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Anais do XXIV Seminário Nacional UNIVERSITAS/BR ISSN 2446-6123 Universidade Estadual de Maringá – 18 a 20 de Maio de 2016 1139 EVASÃO E RETENÇÃO NO CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO – UNEMAT: INCIDÊNCIAS E MOTIVOS Enorê Faria Artioli - UNEMAT [email protected] Elizeth Gonzaga dos Santos Lima - UNEMAT [email protected] Eixo 5: Acesso e permanência na expansão da educação superior Resumo: O objetivo desse estudo foi analisar a permanência dos estudantes ingressantes no ano 2011/01 no curso de graduação de ciências contábeis da UNEMAT do Campus de Cáceres, numa perspectiva da pesquisa quanti-qualitativa. No primeiro momento, analisamos a situação histórica dos estudantes para traçar o fluxo acadêmico (evadidos, retidos, concluintes, transferidos e trancados). Para tanto, analisamos os históricos escolares de 41 estudantes ingressantes na turma em estudo que foram disponibilizados pelo Sistema Acadêmico. No segundo momento, aplicamos um questionário com o objetivo de analisar suas opiniões sobre a permanência. Os resultados evidenciaram quanto ao fluxo acadêmico que, apenas 22% dos acadêmicos conseguiram concluir o curso no tempo mínimo de integralização, 22% estão retidos; 2% trancaram, 10% transferiram e 44% evadiram. As principais causas da evasão e retenção estão relacionadas às questões sócio- econômica, de aprendizagem e pedagógicas. Constatamos pelo perfil dos sujeitos que as políticas de ingresso estão sendo implementadas de forma satisfatória atendendo a todos os gêneros, cores e classe social. O alto nível de evasão e retenção demonstra a necessidade da implantação de políticas de permanência estudantil. Palavras-chave: Acesso, Permanência, Unemat/Ciências Contábeis. A Democratização da Educação Superior e as Dificuldades na Permanência Esse artigo analisa a permanência dos estudantes de bacharelado em ciências contábeis, ingressantes em 2011/01, no contexto das políticas de acesso e permanência e expansão da educação superior na Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT. Essa questão foi estudada levando em consideração as percepções dos estudantes/acadêmicos sobre esse processo, pois entendemos que é no seu cotidiano, na sala de aula, no convívio com colegas e professores, com a pressão de ter uma profissão, que a permanência ou desistência se efetiva. Para muitos universitários a conclusão do curso significa um salto na qualidade de vida, visto ter as suas raízes em famílias com muitas dificuldades financeiras. Nesse sentido, Cornachione (2004, p.1) afirma que a “educação tem papel significativo em uma sociedade, atuando como meio provedor de mudanças de forma efetiva e duradoura”. Nesse contexto temos como problema que move esse estudo a seguinte questão: quais os motivos levam os acadêmicos do curso de ciências contábeis à retenção ou evasão?

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EVASÃO E RETENÇÃO NO CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO –

UNEMAT: INCIDÊNCIAS E MOTIVOS

Enorê Faria Artioli - UNEMAT [email protected]

Elizeth Gonzaga dos Santos Lima - UNEMAT [email protected]

Eixo 5: Acesso e permanência na expansão da educação superior

Resumo: O objetivo desse estudo foi analisar a permanência dos estudantes ingressantes no ano 2011/01 no curso de graduação de ciências contábeis da UNEMAT do Campus de Cáceres, numa perspectiva da pesquisa quanti-qualitativa. No primeiro momento, analisamos a situação histórica dos estudantes para traçar o fluxo acadêmico (evadidos, retidos, concluintes, transferidos e trancados). Para tanto, analisamos os históricos escolares de 41 estudantes ingressantes na turma em estudo que foram disponibilizados pelo Sistema Acadêmico. No segundo momento, aplicamos um questionário com o objetivo de analisar suas opiniões sobre a permanência. Os resultados evidenciaram quanto ao fluxo acadêmico que, apenas 22% dos acadêmicos conseguiram concluir o curso no tempo mínimo de integralização, 22% estão retidos; 2% trancaram, 10% transferiram e 44% evadiram. As principais causas da evasão e retenção estão relacionadas às questões sócio-econômica, de aprendizagem e pedagógicas. Constatamos pelo perfil dos sujeitos que as políticas de ingresso estão sendo implementadas de forma satisfatória atendendo a todos os gêneros, cores e classe social. O alto nível de evasão e retenção demonstra a necessidade da implantação de políticas de permanência estudantil. Palavras-chave: Acesso, Permanência, Unemat/Ciências Contábeis.

