Evangelii Gaudium | Imprensa estrangeira

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DIRETOR DE REDAÇÃO: OTAVIO FRIAS FILHO TOP DO ENEM !! Melhor escola privada e melhor pública estão em MG ! " # $ % & ' ( Bernoulli - Unidade Lourdes BELO HORIZONTE (MG) Elite Vale do Aço IPATINGA (MG) São Bento RIO DE JANEIRO (RJ) Colégio de Aplicação da UFV (Coluni) VIÇOSA (MG) Vértice (unid.) SÃO PAULO (SP) Santo Agostinho (unid. Nova Lima) NOVA LIMA (MG) Helyos FEIRA DE SANTANA (BA) Magnum Agostiniano (unid. Nova Floresta) BELO HORIZONTE (MG) Colégio de Aplicação da UFPE RECIFE (PE) Anglo Leonardo Da Vinci CARAPICUÍBA (SP) privada federal AS MELHORES POR ÁREA Linguagens e códigos Bernoulli - Lourdes Helyos Matemática Bernoulli - Lourdes São Bento Ciências humanas Elite Vale do Aço Bernoulli - Lourdes Ciências da natureza Elite Vale do Aço Bernoulli - Lourdes Redação São Bento Cruzeiro - Centro Fonte: Inep/MEC RIO DE JANEIRO (RJ) (inclui português e literatura) ANO 93 H QUARTA-FEIRA, 27 DE NOVEMBRO DE 2013 H N O 30.919 EDIÇÃO SP/DF H CONCLUÍDA ÀS 23H58 H R$ 3,00 UM JORNAL A SERVIÇO DO BRASIL folha.com.br Desde 1921 Veja como entrar em contato com o serviço ao assinante, as editorias e a ombudsman fale.folha.com.br FALE COM A FOLHA EDITORIAIS Opinião A2 Leia “Estatísticas vitais”, a respeito de queda nos homicídios em São Paulo, e “Protecionismo cultu- ral”, sobre regulamenta- ção estatal de museus. 311.480 exemplares impressos + digitais Gilson Kleina renova contrato e será o técnico do Palmeiras no ano do centenário D2 Genoino não precisa se tratar em casa, diz laudo Para médicos, doença não é grave; STF usará parecer ao decidir sobre prisão domiciliar Laudo médico de nove pá- ginas, produzido por cinco cardiologistas, aponta que o deputado licenciado José Genoino (PT-SP) é portador de cardiopatia “que não se caracteriza como grave” e diz não ser “imprescindível” que o petista fique em casa para fazer seu tratamento. O parecer, feito por médi- cos indicados pela Universi- dade de Brasília, foi enviado ao presidente do STF, Joa- quim Barbosa. A partir dele, o ministro decidirá se aten- de o pedido de Genoino —ele quer cumprir sua pena no mensalão em prisão domici- liar por problemas de saúde. Apesar de considerar que a doença de Genoino não é grave, os médicos dizem que o petista tem de ser medica- do, ter dieta com pouco sal, fazer exercícios e evitar es- tresse. O deputado chegou a passar mal na prisão e, des- de domingo, aguarda em ca- sa a decisão de Barbosa. O ex-ministro José Dirceu pediu autorização ao STF pa- ra trabalhar em Brasília. O petista vai receber R$ 20 mil por mês para ser, das 8h às 17h, gerente administrativo do hotel Saint Peter. O salá- rio registrado na carteira de trabalho da gerente-geral do hotel é de R$ 1.800. Poder A4 Senado decide acabar com voto secreto para cassar mandato O Senado aprovou o fim do voto secreto no Congres- so para cassações de man- dato e análise de vetos da presidente da República. Se a proposta for promul- gada antes de a Câmara ana- lisar as cassações dos depu- tados condenados no men- salão, os congressistas terão o destino decidido por uma votação aberta. São os casos de Valdemar Costa Neto, Pe- dro Henry, João Paulo Cu- nha e José Genoino. Poder A6 PSDB acusa Cardozo de usar cartel para abafar mensalão A cúpula do PSDB acusou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de usar a investigação sobre o cartel em licitações de trens em São Paulo para abafar as prisões do mensalão. O senador Aé- cio Neves (PSDB-MG) defen- deu que o ministro se afaste da apuração. Cardozo disse lamentar que a investigação tenha virado “uma disputa política e eleitoral”. Poder A14 Governo age para retomar confiança do setor privado ANTONIO DELFIM NETTO Sinais recentes do governo sugerem uma nova posição e a abertura de um canal para superar a falta de confiança do setor privado. Este parece ter dado uma resposta positi- va, com os resultados dos lei- lões dos aeroportos. Opinião A2 Cai participação de escola pública entre melhores do Enem O número de escolas pú- blicas entre as melhores do país caiu no Enem. Em 2012, só 6,6% dos colégios públi- cos estavam entre os 10% melhores. Em 2011, eram 7,9%. Essa participação cai desde 2009, quando a prova passou a selecionar calouros para universidades federais. Entre as 50 escolas com melhor desempenho no país, apenas 4 são públicas —todas federais. Cotidiano C1 Impasse sobre alta da gasolina faz ações da Petrobras caírem 6% Mercado B1 Mercado B4 Supremo ignora apelos e começa a julgar hoje perdas da poupança EUA desafiam China e sobrevoam ilhas em disputa na Ásia Os EUA sobrevoaram, sem pedir autorização, o novo es- paço de defesa aérea chinês, decretado unilateralmente por Pequim no sábado. A área inclui ilhas disputadas por China e Japão. Segundo coronel americano, o exercí- cio militar estava planejado havia muito tempo. Mundo A24 C RUMOS DA FÉ Papa recebe sindicalistas da Argentina no Vaticano; em documento divulgado ontem, Francisco defendeu descentralizar a igreja, com mais autonomia para as conferências de bispos, e criticou a ‘tirania’ do capitalismo Mundo A18 Osservatore Romano/AFP Construtoras são ‘sócias’ da máfia do ISS, afirma Donato Em sua volta à Câmara Municipal, Antonio Donato, ex-homem forte da gestão Haddad (PT), chorou e dis- se, sem citar nomes, que construtoras são “sócias ma- joritárias” da máfia do ISS. O vereador deixou a Se- cretaria do Governo por sus- peita de ligação com fiscais acusados de fraude. Donato afirma ser vítima de acusa- ções infundadas. Cotidiano C7 Comissão aprova multa para quem não registrar doméstica Mercado B6 ESPORTE Em desvantagem, São Paulo decide vaga na final da Sul-Americana D1 Ponte Preta x São Paulo 21h50, Globo (para SP) e SporTV 2 ATMOSFERA Cotidiano C2 Chove à tarde na Grande SP Mínima 18ºC Máxima 28ºC ou Não devem circular carros com placas cujo final seja: RODÍZIO Cotidiano C

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A recepção da exortação apostólica Evangelii Gaudium na imprensa estrangeira. Jornais: El Pais, O Globo, Folha de São Paulo, Le Monde, La Croix, International New York Times, La Stampa, La Repubblica.

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DIRETOR DE REDAÇÃO: OTAVIO FRIAS FILHO

TOP � DO ENEM ! �!Melhor escola privada e melhor pública estão emMG

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Bernoulli - Unidade Lourdes BELO HORIZONTE (MG)

Elite Vale do Aço IPATINGA (MG)

São Bento RIO DE JANEIRO (RJ)

Colégio de Aplicação da UFV (Coluni) VIÇOSA (MG)

Vértice (unid. ) SÃO PAULO (SP)

Santo Agostinho (unid. Nova Lima) NOVA LIMA (MG)

Helyos FEIRA DE SANTANA (BA)

MagnumAgostiniano (unid.NovaFloresta) BELOHORIZONTE(MG)Colégio de Aplicação da UFPE RECIFE (PE)

Anglo Leonardo Da Vinci CARAPICUÍBA (SP)

privada federal

ASMELHORES POR ÁREA

Linguagens e códigos Bernoulli - LourdesHelyos

Matemática Bernoulli - LourdesSão Bento

Ciências humanas Elite Vale do AçoBernoulli - Lourdes

Ciências da natureza Elite Vale do AçoBernoulli - Lourdes

Redação São BentoCruzeiro - Centro

Fonte: Inep/MECRIO DE JANEIRO (RJ)

(inclui português e literatura)

ANO 93 H QUARTA-FEIRA, 27 DE NOVEMBRO DE 2013 H NO 30.919 EDIÇÃO SP/DF H CONCLUÍDA ÀS 23H58 H R$ 3,00

U M J O R N A L A S E R V I Ç O D O B R A S I L⌥ ⌥ ⌥ folha.com.brDesde 1921

Veja como entrar em contato comoserviço ao assinante, as editorias e aombudsman fale.folha.com.br

FALE COM A FOLHA

EDITORIAIS Opinião A2

Leia “Estatísticas vitais”,a respeito de queda noshomicídios em São Paulo,e “Protecionismo cultu-ral”, sobre regulamenta-ção estatal de museus.

311.480 exemplaresimpressos + digitais

Gilson Kleinarenova contrato eserá o técnico doPalmeiras no anodo centenário D2

Genoinonãoprecisa setratar emcasa, diz laudoParamédicos,doençanãoégrave;STFusaráparecer aodecidir sobreprisãodomiciliar

Laudomédicodenovepá-ginas, produzido por cincocardiologistas,apontaqueodeputado licenciado JoséGenoino (PT-SP) é portadorde cardiopatia “que não secaracteriza como grave” ediznãoser“imprescindível”que o petista fique em casapara fazer seu tratamento.

O parecer, feito pormédi-cos indicadospelaUniversi-dadedeBrasília, foi enviadoao presidente do STF, Joa-quimBarbosa.Apartir dele,o ministro decidirá se aten-deopedidodeGenoino—elequer cumprir sua pena nomensalãoemprisãodomici-liarporproblemasdesaúde.

Apesar de considerar quea doença de Genoino não égrave,osmédicosdizemqueo petista temde sermedica-do, ter dieta com pouco sal,fazer exercícios e evitar es-tresse.Odeputadochegouapassar mal na prisão e, des-dedomingo,aguardaemca-sa a decisão de Barbosa.

O ex-ministro José DirceupediuautorizaçãoaoSTFpa-ra trabalhar em Brasília. Opetista vai receber R$ 20milpor mês para ser, das 8h às17h, gerente administrativodo hotel Saint Peter. O salá-rio registrado na carteira detrabalhodagerente-geraldohotel é de R$ 1.800. Poder A4

SenadodecideacabarcomvotosecretoparacassarmandatoO Senado aprovou o fim

do voto secreto no Congres-so para cassações de man-dato e análise de vetos dapresidente da República.Se aproposta for promul-

gadaantesdeaCâmaraana-lisar as cassaçõesdosdepu-tados condenados no men-salão,oscongressistas terãoo destino decidido por umavotaçãoaberta.SãooscasosdeValdemarCostaNeto,Pe-dro Henry, João Paulo Cu-nha e José Genoino. Poder A6

PSDBacusaCardozodeusar cartel paraabafarmensalão

AcúpuladoPSDBacusouo ministro da Justiça, JoséEduardo Cardozo, de usar ainvestigação sobre o cartelemlicitaçõesdetrensemSãoPaulopara abafar as prisõesdomensalão. O senador Aé-cioNeves (PSDB-MG) defen-deu que oministro se afasteda apuração. Cardozo disselamentar que a investigaçãotenha virado “uma disputapolíticaeeleitoral”. Poder A14

Governoagepararetomar confiançado setor privado

ANTONIO DELFIM NETTO

Sinais recentesdogovernosugeremumanovaposição ea abertura de um canal parasuperar a falta de confiançado setor privado. Este pareceterdadoumarespostapositi-va, comos resultadosdos lei-lõesdosaeroportos.OpiniãoA2

Caiparticipaçãodeescolapública entremelhoresdoEnem

O número de escolas pú-blicas entre as melhores dopaís caiunoEnem.Em2012,só 6,6% dos colégios públi-cos estavam entre os 10%melhores. Em 2011, eram7,9%. Essa participação caidesde2009,quandoaprovapassouaselecionarcalourosparauniversidades federais.Entre as 50 escolas com

melhor desempenho nopaís, apenas 4 são públicas—todas federais. Cotidiano C1

Impasse sobre alta dagasolina faz ações daPetrobras caírem6%

Mercado B1

Mercado B4

Supremo ignoraapelos e começa ajulgar hoje perdasda poupança

EUAdesafiamChinae sobrevoamilhasemdisputanaÁsia

OsEUAsobrevoaram,sempedirautorização,onovoes-paçodedefesaaéreachinês,decretado unilateralmentepor Pequim no sábado. Aárea inclui ilhas disputadaspor China e Japão. Segundocoronelamericano,oexercí-ciomilitar estava planejadohaviamuitotempo.MundoA24

C RUMOSDAFÉPapa recebe sindicalistasdaArgentinanoVaticano; emdocumentodivulgadoontem,Franciscodefendeudescentralizar a igreja, commais autonomiaparaas conferênciasdebispos, e criticoua ‘tirania’ do capitalismoMundoA18

Osservatore Romano/AFP

Construtoras são‘sócias’ damáfiadoISS, afirmaDonato

Em sua volta à CâmaraMunicipal,AntonioDonato,ex-homem forte da gestãoHaddad (PT), chorou e dis-se, sem citar nomes, queconstrutorassão“sóciasma-joritárias” damáfia do ISS.O vereador deixou a Se-

cretariadoGovernopor sus-peita de ligação com fiscaisacusadosde fraude.Donatoafirma ser vítima de acusa-ções infundadas. Cotidiano C7

Comissão aprovamulta para quemnãoregistrar doméstica

Mercado B6

ESPORTEEm desvantagem,São Paulo decidevaga na final daSul-Americana D1

PontePreta xSãoPaulo21h50,Globo (paraSP)eSporTV2

ATMOSFERA Cotidiano C2Chove à tarde naGrande SPMínima18ºC Máxima28ºC�ou�Não devem circular carros

complacas cujo final seja:

RODÍZIO Cotidiano C�

“DESCENTRALIZAR”A IGREJA

(...) alerto para anecessidade deproceder a uma salutar“descentralização”(...) Uma centralizaçãoexcessiva, em vez deajudar, complica a vidada igreja e sua atribuiçãomissionária

ÊNFASE NO ESSENCIAL[É um erro] quando sefala mais da lei do queda graça, mais da igrejado que de Jesus Cristo,mais do papa do que dapalavra de Deus

MUDANÇAS(...) a igreja pode atéchegar a reconhecer quecertos costumes própriosnão são diretamenteligados ao núcleo doEvangelho (...), normase preceitos eclesiais quepodem ter sidomuitoeficazes em outrasépocas, mas que nãotêmmais a mesma forçaeducativa

ABERTURA A TODOSA Eucaristia [comunhão]não é um prêmio paraos perfeitos, mas umgeneroso alimento e umremédio para os fracos

JUSTIÇA SOCIALÉ preciso afirmar semmeias-palavras queexiste um vínculoinseparável entre anossa fé e os pobres. Nãoos deixemos sozinhosjamais (...) Assim comoomandamento de “nãomatar”, (...) hojedevemos dizer “nãoa uma economia daexclusão e da faltade equidade”. (...) Aadoração ao antigobezerro de ouroencontrou uma versãonova e desapiedada nofetichismo do dinheiro

SACERDÓCIOFEMININO

A reivindicação doslegítimos direitos dasmulheres (...) não podeser deixada de ladosuperficialmente. Osacerdócio reservadoaos homens (...) não secoloca em discussão, maspode se tornar motivo deespecial conflito quandose identifica em demasiaa posição sacramentalcom o poder

UMA IGREJAMENOS EUROPEIANão podemos pretenderque povos de todos oscontinentes imitem asmodalidades adotadaspelos povos europeus emdeterminadomomentoda história (...) a fé nãopode se fechar dentro dacompreensão e expressãode uma cultura particular

ABORTONão é progressistapretender resolver osproblemas eliminandouma vida humana. (...)Temos feito pouco paraacompanhar as mulheresem situações muitoduras, nas quais o abortose apresenta como umarápida solução

mundoEF

QUARTA-FEIRA, 27 DE NOVEMBRO DE 2013 A18

Na Itália, partidode Berlusconiretira seu apoioao governofolha.com/1376773

Mesmo comindependência,Escócia manteriaa rainha e a librafolha.com/1376711

REINALDO JOSÉ LOPESCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA

OVaticanodivulgouontema “Evangelii Gaudium” (em

português, “a alegria doEvangelho”), primeiro gran-de documento do pontifica-do do papa Francisco escritointeiramentepor elemesmo.Notexto,opontíficeargen-

tinoexpõeumprogramaam-bicioso para fazer com que,em suas palavras, a igreja“saia de si mesma” e volte adialogar com o século 21.Dizpreferir uma igreja “fe-

ridaesuja,porqueestevenas

ruas, auma igrejadoenteporestar confinada e agarrada àsua própria segurança.”Antes do texto de ontem,

ele havia divulgado uma en-cíclica sobre fé comseuante-cessor, Bento 16, em julho.Este é seu primeiro traba-

lho individual.Desdequeas-sumiu a chefia da Igreja Ca-tólica, em março, Franciscotempregadouma igrejamaishumilde e aberta.

Para pontífice, gruposde bispos emcadapaís podem termaiorautonomia emaspectosda doutrina católica

Francisco divulga texto em que diz que concentração de poderes no Vaticano é prejudicial

No1ºdocumentodoutrinário, papapregaadescentralizaçãoda igreja

Em geral, os papas usamas cartas conhecidas comoencíclicas quando queremchamar a atenção de seu re-banhoparaumtemaparticu-larmente importante.A “Evangelii Gaudium” é,

em tese, umdocumento comum pouco menos de pesodoutrinário, sendoclassifica-da como “exortação apostó-lica”,maso tomutilizadoporFrancisconãodeixadúvidassobre o peso que deseja dar.O objetivo de Francisco é

apontarcaminhosparaacha-mada “nova evangelização”—o que significa tanto atrairquemaindanão é cristãopa-raocatolicismoquanto,prin-cipalmente, fazer comqueosfiéis não praticantes, distan-tesoumesmodescrentesvol-tem para a igreja. Para isso,o papa aposta na dimensãolocal, declarando que é pre-ciso“descentralizara igreja”.“Umacentralizaçãoexces-

siva, em vez de ajudar, com-plica a vida da igreja e suaatribuiçãomissionária”, diz,acrescentandoqueopapadoé incapazdedar todasas res-postas nomundo de hoje.Sem entrar em detalhes,

ele defende inclusive que asconferênciasdebisposdeca-da país possam ter mais au-tonomia em relação ao Vati-cano, inclusive no aspectodoutrinário.A julgar por outras decla-

rações do pontífice, isso po-deria significarqueosbisposlocais teriammais liberdadepara avaliar se teólogos ou

O papa Francisco durante encontro com grupo de sindicalistas argentinos no Vaticano, no dia em que divulgou seu primeiro documento doutrinário

L´Osservatore

Romano/Efe

padres infringiram ensina-mentos da igreja ou para de-cidir sobre como lidar comfiéis divorciados.

‘NÃOMATAR’Francisco criticou o hábi-

to de transformar a fé numalista de dogmas e de proibi-ções—nãoporqueplanejeal-teraraproibiçãoàordenaçãode mulheres ou aborto, porexemplo,masporque,segun-do ele, esses temasnão são ocentro da crença cristã.Emprestandoa linguagem

dos antigos profetas israeli-tas, condenou comviolênciao que define como a “globa-lizaçãoda indiferença”e rea-firmoua“opçãopreferencialpelos pobres”, ideia cara aosteólogos latino-americanosdos anos 1960 e 1970.“Assim como o manda-

mento de ‘não matar’ impõeum limite claro para assegu-rar o valor da vida humana,hoje devemos dizer ‘não aumaeconomiadaexclusãoeda falta de equidade’. Essaeconomiamata”, escreve.O pesquisador italiano

MassimoFaggioli,historiadorda igrejaquetrabalhanaUni-versidade St. Thomas (EUA),chamouaatençãoparaoutroaspecto importantedodocu-mento: a quantidadede cita-ções aos textos do papa Pau-lo6º (1897-1978), responsávelpor idealizar e colocar emprática a maior parte das re-formas que renovaram o ca-tolicismoapartir doConcílioVaticano 2º, nos anos 1960.A “Evangelii Gaudium”

tambémtemboaschancesdemarcar época como a maisimportantedeclaraçãodeumpapa em favor da ética am-biental —o que, aliás, é o es-peradoquandosetratadeumpontíficequedecidiuempres-tar seu nome do “santo eco-lógico” Francisco de Assis.Citandoumdocumentode

bispos das Filipinas sobre adestruiçãoambiental emseupaís (um dos mais ricos embiodiversidade do mundo),Francisco comparou a fragi-lidadedeoutras formasdevi-da à dos seres humanos emsituação de exclusão.

O EVANGELHOSEGUNDO FRANCISCOAlguns temas tratadosno documento

“Nãosomosmeros beneficiáriosdas demaiscriaturas,mas simguardiões delas. Adesertificaçãodosolo é comoumadoença, e podemoslamentar a extinçãodeumaespéciecomoumamutilaçãoPAPA FRANCISCO

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36 l O GLOBO Quarta-feira 27 .11 .2013

MundoMANUALDAFÉDOVATICANO_

O manifesto de FranciscoEm seu 1º documento, Papa pede Igreja mais missionária e menos obcecada com a doutrina

AFP/24-11-2013

Guia. Francisco cumprimenta a multidão no Vaticano: em seu 1 º texto, ele diz que renovação da Igreja não pode ser adiada

-CIDADEDOVATICANO-Emoitomesesdepontifi-cado, o Papa Francisco abordou inúmerasvezesanecessidadedea Igrejaabrir-seaosfiéis num mundo em constantes mudan-ças. O esforço de aproximação, que já setornou marca do atual papado, foi agoraoficializado. O Pontífice publicou ontemsua primeira Exortação Apostólica, o“Evangelii Gaudium” (A alegria do Evan-gelho), uma espécie de guia no qual de-fende uma Igreja mais preocupada com avocaçãopastoral doque comas teorias dadoutrina—uma diferenciação crucial emrelação ao pontificado de Bento XVI. Sãodezenas de páginas emque Francisco im-prime seu estilo coloquial e direto em ori-entações aos sacerdotes de recorrer àmensagemoriginal doevangelhopara cri-ar uma instituição menos centralizada noVaticano e mais misericordiosa e missio-nária nas paróquiasmundo afora.

