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MÁRCIO PEREIRA DA ROCHA Eucalyptus grandis Hill ex Maiden e Eucalyptus dunnii Maiden como Fontes de Matéria Prima para Serrarias Tese apresentada ao Curso de Pós- Graduação em Engenharia Florestal do Setor de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Paraná como Requisito parcial para a obtenção do título de “Doutor em Ciências Florestais”. Orientador: Prof. Dr. Ivan Tomaselli CURITIBA 2000

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MÁRCIO PEREIRA DA ROCHA

Eucalyptus grandis Hill ex Maiden e

Eucalyptus dunnii Maiden como Fontes

de Matéria Prima para Serrarias

Tese apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Engenharia Florestal do Setor de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Paraná como Requisito parcial para a obtenção do título de “Doutor em Ciências Florestais”.

Orientador: Prof. Dr. Ivan Tomaselli

CURITIBA 2000

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AGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr. Ivan Tomaselli, meu orientador, pela paciência e colaboração durante os anos que me orientou. Aos Professores, Dr. Sidon Keinert Junior e Setsuo Iwakiri, que com seus conhecimentos e sugestões participaram da coorientação desta pesquisa. Á Universidade Federal do Paraná, que me proporcionou a oportunidade de cursar Pós-graduação em um curso de excelência como o Curso de Pós-graduação em Engenharia Florestal. Ao Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal do Setor de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Paraná e às chefias que se passaram durante os anos de curso, por me reduzir a carga de atribuições, permitindo assim a conclusão deste trabalho. Ao Curso de Pós-graduação em Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná, pelo apoio que me foi dado para a conclusão desta pesquisa. À empresa Rigesa, Celulose, Papel e Embalagens Ltda, pela doação de toras e transporte das mesmas, em especial ao Eng, Msc. Heuzer Saraiva Guimarães e ao grande amigo Eng. Altair Negrello Junior. Á empresa Inpacel, Agroflorestal Ltda, empresa do Grupo Champion, também pela doação de toras e transporte das mesmas, em especial ao Eng. Msc. Osmar Menegol e à Enga Ingrid Nielsen. Às indústrias Procopiack Ltda. e Selectas S.A., em especial ao Senhor Miguel Procopiack Filho e ao Eng. Ivan Garay Abatto. À indústria Berneck Aglomerados S.A., em especial ao Sr. Elias De Conti e Sr. Irineu Zielinfki e toda a equipe da serraria. À Industria Forex – Fornecedora e Exportadora S.A., em especial aos amigos Eng. Dr. Arnaud Bonduelle e Eng.Marcelo Acioli, bem como toda a equipe da serraria. À Indústria Marinepar Ind. e Com. Ltda., em especial a Senhor Ricardo Slaviero, Senhor Pedro Câmara e toda a equipe da unidade de secagem da empresa. Aos Ex-estagiários, Eng. Florestal Michael Ivan Fenner e Engenheiro Florestal Fábio Lemos, que com esforço e dedicação, participaram de todas as atividades de coletas de dados, sem os quais, tais atividades não seriam possíveis. Ao Centro de Estações Experimentais do Canguri, da Universidade Federal do Paraná, pelo, apoio em algumas etapas da pesquisa. Aos funcionários da Universidade Federal do Paraná Lourival Schraiber e José Barbosa Guedes, ao funcionário da FUNPAR Sérgio Schalameik e ao funcionário Sênior da Universidade Federal do Paraná Sr. Olando Ruzenente, pela colaboração em algumas etapas deste trabalho que foram realizadas na serraria do Centro de Estações Experimentais do Canguiri. Ao Secretário do Curso de Pós-graduação em Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná Sr. Reinaldo Mendes de Souza, à ex-funcionária do curso, Sra. Eleane Rosendo e á funcionária Sra. Elinor do Rocio L. Gorin, por toda a colaboração que deram durante os anos de curso.

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À Senhora Marialice Metzker Poggiani, Gerente de Informação e Documentação Científica do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais de São Paulo (ESALQ-USP), pelo pronto atendimento a todas as solicitações de bibliografia, fato indispensável nas atividades de revisão de literatura e discussão dos resultados. Ao acadêmico do Curso de Engenharia Industrial Madeireira da UFPR Alan Sulato de Andrade e aos acadêmicos do Curso de Engenharia Florestal Álvaro Boson e Rui André Maggi dos Anjos, pela colaboração na confecção de desenhos e figuras neste trabalho. Aos colegas professores e funcionários do Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal, pelo apoio que nunca me foi negado. Aos professores Julio Eduardo Arce e Henrique Soares Koehler, por toda a colaboração e orientação que me deram, com dedicação, na análise estatística deste trabalho. Aos amigos Vitor Daniel Herrera, Ademir José Cavali e Antônio Perin, Laboratoristas do Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal da UFPR por toda a ajuda e apoio que me deram, em várias etapas deste trabalho. Aos amigos, Prof. Nilton José Sousa, Prof. Marcelo Diniz Vitorino e Prof. Alessandro Camargo Ângelo, pelos conselhos e orientações que nunca me faltaram, mas principalmente pela amizade e confiança que sempre me foram dados. Ao meu grande amigo e colega de Departamento, Prof. Ricardo Jorge Klitzke, pelas dezenas de horas dedicadas ao meu auxílio, as quais lhe eram preciosas e que dispensou a mim, na coleta de dados, na tabulação dos dados e toda a análise estatística, entre outros, e também com preciosas orientações, nunca negando nenhum tipo de ajuda. Ás três pessoas mais importantes da minha vida, minha sempre amada esposa, Cyntia e meus preciosos filhos, Mayumi e Vitor, presentes de Deus, os quais abdicaram de muitos momentos comigo, sabendo compreender minha ausência e minha ansiedade, dando-me a energia necessária para os dias difíceis. A Deus, criador de todas as coisas, que me guarda e me conduz e que nunca se ausentou de mim, proporcionando-me o privilégio de ter realizado e feliz.

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS............................................................................................. vi

LISTA DE FIGURAS.............................................................................................. ix

LISTA DE ABREVIATURAS.................................................................................. xii

RESUMO................................................................................................................ xiii

ABSTRACT............................................................................................................. xiv

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 15

1.1 OBJETIVOS....................................................................................................... 17

2. REVISÃO DE LITERATURA............................................................................... 18

2.1 O GÊNERO Eucalyptus..................................................................................... 18

2.1.1 Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden.....................................................… 19

2.1.2 Eucalyptus dunnii Maiden.....................................................................…… 20

2.1.3 Utilização da madeira de eucalipto.............................................................. 20

2.2 ASPECTOS QUE AFETAM O DESDOBRO DO EUCALIPTO.......................... 25

2.3 TENSÕES DE CRESCIMENTO......................................................................... 28

2.3.1 Minimização dos efeitos das tensões de crescimento.............................. 32

2.4 TÉCNICAS DE DESDOBRO DO EUCALIPTO.................................................. 42

2.5 SECAGEM......................................................................................................... 51

2.5.1 Colapso......................................................................................................... 56

3. MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................... 60

3.1 SELEÇÃO DAS ESPÉCIES .............................................................................. 60

3.2 SELEÇÃO DAS ÁRVORES E OBTENÇÃO DAS TORAS................................. 60

3.3 ANELAMENTO DAS ÁRVORES E DAS TORAS.............................................. 61

3.4 CUBAGEM DAS TORAS................................................................................... 63

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3.5 VOLUME DE TORAS PROCESSADAS E PERDA EM ANELAMENTO........... 64

3.6 PREPARO DAS TORAS PARA O DESDOBRO............................................... 65

3.6.1 Transporte e armazenamento...................................................................... 65

3.6.2 Vaporização das toras.................................................................................. 66

3.7 DESDOBRO DAS TORAS................................................................................. 66

3.7.1 Método de desdobro tangencial.................................................................. 66

3.7.2. Método de desdobro radial......................................................................... 67

3.8 PROPRIEDADES FÍSICAS ............................................................................... 68

3.8.1 Determinação da massa específica básica................................................. 69

3.8.2 Determinação da umidade............................................................................ 69

3.8.3 Massa específica aparente.......................................................................... 70

3.8.4 Retratibilidade.............................................................................................. 70

3.9 AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO EM MADEIRA SERRADA............................. 71

3.10 SECAGEM DA MADEIRA................................................................................ 72

3.11 MEDIÇÃO DAS DIMENSÕES.......................................................................... 73

3.12 AVALIAÇÃO DOS DEFEITOS......................................................................... 74

3.13 CLASSIFICAÇÃO DA MADEIRA..................................................................... 76

3.14 CÁLCULO OD RENDIMENTO......................................................................... 78

3.14.1 Rendimento por classes de qualidade..................................................... 78

3.14.2 Rendimento final..................................................................................... 78

3.15 ANÁLISE ESTATÍSTICA.................................................................................. 79

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................ 80

4.1 PROPRIEDADES FÍSICAS............................................................................. 80

4.1.1 Teor de umidade inicial.............................................................................. 80

4.1.2 Massa específica........................................................................................ 80

4.1.3 Retratibilidade............................................................................................. 84

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4.2 AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO EM MADEIRA SERRADA............................. 89

4.3 AVALIAÇÃO DAS DIMENSÕES........................................................................ 94

4.3.1 Largura das tábuas ...................................................................................... 94

4.3.2 Espessura das tábuas.................................................................................. 99

4.3.3 Comprimento das tábuas.......................................................................... 101

4.4 AVALIAÇÃO DOS DEFEITOS........................................................................ 106

4.4.1 Arqueamento.............................................................................................. 106

4.4.2 Encurvamento............................................................................................. 111

4.4.3 Rachaduras................................................................................................. 114

4.4.4 Encanoamento............................................................................................ 120

4.4.5 Colapso....................................................................................................... 121

4.5 RENDIMENTO POR CLASSES DE QUALIDADE.......................................... 122

4.5.1 Classificação em classes de qualidade................................................... 122

4.5.2 Rendimento final dos processos........................................................... 126

4.6 VIABILIDADE TÉCNICA DA SUBSTITUIÇÃO DE MADEIRAS TRADICOINAIS POR Eucalyptus....................................................................

129

4.6.1 Propriedades físicas.................................................................................. 129

4.6.2 Rendimento em madeira serrada.............................................................. 131

4.6.3 Dimensões das tábuas............................................................................... 132

4.6.4 Defeitos e qualidade das tábuas............................................................... 133

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES........................................................... 137

ANEXOS............................................................................................................... 139

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... 177

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1. SEPARAÇÃO DAS TORAS DE Eucalyptus grandis e Eucalyptus dunnii, POR CLASSES DIAMÉTRICAS E MÉTODOS DE DESDOBRO...................................................................................

61

TABELA 2. VOLUME TOTAL DAS TORAS PROCESSADAS, EM m3, MÉDIA POR TORA, PORCENTAGEM DE PERDA DO ANELAMENTO E VOLUME REAL PROCESSADO PARA CADA TRATAMENTO..............................................................................

64

TABELA 3. FASES DO PROCESSO DE SECAGEM DE TÁBUAS DE E. grandis E E. dunnii, com 2,5 cm de espessura.............................

73

TABELA 4. CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE MADEIRA SERRADA DE Eucalyptus spp. FONTE: KLABIN (1995)................................

77

TABELA 5. UMIDADE INICAL MÉDIA DA MADEIRA DE E. grandis e E. dunnii..............................................................................................

80

TABELA 6. MASSA ESPECÍFICA BÁSICA E APARENTE PARA E. grandis...........................................................................................

81

TABELA 7. MASSA ESPECÍIFCA BÁSICA E APARENTE PARA E. dunnii..............................................................................................

83

TABELA 8. VARIAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA APARENTE A 12% PARA E. grandis E E. dunnii.....................................................................

84

TABELA 9. CONTRAÇÃO TANGENCIAL RADIAL, LONGITUDINAL, VOLUMÉTRICA E ANISOTROPIA DE CONTRAÇÃO PARA E. grandis............................................................................................

85

TABELA 10. CONTRAÇÃO TANGENCIAL RADIAL, LONGITUDINAL, VOLUMÉTRICA E ANISOTROPIA DE CONTRAÇÃO PARA E. dunnii..............................................................................................

86

TABELA 11. CONTRAÇÕES TANGENCIAL, RADIAL E FATORES DE ANISOTROPIA PARA E. grandis, E. dunnii, Swietenia macrophylla (MOGNO) e Cedrela fissilis (CEDRO)........................................................................................

89

TABELA 12. RENDIMENTO EM MADEIRA SERRADA VERDE E SECA A 15% DE UMIDADE PARA E. grandis.............................................

90

TABELA 13. RENDIMENTO EM MADEIRA SERRADA VERDE E SECA A 15% DE UMIDADE PARA E. dunnii...............................................

92

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TABELA 14. LARGURA DE TÁBUAS VERDES E SECAS A 15% PARA E. grandis............................................................................................

95

TABELA 15. LARGURA DE TÁBUAS VERDES E SECAS A 15% PARA E. dunnii..............................................................................................

96

TABELA 16. ESPESSURA DE TÁBUAS VERDES E SECAS A 15% PARA E. grandis............................................................................................

99

TABELA 17. ESPESSURA DE TÁBUAS VERDES E SECAS A 15% PARA E. dunnii..............................................................................................

100

TABELA 18. COMPRIMENTO DE TÁBUAS VERDES OBTIDAS PARA E. grandis............................................................................................

102

TABELA 19. COMPRIMENTO DE TÁBUAS VERDES OBTIDAS PARA E. dunnii..............................................................................................

103

TABELA 20. RESULTADOS DE ARQUEAMENTO (mm/m) EM TÁBUAS DE E. grandis, NA CONDIÇÃO VERDE E APÓS SECAGEM A 15% DE UMIDADE.................................................................................

107

TABELA 21. RESULTADOS DE ARQUEAMENTO (mm/m) EM TÁBUAS DE E. dunnii, NA CONDIÇÃO VERDE E APÓS SECAGEM A 15% DE UMIDADE.................................................................................

108

TABELA 22. RESULTADOS DE ENCURVAMENTO PARA TÁBUAS DE E. grandis............................................................................................

111

TABELA 23. RESULTADOS DE ENCURVAMENTO PARA TÁBUAS DE E. dunnii..............................................................................................

113

TABELA 24. RESULTADOS DAS SOMATÓRIAS DE RACHADURAS, EM PORCENTAGEM PARA TÁBUAS VERDES E APÓS SECAGEM A 15% DE UMIDADE PARA E. grandis.........................................

116

TABELA 25. RESULTADOS DAS SOMATÓRIAS DE RACHADURAS, EM PORCENTAGEM PARA TÁBUAS VERDES E APÓS SECAGEM A 15% DE UMIDADE PARA E. dunnii...........................................

117

TABELA 26. OCORRÊNCIA DE PEÇAS TOTALMENTE RACHADAS, EM PORCENTAGEM PARA AS ESPÉCIES E. grandis E E. dunnii..............................................................................................

119

TABELA 27. RESULTADOS DE ENCANOAMENTO (mm) PARA TÁBUAS SECAS DE E. dunnii......................................................................

120

TABELA 28. CLASSIFICAÇÃO DA MADEIRA SERRADA DE E. grandis............................................................................................

123

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TABELA 29. CLASSIFICAÇÃO DA MADEIRA SERRADA DE E. dunnii..............................................................................................

125

TABELA 30. RENDIMENTO FINAL EM TÁBUAS SERRADAS PARA E. grandis............................................................................................

127

TABELA 31. RENDIMENTO FINAL EM TÁBUAS SERRADAS PARA E. dunnii..............................................................................................

128

TABELA 32. MASSA ESPECÍFICA APARENTE A 12% E COEFICIENTES DE CONTRAÇÃO MÁXIMA PARA ALGUMAS ESPÉCIES NATIVAS E DUAS ESPÉCIES DE Eucalyptus......................................................................................

131

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. COMPARATIVO ENTRE AS TENSÕES SOFRIDAS POR UMA ÁRVORE, UMA ANTENA DE TELEVISÃO E UMA COLUNA DE CONCRETO PROTENDIDO, ADAPTADO DE VAN VYK (1978)..............................................................................................

29

FIGURA 2. TÉCNICAS DE ANELAMENTO DE TORAS DE Eucalyptus grandis PROPOSTAS POR BARNACLE & GOTTSTEIN (1968) apud AGUIAR (1986)......................................................................

37

FIGURA 3. DIAGRAMAS DE CORTE UTILIZADOS PARA OBTENÇÃO DE PEÇAS RADIAIS, ADAPTADO DE MENDONZA (1995)................

44

FIGURA 4. MÉTODO DE DESDOBRO PARA OBTENÇÃO DE PEÇAS RADIAIS UTILIZADO POR PANDEY et al. (1984).........................

45

FIGURA 5. TÉCNICA DE DESDOBRO DE EUCALIPTO POR CORTES SEQUENCIADOS UTILIZADA POR SKOLMEN (1974).................

46

FIGURA 6. MÉTODO DE DESDOBRO DE EUCALIPTO UTILIZADO POR SHARMA et al. (1988) apud DEL MENEZZI & NAHUZ (1998)..............................................................................................

47

FIGURA 7. DESDOBRO DE EUCALIPTO COM UTILIZAÇÃO DE RÉGUA GUIA. ADAPTADO DE DEL MENEZZI E NAHUZ (1998)..............................................................................................

48

FIGURA 8. MÉTODO DE DESDOBRO DE EUCALIPTO COM RETIRADA DE 4 COSTANEIRAS UTILIZADO POR MONTAGNA et al. (1991)..............................................................................................

49

FIGURA 9. TÉCNICA DE ANELAMENTO DAS ÁRVORES............................. 62

FIGURA 10. TÉCNICA DE ANELAMENTO DAS TORAS, PROPOSTA POR GOTTSTEIN (1968) apud AGUIAR (1986).....................................

62

FIGURA 11. ASPECTO DA TORA APÓS O ANELAMENTO............................. 63

FIGURA 12. MÉTODO DE DESDOBRO VISANDO A OBTENÇÃO DE PEÇAS TANGENCIAIS, BASEADO EM PICADORES PERFILADORES (A, B) E SERRA CIRCULAR MÚLTIPLA DE DOIS EIXOS (C)...................................................................................................

67

FIGURA 13. MÉTODO DE DESDOBRO VISANDO A OBTENÇÃO DE PEÇAS RADIAIS, COM DESDOBRO PRINCIPAL UTILIZANDO SERRA FITA TIPO TANDEM (A), CIRCULAR MÚLTIPLA DE UM EIXO (B) E REFILADEIRA SIMPLES (C).................................................

68

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FIGURA 14. ASPECTO DA TORA COM ANELAMENTO, COM DESTAQUE ÀS SOBRAS DE ANELAMENTO, UTILIZADAS PARA DETERMINAÇÃO DE RETRATIBILIDADE E MASSA ESPECÍFICA...................................................................................

69

FIGURA 15. PROCEDIMENTO ADOTADO PARA MEDIÇÃO DO ARQUEAMENTO DAS TÁBUAS....................................................

74

FIGURA 16. PROCEDIMENTO ADOTADO PARA MEDIÇÃO DO ENCURVAMENTO DAS TÁBUAS..................................................

75

FIGURA 17. PROCEDIMENTO ADOTADO PARA MEDIÇÃO DO ENCANOAMENTO DAS TÁBUAS.................................................

75

FIGURA 18. FREQUÊNCIA POR CLASSES DE LARGURAS DE TÁBUAS APÓS SECAGEM A 15% DE UMIDADE PARA E. grandis............................................................................................

97

FIGURA 19. FREQUÊNCIA POR CLASSES DE LARGURAS DE TÁBUAS APÓS SECAGEM A 15% DE UMIDADE PARA E. dunnii...............................................................................................

97

FIGURA 20. DISTRIBUIÇÃO DE FREQÜÊNCIAS POR CLASSES DE COMPRIMENTO, PARA TÁBUAS SERRADAS VERDES DE E. grandis............................................................................................

104

FIGURA 21. DISTRIBUIÇÃO DE FREQÜÊNCIAS POR CLASSES DE COMPRIMENTO, PARA TÁBUAS SERRADAS VERDES DE E. dunnii...............................................................................................

105

FIGURA 22. ARQUEAMENTO E RACHADURAS EM TÁBUAS DE E. grandis, OBTIDAS POR DESDOBRO RADIAL, AINDA NA CONDIÇÃO ÚMIDA.............................................................................................

110

FIGURA 23. TÁBUAS DE E. grandis, OBTIDAS POR DESDOBRO TANGENCIAL, SEM OCORRÊNCIA DE ARQUEAMENTO, APÓS CLASSIFICAÇÃO................................................................

110

FIGURA 24. TÁBUAS DE E. grandis LOGO APÓS O DESDOBRO, COM PEÇAS CENTRAIS APRESENTANDO RACHADURAS EM QUASE TODO O COMPRIMENTO................................................

115

FIGURA 25. FREQUÊNCIA EM PORCENTAGEM, DE TÁBUAS DE E. grandis POR CLASSES DE QUALIDADE......................................

124

FIGURA 26. FREQUÊNCIA EM PORCENTAGEM, DE TÁBUAS DE E. dunnii POR CLASSES DE QUALIDADE...................................................

126

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FIGURA 27. RENDIMENTOS FINAIS MÉDIOS (%) EM MADEIRA SERRADA, PARA E. grandis E E. dunnii, PARA DUAS CLASSES DIAMÉTRICAS E DOIS SISTEMAS DE DESDOBRO....................

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LISTA DE ABREVIATURAS

grandis FT – Desdobro de toras de E. grandis com diâmetros de 19 a 24 cm, visando a obtenção de tábuas tangenciais em maior proporção.

grandis GT – Desdobro de toras de E. grandis com diâmetros de 25 a 30 cm, visando a obtenção de tábuas tangenciais em maior proporção.

dunnii FT – Desdobro de toras de E. dunnii com diâmetros de 19 a 24 cm, visando a obtenção de tábuas tangenciais em maior proporção.

dunnii GT – Desdobro de toras de E. dunnii com diâmetros de 25 a 30 cm, visando a obtenção de tábuas tangenciais em maior proporção.

grandis FR – Desdobro de toras de E. grandis com diâmetros de 19 a 24 cm, visando a obtenção de tábuas radiais em maior proporção.

grandis GR – Desdobro de toras de E. grandis com diâmetros de 25 a 30 cm, visando a obtenção de tábuas radiais em maior proporção.

dunnii FR – Desdobro de toras de E. dunnii com diâmetros de 19 a 24 cm, visando a obtenção de tábuas radiais em maior proporção.

dunnii GR – Desdobro de toras de E. dunnii com diâmetros de 25 a 30 cm, visando a obtenção de tábuas radiais em maior proporção.

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RESUMO Este trabalho teve como objetivo geral, buscar alternativas de suprimento de madeira serrada com base sustentada. Para atender tal objetivo, foram estudadas as espécies Eucalyptus grandis e Eucalyptus dunnii. Toras das duas espécies em duas classes diamétricas foram aneladas e vaporizadas antes do processo de desdobro. As toras foram desdobradas utilizando-se dois sistemas de desdobro o que permitiu a obtenção de tábuas preferencialmente tangenciais em um e tábuas preferencialmente radiais no outro. As tábuas tiveram suas dimensões e os principais defeitos avaliados, na condição verde e após a secagem. Foi avaliado também o rendimento em madeira serrada na condição verde e após a secagem. Os sistemas de desdobro não afetaram o rendimento em madeira serrada, mas as dimensões das tábuas foram influenciadas principalmente pelo sistema de desdobro. As larguras das tábuas obtidas pelo sistema de desdobro radial foram menores. O sistema de desdobro radial gerou uma maior variação nos comprimentos das peças e uma grande quantidade de peças curtas. O sistema de desdobro tangencial originou peças com larguras e comprimentos mais homogêneos. Os principais defeitos que ocorreram foram arqueamento, encurvamento e rachaduras. O arqueamento ocorreu imediatamente após o desdobro e em maior proporção nas tábuas obtidas pelo sistema de desdobro radial e aumentou após a secagem. No desdobro tangencial, o arqueamento teve pouca alteração durante a secagem. O E. grandis apresentou menos arqueamento que o E. dunnii. O encurvamento ocorreu logo após o desdobro e reduziu sua intensidade após a secagem. O E. dunnii apresentou encurvamentos mais pronunciados. As tábuas radiais apresentaram maior encurvamento. As rachaduras ocorreram com intensidade nas duas espécies e o E. grandis apresentou maior quantidade tábuas com este defeito. As tábuas radiais mostraram-se mais estáveis em relação ao aumento das rachaduras durante a secagem. O E. dunnii apresentou encanoamento após a secagem nas peças desdobradas tangencialmente. Os dois sistemas de desdobro tiveram uma grande quantidade de tábuas desclassificadas. O sistema de desdobro tangencial mostrou-se mais apropriado para as classes diamétricas estudadas. A madeira serrada de E. grandis e E. dunnii não apresentou resultados que permitam sua utilização em substituição das madeiras nativas tradicionais. A utilização das espécies E. grandis e E. dunnii para obtenção de madeira serrada em substituição de madeiras nativas, no estudo realizado, não mostrou-se viável quando se deseja madeira em classes de qualidade superiores. Recomenda-se o desenvolvimento de estudos das técnicas aqui utilizadas, com toras em classes diamétricas maiores, visando-se a redução nos defeitos que ocorrem para as duas espécies. É necessário que sejam adotadas novas técnicas de silvicultura e manejo para as florestas plantadas de Eucalyptus destinadas à produção de madeira serrada. É necessário a realização de estudos econômicos que visem avaliar a viabilidade do uso do E. grandis e E. dunnii para produção de madeira serrada.

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ABSTRACT

The general objective of this research was to search for sawn wood supply alternatives on a sustained basis. To attain the ultimate, species of Eucalyptus like grandis and dunnii were used. Logs from two different diameter classes were vaporized and treated on the ends through cuts 1/3 of the radius to minimize growth stresses damages before conversion. The process followed two systems of sawing to obtain tangential and radial boards. Dimensions and defects on the green condition and after drying were evaluated. Another important variable analyzed was the drying sawn wood yeld. The conversion systems did not affect the sawn wood yeld but did affect the boards dimensions. The width on the radial systems was lower and generated a greater variation on the length of the pieces, being the majority of short ones. The tangential system was more homogeneous in terms of dimensions. The main defects that occurred were bowing, spring and surface and end checks. Spring defects occurred immediately after the processing and in greater proportion on radial boards and got worse after drying. On tangential processing spring defects were not altered after drying. Spring defect showed to be greater on E. dunnii than for E. grandis. The bowing problem appeared right after conversion and came to be minimized on drying. E. dunnii again had bowing defects. Surface and end checks were intense for both species but E. grandis was the worse. The radial boards showed to be more stable in relation to the increase of checks during drying. Tangential boards of E. dunnii presented cupping defects after drying. A great quantity of boards were rejected on both conversion systems. The tangential process came to be more appropriate for the different diameter classes. As conclusion of this research we have that on these diameter classes E. grandis and E. dunnii processed can not substitute traditional native species. To obtain more quality can be suggested to study processing of logs on bigger diameter classes. Another recommendation is the adoption of new silviculture and management techniques to be utilized for sawn wood of Eucalyptus species. Economic feasibility studies for the utilization of these two species for sawing should be developed.

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1. INTRODUÇÃO

A madeira acompanha a humanidade desde os seus primórdios. De

início foi utilizada como fonte de energia e para fabricação de armas. Posteriormente

tornou-se imprescindível na construção de moradias e meios de transporte. Desta

forma, a madeira foi e é elemento decisivo em muitos momentos do

desenvolvimento da humanidade.

À medida que a humanidade avançou, a madeira foi sendo cada vez

mais estudada e compreendida, o que foi dando a ela usos mais adequados e

nobres. Nos dias de hoje, pode-se dizer que a madeira atingiu um elevado padrão

de utilização, o que é compatível com o seu valor. Em função do avanço nas

técnicas de utilização, a madeira é hoje matéria prima para grande variedade de

produtos como: laminados, compensados, chapas de madeira aglomerada, chapas

de fibras, resinas, açúcares, taninos, celulose, papel, energia e madeira serrada.

Com o grande aumento populacional, o consumo de madeira aumentou

de forma vertiginosa, causando um forte impacto nos estoques de madeiras nativas,

principalmente das florestas tropicais. Hoje, tais recursos vêm se tornando escassos

e indisponíveis para o suprimento da demanda.

Dentre as utilizações da madeira, o seu uso na forma de serrados

requer um grande volume de madeira com determinadas características próprias

para tal fim. Estas características são encontradas numa grande variedade de

essências florestais.

No Brasil os povoamentos com bases sustentadas são formados por

espécies nativas na região norte do país e espécies dos gêneros Pinus e Eucalyptus

nas demais regiões, onde o Pinus se destaca mais na região Sul do Brasil e o

Eucalyptus é mais frequente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.

O interesse pela utilização de espécies de rápido crescimento, como

fonte de matéria prima para a obtenção de produtos sólidos da madeira, tem

aumentado de maneira significativa nos últimos anos. As restrições impostas ao uso

de madeiras provenientes de florestas tropicais nativas têm sido apontadas como um

dos principais fatores que levaram à busca de espécies de rápido crescimento para

atender à demanda da indústria madeireira (ASSIS, 1999).

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Quando se pensa em espécies de rápido crescimento, como alternativa

na produção de madeira, o gênero Eucalyptus se apresenta com uma opção

potencial das mais importantes, não somente por sua capacidade produtiva e

adaptabilidade a diversos ambientes mas, sobretudo, pela grande diversidade de

espécies, tornando possível atender aos requisitos tecnológicos dos mais diversos

segmentos da produção industrial madeireira (ASSIS, 1999).

A pouca utilização do eucalipto para obtenção de madeira serrada, é

devido a algumas características que a tornam de difícil desdobro. Dentre estas

características, as tensões de crescimento são as mais importantes, sendo

responsáveis por vários defeitos como rachaduras de topo e empenamentos, que

inviabilizam o seu uso. Segundo ROZAS MELLADO (1993), apesar da grande

demanda de madeira serrada para construção civil, móveis ou outros produtos de

maior valor agregado, até agora os eucaliptos, que são as maiores reservas

acessíveis e exploráveis, têm sido muito pouco utilizados com estes fins, sendo sua

aplicação quase sempre limitada à produção de carvão, celulose e chapas de fibras.

A não utilização do eucalipto para fins mais nobres ou na fabricação de produtos

com maior valor agregado, se deve em parte, à presença de certas dificuldades na

sua conversão, provocadas por algumas características intrínsecas do gênero, tais

como uma elevada retratibilidade, propensão ao colapso durante a secagem e

principalmente à presença de tensões de crescimento.

Poucas décadas de pesquisa começam a mudar a história do eucalipto

no Brasil. De madeira de péssima qualidade e de vilão da natureza, acusado de

extenuar os solos, consumir água em demasia, afugentar a fauna e impedir o

consorciamento com outras culturas, o eucalipto vem se transformando em

alternativa de madeira de qualidade para aplicação na indústria de móveis, na

marcenaria em geral e na construção civil (REVISTA CIÊNCIA HOJE, 1995). O

eucalipto pode se tornar um grande aliado do movimento ecológico, ao atender à

demanda do mercado por madeiras de qualidade, reduzindo as pressões sobre

florestas nativas, principalmente a Amazônia (REVISTA CIÊNCIA HOJE, 1995).

Para que se chegue à obtenção de madeira serrada de eucaliptos de

boa qualidade é necessário o esforço de vários ramos da pesquisa, desde a escolha

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de espécies mais adequadas, técnicas de melhoramento genético, exploração

adequada e processamentos de desdobro e secagem apropriados.

Atualmente, diversos estudos envolvendo técnicas de melhoramento e

de processos vem sendo realizados, a fim de se chegar às alternativas mais

apropriadas ao desdobro das espécies de eucaliptos. Mesmo com as incessantes

pesquisas que estão sendo realizadas sobre o desdobro de eucaliptos, ainda

existem muitas dúvidas e soluções a serem encontradas no desdobro de espécies

deste gênero, de modo que se possa atingir níveis adequados industrialmente, de

rendimentos e qualidades do produto final.

1.1 OBJETIVOS

Este trabalho teve como objetivo geral, buscar alternativas de

suprimento para produção de madeira em bases sustentadas.

Para atender ao objetivo geral, foram estabelecidos os seguintes

objetivos específicos:

- Avaliar as propriedades e a influência de dois sistemas de desdobro

no rendimento em madeira serrada, dimensões e qualidade das tábuas, para duas

classes diamétricas de toras de Eucalyptus grandis e Eucalyptus dunnii.

- Analisar a viabilidade técnica da substituição das madeiras

tradicionais pelas espécies E. grandis e E. dunnii.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 O GÊNERO Eucalyptus

As espécies do gênero Eucalyptus têm sua origem na Austrália,

Tasmânia e ilhas da Oceania (Java, Filipinas, Papua, Timor, etc). São árvores de

grande porte e de rápido crescimento, aptas ao manejo pelo sistema de talhadia,

onde após o corte raso gemas dormentes dos cotilédones e primeiras folhas entram

em atividade, permitindo a condução das rebrotas por mais duas rotações

(RODERJAN, 1999). De acordo com WAUGH (1998), as florestas australianas são

dominadas por eucaliptos. Lá existem cerca de 720 espécies reconhecidas, das

quais aproximadamente 100 são utilizadas em produtos de madeira. Esta

abundância de eucalipto crescendo em florestas naturais tem sido a maior influência

no desenvolvimento das indústrias florestais australianas. Os eucaliptos mostram-se

bastante indiferentes às qualidades químicas do solo, sendo mais sensíveis às

propriedades físicas destes. Crescem bem nos substratos profundos e permeáveis,

inclusive arenosos (RIZZINI, 1978).

Segundo OLIVEIRA (1999), quanto às características gerais do gênero

Eucalyptus, destaca-se o alburno delgado, com menos de 3 cm e de coloração clara.

O cerne, segundo ALFONSO (1997) apud OLIVEIRA (1999), apresenta cor variando

desde amarelado até vários tons pardo-avermelhados e vermelhos. A madeira

apresenta pouco brilho, grã direita a revessa, textura fina a média; macia a

moderadamente dura ao corte, com cheiro e gosto distintos. Quanto à massa

específica aparente, esta varia desde mais leves, passando a média, até aquelas

bastante pesadas, variações de aproximadamente 0,40 a 1,20 g/cm3. Ainda segundo

o mesmo autor, um aspecto positivo, em relação à madeira de eucalipto, é o grande

espectro de propriedades, em função das diferentes espécies que são facilmente

cultivadas no país. Tem-se desde madeiras leves e de baixa durabilidade, até

aquelas madeiras aptas às utilizações estruturais e de relativa durabilidade, mesmo

sem serem preservadas.

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2.1.1 Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden

A principal área de ocorrência natural do E. grandis situa-se ao norte

de Nova Gales do Sul e ao sul de Queensland, entre as latitudes 25 e 33o Sul,

ocorrendo ainda, no centro (latitude 21o Sul) e no norte (16 a 19o Sul) de

Queensland. As altitudes variam desde próximas ao nível do mar até 600 m, na

área de maior ocorrência e entre 500 e 1.100 m nas áreas mais ao norte (Atherton-

QLD). O clima varia de subtropical úmido (área sul) a tropical úmido (Atherton-QLD).

Na principal área de ocorrência, a temperatura média das máximas do mês mais

quente está em torno de 24 a 30o C e a média das mínimas do mês mais frio de 3 a

8o C. Para as áreas ao norte, os valores variam de 29 a 32o C e 10 a 17o C. As áreas

costeiras são livres de geadas, enquanto que nos locais de maior altitude, longe da

costa, podem ocorrer geadas ocasionais. A precipitação média anual está em torno

de 1.000 a 3.500 mm, com maior concentração no verão, principalmente no centro e

no norte de Queensland. A estação seca não ultrapassa 3 meses (EMBRAPA,

1986). A madeira é de tom branco rosado e segundo FERREIRA (1979) é leve e

fácil de ser trabalhada.

Em trabalho realizado por SILVA et al. (1997), onde os autores

testaram o comportamento do Eucalyptus grandis mediante as principais operações

de usinagem normalmente executadas no setor moveleiro, os mesmo concluíram

que a referida madeira comportou-se muito bem, indicando um alto potencial para o

setor de madeira serrada, principalmente o setor moveleiro.

Segundo SIMULA & TISSARI (1998), o E. grandis é considerado entre

os melhores eucaliptos para diversos usos e movelaria. De modo geral não é difícil

de usinar, porém apresenta certa rigidez. É serrado com certa facilidade e apresenta

boa superfície quando aplainado. A madeira do E. grandis pode ser torneada, lixada,

furada e malhetada facilmente. Proporciona uma boa linha de cola e recebe pintura

e brilho prontamente. Quanto à aceitação de pregos, o E. grandis prega bem, mas

está mais sujeito a rachaduras que o Pinus.

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2.1.2 Eucalyptus dunnii Maiden

A região de ocorrência natural desta espécie na Austrália, restringe-se

a pequenas áreas no nordeste de Nova Gales do Sul e no Sudeste de Queensland.

As latitudes variam de 28 a 30o15’ Sul e as altitudes de 300 a 780 m

aproximadamente. O clima é subtropical úmido com temperatura média de máximas

do mês mais quente entre 27 e 30o C e com a média das mínimas do mês mais frio

entre 0o C e 30o C, ocorrendo de 20 a 60 geadas por ano. A precipitação média

anual é de 1.000 a 1.750 mm, com as máximas no verão; a precipitação mensal é

sempre superior a 40 mm. A estação seca no inverno, não excede a 3 meses

(EMBRAPA, 1986).

