Problemas e Práticas Recomendadas no Desenvolvimento de Software.
EUDINÉZIA SANTOS MARIANO -...
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EUDINÉZIA SANTOS MARIANO
O PAPEL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA A
PROMOÇÃO DA SAÚDE EM MULHERES GESTANTES
UFMS – UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GORSSO DO SUL
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Corumbá – MS
2014
UFMS – UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
EUDINÉZIA SANTOS MARIANO
O PAPEL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA A
PROMOÇÃO DA SAÚDE EM MULHERES GESTANTES
Corumbá – MS
2014
EUDINÉZIA SANTOS MARIANO
O PAPEL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA A
PROMOÇÃO DA SAÚDE EM MULHERES GESTANTES
Monografia apresentada para a conclusão do Curso de
Licenciatura em Educação Física para obtenção do
Título de licenciado em Educação Física.
Orientadora: Silvia Beatriz Serra Baruki.
Corumbá – MS
2014.
DEDICATÓRIA
Dedico a minha família pela fé e confiança demonstrada, aos meus amigos pelo apoio incondicional, aos
meus pais pelo exemplo de coragem, simplicidade e persistência em suas metas, aos meus professores pelo
simples fato de estarem dispostos a ensinar, e a orientadora, pela paciência demonstrada no decorrer do
trabalho.
Enfim, a todos que de alguma forma tornaram este caminho mais fácil de ser percorrido.
AGRADECIMENTO
Agradeço a Deus pela oportunidade de estar realizando este trabalho, por ter me dado saúde,
forças e coragem para a realização de um sonho. A minha família, pela base sólida que sempre me deram
motivações mesmo que distantes, para encarar a vida de frente. A minha mãe Marilene pelo amor, carinho,
paciência e compreensão. Ao meu pai Mariano por ser tão presente nos momentos de dificuldades em
minha vida, apontando o caminho, incentivando e fazendo com que em momento algum pensasse em
desistir.
Aos meus familiares e amigos que estiveram presentes nesta longa caminhada, que mesmo de
longe me encorajaram a seguir em frente na busca dessa conquista, em especial aos meus irmãos Érika e
Wanderley, tio Nilo e Tia Suzi. Meu obrigada e meu carinho a todos.
Ao meu namorado, amigo, companheiro, colega de sala, Rafael Victório que no último ano de
faculdade se tornou essencial em minha vida, obrigada por estar sempre ao meu lado, por me entender cada
dia, por me tirar sorrisos quando a saudade de casa e da família apertava, e por fazer da sua família a
minha.
A minha orientadora Sílvia Baruki por estar disposta a ajudar sempre, independente do dia e hora,
por todo o conhecimento compartilhado, pelas broncas nas orientações, do qual se concretizou esse
trabalho, sem seu apoio nada seria possível.
Aos demais professores que fizeram parte dessa jornada, em sala de aula, quadra e nos
corredores.
Aos colegas de turma, por todos os trabalhos realizados, viagens, momentos de conversas na
arquibancada, pelas festinhas, e pela amizade construída, tenha certeza que foi bom conviver com vocês,
tenho um carinho enorme.
A todos o meu muito obrigada!!!!!!
VOCÊS ESTARÃO SEMPRE EM MEU CORAÇÃO.
RESUMO
O presente estudo é uma pesquisa de levantamento bibliográfico e teve como objetivo analisar e
discutir a importância do exercício físico, durante a gravidez, para a promoção de saúde da gestante. Na
gestação o corpo da mulher passa por mudanças fisiológicas que alteram seu funcionamento. A
prática de exercício físico pode ajudar em algumas dessas mudanças de forma positiva. Há várias
áreas do corpo a ser trabalhado, criar fortalecimento muscular e melhorar a resistência
cardiorrespiratória. Dentre os benefícios, o trabalho destaca: prevenção e redução de lombalgias,
de dores das mãos e pés, fortalecimento da musculatura pélvica, e elevação da auto-estima da
gestante. É importante ressaltar a prática de exercícios físicos de no mínimo três vezes na semana
de intensidade leve a moderada para não colocar a saúde do bebê em risco. Concluiu-se que a
atividade física, sendo regular, moderada e controlada desde o início da gestação, promove
benefícios para a saúde materna.
Palavras-chave: Exercícios Físicos. Gravidez. Promoção de saúde.
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 10
2. JUSTIFICATIVA ................................................................................................................................... 12
3.1 Geral .................................................................................................................................................... 14
3.2 Específicos .......................................................................................................................................... 14
4. METODOLOGIA ................................................................................................................................... 14
5. REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................................................... 14
5.1 Exercícios Físicos e Atividade física ................................................................................................... 14
5.2 Benefícios da prática de atividade física e/ou exercícios físicos ...................................................... 16
5.3 Desenvolvimento da Mulher ............................................................................................................. 18
5.4 Período Gestacional ........................................................................................................................... 19
5.5 Benefícios de atividades físicas para gestantes ............................................................................... 20
5.6 Exercícios Físicos recomendados durante a gestação....................................................................... 23
5.7 O professor de Educação Física .......................................................................................................... 26
5. 8 Políticas Públicas ............................................................................................................................... 28
5.9 Área de Intervenção na Rede Pública de Saúde................................................................................ 31
6. CONCLUSÃO ......................................................................................................................................... 34
7. REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 36
10
1.INTRODUÇÃO
No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE), a partir
de pesquisa realizada pelo Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), o
número de nascidos passou de 3,2 milhões, no ano de 2000, para 2,9 milhões, em 2006
(IBGE, 2009). Menos da metade das mulheres fazem pré-natal e 46% das gestantes tiveram
acompanhamento médico, totalizando mais de sete consultas ao decorrer da gravidez. No
geral, esse número é baixo, principalmente nos estados do Norte (25,8%) e Nordeste (32,9%).
Nos estados de São Paulo, do Mato Grosso do Sul e do Paraná, essas porcentagens ficam em
torno de 60%. E, os dados apontam uma associação positiva entre a escolaridade materna e ter
poucos filhos e, mais tardiamente (IBGE, 2002).
De acordo com o IBGE (2002), com o passar dos anos e a evolução da tecnologia,
houve uma decadência de fecundidade no país, no ano de 2000, o número de filhos por
mulheres era de 2,38. Esse número diminuiu no ano de 2006 para 1,9, número equivalente de
menos de 2 filhos por mulher.
Pesquisas desenvolvidas pelo IBGE nas regiões brasileiras relatam que apenas 55%
das gestantes teve acompanhamento de consultas no período pré-natal, realizando 7 ou mais
consultas durante a gestação. Em função dessa realidade, o Ministério da Saúde instituiu,
como norma, que durante o pré-natal a gestante necessita de no mínimo seis consultas de
acompanhamento por um médico (IBGE – 2002). Tal acompanhamento tem o objetivo de:
Assegurar a cobertura de atenção pré-natal, de forma a haver
seguimento durante toda a gestação, em intervalos periódicos,
reestabelecidos. Prestar o atendimento a gestante consoante o e
enfoque da assistência integral à saúde da mulher, por profissionais
devidamente treinados. Preservar um ambiente adequado ao inter-
relacionamento entre a equipe de saúde e a gestante mantendo,
obrigatoriamente, uma área física destinada à assistência pré-natal.
Permitir o acompanhamento sistematizado da evolução da gravidez,
do parto e do puerpério, através da coleta e da análise dos dados
obtidos em cada consulta. Permitir a seleção de dados necessários para
a avaliação das estatísticas de serviço. (BRASIL, 1998).
