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Evangelização O MAIOR E PRINCIPAL OFÍCIO NO MUNDO Por Silvio Dutra Ago/2019

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Evangelização

O MAIOR E PRINCIPAL OFÍCIO

NO MUNDO

Por

Silvio Dutra

Ago/2019

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A474 Alves, Silvio Dutra Evangelização – o maior e principal ofício

no mundo Silvio Dutra Alves – Rio de Janeiro, 2019. 27p.; 14,8 x21cm 1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Alves, Silvio Dutra. I. Título. CDD 252

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Evangelização é o cumprimento da ordenança

de Jesus para que o evangelho seja pregado e

ensinado em todo o mundo.

Este dever ou ofício está designado por Deus a

todos os crentes até que Jesus volte, mas, dentre

estes há aqueles que são chamados de modo

especial para atuarem como pastores, mestres,

missionários e evangelistas.

Quando há tantos que em nossos dias, têm se

levantado como supostos evangelizadores, mas

que, no entanto, não passam de mercadores da

Palavra e traficantes de promessas que visam

somente a auferir lucro financeiro, é muito

importante que recorramos às Escrituras para

aprender nelas qual é o padrão que foi fixado

pelo Senhor Jesus para a pregação do evangelho.

Sabendo que Jesus não muda e que a mensagem

do evangelho, assim como Ele, também é

imutável, não incorreremos em erro se não

procurarmos adaptar a mensagem à moda de

cada localidade ou geração, e se formos fiéis às

tradições assim como nos foram transmitidas

por Jesus e seus apóstolos.

Para o nosso propósito no momento, estaremos

recorrendo apenas ao décimo capítulo de Lucas,

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quanto a descrever o modo da evangelização, e

nem tanto para apresentar todo o conteúdo do

evangelho, sobretudo quanto à explicação da

Pessoa e obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo,

respectivamente, quanto à eleição e glorificação

(Deus Pai); expiação, redenção e justificação

(Deus Filho); e regeneração e santificação (Deus

Espírito Santo).

Lucas 10.1-12:

1 Depois disto, o Senhor designou outros

setenta; e os enviou de dois em dois, para que o

precedessem em cada cidade e lugar aonde ele

estava para ir.

2 E lhes fez a seguinte advertência: A seara é

grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai,

pois, ao Senhor da seara que mande

trabalhadores para a sua seara.

3 Ide! Eis que eu vos envio como cordeiros para

o meio de lobos.

4 Não leveis bolsa, nem alforje, nem sandálias; e

a ninguém saudeis pelo caminho.

5 Ao entrardes numa casa, dizei antes de tudo:

Paz seja nesta casa!

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6 Se houver ali um filho da paz, repousará sobre

ele a vossa paz; se não houver, ela voltará sobre

vós.

7 Permanecei na mesma casa, comendo e

bebendo do que eles tiverem; porque digno é o

trabalhador do seu salário. Não andeis a mudar

de casa em casa.

8 Quando entrardes numa cidade e ali vos

receberem, comei do que vos for oferecido.

9 Curai os enfermos que nela houver e anunciai-

lhes: A vós outros está próximo o reino de Deus.

10 Quando, porém, entrardes numa cidade e

não vos receberem, saí pelas ruas e clamai:

11 Até o pó da vossa cidade, que se nos pegou aos

pés, sacudimos contra vós outros. Não obstante,

sabei que está próximo o reino de Deus.

12 Digo-vos que, naquele dia, haverá menos

rigor para Sodoma do que para aquela cidade.

Temos aqui o envio dos setenta discípulos, dois

a dois, em diversas partes do país de Israel, para

pregar o evangelho, e operar milagres nesses

lugares que o próprio Cristo indicou para serem

visitados, para abrir caminho para o seu

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ministério. As instruções aqui dadas a eles são

as mesmas que foram dadas aos doze apóstolos.