CALORI & KIKUTI (1997), testando propriedades físicas e mecânicas

da madeira de E. dunnii com 20 anos de idade, em função dos resultados obtidos,

recomendam tal madeira para situações onde se exigem resistências mecânicas,

para fins estruturais, como assoalhos, parquetes, carrocerias, cabos de ferramentas,

etc.

2.1.3 Utilização da madeira de eucalipto

No Brasil são atualmente cultivadas diversas espécies de eucalipto

com um ampla faixa de densidade, constituição química e anatômica e,

consequentemente, com grandes diferenças nas propriedades físicas e químicas da

madeira. Estas variações tornam possível um uso bastante amplo da madeira

(VITAL & DELLA LUCIA, 1986). Normalmente, as indústrias de celulose, papel e

chapas têm influenciado o plantio de determinadas espécies de eucalipto, como E.

urophylla, E. saligna e E. grandis. Como consequência, também os estudos sobre

eucalipto têm sido ligados ao setor de chapas, celulose e papel (GALVÃO, 1976a).

O uso atual de madeira reflorestada do gênero Eucalyptus tem

recebido especial atenção tanto por parte de pesquisadores como por parte do setor

madeireiro, principalmente nos estados da região Sul e Sudeste, em função do seu

grande potencial de disponibilidade em curto espaço de tempo. A tendência de

diversificação do uso deste material, que até o momento é canalizado basicamente

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para a indústria de celulose e para energia, está sendo analisado como uma das

alternativas para minimizar o déficit habitacional (INO & SHIMBO,1998).

Apesar da grande demanda de madeira serrada para construção civil,

móveis ou outros produtos de maior valor agregado, até agora os eucaliptos, que

são as maiores reservas acessíveis e exploráveis, têm sido muito pouco utilizados

com estes fins, sendo sua aplicação quase sempre limitada à produção de carvão,

celulose e chapas de fibras (ROZAS MELLADO, 1993).

No ano de 1997, foram produzidos no Brasil 23.600.000 mdc (metros

cúbicos de carvão) dos quais 17.800.000 (75% do total) foram produzidos com

madeiras oriundas de reflorestamentos de Eucalyptus spp.

A indústria de madeira serrada no Brasil, atingiu nos últimos anos um

nível elevado de produção, o qual proporcionou um incremento na demanda de

madeira roliça para este setor. Tal crescimento é em grande parte, devido às

características econômicas e sociais do país.

De acordo com LUZ et al. (1992), a nível mundial, as experiências em

grande escala e bem sucedidas, no uso de madeira serrada de reflorestamentos de

eucalipto, têm seu maior desenvolvimento na África do Sul, onde foram

desenvolvidos e aperfeiçoados nos últimos 60 anos, métodos de manejo de

reflorestamentos de diversas espécies de eucalipto, especialmente E. grandis e E.

cloeziana. Os resultados obtidos permitiram o estabelecimento de um forte setor de

serrarias e indústrias moveleiras, além do uso amplo de postes de eucalipto.

Segundo POYNTON (1981) apud LUZ et al. (1992), pode-se resumir o

atual manejo do eucalipto na África do Sul para serrarias no seguinte: os melhores

resultados, que conciliam maior produção volumétrica e madeira de melhor

qualidade, estão na condução da rotação de média duração, entre 14 e 25 anos.

Idades menores não exploram todo o potencial produtivo da floresta e a qualidade

da madeira não é satisfatória, ao passo que além dos 30 anos surgem sérios

problemas que prejudicam a qualidade da madeira, como defeitos e tensões

internas, e ainda a perda de lucratividade pelo tempo demasiado de ocupação da

terra.

Dentre os países Sul-americanos que utilizam madeira de eucalipto,

destacam-se o Chile, a Argentina e o Brasil. Segundo MENDOZA (1995), a

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elaboração de madeira serrada de eucalipto no Chile é um processo que tem como

função converter as toras próprias para serrar em madeira serrada de dimensões

definidas, para abastecer a indústria de móveis e construção civil.

A madeira de E. grandis é utilizada para produção de caixas de

concreto, carpintaria, estruturas de telhados, caixaria (frutas, hortaliças, frangos,

etc.), embalagens e páletes onde durante dois anos se exportou mais de 50.000 m3

de madeira serrada para a Europa para este fim. Em menor escala são produzidos

móveis rústicos (camas, cadeiras, mesas, etc.), material apícola, bins (caixotes de

madeira para colheita de frutas com capacidade de aproximadamente 1 tonelada),

estrados para camas, forros, cortinas de enrolar, cabos de escovas, cabos,

puxadores, vigas laminadas, marcos, escadas, cavaletes, molduras de móveis,

brinquedos, etc. (ACOSTA, 1995).

Pode-se notar que, mesmo ainda utilizado em pequena escala para a

produção de madeira serrada, o eucalipto vem se tornando cada vez mais uma fonte

alternativa para a produção dos mais variados produtos à base de madeira sólida.

Porém, o emprego do eucalipto como madeira para serraria tem sido

geralmente inviável no Brasil, por diversos fatores. O uso de espécies inadequadas,

utilização precoce das árvores, escassez de informações sobre o manejo de

povoamentos para serraria, estudos genéticos sem considerar a qualidade da

madeira para desdobro e problemas ligados à tecnologia, concorrem para o

insucesso observado (GALVÃO, 1976a).

Segundo PONCE (1995), pode-se dizer que o eucalipto tem tudo para

ser a principal madeira de serraria do país. Para isso é necessáriO investigação

intensiva, tanto sob o ponto de vista tecnológico como silvicultural. Sem emprego

intensivo de pesquisa, os resultados serão lentos e medíocres. Conclui o autor que,

com um trabalho sistemático e arrojado de investigação poder-se-á atingir uma

importância econômica comparável à da celulose de eucalipto. Sem investigação no

futuro, importaremos madeira serrada para nossas necessidades básicas. O autor

cita que em estudos realizados no Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de

São Paulo. demonstraram a viabilidade de utilização de madeiras de eucaliptos para

os mais variados fins como para móveis, onde foram produzidos armários, estantes,

escrivaninhas, gaveteiros e mesas com E. grandis e os mesmos tiveram um

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desempenho considerado muito bom. Para cadeiras e mesas que requerem maior

resistência mecânica, foi utilizado E. saligna e apresentaram também bom

desempenho. No mesmo instituto foram produzidos também estruturas para telhado

de E. saligna com 25 anos, páletes de várias espécies, casa pré fabricada de E.

grandis e componentes de edificações como assoalhos, lambris, forros, batentes,

escadas, etc., com resultados variando de acordo com as espécies e florestas.

Foram produzidos ainda cruzetas para postes de transmissão e uma passarela para

pedestres com estrutura de E. citriodora, com um vão de 32,4 m.

No que diz respeito à construção civil, a participação do eucalipto é

importante e decisiva na substituição e racionalização do uso de produtos não

renováveis. Segundo GROHMANN & SZÜCS (1998), a utilização da madeira na

construção contribui para diminuir a dependência das reservas de materiais não

renováveis, já que é uma fonte natural disponível em todo o mundo, e com uma

gestão adequada, sua provisão é praticamente inesgotável. Ecologicamente, a

exploração da madeira nativa não é bem aceita, sendo mais sensato o emprego da

madeira de reflorestamento na construção civil. A exploração racional da madeira de

reflorestamento favorece a diminuição da extração desenfreada de madeira nativa.

Para o setor moveleiro, o uso do eucalipto vem como uma solução ao

problema de distância entre o pólo madeireiro e o consumidor da matéria prima

(fabricas de móveis), com redução dos custos de transporte e aliado à demanda por

madeiras de qualidade a menor custo (COSTA, s.d. apud SILVA & WENZEL, 1995).

O eucalipto pode dar novo estímulo às exportações neste setor. A indústria de

móveis na Europa, baseada em madeiras de pináceas está sofrendo uma provisão

insuficiente de matérias primas e de alcance dos produtos limitado. A popularidade

de móveis de madeira sólida, preferencialmente baseada em madeiras de

plantações certificadas, é uma nova moda que provavelmente continuará nos

mercados europeus. O eucalipto tem um grande potencial, se corretamente utilizado

(ASSIS, 1999).

Para a obtenção de madeira de alta qualidade, para aplicação na indústria de

móveis, marcenaria e construção civil é necessário considerar a escolha adequada

das espécies a serem utilizadas, um manejo diferenciado daquele realizado

atualmente para celulose e papel, chapas e energia e uma adequação das

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tecnologias utilizadas para o processamento da madeira de eucalipto (KIKUTI,

1995).

Segundo GALVÃO (1976a), a utilização do eucalipto na indústria de

móveis, pisos, construção civil, dentre outras, é viável desde que se considere o

seguinte: uso de espécies com características favoráveis ao desdobro e de acordo

com as exigências do produto final a ser obtido; desdobro de toras provenientes de

árvores com mais de 30 anos; emprego de métodos de desdobro que permitam

obter peças radiais; secagem controlada em estufas, à umidade de equilíbrio média

da madeira no local de uso; tolerância construcional e revestimentos que reduzam

as oscilações higroscópicas da madeira.

As raras análises econômicas que pretendem estudar as possíveis

vantagens da produção de madeira nobre em reflorestamentos têm falhado num

ponto essencial: a atribuição de um valor para a madeira serrada do eucalipto. Os

valores que são encontrados na literatura podem ser considerados muito

equivocados, pois conforme expostos, baseiam-se em preços praticados por um

mercado tendencioso, condicionado pelos preconceitos tradicionais ao eucalipto e

que herdam parâmetros de avaliação da fase áurea das madeiras nativas (LUZ et

al., 1992). Ainda, segundo os autores, num levantamento industrial realizado em

1991 e 1992, com base em testes de produtos e consulta a algumas importantes

empresas do setor moveleiro de São Paulo, concluiu-se que a madeira de eucalipto

pode ter um valor médio de US$ 130,00 a 180,00 /m3, com plenas condições de

atender às exigências tecnológicas e estéticas do exigente mercado de móveis e

para marcenaria de interiores. Em alguns casos, a madeira de eucaliptos (E. grandis,

E saligna e híbridos de E. urophylla) hoje disponível, comprovou-se poder ser usada

em aplicações de alta qualidade que remunerem acima de US$ 200,00 por m3,

madeira serrada produzida em São Paulo. O que permite este ganho quase

inacreditável no valor de remuneração da madeira? A eliminação do frete da

Amazônia até o Sudeste, além do maior rendimento no desdobro e a maior

padronização da madeira produzida, ambos conseguidos com uma seleção

adequada das toras e das peças obtidas, praticando uma tecnologia coerente e

competente.

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2.2 ASPECTOS QUE AFETAM O DESDOBRO DO EUCALIPTO

A madeira em geral, devido a algumas características como variação

anatômica, variação de densidade, anisotropia, entre outras, é um material de difícil

trabalhabilidade. Em alguns casos, tais características não são de grande influência.

Porém, em outros, algumas delas dificultam ou até descartam a utilização de

determinadas espécies.

Um dos usos importantes da madeira é o de serrados, onde se obtém

matéria prima para os mais variados setores da indústria madeireira. Este é também,

um setor onde determinadas espécies ou grupos de espécies, apresentam certas

características que as tornam de difícil processamento, onde não é possível se

chegar a rendimentos ótimos com qualidade ideal.

No Brasil, ainda hoje, existe uma grande disponibilidade de madeiras

tropicais, que em função de seus crescimentos lentos e outras características são

muito estáveis, tornando-se de fácil trabalhabilidade. Porém, com o aumento da

demanda e as pressões ambientais que surgem a cada dia, as madeiras oriundas de

reflorestamentos, que antes eram destinadas à produção de celulose, painéis ou

energia, começaram a ser também utilizadas para a produção de madeira serrada.

Inicialmente, as espécies do gênero Pinus, muito cultivadas no sul do

país, foram utilizadas. Tais espécies, apesar de serem de rápido crescimento, nunca

apresentaram defeitos mais marcantes que pudessem inviabilizar o seu uso.

Inclusive hoje, encontram-se instaladas em alguns pólos moveleiros, indústrias

especializadas na fabricação de móveis exclusivamente de Pinus, os quais têm

excelente aceitação no mercado internacional.

Na busca por outras alternativas de suprimento para a indústria de

madeira serrada, o eucalipto, o qual é cultivado em grande escala no Brasil,

começou também a despontar como uma potencial fonte de matéria prima. Porém,

ao utilizar as espécies deste gênero para a produção de madeira serrada,

pesquisadores e profissionais da área, depararam-se com uma série de problemas e

empecilhos que até então não tinham maior relevância no desdobro do Pinus.

Segundo ROZAS MELADO (1993), a não utilização do eucalipto como

madeira serrada se deve, em parte à presença de certas dificuldades na sua

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conversão, provocadas por algumas características intrínsecas do gênero, tais como

uma elevada retratibilidade, propensão ao colapso durante a secagem e

principalmente à presença de tensões de crescimento.

Segundo AGUIAR (1986), o Eucalyptus grandis, por ser a espécie de

mais rápido crescimento e atualmente a de maior importância nos programas de

reflorestamento dentre os eucaliptos, estudos e observações indicam esta espécie

como de grande potencialidade para as indústrias de processamento mecânico.

Entretanto, a existência das tensões internas de crescimento e de secagem,

responsáveis pelo aparecimento das rachaduras de topo das toras, tem inviabilizado

a utilização do E. grandis na produção de madeira serrada e laminados.

Segundo SILVA & WENZEL (1995), a restrição da utilização da

madeira serrada de eucalipto, é devido também, à falta de informações existentes,

uma vez que as entidades ligadas às pesquisas não repassam os dados obtidos nas

recentes descobertas, deixando a maioria das serrarias à mercê da sorte e sem uso

de tecnologias adequadas ao preparo da matéria prima. Por outro lado, os

fabricantes de móveis que desejam introduzir o uso do eucalipto na sua produção,

não recebem o apoio dos preparadores da matéria prima (as serrarias) e também

dos compradores de móveis (população), que ainda, preferem os móveis de

espécies mais conhecidas como o mogno, cerejeira etc. Ainda segundo os autores,

este fator desestimula os fabricantes que apenas desistem de produzir estes móveis.

Outro fator a considerar é a falta de levantamentos da aceitação dos móveis de

eucalipto para o mercado externo.

Dentre os vários fatores que muitas vezes inviabilizam a produção de

madeira serrada de eucalipto, as tensões de crescimento são sem dúvida, o maior

entrave na utilização de muitas espécies do gênero para este fim.

Além das tensões de crescimento, a secagem do eucalipto também é

um fator que deve ser abordado. Todas as espécies do gênero Eucalyptus,

plantadas em grande escala, necessitam uma secagem mais criteriosa, tornando o

processo caro e apresentando uma série de defeitos que baixam o rendimento e

diminuem a qualidade da madeira obtida, sendo um dos principais deles, o colapso.

Segundo OLIVEIRA (1997), o colapso é um dos sérios problemas que

afetam a indústria da madeira, principalmente com a utilização de madeira de

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eucalipto. Além deste problema, o autor cita também as elevadas tensões de

crescimento, que fazem com que o fendilhamento se potencialize, quando é

submetida ao processo de secagem, sendo então necessário uma atenção

redobrada na execução da secagem de madeiras provenientes deste gênero. De

maneira geral, tais espécies devem ser secas de forma lenta, evitando-se condições

severas das variáveis do processo de secagem.

Em consequência destas duas características, a madeira serrada de

eucalipto apresenta vários defeitos como rachaduras, empenamentos, entre outros,

que muitas vezes inviabilizam a sua utilização.

Não só as tensões de crescimento e o colapso são problemas no

desdobro do eucalipto. PONCE (1995), além destes dois fatores cita também

madeira juvenil, nós em excesso, bolsas de resina, variabilidade entre espécies e

dentro de uma mesma espécie e a excessiva retratibilidade, como fatores que

devem ser levados em consideração.

Segundo BAENA (1982), nos países onde se utiliza madeira serrada de

eucalipto, como Austrália, África do Sul e Chile sabe-se que um dos maiores

problemas enfrentados pela indústria madeireira é a secagem.

MENDES et al. (1997), também citam que no uso da madeira serrada,

existem vários inconvenientes que estão relacionados com a perda e depreciação da

madeira, desde a operação de derrubada da árvore até a fase final de

processamento, incluindo as fases de usinagem e acabamento superficial. Porém, a

fase mais importante é a secagem devido ao surgimento de rachaduras,

empenamentos de diferentes formas, gradientes de umidade, colapso e tensões de

secagem. Estes são causados pelos defeitos da madeira devido o crescimento das

árvores, como: tensões de crescimento, grande quantidade de nós, madeira juvenil,

cerne quebradiço e coeficiente de anisotropia (HILLIS & BROWN, 1978) e má

condução da secagem.

Outro fator de dificuldade é a variabilidade intraespecífica do gênero

Eucalyptus. Essa variabilidade, não controlável ou previsível em matérias primas não

clonais, expõe os aspectos negativos de propriedades mecânicas e físicas, além de

comprometer quesitos mercadológicos demandados, tais como uniformidade na

textura, cor, padronagem, etc. (BULHÕES et al., 1995).

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Parte dos problemas de processamento do eucalipto poderá ser

solucionada através de melhoramento genético, condução adequada dos plantios e

desenvolvimento de técnicas e equipamentos adequados ao desdobro e secagem

(BULHÕES et al., 1995).

2.3 TENSÕES DE CRESCIMENTO

O primeiro problema a se enfrentar no processamento da madeira de

eucalipto são as elevadas tensões de crescimento, mais marcantes em toras de

menores diâmetros, obtidas de árvores mais jovens (WAUGH, 1998).

Desde muito tempo os pesquisadores e estudiosos de madeira vêm

estudando as causas e origens das tensões de crescimento, além de seus efeitos,

que muitas espécies apresentam em grandes proporções.

Segundo HILLIS & BROWN (1978), o surgimento das tensões de

crescimento ocorre na fase de lignificação das células do câmbio. Ao ser depositada

a lignina nas paredes transversais das células, estas se expandem provocando uma

retração no sentido axial. As células vizinhas, já com uma maior rigidez, restringem a

diminuição do comprimento celular, gerando tensões de tração longitudinal, as quais

vão se formando sucessivamente nas camadas de células recém formadas. Além

disso, ao aumentar seu diâmetro, a árvore impõe uma alta tensão de compressão no

centro do tronco, a qual se espalha por toda a seção do tronco à medida que a

árvore cresce.

A primeira tentativa de explicar a origem das tensões de crescimento

foi realizada por Martley em 1928, ao observar as curvaturas que ocorriam após os

cortes de pranchas de olmo. Martley concluiu inicialmente que as tensões poderiam

ser causadas pelo aumento do peso da árvore durante o crescimento. Porém, após

alguns cálculos, concluiu que o peso da árvore produziria apenas pequenas frações

das tensões de crescimento ( DINWOODIE, 1966; BOYD,1972; CHAFE; 1979 e

CONRADIE,1980 apud AGUIAR,1986).

As tensões de crescimento são um mecanismo apresentado pelas

folhosas arbóreas para que permaneçam eretas apesar da grande esbelteza de

muitas delas. As tensões de crescimento são formadas no câmbio. As fibras, células

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do xilema têm uma diminuta contração longitudinal logo após a divisão celular.

Essas contrações fazem com que as novas camadas de células estejam em

condição de tensão de tração. Estas tensões nas partes mais externas dos fustes,

fazem o papel de armadura de aço nas colunas de concreto, sendo fundamentais

para que os fustes das árvores não se quebrem facilmente quando submetidas a

ventos ou outros esforços laterais. Os fustes das folhosas apresentam então a parte

externa em tensão, e como consequência a parte interna em compressão. A tensão

de compressão na parte interna pode ser tão alta que ultrapasse a tensão de

ruptura, surgindo então as fraturas de compressão nas regiões centrais dos fustes.

As consequências das tensões de crescimento são: tendência ao rachamento radial

nas toras e nas peças diametrais durante o desdobro e encurvamento das peças

desdobradas. O encurvamento se dá de tal modo que faces ou arestas côncavas

são sempre dos anéis mais externos da peça (PONCE, 1995).

VAN VYK (1978), fez um comparativo das tensões de crescimento, as

quais ocorrem naturalmente na árvore antes de sua derrubada, com as tensões que

ocorrem em uma antena de televisão e uma coluna de concreto protendido. Tais

tensões são necessárias, tanto na árvore como numa antena ou coluna de concreto,

para que tais estruturas adquiram estabilidade (Figura 1).

FIGURA 1. COMPARATIVO ENTRE AS TENSÕES SOFRIDAS POR UMA

ÁRVORE, UMA ANTENA DE TELEVISÃO E UMA COLUNA DE CONCRETO PROTENDIDO, ADAPTADO DE VAN VYK (1978).

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Segundo OLIVEIRA (1999), as tensões de crescimento são sem

dúvida, um dos principais fatores que contribui para a depreciação da madeira

serrada de eucalipto, as quais se iniciam durante o desenvolvimento da parede

secundária das fibras.

Embora o gênero Eucalyptus represente uma alternativa potencial no

abastecimento, sua madeira apresenta restrições próprias e inerentes ao uso de

florestas jovens, onde os níveis de tensões de crescimento se manifestam de forma

mais proeminente do que em florestas maduras (ASSIS, 1999). O mesmo autor

considera que as perdas significativas em função das rachaduras associadas às

tensões de crescimento e os defeitos de secagem têm sido consideradas um dos

principais entraves à utilização econômica de espécies de Eucalyptus.

As tensões de crescimento manifestam-se logo após a derrubada e

traçamento da árvore, onde as toras apresentam sérias rachaduras de topo. Na

obtenção de madeira serrada, estas tensões manifestam-se através de

empenamentos e rachaduras nas peças serradas.

As tensões de crescimento, além de outros defeitos são responsáveis

pela grande incidência das rachaduras de topo que ocorrem nas toras de eucaliptos

já logo após a derrubada da árvore e traçamento das toras. Segundo AGUIAR

(1986), estas rachaduras são as mais evidentes manifestações da existência das

tensões naturais de crescimento, associadas ou não às tensões de secagem.

BAENA (1982), afirma que os defeitos como rachaduras e

empenamentos estão associados às tensões internas que se manifestam após a

derrubada das árvores, com maior intensidade nas idades mais jovens, diminuindo

consideravelmente com o amadurecimento da árvore.

Estudando madeiras de 150 espécies de Eucalyptus, BARISKA (1992),

afirma que as fendas começam a aparecer dois dias após a derrubada da árvore,

geralmente na parte central entre as regiões da medula e câmbio. O autor afirma

que este é um processo rápido, com a maioria das fendas sendo desenvolvidas

entre o segundo e o quarto dia após a derrubada.

Deve-se considerar que as maiores ou menores manifestações das

tensões de crescimento estão associadas a uma série de características, inerentes à

espécie e aos tratos silviculturais e de exploração. Porém, existem algumas

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controvérsias entre os pesquisadores sobre quais os fatores mais importantes e

seus níveis de influência sobre as tensões de crescimento.

Muitos pesquisadores apontam a taxa de crescimento como sendo um

fator de grande influência sobre os níveis das tensões de crescimento. Porém,

outros não colocam como um fator de maior importância, considerando os fatores

inerentes às espécies e genéticos como sendo de maior influência.

Segundo SHÖNAU & COETZEE (1989), os elevados níveis de

tensões de crescimento da madeira estão ligados ao seu genótipo, idade, tamanho

da tora, taxa de crescimento e inclinação da árvore e podem se agravar mais,

dependendo das práticas silviculturais adotadas, das condições de crescimento da

árvore e pelos métodos de exploração adotados.

Os níveis de tensões de crescimento são variáveis entre as diversas

espécies de Eucalyptus, sendo também relacionadas ao tamanho da árvore, idade,

diâmetro do tronco e taxa de crescimento. Árvores com elevadas tensões de

crescimento desenvolvem fissuras radiais durante e após a derrubada,

particularmente se esta é mantida diretamente em contato com o solo. Estas

fissuras de topo ocorrem dentro de uma semana após a derrubada (OLIVEIRA,

1999).

De acordo com PONCE (1995), existe uma tendência a se atribuir às

tensões de crescimento e suas consequências nos eucaliptos, às grandes taxas de

crescimento, todavia, não está provado que taxas maiores de crescimento induzem

a mais tensão de crescimento. Deve-se entender então que tensão de crescimento

não se trata de tensão de velocidade de crescimento.

HILLIS & BROWN (1978), consideram que não existe evidência

quantitativa do aumento das tensões de crescimento relacionado com a rapidez de

crescimento da árvore, as plantações com espaçamentos mais uniformes podem ter

tensões mais reduzidas, em relação às árvores crescendo em condições naturais e

que os níveis de tensões são mais elevados na estação chuvosa.

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2.3.1 Minimização dos efeitos das tensões de crescimento

Os estudos até então realizados, comprovam que as tensões de

crescimento são responsáveis por uma grande proporção de defeitos que ocorrem

com a madeira de eucalipto, durante todas as fases de processamento. Tais defeitos

implicam em grande perda de rendimento e, consequentemente, na inviabilização do

uso do eucalipto.

É de consenso também que ao se reduzir ou minimizar os efeitos das

tensões de crescimento, muitos dos problemas e defeitos que ocorrem no

processamento do eucalipto são minimizados, proporcionando maior rendimento e

qualidade da madeira serrada. Desta forma, incessantes pesquisas são realizadas, a

fim de obter condições e técnicas de controle das tensões de crescimento.

De acordo com OLIVEIRA (1999), quando se consegue reduzir os

elevados níveis de tensões de crescimento em toras de madeira de eucalipto,

consequentemente, consegue-se resolver grande parte dos problemas relacionados

às etapas de processamento da madeira de eucalipto durante o desdobro e

secagem da madeira.

Muitas são as alternativas para minimizar os efeitos das tensões de

crescimento em eucalipto. Tais operações são realizadas desde o momento da

derrubada da árvore até nas técnicas de desdobro utilizadas.

Vários métodos ainda são citados para a redução das rachaduras de

topo como bloqueamento da lignina (CHAFE, 1979 apud AGUIAR, 1986), selamento

de topo (SKOLMEN, 1965 apud CHAFE, 1979 apud AGUIAR, 1986),

armazenamento de toras sob aspersão de água (NICHOLSON, 1973 apud AGUIAR

(1986), entre outros.

Segundo JARA et al. (1997), são pesquisadas várias técnicas que

visam prevenir ou evitar rachaduras nas toras de Eucalyptus spp., eliminando as

tensões internas presentes nas mesmas. Entre eles, pode-se citar o anelamento da

árvore antes da derrubada e secionamento do tronco, armazenamento sob aspersão

e imersão total das toras, traçamento dos verticilos da árvore, furação central da

tora, rasgamentos laterais, armazenamento na sombra e uso de conectores tipo

“gang nail” nas extremidades das toras, entre outros.

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Outras técnicas também podem reduzir ou eliminar as tensões de

crescimento, como o desfolhamento da árvore por determinado período antes da

derrubada da mesma, a vaporização das toras ou sua imersão em água quente por

um período de 24 horas. Logo após a obtenção das toras, estas podem ser

esquadrejadas e deixadas para secar por um período de 5 a 6 meses antes do

desdobro final. Pode-se utilizar o esquadrejamento da tora e logo após imergir o

bloco resultante em água corrente por 3 a 4 meses, seguindo-se a secagem antes

do desdobro final (OLIVEIRA, 1999).

a) Melhoramento genético

Sabe-se que todos os defeitos que ocorrem na madeira de eucalipto

são reduzidos, muitas vezes a níveis satisfatórios, através da manipulação dos

fatores genéticos e seleção.

De acordo com OLIVEIRA (1999), há uma viabilidade quanto às

propriedades da madeira de eucalipto para atender a um amplo espectro de

exigências quanto às diferentes formas de uso. Porém, há a necessidade de

continuidade dos programas de melhoramento genético, aliado ao avanço da

tecnologia de processamento, visando ao contorno de obstáculos à produção de

material de qualidade.

Segundo AGUIAR (1986), para as condições do Brasil, onde os

povoamentos existentes foram conduzidos para a produção de papel e celulose e as

árvores selecionadas para serraria e laminação foram aquelas que apresentaram os

melhores ritmos de crescimento e forma, sem a devida atenção às tensões internas

de crescimento, a utilização de técnicas que visam a redução ou minimização deste

defeito, é a melhor opção em curto prazo. Já a médio e longo prazo são importantes

as sugestões de FERNANDES (1982) apud AGUIAR (1986), as quais propõem a

formação de plantios clonais a partir de exemplares selecionados como de baixos

índices de rachaduras, como também o desenvolvimento de estudos visando a

determinação da herdabilidade da tendência de toras racharem no processamento

mecânico.

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O uso do eucalipto com sucesso depende fundamentalmente em se

contar com material genético de qualidade aplicando-se as tecnologias apropriadas.

O industrial deverá adequar sua mentalidade a este gênero, avaliando até onde

pode produzir e com que qualidade (ACOSTA, 1999).

Na implantação de novas florestas, o controle das elevadas tensões

de crescimento em árvores de eucalipto está diretamente ligado ao melhoramento

genético, com a seleção do material isento ou com níveis mínimos de ocorrência de

tensões de crescimento (OLIVEIRA, 1999).

Segundo PONCE (1995), uma das formas de se reduzir os principais

defeitos da madeira de eucalipto, dentre eles os provocados pelas tensões de

crescimento, é através da caracterização e identificação, através de pesquisa de

campo e de laboratório de espécies, procedências, progênies, clones ou indivíduos

com características silviculturais e tecnológicas adequadas à produção de toras para

madeira serrada. Os principais aspectos a serem determinados são: forma,

comportamento da desrama, densidade e outras propriedades físicas, tendência ao

rachamento, tendência ao colapso e a empenamentos.

ROZAS MELLADO (1993), recomenda que para as florestas de

Eucalyptus destinadas a serrarias e movelaria sejam desenvolvidos programas de

melhoramento genético visando principalmente a redução das tensões de

crescimento, o que permite a obtenção de um maior aproveitamento da matéria

prima, possibilitando seu uso em grande escala.

b) Anelamento, cintamento, gang nail e outros

No momento da derrubada da árvore e obtenção das toras, existem

algumas técnicas que demonstraram efeitos positivos quanto à redução das tensões

de crescimento.

Segundo AGUIAR (1986), o ideal para a neutralização das tensões

internas de crescimento seria a utilização de técnicas aplicadas nas árvores em pé,

para reduzir as rachaduras que ocorrem por ocasião da derrubada da árvore e sua

transformação em toras e também, prevenir a existência de falhas internas de

compressão e as micro fendas conhecidas como madeira quebradiça. O autor

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concluiu que as tensões internas de crescimento causadoras das rachaduras de

topo das toras de Eucalyptus grandis podem ser minimizadas através de técnicas

adequadas e que o corte e traçamento das árvores desta espécie com a utilização

do anelamento diminuiu as rachaduras de topo. Ainda de acordo com o mesmo

autor, pode-se afirmar que o anelamento diminui significativamente as tensões

internas de crescimento residuais nas toras, o que permite aceitar a provável

possibilidade da utilização da madeira de Eucalyptus grandis na produção de

lâminas desenroladas e na produção de madeira serrada, a partir de toras que

receberam o anelamento antes do corte transversal. O autor explica que, quando é

utilizada esta técnica antes do corte transversal, ocorre a eliminação de parte das

tensões próximas à casca, provocando uma diminuição da ação das forças

responsáveis pela formação da calota na face transversal após o corte, sendo que a

liberação de parte das tensões internas de crescimento é limitada na extensão entre

o anelamento e a face de corte.

Uma forma de tratamento à árvore é o seu anelamento, provocando a

sua morte, alguns meses antes da derrubada. DE VILLIERS (1973) e NICHOLSON

(1973) apud ROZAS MELLADO (1993), aplicaram este método de secagem da

árvore em pé e verificaram que o mesmo apresentou bons resultados quanto à

diminuição das rachaduras de topo. GIORDANO et al. (1969) e GIORDANO &

CURRO (1972) apud ROZAS MELLADO (1993), também testaram tal técnica,

através do anelamento do alburno de árvores aos 5, 8 e 17 meses antes de suas

derrubadas.

ANDRADE & VECCHI (1918) apud OLIVEIRA (1999), já mencionavam

a utilização da técnica de anelamento das árvores a uma altura de 20 cm do solo ou

acima do local de corte. A profundidade de anelamento deve variar de um terço até

a metade do raio da árvore. É recomendado que o anelamento seja realizado

durante o inverno e com antecedência de 6 a 8 meses antes da derrubada da

árvore.

Tais técnicas apresentam resultados satisfatórios, porém, têm o

inconveniente de proporcionarem maiores riscos de incêndio e ocorrência de pragas.

A fim de evitar os riscos de incêndio e ataque de pragas, vários

autores testaram a técnica de anelar a árvore antes da derrubada e posteriormente o

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anelamento das toras antes de sua obtenção (BARNACLE & GOTTSTEIN, 1968

apud ROZAS MELLADO, 1993; GIORDANO & CURRO, 1972 apud ROZAS

MELLADO, 1993; VAN VYK, 1978; KUBLER & CHEN, 1975 apud ROZAS

MELLADO, 1993; CONRADIE, 1980 apud ROZAS MELLADO, 1993; HILLIS

(1978); AGUIAR, 1986).

ROZAS MELLADO (1993), trabalhando com E. grandis, utilizou a

técnica de anelamento com motosserra a uma profundidade de 1/3 do raio da árvore

a uma altura de 20 a 30 cm acima do corte transversal de derrubada da árvore. Após

a derrubada, na obtenção das toras, a profundidade de anelamento também foi de 1/3 do raio, deixando-se 15 a 20 cm a cada extremo do tolete. O autor concluiu que

tal tratamento evitou a formação de rachaduras de topo, tanto durante a derrubada

da árvore como na posterior confecção das toras. Desta forma, o autor recomenda a

realização do anelamento com motosserra, pelo mesmo ter um efeito positivo sobre

a liberação das tensões de crescimento e principalmente para dificultar a

propagação de rachaduras nas toras durante o aquecimento. O autor concluiu que:

- O anelamento com motosserra realizado a uma profundidade de

aproximadamente 1/3 do raio e a uma distância de 20 cm do topo, evitou a formação

de rachaduras de topo, tanto durante a derrubada da árvore como na posterior

confecção dos toletes.

- O tratamento de anelamento reduz sensivelmente a propagação das

rachaduras nos topos das toras provocadas pelo tratamento de aquecimento

(vaporização) a uma temperatura de 90 oC por 18 e 36 horas.

BARNACLE & GOTTSTEIN (1968) apud AGUIAR (1986), testaram três

técnicas de anelamento com motosserra em toras de E. crypellocarpa e E. regans

(Figura 2) e concluíram que a primeira técnica, de anelamento a 20 cm antes e 20

cm depois do plano de corte transversal da tora, resultou numa proteção para as

faces de ambos os topos expostos pelo corte transversal. As outras duas técnicas

protegeram somente um dos topos das toras.

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FIGURA 2. TÉCNICAS DE ANELAMENTO DE TORAS DE Eucalyptus grandis PROPOSTAS POR BARNACLE & GOTTSTEIN (1968) apud AGUIAR (1986).

Outra técnica já utilizada por alguns pesquisadores, consiste na

colocação de fitas metálicas ou plásticas ao redor do tronco da árvore antes de sua

derrubada (WILHELMY & KUBLER, 1973 apud ROZAS MELLADO, 1993; KUBLER,

1987 apud ROZAS MELLADO, 1993; KUBLER & CHEN, 1975 apud ROZAS

MELLADO, 1993 e VILLIERS, 1973 apud ROZAS MELLADO, 1993.

Segundo DE VILLIERS (1973) e KUBLER & CHEN (1975) apud

SEVERO (1998), a utilização de fitas metálicas ou plásticas colocadas ao redor do

tronco antes da derrubada da árvore é efetiva, porém de difícil utilização em campo.

A utilização de conectores anti-rachaduras do tipo gang nail também é uma

técnica utilizada. GERALDO & SODRÉ (1983) apud AGUIAR (1986), comparando

vários dispositivos para redução das rachaduras de topo em postes de Eucalyptus

saligna e seus híbridos, concluíram que os conectores anti-rachaduras tipo gang nail

foram os que mais contribuíram para a redução de tais rachaduras.

TISSEVERASINGLE, 1967 apud MALAN (1984) apud SEVERO (1998)

e MAYER & WEGLIN, 1955) apud MALAN (1984) apud SEVERO (1998), sugerem

que a utilização de peças metálicas fixadas nos topos das toras como gang nail,

prendedores em forma de S ou C, fixados após o corte transversal, não reduzem as

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tensões internas de crescimento, porém restringem o desenvolvimento de

rachaduras, deixando o topo intacto até que a secagem aumente a resistência à

tração radial e contrabalance a tensão interna.