Com o chamado a reformas e uma lin-guagem que foge à habitual solenidadedos textos religiosos, o documento foi en-carado por analistas como umamudançasignificativa na abordagempastoral. A pa-lavra “alegria” aparece várias vezes: Fran-cisco exorta os sacerdotes a não fazeremcara “de funeral, tristes, desanimados, im-pacientes ou ansiosos”, mas a transmiti-rem a fé católica irradiando “o fervor dequem recebeu a alegria de Cristo”.

OPapa insiste numa Igreja democrá-tica, emque todos, de sacerdotes de pe-quenas paróquias à alta hierarquia doVaticano, ouçam o chamado à “conver-são pastoral”.

Em outra frente, ataca o capitalismo“que gera exclusão e desigualdades so-ciais”, e faz um apelo aos governantespara que olhem pelos mais pobres. “Aeconomia (da exclusão) mata”, diz otexto. Não há mudanças, porém, emquestões clássicas da doutrina, como oaborto e a ordenação de mulheres,“uma questão não aberta para discus-são”, segundo Francisco. Ele defende,no entanto, que as mulheres tenhammais influência na liderança da Igreja.Não há menções ao casamento entrehomossexuais, outro tema tabu.

O documento é o primeiro escrito ex-clusivamente por Francisco, combasenasdiscussões do último Sínodo de bispos,emoutubrodoanopassado,quandooen-tão cardeal JorgeBergoglio era o relator dareunião. Em julho, já Papa, Francisco che-gou a publicar a encíclica “Lumen Fidei”(“A luzda fé”),masboapartedela tinha si-do redigida pelo agora Papa Emérito Ben-to XVI. A ideia é que o documento sejatransmitido às conferências episcopaismundo afora, de olho no Sínodo do anoque vem. O tema, “Desafios pastorais dafamília”, ilustra o desafio da Igreja de hoje.

A seguir, confira os principais tópicosdo “manifesto de Francisco”, como vemsendo chamado por alguns teólogos:

A TRANSFORMAÇÃO DA IGREJAFrancisco defende que a Igreja respeitesua missão essencial de evangelização,mas critica que ela tenha se mostradopouco receptiva a situações novas. E afir-ma estar “aberto a sugestões”, numa Igrejamais democrática e menos centralizada,adequada “às necessidades atuais daevangelização”. Para isso, reforça que “oPapanão tem todas as respostas” e chamaas paróquias e conferências episcopais acontribuir, a exemplo das antigas Igrejaspatriarcais. “Uma centralização excessiva,emvezdeajudar, complicaavidada Igrejae sua dinâmica missionária”, afirma o tex-to. “Espero que todas as comunidades seesforcemporagir comosmeiosnecessári-os para avançar no caminho de uma con-versãopastoral emissionária, quenãopo-de deixar as coisas como estão. Nestemo-mento, não nos serve uma ‘simples admi-nistração’. Constituamo-nos em ‘estadopermanente de missão’, em todas as regi-ões da terra”, prega Francisco. Ele defendequeoevangelho seja transmitido comale-gria e lembra aos sacerdotes que “o con-fessionário não deve ser uma câmara detortura”. E critica a ostentação de algunssacerdotes, denunciando a Igreja cômodaem sua “suposta segurança doutrinária”,que frequentemente resultanum“elitismonarcisista e autoritário”.

DESIGUALDADE E CAPITALISMODesigualdade e exclusão são citados peloPontífice como males que necessitam sercombatidos. Para ilustrar a necessidade,ele cita que, assim como o mandamento“Nãomatarás” impõeumlimite claroparaassegurar o valor da vida humana, os fiéis

também devem “dizer não a uma econo-mia da exclusão e da desigualdade social”.“Nãoépossívelqueamortepor friodeumidoso sem abrigo não seja notícia, en-quanto a quedadedois pontos naBolsa é.Isto é exclusão”, opina. Uma das causasdesta situação, diz Francisco, está na rela-ção estabelecida com o dinheiro e no do-mínio que ele exerce sobre a sociedade.

ABORTO SEM DISCUSSÃOSua postura sobre o aborto não deixa es-paçoa interpretaçõesdúbias:oPaparefor-ça a visão da doutrina católica de que estaé umaquestão quemexe coma coerênciainterna damensagem católica sobre o va-lor dos humanos, e que não se deve espe-rar que a Igreja altere sua posição sobre otema. “Querosercompletamentehonesto.Este não é um assunto sujeito a reformasou ‘modernizações’. Não é opção progres-sista pretender resolver os problemas eli-minando uma vida humana”, defendeFrancisco. O Papa defende, porém, que épreciso fazer mais para acompanhar asmulheres que estão em “situações muitoduras, nas quais o aborto lhes aparece co-mo uma solução rápida para as suas pro-fundas angústias, particularmente quan-doa vidaque crescenelas surgiu como re-sultado de uma violência ou num contex-to de extrema pobreza”. “Quem pode dei-xar de compreender estas situações de ta-manho sofrimento?”, prega Francisco.

ORDENAÇÃO DE MULHERESO Papa reconhece as reivindicações dosdireitos legítimos das mulheres, mastambém que “a convicção de que ho-mens emulheres têm amesma dignida-

de” coloca desafios profundos à Igreja.Ele defende que é preciso ampliar os es-paços para uma presença femininamaisincisiva na Igreja. E chega a ressaltar que“uma mulher, Maria, é mais importantedo que os bispos” na Igreja. Mas alegaque há funções estabelecidas na institui-ção que não dependem “da dignidade eda santidade”. E é enfático: “A reserva dosacerdócio aos homens, como um sinalde Cristo que se dá na Eucaristia, é umaquestão que não se põe em discussão.”

DIVORCIADOSEle não os cita diretamente, mas parecesugerir a possibilidadedequeosdivorci-ados casados por segunda vez possamreceber a comunhão. “A Eucaristia, em-bora constitua a plenitude da vida sacra-mental, não é um prêmio para os perfei-tos, mas um remédio generoso e um ali-mento para os fracos”, afirma, chamandoa Igreja a considerar possíveismudanças“com prudência e audácia”.

MENSAGEM AO ISLÃO documento dedica vários capítulos aelogiar outras crenças e incentiva o diá-logo inter-religioso como uma “atitudede aberturana verdade enoamor”. Fran-cisco defende que essa é condição ne-cessária para a paz no mundo, e um de-ver para os cristãos. E ressalta a impor-tância da relação com os fiéis dos Islã,presentes também em muitos países detradição cristã. “Não se deve jamais es-quecer que eles professam seguir a fé deAbraão e conosco adoram o Deus únicoemisericordioso, que há de julgar os ho-mens no último dia.”

“O confessionárionão deve seruma câmara detortura”.

“Não é possívelque amorte porfrio de um idososem abrigo nãoseja notícia,enquanto aqueda de doispontos na Bolsaé. Isto éexclusão”.Papa Francisco

Analistas afirmam que omissão decasamento gay foi proposital, maslembram envio de questionário

ELISAMARTINS

[email protected]

-RIO E SÃO PAULO- Apesar de o primeiro textodoutrinário escrito integralmente pelo Pa-pa Francisco ter sido recebido como umguia completo e direto deumanova evan-gelização da Igreja, falta uma reflexãoaprofundada sobre temas polêmicos parao catolicismo. Não há detalhes sobre a in-clusão dos divorciados na Igreja, nemabordagens sobre o casamento entre ho-mossexuais.Paraespecialistasouvidospe-lo GLOBO, porém, essa ausência é propo-sital. Os temas não explorados desta vez,indicam,devemapareceremdocumentosque serão debatidos no Sínodo da famíliaem 2014, sob orientação de Francisco.— Não podemos esquecer que essa

Exortação Apostólica foi fruto do Sínodode outubro do ano passado sobre a novaevangelização, convocado por BentoXVI. FrancisconãoeraPapa,mas redatorda reunião, e embora o documento te-nha claramente seu estilo, ele retrata asconversas surgidas daquele Sínodo, comos bispos que representavama Igreja na-quele momento— explica o padre JesusHortal, ex-reitor da PUC-Rio.Ele lembra que, há poucas semanas,

Francisco lançou umquestionário inéditoa todasasconferênciasepiscopaispara sa-ber como elas lidam com os fiéis e ques-tões como contracepção, divórcio e casa-mento gay. Esse levantamento, afirma, se-rá analisado no Sínodo do ano que vem.—Achoque as grandes questões rela-

tivas à família vão aparecer no Sínodode 2014 — concorda o coordenador dapós-graduação em Teologia da PUC-RS, Leomar Antônio Brustolin. — (Odocumento atual) é muito mais umaproposição de uma nova evangelizaçãopara transmitir a fé num mundo queestá em crise de fé.Para Brustolin, a Exortação tem ins-

piração no documento elaborado emAparecida, durante a 5ª ConferênciaGeral do Episcopado Latino-America-no e Caribenho (Celam):—Muitos elementos derivamdo docu-

mentodeAparecida.Porexemplo,oPapafala de pastoral em conversão, isso signi-fica que ele assume no ministério de Pe-dro o que aqui na América Latina se falade conversão pastoral. Ele também insis-te na importância de sermos discípulosmissionários. Essa é uma expressão pró-pria do documento de Aparecida.

UMA MULHER A CAMINHO DO VATICANOPara a teóloga Maria Clara Bingemer, daPUC-Rio, omaior destaquedaExortaçãoApostólica de Francisco é mostrar umanova imagem da Igreja, que quer sair daeucaristia e chegar às pessoas.— O texto parece uma conversa, e

traz toda a motivação que o Papa Fran-cisco tenta passar nas homilias. Ele nãodá tanta importância aos dogmas e teo-rias,mas à boa notícia do evangelho, deprovocar o encontro das pessoas comJesus Cristo — diz Maria Clara.Eladestaca adisposiçãodeFranciscode

“ouvir asbases”da IgrejaCatólica, e ressal-taqueele jádesmistificoumuitasquestõesem comparação aos Papas anteriores.— Ele está fazendo uma reforma na

Cúria, convocou cardeais para isso. Di-minuiu a distância que havia entre oPapa e o povo. Não quismorar nos apo-sentos papais no Vaticano, recusou queo papamóvel seja fechado, carrega aprópria mala. São sinais que devem serinterpretados — diz a teóloga.Mas ela descarta que o papado traga

mudanças substanciais da doutrina:—Háabordagensque sãomuitodifíceis

de mudar, e Francisco provavelmentemanteráaposiçãoda Igreja sobreoabortoe a ordenação de mulheres. Mas ele já semostrou a favor de uma maior participa-ção feminina. E há rumores de que devenomear uma mulher para a presidênciado Conselho Pontifício dos Leigos, cargoaté então ocupado por cardeais. l

Ausentes, temaspolêmicos devemaparecer em 2014

SILVIAAMORIM

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Le souverain pontife, le 24 novembre, au Vatican. STEFANO RELLANDINI/REUTERS

I lyavaiteulesgestesinédits, lesdiscoursfondateurs, lespetitesphrases bien senties, les entre-

tiens sans filet. Le pontificat dupape François dispose désormaisdesapremièrefeuillederouteoffi-cielle.LeVaticanarendupublique,mardi 26novembre, la premièreexhortation apostolique signéedu pape argentin, dans laquelleFrançois propose une longue syn-thèsede lamanière dont il envisa-ge le rôle des croyants et « la mis-sion évangélisatrice» de l’Eglisecatholiquedans lemondeactuel.

Contrairement à l’encycliquesur la foi publiée en juillet et cosi-gnéeavecBenoîtXVI,quiétaitclai-rement l’œuvre de son prédéces-seur, l’exhortation Evangelii Gau-dium, sur « l’annonce de l’Evangiledanslemonded’aujourd’hui»,por-te l’empreinte de François. Sansbouleverser la doctrine, il y pro-meut «une Eglise pauvre pour lespauvres», plus ouverte qu’auto-

centrée,pluscollégialequecentra-lisée, plus axée sur la miséricordeque sur la condamnation, plus«audacieuse, créative, fervente,cordiale et joyeuse». Des orienta-tions qu’il a largement évoquéesaucoursdesneufmoisdesonpon-tificat, mais qu’il développe etthéorisepour la première fois.

Ce texte arrive à point nommé.Depuissonélection,lepapeabeau-coup parlé et certains catholiquescommençaient à se demander cequi, dans ce foisonnement, rele-vait de la pensée personnelle de

Jorge Mario Bergoglio et ce quis’inscrivait dans le magistère – laparole officielle – de l’Eglise.D’autres pointaient son «anti-intellectualisme» et son goûtexclusif pour les phrases chocs.Les péripéties autour de l’entre-tien publié dans La Repubblica enoctobre – dont la teneur relevaitplusd’une«reconstruction»par lejournaliste que d’une transcrip-tion des propos du pape – avaientfini d’inquiéter les tenants d’uneparolepapale sans ambiguïté.

En élargissant les thèmes abor-dés au-delà de la seule évangélisa-tion, Evangelii Gaudium confirmele cap papal. Si la feuille de routeest classique – «tout baptisé est unmissionnaireévangélisateur»–, lesmoyens et les termes pour la rem-plir sont bien «bergogliens». «Unévangélisateur ne doit pas avoirconstamment une tête d’enterre-ment.» Avec « joie et enthousias-me, il doit aller sans crainte cher-cher ceux qui sont loin, inviter lesexclus». «Je préfère une Eglise acci-dentée, blesséeet salepour être sor-tie par les chemins, plutôt qu’uneEglisemaladede la fermetureet duconfort», rappelleFrançois.

Le pape confirme aussi son«optionpréférentiellepourlespau-vres», en se démarquant une nou-vellefoisdesthéologiensdela libé-ration. «Les pauvres sont les desti-nataires privilégiés de l’Evangile»,insiste-t-il. Mais cette option est«théologiqueavantd’êtreculturel-le, politique ou philosophique». Le

pape condamne au passage « lamain invisible du marché » et«exhorte les pays à une généreuseouverture envers lesmigrants».

Dans une longue charge contreles ravagesde la«mondanitéspiri-tuelle», qui «derrière les apparen-ces de religiosité consiste à recher-cher la gloire humaine et le bien-êtrepersonnel», ilmetaussiengar-de les croyantscontre«lesconquê-tes sociales et politiques, le fonc-tionnalisme de manageur, l’auto-satisfactionégocentrique».

Sur les moyens encore, le papesembleconvaincude l’adaptationde l’Eglise au contexte local. Ilinvitechacunà«repenser lesstruc-tures, le styleet lesméthodesde sespropres communautés» et préco-nise «un processus résolu de dis-cernement, de purification et deréforme». Pas question pourautant d’adapter lemessage. Ain-

si sur l’avortement: le pape resteferme dans son opposition, maisappelle à un meilleur accueil desfemmes ayant avorté. De même,« le sacerdoce réservé aux hom-mes est une question qui ne se dis-cute pas», même si la place desfemmes dans l’Eglise peut êtreaméliorée.

Sur le message de l’Eglise, lepape suggère aussi aux clercs unehiérarchisation des priorités,notamment en ce qui concernel’enseignement moral de l’Eglise.Ils demandent aux pasteurs de nepas être «obsédés par la transmis-sion désarticulée d’une multitudede doctrines qu’on essaie d’impo-ser à force d’insister», de sortir du« catalogue des péchés et deserreurs». Il leur rappelle que le« confessionnal ne doit pas êtreune salle de torture» et les invite àdeshoméliesplus«positives»que

«purementmoralistesouendoctri-nantes». Sans citer explicitementles fidèles privés de communion,comme les divorcés-remariés, lepape rappelle que « l’Eglise n’estpas une douane et qu’il y a de laplace pour chacun avec sa viedifficile».

Dénonçant encore les divisionsentre chrétiens ou le relativismecroissant, appelant à unemeilleu-re sélectivité dans le recrutementdesclercs, pointant les richessesetlesdérivesde la«piétépopulaire»,le pape balaie large. Avec ce pre-mier texte magistériel, il vaau-delà des gestes et de son statutnaissant d’icône, et engage lescatholiques dans «une périodeévangélisatrice plus fervente»,conscientd’uncontextede sécula-risation qui ne doit pas «faire tai-re» leurs convictions.p

Stéphanie Le Bars

Pour leur première rencontre,lundi 25novembre, à Rome, lepapeFrançois et le président rus-se, Vladimir Poutine, ont faitmontrede leurs convergencessur le conflit enSyrie et leurrefusd’une solutionmilitaire. Ilsont aussi évoqué« la situationcritique»des chrétiens d’Orient,dont beaucoup appartiennent àdes communautés orthodoxes.Lesdeux hommesont appelé à

«une solution de paix» impli-quant «toutes les composantesethniques et religieuses». LorsduG20de septembre, le papeavait écrit en ce sens àM.Pouti-ne, qui l’en a remercié. Sur unregistre plus religieux, censésymboliser la proximité entreorthodoxes et catholiques, tousdeuxont, tour à tour, embrasséune icône de la vierge offerte parle président russe.

BruxellesBureau européen

L es révélations se sont espa-cées, mais les Européens res-tent sous le choc de l’affaire

Snowden. La Commission euro-péennedevait,mercredi27novem-bre à Bruxelles, réitérer les «pro-fondes préoccupations» suscitéespar l’espionnage massif decitoyens et de dirigeants euro-péensparlesservicesderenseigne-ment américains. «La surveillancedemasse des communications pri-vées des citoyens, des entreprises,mais aussi de la chancelière alle-mande et d’autres responsablespolitiques est inacceptable», est-ilécrit dans une version provisoiredes documents obtenus parLeMonde. «Il est clair que, dans lecadre de ces programmes de sur-veillance, les citoyens européensnebénéficientpasdesmêmesdroitsetprocédures que les Américains»auxEtats-Unis,dénoncentceux-ci.

Pour Bruxelles, il est désormaisurgent de renforcer les différentsaccordsdeprotectiondesdonnéestransmises d’une rive à l’autre del’Atlantique. La Commissionentend en particulier «renforcer»la convention dite du «Safe Har-bor»(«havredesécurité»),quiper-met aux entreprises américaineset européennes de transférer verslesEtats-Unisdesdonnéesperson-nelles de citoyens européens.

Ces informations «peuvent êtreutilisées par les autorités américai-nes d’une manière incompatibleaveclesmotifspourlesquelslesdon-nées ont été collectées en Europe ettransférées aux Etats-Unis», juge laCommission:danssaformeactuel-le, ce dispositif constitue «un han-dicap compétitif pour les entrepri-ses européennes» et a «un impactnégatifsurledroitfondamentalàlaprotection des données». D’ici àl’été2014, lesEuropéensentendent

donc identifier avec les autoritésaméricainesles«remèdes»quiper-mettraientde renforcer le contrôledes certificats décernés aux entre-prises américaines, comme Goo-gle, Facebookou IBM,dans le cadrede ces transferts. Faute de quoi laCommission rappelle qu’elle peutsuspendreourévoquer cetoutil.

Ce rappel à l’ordre a fait l’objetde longs débats internes entre lescabinets des commissaires, unepetitemajoritéd’entreeuxdeman-dant de durcir le ton des docu-ments, contre l’avis, entre autres,de Catherine Ashton, la hautereprésentante pour les affairesextérieures. Leurs auteurs, CeciliaMalmström, aux affaires intérieu-res, et Viviane Reding, à la justice,cherchent à tirer les enseigne-ments des explications apportéespar l’administrationObama aprèsle déclenchementdu scandale.

Dans la foulée des premièresrévélations d’Edward Snowden,l’ancien collaborateur de l’Agencenationale de sécurité (NSA) améri-caine, un groupe de travail sur laprotection des données avait étémis en place, en juillet. Il s’agissaitdepermettrelelancementdenégo-ciationsde libre-échange,alorsqueFrançois Hollande avait briève-ment exigé, faute de clarificationsaméricaines, le report du début deces tractations commerciales.Après deux séances peu fructueu-ses, une troisième et dernière réu-nion a eu lieu début novembre àBruxelles. «Les Américains ont fait

de leur mieux pour répondre auxquestions ; ils nous ont entendus,que ce soit au Congrès, mais aussidans l’administration», veut croireVivianeReding, toutenprévenant:«Laconfianceesttrèsabîmée,il fau-dradutempspour la rétablir.»

Les documents à paraître appel-lent par ailleurs à «une très étroitesurveillance»de la façondont sontappliqués deux des principauxoutilsdetransfertsdedonnéesmisenplace,dehaute lutte, avecWash-ington,après lesattaquesdu11sep-tembre 2001: celui sur le transfertdesdonnéesdesdossierspassagers(PNR) lors des voyages en avion, etceluisurl’échangededonnéesban-caires(Swift).Aupassage,Bruxellesassure que les révélations d’Ed-ward Snowden ne montrent pasquecesdeuxinstrumentsauraientétédétournésdeleursobjectifs.Lesconsultations engagées avec lesAméricains«ne révèlent aucunélé-mentprouvantlaviolation»del’ac-cord de transferts de données ban-caires, est-il notamment indiqué,pour contrer les demandes deseurodéputésappelant à suspendrece traité.