Jesus os enviou dois a dois, para que pudessem

fortalecer e incentivar um ao outro. Se um cair,

o outro vai ajudar a levantar-se. Ele os enviou,

não para todas as cidades de Israel, como fez

com os doze, mas apenas a cada cidade e lugar

aonde ele haveria de ir, como seus precursores;

e devemos supor, embora não seja registrado,

que Cristo logo depois foi para todos os lugares

para onde ele agora os enviara.

Há aqui um princípio importante para ser

aprendido por nós quanto à evangelização:

podemos pregar e ensinar, mas se o próprio

Jesus não se fizer presente para operar com

poder, não haverá qualquer eficácia no nosso

trabalho.

“1 Eu, irmãos, quando fui ter convosco,

anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz

com ostentação de linguagem ou de sabedoria.

2 Porque decidi nada saber entre vós, senão a

Jesus Cristo e este crucificado.

3 E foi em fraqueza, temor e grande tremor que

eu estive entre vós.

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4 A minha palavra e a minha pregação não

consistiram em linguagem persuasiva de

sabedoria, mas em demonstração do Espírito e

de poder,

5 para que a vossa fé não se apoiasse em

sabedoria humana, e sim no poder de Deus.” (I

Coríntios 2.1-5)

“15 Entretanto, vos escrevi em parte mais

ousadamente, como para vos trazer isto de novo

à memória, por causa da graça que me foi

outorgada por Deus,

16 para que eu seja ministro de Cristo Jesus

entre os gentios, no sagrado encargo de

anunciar o evangelho de Deus, de modo que a

oferta deles seja aceitável, uma vez santificada

pelo Espírito Santo.

17 Tenho, pois, motivo de gloriar-me em Cristo

Jesus nas coisas concernentes a Deus.

18 Porque não ousarei discorrer sobre coisa

alguma, senão sobre aquelas que Cristo fez por

meu intermédio, para conduzir os gentios à

obediência, por palavra e por obras,

19 por força de sinais e prodígios, pelo poder do

Espírito Santo; de maneira que, desde Jerusalém

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e circunvizinhanças até ao Ilírico, tenho

divulgado o evangelho de Cristo,

20 esforçando-me, deste modo, por pregar o

evangelho, não onde Cristo já fora anunciado,

para não edificar sobre fundamento alheio;”

(Romanos 15.15-20)

Retornando ao texto de Lucas 10:

Duas coisas lhes foram ordenados para fazer,

conforme o mesmo Cristo fazia:

1. Eles deveriam curar os enfermos (v. 9),e curá-

los em nome de Jesus, o que tornaria as pessoas

curiosas para conhecer este Jesus, e prontas

para receber aquele cujo nome era tão

poderoso.

2. Eles deveriam proclamar a aproximação do

reino de Deus.

Deveriam também orar (v. 2); e ficarem

devidamente afetados com as necessidades das

almas dos homens, que pedissem sua ajuda. Eles

deveriam orar para que fosse aumentado o

número de trabalhadores do evangelho, porque

eram poucos em comparação com os mestres

judeus que não trabalhavam pelos interesses do

reino de Deus, senão para o próprio interesse

deles e de suas instituições.

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Ele foram alertados a suportarem problemas e

perseguições. Estariam pregando o evangelho a

um mundo hostil a Deus e à sua verdade. Mas

deveriam se manter pacíficos como os

cordeiros, ainda que no meio de lobos.

Não deveriam se prover com uma grande carga

como se fossem empreender uma longa

viagem, mas depender de Deus e seus amigos

para fornecer o que fosse necessário para eles.

Deveriam estar focados na sua missão e não

permitirem ser desviados por cerimonialidades

ou elogios desnecessários.

Em qualquer casa em que entrassem deveriam

impetrar a bênção da paz de Deus. Eles

pregariam de casa em casa propondo a paz do

Evangelho, ou seja, a reconciliação do pecador

arrependido com Deus.