Outros autores não encontraram diferenças significativas entre a

utilização dos gang nails e outras técnicas aplicadas. STUBBINGS (1973) apud

CHAFE (1979) apud AGUIAR (1986), estudando vários métodos para redução de

rachaduras em postes de E. grandis, concluiu que não houve uma diferença

significativa entre os tratamentos com gang nail, anelamento e retenção de um colar

de casca no topo da tora, após o descascamento da parte central da tora, sendo

ainda, o colar de casca o mais simples, mais barato e menos destrutivo.

c) Vaporização das toras

A vaporização das toras antes do seu desdobro é uma alternativa

eficiente na minimização das tensões de crescimento. Porém, esta técnica só é

utilizada em conjunto com o anelamento das toras, pois ao ser vaporizada, a tora

sofre sérias rachaduras de topo. Desta forma, o anelamento serve como uma

maneira de não permitir que tais rachaduras ocorram além do anel.

AGUIAR (1986), comenta em seu trabalho que toras verdes tratadas

com calor e umidade podem ter o efeito das tensões de crescimento reduzido

através da plastificação da lignina na madeira. Porém, algumas vezes, pode

provocar um aumento das rachaduras de topo.

Segundo DAVIS & THOMPSON (1964), os quais estudaram três

espécies de madeira, o tratamento térmico influencia nas propriedades físicas e

químicas da madeira e os efeitos permanentes do aquecimento nas propriedades de

resistência variam com a temperatura e tempo de aquecimento, havendo ainda,

variação entre as espécies e suas respostas aos diferentes tratamentos.

JARA et al. (1997), testaram o aquecimento de toras de Eucalyptus

grandis antes do desdobro, visando a diminuição das tensões de crescimento. Os

autores trabalharam com três tratamentos, sendo 43 horas a 65,6 oC, 67 horas a

64,5 oC e 106 horas a 59,3 oC. Os mesmos concluíram que o tratamento térmico das

toras por um período de 67 horas com temperatura média de 64,5 oC contribuiu

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significativamente para a redução do índice de rachamento das tábuas. Concluíram

ainda os autores, que do ponto de vista prático, o resultado do aquecimento das

toras de E. grandis pelo período de 67 horas à temperatura de 64,5 oC, é um

indicativo de redução das tensões de crescimento, maximizando o rendimento em

madeira serrada e minimizando o rachamento de tábuas, quando as toras são

desdobradas pelo método de Quadro cheio (cortes sucessivos), existindo evidências

que o processo de tratamento térmico das toras proporciona melhores rendimentos.

VITAL & DELLA LUCIA (1982) apud JARA et al. (1997), estudando o

efeito do aquecimento a 105, 130 e 155 oC durante 10, 20, 40, 80 e 160 horas, nas

variações dimensionais, perda de peso e teor de equilíbrio higroscópico da madeira

de Eucalyptus saligna, concluíram que o efeito da temperatura depende do tempo de

aquecimento. Uma maior exposição da madeira às temperaturas mais elevadas

durante um maior número de horas, acarretou maior perda de peso e um aumento

nas contrações radial, tangencial e volumétrica, bem como uma redução no teor de

equilíbrio higroscópico, não encontrando efeito significativo dos tratamentos na

contração ou expansão longitudinal, na densidade da madeira assim como na

relação variação tangencial/variação radial.

ROZAS MELLADO (1993), confirmou em seu trabalho com Eucalyptus

grandis que a vaporização das toras previamente aneladas, foi efetivo na liberação

das tensões de crescimento, sendo confirmada esta liberação durante o desdobro

das toras, já que as tábuas não apresentaram rachaduras ou qualquer tipo de

empenamento durante o processamento mecânico, sendo estes defeitos comuns em

madeiras com altas tensões de crescimento. O autor recomenda que, pela grande

importância econômica que representa a liberação das tensões de crescimento,

utilizar o tratamento de aquecimento para melhorar a qualidade da madeira serrada,

uma vez que este tratamento provoca uma diminuição das rachaduras durante o

desdobro, resultando num maior aproveitamento da matéria prima durante o seu

processamento. Para a liberação das tensões de crescimento, o mesmo

recomendou a utilização de um tempo de vaporização de 18 horas a uma

temperatura de 90 oC.

NICHOLSON (1973) apud SEVERO (1998), observou que o

armazenamento de toras, principalmente em locais úmidos por mais de três meses

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favorece o relaxamento das tensões de crescimento, entretanto este procedimento

prolongado pode provocar rachaduras e empenamentos.

CHAFE (1979) apud SEVERO (1998) e KUBLER (1987) apud

SEVERO (1998), descrevem que é possível a liberação das tensões de crescimento

através do relaxamento das deformações por meio da umidade e calor, promovendo

assim, uma nova acomodação das células ou de componentes das paredes

celulares.

De acordo com o U. S. FOREST PRODUCTS LABORATORY (1987),

quando se aquece a madeira a 82 oC, as tensões de crescimento podem ser

reduzidas a um nível de 90% ou até mais e se as toras forem de comprimentos

maiores, após seu novo traçamento, as toras resultantes desenvolverão rachaduras

em menor proporção.

SKOLMEN (1967) apud SEVERO (1998), trabalhando com Eucalyptus

saligna com diâmetros de 15,2 a 20,3 cm, obteve uma redução de 50% nas tensões

de crescimento, após um tratamento de 24 horas em água quente. O mesmo autor,

tratou a madeira com vapor por 48 horas, não obtendo uma redução aparente nas

tensões.

LUTZ & PANZER (1969) apud SEVERO (1998), após um tratamento

de 48 horas em água a 93 oC, observaram a completa liberação das tensões de

crescimento e, a 65 oC, estas tensões foram liberadas em 2/3.

KIKUTI ( 1995) apud SEVERO (1998), concluiu que a aplicação de

vapor saturado a uma temperatura de 90 oC, 110 oC e 140 oC, durante 3 horas em

toras verdes de Eucalyptus rubida, provocou uma redução nas tensões de

crescimento de forma crescente com as temperaturas utilizadas.

d) Técnicas de desdobro

A aplicação de técnicas de desdobro apropriadas no processamento de

madeiras de espécies com fortes tensões de crescimento, são muitas vezes, um

fator determinante no bom aproveitamento da madeira serrada de tais espécies.

Diversas formas de desdobro têm sido utilizadas para madeira de

eucalipto, com vantagens e desvantagens. Uma simples comparação de

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rendimentos de madeira serrada não pode ser feita, sem que se estabeleça uma

combinação entre as espécies, as idades, os diâmetros e as origens das espécies e

árvores. No entanto, pode-se inferir quais das técnicas utilizadas produzem menor

quantidade de defeitos durante o processo de desdobro e, também, após a

secagem. Esta última avaliação se faz necessária, uma vez que as técnicas de

desdobro produzem tábuas que apresentarão defeitos no processo de secagem e

que não poderão ser totalmente utilizadas. Deste modo, na seleção da melhor

técnica deverá ser escolhida aquela que cause menores problemas, do ponto de

vista das tensões de crescimento e da secagem (DEL MENEZZI & NAHUZ, 1998).

Na operação de desdobro da madeira de eucalipto, pode ocorrer

fendilhamento, além de arqueamento, devido às tensões residuais existentes nas

toras. Tais distorções se manifestam com torcimento nas tábuas radiais e

encanoamento nas tábuas tangenciais, em função do desequilíbrio existente entre

as tensões de tração na periferia e compressão no centro da tora (OLIVEIRA, 1999).

Os troncos de E. grandis são geralmente retos e com boa forma. São

serrados facilmente, mas as tábuas centrais, especialmente aquelas associadas com

a medula tendem a fender no comprimento, algumas vezes resultando em duas

peças. O fendilhamento pode ser minimizado com a conversão rápida após a

derrubada e com o uso de métodos de desdobro com retirada de peças em númenro

par e de forma simétrica (serras de perfilagem, serras duplas), que liberam as

tensões simultaneamente nos lados opostos da tora (SIMULA & TISSARI, 1998).

Várias são as técnicas de desdobro para madeira de eucalipto, onde

em algumas se procura a obtenção de peças radiais e outras, peças tangenciais.

Porém, a maioria delas busca a utilização de cortes simultâneos, os quais são

comprovadamente mais eficientes na liberação das tensões de crescimento.

Devido à grande importância das formas de desdobro utilizadas para

eucaliptos, não só para a redução dos efeitos das tensões de crescimento, mas

também quanto ao comportamento da madeira durante a secagem, rendimento e

produtividade, as técnicas de desdobro específicas para esta madeira serão tratadas

a seguir.

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2.4 TÉCNICAS DE DESDOBRO DO EUCALIPTO

Como a madeira de eucalipto, em função de várias características,

apresenta uma série de defeitos durante a fase de processamento, esta merece

atenção, desde a obtenção da tora até sua secagem, de maneira que a

manifestação de tais defeitos seja minimizada.

Dentre as fases de processamento do eucalipto, a utilização de

técnicas adequadas de desdobro é fundamental quando se deseja obter madeira de

relativa qualidade. Todas as técnicas utilizadas para desdobro de espécies deste

gênero visam minimizar os defeitos oriundos das elevadas tensões de crescimento

que este apresenta.

Segundo WAUGH (1998), enquanto o tipo de serra, circular ou de fita,

pode ter alguma influência na qualidade do produto, a maneira de passar a tora

através da serra irá determinar a estratégia de serragem e tem considerável efeito

na estabilidade dimensional e nos defeitos do produto.

Em função das características que as diferentes formas de obtenção

das tábuas proporcionam, várias formas de desdobro vêm sendo exaustivamente

estudas e, cada uma delas, apresenta vantagens e desvantagens quanto à

qualidade, rendimento e produtividade.

DEL MENEZZI & NAHUZ (1998), em uma revisão de literatura

realizada sobre as principais formas de desdobro para eucalipto, as dividem em

técnicas que se utilizam de cortes tangenciais e as que se utilizam de cortes radiais.

Os autores definem que a técnica de cortes tangenciais consiste na obtenção de

peças tangenciais às camadas de crescimento e foi testada por PANDEY et al.

(1984). Esta técnica é bastante utilizada para outras espécies, mas quando utilizada

para eucalipto apresenta problemas. Dentre os problemas, PANDEY et al. (1984),

citam que a parte interior da tábua, a qual está sob compressão, tende a se alongar

com o corte e a parte exterior que está sob tração tende a encurtar. Desta forma,

tábuas tangenciais tornam-se encurvadas para fora da tora. Além deste fator,

PANDEY et al. (1984) observaram que 15 a 20% das tábuas desenvolveram

rachaduras durante o desdobro, e que durante os processos seguintes, as peças

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apresentam outros problemas como colapso, empenamentos, fendas de superfície e

torcimento.

A técnica de cortes radiais, consiste na execução de cortes radialmente

às camadas de crescimento, objetivando-se a obtenção do maior número possível

de tábuas com faces no mesmo plano dos raios (BOOTLE, 1983 apud DEL

MENEZZI & NAHUZ, 1998). Segundo o mesmo autor, as vantagens de peças radiais

são: melhor aparência à madeira de folhosas, em função da disposição dos raios e

da grã; menor contração no sentido da largura da tábua, proporcionando menor

movimentação em serviço; as bolsas de resina, comuns em eucalipto, apresentam-

se nas tábuas radiais com linhas finas, sendo aceitáveis quanto à aparência; tábuas

radiais geralmente são menos suscetíveis ao encanoamento e ao fendilhamento;

tábuas radiais de eucalipto que são suscetíveis ao colapso durante a secagem,

podem ser mais facilmente recondicionadas.

Segundo ACOSTA (1995), na Argentina, tinha-se como sistemas

tradicionais de desdobro de eucaliptos a utilização de uma serra fita com carro na

entrada que retira uma costaneira, uma serra fita dupla com cadeia de alimentação

que retira outras duas costaneiras. A peça resultante, com três faces planas, é

desdobrada em tábuas, através de cortes paralelos em uma ou mais serra fita de

resserra. Posteriormente, as peças são destopadas em destopadeiras pendulares,

ou são destopadas em conjunto, já empacotadas.

Atualmente na Argentina, estão sendo mais utilizadas serras circulares.

Um exemplo é o emprego de uma serra circular geminada com cadeia alimentadora

na entrada e, logo após, a peça resultante passa em serras circulares múltiplas de

um ou dois eixos em função da altura de corte da peça, obtendo diretamente as

tábuas. As costaneiras são desdobradas em serras fita ou circulares de

aproveitamento. Ainda segundo o mesmo autor, para a produção de pisos na

Argentina, em função da dureza exigida, se utiliza eucaliptos vermelhos (E.

tereticornis e E. camaldulensis), como assim também, o E. globulus e E. viminalis.

Este sistema exige a melhor qualidade da madeira serrada e estabilidade possíveis.

Por este motivo se prefere o corte quarteado, a fim de se obter a maior quantidade

de tábuas radiais, as quais apresentam melhor estabilidade dimensional. Para isto

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deve-se utilizar toras de grandes diâmetros para que o sistema seja rentável

(ACOSTA, 1995).

Segundo MENDOZA (1995), os diagramas de corte mais utilizados

para eucalipto são os orientados para a obtenção de peças radias (Figura 3).

FIGURA 3. DIAGRAMAS DE CORTE UTILIZADOS PARA OBTENÇÃO DE PEÇAS

RADIAIS, ADAPTADO DE MENDONZA (1995).

De acordo com GALVÃO (1976b), no desdobro de toras de eucalipto,

deve-se procurar obter a maior quantidade possível de madeira radial, que tem

menor possibilidade de apresentar defeitos de secagem, por se movimentar menos.

Entretanto é uma prática que tem sido sistematicamente ignorada em nosso meio.

Segundo o autor, alega-se que os métodos de desdobro para obtenção da madeira

radial são mais caros e com menor produção e rendimento de madeira serrada em

relação ao método de cortes paralelos, que originam peças tangenciais. Contudo, na

Austrália, os métodos radiais são os indicados e efetivamente utilizados no desdobro

de madeira de eucalipto, onde o menor rendimento e produção são amplamente

compensados por uma redução de defeitos das peças obtidas e seu melhor

comportamento em uso. Entre outras, a peça radial apresenta as seguintes

vantagens sobre a tangencial: melhor estabilidade na largura, menores

possibilidades de aparecimento de defeitos na secagem e melhor

recondicionamento, caso ocorra colapso.

PANDEY et al. (1984), utilizaram o método de transformação de toras

com diâmetros acima de 80 cm em quadrantes (Figura 4). Os autores verificaram

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uma redução nos defeitos, como rachaduras e empenamentos, mais comuns em

peças obtidas em cortes tangenciais.

Segundo DEL MENEZZI & NAHUZ (1998), o corte radial é vantajoso no

que se refere à secagem, mas apresenta limitações como a necessidade de toras

com maiores diâmetros.

Um sistema de desdobro utilizado no Chile é o de se passar a tora em uma

serra circular dupla, obtendo-se um semibloco. Posteriormente, este semibloco

passa em uma serra alternativa, de onde se obtém tábuas com cantos mortos, as

quais passarão em uma canteadeira dupla para definição da largura final

(MENDOZA, 1995).

FIGURA 4. MÉTODO DE DESDOBRO PARA OBTENÇÃO DE PEÇAS RADIAIS

UTILIZADO POR PANDEY et al. (1984).

Mesmo proporcionando peças mais estáveis quando à ocorrência de

defeitos, o corte radial tem suas limitações, pois o mesmo só originará peças com

larguras satisfatórias, quando as toras forem de grandes diâmetros. Além disso,

existe a questão operacional, onde a obtenção de peças radiais, exige mecanismos

e operações apropriados às subdivisões necessárias que são executadas nas toras,

principalmente as subdivisões em quadrantes. Desta forma, há uma

predisposição ao desdobro de toras de Eucalyptus através de cortes tangenciais.

SKOLMEN (1974) apud DEL MENEZZI & NAHUZ (1998), utilizou a

técnica de cortes sequenciados (Figura 5) para toras de E. saligna de 30 a 43 cm de

diâmetro. Segundo o autor, 14,6% do volume inicial de madeira serrada foi perdido

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na operação de secagem, onde o encanoamento foi o principal defeito, enquanto

que o colapso e fissuras superficiais não foram frequentes. O autor também

observou que as peças próximas do centro da tora (quase diametrais) apresentaram

excessivo rachamento longitudinal, reduzindo a largura das tábuas produzidas.

FIGURA 5. TÉCNICA DE DESDOBRO DE EUCALIPTO POR CORTES

SEQUENCIADOS UTILIZADA POR SKOLMEN (1974).

De acordo com DEL MENEZZI & NAHUZ (1998), a técnica de cortes

sequenciados, quando se retira a tábua, esta se encurvará do mesmo modo que o

bloco remanescente, só que em sentidos opostos. Desta forma, a tábua retirada

deste bloco empenado, apresentará espessura irregular, sendo mais estreita nas

extremidades e espessa no centro, necessitando de consideráveis operações de

desengrossamento e aplainamento. Os autores afirmam ainda que, este tipo de

desdobro é o menos adequado para eucalipto, pois ocorre um desbalanço das

tensões inicialmente existentes na tora, fazendo com que as tábuas encurvem em

função da posição diametral que são cortadas e que a tábua diametral, contendo a

medula, poderá rachar em todo o seu comprimento. Os autores ainda concluíram

que esta técnica é a mais inadequada em função das seguintes desvantagens:

desuniformidade na espessura das tábuas; produção de material de baixa qualidade,

pela inclusão da medula e madeira juvenil nas tábuas; e rachaduras mais

acentuadas nas tábuas.

Em função das evidências dos problemas ocasionados pelo desdobro

tangencial, busca-se alternativas que visem minimizar tais problemas.

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Uma forma de se obter uma melhor precisão no corte das peças

através de cortes tangencias consiste no corte tangencial balanceado (BTS –

balanced tangencial sawing), também conhecido como sistema de cortes alternados.

A tora após cada corte, é girada 180o, provocando a liberação gradual das tensões

em ambos os lados da tora (DEL MENEZZI & NAHUZ (1998). A Figura 6, mostra o

modelo testado por SHARMA et al. (1988) apud DEL MENEZZI & NAHUZ (1998) em

E. tereticornis através da utilização de uma serra fita simples. Neste método

utilizado, pode-se notar que a parte central da tora, a mais problemática não é

desdobrada e as tábuas produzidas não contém cerne quebradiço ou medula. Os

autores observaram que tal método produziu tábuas com espessuras mais uniformes

e com reduzida incidência de empenamentos em relação a um método de cortes

radiais utilizado por PANDEY et al. (1984).

FIGURA 6. MÉTODO DE DESDOBRO DE EUCALIPTO UTILIZADO POR SHARMA

et al. (1988) apud DEL MENEZZI & NAHUZ (1998).

Nos cortes tangenciais, sequenciados ou alternados (CTB), foi

desenvolvida uma técnica para reduzir as distorções quanto ao desbitolamento em

função dos empenamentos que ocorrem nas tábuas obtidas e no bloco

remanescente. Tal técnica consiste na utilização de uma régua guia (line bar).

Segundo WAUGH (1998), a régua guia possui 6 m de comprimento sendo

colocada à frente do carro porta toras, em paralelo com a serra. Com este sistema é

possível se controlar a bitola através do espaço entre a régua guia e a serra, com

boa precisão. O operador tem total controle do movimento de cada uma das cabeças

do carro porta toras, através de um controle pneumático. O uso da régua acrescenta

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um controle mais preciso sobre as dimensões das peças que estão sendo

processadas, usando as cabeças para posicionar a tora contra a régua guia (Figura

7, DEL MENEZZI & NAHUZ, 1998). De acordo com o mesmo autor, o desdobro

simples com sistema porta toras convencional tem problemas com precisão no

dimensionamento. A utilização do carro porta toras com régua guia oferece as

soluções para estes problemas.

FIGURA 7. DESDOBRO DE EUCALIPTO COM UTILIZAÇÃO DE RÉGUA GUIA.

ADAPTADO DE DEL MENEZZI E NAHUZ (1998).

De acordo com DEL MENEZZI e NAHUZ (1998), o corte tangencial

balanceado em conjunto com o uso da régua guia pode aumentar a precisão dos

cortes e a produtividade.

Dentre as alternativas utilizadas, as técnicas de desdobro baseadas em

cortes tangenciais múltiplos simultâneos, são sem dúvida, as mais difundidas. Tal

técnica proporciona uma ótima produtividade e tábuas com boa precisão quanto à

espessura de corte. Porém, é necessário que a indústria disponha de um sistema de

classificação de toras.

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MONTAGNA et al. (1991), trabalhando com E. grandis, utilizaram o

desdobro da tora através da retirada de quatro costaneiras com espessuras iguais a 1/3 do raio da tora, em duas passagens em uma serra fita geminada e o bloco central

foi desdobrado em tábuas em uma serra fita simples (Figura 8). Comparando este

método com o desdobro sequencial com cortes paralelos de metade da tora, giro de

180o e desdobro sequencial da metade restante, os autores observaram que o

mesmo apresentou índices menores de rachaduras nas tábuas, diminuindo os danos

causados por este defeito.

FIGURA 8. MÉTODO DE DESDOBRO DE EUCALIPTO COM RETIRADA DE 4

COSTANEIRAS UTILIZADO POR MONTAGNA et al. (1991).

Na África do Sul, utiliza-se uma técnica de cortes simultâneos para

desdobro de eucaliptos jovens, a qual consiste em se submeter a tora a cortes

simultâneos paralelos, de forma a obter-se o mesmo número de pranchas de cada

lado da tora. Portanto, pelo menos duas costaneiras devem ser obtidas no primeiro

corte (GALVÃO, 1976b).

Devido à peculiaridade das tensões nos eucaliptos, tradicionalmente se

trabalha com cortes simultâneos para a liberação simultânea das mesmas, sendo

aconselhável que a peça central resultante não seja menor que 2/3 do diâmetro para

se obter peças tangenciais livres de defeitos (SHIELD & RODERIK, 1995 apud

ACOSTA, 1999).

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Segundo ACOSTA (1999), as serrarias modernas na Argentina

realizam um primeiro corte em uma serra fita dupla, retirando duas costaneiras e as

tábuas são obtidas através da passagem do bloco em serras circulares múltiplas de

1 ou 2 eixos. No Uruguai, também se utiliza um sistema de circulares múltiplas de

dois eixos para retirada das costaneiras e/ou obtenção de tábuas com posterior

resserragem em outra serra circular múltipla.

Outra forma de se reduzir os defeitos na madeira serrada de Eucalipto

é o desdobro do tipo SSR – serra, seca, resserra, o qual foi desenvolvido pelo Forest

Products Laboratory com o intuito de se reduzir os empenamentos. Este método

consiste das toras em cortes paralelos e simultâneos, onde são obtidas pranchas de

espessuras maiores, que serão secas e posteriormente resserradas nas dimensões

finais desejadas.

DEL MENEZZI (1999) testando o método SSR em toras de E. grandis e

E. cloeziana, concluiu que tal método promoveu uma redução pronunciada para as

duas espécies na frequência do arqueamento e do encurvamento e do

empenamento duplo (arqueamento + encurvamento), sendo de maneira mais

pronunciada a redução no arqueamento. Desta forma, o autor recomenda a

utilização deste método de desdobro para ambas as espécies.

MARSHALL (1973) apud DEL MENEZZI & NAHUZ (1998), afirmou que

a secagem de pranchas largas, tal como no método SSR, virtualmente elimina o

arqueamento. A largura extra da prancha impede alguma tendência ao

arqueamento, enquanto o correto gradeamento da pilha de madeira reduz o

encurvamento. Segundo o autor, outra vantagem é que o empenamento ao redor

dos nós é consideravelmente reduzido pela restrição imposta pelas pranchas largas

contra o nó relativamente pequeno.

Pode-se observar que várias são as técnicas que podem ser utilizadas

para o desdobro de espécies do gênero Eucalyptus, visando-se principalmente a

redução dos efeitos das tensões de crescimento e das tensões de secagem.

De acordo com DEL MENEZZI & NAHUZ (1998), a técnica mais

promissora é a de cortes simultâneos, apesar da desvantagem em oferecer pouca

flexibilidade de corte e a produção de madeira de qualidade inferior, pela inclusão da

medula e da madeira juvenil. Os autores concluem que a escolha de somente uma

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técnica mais adequada de desdobro não é suficiente para aprimorar a utilização da

madeira serrada de eucalipto, sendo necessário um rol de ações conjuntas entre as

áreas de silvicultura, melhoramento genético, manejo florestal, exploração e

processamento mecânico.

2.5 SECAGEM

A secagem é uma das fases mais importantes, sendo que além de

agregar maior valor ao produto, proporciona vantagens na sua utilização e se não for

conduzida de maneira adequada e controlada, pode causar a perda total do material

(MENDES et al., 1998).

Segundo JANKOWSKI (1995), o objetivo principal da secagem artificial

é promover o equilíbrio entre a velocidade de evaporação da água na superfície da

madeira, a taxa de movimentação interna (tanto de calor como de umidade) e as

reações da madeira durante o processo; de forma a promover a secagem o mais

rapidamente possível e com um nível de perdas ou um padrão de qualidade

aceitável para o produto que se pretende. Para se atingir esse objetivo é necessário

não só o conhecimento sobre a termodinâmica da secagem como também sobre as

características da madeira e sobre o funcionamento do secador. O autor comenta

ainda que à medida que aumenta o conhecimento sobre os princípios físicos

envolvidos na secagem de madeiras, torna-se mais fácil propor soluções ou

encontrar formas de aprimorar o processo. Porém, não se pode esquecer que a

madeira é um material oriundo de um ser vivo, sujeito às leis genéticas e às

influências do meio em que vegeta. A grande variabilidade existente nas

propriedades físicas da madeira de eucalipto, tanto entre espécies como entre

árvores de uma mesma espécie, nem sempre pode ser prevista por modelos

matemáticos de aplicação generalizada.

Em função de determinadas características fisiológicas e anatômicas, o

eucalipto, como muitas outras essências florestais, é uma madeira que exige uma

secagem mais criteriosa. Nesta difícil fase por que passa a madeira, surgem uma

série de defeitos que inviabilizam o uso da mesma provocando uma forte queda no

rendimento.

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O estoque disponível de madeira de eucalipto vem aumentando em

diversos países, principalmente no hemisfério sul. Por se tratar, na grande maioria

das situações, de matéria prima proveniente de plantações de ciclo curto, tem-se

como principal obstáculo a necessidade de secar material jovem e propenso a

apresentar sérios defeitos durante a secagem (JANKOWSKY, 1995).

MENDES et al. (1998), ao testarem o comportamento de 25 espécies

do gênero Eucalyptus na secagem ao ar livre, concluíram que em relação aos

parâmetros de qualidade empenamentos e rachaduras, é possível se obter madeira

serrada deste gênero com qualidade satisfatória exigida pelo setor moveleiro, desde

que se tenha um desenvolvimento e acompanhamento rígido das condições de

secagem, bem como técnicas corretas de empilhamento.

A industrialização da madeira de eucalipto para produção de móveis,

tornou-se economicamente inviável devido ao grande volume de perdas em madeira

durante as operações de processamento, originando baixíssimos rendimentos em

madeira serrada e produtos derivados. Uma das maiores fontes de perdas é

observada durante a secagem da madeira, que é um processo, o qual se não for

conduzido de maneira controlada e correta, poderá levar até a perda total da matéria

prima e, sem dúvida, é necessário para a obtenção de madeira com boas

características de utilização (MENDES et al., 1997).

É consenso entre todos os estudiosos de secagem que o eucalipto é

uma madeira que deve ser seca a baixas temperaturas e elevadas umidades

relativas, principalmente nas fases iniciais, onde os teores de umidade são elevados.

Segundo CARRASCO (1998), a madeira de eucalipto, de uma forma

geral, é de difícil secagem, ou seja, a secagem é lenta e a propensão a defeitos é

elevada. Para que se possa obter sucesso na secagem do eucalipto, é necessário

conhecer as características do material, os equipamentos mais adequados e os

processos físicos envolvidos na retirada de umidade. O autor comenta ainda que

devido à sua estrutura anatômica desfavorável ao fluxo de fluidos líquidos, a fase

inicial da secagem da madeira de eucalipto deve ser cuidadosamente conduzida.

Isto requer não só um programa de secagem mas também que o secador esteja

operando sem criar zonas diferenciadas em seu interior.

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Quando a madeira de eucalipto encontra-se no estado verde, em

função da dificuldade que a água encontra em se movimentar no interior das

paredes, formam-se elevados gradientes de umidade, o que será um fator

preponderante no surgimento de defeitos.

Segundo OLIVEIRA (1999), a madeira de eucalipto apresenta elevados

gradientes de umidade, os quais podem variar entre espécies, árvores e dentro de

uma mesma árvore na direção medula-casca. Em algumas espécies, esta variação

pode ser de 80 a 160% de umidade, próximo da medula, até valores entre 40 e 60%,

nas porções mais periféricas do tronco. O autor cita ainda que os elevados

gradientes de umidade no interior da madeira de eucalipto associados à sua

constituição anatômica, que dificulta muito a saída de umidade do interior da

madeira, dão como característica de todo o gênero, a difícil secagem.

O processo de secagem típico para a madeira de eucalipto emprega

baixas temperaturas, o que implica em longos tempos de secagem (NEUMANN,

1990 apud JANKOWSKY, 1995). Praticamente todos os defeitos passíveis de se

manifestarem durante a secagem, tais como rachaduras, empenamentos de

diferentes formas, gradientes de umidade, colapso, tensões de secagem e

endurecimento superficial, são citados como de ocorrência na madeira de eucalipto

(CAMPBELL & HARTLEY, 1984 apud JANKOWSKY, 1995).

Os principais defeitos que ocorrem durante a secagem são o colapso,

as rachaduras e todos os tipos de empenamentos. O colapso é típico da secagem

artificial, podendo, em certas espécies do gênero, ocorrer mesmo na secagem ao

tempo. As rachaduras podem ocorrer logo após a obtenção da tora ou durante o

processo de desdobro. Neste caso, estas estarão associadas às tensões de

crescimento. Porém, ocorrem também durante a secagem, seja ela natural ou

artificial. Os empenamentos, como as rachaduras têm duas origens. Nas tensões de

crescimento, manifestando-se no momento do desdobro da tora e nas tensões de

secagem, manifestando-se desta forma, durante este processo.

Com relativa facilidade pode-se separar rachaduras e deformações

oriundas das tensões de crescimento das provenientes da secagem, pois, segundo

FERNANDES (1982) apud MONTAGNA et al. (1990), todas as rachaduras e

deformações que ocorrem na madeira com umidade acima do ponto de saturação

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das fibras têm sua origem nas tensões internas de crescimento. Desta forma, tais

defeitos serão provenientes da secagem, quando se manifestarem abaixo do ponto

de saturação das fibras.

As rachaduras associadas com as tensões de crescimento e os

defeitos de secagem trazem como resultado uma perda significativa de madeira.

Experiências a nível industrial (JANKOWSKY & CAVALCANTE, 1992 apud

JANKOWSKY, 1995) mostraram que a secagem de madeira com 28mm de

espessura, da condição verde até um teor final de 15% de umidade, pode demorar

de 4 a 6 semanas. As perdas causadas por empenamentos e por colapso foram da

ordem de 30 a 40% (JANKOWSKY, 1995).

O colapso pode ser considerado o defeito mais comum e muitas vezes,

responsável pelas maiores perdas durante a secagem de madeiras de eucalipto.

Segundo SIMULA & TISSARI (1998), a secagem do eucalipto serrado

é um processo lento, pois a ocorrência de colapso é grande na secagem rápida. O

colapso acontece devido à contração irregular da madeira dando à mesma uma

superfície ondulada e o desenvolvimento de pequenas cavidades na madeira. As

temperaturas de secagem não devem exceder 45 oC nas fases iniciais e a umidade

relativa deve ser mantida alta. Tradicionalmente, o E grandis, talvez a espécie mais

utilizada no mundo, é seco ao ar completamente ou seco ao ar até o ponto de

saturação das fibras (25-30%) e posteriormente seco em estufa até o umidade final.

Ambos os processos têm uma duração de seis meses (SIMULA & TISSARI, 1998).

Juntamente com as rachaduras e colapso, os empenamentos também

são frequentes na secagem de eucalipto. Alguns autores chegam a citar certos

empenamentos como sendo de maior importância que o colapso.

Segundo SIMULA & TISSARI (1998), o principal problema na secagem

do eucalipto é o arqueamento, o qual pode ser reduzido, empilhando-se a madeira

com pesos nas extremidades das pilhas ou empregando-se um sistema de restrição

para segurar o material durante o recondicionamento ou vaporização no final da

secagem. O encurvamento é menos importante e é reduzido pelo próprio peso da

pilha. O torcimento não é um problema sério e pode ser controlado através de uma

boa prática de empilhamento com pesos nas extremidades das pilhas e com

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vaporização no final da secagem. Para controlar os empenamentos, as restrições

não devem ser removidas até que a pilha inteira atinja a temperatura ambiente.

Segundo JANKOWSKY (1995), após a madeira ter perdido a totalidade

da água capilar, ou seja, quando a umidade está próximo do ponto de saturação das

fibras (28% em média), as condições de secagem podem ser mais drásticas.

Incrementos na temperatura e decréscimos na umidade relativa permitirão aumentar

a taxa de secagem sem ocasionar maior incidência de defeitos. O condicionamento

ao final do processo (ou alternativamente quando a umidade estiver entre 15 e 20%)

permitirá a recuperação de parte da madeira colapsada e o relaxamento das tensões

residuais da secagem.

Como a madeira de eucalipto sofre uma forte incidência de tensões de

crescimento, a operação de condicionamento é de suma importância para que tais

tensões sejam amenizadas.

No caso do eucalipto, o condicionamento da madeira a alta umidade

relativa, é uma medida muito importante, a qual visa recuperar o colapso e aliviar as

tensões de secagem. Segundo NEUMANN (1989) apud JANKOWSKY (1995), este

condicionamento deve ser realizado quando a madeira atinge um umidade de 20%,

a fim de recuperar a madeira com colapso. Já segundo ALEXIOU (1989) apud

JANKOWSKI (1995), o condicionamento deve ser feito com altas temperatura e

umidade relativa ao final da secagem, a fim de recuperar as peças com colapso e

também aliviar as tensões de secagem.

CARRASCO (1998), realizando estudos de secagem com E. grandis,

recomenda a liberação das tensões de secagem com vapor a uma temperatura de

100 oC por um tempo mínimo de uma hora. Para o autor, as etapas de vaporização

na secagem de E. grandis são decisivas na estabilidade dimensional da madeira.

De um modo geral, o eucalipto apresenta uma acentuada retração

volumétrica e uma forte tendência ao colapso durante a secagem. A adoção de

técnicas normalmente utilizadas na secagem tem como consequência uma perda

significativa do volume de madeira aproveitável, desestimulando ainda mais a sua

utilização (ROZAS MELLADO, 1993).

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2.5.1 Colapso

De acordo com KOLLMANN & COTÉ (1968), o colapso é um defeito que

ocorre em secagem de madeiras, normalmente quando são empregadas

temperaturas de bulbo seco excessivamente altas nos estágios iniciais da secagem

em estufas.

O colapso na madeira é uma forma de contração que ocorre durante a

secagem acima do ponto de saturação das fibras devido ao achatamento ou

deformação das paredes celulares. Segundo os autores, a contração severa da

madeira causada pelo colapso celular é reconhecida como um fenômeno distinto da

contração normal, a qual se manifesta devido a retração das paredes celulares

durante a secagem acima do ponto de saturação das fibras (SANTINI &

TOMASELLI, 1980).

As madeiras com raios capilares pequenos, estão sujeitas, durante a

secagem, a fortes forças de tensão. Essas madeiras são propensas a sofrer colapso,

caso sua resistência à compressão seja insuficiente para suportar tais forças.

Normalmente, quando a madeira começa à medida que a água vai deixando a

cavidade celular, o ar nela contido expande-se ocupando o volume da célula. Uma

madeira de pouca permeabilidade, contendo as cavidades saturadas de água, assim

que esta começa a deixar o interior das cavidades, não existe ar para expandir. A

entrada de ar pelo processo de difusão através das paredes celulares é lenta e

portanto, a velocidade de escape de água é bem maior que a velocidade de entrada

de ar. Desta maneira as células podem ser “puxadas” conjuntamente pelas forças de

capilaridade, resultando no colapso das mesmas (BATISTA, 1999).

Para SIAU (1971) apud CINIGLIO (1998), os fatores responsáveis pelo

colapso durante a secagem são: o pequeno diâmetro dos capilares e tamanho das

pontoações, onde a pequena abertura destas promove baixa permeabilidade e alta

tensão capilar; altas temperaturas no início da secagem que diminuem a resistência

das células; densidade da madeira, onde baixa densidade significa parede celular

com espessura e resistência mecânica reduzidas; alta tensão superficial do líquido

que é removido da madeira, causando alta tensão capilar.

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O colapso é considerado um dos piores defeitos da madeira,

resultando numa superfície grosseira e desigual ou ainda, em empenamentos e

finalmente fendilhamentos, tanto de topo como nas superfícies das peças de

madeira. Tais defeitos são consequência das diferenças que ocorrem nas

contrações entre os planos radial e tangencial das peças de madeira (OLIVEIRA,

1999).

Segundo PONCE (1995), o colapso é uma tendência manifestada por

algumas espécies ou por indivíduos de algumas espécies, de deformarem

anormalmente durante a secagem, prejudicando a qualidade e o rendimento da

madeira beneficiada. O colapso é provocado por diferenças de permeabilidade entre

os anéis da madeira, onde faixas menos permeáveis e saturadas, perdem umidade

dos lumens das células. Estas sofrem diminuição da pressão interna em virtude da

capilaridade, quando é ultrapassada a resistência das paredes celulares. O autor

encontrou em madeira de E. grandis, diferenças de intensidade de colapso entre

procedências e entre clones. Observou também diferenças de intensidade de

colapso entre madeiras de diferentes florestas de uma mesma espécie. Ainda

segundo o mesmo autor, parece haver mais tendência a colapso nas espécies de

média densidade e menor tendência nas de alta e baixa densidade. Cita ainda o

autor que, o colapso é um grande limitante ao uso da madeira, pois espécies com

esta tendência apresentam menor rendimento, além de exigirem programas de

secagem muito mais elaborados e tratamentos de condicionamento com vapor.