Enfin, la Commission cherchetoujoursàbiendistinguerlesnégo-ciations de libre-échange, encoreembryonnaires et qu’elle souhaitepoursuivre, de la crise diplomati-que suscitée par les pratiques de laNSA.Mais elle craint, faute de pro-grès sur la protection des données,que les tractations ne s’enrayent,surtoutsi leseurodéputésdevaientun jour refuser la ratificationd’unéventuel compromis final. «L’idéeestd’obtenirdesavancéessuffisam-ment concrètes sur la protectiondes données, pour permettre auParlement européen de ratifier unaccord de libre-échange quandcelui-ci sera abouti, ce qui est enco-re loin d’être le cas», dit un hautfonctionnairebruxellois. p

PhilippeRicard

Surl’avortement,lepaperestefermedanssonopposition,maisappelleàunmeilleuraccueildesfemmesayantavorté

Lepapeappelle l’Egliseà«sortirducataloguedespéchés»Dans«EvangeliiGaudium», lepremiertexteofficieldesamain,Françoispromeut«uneEglisepauvrepour lespauvres»etplusouverte

LaCommissionchercheàbiendistinguer

lesnégociationsdelibre-échangedelacrisediplomatique

BruxellesveutrenforcerlaprotectiondesdonnéesdesEuropéensfaceauxEtats-UnisAprès lescandaledesécoutesde laNSA, laCommissiondénonceun«impactnégatif sur ledroit fondamental à laprotectiondesdonnées»

ConvergencesavecM. Poutine sur le conflit enSyrie

50123Mercredi 27 novembre 2013

Le programmedu pape pour l’EgliseLe pape François a publié hier sa première exhortation apostolique, « Evangelii gaudium » (« La joie de l’Évangile »), qui invite les catholiques à témoigner de leur foi dans la société P. 2 à 4 ET DES EXTRAITS EN CAHIER CENTRAL

Le 30 octobre, place Saint-Pierre, à Rome.

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Une Église hors les mursLa première encyclique du pape François, publiée au cours de l’été dernier et portant sur la foi, était grandement redevable à la plume de son prédécesseur. Rien de tel

dans l’exhortation apostolique rendue publique ce mardi 26 novembre. Par son style, ses insistances, ses références, ce texte, long et foisonnant, publié à l’oc-casion de la clôture de l’Année de la foi, porte de bout en bout la marque du pape argentin. On y retrouve de nombreux éléments distillés au il des mois dans ses diverses prises de parole et ses homélies quotidiennes. Mis ensemble, ils tracent clairement le programme d’un pontiicat.Le pape est conscient que des structures d’hier trop lourdes ou inadaptées aux déis d’aujourd’hui peuvent disperser des énergies qui devraient être mises au service de l’évangélisation. Pour y remé-

dier, des réformes sont nécessaires. Elles concernent aussi bien l’organisation de l’Église, le langage utilisé pour s’adresser aux hommes et aux femmes de ce temps, la liturgie, mais aussi les habitudes, les styles, les horaires des communautés. Un seul but doit présider à ces réformes : libérer les agents pastoraux – prêtres et laïcs – des tâches internes à l’Église pour les mettre « en constante attitude de “sor-tie” » et favoriser « un réel engagement pour la mise en œuvre de l’Évangile en vue de la transformation de la société ».En appelant chaque idèle et chaque com-munauté à « sortir de son propre confort et avoir le courage de rejoindre toutes les

périphéries qui ont besoin de la lumière de l’Évangile », le pape François remet en avant la dimension sociale de l’évangéli-sation qui consiste à manifester la force transformatrice du message de Jésus. Et quand il dénonce avec force les travers du monde actuel, comme par exemple l’économie « qui tue » en produisant de l’exclusion et de la disparité sociale, c’est avec la conviction que l’Église a une res-ponsabilité de premier plan à jouer pour indiquer un chemin vers un bonheur et une joie authentiques auxquels beaucoup aspirent sans les trouver. À charge pour elle de sortir de ses murs pour entendre cette quête et proposer son message.

ÉDITORIAL

par Dominique Greiner

Des héros pour grandir

mercredi 27 novembre 2013 Quotidien n° 39744

MONDE

L’Écosseen campagne pour son indépendance P. 6

En Ukraine, les partisans de l’Europe tiennent la rue P. 7 et 30-31

CINÉMA« Avant l’hiver »,

fascinantdrame intimeet les autres films P. 20 à 22

FRANCEA-t-on tout essayé contrele racisme ? P. 9

ÉCONOMIEGoogle cible les petits commerçants

P. 13

SERVICES P Annonces légales P. 24 Bourse P. 19

Carnet-Météo-Mots croisés P. 24 Liturgie P. 31 Télévision P. 23131e année-ISSN/0242-6056. – Imprimé en France – Belgique : 1,50 € ; Canada : 4,99 dollars ; Espagne : 2 € ; Grèce : 2 € ; Italie : 2,40 € ; Luxembourg : 1,50 € ; Maroc : 20 MAD ; Portugal (Cont) : 2,20 € ; Suisse : 3 CHF ; Zone CFA : 1 500 CFA ; DOM : 2,20 €

Cahier Parents&enfants Salon du livre et de la presse jeunesse

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P. 25 à 28

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2mercredi 27 novembre 2013ÉVÉNEMENT

les missions de l’Église sur lesquelles il met le doigt depuis six mois », décrypte une source interne au Vatican.

Son propos est ainsi habité tout entier par la préoccupation envers ceux qui se sont éloignés de l’Église. Comme aux évêques du Brésil qu’il invitait in juillet, en clôture des JMJ de Rio, à s’interroger sur ce qui conduit des idèles à quitter l’Église, le pape interroge sur les manières de faire dans l’Église. Quitte à bousculer les habitudes, abandonner les « schémas ennuyeux » et faire preuve de créa-tivité, « sans peur de se tromper ».

Sur le champ de bataille où l’Église doit soigner, le pape relève les méfaits de « l’in-dividualisme dominant » et de l’« esprit de consommation efréné que stimule le marché ». Contre « l’économie qui tue », comme dans la traite des personnes, le pape envoie l’Église manifester sa mission « pour ceux que la société rejette et met de côté ».

Concrètement, les périphéries, chères au vocabulaire bergoglien, sont visées dans leur acception urbaine première. L’ancien arche-vêque de Buenos Aires, familier des bidon-villes, interroge l’Église sur la façon d’y at-teindre les « citadins à moitié » ou « restes urbains » peuplant aujourd’hui les méga-poles. « Comme elles sont belles les villes qui dépassent la méiance malsaine et intègrent ceux qui sont diférents », lance le pape. Et où les églises paroissiales demeureraient ouvertes plutôt que de renvoyer

L’invitation à la joiedu pape François d Intitulée « Evangelii gaudium »,

« La joie de l’Évangile », l’exhortation apostolique du pape sur l’annonce de la Bonne Nouvelle dans le monde actuel a été rendue publique mardi 26 novembre. d Ce texte dense, écrit dans un style

personnel, encourage « dans toute l’Église une nouvelle étape évangélisatrice, pleine de ferveur et de dynamisme ». d Le pape n’en cache pas

la dimension « programmatique », avec la « sortie de soi vers le frère » comme commandement et la décentralisation comme principe.

ppp

d L’exhortation apostolique « Evangelii gaudium » du pape François a été rendue publique hier. d Elle sera disponible

en librairie à la fin de la semaine, dans la collection « Documents d’Église » de la coédition Bayard/Cerf/Fleurus-Mame. d Dans ce texte

foisonnant, à la « signification programmatique », le pape entend inviter les chrétiens « à une nouvelle étape évangélisatrice marquée par cette joie et indiquer des voies pour la marche de l’Église dans les prochaines années ».

Le 19 juillet 2013, à Cayenne (Guyanne), les JMjistes français participent à la messe de clôture de la semaine missionnaire.

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PAROLESCardinal andré Vingt-trois, archevêque de Paris

« Un texte stimulant, pas un catalogue dogmatique »

« Cette exhortation est une très bonne reprise du Synode sur la nouvelle évangélisation, de façon très personnelle et originale. C’est un texte stimulant qui n’est pas un catalogue dogmatique mais un instrument de travail. C’est un appui très fort de trouver chez le pape cette conviction qu’un chrétien baptisé et conirmé ne peut pas voir la mission comme une sorte d’hypothèse alternative, mais comme un engagement nécessaire après le baptême et la conirmation. La formule qui revient à plusieurs reprises, “Ne nous laissons pas voler la joie de l’Évangile”, est très encourageante pour les agents pastoraux. La mission est la raison d’être de la paroisse et le pape le rappelle.

Le passage sur la mission dans la ville reprend la grande tradition chrétienne sur le lien entre la constitution du peuple de Dieu et le rassemblement humain de ce peuple. Je trouve très importante également la question de l’actualité de l’évangélisation, dont le dynamisme s’inscrit dans l’environnement dans lequel on se trouve. La mission au XXIe siècle ne peut pas être identique à ce qu’elle était au XIXe ou au XXe siècle. Le pape insiste aussi sur le lien entre le témoignage de la foi et celui de la charité, ainsi que sur la dimen-sion sociale de l’évangélisation. »

RECUEILLI PAR CLÉMENCE HOUDAILLE

ROME

De notre envoyé spécial permanent

« Comme je voudrais trouver les paroles pour encourager une période évangélisatrice plus fervente, joyeuse, généreuse, audacieuse, pleine d’amour profond, et de vie conta-gieuse ! » Au cœur de son exhortation apos-tolique, rendue publique mardi 26 novembre à Rome, le pape François résume ce qu’il cherche à obtenir tout au long des 165 pages de ce texte, le plus important depuis le début de son pontiicat.

Inspirée des propositions du Synode des évêques sur la nouvelle évangélisation en octobre 2012, l’exhortation n’est pas pour

autant post-synodale. Fruit d’autres consul-tations, de sa propre expérience pastorale et des écrits de ses prédécesseurs, sa « signiica-tion programmatique » exprime les priorités du nouveau pape pour les prochaines années.

Sur la forme, il adopte une écriture très personnelle et directe, souvent à la première personne du singulier. Évoquant « l’odeur des brebis », « l’air pur du Saint-Esprit », il reprend plusieurs formules imagées de ses homélies matinales ou catéchèses du mer-credi, comme si le thème de la joie devait se ressentir de prime abord à la lecture. Même si le texte est moins construit que ses allocu-tions d’ordinaire, « il y a couché noir sur blanc

3mercredi 27 novembre 2013 ÉVÉNEMENT

à « la froideur d’une porte close ». « Mêmes les portes des sacre-ments ne devraient pas se fermer pour n’importe quelle raison », avance-t-il aussi, tandis qu’un ques-tionnaire circule actuellement dans les diocèses à travers le monde sur la pastorale familiale en vue d’un Synode extraordinaire sur ce thème en octobre 2014.

Dans ces périphéries érigées en centre de la mission pour l’Église, le pape, qui réaffirme son désir d’une « Église pauvre pour les pauvres », insiste sur la place de ces derniers dans l’évangélisation. « Il est nécessaire que tous nous nous laissions évangéliser par les pauvres », insiste-t-il, rappelant l’assise théologique en faveur de « l’intégration sociale des pauvres ».

En ce sens, la « conversion pasto-rale et missionnaire » est un impé-ratif pour tous. Y compris pour la papauté, poursuit-il, sans détailler

une « réforme des structures » ecclé-siales alors que son Conseil des cardinaux se réunit de nouveau la semaine prochaine. L’exhortation ouvre toutefois la voie à une « dé-centralisation salutaire », laissant leur place aux conférences épisco-pales pour que « le sentiment collé-gial se réalise pleinement ».

Plus largement, le pape renverse des perceptions établies dans l’Église, jugées contraires à l’Évan-gile et relevant d’une « mondanité spirituelle ». S’opposant à la « théo-logie de bureau », au « soin ostenta-toire de la liturgie », le pape latino-américain rend hommage à la « force évangélisatrice de la religiosité po-

pulaire ». À l’image de la mère qu’il décrit, récitant le rosaire au pied du lit de son enfant malade même si elle ne connaît pas le Credo. Dans la même veine, ce pape non euro-péen ouvert à la beauté, y compris dans des « modalités non conven-tionnelles », refuse de « prétendre que tous les peuples de tous les conti-nents, en exprimant la foi chrétienne, imitent les modalités adoptées par les peuples européens à un moment précis de leur histoire ».

Insistant pour « trouver le mode de communiquer Jésus qui corres-ponde à la situation dans laquelle nous nous trouvons », le pape pro-pose toutefois un « dénominateur commun », comme l’a exposé hier le président de la Conférence pon-tificale pour la promotion de la nouvelle évangélisation, Mgr Rino Fisichella. À ce titre, notamment, igure « l’homélie comme forme pri-vilégiée d’évangélisation ». Le pape

jésuite en donne même des conseils d’élaboration sur plusieurs pages.

Promouvant aussi un large dialo-gue social, œcuménique, interreli-gieux et avec les non-croyants, l’évêque de Rome indique des points non négociables : le « sacerdoce ré-servé aux hommes » et la dignité des enfants à naître, autrement dit le refus de tout avortement. « On ne doit pas s’attendre à ce que l’Église change de position sur cette ques-tion », prévient-il, tout en mettant en garde contre une présentation contre-productive de la foi sous son aspect moral. Pour évangéliser, le pape mise avant tout sur la joie contagieuse de chaque « disciple-missionnaire ». « Une personne qui n’est pas convain-cue, enthousiaste, sûre, amoureuse, ne convainc personne. »

SÉBASTIEN MAILLARD

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Le pape mise sur la joie contagieuse de chaque « disciple-missionnaire ».

PAROLESMarc et Florence de leyritz Responsables des « parcours Alpha »

« Il nous sort de notre zone de confort »

« Ce texte décapant s’inscrit dans la continuité des exhortations apostoliques de Paul VI (Evangelii Nuntiandi, 1975) et de Jean-Paul II (Christiideles laici, 1988). La première mettait en lumière l’évangélisa-tion comme mission centrale de l’Église, la seconde déployait de façon très stimulante les conséquences du concile Vatican II en matière d’en-gagement des laïcs. À sa manière, François prolonge ces deux grands textes. Il le fait d’une façon plus vigoureuse, plus colorée, plus pratique. À ses yeux, l’Église doit commencer par se convertir elle-même, et cela vaut pour le pape, les évêques et les prêtres. Aucune communauté humaine ne peut trouver une raison de se réformer si son leader lui-même ne se réforme pas. Cette conversion nous demande aussi de passer d’une pastorale de maintien à une pastorale d’évangélisation. Nous ne sommes pas des administrateurs, nous dit le pape. Ce ne sont pas nos structures qui importent, mais la vie. Il nous secoue, nous sort de notre zone de confort. Le renouveau de l’Église en dépend. Au fond, il nous demande d’être de vrais disciples. Si nous nous laissons toucher par la lumière du Christ, si nous acceptons de nous laisser nous-mêmes évangéliser, nous rayonnerons de joie et deviendrons missionnaires. »

RECUEILLI PAR FRANÇOIS-XAVIER MAIGRE

REPÈRESTROIS SEMAINES DE TRAVAUX

P Convoqué par Benoît XVI le 24 octobre 2010, lors de la messe concluant le Synode des évêques pour le Moyen-Orient, le Synode des évêques sur « La nouvelle

évangélisation pour la transmission de la foi chrétienne » s’est déroulé au Vatican du 7 au 28 octobre 2012. Il a coïncidé, par conséquent, avec l’ouverture, le 11 octobre, de l’Année de la foi, destinée, elle, à célébrer le cinquantième anniversaire du concile Vatican II.

P À l’issue de trois semaines de travaux,

les 262 pères synodaux se sont accordés sur une série de 58 propositions, remises au pape en vue de l’exhortation apostolique post-synodale. Elles s’articulent en quatre grands chapitres : nature de la nouvelle évangélisation, contexte du ministère de l’Église aujourd’hui, réponses pastorales et acteurs de la nouvelle évangélisation. Les propositions mettent en avant la nécessité pour l’Église de redécouvrir sa dimension missionnaire permanente.

P. thierry-doMinique huMbrecht Dominicain de la province de Toulouse, philosophe et théologien « Il parle de l’homélie comme elle doit être, de manière vivante et incisive »

« Il est rare que l’enseignement de l’Église soit aussi concret : le pape François appelle de ses vœux une prédication vivante, créative, qui marque l’esprit des idèles, et sa manière de l’évoquer est elle-même vivante et incisive. Il plante le décor sans détour – souvent, le prédica-teur fait soufrir ceux qui l’écoutent ! Puis il donne de précieux conseils de fond et de forme : être bref, car la longueur fatigue et crée une sorte de prise de pouvoir sur la célébration ; ne pas faire un cours d’exégèse ni un journal télévisé ; ne pas entasser les idées mais s’en tenir à une seule, le message principal… Un sermon, c’est une « idée, une image », sans quoi les gens n’en retiennent rien. Pour ce faire, la préparation doit être spirituelle et studieuse. Cela suppose un équilibre spéciique : l’homélie est un acte personnel – le prêtre doit l’avoir très préparée pour qu’en 10 minutes, il ait dit tout ce qu’il avait à dire sans ennuyer tout le monde – et, en même temps, il doit s’efacer devant la Parole de Dieu. Ce n’est pas un show. Tous les prédicateurs seront d’accord avec le pape pour fustiger les prédications ennuyeuses. Le problème, c’est qu’un prédicateur voit rarement ses propres défauts ! »

RECUEILLI PAR CÉLINE HOYEAU

Jean-GuilheM XerriPrésident d’honneur de « Aux captifs la libération »

« Notre charité n’a pas vocation à demeurer dans la sphère privée »

« Dans ce texte, le pape aborde à plusieurs reprises les difé-rentes dimensions de la charité. Il insiste sur le fait qu’elle ne relève pas seulement des relations individuelles, mais a aussi des conséquences sociales et politiques. Elle ne consiste pas simplement à être “gentil avec les pauvres” : le pape bat cette idée en brèche. Tout comme notre foi, notre charité n’a pas vocation à demeurer dans la sphère privée. Elle doit avoir une inluence sur la vie sociale et sur le terrain national.

Ce n’est pas nouveau – Benoît XVI, dans Deus caritas est, parlait aussi de la dimension collective de la charité –, mais l’insistance du pape nous rappelle qu’il y a une certaine urgence à la mettre en œuvre. D’autant que François pointe les limites de l’économie libérale, probablement en raison de la place prépondérante qu’y occupe la inance. J’entends cela comme un appel aux chrétiens à prendre des responsabilités dans l’élaboration des lois, dans le monde du travail et le domaine économique. Le pape mentionne d’ailleurs clairement les politiques et les entrepreneurs. »

RECUEILLI PAR LOUP BESMOND DE SENNEVILLE

PAROLESisabelle MorelResponsable du service de

la catéchèse dans le diocèse

de Besançon, enseignante à

l’Institut catholique de Paris

« Un père de famille qui secoue ses enfants »

« Je suis marquée par le soule de ce texte, particulièrement quand il évoque les agents pas-toraux. Lorsque François dit qu’ils ne doivent pas se préoccu-per d’eux-mêmes en consacrant trop de temps à leur autonomie et à leur ressourcement spirituel, cela apparaît presque comme un réquisitoire contre l’institution. En réalité, il s’agit plus d’un père de famille qui secoue ses enfants. Il touche juste : lorsqu’une mis-sion est mal vécue, elle est comme un devoir pesant. Au-jourd’hui, beaucoup d’agents pastoraux sont pris entre le mar-teau et l’enclume. Ils tentent de faire vivre une Église dans ses structures actuelles, et en ou-blient la joie d’annoncer l’Évan-gile. Le pape nous rappelle que notre ressourcement réside pré-cisément dans cette annonce. Il évoque très clairement les “mi-nistères” laïcs, un mot que l’on hésitait à employer, car on le ré-servait souvent aux prêtres. Il s’agit d’un encouragement ma-jeur pour que les laïcs prennent leur place dans l’Église. Enin, il délie ordination sacerdotale et pouvoir, et airme donc que les femmes ont pleinement leur place dans les instances déci-sionnaires de l’Église. »

RECUEILLI PAR

LOUP BESMOND DE SENNEVILLE

RETROUVEZ des extraits de l’exhortation p. 15 à 18.

PAROLESPatrick ViVeret, philosophe, conseiller maître honoraire à la Cour des comptes

« Un refus de l’argent qui gouverne »

« Ce texte me semble tout à fait important. Ce que le pape dit de l’économie de l’exclusion fait écho à ce qu’écrivait déjà Hannah Arendt dans son Rapport sur la banalité du mal, mettant en évidence la source du totalitarisme dans le fait de considérer qu’il y a des humains en trop. Cette analyse vaut pour les nouvelles formes de totalitarisme, dont l’ultra-capitalisme inancier que nous connaissons. Le lien qu’il établit avec le commandement « Ne pas tuer » souligne la gravité des conséquences de cette économie. Sa condamnation renvoie à la mise en garde d’Aristote : l’acquisition de la richesse pour elle-même menace la substance de nos sociétés. Le pape refuse l’argent qui gouverne au lieu de servir, bloque l’échange et devient source de domination. Il me semble notable que ce texte intervienne au moment même où le pape s’engage pour davantage de transparence au sein des institutions inancières du Vatican. »

RECUEILLI PAR FRANÇOIS-XAVIER MAIGRE

(Lire la suite page 4.) PPP

4mercredi 27 novembre 2013ÉVÉNEMENT

VU DE FRANCE

À Nancy, les catholiques se forment pour évangéliser leur quartier

d Dans la capitale de la Lorraine, des paroissiens ont suivi une « école de la mission » avant de partir à la rencontre des habitants et travailleurs du quartier Rives-de-Meurthe, en pleine restructuration.

NANCY

De notre correspondante régionale

La perspective les efraie, pourtant ils ont dit oui, bien plus nombreux qu’espéré. Trente-sept paroissiens de Notre-Dame-de-Bonne-Nouvelle, au centre-ville de Nancy, partent ces jours-ci en mission, dans leur propre quartier, celui des Rives-de-Meurthe. Objectif : écouter les ha-bitants et leur proposer la foi chré-tienne. Jusqu’à Noël, par deux, ils vont les interpeller dans les espaces publics, leur proposer des rencontres en petits groupes, autour d’un café ou d’un repas, la découverte de la crèche installée dans l’église centrale de leur quartier, un concert ou en-core la célébration de Noël.