A qualidade do receptor determinaria a

natureza da recepção. Onde houvesse algum

filho da paz, ou seja, alguém designado para a

vida eterna, a paz de Deus repousaria sobre ele,

mas caso não houvesse, o trabalho não seria

perdido porque a unção do Espírito

permaneceria com eles para continuar o

trabalho de evangelização.

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Eles deveriam estar convictos de que aqueles

que recusam o evangelho que é pregado por

aqueles que são enviados por Cristo

permanecem debaixo da ira de Deus e da

condenação futura. De modo que deveriam

alertá-los sobre o perigo em que se

encontravam por rejeitar a Cristo, na pessoa dos

seus enviados.

Num sinal da não participação da condenação

deles deveriam sacudir o pó de suas sandálias

em testemunho contra eles, para que

soubessem que não tinham parte com aqueles

que amam a Cristo, que sequer têm interesse no

pó de suas ruas, senão apenas no bem estar

eterno das almas daqueles que insensatamente

os rejeitaram.

Não há barganha no evangelho. Não há venda ou

troca da verdade pela paz com os homens,

porque quem não se junta a Cristo, espalha, e

quem não é por Ele, é contra Ele.

Se há áreas que se revelem resistentes à

mensagem do evangelho, e caso o rejeitem, isto

é para a sua própria perdição, e não para

qualquer perda para o reino de Deus e de Cristo.

Quando os crentes procuram fazer-se

agradáveis aos homens, dando-lhes aquilo que

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seja da própria conveniência deles para

permanecerem em seus pecados, eles estarão

se desviando da missão que foram incumbidos

por Deus e adulterando a verdade. Seus

argumentos persuasivos e agradáveis poderão

até mesmo atrair pessoas para as suas

congregações, mas isto para a perdição de suas

almas.

Cristo impõe a renúncia e a negação ao ego, o

carregar da cruz, e segui-lo imitando o seu

caráter e virtudes, pela implantação da sua

justiça em nós, depois de termos sido

justificados e regenerados em nossa conversão

inicial.

Lucas 10.13-16 (texto paralelo em Mateus 11.20-

24)

13 Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se

em Tiro e em Sidom, se tivessem operado os

milagres que em vós se fizeram, há muito que

elas se teriam arrependido, assentadas em pano

de saco e cinza.

14 Contudo, no Juízo, haverá menos rigor para

Tiro e Sidom do que para vós outras.

15 Tu, Cafarnaum, elevar-te-ás, porventura, até

ao céu? Descerás até ao inferno.

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16 Quem vos der ouvidos ouve-me a mim; e

quem vos rejeitar a mim me rejeita; quem,

porém, me rejeitar rejeita aquele que me

enviou.

A simples sabedoria religiosa que os judeus

possuíam não pôde lhes livrar da ignorância

espiritual, porque a visão que tinham de

santidade era algo externo, e por isso rejeitaram

a Cristo, porque consideravam que ele não fosse

verdadeiramente santo, porque andava na

companhia de publicanos e pecadores e comia

com eles.

Eles tropeçaram, portanto, na sabedoria

religiosa que tinham, e que não lhes permitia

enxergarem os verdadeiros desígnios de Deus,

especialmente aqueles que foram revelados e

manifestados em Cristo.

Eles também rejeitaram a João, não porque não

fosse santo, segundo o padrão de julgamento

externo deles, mas porque Ele se rebaixava e

pregava a Cristo.

Pregava a necessidade de arrependimento e o

batismo do Espírito Santo.

E isto eles não queriam.

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Eles queriam apenas uma religiosidade externa,

mas nada que lhes exigisse uma religião do

coração, que se baseasse na transformação total

e radical de sua natureza terrena.

Deus deveria ser um anexo em suas vidas, mas

não a própria vida e razão de viver deles, tal

como pregavam João e nosso Senhor.