11
Conforme as normas do Ministério da Saúde, logo que a gravidez é diagnosticada, a
mulher necessita de um profissional qualificado para acompanha-lá durante a gestação,
diminuindo o risco de complicações para a mãe e seu bebê. Durante o processo de pré-natal,
são realizados inúmeros exames, pois de acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012):
O pré-natal é um conjunto de exames que são feitos durante os nove
meses de gestação para assegurar que tanto a mãe quanto o bebê estão
saudáveis. Somente com os exames médicos em mãos, é possível
identificar e reduzir muitos problemas de saúde que costumam a
atingir a mãe e seu bebê como, por exemplo, infecções ou disfunções
que podem ser detectadas precocemente e tratadas de forma rápida. O
pré-natal pode ser realizado gratuitamente no Sistema Único de Saúde
(SUS). (BRASIL, 2012).
De acordo com Escobar, Valente e Grisi (2009), a maioria da população feminina
ainda não se deu conta da importância que tem o pré-natal, pois é na primeira consulta que o
médico vai criar o vínculo com a gestante. Esse vínculo é fundamental, para entender o meio
social e cultural em que a gestante está inserida, e em quais situações ocorreram à gravidez. E
quanto menor for o tempo para a primeira consulta, maiores as chances de identificar
possíveis doenças, que não venham comprometer o desenvolvimento da gravidez.
Nos últimos anos foram criadas inúmeras iniciativas dando subsídios as gestantes
para ter uma melhor qualidade de vida tanto para ela, quanto para a criança. Dentre elas,
destaca-se o programa da “Rede Cegonha” (IBGE 2002), que está presente em 228
municípios distribuídos pelas regiões brasileiras. O programa tem como objetivo realizar
exames e fazer acompanhamento das gestantes.
Em um ano, o programa realizou mais de 20 milhões de consultas para
o pré-natal. A gestante que faz o pré-natal pelo SUS e tiver inscrita no
Sistema de Acompanhamento do programa de Humanização no pré-
natal e Nascimento (SispreNatal), pode requerer o auxilio no total de
R$ 50,00, para ajudá-la nos deslocamentos para consultas e o
momento do parto (IBGE, 2002).
Mesmo com as iniciativas do governo, o acompanhamento gestacional ainda é
precário. E a gestante precisa ter cuidados preventivos e atenção redobrada para melhor
12
qualidade de vida para ela e o seu bebê. Segundo o manual técnico do Ministério da Saúde
(BRASIL, 2000):
Para que a gravidez transcorra com segurança, são necessários
cuidados da própria gestante, do parceiro, da família e, especialmente,
dos profissionais de saúde. A atenção básica na gravidez inclui a
prevenção, a promoção da saúde e o tratamento dos problemas que
ocorrem durante o período gestacional e após parto (BRASIL, 2000).
2. JUSTIFICATIVA
Identificar os fatores de risco durante o acompanhamento do pré-natal tem o objetivo
de evitar e reduzir os números de bebês prematuros. Cabe ao Ministério da Saúde dar
assistência e acompanhamento com profissionais de saúde capacitados (IBGE, 2002). Entre
esses profissionais de saúde, podemos ressaltar a atuação do Professor de Educação Física,
orientando e acompanhando a gestante, considerando a atividade física como fator de
promoção da saúde, principalmente nesse período, no qual o corpo da mulher passa por
transformações fisiológicas, que podem colocar em risco à saúde do bebê e da gestante.
Segre e Ferraz (1997) definem o termo Saúde como:
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde não
apenas como a ausência de doença, mas como a situação de
perfeito bem-estar físico, mental e social. Essa definição, até
avançada para a época em que foi realizada, é, no momento,
irreal, ultrapassada e unilateral. (SEGRE e FERRAZ, 1997).
É necessária a conscientização da importância dos exercícios físicos para manter as
boas condições físicas e mentais da população. Porém esse benefício só será significativo se
os exercícios físicos forem orientados de forma adequada por um professor de Educação
Física. Recomenda-se a prática de atividade física moderada por no mínimo 30 minutos, na
maioria dos dias da semana, se possível três vezes semanais, isso inclui todas as pessoas sem
contraindicações médicas (GOUVEIA et al., 2007).
Segundo a Pirâmide de Atividade Física, representada na Figura 1.
13
Figura 1 – Pirâmide de Atividade Física (ContaCal – 2011).
Existem inúmeros benefícios decorrentes das práticas regulares de exercícios físicos.
São eles: ajuda a normalizar a pressão arterial; favorece o controle da obesidade; promove a
manutenção ou o aumento da massa muscular; tonifica e previne doenças como osteoporose e
artrose; e melhora a autoestima e autoconfiança prevenindo a depressão (BARATA, 2003).
O presente estudo visa discutir o papel do professor de Educação Física para a
promoção da saúde em mulheres gestantes, com o objetivo de identificar as atividades físicas
recomendadas para a gestante, a partir de informações científicas sobre esse período de
transformação da mulher, das atividades físicas praticadas, bem como a duração, a intensidade
e a frequência dos exercícios físicos e sua relevância.
A importância da prática de atividades físicas no período de gestação pode ajudar a
mulher a ter uma gestação saudável sem maiores preocupações, reduzir e prevenir as
lombalgias e hiperlordose, que pode ocorrer devido ao ganho de peso na cavidade do abdome
(BATISTA et al., 2002).
Na atualidade as mulheres têm procurado vários meios para que se tenha uma
gestação mais tranquila, com o objetivo de visar seu bem-estar e de seu bebê (RODRIGUES
et al., 2008). E a atividade física é um dos meios mais recomendados para esse fim. Daí a
importância do acompanhamento por um professor de Educação Física, que deve tomar todos
os cuidados necessários para não colocar em risco a vida da mãe e do bebê, sendo responsável
por planejar treinamentos considerando os fatores climáticos, a intensidade e a carga de
atividades físicas diárias.
3. OBJETIVOS:
14
3.1 Geral
Analisar e discutir a importância do exercício físico, durante a gravidez, para a
promoção de saúde da gestante.
3.2 Específicos
Identificar os fatores determinantes para uma gestação saudável;
Discutir as consequências da falta de orientação no pré-natal;
Determinar a metodologia de trabalho do exercício físico: tipo de atividade,
intensidade, duração e frequência; e
Ressaltar o papel professores de Educação Física como veículos de promoção da
saúde.
4. METODOLOGIA
Foi realizada pesquisa bibliográfica fundamentada em artigos, revistas, livros e
monografias, que descrevem a atividade para as gestantes enfocando a intensidade, a duração
durante essa fase da vida, explorando conceitos e perspectivas sobre atividade física, a
importância do pré-natal, o acompanhamento durante as atividades físicas, os seus benefícios,
e o papel do professor de Educação Física.
Na primeira parte, são revisados aspectos sobre os dados de gestantes no Brasil e o
acompanhamento do pré-natal. Na segunda parte, os conceitos de atividade física e exercícios
físicos, para discutir a saúde e a prática de atividades físicas, na fase gestacional. A terceira
parte enfoca a importância do professor de Educação Física para a promoção de Saúde em
mulheres gestantes, suas áreas de intervenção e as Políticas Públicas.
5. REVISÃO DE LITERATURA
5.1 Exercícios Físicos e Atividade física
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Florindo (2011) define o exercício físico como um tipo de atividade física
estruturada, com repetições, que tem por objetivo melhorar o condicionamento físico, sendo o
mesmo realizado a partir de prescrições médicas e com orientação de um professor de
Educação Física. Esse acompanhamento deve ser maior com os grupos especiais, onde
incluem idosos, gestantes e deficientes físicos. Para Plowman e Smith (2009), o exercício
físico acontece quando o indivíduo realiza um esforço corporal, planejado e estruturado, com
o intuito de manter a aptidão física.
