Eugénio de Andrade

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Eugénio de Andrade Trabalho realizado por: Carolina Leite nº2 8ºA José Gonçalves nº11 8ºA Disciplina: Português Professora: Clementina Gomes Escola EB 2,3/S de Mondim de Basto 2014/15

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Page 1: Eugénio de Andrade

Eugénio de Andrade

Trabalho realizado por: Carolina Leite nº2 8ºA

José Gonçalves nº11 8ºA

Disciplina: PortuguêsProfessora: Clementina Gomes

Escola EB 2,3/S de Mondim de Basto

2014/15

Page 2: Eugénio de Andrade

Índice

Biografia Alguns Poemas

Bibliografia Os amantes sem dinheiro

Na varanda de Florbela

Mar de Setembro

É urgente o amor

Adeus

Page 3: Eugénio de Andrade

Biografia

Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas,

nasceu na freguesia de Póvoa de Atalaia (Fundão) em 19 de

Janeiro de 1923. Fixou-se em Lisboa aos dez anos, com a

mãe, que entretanto se separara do pai.

Frequentou o Liceu Passos Manuel e a Escola Técnica

Machado de Castro, tendo escrito os seus primeiros poemas

em 1936. Em 1939 publicou o seu primeiro livro, Narciso.

O poeta faleceu a 13 de junho de 2005 com 82 anos,

no Porto.

ÍNDICE

Page 4: Eugénio de Andrade

Bibliografia

"Adolescente". Lisboa, ed.do Autor, 1942.

"Pureza". Lisboa, Livraria Francesa, 1945.

"As Mãos e os Frutos". Lisboa, Portugália, 1948.

"Os Amantes sem Dinheiro". Lisboa, Centro Bibliográfico, 1950.

"As Palavras Interditas". Lisboa, Centro Bibliográfico, 1951.

"Até Amanhã". Lisboa, Guimarães Editores, 1956.

"Coração do Dia". Lisboa,

Iniciativas Editoriais, 1958.

"Mar de Setembro".1961.

"Ostinato Rigore". Lisboa,

Guimarães Editores, 1964.

"Obscuro Domínio". Porto,

Editorial Inova, 1971.

"Véspera da Água". Porto,

Editorial Inova, 1973.

"Escrita da Terra e Outros

Epitáfios". Porto, Editorial

Inova, 1974.ÍNDICE

Page 5: Eugénio de Andrade

Alguns Poemas

ÍNDICE

Page 6: Eugénio de Andrade

Os amantes sem dinheiro

Tinham o rosto aberto a quem passava

Tinham lendas e mitos

e frio no coração.

Tinham jardins onde a lua passeava

de mãos dadas com a água

e um anjo de pedra por irmão. Tinha como

toda a gente

o milagre de cada dia

escorrendo pelos telhados;

e olhos de oiro

onde ardiam

os sonhos mais tresmalhados.

Tinham fome e sede como os bichos,

e silêncio

à roda dos seus passos,

mas a cada gesto que faziam

um pássaro nascia dos seus dedos

e deslumbrado penetrava nos espaços.

ÍNDICE

Page 7: Eugénio de Andrade

Na varanda de Florbela

Aqui cantaste nua.Aqui bebeste a planície, a lua,e ao vento deste os olhos a beber.Aqui abandonaste as mãosa tudo o que não chega a acontecer.

Aqui vieram bailar as estaçõese com elas tu bailaste.Aqui mordeste os seios por abrir,fechaste o corpo à sede das searase no lume de ti própria te queimaste.

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Page 8: Eugénio de Andrade

Mar de Setembro

Tudo era claro:

céu, lábios, areias.

O mar estava perto,

Fremente de espumas.

Corpos ou ondas:

iam, vinham, iam,

dóceis, leves, só

alma e brancura.

Felizes, cantam;

serenos, dormem;

despertos, amam,

exaltam o silêncio.

Tudo era claro,

jovem, alado.

O mar estava perto,

puríssimo, doirado.

ÍNDICE

Page 9: Eugénio de Andrade

É urgente o amor

É urgente o amor.É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,ódio, solidão e crueldade,alguns lamentos,muitas espadas.

É urgente inventar alegria,multiplicar os beijos, as searas,é urgente descobrir rosas e riose manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luzimpura, até doer.É urgente o amor, é urgentepermanecer.

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Page 10: Eugénio de Andrade

Adeus

Como se houvesse uma tempestadeescurecendo os teus cabelos,ou, se preferes, minha boca nos teus olhoscarregada de flor e dos teus dedos;

como se houvesse uma criança cegaaos tropeções dentro de ti,eu falei em neve - e tu calavasa voz onde contigo me perdi.

Como se a noite se viesse e te levasse,eu era só fome o que sentia;Digo-te adeus, como se não voltasseao país onde teu corpo principia.

Como se houvesse nuvens sobre nuvense sobre as nuvens mar perfeito,ou, se preferes, a tua boca clarasingrando largamente no meu peito.

ÍNDICE