« Nous allons commencer douce-ment, comme toutes les choses que l’on n’aime pas fai re. Nous sommes tous un peu timides. En tant que médecin, j’ai l’habitude de commu-niquer mais là, le cadre est très dif-férent. Heureusement, la formation nous aide », conie Éric, 55 ans. Il vient de suivre quatre cours du soir et un week-end de préparation. Cette « école de la mission », obli-gatoire pour les participants, était capitale pour les initiateurs du pro-jet, le P. Guy Lescanne et le P. Yves Habert deux des trois prêtres de la paroisse. « Le but est qu’ils se sentent confortés, sinon ils vont se se faire rembarrer et ensuiteil n’y aura plus personne », explique le P. Yves, re-ligieux dominicain.

À chaque séance, ils ont réléchi, texte d’Évangile à l’appui, à une di-mension de Jésus : celui qui écoute, celui qui prie, celui qui enseigne, et celui qui soigne. « Si les personnes vous parlent de leurs maladies, priez pour eux. Si un malade demande une visite, il faut absolument y aller. Là vous ferez le métier de Jésus », encourage le P. Yves, tout en mettant en garde : « Vous allez rencontrer des gens qui ont été choqués par la di-mension très doloriste de l’Église. Rappelez alors, par exemple, le sens profond du sacrement des malades ».

Ils partiront notamment avec des dépliants thématiques ou encore l’Évangile de Mathieu à distri-buer. Pour faciliter le dialogue avec leurs interlocuteurs, ils pourront aussi leur demander, questionnaires en main, ce qui les réjouit, les in-quiète, ce en quoi ils croient, ou encore les questions qu’ils vou-draient poser aux chrétiens. « C’est important qu’ils vous voient noter leurs mots, pas juste l’idée générale. N’interprétez pas, enjoint le P. Guy Lescanne. Si quelqu’un exprime un cri de colère sur l’Église, écrivez-le. Nous accueillons tout ce qui est dit. » Pêle-mêle, il conseille aussi de se présenter clairement, comme ve-nant de l’Église catholique, d’adop-ter un ton paisible, de sourire.

Le week-end dernier, les mission-naires se sont réparti les rues, ont testé la méthode, en ont tiré les le-çons, mais aussi prié. S’ils ont appris des astuces, c’est l’état d’esprit de la démarche qui leur a surtout été rap-pelé. Quand Pascale conie vouloir avant tout « convertir, laisser un mes-sage », le P. Lescanne rappelle : « Nous y allons aussi pour entendre une bonne nouvelle. Nous n’allons pas apporter le Christ, mais le reconnaître. »

ÉLISE DESCAMPS

Trente-sept paroissiens ont accepté de «partir en mission» dans leur quartier, jusqu’à Noël. Ojectif : oser aller rencontrer les habitants pour leur proposer la foi chrétienne.

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PAROLESP. GABRIEL VILLEMAIN, 46 ans, curé du Merlerault

et de Gacé (Orne)

« Le pape met des mots sur mon aspiration la plus profonde »

« Le thème de l’odorat, qui revient à plu-sieurs reprises dans l’exhortation, me touche particulièrement en tant que curé de cam-pagne. Le pape parle du pasteur qui doit avoir l’odeur de ses brebis, du parfum de l’Évangile. Cela me pousse à me demander si mes pa-roissiens se sentent bien dans l’Église, cela implique des relations de qualité, des homé-lies de qualité…

Les propos du pape sont revigorants, mais aussi très exigeants, pour lui-même comme pour nous tous. Ils m’invitent à me question-ner sur ma qualité de prêtre, à aider ma pa-roisse à se questionner. Chacun peut ainsi prendre conscience de ses travers. Si on remet l’Évangile en premier, c’est un questionnement qui est source de joie. Il pointe le grand risque de la tristesse individualiste, qui guette tout le monde, même les prêtres. Il est parfois sé-vère. Mais il souligne aussi que le meilleur remède est la joie qui vient de l’Évangile. Le pape met des mots sur mon aspiration la plus profonde et que j’essaie de mettre en œuvre comme prêtre depuis seize ans. C’est un for-midable encouragement, dans la continuité de ce que j’ai reçu des papes précédents. »

RECUEILLI PAR CLÉMENCE HOUDAILLE

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(Suite des p. 2-3)

15mercredi 27 novembre 2013

Jésus-Christ. Je ne me lasserai jamais de répéter ces paroles de Benoît XVI qui nous conduisent au cœur de l’Évangile : « À l’origine du fait d’être chrétien il n’y a pas une décision éthique ou une grande idée, mais la rencontre avec un événement, avec une Personne, qui donne à la vie un nou-vel horizon et par là son orientation déci-sive (2). »

8. C’est seulement grâce à cette ren-contre – ou nouvelle rencontre – avec l’amour de Dieu, qui se convertit en heu-reuse amitié, que nous sommes délivrés de notre conscience isolée et de l’autoré-férence. Nous parvenons à être pleinement humains quand nous sommes plus qu’hu-mains, quand nous permettons à Dieu de nous conduire au-delà de nous-mêmes pour que nous parvenions à notre être le plus vrai. Là se trouve la source de l’action évangélisatrice. Parce que, si quelqu’un a accueilli cet amour qui lui redonne le sens de la vie, comment peut-il retenir le désir de le communiquer aux autres ?

La douce et réconfortante joie d’évangéliser

(…)

11. Une annonce renouvelée donne aux croyants, même à ceux qui sont tièdes ou qui ne pratiquent pas, une nouvelle joie dans la foi et une fécondité évangéli-satrice. En réalité, son centre ainsi que son essence sont toujours les mêmes : le Dieu qui a manifesté son amour immense dans le Christ mort et ressuscité. Il rend ses idèles toujours nouveaux, bien qu’ils soient anciens : « Ils renouvellent leur force, ils déploient leurs ailes comme des aigles, ils courent sans s’épuiser, ils marchent sans se fatiguer » (Is 40, 31). Le Christ est « la Bonne Nouvelle éternelle » (Ap 14, 6), et il est « le même hier et aujourd’hui et pour les siècles » (He 13, 8), mais sa richesse et sa beauté sont inépuisables. Il est toujours jeune et source constante de nouveauté. L’Église ne cesse pas de s’émerveiller de « l’abîme de la richesse, de la sagesse et de la science de Dieu ! » (Rm 11, 33). Saint Jean de la Croix disait : « Cette épaisseur de sagesse et de science de Dieu est si pro-fonde et immense que, bien que l’âme en connaisse quelque chose, elle peut pénétrer toujours plus en elle (3). » Ou encore, comme l’airmait saint Irénée : « Dans sa venue, (le Christ) a porté avec lui toute nou-veauté (4). » Il peut toujours, avec sa nou-veauté, renouveler notre vie et notre com-munauté, et même si la proposition

1. La joie de L’Évangile remplit le cœur et toute la vie de ceux qui rencontrent Jésus. Ceux qui se laissent sauver par lui sont libérés du péché, de la tristesse, du vide intérieur, de l’isolement. Avec Jésus-Christ la joie naît et renaît toujours. Dans cette exhortation, je désire m’adresser aux idèles chrétiens, pour les inviter à une nouvelle étape évangélisatrice mar-quée par cette joie et indiquer des voies pour la marche de l’Église dans les pro-chaines années.

Une joie qui se renouvelle et se communique

2. Le grand risque du monde d’au-jourd’hui, avec son ofre de consommation multiple et écrasante, est une tristesse individualiste qui vient du cœur bien installé et avare, de la recherche malade de plaisirs supericiels, de la conscience isolée. Quand la vie intérieure se ferme sur ses propres intérêts, il n’y a plus de place pour les autres, les pauvres n’entrent plus, on n’écoute plus la voix de Dieu, on ne jouit plus de la douce joie de son amour, l’enthousiasme de faire le bien ne palpite plus. Même les croyants courent ce risque, certain et permanent. Beaucoup y succombent et se transforment en per-sonnes vexées, mécontentes, sans vie. Ce n’est pas le choix d’une vie digne et pleine, ce n’est pas le désir de Dieu pour nous, ce n’est pas la vie dans l’Esprit qui jaillit du cœur du Christ ressuscité.

3. J’invite chaque chrétien, en quelque lieu et situation où il se trouve, à renouveler aujourd’hui même sa ren-contre personnelle avec Jésus-Christ ou, au moins, à prendre la décision de se laisser rencontrer par lui, de le chercher chaque jour sans cesse. Il n’y a pas de motif pour lequel quelqu’un puisse pen-ser que cette invitation n’est pas pour lui, parce que « personne n’est exclu de la joie que nous apporte le Seigneur » (1). Celui qui risque, le Seigneur ne le déçoit pas, et quand quelqu’un fait un petit pas vers Jésus, il découvre que celui-ci attendait déjà sa venue à bras ouverts. C’est le mo-ment pour dire à Jésus-Christ : « Seigneur, je me suis laissé tromper, de mille manières j’ai fui ton amour, cependant je suis ici une fois encore pour renouveler mon alliance avec toi. J’ai besoin de toi. Rachète-moi de nouveau, Seigneur, accepte-moi encore une fois entre tes bras rédempteurs. » Cela nous fait tant de bien de revenir à lui quand nous nous sommes perdus ! J’in-

siste encore une fois : Dieu ne se fatigue jamais de pardonner, c’est nous qui nous fatiguons de demander sa miséricorde. Celui qui nous a invités à pardonner « soixante-dix fois sept fois » (Mt 18, 22) nous donne l’exemple : il pardonne soixante-dix fois sept fois. Il revient nous charger sur ses épaules une fois après l’autre. Personne ne pourra nous enlever la dignité que nous confère cet amour inini et inébranlable. Il nous permet de relever la tête et de recommencer, avec une tendresse qui ne nous déçoit jamais et qui peut toujours nous rendre la joie. Ne fuyons pas la résurrection de Jésus, ne nous donnons jamais pour vaincus, advienne que pourra. Rien ne peut da-vantage que sa vie qui nous pousse en avant !

6. Il y a des chrétiens qui semblent avoir un air de Carême sans Pâques. Ce-pendant, je reconnais que la joie ne se vit pas de la même façon à toutes les étapes et dans toutes les circonstances de la vie, parfois très dure. Elle s’adapte et se trans-forme, et elle demeure toujours au moins comme un rayon de lumière qui naît de la certitude personnelle d’être ininiment aimé, au-delà de tout. Je comprends les personnes qui deviennent tristes à cause des graves difficultés qu’elles doivent supporter, cependant peu à peu, il faut permettre à la joie de la foi de commen-

cer à s’éveiller, comme une coniance secrète mais ferme, même au milieu des pires soucis : « Mon âme est exclue de la paix, j’ai oublié le bonheur ! (…) Voici ce qu’à mon cœur je rappellerai pour re-prendre espoir : les faveurs du Seigneur ne sont pas inies, ni ses compassions épuisées ; elles se renouvellent chaque matin, grande est sa idélité ! (…) Il est bon d’attendre en silence le salut du Seigneur » (Lm 3, 17.21-23.26).

7. La tentation apparaît fréquemment sous forme d’excuses et de récriminations, comme s’il devrait y avoir d’innombrables conditions pour que la joie soit possible. Ceci arrive parce que « la société tech-nique a pu multiplier les oc-casions de plaisirs, mais elle a bien du mal à sécréter la joie » (1). Je peux dire que les joies les plus belles et les plus spontanées que j’ai vues au cours de ma vie sont celles de personnes très pauvres qui ont peu de choses auxquelles s’accro-cher. Je me souviens aussi de la joie au-thentique de ceux qui, même dans de grands engagements professionnels, ont su garder un cœur croyant, généreux et simple. De diverses manières, ces joies puisent à la source de l’amour toujours plus grand de Dieu qui s’est manifesté en

Voici de larges extraits de l’exhortation apostolique « Evangelii gaudium » du pape François, en date du 24 novembre 2013, dimanche de clôture de l’Année de la foi et publiée par le Saint-Siège le 26 novembre

La joie de l’Evangile

Le pape François lors d’une audience générale du mercredi sur la place Saint-Pierre à Rome.

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« Dieu ne se fatigue jamais de pardonner, c’est nous qui nous fatiguons de demander sa miséricorde. »

Exhortation apostolique

Evangelii gaudium

(Suite page 16.)

16mercredi 27 novembre 2013

chrétienne traverse des époques d’obscurité et de faiblesse ecclésiales, elle ne vieillit jamais. Jésus-Christ peut aussi rompre les schémas ennuyeux dans les-quels nous prétendons l’enfermer et il nous surprend avec sa constante créativité divine. Chaque fois que nous cherchons à revenir à la source pour récupérer la fraîcheur originale de l’Évangile, surgis-sent de nouvelles voies, des méthodes créatives, d’autres formes d’expression, des signes plus éloquents, des paroles chargées de sens renouvelé pour le monde d’aujourd’hui. En réalité, toute action évangélisatrice authentique est toujours « nouvelle ». (…)

Chapitre I

La transformation missionnaire de l’Église

28. La paroisse n’est pas une structure caduque ; précisément parce qu’elle a une grande plasticité, elle peut prendre des formes très diverses qui de-mandent la docilité et la créativité mis-sionnaire du pasteur et de la communauté. Même si, certainement, elle n’est pas l’unique institution évangélisatrice, si elle est capable de se réformer et de s’adapter constamment, elle conti-nuera à être « l’Église elle-même qui vit au milieu des maisons de ses ils et de ses filles » (5). Cela suppose que réellement elle soit en contact avec les familles et avec la vie du peuple et ne devienne pas une structure prolixe séparée des gens, ou un groupe d’élus qui se re-gardent eux-mêmes. La paroisse est présence ecclésiale sur le ter-ritoire, lieu de l’écoute de la Parole, de la croissance de la vie chrétienne, du dialo-gue, de l’annonce, de la charité généreuse, de l’adoration et de la célébration. À travers toutes ses activités, la paroisse encourage et forme ses membres pour qu’ils soient des agents de l’évangélisation. Elle est communauté de communautés, sanctuaire où les assoifés viennent boire pour conti-nuer à marcher, et centre d’un constant envoi missionnaire. Mais nous devons reconnaître que l’appel à la révision et au renouveau des paroisses n’a pas encore donné de fruits suisants pour qu’elles soient encore plus proches des gens, qu’elles soient des lieux de communion vivante et de participation, et qu’elles s’orientent complètement vers la mission. (…)

32. Du moment que je suis appelé à vivre ce que je demande aux autres, je dois aussi penser à une conversion de la papauté. Il me revient, comme évêque de Rome, de rester ouvert aux suggestions orientées vers un exercice de mon minis-tère qui le rende plus idèle à la signiica-tion que Jésus-Christ entend lui donner, et aux nécessités actuelles de l’évangéli-sation. Le pape Jean-Paul II demanda d’être aidé pour trouver une « forme d’exer-cice de la primauté ouverte à une situation

nouvelle, mais sans renoncement aucun à l’essentiel de sa mission ». Nous avons peu avancé en ce sens. La papauté aussi, et les structures centrales de l’Église universelle ont besoin d’écouter l’appel à une conver-sion pastorale. Le concile Vatican II a af-irmé que, d’une manière analogue aux antiques Églises patriarcales, les confé-rences épiscopales peuvent « contribuer de façons multiples et fécondes à ce que le sentiment collégial se réalise concrète-ment » (6). Mais ce souhait ne s’est pas pleinement réalisé, parce que n’a pas en-core été suisamment explicité un statut des conférences épiscopales qui les conçoive comme sujet d’attributions concrètes, y compris une certaine autorité doctrinale authentique. Une excessive centralisation, au lieu d’aider, complique la vie de l’Église et sa dynamique mission-naire.

33. La pastorale en termes mis-sionnaire exige d’abandonner le confor-table critère pastoral du « on a toujours fait ainsi ». J’invite chacun à être audacieux et créatif dans ce devoir de repenser les objectifs, les structures, le style et les mé-thodes évangélisatrices de leurs propres communautés. Une identiication des ins sans une adéquate recherche commu-nautaire des moyens pour les atteindre est condamnée à se traduire en pure ima-gination. J’exhorte chacun à appliquer avec générosité et courage les orientations de ce document, sans interdictions ni peurs. L’important est de ne pas marcher seul, mais de toujours compter sur les frères et spécialement sur la conduite des évêques, dans un sage et réaliste discer-nement pastoral. (…)

48. Si l’Église entière assume ce dynamisme missionnaire, elle doit par-venir à tous, sans exception. Mais qui devrait-elle privilégier ? Quand quelqu’un lit l’Évangile, il trouve une orientation très claire : pas tant les amis et voisins riches, mais surtout les pauvres et les inirmes, ceux qui sont souvent méprisés et oubliés, « ceux qui n’ont pas de quoi te le rendre » (Lc 14, 14). Aucun doute ni aucune expli-cation, qui afaiblissent ce message si clair, ne doivent subsister. Aujourd’hui et tou-jours, « les pauvres sont les destinataires privilégiés de l’Évangile », et l’évangélisa-tion, adressée gratuitement à eux, est le signe du Royaume que Jésus est venu ap-porter. Il faut airmer sans détour qu’il existe un lien inséparable entre notre foi et les pauvres. Ne les laissons jamais seuls. (…)

Chapitre 2

Dans la crise de l’engagement communautaire

53. De même que le commande-ment de « ne pas tuer » pose une limite claire pour assurer la valeur de la vie hu-maine, aujourd’hui, nous devons dire « non à une économie de l’exclusion et de la disparité sociale ». Une telle économie tue. Il n’est pas possible que le fait qu’une personne âgée réduite à vivre dans la rue, meure de froid ne soit pas une nouvelle, tandis que la baisse de deux points en Bourse en soit une. Voilà l’exclusion. On

ne peut plus tolérer le fait que la nourriture se jette, quand il y a des personnes qui soufrent de la faim. C’est la disparité so-ciale. Aujourd’hui, tout entre dans le jeu de la compétitivité et de la loi du plus fort, où le puissant mange le plus faible. Comme conséquence de cette situation, de grandes masses de population se voient exclues et marginalisées : sans travail, sans pers-pectives, sans voies de sortie. On considère l’être humain en lui-même comme un bien de consommation, qu’on peut utili-ser et ensuite jeter. Nous avons mis en route la culture du « déchet » qui est même promue. Il ne s’agit plus simplement du phénomène de l’exploitation et de l’op-pression, mais de quelque chose de nou-veau : avec l’exclusion reste touchée, dans sa racine même, l’appartenance à la société dans laquelle on vit, du moment qu’en elle on ne se situe plus dans les bas-fonds, dans la périphérie, ou sans pouvoir, mais on est dehors. Les exclus ne sont pas des “exploités”, mais des déchets, “des restes”. (…)

55. Une des causes de cette situa-tion se trouve dans la relation que nous avons établie avec l’argent, puisque nous acceptons paisiblement sa prédominance sur nous et sur nos sociétés. La crise i-nancière que nous traversons nous fait oublier qu’elle a à son origine une crise anthropologique profonde : la négation du primat de l’être humain ! Nous avons créé de nouvelles idoles. L’adoration de l’antique veau d’or (cf. Ex 32, 1-35) a trouvé une nouvelle et impitoyable version dans le fétichisme de l’argent et dans la dicta-ture de l’économie sans visage et sans un but véritablement humain. La crise mon-diale qui investit la inance et l’économie manifeste ses propres déséquilibres et, par-dessus tout, l’absence grave d’une orientation anthropologique qui réduit l’être humain à un seul de ses besoins : la consommation. (…)

57. Derrière ce comportement se cachent le refus de l’éthique et le refus de Dieu. Habituellement, on regarde l’éthique avec un certain mépris narquois. On la considère contre-productive, trop hu-maine, parce qu’elle relativise l’argent et le pouvoir. On la perçoit comme une me-nace, puisqu’elle condamne la manipu-lation et la dégradation de la personne. En déinitive, l’éthique renvoie à un Dieu qui attend une réponse exigeante, qui se situe hors des catégories du marché. Pour celles-ci, si elles sont absolutisées, Dieu est incontrôlable, non manipulable, voire dangereux, parce qu’il appelle l’être hu-main à sa pleine réalisation et à l’indé-pendance de toute sorte d’esclavage. L’éthique – une éthique non idéologisée – permet de créer un équilibre et un ordre social plus humain. En ce sens, j’exhorte les experts inanciers et les gouvernants des diférents pays à considérer les paroles d’un sage de l’antiquité : « Ne pas faire participer les pauvres à ses propres biens, c’est les voler et leur enlever la vie. Ce ne sont pas nos biens que nous détenons, mais les leurs » (7). (…)

66. La famille traverse une crise culturelle profonde, comme toutes les communautés et les liens sociaux. Dans le cas de la famille, la fragilité des liens devient particulièrement grave parce qu’il s’agit de la cellule fondamentale de la société, du lieu où l’on apprend à vivre ensemble dans la diférence et à appar-

tenir aux autres et où les parents trans-mettent la foi aux enfants. Le mariage tend à être vu comme une simple forme de gratification affective qui peut se constituer de n’importe quelle façon et se modiier selon la sensibilité de chacun. Mais la contribution indispensable du mariage à la société dépasse le niveau de l’émotivité et des nécessités contingentes du couple. Comme l’enseignent les évêques français, elle ne naît pas « du sentiment amoureux, par déinition éphé-mère, mais de la profondeur de l’engage-ment pris par les époux qui acceptent d’entrer dans une union de vie totale » (…).