Em função da dificuldade de movimentação da água na forma líquida

no interior da madeira, as espécies de eucalipto são propensas ao colapso, o qual

começa a ocorrer logo após a derrubada da árvore (OLIVEIRA, 1999).

O fator limitante na secagem de madeiras propensas ao colapso, é

frequentemente o problema da remoção da água livre ou capilar contida na forma

líquida nas cavidades celulares (SANTINI e TOMASELLI, 1980).

Segundo KAUMAN (1964) apud ROZAS MELLADO & TOMASELLI

(1993), a umidade relativa do ambiente de secagem e formato da madeira são de

importância secundária na ocorrência do colapso. Portanto, as madeiras suscetíveis

a colapsar não devem ser expostas a temperaturas superiores a 40 oC, até alcançar

uma umidade relativa de 30% no centro das tábuas e 25% em média. A razão de

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limitar a temperatura, baseia-se no fato que esta intensifica o colapso por

degradação térmica, limitando a sua recuperação.

De acordo com KOLLMANN & COTÉ (1968), quando a madeira é

submetida a uma secagem com temperaturas de bulbo seco iniciais muito altas, a

ocorrência de colapso é elevada, pois a madeira torna-se menos resistente à

compressão, sofrendo um esmagamento interno.

O fator limitante na secagem de madeiras propensas ao colapso, é

frequentemente o problema de remoção da água livre ou capilar contida na forma

líquida nas cavidades celulares. Muitas vezes é necessário empregar baixas

temperaturas nos primeiros estágios de secagem por causa dos riscos associados

com a remoção muito rápida da água capilar a elevadas temperaturas (SANTINI &

TOMASELLI, 1980). Segundo os mesmos autores, a maioria dos pesquisadores

verificaram que o colapso aumenta com a temperatura. A alta temperatura exerce

tanto um efeito irreversível como um efeito reversível. O efeito irreversível é devido a

degradação térmica. O efeito reversível é devido à plastificação transitória das

paredes celulares, o que reduz sua resistência mais rápido do que a redução da

tensão hidrostática com a temperatura.

Todas as evidências indicam que a temperatura da madeira de

espécies com colapso precisa ser mantida abaixo de 60 oC durante a secagem até

que todas as partes das tábuas estejam abaixo do ponto de saturação das fibras.

Deste modo é possível evitar a contração excessiva e rachaduras severas (SANTINI

& TOMASELLI, 1980).

Pode-se dizer que todas as espécies do gênero Eucalyptus têm

predisposição ao colapso, sendo algumas mais propensas e outras menos

propensas. Desta forma, ao se secar eucalipto, deve-se ter como meta durante o

processo, formas para minimizar e recuperar o colapso.

Vários autores indicam que o colapso pode ser corrigido em grande

parte pelo processo de recondicionamento com vapor, o qual é feito a 100 oC e a

uma umidade relativa de 100% (ROZAS MELLADO & TOMASELLI, 1993).

Muitas madeiras de eucaliptos que foram estudadas na Austrália, são

propensas ao colapso durante o início da secagem até o ponto de saturação das

fibras. Tradicionalmente o colapso pode ser recuperado através do

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recondicionamento com vapor, entretanto, frequentemente induz a rachaduras de

superfície e internas, que são irreversíveis, dependendo da intensidade (INNES,

1996 apud CINIGLIO, 1998).

CAVALCANTE (1991), estudando algumas formas de recuperação de

colapso em madeiras de E. grandis e E. saligna , concluiu que o melhor método é o

condicionamento. O autor concluiu também que a intensidade do colapso varia

significativamente entre as duas espécies como também entre árvores, sendo no

entanto a madeira de E. saligna mais propensa ao colapso, apesar de sua maior

recuperação após o condicionamento. O autor afirmou também que a temperatura

de secagem é um fator decisivo para a ocorrência de colapso, sendo que a sua

intensidade aumenta com a elevação da mesma.

Segundo CARRASCO (1998), as etapas de vaporização na secagem

de E. grandis são decisivas na estabilidade dimensional da madeira. Este autor,

realizando estudos de secagem com E. grandis, recomenda a liberação das tensões

de secagem com vapor a uma temperatura de 100 oC por um tempo mínimo de uma

hora.

De acordo com SIAU (1971) apud SANTINI & TOMASELLI (1980),

madeiras com colapso podem ser recuperadas para a forma original, quando

submetidas a alta temperatura e umidade por um certo período de tempo após a

secagem. O ar e o vapor d’água na madeira exercem uma pressão dentro da célula

que anula as forças de tensão que originalmente se formam durante a perda de

água capilar.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 SELEÇÃO DAS ESPÉCIES

O material utilizado neste trabalho foi obtido de plantios de Eucalyptus

grandis e Eucalyptus dunnii. A seleção destas duas espécies foi baseada em alguns

aspectos, entre eles: a boa adaptação a algumas regiões do país, com elevado

potencial silvicultural, sendo ambas plantadas em larga escala; as árvores

apresentam boa forma, fornecendo toras que, a princípio, são adequadas para a

produção de serrados; existe grande interesse por parte das indústrias em utilizar

madeira destas espécies para produção de serrados a partir de plantios manejados

para múltiplos usos e ainda, em função de suas massas específicas, onde com base

na literatura, buscou-se uma espécie mais leve (E. grandis) e outra mais pesada (E.

dunnii).

As espécies utilizadas foram coletadas nos estados do Paraná e Santa

Catarina em plantios comerciais da empresas Inpacel- Indústria de Papel Arapoti

S.A. e Rigesa S.A., respectivamente. A espécie E. grandis foi coletada num plantio

comercial de 12 anos da Indústria Inpacel, com espaçamento de 3 x 2 m, osem

nenhum desbaste. A espécie E. dunnii, foi coletada numa área de produção de

sementes de 16,5 anos na Indústria Rigesa, com espaçamento inicial de 3 x 2 m,

com 250 árvores remanescentes por hectare. As espécies foram devidamente

catalogadas no Herbário do Departamento de Ciências Florestais, do Setor de

Ciências Agrárias da Universidade Federal do Paraná sob números 8622 (E.

grandis) e 8623 (E. dunnii).

3.2 SELEÇÃO DAS ÁRVORES E OBTENÇÃO DAS TORAS

As árvores foram selecionadas visualmente, onde buscou-se indivíduos

com troncos cilíndricos e com menor incidência de galhos. Além das características

visuais da árvore, foram selecionados indivíduos com DAP dentro das classes

diamétricas utilizadas no estudo. Foram derrubadas árvores das duas espécies, para

a obtenção de toras em duas classes diamétricas, de 19 a 24 cm e de 25 a 30 cm,

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as quais foram utilizadas em dois diferentes métodos de desdobro. Os diâmetros

selecionados para cada classe foram obtidos através da média aritmética da tomada

de três medidas de diâmetro na tora, com auxílio de uma fita métrica, sendo uma em

cada topo e uma central. As toras foram traçadas com 3,10 m de comprimento,

visando-se o desdobro das mesmas em peças serradas com 3,0 m de comprimento.

Para cada espécie foram obtidas 20 toras por classe diamétrica, sendo 10 toras para

cada método de desdobro, resultando em 40 toras por espécie, num total de 80

toras (Tabela 1).

TABELA 1. SEPARAÇÃO DAS TORAS DE Eucalyptus grandis e Eucalyptus

dunnii, POR CLASSES DIAMÉTRICAS E MÉTODOS DE DESDOBRO.

Classe 1 (19 a 24 cm de Ø)

Classe 2 (25 a 30 cm de Ø) Espécie

Método 1 Método 2 Método 1 Método 2

Eucalyptus grandis 10 10 10 10

Eucalyptus dunnii 10 10 10 10

TOTAL 20 20 20 20

Método 1 = Desdobro tangencial Método 2 = Desdobro radial

3.3 ANELAMENTO DAS ÁRVORES E DAS TORAS

No momento da derrubada das árvores, as mesmas foram aneladas

com motosserra antes do corte transversal de derrubada, visando liberar

parcialmente as tensões de crescimento. Para tal procedimento, foi utilizada a

metodologia adotada por ROZAS MELLADO (1993), a qual consistiu em se realizar

o anelamento a uma profundidade de 1/3 do raio da árvore, a uma distância de 20 a

30 cm acima do ponto onde foi realizado o corte transversal da árvore (Figura 9).

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FIGURA 9. TÉCNICA DE ANELAMENTO DAS ÁRVORES.

Para a obtenção das toras, também foi realizado o anelamento das

mesmas, adotando-se a metodologia utilizada por BARNACLE & GOTTSTEIN

(1968) apud AGUIAR (1986) (Figura 10). Desta forma, as toras ficaram com 3,1 m e

mais 20 cm em cada topo, após os anéis, totalizando um comprimento de 3,5 m

(Figura 11).

FIGURA 10. TÉCNICA DE ANELAMENTO DAS TORAS, PROPOSTA POR GOTTSTEIN (1968) apud AGUIAR (1986).

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FIGURA 11. ASPECTO DA TORA APÓS O ANELAMENTO.

3.4 CUBAGEM DAS TORAS

Para a cubagem das toras, foram utilizadas três medidas de

circunferência com auxílio de uma fita métrica, que foram tomadas uma em cada

topo e uma central. Com estas medidas, obteve-se um diâmetro médio de cada tora,

o qual foi utilizado para o cálculo da área transversal do cilindro. O volume das toras

foi calculado, considerando-se as sobras dos anelamentos, onde se utilizou um

comprimento de 3,5 m. Logo após foi novamente calculado, para um comprimento

nominal da tora de 3,1 m, onde retirou-se 20 cm de cada topo, correspondentes às

sobras dos anelamentos. Desta forma pôde-se calcular a perda em volume

decorrente do anelamento das toras.

Desta forma:

π3

321 cccd

++=

Onde:

d = Diâmetro médio (cm)

c1 = Circunferência 1 (cm)

c2 = Circunferência 2 (cm)

c3 = Circunferência 3 (cm)

Então:

Cd

V ××=40000

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Onde:

V = Volume da tora (m3)

d = Diâmetro médio (cm)

C = Comprimento de 3,5 m para o volume total da tora e 3,1 m para o volume

da tora descontando-se a perda em anelamento

3.5 VOLUME DE TORAS PROCESSADAS E PERDA EM ANELAMENTO

Em função de problemas operacionais, nem todos os tratamentos

tiveram 10 toras processadas. A Tabela 2 apresenta o número de toras por

tratamento usadas no estudo, bem como o volume total.

TABELA 2. VOLUME TOTAL DAS TORAS PROCESSADAS, EM m3, MÉDIA POR TORA, PORCENTAGEM DE PERDA DO ANELAMENTO E VOLUME REAL PROCESSADO PARA CADA TRATAMENTO.

Tratamento No de toras

Volume Total (m3)

Média por Tora

(m3)

Perda em anéis

(%)✵

Volume de Toras

Processadas (m3)

Média por tora (m3)

grandis FT 10 1,5128 0,1513 11,44 1,3397 0,1340

grandis GT 9 2,0435 0,2271 11,42 1,8101 0,2011

grandis FR 10 1,5027 0,1495 11,42 1,3311 0,1331

grandis GR 11 2,3817 0,2165 11,42 2,1096 0,1918

dunnii FT 9 1,5566 0,1557 11,78 1,3732 0,1373

dunnii GT 11 2,6661 0,2424 11,43 2,3613 0,2147

dunnii FR 10 1,7639 0,1764 11,43 1,5623 0,1562

dunnii GR 10 2,3799 0,2380 11,41 2,1083 0,2108

TOTAL 15,7990 11,46 13,9882

FT = Toras finas com desdobro tangencial GT = Toras grossas com desdobro tangencial FR = Toras finas com desdobro radial GR = Toras grossas com desdobro radial ✵ Perda de madeira, em porcentagem, devido a técnica de anelamento.

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De acordo com a Tabela 2, pode-se observar que foi coletado um total

de 15,7990 m3 de toras para as duas espécies estudadas. Como esperado, em

função dos diâmetros maiores, os tratamentos grandis GT e GR e dunnii GT e GR

apresentaram maiores volumes, pois foram tratamentos com classes diamétricas de

25 a 30 cm.

Do total de 15,7990 m3 coletados para todos os tratamentos, foi

processado um volume de 13,9882 m3, representando uma perda de 11,46% de

madeira, em função da operação de anelamento das toras (Tabela 2). Nos

tratamentos que utilizaram a técnica de desdobro tangencial, as toras foram

processadas com os anéis e os mesmos foram retirados no destopo na forma de

topos. Já no processo de desdobro radial, os anéis foram retirados antes da

passagem da tora na serra fita, a fim de se evitar que algum anel viesse a quebrar,

provocando danos nos equipamentos. Desta forma, foram retirados do processo na

forma de toletes com aproximadamente 20 cm de comprimento.

Portanto, ao se adotar a técnica de anelamento das toras para evitar ou

reduzir as rachaduras de topo, deve-se prever a utilização da madeira oriunda dos

anéis para outra finalidade como energia ou produção de cavacos para celulose, ou

ainda para produção de partículas para fabricação de painéis, tendo em vista que o

não aproveitamento dos mesmos, para este caso em estudo, resultou numa perda

de 11,46% da madeira destinada ao desdobro.

3.6 PREPARO DAS TORAS PARA O DESDOBRO

3.6.1 Transporte e armazenamento

Imediatamente após a obtenção das toras, as mesmas foram

transportadas, por via rodoviária para dois locais distintos. Metade da carga teve

como destino Curitiba-PR, onde foi descarregada na Indústria Selectas S.A., ficando

armazenada em pátio ao tempo, por dois dias, para posteriormente serem

vaporizadas. Após a vaporização, as toras foram imediatamente enviadas para a

serraria das Indústrias Berneck S.A., onde foi realizado o primeiro método de

desdobro. A segunda metade da carga teve seu destino em Três Barras-SC, distante

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aproximadamente 170 km de Curitiba, onde foi descarregada na Indústria

Procopiack e armazenada em pátio ao tempo por dois dias para a vaporização.

Imediatamente após a vaporização, as toras foram enviadas à serraria da indústria

Fornecedora e Exportadora de Madeiras – FOREX S.A., onde foi realizado o

segundo método de desdobro.

3.6.2 Vaporização das toras

Antes de serem realizadas as operações de desdobro das toras, as

mesmas passaram por um processo de vaporização, visando-se minimizar o efeito

das tensões de crescimento. A metodologia utilizada foi a proposta por ROZAS

MELLADO (1993), a qual consistiu em se tratar as toras com vapor a 90 oC por 18

horas em um tanque para cozimento de toras para laminação. As toras que foram

vaporizadas na Indústrias Selectas, receberam vaporização em um tanque de metal

com tampa com injeção direta de vapor. Na indústria Procopiack, a vaporização foi

realizada em um tanque de concreto com injeção direta de vapor e coberto com lona

plástica.

3.7 DESDOBRO DAS TORAS

3.7.1 Método de desdobro tangencial

Neste método, as toras passaram em uma linha com dois picadores

perfiladores e uma serra circular múltipla de dois eixos. No primeiro picador

perfilador, foram retiradas duas costaneiras, sendo a tora transformada em um semi-

bloco. No segundo picador perfilador, foi realizada a segunda perfilagem,

perpendicular às duas faces planas obtidas na primeira perfilagem, onde foram

retiradas as duas costaneiras restantes, obtendo-se finalmente um bloco. Logo após,

o bloco passou em uma serra circular múltipla de dois eixos com os discos distantes

2,8 cm, visando-se a obtenção de tábuas com espessura nominal de 2,5 cm. Desta

forma, foram realizados cortes simultâneos, onde o bloco foi desdobrado em tábuas

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tangenciais, em maior proporção (Figura 12). As tábuas ainda passaram em uma

mesa de destopo, ficando com um comprimento final de 3,07 m.

FIGURA 12. MÉTODO DE DESDOBRO VISANDO A OBTENÇÃO DE PEÇAS

TANGENCIAIS, BASEADO EM PICADORES PERFILADORES (A, B) E SERRA CIRCULAR MÚLTIPLA DE DOIS EIXOS (C).

3.7.2. Método de desdobro radial

Este segundo método teve o desdobro principal baseado em serras de

fita. Primeiramente, a tora passou em uma serra de fita tipo Tandem, onde através

de dois cortes simultâneos, foi retirada uma peça central contendo a medula. Esta

operação resultou em uma tábua central com 2,8 cm de espessura e duas pecas

com uma face plana e outra curva. As duas peças foram então enviadas a uma serra

múltipla de um eixo, com os discos distantes 2,8 cm, onde foram obtidas tábuas com

uma borda contendo casca e espessura de 2,8cm, visando-se a obtenção de peças

secas com espessura nominal de 2,5 cm (Figura 13). As tábuas foram enviadas a

uma serra circular refiladeira simples para o refilo do lado contendo casca. Antes de

tal operação, muitas peças foram secionadas transversalmente, em função do

excessivo arqueamento que muitas apresentaram. Após a operação de refilo, as

tábuas foram destopadas em comprimento de 3,0 m ou menos, no caso daquelas

que foram secionadas antes do refilo.

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FIGURA 13. MÉTODO DE DESDOBRO VISANDO A OBTENÇÃO DE PEÇAS RADIAIS, COM DESDOBRO PRINCIPAL UTILIZANDO SERRA FITA TIPO TANDEM (A), CIRCULAR MÚLTIPLA DE UM EIXO (B) E REFILADEIRA SIMPLES (C).

Para uma melhor compreensão, foi utilizada a codificação para os

tratamentos, a qual é apresentada na Lista de Abreviaturas (p. xii).

3.8 PROPRIEDADES FÍSICAS

Para a caracterização das propriedades físicas foi coletado material de

6 árvores de cada espécie, que foram utilizados para a determinação das

propriedades físicas da madeira.

Para a determinação de massa específica básica e umidade inicial,

foram coletados discos de 6 árvores de cada espécie. Como de cada árvore foram

coletadas duas toras a partir da base, foi coletado um disco de cada árvore entre as

duas toras obtidas.

Para a determinação de retratibilidade e massa específica aparente

foram confeccionados corpos de prova obtidos das sobras de anelamento das toras

utilizadas. Estas sobras, em função da técnica de anelamento utilizada, consistiram

em uma seção de tora de 20 cm em cada topo da tora que foram retiradas no

momento do desdobro das toras (Figura 14). De cada espécie, retirou-se 3 sobras

de anelamento de três toras de árvores diferentes em cada classe diamétrica,

escolhidas aleatoriamente, perfazendo um total de 6 seções para cada espécie. De

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cada seção foram obtidos 3 corpos de prova. Desta forma, foram utilizados 18

corpos de prova para cada espécie.

FIGURA 14. ASPECTO DA TORA COM ANELAMENTO, COM DESTAQUE ÀS

SOBRAS DE ANELAMENTO, UTILIZADAS PARA DETERMINAÇÃO DE RETRATIBILIDADE E MASSA ESPECÍFICA.

A ➭ Tora anelada; B ➭ Seção utilizada para desdobro; C ➭ Sobra do anelamento

3.8.1 Determinação da massa específica básica

A massa específica básica foi determinada pelo método de pesagem

através da seguinte fórmula:

u

seb

V

MM =

Onde:

Meb = Massa específica básica (g/cm3)

Ms = Massa seca em estufa a 103 ± 2 oC (g) até peso constante

Vu = Volume no estado verde (cm3)

3.8.2 Determinação da umidade

A umidade inicial foi determinado pelo método de pesagem. Para tal

determinação, foi utilizada a seguinte fórmula:

100M

MM%U

s

sv ×−=

Onde:

U% = Umidade da madeira (%)

Mv = Massa úmida (g)

Ms = Massa seca em estufa a 103 ± 2 oC até peso constante(g)

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A umidade de cada espécie foi obtida através da média aritmética de

todos os teores obtidos das amostras das espécies.

3.8.3 Massa específica aparente

A massa específica aparente foi determinada pelo método

estereométrico nos teores de umidade verde, 12% e 0% utilizando-se os corpos de

prova obtidos para a determinação da retratibilidade segundo a norma COPANT

30:1-005. Para tal determinação, foi utilizada ai seguinte fórmula:

)u(V)u(M

M)u(ea =

Onde:

Mea(u) = Massa específica aparente na umidade “u” (g/cm3)

M(u) = Massa do corpo de prova na umidade “u”

V(u) = Volume do corpo de prova na umidade “u” (cm3)

u = umidade no estado verde, a 12% e a 0%

3.8.4 Retratibilidade

Os coeficientes de contração e anisotropia, foram determinados

segundo a norma COPANT 30:1-005. Os resultados foram obtidos através das

seguintes fórmulas:

(%)100),,(0 ×−=

u

u

L

LLlrtβ

1000 ×−=

u

uv

V

VVβ

r

tAC

ββ=

Onde:

β = Coeficiente de contração máxima (%)

Lu = Média das dimensões no estado verde (mm)

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L0 = Média das dimensões após secagem em estufa a 103 ± 2 oC (mm)

Vu = Volume do corpo de prova no estado verde (mm3)

V0 = volume do corpo de prova seco em estufa a 103 ± 2 oC

βv = Contração máxima volumétrica

βt = Contração máxima tangencial

βr = Contração máxima radial

βl = Contração máxima longitudinal

AC = Anisotropia de contração

3.9 AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO EM MADEIRA SERRADA

Todas as tábuas obtidas nos processos receberam a mesma marcação

das toras que as originaram e foram separadas em seus respectivos grupos para

posterior determinação dos volumes serrados, os quais foram obtidos logo após o

desdobro e após a secagem. Desta maneira, foram obtidos os volumes de madeira

serrada verde e volume de madeira serrada seca.

Para a medida dos volumes das tábuas, foram tomadas três medidas

de espessura, com auxílio de paquímetro, uma medida em cada topo e uma medida

central. Com auxílio de uma trena, foram tomadas também, três medidas de largura,

sendo uma em cada topo e uma central, além de uma medida de comprimento. As

medidas de espessura foram tomadas em mm e as medidas de largura e

comprimento, forma tomadas em cm. Todas as medidas foram tomadas logo após o

desdobro para a determinação do volume serrado verde e após a secagem, para

determinação do volume serrado seco.

Desta forma:

clev ××=1

Onde:

v1 = Volume da tábua (m3)

e = Espessura média da tábua (transformada em m)

l = Largura média da tábua (transformada em m)

c = Comprimento da tábua (obtido em m)

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Obtendo-se o volume de todas as tábuas oriundas de cada tora, o

rendimento foi obtido através da seguinte fórmula:

Onde:

R% = Rendimento em madeira serrada por tratamento (%)

∑vt = Somatório dos volumes das tábuas oriundas de todas as toras (m3)

V = Volume total das toras que originaram as tábuas

O mesmo procedimento foi utilizado após a secagem das tábuas, para

a obtenção do rendimento em madeira serrada no estado seco.

3.10 SECAGEM DA MADEIRA

Todas as tábuas, após a medição dos volumes verdes foram

devidamente separadas por tratamento e devidamente empilhadas para a secagem.

As peças foram secas na Indústria madeireira Marinepar S.A., em uma câmara de

secagem com 11 m de comprimento, 3,6 m de largura e 3,0 m de altura, composta

de 10 radiadores e 5 ventiladores, com ventilação superior e inversão de circulação

a cada 6 horas.

A secagem ocorreu em duas etapas. Antes da secagem na câmara, as

tábuas permaneceram por 15 dias gradeadas sob cobertura, em um pré-secador,

provido de trocadores de calor superiores, para homogenização dos teores de

umidade das peças. Após este período foi realizada a secagem na câmara, a qual

durou 18 dias e 16 horas, onde a madeira iniciou a secagem com uma umidade

inicial média de 48,2%, chegando ao final da mesma com uma umidade final média

de 8,4%. O programa utilizado foi em função do programa adotado pela empresa

para secagem de pau marfim, tendo em vista que as tábuas foram submetidas à

secagem em conjunto com uma carga desta espécie. As fases do programa de

secagem utilizado são apresentadas na Tabela 3. Em função da pré-secagem, onde

houve uma homogenização dos teores de umidade das peças, o colapso, muito

comum em madeira de eucalipto, ocorreu em baixíssima freqüência.

100V

v%R t ×= ∑

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TABELA 3. FASES DO PROCESSO DE SECAGEM DE TÁBUAS DE E. grandis E E. dunnii, com 2,5 cm de espessura.

FASE UMIDADE TBS (oC) TBU (oC) UR (%) UMEQ (%) PS

0 aquecimento 50 50 100 ----- ----

1 VERDE - 50% 50 48 89 18,2 2,74

2 50 até 40% 55 51 81 14,2 2,82

3 40 até 30% 55 49 72 11,7 2,56

4 30 até 25% 60 52 66 9,9 2,52

5 25 até 20% 65 56 64 9,1 2,2

6 20 até 15% 65 54 57 8,0 1,88

7 15 até 10% 60 53 69 10,7 0,93

8 10 até 8% 65 52 51 7,1 1,13

9 Acondicionamento 65 58 71 10,6 0,75

TBS ➭ Temperatura de bulbo seco TBU ➭ Temperatura de bulbo úmido UR ➭ Umidade relativa do ar UMEQ ➭ Umidade média de equilíbrio PS ➭ Potencial de secagem

3.11 MEDIÇÃO DAS DIMENSÕES

Todas as peças serradas tiveram as suas medidas de largura

espessura e comprimento medidas a fim de se avaliar as possíveis influências dos

principais fatores relacionados ao desdobro na variação das dimensões das peças.

Os fatores foram espécie, classe diamétrica e sistema de desdobro.

No caso das tábuas verdes, foram utilizadas as medidas de largura,

espessura e comprimento obtidas para o cálculo do volume verde das tábuas. Para

as tábuas secas, foram utilizadas as medidas de largura e espessura tomadas para

o cálculo do volume das tábuas. O comprimento, em função da pouca retratibilidade

longitudinal que a madeira apresenta, foi medido somente na condição verde.

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3.12 AVALIAÇÃO DOS DEFEITOS

Após o desdobro, no momento das medições das tábuas, estas tiveram

seus defeitos avaliados. Foram medidas as flechas dos empenamentos

(arqueamento, encurvamento e encanoamento) e a somatória das rachaduras ao

longo da tábua. A medição dos defeitos antes da secagem foi realizada a fim de se

verificar o aumento ou não dos mesmos após as peças passarem por este processo.

Depois de realizada a secagem dos lotes, foram medidos novamente os

empenamentos e as rachaduras de todas as tábuas.

As medidas de arqueamento foram obtidas conforme a Figura 15, onde

utilizou-se a seguinte fórmula:

c

fA =

Onde:

A = Arqueamento (mm/m)

f = Flecha de arqueamento (mm)

c = Comprimento da peça (m)

FIGURA 15. PROCEDIMENTO ADOTADO PARA MEDIÇÃO DO ARQUEAMENTO DAS TÁBUAS.

Flecha = Maior flecha (mm) L = Comprimento real da peça (m)

O encurvamento foi medido conforme a Figura 16 e utilizando-se a

seguinte fórmula:

c

fEv =

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Onde:

Ev = Encurvamento (mm/m)

f = Flecha de encurvamento (mm)

c = Comprimento da peça (m)

FIGURA 16. PROCEDIMENTO ADOTADO PARA MEDIÇÃO DO ENCURVAMENTO DAS TÁBUAS.

Flecha = Maior flecha (mm) L = Comprimento real da peça (m)

O encanoamento foi medido conforme a Figura 17, e seus valores

foram apresentados como sua flecha máxima em milímetros.

FIGURA 17. PROCEDIMENTO ADOTADO PARA MEDIÇÃO DO ENCANOAMENTO DAS TÁBUAS.

Flecha = Maior flecha (mm)

Em função da dificuldade de se avaliar a profundidade das rachaduras,

estas, sendo de superfície ou profundas foram classificadas como um mesmo

defeito. Para a avaliação das rachaduras foi utilizada a seguinte fórmula:

100xc

r%R ∑=

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Onde:

R% = Porcentagem de rachaduras em cada peça (%)

∑ r = Somatória de todas as rachaduras da peça (cm)

c = Comprimento da peça (cm)

Os nós e esmoado foram somente avaliados para fins de classificação.

Outros defeitos como bolsa de kino, colapso e cerne quebradiço, não foram

avaliados, pois ocorreram em baixíssima freqüência. A não ocorrência de colapso

deve-se ao fato de que as tábuas permaneceram gradeadas e armazenadas sob

cobertura por um período de 10 dias para a tomadas das medidas no estado verde.

Associado a isto, houve um período pré-secagem, onde houve a homogenização

dos teores de umidade. Após a pré-secagem, as peças apresentavam uma umidade

média de 48,2%.

3.13 CLASSIFICAÇÃO DA MADEIRA

Após a secagem, todas as peças obtidas passaram por um processo

de classificação, onde foram medidos os defeitos inerentes à própria madeira e

defeitos oriundos do processo de secagem. Para tal classificação, foram utilizados

critérios baseados no “Manual Prático de Classificação da Madeira Serrada de

Eucalipto”, proposto pela Indústria Klabin, Fabricadora de Papel e Celulose S.A. Os

critérios para a classificação são descritos na Tabela 4.

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TABELA 4. CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE MADEIRA SERRADA DE Eucalyptus spp. FONTE: KLABIN (1995).

CLASSES DE QUALIDADE CRITÉRIOS PARA

CLASSIFICAÇÃO EXTRA 1a CLASSE 2a CLASSE 3a CLASSE

Nós não d > 50 cm d > 20 cm sem limite

Furos de insetos não não não sim (inativo)

Medula não não não não

Podridão não não não não

Rachaduras de superfície✵ não não não sem limite

Rachaduras de topo✵ não até 50 mm/m até 50 mm/m até 200 mm/m

Esmoado não não não sem limite

Arqueamento não até 5 mm/m até 10 mm/m sem limite

Encurvamento não até 5 mm/m até 10 mm/m sem limite

Encanoamento não não não não✵✵

Torcimento não não não não

Bolsa de resina não não não sem limite

✵ As rachaduras de topo e de superfície foram consideradas como uma única somatória

✵✵ Neste trabalho, peças com encanoamento, foram classificadas na 3a Classe d = distância máxima entre nós (cm)

Esta classificação difere em alguns aspectos da proposta ABPM/IPT

(ZENID, 1996) por ser mais rigorosa na avaliação de alguns defeitos. No caso de

nós, não estabelece diâmetros mínimos, porém a distância máxima permitida entre

os mesmos é maior. Furos de insetos são permitidos somente na terceira classe e

no caso da proposta ABPM/IPT, também são permitidos furos de insetos inativos na

1a e 2a classe, dentro de limites pré-estabelecidos. A podridão, na proposta

ABPM/IPT é permitida na 3a classe, desde que não impeça o uso da peça. No caso

de rachaduras, a diferença é que na 2a classe, a somatória das mesmas deve ser

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menor que o permitido na proposta ABPM/IPT. Esmoado só é permitido na 3a

classe. O arqueamento não é permitido na classe extra. O encanoamento

desclassifica a peça, apesar que neste caso, as peças foram classificadas como de

3a classe. Encurvamento não é permitido na 1a classe e com menor flecha na 2a

classe. Bolsa de resina só é permitida na 3a classe.

3.14 CÁLCULO DO RENDIMENTO

3.14.1 Rendimento por classes de qualidade

Após a separação das peças serradas em classes de qualidade, foi

obtido o rendimento por classes de qualidade de cada espécie, por classe diamétrica

para os dois métodos de desdobro.

3.14.2 Rendimento final

Após a classificação da madeira serrada e exclusão das peças

desclassificadas, foram calculados os volumes das tábuas classificadas para cada

espécie, diâmetro e sistema de desdobro.

Obtendo-se o volume de todas as tábuas classificadas de cada tora, o

rendimento final do processo foi obtido através da seguinte fórmula:

100V

v%RF ×= ∑

Onde:

RF% = Rendimento final do processo, em madeira serrada (%)

∑v = Somatório dos volumes das tábuas classificadas por tratamento (m3)

V = Volume total das toras que originaram as tábuas (m3)

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3.15 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Na avaliação do experimento adotou-se delineamento inteiramente

casualisados com arranjos em fatoriais 2 x 2 x 2, sendo espécie, método de

desdobro e classe diamétrica com 10 toras cada tratamento, utilizando-se a

metodologia proposta por STEEL & TORRIE (1960). Foi aplicado o teste de

BARTLET para verificação da homogeneidade das variâncias. Em todas as variáveis

analisadas que apresentaram diferenças estatísticas significativas, foi aplicado o

teste de Tukey a 95% de probabilidade.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 PROPRIEDADES FÍSICAS

4.1.1 Teor de umidade inicial

A umidade inicial das madeiras de E. grandis e E. dunnii utilizadas no

estudo é apresentada na Tabela 5. Como pode ser observado, o E. dunnii

apresentou umidade média inicial menor, sendo 77,61% para a classe diamétrica de

19 a 24 cm e 79,13% para a classe diamétrica de 25 a 30 cm. Os valores

observados apresentaram a mesma tendência observada por OLIVEIRA (1997). Ao

trabalhar com sete espécies do gênero Eucalyptus, entre elas E. grandis, o autor

observou teores de umidade inicial médios variando de 62 a 102%.

TABELA 5. UMIDADE INICAL MÉDIA DA MADEIRA DE E. grandis e E. dunnii.

Umidade Inicial (%) Diâmetro

(cm) E. grandis E. dunnii

19 –24 80,20 77,61

Desvio 9,97 12,00

CV 12,43 15,46

25 - 30 98,58 79,13

Desvio 14,99 9,75

CV 15,21 13,32

Média 89,39 78,37

4.1.2 Massa específica

Na Tabela 6 são apresentados os resultados de massa específica para

a espécie E. grandis nas duas classes diamétricas estudadas.

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TABELA 6. MASSA ESPECÍFICA BÁSICA E APARENTE PARA E. grandis.

Diâmetro (cm)

M. E. Básica (g/cm3)

M. E. Aparente Verde (g/cm3)

M. E. Aparente a 12% (g/cm3)

M. E. Aparente a 0% (g/cm3)

19 –24 0,46 0,82 0,56 0,54

Desvio 0,03 0,05 0,04 0,04

CV 6,34 6,31 7,04 7,87

25 - 30 0,48 0,96 0,61 0,59

Desvio 0,03 0,04 0,04 0,04

CV 6,15 3,84 6,51 6,98

Média 0,47 0,89 0,59 0,57

CV = Coeficiente de variação (%)

Em relação à massa específica básica, a espécie apresentou uma

média de 0,47 g/cm3, sendo 0,46 g/cm3 para a classe diamétrica de 19 a 24 cm e

0,48 g/cm3 para a classe diamétrica de 25 a 30 cm (Tabela 6). Estes resultados

estão em conformidade com os resultados obtidos por HERRERA (1989), ROZAS

MELLADO (1993), VITAL E TRUGILHO (1997) e OLIVEIRA (1997). Já CINIGLIO

(1998), trabalhando com E. grandis de 17 anos de idade, encontrou valores de

massa específica básica mais elevados, com média de 0,57 g/cm3, em função da

maior idade das árvores.

Para a massa específica aparente a 12%, a espécie apresentou uma

média de 0,59 g/cm3, sendo 0,56 g/cm3 para a classe diamétrica de 19 a 24 cm e

0,61 g/cm3 para a classe diamétrica de 25 a 30 cm (Tabela 6). ACOSTA (1999),

apresenta em seu trabalho, uma massa específica aparente para E. grandis seco ao

ar (14 a 17% de umidade) de 0,47 g/cm3, valor este, sensivelmente mais baixo do

que o encontrado neste trabalho. Já LELLES & SILVA (1997), citando resultados de

BROTERO (1956), apresentam uma massa específica aparente a 15% de umidade

de 0,81 g/cm3, valor muito superior à média de 0,59 g/cm3. Desta forma, pode-se

verificar a grande variação em massa específica encontrada na bibliografia para a

espécie. Tal fato traz implicações quanto ao uso da madeira de E. grandis, pois

diversas características como propriedades de resistência, características de

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desdobro e usinagem, entre outros são diretamente afetadas por este grande

variação.

Na Tabela 7 são apresentados os resultados de massa específica para

a espécie E. dunnii nas duas classes diamétricas estudadas.

