em relação ao volume, os blocos de concreto são
20% mais pesados que os blocos cerâmicos, dificultando a logística no canteiro de
obras.
Com relação ao uso dos diferentes tipos de argamassas, este estudo
identificou que 100% das obras pesquisadas utilizam a argamassa industrializada.
9%
9%
82%
Utilização de Graute
Fornecido por central de concreto Industrializado Misturado na obra
94
Este grande consumo de argamassa industrializada relaciona-se diretamente com a
racionalização do processo executivo. A argamassa preparada no canteiro de obras
exige maior demanda de transporte, grandes áreas de armazenagem, rígido controle
de qualidade, e, consequentemente, maior emprego de mão de obra.
O Manual de Revestimentos de Argamassa (ABCP, p.26), destaca que as
argamassas industrializadas são produzidas em um complexo industrial, com
processos mecanizados e controles rígidos de produção, o que leva à repetição de
dosagem com grau de confiança alto.
Manzione (2004, p.20) recomenda a utilização de argamassas
industrializadas para o assentamento de blocos, porém lembra que “neste caso
deverão ser adotadas argamassadeiras de eixo horizontal em vez de betoneiras
convencionais, pois as argamassadeiras permitem a incorporação adequada de ar”.
Somando-se a complexidade da gestão na fabricação de argamassas no
canteiro de obras, e a alta confiabilidade de traços em argamassas industrializadas,
fica evidente que a opção por produção em canteiro não é compatível com os
conceitos de racionalização do processo executivo.
Quanto à utilização do graute, avaliou-se através dos questionários
respondidos que 82% das obras, a grande maioria, produzem-no em seu canteiro de
obras. E ainda, 9% das obras aplicam o graute fornecido por central de concreto, e
mais 9% utilizam o graute industrializado.
Tula, Oliveira e Ferreira Oliveira (2002, p.03) destacam que os grautes
industrializados possuem especificações técnicas das características e propriedades
dos mesmos, e ainda pouca instabilidade destas características. Estas
especificações, juntamente os testes realizados em obras deveriam ser relevantes
na preferência do tipo de graute.
Por sua vez, a fabricação dos grautes em obra justifica-se quando há
pequeno volume de produção e disponibilidade de tempo para estudo do traço.
Em contrapartida, Tula, Oliveira e Ferreira Oliveira (2002, p.03) destacam
que “não se pode esperar de um graute fabricado em obra a mesma uniformidade e
o desempenho esperados de um graute industrializado”. Em complemento a este
conceito, Coêlho (1998, p.58) ressalta que “[...] o preparo deste micro concreto deve
ser feito em betoneira, e nunca manual. O ideal, porém, é que seja usinado”.
95
4.9 REVESTIMENTOS
Na construção civil os revestimentos de paredes têm por finalidade
regularizar a superfície, proteger contra intempéries, aumentar a resistência da
parede e proporcionar estética e acabamento. Este último tópico, a estética e
acabamento, é fator determinante no padrão de acabamento da edificação.
A seguir, apresenta-se tabela 06 os dados coletados quanto aos tipos de
revestimentos.
TABELA 06 - REVESTIMENTOS
REVESTIMENTO INTERNO %
Emboço com argamassa industrializada 27%
Emboço com arg. de cal misturada em obra 9%
Gesso projetado 0%
Gesso aplicado manualmente 64%
REVESTIMENTO EXTERNO %
Emboço com argamassa industrializada. 73%
Emboço com arg. de cal misturada em obra 18%
Argamassa monocamada colorida 9%
Com as informações geradas pelo estudo, avaliou-se que 27% das obras
pesquisadas empregam como revestimento interno o emboço com argamassa
industrializada; 9% utilizam emboço com argamassa de cal misturada no canteiro de
obras; e a maioria, representando 64% da totalidade utilizam gesso aplicado
manualmente. O gesso projetado não obteve nenhuma porcentagem.
A ampla utilização do gesso aplicado manualmente nas obras pesquisadas
se deve às diversas vantagens que o gesso oferece, tais como: dispensa o
acréscimo de outros acabamentos, pode-se aplicar direta a pintura; rápida
execução; espessuras aproximadas de 1,0 mm; redução de custos; e excelente
acabamento. Em contra partida, na execução do emboço com argamassa
industrializada a espessura aproximada é de 2,5 mm.