Então aquela sabedoria religiosa os justificava

para si mesmos em suas consciências, mas não

diante de Deus, porque a verdadeira sabedoria

exige uma justiça que não é própria, mas que é

atribuída e implantada pela graça de Cristo, e

que excede em muito a dos escribas e fariseus,

que consistia nesta religiosidade externa,

baseada em cumprimento de ritos e

cerimoniais.

Quantos, que sendo seguidores daqueles

antigos judeus, deixam de ter um encontro

pessoal com Cristo, ou então de progredirem

num verdadeiro conhecimento dEle,

exatamente por causa da barreira que é imposta

pela sabedoria religiosa que eles julgam possuir,

e confundem a vontade e revelação da pessoa de

Deus com a mesma, por não terem coragem de

renunciar às suas convicções religiosas, para

abraçarem e viverem a verdade conforme ela se

encontra revelada de fato nas Escrituras.

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Esta sabedoria religiosa falsa e que cria orgulho

espiritual não será apenas repreendida por

Cristo, mas trará sérios julgamentos sobre

aqueles que não abrem mão dela para uma

verdadeira conversão e viver cristão.

Isto se vê claramente nas palavras de juízo que

nosso Senhor começou a lançar sobre as

cidades de Corazin, Betsaida e Cafarnaum, onde

havia operado a maior parte dos Seus milagres,

e que no entanto não haviam se arrependido.

Estas cidades eram de Israel, e no entanto o

Senhor declarou que no dia do juízo haveria

menor rigor para as cidades dos gentios de Tiro

e de Sidom, do que para os habitantes

incrédulos destas cidades de Israel.

O fato de serem descendentes de Abraão

segundo a carne, de nada lhes serviria, quanto a

ser atenuado o rigor do juízo que sobreviria

sobre eles.

Aquela vaidade religiosa de serem considerados

aceitos e aprovados por Deus, pelo simples fato

de fazerem parte do povo que foi formado a

partir dos patriarcas, estava sendo uma grande

barreira para eles, e lhes traria grande prejuízo,

em vez das bênçãos e benefícios que julgavam

que Deus estava na obrigação de lhes conceder,

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por causa de fazerem parte da nação escolhida

por Ele para revelar o Messias ao mundo.

Os judeus não se converteram diante dos

milagres operados por nosso Senhor, e que

evidenciavam ser Ele o Messias. No entanto,

muitos gentios viriam a se converter diante

destes milagres quando fossem operados por

Ele através da Igreja.

E este seria o caso das próprias cidades de Tiro e

Sidom, da Fenícia, que Ele havia citado.

Cafarnaum, sendo não somente uma cidade

israelita, mas o local escolhido pelo Senhor para

residir, não teria nenhum privilégio no dia do

juízo, em razão disso, ao contrário, isto serviria

de agravante, porque disse que até mesmo se

em Sodoma e Gomorra, Ele tivesse operado os

milagres que havia feito em Cafarnaum, aquelas

cidades não teriam sido destruídas pelo fogo,

porque não sofreria tão grande rejeição da parte

deles, como a que havia sofrido dos próprios

judeus.

Disto aprendemos que a condição de sermos

filhos de crentes não nos recomendará diante

de Deus, caso não tenhamos uma experiência de

conversão pessoal a Cristo, do mesmo modo que

não tem sido de qualquer proveito aos judeus

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incrédulos, serem descendentes de Abraão,

Isaque e Jacó.

Lucas 10.17-20:

17 Então, regressaram os setenta, possuídos de

alegria, dizendo: Senhor, os próprios demônios

se nos submetem pelo teu nome!

18 Mas ele lhes disse: Eu via Satanás caindo do

céu como um relâmpago.

19 Eis aí vos dei autoridade para pisardes

serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do

inimigo, e nada, absolutamente, vos causará

dano.

20 Não obstante, alegrai-vos, não porque os

espíritos se vos submetem, e sim porque o vosso

nome está arrolado nos céus.