Tentations des agents pastoraux

76. J’éprouve une immense gra-titude pour l’engagement de toutes les personnes qui travaillent dans l’Église. Je ne veux pas m’arrêter maintenant à ex-poser les activités des diférents agents pastoraux, des évêques jusqu’au plus humble et caché des services ecclésiaux. Je préférerais plutôt réléchir sur les déis que, tous, ils doivent afronter actuelle-ment dans le contexte de la culture mon-dialisée. Cependant, je dois dire, en pre-mier lieu et en toute justice, que l’apport de l’Église dans le monde actuel est im-mense. Notre douleur et notre honte pour les péchés de certains des membres de l’Église, et aussi pour les nôtres, ne doivent pas faire oublier tous les chrétiens qui donnent leur vie par amour : ils aident beaucoup de personnes à se soigner ou à mourir en paix dans des hôpitaux pré-caires, accompagnent les personnes de-venues esclaves de diférentes dépen-dances dans les lieux les plus pauvres de la terre, se dépensent dans l’éducation des enfants et des jeunes, prennent soin des personnes âgées abandonnées de tous, cherchent à communiquer des va-leurs dans des milieux hostiles,

Un barbecue organisé par la paroisse Saint-Jo

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« Il faut a�rmer sans détour qu’il existe un lien inséparable entre notre foi et les pauvres. Ne les laissons jamais seuls. »

Evangelii gaudium

(Suite de la page 15)

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17mercredi 27 novembre 2013

se dévouent autrement de difé-rentes manières qui montrent l’amour immense pour l’humanité que le Dieu fait homme nous inspire. Je rends grâce pour le bel exemple que me donnent beaucoup de chrétiens qui ofrent leur vie et leur temps avec joie. Ce témoignage me fait beaucoup de bien et me soutient dans mon aspiration personnelle à dé-passer l’égoïsme pour me donner davan-tage. (…)

78. Aujourd’hui, on peut rencon-trer chez beaucoup d’agents pastoraux, y compris des personnes consacrées, une préoccupation exagérée pour les espaces personnels d’autonomie et de détente, qui les conduit à vivre leurs tâches comme un simple appendice de la vie, comme si elles ne faisaient pas partie de leur identité. En même temps, la vie spirituelle se confond avec des moments religieux qui ofrent un certain soulagement, mais qui ne nour-rissent pas la rencontre avec les autres, l’engagement dans le monde, la passion pour l’évangélisation. Ainsi, on peut trou-ver chez beaucoup d’agents de l’évangéli-sation, bien qu’ils prient, une accentuation de l’individualisme, une crise d’identité et une baisse de ferveur. Ce sont trois maux qui se nourrissent l’un l’autre. (…)

81. Quand nous avons davantage besoin d’un dynamisme missionnaire qui apporte sel et lumière au monde, beau-coup de laïcs craignent que quelqu’un les invite à réaliser une tâche apostolique, et cherchent à fuir tout engagement qui pourrait leur ôter leur temps libre. Au-jourd’hui, par exemple, il est devenu très diicile de trouver des catéchistes formés pour les paroisses et qui persévèrent dans leur tâche durant plusieurs années. Mais quelque chose de semblable arrive avec les prêtres, qui se préoccupent avec ob-session de leur temps personnel. Fré-

quemment, cela est dû au fait que les personnes éprouvent le besoin impérieux de préserver leurs espaces d’autonomie, comme si un engagement d’évangélisation était un venin dangereux au lieu d’être une réponse joyeuse à l’amour de Dieu qui nous convoque à la mission et nous rend complets et féconds. Certaines per-sonnes font de la résistance pour éprou-ver jusqu’au bout le goût de la mission et restent enveloppées dans une acédie pa-ralysante.

82. Le problème n’est pas toujours l’excès d’activité, mais ce sont surtout les activités mal vécues, sans les motivations appropriées, sans une spiritualité qui im-prègne l’action et la rende désirable. De là découle que les devoirs fatiguent dé-mesurément et parfois nous tombons malades. Il ne s’agit pas d’une fatigue se-reine, mais tendue, pénible, insatisfaite, et en déinitive non acceptée. Cette acédie pastorale peut avoir diférentes origines. Certains y tombent parce qu’ils conduisent des projets irréalisables et ne vivent pas volontiers celui qu’ils pourraient faire tranquillement. D’autres, parce qu’ils n’acceptent pas l’évolution diicile des processus et veulent que tout tombe du ciel. D’autres, parce qu’ils s’attachent à certains projets et à des rêves de succès cultivés par leur vanité. D’autres pour avoir perdu le contact réel avec les gens, dans une dépersonnalisation de la pastorale qui porte à donner une plus grande at-tention à l’organisation qu’aux personnes, si bien que le « tableau de marche » les enthousiasme plus que la marche elle-même. D’autres tombent dans l’acédie parce qu’ils ne savent pas attendre, ils veulent dominer le rythme de la vie. L’im-patience d’aujourd’hui d’arriver à des résultats immédiats fait que les agents pastoraux n’acceptent pas facilement le sens de certaines contradictions, un échec

apparent, une critique, une croix.

83. Ainsi prend forme la plus grande menace, « c’est le triste pragma-tisme de la vie quotidienne de l’Église, dans lequel apparemment tout arrive norma-lement, alors qu’en réalité, la foi s’afaiblit et dégénère dans la mesquinerie ». La psy-chologie de la tombe, qui transforme peu à peu les chrétiens en momies de musée, se développe. Déçus par la réalité, par l’Église ou par eux-mêmes, ils vivent la tentation constante de s’attacher à une tristesse douceâtre, sans espérance, qui envahit leur cœur comme « le plus pré-cieux des élixirs du démon ». Appelés à éclairer et à communiquer la vie, ils se laissent inalement séduire par des choses qui engendrent seulement obscurité et lassitude intérieure, et qui afaiblissent le dynamisme apostolique. Pour tout cela je me permets d’insister : ne nous laissons pas voler la joie de l’évangélisation ! (…)

Chapitre 3

L’annonce de l’Évangile

Tout le peuple de Dieu annonce l’Évangile

111. L’évangélisation est la tâche de l’Église. Mais ce sujet de l’évangélisation est bien plus qu’une institution organique et hiérarchique, car avant tout c’est un peuple qui est en marche vers Dieu. Il s’agit certainement d’un mystère qui plonge ses racines dans la Trinité, mais qui a son caractère concret historique dans un peuple pèlerin et évangélisateur, qui transcende toujours toute expression institutionnelle même nécessaire. Je pro-pose de m’arrêter un peu sur cette façon de comprendre l’Église, qui a son fonde-ment ultime dans la libre et gratuite ini-tiative de Dieu. (…)

L’homélie

135. Considérons maintenant la prédication dans la liturgie, qui demande une sérieuse évaluation de la part des pasteurs. Je m’attarderai en particulier, et avec un certain soin, à l’homélie et à sa préparation, car les réclamations à l’égard de ce grand ministère sont nombreuses, et nous ne pouvons pas faire la sourde oreille. L’homélie est la pierre de touche pour évaluer la proximité et la capacité de rencontre d’un pasteur avec son peuple. De fait, nous savons que les idèles lui donnent beaucoup d’importance ; et ceux-ci, comme les ministres ordonnés eux-mêmes, soufrent souvent, les uns d’écouter, les autres de prêcher. Il est triste qu’il en soit ainsi. L’homélie peut être vrai-ment une intense et heureuse expérience de l’Esprit, une rencontre réconfortante avec la Parole, une source constante de renouveau et de croissance. (…)

138. L’homélie ne peut pas être un spectacle de divertissement, elle ne répond pas à la logique des moyens mé-diatiques, mais elle doit donner ferveur et sens à la célébration. C’est un genre particulier, puisqu’il s’agit d’une prédi-cation dans le cadre d’une célébration liturgique ; par conséquent elle doit être brève et éviter de ressembler à une confé-

rence ou à un cours. Le prédicateur peut être capable de maintenir l’intérêt des gens durant une heure, mais alors sa pa-role devient plus importante que la célé-bration de la foi. Si l’homélie se prolonge trop, elle nuit à deux caractéristiques de la célébration liturgique : l’harmonie entre ses parties et son rythme. Quand la pré-dication se réalise dans le contexte litur-gique, elle s’intègre comme une partie de l’ofrande qui est remise au Père et comme médiation de la grâce que le Christ répand dans la célébration. Ce contexte même exige que la prédication oriente l’assem-blée, et aussi le prédicateur, vers une communion avec le Christ dans l’Eucha-ristie qui transforme la vie. Ceci demande que la parole du prédicateur ne prenne pas une place excessive, de manière que le Seigneur brille davantage que le mi-nistre. (…)

La préparation de la prédication

145. La préparation de la prédi-cation est une tâche si importante qu’il convient d’y consacrer un temps prolongé d’étude, de prière, de rélexion et de créa-tivité pastorale. Avec beaucoup d’afection, je désire m’attarder à proposer un itinéraire de préparation de l’homélie. Ce sont des indications qui pour certains pourront paraître évidentes, mais je considère op-portun de les suggérer pour rappeler la nécessité de consacrer le temps nécessaire

à ce précieux ministère. Certains curés soutiennent souvent que cela n’est pas possible en raison de la multitude des tâches qu’ils doivent remplir ; cependant, j’ose demander que chaque se-maine, un temps personnel et communautaire suisamment prolongé soit consacré à cette tâche, même s’il faut donner moins de temps à d’autres en-gagements, même importants.

La coniance en l’Esprit Saint qui agit dans la prédication n’est pas purement passive, mais active et créative. Elle implique de s’ofrir comme instrument (cf. Rm 12, 1), avec toutes ses capacités, pour qu’elles puissent être utilisées par Dieu. Un prédi-cateur qui ne se prépare pas n’est pas « spi-rituel », il est malhonnête et irresponsable envers les dons qu’il a reçus.

Chapitre 4

La dimension sociale de l’évangélisation

186. De notre foi au Christ qui s’est fait pauvre, et toujours proche des pauvres et des exclus, découle la préoc-cupation pour le développement intégral des plus abandonnés de la société.

187. Chaque chrétien et chaque communauté sont appelés à être instru-ments de Dieu pour la libération et la promotion des pauvres, de manière qu’ils puissent s’intégrer pleinement dans la société ; ceci suppose que nous soyons dociles et attentifs à écouter le cri du pauvre et à le secourir. Il suit de recou-rir aux Écritures pour découvrir com-ment le Père qui est bon veut écouter le cri des pauvres : « J’ai vu la misère de mon peuple qui est en Égypte.

Joseph-des-Nations et le Secours catholique à Montreuil en Seine-Saint-Denis. « L’homélie peut être vraiment une intense et heureuse expérience de l’Esprit. »

Evangelii gaudium

(Suite page 18.)

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18mercredi 27 novembre 2013

J’ai entendu son cri devant ses oppres-seurs ; oui, je connais ses angoisses. Je suis descendu pour le délivrer (…). Maintenant va, je t’envoie… » (Ex 3, 7-8.10), et a souci de leurs nécessités : « Alors les Israélites crièrent vers le Seigneur et le Seigneur leur suscita un sauveur » (Jg 3, 15). Faire la sourde oreille à ce cri, alors que nous sommes les instruments de Dieu pour écouter le pauvre, nous met en dehors de la volonté du Père et de son projet, parce que ce pauvre « en appellerait au Seigneur contre toi, et tu serais chargé d’un péché » (Dt 15, 9). Et le manque de solidarité envers ses nécessités afecte directement notre relation avec Dieu : « Si quelqu’un te mau-dit dans sa détresse, son Créateur exaucera son imprécation » (Si 4, 6). L’ancienne ques-tion revient toujours : « Si quelqu’un, jouis-sant des biens de ce monde, voit son frère dans la nécessité et lui ferme ses entrailles, comment l’amour de Dieu demeurerait-il en lui ? » (1 Jn 3, 17). Souvenons-nous aussi comment, avec une grande radicalité, l’Apôtre Jacques reprenait l’image du cri des opprimés : « Le salaire dont vous avez frustré les ouvriers qui ont fauché vos champs, crie, et les clameurs des moisson-neurs sont parvenues aux oreilles du Sei-gneur des Armées » (5, 4).

188. L’Église a reconnu que l’exi-gence d’écouter ce cri vient de l’œuvre libératrice de la grâce elle-même en cha-cun de nous ; il ne s’agit donc pas d’une mission réservée seulement à quelques-uns : « L’Église, guidée par l’Évangile de la miséricorde et par l’amour de l’homme, entend la clameur pour la justice et veut y répondre de toutes ses forces » (8). Dans ce cadre on comprend la demande de Jésus à ses disciples : « Donnez-leur vous-mêmes à man-ger » (Mc 6, 37), ce qui implique autant la coo-pération pour résoudre les causes structurelles de la pauvreté et pro-mouvoir le développe-m e n t i n t é g r a l d e s pauvres que les gestes simples et quoti-diens de solidarité devant les misères très concrètes que nous rencontrons. Le mot « solidarité » est un peu usé et, parfois, on l’interprète mal, mais il désigne beau-coup plus que quelques actes sporadiques de générosité. Il demande de créer une nouvelle mentalité qui pense en termes de communauté, de priorité de la vie de tous sur l’appropriation des biens par quelques-uns. (…)

198. Pour l’Église, l’option pour les pauvres est une catégorie théologique avant d’être culturelle, sociologique, poli-tique ou philosophique. (…) Cette préfé-rence divine a des conséquences dans la vie de foi de tous les chrétiens, appelés à avoir « les mêmes sentiments qui sont dans le Christ Jésus » (Ph 2, 5). Inspirée par elle, l’Église a fait une option pour les pauvres, entendue comme une « forme spéciale de priorité dans la pratique de la charité chré-tienne dont témoigne toute la tradition de l’Église » (9). Cette option – enseignait Benoît XVI – « est implicite dans la foi chris-tologique en ce Dieu qui s’est fait pauvre pour nous, pour nous enrichir de sa pau-vreté » (10). Pour cette raison, je désire une Église pauvre pour les pauvres. Ils ont beaucoup à nous enseigner. En plus de

participer au sensus idei, par leurs propres soufrances ils connaissent le Christ souf-frant. Il est nécessaire que tous nous nous laissions évangéliser par eux. La nouvelle évangélisation est une invitation à recon-naître la force salviique de leurs existences, et à les mettre au centre du cheminement de l’Église. Nous sommes appelés à dé-couvrir le Christ en eux, à prêter notre voix à leurs causes, mais aussi à être leurs amis, à les écouter, à les comprendre et à ac-cueillir la mystérieuse sagesse que Dieu veut nous communiquer à travers eux. (…)

203. La dignité de chaque per-sonne humaine et le bien commun sont des questions qui devraient structurer toute la politique économique, or parfois elles semblent être des appendices ajou-tés de l’extérieur pour compléter un dis-cours politique sans perspective ni pro-gramme d’un vrai développement intégral. Beaucoup de paroles dérangent dans ce système ! C’est gênant de parler d’éthique, c’est gênant de parler de solidarité mon-diale, c’est gênant de parler de distribution des biens, c’est gênant de parler de dé-fendre les emplois, c’est gênant de parler de la dignité des faibles, c’est gênant de parler d’un Dieu qui exige un engagement pour la justice. D’autres fois, il arrive que ces paroles deviennent objet d’une ma-nipulation opportuniste qui les déshonore. La commode indiférence à ces questions rend notre vie et nos paroles vides de toute signiication. La vocation d’entre-preneur est un noble travail, il doit se laisser toujours interroger par un sens plus large de la vie ; ceci lui permet de servir vraiment le bien commun, par ses eforts en vue de multiplier et rendre plus accessibles à tous les biens de ce monde.

204. Nous ne pouvons plus avoir coniance dans les forces aveugles et dans la main invisible du marché. La croissance dans l’équité exige quelque chose de plus que la croissance économique, bien qu’elle la suppose ; elle demande des décisions, des programmes, des méca-nismes et des processus spéciiquement orientés vers une meilleure distribution des revenus, la création d’opportunités d’emplois, une promotion intégrale des pauvres qui dépasse le simple assistanat. Loin de moi la proposition d’un populisme

irresponsable, mais l’économie ne peut plus recourir à des remèdes qui sont un nouveau venin, comme lorsqu’on prétend augmenter la rentabilité en réduisant le marché du travail, mais en créant de cette façon de nouveaux exclus. (…)

Le bien commun et la paix sociale

218. La paix sociale ne peut pas être comprise comme un irénisme ou comme une pure absence de violence obtenue par l’imposition d’un secteur sur les autres. Ce serait de même une fausse paix que celle qui servirait d’excuse pour justiier une organisation sociale qui réduit au silence ou tranquillise les plus pauvres, de manière que ceux qui jouissent des plus grands bénéices puissent conserver leur style de vie sans heurt, alors que les autres survivent comme ils peuvent. Les revendications sociales qui ont un rapport avec la distribution des revenus, l’inté-gration sociale des pauvres et les droits humains ne peuvent pas être étoufées sous prétexte de construire un consensus de bureau ou une paix éphémère, pour une minorité heureuse. La dignité de la personne humaine et le bien commun sont au-dessus de la tranquillité de quelques-uns qui ne veulent pas renon-cer à leurs privilèges. Quand ces valeurs sont touchées, une voix prophétique est nécessaire. (…)

Le dialogue social comme contribution à la paix

239. L’Église proclame l’« Évan-gile de la paix » (Ep 6, 15) et est ouverte à la collaboration avec toutes les autorités nationales et internationales pour prendre soin de ce bien universel si grand. En annonçant Jésus-Christ, qui est la paix en personne (cf. Ep 2, 14), la nouvelle évangélisation engage tout baptisé à être instrument de paciication et témoin cré-dible d’une vie réconciliée. C’est le mo-ment de savoir comment, dans une culture qui privilégie le dialogue comme forme de rencontre, projeter la recherche de consensus et d’accords, mais sans la sé-parer de la préoccupation d’une société juste, capable de mémoire, et sans exclu-sion. L’auteur principal, le sujet historique

de ce processus, c’est le peuple et sa culture, et non une classe, une fraction, un groupe, une élite. Nous n’avons pas besoin d’un projet de quelques-uns des-tiné à quelques-uns, ou d’une minorité éclairée ou qui témoigne et s’approprie un sentiment collectif. Il s’agit d’un accord pour vivre ensemble, d’un pacte social et culturel. (…)

Chapitre 5

Évangélisateurs avec esprit

Marie, Mère de l’évangélisation

288. Il y a un style marial dans l’activité évangélisatrice de l’Église. Car, chaque fois que nous regardons Marie nous voulons croire en la force révolu-tionnaire de la tendresse et de l’afection. En elle, nous voyons que l’humilité et la tendresse ne sont pas les vertus des faibles mais des forts, qui n’ont pas besoin de maltraiter les autres pour se sentir im-portants. En la regardant, nous décou-vrons que celle qui louait Dieu parce qu’« il a renversé les potentats de leurs trônes » et « a renvoyé les riches les mains vides » (Lc 1, 52.53) est la même qui nous donne de la chaleur maternelle dans notre quête de justice. C’est aussi elle qui « conservait avec soi toutes ces choses, les méditant en son cœur » (Lc 2, 19). Marie sait reconnaître les empreintes de l’Esprit de Dieu aussi bien dans les grands évé-nements que dans ceux qui apparaissent imperceptibles. Elle contemple le mystère de Dieu dans le monde, dans l’histoire et dans la vie quotidienne de chacun de nous et de tous. Elle est aussi bien la femme orante et laborieuse à Nazareth que notre Notre-Dame de la promptitude, celle qui part de son village pour aider les autres « en hâte » (cf. Lc 1, 39-45). Cette dynamique de justice et de tendresse, de contemplation et de marche vers les autres, est ce qui fait d’elle un modèle ecclésial pour l’évangélisation. Nous la supplions ain que, par sa prière mater-nelle, elle nous aide pour que l’Église devienne une maison pour beaucoup, une mère pour tous les peuples, et rende possible la naissance d’un monde nou-veau. C’est le Ressuscité qui nous dit, avec une force qui nous comble d’une immense coniance et d’une espérance très ferme : « Voici, je fais l’univers nouveau » (Ap 21, 5). (…) »

(1) Paul VI, exhortation apostolique Gaudete in Domino

(9 mai 1975).

(2) Encyclique Deus caritas est (25 décembre 2005).

(3) Cantique spirituel 36, 10.

(4) Adversus haereses, IV, c. 34, n. 1.

(5) Jean-Paul II, exhortation apostolique postsynodale

Christifideles laici (30 décembre 1988).

(6) Concile œcuménique Vatican II, constitution dog-

matique sur l’Église Lumen gentium, n.23.

(7) Saint Jean Chrysostome, De Lazaro Concio, II, 6.

(8) Congrégation pour la doctrine de la foi, instruction

Libertatis nuntius (6 août 1984).

(9) Jean-Paul II, lettre encyclique Sollicitudo rei socialis

(30 décembre 1987).

(10) Discours à la session inaugurale de la Ve confé-

rence générale de l’épiscopat latino-américain et des

Caraïbes (13 mai 2007).

SUR WWW.LA-CROIX.COM Lire l’exhortation du pape en intégralité

« La dignité de la personne humaine et le bien commun sont au-dessus de la tranquillité de quelques-uns... »

Evangelii gaudium

(Suite des pages 16-17)ppp

Sacrement de confirmation lors de la messe de Pentecôte à Lille au mois de mai 2013.

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Lo sport

AZZI, CURRÒE MURA

Il Napoli si arrendeal BorussiaRiscatto del Milan

La cultura

ELENA CATTANEOE ELENA DUSI

Il Belpaeseche dimenticala scienza

Forza Italia esce dalla maggioranza e boccia la legge di stabilità. Napolitano: la fiducia equivale alla verifica sul governo

Berlusconi rompe le larghe inteseOggi il voto sulla decadenza. Il Cavaliere: “Tutti in piazza ed è solo l’inizio”

Il manifestodi Francesco“Questa economiauccide i poveri”

“Serve una conversione del papato”

ANSALDO A PAGINA 16

HANS KÜNG

LA RIFORMA della chiesaprocede: nell’esortazioneapostolica “Evangelii

Gaudium” Papa Francesco riba-disce non solo la sua critica al ca-pitalismo e al dominio del dena-ro, ma si dichiara anche inequi-vocabilmente favorevole ad unariforma ecclesiastica «a tutti i li-velli» . Si batte concretamenteper riforme strutturali come ladecentralizzazione verso dioce-si e parrocchie, una riforma delministero di Pietro, la rivaluta-zione dei laici e contro la dege-nerazione del clericalismo, peruna efficace presenza femmini-le nella chiesa, soprattutto negliorgani decisionali. Si dichiaraaltrettanto espressamente favo-revole all’ecumenismo e al dia-logo interreligioso, soprattuttocon l’ebraismo e l’Islam.