De acordo com Rogero (2005), diz que:
Os exercícios físicos são considerados como uma sequência
sistematizada de movimentos de diferentes segmentos corporais,
executados de forma planejada e com um determinado objetivo a ser
atingido. Por exemplo: um passeio ao ar livre é considerado uma
atividade física, enquanto uma caminhada orientada é um exercício
físico, já que possui um determinado planejamento, como a
intensidade, a duração e o objetivo, que pode ser a queima de gordura.
Ambos trazem diversos benefícios para a saúde, como o controle do
peso corporal, perda de gordura, diminuição da pressão arterial,
redução do estresse, além de prevenir doenças como as
cardiovasculares e o diabetes desde que seja realizado regularmente
(ROGERO, 2005).
Já a atividade física é todo movimento produzido pelo corpo, onde tem o gasto
energético acima dos níveis de repouso. São os movimentos que realizamos no dia a dia:
andar, lavar louça, varrer a casa, lavar o carro, levar o cachorro para passear, brincar, e etc.
Conforme a cartilha que foi elaborada com informações para auxiliar a um Estilo de Vida
Ativo (BRASIL, 2006):
Defini-se como qualquer movimento corporal produzido pela
musculatura, que resulte num gasto energético acima dos níveis de
repouso. Considerando as atividades ocupacionais (trabalho),
atividades da vida diária (vestir-se, banhar-se, comer, outros), o
deslocamento (para o trabalho, para a escola, outros) e as atividades
de lazer (exercício físico, esportes, danças, artes marciais, outros)
(BRASIL, 2006).
16
5.2 Benefícios da prática de atividade física e/ou exercícios físicos
Para ser saudável é preciso movimentar-se, sendo necessária a prática de atividades
físicas, regularmente, no mínimo três vezes por semana, para se obter benefícios em sua vida
e no seu bem-estar (BRASIL, 2006).
Melhora a capacidade pulmonar, fazendo com que a respiração seja
mais eficiente; Melhora o funcionamento do coração; Reduzem o
colesterol e a pressão arterial, considerados fatores de risco para a
artéria coronariana; Atua na perda de peso, reduz a gordura e aumenta
a massa muscular; Melhora o controle dos níveis de açúcar no sangue;
Reduz os riscos de osteoporose e fraturas na velhice; Reduz obstrução
nas paredes dos vasos sanguíneos; Aumenta a expectativa de vida e
reduz os riscos de morte súbita; Aumenta a força, a resistência e a
flexibilidade; Auxilia a manter o peso (BRASIL, 2006).
A população em geral, até mesmo as pessoas sedentárias, que possivelmente querem
iniciar essas práticas, devem levar em considerações alguns fatores, como: ter roupas
adequadas, ter a liberação de um profissional da área da saúde, e ser acompanhado por um
professor de Educação Física que irá determinar o tempo e a intensidade de cada atividade.
Rogero (2005) diz que:
Uma pessoa para ser considerada ativa e alcançar esses benefícios
precisam de no mínimo 150 minutos de atividade física por semana,
seja de forma contínua ou intercalada. O mais indicado é que seja
realizado 30 minutos, 5 vezes por semana, ou 3 dias na semana com
sessões de 50 minutos. Procure atingir intensidades moderadas para
alcançar melhores benefícios. Contudo, esse tempo semanal é
insuficiente para provocar mudanças na aptidão física e na
composição corporal, sendo necessário progredir para 200 a 300
minutos. Para esses objetivos são aconselhados programas de
exercícios físicos formais (elaborados por profissionais), com
incremento das atividades físicas (ROGERO, 2005).
17
A prática de atividades físicas contribui para a prevenção de doenças crônicas, como
acidente vascular cerebral, doença de artéria coronária, diabetes tipo 2, osteoporose, câncer,
obesidade, depressão e hipertensão arterial, que tem como fatores de risco o consumo
excessivo de sódio, alto ingestão de gorduras saturadas e a falta de prática de atividades
físicas. Recomenda-se para pessoas com hipertensão, atividades aeróbicas com intensidade de
30 a 85% e duração de 15 a 70 minutos, diariamente; ou atividades de força, 5 vezes
semanais, para a redução da pressão arterial (FLORINDO, 2011).
Farinatti et al. (2005) desenvolveram uma pesquisa com dois grupos: um
experimental, composto por 26 homens e 56 mulheres; e outro grupo controle, composto por
9 homens e 7 mulheres, com a faixa etária entre 25 e 27 anos. O grupo experimental recebeu
um programa de exercícios, durante 4 meses, com exercícios aeróbicos e de flexibilidade. A
cada dois meses foram submetidos a avaliação da pressão arterial; do peso corporal e das
circunferências de cintura e quadril; da frequência cardíaca; e das dobras cutâneas. Constatou-
se que o grupo experimental apresentou alterações significativas em relação ao grupo
controle: diminuição das medidas antropométricas (peso e circunferências de cintura e
quadril); e a frequência cardíaca normalizou.
Rech (2013) realizou estudo com idosos hipertensos, em um programa de atividades
física orientadas, no período de 24 meses. Participaram dessa pesquisa 3417 idosos, divididos
em grupos 2 grupos: um grupo experimental com 1919 idosos; e um grupo de controle, com
1498. Foram avaliados a pressão arterial e diastólica, e o Índice de Massa Corporal (IMC).
Observou-se que o sobrepeso permaneceu nos dois grupos, porém, no grupo experimental
ocorreu a diminuição da pressão arterial, evidenciando o exercício físico como um fator
positivo no controle e/ou prevenção da hipertensão arterial.
Florindo (2011) recomenda-se que a prática de atividades físicas deve ser de
intensidade moderada com objetivo de diminuir a pressão arterial, aumentar a vasodilatação, e
diminuir a viscosidade do sangue. A prática de atividades físicas adia essa doença, contribui
com o suplemento de oxigênio para o músculo do miocárdio, mantendo a estabilidade do
mesmo. Controla o excesso de peso, os níveis de pressão arterial, aumenta à tolerância a
glicose e a sensibilidade à insulina.
18
5.3 Desenvolvimento da Mulher
Durante o ciclo de vida da mulher, ela passa por várias fases: infância, adolescência,
vida adulta e terceira idade. Cada fase vem acompanhada por características de
comportamento próprios, cada uma com sua maneira de pensar e valores individuais. No
período da puberdade ocorre um aumento na produção dos hormônios sexuais, o estrógeno e a
progesterona. Essa fase pode variar: algumas mulheres chegam a fase da puberdade por volta
dos 9 anos de idade, outras mais tardiamente, por volta dos 13 aos 15 anos, sendo assim, a
fase da puberdade acontecerá no período apropriado de cada uma (ZEFERINO, 2003).
A puberdade na menina começa pelo surgimento do botão mamário,
seguido pelo estirão da estatura. A menarca é um evento que ocorre no
fim da puberdade, quando a velocidade do crescimento está
decrescendo (ZEFERINO, 2003).
Após a puberdade, vem o período da menarca, que de acordo com Eisenstein (2005),
caracteriza-se pela primeira menstruação na vida da mulher, que pode ocorrer por volta dos 12
anos e 8 meses de idade. Inicia-se o ciclo menstrual e a mulher já está preparada para a
reprodução. Piza (2002) relata que durante esse período, ocorrem diversas alterações no
metabolismo da mulher, especificamente na concentração dos hormônios sexuais, produzidos
pelos ovários.
Segundo Perno (2001) no momento da gravidez, a mulher se encontra numa fase
delicada, com muitas alterações psicológicas, fisiológicas e corporais, principalmente nos
primeiros três meses da gravidez, período no qual a mulher necessita de mais cuidados.
