Eutidemo
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EutidemoEstudo da Obra
PlatãoO Escritor
Quem era?
Foi um filósofo e matemático do período
clássico da Grécia Antiga, autor de diversos
diálogos filosóficos e fundador da Academia
em Atenas, a primeira instituição de
educação superior do mundo ocidental.
Juntamente com seu mentor, Sócrates, e seu
pupilo, Aristóteles, Platão ajudou a construir
os alicerces da filosofia natural, da ciência e
da filosofia ocidental.
Acredita-se que seu nome verdadeiro tenha
sido Arístocles; Platão era um apelido
que, provavelmente, fazia referência à sua
característica física, tal como o porte atlético
ou os ombros largos, ou ainda a sua ampla
capacidade intelectual de tratar de
diferentes temas, entre eles a ética, a
política, a metafísica e a teoria do
conhecimento.
Os diálogos
A sofisticação de Platão como escritor é
especialmente evidente em seus diálogos
socráticos; trinta e cinco diálogos e treze
cartas são creditadas tradicionalmente a
ele, embora os estudiosos modernos
tenham colocado em dúvida a
autenticidade de pelo menos algumas
destas obras.
Estas obras também foram publicadas
em diversas épocas, e das mais variadas
maneiras, o que levou a diferentes
convenções no que diz respeito à
nomenclatura e referenciação dos
textos.
Embora não exista qualquer dúvida de
que Platão lecionou na Academia
fundada por ele, a função pedagógica
de seus diálogos - se é que alguma existia
- não é conhecida com certeza.
Os diálogos, desde a época do próprio
Platão, eram usados como ferramenta de
ensino nos tópicos mais variados, como
filosofia, lógica, retórica, matemática,
entre outros
Resumo de seu Pensamento:
Em linhas gerais, Platão desenvolveu a noção de que o homem está em contato permanente com dois tipos de realidade: a inteligível e a sensível.
A primeira é a realidade imutável, igual a si mesma.
A segunda são todas as coisas que nos afetam os sentidos, são realidades dependentes, mutáveis e são imagens da realidade inteligível.
Tal concepção de Platão também é
conhecida por Teoria das Ideias ou Teoria
das Formas.
Foi desenvolvida como hipótese no
diálogo Fédon e constitui uma maneira
de garantir a possibilidade do
conhecimento e fornecer uma
inteligibilidade relativa aos fenômenos.
E costume distinguir três períodos na
composição dos Diálogos de Platão,
1) Diálogos socráticos: a personagem principal é
Sócrates: busca-se uma definição; o diálogo
geralmente não conclui (diálogo aporético); o
diálogo contém geralmente um pequeno
drama, com personagens vivas e animadas.
São eles: Apologia de Sócrates, Críton, HípiasMenor, Alcibíades, Eutifron, Protágoras, Íon, Laques, Lísis, Cármides, Hípias Maior.
2) Diálogos da maturidade: Sócrates é sempre o
protagonista. Prevalece o ensino positivo; e, pela boca
de Sócrates, Platão emite a sua própria doutrina:
elaboração da teoria das Ideias.
São os seguintes:
Górgias, Ménon, Menêxeno, Eutidemo, Crátilo
e, sobretudo, os quatro grandes diálogos clássicos:
Banquete, Fédon, República, Teeteto.
Estes diálogos foram escritos entre a primeira e a segunda
viagem à Sicília.
3) Diálogos da velhice: nítida evolução na teoria
das Ideias. Sócrates é relegado para último plano
ou desaparece, até, do diálogo (Leis). O ensino é
exclusivamente lógico; a forma dialogada já não
é processo de exposição.
São eles: Fedro
(?), Parmênides, Sofista, Político, Filebo e, após a
terceira viagem à Sicília, o Timeu, Crítias, Leis, Carta
VII.
EUTIDEMO
Em resumo
Trata-se de uma representação em forma
de caricatura do Método da
Erística, utilizado pelos Sofistas.