Tutto questo troverà ampioconsenso ben oltre l’ambito del-la chiesa cattolica. Il rifiuto indi-scriminato dell’aborto e del sa-cerdozio femminile dovrebberosuscitare critiche.

SEGUE A PAGINA 49

IL VENTODELLA CURIA

Ventotto gli accordi siglati da Letta e Putin SERVIZI ALLE PAGINE 2, 3, 4, 6, 7, 12 E 13

Le idee

BARBARA SPINELLI

LA TENTAZIONE sarà grande,dopo il voto sulla decadenza diBerlusconi al Senato, di chiude-

re il ventennio mettendolo tra paren-tesi. È una tentazione che conoscia-mo bene: immaginando d’aver can-cellato l’anomalia, si torna alla nor-malità come se mai l’anomalia — nonfu che momentanea digressione — ciavesse abitati.

Nel 1944, non fu un italiano ma ungiornalista americano, HerbertMatthews, a dire sulla rivista Mercu-

rio di Alba de Céspedes: «Non l’aveteucciso!» Tutt’altro che morto, il fasci-smo avrebbe continuato a viveredentro gli italiani. Non certo nelle for-me di ieri ma in tanti modi di pensare,di agire.

SEGUE A PAGINA 48

Quel che restadel Ventennio

Il retroscena

FRANCESCO BEI

LA VIGILIA della caduta.Inseguendo il sogno im-possibile di una ricandi-

datura, a dispetto della legge Se-verino, delle condanne e del-l’interdizione dai pubblici uffi-ci: «Non finisce qui, tornerò aPalazzo Chigi nel 2015». Berlu-sconi confessa di non dormireda giorni e sarà per questo chel’umore oscilla tra il baratro piùnero e l’eccitazione irrazionaleper la battaglia. «Io non ho pau-ra», ripete a tutti nella notte piùlunga.

SEGUE A PAGINA 3

La scommessa di Silvio:tornerò a Palazzo Chigi

L’analisi

PIERO IGNAZI

COME poteva il leader diForza Italia Silvio Berlu-sconi convivere con i

suoi “carnefici”? Naturale,scontato, ovvio che sbatta laporta e se ne vada. Per andaredove non è chiaro. A raggiun-gere Beppe Grillo in una for-sennata cavalcata anti-euro-pea e populista per sfasciaretutto e portare a casa qualcheeurodeputato alle prossimeelezioni per il Parlamento diStrasburgo?

SEGUE A PAGINA 49

ROMA — Nel maxi-emendamentodel governo votato al Senato con171 voti a favore e 135 contrari, so-stitutivo del ddl di stabilità, figuranomolte modifiche. Tra le misure ap-provate, il taglio delle pensioni d’o-ro per finanziare una sorta di reddi-to minimo e una nuova tassa sullacasa. Salta la vendita delle spiagge.

CONTE, GRION E PETRINIALLE PAGINE 8 E 9

La lunga marciain un vicolo cieco

Pensioni d’oro, arriva la stangataNel maxi-emendamento sulla manovra, approvato nella notte, anche un primo passo verso il reddito minimo. Salve le spiagge

Parla il presidente del Monte dei Paschi

Profumo: per Mpsaumento di capitale subitoo sarà nazionalizzatoANDREA GRECO A PAGINA 27 Alessandro Profumo

L’intervista

TITO BOERI

ALLA disperata ricerca di risorsecon cui finanziare il taglio dellaseconda rata dell’Imu, il gover-

no ha deciso di forzare i tempi sulla vi-cenda delle quote Banca d’Italia.

SEGUE A PAGINA 49

IL BLUFF SU BANKITALIA

Le piste sempre più ripideè boom dello sci estremo

Troppi buchi nella Retemille ingegneri contro le spie

Il caso

TRENTO

SONO una “medaglia” daesibire il lunedì in ufficio,una rampa di lancio o

semplicemente un incubo: lepiste nere sono sempre più ri-pide. E a Sankt Moritz que-st’anno hanno spostato un po’più in là l’inclinazione del brivi-do: 86 per cento, pari a 41 gradi.È la pendenza della nuova pistaLagalb, la più ripida dell’arcoalpino.

A PAGINA 23

CI HANNO rotto Internet.Non è come quando laconnessione in casa

non va e chiamiamo il tecnico.È molto più grave. E non c’è unproblema di connessione per-sonale, ma di sicurezza globa-le. Di più: è il senso vero dellaRete ad essere in pericolo, ilmotivo per cui è stata progetta-ta e costruita in più di 40 anni.

ALLE PAGINE 51, 52 E 53CON UN ARTICOLO

DI MASSIMO VINCENZI

RICCARDO LUNAANDREA SELVA

Il pg di Firenze“CondannateAmanda e Raffaele”

Chiesti 30 e 26 anni

A PAGINA 19

Per i lettori abbonati a Repubblica+

Il cinema in regalo con RSerada oggi tre film nuovi sui tablet

R2

SEDE: 00147 ROMA, VIA CRISTOFORO COLOMBO, 90 - TEL. 06/49821, FAX 06/49822923. SPED. ABB. POST., ART. 1, LEGGE 46/04 DEL 27 FEBBRAIO 2004 - ROMA. CONCESSIONARIA DI PUBBLICITÀ: A. MANZONI & C. MILANO - VIA NERVESA, 21 - TEL. 02/574941. PREZZI DI VENDITA: AUSTRIA,BELGIO, FRANCIA, GERMANIA, GRECIA, IRLANDA, LUSSEMBURGO, MALTA, MONACO P., OLANDA, PORTOGALLO, SLOVENIA, SPAGNA € 2,00; CROAZIA KN 15; REGNO UNITO LST 1,80; REPUBBLICA CECA CZK 64; SLOVACCHIA SKK 80/€ 2,66; SVIZZERA FR 3,00; UNGHERIA FT 495; U.S.A $ 1,50

Fondatore Eugenio Scalfari Direttore Ezio Mauro

CON “GLENN GOULD” € 11,20in Italia € 1,30- N. 280Anno 00 mercoledì 27 novembre 2013www.repubblica.itCS-RT ❋

CRONACA■ 16

MERCOLEDÌ 27 NOVEMBRE 2013

la RepubblicaLA CHIESA DI BERGOGLIO

“La povertà non può attendereanche il Papato deve convertirsi”Ecco il manifesto di FrancescoNell’Esortazione apostolica appello ai politici. “Questa economia uccide”MARCO ANSALDO

CITTÀ DEL VATICANO — C’è l’im-pegno a cambiare la Chiesa profon-damente — a cominciare dallo stes-so Papato — e l’invito a contrastarela legge del più forte, «dove il poten-te mangia il più debole». C’è il ri-chiamo a fermare «le guerre all’in-terno del popolo di Dio» (leggi: inVaticano), e l’appello per «una rifor-ma finanziaria che non ignori l’eti-

ca». Dice il Papa “venuto dalla finedel mondo” che ora «non si posso-no lasciare le cose come stanno». Eche «questa economia dell’esclu-sione e dell’iniquità uccide». Men-tre «bisogna ascoltare il grido deipoveri». E allora Francesco prega «ilSignore che ci regali più politici cheabbiano davvero a cuore la vita deipoveri».

Jorge Mario Bergoglio volta la pa-gina della Chiesa, invita fedeli e non

credenti a serrare le fila contro leaberrazioni della società, e metteper la prima volta nero su bianco ipunti fondanti del Pontificato a 8mesi dalla sua elezione. Lo fa conun’esortazione apostolica, “Evan-gelii Gaudium”, la prima intera-mente di suo pugno dopo l’encicli-ca “Lumen Fidei” ispirata da Bene-detto XVI. Un testo lungo 220 pagi-ne, buttato giù direttamente in spa-gnolo lo scorso agosto dopo il viag-

gio a Rio de Janeiro, e teso comevuole il titolo a «recuperare la fre-schezza originale del Vangelo».

È, in sostanza, un documentoprogrammatico. Un’analisi lucida,spietata a tratti, dell’attuale sistemaeconomico e capitalistico. Con unrichiamo vibrante alla pace fuori edentro la Chiesa. Uno scritto poten-te e al tempo stesso intriso di uma-nità, nel quale la sensibilità latinoa-mericana del Papa emerge in tutta

evidenza. Un lavoro che L’Osserva-

tore Romano definisce come una«Magna Charta per la Chiesa di og-gi», eppure steso con uno stile collo-quiale e una prosa coinvolgente.

CONVERSIONE DEL PAPATO

«Dal momento che sono chiama-to a vivere quanto chiedo agli altri,devo anche pensare a una conver-sione del Papato». È il passo forse piùforte e destinato a suscitare discus-sioni. «A me — scrive Francesco —spetta rimanere aperto ai suggeri-menti orientati a un esercizio delmio ministero che lo renda più fede-le al significato che Gesù Cristo inte-se dargli e alle necessità attuali del-l’evangelizzazione. Il Papa Giovan-ni Paolo II chiese di essere aiutato atrovare “una forma di esercizio delprimato che si apra a una situazionenuova”. Siamo avanzati poco inquesto senso», è la dura critica diBergoglio. Anche il Papato e le strut-ture centrali della Chiesa universa-le, prosegue, hanno «bisogno diascoltare l’appello a una conversio-ne pastorale». Perché «un’eccessivacentralizzazione», anziché «aiuta-re», «complica la vita della Chiesa».È necessaria dunque «una salutaredecentralizzazione». Troppe poi le«guerre» nel popolo di Dio e «nellediverse comunità: chi vogliamoevangelizzare con questi comporta-menti?». Piuttosto, «le chiese devo-no avere dappertutto le porte aper-

te». Anzi il Papa preferisce «unaChiesa accidentata, ferita e sporcaper essere uscita per le strade», inve-ce «che una Chiesa malata per lachiusura». Occorre, dunque, una«rivoluzione della tenerezza». Edevitare il clericalismo e il pessimi-smo sterile.

ECONOMIA TIRANNA

«Il Papa ama tutti, ricchi e poveri,ma ha l’obbligo, in nome di Cristo, diricordare che i ricchi devono aiutarei poveri, rispettarli e promuoverli. Viesorto alla solidarietà disinteressatae a un ritorno dell’economia e dellafinanza a un’etica in favore dell’es-sere umano. La politica, tanto deni-grata, è una vocazione altissima, èuna delle forme più alte della carità,perché cerca il bene comune».

DONNE E ABORTO

«C’è ancora bisogno di allargaregli spazi per una presenza femmi-nile più incisiva nella Chiesa. Il ge-nio femminile è necessario in tuttele espressioni della vita sociale».Ma sull’aborto «non ci si deve at-tendere che la Chiesa cambi la suaposizione». E per Bergoglio «non è

No all’iniquità

Dobbiamo direno a un’economiadell’esclusione edell’iniquità. Questaeconomia uccide

Il mio ruolo

Visto che sono chiamatoa vivere quanto chiedoagli altri, devoanche pensare a unaconversione del Papato

Le omelie

L’omelia deve esserebreve e non sembrareuna conferenza o unalezione, deve dire paroleche fanno ardere i cuori

LO SCAMBIO DI ZUCCHETTO

Dalla papamobile in piazzaSan Pietro Francesco hascambiato il suozucchetto con quellodi un sacerdote

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@MERCOLEDÌ 27 NOVEMBRE 2013

la Repubblica PER SAPERNE DI PIÙwww.vatican.vawww.repubblica.it

progressista pretendere di risolve-re i problemi eliminando una vitaumana». Il “no” all’aborto, spiega,«è legato alla difesa della vita na-scente e di qualsiasi diritto uma-no».

VESCOVI PIÙ AUTONOMI«Ancora non si è esplicitato uno

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Statuto delle Conferenze episcopa-li che le concepisca come soggettidi attribuzioni concrete, includen-do anche qualche autorità dottri-nale. Non è opportuno che il Papasostituisca gli Episcopati locali neldiscernimento di tutte le proble-matiche che si prospettano nei loroterritori».

OMELIE PIÙ BREVI«La parrocchia — esorta France-

sco in uno dei passi più coinvolgen-ti — stia in contatto con le famiglie econ la vita del popolo e non diventiuna struttura prolissa separata dallagente». E l’omelia del sacerdote «de-ve essere breve ed evitare di sembra-re una conferenza o una lezione».

Né contenere moralismi o condan-ne. «Non può essere uno spettacolodi intrattenimento, non rispondealle logiche mediatiche».

LA COMUNIONE AI DIVORZIATIFrancesco non pretende di dire

«una parola definitiva» su temi chedevono essere ancora «oggetto di

studio e di attento approfondimen-to». Ma sulla comunione ai divorzia-ti risposati indica una direzione chepotrà essere seguita dal prossimo Si-nodo straordinario: «L’Eucaristia,sebbene costituisca la pienezza del-la vita sacramentale, non è un pre-mio per i perfetti ma un generoso ri-medio e un alimento per i deboli».

ISLAM ED EBRAISMOL’evangelizzazione implica il dia-

logo. E per Bergoglio l’ecumenismo èuna risorsa imprescindibile. «Di fron-te a episodi di fondamentalismo vio-lento», ricorda che «il vero Islam eun’adeguata interpretazione del Co-rano si oppongono a ogni violenza». E«l’amicizia con i figli d’Israele» è parte«della vita dei discepoli di Gesù».

PAGINE POETICHEPiù volte, qua e là nel testo, si tro-

vano passi densi e spunti ricchi dipoesia. Come questo, verso la fine:«La nostra tristezza infinita si curasoltanto con un infinito amore».

Gli scritti

del Pontefice

L’ESORTAZIONEÈ un documento cheil Papa elabora apartire dalleProposizioni che ilSinodo dei vescoviproduce come fruttodei suoi lavori

LA COSTITUZIONEÈ l’atto promulgatodal Papa come capodella Chiesa coninsegnamentidefinitivi odisposizioni di unacerta rilevanza

L’ENCICLICAÈ una letterapastorale su materiedottrinali, morali osociali, indirizzata aivescovi della Chiesastessa e, attraversodi loro, a tutti i fedeli

IL MESSAGGIOÈ un testo scritto peroccasioni importanticome le GiornateMondiali dellaGioventù. Havalore pastoralee non dottrinale

“Evangelii gaudium”

Il volume dell’Esortazioneapostolica “Evangeliigaudium”, la prima di papaFrancesco. Il testo, 220pagine, è stato diffuso ieri dal Vaticano

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@MERCOLEDÌ 27 NOVEMBRE 2013

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TITO BOERI

IL BLUFF SU BANKITALIA

(segue dalla prima pagina)

Forte del rapporto dei tre saggi (Franco Gal-lo, Lucas Papademos e Andrea Sironi), in-caricati di offrire una valutazione del capi-tale sociale dell’istituto, l’esecutivo intende

varare un decreto già al Consiglio dei ministri di og-gi. Il decreto di rivalutazione delle quote avrebbeaddirittura già visto la luce giovedì scorso, se nonfosse per la richiesta di un parere legale della Ban-ca centrale europea. Questa brusca accelerazioneimposta da un governo che non si caratterizza cer-to per la sua capacità di prendere decisioni in tem-pi rapidi, si spiega con la necessità di trovare co-perture per l’abolizione della seconda rata dell’I-mu. E con la richiesta del presidente dell’Abi, Anto-nio Patuelli, di procedere “a velocità siderale” nel-l’approvare il provvedimento. Ma gli assetti pro-prietari di via Nazionale sono una questionedelicata, che va affrontata e risolta una volta per tut-te, senza pensare alle esigenze di cassa immediatedel Tesoro e alla cosmesi dei ratio patrimoniali del-le banche. Vediamo innanzitutto di cosa si tratta.

Le banche italiane che un tempo facevano partedel settore pubblico allargato detengono il 94,33per cento del capitale di Banca d’Italia, mentre laquota residua è proprietà di Inps e Inail. Per quan-to le quote non abbiano mai consentito alle banchedi incidere sull’attività della Banca d’Italia, confe-riscono ai titolari dei poteri nella nomina dei verti-ci di via Nazionale. In passato, per togliersi d’imba-razzo, le banche avevano delegato questa decisio-ne al governatore, col risultato di renderlo inamo-vibile, come documentato dall’interminabile usci-ta di scena di Antonio Fazio. Inoltre le quote sonomolto concentrate: due sole banche, Banca Intesae Unicredit, ne detengono più del 50%, il che ali-menta il sospetto che possano condizionare le scel-te di via Nazionale. Importante perciò avere unastruttura proprietaria meno concentrata, in cui isingoli enti non abbiano più dell’1-2 per cento delcapitale sociale. Di qui il problema affrontato dallacommissione dei saggi: a che prezzo si può orga-nizzare il trasferimento delle quote da un ente a unaltro? Un problema complesso perché non è chia-ro come si possa valutare una banca centrale, il cuivalore è solo nozionale.

Il capitale nominale della Banca d’Italia è oggifissato al livello simbolico di 156mila euro (300 mi-lioni di lire), stabilito all’epoca della Legge Banca-ria del 1936. Questo capitale è suddiviso in 300.000quote del valore di 0,52 euro (mille lire) ciascuna.Tenendo conto dell’inflazione, oggi il capitale var-rebbe circa 1,3 miliardi. Una valutazione vicina aun miliardo la si ottiene anche a partire dai rendi-menti che le banche ottengono da queste parteci-pazioni, stimando il valore delle quote come quel-lo di un’obbligazione a basso rischio che offre ren-dimenti perpetui. Le banche che detengono le quo-te hanno iscritto nei loro bilanci cifre che implica-no valutazioni molto difformi tra di loro del capita-le sociale di via Nazionale. Banca Intesa le valuta a5849 l’una (quindi il capitale totale 2 miliardi e mez-zo), Unicredit a 4288 euro (1,3 miliardi). Quasi tut-te le banche hanno recentemente rivisto all’insù ivalori iscritti a bilancio per gonfiare il loro patrimo-nio. Ad esempio Banca Carige le ha portate da 41euro a 73764euro l’una (unarivalutazionedel 180.000 percento!), il cheimplica una va-lutazione delcapitale socialedi via Naziona-le attorno ai 22miliardi, più omeno il valoredelle riserve ag-giuntive accu-mulate da Ban-ca d’Italia intutto questoperiodo. In al-tre parole, Cari-ge si è formal-mente attribui-ta anche gli utiliderivanti dal-l’emissione dimoneta, il co-siddetto signo-raggio, che ven-

gono destinati in gran parte all’incremento delle ri-serve. Ma questi utili non dovrebbero mai finire adazionisti privati, essendo frutto di una funzionepubblica, svolta da una banca centrale in condizio-ni di monopolio per legge dello Stato.

La Commissione di esperti ha valutato il capita-le in una forbice compresa fra 5 e 7,5 miliardi e mez-zo. Seppur esponenti della vecchia maggioranzachiedessero una valutazione ancora più generosadelle quote (Renato Brunetta aveva parlato addirit-tura di 30 miliardi, non si capisce su quale base),una cospicua rivalutazione delle quote fa molto co-modo al governo. Gli incrementi patrimoniali rea-lizzati dalle banche nel momento in cui rivalutanole quote vengono, infatti, tassati al 16 per cento.Con la valutazione delle quote a 7,5 miliardi, la tas-sazione dei capital gain porterebbe circa un miliar-do alle casse dello Stato, pressappoco la sommache manca per coprire la cancellazione della se-conda rata dell’Imu. Al tempo stesso, le banche ve-

d r e b b e r orafforzarsi no-tevolmente laloro posizionepatrimoniale,alla vigilia distress test che sia n n u n c i a n opiù impegnati-vi che in passa-to, senza colpoferire. Il capita-le liquido non èliquido, ma lebanche chie-dono che lequote di Bancad’Italia sianoc o m p u t a b i l inel valutare i re-quisiti di capi-tale impostidalle nuove au-torità di super-visione euro-pee. Si è cosìcreata una spe-

cie di associazione a delinquere nel cercare dichiudere nel più breve tempo possibile la partita.

Il problema è che oltre alla rivalutazione, ci sonotante altre questioni aperte. Innanzitutto bisognadecidere come avverrà il trasferimento delle quo-te, oggi considerate incedibili. Poi bisogna stabili-re quali dividendi verranno garantiti in futuro. Lostatuto di Banca d’Italia è molto ambiguo a riguar-do perché definisce tetti ai dividendi in rapporto al-le riserve di via Nazionale oppure come una quotafissa (10%) del capitale sociale. Nel primo caso sistabilisce, come si ricordava, un principio moltopericoloso. Nel secondo caso, la forte rivalutazionedelle quote prelude a dividendi molto più alti in fu-turo, fino a 750 milioni all’anno contro i 50 pagati inmedia negli ultimi 15 anni e i 70 dell’ultimo eserci-zio. Come dire che nel giro di soli due anni le entra-te una tantum della tassa sui capital gain verrebbe-ro restituite alle banche sotto forma di dividendipiù alti. E poi c’è sempre la possibilità che una quo-ta del capitale sociale di via Nazionale venga riac-quistata da enti pubblici, come previsto dallo sta-tuto di Banca d’Italia e come avviene nella maggio-ranza dei Paesi dell’euro. Se le quote vengono valu-tate 50 volte più di adesso, l’esborso sarà 50 voltepiù alto di quello che avrebbe potuto avere luogosenza il provvedimento. Scelte fatte a metà, nellacollusione fra un governo a disperata caccia di ri-sorse e banche interessate in qualsiasi modo ad au-mentare il proprio patrimonio, rischiano perciò dilasciare un’eredità pesantissima ai contribuentifuturi.

Se si vuole davvero riformare gli assetti proprie-tari di via Nazionale meglio affrontare il problemalontano dalle mischie sull’Imu e risolverlo una vol-ta per tutte, senza lasciare strascichi di cose da faredopo. Il governo Letta è sin qui sopravvissuto alladecadenza di Silvio Berlusconi sostenendo che ta-le questione era estranea all’azione di questo go-verno. Bene che sancisca lo stesso principio nel-l’affrontare la vicenda delle quote di Banca d’Italia.È un problema che non ha nulla a che vedere con lalegge di stabilità, la tassazione degli immobili e lasopravvivenza di questo governo. Il valore vero diuna banca centrale, dopotutto, risiede nella suacredibilità e indipendenza dal potere politico.