O aumento do útero, das mamas, do volume sanguíneo e a retenção
hídrica são responsáveis pelo peso ganho durante a gestação. A média
recomendada de ganho de peso durante esse período é de 12 kg,
podendo haver uma grande variação, observando-se que apenas 30
40% das gestantes ganham peso dentro do esperado.
Aproximadamente metade desse peso é ganho na área abdominal
anterior à linha de gravidade (SI, RIBAS; ECO, GUIRRO, 2007).
19
Segundo Piza (2002), na fase adulta, após o período de reprodução, acontece a
menopausa, representada pelo fim do ciclo menstrual, que pode ocorrer em torno dos 40 anos
aos 55 anos de idade, de acordo com cada mulher. Nessa fase a mulher poderá apresentar
alguns distúrbios metabólicos acompanhados de diversas mudanças físicas.
A menopausa é uma fase marcante na vida da mulher, pois estabelece
o início de uma nova etapa em sua vida, repleta de consideráveis
mudanças somáticas e psíquicas, que podem ser influenciadas pelo
contexto social e histórico-cultural em que o fenômeno acontece.
Desta forma, é importante a compreensão das influências de natureza
psicossocial e histórico-cultural, envolvidas no processo (ALVES; DE
MORAIS SHIMIZU; DE AGUIRRE BERVIQUE, 2007).
5.4 Período Gestacional
Segundo Manfredo (2008), o início da gravidez se dá ao primeiro dia do último ciclo
menstrual, e durante as três primeiras semanas de gestação, não pode ser possível ver
mudanças físicas na gestante.
Há mulheres que não manifestam sinais de gravidez e que só a
descobrem por um atraso da menstruação. Antes de descobrir que
estão grávidas muitas mulheres atravessam uma fase de mistura
confusa de sentimentos, preferindo repetir o teste de gravidez para ter
a certeza. Outras, por já não ser sua primeira gravidez, apercebem-se
do seu estado com maior facilidade (MANFREDO, 2008).
Artal (1999) destaca alterações anatômicas e funcionais, isso acontece antes mesmos
que o útero comece a desenvolver, nas alterações anatômicas pode ocorrer uma abertura
gradativamente das últimas costelas, onde o diafragma se eleva cerca de 4 cm.
A circunferência torácica aumenta cerca de 10 cm, causando alterações
gastrintestinais que acontece devido à pressão do útero em crescimento contra o reto, fazendo
com que aconteça constantemente constipação (DURAN, 2004).
20
Melem (2007), menciona que durante a gestação a mulher passa por várias alterações
no organismo, sendo que na parede abdominal à medida que o volume da barriga aumenta,
provoca modificações na postura da mulher. O quadril, que aumenta de tamanho para dar
espaço para o bebê, e o diafragma fica pressionado, devido ao aumento da barriga,
dificultando a respiração.
O Ministério da Saúde relaciona algumas alterações que acontecem nos meses de
gestação, modificações que podem ou não ser aparentes a cada mês. Nos 3 primeiros meses da
gestação, aumenta a salivação e começa a fase dos enjoos. Nos quarto, quinto e sexto mês,
pode ocorrer a azia, gases, câimbras, dores nas costas, e varizes, e nos 3 últimos meses, a
gestante pode sentir angústia e agonia. Nessa fase o bebê já está encaixado e começa a ganhar
peso, as mamas já estão preparadas para receber o leite, e o útero começa a se preparar para o
parto (BRASIL, 2008).
5.5 Benefícios de atividades físicas para gestantes
Durante o período de gestação, a mulher necessita de cuidados diferenciais para a
prática de exercícios físicos. A mulher não precisa deixar de praticar atividades físicas, mas, é
imprescindível um acompanhamento por profissionais qualificados. Desde que não haja
restrição médica, as atividades físicas devem ser elaboradas, respeitando o tempo de cada uma
delas, a fim de proporcionar segurança à gestante e ao bebê. Fonseca e Rocha (2012), diz
que:
A recomendação geral é a prática de atividade física moderada por no
mínimo 30 minutos, na maioria dos dias da semana, para todas as
pessoas sem contraindicações clínicas. Gestantes sem complicações
obstétricas podem seguir as mesmas recomendações, evitando
esportes de contato e mergulho, e respeitando certos cuidados e
limites (FONSECA, ROCHA, 2012).
Estudos realizados por Matsudo e Matsudo (2000) apontam que a potência aeróbica
da mulher gestante, caracterizada pelo consumo de oxigênio e pela frequência cardíaca, sofre
alterações nesse período. No entanto, a mulher que já é ativa antes da gravidez e continua a
praticar as atividades físicas durante esse período, tende a ganhar menos peso que as mulheres
que não praticam nenhuma atividade física, antes e durante a gravidez.
21
Realizar exercícios que não levem à fadiga, com duração de no
Maximo 30 minutos de atividades vigorosas, sempre entre 50% e 70%
da capacidade máxima da gestante. Durante a atividade física com as
gestantes, o cuidado para não cansá-las é essencial e deve ser uma
preocupação constante do profissional; a parte mais forte da aula deve
ser de no Maximo meia hora e a frequência cardíaca não deve exceder
a capacidade media individual (MELEM, 2007).
Botelho e Miranda (2011) mencionam que a frequência cardíaca em repouso
aumenta de 10 a 15bpm, sendo que a frequência cardíaca durante a prática de exercício pode
alterar de acordo com cada gestante.
Powers e Howley (2009) mencionam que a prática de exercício moderado durante
esse período não interfere na liberação de oxigênio para o feto. A frequência cardíaca do feto
aumenta devido à intensidade e a duração do exercício.
Durante a gestação, a mulher que pratica atividades físicas, além de sofrer menos
com as mudanças decorrentes da gestação, também tem menos probabilidade de ter
complicações pós–parto. Barros (1999) apud Santos e Vespasiano (2000) relata que:
Os exercícios físicos para gestantes deveriam incluir a combinação de
atividades aeróbias envolvendo grandes grupamentos musculares e
atividades que desenvolvessem força de determinados músculos.
Normalmente, acredita-se que uma musculatura abdominal forte possa
ajudar no processo de expulsão da criança. A força muscular dos
membros superiores é também muito importante para carregar o bebê,
que aumenta, cada vez mais, o seu peso (BARROS, 1999 apud
SANTOS e VESPASIANO 2000).
De acordo com Maciel (2003), a gestação é uma fase em que a mulher passa por
várias transformações corporais e psicológicas, com evolução mensal no ganho de peso,
durante o período de aproximadamente 40 semanas.
Gouveia et al. (2007) mencionam vários benefícios à mulher, entre eles: menor
tempo na hora do parto; menor ganho de peso corporal; evitar o desconforto físico; melhora a
capacidade física; altos valores no teste de APGAR; e menor risco de complicações como a
pré-eclampsia. Tavares et al. (2013) conceituam pré-eclampsia como o surgimento de pressão
22
arterial sistólica maior ou igual a 140, ou pressão arterial diastólica igual ou acima de 90, que
poderá se manifestar após a vigésima semana de gestação.
De acordo com Batista et al. (2003) o ganho de peso corporal está diretamente
ligado com maus comportamentos alimentares. O Ministério da Saúde destaca que durante a
gravidez a gestante deve se atentar a alguns cuidados: ingerir alimentos saudáveis e evitar o
consumo de alimentos com excesso de gorduras e sal, e com componentes químicos.
Recomenda que durante a gestação o ganho de peso normal, oscila entre 6 e 10 kg, e deve ser
monitorado. O ganho acima do normal pode fazer mal a gestante, desencadeando edemas,
hipertensão, obesidade, transtornos na hora do parto, diabetes (BRASIL, 2008).