A Democratização da Educação Superior e as Dificuldades na Permanência

Esse artigo analisa a permanência dos estudantes de bacharelado em ciências

contábeis, ingressantes em 2011/01, no contexto das políticas de acesso e permanência e

expansão da educação superior na Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT. Essa

questão foi estudada levando em consideração as percepções dos estudantes/acadêmicos sobre

esse processo, pois entendemos que é no seu cotidiano, na sala de aula, no convívio com

colegas e professores, com a pressão de ter uma profissão, que a permanência ou desistência

se efetiva.

Para muitos universitários a conclusão do curso significa um salto na qualidade de

vida, visto ter as suas raízes em famílias com muitas dificuldades financeiras. Nesse sentido,

Cornachione (2004, p.1) afirma que a “educação tem papel significativo em uma sociedade,

atuando como meio provedor de mudanças de forma efetiva e duradoura”.

Nesse contexto temos como problema que move esse estudo a seguinte questão:

quais os motivos levam os acadêmicos do curso de ciências contábeis à retenção ou evasão?

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Para compreensão da questão problema iniciamos estudando o conceito de

democratização. Conceituar a democratização não é uma tarefa fácil, visto que diferentes

autores apresentam definições diversas a respeito:

[...] Por democratização do ensino entendemos uma política que vise tornar o ensino, e especialmente o ensino superior, acessível a todas as classes sociais sem distinção de meios materiais. Isto é, uma política de ensino que tente eliminar os obstáculos financeiros que se opõem à entrada dos jovens nos estabelecimentos de ensino superior [...] O emprego do verbo «tentar» quer apenas sugerir que se trata de uma acção política tendente à realização progressiva de um objectivo. (SOUZA, 2015, p. 1).

Lima (2015 p. 1-2) também analisa esse conceito como sendo “o objetivo que

sustentou o discurso da expansão foi possibilitar a todos (as), indistintamente de cor, raça e

classe social, a igualdade de oportunidades para ingressar e concluir um curso superior”.

E segue a autora:

A lógica neoliberal sustenta a lógica de que quanto maior o acesso à educação superior, mais trabalhadores qualificados com maiores condições de produzir conhecimento inovador e, por consequência, mais produtos comercializáveis inovadores para o uso da estrutura produtiva. Essa lógica induz o desenvolvimento econômico. (p. 2).

Ainda em relação a democratização Zago salienta que:

Uma efetiva democratização da educação requer certamente políticas para a ampliação do acesso e fortalecimento do ensino público em todos os seus níveis, mas requer também políticas voltadas para a permanência dos estudantes no sistema educacional de ensino. (ZAGO, 2015, p.228).

Ao falarmos de democratização da educação superior estamos nos referindo também

ao acesso a cursos de graduação. Nesse sentido, acesso é entendido, pelas políticas públicas

como o ingresso, a entrada na educação superior que pode ser realizada de diferentes

maneiras. No entanto, adotamos o conceito de acesso como o direito do aluno ingressar,

permanecer e concluir o curso com qualidade.

Uma efetiva democratização da educação requer certamente políticas para a ampliação do acesso e fortalecimento do ensino público, em todos os seus níveis, mas requer também políticas voltadas para a permanência dos estudantes no sistema educacional de ensino”, visto que “se o ingresso no ensino superior representa para esse grupo de estudantes ‘uma vitória’ a outra será certamente garantir sua permanência até a finalização do curso. (Zago 2015, p. 228)

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Em se tratando da permanência entendemos por retenção os acadêmicos que ficam

além do tempo mínimo de integralização, no caso do Curso de Ciências Contábeis 8

semestres ou 4 anos, e por não permanência a desistência que caracteriza a evasão. A

Comissão Especial do Ministério da Educação e Cultura (1996 p. 15) conceitua evasão “como

a saída definitiva do aluno do seu curso de origem sem concluí-lo”.

Os autores Gomes et al (2015 p. 7) apresentam como motivos para a evasão a

dificuldade financeira, falta de vocação, descontentamento acerca do método didático-

pedagógico da instituição, questões pessoais como doença grave ou morte, transferência de

domicílio; dificuldade em conciliar jornada de trabalho e horário escolar, cansaço, visão da

ausência de vantagem financeira imediata com a titulação, decepção pelas expectativas

infundadas a respeito da instituição ou da profissão escolhida.

No que refere ao processo educacional, ressalta-se que o aluno está acostumado a um processo bem diferente do adotado na universidade. O aprendizado adquirido anteriormente consiste em memorização, o que não contribui para a formação de um espírito investigador. Na universidade, o aluno tem que pesquisar para criar seus próprios textos ao invés de copiá-los. Assim, ele sofre um impacto na forma como as disciplinas são ministradas, podendo perder o interesse pelo curso. Além do mais, muitos professores não possuem formação didático-pedagógica para ministrar aulas, sendo extremamente tecnicista, não estimulando a participação e a busca de conhecimentos. (GOMES et al, 2015, p. 7).

O Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular promoveu o

IV Congresso Brasileiro do Ensino Superior Particular, no qual aprovou a Carta de Salvador

em maio de 2011, reportando-se da seguinte maneira quanto a evasão de acadêmicos:

4.3 - No ensino superior uma grande taxa de evasão contribui para a baixa produtividade neste nível de ensino. As causas dessa evasão devem ser mais estudadas, principalmente a partir da constatação de pesquisas que mais de 40% dos que se evadem não tiveram sintonia com o curso escolhido, indicando que a atual estrutura necessita ser repensada; 4.4 - Complementando o cenário anterior, a taxa de repetência no ensino superior está a indicar, entre outros fatores, o insuficiente preparo do aluno que vem do ensino médio. Pode, também, indicar dificuldades das IES em termos de metodologias empregadas pelos professores, multimeios e demais condições de infraestrutura e apoio; 4.5 - Os instrumentos de fomento tais como o PROUNI e FIES, embora muito importantes, estão se revelando insuficientes por não atenderem, também, algumas necessidades básicas dos alunos tais como, moradia, transporte, alimentação, vestuário e material escolar o que contribui para a evasão. (FORUM DAS ENTIDADES REPRESENTATIVAS DO ENSINO SUPERIOR PARTICULAR, 2015, p.1).

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Os acadêmicos compõem uma diversidade tanto étnica, financeira quanto etária nos

cursos de graduação. Da mesma maneira, observamos que existem diferentes desempenhos na

universidade, visto que muitos estão há tempos fora da escola, outros são trabalhadores com

redução do tempo dedicado ao estudo entre outras condições. Esses fatores podem concorrer

para a evasão e retenção na educação superior. O que aponta a importância de políticas não

apenas de acesso, mas também de permanência.

Estudamos essas questões tomando como foco a área específica da contabilidade

analisando a incidência e os motivos que levam a evasão e retenção nas vozes dos estudantes.

Para tanto, utilizou-se como metodologia a abordagem de pesquisa quanti-qualitativa, visto

que quantificamos a frequência das respostas dos sujeitos; mas, ao mesmo tempo, procuramos

analisá-las e descrevê-las qualitativamente interpretando fenômenos transformando-os em

causas dando um significado semântico para elas. Como técnicas para coletar e analisar os

dados utilizamos a análise documental e aplicação de questionários sendo organizada em duas

etapas. Primeiramente, na pesquisa documental foram analisadas a lista de aprovação do

vestibular disponível no site da Unemat e os históricos escolares no Sistema Acadêmico da

universidade (Sagu). O objetivo foi traçar o fluxo acadêmico, ou seja, verificar os concluintes,

retidos, evadidos, transferidos e trancados. No segundo momento foi elaborado e aplicado um

questionário aos acadêmicos aprovados no edital do vestibular que ingressaram na turma

2011/1, com o objetivo de buscar as percepções dos estudantes em relação à questão estudada.

Os sujeitos da pesquisa foram os 41 estudantes ingressantes na turma de 2011/01. Os

questionários foram entregues a todos, mas retornaram respondidos 33, esses foram

analisados nessa pesquisa.

Apresentação e Análise dos Resultados da Pesquisa

As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os Cursos de Bacharelados em

Ciências Contábeis, foram instituídas pelo Conselho Nacional de Educação e Câmara da

Educação Superior, por meio do Parecer CNE/CES 10 de 16 dezembro de 2004. O Artigo 3º

estabelece que o contador ao final do curso seja capaz de:

I - compreender as questões científicas, técnicas, sociais, econômicas e financeiras, em âmbito nacional e internacional e nos diferentes modelos de organização; II - apresentar pleno domínio das responsabilidades funcionais envolvendo apurações, auditorias, perícias, arbitragens, noções de atividades atuariais e de quantificações de informações financeiras, patrimoniais e governamentais, com a plena utilização de inovações tecnológicas;

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III - revelar capacidade crítico-analítica de avaliação, quanto às implicações organizacionais com o advento da tecnologia da informação.

Em consonância com as DCN para os Cursos de Bacharelado em ciências Contábeis,

elaborou-se o atual Projeto Pedagógico do Curso de Ciências Contábeis (2012) do Campus

Universitário Jane Vanini em Cáceres, cujo Curso foi autorizado em 1995 pelo Conselho

Estadual de Educação e Ministério da Educação e Cultura, reconhecido pela primeira vez em

1999 pela SEDUC/MT e teve a sua primeira turma de ingressantes no período letivo 1994/02.

A última renovação de reconhecimento do Curso por 5 anos se deu em 2011 conforme

Portaria nº 041/2011 – CEE/MT.

Trata-se de um curso de bacharelado, semestral, com turma de 40 alunos, carga

horária total de 3.300 horas, com integralização de no mínimo oito semestres e no máximo

quatorze.