Em relação à massa específica básica, o E. dunnii apresentou uma

média de 0,62 g/cm3, sendo 0,63 g/cm3 para a classe diamétrica de 19 a 24 cm e

0,61 g/cm3 para a classe diamétrica de 25 a 30 cm (Tabela 7). Tais resultados estão

bem acima dos encontrados por VITAL e DELLA LUCIA (1986), onde os mesmos,

ao estudar E. dunnii com 7 anos de idade, obtiveram uma massa específica básica

de 0,46 g/cm3. Neste caso, a diferença de idade entre as madeiras estudadas, pode

ser considerada como um forte indício desta diferença. Entretanto CALORI & KIKUTI

(1997), estudando a variação da massa específica ao longo do tronco de E. dunnii

com 20 anos de idade, encontraram uma massa específica básica média de 0,549

g/cm3, valor relativamente próximo da média de 0,62 g/cm3 para o material com 16

anos de idade. (Tabela 7). Os autores determinaram uma massa específica média

no estado verde de 1,013 g/cm3, próximo do valor médio de 1,10 g/cm3, para as

duas classes diamétricas (Tabela 7). CARPIM & BARRICHELO (1983), trabalhando

com E. dunnii com idade de 8 anos determinaram uma densidade básica média

entre três tratamentos de 0,52 g/cm3. PEREIRA et al. (1986), avaliando as

características energéticas de três procedências de E. dunnii, determinaram uma

densidade básica média de 0,43 g/cm3. Já PEREYRA & SUIREZ (1990) apud

PEREYRA (1994), estudando material da província de Misiones-Argentina, com 11

anos de idade, encontraram um valor médio de 0,53 g/cm3. PEREIRA et al. (1997),

avaliando duas procedências de E. dunnii, determinaram como densidade básica

0,573 g/cm3 para uma procedência e 0,567 g/cm3 para a outra.

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TABELA 7. MASSA ESPECÍIFCA BÁSICA E APARENTE PARA E. dunnii.

Diâmetro (cm)

M. E. Básica (g/cm3)

M. E. Aparente Verde (g/cm3)

M. E. Aparente a 12% (g/cm3)

M. E. Aparente a 0% (g/cm3)

19 –24 0,63 1,11 0,81 0,78

Desvio 0,05 0,04 0,07 0,07

CV 8,41 3,50 9,01 8,45

25 - 30 0,61 1,09 0,78 0,75

Desvio 0,05 0,03 0,06 0,07

CV 7,63 2,66 8,25 8,97

Média 0,62 1,10 0,80 0,77

CV = Coeficiente de variação (%)

Para a massa específica aparente a 12% de umidade, o E. dunnii

apresentou um valor médio de 0,80 g/cm3, sendo 0,81 g/cm3 para a classe

diamétrica de 19 a 24 cm e 0,78 g/cm3 para a classe diamétrica 25 a 30 cm (Tabela

7). Estes valores estão de acordo com o apresentado por ACOSTA (1999), que

determinou para E. dunnii seco ao ar (umidade de 14 a 17%) uma massa específica

aparente de 0,795 g/cm3.

Como previsto, os valores de massa específica para a espécie E.

dunnii foram superiores aos encontrados para o E. grandis. Porém, o

comportamento do E. dunnii foi diferente do E. grandis, pois os valores médios de

densidade foram maiores nas toras finas. De acordo com BRASIL et al. (1977), a

densidade da madeira de Eucalyptus propinqua cresce até um ponto de máximo,

próximo ao meio da árvore e depois decresce em direção à copa. Portanto, os

resultados encontrados podem ser em função desta tendência, pois neste estudo

foram retiradas mais de uma tora de cada árvore, sendo a primeira tora sempre da

classe diamétrica superior e as toras mais próximas do meio da árvore da classe

inferior.

O grande fator, muitas vezes limitante do uso da madeira de eucalipto,

no que diz respeito à densidade, é a grande variação encontrada dentro de uma

mesma espécie. Tal situação foi observada para as duas espécies estudadas. Na

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Tabela 8, observa-se que a massa específica aparente do E. grandis variou de 0,48

g/cm3 a 0,66 g/cm3 e do E. dunnii, variou de 0,69 g/cm3 a 0,89 g/cm3. ACOSTA

(1995), citando estudos realizados com E. grandis na Argentina, com idades de 13 a

15 anos e 7 localidades com distintos tipos de solos, encontraram um valor mínimo

de massa específica básica de 0,352 g/cm3 e um valor máximo de 0,433 g/cm3. Esta

grande variabilidade na massa específica para o gênero Eucalyptus é devido a

alguns fatores como procedências, sítios, espaçamentos de plantios, idade, posição

no tronco, indivíduos, populações, etc. (FERREIA et al., 1979). Tal fato pode causar

implicações no uso da madeira, influenciando no transporte da madeira, no seu

processamento e no seu uso final.

TABELA 8. VARIAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA APARENTE A 12% PARA E.

grandis E E. dunnii.

Massa específica aparente a 12% (g/cm3) Espécie

mínima média máxima

E. grandis 0,48 0,55 0,66

E. dunnii 0,69 0,74 0,89

4.1.3 Retratibilidade

Com base nos resultados apresentados na Tabela 9, observa-se que o

E. grandis apresentou elevados coeficientes de contração. A classe diamétrica de 25

a 30 cm apresentou maiores contrações tangencial, radial e volumétrica, sendo esta

última de 17,7%.

Quanto à contração máxima tangencial, onde verificou-se 9,2% e

10,6% (Tabela 9) para as duas classes diamétricas, pode-se dizer que os valores

estão de acordo com a literatura. VITAL & TRUGILHO (1997), observaram para o E.

grandis, uma contração máxima tangencial de 8,12%. OLIVEIRA (1999), determinou

uma contração máxima de 9,1%, valor próximo do observado para a classe

diamétrica de 19 a 24 cm (9,2%). ACOSTA (1999), citando como fonte TINTO

(1991), apresenta uma contração máxima tangencial de 10,4% para a espécie, valor

também próximo de 10,6%, encontrado para a classe diamétrica de 25 a 30cm. Já

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LELLES & SILVA (1997), verificaram uma contração máxima tangencial de 11,6%,

valor superior aos encontrados para as duas classes diamétricas.

TABELA 9. CONTRAÇÃO TANGENCIAL RADIAL, LONGITUDINAL,

VOLUMÉTRICA E ANISOTROPIA DE CONTRAÇÃO PARA E. grandis.

Classe diamétrica

Coeficientes 19-24 cm 25-30 cm

resultado CV resultado CV

Contração máxima tangencial (%) 9,2 11,32 10,6 5,82

Contração máxima radial (%) 7,1 8,42 7,7 15,59

Contração máxima longitudinal (%) 0,2 23,85 0,3 21,10

Contração volumétrica máxima (%) 15,9 9,30 17,7 9,03

Anisotropia de contração 1,3 7,43 1,4 12,52

CV = Coeficiente de variação (%)

Em relação à contração máxima radial, os valores 7,1% e 7,7%,

determinados para as duas classes diamétricas (Tabela 9), são superiores aos

citados pela literatura. Esta contração máxima é segundo VITAL & TRUGILHO

(1997) de 3,84%; para OLIVEIRA (1999) de 4,7%, para ACOSTA (1999) de 5,8% e

segundo LELLES & SILVA (1997) de 5,5%. Pode-se dizer que os valores

encontrados para contração máxima radial foram superiores aos encontrados na

literatura.

Ao se analisar a contração máxima volumétrica do E. grandis (Tabela

9), verifica-se que foram encontrados resultados elevados. Os valores de 15,9%

para a classe diamétrica de 19 a 24 cm e de 17,7% para a classes de 25 a 30 cm

foram superiores aos determinados por VITAL & TRUGILHO (1997) e OLIVEIRA

(1999), que foram de 10,43% e 13,6%, respectivamente. Porém, ao se analisar os

resultados de ACOSTA (1999) e LELLES & SILVA (1997), observa-se que as

contrações encontradas por estes autores foram superiores, sendo 18,9% e 18,8%

respectivamente. Desta forma, pode-se dizer que a contração volumétrica do E.

grandis está dentro dos limites observados na literatura.

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Verifica-se que o E. dunnii apresentou contrações mais elevadas que o

E. grandis. Tal observação já era prevista, pois a densidade é diretamente

proporcional ao aumento das contrações da madeira. Segundo TSOUMIS (1991)

apud VITAL E TRUGILHO (1997), a magnitude da variação dimensional é

normalmente maior para madeiras mais densas. Isto ocorre devido à maior

quantidade de madeira por unidade de volume observado.

A espécie E. dunnii na classe diamétrica de 19 a 24 cm, apresentou a

maioria dos resultados mais altos, sendo 12,5% para a contração máxima

tangencial, 8,4% para a contração máxima radial, e uma contração volumétrica

máxima de 20% (Tabela 10). CALORI E KIKUTI (1997), estudando a variação da

contração tangencial ao longo do fuste, determinaram um valor médio de 10,21%

para a contração máxima tangencial e 6,24% para a contração máxima radial.

TABELA 10. CONTRAÇÃO TANGENCIAL RADIAL, LONGITUDINAL,

VOLUMÉTRICA E ANISOTROPIA DE CONTRAÇÃO PARA E. dunnii.

Classe diamétrica

19-24 cm 25-30 cm Coeficientes

resultado CV resultado CV

Contração máxima tangencial (%) 12,5 9,95 11,8 9,10

Contração máxima radial (%) 8,4 7,69 7,4 12,27

Contração máxima longitudinal (%) 0,2 34,65 0,2 14,42

Contração volumétrica máxima (%) 20,0 6,44 18,5 8,02

Anisotropia de contração 1,5 11,39 1,6 12,48

CV = Coeficiente de variação (%)

Ao se analisar os resultados de contração volumétrica máxima para o

E. dunnii, 20% e 18,5% para as classes diamétricas de 19 a 24 cm e 25 a 30 cm,

respectivamente (Tabela 10), verifica-se que estes resultados estão abaixo dos

encontrados por SEVERO (1998). Ao trabalhar com a influência da vaporização nas

contrações da madeira de E. dunnii, o autor determinou valores entre 22 e 25,3%

para a contração máxima volumétrica. Comparando-se a contração volumétrica

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máxima média de 19,3% para as duas classes diamétricas, esta fica próxima dos

resultados encontrados por OLIVEIRA (1997) para a espécie E. paniculata (21,4%),

E. urophylla (20,2%) e E. tereticornis (18,1%). CALORI & KIKUTI (1997) trabalhando

com E. dunnii, determinaram para a espécie, uma contração volumétrica máxima de

15,99%, valor mais baixo que o encontrado.

Quanto aos resultados de contração longitudinal, pode-se dizer que tais

valores são desprezíveis para as espécies estudadas. A contração longitudinal

máxima média foi de 0,2%, para o E. grandis (Tabela 9) e de 0,3% para o E. dunnii

(Tabela 10). Segundo VITAL & TRUGILHO (1987), para madeiras consideradas

normais, a contração longitudinal varia de 0,1 a 0,3%. Portanto, os resultados de

contração máxima longitudinal encontrados para as duas espécies estão dentro do

esperado.

Ao se analisar a Anisotropia de contração, observa-se que as duas

espécies apresentaram valores baixos. Tais resultados foram em função das

elevadas contrações radiais. Segundo FREITAS E PONCE (1979), a retratibilidade

tangencial é o dobro da radial para a maioria dos eucaliptos, fato este, que não foi

observado para as duas espécies estudadas.

De acordo com a Tabela 9, a espécie E. grandis apresentou

coeficientes de anisotropia de contração de 1,3 para a classe diamétrica de 19 a 24

cm e 1,4 para a classe diamétrica de 25 a 30 cm de diâmetro. Tais resultados estão

abaixo de alguns resultados obtidos na literatura. ACOSTA (1999) determinou uma

anisotropia de contração de 1,8 para o E. grandis. VITAL & DELLA LUCIA (1986)

observaram para a espécie uma anisotropia de contração de 2,11. OLIVEIRA (1997),

encontrou um valor de 2,1. Já VITAL & TRUGILHO (1997) encontraram valores de

2,27 e 2,17 para duas procedências da espécie. Valores próximos ao valor médio

encontrado de 1,35, foram encontrados por VITAL & TRUGILHO (1997) para um

híbrido urograndis (1,28) e para o E. resinifera (1,42). OLIVEIRA (1997), determinou

para o E. citriodora, uma anisotropia de contração de 1,4. Ao apresentar resultados

obtidos com E. grandis com 19 e 23 anos de idade, CALORI et al. (1995) apud

CALORI & KIKUTI (1997) obtiveram coeficientes de 1,9 para a idade de 19 anos e

1,4 para a idade de 23 anos.

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Para o E. dunnii, os coeficientes de anisotropia de contração foram de

1,5 para a classe diamétrica de 19 a 24 cm e de 1,6 para a classe diamétrica de 25 a

30 cm de diâmetro, perfazendo uma média de 1,55 (Tabela 10). Tal resultado é

muito próximo do obtido por CALORI & KIKUTI (1997), que foi de 1,6 para E. dunnii

com idade de 20 anos.

Analisando-se estes resultados médios de anisotropia de contração de

1,35 para o E. grandis e de 1,55 para o E. dunnii, verifica-se que os mesmos são

próximos aos valores encontrados para espécies consideradas de boa estabilidade.

De acordo com a Tabela 11, pode-se observar que os valores médios

dos coeficientes de anisotropia de contração encontrados para E. grandis e E.

dunnii, são semelhantes aos valores determinados para espécies ditas estáveis.

Pode-se verificar que a espécie E. grandis apresentou uma anisotropia de contração

de 1,35, abaixo das espécies mogno (1,41) e cedro (1,55), consideradas espécies

estáveis. Já a espécie E. dunnii apresentou um valor médio de 1,55, o mesmo

determinado para o cedro. Porém, ao se comparar as contrações máximas, verifica-

se que as espécies E. grandis e E. dunnii têm contrações máximas muito superiores

às espécies consideradas estáveis (Tabela 11), sendo estas excessivas contrações,

as principais responsáveis pela instabilidade dimensional das peças. Segundo

LELLES & SILVA (1997), uma anisotropia de contração igual a 1 mostra alteração

igual de dimensões nos sentidos radial e tangencial, situação que não provoca

nenhuma formação de tensões internas, devido à secagem. Quanto maiores os

desvios nesses dois sentidos, mais alta será a anisotropia de contração, causando

maiores danos à secagem. Madeiras com coeficientes de anisotropia de contração

entre 1,2 a 1,5 são consideradas excelentes sob o ponto de vista de estabilidade

dimensional. Porém, este fator citado pelos autores não caracteriza uma madeira

como sendo estável. Coeficientes de anisotropia de contração baixos, porém com

contrações tangencial e radial excessivas, provocam a instabilidade dimensional da

madeira.

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TABELA 11. CONTRAÇÕES TANGENCIAL, RADIAL E FATORES DE ANISOTROPIA PARA E. grandis, E. dunnii, Swietenia macrophylla (MOGNO) e Cedrela fissilis (CEDRO).

Espécie

Contração máxima

tangencial (%)

Contração máxima

radial (%)

Contração máxima

volumétrica (%)

Anisotropia de contração

Eucalyptus grandis 9,9 7,4 16,8 1,35

Eucalyptus dunnii 12,2 7,9 19,2 1,55

Swietenia macrophylla✵ 4,5 3,2 8,6 1,41

Cedrela fissilis✵ 6,2 4,0 11,6 1,55 ✵ JANKOWSKY et al (1990)

Observa-se na Tabela 11, que enquanto E. grandis tem uma média

para contração volumétrica máxima de 16,8% e E. dunnii de 19,2%, as espécies

mogno e cedro, consideradas de boas estabilidade apresentam contrações

volumétricas máximas de 8,6% e 11,6% respectivamente. Sendo assim, pode-se

dizer que a baixa estabilidade dimensional que as espécies do gênero Eucalyptus

normalmente apresentam, mesmo que seus fatores de anisotropia encontrem-se em

níveis normais, deve ser oriunda da excessiva contração volumétrica, característica

de espécies com elevadas tensões de crescimento.

4.2 AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO EM MADEIRA SERRADA

Os rendimentos médios na condição verde obtidos para o E. grandis

foram de 45,71% para o desdobro tangencial e 50,41% para o desdobro radial. Tais

valores aproximam-se dos resultados obtidos por JARA et al. (1997), que obtiveram

para o E. grandis, um rendimento médio de 46,08%. DEL MENEZZI (1999),

observou um rendimento médio de 51,8%, considerado também próximos do

resultado obtido na Tabela 12. Já ACOSTA (1999), apresenta para a classe

diamétrica de 20 a 25 cm, um rendimento médio de 53% e para a classe diamétrica

de 25 a 30 cm, 57%, valores estes bem acima dos resultados deste trabalho. Pode-

se verificar que o sistema de desdobro radial tem em média maior rendimento que o

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desdobro tangencial, demonstrando que o rendimento é afetado pelo sistema de

desdobro adotado.

TABELA 12. RENDIMENTO EM MADEIRA SERRADA VERDE E SECA A 15% DE

UMIDADE PARA E. grandis.

Volume da madeira serrada (m3) Tratamento

Volume das toras

(m3) verde Rv (%) seco Rs (%)

Redução verde/seca

(%)

grandis FT 1,3397 0,6460 48,22 0,6026 44,98 6,72

grandis GT 1,8101 0,7817 43,19 0,7252 40,06 7,25

Média 45,71 42,52 6,99

grandis FR 1,3311 0,7570 56,87 0,6934 52,09 8,40

grandis GR 2,1096 0,9270 43,94 0,8373 39,69 9,67

Média 50,41 45,89 9,04

Rv = Rendimento verde (%); Rs = Rendimento seco (%) FT = Tora fina com desdobro tangencial FR = Tora fina com desdobro radial GT = Tora grossa com desdobro tangencial GR = Tora grossa com desdobro radial De acordo com a Tabela 12, pode-se observar que os tratamentos

grandis FT e grandis FR, ambos da classe diamétrica de 19 a 24 cm, apresentaram

rendimentos mais altos, 48,22% e 56,87%, respectivamente. Este resultado, não era

esperado, pois é normal em serrarias, as toras de maiores diâmetros apresentarem

rendimentos superiores. Porém, este fato por ter ocorrido em função da posição das

toras, onde ao serem obtidas, as primeiras toras, com diâmetros superiores foram

destinadas à classe diamétrica de 25 a 30 cm. Após estas duas primeiras toras, era

retirada uma terceira e eventualmente, quarta tora, destinadas à classe diamétrica

de 19 a 25 cm. Por serem toras mais aproximadas do centro do fuste, as toras da

classe diamétrica de 19 a 24 cm apresentaram menor conicidade.

Nota-se também que há uma relativa superioridade do tratamento

grandis FR sobre o tratamento grandis FT (Tabela 12). A explicação é que este

rendimento de 56,87% ocorreu provavelmente por alteração durante as operações

de refilo. Todos os tratamentos que utilizaram o sistema de desdobro radial foram

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submetidos à operação de refilo, na indústria FOREX, com exceção do tratamento

grandis FR. Nesta indústria, os operadores, em função das elevadas flechas de

arqueamento, secionavam as tábuas transversalmente em peças menores para

posterior refilo. Em virtude de um corte de energia na região, o tratamento grandis

FR teve que ser transportado a Curitiba e refilado na serraria da Universidade

Federal do Paraná, pois havia a necessidade de se medir as tábuas antes de

atingirem níveis de umidade abaixo do ponto de saturação das fibras. Nesta serraria,

as tábuas não foram desdobradas em peças menores e o refilo foi executado

acompanhando a flecha de arqueamento. Desta forma a quantidade de madeira

retirada nos cantos foi menor e consequentemente, o rendimento aumentou. Pode-

se observar que além do sistema de desdobro afetar o rendimento, a forma de

operação também é fator de influência, pois utilizando-se o mesmo sistema de

desdobro com equipes diferentes, pode ocorrer variação no rendimento em madeira

serrada.

Verifica-se na Tabela 12 que após a secagem das tábuas a 15% de

umidade, a redução no volume de madeira no estado verde para madeira seca

variou de 6,72% (grandis FT) a 9,67% (grandis GR). A perda em peças descartadas

foi muito pequena e não foi computada. Desta forma, a redução em volume neste

caso, corresponde à redução de volume das tábuas em função da contração. O

tratamento grandis GR apresentou o menor rendimento seco (39,69%) e o

tratamento grandis FR, o maior rendimento seco (52,09%). Os resultados médios de

42,52% para o desdobro tangencial e 45,89% para o desdobro radial foram maiores

que o encontrado por ACOSTA (1999), onde após a secagem das tábuas,

determinou um rendimento médio de 41% para a espécie. BIANCHET (1983) apud

ACOSTA (1999), determinou para o E. grandis rendimentos médios de 42% para

desdobro com serra fita a 48% para desdobro com serras alternativas.

Observa-se que nos tratamentos grandis FT e grandis GT, onde foi

realizado o desdobro tangencial, a redução de volume foi menor que nos

tratamentos grandis FR e grandis GR, que utilizaram desdobro radial. Portanto,

verifica-se que o efeito da contração em espessura foi maior que a contração no

sentido da largura na redução do volume das peças obtidas após secagem.

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Verifica-se na Tabela 13, onde estão apresentados os resultados de

rendimento obtidos para o E. dunnii, que o rendimento médio foi de 41,26% para o

desdobro tangencial e 42,07% para o desdobro radial. PEREIRA et al. (1999),

testando duas formas de desdobro para E. dunnii, obtiveram rendimentos de 69,13%

e 69,29%, porém, a maioria das fases do desdobro foram baseadas em serra fita,

que gera menor quantidade de serragem e permite um tratamento individualizado

para cada tora. Além disso, os autores não citaram os diâmetros das toras utilizadas.

TABELA 13. RENDIMENTO EM MADEIRA SERRADA VERDE E SECA A 15% DE UMIDADE PARA E. dunnii.

Volume da madeira serrada (m3) Tratamento

Volume das toras

(m3) verde Rv (%) seco Rs (%)

Redução verde/seca

(%)

dunnii FT 1,3732 0,5723 41,68 0,5093 37,09 11,01

dunnii GT 2,3613 0,9644 40,84 0,8682 36,77 9,97

Média 41,26 36,93 10,49

dunnii FR 1,5623 0,6542 41,87 0,5822 37,27 10,99

dunnii GR 2,1083 0,8910 42,26 0,8010 37,99 10,10

Média 42,07 37,63 10,55

Rv = Rendimento verde (%); Rs = Rendimento seco (%) FT = Tora fina com desdobro tangencial FR = Tora fina com desdobro radial GT = Tora grossa com desdobro tangencial GR = Tora grossa com desdobro radial Pode-se observar também na Tabela 13 que a variação nos

rendimentos foi pequena. No sistema de desdobro tangencial, a classe diamétrica de

19 a 24 cm (dunnii FT) apresentou um rendimento levemente superior à classe de 25

a 30 cm (dunnii GT). Já no sistema de desdobro radial, a classe de 25 a 30 cm

(dunnii GR) apresentou um rendimento levemente superior à classe de 19 a 24 cm

(dunnii FR). Normalmente, à medida que o diâmetro das toras aumenta, o

rendimento aumenta. Porém, o ajuste dos equipamentos pode alterar tal tendência.

Neste caso, provavelmente os equipamentos estavam mais ajustados para a classe

diamétrica menor e, ao se desdobrar a classe diamétrica maior houve uma maior

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perda de madeira na forma de costaneiras e refilos. Segundo VIANNA NETO (1984)

apud MIRANDA (1997), cada equipamento possui características próprias de

concepção, que devem ser conhecidas e que interferem na produção, produtividade

e rendimento volumétrico. Segundo o autor, o correto posicionamento e orientação

da tora para o desdobro são importantes, pois uma abertura de corte inadequada

pode significar grandes perdas em volume ou qualidade da madeira. Outros autores

também obtiveram resultados semelhantes, ou seja, redução no rendimento com o

aumento do diâmetro das toras. RIBAS et al. (1989), estudando a influência do

diâmetro e comprimento das toras para Pinus elliottii, encontraram para toras de 3 m

de comprimento um rendimento de 51,5% para a classe diamétrica de 21,1 a 24 cm

e um rendimento de 48,5% para a classe diamétrica de 24,1 a 27 cm.

Após a secagem das tábuas a 15% de umidade, o E. dunnii apresentou

uma redução média no rendimento de 10,49% no desdobro tangencial e de 10,55%

no desdobro radial, valores acima dos obtidos para o E. grandis. Isto já era

esperado, pois o E. dunnii sofre maiores contrações durante a secagem. O

tratamento dunnii FT, com desdobro tangencial teve a maior contração para a

espécie, ficando um pouco acima da redução observada para os tratamentos que

utilizaram desdobro radial (dunnii FR e GR). Em contrapartida, o tratamento dunnii

GT, também com desdobro tangencial, apresentou contração inferior aos

tratamentos dunnii FR e dunnii GR, seguindo a tendência observada para o E.

grandis .

Em termos de rendimento, a espécie apresentou um rendimento médio

em madeira serrada seca de 36,93% no desdobro tangencial e de 37,63% no

desdobro radial. Seguindo a mesma tendência observado para o E. grandis, o

desdobro tangencial apresentou menor rendimento que o desdobro radial, porém, no

caso do E. dunnii, esta diferença foi muito pequena (Tabela 13).

Sobre a influência do sistema de desdobro no rendimento em madeira

serrada, esta foi muito pequena para o E. dunnii e um pouco mais alta para o E.

grandis. Porém, pode-se dizer que apesar do sistema de desdobro radial

proporcionar maior rendimento, a forma de desdobro não exerce grande influência

no rendimento em madeira serrada, ou seja, quanto ao rendimento, o sistema de

desdobro utilizado, seja ele tangencial ou radial, não foi fator limitante. Um fator

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importante a ser avaliado é a eficiência do sistema de desdobro, que determina o

volume de madeira serrada por um determinado número de operários por um

período de tempo. Apesar de não ter sido abordado neste estudo, as observações

feitas durante as operações de desdobro das toras nos dois sistemas de desdobro,

forneceram subsídios para se concluir que o desdobro radial envolveu um número

bem maior de operários por um tempo muito maior que o desdobro tangencial, para

se desdobrar praticamente o mesmo volume de toras.

4.3 AVALIAÇÃO DAS DIMENSÕES

Para a avaliação dos métodos de desdobro nas dimensões das peças

serradas, as tábuas obtidas foram medidas ainda verdes, antes de atingir o ponto de

saturação das fibras e novamente medidas após a secagem a uma umidade de

15%.

4.3.1 Largura das tábuas

Na Tabela 14, onde são apresentados os resultados de largura para o

E. grandis, verifica-se que as tábuas obtidas por desdobro tangencial apresentam

larguras médias superiores às tábuas obtidas no desdobro radial. Quanto à redução

na dimensão as tábuas o desdobro tangencial proporcionou uma redução média de

3,25% após a secagem e as tábuas desdobradas radialmente, uma redução média

de 2,16%. Pode-se observar também que a classe diamétrica afetou a largura das

tábuas, sendo a maior influência no desdobro tangencial. No desdobro tangencial, a

largura média seca para a classe diamétrica de 19 a 24 cm foi de 14,85 cm e para a

classe de 25 a 30 cm de 19,85 cm. No desdobro radial, estas médias foram de 7,78

cm para a classe de 19 a 24 cm e 8,07 cm para a classe de 25 a 30 cm.

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TABELA 14. LARGURA DE TÁBUAS VERDES E SECAS A 15% PARA E. grandis.

Largura média (cm)

Largura mínima (cm)

Largura máxima (cm) Tratamento

Verde Seca

Redução verde/seca

(%) Verde Seca Verde Seca

grandis FT 15,22 14,85 2,43 13,97 13,63 15,53 15,17

grandis GT 20,69 19,85 4,06 19,17 18,13 20,97 20,77

Média 17,96 17,35 3,25 16,57 15,88 18,25 17,97

grandis FR 7,92 7,78 1,77 4,97 4,67 22,90 21,50

grandis GR 8,28 8,07 2,54 5,23 4,83 23,70 22,40

Média 8,10 7,93 2,16 5,10 4,75 23,30 21,95

FT = Tora fina com desdobro tangencial FR = Tora fina com desdobro radial GT = Tora grossa com desdobro tangencial GR = Tora grossa com desdobro radial Para o E. dunnii, foi verificada a mesma tendência observada para o E.

grandis. Os tratamentos com desdobro tangencial apresentaram larguras médias

superiores aos tratamentos com desdobro radial, mesmo com estes apresentando

larguras máximas ligeiramente maiores (Tabela 15). Comparando-se as larguras

médias, pode-se comprovar através das médias obtidas para as duas espécies, que

o fator espécie não afetou nesta dimensão, sendo também para o E. dunnii a classe

diamétrica e o sistemas de desdobro os fatores determinantes das maiores ou

menores larguras médias obtidas para os tratamentos.

Verifica-se também que o E. dunnii sofreu maior redução na largura

das peças, onde os tratamentos com desdobro tangencial tiveram uma redução na

largura média de 6,35% após a secagem e os tratamentos radiais, uma redução de

7,94% (Tabela 15). Já o E. grandis teve uma redução média de 3,25% e 2,16% para

os desdobros tangencial e radial, respectivamente (Tabela 14). Tal fato já era

esperado, tendo em vista que os coeficientes de contrações do E. dunnii foram

maiores que do E. grandis. Desta maneira, pode-se dizer que neste estudo, a

madeira de E. grandis apresentou melhor estabilidade dimensional que o E. dunnii.

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TABELA 15. LARGURA DE TÁBUAS VERDES E SECAS A 15% PARA E. dunnii.

Largura média (cm)

Largura mínima (cm)

Largura máxima (cm) Tratamento

Verde Seca

Redução verde/seca

(%) Verde Seca Verde Seca

dunnii FT 15,44 14,50 6,09 15,20 13,17 15,67 15,20

dunnii GT 20,74 19,37 6,61 20,53 18,37 20,97 20,20

Média 18,09 16,94 6,35 17,87 15,77 18,42 17,70

dunnii FR 8,38 7,62 9,07 5,07 4,08 23,20 22,20

dunnii GR 8,66 8,07 6,81 4,20 4,17 23,00 22,45

Média 8,52 7,85 7,94 4,64 4,49 23,10 22,33

FT = Tora fina com desdobro tangencial FR = Tora fina com desdobro radial GT = Tora grossa com desdobro tangencial GR = Tora grossa com desdobro radial

Ao se analisar a largura máxima para as duas espécies, verifica-se que

esta foi superior nos métodos que utilizaram desdobro radial, pois neste sistema de

desdobro foi retirada uma peça central da tora, contendo a medula, a qual aproveita

o máximo do diâmetro da tora. Porém, poucas tábuas centrais ficaram com larguras

superiores a 20 cm, pois a maioria delas sofreu rachaduras em quase todo o

comprimento, logo após o desdobro e foram refiladas em tábuas de larguras

menores.

Tratando-se das larguras obtidas para as duas espécies, observa-se

nas Figuras 18 e 19, a distribuição das tábuas por classes de larguras, onde pode-se

confirmar a forte influência do sistema de desdobro sobre as larguras das peças

obtidas.

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FIGURA 18. FREQUÊNCIA POR CLASSES DE LARGURAS DE TÁBUAS APÓS SECAGEM A 15% DE UMIDADE PARA E. grandis.

0

20

40

60

80

100

4-10 cm 10,01-16 cm 16,01-23 cm

Classes de largura (cm)

Por

cent

agem

de

tábu

as

grandis FT grandis GT grandis FR grandis GR

FIGURA 19. FREQUÊNCIA POR CLASSES DE LARGURAS DE TÁBUAS APÓS SECAGEM A 15% DE UMIDADE PARA E. dunnii.

0

20

40

60

80

100

4-10 cm 10,01-16 cm 16,01-23 cm

Classes de largura (cm)

Po

rce

nta

ge

m d

e t

áb

ua

s

dunnii FT dunnii GT dunnii FR dunnii GR

Pode-se observar nas Figuras 18 e 19 que as duas espécies tiveram

comportamentos semelhantes quanto à frequência das tábuas por classes de

larguras. Tanto o E. grandis quanto o E. dunnii apresentaram nos tratamentos com

desdobro radial (FR e GR), acima de 80% das tábuas com larguras entre 4 e 10 cm.

Já os tratamentos tangencias apresentaram todas as suas tábuas, com larguras

superiores e numa única classe de largura. As tábuas obtidas das classes

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diamétricas menores (FT), foram 100% da classe de 10,01 a 16 cm de largura e as

tábuas obtidas das classes diamétricas maiores (GT) por sua vez, foram 100% da

classe de 16,01 a 23 cm de largura. Desta maneira, pode-se dizer que a utilização

do desdobro radial em toras dentro das duas classes diamétricas estudadas gera

uma grande quantidade de tábuas com larguras inferiores a 10 cm. Além disso, a

utilização deste sistema de desdobro implica numa maior variação nas larguras das

peças. Em função destes resultados, pode-se dizer que o sistema de desdobro radial

só é conveniente, em termos de larguras das tábuas, quando utilizado para classes

diamétricas acima das utilizadas neste estudo, para que se obtenha tábuas com

maiores larguras e mais próprias para diversos usos. Desta forma, quando se utilizar

toras com diâmetros entre 19 e 30 cm, a forma mais conveniente de se desdobra-las

é através do método tangencial, a fim de se obter peças com larguras mais

homogêneas e maiores.

Muitos autores recomendam o corte radial com uma forma de reduzir

os efeitos das tensões de crescimento. Porém, os mesmos citam que tal sistema, ao

ser utilizado com toras de pequenos diâmetros, originam peças de pequenas

larguras. PANDEY et al. (1984) apud DEL MENEZZII & NAHUZ (1998), utilizando a

técnica de desdobro da tora inicialmente em quatro quadrantes, relataram que tal

técnica é facilmente empregada em toras de grandes diâmetros (+ 1 m), mas se

torna inviável para toras de menores diâmetros.

De acordo com os Anexos 19 e 20, os fatores que influenciaram na

largura na condição verde foram sistema de desdobro, altamente significativo (F =

4714,67; p = 0,00); a classe diamétrica, altamente significativa (F = 375,23; p = 0,00)

e a interação entre sistema de desdobro e classe diamétrica, altamente significativos

(F = 371,04; p = 0,00). Nos Anexos 13 e 14, onde tem-se a análise da largura após a

secagem, observa-se também que o sistema de desdobro (F = 3614,82; p = 0,00), a

classe diamétrica (F = 297,62; p = 0,00) e a interação entre o sistema de desdobro e

a classe diamétrica (F = 219,98; p = 0,00) foram fatores que afetaram esta dimensão

a um nível altamente significativo.

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99

4.3.2 Espessura das tábuas

Analisando-se os resultados de espessura das tábuas (Tabelas 16 e

17), comprova-se a nítida influência do sistema de desdobro sobre os mesmos, tanto

para o E. grandis quanto para o E. dunnii. Tal fato se deve ao ajuste dos

equipamentos, pois na serra múltipla que foi utilizada no desdobro radial, os anéis

separadores dos discos tinham 2,9 cm de espessura e na serra múltipla de dois

eixos utilizada na resserragem dos blocos, os anéis separadores tinham uma

espessura de 2,8 cm. Desta forma, as espessuras nominais foram 29 mm para o

desdobro radial e 28 mm para o desdobro tangencial.

TABELA 16. ESPESSURA DE TÁBUAS VERDES E SECAS A 15% PARA E.

grandis.

Espessura média (cm)

Espessura mínima (cm)

Espessura máxima (cm) Tratamento

Verde Seca

Redução verde/seca

(%) Verde Seca Verde Seca

grandis FT 2,77 2,64 4,69 2,67 2,57 2,85 2,72

grandis GT 2,75 2,65 3,64 2,66 2,52 2,84 2,73

Média 2,76 2,65 4,17 2,67 2,55 2,85 2,73

grandis FR 2,83 2,72 3,89 2,65 2,20 3,00 2,85

grandis GR 2,84 2,71 4,58 2,46 2,32 3,01 2,88

Média 2,84 2,72 4,24 2,56 2,26 3,01 2,87

FT = Tora fina com desdobro tangencial FR = Tora fina com desdobro radial GT = Tora grossa com desdobro tangencial GR = Tora grossa com desdobro radial

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100

TABELA 17. ESPESSURA DE TÁBUAS VERDES E SECAS A 15% PARA E. dunnii.

Espessura média (cm)

Espessura mínima (cm)

Espessura máxima (cm) Tratamento

Verde Seca

Redução verde/seca

(%) Verde Seca Verde Seca

dunnii FT 2,74 2,60 5,11 2,48 2,38 2,83 2,70

dunnii GT 2,75 2,58 6,18 2,64 1,86 3,04 2,70

Média 2,75 2,59 5,65 2,56 2,12 2,94 2,70

dunnii FR 2,83 2,71 4,24 2,67 2,57 3,20 2,87

dunnii GR 2,82 2,69 4,61 2,63 2,47 3,09 2,88

Média 2,83 2,70 4,43 2,65 2,52 3,15 2,88

FT = Tora fina com desdobro tangencial FR = Tora fina com desdobro radial GT = Tora grossa com desdobro tangencial GR = Tora grossa com desdobro radial Um fator importante de ser analisado também é a influência dos

equipamentos utilizados. No caso do desdobro tangencial, as variações na

espessura ocorreram em níveis sensivelmente inferiores ao desdobro radial, ou seja,

a serra múltipla de 2 eixos, utilizada no desdobro tangencial, teve menor variação na

espessura do que a serra múltipla de 1 eixo, utilizada no desdobro radial. Nota-se

também, que nos dois tratamentos, as espessuras médias ficaram abaixo das

espessuras nominais previamente definidas (Tabelas 16 e 17). Segundo MALAN

(1979) apud DEL MENEZZI & NAHUZ (1998) e PAGE (1978) apud DEL MENEZZI &

NAHUZ (1998), com a utilização de cortes simultâneos, ocorre uma liberação

simétrica e simultânea das tensões, produzindo tábuas de medidas mais precisas.

Mesmo assim, ambas as espécies, nas duas classes diamétricas e nos dois

sistemas de desdobro sofreram variações em espessura.