Entretanto esse ganho de peso corporal, que traz complicações para a gestante, pode
também ser prejudicial ao seu bebê. De acordo com Rojas et al. (2013), o peso do recém–
nascido é um fator importante para a saúde. Segundo o Ministério da Saúde, todo bebê que ao
nascer pesar menos que 2500g é considerado recém-nascido de baixo peso, e acima de 4500
g, com excesso de peso. Existem vários fatores que determinam o peso do bebê ao nascer, que
são doenças crônicas, diabetes, hipertensão arterial, além de estar associada com fatores
sociais, pobreza, desemprego, desigualdade social e falta de acesso e acompanhamento de
qualidade ao pré–natal.
Crianças e adolescentes com excesso de peso estão mais expostas à hipertensão
arterial, diabetes e síndrome metabólica, que podem aumentar a ocorrência de doenças
cardiovasculares quando chegar à fase adulta. A identificação de fatores de risco na infância,
para a ocorrência de doenças cardiovasculares no adulto, tem relação com peso ao nascer.
Indivíduos que apresentam baixo peso ao nascer e que desenvolvem obesidade durante a
infância ou a fase adulta têm risco de apresentar doenças cardiovasculares. E crianças que
apresentam alto peso ao nascer, têm grande probabilidade de desenvolver a obesidade até a
fase adulta (ROJAS et al., 2013). Esses dados ressaltam a importância do controle da
obesidade tanto na gestante como nos seus bebês.
Santos et al. (2014) definiram a obesidade como uma doença crônica onde há o
acúmulo de gorduras no organismo, que estão associados com doenças cardiovasculares,
hipertensão, diabetes tipo 2, e cânceres.
A obesidade aumenta o risco para o desenvolvimento de problemas
como: resistência a insulina e diabetes tipo 2, doenças da vesícula
biliar, hipertensão arterial, dislipidemias, doença da artéria coronária,
osteoartrite nos joelhos dores na região lombar, respiração ofegante,
23
apneia do sono, câncer de colo-retal, câncer de mama em mulheres na
pós-menopausa, e câncer do endométrio, anormalidades dos
hormônios reprodutivos, síndrome do ovário... além disso, a
estigmatização e preconceito são também problemas comuns que as
pessoas obesas enfrentam na sociedade atual (FLORINDO, 2011).
Monteiro et al. (2013) realizaram uma pesquisa com duração de 16 semanas, com 38
obesos, de ambos os sexos, na faixa etária de 12 a 15 anos. Após a intervenção constatou-se
melhoras significativas no percentual de gordura total; redução no colesterol total e na taxa de
triglicerídeos, ressaltando o treinamento como fator eficiente para diminuir os riscos do
acúmulo de gordura no corpo.
Diante desses estudos, é recomendada para as gestantes com obesidade a prática de
exercícios físicos, apontando melhorias e benefícios para diminuir o peso corporal.
5.6 Exercícios Físicos recomendados durante a gestação
Durante a gestação observam-se mudanças metabólicas e cardiovasculares como:
maior débito cardíaco em repouso e durante o exercício que aparecem nos dois primeiros
meses; a necessidade de captar oxigênio é maior em repouso e durante o exercício; a
frequência cardíaca maior no repouso e no exercício; aumenta o volume e a dilatação dos
vasos sanguíneos de 40% a 50%, aumentando a carga de trabalho do coração, dificultando o
retorno venoso e favorecendo os inchaços nos pés e nas mãos (MATSUDO e MATSUDO,
1993).
Segundo Eisenberg (2003), 75% das gestantes queixam-se por edemas que podem
desenvolver no período de gestação, sendo mais comuns nas pernas e tornozelos, sendo
recomendados nesse caso, elevar as pernas, ou usar meias elásticas, que evitam e diminui os
sintomas.
Baracho (2002) descreve que isso acontece devido às alterações musculoesqueléticas
e também à má distribuição do peso corporal sobre os pés, sendo necessária observar em que
posição o exercício esta sendo executado, pois a posição sentada compromete a coluna, isso
se o exercício for executado de forma errada, sem que a gestante esteja sentada sobre os
ísquios, pois a posição deitada facilita a circulação útero - placenta, sendo que a posição
supina após o primeiro trimestre deve ser evitada, podendo provocar um descolamento de
placenta.
24
As atividades do meio aquático são os exercícios mais praticados em academias e
clubes. Para as gestantes, a prática dessa modalidade favorece o desenvolvimento da gravidez,
intensifica a circulação sanguínea, melhora a oxigenação, entre outros (TAHARA,
SANTIAGO, TAHARA, 2006).
Os exercícios aquáticos mais recomendados são a natação e a hidroginástica que
podem ajudar a evitar alguns desconfortos decorrentes da gravidez. As atividades na água
favorecem o bom funcionamento do coração e do Sistema Circulatório, melhorando o
condicionamento cardiorrespiratório para a hora do parto, diminuindo o risco de fadiga. Katz
(1999), em seu livro diz que:
O condicionamento aquático também ajuda a reduzir a pressão
sanguínea. Ao estar na água, o seu corpo naturalmente se livra do
excesso de água e sal. Esses excessos geralmente causam a retenção
de água, que pode resultar em ederme e desconforto, ou em pressões
sanguíneas altas... potencialmente perigosas. A redução de água e sal
no corpo também pode aliviar a rigidez nos joelhos e pulsos, que
algumas grávidas sentem em decorrência da retenção de água (KATZ,
1999).
A natação é o exercício físico mais recomendado, em meio aquático, pois estimula e
facilita o bombeamento do sangue para todas as extremidades do corpo humano, e contribui
para uma melhor respiração (MATSUDO e MATSUDO, 2000).
Duffield (1985) apud Melem (2007) diz que, exercícios na água como a flutuação
fornecem para a gestante liberdade, pois dá amplitude ao movimento sem nenhum tipo de
resistência ou atrito. Os exercícios na água aliviam as dores lombares e as dores nas pernas,
consequentes do ganho de peso.
Proporcionam também um conforto maior nos últimos meses, quando a mulher já
está com um peso mais elevado e um volume abdominal, onde há uma maior dificuldade em
realizar atividades do meio terrestre (GOUVEIA et al., 2007).
Melem (2007) atribui à prática no meio aquático com alguns efeitos terapêuticos que
são:
Quanto às dores lombares, a água relativamente aquecida reduz a
sensibilidade das terminações nervosas sensitivas; proporcionando a
diminuição da dor; quanto a musculatura, a partir do aquecimento
25
muscular ocorre a diminuição do tônus muscular, favorecendo o
relaxamento e a diminuição dos espasmos musculares; quanto ao
equilíbrio, utilizando-se as propriedades físicas da água, é favorecido
o equilíbrio, a recuperação e a conscientização corporal; quanto a
redução da marcha, a relação entre a profundidade e descarga de peso
corporal favorece a etapa de suporte de peso na reeducação da marcha
(MELEM, 2007).
Mann et al. (2009) ressaltam que as gestantes podem praticar hidroginástica a partir
do terceiro mês, se não constar nenhuma contraindicação médica, sendo que a mesma poderá
praticar essa atividade até o ultimo dia de sua gestação.
A hidroginástica proporciona para as gestantes e para o feto alguns benefícios, uma
vez que os exercícios de alongamentos aquáticos diminuem a formação de edemas, que são
comuns em gestantes, amenizando o estresse articular, e os desconfortos (BOTELHO e
MIRANDA, 2011).