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HANS KÜNG

IL VENTO DELLA CURIA

(segue dalla prima pagina)

Mostrano i limiti dog-matici di questo Papa.O forse Francesco su-bisce le pressioni del-

la congregazione della dottrinadella fede e del suo prefetto, l’ar-civescovo Gerhard Ludwig Mül-ler?

Quest’ultimo ha manifestato lapropria posizione ultraconserva-trice in un lungo intervento sul-l’Osservatore Romano (23 Ottobre2013), in cui ribadisce l’esclusionedai sacramenti dei divorziati ri-sposati. Dato il carattere sessualedella loro relazione vivono presu-mibilmente nel peccato, a menoche non convivano «come fratelloe sorella» (!)

Da vescovo di Ratisbona, Mül-ler, fonte di numerosi conflitti conparroci, teologi, organi laici e il co-mitato centrale dei cattolici tede-schi per le sue posizioni ultracleri-cali, era discusso e malvisto. Il fat-to che nonostante ciò fosse statonominato da papa Ratzinger, inqualità di fedele sostenitore non-ché curatore della sua opera om-nia, prefetto della congregazioneper la dottrina della fede, nonstupì quanto sorprende ora chesia stato da subito confermato inquesto incarico da papa France-sco.

E già gli osservatori, preoccupa-ti, si chiedono se il Papa emeritoRatzinger per il tramite dell’arci-vescovo Müller e di Georg Gän-swein, il suo segretario, anch’eglinominato arcivescovo e prefettodella casa pontificia, effettiva-mente non agisca come una sortadi «Papa-ombra». Agli occhi dimolti la situazione appare con-traddittoria: da una parte la rifor-ma della chiesa e dall’altra l’atteg-giamento nei confronti dei divor-ziati risposati.

Il Papa vorrebbe andare avanti

— il “prefetto della fede” frena. Il Papa ha in mente l’umanità

concreta — il prefetto soprattuttola dottrina tradizionale cattolica. Ilpapa vorrebbe praticare la carità— il prefetto si appella alla santitàe alla giustizia divina.

Il Papa vorrebbe che i sinodiepiscopali nell’ottobre 2014 tro-vassero soluzioni pratiche ai pro-blemi della famiglia anche sullabase delle consultazioni dei laici— il prefetto si basa su tesi dogma-tiche tradizionali per poter man-tenere lo status quo, privo di ca-rità.

Il Papa vuole che i sinodi episco-pali intraprendano nuovi tentati-vi di riforma — il prefetto, già do-cente di teologia dogmatica, pen-sa di poterli bloccare in partenzacon la sua presa di posizione. C’èda chiedersi se il Papa controlli an-cora questa sua sentinella della fe-de.

Va detto che Gesù stesso si èespresso senza mezzi termini con-tro il divorzio. «Ciò che Dio ha uni-to l’uomo non separi» (Mt 10,9).Ma lo faceva soprattutto a vantag-gio della donna, che nella societàdel tempo era penalizzata a livellogiuridico e sociale e contro l’uo-mo, che nel mondo ebraico era l’u-nico a poter avanzare richiesta didivorzio. Così la chiesa cattolica,in qualità di successore di Gesù,pur in una situazione sociale com-pletamente mutata, ribadisce conforza l’indissolubilità del matri-monio che garantisce ai coniugi eai loro figli rapporti stabili e dura-turi.

I cristiani neotestamentari nonconsiderano la parola di Gesù ri-guardo al divorzio una legge, ben-sì una direttiva etica. Il fallimentodell’unione matrimoniale chiara-mente non corrisponde al dise-gno della creazione. Ma solo la ri-gidità dogmatica non può am-mettere che la parola di Gesù sul

divorzio già in epoca apostolicafosse usata con una certa flessibi-lità, e cioè in caso di «lussuria» (cfr.Mt 5,32; 19,9) e nel caso di separa-zione tra un partner cristiano euno non cristiano (cfr. Cor. 7,12-15). È evidente che già nella chie-sa primitiva ci si rendeva contoche esistono situazioni in cui pro-seguire la convivenza diventa ir-ragionevole.

E la credibilità di papa France-sco verrebbe immensamentedanneggiata se i reazionari delVaticano gli impedissero di tra-durre presto in azioni le sue paro-le e i suoi gesti pervasi di carità e disenso pastorale. L’enorme capi-tale di fiducia che il Papa ha accu-mulato nei primi mesi del suopontificato non deve essere sper-perato dalla Curia. Innumerevolicattolici sperano che il Papa esa-mini la discutibile posizione teo-logica e pastorale di Müller; chevincoli la commissione per la di-fesa della fede alla sua linea teolo-gica pastorale; che le lodevoliconsultazioni dei vescovi e dei lai-ci in vista dei prossimi sinodi sul-la famiglia conducano a decisio-ni dotate di fondamento biblico evicine alla realtà.

Papa Francesco dispone dellenecessarie qualità per guidare dacapitano la nave della chiesa at-traverso le tempeste di questitempi; la fiducia dei fedeli gli saràdi sostegno. Avrà contro il ventodella curia e spesso dovrà proce-dere a zig zag, ma la speranza è cheaffidandosi alla bussola del van-gelo (non a quella del diritto cano-nico) possa mantenere la rotta indirezione del rinnovamento, del-l’ecumenismo e dell’apertura almondo. “Evangelii Gaudium” èuna tappa importante in questosenso, ma non è certo il punto diarrivo.

(Traduzione di Emilia Benghi)

(segue dalla prima pagina)

Arinvigorire il sopito e mai di-menticato furore “anti-co-munista”, nonostante l’in-gresso in scena di Renzi e di

tutta una nuova generazione “post”?A rilanciare il fantasma della cosid-detta rivoluzione liberale, araba feni-ce di cui si sono perse le tracce fin dal-l’estate del 1994? A bombardare quo-tidianamente il governo Letta e i tra-ditori alfaniani, l’altro giorno blandi-ti come compagni che sbagliano mada ritrovare al momento della batta-glia finale, e ora additati al disprezzodei seguaci duri e puri del Cavaliere?Qualunque sia la scelta strategica diBerlusconi, il vicolo è cieco. Da unaparte c’è il muro invalicabile del gril-lismo, mille volte più efficace, pene-trante e “nuovo” rispetto alla malin-conica riedizione di Forza Italia, pu-ro atto politico nostalgico, e quindiregressivo e perdente. Dall’altra ci so-no gli scissionisti di Alfano, interpre-ti, potenziali quanto meno, di un mo-deratismo di centro-destra agguerri-to ma non barricadiero.

Non è quindi la fuoriuscita in sé diBerlusconi e dei suoi che può impen-sierire Enrico Letta. L’esecutivo nonha nulla da temere da quella parte.Ogni mossa è prevedibile e scontata.Qualche graffio potrà ancora procu-rarlo ma le truppe si stanno oramai di-slocando altrove, verso interpreti piùcredibili. Soprattutto più nuovi. Per-ché è di questo, con tutti i limiti delnuovismo, che l’opinione pubblicava in cerca. L’appeal di Matteo Renzista tutto lì, adesso; poi si vedrà.

Ad ogni modo il governo si trova inuna condizione inedita. Non è piùquello prefigurato da Giorgio Napoli-tano e osannato dai sostenitori della“pacificazione”, termine finalmentecaduto in disuso dopo una frastor-nante grancassa di mesi. Le larghe in-tese si sono ristrette al minimo indi-spensabile sul piano numerico edhanno perso il significato originario.

Se l’idea iniziale del governo Lettaprefigurava una sorta di grande coali-zione — alle vongole peraltro, perchémancavano tutti i presupposti politi-ci, culturali e istituzionali per inse-diarla — ora siamo ad un governo disinistra con una piccola pattuglia dimoderati al fianco. Una sorta di ipo-tesi bersaniana, se Pd e Scelta civicanon avessero fallito la prova delle ur-ne. In linea teorica un esecutivo privodei guastatori berlusconiani dovreb-be godere di una navigazione piùtranquilla. Ma, in realtà, il NuovoCentro Destra di Alfano quanto è lon-tano ideologicamente e politicamen-te dal ceppo originario? In che cosa sidifferenzia al di là del voler continua-re l’esperienza di governo? Sono piùfilo-europei e meno anti-istituziona-li, più pro-labour e meno anti-immi-grati dei forza-italioti? Il distacco dal-la casa madre non si è ancora nutritodi idee, riferimenti e scelte politichedissonanti. Solo qualora acquisisse itratti di una vera destra europea il per-corso di Letta avrebbe ancora senso:la sua piccola coalizione farebbe dalevatrice a quel raggruppamento au-tenticamente moderato che da sem-pre manca alla politica italiana. Soloche non può farlo curvando ulterior-mente in senso conservatore la pro-pria azione. Anzi. Privo del fardelloberlusconiano l’esecutivo non ha piùimpacci per imporre una politica cherappresenti gli orientamenti della suamaggioranza parlamentare: 300 con-tro 30, ricordava con classica burban-za toscana il sindaco di Firenze. Il si-gillo democrat sull’azione di governo,che sarà molto più incisivo dopo leprimarie dell’8 dicembre, può quindimandare all’aria le piccole intese.

L’esecutivo Letta sarà forse un po’più coeso; certamentenon è più forte.Il suo baricentro, rimasto in equili-brio per tutti questi mesi, una voltapersa la sua ala destra, si sposterà ine-vitabilmente a sinistra. Resisterannoi “nuovi moderati”?

MASSIMO BUCCHIFINESTRA SUL CORTILE

NEL VICOLO CIECOPIERO IGNAZI

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LA STAMPA

MERCOLEDÌ 27 NOVEMBRE 2013 .Primo Piano .11

U

VATICANOILMANIFESTODIBERGOGLIO

“Maggioripoteriallechiese locali”CosìFrancescoconvertirà ilpapato

Fra le priorità del Pontefice attenzione ai divorziati e più spazio ai laici

ANDREA TORNIELLICITTÀ DEL VATICANO

«Evangeli i gau-dium», la «gioiadel Vangelo» cheè da proporre atutti: è il titolo

della lunga esortazione apostolicadi Papa Francesco resa nota ieri. Ilprimo vero documento program-matico del pontificato, che invitatutta la Chiesa a una «conversionepastorale e missionaria», a uscire,ad abbandonare le logiche di appa-rato, a non rimanere attaccati ausanze superate: «Sogno una sceltamissionaria capace di trasformareogni cosa, perché le consuetudini,gli stili, gli orari, il linguaggio e ognistruttura ecclesiale diventino uncanale adeguato per l’evangelizza-zione del mondo attuale, più cheper l’autopreservazione».

Più poteri ai vescoviFrancesco scrive: «Dal momento chesono chiamato a vivere quanto chiedoagli altri, devo anche pensare a unaconversione del papato». Rifacendosialle aperture enunciate nel 1995 daWojtyla ma rimaste senza seguito, af-ferma di pensare a «un esercizio delmio ministero che lo renda più fedeleal significato che Gesù intese dargli».Anche le strutture centrali della Chie-sa «hanno bisogno di ascoltare l’ap-pello ad una conversione pastorale» edi realizzare di più la collegialità indi-cata dal Concilio. Si deve rafforzare ilruolo delle conferenze episcopali, conl’attribuzione di «qualche autenticaautorità dottrinale», perché «un’ec-cessiva centralizzazione complica lavita della Chiesa».

Non insistere solo sulla «morale»Anche per colpa dei media, «il messag-giocheannunciamocorrepiùchemai ilrischiodiappariremutilatoeridottoadalcuni suoi aspetti secondari». Ciò ac-cade quando questioni che fanno partedell’insegnamento morale della Chiesavengono continuamente proposte«fuori del contesto che dà loro senso».

Una pastorale in chiave missionaria«non è ossessionata dalla trasmissionedisarticolata di una moltitudine di dot-trine che si tenta di imporre a forza diinsistere».Bisogna invececoncentrarsi«sull’essenziale, su ciò che è più bello».

La Chiesa non è una doganaLa Chiesa è «una Madre con le brac-

cia aperte». Bisogna lasciare apertele porte delle chiese, ma anche quelledei sacramenti. A proposito dell’eu-caristia, Francesco spiega - citandosant’Ambrogio - che «non è il premioper i perfetti ma un generoso rime-dio e un alimento per i deboli». Unaccenno riferibile anche alla condi-zione di molti divorziati risposati che

sarà studiata dal prossimo Sinodo.«La Chiesa non è una dogana, è la ca-sa paterna dove c’è posto per ciascu-no con la sua vita faticosa».

Più spazio ai laici e alle donneFrancesco critica il clericalismo chepenalizza i laici, mantenendoli «almargine delle decisioni» o assorben-doli in «compiti intraecclesiali senzaun reale impegno per l’applicazionedel Vangelo alla trasformazione dellasocietà». E riconosce che le rivendi-cazioni dei diritti delle donne «pon-gono alla Chiesa domande profondeche la sfidano e che non si possonosuperficialmente eludere».

La scelta per i poveriNon ascoltare il grido del povero vuoldire porsi «fuori dalla volontà del Pa-dre». Si tratta di una «preferenza divi-na che ha una conseguenza nella vita difede di tutti i cristiani, chiamati ad ave-re gli stessi sentimenti di Gesù». Fran-cesco invita a non confidare «nelle forzecieche e nella mano invisibile del mer-cato», e in scelte economiche che «sonoun nuovo veleno, come quando si pre-tende di aumentare la redditività ridu-cendo il mercato del lavoro e creando intal modo nuovi esclusi».

L’aborto non è «progressista»Tragli esclusi ci sono inascituri, «che so-no i più indifesi e innocenti di tutti».«Non è progressista pretendere di risol-vere iproblemieliminandounavitauma-na». Ma Francesco riconosce anche:

«abbiamo fatto poco per accompagnareadeguatamente le donne che si trovanoin situazioni molto dure, dove l’aborto sipresenta loro come una rapida soluzionealle loro profonde angustie».

Una Chiesa «plurale»Francesco che la missione evangelizza-trice non è questione di addetti ai lavori odi «truppe» scelte. Annunciare la gioiadel Vangelo è tutto il popolo di Dio. Un«popolo dai mille volti». L’annuncio cri-stiano non si identifica in alcuna cultura.Per questo «Non possiamo pretendereche tutti i popoli di tutti i continenti, nel-l’esprimere la fede cristiana, imitino lemodalità adottate dai popoli europei inun determinato momento della storia».

«Nonèprogressistapretenderedi risolvere iproblemi

eliminandounavitaumana»

FERMEZZA SULL’ABORTO

Èquesto il titolodelprimoverodocumentoprogrammatico

diffuso ieridalPapaargentino

«LA GIOIA DEL VANGELO»

L’esortazione

Lepredichenoiosenelmirino“Sacerdoti,preparatevimeglio”

Chi predica, prima deve «lasciarsi com-muovere dalla Parola e a farla diventarecarnenella suaesistenzaconcreta».Ben19 pagine dell’esortazione sono dedicatea come si fa una predica, «perché moltisono i reclami» al riguardo. L’omelia,spiega il Papa è la «pietra di paragoneper valutare la vicinanza di un pastore»al suo popolo», ed è cruciale per la tra-smissionedelVangelo, comehanno inse-gnato grandi vescovi predicatori, daAmbrogio a Giovanni Crisostomo. Oggile prediche mattutine di Santa Martasono una delle novità più significativedel pontificato: brevi, efficaci, semplici,immaginifiche, comprensibili da tutti.

Bergoglio ricorda che l’omelia «è ildialogo di Dio col suo popolo»: non puòessere «uno spettacolo di intratteni-mento», non risponde alla logica media-tica, ma «deve dare fervore e significatoalla celebrazione». Dunque sia breve ed

eviti «di sembrare una conferenza o unalezione», per non danneggiare «l’armo-nia»tra lepartidellamessa.Chi fa l’ome-lia parli «come una madre a suo figlio»,con «vicinanza cordiale». Lapredicazio-ne «puramente moralista o indottrinan-te, e anchequella che si trasforma inunalezione di esegesi», riducono infatti la«comunicazione tra i cuori».

IlPapainvitaadedicare«untempopro-lungato» alla preparazione dell’omelia,perché un predicatore che non si prepara«è disonesto e irresponsabile verso i doniche ha ricevuto». Bisogna invece «presta-re tutta l’attenzioneal testobiblico», laPa-rola va venerata e studiata «con la massi-ma attenzione e con un santo timore dimanipolarla». È anche importante coglie-re il messaggio centrale del testo. «Se untesto è stato scritto per consolare, nondo-vrebbeessereutilizzatopercorreggereer-rori... seèstatoscrittopermotivare la lodeo il compitomissionario, nonutilizziamoloper informarecirca leultimenotizie».

Il predicatorenondevepoi caderenel-la tentazione di «pensare quello che il te-stodiceagli altri, per evitaredi applicarloallapropriavita».Edeve«porsi inascoltodel popolo» collegando «il messaggio bi-blico» conciò che lepersonevivono.

È importante anche il modo di tra-smettere questo contenuto. Per renderepiù attraente un’omelia, Francesco sug-gerisce di «imparare a parlare con im-magini». Il linguaggio deve essere sem-plice,mentre troppo spesso accade che ipredicatori usino «parole che hanno ap-preso durante i loro studi e in determi-nati ambienti, ma che non fanno partedel linguaggio» di chi ascolta. Per poterparlareallepersonebisogna«condivide-re lavitadellagenteeprestarvi volentie-ri attenzione». Il linguaggio poi deve es-sere «positivo»: «Non dice tanto quelloche non si deve fare ma piuttosto propo-ne quello che possiamo fare meglio»,senza fermarsi «alla lagnanza, al lamen-to, alla critica o al rimorso». [AN. TOR.]

Comepredicare

L’obiettivodell’omelia

Nondeverisponderealla logicamediaticamadare fervoreallamessa

Glierroridaevitare

Lapredicadeveesserebreveenondevesembrareunaconferenza

I testibiblici

Lafedeltàaibranievangelici

LaParolavastudiataconattenzioneeconunsantotimoredimanipolarla

Il contenutoe ilmessaggio

Seuntestoèstatoscrittoperconsolare,nonusatelopercorreggereerrori

OSSERVATORE ROMANO/EPA

Papa Francesco a Santa Marta incontra alcuni rappresentanti sindacali argentini

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40 YEARS OLDAND STILL IN THEGAME AT MAN U.PAGE 12 | SPORTS

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ONLINE AT INYT.COMINSIDE TODAY’S PAPER

Charity tensions in Los AngelesFacing an uproar from homeowners,Los Angeles may follow the lead ofother American cities and ban thefeeding of homeless people in publicspaces. nytimes.com/us

Cloud over HP turnaround planHewlett-Packard was expected todeliver earnings below last year’s levelsas its chief executive, Meg Whitman,completes what she has called aturnaround year. inyt.com/business

Widening dissent in EgyptNearly five months after being installedby the military, the government isfinding it harder to blame the MuslimBrotherhood for all the country’sproblems. nytimes.com/mideast

Women and heart attacksA new study finds that too much hasbeen made of gender differences inchest pain. nytimes.com/health

Scotland’s independence blueprintTen months before a referendum onindependence, the government unveileda voluminous prospectus for a new statethat would still retain significant bondsto Britain. WORLD NEWS, 5

Britain and the ‘Quit Europe’ tideNo British politician is arguing forstaying in the Union with the passionnecessary to turn the tide of publicopinion, Max Hastings writes. OPINION, 8

New challenge to U.S. health lawThe Supreme Court will decide whethercorporations may refuse to covercontraception based on the religiousbeliefs of the owners. WORLD NEWS, 3

Buenos Aires and Repsol near dealArgentina and Repsol, the Spanish oilcompany, appear ready to strike a dealon compensation for the seizure ofRepsol’s stake in YPF. BUSINESS, 14

ALESSANDRO BIANCHI/REUTERS

POPE’S ‘DUTY’ The Rev. Federico Lombardi, the Vatican spokesman, at a news conference onTuesday to present the first original text from Pope Francis. It offered fresh insight into thepope’s view of the direction he would like to take the Roman Catholic Church. WORLD NEWS, 5

I.M.F. wantsinvestors toshare painof bailoutsWASHINGTON

LANDON THOMAS JR.

The International Monetary Fund, con-vinced that Europe erred by forcingdebtor countries like Greece and Por-tugal to bear nearly all the pain of recov-ery on their own, is pushing hard for aplan that would impose upfront losseson bond investors the next time a coun-try in the euro zone requests a bailout.

Scarred by its role in misjudging thedepth of the Greek recession and re-buffed in its bid to get European govern-ments to write down their Greek loans,I.M.F. officials are advocating a moreaggressive approach to debt restructur-ing in a bid to ease the rigors of German-style austerity.

But the nascent proposal, which is be-ing hashed out behind the scenes by topeconomists and lawyers at the fund, isencountering stiff resistance, not justfrom the powerful global banking lobbybut also from European policy makersand, more recently, the United Statesgovernment, which is the I.M.F.’slargest financial contributor.

Indeed, despite tough talk on bothsides of the Atlantic about making bondinvestors share the cost of bailouts withtaxpayers, the world’s largest economiesseem to have accepted the dire warningsadvanced by investors and bankers thatthe I.M.F.’s proposed approach would roilstill-fragile credit markets in Europe.

‘‘The fund has been bruised andabused,’’ said Susan Schadler, a formereconomist at the I.M.F. and author of arecent paper arguing that the fund brokeits own rules in lending to near-bankruptGreece. ‘‘But in the end there is no trade-off between austerity and debt restruc-turing — you have to do both.’’

Germany is leading the opposition.Policy makers in Berlin and Frankfurtsee the Greek debt restructuring in 2012as a one-time occurrence. And they re-gard any deviation from their core prin-ciple that debilitating debts are to be re-duced almost solely via the hardmedicine of spending cuts and tax in-creases as too dangerous to bandyabout.