Comparando-se a redução em espessura com a redução em largura

em termos de porcentagem, após a secagem das tábuas, as duas espécies tiveram

comportamentos distintos. Considerando-se os níveis médios, no caso do E. grandis,

as tábuas sofreram uma maior redução na espessura (Tabela 16) do que na largura

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101

(Tabela 14). Já o E. dunnii sofreu uma redução média em espessura de 5,65% no

desdobro tangencial e 4,43% no desdobro radial (Tabela 17). Em relação à largura

esta redução foi superior, ou seja, 6,35% no desdobro tangencial e 7,94% no

desdobro radial (Tabela 15).

Quanto se desdobra madeira de eucalipto através de cortes

sucessivos, após a retirada de cada tábua, a peça que permanece no carro porta

tora sofre deformação por flexão, em função da nova distribuição da tensão residual

ainda presente. Esta deformação resulta em variação na espessura. Segundo DEL

MENEZZI & NAHUZ (1998), a próxima tábua retirada da tora empenada, apresenta

espessura irregular, sendo mais estreita nas extremidades e espessa no centro. No

caso dos dois sistemas de desdobro utilizados neste trabalho, tal fato não ocorreu e

as duas espécies apresentaram pouca variação em espessura em todos os

tratamentos avaliados.

Através dos resultados da análise estatística apresentados nos Anexos

21 e 22 para a espessura na condição verde, observa-se que o fator sistema de

desdobro foi altamente significativo (F= 116,50; p = 0,00). Após a secagem das

tábuas, pode-se observar através dos Anexos 15 e 16 que além do sistema de

desdobro ser altamente significativo (F = 194,80; p = 0,00), o fator espécie (F =

37,13; p = 0,00) e a interação entre sistema de desdobro e espécie (F = 12,43; p =

0,00) também foram fatores de influência altamente significativa. Isto de seve ao fato

de que o E. dunnii, com coeficientes de contração mais elevados, sofreu maior

variação na espessura após a secagem, em comparação com o E. grandis.

4.3.3 Comprimento das tábuas

Na Tabela 18 estão apresentados os resultados de comprimentos

médios mínimos e máximos para o E grandis em cada classes diamétrica para os

dois sistemas de desdobro.

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102

TABELA 18. COMPRIMENTO DE TÁBUAS VERDES OBTIDAS PARA E. grandis.

Tratamento Comprimento

médio (m) Comprimento mínimo (m)

Comprimento máximo (m)

grandis FT 3,065 2,910 3,070

grandis GT 3,055 2,860 3,070

Média 3,060 2,885 3,070

grandis FR 3,042 1,400 3,100

grandis GR 2,692 0,980 3,100

Média 2,867 1,190 3,100

FT = Tora fina com desdobro tangencial FR = Tora fina com desdobro radial GT = Tora grossa com desdobro tangencial

GR = Tora grossa com desdobro radial

Para um comprimento nominal de 3,070 m, estabelecido para os

tratamentos que utilizaram o desdobro tangencial, a média de comprimento foi de

3,060 m, sendo que o tratamento grandis FT apresentou a maior média, por

apresentar comprimento mínimo superior ao tratamento grandis GT (Tabela 18).

Para um comprimento nominal de 3,100 m, os tratamentos que utilizaram o sistema

de desdobro radial apresentaram um comprimento médio inferior aos outros

tratamentos, que foi de 2,867 m, onde o tratamento grandis GR teve peças com

comprimentos menores. Desta forma, verifica-se para a espécie a grande influência

que o sistema de desdobro teve sobre o comprimento das tábuas obtidas.

No caso do E. grandis, a influência dos fatores espécie e interação

entre espécie e sistema de desdobro, mesmo sendo estatisticamente significativa,

não pode ser confirmada, em função de uma variabilidade operacional que ocorreu

no desdobro radial. O fato do menor comprimento nos tratamentos que utilizaram

este sistema de desdobro, foi devido à técnica utilizada na operação de refilagem.

Como as tábuas apresentavam elevadas flechas de arqueamento, os operadores

diminuíam seus comprimentos para posteriormente, executarem a operação de

refilo. Como esta operação foi realizada por três diferentes equipes, cada operador

teve um critério para reduzir o comprimento das peças. Ainda no caso do tratamento

grandis FR, em função de um corte de energia elétrica na indústria onde estava

sendo realizada a pesquisa e da necessidade de se realizar a medição das tábuas

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103

com teor de umidade acima o ponto de saturação das fibras, este tratamento foi

enviado à serraria da Universidade Federal do Paraná, onde as peças foram

refiladas sem a redução de seus comprimentos, desta forma podendo dar um falso

resultado sobre a influência da espécie.

A marcante influência do sistema de desdobro sobre o comprimento

médio das peças também foi verificada para o E. dunnii. No desdobro tangencial as

duas classes diamétricas não apresentaram variação no comprimento, e todas as

tábuas apresentaram um comprimento de 3,070 m. No sistema de desdobro radial,

novamente foi notada a variação no comprimento para as duas classes diamétricas,

onde foram observados comprimentos mínimos de 0,68 m e 0,66 m para os

tratamentos dunnii FR e dunnii GR (Tabela 19).

TABELA 19. COMPRIMENTO DE TÁBUAS VERDES OBTIDAS PARA E. dunnii.

Tratamento Comprimento

médio (m) Comprimento mínimo (m)

Comprimento máximo (m)

dunnii FT 3,070 3,070 3,070

dunnii GT 3,070 3,070 3,070

Média 3,070 3,070 3,070

dunnii FR 2,456 0,680 3,100

dunnii GR 2,518 0,660 3,100

Média 2,487 0,670 3,100

FT = Tora fina com desdobro tangencial FR = Tora fina com desdobro radial GT = Tora grossa com desdobro tangencial

GR = Tora grossa com desdobro radial

Nas Figura 20 e 21, são apresentadas as freqüências de comprimentos

para o E. grandis e E. dunnii, em função do sistema de desdobro utilizado. Pode-se

notar que os tratamentos grandis FT e grandis GT apresentaram 98% das peças

com comprimentos acima de 3,00m e os tratamentos dunnii FT e dunnii GT

apresentaram 100% das tábuas com comprimentos nesta classe de comprimento.

Porém, nos tratamentos que utilizaram desdobro radial, a frequência de tábuas com

comprimentos inferiores a 3 m foi marcante em alguns casos. Para o E. grandis, no

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104

tratamento grandis FR, aproximadamente 97% das peças apresentaram

comprimentos acima de 3 m e no tratamento grandis GR, aproximadamente 20%

das tábuas foram comprimentos inferiores a 3 m (Figura 20). Já para o E. dunnii, a

variação nos comprimentos das tábuas foi mais marcante. Nos tratamentos com

desdobro tangencial (dunnii FT e GT), todas as tábuas apresentaram comprimentos

superiores a 3 m. Já nos tratamentos com desdobro radial, a frequência de tábuas

com comprimentos inferiores a 3 m (Figura 21) foi maior que para o E. grandis. No

tratamento dunnii FR, aproximadamente 31% das tábuas tiveram comprimentos

entre 1 e 2 m e 48% entre 2 e 3 m. Desta forma, somente 17,5% das tábuas tiveram

comprimentos superiores a 3 m. No tratamento dunnii GR, aproximadamente 28%

das tábuas foram da classe de comprimento entre 1 e 2 m, 41% da classe de

comprimento entre 2 e 3 m e somente 29% das tábuas foram da classe de

comprimento acima de 3 m.

FIGURA 20. DISTRIBUIÇÃO DE FREQÜÊNCIAS POR CLASSES DE COMPRIMENTO, PARA TÁBUAS SERRADAS VERDES DE E. grandis.

0

10

2030

4050

60

708090

100

até 1,00 1.01 - 2,00 2,01 - 3,00 3,01 - 3,10

Classes de comprimento (m)

Porc

enta

gem

de tábuas

grandis FT grandis GTgrandis FR grandis GR

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105

FIGURA 21. DISTRIBUIÇÃO DE FREQÜÊNCIAS POR CLASSES DE COMPRIMENTO, PARA TÁBUAS SERRADAS VERDES DE E. dunnii.

010

20304050607080

90100

até 1,00 1.01 - 2,00 2,01 - 3,00 3,01 - 3,10

Classes de comprimento (m)

Po

rce

nta

ge

m d

e t

áb

ua

s

dunnii FT dunnii GT dunnii FR dunnii GR

Em função destes resultados, pode-se confirmar que a forma de

desdobro para as duas espécies estudas, afeta no comprimento das tábuas. Quando

se utiliza desdobro tangencial, o comprimento das tábuas é mais homogêneo que

quando se utiliza desdobro radial. Dentro do desdobro radial, pode-se notar também

uma variação entre tratamentos, o que foi provocado pela forma de operação, ou

seja, em função das diferentes equipes que participaram das operações de refilo e

destopo das tábuas. Em função das excessivas flechas de arqueamento, muitas

peças tiveram seus comprimentos reduzidos para posteriormente serem refiladas.

Sendo assim, ao se utilizar o desdobro radial para as duas espécies estudadas tem-

se uma ocorrência grande de tábuas com comprimentos baixos, além da grande

variação nesta medida.

Através da análise estatística apresentada nos Anexos 23 e 24, pode

verificar que para o comprimento na condição verde, os fatores espécie (F= 107,69;

p = 0,00), sistema de desdobro (F = 474,08; p = 0,00), classe diamétrica (F = 17,68;

p = 0,00) e todas as interações, inclusive a interação tripla (F = 31,70; p = 0,00),

influenciaram no comprimento a um nível altamente significante.

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106

4.4 AVALIAÇÃO DOS DEFEITOS

Os principais defeitos avaliados foram arqueamento, encurvamento,

rachaduras e encanoamento. Defeitos como colapso, “kino veins” e cerne

quebradiço, ocorreram em pouca freqüência e não foram avaliados. Os nós e a

presença de esmoado foram avaliados somente no momento da separação das

peças em classes de qualidade. O fato de não ter ocorrido colapso se deve

principalmente à secagem lenta a que foram submetidas as tábuas.

O arqueamento, o encanoamento e as rachaduras foram avaliados

logo após o desdobro, com a peças ainda na condição verde, a fim de se analisar a

influência das tensões de crescimento no momento do desdobro das toras. Após a

secagem, os defeitos foram novamente avaliados para se analisar o efeito da

redução do teor de umidade da peças.

4.4.1 Arqueamento

Com as peças ainda verdes, a ocorrência de arqueamento foi freqüente

em alguns tratamentos. Os tratamentos que utilizaram o desdobro radial, logo após a

obtenção das tábuas, apresentaram elevadas flechas e frequências de

arqueamento, quando comparados com os tratamentos com desdobro tangencial.

Na Tabela 20, são apresentados os resultados de arqueamento para o

E. grandis, com as tábuas ainda na condição verde e após a secagem. Pode-se

observar a grande influência do sistema de desdobro sobre a intensidade deste

defeito, logo após o desdobro. Enquanto que no sistema de desdobro tangencial, o

arqueamento médio foi de 0,15 mm/m, no sistema de desdobro radial este foi de

7,78 mm/m. Ao se analisar a freqüência, nota-se também a maior ocorrência de

arqueamento no desdobro radial, onde 90,57% das tábuas apresentaram este

defeito. Já nos desdobro tangencial, somente 6,22% das tábuas apresentaram

arqueamento.

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TABELA 20. RESULTADOS DE ARQUEAMENTO (mm/m) EM TÁBUAS DE E. grandis, NA CONDIÇÃO VERDE E APÓS SECAGEM A 15% DE UMIDADE.

Tábuas verdes Tábuas secas

Tratamento Arqueamento

médio (mm/m)

Arqueamento máximo (mm/m)

% de peças que apresentaram o

defeito

Arqueamento médio

(mm/m)

Arqueamento máximo (mm/m)

% de peças que apresentaram o

defeito

grandis FT 0,21 2,61 10,00 0,27 2,61 10,00

grandis GT 0,09 0,50 2,44 0,26 0,88 2,44

Média 0,15 1,56 6,22 0,27 1,75 6,22

grandis FR 8,18 18,27 87,61 11,84 21,69 91,82

grandis GR 7,37 19,60 93,53 10,32 25,19 94,12

Média 7,78 18,94 90,57 11,08 23,44 92,97

FT = Tora fina com desdobro tangencial FR = Tora fina com desdobro radial GT = Tora grossa com desdobro tangencial GR = Tora grossa com desdobro radial

Após a secagem das tábuas, pode-se verificar que nos tratamentos

que utilizaram desdobro tangencial (grandis FT e GT), a porcentagem de peças

afetadas por este defeito, manteve-se igual à porcentagem para as peças na

condição verde. Porém, as flechas de arqueamento foram maiores, demonstrando

que, apesar de as tábuas apresentarem uma pequena incidência de arqueamento

no momento do desdobro, estas continuaram a arquear, durante o processo de

perda de umidade. O arqueamento médio que era de 0,15 mm/m para as tábuas

verdes, passou para 0,27 mm/m após a secagem das mesmas (Tabela 20). Os

tratamentos que utilizaram desdobro radial apresentaram a mesma tendência que os

tratamentos com desdobro tangencial, ou seja, o arqueamento médio que era de

7,78 mm/m elevou-se para 11,08 mm/m após a secagem das tábuas. Quanto à

porcentagem de peças que apresentaram arqueamento, esta não aumentou após a

secagem, demonstrando que este defeito se manifesta durante o desdobro das toras

(Tabela 20).

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108

O E. dunnii também apresentou a mesma tendência observada para o

E. grandis. Os tratamentos com desdobro tangencial apresentaram um arqueamento

médio de 0,23 mm/m e os tratamentos com desdobro radial, um arqueamento médio

de 4,78 mm/m. PEREIRA et al. (1999), testando dois métodos de desdobro para o E.

dunnii, onde foram obtidas tábuas tangenciais em maior proporção, observaram num

dos métodos, uma ocorrência de um arqueamento médio de 4,27 mm/m, valor este,

próximo do encontrado para o desdobro radial. Em relação à freqüência deste

defeito, esta teve uma média de 4,40% para o desdobro tangencial e de 75,03%

para o desdobro radial (Tabela 21).

TABELA 21. RESULTADOS DE ARQUEAMENTO (mm/m) EM TÁBUAS DE E.

dunnii, NA CONDIÇÃO VERDE E APÓS SECAGEM A 15% DE UMIDADE.

Tábuas verdes Tábuas secas

Tratamento Arqueamento

médio (mm/m)

Arqueamento máximo (mm/m)

% de peças que apresentaram o

defeito

Arqueamento médio

(mm/m)

Arqueamento máximo (mm/m)

% de peças que apresentaram o

defeito

dunnii FT 0,28 4,89 6,80 0,86 6,03 6,82

dunnii GT 0,18 0,71 2,00 0,24 0,75 2,00

Média 0,23 2,80 4,40 0,55 3,39 4,41

dunnii FR 4,80 14,00 77,69 7,25 23,73 85,12

dunnii GR 4,75 15,46 72,37 7,25 23,86 86,93

Média 4,78 14,73 75,03 7,25 23,80 86,03

FT = Tora fina com desdobro tangencial FR = Tora fina com desdobro radial GT = Tora grossa com desdobro tangencial GR = Tora grossa com desdobro radial

Após a secagem, o E. dunnii, também apresentou a mesma tendência

apresentada pelo E. grandis. O arqueamento médio para as tábuas desdobro

tangencialmente passou de 0,23 mm/m para 0,55 mm/m após a secagem. No

desdobro radial, este defeito passou de 4,78 mm/m para 7,25 mm/m (Tabela 21).

Confrontando-se os resultados das Tabelas 20 e 21, onde é possível

se comparar as duas espécies, verifica-se que a espécie E. grandis apresentou

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109

arqueamentos médios e freqüências superiores ao E. dunnii para no sistema de

desdobro radial. Os arqueamentos máximos ocorreram nos tratamentos grandis FR

e GR, sendo de 18,27 mm/m e 19,60 mm/m, respectivamente (Tabela 20). O

tratamento dunnii GT apresentou a menor freqüência de ocorrência de arqueamento,

onde somente 2% das tábuas apresentaram este defeito (Tabela 21).

Os resultados obtidos estão de acordo com GARCIA (1995) apud DEL

MENEZZI & NAHUZ (1998), o qual observou que as tábuas que são retiradas de

cortes radiais tendem a apresentar arqueamento logo após o desdobro, e assim tais

peças só são endireitadas após usinagem.

Em relação à frequência de peças afetadas pelo arqueamento, os

tratamentos com desdobro tangencial, tanto para E. grandis quanto para E. dunnii,

não apresentaram alteração da porcentagem de peças após a secagem. Já no caso

do desdobro radial, as duas espécies apresentaram uma elevação na porcentagem

de peças afetadas por este defeito (Tabelas 20 e 21). Porém, a manifestação deste

defeito está mais associada às tensões ainda presentes nas tábuas do que ao

processo de secagem. SHARMA et al. (1995) apud DEL MENEZZI & NAHUZ (1998),

ao desdobrar Eucalyptus tereticornis pelo método de quarteamento da tora,

observaram que já na preparação da tora, o quadrante obtido sofria apreciável

empenamento ainda na serra. Porém, os autores ressaltaram que as tábuas obtidas

apresentavam bom comportamento na secagem e que o arqueamento inicialmente

presente não se agravou no processo de secagem.

Nas Figuras 22 e 23, pode-se observar os diferentes comportamentos,

em relação ao arqueamento, nos dois diferentes sistemas de desdobro. Na Figura

22, observa-se tábuas de E. grandis desdobradas pelo método radial, apresentando

logo após o desdobro, elevado arqueamento. Na Figura 23, pode-se observar o

menor efeito do arqueamento, também em tábuas de E. grandis, porém

desdobradas pelo método tangencial, já na condição seca.

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110

FIGURA 22. ARQUEAMENTO E RACHADURAS EM TÁBUAS DE E. grandis, OBTIDAS POR DESDOBRO RADIAL, AINDA NA CONDIÇÃO ÚMIDA.

FIGURA 23. TÁBUAS DE E. grandis, OBTIDAS POR DESDOBRO TANGENCIAL,

SEM OCORRÊNCIA DE ARQUEAMENTO, APÓS CLASSIFICAÇÃO.

Os fatores que influenciaram na intensidade do arqueamento nas

peças ainda na condição verde e que foram estatisticamente significativos (Anexos 7

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111

e 8) foram a espécie (F = 93,30; p = 0,00), o sistema de desdobro (F= 1628,59; p =

0,00) e a interação entre espécie e sistema de desdobro (F= 103,98; p = 0,00). Após

a secagem das tábuas os fatores espécie (F = 67,16; p = 0,00), sistema de desdobro

(F = 1631,74; p = 0,00) e a interação entre espécie e sistema de desdobro (F =

90,09; p = 0,00) continuaram sendo estatisticamente altamente significativos. Além

destes fatores, a classe diamétrica (F = 6,18; p = 0,02) e a interação tripla entre os

fatores (F = 6,02; p = 0,02) foram significativos (Anexos 1 e 2).

4.4.2 Encurvamento

Na Tabela 22, são apresentados os resultados referentes ao

encurvamento das peças para o E. grandis. Pode-se observar que logo após o

desdobro, as tábuas já apresentaram encurvamento, com uma média de 59,06% de

peças apresentando este defeito para o desdobro tangencial e 68,05% para o

desdobro radial, logo após o processamento das toras. DEL MENEZZI (1999),

encontrou para o E. grandis, uma média de aproximadamente 88% das tábuas

apresentando encurvamento logo após o desdobro.

TABELA 22. RESULTADOS DE ENCURVAMENTO PARA TÁBUAS DE E. grandis.

Tábuas verdes Tábuas secas

Tratamento

Encurvamento médio(mm/m)

Encurvamento máximo(mm/m)

% de peças que apresentaram o

defeito Encurvamento médio(mm/m)

Encurvamento máximo(mm/m)

% de peças que apresentaram o

defeito

grandis FT 2,63 9,77 57,14 1,65 6,68 54,00

grandis GT 1,89 4,23 60,98 0,75 3,26 34,88

Média 2,26 7,00 59,06 1,20 4,97 44,44

grandis FR 4,30 17,94 69,91 2,28 9,38 52,73

grandis GR 3,27 14,19 66,19 1,85 13,86 42,65

Média 3,79 16,07 68,05 2,07 11,62 47,69

FT = Tora fina com desdobro tangencial FR = Tora fina com desdobro radial GT = Tora grossa com desdobro tangencial GR = Tora grossa com desdobro radial

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112

Em relação ao encurvamento médio, os tratamentos com desdobro

tangencial apresentaram um valor médio de 2,26 mm/m e os tratamentos com

desdobro radial apresentaram um valor médio de 3,79 mm/m. Para ambos os

sistemas de desdobro, os resultados obtidos estão abaixo dos encontrados por DEL

MENEZZI (1999), que para o E. grandis, encontrou um encurvamento médio de 5,65

mm/m. Em termos de encurvamento máximo, verifica-se que o desdobro radial

gerou peças com encurvamentos máximos bem superiores ao desdobro tangencial.

Nos tratamentos grandis FR e GR, os encurvamentos máximos foram 17,94 mm/m e

14,19 mm/m. Já nos tratamentos grandis FT e GT, estes foram de 9,77 mm/m e 4,23

mm/m, respectivamente (Tabela 22).

Analisando-se a classe diamétrica, verifica-se que os tratamentos de

classe diamétrica de 19 a 24 cm (grandis FT e FR), apresentaram um encurvamento

médio superior aos tratamentos grandis GT e GR, de classe diamétrica de 25 a 30

cm (Tabela 22). Tal tendência também foi verificada em relação ao encurvamento

máximo, cujos valores mais altos também foram observados para os tratamentos

grandis FT e FR (Tabela 22).

Na Tabela 23, são apresentados os resultados de encurvamento

obtidos para o E. dunnii. Apesar do tratamento dunnii FT, onde a freqüência de

ocorrência foi de 72,73% das tábuas logo após o desdobro, a espécie apresentou

resultados inferiores ao E. grandis. No desdobro tangencial, a frequência foi de

47,91% das tábuas com empenamento e para o desdobro radial, o valor foi de

64,57%.

Para o E. dunnii, seguindo a mesma tendência observado para o E.

grandis, a classe diamétrica de 19 a 24 cm, apresentou encurvamentos médios

superiores para ambos os sistemas de desdobro. Em relação ao encurvamento

máximo observado, da mesma maneira que no E. grandis, o desdobro radial

apresentou resultados máximos superiores ao desdobro tangencial (Tabela 23).

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TABELA 23 RESULTADOS DE ENCURVAMENTO PARA TÁBUAS DE E. dunnii.

Tábuas verdes Tábuas secas

Tratamento

Encurvamento médio (mm/m)

Encurvamento máximo(mm/m)

% de peças que apresentaram o

defeito Encurvamento médio (mm/m)

Encurvamento máximo (mm/m)

% de peças que apresentaram o

defeito

dunnii FT 3,74 7,17 72,73 1,47 4,07 40,74

dunnii GT 0,96 6,51 23,08 0,79 3,58 35,19

Média 2,35 6,84 47,91 1,13 3,83 37,97

dunnii FR 2,90 13,46 68,60 1,93 9,83 54,55

dunnii GR 2,53 14,83 60,53 0,77 9,76 22,22

Média 2,72 14,15 64,57 1,35 9,80 38,39

FT = Tora fina com desdobro tangencial FR = Tora fina com desdobro radial GT = Tora grossa com desdobro tangencial GR = Tora grossa com desdobro radial

De acordo com a Tabela 23, os resultados obtidos para o E. dunnii, em

relação ao encurvamento, estão próximos dos encontrados por PEREIRA et al.

(1999), que trabalhando com duas procedências desta espécie em dois sistemas de

desdobro tangencial, obtiveram como encurvamentos médios para as tábuas os

valores de 3,21 mm/m e 2,96 mm/m. Pode-se observar que somente o tratamento

dunnii GT apresentou um resultado distante dos encontrados por PEREIRA et al.

(1999).

Após a secagem das peças, houve uma redução no encurvamento

médio para todos os tratamentos nas duas espécies estudadas. Observou-se uma

redução na porcentagem de peças com encurvamento, no encurvamento médio

para os dois sistemas de desdobro e no encurvamento máximo, também para os

dois sistemas de desdobro. Tal fato pode ser explicado pela restrição que é imposta

às tábuas durante o seu gradeamento e processo de secagem. Tal restrição

associado à pressão exercida sobre as camadas das pilhas de tábuas, faz com que

o encurvamento seja amenizado. DEL MENEZZI (1999), trabalhando com E.

cloeziana e E. grandis, também verificou uma redução neste defeito após a secagem

das peças.

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114

Pode-se observar que tanto para o E. grandis quanto para o E. dunnii,

o encurvamento foi mais freqüente e mais intenso nas tábuas desdobradas

radialmente (Tabelas 22 e 23). Segundo PONCE (1995), os empenamentos no

plano das faces são defeitos mais comuns e mais freqüentes em peças desdobradas

tangencialmente. Tal fato não foi observado para as duas espécies estudadas.

Através da análise estatística, verificou-se que todos os fatores

influenciaram no defeito encurvamento na condição verde, sendo a espécie (F =

6,72; p = 0,014) um fator significativo e os fatores sistema de desdobro (F = 24,64; p

= 0,00), a classe diamétrica (F = 41,57; p = 0,00), a interação espécie e sistema de

desdobro (F = 9,17; p = 0,00), sistema de desdobro e classe diamétrica (F = 7,74; p

= 0,00) e a interação tripla entre os fatores (F = 12,55; p = 0,00), foram todos

altamente significativos (Anexos 9 e 10). Após a secagem, somente os fatores

sistema de desdobro (F = 10,65; p = 0,00) e classe diamétrica (F = 22,58; p = 0,00)

exerceram influência altamente significativa sobre o encurvamento (Anexos 3 e 4).

4.4.3 Rachaduras

A ocorrência de rachaduras nas peças foi muito freqüente e afetou uma

grande quantidade de tábuas, fazendo com que as mesmas fossem desclassificadas

no momento da separação em classes de qualidade. Tanto no sistema de corte

tangencial quanto no sistema de corte radial, todas as peças centrais, contendo a

medula, apresentaram rachaduras, e aproximadamente 50% das mesmas tiveram

toda a superfície rachada logo após o desdobro (Figura 24). Segundo SKOLMEM

(1974) apud DEL MENEZZI & NAHUZ (1998), as tábuas retiradas próximo ao centro

da tora apresentaram excessivo rachamento longitudinal. DEL MENEZZI (1999),

também verificou que rachaduras totais, ou seja, com extensão superior a 40% do

comprimento da tábua, foram mais frequentes naquelas próximas à medula.

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115

FIGURA 24. TÁBUAS DE E. grandis LOGO APÓS O DESDOBRO, COM PEÇAS CENTRAIS APRESENTANDO RACHADURAS EM QUASE TODO O COMPRIMENTO.

Na Tabela 24, estão apresentados os resultados das somatórias de

rachaduras nas tábuas de E. grandis, logo após o desdobro das mesmas, ainda na

condição verde. Pode-se observar que todos os tratamentos apresentaram tábuas

com suas superfícies inteiramente rachadas. Os tratamentos com desdobro

tangencial apresentaram, logo após o desdobro, uma média de 93,68% das peças

com rachaduras. Já os tratamentos com desdobro radial, apresentaram uma média

de 40,44% das peças rachadas. Este resultado é devido às técnicas utilizadas para

os dois sistemas de desdobro. Enquanto que no desdobro tangencial as tábuas

foram destopadas em um comprimento padrão, sem a eliminação das rachaduras,

no desdobro radial, as peças tiveram parte das rachaduras retiradas durante a

operação de refilo, na própria serra refiladeira. Este procedimento também refletiu na

porcentagem de peças afetadas por este defeito, onde na somatória das rachaduras

as peças desdobradas tangencialmente apresentaram uma média de 19,08% do

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116

comprimento afetado por rachaduras e, no caso do desdobro radial, esta média foi

de 6,94% (Tabela 24).

TABELA 24. RESULTADOS DAS SOMATÓRIAS DE RACHADURAS, EM

PORCENTAGEM PARA TÁBUAS VERDES E APÓS SECAGEM A 15% DE UMIDADE PARA E. grandis.

Tábuas verdes Tábuas secas

Tratamento Somatória das

rachaduras média (%)

Somatória das rachaduras máxima (%)

% de peças que apresentaram o

defeito

Somatória das rachaduras média (%)

Somatória das rachaduras máxima (%)

% de peças que apresentaram o

defeito

grandis FT 14,65 100,00 89,80 30,08 100,00 96,00

grandis GT 23,51 100,00 97,56 35,41 100,00 97,67

Média 19,08 100,00 93,68 32,75 100,00 96,84

grandis FR 7,03 100,00 36,28 7,81 100,00 39,36

grandis GR 6,84 100,00 44,60 5,72 100,00 66,18

Média 6,94 100,00 40,44 6,77 100,00 52,77

FT = Tora fina com desdobro tangencial FR = Tora fina com desdobro radial GT = Tora grossa com desdobro tangencial GR = Tora grossa com desdobro radial

Comparando-se os resultados antes e após a secagem, verifica-se que

as tábuas de E. grandis continuaram desenvolvendo rachaduras durante a redução

da umidade. Estes resultados estão de acordo com DEL MENEZZI (1999), que

trabalhando com E. grandis também observou um aumento nas rachaduras das

tábuas após a secagem das mesmas. O tratamento grandis GR (desdobro radial) foi

o que apresentou o maior aumento na porcentagem de peças que apresentaram

rachaduras e o tratamento grandis GT (desdobro tangencial) permaneceu

praticamente com a mesma porcentagem de peças com rachaduras encontradas na

avaliação das tábuas verdes (Tabela 24). Em função do aumento de 44,60% de

peças com rachaduras na condição verde para 66,18% para a condição seca no

tratamento grandis GR, houve uma queda na somatória média de rachaduras de

6,84% verde para 5,72% na condição seca. Em relação ao sistema de desdobro, os

tratamentos com desdobro tangencial continuaram apresentando os maiores índices.

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117

Na Tabela 25, observa-se os resultados de somatórias das rachaduras,

em porcentagem, para as tábuas de E. dunnii obtidas nos dois sistemas de

desdobro. Da mesma maneira que para o E. grandis, o sistema de desdobro foi o

fator que mais afetou a porcentagem das rachaduras. Os tratamentos que utilizaram

o desdobro tangencial apresentaram tábuas 100% rachadas, o que não ocorreu para

o desdobro radial. Além da técnica utilizada, este resultado também foi afetado em

função das três diferentes equipes responsáveis pelas operações de refilo e

destopo.

TABELA 25. RESULTADOS DAS SOMATÓRIAS DE RACHADURAS, EM PORCENTAGEM PARA TÁBUAS VERDES E APÓS SECAGEM A 15% DE UMIDADE PARA E. dunnii.

Tábuas verdes Tábuas secas

Tratamento Somatória das

rachaduras média (%)

Somatória das rachaduras máxima (%)

% de peças que apresentaram o

defeito

Somatória das rachaduras média (%)

Somatória das rachaduras máxima (%)

% de peças que apresentaram o

defeito

dunnii FT 29,67 100,00 79,55 31,72 100,00 79,55

dunnii GT 29,82 100,00 88,89 45,18 100,00 88,89

Média 30,77 100,00 84,22 37,43 100,00 84,22

dunnii FR 3,48 78,49 11,57 2,04 100,00 14,88

dunnii GR 1,63 72,58 8,55 1,88 100,00 8,55

Média 2,56 75,54 10,06 1,96 100,00 11,72

FT = Tora fina com desdobro tangencial FR = Tora fina com desdobro radial GT = Tora grossa com desdobro tangencial GR = Tora grossa com desdobro radial

Em relação à espécie, verifica-se que o E. dunnii apresentou

somatórias médias de rachaduras superiores ao E. grandis, no desdobro tangencial

e inferiores no desdobro radial. Porém, a porcentagem de peças que apresentaram

rachaduras foi menor para o E. dunnii nos dois sistemas de desdobro, onde o

tratamento dunnii GR teve os menores índices (Tabela 25).

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Analisando-se os sistemas de desdobro, observa-se que no desdobro

tangencial todos os tratamentos apresentaram porcentagens médias de rachaduras

superiores aos tratamentos que utilizaram desdobro radial onde as rachaduras

máximas encontradas foram de 100% para todos os tratamentos. No desdobro

radial, o E. dunnii não apresentou peças com 100% de rachaduras máximas nos

dois tratamentos. O fato de uma menor ocorrência de rachaduras nos tratamentos

com desdobro radial, deve-se principalmente ao fato de que a manifestação das

tensões é mais forte nas peças centrais, no momento da passagem na serra fita.

Segundo BOOTLE (1983) apud DEL MENEZZI & NAHUZ (1998), peças radiais,

além de outras vantagens geralmente são menos suscetíveis ao fendilhamento.

Outro fator é que muitas peças que apresentaram rachaduras tiveram seus

comprimentos reduzidos e, consequentemente este defeito foi reduzido na operação

de destopo, fato que não pode ser controlado, devido à rapidez do processo de

desdobro realizado na serraria. PEREIRA et al. (1999), avaliando o desdobro de E.

dunnii, também determinaram que os comprimentos das rachaduras estão

estreitamente ligados aos aspectos tecnológicos, como a operação de destopo.

Após a secagem das tábuas, o E. dunnii manteve a mesma

porcentagem de peças afetadas por rachaduras no desdobro tangencial e no

desdobro radial, a alteração média não chegou a 1% de diferença. Desta forma,

pode-se dizer que em termos de porcentagem de peças apresentando rachaduras, o

E. dunnii manteve-se estável após a secagem das tábuas. Em relação ao aumento

da somatória das rachaduras, somente o tratamento dunnii GT, teve aumento

significativo em relação às tábuas na condição verde. Os demais tratamentos

mantiveram seus índices de rachaduras estáveis. O tratamento dunnii FR teve uma

pequena diminuição na somatória de rachaduras média. Os tratamentos dunnii FR e

GR, que não haviam apresentado tábuas 100% rachadas na condição verde,

passaram a apresentar após a secagem das mesmas.

Analisando-se a ocorrência de tábuas totalmente rachadas, verifica-se

que a espécie E. dunnii apresentou um índice elevado nos tratamentos com

desdobro tangencial, sendo 27,27% das tábuas totalmente rachadas para o

tratamento dunnii FT e 19,23% para o tratamento dunnii GT. Já no desdobro radial, a

espécie não apresentou peças totalmente rachadas. No caso do E. grandis, quanto

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119

à ocorrência de peças totalmente rachadas, esta espécie teve comportamento

similar nos dois tipos de desdobro (Tabela 26).

TABELA 26. OCORRÊNCIA DE PEÇAS TOTALMENTE RACHADAS, EM PORCENTAGEM PARA AS ESPÉCIES E. grandis E E. dunnii.

Tratamento Peças totalmente rachadas

(%)

grandis FT 2,00

grandis GT 4,88

dunnii FT 27,27

dunnii GT 19,23

grandis FR 2,65

grandis GR 1,44

dunnii FR 0

dunnii GR 0

FT = Tora fina com desdobro tangencial FR = Tora fina com desdobro radial GT = Tora grossa com desdobro tangencial GR = Tora grossa com desdobro radial

Analisando-se as duas espécies, pode-se dizer que o E. dunnii

apresentou menor aumento nas rachaduras durante a secagem das tábuas, quando

comparado ao E. grandis. Desta forma, pode-se dizer que para o E. dunnii, a

manifestação das tensões de crescimento, em relação às rachaduras nas tábuas,

ocorre mais intensamente logo após o desdobro das toras. Para o E. grandis, estas

manifestações continuaram se desenvolvendo com maior intensidade, pelo menos

nos tratamentos com desdobro tangencial.

Os fatores que afetaram na maior ou menor ocorrência de rachaduras

nas tábuas logo após o desdobro foram a espécie (estatisticamente significativo; F =

5,06; p = 0,03), o sistema de desdobro (altamente significativo; F = 154,19; p = 0,00)

e a interação entre espécie e sistema de desdobro (altamente significativo; F =

24,46; p = 0,00), conforme descrição nos Anexos 11 e 12. Após a secagem das

tábuas, os fatores que afetaram a ocorrência de rachaduras nas peças foram o

sistema de desdobro (F = 555,37; p = 0,00), a classe diamétrica (F = 12,68; p =

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0,00), a interação entre a espécie e o sistema de desdobro (F = 13,21; p = 0,00) e a

interação sistema de desdobro e classe diamétrica (F = 19,58; p = 0,00), sendo

todos altamente significativos (Anexos 5 e 6). Desta maneira, observa-se que a

classe diamétrica, fator que não havia influenciado nas rachaduras antes da

secagem das tábuas, tornou-se um fator de influências após estas serem

submetidas à secagem.

4.4.4 Encanoamento

O encanoamento não foi observado em nenhum dos tratamentos na

condição verde, o que já era esperado, pois este defeito está associado às

diferenças de contração entre os planos tangencial e radial. Após a secagem, este

defeito foi observado somente no E. dunnii, no sistema de desdobro tangencial. Na

Tabela 27, verifica-se que em média 58,33% das tábuas de E. dunnii, serradas

tangencialmente, apresentaram este defeito.

TABELA 27. RESULTADOS DE ENCANOAMENTO (mm) PARA TÁBUAS SECAS DE E. dunnii.