Em complemento ao estudo de revestimentos, avaliaram-se as preferências
dos tipos de revestimentos externos. Notou-se que 73%, a maior parte das obras
levantadas, utilizam emboço com argamassa industrializada; 18% executam emboço
96
com argamassa de cal misturada no canteiro de obras; e, o restante, 9% empregam
argamassa monocamada colorida.
As argamassas industrializadas têm maior aceitação no mercado do que as
argamassas misturadas em obras devido a fatores como: limpeza e organização do
canteiro de obras; boa qualidade do produto; alta produtividade da mão de obra;
argamassas diferenciadas para cada tipo de aplicação; diminuição do desperdício; e,
consequentemente, economia, uniformidade.
Relacionando-se diretamente com os revestimentos, encontra-se o padrão
de qualidade de acabamento da edificação. Entre as alternativas: baixo, médio e alto
padrão de acabamento, obtiveram-se a totalidade das respostas como padrão
médio. Considerando a crescente procura por apartamentos de médio padrão,
aumentou-se a oferta através de construções de empreendimentos que atendam ás
expectativas dos futuros proprietários.
4.10 PRÉ-MOLDADOS E ESQUADRIAS
A aplicação de pré-moldados na alvenaria estrutural é fundamental na
racionalização do processo de execução. Os pré-moldados desempenham funções
quanto à rapidez de execução, rígido controle de qualidade, coordenação modular e
diminuição de desperdício.
Segundo dados coletados neste estudo, 27% dos entrevistados
responderam negativamente ao uso de pré-moldados em obras de sua
responsabilidade. Em complemento à pesquisa, 73% dos entrevistados dizem
utilizar peças pré-moldadas na obra; destes 73%: 8% aplicam escadas pré-
moldadas, 23% aplicam vergas, 54% fazem uso de lajes, e 15% utilizam vigas. A
seguir, desenvolveu-se o gráfico 16 exemplificando o uso de peças pré-moldadas.
97
GRÁFICO 16 - UTILIZAÇÃO DE PRÉ-MOLDADOS
Referindo-se a alta aplicação das lajes pré-moldadas, Coêlho (1998, p.121)
explica que são as mais preferidas, baseando-se na sua praticidade quanto à
instalação, e na economia no custo final.
Escadas apresentam dificuldades na produção das armaduras e fôrmas,
bem como na concretagem, devido à sua geometria irregular e planos inclinados.
Visando minimizar estes problemas e diminuir a dependência da mão de obra,
utilizam-se as escadas pré-moldadas. (Caderno Técnico de Alvenaria Estrutural).
Porém, de acordo com os resultados das pesquisas realizadas, a utilização de
escadas pré-moldadas ainda é pequena.
Quanto à utilização de pré-moldados nas esquadrias é importante
desenvolver um estudo da modulação dos vãos que garantam a exatidão de
medidas (MANZIONE, 2004, p.76). Na tabela 07 abaixo, apresentam-se os
resultados deste estudo quanto à utilização de peças pré-moldadas nas esquadrias.
TABELA 07 - ESQUADRIAS
JANELAS %
Contramarcos em quadro de concreto pré-moldado 9%
Vergas e contravergas pré-moldadas. 9%
Vergas e contravergas moldadas em blocos canaleta. 82%
PORTAS %
Contramarcos em quadro de concreto pré-moldado 0%
Vergas pré-moldadas 82%
Vergas moldadas em blocos canaleta 55%
Escadas 8%
Vergas 23%
Lajes 54%
Vigas 15%
Utilização de peças pré-moldadas
98
Observa-se que no item janelas, as vergas e contra vergas executadas
como bloco canaleta são as peças pré-moldadas mais utilizadas nas obras,
representando 82% da totalidade. No item portas, as vergas pré-moldadas
representam a maioria, 82% das obras, e complementando, as vergas moldadas em
blocos canaleta totalizam 55% das obras.
