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ÉTICA CRISTÃ

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Numa sociedade pluralista, como a em que nós vivemos, é fundamental a existência de valores éticos definidos que norteiem a conduta dos cristãos, de modo que venham a oferecer um modelo de vida alternativo à sua sociedade.

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No meio evangélico há diferentes propostas éticas, quer conscientemente elaboradas, quer não: todas querendo a aprovação dos cristãos, reivindicando serem bíblicas.

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As posições básicas que podem ser adotadas quanto à questão das normas éticas podem ser ilustradas por um caso recente que envolveu o Comandante Lloyd Bucher, do navio-espião Pueblo, que, com sua tripulação de 23 homens, foi capturado pelos norte-coreanos.

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Quando os interrogadores ameaçaram matar a tripulação, Bucher assinou confissões, confessando falsamente a culpa de fazer espionagem nas águas territoriais da Coréia do Norte.

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Estas falsas confissões vieram a ser o fundamento para poupar as vidas da tripulação e levar à sua libertação. A pergunta, portanto, é esta: a mentira de Bucher para salvar estas vidas foi moralmente justificada?

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Ou, de modo mais geral, mentir para salvar uma vida é moralmente certo em qualquer situação? Uma maneira de responder a esta pergunta é rejeitar totalmente a noção de moralidade.

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AS ABORDAGENS BÁSICAS: NORMAS ÉTICAS OU FINS ÉTICOS? A distinção entre estas duas abordagens pode ser expressada pelas palavras teleológica e deontológica. A primeira destas ressalta os fins ou resultados éticos das ações; a outra enfatiza normas éticas ou princípios para a ação ética.

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É necessário compreendê-las melhor antes que se possa entender adequadamente a abordagem normativa adotada neste livro. A diferença básica entre a ética teleológica e a deontológica pode ser explicada pelo significado das raízes das palavras. A teleologia vem da palavra grega telos, que significa "fim" ou "propósito."

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A deontologia vem da palavra grega deon, que significa aquilo que é devido. Na aplicação à ética, portanto, uma abordagem teleológica é aquela que ressalta o fim ou o resultado da ação, e uma abordagem deontológica depende de regras básicas mediante as quais se pode determinar o que é devido em qualquer caso específico, independentemente dos resultados.

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Ou seja, a primeira é uma ética pragmática ou utilitária, que se ocupa com se uma ação funcionará, afinal, para o bem da maioria dos homens. A segunda é uma ética de princípios, que se ocupa com o dever da pessoa de fazer aquilo que é inerentemente correto à parte das consequências que se possa prever.

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AS NORMAS SÃO NECESSÁRIAS As normas não somente são inescapáveis, como também são necessárias. Elas são necessárias, se é que a pessoa quer ter orientação relevante para as decisões da vida. Sem algum tipo de diretriz que possa ser pensada e declarada, pois, não há maneira de alguém fazer decisões razoáveis ou significantes acerca de alterar modos de ação.

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Para a ética ser relevante, portanto, deve ser normativa. Que as declarações éticas normativas são relevantes subentende várias coisas.

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O ÉTICO COMO UNIVERSAL

Kierkegaard acreditava que "o ético como tal é o universal, e como o universal, aplica-se a todas as pessoas, o que pode ser expressado doutro ponto de vista, dizendo que é aplicável a cada instante." Ou, "o ético como tal é o universal, e também, como o universal, é o manifesto, o revelado."

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Diz, de fato: "O ético é o universal, e, como tal, também é o divino." E, tendo em vista este fato, "tem-se, portanto, um direito de dizer que, fundamentalmente, todo dever é um dever diante de Deus." Isto não deve deixar dúvida alguma de que Kierkegaard acreditava sinceramente nas obrigações morais universais, até o ponto de chamar o dever moral de obrigação divina.

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O INDIVIDUAL RELIGIOSO SOBRE O UNIVERSAL ÉTICO

Há ocasiões em que o dever direto do indivíduo diante de Deus entra em conflito com seu dever universal diante doutros homens. Em tais ocasiões a ética bem como o universal devem ser transcendidos polo individual religioso.

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"A fé é exatamente este paradoxo, que o individual como o particular é mais alto que o universal, é justificado diante dele, não é subordinado, mas, sim, superior. É, e permanece sendo para toda a eternidade, um paradoxo, inacessível ao pensamento."

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Este paradoxo da responsabilidade religiosa do indivíduo sobre seu dever ético é focalizado no relato de Abraão e Isaque. Quando Deus mandou a Abraão que matasse seu filho a quem amava de todo o coração e em quem colocava suas esperanças para a bênção futura, Abraão tinha de suspender sua responsabilidade ética a fim de expressar seu dever a Deus.

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"Na vida de Abraão não há expressão mais alta da ética do que esta, que o pai ame seu filho. Por que, então, Abraão fez isto? Por amor a Deus e (em completa identidade com isto) por amor a ele mesmo."

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Destarte, a despeito do imperativo moral universal acerca do matar, e por causa da sua fé em Deus, Abraão foi além da ética de modo total. Demonstrou que o individual religioso está mais alto do que o universal ético.

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CONCLUSÃO A conclusão da primeira parte deste estudo foi que a posição ética básica do cristão inclui várias normas. Duas destas formam a base para a responsabilidade social do cristão: (I) outros homens devem ser respeitados como pessoas (i.e., fins) e não usados como coisas (i.e., meios);

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(2) muitas pessoas são de maior valor do que uma só pessoa. Na linguagem bíblica isto significa que (1) o cristão deve amar seu próximo (Mt 22: 39) e (2) que cada outra pessoa, amigo ou inimigo, é nosso próximo (Mt 5:43,44; Lc 10: 29ss.).

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Em síntese, o cristão tem uma responsabilidade diante do seu próximo, e o mundo inteiro de pessoas se constitui em seus vizinhos. Todos os homens são a descendência ou filhos de Deus1 e, portanto, são irmãos naturais uns dos outros, feitos à imagem e semelhança de Deus (At 17:26, 28). E nesta fraternidade de pessoas criadas, Deus encarregou cada uma com a responsabilidade pelas outras. O amor exige que sejamos os guardiães do nosso irmão.

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