“No Eutidemo, em que Sócrates denuncia
também a vaidade do saber enciclopédico
dos sofistas, é-nos dito que, mesmo que
existisse uma ciência capaz de tornar
imortal, de nada serviria se não soubéssemos
usar essa imortalidade. Precisamos, então, de
um saber que ao mesmo tempo produza e
saiba usar aquilo que produz (289 b).”
Quem eram os Sofistas?
Os sofistas são os primeiros a romperem com
a busca pré-socrática por uma unidade
originária (a physis) iniciada com Tales de
Mileto e finalizada em Demócrito de Abdera
(que embora tenha falecido pouco tempo
depois de Sócrates, tem seu pensamento
inserido dentro da filosofia pré-socrática).
Eles ensinavam técnicas que auxiliavam
as pessoas a defenderem o seu
pensamento particular e suas próprias
opiniões contrárias para que, dessa
forma, conseguissem seu espaço.
A principal doutrina sofística consiste, em
uma visão relativa de mundo (o que os
contrapõe a Sócrates que, sem negar a
existência de coisas relativas buscava
verdades universais e necessárias).
A principal doutrina sofística pode ser
expressa pela máxima de Protágoras: "O
homem é a medida de todas as coisas".
A verdade, segundo Protágoras, depende de cada um, depende de como cada coisa aparece para cada um em seu juízo.
O que pode ser verdade para um, pode não o ser para outro.
Com esse relativismo moral, ele rejeita toda verdade universal.
Se algo te parece bom, faça.
Se isso traz benefício a você e prejuízo aos outros, faça assim mesmo.
O que é Erística
A erística é a arte de lutar com palavras e
de "refutar tudo o que se vai dizendo, seja
falso ou verdadeiro".
“Pois, a luta que lhes restava por exercer, essa agora eles realizaram
plenamente, de modo que ninguém será capaz de sequer erguer-se contra eles, de
tal forma tornaram-se hábeis em lutar com palavras (ἐν τοῖς λόγοις μάχεσθαι) e em
refutar completamente o que, a cada vez, é dito, de forma semelhante se for falso
e se for verdadeiro.”
Eutidemo 272A5-B1
Os interlocutores do diálogo, os dois irmãos
Eutidemo e Dionisodoro, divertem-se a
demonstrar, por exemplo, que só o ignorante
pode aprender e, logo a seguir, que
contrariamente só o sábio aprende...
...que só se aprende o que se não sabe e a
seguir que só se aprende o que sabe, etc.
O princípio desse exercício é a doutrina de
que não é possível o erro e que, seja qual for
a coisa que se disser, se diz coisa que é, logo
verdadeira.
Nesse ponto Sócrates se opõe dizendo que
não haveria nada que ensinar e nada que
aprender, e sendo assim a própria erística
seria inútil.
Na verdade, nada há que se possa ensinar a
não ser a sabedoria; e a sabedoria só pode
ensinar-se e aprender-se amando-a, isto é
filosofando.
E neste ponto o diálogo deixa de ser crítica do
procedimento sofístico para se transformar em
exortação à filosofia (propreptikon)
Curiosamente... Por ser um discurso introdutório
tornou-se famoso na antiguidade, tendo sido
muitas vezes imitado.
Esta parte é importante acima de tudoporque contém a ilustração do objetopróprio da filosofia:
Platão define esse objeto como o uso dosaber para utilidade do homem.
A filosofia é a única disciplina em que o fazercoincide com o saber servir-se do que se faz(Eut., 289 b).
... Ou seja, a única disciplina que produzconhecimento ao mesmo tempo que ensinaa utilizar o próprio conhecimento parautilidade e felicidade do homem.
Filosofia
É para a utilidade
do homem
A única disciplina que
produz conhecimento
e ensina utilizá-lo
Sabedoria é saber o que fazer
com o que se sabe.