Mamede e Corrêa (2006, p.20) comparam a execução de vergas por blocos
canaleta com vergas pré-moldadas, e expressam que a eficiência das vergas pré-
moldadas está ligada à produtividade, pois a aplicação de vergas pré-moldadas não
interrompem o ritmo da produção. O modo usual de execução de vergas a partir de
blocos canaleta faz com que o operário interrompa a elevação da alvenaria para
executar as vergas e contra vergas, o que causa queda na produção.
Nota-se que há uma desigualdade de resultados, pois quando se trata de
janelas a maioria das obras utilizam vergas e contra vergas moldadas em blocos
canaleta, e em questão as portas a maioria utiliza vergas pré-moldadas. Este fato
pode ser explicado pelo entrevistado poder marcar mais de uma alternativa, desta
forma utilizando um ou mais sistemas executivos no canteiro de obras.
4.11 ESTRUTURA INICIAL
A escolha da fundação adequada para uma edificação é de extrema
importância, pois estas servem de apoio para o edifício todo.
Com base na pesquisa realizada, gerou-se o gráfico 17, demonstrando as
estruturas iniciais mais comuns em edifícios com o sistema de alvenaria estrutural.
99
GRÁFICO 17 - ESTRUTURA INICIAL
Observa-se que 73% das obras pesquisadas iniciam a alvenaria a partir do
pavimento térreo, e 27% executam o primeiro pavimento em concreto armado.
O fator mais relevante na escolha do tipo da estrutura inicial da edificação é o
econômico. Um projeto arquitetônico em alvenaria estrutural será mais econômico
na medida em que for mais repetitivo e tiver paredes coincidentes nos diversos
pavimentos, dispensando elementos auxiliares ou estrutura de transição, como o
concreto armado no primeiro pavimento. (NOTAS DE AULA PUCRS, S/D)
Quanto ao tipo de fundação, constatou-se que 8 % das obras utilizam sapatas
corridas, e 92%, a maioria, empregam estacas. Na tabela 08 expõem-se estes
valores.
TABELA 08 - TIPO DE FUNDAÇÃO
Tipo de Fundação %
DIRETA Sapata Corrida 8%
PROFUNDA
Estaca Escavada 62%
Estaca Cravada 23%
Hélice Contínua 8%
Duas razões principais podem explicar a grande utilização de estacas nas
obras em alvenaria estrutural, são eles: fatores técnicos e econômicos. É preferível o
uso de estacas quando a taxa admissível do terreno for menor que o carregamento
73%
27%
Estrutura Inicial
Alvenarias iniciando no nível térreo.
Primeiro nível da obra em concreto armado.
100
total da estrutura. Em complemento, utilizam-se fundações profundas quando
fundações diretas, ou rasas, ultrapassam os limites estipulados em projeto quanto
ao recalque. (NOTAS DE AULA UFRJ, S/D).
4.12 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
As manifestações patológicas na alvenaria estrutural são geralmente
decorrentes de falhas nos projetos, especificação de material, execução, utilização
e/ou do processo, ou ausência, de manutenção do edifício.
Com os dados levantados, desenvolveu-se a tabela 09 demonstrando as
manifestações patológicas mais frequentes das obras pesquisadas.
TABELA 09 – MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS FREQUENTES
FREQUENTES Freq. %
Fissuras em juntas a prumo 5 45%
Trincas em cobertura 5 45%
Problemas hidráulicos 1 10%
Avaliou-se que 45% das obras apresentam fissuras em juntas a prumo,
outros 45% trincas na cobertura, e somente 10% apresentam problemas hidráulicos.
Segundo Manzione (2004, p.108), as correções das fissuras de juntas a
prumo devem ser previstas em projeto, além de o processo executivo ser fiscalizado,
evitando a manifestação desta patologia. Destacam-se, ainda, as fissuras térmicas
que ocorrem no pavimento da cobertura. Para sua prevenção, o autor sugere que a
laje de cobertura seja solta dos apoios, para que haja movimentação, e que seja
efetuado o isolamento térmico através de EPS ou telhado.