Dias et al. (2014) realizaram um estudo com 30 gestantes, sendo 15 gestantes
acompanhadas no período do segundo trimestre; e as outras 15, no terceiro trimestre. As
atividades de hidroginástica tiveram duração de 50 minutos no total, divididos em
aquecimento, parte principal (com exercícios aeróbicos e localizados) e a parte final, com o
alongamento e relaxamento. Observou-se maior Índice de Massa Corporal no terceiro
trimestre gestacional. O desempenho da frequência cardíaca nas mulheres no segundo
trimestre gestacional mostrou redução significativa. Comparando-se as gestantes no repouso e
após o exercício na água não foram encontradas diferenças significativas. Não houve aumento
da frequência cardíaca tanto no segundo como no terceiro trimestre gestacional.
A caminhada é um bom exercício para gestantes. Assim, como a hidroginástica, pode
ser praticada durante os noves meses de gestação, sendo necessários 30 minutos, em no
mínimo três vezes semanais, para ter um bom resultado. É um exercício de baixo risco e ajuda
a manter a condição física da gestante (BOTELHO e MIRANDA, 2011).
Um estudo realizado por Fernandes et al. (2012), com 20 gestantes sedentárias entre
18 e 35 anos, com idade gestacional a partir da 16ª semana, observou que a prática de
atividades aeróbicas moderadas, em esteira ergométrica, duas a cinco vezes/semana colaborou
para a diminuição do diminuição do número de partos prematuros e cesáreos e aumento do
número de partos normais.
26
A prática da modalidade yoga é uma atividade cada vez mais praticada durante a
gestação, por aquelas que possuem maior poder aquisitivo, trabalha a parte da respiração, e a
postura, sendo que a aula pode ser de 2 horas semanais (GOUVEIA et al., 2007).
Martins (2012) realizou um estudo com 245 gestantes, em atenção pré-natal de
Unidades Básicas de Saúde, em Paulínia (SP), com idade entre 14 a 40 anos e com 4 a 40
semanas. As gestantes foram divididas 2 dois grupos: o Grupo Yoga e o Grupo Orientação
Postural, acompanhadas por dez semanas. O objetivo era evidenciar as dores lombares.
Observou-se que após a prática das atividades, as dores referidas pelas gestantes foram
menores no Grupo Yoga quando comparada ao Grupo Orientação Postural.
Botelho e Miranda (2011) mencionam a musculação como uma modalidade debatida
quanto a sua prática durante a gestação. Muitos autores condenam a prática durante esse
período. Recomenda-se que durante a gravidez a musculação fosse apenas praticada como
forma de lazer, descartando a prática para competição e de preparação física, pois existem
algumas contraindicações para gestantes nessa atividade como: perda de líquido amniótico,
contrações uterinas, hemorragia vaginal, fraqueza muscular e redução dos movimentos do
feto.
Segundo Matsudo e Matsudo (2000), a musculação deve ser feita com atenção e
segurança redobrada, sendo indispensável à utilização do frequencímetro, instrumento
utilizado para o monitoramento da frequência cardíaca de trabalho. As mulheres que são
ativas antes da gestação podem praticar exercícios físicos durante e após a gestação, desde
que estejam sendo acompanhadas por um professor de Educação Física e liberada por um
médico que esteja acompanhando seu período gestacional.
5.7 O professor de Educação Física
Durante a gestação existem inúmeras atividades que a mulher pode praticar, porém
essa escolha deverá ser recomenda por um médico e acompanhada por um professor de
Educação Física, levando em consideração os recursos disponíveis de cada uma, visando à
sustentação da capacidade cardiorrespiratória e a capacidade muscular. Fonseca e Rocha
(2012) relatam que:
As atividades aeróbicas devem consistir de atividades que envolvam
grandes grupos musculares e em ritmo contínuo. Atividades de
27
resistência são indicadas desde que com baixa carga e muitas
repetições. Os exercícios de flexibilidade também podem ser
adotados, porém devem ser individualizados e no limite de cada
gestante. Exercícios isométricos que aplicam manobras de Valsalva
devem ser evitados porque podem diminuir o fluxo sanguíneo e
perfusão placentária (FONSECA e ROCHA, 20012).
Todas essas recomendações devem levar em consideração a duração, a frequência, e
a intensidade de cada exercício, escolhendo um programa de exercícios no meio aquático e/ou
terrestre, que sejam benéficos e convenientes para mãe e bebê.
De acordo com o Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) e o Conselho
Regional de Educação Física (CREF), a formação dos professores e profissionais na área da
Educação Física, é dividido em duas áreas a licenciatura e o bacharelado, onde a licenciaturas
visam a atuação como docente na educação básica. Os bacharelados excluem sua ação na
educação básica, porém, podem atuar em academias. Diante dessa distinção, percebemos que
ainda é precária a atuação apenas do professor de Educação Física bacharel para atender as
demandas da área da saúde.
O professor de Educação Física é um profissional que pode atuar tanto na área da
educação como na área da saúde. Ou seja, a sua atuação acontece nas escolas, com atividades
formais; e em diferentes espaços, nas atividades não formais como: lazer, treinamento físico,
academias de ginástica e musculação; exercícios para grupos especiais de idosos, gestantes,
portadores de necessidades especiais, entre outros.
A gestante deve ser acompanhada por um professor de Educação Física para
direcionar as maneiras mais adequadas na execução de qualquer tipo de exercícios físicos,
como dando orientações para o melhor posicionamento, o tempo de duração dos exercícios,
intensidade e a frequência de cada atividade, que são de extrema importância para a realização
de atividades físicas. Para Castellani (2004):
A Educação Física é uma das áreas do conhecimento humano ligada
ao estudo e atividades de aperfeiçoamento, manutenção ou
reabilitação da saúde do corpo e mente do ser humano, além de ser
fundamental no desenvolvimento do ser como um todo. Ela trabalha,
num sentido amplo, com prevenção de determinadas doenças humanas
e também é fundamental na formação básica do ser humano, devido
28
sua atuação no contexto psicossocial no conhecimento corporal
(conhecimento do próprio corpo) suas possibilidades de ação e suas
limitações. É a área de atuação do profissional formado em uma
Faculdade de Educação Física. É um termo usado para designar tanto
o conjunto de atividades físicas não competitivas, quanto à ciência que
fundamenta a correta prática destas atividades, resultado de uma série
de pesquisas e procedimentos estabelecidos (CASTELLANI, 2004).
Maciel (2003) destaca que a Educação Física é um conjunto de ações planejadas, que
integram elementos como a dança, jogos e brincadeiras que objetivam atingir um determinado
objetivo. O professor de Educação Física deve orientar quanto às vestimentas para os
exercícios físicos e a hora adequada para a sua prática. Bem como, quanto a duração, a
intensidade e a frequência dos exercícios físicos levando sempre em consideração a sua
eficiência, aptidão física e o condicionamento físico da gestante.
A gestante deve ser orientada a respeitar seu próprio corpo e acatar a
posição do médico com relação às atividades liberadas. Qualquer
sintoma incomum ou fora dos padrões normais deve ser
imediatamente comunicado pela gestante ao profissional que deve
aconselhá-la a fazer essa comunicação imediatamente ao médico.
Estar sempre controlando a frequência da gestante, através de
equipamentos específicos. Caso não possa contar com essa tecnologia,
o profissional deve controlar as gestantes pela tomada constante da
frequência, pela própria aluna ou pelo Percept Test (observação do
rosto da aluna, vendo se está com expressão cansada ou assustada)
(MACIEL, 2003).