Aqui é declarado por nosso Senhor qual é o

grande motivo da alegria do crente, que deve

anteceder a qualquer outro, a saber, a salvação

eterna da sua alma, por ter seu nome escrito no

Livro da Vida.

Até mesmo as operações sobrenaturais que são

realizadas no poder do Espírito Santo, como a

expulsão de demônios pelo nome de Jesus, e ter

autoridade sobre todo o poder do inimigo,

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Satanás, sem sofrer qualquer dano permanente,

que são um motivo de alegria, todavia passarão

um dia, quando não mais houver necessidade

disto quando toda oposição ao Reino de Deus for

subjugada no retorno do Senhor, mas a

comunhão do crente com Deus será para ele um

motivo de alegria por toda a eternidade.

Judas era apóstolo de Jesus, foi usado para curar

enfermos e expulsar demônios, e no entanto,

por não possuir a graça e o fruto do Espírito

Santo para a transformação do seu coração,

permaneceu na condição de filho da perdição e

foi para o inferno.

De igual modo, todos os que se empenham no

trabalho de evangelização, e operam muitos

sinais e prodígios, e que no entanto não são

justificados, regenerados e santificados, terão o

mesmo destino de Judas, conforme o próprio

Jesus tem afirmado acerca deles.

“21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor!

entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a

vontade de meu Pai, que está nos céus.

22 Muitos, naquele dia, hão de dizer-me:

Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós

profetizado em teu nome, e em teu nome não

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expelimos demônios, e em teu nome não

fizemos muitos milagres?

23 Então, lhes direi explicitamente: nunca vos

conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a

iniquidade.” (Mateus 7.21-23)

Os que pregam a salvação, devem ser eles

mesmos salvos. Os que pregam a libertação do

pecado, devem ser eles mesmos libertos.

Lucas 10.21-24 (paralelo em Mateus 11.25-27)

21 Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo

e exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu

e da terra, porque ocultaste estas coisas aos

sábios e instruídos e as revelaste aos

pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu

agrado.

22 Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém

sabe quem é o Filho, senão o Pai; e também

ninguém sabe quem é o Pai, senão o Filho, e

aquele a quem o Filho o quiser revelar.

23 E, voltando-se para os seus discípulos, disse-

lhes particularmente: Bem-aventurados os

olhos que veem as coisas que vós vedes.

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24 Pois eu vos afirmo que muitos profetas e reis

quiseram ver o que vedes e não viram; e ouvir o

que ouvis e não o ouviram.

Nosso Senhor havia dito em Mateus 11.15:

“Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.”, isto é,

que somente aqueles que tinham ouvidos

espirituais poderiam entender as realidades

celestiais e divinas sobre as quais Ele estava

discorrendo.

E aqui Ele revela quem eram estes que poderiam

entender tais coisas espirituais, a saber, os

pequeninos, e não propriamente os sábios e

entendidos segundo o mundo.

É somente os que são pequenos a seus próprios

olhos, sendo pobres de espírito, reconhecendo a

sua completa dependência de Deus, para serem

salvos e enriquecidos com a Sua graça, que

podem conhecer o Pai, pela revelação que lhes é

feita através do Filho, porque aprouve ao Pai

honrar, somente àqueles que honrarem o Seu

Filho Unigênito, Jesus Cristo.

Enquanto isto, os que se julgam sábios e

entendidos, sem esta revelação do Senhor,

ficam sem a referida revelação, porque o

próprio Deus ocultará as riquezas espirituais da

Sua graça, aos tais.

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E nosso Senhor deu graças ao Pai por isto,

porque por tal critério o Pai lança fora do Seu

reino todos aqueles que se conduzem pela

soberba, pelo orgulho, pela arrogância, pela

vaidade, e por tudo o mais que impede uma

verdadeira unidade espiritual em amor, a qual

somente pode ser promovida por espíritos

mansos, submissos, humildes e que se honram

mutuamente, e que reconhecem a soberania de

Deus sobre tudo e todos, consagrando-se a Ele

em um viver obediente à Sua vontade.