De acordo com o Manual Técnico de Alvenaria da ABCI (Associação
Brasileira da Construção Industrializada, p.117, 1990), as manifestações patológicas
se relacionam, este é o maior agravante. Destaca-se que “problemas perfeitamente
passíveis de ocorrerem nas obras podem transformar-se em problemas
generalizados quando não são corrigidos a tempo”.
Quanto ao prazo de ocorrência das manifestações patológicas, os
entrevistados basearam suas respostas em obras executadas, no de sistema
101
alvenaria estrutural, num passado recente. Representa-se no gráfico 18 a seguir, os
resultados deste tópico da pesquisa.
GRÁFICO 18 - PRAZO DE OCORRÊNCIA
Com os dados da pesquisa, concluiu-se que 45% das anomalias em
Alvenaria Estrutural surgem após o primeiro ano de entrega do imóvel; 36%
aparecem durante o primeiro ano de utilização do imóvel; e, a minoria, 19%
manifestam-se durante a obra.
Segundo Sabbatini (1989), o aparecimento de fissuras na alvenaria no prazo
de até 5 (cinco) anos, a partir da entrega da obra, será de responsabilidade e deverá
ser recuperada pela construtora.
Durante a obra 19%
Primeiro ano após entrega
36%
Após o primeiro ano da entrega
45%
Prazo de Ocorrência das Manifestações patológicas
102
5 CONCLUSÃO
A alvenaria estrutural destaca-se, cada vez mais, entre os sistemas
construtivos de edificações, por se tratar de um método simples e eficiente, sem
perda de qualidade. Com base neste contexto, a pesquisa visou à descrição das
características das obras em alvenaria estrutural na região metropolitana de Curitiba,
onde há uma crescente utilização desse sistema nos últimos anos.
Descrevem-se, a seguir, as conclusões específicas do trabalho:
O critério econômico é o que mais se destaca na escolha do sistema
construtivo em alvenaria estrutural, seguidos pelo arranjo
arquitetônico e altura da edificação.
No sistema de alvenaria estrutural é imprescindível a sintonia de
todos os projetistas envolvidos. Porém, com os resultados da
pesquisa a falta de compatibilização de projetos se mostrou pouco
problemática.
O piso zero está diretamente ligado ao processo executivo da
alvenaria estrutural, um dos pretextos é a economia.
Comparando os sistemas de alvenaria estrutural com concreto
armado, a redução média de custos foi calculada em 16%.
Poucos entrevistados destacaram restrições e/ou problemas quanto
ao mercado imobiliário.
Comparações de cronogramas de obras em alvenaria estrutural com
concreto armado, o tempo de execução das primeiras é menor e mais
racionalizado. A facilidade de cumprimento das etapas construtivas
estipuladas gera uma poupança de tempo considerável e reduz os
encargos financeiros.
O sistema de alvenaria estrutural também permite uma maior
racionalização e produtividade nos canteiros de obra. E, quando
comparado com o concreto armado, as dimensões necessárias para
os canteiros foram consideradas semelhantes.
A pesar de existir um grande número disponível de empresas
fornecedoras de blocos de concreto, poucos fornecedores são
103
considerados confiáveis. Acentua-se que a confiabilidade de
fornecedores esteja ligada à obtenção do selo ABCP, para assegurar
a qualidade.
Todas as obras visitadas executam controle de qualidade nos blocos
e no concreto. E grande parte delas efetua controle também nas
argamassas e graute. A alvenaria de assentamento estrutural possui
um alto índice de industrialização.
A mão de obra especializada foi considerada escassa no mercado.
Grande parte da contratação realiza-se de forma terceirizada,
admitindo-se empreiteiros com equipe formada. A principal
justificativa do emprego da força de trabalho terceirizada é a garantia
de especialização.
A escassez de mão de obra induziu as construtoras a fornecerem
capacitação profissional a seus funcionários, ampliando os processos
de qualificação. Quase a totalidade das obras estudadas efetua
treinamento específico para a mão de obra.