O objetivo do curso é:

Preparar os acadêmicos para uma atividade profissional, querem por finalidades: o registro dos fatos contábeis, os atos de planejamento e controle do patrimônio das organizações, e, a pesquisa para o desenvolvimento da Ciência Contábil, bem como atuação na docência do Magistério Superior. A formação de profissionais com conhecimentos multidisciplinares, capacitados e qualificados ao exercício profissional, dotados de senso analítico e crítico, em consonância com os valores éticos, com visão ampla e abrangente e com conhecimentos específicos em Contabilidade Geral, Gerencial, Pública e Social. (PPC, 2012, p. 10).

Os dados coletados por meio da pesquisa documental possibilitou traçar o fluxo

acadêmico da turma de 2011/1, objeto desse estudo. Percebemos que dos 41 estudantes

ingressantes, 18(44,0%) evadiram, 4(10,0%) transferiram, 1(2,0%) trancados, 9(22,0%)

ficaram retidos e apenas 9(22,0%) concluíram no tempo mínimo de integralização, como

podemos observar no gráfico 1 que segue.

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Gráfico 1 - Fluxo Acadêmico da Turma Ingressante em 2011/01

Fontes: Dados da pesquisa elaborados pelo autor.

Os dados nos instigam a saber quais os motivos levaram a não permanência e a

retenção. Para analisar a questão, aplicamos questionário para os 41estudantes ingressantes na

turma de 2011/01. Os questionários foram entregues a todos, mas retornaram respondidos 33,

esses foram analisados nessa pesquisa. O questionário foi organizado em 19 questões

fechadas e 5 questões abertas totalizando 24 questões. Passamos a apresentar os resultados

traçando, inicialmente, o perfil sócio-economico e acadêmico da turma, a partir dos 33

estudantes que responderam o questionário, cruzando os dados com o fluxo acadêmico,

conforme apresentamos a seguir.

Perfil Sócio-economico da Turma Ingressante em 2011/01

Ao traçarmos o perfil dos 33 acadêmicos respondentes podemos afirmar que

18(55,0%) são do sexo masculino, 26(79,0%) estão solteiros, 17(51,0%) dos sujeitos da

pesquisa estão na faixa etária de 19 a 24 anos, 20(61,0%) são afrodescendentes considerando

pardos, mulatos e negros. Ainda evidenciamos que 25(76,0%) concluiram o ensino

fundamental em escola pública, 26(79,0%) concluiram o ensino médio em escola pública na

modalidade regular, com um espaço de tempo para ingresso na universidade de até 4 anos e

13(39,0%) possuem renda familiar mensal até 2 salários mínimos. Sintetizando, os

acadêmicos do estudo são jovens, pobres, afrodescendentes, vindos de escola pública.

Perfil Acadêmico da Turma Ingressante em 2011/01

O estudo levantou junto aos sujeitos a opção de realizar alguma atividade

remunerada durante o período da graduação. Sendo assim as maiores frequências foram,

16(49,0%) responderam que sim em tempo parcial e 13(39,0%) que sim em tempo integral

semanalmente. Outras frequências estão apresentadas no gráfico 2 para observação.

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Em relação a trabalho remunerado durante a graduação por necessidade financeira,

26(79,0%) dos acadêmicos responderam que precisaram trabalhar, desses 6(18,0%) nos

ultimos anos, 13(40,0%) desde o primeiro ano em tempo parcial e 7(21,0%) em tempo

integral desde o primeiro ano e os outros 7(21,0%) não trabalharam durante a graduação,

como podemos observar no gráfico 3.

Ao perguntar para os acadêmicos quais os motivos pela escolha do Curso, o principal

motivo está relacionado a uma pressão externa, social (mercado de trabalho, influência da

família, prestígio social, menor número de vagas), sendo 9(26,0%) mercado de trabalho,

3(9,0%) prestigio social da profissão, 4(12,0%) influência da família, 2(6,0%) melhoria na

atividade que já desempenha e 14(41,0%) assinalaram outros motivos, 1(3,0%)menor número

candidato/vaga e 1(3,0%) não respondeu a questão. Como a questão era de múltipla escolha

um acadêmico marcou duas respostas conforme apresenta o gráfico 4.

Quanto à convivência dos sujeitos na universidade, o gráfico 5, apresenta os dados

demonstrando que as relações interpessoais com os colegas e com a rotina de estudos tiveram

17(51,5%) respostas classificando como muito bom e bom respectivamente, a coordenação foi

avaliada como ruim em 2(6,1%) das opiniões e em destaque temos a instituição como 2(6,1%)

classificada como ruim e 2(6,1%) como péssima as demais respostas encontram-se no gráfico

5 a seguir, no qual observamos que de maneira geral os sujeitos se relacionam bem com os

colegas, da mesma maneira que com os professores. Percebemos que as categorias que podem

melhorar são as relações da coordenação e instituição com os acadêmicos, bem como suas

rotinas de estudo.