Por isso o convite da graça que é feito por Jesus

se dirige somente aos que se sentem cansados e

oprimidos, e que estão dispostos a se

submeterem ao Seu jugo, e a serem

verdadeiramente discípulos que querem

aprender dEle e nEle, a serem mansos e

humildes de coração, tal como é o Seu Mestre. E

assim fazendo serão aliviados pelo Senhor e

acharão descanso para as suas almas, porque é o

próprio Jesus o descanso espiritual deles.

Este jugo e fardo da obediência em amor que

Jesus impõe aos Seus discípulos são

respectivamente, suave e leve, porque os Seus

mandamentos não são penosos, uma vez que

somos assistidos pela Sua graça e pelo poder do

Seu Espírito a cumprir tudo quanto nos tem

ordenado; de modo que fazer e experimentar a

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Sua vontade não é um fardo, mas um deleite e

prazer.

Mas além deste caráter geral para a conversão,

este convite gracioso de nosso Senhor se aplica

a todas as situações da nossa vida neste mundo,

especialmente em todas as nossas tribulações e

aflições, porque é somente indo a Ele em

espírito que podemos achar descanso e paz para

as nossas almas atribuladas.

A mansidão e humildade de Seu coração divino

jamais rechaçará a qualquer que se dirigir a Ele

em busca de consolo com um coração contrito.

Lucas 10.25-37:

25 E eis que certo homem, intérprete da Lei, se

levantou com o intuito de pôr Jesus à prova e

disse-lhe: Mestre, que farei para herdar a vida

eterna?

26 Então, Jesus lhe perguntou: Que está escrito

na Lei? Como interpretas?

27 A isto ele respondeu: Amarás o Senhor, teu

Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma,

de todas as tuas forças e de todo o teu

entendimento; e: Amarás o teu próximo como a

ti mesmo.

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28 Então, Jesus lhe disse: Respondeste

corretamente; faze isto e viverás.

29 Ele, porém, querendo justificar-se,

perguntou a Jesus: Quem é o meu próximo?

30 Jesus prosseguiu, dizendo: Certo homem

descia de Jerusalém para Jericó e veio a cair em

mãos de salteadores, os quais, depois de tudo

lhe roubarem e lhe causarem muitos

ferimentos, retiraram-se, deixando-o

semimorto.

31 Casualmente, descia um sacerdote por

aquele mesmo caminho e, vendo-o, passou de

largo.

32 Semelhantemente, um levita descia por

aquele lugar e, vendo-o, também passou de

largo.

33 Certo samaritano, que seguia o seu caminho,

passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se

dele.

34 E, chegando-se, pensou-lhe os ferimentos,

aplicando-lhes óleo e vinho; e, colocando-o

sobre o seu próprio animal, levou-o para uma

hospedaria e tratou dele.

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35 No dia seguinte, tirou dois denários e os

entregou ao hospedeiro, dizendo: Cuida deste

homem, e, se alguma coisa gastares a mais, eu

to indenizarei quando voltar.

36 Qual destes três te parece ter sido o próximo

do homem que caiu nas mãos dos salteadores?

37 Respondeu-lhe o intérprete da Lei: O que

usou de misericórdia para com ele. Então, lhe

disse: Vai e procede tu de igual modo.

Com a história do bom samaritano, nosso

Senhor respondeu à pergunta que havia sido

feita para lhe colocar à prova: "Que farei para

herdar a vida eterna?" A pergunta era de caráter

legalista e então Jesus respondeu com outra

pergunta, indagando sobre o que dizia a lei a

respeito.

Ele não intentava demonstrar que uma pessoa é

salva por obras da lei, pois pela lei ninguém pode

ser justificado, e o Senhor bem sabia disso.