Os blocos de concreto foram escolhidos por 91% das obras. A
argamassa industrializada para assentamento foi utilizada em todas
as obras estudadas. O graute misturado em obra foi a opção de 82%
das obras. A utilização de blocos de concreto explica-se por sua alta
resistência à compressão e economia nos revestimentos. Evidencia-
se o uso de argamassas industrializadas para assentamento devido
ao alto grau de confiança da industrialização. A produção de graute
no canteiro de obra é relevante quando houver de pequeno volume de
produção e disponibilidade de tempo para estudo do traço.
A maioria das obras utiliza gesso aplicado manualmente para
revestimento interno. Destaca-se que o gesso dispensa outros
acabamentos, e ainda pode ser aplicado direto na pintura, sendo
assim, a execução é rápida e gera redução de custos.
As argamassas industrializadas são as preferidas para revestimentos
externos, pois permite maior organização do canteiro de obras, alta
produtividade da mão de obra, diminuição do desperdício, economia.
104
As obras analisadas foram todas de padrão médio. Talvez este seja
um forte indício da capacidade do sistema construtivo em alvenaria
estrutural.
As peças pré-moldadas complementares ao sistema de alvenaria
estrutural mais utilizadas são: vigas, escadas, vergas e lajes.
Quanto aos vãos para as aberturas para as esquadrias foram mais
citados vergas e contravergas moldadas em blocos canaleta para
janelas. Porém, este sistema exige que o operário interrompa a
elevação da alvenaria para executar as vergas e contravergas. Em
relação à execução das portas, destacou-se o sistema ideal: vergas e
contravergas pré-moldadas, uma vez que estes não interrompem o
processo de produção.
73% das obras computadas iniciam suas alvenarias imediatamente no
pavimento térreo. Este resultado se deve a economia gerada ao
descartar estruturas de transição no primeiro pavimento.
A maioria das obras utiliza nas fundações estacas escavadas e/ou
cravadas. Sua grande utilização foi devido a fatores técnicos e
econômicos.
Com relação às manifestações patológicas, as respostas dos
engenheiros responsáveis foram baseadas em obras anteriores, pois,
concluiu-se que o aparecimento das mesmas ocorre após a entrega
da obra. As anomalias mais citadas foram fissuras em juntas a prumo
e trincas em cobertura, representando 90% da totalidade. Ressalta-se
que os cuidados, geralmente, devem ser previstos em projeto.
Em vistas destas considerações, concluiu-se que para as obras da RMC, a
escolha dos processos construtivos se dá principalmente por motivos econômicos.
Ressalta-se também, que a tendência dos próximos anos é de expansão da
alvenaria estrutural inclusive para imóveis de padrão mais alto.
105
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110
ANEXO 01
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Setor de Tecnologia
Departamento de Construção Civil
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ENGENHARIA CIVIL
Pesquisa sobre Alvenaria Estrutural
Alunas: EMILLY HIRT e KEROLYN POSTIGO MARANGONI
Prof. Orientador: eng. José de Almendra Freitas Jr.
Obra: __________________________________________________________
Eng. Responsável: _______________________________________________
Questionário sobre a viabilidade da utilização de alvenaria
estrutural em obras da região metropolitana de Curitiba:
1. Comparando a tecnologia de A.E. com soluções em concreto armado, quanto
ao tempo previsto para o cronograma das obras:
Muito mais curto
Mais curto
Semelhante
Mais comprido
Muito mais comprido
2. Desempenho da tecnologia de A.E. quanto a viabilidade do cumprimento do
cronograma previsto:
Muito bom
Bom
Médio
Difícil
Muito difícil
3. Utilização de blocos de concreto ou cerâmicos:
Blocos de concreto
Blocos cerâmicos
4. Quanto à confiabilidade dos fornecedores de blocos (cerâmicos ou de
concreto) que utiliza:
Pouco confiável
Médio
Muito confiável
5. Há a disponibilidade de vários fornecedores confiáveis?
Sim, quantos ____
Não, somente um confiável.
6. Quais fornecedores de blocos (cerâmicos ou de concreto) são utilizados em
suas obras?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
__________________________________________________
7. Utilização de argamassas de assentamento:
Industrializada
Misturada na obra
8. No caso do uso de argamassa industrializada, quanto à confiabilidade dos
fornecedores de argamassa de assentamento que utiliza:
Pouco confiável
Médio
Muito confiável
9. Há a disponibilidade de vários fornecedores confiáveis?
Sim, quantos ____
Não, somente um confiável.