Gráfico 2 - Realização de Atividade Remunerada Durante a Graduação

Gráfico 3 - Obrigatoriedade de Trabalhar Durante a Graduação por Necessidade

Financeira

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Gráfico 4 - Motivo da Escolha do Curso

Gráfico 5 - Relacionamento do Acadêmico

Fontes: Dados da pesquisa elaborados pelo autor.

Em relação a opção do curso 22(66,7%) dos acadêmicos que afirmaram ter escolhido

o curso desejado, apenas 2(6,1%) concluíram, 9(27,3%) evadiram, 7(21,2%) ficaram retidos,

1(3,0%) trancado e 3(9,1%) transferiram. Por outro lado, dos 11(33,3%) que indicaram não

ser ciências contábeis o curso de preferência, 5(15,1%) concluíram, 3(9,1%) evadiram,

2(6,1%) estão retidos e 1(3,0%) transferido.

A Unemat possui auxílios moradia e alimentação, desses apenas 3(9,1%) dos

acadêmicos foram beneficiados pela universidade como apoio a sua permanência no curso.

Nas demais modalidades de bolsas, que diferem do auxílio moradia e alimentação,

encontramos 7(21,2%) dos acadêmicos beneficiados, sendo 2(25,0%) bolsa extensão,

1(12,5%) bolsa de iniciação científica, 2(25,0%) bolsa tutoria e 3(37,5%) bolsa estágio, foram

7 sujeitos que tiveram bolsa, com um total de 8 bolsas em virtude de um acadêmico ter

participado de duas modalidades de bolsa, não concomitante, mas em períodos diferentes.

Outro fator pesquisado trata-se do estágio remunerado, o qual 10(30,3%) sujeitos

afirmaram ter realizado, sendo 4(36,3%) na prefeitura, 4 (36,3%) na Unemat, 1(9,1%)

escritório privado, 1(9,1%) Sebrae e 1 (9,1%) IFMT. São 10 acadêmicos totalizando 11 bolsas

em virtude de 1 acadêmico ter participado de duas modalidades de bolsa, não concomitante,

mas em períodos diferentes.

Esses dados demonstram que foram contemplados 20 auxílios moradia e/ou

alimentação, bolsa e estágio remunerado, mas apenas 14(42,4%) estudantes foram

beneficiados, o que significa que o mesmo aluno pode ter acumulado bolsas e/ou auxílios.

Dos 14 sujeitos que participaram de uma dessas 3 modalidades, apenas 2(14,3%) evadiram;

7(50,0%) concluíram, 1(7,1%) transferiu e 4(28,6%) estão retidos, com chances de concluir o

curso.

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Quanto à moradia, dos 33 sujeitos, 32(97,0%) residiram em Cáceres e apenas

1(3,0%) morava em algum município da região.

Em relação a orientações 15(45,5%) dos sujeitos afirmaram ter recebido algum tipo

de orientação durante a graduação desses apenas 3(20,0%) concluíram, 1(6,7%) transferiu,

6(40,0%) evadiram e 5(33,3%)cinco estão retidos. Esses dados podem indicar que o tipo, a

forma e tempo dessa orientação não foi suficiente para garantir o interesse pela conclusão do

curso.

Questões Específicas Sobre o Curso

Questionou-se quais os motivos que levaram os acadêmicos a não conclusão do

curso, isto é, a evasão. Abaixo trazemos respostas como exemplos de tais razões:

“Eu não conclui o curso por motivos de que ter que trabalhar para me manter.” E3. “O principal motivo da minha desistência do curso foi a minha não adaptação com as matérias ministradas em ciências contábeis.” E2. “Falta de uma política de assistência estudantil consolidada, compromisso no pagamento das bolsas em data correta. Que torna como requisito para a bolsa permanência, a contrapartida em trabalho na instituição.” E11.

As razões apontadas pelos acadêmicos que justificam a não conclusão do curso

foram 2(11,1%) mudança de curso, 2(11,1%) mudança de cidade por questões familiares ou

financeiras, 3(16,7%) trabalho, 3(16,7%) dificuldade financeira, 2(11,1%) problemas nos

estudos, 2(11,1%) gestação/maternidade, 1(5,5%) questões pessoais, totalizando 15(83,3%)

respostas categorizada em motivos relacionados ao próprio acadêmico. Na categoria motivos

relacionados ao curso temos 2(11,1%) respostas falando sobre o horario do curso. Na

categoria motivos relacionados a universidade temos 1(5,5%) única resposta falando da falta

de uma política de assistência estudantil consolidada.