Como o doutor da lei (escriba) respondeu com

os dois grandes e principais mandamentos da

Lei, Jesus aprovou a resposta e disse que se ele

fizesse o mesmo, ele alcançaria a vida eterna.

Então, para se justificar, pois sabia que ninguém

consegue amar perfeitamente conforme a Lei o

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exige, pediu a Jesus que lhe dissesse quem era o

próximo a quem ele deveria amar. Pensando

talvez que fosse respondido com pessoas

familiares e queridas.

Todavia Jesus ilustrou a verdade com a citação

de uma parábola em que o próximo amado não

foi uma pessoa querida, mas um estranho e

inimigo, como eram os judeus em relação aos

samaritanos e vice-versa. E não foi um religioso,

representado no sacerdote e no levita da

parábola, que agiu como próximo do seu

compatriota judeu necessitado, mas justamente

um gentio e inimigo, assim por eles

considerado.

De fato, para amar com um amor como o

descrito, a saber, o amor por estranhos e

inimigos, só mesmo pela conversão pela fé a

Deus, e por se receber um novo coração do

Espírito Santo na regeneração. Assim, Jesus

deixou em suspenso a alma daquele escriba

mal-intencionado que procurava apanhá-lo em

algum erro teológico.

A obra da evangelização demanda este amor aos

pecadores, independentemente de qualquer

que seja a condição deles. O evangelho deve ser

anunciado inclusive por amor aos nossos

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inimigos, conforme somos ensinados pelo

Senhor no Sermão do Monte.

Lucas 10.38-42:

38 Indo eles de caminho, entrou Jesus num

povoado. E certa mulher, chamada Marta,

hospedou-o na sua casa.

39 Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta

quedava-se assentada aos pés do Senhor a ouvir-

lhe os ensinamentos.

40 Marta agitava-se de um lado para outro,

ocupada em muitos serviços. Então, se

aproximou de Jesus e disse: Senhor, não te

importas de que minha irmã tenha deixado que

eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que

venha ajudar-me.

41 Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta!

Andas inquieta e te preocupas com muitas

coisas.

42 Entretanto, pouco é necessário ou mesmo

uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte,

e esta não lhe será tirada.

Marta e Maria eram irmãs de Lázaro, a quem

Jesus ressuscitou.

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Marta não foi repreendida por sua falta de fé,

mas por sua atitude indevida naquela ocasião.

Ela era uma mulher de grande fé, e muito

estimada por Jesus, conforme vemos no relato

do décimo primeiro capitulo do evangelho de

João.

Marta era uma pessoa muito ativa e prática, e

não há nenhum mal nisto, a não ser quando pela

nossa muita atividade deixamos de tributar a

devida devoção ao Senhor.

Muitos pensam que Maria era uma mulher

apenas contemplativa e ociosa, o que não é

verdade, pois se o fosse, não seria alvo da

atenção que o Senhor lhe dispensava.

Ela possuía grande comunhão espiritual com o

Senhor, e dera demonstração do nível desta

comunhão e amor quando lhe ungiu os pés com

bálsamo e como a mulher da narrativa da

história na casa de Simão, também enxugou os

pés de Jesus com seus cabelos (João 12.3).

Esta é a boa parte que devemos escolher na

nossa relação com Deus, pois isto não pode ser

tirado de nós por ninguém e por nenhuma

adversidade que nos sobrevenha, pois o hábito

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da graça em nosso viver nos valerá na hora da

provação.

Este é o grande alvo da evangelização: que tudo

façamos por amor ao Senhor Jesus e para a

exclusiva glória de Deus. Para tanto é necessário

gastar muito tempo com ele em oração e na

meditação da Palavra, para que, preparados e

instruídos e santificados pelo Espírito, sejamos

habilitados para toda boa obra, e especialmente

para esta da evangelização, pela qual prestamos

o mais importante serviço que pode ser feito aos

homens, por transportá-los das trevas para a luz,

e do domínio de Satanás para o de Deus.