10. No caso do uso de argamassa industrializada, quais fornecedores são
utilizados em suas obras?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
__________________________________________________
11. Utilização de graute:
Fornecido por central de concreto.
Industrializado
Misturado na obra
12. Em relação à disponibilidade de mão de obra qualificada para o
assentamento de blocos, encontra-se com facilidade de contratação no
mercado?
Sim
Médio
Não
13. Em relação à mão de obra qualificada para o assentamento de blocos, suas
obras utilizam:
Operários fichados ou contratados individualmente.
Empreiteiros com equipe formada.
14. Efetuam treinamento específico para operários de suas obras em AE?
Sim
Não
Não possuem
15. Quanto à tecnologia para revestimento interno das elevações, o que aplica
em suas obras?
Emboço com argamassa industrializada.
Emboço com argamassa de cal misturada em obra.
Revestimento com gesso projetado.
Revestimento com gesso aplicado manualmente.
16. Quanto à tecnologia para revestimento externo das elevações, o que aplica
em suas obras?
Emboço com argamassa industrializada.
Emboço com argamassa de cal misturada em obra.
Argamassa monocamada já com cor.
17. Em relação à custos, considera que a tecnologia de AE gera resultados
relevantes se comparado com o sistema em concreto armado?
Sim, percentual aproximado de: ____
Não
18. Utilizam peças pré-moldadas para racionalizar o processo de produção?
Sim
Não
Caso sim, quais?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
__________________________________________________
19. Em quais materiais utilizados em suas obras são aplicados ensaio para o
controle de qualidade?
Blocos
Argamassa
Graute
Concreto
Outros: ____________________________________________
_____________________________________________________
20. Considerada a tecnologia de AE uma restrição para os seus projetos
arquitetônicos?
Sim
Médio
Não
21. Há problemas com a falta de compatibilização de projetos?
Não
Pouco
Muito
22. Qual o padrão de acabamento do seu projeto em AE?
Baixo
Médio
Alto
23. Seus projetos em AE partem com as alvenarias do nível térreo ou utilizam
parte do embasamento ou pilotis em concreto armado?
Alvenarias iniciando no nível térreo.
Primeiro nível da obra em concreto armado.
24. Que tipo de fundação é mais usual em suas obras de AE?
Diretas, tipo ____________________________
Profundas, tipo ____________________________
25. Quanto à organização do canteiro de obras, a AE possibilita:
Canteiro de obras organizado
Necessita de canteiros maiores
Canteiro de obras desorganizado
26. Quanto ao tamanho necessário ao seu canteiro de obras, comparando as
tecnologias em AE e concreto armado:
AE permite canteiros menores que obras em concreto armado
AE necessita canteiros maiores que obras em concreto armado
Os canteiros necessários são semelhantes em tamanho
27. Em relação às manifestações patológicas, quais são as que eventualmente
são previstas ou encontradas para as suas obras de AE?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
__________________________________________________
28. As manifestações patológicas mais relevantes ocorrem em que prazo?
Durante a obra
Primeiro ano após entrega
Após o primeiro ano da entrega
29. Qual restrição ou dificuldade de aceitação do mercado dos compradores de
imóveis, em relação às obras em AE?
Nenhuma
Pouca
Média
Muita
30. Quais são as perspectivas futuras quanto à AE?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________________
31. Quanto aos vãos das janelas, utilizam:
Contramarcos em quadro de concreto pré-moldado.
Vergas e contravergas pré-moldadas.
Vergas e contravergas moldadas em blocos canaleta.
Outro______________________________________.
32. Quanto aos vãos das portas internas, utilizam:
Contramarcos em quadro de concreto pré-moldado.
Vergas pré-moldadas.
Vergas moldadas em blocos canaleta.
Outro______________________________________.
33. Utiliza-se piso zero na obra?
Sim
Não
34. Quais os parâmetros que se considera na escolha de AE como sistema
construtivo?
Altura da edificação
Arranjo arquitetônico
Tipo de uso
Economia
Outro______________________________________.