Como vimos vários são os fatores que determinaram a evasão do curso. Para

analisarmos a ordem de importância desses aspectos, observemos a nuvem de palavras a

seguir.

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Figura 1 Nuvem de Palavras – Motivos da Não Conclusão do Curso

(Evadidos) Fontes: Dados da pesquisa elaborados pelo programa QSR NVIVO.

Dentre a diversidade de fatores, fica claro que o trabalho para sobrevivência, aliado

ao horário do curso que se dá no período matutino, foram os principais motivos que levaram a

evasão de alunos da turma 2011/1 do curso de Ciências Contábeis.

Desta forma questionou-se ao grupo dos retidos quais os motivos que os levaram a

não conclusão do curso em tempo mínimo de integralização, ou seja, retenção. Abaixo

mostramos exemplos dessas respostas:

“Primeiramente por não conseguir conciliar o curso com o trabalho, depois por falta de comprometimento que me levou a reprovação e só depois motivação para concluir o curso.” R6. “Além de reprovação em matéria do início do curso, que desanima, acabei dando prioridade ao trabalho em período integral.” R2. “A interrupção do curso no período após a gestação do meu filho, uma vez que não possuo família na cidade. Não tive condições financeiras e pessoais para continuação.” R4.

As razões apontadas pelos acadêmicos que justificam o atraso na conclusão do curso

são 4(30,8%) dificuldades do estudos, 2(15,4%) trabalho, 1(7,7%) gestação/maternidade,

1(7,7%) dificuldade financeira, 3(23,0%) descompromisso com os estudos e 2(15,4%)

questões pessoais sento todas as resposta classificadas na categoria motivos relacionados ao

próprio estudante.

O grupo dos retidos não apresentaram respostas relacionadas ao curso e a universidade.

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Figura 2 – Nuvem de Palavras – Motivos da Não Conclusão do Curso no Tempo Mínimo de Integralização (Retidos)

Fontes: Dados da pesquisa elaborados pelo programa QSR NVIVO.

Nesse contexto, percebemos que a reprovação foi a principal causa para não

integralização do curso no tempo mínimo, principalmente em disciplinas que são pré requisito

para outras. Isso se deu, fundamentalmente, por questões de estudo, seja por dificuldade ou

descompromisso ou prioridade no trabalho.

Pontos Negativos do Curso

A partir da segunda questão os grupos de sujeitos (concluintes, retidos, evadidos,

transferidos e trancados) responderam as mesmas perguntas. Assim, indagou-se a todos os

acadêmicos sobre as dificuldades enfrentadas por eles durante a graduação e que foram

consideradas como pontos negativos do curso. As respostas a seguir são exemplos de tais

obstáculos.

“A falta de didática de alguns professores, laboratório de informática com equipamentos obsoletos e a falta de livros da área, assim como livros atualizados.” T1. “Falta de incentivo a aproximação do acadêmico com a realidade profissional; Técnicas e métodos repetitivos usado nas disciplinas de estágios; Docentes interinos sem experiência na docência (recém-formados).” C1. “Excesso de atividades extraclasse, me deixando por vezes demasiadamente sobrecarregado. Falta de vinculação com a realidade prática da profissão contábil, percebida principalmente na ausência de professores com atuação na área. Deficiência estrutural, limitando, por exemplo, a utilização de recursos tecnológicos; Falta de incentivo à produção científica, prendendo os acadêmicos em atividades de caráter mecânico; Na minha visão, a alteração da grade curricular e sua vigência imediata, inclusive para aqueles que já estavam nos últimos semestres, gerou um desconforto sem precedente aos acadêmicos.” C4.

As principais razões apontadas pelos acadêmicos foram 4(6,3%) dificuldade

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financeira categorizada em relação ao próprio acadêmico, 8(12,5%) professores com didática

inadequada categorizada em motivos relacionados ao professor, 13(20,3%) respostas

relacionadas a problemas de infraestrutura (biblioteca, internet e laboratório) categorizadas

como motivos relacionadas ao campus.

Notamos que os principais pontos negativos apontados pelos acadêmicos tratam-se

de aspectos primeiramente ligados aos professores, mas também relacionados aos próprios

estudantes e ao campus, visto as recorrências das questões de infraestrutura, incluindo aí a

biblioteca com livros desatualizados e laboratórios com internet com capacidade para

sustentar de maneira profícua todos os usuários.

Esses resultados são confirmados quando confrontamos com a nuvem de palavras

como apresentada na figura 3.

Figura 3 - Nuvem de Palavras - Dificuldades Enfrentadas Consideradas Como Pontos Negativos do Curso

Fontes: Dados da pesquisa elaborados pelo programa QSR NVIVO.