Tratamento Encanoamento

médio (mm)

Encanoamento máximo

(mm)

% de peças que

apresentaram o defeito

dunnii FT 2,09 6,00 64,81

dunnii GT 1,41 4,00 51,85

Média 1,75 5,00 58,33

FT = Tora fina com desdobro tangencial FR = Tora fina com desdobro radial GT = Tora grossa com desdobro tangencial GR = Tora grossa com desdobro radial

O tratamento dunnii FT apresentou um encanoamento médio de 2,09

mm e o tratamento dunnii GT um encanoamento médio de 1,41 mm, com valor

médio de 1,75 mm para os dois tratamentos. Tal comportamento é devido a uma

maior contração da tábua no sentido da largura. Desta forma, o E. dunnii por

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121

apresentar maior contração tangencial do que o E. grandis, poderia estar mais

suscetível a este defeito. Um outro fator que influencia na ocorrência de

encanoamento é a Anisotropia de contração, onde os resultados encontrados para o

E. dunnii foram superiores ao E. grandis. Segundo PONCE (1995), o encanoamento

é um defeito decorrente da grande diferença entre a contração radial e contração

tangencial, o que pode ser contornado durante o empilhamento adequado durante a

secagem. De fato, as diferenças de contração entre os planos tangencial e radial

foram maiores para o E. dunnii do que para o E. grandis. Porém, esta diferença não

foi tão marcante de modo a isentar o E. grandis deste defeito. Desta forma,

utilizando-se da afirmação de PONCE (1995), que o empilhamento adequado pode

contornar este defeito, o E. grandis pode não ter sofrido encanoamento em função

de que as pilhas desta espécie foram colocadas sob as pilhas de E. dunnii durante o

processo de secagem. As pilhas de E. dunnii também receberam restrição através

do peso de outras pilhas de madeiras que se encontravam juntas na estufa. Porém

este peso pode ter sido insuficiente para impedir o encanoamento das tábuas.

Vários autores mencionam o encanoamento como um defeito

constante e intenso em tábuas de Eucalyptus, principalmente as desdobradas

tangencialmente. PANDEY et al. (1984) apud DEL MENEZZI (1999), ao serrar

eucalipto com corte tangencial balanceado, observaram que tábuas contendo a

medula apresentaram durante a secagem fendas superficiais acompanhadas de um

moderado a severo encanoamento.

4.4.5 Colapso

Para muitos pesquisadores, o colapso é um defeito freqüente e muitas

vezes, fator limitante no uso de determinadas espécies de eucalipto para obtenção

de madeira serrada.

Segundo PONCE (1995), o colapso é um grande limitante ao uso da

madeira, sendo que espécies com essa tendência apresentam menor rendimento e

exigem programas de secagem muito mais elaborados que as demais, quando

secas em estufas, necessitando tratamentos de condicionamento. Para o autor, nos

eucaliptos em geral, parece haver mais tendência a colapso nas espécies de média

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122

densidade e menor tendência naquelas de baixa e alta densidade. Estudando

madeira serrada de E. grandis, o autor encontrou diferenças de intensidade de

colapso entre madeiras de diferentes florestas da espécie.

Neste trabalho, alguns fatores foram decisivos para a não ocorrência

de colapso. Primeiramente, as tábuas permaneceram por 7 dias gradeadas para a

tomadas de medidas na condição verde. Após as medições, estas tábuas foram

gradeadas e mantidas em uma pré-secagem sob cobertura por 15 dias para

homogenização dos teores de umidade, sendo posteriormente levadas à secagem

em estufa. Este período de permanência no pré-secador, onde houve uma

homogenização dos teores de umidades das tábuas, foi primordial para a não

ocorrência de colapso. Na estufa, as tábuas das duas espécies estudadas foram

colocadas juntamente com pilhas de pau marfim, a fim de se ocupar a estufa

adequadamente. Desta maneira, o programa de secagem foi lento e a baixas

temperaturas.

Em função dos procedimentos de pré-secagem, as duas espécies não

apresentaram este defeito. Portanto, utilizando um sistema de secagem adequado, o

colapso não foi um defeito limitante no uso das madeiras de E. grandis e E. dunnii

utilizadas nesta pesquisa.

4.5 RENDIMENTO POR CLASSES DE QUALIDADE

4.5.1 Classificação em classes de qualidade

Nas Tabelas 28 e 29, são apresentados os resultados de classificação

das tábuas em classes de qualidade. Não foram classificadas tábuas na classe extra

em nenhum dos tratamentos utilizados.

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123

TABELA 28. CLASSIFICAÇÃO DA MADEIRA SERRADA DE E. grandis.

Tratamento Volume

total (m3)

Desclassif. (m3)

% 3a classe

(m3) %

2a classe (m3)

% 1a classe

(m3) %

grandis FT 0,6026 0,0464 7,70 0,5197 86,24 0,0365 6,06 0 0

grandis GT 0,7252 0,1780 24,55 0,5317 73,32 0,0155 2,14 0 0

Média 0,6639 0,4949 16,13 0,5257 79,78 0,0260 4,10 0 0

grandis FR 0,6934 0,1692 24,40 0,4790 69,08 0,0452 6,52 0 0

grandis GR 0,8373 0,0792 9,46 0,6134 73,26 0,1447 17,28 0 0

Média 0,7654 0,1242 16,93 0,5462 71,17 0,0950 11,90 0 0

FT = Tora fina com desdobro tangencial FR = Tora fina com desdobro radial GT = Tora grossa com desdobro tangencial GR = Tora grossa com desdobro radial

Para o E. grandis, pode-se verificar que tanto no desdobro tangencial

quanto no desdobro radial o volume de tábuas desclassificas foi em média o mesmo,

sendo 16,13% para o desdobro tangencial e 16,93% para o desdobro radial (Tabela

28). Porém, analisando-se os tratamentos individualmente, observa-se que o volume

de tábuas desclassificadas pode chegar a aproximadamente 25% do volume total, o

que aconteceu nos tratamentos grandis GT e grandis FR. Quanto às tábuas que

foram classificadas, o maior volume de tábuas foi da 3a classe, sendo 79,78% no

desdobro tangencial e 71,17% no desdobro radial. Quanto ao volume de tábuas na

2a, o desdobro radial apresentou um índice maior. Não ocorreram tábuas de 1a

classe (Tabela 28). No Desdobro tangencial, o principal fator de desclassificação das

tábuas foi a porcentagem de rachaduras. No desdobro radial, além das rachaduras,

o arqueamento também foi importante fator na desclassificação das tábuas. Na

Figura 25, pode-se observar a distribuição em porcentagem, das tábuas de E.

grandis por classes de qualidade.

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124

FIGURA 25. FREQUÊNCIA EM PORCENTAGEM, DE TÁBUAS DE E. grandis POR CLASSES DE QUALIDADE.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

1° Classe 2° Classe 3° Classe Desclassificadas

Classes de qualidade

Po

rcen

tag

em d

e tá

bu

as

grandis FT grandis GT grandis FR grandis GR

Na Figura 25, observa-se que os tratamentos grandis GT e grandis FR

apresentaram as maiores porcentagens de tábuas desclassificadas, podendo-se

dizer em função disto, que não houve uma influência das classes diamétricas ou dos

sistemas de desdobro quanto ao volume de tábuas desclassificadas, pois estes dois

tratamentos são de classes diamétricas e sistemas de desdobro diferentes. É

importante salientar que para todos os tratamentos, em torno de 70 a 80% das

tábuas foram classificadas na 3a classe.

Através dos resultados apresentados na Tabela 29, observa-se que o

E. dunnii teve uma maior porcentagem de tábuas desclassificadas, comparado com

o E. grandis. Para o desdobro tangencia, os tratamentos apresentaram uma média

de 29,87% de tábuas desclassificadas, onde no tratamento dunnii GT 41,25% das

tábuas foram desclassificadas. Já o desdobro radial apresentou uma média de

11,90% das tábuas desclassificadas. Também para o E. dunnii, a grande maioria

das tábuas foi classificada na 3a classe, onde no desdobro tangencial este índice foi

de 70,14% e no desdobro radial foi de 56,99%.

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125

TABELA 29. CLASSIFICAÇÃO DA MADEIRA SERRADA DE E. dunnii.

Tratamento Volume

total (m3)

Desclassif. (m3)

% 3a classe

(m3) %

2a classe (m3)

% 1a classe

(m3) %

dunnii FT 0,5093 0,0941 18,48 0,4152 81,52 0 0 0 0

dunnii GT 0,8682 0,3581 41,25 0,5101 58,75 0 0 0 0

Média 0,6888 0,2261 29,87 0,4627 70,14 0 0 0 0

dunnii FR 0,5822 0,0778 13,36 0,3836 65,89 0,1089 18,70 0,0119 2,04

dunnii GR 0,8010 0,0836 10,44 0,3851 48,08 0,2798 34,93 0,0525 6,55

Média 0,6916 0,0807 11,90 0,3844 56,99 0,1944 26,82 0,0322 5,80

FT = Tora fina com desdobro tangencial FR = Tora fina com desdobro radial GT = Tora grossa com desdobro tangencial GR = Tora grossa com desdobro radial

Na Figura 26, observa-se para o E. dunnii, a mesma tendência

observada para o E. grandis, onde todos os tratamentos apresentaram uma maior

frequência de tábuas classificadas na 3a classe. Para esta espécie, nota-se também

que os tratamentos com desdobro radial apresentaram tábuas classificadas em 1a e

2a classes, sendo que a maior porcentagem de tábuas nestas duas classes foi para

a classe diamétrica de 25 a 30 cm.

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126

FIGURA 26. FREQUÊNCIA EM PORCENTAGEM, DE TÁBUAS DE E. dunnii POR CLASSES DE QUALIDADE.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

1° Classe 2° Classe 3° Classe Desclassificadas

Classes de qualidade

Po

rcen

tag

em d

e tá

bu

as

dunnii FT dunnii GT dunnii FR dunnii GR

4.5.2 Rendimento final dos processos

Observa-se na Tabela 30, que o rendimento final para a espécie,

considerando-se todos os tratamentos foi de 36,77%. Tais resultados estão de

acordo com ACOSTA (1999), que cita para o E. grandis, na zona de Entre Rios-

Argentina, rendimentos entre 30 e 40%. Já TINTO (1991) apud ACOSTA (1999),

apresenta para esta espécie, rendimento de 41%. O maior rendimento foi obtido no

tratamento grandis FT, que utilizou desdobro tangencial e o menor rendimento foi

observado no tratamento grandis GT, também tangencial.

No desdobro tangencial, o rendimento final no tratamento grandis GT,

que deveria gerar maior rendimento em função da classe diamétrica maior, foi menor

em função da maior perda em tábuas desclassificadas. Porém, mesmo antes da

classificação, este tratamento já apresentou um rendimento seco inferior ao

tratamento grandis FT (Tabela 30).

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TABELA 30. RENDIMENTO FINAL EM TÁBUAS SERRADAS PARA E. grandis.

Tratamento Volume de

tábuas secas (m3)

Rendimento seco (%)

Volume de tábuas

classificadas (m3)

Rendimento global (%)

grandis FT 0,6026 44,98 0,5562 41,52

grandis GT 0,7252 40,06 0,5472 30,23

grandis FR 0,6934 52,09 0,5242 39,38

grandis GR 0,8373 39,69 0,7581 35,94

Média 44,21 36,77

FT = Tora fina com desdobro tangencial FR = Tora fina com desdobro radial GT = Tora grossa com desdobro tangencial GR = Tora grossa com desdobro radial

O tratamento grandis FR, em função de ter sido refilado por outra

equipe, apresentou um rendimento seco elevado (52,09%), porém, em função da

maneira com que as tábuas foram refiladas, ou seja, sem redução no comprimento,

o volume de tábuas rejeitadas foi grande e seu rendimento final, após a classificação

das tábuas, caiu para 39,38%, superior ao rendimento final tratamento grandis GR,

de classe diamétrica superior (Tabela 30).

De modo geral, pode-se verificar que após a classificação das tábuas o

E. grandis apresentou uma perda relativa em tábuas desclassificadas, acarretando

uma queda no rendimento final dos processos (Tabela 30). Desta forma, pode-se

dizer que, em termos de rendimento, após a classificação das tábuas, as duas

espécies apresentam valores abaixo dos rendimentos obtidos para espécies nativas

tradicionalmente utilizadas.

Na Tabela 31, são apresentados os resultados de rendimento para o E.

dunnii após a classificação das tábuas. Pode-se observar que o rendimento médio

para a espécie foi inferior ao rendimento observado para o E. grandis, chegando

próximo de 30%. Comparados com PEREIRA et al. (1999), estes rendimentos são

bem inferiores, pois ao trabalhar com esta espécie para obtenção de tábuas de 1

polegada e larguras médias entre 13 e 17 cm, os autores chegaram a um

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128

rendimento verde médio de 69,2%. Infelizmente, os autores não realizaram uma

classificação das tábuas, porém, comparando-se estes resultados com os

rendimentos verdes obtidos neste trabalho (41,66% - Tabela 13), verifica-se uma

grande inferioridade.

TABELA 31. RENDIMENTO FINAL EM TÁBUAS SERRADAS PARA E. dunnii.

Tratamento Volume de

tábuas secas (m3)

Rendimento seco (%)

Volume de tábuas

classificadas (m3)

Rendimento global (%)

dunnii FT 0,5093 37,09 0,4152 30,24

dunnii GT 0,8682 36,77 0,5101 21,60

dunnii FR 0,5822 37,27 0,5044 32,29

dunnii GR 0,8010 37,99 0,7174 34,03

Média 37,28 29,54

FT = Tora fina com desdobro tangencial FR = Tora fina com desdobro radial GT = Tora grossa com desdobro tangencial GR = Tora grossa com desdobro radial

O desdobro tangencial apresentou rendimentos inferiores ao desdobro

radial. O menor rendimento final foi observado no tratamento dunnii GT, em função

do grande volume de tábuas desclassificadas. Em relação ao desdobro radial, o

tratamento dunnii GR, de classe diamétrica superior apresentou o maior rendimento

final (Tabela 31).

Na Figura 27, pode-se ter uma melhor visualização da distribuição dos

rendimentos finais médios por tratamento. Em ambos os sistemas de desdobro, o E.

grandis na classe diamétrica de 19 a 24 cm apresentou os melhores rendimentos

finais. O E. dunnii apresentou os menores rendimentos finais nos dois sistemas de

desdobro, onde no desdobro tangencial, a classe diamétrica de 25 a 30 cm teve o

menor rendimento final e no desdobro radial, a classe de 19 a 24 apresentou o

menor rendimento final. De modo geral, pode-se dizer que o E. grandis apresenta

melhores resultados de rendimentos finais.

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129

FIGURA 27. RENDIMENTOS FINAIS MÉDIOS (%) EM MADEIRA SERRADA, PARA E. grandis E E. dunnii, PARA DUAS CLASSES DIAMÉTRICAS E DOIS SISTEMAS DE DESDOBRO.

grandis FRgrandis FT

grandis GR

grandis GTdunnii FR

dunniiFT

dunnii GR

dunnii GT

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Desdobro tangencial Desdobro radial

Sistema de desdobro

Ren

dim

ento

glo

bal

(%

)

Pode-se verificar também, que o desdobro radial tem uma tendência a

maiores rendimentos finais, porém é importante salientar a qualidade em dimensões

e padrão das peças obtidas para ambos os métodos. Enquanto que no desdobro

radial, se obtém tábuas com grande variação em comprimento e pequenas larguras,

no desdobro tangencial é possível a obtenção de tábuas com larguras bem

superiores e comprimentos homogêneos. Portanto, peças obtidas pelo desdobro

radial nas classes diamétricas estudadas, são indicadas somente para a fabricação

de painéis colados, em função da variação no comprimento e larguras reduzidas. Já

as peças obtidas pelo desdobro tangencial, em função de suas dimensões

superiores, podem ter usos mais variados.

4.6 VIABILIDADE TÉCNICA DA SUBSTITUIÇÃO DE MADEIRAS TRADICIONAIS POR Eucalyptus

4.6.1 Propriedades físicas

Um problema enfrentado na produção de madeira serrada é o fato de

se garantir características físicas e mecânicas para uma determinada espécie que se

pretende utilizar. Uma boa madeira é aquela que possui pouca variabilidade em

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130

suas propriedades físicas, o que proporciona a produção de madeira com certa

homogeneidade, fornecendo características próprias que determinem o seu uso.

No caso de madeiras nativas, muitas espécies utilizadas apresentam

massa específica com pouca variabilidade. Quando se trabalha com mogno,

cerejeira, freijó, ipê e outras espécies, tem-se a garantia de uma baixa variabilidade

desta propriedade, o que permite uma melhor trabalhabilidade da madeira, bem

como uma menor variação das propriedades mecânicas. No caso do E. grandis,

obteve-se para massa específica aparente a 12%, um valor mínimo de 0,48 g/cm3 e

um valor máximo de 0,66 g/cm3 e para o E. dunnii, valores de 0,69 g/cm3 e 0,89

g/cm3, respectivamente (Tabela 8). É importante destacar que estas variações

ocorreram entre árvores de um mesmo povoamento e, ao se utilizar indivíduos de

diferentes procedências, sítios, espaçamentos, idade e outros fatores, pode-se

encontrar variações ainda maiores. Mesmo assim, comparando-se os valores

absolutos, as espécies listadas na Tabela 32, açacu, pinheiro do Paraná, imbúia,

mogno e freijó, apresentam valores relativamente próximos ao E. grandis, podendo

este substituí-las. Já o Angelim da mata, a imbúia ou até mesmo o mogno, podem

ser substituídas pelo E. dunnii.

Quanto à retratibilidade, observa-se que as duas espécies apresentam

coeficientes muito elevados. Na Tabela 32, são apresentados os coeficientes de

contração para algumas espécies nativas, usadas para produção de madeira

serrada, comparadas com o E. grandis e E. dunnii.

Observa-se na Tabela 32, que tanto E. grandis quanto E. dunnii,

apesar de apresentarem relações T/R baixas, os seus coeficientes de contração são

elevados. Com exceção do Pinheiro do Paraná, que tem uma contração volumétrica

de 13,2%, todas as outras apresentam contrações volumétricas de 7,5 a 10,0%,

enquanto que para o E. grandis e E.dunnii, este coeficiente é de 16,8 e 19,3 %,

respectivamente. Tal característica torna estas espécies extremamente instáveis

quando da variação de umidade, muitas vezes impossibilitando seus usos em

substituição às espécies tradicionais.

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131

TABELA 32. MASSA ESPECÍFICA APARENTE A 12% E COEFICIENTES DE CONTRAÇÃO MÁXIMA PARA ALGUMAS ESPÉCIES NATIVAS E DUAS ESPÉCIES DE Eucalyptus.

Coeficiente de contração Espécie

Massa específica aparente (12-15%)

(g/cm3) Tangencial Radial Volumétrica T/R

Açacu✵

Hura crepitans 0,48 5,2 3,7 7,5 1,4

Angelim da mata Hymenolobium sp.

0,72 7,2 3,7 9,9 1,9

Marupá✵ Simarouba amara

0,44 6,8 4,8 8,3 1,4

Pinheiro do Paraná✵✵ Araucária angustifólia

0,55 7,8 4,0 13,2 1,95

Imbúia✵✵ Ocotea porosa

0,65 6,3 2,7 9,8 2,3

Mogno✵✵ Swietenia macrophylla 0,63 4,5 3,2 8,6 1,4

Freijó✵✵ Cordia goeldiana

0,59 6,7 3,2 10,1 2,1

Eucalyptus grandis 0,55 9,9 7,4 16,8 1,4

Eucalyptus dunnii 0,74 12,2 7,9 19,3 1,6 ✵ Fonte: IBAMA (1997) ✵✵ Fonte: JANKOWSKY et al. (1994)

Em função das características analisadas, pode-se dizer que o E.

grandis e o E. dunnii, ao serem utilizados para produção de madeira serrada,

apresentam alguns inconvenientes. Em relação às propriedades físicas analisadas,

pode-se destacar a variabilidade na massa específica e os elevados coeficientes de

contração.

4.6.2 Rendimento em madeira serrada

Um outro fator muito importante que se deve analisar em uma espécie,

quando se deseja utiliza-la para madeira serrada é o seu rendimento. No caso das

duas espécies estudadas, todos os tratamentos resultaram em rendimentos baixos,

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132

quando comparados com espécies nativas. IWAKIRI (1990), avaliando rendimento

em madeira serrada de 20 espécies da Amazônia, como cupiúba, maçaranduba,

marupá, entre outras, com toras de diâmetros mínimos de 29 cm e máximos de 83,5

cm, encontrou rendimentos de 41,9%, para o marupá a 61,8% para cedrorana,

sendo que para as 20 espécies, o rendimento médio foi de 52,9%, onde a maioria

das espécies apresentou rendimentos acima de 50%. No caso das espécies de

Eucalyptus estudas, até que alguns rendimentos na condição verde se aproximaram

dos rendimentos obtidos por IWAKIRI (1990). O E. grandis apresentou rendimentos

médios de 45,71% e 50,41% para os desdobro tangencial e radial, respectivamente.

Para o E. dunnii, estes resultados foram de 41,26% e 42,07%, para os desdobros

tangencial e radial, respectivamente. Porém, após a secagem e classificação das

tábuas, os rendimentos médios obtidos foram de 36,77% para o E. grandis e 29,54%

para o E. dunnii.

Em função da perda em volume após a secagem das tábuas e da

desclassificação de tábuas, os volumes finais em madeira serrada para as duas

espécies são considerados baixos.

4.6.3 Dimensões das tábuas

No caso das dimensões das tábuas, o sistema de desdobro teve forte

influência. No desdobro tangencial, foi possível a obtenção de tábuas com larguras e

comprimentos homogêneos. No caso da largura das tábuas este sistema possibilitou

um bom aproveitamento do diâmetro das toras, proporcionando peças com larguras

médias variando de 14,85 cm a 19,85 cm para o E. grandis e 14,50 cm a 19,37 cm

para o E. dunnii, dependo das classes diamétricas. Este sistema de desdobro gerou

peças com larguras compatíveis com o mercado de nativas, onde se tem com maior

frequência, a comercialização de tábuas com largura variando de 10 a 40 cm no

mercado interno. Tábuas com larguras superiores, normalmente são destinados ao

mercado externo. Ao se desdobrar as toras radialmente, a largura média tornou-se

reduzida, variando entre 7,62 cm e 8,07 cm para as duas espécies. Desta maneira, a

utilização do desdobro radial, nas classes diamétricas estudadas, proporciona peças

com largura reduzida. Ao se utilizar este sistema de desdobro com espécies nativas,

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133

pode-se obter peças com largura bem maior, em função dos maiores diâmetros das

toras utilizadas. Desta forma, o desdobro radial, além de se mais demorado, pode

até ser utilizado desde que as técnicas de manejo de Eucalyptus permitam o

sortimento com toras de grandes diâmetros.

Quanto ao comprimento das tábuas, o desdobro tangencial gerou

peças de comprimento homogêneo. No desdobro radial, houve uma grande

frequência de tábuas com comprimento abaixo de 2,00 m, além de uma grande

variação desta medida. No caso do desdobro tangencial, onde foram obtidos

comprimentos mais homogêneos, houve uma grande incidência de rachaduras.

Portanto, no momento da utilização das tábuas, onde é necessário se destopar as

tábuas, as mesmas, como no desdobro radial, também irão apresentar excessiva

variação em comprimento. No caso das madeiras nativas, tem-se como

comprimento mais utilizado valores entre 2 e 6m, dependendo da espécie. Para

madeiras como imbúia e pinho, é comum se encontrar peças de até 1,5 m de

comprimento. Já para madeiras do Norte, normalmente os comprimentos são acima

de 2,00 m.

Desta forma, utilizando-se o desdobro tangencial, com toras de

comprimentos maiores, pode-se obter tábuas com comprimentos requeridos no

mercado.

4.6.4 Defeitos e qualidade das tábuas

Segundo LIMA et al. (2000), o principal problema encontrado na

produção de madeira de eucalipto, é a ocorrência de rachaduras nas toras e

empenamentos das peças serradas, provocadas pelas tensões de crescimento. Para

as duas espécies estudas também, o maior problema encontrado foi a grande

incidência de defeitos nos dois métodos de desdobro utilizados, sendo como mais

comuns e intensos, as rachaduras, o arqueamento, o encurvamento e o

encanoamento.

A ocorrência de rachaduras foi comum para todos os tratamentos, onde

grande parte das tábuas apresentou acima de 50% de seu comprimento afetado por

este defeito. O grande inconveniente das rachaduras é a necessidade da execução

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134

de destopos nas tábuas com conseqüente redução no seu comprimento e redução

do rendimento. No caso do desdobro tangencial, onde foram obtidas tábuas com

larguras maiores, ainda há a possibilidade de se refilar as mesmas. Porém tal

operação implica na redução das larguras obtidas e aumento do custo de produção

das tábuas.

Quanto ao arqueamento, este se manifestou com muita frequência e

com flechas elevadas no desdobro radial já no momento do desdobro das tábuas.

Este defeito, dependendo de sua intensidade, exige que para qualquer tipo de

processamento das tábuas, estas sejam desdobradas em peças de menores

comprimentos para posterior utilização.

O encurvamento foi um defeito que ocorreu em menor intensidade nas

duas espécies e, durante o processo de secagem, com a utilização de

procedimentos corretos de empilhamento e utilização de pesos nos topos das pilhas

pode-se conseguir uma redução no mesmo.

O encanoamento ocorreu somente para o E. dunnii, no desdobro

tangencial. Como os outros tipos de defeitos, o encanoamento também restringe o

uso da madeira em diversas situações. Como no caso do aplainamento, onde peças

encanoadas, ao serem aplainadas requerem viárias passadas no equipamento,

desgastando excessivamente as ferramentas cortantes e aumentando muito o tempo

de processamento e reduzindo o rendimento.

Em função destes diversos defeitos encontrados paras as duas

espécies, pode-se verificar a alta ocorrência de tábuas classificadas na 3a classe, o

que restringe seu uso em várias situações mais exigentes. De modo geral, tanto o

E. grandis como o E. dunnii fornecem madeira serrada de qualidade inferior. É

possível se substituir madeiras tropicais por estas madeiras, porém, em situações

onde não seja requerida uma qualidade superior da madeira. É necessário ainda,

que se busque alternativas de melhoramento genético, a fim de se aumentar a

qualidade da madeira serrada destas espécies, aumentando suas perspectivas de

utilização.

Comparando-se a qualidade das tábuas obtidas para as duas espécies,

com a madeira de nativas disponível no mercado, pode-se comprovar a

impossibilidade da substituição destas madeiras pelo eucalipto. As tábuas de

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135

madeira nativa disponíveis no mercado, podem ser encontradas em todas as classes

de qualidade e, as classes mais inferiores ainda oferecem madeiras com qualidade

superior às tábuas de 3a classe obtidas para E. grandis e E. dunnii.

Pode-se observar que a qualidade da madeira obtida tanto para E.

grandis quanto para E. dunnii é baixa. Desta maneira, em grande parte das

utilizações, estas espécies ainda não são substitutos à altura das espécies nativas

tradicionalmente utilizadas. Cabe aos pesquisadores buscar maneiras de minimizar

os inconvenientes que dificultam a utilização de madeiras do gênero Eucalyptus com

fonte de matéria prima em bases sustentadas.

Para se chegar a um produto de boa qualidade, é necessário a busca

de técnicas e medidas que visem minimizar os principais problemas que afetam a

qualidade da madeira serrada das duas espécies. Segundo LIMA et al. (2000), ao se

prever a utilização em larga escala do eucalipto, para confecção de móveis e de

construções, além do seu comportamento silvicultural quanto à desrama e ao

desbaste, também devem ser avaliados aspectos da madeira como a presença de

nós, os níveis de tensões de crescimento e de lenho juvenil, a cor, os desenhos, a

estabilidade dimensional, o comportamento na secagem, a resistência mecânica e a

trabalhabilidade; todos visando o oferecimento de material de melhor qualidade e de

menor preço.

Para ao se pensar na utilização da madeira de Eucalyptus para fins

mais nobres, como a produção de móveis e painéis, é necessário a incorporação

dos procedimentos de ordem silvicultural já utilizados na formação das florestas

tradicionais a outros programas complementares de manejo e condução da floresta,

como o desbaste e a poda dos ramos, além de avaliar outros aspectos da madeira,

como os níveis de tensões de crescimento, a estabilidade dimensional, a coloração,

a presença de madeira juvenil, a relação cerne/alburno, a resistência mecânica, a

trabalhabilidade e o seu comportamento em todas as fases do processamento

primário, desdobro e secagem (SILVA, 2000).

Para se chegar a um produto de boa qualidade, é necessário a busca

de técnicas e medidas que visem minimizar os principais problemas que afetam a

qualidade da madeira serrada das duas espécies. Para tanto, são necessários

esforços em busca de material melhorado e de técnicas que possibilitem a utilização

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136

de E. grandis e E. dunnii para produção de madeira serrada com qualidade

desejada, tendo em vista que a pressão sobre as madeiras nativas se tornará cada

vez maior, sendo necessário a busca de alternativas para o suprimento da indústria

(SILVA, 2000).

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137

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

De acordo com os resultados obtidos, em relação aos sistemas de

desdobro utilizados, conclui-se que:

- O rendimento em madeira serrada não foi afetado pelo sistema de

desdobro.

- O rendimento final em madeira serrada foi baixo para as duas

espécies.

- O desdobro radial não é adequado para as classes diamétricas

estudadas.

- O comprimento das tábuas foi afetado pelo sistema de desdobro,

onde no desdobro radial foram frequentes tábuas com comprimentos abaixo de 2 m.

- O arqueamento foi um defeito mais pronunciado no desdobro radial,

sendo observado logo após o desdobro das toras.

- O encurvamento foi mais pronunciado no desdobro radial.

- As rachaduras foram mais pronunciadas no desdobro tangencial.

- As tábuas radiais mostraram-se mais estáveis quanto ao aumento das

rachaduras, durante o processo de secagem.

- Somente tábuas tangenciais foram suscetíveis ao encanoamento.

- Utilizando-se procedimentos de secagem adequados, o colapso não

foi um defeito limitante ao uso das duas espécies para obtenção de madeira serrada,

ficando comprovado portanto, a importância da pré-secagem.

- O sistema tangencial foi mais adequado que o sistema radial para o

desdobro das duas espécies estudadas.

- A espécie E. grandis demonstrou-se mais adequada que o E. dunnii

para a obtenção de madeira serrada.

Quanto a viabilidade técnica da substituição das madeiras tradicionais

por madeiras de E. grandis e E. dunnii, conclui-se que:

- A madeira serrada de E. grandis e E. dunnii não apresentou

resultados que permitam suas utilizações em substituição das madeiras nativas

tradicionais.

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138

- A utilização das espécies E. grandis e E. dunnii para obtenção de

madeira serrada em substituição de madeiras nativas, no estudo realizado, não

mostrou-se viável quando se deseja madeira em classes de qualidade superiores.

Em função das conclusões obtidas, recomenda-se:

- O desenvolvimento de estudos das técnicas aqui utilizadas, com toras

em classes diamétricas maiores, visando-se a redução nos defeitos que ocorrem

para as duas espécies.

- É necessário que sejam adotadas novas técnicas de silvicultura e

manejo para as florestas plantadas de Eucalyptus destinadas à produção de

madeira serrada.

- É necessário a realização de estudos genéticos e de melhoramento

para a minimização dos defeitos que ocorrem ao se serrar espécies de Eucalyptus.

- É necessário a realização de estudos econômicos que visem avaliar a

viabilidade do uso do E. grandis e E. dunnii para produção de madeira serrada.

- Em função das características da madeira serrada, é possível serrar

madeira de eucalipto para construção em um primeiro momento e posteriormente,

com o desenvolvimento de pesquisas, se buscar fins de utilização mais nobres.

- As espécies do gênero Eucalyptus, apesar de seus inconvenientes,

devem ser exaustivamente estudas para se encontrar alternativas de utilização no

setor de madeira serrada.

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ANEXOS

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140

ANEXO 1. TESTE DE HOMOGENEIDADE DE VARIÂNCIAS E ANÁLISE DE VARIÂNCIA EM FATORIAL (ANOVA) PARA O DEFEITO ARQUEAMENTO SECO.......................................................................................................

143 ANEXO 2.

TESTE DE COMPARAÇÃO DE MÉDIAS (TUKEY) PARA OS FATORES ESPÉCIE, SISTEMA DE DESDOBRO, CLASSE DIAMÉTRICA E DAS INTERAÇÕES ESPÉCIE/SISTEMA DE DESDOBRO, ESPÉCIE/SISTEMA DE DESDOBRO/CLASSE DIAMÉTRICA PARA O DEFEITO ARQUEAMENTO SECO.......................................................................................................

144 ANEXO 3.

TESTE DE HOMOGENEIDADE DE VARIÂNCIAS E ANÁLISE DE VARIÂNCIA EM FATORIAL (ANOVA) PARA O DEFEITO ENCURVAMENTO SECO.......................................................................................................

147 ANEXO 4.

TESTE DE COMPARAÇÃO DE MÉDIAS (TUKEY) PARA OS FATORES ESPÉCIE, SISTEMA DE DESDOBRO E CLASSE DIAMÉTRICA PARA O DEFEITO ENCURVAMENTO SECO........

148

ANEXO 5.

TESTE DE HOMOGENEIDADE DE VARIÂNCIAS E ANÁLISE DE VARIÂNCIA EM FATORIAL (ANOVA) PARA O DEFEITO RACHADURA SECO......................................................................

149

ANEXO 6.

TESTE DE COMPARAÇÃO DE MÉDIAS (TUKEY) PARA OS FATORES SISTEMA DE DESDOBRO CLASSE DIAMÉTRICA E DAS INTERAÇÕES ESPÉCIE/SISTEMA DE DESDOBRO, ESPÉCIE/CLASSE DIAMÉTRICA E SISTEMA DE DESDOBRO/CLASSE DIAMÉTRICA PARA O DEFEITO RACHADURA SECO......................................................................

150

ANEXO 7.

TESTE DE HOMOGENEIDADE DE VARIÂNCIAS E ANÁLISE DE VARIÂNCIA EM FATORIAL (ANOVA) PARA O DEFEITO ARQUEAMENTO VERDE..............................................................

152

ANEXO 8.

TESTE DE COMPARAÇÃO DE MÉDIAS (TUKEY) PARA OS FATORES ESPÉCIE, SISTEMA DE DESDOBRO E DAS INTERAÇÕES ESPÉCIE/SISTEMA DE DESDOBRO PARA O DEFEITO ARQUEAMENTO VERDE..............................................

153

ANEXO 9.

TESTE DE HOMOGENEIDADE DE VARIÂNCIAS E ANÁLISE DE VARIÂNCIA EM FATORIAL (ANOVA) PARA O DEFEITO ENCURVAMENTO VERDE............................................................

154

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141

ANEXO 10. COMPARAÇÃO DE MÉDIAS (TUKEY) PARA OS FATORES ESPÉCIE, SISTEMA DE DESDOBRO, CLASSE DIAMÉTRICA E DAS INTERAÇÕES ESPÉCIE/SISTEMA DE- DESDOBRO, SISTEMA DE DESDOBRO/CLASSE DIAMÉTRICA E ESPÉCIE/SISTEMA DE DESDOBRO/CLASSE DIAMÉTRICA PARA O DEFEITO ENCURVAMENTO VERDE.............................

155 ANEXO 11.

TESTE DE HOMOGENEIDADE DE VARIÂNCIAS E ANÁLISE DE VARIÂNCIA EM FATORIAL (ANOVA) PARA O DEFEITO RACHADURA VERDE....................................................................

158 ANEXO 12.

TESTE DE COMPARAÇÃO DE MÉDIAS (TUKEY) PARA OS FATORES ESPÉCIE, SISTEMA DE DESDOBRO, E DAS INTERAÇÕES ESPÉCIE/SISTEMA DE DESDOBRO PARA O DEFEITO RACHADURA VERDE...................................................

159 ANEXO 13.

TESTE DE HOMOGENEIDADE DE VARIÂNCIAS E ANÁLISE DE VARIÂNCIA INTEIRAMENTE CASUALIZADO EM FATORIAL (ANOVA) PARA A LARGURA SECA.........................

160 ANEXO 14.

TESTE DE COMPARAÇÃO DE MÉDIAS (TUKEY) PARA OS FATORES SISTEMA DE DESDOBRO, CLASSE DIAMÉTRICA E DA INTERAÇÕE SISTEMA DE DESDOBRO/CLASSE DIAMÉTRICA PARA A LARGURA SECA......................................

161 ANEXO 15.

TESTE DE HOMOGENEIDADE DE VARIÂNCIAS E ANÁLISE DE VARIÂNCIA INTEIRAMENTE CASUALIZADO EM FATORIAL (ANOVA) PARA A ESPESSURA SECA......................

162 ANEXO 16.

TESTE DE COMPARAÇÃO DE MÉDIAS (TUKEY) PARA OS FATORES ESPÉCIE, SISTEMA DE DESDOBRO, CLASSE DIAMÉTRICA E DAS INTERAÇÕES ESPÉCIE/SISTEMA DEDESDOBRO ESPÉCIE/CLASSE DIAMÉTRICA PARA A ESPESSURA SECA.......................................................................

163 ANEXO 17.

TESTE DE HOMOGENEIDADE DE VARIÂNCIAS E ANÁLISE DE VARIÂNCIA INTEIRAMENTE CASUALIZADO EM FATORIAL (ANOVA) PARA O COMPRIMENTO SECO................