The I.M.F.’s debt initiative has beenendorsed by the body’s top leadership,including the deputy managing director,David Lipton, a widely respectedformer United States Treasury official.It is seen by a number of outside econo-mists as the best of a range of admit-tedly tough choices in responding to fu-ture debt crises.

But the pushback against the propos-al, which has caught I.M.F. officials offguard, has delayed a planned rollout forearly next year. Any blueprint is nownot expected to be presented to thefund’s executive board until June, at theearliest.

The fund declined to make any execu-tives involved in the project availablefor comment.

At the root of the issue is the long-sim-mering dispute between Europe and the

But powerful forces fightplan to impose lossesin any future rescues

WASHINGTON

BY ROBERT F. WORTH

There was a time when Saudi and Amer-ican interests in the Middle East seemedso aligned that Prince Bandar bin Sul-tan, the cigar-smoking former Saudi am-bassador, was viewed as one of the mostinfluential diplomats in Washington.

Those days are over. The Saudi kingand his envoys — like the Israelis —have spent weeks lobbying fruitlesslyagainst the interim nuclear accord withIran that was reached in Geneva onSunday. In the end, there was little theycould do: The Obama administrationsaw the nuclear talks in a fundamentallydifferent light from the Saudis, who fearthat any letup in the sanctions will comeat the cost of a wider and more danger-ous Iranian role in the Middle East.

Although the Saudis remain closeAmerican allies, the nuclear accord isthe culmination of a slow mutual disen-chantment that began at the end of theCold War.

For decades, Washington dependedon Saudi Arabia — a country of 30 mil-lion people but the Middle East’s largestreserves of oil — to shore up stability in aregion dominated by autocrats and hos-tile to another ally, Israel. The Saudisused their role as the dominant power inOPEC to help rein in Iraq and Iran, andthey supported bases for the Americanmilitary, anchoring American influencein the Middle East and beyond.

But the Arab uprisings altered the bal-ance of power across the Middle East, es-pecially with the ouster of HosniMubarak, the Egyptian president, a closeally of the Saudis and the Americans.

The United States has also been reluc-tant to take sides in the worsening sec-tarian strife between Shiite and Sunni,in which the Saudis are firm partisanson the Sunni side.

At the same time, new sources of oilhave made the Saudis less essential.And the Obama administration’s recentdiplomatic initiatives on Syria and Iranhave left the Saudis with a deep fear ofabandonment.

‘‘We still share many of the same goals,but our priorities are increasingly differ-ent from the Saudis,’’’ said F. GregoryGause III, a professor of Middle Eaststudies at the University of Vermont.‘‘When you look at our differing views ofthe Arab Spring, on how to deal with Iran,on changing energy markets that makeGulf oil less central — these things havealtered the basis of U.S.-Saudi relations.’’

The United States always had impor-tant differences with the Saudis, includ-ing on the Israeli-Palestinian conflictand the spread of fundamentaliststrains of Islam, Mr. Gause added. Butthe Obama administration’s determina-tion to ease the long estrangement withIran’s theocratic leaders has touched anespecially raw nerve: Saudi Arabia’sdeep-rooted hostility to its Shiite rivalfor leadership of the Islamic world.

Saudi reaction to the Geneva agree-

PHOTOGRAPHS BY RINA CASTELNUOVO FOR THE NEW YORK TIMES

Tali Shalev, who carries a genetic mutation that puts her at high risk for breast cancer, prayed for her children at the Tomb of Rachel in the West Bank.

A fateful gene and a big choice

H.I.V wasn’t self-inflicted, but health agency’s error was

A chemotherapy patient in Israel. After discovering a breast lump, she tested positivefor the so-called Jewish breast cancer gene and is now considering a double mastectomy.

LONDON

DANNY HAKIM

The news spread like wildfire after theWorld Health Organization reportedthat about half of new H.I.V. cases inGreece were ‘‘self-inflicted’’ as a way toget state benefit payments.

Social media erupted on Monday.There were headlines everywhere from

The Daily Mail in London to the DrudgeReport to Al Jazeera. The conservativeAmerican commentator Rush Limbaughweighed in, saying the story showed‘‘what the welfare state does to people.’’

But on Tuesday morning, the WorldHealth Organization and the group thatproduced the report conceded that theH.I.V. claim was not true.

‘‘There is no evidence of people inGreece or anywhere else in Europe de-

liberately infecting themselves,’’ saidMartin Donoghoe, a spokesman for thehealth organization.

So what happened? It was an editingerror, the group said. It apologized.

The claim was part of a single sen-tence on page 112 of the organization’sEuropean region report, which waspublished in September and morebroadly publicized by the agency in lateOctober. And it was startling.

‘‘H.I.V. rates and heroin use have risensignificantly, with about half of newH.I.V. infections being self-inflicted to en-able people to receive benefits of ¤700 permonth and faster admission on to drugsubstitution programs,’’ the report said.

The report was produced by the Insti-tute of Health Equity at University Col-lege London and overseen by MichaelMarmot, an epidemiologist. (Its full title

KFAR SABA, ISRAEL

BY RONI CARYN RABIN

Ever since she tested positive for a de-fective gene that causes breast cancer,Tami Modiano has harbored a mother’sfear: that she had passed it on to her twodaughters. Ms. Modiano had herbreasts removed at 47 to prevent thedisease and said that the day she foundout her older daughter tested negativewas one of the happiest of her life.

Now she wants her younger daughter,Hadas, 24, to be tested so she can start afamily early if she is positive and thenhave a double mastectomy, too. Hadas’ssister, Suzi Gattegno, 29, disagrees.

‘‘You’re keeping her from living herlife,’’ Ms. Gattegno told her mother.‘‘You want to marry her off early.’’

‘‘If she’s a carrier, she should marryearly,’’ her mother countered.

‘‘She doesn’t even have a boyfriend,’’the daughter said. ‘‘You need to stoppressuring her.’’

‘‘I want to protect her!’’ Ms. Modianoreplied.

Such family debates are playing outacross Israel these days. The country hasone of the highest rates of breast cancerin the world, according to a World HealthOrganization report. And some leadingscientists here are advocating what maybe the first national screening campaignto test women for cancer-causing geneticmutations common among Jews — teststhat are already forcing young women tomake agonizing choices about what theywant to know, when they want to know itand what to do with the information.

Iran accordwidens riftbetween U.S.and Saudis

Mutation linked to cancerforces Jewish women tomake agonizing decisions

Kingdom fears losingpower in Middle East asAmerican priorities shift

CURRENCIES STOCK INDEXES

OIL

NEW YORK, TUESDAY 12:30PM TUESDAY

NEW YORK, TUESDAY 12:30PM

PREVIOUS

s Euro €1= $1.3550 $1.3510s Pound £1= $1.6180 $1.6150s Yen $1= ¥101.370 ¥101.660s S. Franc $1= SF0.9080 SF0.9120

s The Dow 12:30pm 16,082.85 +0.06%t FTSE 100 close 6,636.22 –0.87%t Nikkei 225 close 15,515.24 –0.67%

t Light sweet crude $93.67 –$0.27Ful l currency rates Page 17

SAUDI ARABIA, PAGE 5

CANCER, PAGE 4

GREECE, PAGE 6 BAILOUTS, PAGE 15

WEDNESDAY, NOVEMBER 27, 2013 | 5INTERNATIONAL NEW YORK TIMES. . . .

middle east europe world news

VATICAN CITY

BY ELISABETTA POVOLEDO

Pope Francis presented his vision forhis papacy Tuesday, calling on hisclergy and Christian followers to battlewhat he called the ‘‘globalization of in-difference’’ caused by economic self-in-terest and for them to create a more in-clusive and compassionate church.

The 84-page document — a papal pro-nouncement known as an apostolic ex-hortation — was essentially an elaborat-ed compendium of what Francis hassaid in dozens of speeches and sermonsthat he has given since he became popein March.

In that way, it broke little new ground,making clear, for instance, that issuessuch as abortion or the ordination ofwomen were not up for debate.

But it was nonetheless important asthe pope’s first original text, one thatoffered fresh insight into Francis’ visionof the direction he would like to take thechurch, his priorities — both in terms ofteaching and administration — and theemphasis he expects local parishes totake around the world.

‘‘He challenges the way the churchhas been evangelizing, and it challengescomplacency at the local level, at theVatican level, even the way the popeconducts his own ministry,’’ said JohnThavis, a church expert and the authorof ‘‘The Vatican Dairies.’’

‘‘He’s laying down some real markersabout the kinds of reforms he expects topreside over, including greater decen-tralization, openness to diversity in thechurch, and a greater emphasis in thegospel message of salvation as opposedto church doctrines and rules.’’

Among the top of those priorities, thedocument made clear, is for the churchto champion the poor as it works for so-cial justice in an increasingly secular-ized and money-oriented society, andfor the Vatican’s own administration toopen itself up and move beyond thescandals of money and sex that have be-set it in recent years.

‘‘I prefer a Church which is bruised,hurting and dirty because it has beenout on the streets, rather than a Churchwhich is unhealthy from being confined

and from clinging to its own security,’’he wrote. ‘‘I do not want a Church con-cerned with being at the center and thenends by being caught up in a web of ob-sessions and procedures.’’

Even the role of the pope should not re-main above scrutiny. ‘‘It is my duty,’’ hewrote, ‘‘to be open to suggestions’’ thatcan make the papacy more faithful ‘‘tothe present needs of evangelization.’’The Curia, the Vatican’s central adminis-tration, also needs ‘‘to hear the call topastoral conversion,’’ Francis wrote.

‘‘Excessive centralization, ratherthan proving helpful, complicates theChurch’s life and her missionary out-reach,’’ the pope wrote, citing episcopalconferences as potentially fruitfulsounding boards.

Technically called the ‘‘EvangeliiGaudium,’’ or the Joy of the Gospel, thedocument is meant to serve as a roadmap of sorts for navigating the com-plexities and challenges of the modernworld, with the Gospels as a compassfor what the pope called ‘‘a new phase ofevangelization, one marked by enthusi-asm and vitality.’’

The document seeks to recharge thebatteries of a 2,000-year-old institutionwhose authority has been steadily un-dermined by secularization, material-ism and, in more recent years, scandal.

It challenges the church to ‘‘abandonthe complacent attitude that says: ‘Wehave always done it this way,’’’ to findnovel, ‘‘bold and creative’’ ways tospeak to the faithful, the pope wrote,

ment was guarded on Monday, with theSaudi Press Agency declaring in a state-ment that ‘‘if there is good will, then thisagreement could be an initial step’’ to-ward a comprehensive solution forIran’s nuclear ambitions.

In recent days, Saudi officials and in-fluential columnists have made clearthat they fear the agreement will re-ward Iran with new legitimacy and afew billion dollars in sanctions relief atexactly the wrong time. Iran has beenmounting a costly effort to support thegovernment of the Syrian president,Bashar al-Assad, including arms, train-ing and some of its most valuable Revo-lutionary Guards commandos, an effortthat has helped Mr. Assad win impor-tant victories in recent months.

The Saudis fear that further battlefieldgains will translate into expanded Irani-an hegemony across the region. Already,the Saudis have watched with alarm asTurkey — their ally in supporting theSyrian rebels — has begun making con-ciliatory gestures toward Iran, includingan invitation by the Turkish president,Abdullah Gul, to his Iranian counterpartto pay an official visit earlier this month.

In the wake of the accord’s announce-ment on Sunday, Saudi Twitter usersposted a wave of anxious, defeatist com-ments about being abandoned by theUnited States.

In many ways, those fears are at oddswith the facts of continuing American-Saudi cooperation on many fronts, in-cluding counterterrorism.

‘‘We’re training their National Guard,we’re doing security plans and trainingfor oil terminals and other facilities, andwe’re implementing one of the biggestarms deals in history,’’ said Thomas W.Lippman, an adjunct scholar at theMiddle East Institute who has written ex-tensively on American-Saudi relations.

And despite all the talk of decreasingreliance on Saudi oil, the Saudis remaina crucial producer for world markets.

But none of this can obscure a funda-mental split in perspectives toward theGeneva accord. The Saudis see the nu-clear file as one front in a sectarian proxywar, centered in Syria, that will shapethe Middle East for decades to come.

‘‘To the Saudis, the Iranian nuclearprogram and the Syria war are parts of asingle conflict,’’ said Bernard Haykel, aprofessor of Near Eastern studies atPrinceton. ‘‘One well-placed Saudi toldme, ‘If we don’t do this in Syria, we’ll befighting them next inside the kingdom.’’’

How the Saudis propose to win thestruggle for Syria is not clear. Already,their expanded support for Islamistrebel fighters in Syria has elevated ten-sions across the region. After a doublesuicide bombing killed 23 people outsidethe Iranian Embassy in Beirut last week,the Arab news media was full of panickyreports that this was a Saudi ‘‘message’’to Iran before the nuclear talks inGeneva. A day later, a Shiite group inIraq claimed responsibility for mortarsfired into Saudi Arabia near the borderbetween the two countries.

The Saudi-owned news media hasbubbled with vitriol in recent days. Oneprominent columnist, Tarik Alhomayed,sarcastically compared PresidentObama to Mother Teresa, ‘‘turning hisright and left cheeks to his opponents inhopes of reconciliation.’’

American efforts to assuage theseanxieties, including Secretary of State

John Kerry’s trip to Riyadh this month,have had little effect.

The Saudis have already broadcasttheir discontent about the Iran agree-ment, and America’s Syria policy, by re-fusing their newly won seat on theUnited Nations Security Council lastmonth. It was a gesture that many ana-lysts ridiculed as self-defeating.

Beyond such gestures, it is not clearthat the Saudis can do much. The Obamaadministration has made fairly clear thatit is not overly worried about Saudi dis-content, because the Saudis have no oneelse to turn to for protection from Iran.

The Saudis have increased their sup-port for Syrian rebel groups in the pasttwo months, including some Islamistgroups that are not part of the secularAmerican-backed coalition.

In its most feverish form, the Saudis’anxiety is not just that the United Stateswill leave them more exposed to Iran,but that it will reach a reconciliation andultimately anoint Iran as the centralAmerican ally in the region. As a Saudinewspaper, Al Riyadh, put it recently inan unsigned column: ‘‘The Geneva ne-gotiations are just a prelude to a newchapter of convergence’’ between theUnited States and Iran.

That may seem far-fetched in light ofthe entrenched anti-Americanism of theIranian government. But the Saudi kingand his ministers have not forgotten thedays of Shah Mohammed Reza Pahlaviof Iran, who cherished his status asAmerica’s great friend in the region.

‘‘The Saudis are feeling surrounded byIranian influence — in Iraq, in Syria, inLebanon, in Bahrain,’’ said Richard W.Murphy, a retired American ambassadorto the region. ‘‘It’s a hard state of mind todeal with, a rivalry with ancient roots, ablood feud operating in the 21st century.’’

LONDON

BY ALAN COWELL

Raising the stakes in its struggle for in-dependence before a referendum nextyear, the Scottish government on Tues-day unveiled a voluminous prospectusfor a new state that would have its ownembassies and identity, but would re-tain significant bonds to Britain, includ-ing a common currency — the pound —and allegiance to Queen Elizabeth II ashead of state.

The new nation would strike out on itsown in defense and its relationship withEurope, expelling British nuclear sub-marines from their Scottish bases andseeking separate membership in NATOand the 28-nation European Union.

‘‘Following a vote for independence,we would make early agreement on thespeediest safe removal of nuclearweapons a priority,’’ the 670-page docu-ment said.

Publication of the prospectus on Tues-day, 10 months before the referendum onScottish independence that is scheduledfor Sept. 18, 2014, seemed intended to en-courage greater support for the ideaamong Scotland’s five million people.Opinion surveys indicate that many areundecided or opposed to ending Scot-land’s 306-year union with Britain,which would reshape the political land-scape north and south of the border.

The latest survey in The SundayTimes of London said 47 percent of Scot-tish voters were against leaving theUnited Kingdom, 38 percent were in fa-vor and 15 percent were undecided.

‘‘If we vote no, Scotland stands still,’’the government document said. ‘‘Aonce-in-a-generation opportunity to fol-low a different path, and choose a newand better direction for our nation, islost. Decisions about Scotland would re-main in the hands of others.’’

Approval, it said, would mean that‘‘the most important decisions aboutour economy and society will be takenby the people who care most about Scot-land, that is, by the people of Scotland.’’

‘‘The door will open to a new era forour nation,’’ it said. ‘‘Scotland’s futurewill be in Scotland’s hands.’’ Scottishleaders have already said that theywant independence to come on March24, 2016 — a historic date commemorat-ing key steps in the fusion of Englandand Scotland centuries ago.

The drive for independence has beenled by Alex Salmond, the head of theScottish National Party, which domi-nates the Scottish regional government,which has its own Parliament underlongstanding constitutional measuresto grant limited powers to Scotland,Wales and Northern Ireland.

Mr. Salmond called the proposal ‘‘a

mission statement and a prospectus forthe kind of country we should be andwhich this government believes we canbe.’’

‘‘Our vision is of an independent Scot-land regaining its place as an equalmember of the family of nations,’’ hesaid at a ceremony in Glasgow to unveilthe document. ‘‘However, we do notseek independence as an end in itself,but rather as a means to changing Scot-land for the better.’’

The document said that an independ-ent Scotland — a proposal opposed bythe major political parties in England —would retain the British pound in a ‘‘ster-ling zone’’ with other components of theUnited Kingdom. ‘‘The pound is Scot-land’s currency, just as much as it is therest of the U.K.’s,’’ the document said.

That notion was immediately chal-lenged by British politicians, who saidScottish leaders could not simply as-sume that the government in Londonwould agree.

By seeking to maintain the pound as acommon currency, the Scottish author-ities seemed to share an antipathy to-ward the euro, which Britain has longrejected. But while many Scots are seenas favoring continued membership inthe European Union, Britain’s Conser-vative Party, led by Prime MinisterDavid Cameron, displays a deep vein ofeuro-skepticism. Mr. Cameron has

promised a referendum on whether toremain in the European Union if he winsthe next election in 2015.

A key point of dispute between Lon-don and Edinburgh lies in the financialrelationship between Scotland and Brit-ain. British officials say the Scots re-ceive a greater share of governmentspending, proportional to population,than England does, while some Scots ac-cuse the British authorities of squander-ing revenue from the oil and gas fieldsoff the Scottish coast in the North Sea.

Both sides want to persuade Scottishvoters that their prosperity will dependon how they vote in the referendum.Danny Alexander, a Scottish member ofthe British Parliament and a senior fig-ure at the British Treasury, has said thatScots would pay higher taxes in an inde-pendent Scotland to maintain publicservices.

But the document released Tuesday— ‘‘Scotland’s Future: Your Guide to anIndependent Scotland’’ — declared that‘‘Scotland is a wealthy country and canmore than afford to be independent.’’

Iran accordwidens riftbetweenU.S.and SaudisSAUDI ARABIA, FROM PAGE 1

‘‘Our priorities areincreasingly different.’’

Pope offers vision ofmore inclusive church

and make the church more meaningfulin their lives.

That included, the pope said, ‘‘stillbroader opportunities for a more incis-ive female presence in the Church,’’ inparticular ‘‘in the various other set-tings where important decisions aremade.’’

The pope also expanded on his visionfor greater decentralization of thechurch, not constricted to a Europeanmodel ‘‘developed at a particular mo-ment’’ of history.

Bishops and priests on the groundhave a better sense of the needs of thefaithful, as well as their frustrations,and parishes should become the ful-crum for the church’s new evangeliza-tion and outreach.

A parish should be a point of ‘‘contactwith the homes and the lives of itspeople,’’ he wrote, and not a ‘‘uselessstructure out of touch with people or aself-absorbed cluster made up of achosen few.’’

Since he became pope, Francis hasmade clear that he will lead by example:living in a guesthouse rather than thepapal apartments; calling people on thetelephone to discuss their problems;venturing into crowds to embrace phys-ically challenged people.

The document underscored that heexpected his clergy to be equally en-gaged in their pastoral mission.

‘‘It is the fruit of personal reflection,’’the Vatican spokesman, the Rev. Fed-erico Lombardi, said at a news confer-ence Tuesday, adding that Francis hadwritten the document in August. ‘‘Thereis coherence between the words of thedocuments and the actions of the pope.’’

Archbishop Lorenzo Baldisseri, sec-retary general of the Synod of Bishops,noted Tuesday that the document maderepeated references to documentsdrafted by various episcopal confer-ences — a first. It signals the will ‘‘to al-low the bishops of the world to partic-ipate in the leadership of the church,’’he said.

Although the pope specified that theexhortation is not a social document,‘‘defending the dignity of the power-less’’ and social justice were at its core.

Economic policies at all levels shouldbe shaped by ‘‘the dignity of each hu-man person and the pursuit of the com-mon good,’’ the pope wrote.

‘‘As long as the problems of the poorare not radically resolved by rejectingthe absolute autonomy of markets andfinancial speculation and by attackingthe structural causes of inequality, nosolution will be found for the world’sproblems or, for that matter, to anyproblems. Inequality is the root of socialills,’’ he wrote.

It is widely said in Vatican circles thatthe pope is planning an encyclical onpoverty, and the exhortation ‘‘may be ataste of things to come,’’ Mr. Thavissaid, citing the warnings about the ex-cesses of a free market system thatbreeds complacency in individuals.

The document was ‘‘ample and pro-found,’’ said the Rev. Antonio Spadaro,the editor of the leading Jesuit journal inRome, who interviewed the pope thissummer just as Francis was writing theexhortation. ‘‘But it isn’t complete, Ithink we’ll see more.’’

Scotland unveils its planon drive for independence

‘‘The door will open toa new era for our nation.Scotland’s future will bein Scotland’s hands.’’

ALESSANDRO BIANCHI/REUTERS

Archbishop Lorenzo Baldisseri at a news conference on Tuesday at the Vatican, where he discussed the pronouncement by Pope Francis.

In his first original text,he condemns inequalityas ‘root of social ills’