Observamos em destaque a insatisfação direcionada com maior recorrência aos

docentes, principalmente quanto a falta, seja relacionada à quantidade, a didática adequada, de

apoio à iniciação científica, como também à falta de experiência e até mesmo na ausência em

aulas.

Pontos Positivos do Curso

A terceira questão abordou sobre os avanços que os acadêmicos observaram que

podem ser considerados como pontos positivos do curso. Abaixo mostramos exemplos dessas

respostas:

“A preparação dos professores com mestrado e doutorados.” R6.

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“Atualmente há uma maior participação dos professores na vida acadêmica dos alunos. Iniciativas de interação social facilitam o convívio dos discentes e docentes.” R7. “Para mim, o principal ponto positivo é o comprometimento de alguns dos professores do curso, que realmente estão interessados no aprendizado dos alunos e se preocupam em levar para a sala de aula conteúdos atualizados.” E10.

Notamos que os principais pontos positivos apontados pelos acadêmicos tratam-se,

contraditoriamente à questão anterior, de aspectos também ligados aos professores e a

infraestrutura onde temos 5(12,5%) qualificação docente e 5(12,5%) infraestrutura

categorizadas respectivamente em relação aos professores e ao campus.

Entretanto, notamos também que houveram 18(47,4%) respostas consideradas como

nada a declarar ou nenhum avanço. Esse dado é preocupante, pois observamos um

silenciamento da maioria dos respondentes em relação aos pontos positivos do curso. Esse

silêncio pode significar um descontentamento ao que está posto.

A nuvem de palavras a seguir ajuda a elucidar essa situação.

Figura 4 - Nuvem de Palavras - Avanços Encontrados Considerados Como Pontos

Positivos do Curso

Fontes: Dados da pesquisa elaborados pelo programa QSR NVIVO.

A nuvem de palavras sugere que os acadêmicos realmente percebem os professores

no centro do avanço no ensino no curso de Ciências Contábeis, inclusive com maior

qualificação; mas é preciso notar também a negação dessa afirmativa com o nada de mudança,

nada a declarar ou não avanço. Uma possibilidade que justifica essa contradição pode ser o

retorno de professores que estavam afastados para qualificação stricto sensu às aulas,

ocasionando diferentes posições em relação ao quadro docente.

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Melhorar o Ensino e Aprendizagem

A quarta questão solicitava dos acadêmicos sugestões para melhorar o ensino e a

aprendizagem dos alunos no curso. Abaixo mostramos exemplos dessas respostas:

“Oferecer monitores nas matérias em que se tem pré requisito, que são as que mais se encontram dificuldades.” R2. “Investirem na iniciação científica, publicar artigos dos alunos desde que tenha qualidade científica, promoverem mais seminários, simpósios, congressos e livros atualizados.” C2. “Atribuir maior responsabilidade ao acadêmico, fazendo com que ele seja “muito útil” na classe contábil; Maior rigidez na didática dos professores (mesmo que isso implique em um número menor de formandos por turma); Melhor capacitação dos professores interinos, devido o processo de seleção ser menos criterioso que os adotados para tornar um professor efetivo. Talvez, analisar minuciosamente o plano de ensino do professor, a análise pode ser feita por uma comissão instituída pelo colegiado de curso. Aumentar o número de seminários, pois eles estimulam o aluno a dominar o conteúdo de forma mais segura.” C1.

As principais sugestões para melhorar o ensino e a aprendizagem dos alunos dadas

pelos sujeitos do estudo foram 6(9,4%) reforma na metodologia de ensino, 8(12,5%)

capacitação e qualificação docente relacionadas na categoria em relação aos professores, na

categoria relacionada ao curso 8(12,5%) a relação teoria com a prática, 7(10,9%) criação de

um programa de acompanhamento estudantil relacionado a universidade.

As sugestões para melhorar o ensino e a aprendizagem dos alunos envolvem aspectos

direcionados aos professores principalmente, depois ao curso e à universidade também. Em

outras palavras, os acadêmicos acreditam que é preciso melhorar o nível de qualificação

docente e a didática em sala de aula, envolvendo inclusive a forma de avaliação; quanto ao

curso acreditam que é preciso promover eventos científicos e investir em momentos que

levem o aluno a relacionar a teoria com o cotidiano profissional contábil. Considerando o

papel da universidade os sujeitos percebem que para permanência na graduação escolhida,

faz-se necessário a criação de um programa institucional com o objetivo de levantar e atender

as necessidades estudantis.

Vejamos a nuvem de palavras (figura 5) relacionadas a essa questão para

aprofundamento da análise:

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Figura 5 - Nuvem de Palavras - Sugestões para Melhorar o Ensino e Aprendizagem dos Alunos

Fontes: Dados da pesquisa elaborados pelo programa QSR NVIVO.