165

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142

ANEXO 18.

TESTE DE COMPARAÇÃO DE MÉDIAS (TUKEY) PARA OS FATORES ESPÉCIE, SISTEMA DE DESDOBRO, E daS interaçõeS ESPÉCIE/SISTEMA DEDESDOBRO, ESPÉCIE/CLASSE DIAMÉTRICA E ESPÉCIE/SISTEMA DE DESDOBRO/CLASSE DIAMÉTRICA PARA O COMPRIMENTO SECO..............................................................................................

166 ANEXO 19.

TESTE DE HOMOGENEIDADE DE VARIÂNCIAS E ANÁLISE DE VARIÂNCIA INTEIRAMENTE CASUALIZADO EM FATORIAL (ANOVA) PARA A LARGURA VERDE.......................

169 ANEXO 20.

TESTE DE COMPARAÇÃO DE MÉDIAS (TUKEY) PARA OS FATORES ESPÉCIE, SISTEMA DE DESDOBRO, E DAS INTERAÇÕES ESPÉCIE/SISTEMA DEDESDOBRO, ESPÉCIE/CLASSE DIAMÉTRICA E ESPÉCIE/SISTEMA DE DESDOBRO/CLASSE DIAMÉTRICA PARA A LARGURA VERDE............................................................................................

170 ANEXO 21.

TESTE DE HOMOGENEIDADE DE VARIÂNCIAS E ANÁLISE DE VARIÂNCIA INTEIRAMENTE CASUALIZADO EM FATORIAL (ANOVA) PARA A ESPESSURA VERDE...................

171 ANEXO 22.

TESTE DE COMPARAÇÃO DE MÉDIAS (TUKEY) PARA OS FATOR SISTEMA DE DESDOBRO PARA A ESPESSURA VERDE............................................................................................

172 ANEXO 23.

TESTE DE HOMOGENEIDADE DE VARIÂNCIAS E ANÁLISE DE VARIÂNCIA INTEIRAMENTE CASUALIZADO EM FATORIAL (ANOVA) PARA O COMPRIMENTO VERDE..............

173 ANEXO 24.

TESTE DE COMPARAÇÃO DE MÉDIAS (TUKEY) PARA OS FATORES ESPÉCIE, SISTEMA DE DESDOBRO, CLASSE DIAMÉTRICA E DAS INTERAÇÕES ESPÉCIE/SISTEMA DEDESDOBRO, ESPÉCIE/CLASSE DIAMÉTRICA, SISTEMA DE DESDOBRO/CLASSE DIAMÉTRICA E ESPÉCIE/SISTEMA DE DESDOBRO/CLASSE DIAMÉTRICA PARA O COMPRIMENTO VERDE...............................................................

174

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143

ANEXO 01 - TESTE DE HOMOGENEIDADE DE VARIÂNCIAS E ANÁLISE DE VARIÂNCIA EM FATORIAL (ANOVA) PARA O DEFEITO ARQUEAMENTO SECO.

TESTE DE HOMOGENEIDADEDE VARIÂNCIAS

Bartlett

Q2 Gl p - valor

ARQUEAMENTO 9,148885 7 0,242184

ANÁLISE DE VARIÂNCIA EM FATORIAL

EFEITO ERRO FONTE DE VARIAÇÃO Gl SQ Gl QM F p-valor

1 ESPÉCIE 1 31,5485 32 0,469698 67,168 0,000000

2 SISTEMA DE DESDOBRO

1 766,4260 32 0,469698 1631,740 0,000000

3 CLASSE DE DIÂMETRO

1 2,9030 32 0,469698 6,181 0,018326

1 x 2 1 42,3170 32 0,469698 90,094 0,000000

1 x 3 1 0,5357 32 0,469698 1,140 0,293541

2 x 3 1 0,5070 32 0,46968 1,079 0,306625

1 x 2 x 3 1 2,8278 32 0,469698 6,020 0,019770

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144

ANEXO 02 - TESTE DE COMPARAÇÃO DE MÉDIAS (TUKEY) PARA OS FATORES ESPÉCIE, SISTEMA DE DESDOBRO, CLASSE DIAMÉTRICA E DAS INTERAÇÕES ESPÉCIE/SISTEMA DE DESDOBRO, ESPÉCIE/SISTEMA DE DESDOBRO/CLASSE DIAMÉTRICA PARA O DEFEITO ARQUEAMENTO SECO.

FATOR - ESPÉCIE

GRANDIS DUNNII

ESPÉCIE MÉDIAS 5,673501 3,897311

DUNNII 3,897311 0,000134

GRANDIS 5,673501

FATOR – SISTEMA DE DESDOBRO

TANGENCIAL RADIAL

ESPÉCIE MÉDIAS 0,4081182 9,162694

RADIAL 9,162694 0,000134

TANGENCIAL 0,4081182

FATOR – CLASSE DIAMÉTRICA

20 – 25 CM 25,1 – 30 CM CLASSE DIAMÉTRICA

MÉDIAS 5,054805 4,516007

25 – 30 CM 4,516007 0,018457

19 – 24 CM 5,054805

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145

FATOR – ESPÉCIES X SISTEMA DE DEDOBRO

GRANDIS DUNNII

TANGENCIAL RADIAL TANGENCIAL RADIAL

ESPÉCIE E

SITEMA DE DESDOBRO

MÉDIAS 0,2676586 11,07934 0,5485778 7,246045

RADIAL 7,246045 0,000165 0,000165 0,000165

DUNNII TANGENCIAL 0,5485778 0,796273 0,000165

RADIAL 11,07934 0,000165

GRANDIS TANGENCIAL 0,2676586

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146

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147

ANEXO 03 - TESTE DE HOMOGENEIDADE DE VARIÂNCIAS E ANÁLISE DE VARIÂNCIA EM FATORIAL (ANOVA) PARA O DEFEITO ENCURVAMENTO SECO.

TESTE DE HOMOGENEIDADEDE VARIÂNCIAS

Bartlett

Q2 Gl p - valor

ENCURVAMENTO 8,333685 7 0,304127

ANÁLISE DE VARIÂNCIA EM FATORIAL

EFEITO ERRO FONTE DE VARIAÇÃO Gl SQ Gl QM F p-valor

1 ESPÉCIE 1 1,526676 32 0,469698 5,50356 0,025337

2 SISTEMA DE DESDOBRO

1 2,956918 32 0,469698 10,65948 0,002611

3 CLASSE DE DIÂMETRO

1 6,264971 32 0,469698 22,58478 0,000041

1 x 2 1 1,020468 32 0,469698 3,67872 0,064072

1 x 3 1 0,158125 32 0,469698 0,57003 0,455769

2 x 3 1 0,000196 32 0,46968 0,00071 0,978965

1 x 2 x 3 1 0,567892 32 0,469698 2,04721 0,162179

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148

ANEXO 04 - TESTE DE COMPARAÇÃO DE MÉDIAS (TUKEY) PARA OS FATORES ESPÉCIE, SISTEMA DE DESDOBRO E CLASSE DIAMÉTRICA PARA O DEFEITO ENCURVAMENTO SECO.

FATOR - ESPÉCIE

GRANDIS DUNNII

ESPÉCIE MÉDIAS 1,632774 1,242047

DUNNII 1,242047 0,025463

GRANDIS 1,632774

FATOR – SISTEMA DE DESDOBRO

TANGENCIAL RADIAL

ESPÉCIE MÉDIAS 1,165523 1,709298

RADIAL 1,709298 0,002750

TANGENCIAL 1,165523

FATOR – CLASSE DIAMÉTRICA

20 – 25 CM 25,1 – 30 CM CLASSE DIAMÉTRICA

MÉDIAS 1,833168 1,041653

25 – 30 CM 1,041653 0,000170

19 – 24 CM 1,833168

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149

ANEXO 05 - TESTE DE HOMOGENEIDADE DE VARIÂNCIAS E ANÁLISE DE VARIÂNCIA EM FATORIAL (ANOVA) PARA O DEFEITO RACHADURA SECO.

TESTE DE HOMOGENEIDADEDE VARIÂNCIAS

Bartlett

Q2 Gl p - valor

RACHADURA 12,76377 7 0,078118

ANÁLISE DE VARIÂNCIA EM FATORIAL

EFEITO ERRO FONTE DE VARIAÇÃO Gl SQ Gl QM F p-valor

1 ESPÉCIE 1 0,043 32 0,469698 0,0025 0,960358

2 SISTEMA DE DESDOBRO

1 9441,723 32 0,469698 555,3727 0,000000

3 CLASSE DE DIÂMETRO

1 215,699 32 0,469698 12,6876 0,001177

1 x 2 1 224,712 32 0,469698 13,2178 0,000963

1 x 3 1 91,577 32 0,469698 5,3867 0,026820

2 x 3 1 332,986 32 0,46968 19,5866 0,000105

1 x 2 x 3 1 42,489 32 0,469698 2,4992 0,123736

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150

ANEXO 06 - TESTE DE COMPARAÇÃO DE MÉDIAS (TUKEY) PARA OS FATORESSISTEMA DE DESDOBRO CLASSE DIAMÉTRICA E DAS INTERAÇÕES ESPÉCIE/SISTEMA DE DESDOBRO, ESPÉCIE/CLASSE DIAMÉTRICA E SISTEMA DE DESDOBRO/CLASSE DIAMÉTRICA PARA O DEFEITO RACHADURA SECO.

FATOR – SISTEMA DE DESDOBRO

TANGENCIAL RADIAL

ESPÉCIE MÉDIAS 35,08794 4,360548

RADIAL 4,360548 0,000134

TANGENCIAL 35,08794

FATOR – CLASSE DIAMÉTRICA

20 – 25 CM 25,1 – 30 CM CLASSE DIAMÉTRICA

MÉDIAS 17,40207 22,04641

25, – 30 CM 22,04641 0,001316

19 – 24 CM 17,40207

FATOR – ESPÉCIES X SISTEMA DE DEDOBRO

GRANDIS DUNNII

TANGENCIAL RADIAL TANGENCIAL RADIAL

ESPÉCIE E

SITEMA DE DESDOBRO

MÉDIAS 32,75040 6,763396 37,42546 1,957701

RADIAL 1,957701 0,000165 0,062981 0,000165

DUNNII TANGENCIAL 37,42546 0,073409 0,000165

RADIAL 6,763396 0,000165

GRANDIS TANGENCIAL 32,75040

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151

FATOR – ESPÉCIES X CLASSE DIAMÉTRICA

GRANDIS DUNNII

19 – 24 CM 25 – 30 CM 19 – 24 CM 25 – 30 CM

ESPÉCIE E

CLASSE DIAMÉTRICA

MÉDIAS 18,94782 20,56598 15,85633 23,52684

25 – 30 CM 23,52684 0,082013 0,389947 0,001338

DUNNII 19 – 24 CM 15,85633 0,352417 0,070511

25 – 30 CM 20,56598 0,816453

GRANDIS 19 – 24 CM 18,94782

FATOR – SITEMA DE DESDOBRO X CLASSE DIAMÉTRICA

TANGENCIAL RADIAL

19 – 24 CM 25 – 30 CM 19 – 24 CM 25 – 30 CM

ESPÉCIE E

SITEMA DE DESDOBRO

MÉDIAS 29,88052 40,29535 4,923629 3,797468

25 – 30 CM 3,797468 0,000165 0,000165 0,928004

RADIAL 19 – 24 CM 4,923629 0,000165 0,000165

25 – 30 CM 40,29535 0,000177 TANGENCIAL 19 – 24 CM 29,88052

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152

ANEXO 07 - TESTE DE HOMOGENEIDADE DE VARIÂNCIAS E ANÁLISE DE VARIÂNCIA EM FATORIAL (ANOVA) PARA O DEFEITO ARQUEAMENTO VERDE.

TESTE DE HOMOGENEIDADEDE VARIÂNCIAS

Bartlett

Q2 Gl p - valor

ARQUEAMENTO 12,71291 7 0,079461

ANÁLISE DE VARIÂNCIA EM FATORIAL

EFEITO ERRO FONTE DE VARIAÇÃO Gl SQ Gl QM F p-valor

1 ESPÉCIE 1 21,2081 32 0,227297 93,305 0,000000

2 SISTEMA DE DESDOBRO

1 370,1740 32 0,227297 1628,590 0,000000

3 CLASSE DE DIÂMETRO

1 0,7359 32 0,227297 3,238 0,081407

1 x 2 1 23,6353 32 0,227297 103,984 0,000000

1 x 3 1 0,3758 32 0,227297 1,653 0,207718

2 x 3 1 0,2561 32 0,227297 1,127 0,296377

1 x 2 x 3 1 0,3398 32 0,227297 1,495 0,230378

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153

ANEXO 08 - TESTE DE COMPARAÇÃO DE MÉDIAS (TUKEY) PARA OS FATORES ESPÉCIE, SISTEMA DE DESDOBRO E DA INTERAÇÃO ESPÉCIE/SISTEMA DE DESDOBRO PARA O DEFEITO ARQUEAMENTO VERDE.

FATOR – ESPÉCIE

GRANDIS DUNNII

ESPÉCIE MÉDIAS 3,961159 2,504860

DUNNII 2,504860 0,000134

GRANDIS 3,961159

FATOR – SISTEMA DE DESDOBRO

TANGENCIAL RADIAL

ESPÉCIE MÉDIAS 0,1909134 6,275106

RADIAL 6,275106 0,000134

TANGENCIAL 0,190913

FATOR – ESPÉCIES X SISTEMA DE DESDOBRO

GRANDIS DUNNII

TANGENCIAL RADIAL TANGENCIAL RADIAL

ESPÉCIE E

SITEMA DE DESDOBRO

MÉDIAS 0,1503746 7,771943 0,2314522 4,778268

RADIAL 4,778268 0,000165 0,000165 0,000165

DUNNII TANGENCIAL 0,231452 0,981015 0,000165

RADIAL 7,771943 0,000165

GRANDIS TANGENCIAL 0,150374

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154

ANEXO 09 - TESTE DE HOMOGENEIDADE DE VARIÂNCIAS E ANÁLISE DE VARIÂNCIA EM FATORIAL (ANOVA) PARA O DEFEITO ENCURVAMENTO VERDE.

TESTE DE HOMOGENEIDADEDE VARIÂNCIAS

Bartlett

Q2 Gl p - valor

ENCURVAMENTO 5,526137 7 0,596039

ANÁLISE DE VARIÂNCIA EM FATORIAL

EFEITO ERRO FONTE DE VARIAÇÃO Gl SQ Gl QM F p-valor

1 ESPÉCIE 1 2,44689 32 0,363626 6,72914 0,014191

2 SISTEMA DE DESDOBRO

1 8,96202 32 0,363626 24,64623 0,000022

3 CLASSE DE DIÂMETRO

1 15,11684 32 0,363626 41,57244 0,000000

1 x 2 1 3,33797 32 0,363626 9,17967 0,004813

1 x 3 1 1,16785 32 0,363626 3,21167 0,082575

2 x 3 1 2,81546 32 0,363626 7,74272 0,008971

1 x 2 x 3 1 4,56386 32 0,363626 12,55097 0,001240

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155

ANEXO 10 - TESTE DE COMPARAÇÃO DE MÉDIAS (TUKEY) PARA OS FATORES ESPÉCIE, SISTEMA DE DESDOBRO, CLASSE DIAMÉTRICA E DAS INTERAÇÕES ESPÉCIE/SISTEMA DE DESDOBRO, SISTEMA DE DESDOBRO/CLASSE DIAMÉTRICA E ESPÉCIE/SISTEMA DE DESDOBRO/CLASSE DIAMÉTRICA PARA O DEFEITO ENCURVAMENTO VERDE.

FATOR – ESPÉCIE

GRANDIS DUNNII

ESPÉCIE MÉDIAS 3,025487 2,530827

DUNNII 2,530827 0,014319

GRANDIS 3,025487

FATOR – SISTEMA DE DESDOBRO

TANGENCIAL RADIAL

SISTEMA DE DESDOBRO

MÉDIAS 2,304817 3,251497

RADIAL 3,251497 0,000153

TANGENCIAL 2,304817

FATOR – CLASSE DIAMÉTRICA

20 – 25 CM 25,1 – 30 CM

CLASSE DIAMÉTRICA

MÉDIAS 3,392910 2,163404

25 – 30 CM 2,163404 0,000134

19 – 24 CM 3,392910

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156

FATOR – ESPÉCIES X SISTEMA DE DESDOBRO

GRANDIS DUNNII

TANGECIAL RADIAL TANGENCIAL RADIAL

ESPÉCIE E

SITEMA DE DESDOBRO

MÉDIAS 2,263272 3,787703 2,346363 2,715290

RADIAL 2,715290 0,352627 0,002130 0,528000

DUNNII TANGENCIAL 2,346363 0,989726 0,000197

RADIAL 3,787703 0,000177

GRANDIS TANGENCIAL 2,263272

FATOR –SISTEMA DE DESDOBRO X CLASSE DIAMÉTRICA

TANGENCIAL RADIAL

20 – 25 CM 25,1 – 30 CM

20 – 25 CM 25,1 – 30 CM

SITEMA DE DESDOBRO E CLASSE DIAMÉTRICA

MÉDIAS

3,184874 1,424760 3,600945 2,902048

25 – 30 CM 2,902048 0,722486 0,000186 0,065015

RADIAL 19 – 24 CM 3,600945 0,424839 0,000165

25 – 30 CM 1,424760 0,000165 TANGENCIAL 19 – 24 CM 3,184874

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157

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158

ANEXO 11 - TESTE DE HOMOGENEIDADE DE VARIÂNCIAS E ANÁLISE DE VARIÂNCIA EM FATORIAL (ANOVA) PARA O DEFEITO RACHADURA VERDE.

TESTE DE HOMOGENEIDADEDE VARIÂNCIAS

Bartlett

Q2 Gl p - valor

RACHADURA 7,430830 7 0,385467

ANÁLISE DE VARIÂNCIA - INTEIRAMENTE CASUALIZADO EM FATORIAL

EFEITO ERRO FONTE DE VARIAÇÃO Gl SQ Gl QM F p-valor

1 ESPÉCIE 1 133,746 32 26,40549 5,0651 0,031416

2 SISTEMA DE DESDOBRO

1 4071,528 32 26,40549 154,1925 0,000000

3 CLASSE DE DIÂMETRO

1 15,185 32 26,40549 0,5751 0,453794

1 x 2 1 645,962 32 26,40549 24,4632 0,000023

1 x 3 1 96,735 32 26,40549 3,6635 0,064598

2 x 3 1 50,646 32 26,40549 1,9180 0,175657

1 x 2 x 3 1 51,681 32 26,40549 1,9572 0,171431

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159

ANEXO 12 - TESTE DE COMPARAÇÃO DE MÉDIAS (TUKEY) PARA OS FATORES ESPÉCIE, SISTEMA DE DESDOBRO, E DA INTERAÇÃO ESPÉCIE/SISTEMA DE DESDOBRO PARA O DEFEITO RACHADURA VERDE.

FATOR – ESPÉCIE

GRANDIS DUNNII

ESPÉCIE MÉDIAS 13,00549 16,66261

DUNNII 16,66261 0,031536

GRANDIS 13,00549

FATOR – SISTEMA DE DESDOBRO

TANGENCIAL RADIAL

ESPÉCIE MÉDIAS 24,92306 4,745034

RADIAL 4,745034 0,000134

TANGENCIAL 24,92306

FATOR – ESPÉCIES X SISTEMA DE DESDOBRO

GRANDIS DUNNII

TANGENCIAL RADIAL TANGENCIAL RADIAL

ESPÉCIE E SITEMA DE DESDOBRO

MÉDIAS 19,07591 6,935059 30,77021 2,555010

RADIAL 2,555010 0,000165 0,245835 0,000165

DUNNII TANGENCIAL 30,77021 0,000238 0,000165

RADIAL 6,935059 0,000204

GRANDIS TANGENCIAL 19,07591

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ANEXO 13 - TESTE DE HOMOGENEIDADE DE VARIÂNCIAS E ANÁLISE DE VARIÂNCIA INTEIRAMENTE CASUALIZADO EM FATORIAL (ANOVA) PARA A LARGURA SECA.

TESTE DE HOMOGENEIDADEDE VARIÂNCIAS

Bartlett

Q2 Gl p - valor

LARGURA 10,40445 7 0,166834

ANÁLISE DE VARIÂNCIA - INTEIRAMENTE CASUALIZADO EM FATORIAL

EFEITO ERRO FONTE DE VARIAÇÃO Gl SQ Gl QM F p-valor

1 ESPÉCIE 1 0,6163 32 0,237027 2,600 0,116665

2 SISTEMA DE DESDOBRO

1 856,8102 32 0,237027 3614,825 0,000000

3 CLASSE DE DIÂMETRO

1 70,5445 32 0,237027 297,623 0,000000

1 x 2 1 0,2897 32 0,237027 1,222 0,277164

1 x 3 1 0,0001 32 0,237027 0,000 0,984237

2 x 3 1 52,1418 32 0,237027 219,983 0,000000

1 x 2 x 3 1 0,0524 32 0,237027 0,221 0,641561

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161

ANEXO 14 - TESTE DE COMPARAÇÃO DE MÉDIAS (TUKEY) PARA OS FATORES SISTEMA DE DESDOBRO, CLASSE DIAMÉTRICA E DA INTERAÇÕE SISTEMA DE DESDOBRO/CLASSE DIAMÉTRICA PARA A LARGURA SECA.

FATOR – SISTEMA DE DESDOBRO

TANGENCIAL RADIAL

SISTEMA DE DESDOBRO

MÉDIAS 17,14115 7,884748

RADIAL 7,884748 0,000134

TANGENCIAL 17,14115

FATOR – CLASSE DIAMÉTRICA

19 – 24 CM 25 – 30 CM

CLASSE DIAMÉTRICA

MÉDIAS 11,18494 13,84096

25,1 – 30 CM 13,84096 0,000134

20 – 25 CM 11,18494

FATOR – SISTEMA DE DESDOBRO X CLASSE DIAMÉTRICA

TANGENCIAL RADIAL

19 – 24 CM 25 – 30 CM 19 – 24 CM 25 – 30 CM

SITEMA DE DESDOBRO E CLASSE DIAMÉTRICA

MÉDIAS 14,67141 19,61089 7,698465 8,071029

25 – 30 CM 8,071029 0,000165 0,000165 0,334797

RADIAL 19 – 24 CM 7,698465 0,000165 0,000165

25 – 30 CM 19,61089 0,000165

TANGENCIAL 19 – 24 CM 14,67141

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162

ANEXO 15 - TESTE DE HOMOGENEIDADE DE VARIÂNCIAS E ANÁLISE DE VARIÂNCIA INTEIRAMENTE CASUALIZADO EM FATORIAL (ANOVA) PARA A ESPESSURA SECA.

TESTE DE HOMOGENEIDADEDE VARIÂNCIAS

Bartlett

Q2 Gl p - valor

ESPESSURA 12,56649 7 0,083444

ANÁLISE DE VARIÂNCIA - INTEIRAMENTE CASUALIZADO EM FATORIAL

EFEITO ERRO FONTE DE VARIAÇÃO Gl SQ Gl QM F p-valor

1 ESPÉCIE 1 0,014624 32 0,000394 37,1306 0,000001

2 SISTEMA DE DESDOBRO

1 0,076727 32 0,000394 194,8096 0,000000

3 CLASSE DE DIÂMETRO

1 0,000733 32 0,000394 1,8615 0,181969

1 x 2 1 0,004898 32 0,000394 12,4368 0,001296

1 x 3 1 0,001665 32 0,000394 4,2272 0,048014

2 x 3 1 0,000009 32 0,000394 0,0237 0,878565

1 x 2 x 3 1 0,000324 32 0,000394 0,8228 0,371133

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163

ANEXO 16 - TESTE DE COMPARAÇÃO DE MÉDIAS (TUKEY) PARA OS FATORES ESPÉCIE, SISTEMA DE DESDOBRO, E DAS INTERAÇÕES ESPÉCIE/SISTEMA DEDESDOBRO E SISTEMA DE DESDOBRO/CLASSE DIAMÉTRICA PARA A ESPESSURA SECA.

FATOR – ESPÉCIE

GRANDIS DUNNII

ESPÉCIE MÉDIAS 2,681564 2,643323

DUNNII 2,643323 0,000135

GRANDIS 2,681564

FATOR – SISTEMA DE DESDOBRO

TANGENCIAL RADIAL

SISTEMA DE DESDOBRO

MÉDIAS 2,618646 2,706240

RADIAL 2,706240 0,000134

TANGENCIAL 2,618646

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164

FATOR – ESPÉCIE X SISTEMA DE DESDOBRO

GRANDIS DUNNII

TANGENCIAL RADIAL TANGENCIAL RADIAL

ESPÉCIE E SITEMA DE DESDOBRO

MÉDIAS 2,648833 2,714295 2,588459 2,698186

RADIAL 2,698186 0,000181 0,285158 0,000165

DUNNII TANGENCIAL 2,588459 0,000165 0,000165

RADIAL 2,714295 0,000165

GRANDIS TANGENCIAL 2,648833

FATOR – ESPÉCIE X CLASSE DIAMÉTRICA

GRANDIS DUNNII

19 – 24 CM 25 – 30 CM 19 – 24 CM 25 – 30 CM

ESPÉCIE E CLASSE DIAMÉTRICA

MÉDIAS 2,679394 2,683735 2,654056 2,632590

25 – 30 CM 2,632590 0,000205 0,000173 0,093868

DUNNII 19 – 24 CM 2,654056 0,035909 0,010919

25 – 30 CM 2,683735 0,961040

GRANDIS 19 – 24 CM 2,679394

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165

ANEXO 17 - TESTE DE HOMOGENEIDADE DE VARIÂNCIAS E ANÁLISE DE VARIÂNCIA INTEIRAMENTE CASUALIZADO EM FATORIAL (ANOVA) PARA O COMPRIMENTO SECO.

TESTE DE HOMOGENEIDADEDE VARIÂNCIAS

Bartlett

Q2 Gl p - valor

COMPRIMENTO 10,03141 7 0,186845

ANÁLISE DE VARIÂNCIA - INTEIRAMENTE CASUALIZADO EM FATORIAL

EFEITO ERRO FONTE DE VARIAÇÃO Gl SQ Gl QM F p-valor

1 ESPÉCIE 1 3923,92 32 51,57178 76,0865 0,000000

2 SISTEMA DE DESDOBRO

1 18249,69 32 51,57178 353,8696 0,000000

3 CLASSE DE DIÂMETRO

1 170,27 32 51,57178 3,3016 0,078590

1 x 2 1 4089,87 32 51,57178 79,3044 0,000000

1 x 3 1 686,35 32 51,57178 13,3086 0,000931

2 x 3 1 210,66 32 51,57178 4,0848 0,051702

1 x 2 x 3 1 606,85 32 51,57178 11,7671 0,001680

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166

ANEXO 18 - TESTE DE COMPARAÇÃO DE MÉDIAS (TUKEY) PARA OS FATORES ESPÉCIE, SISTEMA DE DESDOBRO, E DAS INTERAÇÕES ESPÉCIE/SISTEMA DEDESDOBRO, ESPÉCIE/CLASSE DIAMÉTRICA E ESPÉCIE/SISTEMA DE DESDOBRO/CLASSE DIAMÉTRICA PARA O COMPRIMENTO SECO.

FATOR – ESPÉCIE

GRANDIS DUNNII

ESPÉCIE MÉDIAS 296,0163 276,2075

DUNNII 276,2075 0,000134

GRANDIS 296,0163

FATOR – SISTEMA DE DESDOBRO

TANGENCIAL RADIAL

SISTTEMA DE

DESDOBRO

MÉDIAS 307,4717 264,7521

RADIAL 264,7521 0,000134

TANGENCIAL 307,4717

FATOR – ESPÉCIE X SISTEMA DE DESDOBRO

GRANDIS DUNNII

TANGENCIAL RADIAL TANGENCIAL RADIAL

ESPÉCIE E SITEMA DE DESDOBRO

MÉDIAS 307,2644 284,7682 307,6790 244,7359

RADIAL 244,7359 0,000165 0,000165 0,000165

DUNNII TANGENCIAL 307,6790 0,999285 0,000165

RADIAL 284,7682 0,000165

GRANDIS TANGENCIAL 307,2644

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167

FATOR – ESPÉCIE X CLASSE DIAMÉTRICA

GRANDIS DUNNII

19 – 24 CM 25 – 30 CM 19 – 24 CM 25 – 30 CM

ESPÉCIE E CLASSE DIAMÉTRICA

MÉDIAS 302,2218 289,8109 274,1283 278,2866

25 – 30 CM 278,2866 0,000165 0,005846 0,572957

DUNNII 19 – 24 CM 274,1283 0,000165 0,000302

25 – 30 CM 289,8109 0,002847

GRANDIS 19 – 24 CM 302,2218

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168

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169

ANEXO 19 - TESTE DE HOMOGENEIDADE DE VARIÂNCIAS E ANÁLISE DE VARIÂNCIA INTEIRAMENTE CASUALIZADO EM FATORIAL (ANOVA) PARA A LARGURA VERDE.

TESTE DE HOMOGENEIDADEDE VARIÂNCIAS

Bartlett

Q2 Gl p - valor

LARGURA 5,686089 7 0,576850

ANÁLISE DE VARIÂNCIA - INTEIRAMENTE CASUALIZADO EM FATORIAL

EFEITO ERRO FONTE DE VARIAÇÃO Gl SQ Gl QM F p-valor

1 ESPÉCIE 1 0,1614 32 0,194058 0,832 0,368573

2 SISTEMA DE DESDOBRO

1 914,9210 32 0,194058 4714,676 0,000000

3 CLASSE DE DIÂMETRO

1 72,8163 32 0,194058 375,230 0,000000

1 x 2 1 0,0011 32 0,194058 0,006 0,940103

1 x 3 1 0,0772 32 0,194058 0,398 0,532760

2 x 3 1 72,0037 32 0,194058 371,042 0,000000

1 x 2 x 3 1 0,3022 32 0,194058 1,557 0,221092

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170

ANEXO 20 - TESTE DE COMPARAÇÃO DE MÉDIAS (TUKEY) PARA OS FATORES, SISTEMA DE DESDOBRO, CLASSE DIMÉTRICA E DA INTERAÇÃO, SISTEMA DE DESDOBRO/CLASSE DIAMÉTRICA PARA A LARGURA VERDE.

FATOR – SISTEMA DE DESDOBRO

TANGENCIAL RADIAL

SISTEMA DE DESDOBRO

MÉDIAS 18,02390 8,458750

RADIAL 8,458750 0,000134

TANGENCIAL 18,02390

FATOR – CLASSE DIAMÉTRICA

19 – 24 CM 25 – 30 CM

CLASSE DIAMÉTRICA

MÉDIAS 11,89210 14,59055

25 – 30 CM 14,59055 0,000134

19 – 24 CM 11,89210

FATOR –SISTEMA DE DESDOBRO X CLASSE DIAMÉTRICA

TANGENCIAL RADIAL

19 – 24 CM 25 – 30 CM 19 – 24 CM 25 – 30 CM

SITEMA DE DESDOBRO CLASSE DIAMÉTRICA

MÉDIAS 15,33300 20,71480 8,451200 8,466300

25 – 30 CM 8,466300 0,000165 0,000165 0,999853

RADIAL 19 – 24 CM 8,451200 0,000165 0,000165

25 – 30 CM 20,71480 0,000165

TANGENCIAL 19 – 24 CM 15,33300

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171

ANEXO 21 - TESTE DE HOMOGENEIDADE DE VARIÂNCIAS E ANÁLISE DE VARIÂNCIA INTEIRAMENTE CASUALIZADO EM FATORIAL (ANOVA) PARA A ESPESSURA VERDE.

TESTE DE HOMOGENEIDADEDE VARIÂNCIAS

Bartlett

Q2 Gl p - valor

ESPESSURA 6,160553 7 0,521146

ANÁLISE DE VARIÂNCIA - INTEIRAMENTE CASUALIZADO EM FATORIAL

EFEITO ERRO FONTE DE VARIAÇÃO Gl SQ Gl QM F p-valor

1 ESPÉCIE 1 0,001563 32 0,000542 2,8802 0,099383

2 SISTEMA DE DESDOBRO

1 0,063203 32 0,000542 116,5023 0,000000

3 CLASSE DE DIÂMETRO

1 0,000202 32 0,000542 0,3733 0,545542

1 x 2 1 0,000123 32 0,000542 0,2258 0,637878

1 x 3 1 0,000303 32 0,000542 0,5576 0,460679

2 x 3 1 0,000023 32 0,000542 0,0415 0,839914

1 x 2 x 3 1 0,001103 32 0,000542 2,0323 0,163674

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172

ANEXO 22 - TESTE DE COMPARAÇÃO DE MÉDIAS (TUKEY) PARA OS FATOR SISTEMA DE DESDOBRO PARA A ESPESSURA VERDE.

FATOR – SISTEMA DE DESDOBRO

TANGENCIAL RADIAL

SISTEMA DE DESDOBRO

MÉDIAS 2,751000 2,830500

RADIAL 2,830500 0,000134

TANGENCIAL 2,751000

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173

ANEXO 23 - TESTE DE HOMOGENEIDADE DE VARIÂNCIAS E ANÁLISE DE VARIÂNCIA INTEIRAMENTE CASUALIZADO EM FATORIAL (ANOVA) PARA O COMPRIMENTO VERDE.

TESTE DE HOMOGENEIDADEDE VARIÂNCIAS

Bartlett

Q2 Gl p - valor

COMPRIMENTO 13,92760 7 0,052520

ANÁLISE DE VARIÂNCIA - INTEIRAMENTE CASUALIZADO EM FATORIAL

EFEITO ERRO FONTE DE VARIAÇÃO Gl SQ Gl QM F p-valor

1 ESPÉCIE 1 3420,84 32 31,76384 107,6959 0,000000

2 SISTEMA DE DESDOBRO

1 15058,67 32 31,76384 474,0821 0,000000

3 CLASSE DE DIÂMETRO

1 561,68 32 31,76384 17,6829 0,000196

1 x 2 1 3796,46 32 31,76384 119,5214 0,000000

1 x 3 1 1116,09 32 31,76384 35,1370 0,000001

2 x 3 1 485,18 32 31,76384 15,2747 0,000453

1 x 2 x 3 1 1007,11 32 31,76384 31,7063 0,000003

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174

ANEXO 24 - TESTE DE COMPARAÇÃO DE MÉDIAS (TUKEY) PARA OS FATORES ESPÉCIE, SISTEMA DE DESDOBRO, CLASSE DIAMÉTRICA E DAS INTERAÇÕES ESPÉCIE/SISTEMA DEDESDOBRO, ESPÉCIE/CLASSE DIAMÉTRICA, SISTEMA DE DESDOBRO/CLASSE DIAMÉTRICA E ESPÉCIE/SISTEMA DE DESDOBRO/CLASSE DIAMÉTRICA PARA O COMPRIMENTO VERDE.

FATOR – ESPÉCIE

GRANDIS DUNNII

ESPÉCIE MÉDIAS 296,3505 277,8550

DUNNII 277,8550 0,000134

GRANDIS 296,3505

FATOR – SISTEMA DE DESDOBRO

TANGENCIAL RADIAL

SISTEMA DE DESDOBRO

MÉDIAS 306,5055 267,7000

RADIAL 267,7000 0,000134

TANGENCIAL 306,5055

FATOR – CLASSE DIAMÉTRICA

19 – 24 CM 25 – 30 CM

CLASSE DIAMÉTRICA

MÉDIAS 290,8500 283,3555

25 – 30 CM 283,3555 0,000319

19 – 24 CM 290,8500

FATOR –ESPÉCIE X SISTEMA DE DESDOBRO

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175

GRANDIS DUNNII

TANGENCIAL RADIAL TANGENCIAL RADIAL

ESPÉCIE E SITEMA DE DESDOBRO

MÉDIAS 306,0110 286,6900 307,0000 248,7100

RADIAL 248,7100 0,000165 0,000165 0,000165

DUNNII TANGENCIAL 307,0000 0,979211 0,000165

RADIAL 286,6900 0,000165

GRANDIS TANGENCIAL 306,0110

FATOR –ESPÉCIE X CLASSE DIAMÉTRICA

GRANDIS DUNNII

19 – 24 CM 25 – 30 CM 19 – 24 CM 25 – 30 CM

ESPÉCIE E CLASSE DIAMÉTRICA

MÉDIAS 305,3800 287,3210 276,3200 279,3900

25 – 30 CM 279,3900 0,000165 0,017862 0,620288

DUNNII 19 – 24 CM 276,3200 0,000165 0,000817

25 – 30 CM 287,3210 0,000165

GRANDIS 19 – 24 CM 305,3800

FATOR –SISTEMA DE DESDOBRO X CLASSE DIAMÉTRICA

TANGENCIAL RADIAL

19 – 24 CM 25 – 30 CM 19 – 24 CM 25 – 30 CM

SITEMA DE DESDOBRO E CLASSE DIAMÉTRICA

MÉDIAS 306,7700 306,2410 274,9300 260,4700

25 – 30 CM 260,4700 0,000165 0,000165 0,000174

RADIAL 19 – 24 CM 274,9300 0,000165 0,000165

25 – 30 CM 306,2410 0,996732

TANGENCIAL 19 – 24 CM 306,7700

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