5. 8 Políticas Públicas
Rua (2009) define Políticas Públicas como ações, metas e planos que são usados
pelos governos federais, estaduais, e municipais, onde tem o objetivo de proporcionar o bem
estar da sociedade. Compete ao poder público identificar as prioridades e organizar as
Políticas Públicas necessárias para o atendimento da sociedade. Para isso, o Estado precisa
29
elaborar e desenvolver ações e atuar nas diferentes áreas, incluindo Saúde, Educação e Meio-
ambiente.
Em 1983 iniciaram-se as fomentações do movimento feminista que se uniram às
discussões e as criações de Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM),
com recurso destinado para capacitação do sistema. E dessa forma, a assistência do pré-natal
passa a fazer parte dos serviços públicos (BRASIL, 1998).
A Constituição Federal de 1988 deu origem ao Sistema Único de Saúde (SUS), além
de constituir em seu Artigo 196 que:
A saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença
e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para a sua promoção, proteção e recuperação (BRASIL,
1988).
A história da saúde no Brasil modificou a partir da criação do SUS, que tem por
objetivo igualdade de direitos para todos os cidadãos. No Brasil existem vários programas
destinados para a mulher antes, durante, e após a gestação, que iremos destacar os mais
conhecidos.
O Programa “Mais sobre Saúde da Mulher” tem como objetivo dar assistência
integral à saúde da mulher, em todas as fases da vida, clínico ginecológica, no campo da
reprodução englobando casos de doenças crônicas ou agudas, que reconhece o cuidado
médico e de toda a equipe de saúde. No ano de 2004 o Ministério da Saúde lançou a Política
Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, estabelecida a partir do SUS (BRASIL,
1998).
De acordo com o Ministro do Estado e da Saúde, a partir da Lei n° 11.634, de 27 de
dezembro de 2007, dá a gestante o direito de conhecer à maternidade onde receberá
assistência do SUS, define:
Art. 1° A Rede Cegonha, instituída no âmbito do Sistema Único de
Saúde, consiste numa rede de cuidados que visa assegurar à mulher o
direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à
gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como à criança o direito ao
nascimento seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis,
denominada Rede Cegonha. Art. 2° A Rede Cegonha tem como
30
princípios: I - o respeito, a proteção e a realização dos direitos
humanos; II - o respeito à diversidade cultural, étnica e racial; III - a
promoção da equidade; IV - o enfoque de gênero; V - a garantia dos
direitos sexuais e dos direitos reprodutivos de mulheres, homens,
jovens e adolescentes; VI - a participação e a mobilização social; e VII
- a compatibilização com as atividades das redes de atenção à saúde
materna e infantil em desenvolvimento nos Estados (BRASIL, 2011).
Em março de 2011 o Governo Federal lançou a Rede Cegonha, um programa que
visa garantir atendimento de qualidade a todas as gestantes atendidas pelo SUS, desde a
confirmação da gestação até os dois primeiros anos de vida do bebê, no qual prevê a
qualificação dos profissionais de saúde que são os responsáveis pelo atendimento às mulheres
durante a gestação, dando apoio com a criação da Casa da Gestante e a Casa do Bebê, e os
Centros de Parto Normal, que funcionará em conjunto com a maternidade para humanizar o
nascimento (CASSATTI, 2011).
A Rede Cegonha recebeu investimentos no valor de R$ 9 bilhões até o ano de 2014,
com o objetivo de ampliar a rede, e possibilitar a gestante conhecer a maternidade onde terá o
bebê e tenha direito a um acompanhante durante a internação (BRASIL, 2011).
Outro Programa de nível nacional é o Bolsa Família na gestação e amamentação, que
é ligado ao Fome Zero, onde inclui benefícios de R$ 32 mensais para as mulheres durante a
gestação e amamentação do filho. Esse benefício tem duração de até 15 meses, sendo 9 meses
durante a gestação e 6 meses após o bebê nascer, que inclui o período de amamentação. Para a
gestante incluir nesse programa a renda familiar não pode ser superior a R$ 140 por membro,
e só pode ter no máximo 4 filhos, com até 15 anos de idade (BRASIL, 2011).
No Estado de Mato Grosso do Sul (MS) existe um Programa denominado “Programa
Estadual de Proteção a Gestantes” (PEPG), destinado a gestante que é dividido em três etapas:
a realização da triagem pré-natal, a confirmação do diagnóstico e o acompanhamento e
tratamento das gestantes de todo o Estado de Mato Grosso do Sul. Tem por objetivo o
cuidado de prováveis complicações para a mãe e bebê (BOTELHO, 2008).
Na cidade de Corumbá (MS) existe um Programa denominado “Pequeno Príncipe”,
da Secretária Municipal de Saúde. As gestantes são atendidas em Unidades Básicas da Saúde
e da Família, onde recebem kits que contem uma bolsa com manta, curativo e fraldas. A ação
integra o projeto Rede Cegonha, do Ministério da Saúde, através da parceria com a Prefeitura
Municipal com o objetivo de estimular a adesão ao pré-natal (RANZI, 2010).
31
Em Ládario (MS), o “Programa Mamãe Bebê”, criado no ano de 2010, juntamente
com a Secretaria de Saúde, em parceria com o programa da Rede Cegonha, do Governo
Federal, realiza encontros mensais, em todas as Unidades Básicas da Saúde e da Família, com
rodas de conversa e palestras temáticas que são desempenhados pela equipe de saúde,
incluindo médicos, dentistas, enfermeiros, psicólogos e agentes de saúde. Logo que iniciou o
projeto, apenas 19% das gestantes concluíam as 7 consultas do pré-natal. Em 2012, este
número subiu para 58%. Os programas receberam bolsas da Rede Cegonha, contendo um kit
para os primeiros cuidados com o bebê e cobertores, no qual foram fornecidos pela Secretaria
Municipal de Saúde (ARRUDA, 2010).
Apesar das iniciativas do poder público para atender as necessidades das gestantes no
Brasil, identificamos que ainda necessita de uma olhar especial para a inserção do professor
de Educação Física inserido nesses programas. Sendo assim, deixaremos aqui 2 perguntas
relevantes. Já que o professor de Educação Física é responsável pela promoção da saúde, por
que não está inserido nesses programas? Quais são os profissionais responsáveis por orientar,
planejar e prescrever os exercícios físicos para a gestante? Diante dessas questões é possível
notar que é indispensável à inserção do professor de Educação Física.
5.9 Área de Intervenção na Rede Pública de Saúde
Inúmeras são as áreas de atuação do professor de Educação Física. Seriam
necessárias mudanças progressivas do trabalho individual dos profissionais da área de saúde
para um trabalho em equipe e multidisciplinar. Assim, é importante analisar e discutir as
possíveis áreas da saúde que o professor de Educação Física, pode estar inserido.
De acordo com o Ministério da Saúde, os Núcleos de Apoio à Saúde da Família
(NASF) foram criados pelo Ministério da Saúde, no ano de 2008, e tem como objetivo apoiar
a concretização da Atenção Básica no Brasil. Foi regulamentado pela Portaria nº 2.488, de 21
de outubro de 2011. É composta com equipes de multiprofissionais que atuam em período
integral, ligados aos NASF e ao Programa de Saúde da Família (PSF) (BRASIL, 2011).
Os NASF devem ser compostos pelos seguintes profissionais: médico acupunturista;
assistente social; profissional/professor de Educação Física; farmacêutico; fisioterapeuta;
fonoaudiólogo; médico ginecologista/obstetra; médico homeopata; nutricionista; médico
pediatra; psicólogo; médico psiquiatra; terapeuta ocupacional; médico geriatra; médico
internista (clínica médica), médico do trabalho, médico veterinário, profissional com
32
formação em arte e educação (arte educador) e profissional de saúde sanitarista. No entanto, a
composição dos NASF fica a critério dos gestores municipais Ministério da Saúde (BRASIL,
2011).