As respostas dos acadêmicos realmente envolvem uma diversidade de aspectos,

como podemos observar na nuvem. Entretanto, os professores assumem papel principal para

melhoria na qualidade do ensino e aprendizagem acadêmica. Constata-se, de fato, que o

trabalho cotidiano docente é o que pode promover o ensino de qualidade.

Acréscimos Sobre o Desempenho dos Estudantes no Curso

A última questão deixava espaço aberto para acréscimos que os acadêmicos

julgassem necessário expor em relação ao seu próprio desempenho no curso. Abaixo

mostramos exemplos dessas respostas:

“Após alguns problemas percebi a importância de estudar e aprender e consegui um desenvolvimento melhor nos últimos semestres.” R6. “É importante ressaltar que a aprendizagem depende exclusivamente do aluno, mas tendo um curso mais estruturado influenciará na educação do acadêmico.” R9. “Considero que meu desempenho no curso foi bom, mas poderia ter sido melhor. Houve certa frustração em relação ao curso, principalmente a partir do 5º semestre, onde esperava que a parte “prática” do curso fosse de uma determinada forma, não sendo bem o que eu esperava.” C5.

O principal acréscimo apresentado pelos acadêmico na categoria relação ao seu

próprio desempenho no curso, estava a sua dedicação aos estudos com 7(19,4%) das respostas

demonstrando que eles reconhecem como um fator importante para garantir o um bom

desempenho no curso. Entretanto, 22(61,1%) das respostas encaixam-se na categoria nada a

declarar esse aspecto de não avaliar o próprio exercício de estudar ficou presente inclusive na

nuvem de palavras, como podemos ver na figura 6.

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Figura 6 - Nuvem de Palavras - Acréscimos Apresentados em Relação ao seu Próprio

Desempenho no Curso

Fontes: Dados da pesquisa elaborados pelo programa QSR NVIVO.

Podemos observar na nuvem de palavras o termo curso ocupando um lugar de

destaque. Isso pode significar que durante este período de sua vida o acadêmico dá

importância a essa realidade vivida. Importante destacar também que as palavras nada a

declarar aparecem com destaque demonstrando que não conseguiram observar acréscimos

positivos ou negativos durante esse tempo na graduação ou um silêncio para não se

comprometer em relação a realidade vivida. Outras palavras em destaque dos acadêmicos são

ser, desempenho, dificuldades, trabalho, consegui, demonstrando que em sua concepção o

sucesso diário depende de cada um. É preciso vencer obstáculos de forma individual

diariamente dos diversos aspectos dentro da universidade.

Considerações Finais

Constatamos pelo perfil dos sujeitos do presente estudo, que as políticas de ingresso

estão sendo implementadas de forma satisfatória atendendo a todos os gêneros, cores, raças e

as mais variadas classes financeiras. O alto nível de evasão correspondente a 44% da turma

ingressante demonstra a necessidade da implantação de políticas de permanência estudantil.

Não basta "entrar" é preciso permanecer e concluir. Utilizando as palavras contidas no

documento do FONAPRACE, 2004, o acesso dos estudantes ao ensino público deve

contemplar as necessidades para que os mesmos possam permanecer e concluir os cursos de

graduação, sob pena de mantermos altos índices de evasão que acabam por desestruturar

cursos, frustrar expectativas dos envolvidos, da própria sociedade para com a Universidade,

sem contar os custos despendidos para o funcionamento desses cursos.

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Os principais motivos apontados pelos acadêmicos que justificam o atraso na

conclusão do curso são dificuldades do estudos, trabalho, dificuldade financeira,

descompromisso com os estudos e questões pessoais. Ainda constatou-se como principais

motivos da não conclusão nas vozes dos estudantes as mudanças de curso, de cidade por

questões familiares ou financeiras, trabalho, dificuldades financeiras, problemas nos estudos e

questões pessoais. Ainda evidenciou-se motivos relacionados ao curso como prinicpal o

horario do curso concomitante com horário comercial (diurno) e quanto a universidade as

falas apontam a falta de uma política de assistência estudantil consolidada.

Observamos que não houve evasão de nenhum dos acadêmicos que foram

beneficiados com bolsas, seja em iniciação científica, extensão ou tutoria. Portanto, se faz

necessário maior investimento da universidade no envolvimento dos estudantes na vida

universitária a fim de encontrarem suporte às suas dificuldades, seja de ordem financeira, de

compreensão dos conteúdos das diferentes disciplinas ou problemas pessoais.

A universidade tem um papel primordial na sociedade, como também na vida dos

acadêmicos. Portanto, deve possibilitar condições de permanência aos acadêmicos, desta

forma, valorizando a vida universitária como uma fase de aprendizagens significativas que

contribua para a vida dentro e fora dos espaços da universidade.

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