Em Corumbá existem apenas 2 NASF, sendo que dentro desses Núcleos existem a
inserção do professor de Educação Física responsável para atender a demanda da comunidade
local. Entretanto, as atividade físicas direcionadas para as gestantes, ainda são restritas.
O Programa Saúde da Família (PSF) é estratégia de reorientação do modelo
assistencial, composto por equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde. A
Estratégia de Saúde da Família é um projeto juntamente com o SUS. Teve inicio no ano de
1994 e busca permanente comunicação e troca de experiências da população com o Agente
Comunitário de Saúde. As equipes são compostas, por um médico de família, um enfermeiro,
um auxiliar de enfermagem e 6 agentes comunitários de saúde (BRASIL, 2011). No PSF o
professor de Educação Física não está inserido, sendo que é importante para a promoção da
Saúde da Família.
Da Costa (2009) realizou pesquisa com 33 a 40 gestantes cadastradas no PSF, em
Teixeiras (MG), envolvendo 35 profissionais: 4 médicos, 4 enfermeiros, 4 auxiliares de
enfermagem, e 23 agentes comunitários de saúde. A finalidade foi avaliar os cuidados que os
responsáveis da saúde tem com a gestante no contexto do Programa Saúde da Família. Nesse
trabalho não houve participação do professor de Educação Física, que deveria estar incluído
nessa equipe profissional com o papel de orientar e acompanhar as práticas de atividades
físicas durante a gestação.
Torres et al. (2013) realizaram um estudo em Grajaú (MA), com 10 idosos, sendo 7
mulheres e 3 homens, na faixa etária de 62 à 76 anos, cadastrados em um grupo de
caminhada da Estratégia de Saúde da Família. Foram constatados alguns benefícios
decorrentes da caminhada como: controle de doenças crônicas e degenerativas; redução da
massa corpórea; melhora na saúde mental e social e melhoras na mobilidade física,
concluindo que a prática da caminhada promove a flexibilidade e melhora a postura do idoso.
Silva (2013) realizou um estudo com hipertensos, em uma Unidade Básica de Saúde
ligada ao Programa de Saúde da Família, em Recanto das Emas (DF). Dos 20 participantes do
projeto, observou-se, através de entrevistas, que 70% não praticam nenhuma atividade física;
e 30% praticam apenas a caminhada, e dentro desse grupo, 30% são tabagistas; e 10%
consomem bebida alcoólica. E, 95% dos participantes disseram que não existem programas de
atividades físicas dentro da Estratégia Saúde da Família e ressaltam a importância do
33
profissional de Educação Física inserido nas unidades de saúde, para conscientizar sobre a
prática dos exercícios físicos no controle da hipertensão arterial.
Araújo e Lira (2013) realizaram um estudo em uma Unidade de Saúde da Família,
onde foram observados 30 idosos, composto por 23 mulheres e 7 homens, que tinha por
finalidade analisar os benefícios da prática de atividades físicas para uma qualidade de vida
para idosos. Foram verificados resultados significativos na melhora da pressão arterial
sistólica e diastólica, associados aos aspectos emocionais, mental e social.
O professor de Educação Física tem importante atuação em áreas como NASF e PSF,
fazendo levantamento das gestantes e acompanhando-as nas atividades físicas antes das
consultas, visando o bem estar da mãe.
Inúmeras poderiam ser as áreas de atuação do professor de Educação Física. Mas
ainda falta por parte dos governantes incentivos e investimentos para que as gestantes que não
tenham poder aquisitivo maior estejam sendo acompanhadas de perto, e realizando atividades
físicas elaboradas por um professor de educação física.
34
6. CONCLUSÃO
Durante a gestação a mulher passa por alterações fisiológicas e com a prática de
exercícios físicos, a gestante consegue benefícios para a prevenção de doenças e promoção de
saúde, diminuindo os riscos de doenças cardiovasculares.
Para uma gestação saudável, é recomendado que a gestante tenha uma dieta
equilibrada e controle o ganho de peso, para que não desencadeie doenças como obesidade,
diabetes e hipertensão. Deve realizar no mínimo 3 vezes por semana, exercícios com a
orientação e acompanhamento de um professor de Educação Física, com atividades aeróbicas
de intensidade leve a moderada, com duração mínima de 30 minutos.
É de suma importância o acompanhamento durante o pré-natal, pois é durante esse
período, que o médico conhecerá o meio social em que a gestante gerou seu filho, e onde são
realizados exames para prevenir, diagnosticar e tratar as ocorrências indesejáveis na gestação,
visando ao bem-estar da gestante e de seu bebê. Além de orientar sobre possíveis problemas
do parto e sobre determinados cuidados ao recém-nascido.
Porém, ainda há necessidade de profissionais especializados para a aplicação de um
programa de atividade física para que os benefícios às gestantes sejam alcançados. A prática
da atividade deve ser orientada a partir das características das gestantes e também dentro dos
princípios esperados da prática no período gestacional.
Vale ressaltar que as gestantes costumam sentir dores na lombar e ter inchaços nos
pés. Sendo recomendados exercícios que ajudam a relaxar a coluna e aumentam a circulação
do sangue como a caminhada, que é uma das melhores formas de se exercitar nessa fase, pois
não gera impacto ou desgaste das articulações, e é ideal para o bom funcionamento
cardiovascular.
As atividades aquáticas é uma boa alternativa. Os movimentos na água fortalecem os
músculos das pernas e dos braços e permitem que a gestante tenha a sensação de leveza que o
meio proporciona.
A yoga e os alongamentos diários são as melhores opções porque trabalham a
flexibilidade. O alongamento combinado com exercícios de respiração que aumentem a
capacidade torácica, reduzida pelo espaço ocupado pelo bebê, facilitam a circulação, a
mobilidade das articulações e a preservação do equilíbrio.
Além disso, nas gestantes, alguns benefícios também podem ocorrer, como:
diminuição de estresse, irritabilidade, maior autoestima e segurança. Ou seja, os benefícios da
prática de exercícios físicos ocorrem tanto nas áreas físicas quanto nas áreas psicológicas,
35
sendo indispensável que a gestante a todo o momento esteja sendo acompanhada por um
médico e por um professor de Educação Física, responsável por estabelecer um melhor
quadro de atividades diárias para a gestante.
Através das pesquisas, temos conhecimento que ainda é necessário implantar e
desenvolver mais programas de conscientização das gestantes quanto à prática regular de
atividade neste período, tanto por parte de seus médicos, e dos professores de Educação
Física, como pelas suas próprias buscas de informações. Além disso, os médicos têm o dever
de conscientizar suas pacientes em relação aos benefícios gerados pela atividade física regular
durante a gestação.
Ao término da presente pesquisa, podemos compreender que a prática de exercícios
físicos contribui para uma gravidez tranquila, diminuindo alguns possíveis problemas comuns
a esse período da mulher. Desde então, surgem alguns benefícios que são, dentre outros, o
menor ganho de peso, a diminuição do risco de diabetes e complicações na hora do parto,
tornando este momento mais tranquilo e com menor risco do bebê nascer prematuro,
reduzindo o tempo de hospitalização e favorecendo o parto normal.
36
7. REFERÊNCIAS
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Representações sociais de mulheres em processo de menopausa: um estudo na Unidade de
Saúde da Família no município de Garça - SP. Pesquisas e Práticas Psicossociais, v. 2, n. 1, p.
118-130. 2007.
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Nutricional De Praticantes De Corrida Do Grupo Endorfina Assessoria Esportiva Do
Município De Araguari, Minas Gerais. São Paulo, 2012. Disponível em:
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